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OPINIÃO A poupança das famílias Luís Cabral Rezar pelos cristãos do Iraque Aura Miguel Pág.12 » Concistório Papa reúne cardeais em jornada de reflexão O Papa impõe amanhã o barrete cardinalício a 24 novos cardeais. Hoje, o dia é de reflexão, com o Colégio Cardinalício a analisar o momento da Igreja. Pág.13 » Futebol Fim-de-semana de Taça de Portugal O jogo grande da 4.ª eliminatória, o Benfica- Braga, foi adiado, face excitação securitária instalada em Lisboa. Mas há 13 jogos agen- dados para domingo. Pág.18 » Greve geral Lisboa sem metropolitano Os trabalhadores vão aderir em massa e não haverá serviços mí- nimos. Pág.16 » A 19 de Novembro... 1969: milésimo golo de Pelé Pág.19 » Gratuito NATO: Soldado morreu no Afeganistão - PAPA: Visita à Alemanha em 2011 - SALÁRIOS: Contenção deve continuar Leia mais ÚLTIMAS LUSA/EPA Directora Graça Franco Editor Raul Santos Grupo r/com www.rr.pt www.rfm.pt www.mega.fm www.radiosim.pt Sexta-feira 19 Novembro de 2010 Porto Lisboa Domingo Sábado Cimeira da NATO Cimeira da NATO Lisboa sitiada recebe os Lisboa sitiada recebe os “donos” do mundo “donos” do mundo

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OPINIÃO

A poupança das

famílias

Luís Cabral

Rezar pelos cristãos

do Iraque

Aura MiguelPág.12 »

Concistório

Papa reúne cardeais

em jornada de refl exão

O Papa impõe amanhã o barrete cardinalício a 24 novos cardeais. Hoje, o dia é de refl exão, com o Colégio Cardinalício a analisar o momento da Igreja. Pág.13 »

Futebol

Fim-de-semana de

Taça de Portugal

O jogo grande da 4.ª eliminatória, o Benfi ca- Braga, foi adiado, face excitação securitária instalada em Lisboa. Mas há 13 jogos agen-dados para domingo. Pág.18 »

Greve geral

Lisboa sem

metropolitano

Os trabalhadores vão aderir em massa e não haverá serviços mí-nimos. Pág.16 »

A 19 de Novembro...

1969: milésimo golo

de Pelé

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Sexta-feira19 Novembro de 2010

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Lisboa

Encontros bilaterais antecipam CimeiraO futuro da missão no Afeganistão, o novo conceito estratégico da NATO e as relações com a Rússia são temas fortes da Cimeira da Aliança Atlântica que começa, sensivelmente à hora de fecho desta edição, em Lisboa. Antes do início formal do encontro, o tempo foi preen-chido por uma sucessão de encontros bilaterais. O Presidente dos Estados Unidos foi, até à hora de fecho desta edição, a fi gura em destaque, depois de ter reunido com Cavaco Silva e José Sócrates.

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, agra-deceu hoje os serviços que os soldados portugueses têm prestado no Afeganistão e defendeu um reforço do comércio e investimentos norte-americanos com Portugal.“Estou muito agradecido pelos serviços que os soldados portugueses têm prestado no Afeganistão”, disse Bara-ck Obama numa declaração conjunta com o Primeiro- -ministro, José Sócrates.Obama foi recebido por Sócrates na residência ofi cial do Primeiro-ministro, em São Bento, ao início da tarde, antes da abertura ofi cial da Cimeira da NATO que traz a Portugal os principais líderes mundiais. O Presidente dos EUA defendeu, ainda, o reforço da colaboração nas áreas da ciência e tecnologia. Já José Sócrates reafi rmou que Portugal e os Estados Unidos continuam comprometidos com a NATO para alcançar a estabilidade no mundo e referiu que esta cimeira é um “marco histórico” lembrando os seus três objectivos: aprovar o novo conceito estratégico para a NATO, avançar para uma nova fase nas relações com a Rússia e entrar na fase de transição no Afeganistão.O Primeiro-ministro português assegurou a Barack Oba-ma a intenção de Portugal reforçar o apoio no treino das forças afegãs no terreno.

Encontro com CavacoEncontro com Cavaco

Antes do encontro com Sócrates, Obama reuniu, ao al-moço, com Cavaco Silva. Perante os jornalistas, o Pre-sidente da República disse que Portugal e os Estados Unidos partilham o desejo de uma NATO “revigorada” e capaz de responder de forma efi caz aos desafi os e ameaças que se colocam à segurança transatlântica.Cavaco Silva revelou que durante o encontro com Oba-ma foi feita “uma refl exão sobre a agenda da Cimeira da NATO”, que decorre até sábado em Lisboa.Obama chegou a meio da manhã, a bordo do Air For-ce One e, depois de um breve período de descanso, dirigiu-se a Belém.Aproveitando o momento, o Presidente da República disse que “Portugal e os Estados Unidos pretendem uma Aliança revigorada e capaz de responder de forma efi caz aos desafi os e às ameaças que, hoje, se colocam à segurança transatlântica”.“É esse o objectivo da ampla reforma que será discu-tida e, esperamos, aprovada na Cimeira de Lisboa”, acrescentou.O Chefe de Estado congratulou-se com a confi ança ma-nifestada pelos EUA quanto à capacidade de Portugal superar os “desafi os” que enfrenta, mas sublinhou que

o volume de investimentos norte-americanos está ain-da “muito distante” do que seria legítimo esperar.Aníbal Cavaco Silva adiantou que um dos assuntos abor-dados entre os dois foi a actual situação económica e fi nanceira nos dois países e a que se vive no plano global.

Obama sublinha aposta nas energias renováveisObama sublinha aposta nas energias renováveis

O presidente norte-americano, Barack Obama, afi r-mou, por sua vez, que Portugal e os Estados Unidos podem trabalhar mais no domínio das energias renová-veis, confessando-se “impressionado” com os avanços portugueses nesta matéria.Obama identifi cou as energias renováveis com uma das formas de expandir a cooperação bilateral entre Lis-boa e Washington na frente económica. “Visamos um aprofundamento da nossa cooperação no comércio, investimento, ciência e tecnologia. Estou muito im-

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pressionado com o trabalho notável que Portugal tem feito em áreas como energias ‘limpas’”, disse Obama, adiantando que os EUA pensam que “podemos colabo-rar mais”.

Sócrates: Cimeira trará NATO para uma nova faseSócrates: Cimeira trará NATO para uma nova fase

Antes do encontro do Presidente da República com Ba-rack Obama, o Primeiro-ministro, José Sócrates, esteve reunido com o secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen. No fi nal do encontro, ambos defenderam a importância das decisões que sairão da Cimeira, ten-do destacado as relativas à permanência das forças no Afeganistão. O chefe de Governo português foi o primeiro a falar, tendo iniciado o seu discurso com algumas palavras em

inglês. Depois, em português, salientou o novo concei-to estratégico que sairá da cimeira da NATO. “Trará a NATO para o novo século”, afi rmou, sublinhan-do, de seguida, a importância das parcerias neste novo conceito estratégico: “O espírito de cooperação e diá-logo transformará a NATO”. O novo conceito estratégico será, pois, para Sócrates, “o resultado mais importante da Cimeira e sucederá ao Conceito de Washington”. O Primeiro-ministro destacou, depois, a cimeira NATO--Rússia, que também decorrerá em Lisboa, e que “sig-nifi ca um novo começo destas relações, indispensável para melhorar a condições de segurança globais”. O Afeganistão é o outro tema central da reunião de che-fes de Estado e de Governo. “A prioridade é a capaci-tação do país para responder aos desafi os de soberania

É um dos segredos mais bem guardados da cimeira da NATO: afi nal quanto vai custar a organização do evento? É certo que são milhões de euros, mas quantos? A Renascença colocou a questão ao Ministério das Finan-ças, que nunca chegou a dar qualquer resposta. Tentou de-pois ao gabinete do Primeiro-ministro, que remeteu para os Negócios Estrangeiros. Aqui, fonte ofi cial do gabinete do ministro Luís Amado acabou por dizer que não vai dar a co-nhecer publicamente as estimativas de gastos – só no fi nal da cimeira é que serão feitas as contas do encontro. O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, falou sobre o assunto no início da semana, no Parlamento: “São os custos defi nidos pela resolução do Conselho de Ministros. São os custos necessários para que Portugal acolha uma das cimei-ras mais importantes da Aliança Atlântica, a que Portugal pertence desde a sua fundação”. A resolução do Conselho de Ministros em causa tem o nú-mero 12. Foi publicada a 9 de Fevereiro deste ano e dá conta da criação de uma estrutura de missão para organizar a cimeira. Mas nada acrescenta quanto a verbas a atribuir para o evento. Entre os partidos da oposição, o único que questionou o Go-verno directamente sobre o assunto foi o Bloco de Esquerda, pela deputada Helena Pinto, que não gostou da resposta.

“O ministro não respondeu a esta questão, respondeu sim-plesmente sobre os números que já são conhecidos: foi gas-tar cinco milhões de euros em blindados”, revela. A estes cinco milhões, juntam-se outros cinco em equipa-mentos, pagamento de horas extraordinárias, entre outras despesas. No total, só a parte de segurança da cimeira de-verá rondar os 10 milhões de euros, de acordo com o Ob-servatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Ter-rorismo.

Governo não revela gastos com a cimeira

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e a capacitação da polícia afegã. Isso exige empenho e treino e, por isso, as decisões que vamos tomar serão importantes para que esta fase de transição” seja bem sucedida, afi rmou José Sócrates, acrescentando ter garantido ao Secretário-geral da NATO todo empenho português nesta matéria.

“Uma das cimeiras mais importantes na história”“Uma das cimeiras mais importantes na história”

Depois de Sócrates, Anders Fogh Rasmussen começou por agradecer as boas-vindas de Portugal e do Primei-ro-ministro, a si e à Cimeira, reforçando, de seguida, que esta “será das cimeiras mais importantes na histó-ria dos aliados”. “Vamos relançar a nova NATO. Uma Aliança adaptada aos desafi os do século XXI”, disse, enunciando os três temas em destaque na reunião de Lisboa. A organização “deve adoptar um novo conceito estra-tégico, que dará uma Aliança mais efi ciente, investir em capacidades-chave, desenvolver parcerias com entidades importantes na cena internacional e fazer uma utilização mais efi ciente do dinheiro dos contri-buintes”, resumiu. O secretário-geral da NATO focou, depois, a “nova fase” das relações com a Rússia, que espera começar “pela cooperação no sistema de mísseis. Seria uma decisão de futuro, que iria dar uma melhoria do ambiente de segurança na Europa e no mundo atlântico”. “Vamos também lançar uma nova fase da nossa missão no Afeganistão, vamos anunciar que a transição vai co-meçar em 2011 e esperamos que esteja terminada em 2014”, afi rmou ainda Rasmussen, concluindo que esta “vai ser uma cimeira muito importante e Lisboa será mais uma vez o palco de um importante acontecimen-to político, onde importantes decisões políticas serão tomadas”.

Clinton pede para Portugal fi car no AfeganistãoClinton pede para Portugal fi car no Afeganistão

O primeiro encontro de alto nível, à margem da cimeira da NATO, aconteceu esta manhã, entre a Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.Clinton agradeceu o compromisso português no Afe-ganistão. “Deixem-me agradecer mais uma vez o em-penho português nas missões no Afeganistão. É vital”, começou por afi rmar, acrescentando que “o trabalho a treinar as forças afegãs junto com outro apoio logístico e operacional é profundamente apreciado”. “Ao mesmo tempo, os Estados Unidos têm a noção dos desafi os económicos que Portugal enfrenta e estamos sensíveis às difíceis escolhas que o Governo e o povo português têm que fazer. No entanto, entendemos que, para os aliados da NATO, a missão no Afeganistão é vital para a segurança e interesses dos nossos povos”, sus-tentou, ainda. Luís Amado transmitiu “à Secretária de Estado Clinton a fi rme disponibilidade do Governo português de traba-lhar de perto com o Governo americano” e prometeu cooperação com os EUA nas “principais questões”.“Sendo Portugal membro não-permanente do Conselho de Segurança para o biénio 2011-2012, é importante que a coordenação como aliados das nossas posições

sobre as principais questões internacionais seja uma constante da nossa cooperação e do nosso diálogo polí-tico”, afi rmou ainda.

Controlo apertado nas fronteirasControlo apertado nas fronteiras

Cerca de 30 pessoas foram impedidas de entrar em Portugal entre a meia-noite e o início da tarde. Subiu, assim, para 181 o número de cidadãos proibidos de en-trar no país desde o início da operação de controlo de fronteiras, que arrancou terça-feira. Destes, 23 foram interceptados em fronteiras aéreas.O caso mais signifi cativo de hoje registou-se em Mar-vão, onde foi interceptada uma carrinha com sete ho-mens de várias nacionalidades: espanhola, italiana e australiana. Tinham diverso material relacionado com as manifestações anti-NATO, incluindo panfl etos e rou-pas negras com símbolos anti-guerra.De resto, todas as outras intercepções dizem respeito a outras situações: uma por tráfi co de droga, outra por tentativa de passagem de um milhão de euros falsos e ainda alguns casos de cidadãos espanhóis procurados pela justiça do país vizinho.

Quebra de protocolo? Não interessa. O tom descontraído do Presidente norte-americano foi revelado logo à che-gada a Lisboa, quando mandou chamar o fotógrafo para tirar uma fotografi a ao lado de uma senhora, membro da comitiva de boas-vindas. Barack Obama chegou a Portugal pouco depois das 10h45. Saiu bem disposto do avião – o Air Force One – e desceu as escadas bastante descontraído. Ao cumprimentar as pessoas que se perfi lavam junto à passadeira vermelha, o Presidente dos Estados Unidos conversou um pouco com a comitiva portuguesa que o aguardava, liderada pelo ministro dos Negócios Estran-geiros, Luís Amado. De repente, um sinal dirigido a alguém. Mandava chamar o fotógrafo, a quem pediu que tirasse uma fotografi a ao lado de uma senhora. Na altura, a dúvida instalou-se entre os jornalistas presentes: quem seria aquela senho-ra? Mais tarde desfez-se o mistério: a jovem que tirou a primeira fotografi a ao lado de Barack Obama em solo português era Carolina Amado, fi lha do ministro dos Ne-gócios Estrangeiros, Luís Amado.

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A Aliança Atlântica só terá futuro se for um elemento pro-motor de paz, afi rma o Bispo do Porto num comentário à cimeira da NATO.Em declarações à Renascença, D. Manuel Clemente afi r-ma que os esforços de guerra são sempre responsáveis por desigualdades e injustiças, pelo que o caminho não pode ir nesse sentido.“Se estas alianças antigas têm algum cabimento no futuro é sempre no sentido da paz, que não se fará sem a justiça dos

povos. Há muito tempo já que a Doutrina Social da Igreja tem lembrado isso mesmo”, explica, à Renascença, o Bispo do Porto.D. Manuel Clemente adverte que os “grandes investimentos na guerra são causadores de mais guerras, porque mantêm e até agravam as desigualdades entre povos”.O Bispo do Porto falava à margem da inauguração de uma venda de arte, cujos lucros irão reverter, em parte, para o Fundo Diocesano de Solidariedade.

O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, diz, em entrevista à Renascença, que Portugal possui “bons argumentos” para manter o comando da NATO em Oeiras. Santos Silva considera que, quando chegar a altura de decisões, o nosso país possui trunfos para colocar em cima da mesa. “Portugal tem muito bons argumentos a favor da manutenção de um comando da NATO em Portugal, tem muito bons argumentos a favor do que há-de ser em concreto esse comando”, refere.“Portugal é um país fundador da Aliança Atlântica, participante nos esforços da Aliança Atlântica, basta pensar que os dois contingentes maiores de tropas portuguesas no estrangeiro estão ambos em operações NATO. Estou a falar do Kosovo e do Afeganistão. Por tudo isto, nós temos bons argumentos a favor da loca-lização geográfi ca de um comando em Portugal, quando essa questão se colocar”, sublinha Augusto Santos Silva.O novo conceito estratégico da NATO para a próxima déca-da, o futuro da missão no Afeganistão e “um novo patamar de desenvolvimento da cooperação com a Rússia” serão os temas centrais da cimeira de Lisboa, explica Santos Silva.Com questões como o sistema de defesa anti-míssil em pano de fundo, o ministro português acredita que reunião de Lis-boa vai ser “um marco” na parceria entre a Aliança Atlân-tica e Moscovo.Relativamente a uma eventual integração da Rússia na NATO, Santos Silva diz que o conceito estratégico que a or-ganização vai aprovar em Lisboa, no sábado, “mantém a política de porta aberta” a “nações europeias e democrá-ticas”.Relativamente à missão da NATO no Afeganistão, o ministro da Defesa adianta que o objectivo passa por iniciar uma fase gradual de transição para as forças locais no segundo semestre de 2011. A retirada poderá acontecer até 2015, mas a comunidade internacional vai continuar a acompa-nhar e a ajudar o Governo de Cabul, bem como o vizinho Paquistão.

Militares não entram Militares não entram

Na cimeira da NATO, militar português não entra. Ou me-lhor, entra apenas o General Valença Pinto, Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas. Os mais altos responsá-veis dos três ramos das Forças Armadas fi caram de fora: não

foram convidados para o evento. A justifi cação ofi cial é que vão estar de serviço, no apoio à cimeira, mas o mal-estar instalou-se no topo da cadeia hierárquica do Exército, da Força Aérea e da Armada. Os militares não compreendem porque é que fi caram afas-tados do encontro. A Renascença apurou que só o Gene-ral Valença Pinto estará presente na reunião de chefes de Estado e de Governo da Aliança Atlântica, e mesmo assim porque foi essa a vontade do ministro da Defesa, Augusto Santos Silva. Segundo fontes militares, a componente militar da NATO foi passada para segundo plano. Os ramos estão a prestar apoio na organização do evento, mas não estão representados na cimeira. O General Pinto Ramalho (Exército), o Almirante Melo Gomes (Armada) e o General Luís Araújo (Força Aérea) não receberam convite para participar no encontro. A ausência fi ca também expressa pelo facto de as cerimónias militares terem sido cortadas: ao longo dos dois dias haverá somente uma breve homenagem aos mortos em combate em missões da NATO, onde estará apenas um porta-bandeira de cada país aliado. Até o tradicional toque foi reduzido, para que a homenagem não exceda os cinco minutos. São sinais de um desprezo à instituição militar, acusam os militares contactados pela Renascença, incompreensíveis numa reunião deste género. Confrontada com esta situação, fonte do Estado Maior General das Forças Armadas explica que se trata de uma cimeira que se quis essencialmente política e que não é norma neste tipo de encontro os chefes militares dos ramos serem convidados.

Bispo do Porto apela a uma NATO promotora da paz

André Rodrigues

Santos Silva: Portugal tem “muito bons argumentos” para manter

comando da NATO em Oeiras

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Os chefes de Estado e de Governo que visitam Portugal, no âmbito da Cimeira da NATO, vão receber como presentes de boas-vindas artigos feitos em pele de cortiça de São Brás de Alportel. “Para os chefes de Estados masculinos, vamos oferecer 60 gravatas, em pele de cortiça natural, que estão dentro de um copo, em cortiça castanha, com a gravação do escudo português”, descreve Sandra Correia, proprietária da em-presa Pelcor que fornece os artigos, acrescentando que, para as “senhoras, são oito malas de edição limitada, em pele de cortiça natural, com a forma de um baú: o forro tem a bandeira portuguesa – com o verde e o vermelho e o escudo nacional gravado – do outro lado, o forro Pelcor com uma gravação a dizer “Limited Edition NATO Summit 2010”. A Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, re-cebe uma “Croco Maya”, uma “mala mais sofi sticada” em formato de envelope, feita com cortiça trabalhada em tons de dourado e castanho. O Presidente Barack Obama, além da gravata, vai ser pre-senteado com um guarda-chuva Pelcor – o mesmo que está no museu MoMA, em Nova Iorque – e uma coleira para o cão

d´água português, o Bo. “A coleira com trela é considerada uma peça de luxo. Uma jóia produzida em pele de cortiça natural com um fecho todo gravado a brilhantes Swarovski”, revela a empresária.

Cortiça liga Portugal, ecologia e moda Cortiça liga Portugal, ecologia e moda

Os artigos feitos com a cortiça de São Brás de Alportel ti-veram um custo zero para Governo, uma vez que a Pelcor respondeu ao convite feito pelo Primeiro-ministro, conside-rando-o uma oportunidade de expandir a marca portuguesa pelo mundo. Com estas ofertas, a cortiça é dada a conhecer como um “produto natural, que pode ser aplicado a peças únicas de luxo, fazendo a ligação entre Portugal, ecologia e moda”, explica Sandra Correia. Canetas, bolsas de cosméticos, guarda-chuvas, bonés-safa-ri, relógios de pulso, aventais e carteiras são alguns dos objectos produzidos a partir da casca de sobreiro. O negócio da família Correia começou em 1935, no centro do Algarve, e hoje exporta para os EUA, o Japão, a Holanda, a Suíça, a Suécia, Inglaterra e Emirados Árabes Unidos.

Líderes recebem prendas em cortiça

Carla Caixinha

As delegações que vão participar na cimeira da NATO praticamente lotaram os hotéis de cinco estrelas de Lis-boa.Na capital portuguesa vão estar, ao longo dos dois dias, mais de 40 chefes de Estado e de Governo, a juntar a 70 ministros dos Negócios Estrangeiros e Defesa. Na lista de presenças estão também incluídos os responsáveis máxi-mos das Nações Unidas e da União Europeia.Por razões de segurança, os hoteleiros estão proibidos de anunciar quais as delegações que fi cam nos respec-tivos hotéis.

Hotéis de luxo lotados

À margem da Cimeira da NATO, os acompanhantes dos chefes de Estado e de Governo vão fazer um programa cultural.Estão previstas visitas à Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, ao Museu dos Coches e ao Mosteiro dos Jeróni-mos.O Museu do Design e da Moda, o Museu Berardo e a Cul-turália, uma mostra de produtos da gastronomia portu-guesa, são outros pontos de passagem da comitiva. A visita decorre, tal como a cimeira, hoje e amanhã e terá como anfi triã a ministra da Cultura, Gabriela Ca-navilhas.

Roteiro cultural

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A poupança das famílias

Há alguns dias, pediram-me para falar sobre poupança em Portugal: poupança das famílias e poupança do País. Como me acontece frequente-mente, “a posteriori” lembro-me de coisas que poderia ter dito mas me esque-ci de dizer. Aproveito para es-crever um desses pontos.Portugal teve durante décadas taxas de poupanca elevadas. Em parte isto resultava das re-messas dos emigrantes, mas em parte tratava-se também de uma questão cultural. E recu-perar esses níveis de poupança de outrora é também hoje uma questão cultural. Claro que é importante que o governo propicie bons instru-mentos de poupança (e não volte atrás nas suas promessas como fez recentemente no caso dos certifi cados de aforro); mas a poupança das famí-

lias começa com a atitude das famílias.Neste sentido, parece-me particularment impor-tante educar os jovens a dar mais valor às coisas, ao dinheiro, e consequentemente à poupança.

Não digo ensinar que o dinhei-ro é o mais importante na vida -- claro que não é. O que se trata é evitar a atitude faci-lista com que as crianças são frequentemente educadas. É muito mais desagradável para os pais dar pouco dinheiro aos fi lhos; mas é muito mais efi ciente no processo de edu-cação do sentido de responsa-bilidade pessoal e valorização

da poupança.Uma mesada fi xa e não demasiado generosa pode fazer mais pela poupança em Portugal do que mil Decretos-Lei.

Rezar pelos cristãos do IraqueNo Iraque, a violência anti-cristã não para de cres-cer. Esta perseguição religiosa agravou-se desde que os Estados Unidos invadiram o país, em 2003. Barak Obama bem pode apregoar pelo mundo os va-lores da democracia, mas, no terreno, a situação está incontrolável.“Grupos armados fundamentalistas entram em bairros onde vivem os cristãos e matam indiscrimi-

nadamente os que se atravessam no seu caminho”, disse há dias um bispo caldeu. A Al-Qaeda decla-rou os cristãos um alvo a abater e uma das acções mais terríveis foi executada, há pouco mais de 15 dias, durante a missa de Domingo, na catedral siro-católica de Bagdad. O massacre causou 53 mortos e 60 feridos.Ontem mesmo, aos microfones da Renascença, o arcebispo siro-católico, cuja catedral foi atacada, referiu-se ao medo com que muitos cristãos en-caram o futuro, mas – ao mesmo tempo – deu-nos

uma lição incrível de esperança, ao dizer que rezam e que, na altura, fi zeram três dias de jejum para implorar a Deus força e paciência para permanecerem lá, onde nasceram, fi éis a Cristo.Os bispos locais – e o próprio Papa - lan-çam sucessivos apelos aos responsáveis do mundo para pôr fi m à violência e este arcebispo, em concreto aos portugueses, pede orações.Mesmo que as potências mundiais e os campeões da democracia pareçam surdos a estes apelos, os cristãos do Iraque me-recem as nossas orações.

Aura Miguel

É muito mais desagradável para os pais dar pouco dinheiro aos fi lhos; mas é muito mais efi ciente no processo de educação do sentido de responsabilidade pessoal e valorização da poupança

Luís CabralProfessor da IESE Business School

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Saúde

TC arrasa contratação de médicos tarefeiros

Dora Pires »

Médicos, administradores hospitalares e Ministério da Saúde saem mal no retrato que o Tribunal de Contas (TC) fez à contratação de médicos tare-feiros para os hospitais públicos.O relatório, que avalia os custos e o resultado deste regime, é demolidor, sobretudo, no que respeita às urgências. Entre 2007 e meados de 2009, estes médicos contratados à peça saíram muito caros ao país sem que tivessem trazido melhorias aos utentes.Há cerca de um ano, havia 274 empresas e 733 médicos contratados pelos hospitais do Estado para tarefas pontuais. Nenhum organismo público sabe, no entanto, quem são, nem se estão legalmente contratados, diz o relató-rio. Em muitos casos, essa contratação faz-se por ajuste directo, mesmo quando estavam em causa verbas acima dos 200 mil euros por ano.O TC reconhece que a presença de tarefeiros existe em vários sectores e, muitas vezes, com ganhos fi nanceiros e em Saúde, mas o seu verdadeiro “reino” são as urgências. É aqui que é detectado o descalabro.Nos 14 centros hospitalares auditados, estes médicos custaram 63 milhões de euros, entre 2007 a meados de 2009, mas isso não trouxe qualquer me-lhoria. A produção diminuiu, com menos 20 mil atendimentos, e os custos com cada doente aumentaram 5%.O Ministério da Saúde é repetidamente criticado pela forma como defi niu os preços de referência a pagar aos tarefeiros. O relatório analisa depois quatro hospitais ao acaso e conclui que até ti-nham poupado se, em vez de pagarem horas extraordinárias aos seus mé-dicos, tivessem feito contratos externos. No caso do Hospital da Figueira da Foz a poupança andaria perto dos dois milhões de euros.Uma das recomendações do TC é a de que os hospitais devem reorganizar-se de forma a garantir que cada médico do quadro venha a trabalhar mais horas na urgência, dentro do seu período normal de trabalho.Na reacção ao relatório do TC, o bastonário da Ordem dos Médicos diz que ele prova que a reforma da saúde falhou.Pedro Nunes defendeu, em declarações à Renascença, que o poder político deve reconhecer que errou, ao apostar numa lógica de mercado que con-duziu a perversões no sistema que os médicos aproveitaram, sobretudo, nas especialidades onde há falta de clínicos.

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Greve geral

Metropolitano de Lisboa fecha no dia 24

Mafalda Lacerda »

O Metropolitano de Lisboa vai encerrar a 24 de Novembro, dia da greve geral, segundo apurou a Renascença junto do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP).“Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa aderiram em massa à greve geral marcada para o próximo dia 24 de Novembro, quarta-feira”, adian-tou o coordenador do STRUP, Diamantino Lopes, que prevê “uma adesão muito perto dos 100%”.O tribunal arbitral constituído junto do Conselho Económico e Social, de-cidiu, por maioria, não fi xar “quaisquer serviços mínimos relativamente à circulação de composições” no Metro de Lisboa e a empresa acatou a decisão.“O Metropolitano nunca fez serviços mínimos. Ou trabalha toda a gente ou, então, estamos de greve”, explicou o coordenador do Sindicato.De acordo com a decisão do Tribunal, o Metro terá apenas de cumprir com os serviços mínimos de segurança e manutenção, o que segundo Dia-mantino Lopes, signifi ca que alguns trabalhadores estarão destacados pelo sindicato para alguns pontos da empresa, de forma a “evitar qualquer situação anómola”.

Defesa

Governo desmente difi culdades com pagamento de salários

O gabinete do ministro da Defesa desmentiu a existência de proble-mas com o pagamento de salários no sector.O gabinete de Augusto Santos Silva reagiu em linha com o Ministério as Finanças, que veio hoje assegurar que será cumprido o pagamento de todas as remunerações, incluindo subsídio de Natal, aos trabalhado-res do Estado. De acordo com o “Correio da Ma-nhã”, estariam em causa os salários dos militares, respeitantes ao mês de Dezembro, por falta de verba no Ministério da Defesa.O jornal alude a um memorando, elaborado pelo secretário-geral do ministério, sustentando que seria necessária uma verba adicional de 85 milhões de euros. Desta quantia, as Finanças só estariam dispostas a libertar 55 milhões. Ambos os ministérios garantem, agora, contudo, que não haverá qualquer problema.

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Património

Portugal não protege centros históricos

O director do Centro de Investigação em Património da Universidade Lu-síada afi rmou hoje que Portugal não tem feito esforços para proteger os centros históricos das suas cidades, uma responsabilidade atribuída ao Governo e também à sociedade.“Há uma grande falta de vontade de protecção do nosso património histórico e claro que o grande res-ponsável é o Governo central, mas também os cidadãos, que não dão o valor que deveriam dar”, afi rmou Nuno dos Santos Pinheiro, que foi presidente do IPPAR, à margem do IV Fórum Ibérico sobre Centros Históri-cos que hoje termina em Cascais.

r/com renascença comunicação multimédia, 2010

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Haiti

Confrontos entre jovens e soldados da ONU

Centenas de haitianos, na maioria jovens, envolveram-se em confrontos com soldados da ONU no centro da capital do país, Port-au-Prince, lan-çando pedras e erguendo barricadas numa manifestação suscitada pela epidemia da cólera, que já matou mais de mil pessoas. Um ambiente de guerrilha urbana reinou nas imediações do semi-destruído palácio presidencial. Pneus em chamas e camiões bloqueavam várias arté-rias. As autoridades dispersaram os manifestantes com gás lacrimogéneo.Diversos carros governamentais e das Nações Unidas fi caram danifi cados devido aos apedrejamentos.

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PAC

Comissão aprovou linhas gerais da reformaA Comissão Europeia apresentou as linhas gerais para a reforma da Política Agrícola Comum (PAC), uma proposta que prevê o fi m do actual sistema de pagamentos directos baseado em “referências históricas”, mecanismo que limitava os apoios em países com produtividade reduzida como Portugal e que prejudica os novos Estados-membros. O documento avança três opções de “aprofundamento” da PAC e Bruxelas compromete-se a apresentar propostas legislativas formais em meados do próximo ano, para reformar a política comum mais antiga e mais cara da União Europeia (UE).O objectivo é corrigir as defi ciências mais prementes da PAC, com a intro-dução de alterações graduais, de modo a tornar a PAC mais ecológica, jus-ta, efi ciente e efi caz. A reforma passará, também, por abandonar progres-sivamente o apoio ao rendimento e por medidas de mercado, colocando a tónica nos objectivos relativos ao ambiente e às alterações climáticas.Em qualquer das opções, Bruxelas prevê a manutenção do actual sistema baseado em dois pilares. O primeiro abrange os pagamentos directos e as medidas de mercado, em que as regras são defi nidas a nível da UE, e o segundo compreende medidas plurianuais de desenvolvimento rural, em que o quadro de opções é estabelecido a nível da UE mas a escolha fi nal dos regimes fi ca ao critério dos Estados-membros ou das regiões mediante gestão conjunta.

Cuba

Fidel anunciou saída da liderança do PC

O líder histórico de Cuba, Fidel Cas-tro, revelou a um grupo de estudan-tes que o visitou que abandonou a liderança do Partido Comunista, o único autorizado no país.O homem que chefi ou Cuba durante décadas já tinha abandonado a che-fi a do Governo, substituído pelo seu irmão Raul, mas mantinha-se ainda como responsável pelo partido. “Adoeci e fi z o que tinha que fazer: deleguei os meus poderes. Não me posso comprometer com algo que não tenho condições de fazer a tempo inteiro”, explicou Castro, de 84 anos, aos estudantes .O anúncio de Fidel surge num mo-mento de grandes alterações em Cuba. O presidente Raul Castro tem tomado medidas liberalizadoras da economia e já afi rmou que o próxi-mo congresso do Partido Comunista deverá marcar a passagem da gera-ção de líderes que se encontra no poder desde a revolução de 1959.

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Terrorismo

Mala suspeita em voo para a Alemanha não tinha explosivosA mala contendo um detonador e um relógio, encontrada na quarta-feira no principal aeroporto da Na-míbia, num voo com destino a Mu-nique, era um teste de segurança e não continha explosivos, disse hoje o ministro do Interior alemão, Tho-mas de Maiziere.A polícia da Namíbia encontrou a mala nos controlos normais de se-gurança antes do voo de um avião de passageiros da Air Berlin. A descoberta do pacote - que a po-lícia alemã disse conter baterias juntamente com um detonador e um relógio - causou nervosismo na Alemanha e aconteceu um dia de-pois de Maiziere emitir um alerta sem precedentes sobre a possibi-lidade de ataques terroristas no país. Hoje, em conferência de imprensa, Maiziere disse que o pacote encon-trado na Namíbia era falso. Especialistas examinaram a baga-gem e descobriram que se tratava de uma mala destinada a testar a segurança.

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Chile

Trinta e três mulheres fecham-se em minaTrinta e três mulheres chilenas inva-diram uma mina de carvão abando-nada, em protesto, para exigir que seus empregos sejam restituídos. Usando capacetes de mineiro, as mulheres ocuparam a mina a 700 metros de profundidade, numa ac-ção que remete para o caso dos mi-neiros de Copiapó.O grupo de manifestantes amea-ça iniciar uma greve de fome se o Governo não as recontratar para os seus postos de trabalho, criados pelo Estado chileno com o objectivo de diminuir a recessão gerada pelo terremoto e tsunami de Fevereiro. Nas proximidades da mina, há mais de cem mulheres em apoio às 33. Residem nas localidades de Lota, Coronel e San Pedro de La Paz, na região de Bio Bío, a mais afetada pela catástrofe do início do ano.As mulheres foram contratadas pelo governo para trabalhos de limpeza e despejo dos escombros.“O que ganhamos é pouco, 138 mil pesos (à volta de 250 euros), mas precisamos disso”, disse uma das manifestantes. “Se não tivermos nenhuma resposta, começaremos uma greve de fome”, avisou.O plano de empregos de emergên-cia do Governo chileno foi concluí-do em Novembro, deixando oito mil pessoas desempregadas.

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Desde que o fenómeno da globalização se acentuou, na última década do século passado, a contestação violenta nas ruas passou a acompanhar qualquer reunião internacional. Em Novembro de 1999, os distúrbios em torno da reunião da Organização Mundial do Comércio, em Seattle, foram de tal ordem que a dita reunião abortou.

Também tem havido tentativas mais sérias e construtivas de con-testar a globalização, como os encontros em Porto Alegre (em pa-ralelo com a reunião “capitalista” em Davos, na Suíça). Mas o predomínio vai para a contestação violenta, sem grande conteúdo ideológico – os manifestantes são contra o “sistema” (seja ele o que for).

Ora esta habitual contestação tem-se tornado quase uma activi-dade profi ssional, à qual se dedicam desordeiros que pouco mais farão na vida e que se deslocam por todo o mundo, seguindo as reuniões internacionais. E cujo papel é organizar e espicaçar as contestações locais.

Claro que a globalização precisa de um enquadramento legal e po-lítico. Os Papas há muito que insistem no tema. Mas a contestação violenta não parece interessada nisso.

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Parceria Renascença/VER

Global Compact: as Nações Unidas também pintam a verde?

Helena Oliveira »

É do conhecimento geral que, em 2000, tornou-se urgente a criação de uma iniciativa que reunisse, sob a égide das Nações Unidas, um conjunto de princípios que “convidasse” as empresas a alinharem as suas operações e estratégias nas áreas dos direitos humanos, trabalho, ambiente e me-didas anti-corrupção. Mas, dez anos passados, as conclusões demonstram que “compromisso” nem sempre é traduzido por actos responsáveis.De acordo com um artigo de Jon Entine, membro do conselho de adminis-tração da Ethical Corporation, existe uma necessidade urgente de forçar os membros aderentes do Global Compact (GC) a comportarem-se melhor. A iniciativa da ONU, com uma década, convida as empresas a comprome-terem-se com os 10 princípios estabelecidos e universalmente aceites nas áreas dos direitos humanos, politicas laborais, ambiente e anti-corrupção. Hoje, é um enorme clube que conta com oito mil empresas de 135 países.Na verdade, qualquer organização empresarial que se preze tem de fazer parte do Global Compact. Contudo, um compromisso nem sempre é tradu-zido em verdadeiros actos responsáveis. E apesar de a iniciativa ter “glo-balizado” a conversa de como os negócios podem (e devem) ter um papel principal e positivo na sociedade, quando um membro quebra as suas regras de funcionamento, não existem punições, mas atribuição de medalhas.Leia mais em http://www.ver.pt/conteudos/verArtigo.aspx?id=1064&a=Responsabilidade.

Nova Zelândia

36 mineiros soterrados e incontactáveisUm grupo de 36 mineiros encontra- -se incontactável no interior de uma mina, na Nova Zelândia. Dois mineiros sobreviveram à explo-são que ocorreu na mina, situada na costa ocidental da ilha do sul da Nova Zelândia, mas nenhum contac-to foi estabelecido com outros 36 homens soterrados no acidente.“Tivemos dois mineiros que saíram da mina e estamos a tratar deles à superfície”, dissse Peter Whittall, director da sociedade que explora a mina. “Não tivemos uma comuni-cação com quem quer seja do fundo da mina«, acrescentou o responsá-vel.

Ponto de vista

O circo violento

Francisco Sarsfi eld CabralJornalista

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Viseu sem stockOs armazéns da Cáritas de Viseu estão vazios, depois de a instituição ter dado resposta a um número de pedidos superior em relação ao habitual.Fernando Borges, responsável da Cáritas diocesana viseense, disse à Re-nascença que “há um número acrescido de pessoas que jamais procuraram a Cáritas” mas o fazem agora, o que constitui “um sinal de que a crise se está a acentuar e que estão a aparecer novos pobres”.Fernando Borges explicou que as pessoas não procuram ape-nas alimentos: “São as rendas de casa, luz, água, medica-mentos...”.Só no ano de 2010, até ao fi m de Outubro, foram ajudadas 8427 pessoas por esta insti-tuição, um aumento de 41% em relação ao ano anterior.

Concistório

Jornada de refl exão antes da consagração dos novos cardeais

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O Papa Bento XVI convocou para hoje todos os mem-bros do Colégio Cardinalício, para um Concistório.O encontro, no Vaticano, tem como ponto de partida a nomeação de novos cardeais - 24, dos quais 20 têm menos de 80 anos, sendo, por isso eleitores -, mas, tal como fez nos dois Consistórios que já realizou, Bento XVI aproveita a ocasião para organizar uma jornada de refl exão na véspera da cerimónia propriamente dita.Assim, são mais de duas centenas – 203 - os cardeais que se reúnem para discutir o estado da Igreja e as

principais questões que enfrenta: liberdade religiosa no mundo, liturgia, evangelização, a resposta da Igreja aos problemas de abusos sexuais, a recepção aos gru-pos de anglicanos que queiram tornar-se católicos e, tema comum aos outros consistórios, o Islão. Numa sessão fechada à imprensa, cada um dos temas será apresentado por um cardeal da Cúria Romana, se-guindo-se um espaço de debate, com o objectivo duplo de tomar o pulso às questões que preocupam os pasto-res e informá-los das linhas de acção da Santa Sé.

Colóquio

Sampaio defende diálogo contra o isolamentoO Alto Representante da ONU para a Aliança de Civilizações, Jorge Sam-paio, defendeu, ontem, o diálogo de culturas e religiões como forma de combater “o isolamento, a des-confi ança e o confronto”.“O diálogo, complexo e exigente, de civilizações, culturas e religiões é necessário, possível e frutuoso”, dis-se o antigo Presidente da República no colóquio internacional “As Três Religiões do Livro”, que decorreu na Faculdade de Letras de Coimbra. Para Sampaio, o diálogo “é o me-lhor contraponto para o isolamen-to, a desconfi ança e o confronto, mas também o mais potente incen-tivo à abertura, ao entendimento e à tolerância”.Esse diálogo “não é fácil, mas, se não for ensinado e cultivado, cede o lugar ao monólogo ou ao mutismo, que são quase sempre fermento de perigosas atitudes extremistas e de pulsões fanáticas”, disse, ainda o Alto Representante da ONU, subli-nhando que importa que “cada civi-lização, cada religião e cada cultura seja capaz de praticar, no seu pró-prio interior, a tolerância, o reco-nhecimento da liberdade de consci-ência e o direito à diferença”.Lembrando que o Mediterrâneo “representa, simultaneamente, o centro de convergência e o ponto de fuga” das denominadas “três religiões do livro” (judaica, cristã e muçulmana), Jorge Sampaio afi r-mou que “é também nesta região do mundo que a necessidade de di-álogo inter-religioso é mais forte”.

r/com renascença comunicação multimédia, 2010

O treinador de futebol José Mourinho é a cara do spot publicitário da campanha de Natal 2010 da Cáritas.“Junte-se à Cáritas, neste Natal, acenda uma vela pela paz”, pede Mou-

rinho na oitava edição da cam-panha “10 milhões de estrelas - um gesto pela paz”, em que os portugueses são convidados a comprar velas, por um euro, para acender na noite de Na-tal, colocando-as à janela das suas casas.A campanha deste ano dá en-foque ao combate à pobreza infantil, uma realidade que aumenta no nosso país, em-bora, como sublinhou o presi-dente da Cáritas, Eugénio da Fonseca, na apresentação da campanha, as crianças não se-jam “pobres sozinhas: elas são pobres porque estão em famí-lias pobres”.

Mourinho dá a cara pela campanha de Natal

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Cartografi a

Biblioteca Nacional adquire mapa mais antigo de Portugal

A Biblioteca Nacional comprou o mais antigo mapa de Portugal, um tesouro da cartografi a que data de 1561.Terá sido elaborado por Fernando Álvares Seco aquando da embaixada a Roma, por ocasião da aclamação do Rei D. Sebastião.Em Roma residia um dos mais famosos humanistas portugueses, Aquiles Es-taço, notável latinista que redigiu a oração de obediência de D. Sebastião ao Papa e a leu perante Pio IV.O cardeal Guido Sforza terá então recebido de Estaço um particular pre-sente, para agradecer o seu empenho nos assuntos lusitanos: um mapa de Portugal, preparado por Fernando Álvares Seco, cartógrafo de quem pouco ou nada se sabe. O que mais surpreende o leitor do mapa de Portugal de Álvares Seco é a sua orientação, com o Oeste no topo. Observada de Leste (Roma), em perspectiva, a fachada ocidental da península, “perde-se” no horizonte, para Oeste.

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Literatura

Novo romance de Mario Vargas Llosa chega a Portugal

O mais recente romance de Mario Vargas Llosa, Prémio Nobel da Literatura 2010, intitulado “O Sonho do Celta”, começa este fi m-de-semana a ser vendido nas livrarias portuguesas.O escritor peruano pertence à escola do chamado “realismo mágico” da literatura sul-americana, e nesta obra inspirou-se na vida extraordinária do irlandês Roger Casement. Cônsul britânico no Congo belga no início do século XX, Casement denunciou as atrocidades do regime colonial, antes de rumar à Amazónia peruana. “O Sonho do Celta” chega a Portugal menos de 20 dias depois do lança-mento em Espanha e no Peru.Mario Vargas Llosa nasceu em Março de 1936 em Arequipa, no Peru. Foi locutor e jornalista e, em 1990, candidatou-se à Presidência do Peru, per-dendo para Alberto Fujimori. No trajecto político, começou por ser comu-nista, mas, há anos, as suas posições públicas estão próximas do centro-direita.Ao longo da sua carreira, Vargas Llosa recebeu inúmeras condecorações, como o Prémio Cervantes ou o Prémio Rómulo Gallegos. Este ano conquis-tou o Nobel da Literatura.

Harry Potter

Warner Bros. procura vídeo ilegal na netO estúdio Warner Brothers anunciou que está “activamente empenha-do” em fazer desaparecer um ex-certo do último fi lme da série Harry Potter que “foi roubado” e difundi-do ilegalmente na Internet antes da estreia do fi lme.A Warner Bros. disse estar determi-nada em perseguir quem difundiu este excerto do início do primeiro episódio de “Harry Potter e os talis-mãs da morte”.O fi lme estreou ontem na maioria das salas de cinema do mundo in-teiro.PÁG.

Itália

Berlusconi gasta 70 mil euros em restauro de estátuas

O Primeiro-ministro Silvio Berlusco-ni, cansado de passar pela estátua de Marte e de Venus que estavam amputadas dos membros superiores e da genitália, ao entrar no Palá-cio Chigi, sede do Governo italiano, resolveu devolver esses elementos às esculturas, apesar das regras de restauração estritas do país.De acordo com o jornal “La Repub-blica”, Berlusconi gastou cerca de 70 mil euros.O grupo de estátuas de mármore, instalado desde Fevereiro no pórti-co de honra do Palácio Chigi, ainda recebeu outro tratamento pouco ortodoxo: um fundo azul muito kits-ch, escolha do arquitecto pessoal do chefe do Governo italiano, Mario Catalano.Datado do ano 175 d.C. e encon-trado em 1918 em Ostia, perto de Roma, o grupo de esculturas re-presenta o deus da Guerra com os traços do imperador Marcos Aurélio e a deusa do Amor com os da sua mulher Faustina.

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Ponto Final

Cerrar dos taipais

Ribeiro CristóvãoJornalista

A morte anunciada de alguns clubes portugueses já não é surpresa para ninguém. O descalabro por que alguns deles têm passado nos últimos tempos fazia adivinhar consequências irremediáveis a muito curto prazo. Beira Mar e Santa Clara, ambos dos escalões profi ssionais, são disso os primeiros exemplos, estando na iminência de fechar as portas e dar por terminada uma actividade de muitos anos. Os jogadores serão, inevitavelmente, as primeiras vítimas, enquanto os dirigentes irão fi car de fora, a assobiar para o lado e a fazer de conta que não é com eles, nem sequer entendem o que se está a passar.À vista está a crise por que passa o país e está a chegar também ao futebol, sendo neste momento difícil de calcular toda a sua extensão. Chega-se deste modo a uma situação que não constitui surpresa, sobretudo para aqueles que se têm mantido mais aten-tos aos desmandos que têm ocorrido um pouco por todo o lado.O futebol português vive, há muito tempo, bem acima das suas possibilidades, incapaz de gerar receitas sufi cientes para enfren-tar as largas despesas que uma gestão nem sempre bem conduzida tem ajudado a aumentar assustadoramente. Não há clube onde os passivos não tenham atingido já cifras consideradas incomportá-veis e muito difíceis de anular, mesmo que o discurso optimista dos dirigentes pretenda fazer perceber o contrário.Claro que o futebol é sempre visto, entendido e julgado por entre enormes complacências e não raras cumplicidades. Só assim se compreende a passividade dos responsáveis políticos, quando pas-sam ao lado de situações gritantes, só porque não é conveniente afrontar os senhores do futebol.De Aveiro e de Ponta Delgada chegaram nas últimas horas as mais preocupantes notícias: há salários em atraso e de difícil regulari-zação e, como consequência, algumas situações em que a fome co-meça a bater à porta. Poderá parecer um exagero mas é verdade. No futebol nem todos ganham milhões, nem todos podem exibir vidas de grande ostentação.O cenário mais provável dos próximos tempos poderá passar pelo fecho de algumas portas, mesmo de clubes onde tal situação seria até há pouco impensável. Seria, por isso, aconselhável que os donos da bola, da esfera po-lítica ou desportiva, acordem para uma realidade que lhes está a bater à porta, mas à qual têm repetidamente recusado dar ouvi-dos.

Ouça a crónica de Ribeiro Cristóvão às 22h30, em Bola Branca

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Futebol/Taça de Portugal

Treze jogos no domingo

Sílvio Vieira »

A deslocação do FC Porto a Moreira de Cónegos e o Sporting-Paços de Ferreira são os jogos de maior des-taque do fi m-de-semana de Taça de Portugal.O jogo-cartaz da 4.ª eliminatória, o Benfi ca–Sporting de Braga, foi adia-do para 12 de Dezembro, devido aos condicionamentos motivados pela Cimeira da NATO.O Moreirense está de regresso às primeiras páginas da imprensa e Casquilha, treinador da equipa, está concentrado em realizar o sonho de ser o primeiro a derrotar o FC Por-to, esta época. “Queremos que se-gunda-feira seja um dia anormal”, disse o técnico à Renascença.O jogo de Alvalade é o segundo entre “leões” e “castores”, esta temporada. Na abertura da I Liga, o Paços derrotou o Sporting, na Mata Real, com golo de Rondón, que está suspenso.A equipa nortenha não atravessa um bom momento – há quatro jornadas que não vence no campeonato –, mas a convicção de Rui Vitória é a de que o adversário também não está, ainda, reabilitado.A jornada engloba seis partidas en-tre equipas da I Liga. O quadro de jogos - todos no domingo - é o se-guinte:

14h00Merelinense (II) – Carregado (II)Sp. de Espinho (II) – Leixões (LH)Atlético (II) – Tourizense (II)Pinhalnovense (II) – Tirsense (II)Mondinense (III) – Torreense (II)15h00Portimonense (I) - Guimarães (I)Beira-Mar (I) – Académica (I)Olhanense (I) – Nacional (I)Juv. de Évora (II) - Sta. Maria (III)16h00Rio Ave (I) – Feirense (LH)Marítimo (I) - Vitória de Setúbal (I)18h00Moreirense (LH) - FC Porto (I)20h15Sporting (I) - Paços de Ferreira (I)

Ribeirão e União da Madeira aguar-dam ainda pela defi nição dos seus adversários, na sequência dos pro-cessos disciplinares instaurados a Gondomar e Bombarrelense.O sorteio da 5.ª eliminatória foi hoje marcado para quinta-feira.

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Olhar

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A 19 de Novembro de 1969...

Pelé marca, de penalty, o milésimo golo da sua carreiraJosé Pedro Pinto »

Eram 23h23 de 19 de Novembro de 1969, no Rio de Janeiro, quando aquele que foi considerado pela FIFA como o Melhor Jogador de futebol de sempre marcou o 1000.º golo da sua carreira. Faz hoje 41 anos.O encontro entre o Santos, clube que eternizou a marca do “Rei”, e o Vasco, era mais um “clássico” do campeonato brasileiro e tinha voltado a encher o Maracanã. O resultado estava empatado a uma bola, quando o árbitro assinalou penalty para o Santos.“O silêncio era total, embora o Maracanã estivesse lotado. Houve grande expectativa em todo o estádio e, de resto, no Brasil, que acompanhava o jogo pela televisão. Essa tensão foi provocada pela demora na marcação”, recorda Sérgio Barbalho, à altura jorna-lista do Diário Popular.Pelé perseguia o golo 1000 “há várias partidas”, continua Barbalho, “e o golo transformou-se não só numa grande alegria como num certo alívio”.Aos 32 minutos do encontro, o defesa Fernando der-rubou Edison Arantes do Nascimento (o nome original de Pelé) na grande-área, proporcionando-lhe atingir a “marca mágica”. Edgardo Andrada, internacional argentino, foi o guarda-redes que não conseguiu evitar o destino de Pelé. Vários anos mais tarde, o guardião, já na re-forma, confessou, à Gazeta Esportiva: “Naquele dia, enfrentei o mundo. Em campo, não se ouvia sequer a respiração dos espectadores. Até os adeptos do Vas-co da Gama torciam contra mim”.

Mas, para um jo-gador que se reve-lou decisivo para a conquista de três títulos mundiais da selecção “ca-narinha” terá sido este o momento mais marcante de uma carreira recheada de sucessos? Sérgio Barbalho crê que sim, recordando as palavras de Pelé nessa noite: “Naquele momento, tenho cer-teza que Pelé pensou estar no ponto mais alto da sua carreira. Ele chorou copiosamente, ofereceu o golo às criancinhas brasileiras, emocionou-se como jamais havia ocorrido na sua vida de futebolista. Pessoal-mente, também se sentiu plenamente realizado”.Finalizado o encontro, Pelé envergou uma camisola do Santos com o número 1000 e deu uma volta olím-pica ao Maracanã.O momento das palavras do jogador do Santos, em pleno relvado, foi recordado, em 2009, por altura da comemoração dos 40 anos dess 1000.º golo.“Quarenta anos passaram e nada mudou. O problema da educação das nossas crianças continua a ser grave no nosso país”, rematou, em jeito de alerta à nave-gação, aquele que foi ainda considerado o Atleta do Século XX pelo Comité Olímpico Internacional. Na sua carreira, Pelé festejou o golo por 1284 ocasi-ões em 1371 jogos ofi ciais.

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O PrÍncipe Albert II, do Mónaco, acompa-nhado pela noiva, Charlene Wittstock, e

pela irmã, a Carolina, assistiu hoje a uma missa na Catedral de Mónaco, celebração

integrada nas cerimônias ofi ciais do Dia Nacional monegasco Foto: Valery Hache/AFP/EPA

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Cogumelos

Tailandês transferido para o Porto precisa de transplante urgente

O imigrante tailandês ontem trans-ferido de Setúbal para o Hospital de Santo António, no Porto, devido à ingestão de cogumelos venenosos, encontra-se em estado muito grave, a aguardar transplante hepático. Em declarações à agência Lusa, o di-retor do serviço de transplantes do Santo António, Jorge Daniel, expli-cou que a situação clínica do doente “está a degradar-se com rapidez”.“Lançamos já uma apelo urgente para a recolha de um órgão que per-mita fazer o transplante o mais rápi-do possível. O ideal seria podermos avançar nas próximas 24 horas”, sus-tentou o responsável.No Hospital de Setúbal, deram en-trada, pelos mesmos motivos, mais quatro tailandeses. Um foi transferi-do para Coimbra e os restantes três para hospitais de Lisboa.

Teixeira dos Santos

Contenção salarial deve continuar

O ministro das Finanças defendeu hoje que Portugal tem de prosseguir com uma política de contenção sa-larial: no Estado e também no sec-tor privado. Teixeira dos Santos falava na ceri-mónia de assinatura de dois contra-tos de empréstimo estabelecidos entre Portugal e o Banco Europeu de Investimento (BEI) e defendeu, também, a necessidade de se con-tinuar a apostar na fl exibilidade do mercado laboral.Na cerimónia, o presidente do BEI disse que Portugal está no bom ca-minho e que, por isso, está certo de que o nosso país vai cumprir os com-promissos fi nanceiros assumidos. Portugal assinou hoje dois emprés-timos com o BEI, um de 1,5 mil mi-lhões de euros, para fazer face à contrapartida nacional dos investi-mentos com fundos comunitários, e outro de 250 milhões para ajuda à reconstrução da Madeira.

Cimeira da NATO

D. Januário critica George W. Bush

O Bispo das Forças Armadas disse hoje que “o Afeganistão sofre das sequelas terrífi cas que provieram de uma mal-dade norte-americana empreendida pelo Presidente da altura”.Para D. Januário Torgal Ferreira, a prioridade, agora, deve ser resol-ver o confl ito. “O mundo gostaria que houvesse paz e que os interes-ses mercantilistas, o narcotráfi co e os interesses de algumas nações fossem postos de lado”, referiu D. Januário, que elogiou o papel de-sempenhado pelos militares portu-gueses no terreno: “Têm sido um exemplo de dignidade, espírito de segurança, competência, verdade, sem sangue nem mortandade”.O Bispo das Forças Armadas revela--se muito interessado na Cimeira da NATO que decorre em Lisboa, afi r-mando aguardar a defi nição de um novo conceito estratégico que con-tribua para o entendimento entre as nações e para a paz.

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Soldado da NATO morre no Afeganistão

Um militar ao serviço da NATO morreu hoje, no sul do Afeganistão, na sequência da explosão de uma bomba artesanal. Não foI divulgada a identidade da vítima.

Papa visita Alemanha em 2011

A Conferência Episcopal da Alemanha anunciou hoje que o Papa visita ofi cialmente o país no 2.º semestre de 2011.

PAC: agricultores desiludidos

O presidente da CAP disse hoje que esperava mais da proposta da Comissão Europeia para a reforma da Polí-tica Agrícola Comum. Na mesma linha, a CNA disse que nada de essencial vai mudar.

APORMED: dívida de 528 milhões

A APORMED, associação das empresas que vendem dispo-sitivos médicos, disse hoje que a dívida dos hospitais aos seus associados ascende a 528 milhões de euros.