Cecília Meireles
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“Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno. Em toda a minha vida, nunca me esforcei por ganhar, nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento de transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade”.
Cecília Meireles
Lecionou literatura e cultura brasileiras, literatura portuguesa e
crítica literária tanto no Brasil quanto no exterior;
Ministrou cursos e conferências sobre folclore, teatro, literatura hispano-americana e pedagogia;
Foi poeta, cronista, jornalista, tradutora;
Em 1919 publica seu primeiro livro (“Espectros”);
Em 1934 fundou a primeira biblioteca de literatura infantil do
país;
Em 1935 seu marido se suicida;
Em 1953 publica a obra épica-lírica “O Romanceiro da Inconfidência”;
Em 1958 publica sua obra poética;
CECÍLIA MEIRELES (Rio de Janeiro 1901-1964)
A MUSA CONTRA O DITADOR (artigo da Folha de São Paulo 04/08/96)
Publicação de 960 artigos sobre Educação em 1930 e 1933 no jornal carioca “Diário de Notícias”
POLÍTICA IDEOLÓGICA ESTÉTICA
“Cecília assistiu à ascensão de um estado autoritário e de uma Igreja Católica que tentava recuperar seu poder após 40 anos de uma república laica, com ares positivistas. A Revolução de 30 traz para a Igreja Católica a possibilidade de reaver o poder embora sua popularidade fosse incontestável”.
PROVAS HISTÓRICAS:
Em 1931 Nossa Senhora Aparecida é consagrada padroeira do Brasil e é inaugurado o Cristo Redentor.
FATOS:
Vaga ao cargo de professor de Literatura pela Escola Normal;
Em 1937 sua biblioteca é invadida;
Prêmio da Academia Brasileira de Letras em 1938.
SOFRE PERSEGUIÇÃO
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
Vinculada ao grupo da Revista Festa de orientação espiritualista;
Apresenta-se como herdeira de algumas características simbolistas;
Rigidamente não pode ser associada a nenhuma escola literária;
No Modernismo brasileiro é a maior representante da poesia
intimista e espiritualista
Expressa uma visão muito particular do mundo: Cromatismo Associações sensoriais Musicalidade Sinestesias Culto da beleza imaterial Preferência pela abstração
Recorrência de símbolos:
o oceano, o vento, a água, o espaço, a música, a solidão (desintegração de si)
PRINCIPAIS TEMAS:
O ETERNO O EFÊMERO
A METAMORFOSE (MUDANÇA DAS COISAS)
ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA (1953)
Fuga do intimismo ROMANCE forma poética medieval A OBRA É DIVIDIDA EM 5 PARTES I – descrição do ambiente II – descoberta dos planos III – morte de Cláudio Manuel da Costa IV – o destino de Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto; V – a presença de D. Maria, rainha de Portugal e confirmação das sentenças. Os acontecimentos são vistos como emblemáticos e seus ensinamentos podem ser associados a outras situações:
Toda vez que um justo grita,
Um carrasco o vem calar. Quem não presta fica vivo,
Quem é bom mandam matar. (Cecília Meireles – Romanceiro da Inconfidência)
Desmistificação quanto à alienação da autora
Poesia social e
fato histórico
Sensibilidade poética
e pesquisa histórica
Tematiza a liberdade, justiça,
traição, idealismo
CANÇÃO MÍNIMA No mistério do Sem-Fim Equilibra-se um planeta E no planeta, um jardim: e no jardim, um canteiro; no canteiro, uma violeta e, sobre ela, o dia inteiro, entre o planeta e o Sem-Fim, a asa de uma borboleta.
(Cecília Meireles, Viagem, 1939)
CANÇÃO MÍNIMA
No mistério do Sem-Fim Equilibra-se um planeta
E no planeta (Equilibra-se) um jardim: e no jardim (Equilibra-se) um canteiro; no canteiro (Equilibra-se) uma violeta
e, sobre ela (Equilibra-se) o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim, (Equilibra-se)
a asa de uma borboleta.