Cena de a Mão Do Macaco

11

Click here to load reader

description

CENA DE A MÃO DO MACACO

Transcript of Cena de a Mão Do Macaco

A MO DO MACACO - de W.W. Jacobs Adaptao de Flvio Lobo e Marco Santos (CENA PARA QUATRO HOMENS E UMA MULHER)

PAI E FILHO ESTO JOGANDO XADREZ. A ME EST FAZENDO CROCH.

Sr White Escuta esse vento! (NOTANDO UM ERRO FATAL NA JOGADA QUANDO J ERA TARDE DEMAIS, DESEJAVA EVITAR, COM HABILIDADE, QUE O FILHO O NOTASSE TAMBM.) (PAUSA)

Herbert White- Estou escutando. Xeque!Sr White (ELE MEXE OUTRA PEA) Acho muito difcil que ele venha esta noite.

Herbert White (Mexendo com uma pea) Mate!

Sr White - Isso o que tem de pior, viver assim to afastado! De todos os lugares idiotas, lamacentos e fora de mo que existe para se morar, este o pior. O caminho um atoleiro e, a estrada, um rio. Sra White - No fique assim, querido. Quem sabe voc ganha a prxima partida.

O PORTO BATE COM ESTRONDO E PESADOS PASSOS, VM EM DIREO PORTA. )

Herbert White - A est ele!

(O VELHO SR WHITE LEVANTA-SE PARA ABRIR A PORTA PARA A ESPERADA VISITA. BARULHO DE VENTO ATORES REAGEM SR WHITE ENTRA NO APOSENTO, SEGUIDO POR UM HOMEM ALTO E CORPULENTO, DE OLHOS SALIENTES E FACES AFOGUEADAS.)

Sr White - Sargento-major Morris (DISSE, APRESENTANDO-O)

Major Morris Que tempo horrvel! Mal d para enxergar direito com a tempestade de neve!

Sr White Hoje at que est agradvel. Tem dias em que impossvel se sair de casa por conta de tanta neve e frio.

(O MAJOR TROCA APERTOS DE MO, E, SENTA-SE NA CADEIRA OFERECIDA)

Major Morris J havia me esquecido do clima daqui. Afinal, depois de tanto tempo servindo na ndia... Ah, terra estranha! Vivia cercado de florestas tropicais, convivendo com peste, guerras e o povo que tem o comportamento mais esquisito que eu j vi! Sabia que eles veneram as vacas?

Sr White - Vinte e um anos longe daqui. Quando partiu, Morris era um belo moo, no armazm. Agora, olhem para ele.

Sra White - No parece ter-se dado muito mal.

Sr. White - Eu gostaria de conhecer a ndia... S para ver como aquele pas...Major Morris (ABANANDO A CABEA) melhor ficar por aqui mesmo. Sr. White - Gostaria de ver de perto aqueles velhos templos, os faquires, os encantadores de serpentes... Mas o que voc ia me contar no outro dia, Morris? Lembro que era sobre uma mo de macaco, ou coisa que o valha...Major Morris No era nada! Pelo menos, nada que valha a pena ouvir.

Sra White (CURIOSA) Mo de macaco?

Major Morris (Vago) Era apenas uma velha histria, envolvendo magia e encantamentos...Os trs curvaram-se para a frente, interessados. (Aps uma pausa dramtica)

(MORRIS TIRA UMA MO DE MACACO DO BOLSO E EXIBE. A SENHORA WHITE RECUA, COM UMA CARETA, MAS O FILHO, PEGA NO OBJETO, E EXAMINA COM CURIOSIDADE.)

Sr. White (TOMANDO-A DAS MOS DO FILHO E POUSANDO-A SOBRE A MESA, DEPOIS DE EXAMIN-LA.) E o que que h de especial nela?

Major Morris - Possui um encantamento que lhe foi posto h muito tempo por um velho faquir. Era o seguinte: que trs homens distintos pudessem satisfazer trs desejos cada um.

Herbert White - Bem, e por que no formula trs desejos, senhor?

Major Morris (OLHANDO PARA O GAROTO E FALANDO DEVAGAR) J formulei. . .

Sr. White - E esses trs desejos se realizaram?

Major Morris (SOTURNO) Sim.

Herbert White - E algum mais j desejou?

Major Morris (COM TOM MAIS GRAVE AINDA) O primeiro homem tambm satisfez seus trs desejos. . . No sei quais foram os dois primeiros, mas o terceiro foi a morte. Foi assim que obtive a mo do macaco.

(SILNCIO).

Sr. White - Se j obteve os seus trs desejos, no lhe serve para mais nada. Ento, Morris, por que a conserva?

Major Morris -(ABANANDO A CABEA) Nem sei ao certo. Pensei em vende-la, mas no creio que o faa. J causou infortnios demais. Alm disso, ningum a compraria. Alguns acham que uma histria demasiadamente fantstica, e os que acreditam em seus poderes querem experimentar primeiro e me pagar depois.

Sr. White (FITANDO-O) Se pudesse formular outros trs desejos, voc faria?

Major Morris No! De forma alguma!(PEGA A MO, VAI AT A COXIA E FAZ MENO DE ARREMESS-LA PARA FORA. SR. WHITE, COM UM PEQUENO GRITO, VAI AT ELE E O IMPEDE.)

Sr. White - Se no a quer, Morris, d para mim.

Major Morris (RABUGENTO) No farei isso. Quero me livrar dela. Se a quiser, no me culpe pelo que possa acontecer. Livre-se dela, se voc um homem de juzo.

Sr. White (EXAMINANDO A MO) Como se faz?

Major Morris Basta segurar e levantar com a mo direita. A s fazer o pedido em voz alta. Mas eu o previno: h consequncias.

Sra White Parece coisa das mil e uma noites! No acha que poderia desejar quatro mos para mim?

(O MARIDO TIROU O TALISM DO BOLSO E, ENTO, OS TRS DESATARAM A RIR, ENQUANTO O MAJOR, COM UM AR DE SUSTO NO ROSTO, O SEGURA PELO BRAO.)

Major Morris - (SEVERO) Se quer formular um pedido, seja sensato.

Sra White Parem vocs dois, no veem que eu estava brincando? Que bobagem...

(O SENHOR WHITE GUARDOU DE NOVO O TALISM NO BOLSO.

Major Morris - A conversa est boa, mas eu tenho que ir. Seno perco a hora do ltimo trem.

(O SR WHITE O LEVA AT A PORTA E RETORNA EM SEGUIDA)

Herbert White No sei se a tal mo do macaco verdadeira ou mais uma das histrias bizarras do Morris....

Sra White Deste alguma coisa por ela, meu velho?

Sr. White - (MEIO SEM GRAA) Uma bagatela. Ele no queria aceitar, mas eu o obriguei. Ele insistiu muito para que eu me livrasse dela.

Herbert White No faa isso! Ora essa! Vamos ficar ricos, famosos e felizes. Para comear, deseje ser imperador, papai. A voc no poder mais ser dominado pela mame.

(CORREU EM VOLTA DA MESA, PERSEGUIDO PELA INDIGNADA SENHORA WHITE, ARMADA DE UMA VASSOURA. O SENHOR WHITE TIRA A MO DE MACACO DO BOLSO E OLHA PARA ELA, INDECISO.)

Sr. White - No sei o que posso desejar, esta a verdade... Eu tenho tudo o que quero.

Herbert White Se liquidasse a hipoteca da casa, seria uma felicidade, no ?. Pois bem: deseje duzentas libras; justamente o que falta.

(O PAI, SORRINDO, MEIO ENVERGONHADO DA PRPRIA CREDULIDADE, ERGUEU O TALISM)

Sr. White - Desejo ter duzentas libras (O VELHO LARGA A MO E D UM GRITO ASSUSTADO. O FILHO E A ESPOSA CORRERAM PARA ELE.) Ela se mexeu!... Quando fiz o pedido, ela se contraiu na minha mo que nem uma cobra!Herbert White - Bem, no vejo o dinheiro... e aposto que nunca o verei.

Sra White (ANSIOSA) Deve ter sido impresso sua, meu velho.

(O MARIDO ABANOU A CABEA.)

Sr. White - No importa, porm. No aconteceu nada de mau, mas levei um choque, assim mesmo.

(O CASAL DE VELHOS SE LEVANTOU PARA SE RECOLHER.)

Herbert White (FAZENDO GRAA PRA QUEBRAR O CLIMA) Espero que encontre o dinheiro amarrado em um grande mao, no meio da cama,amanh pela manh. E, quem sabe, um monstro gosmento embaixo da cama reclamando a sua parte da fortuna... r, r, r!...

Saem.Mudana de luz. Manh seguinte. Todos voltam cena.Sra White E ontem a noite, heim? O sargento Morris e seus casos... Foi divertido ouvir aquelas histrias. Mas no acredito em nada daquilo. Quem vai acreditar que mos mgicas realizam desejos? Mas que duzentas libras no lhe fariam mal algum, ah, isso verdade, heim, meu velho?

Herbert White (fazendo chacota) As duzentas podiam cair do cu na sua cabea, trazidas por um falco do Norte.

Sr. White - Morris contou que as coisas aconteciam to naturalmente que as pessoas acreditavam ser mera coincidncia...

Herbert White - (Levantando-se da Mesa ) Bem, no v gastar o dinheiro todo antes que eu esteja de volta, heim? r, r, r...(A ME RIU-SE, E, ACOMPANHANDO-O AT A PORTA, OBSERVOU-O ENQUANTO SEGUIA PELA ESTRADA ABAIXO, E DEPOIS, VOLTOU MESA DO CAF. EIS QUE UMA CARTA ENFIADA POR BAIXO DA PORTA. ELES SE ENTREOLHAM. ELA VAI AT L E PEGA A CARTA. SUSPENSE. ABRE E VERIFICA QUE APENAS A CONTA DO ALFAIATE.

Sra White (ARRUMANDO A MESA) Herbert vai pegar no seu p, quando voltar. Aposto que ele vai fazer muitas gozaes sobre o seu pedido para a mo do macaco.Sr. White Imagino que sim, mas, seja como for, aquela coisa se mexeu na minha mo; isso eu posso jurar.

Sra White (MEIGAMENTE) Voc pensou que se mexeu.

Sr. White - Digo que se mexeu! No resta a menor dvida. Eu tinha... que foi?

(A ESPOSA NO RESPONDEU. ESTAVA OBSERVANDO OS MISTERIOSOS MOVIMENTOS DE UMA PESSOA, L FORA. ELA BATEU NA PORTA. OS VELHOS SE ENTREOLHARAM. A SRA. WHITE VAI ABRIR A PORTA E PERMITIU QUE O VISITANTE ENTRASSE. ERA UMA MULHER VESTIDA DE PRETO. ELA OLHAVA FURTIVAMENTE PARA A SENHORA WHITE COM AR PREOCUPADO)

Sra White A senhora fique vontade. No repare na casa, pois no espervamos uma visita to ilustre assim...

Visitante - Pediram-me... para vir aqui. Venho de parte da empresa Windsor & Tudors.

(A VELHA SENHORA SOBRESSALTOU-SE.)

Sra White - Que foi? Aconteceu alguma coisa a Herbert? Que ? Que ? Fale! Diga alguma coisa!Sr. White - Vamos, vamos, minha velha. Sente-se, e no tire concluses apressadas. A senhora no traz ms notcias, estou certo?

Visitante - Sinto muito. . .

Sra White Meu filho est ferido?

(A VISITANTE CURVOU-SE, CONFIRMANDO.)

Visitante - Gravemente ferido, mas j no sofre coisa alguma.

Sra White - Oh. graas a Deus! Graas a Deus, por isso. Graas...

(INTERROMPEU-SE DE SBITO, AO PERCEBER A SINISTRA PAUSA QUE O VISITANTE DEU. A SENHORA WHITE SUSPENDEU A RESPIRAO, E VOLTANDO-SE PARA O MARIDO, MENOS PERSPICAZ EM COMPREENDER DO QUE ELA, POUSOU A MO TRMULA NA DELE. HOUVE UM LONGO SILNCIO.)

Visitante (EM VOZ BAIXA.) Foi colhido por uma mquina.

Sr. White - Colhido por uma mquina.

Visitante - Sim.

(FICOU SENTADO, OLHANDO CONFUSAMENTE PELA JANELA)

Sr. White - (FALA PARA O VISITANTE) Era o nico filho que nos restava - duro.

(O VISITANTE TOSSIU.)

Visitante - A firma me encarregou de lhes transmitir a sua sincera simpatia pela grande perda que sofreram. Peo para compreenderem que sou apenas um funcionrio e que estou obedecendo a ordens recebidas. (NO HOUVE RESPOSTA).Devo dizer que a Windsor & Tudors nega qualquer responsabilidade. No admitem qualquer obrigao, mas, em considerao aos servios prestados por seu filho, desejam lhes oferecer certa importncia em dinheiro, a ttulo de compensao.

(O SENHOR WHITE DEIXOU CAIR A MO DA ESPOSA, E, PONDO-SE EM P, FITOU A VISITANTE COM UM OLHAR HORRORIZADO. BALBUCIOU)

Sr. White - Quanto?

Visitante - Duzentas libras.

(INCONSCIENTE DO GRITO DA ESPOSA, O ANCIO SORRIU DEBILMENTE, ESTENDEU AS MOS FEITO UM HOMEM CEGO, E CAIU, QUAL UM FARRAPO, NA CADEIRA. O VISITANTE DEIXA O CHEQUE SOBRE A MESA E SAI. A SRA WHITE FAZ MENAO DE SAIR TAMBM)

Sr. White No saia de casa, minha velha. J est tarde e faz muito frio...

Sra White (INCONSOLVEL) Mais frio estar sentindo meu filho.

(OS DOIS SE ABRAAM AT QUE UM SBITO GRITO SELVAGEM DA ESPOSA O ASSUSTA EM SOBRESSALTO.)

Sra White - A mo do macaco! (GRITA ELA) A mo do macaco!

Sr. White (DESORIENTADO) Onde? Onde est? Que foi que aconteceu?

Sra White Cad ela? Voc no a destruiu, no ?Sr. White - Est ali, na prateleira. Por qu?

(ELA CHORAVA E RIA-SE AO MESMO TEMPO E, CURVANDO-SE, BEIJOU-O NA FACE.)

Sra White - S agora me lembrei disso. Por que no me lembrei antes? Por que voc no se lembrou?

Sr. White - Lembrar de qu?

Sra White - Dos outros dois desejos. S fizemos um.

Sr. White - E no foi bastante? .

Sra White - No! Faremos mais um. Pegue a mo, traga ela depressa, e faa o desejo que o nosso filho esteja vivo de novo.

Sr. White (ATERRORIZADO) Santo Deus, est louca!

Sra. White - Vai busc-la, vai busc-la e faa o pedido. Oh, meu filho, meu filho!

Sr. White - Vai para a cama. Voc no sabe o que est dizendo.

Sra White - (com fervor) Conseguimos a realizao do primeiro desejo, por que no haveremos de obter o segundo?

Sr. White Foi uma coincidncia....

Sra White (GRITANDO) Pegue a mo do macaco!

(ELE DIRIGIU-SE LENTAMENTE AT A MO E A PEGOU. O HORRVEL MEDO DE QUE O DESEJO NO FORMULADO TROUXESSE O FILHO MUTILADO SUA PRESENA, ANTES QUE ELE PUDESSE FUGIR DO APOSENTO, APODEROU-SE DO SEU ESPRITO.)

Sra White - Pede!

Sr. White - uma tolice intil.

Sra White - Pede!

Sr. White (ERGUENDO A MO.) Quero meu filho vivo de novo.

(O TALISM CAIU NO ASSOALHO E O VELHO FITOU-O, ESTREMECENDO. DEPOIS, DEIXOU CAIR-SE, TREMENDO, EM. UMA CADEIRA DURANTE ALGUM TEMPO NADA ACONTECE AMBOS SENTEM-SE MEIO IDIOTAS POR ACREDITAR QUE A MO FOSSE TER TAL PODER AT QUE UMA BATIDA TO LEVE E FURTIVA QUE MAL ERA AUDVEL, SOOU NA PORTA DA RUA. OS DOIS SE OLHAM ESPANTADOS A BATIDA SE REPETE AMBOS ESTREMECEM, INCRDULOS AT QUE UMA TERCEIRA BATIDA SOA NA PORTA)

Sra White - Que foi isto?

Sr. White (COM VOZ TRMULA) Deve ter sido um rato. Um rato passou por mim, nas escadas, hoje pela manh.

(A ESPOSA PAROU PARA PRESTAR ATENO. UMA BATIDA FORTE RESSOOU PELA CASA.)

Sra White - Herbert. Herbert!

(CORREU PARA A PORTA, MAS O MARIDO COLOCOU-SE DIANTE DELA E, AGARRANDO-A PELO BRAO, SEGUROU-A COM FORA.)

Sr. White (SUSSURRANDO, ASPERAMENTE) Que vai fazer?

Sra White - meu filho, Herbert! (GRITANDO E LUTANDO MECANICAMENTE.) Tinha me esquecido de que so duas milhas do cemitrio at aqui. Por que voc me segura? Me solta! Tenho de abrir a porta.

Sr. White - Pelo amor de Deus, no o deixe entrar!

Sra White - Tem medo do seu prprio, filho! Deixa-me ir! J vou, Herbert, j vou!

(HOUVE OUTRA BATIDA, E MAIS OUTRA. A ANCI, NUM SBITO ARRANCO, LIBERTOU-SE A SAIU CORRENDO. O MARIDO CHAMA INSISTENTEMENTE, ENQUANTO ELA CORRE AT A PORTA. OUVE A CORRENTE DE SEGURANA SER RETIRADA E A LINGETA DA CHAVE ABRIR-SE, RANGENDO. DEPOIS, A VOZ DA ANCI, SPERA. E PALPITANTE.)

Sra White Minhas mos esto frias. No estou conseguindo virar a chave! Venha, no tenho fora para abrir a porta!

(MAS O MARIDO ESTAVA DE GATAS, ARRASTANDO-SE FEROZMENTE PELO CHO, PROCURA DA MO DO MACACO. UMA VERDADEIRA SARAIVADA DE BATIDAS REPERCUTIU PELA CASA, E ELE OUVIU O BATER DE UM MARTELO NO FERROLHO. OUVIU, AINDA, O RUDO DO FERROLHO AO SER ABERTO LENTAMENTE NO MESMO INSTANTE, ACHOU A MO DO MACACO, E, FRENETICAMENTE, BRADOU SEU TERCEIRO E LTIMO , DESEJO.)

Sr. White Desejo que meu filho descanse em paz!!!

(AS BATIDAS PARARAM DE SBITO, EMBORA O SEU ECO INUNDASSE, AINDA, A CASA. OUVIU O MARTELO CAIR E A PORTA ABRIR-SE. UM VENTO FRIO ENCANOU PELO VO DAS ESCADAS, E OUVIU O LONGO E SONOROSO LAMENTO DE DECEPO E AGONIA DA ESPOSA QUE RETORNAVA)

Sra White - No havia ningum na porta, meu velho!