Cenário da Saúde Nº 01 - Setembro/2014

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Publicação do Sistema Abramge-Sinamge-Sinog - Edição I - N o 01 - Setembro/2014

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Publicação trimestral de circulação nacional produzida pelo Sistema Abramge / Sinamge / Sinog.

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Publicação do Sistema Abramge-Sinamge-Sinog - Edição I - No 01 - Setembro/2014

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A saúde suplementar no Brasil cresceu consistentemente nos úl-timos anos e o país ocupa lugar de destaque no cenário mundial. O mercado de planos de saúde brasileiro é o segundo maior do mundo, oferecendo cobertura para 71,7 milhões de beneficiários e movimentando volume financeiro equivalente a US$ 44,7 bilhões em 2011 – último ano com dados consolidados pela Organização Mundial de Saúde.

Nos Estados Unidos, país que possui o maior mercado do mundo, mais de 80% da população tem plano privado de saúde, seja coleti-vo, individual ou público, neste último caso mantido pelo Estado e administrado por operadoras privadas.

Completam a lista dos 10 países que contam com mercado de planos de saúde mais maduros: a França, a Alemanha, a África do Sul, o Canadá, a China, o Japão, a Espanha e a Austrália.

Na França, Canadá, Japão e Espanha a cobertura de serviços de saúde é pública, cabendo às operadoras de planos de saúde com-plementar o atendimento público, oferecendo serviços que não são garantidos por aquele.

A África do Sul possui modelo semelhante ao brasileiro. As assis-tências pública e privada caminham paralelamente e a população com plano de saúde alcança 20% do total de habitantes (no Brasil essa taxa já ultrapassa 25%).

Na Alemanha e na Austrália, onde a cobertura de planos privados atinge 14% e 50% da população, respectivamente, todos podem optar entre o acesso aos sistemas público ou privado. Em ambos os países o Governo retorna parte da mensalidade paga pelo bene-ficiário, pois entende que a adesão ao sistema privado desonera o sistema público de saúde.

editorial

2 Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

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Estados Unidos

Brasil

França

Alemanha

África do Sul

Canadá

China

Japão

Espanha

Austrália

População coberta por plano privado de saúde - 262 milhões(84% da população)

População coberta por plano privado de saúde - 11,6 milhões (14,3% da população)

População coberta por plano privado de saúde - 11 milhões(20,0% da população)

População coberta por plano privado de saúde - 11 milhões(50,0% da população) bilhões de US$ (PPP*)

10 maiores mercados de planos de saúde do mundo (em volume financeiro) - 2011

826,2

44,7

36,4

34,9

20,5

20,1

16,6

9,5

8,0

7,1

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da Organização Mundial de Saúde e Commonwealth Fund.* Paridade de Poder de Compra (do inglês Purchasing Power Parity)

O Brasil tem um dos maiores mercados de planos indi-viduais do mundo. No país, esses planos representam 20% de todo o mercado suplementar de saúde, somando 10,1 milhões de beneficiários. Nos Estados Unidos – maior con-centração mundial de pessoas com saúde privada – apenas 6%, ou seja, 15,8 milhões de usuários possuem planos de contratação individual/familiar. Além disso, o número de beneficiários em planos individuais no Brasil é equivalente ao total de beneficiários da saúde privada em países como Austrália (11,0 milhões), África do Sul (11,0 milhões) e Ale-manha (11,6 milhões).

3Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

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Beneficiários de planos de saúde por tipo de contratação

Brasil (mar/2014)(50,7 milhões - total de beneficiários)

Estados Unidos (2012)(262,2 milhões - total de beneficiários)

No Brasil, o setor de saúde também é um dos principais empregadores, gerando mais de 3,1 milhões de em-pregos diretos e indiretos – formais e autônomos – segundo informações de dezembro/2013 do Ministério da Saúde. No que tange aos empregos formais (carteira assinada), o setor em-prega mais de 1,9 milhão de trabalha-dores.

Além disso, a despeito da desace-leração da economia e do mercado de trabalho, o setor de saúde gerou o equivalente a 61 mil novas vagas no 1o semestre do ano, o equivalente a 12% do total de empregos criados no país no período, ocupando a terceira colocação no que se refere à geração

de novos empregos e ultrapassando setores tradicionais como construção civil e automobilística.

As operadoras de planos de saúde, por sua vez, geram cerca de 80 mil em-pregos formais, sem considerarmos os profissionais envolvidos nas redes pró-prias de atendimento (como hospitais e clínicas). É importante ressaltarmos também que o setor paga salários 20% superiores à média nacional – em ope-radoras de planos de saúde o salário médio está em torno de R$ 2.324, en-quanto o salário médio nacional é de R$ 1.928.

O setor já ocupa lugar de destaque no cenário nacional e internacional, tanto do ponto de vista social quan-

to econômico. Entretanto, para trans-por desafios como o envelhecimento da população, ampliação de acesso aos serviços públicos e privados de saúde, melhora na qualidade da as-sistência, aumento de eficiência e o efetivo controle da incorporação de novas tecnologias, o setor precisa ser atendido com mais prioridade pelas agendas pública e privada. Questões importantes como a desoneração do setor de saúde, a reforma tributária e uma agenda regulatória, que antecipe os desafios futuros e comprometa-se com a efetiva análise de impacto regu-latório, são de suma importância para o desenvolvimento do setor, assimcomo do país, nos próximos anos.

6,7 milhões (13%)Coletivo por adesão

0,6 milhão (1%)Não identificado

10,1 milhões (20%)Individuais/familiares 15,8 milhões (6,0%)

Outros privados (individuais e coletivos por adesão)

149,5 milhões (57%)Coletivos empresariais

51,1 milhões (19,5%)Medicaid

4,0 milhões (1,5%)Outros planos públicos

42 milhões (16%)Medicare

33,4 milhões (66%)Coletivos empresariais

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS e Kaiser Family Foundation.

4 Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

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Geração de novos empregos no 1º sem/2014 – 5 setores que mais geraram empregos e os 5 que mais demitiram no período

10 principais setores em ranking de geração de empregos formais (RAIS-2012)

9,08,1

3,0 2,8 2,4 2,1 1,9 1,9 1,9 1,7

91.217 86.127

60.907 56.70447.404

-3.115 -4.385 -4.490-17.194

-76.003

Administração

Pública

Agricultura e

Pecuária

Agricultura e

Pecuária

Construção Civil

Outras

Atividades

Bebidas

Comércio

Educação

Transporte

Serviços de

Segurança e Apoio

Saúde

Metalurgia e

Produtos Metálicos

Construção Civil

Saúde

Serviços de Segurança e

Apoio a Edifícios

Fabricação de Máq. e

Equipamentos

Alojamento e

Alimentação

Automobilístico

Milhões de empregos

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Ministério do Trabalho e Emprego.

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Ministério do Trabalho e Emprego.

Educação

Comércio

5Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

Page 6: Cenário da Saúde Nº 01 - Setembro/2014

Mercado de saúde suplementar

O mercado de saúde suplementar ultra-passou em dezembro de 2013 a marca de 70 milhões de usuários e, em março de 2014, alcançou um total de 71,7 mi-lhões de beneficiários.

Recentemente, a população co-berta por plano de saúde médico--hospitalar cresceu em ritmo forte no Brasil adicionando, por ano, cerca de dois milhões de novos usuários no sis-tema de saúde suplementar. Com esse forte ritmo de crescimento, o número de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares se aproximou do total da população inglesa, que possui cerca de 53 milhões de pessoas cober-tas pelo sistema público de saúde (Na-tional Health Service – NHS).

Por sua vez, o número de beneficiá-rios de planos exclusivamente odon-tológicos cresceu no Brasil a uma taxa

média de 17,4% – dois dígitos ao ano – desde o início da série histórica emmarço de 2000. A título de compara-ção, a população beneficiária de pla-nos odontológicos já é maior do que o número de habitantes em muitospaíses, como, por exemplo, no Chile, que conta com cerca de 17,5 milhões de pessoas.

Essas comparações revelam o ta-manho do mercado que acessa os serviços privados de saúde no Brasil e mostram os desafios de se gerir e or-ganizar a extensa rede de prestação de serviços para o atendimento dessa população.

Número de beneficiários e taxa de cobertura

Mercado de saúde suplementar – Número de beneficiários

39,3

9,2

46,5

17,0

42,7

13,3

50,6

20,8

41,5

11,1

48,2

19,2

45,2

14,5

50,7

21,0

2007 20112009 20132008 20122010 mar/14

Em milhões

Médico-hospitalar Odontológica

• Equivalente à população da Inglaterra• Taxa de cobertura de 26%

• Maior que a população do Chile (17.5 milhões)

• Taxa de cobertura de 11%

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

6 Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

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Taxa média de crescimento em 12 meses de beneficiários de planos médico-hospitalares – 2011 a 2014

Taxa média de crescimento trimestre contra trimestre de beneficiários de planos médico-hospitalares – 2011 a 2014

Apesar dos avanços, dados mais recentes mostram redução na taxa de crescimento do mercado. Esse de-sempenho pode ter sido influenciado pelo desaquecimento do mercado de trabalho e perspectivas negativas da economia brasileira para este e o pró-ximo ano.

Desse modo, apesar de a taxa de crescimento anual de beneficiários em planos médico-hospitalares ter se mantido em 4,7% – nível elevado se considerados períodos anteriores –, o crescimento trimestral foi de apenas 0,3% no 1o tri/2014 em relação ao 4o tri/2013, evidenciando a queda na co-mercialização de novos planos de saú-de no período.

Outra informação que reforça a queda na comercialização de novos planos de saúde é o crescimento de beneficiários no 1o trimestre em rela-ção ao desempenho no mesmo pe-ríodo em anos anteriores. A adesão de 148 mil novos beneficiários entre janeiro e março de 2014 é positiva, no entanto foi o menor volume regis-trado para o período desde a crise de 2009.

6,2

1,5

5,2

0,6

3,3

0,2

3,0

0,6

2,1

0,7

2,7

1,1

3,5

1,0

3,8

0,9

3,5

0,5

3,6

1,2

4,3

1,7

4,8

1,4

4,7

0,3

1o Tri

1o Tri

1o Tri

1o Tri

1o Tri

1o Tri

1o Tri

1o Tri

3o Tri

3o Tri

3o Tri

3o Tri

3o Tri

3o Tri

2o Tri

2o Tri

2o Tri

2o Tri

2o Tri

2o Tri

2011

2011

2012

2012

2013

2013

2014

2014

4o Tri

4o Tri

4o Tri

4o Tri

4o Tri

4o Tri

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

em %

em %

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

7Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

Page 8: Cenário da Saúde Nº 01 - Setembro/2014

Mercado de saúde suplementar

Inclusão de novos beneficiários de planos médico-hospitalares no 1o tri – 2007 a 2014

Desempenho do mercado de planos médico-hospitalares por modalidade da operadora

As operadoras privadas de saúde médico-hospitalar são divididas em modalidades – medicina de grupo, au-togestão, cooperativa médica, filantró-pica e seguradora. Segundo dados de março de 2014 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as coopera-tivas médicas concentram o maior nú-mero de beneficiários, algo próximo a 37% do mercado; seguidas pelas medi-cinas de grupo, com 35,7%; segurado-ras, 14,1%; autogestões, 10,6%; e filan-trópicas, 2,6%.

As operadoras da modalidade de odontologia de grupo concentram 61,4% do mercado de planos odonto-lógicos, seguidas pelas medicinas de grupo (18,6%), cooperativas odonto-lógicas (14,3%), seguradoras (2,9%) e outros (2,8%).

O crescimento do mercado de pla-nos de saúde nos últimos anos foi am-parado no avanço dos planos coletivos empresariais e individuais, enquanto o número de beneficiários vinculados a contratos coletivos por adesão de-cresceu após a regulamentação pela ANS (RN no 195/2009). Nos últimos cinco anos o número de beneficiá-rios em planos coletivos empresariais cresceu 41,8% e nos individuais 12,3%, enquanto os coletivos por adesão de-cresceram 5,7%.

1o Tri/07

89.95421.514

479.415

699.139

325.785

222.671

148.005

464.796

1o Tri/08 1o Tri/09 1o Tri/10 1o Tri/11 1o Tri/12 1o Tri/13 1o Tri/14

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

mar/14 50.722.522

Total de Beneficiários

48.466.460

46.825.058

45.853.494

43.166.231

mar/13

mar/12

mar/11

mar/10

0 10050

10,6

11,2

11,7

12,3

12,9

37,0

37,1

36,8

36,7

35,4

35,7

35,0

35,4

35,7

36,9

14,1

13,7

13,0

12,1

11,5

2,6

3,0

3,2

3,2

3,2

Autogestão Cooperativa Médica Filantropia Medicina de Grupo Seguradora

em %

8 Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

Page 9: Cenário da Saúde Nº 01 - Setembro/2014

Desempenho do mercado de planos odontológicos por modalidade da operadora

Desempenho do mercado de planos médico-hospitalares por tipo de contratação

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

mar/14 20.969.662

Individual ou Familiar Coletivo Empresarial Coletivo por adesão Total

Total de Beneficiários

19.336.594

17.520.432

15.142.569

13.616.104

mar/13

mar/12

mar/11

mar/10

0

0,7%

2,4%

-1,2%

1,1%0,9%

2,5%

-0,6%

1,5%

0,4%

1,3%

-0,5%

0,7%0,5%

1,0%

-1,4%

0,5%

-0,3%

0,4%

1,0%

0,3%

10050

14,3

14,6

15,2

16,7

17,4

61,4

64,1

66,2

67,2

62,1

2,9 2,8

2,8

2,8

2,9

2,4

2,5

2,5

2,1

6,1

1o Tri/10 1o Tri/11 1o Tri/12 1o Tri/13 1o Tri/14

Medicina de Grupo Seguradora Cooperativa Odontológica Odontologia de Grupo Outros

18,6

16,0

13,2

11,1

11,9

No entanto, no 1o trimestre de 2014, a situação se inverteu, regis-trando queda na comercialização de planos individuais e coletivos empre-

sariais em relação ao índice registrado no mesmo período em anos anterio-res e avanço dos planos coletivos por adesão. Esse cenário pode ter sido

influenciado pelo desaquecimento do mercado de trabalho e aumento dos índices de inflação, o que reduz o poder de compra dos consumidores.

9Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

Page 10: Cenário da Saúde Nº 01 - Setembro/2014

Cenário econômico-financeiro

A receita de contraprestações das operadoras de planos médico-hos-pitalares alcançou a cifra de 108,3 bi-lhões de reais em 2013, ao passo que as despesas assistenciais foram de R$ 90,7 bilhões de reais. Em 2013, o aumento das receitas foi superior ao avanço das despesas assistenciais, en-cerrando um ciclo de dois anos segui-dos em que houve crescimento mais forte das despesas.

No início desse ciclo, em 2010, a si-nistralidade das operadoras de planos médico-hospitalares era equivalente a 81,2%. No fim do ciclo, em 2012, o índice registrou o maior valor desde o início da série histórica, 84,9%. A sinis-tralidade mede a relação entre os cus-tos da assistência médico-hospitalar e a receita da operadora em um deter-minado período. Ou seja, em 2013, de cada R$ 100,00 recebidos pela ope-radora, a título de mensalidade de plano, R$ 83,70 foram utilizados para custear despesas médico-hospitalares do grupo de pessoas asseguradas (si-nistralidade de 83,7%).

As cooperativas médicas e medi-cinas de grupo concentram 35,1% e 29,1% do total de receitas de contra-prestações das operadoras de planos médico-hospitalares, respectivamen-te. O índice é ligeiramente inferior à participação dessas modalidades no total de beneficiários (37% e 35,7%), evidenciando que em linhas gerais es-sas operadoras possuem ticket médio inferior à média do mercado.

As operadoras da modalidade se-guradora detêm 22,5% do total das receitas de contraprestações; as auto-gestões, 11,2% e as filantrópicas, 2,1%.

Receita de contraprestações e despesas assistenciais

Sinistralidade

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

Valor médio no período (80,5%)

Receita de Contraprestações Despesas Assistenciais

R$ bilhões

em R$

2007

2001

2009

2003 2009

2012

2006 2012

2008

2002 2008

2011

2005 2011

2010

2004 2010

2013

2007 2013

110

86

80

83

50

80

100

85

70

82

40

79

77

90

84

60

81

51,1

41,2 47,853,5

59,1

67,9

78,8

90,7

59,564,5

72,9

82,4

92,7

108,3

30

78

76

79,5 79,2

81,3 81,3 81,4

79,7

80,6

(81,0%)

(83,7%)

80,4

83,0

81,2

82,4

84,9

83,7

10 Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

Page 11: Cenário da Saúde Nº 01 - Setembro/2014

Participação de mercado no total de receitas de contraprestações por modalidade – operadoras de planos médico-hospitalares

Participação de mercado no total de receitas de contraprestações de planos exclusivamente odontológicos por modalidade

Desempenho das medicinas de grupo - participação das despesas assistenciais (sinistralidade), administrativas e comerciais no total de receitas com operações de assistência à saúde

A receita de contraprestação de planos exclusivamente odontológicos alcançou a cifra de R$ 3,2 bilhões em 2013, valor calculado a partir de de-monstrações contábeis disponibiliza-das pela ANS (DIOPS). As odontologias de grupo concentram 60,4% desse to-tal, acompanhando sua participação em número de beneficiários (61,4%). As cooperativas odontológicas detêm 16,8% das contraprestações; as medi-cinas de grupo, 14,4%; as seguradoras, 3,1%; as autogestões 2,9%; as coope-rativas médicas, 1,8% e as filantrópicas 0,6%.

As operadoras da modalidade de medicina de grupo reduziram subs-tancialmente as despesas administra-tivas em 2013 em relação a 2012, pas-sando de 15% para 13,3% das receitas com operações de assistência à saúde, evidenciando o forte investimento dessas operadoras em eficiência ope-racional. Com esse resultado, o seg-mento se aproximou em 2013 da mé-dia do mercado, que registrou 82,2% de despesas assistenciais, 13,5% admi-nistrativas e 3,2% comerciais.

Sinistralidade (%) Despesa Comercial (%)Despesa Administrativa (%)

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

em%

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações da ANS.

Em % - em relação às receitas com operações de assistência à saúde

2013

2012

2011

2010

0 10050

11,2%

11,4%

11,4%

11,7%

35,1%

36,5%

36,4%

36,3%

29,1%

29,8%

29,6%

30,3%

22,5%

20,0%

20,2%

19,3%

2,1%

2,3%

2,4%

2,5%

Autogestão Cooperativa Médica Filantropia Medicina de Grupo Seguradora

2012 2013

Autogestão

Cooperativa Médica

Filantropia

Medicina de Grupo

Seguradora

Cooperativa Odontológica

Odontologia de Grupo

60,4%

14,4%

2,9%

1,8%

0,6%

3,1%

16,8%

100

25

82,8

15,03,7 3,8

13,3

82,3

75

50

0

11Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

Page 12: Cenário da Saúde Nº 01 - Setembro/2014

Perspectivas econômicas e setoriais

As previsões de analistas consul-tados pelo Banco Central para o de-sempenho da economia brasileira em 2014 estão sendo constantemente revisadas para baixo – as estimativas para crescimento do PIB, por exem-plo, que indicavam avanço de 2,3% no início deste ano foram revisadas para crescimento de apenas 0,79%.

O desempenho de indicadores como a taxa de investimento, de pou-pança, a inflação, o volume de impor-tação e exportação, a taxa de câmbio e a taxa de desemprego revelam a ne-cessidade de ajustes na economia, vi-sando, principalmente, a recuperação da confiança do empresário, do consu-midor e o aumento do investimento. Alguns desses resultados são ressalta-dos a seguir e nos gráficos anexos:

y a taxa de investimento de apenas 17,9% do PIB em 2013 é a mais baixa verificada entre as principais economias em desenvolvimento

– China (49% do PIB), Índia (30%),Rússia (23%) e África do Sul (19%);

y o aumento do endividamento da população e o processo inflacioná-rio reduziram a renda disponível da população e a taxa de poupança, que em 2013 registrou níveis his-toricamente baixos (13,8% do PIB);

y a inflação oficial medida pelo IPCA está acima do centro da meta es-tabelecida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) desde 2010, corroendo o aumento da renda das famílias registrado nos últimos anos;

y a queda nas exportações de US$ 114 bilhões para US$ 110 bilhões no 1o semestre de 2014, em rela-ção ao mesmo período em 2013, indica perda de competitividade da indústria nacional;

y a redução das importações, por sua vez, passando de US$ 117 bi-lhões para US$ 113 bilhões, no 1o semestre de 2014 em relação ao 1o

semestre de 2013, aponta redução no consumo das famílias brasileiras;

y a taxa de câmbio média em 2014 de R$ 2,34/ 1 US$ é a mais elevada desde a crise de 2009, encarecendo as importações – vale ressaltar que diversos materiais, medicamentos e equipamentos de saúde são im-portados, portanto a desvaloriza-ção do real aumenta ainda mais os custos da assistência à saúde;

y o mercado de trabalho apresenta sinais de desaceleração em 2014 – o volume de empregos formais criados no 1o semestre do ano é o menor, desde a crise de 2009;

y a taxa de desemprego apurada em abril de 2014 nas principais regiões metropolitanas do país é a menor da série histórica (4,9%), no entan-to, esse resultado foi influenciado por uma queda na população eco-nomicamente ativa e não pelo au-mento da população ocupada.

12 Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

Page 13: Cenário da Saúde Nº 01 - Setembro/2014

Além disso, no 1o semestre de 2014 houve queda nas importações de pro-dutos de saúde de 2,1% em relação ao 1o semestre de 2013, resultando na redução de US$ 8,9 bi para US$ 8,7 bi. Esse resultado indica que a desacele-ração da economia afetou o nível de atividade do setor, uma vez que o seg-mento depende fortemente de pro-dutos importados para a prestação de serviços de saúde – em 2013, o déficit na balança comercial de saúde alcan-çou US$ 15,2 bi, somando US$ 18,1 bi de importação e US$2,9 bi em expor-tações.

Para o mercado de saúde suple-mentar, a expectativa continua sendo de crescimento do número de benefi-ciários de planos de saúde, mas a taxa deve estar mais próxima daquela veri-ficada em 2009 (2,9%), ano da crise fi-nanceira, do que o registrado em 2013 (4,8%).

Importação e exportação de produtos de saúde

Importação de produtos de saúde no 1o semestre (2013 e 2014)

2008 2010 20122009 2011 2013

20,0

11,5 11,4

14,315,4

16,5

18,1

2,4 2,4 2,83,2 3,0 2,9

10,0

14,0

4,0

18,0

8,0

16,0

6,0

12,0

2,0

0,0

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

bilhões de US$ (FOB)

bilhões de US$ (FOB)

Importações Exportações

1o Sem/2013 1o Sem/2014

10,0

8,9 8,7

-2,1%

5,0

7,0

2,0

9,0

4,0

8,0

3,0

6,0

2,0

0,0

13Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

Page 14: Cenário da Saúde Nº 01 - Setembro/2014

Anexos

Variação do PIB e desempenho setorial

Volume de importação e exportação no 1o semestre

Taxas de poupança e investimento

2010

.I

2012

.I

2011

.I

2013

.I

2010

.III

2012

.III

2011

.III

2013

.III

2010

.II

2012

.II

2011

.II

2013

.II

2010

.IV

2012

.IV

2011

.IV

2013

.IV

2014

.I

12

22,020,7

18,8

1,9

1,9

2,72,5

2,9 4,1

17,8

20,219,7

17,5 17,9

13,814,6

17,217,5

15,9

16,0

2

6

-4

10

20,0

14,0

0

8

18,0

12,0

10,0

-2

4

7,5

2,71,0

2,5

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do IBGE.

em %

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do IBGE.

em % do PIB

em US$ (FOB*)

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.*FOB - free on board (não considera custos de transporte)

Hiato coberto por investimento estrangeiro

Indústria Serviços Agropecuária

1o Sem/2009 1o Sem/2010 1o Sem/2011 1o Sem/2012 1o Sem/2013 1o Sem/2014

PIB

2008 2010 20122009 2011 2013

Taxa de poupança Taxa de investimento

120,0

140,0

60,0

100,0

40,0

80,0

20,0

0,0

56,070,0

110,1117,2

81,389,2

117,5 114,4105,3

118,3113,0 110,5

Importações Exportações

14 Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

Page 15: Cenário da Saúde Nº 01 - Setembro/2014

Taxa de desemprego, população economicamente ativa e população ocupada

Taxa de Inflação (IPCA) e meta estabelecida pelo COPOM

Saldo líquido de empregos no 1o semestre do ano

Taxas de câmbio

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do IBGE.

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Banco Central do Brasil.

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do Ministério do Trabalho e Emprego.

Fonte: Elaborado pela Abramge a partir de informações do IBGE.

População economicamente ativa

Taxa de desemprego (%)

População ocupada

JAN

FEV

FEV

FEV

FEV

FEV

FEV

DEZ

JAN

JAN

JAN

JAN

JAN

JUL

AGO

AGO

AGO

AGO

AGO

JUL

JUL

JUL

JUL

MAR

ABR

ABR

ABR

ABR

ABR

ABR

MAR

MAR

MAR

MAR

MAR

SET

OUT

OUT

OUT

OUT

OUT

SET

SET

SET

SET

MAI

JUN

JUN

JUN

JUN

JUN

JUN

MAI

MAI

MAI

MAI

MAI

NOV

DEZ

DEZ

DEZ

DEZ

DEZ

NOV

NOV

NOV

NOV

8,0

3,00

8,025.000

em %

R$/US$

Limite superior

Dez/2009

linha - valor médio no ano

1,74Dez/2009

1,67Dez/2010

1.361.388

299.506

1.473.320

1.265.250

858.334

657.573493.118

1,88Dez/2011

2,04Dez/2012

2,34Dez/2013

Dez/2010Dez/2011

Dez/2012 Dez/2013Dez/2014

Centro da meta

limite inferior

3,0

0,50

3,0

1,015.000

5,0

1,50

5,0

19.000

0

7,0

2,50

7,0

23.000

2,0

0,00

2,0

0,0

6,0

2,00

6,0

21.000

1,0

4,0

1,00

4,0

17.000

2009 2010 2011 2012 2013

20132009 2010 2011 2012

2008

abr/10

2009

abr/11

2010

abr/12

2011

abr/13

2012

abr/14

2013 2014

2014

2014

6,55,95,8

6,55,9

4,3

23.530 23.849

22.313

24.171

22.709

24.320

22.906

24.114

22.941

7,3% 6,4% 6,0% 5,8% 4,9%

21.820

15Mercado de Saúde Suplementar - Edição I - No 1 - Setembro/2014

Page 16: Cenário da Saúde Nº 01 - Setembro/2014

Expediente

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Cenário da Saúde é uma publicação trimestral de circulação nacional produzida pelo Sistema Abramge – Associação Brasileira de Medicina de Grupo, Sinamge –Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo e Sinog – Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo, destinada aos executivos e colaboradores das operadoras de planos médicos e odontológicos; associações e entidades de classe; autoridades e servidores federais, estaduais e municipais; prestadores e fornecedores de serviços médicos e odontológicos; hospitais; laboratórios farmacêuticos; laboratórios de imagem e análises clínicas; sindicatos de trabalhadores e patronais; órgãos e veículos de comunicação.

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