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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos 1 07 de fevereiro de 2020 Cenário Econômico Surto de coronavírus leva a piora no balanço de riscos global o Mantivemos inalteradas as principais projeções do nosso cenário econômico. Continuamos acreditando em aceleração do PIB para 2,5%, inflação abaixo do centro da meta, em 3,6%, Selic mantida estável ao longo de todo o ano, em 4,25%, e câmbio apreciando para o patamar de R$/US$ 4,00. Contudo, reconhecemos que ao longo de janeiro alguns riscos apareceram no radar. o É verdade que os últimos indicadores de atividade econômica trouxeram resultados ambíguos. Entretanto, acreditamos que, apesar dos recentes ruídos nos dados, os vetores para aceleração do PIB no pós-FGTS continuam presentes. As condições de liquidez mantêm-se em patamares bastante favoráveis, a despeito dos impactos negativos do coronavírus sobre os preços dos ativos domésticos nos últimos dias. o Mantivemos nossa projeção de 3,6% para o IPCA deste ano, mas o balanço de riscos aponta para uma taxa ainda menor. O choque do coronavírus pode ser tanto de demanda quanto de oferta, com impactos ambíguos sobre os preços. Avaliamos que, até o momento, o impacto líquido tem sido mais deflacionário para o Brasil, considerando-se os preços das commodities em reais. o Nesta semana, o Copom reduziu a Selic para 4,25%, nova mínima histórica. A comunicação do Comitê indica interrupção do ciclo de afrouxamento, como previsto em nosso cenário. Os modelos de inflação, por sua vez, indicam o cumprimento da meta em 2021, mesmo com câmbio e Selic próximos aos níveis atuais. Nesse sentido, se o plano de voo atual não contempla novos cortes de juros, também não sugere elevação tão cedo. Cenário econômico segue construtivo o O quadro favorável que se desenhava no início do ano fica temporariamente interrompido até que se conheça a extensão da epidemia de coronavírus. Repetindo-se o padrão de outras epidemias recentes, a economia global tende a continuar em sua trajetória de recuperação. o Apesar da incerteza com relação ao coronavírus, as perspectivas para a economia americana no curto prazo ainda são positivas. A economia deve continuar se beneficiando do efeito defasado dos cortes de juros pelo Fed e a trégua na guerra comercial pode favorecer a indústria. Assim, mantivemos nossa projeção de crescimento para o PIB dos EUA em 2020 inalterada em 1,9%. o O governo chinês estará atento não só às questões de saúde, mas também em como dar suporte econômico. Com os dados e as informações disponíveis até o momento, estimamos uma perda do PIB de 1,5 p.p. ao longo do primeiro semestre, o que nos levou a revisar o crescimento da economia chinesa em 2020 como um todo de 5,8% para 5,6%. o O quadro atual também indica que o movimento de normalização (leia-se, elevação) dos juros internacionais ficou mais longe. Juntamente com a discussão sobre a necessidade de estímulos adicionais, ajuda a explicar a queda das taxas de juro nos mercados internacionais ao longo das últimas semanas. o Para a América Latina, a variável chave será o comportamento dos preços das commodities.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos1

07 de fevereiro de 2020

Cenário Econômico

Surto de coronavírus leva a piora no balanço de riscos global

o Mantivemos inalteradas as principais projeções do nosso cenário econômico. Continuamosacreditando em aceleração do PIB para 2,5%, inflação abaixo do centro da meta, em 3,6%,Selic mantida estável ao longo de todo o ano, em 4,25%, e câmbio apreciando para opatamar de R$/US$ 4,00. Contudo, reconhecemos que ao longo de janeiro alguns riscosapareceram no radar.

o É verdade que os últimos indicadores de atividade econômica trouxeram resultadosambíguos. Entretanto, acreditamos que, apesar dos recentes ruídos nos dados, os vetorespara aceleração do PIB no pós-FGTS continuam presentes. As condições de liquidez mantêm-seem patamares bastante favoráveis, a despeito dos impactos negativos do coronavírus sobre ospreços dos ativos domésticos nos últimos dias.

o Mantivemos nossa projeção de 3,6% para o IPCA deste ano, mas o balanço de riscos apontapara uma taxa ainda menor. O choque do coronavírus pode ser tanto de demanda quanto deoferta, com impactos ambíguos sobre os preços. Avaliamos que, até o momento, o impacto líquidotem sido mais deflacionário para o Brasil, considerando-se os preços das commodities em reais.

o Nesta semana, o Copom reduziu a Selic para 4,25%, nova mínima histórica. A comunicação doComitê indica interrupção do ciclo de afrouxamento, como previsto em nosso cenário. Osmodelos de inflação, por sua vez, indicam o cumprimento da meta em 2021, mesmo com câmbio eSelic próximos aos níveis atuais. Nesse sentido, se o plano de voo atual não contempla novoscortes de juros, também não sugere elevação tão cedo.

Cenário econômico segue construtivo

o O quadro favorável que se desenhava no início do ano fica temporariamente interrompidoaté que se conheça a extensão da epidemia de coronavírus. Repetindo-se o padrão de outrasepidemias recentes, a economia global tende a continuar em sua trajetória de recuperação.

o Apesar da incerteza com relação ao coronavírus, as perspectivas para a economia americanano curto prazo ainda são positivas. A economia deve continuar se beneficiando do efeitodefasado dos cortes de juros pelo Fed e a trégua na guerra comercial pode favorecer a indústria.Assim, mantivemos nossa projeção de crescimento para o PIB dos EUA em 2020 inalterada em 1,9%.

o O governo chinês estará atento não só às questões de saúde, mas também em como darsuporte econômico. Com os dados e as informações disponíveis até o momento, estimamos umaperda do PIB de 1,5 p.p. ao longo do primeiro semestre, o que nos levou a revisar o crescimento daeconomia chinesa em 2020 como um todo de 5,8% para 5,6%.

o O quadro atual também indica que o movimento de normalização (leia-se, elevação) dosjuros internacionais ficou mais longe. Juntamente com a discussão sobre a necessidade deestímulos adicionais, ajuda a explicar a queda das taxas de juro nos mercados internacionais aolongo das últimas semanas.

o Para a América Latina, a variável chave será o comportamento dos preços das commodities.

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Indústria

Varejo

Serviços

Mantivemos inalteradas as principais projeções do nosso cenário econômico. Continuamosacreditando em aceleração do PIB para 2,5%, inflação abaixo do centro da meta, em 3,6%, Selicmantida estável ao longo de todo o ano, em 4,25%, e câmbio apreciando para o patamar de R$4,0/US$. Contudo, reconhecemos que ao longo de janeiro alguns riscos apareceram no radar, desafiandoesse cenário. De modo particular, as atenções nas últimas semanas se voltaram para os efeitos docoronavírus, que é potencialmente contracionista para o PIB global e, ao mesmo tempo, tende a manter aaversão ao risco em patamar elevado, com impactos sobre os mercados. Trata-se de um evento comdesfecho ainda pouco previsível.

De modo geral, não alteramos a nossa visão mais estrutural em relação ao Brasil: (i) não acreditamosque existam restrições para alguma aceleração do crescimento e (ii) o juro neutro parece ir se consolidandoem patamar estruturalmente menor. Na retomada das atividades legislativas, a sinalização é decontinuidade do ímpeto reformista verificado em 2019, o que tende a consolidar a retomada econômica e oquadro de juros baixos, mantendo elevada a liquidez e a confiança dos agentes econômicos.

É verdade que os últimos indicadores de atividade econômica trouxeram resultados ambíguos. Dolado baixista, houve frustração com as vendas do comércio varejista e com o setor de serviços emnovembro e com a produção industrial no último bimestre de 2019 (Gráfico 1). Os dados de janeiro deemplacamentos de veículos também apresentaram queda. Por outro lado, os dados de crédito continuamcrescendo em ritmo forte, sobretudo na carteira de recursos livres. Ao mesmo tempo, a recuperação doemprego continua em curso, com surpresas positivas nos dados de geração formal de vagas de trabalho equedas sucessivas da taxa de desemprego. Essa ambiguidade, entretanto, não muda a direção darecuperação econômica, por ora.

Cenário econômico segue construtivo

Gráfico 1: Indústria, comércio e serviçosNível dessazonalizado, base jan/14=100

Fonte: IBGE, Bradesco

Cenário Doméstico

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Entretanto, acreditamos que, apesar dos recentes ruídos nos dados, os vetores para aceleração doPIB no pós-FGTS continuam presentes. As condições de liquidez mantêm-se em patamares bastantefavoráveis, a despeito dos impactos negativos do coronavírus sobre os preços dos ativos domésticos nosúltimos dias. As empresas estão desalavancadas, enquanto a inadimplência e o comprometimento de rendadas famílias estão em patamares reduzidos. O mercado de capitais está ampliando as fontes definanciamento na economia. O segmento imobiliário, que gera empregos em larga escala, tem apresentadoforça, ainda que com diferenças regionais. Nesse contexto, mantivemos a nossa estimativa para a expansãodo PIB em 2019, em 1,2%, e a nossa projeção para o crescimento deste ano, em 2,5%. Essa projeção jácontempla uma desaceleração no primeiro trimestre, que deve ser superada nos períodos subsequentes. Osmaiores riscos a essa projeção estão associados a um menor crescimento mundial, fruto dos efeitos docoronovírus, e a um eventual menor carregamento estatístico vindo de dados mais fracos no trimestrepassado que, por definição, não afeta a perspectiva de crescimento adiante.

O crédito terá um papel de destaque na atividade econômica neste ano. A carteira de empréstimos doSistema Financeiro Nacional (SFN) avançou 6,5% em 2019. Quando consideramos apenas os recursos livres –não afetados pela redução do balanço do BNDES – houve crescimento de 14,1%. Os dados evidenciam umaclara mudança de patamar de crescimento do crédito no segundo semestre do ano passado, especialmenteapós a aprovação da reforma da previdência, com destaque para as famílias e empresas de menor porte(Gráfico 2). A expansão prevista para o crédito total em 2020 é de 9,4%, favorecida pela manutençãoesperada de condições favoráveis de liquidez, funcionamento do cadastro positivo e melhora do mercadode trabalho e da economia como um todo.

As contas externas encerraram 2019 com déficit de 2,7% do PIB. Esperamos saldo negativo de 3%neste ano. Mesmo com a ligeira piora das contas externas, há folga no financiamento desse déficit: osinvestimentos estrangeiros diretos somaram 4,4% do PIB no ano passado. Ainda assim, é precisoreconhecer que a “folga” tem diminuído: era de 2,8 p.p. do PIB em 2016 e chegou a 1,7 p.p em 2019. Aaceleração do crescimento deve levar a uma leve diminuição o saldo comercial, ao passo que a redução dataxa de juros nos últimos anos tende a continuar afetando as decisões de alocação de recursos, inclusivecom amortização de dívida externa e mudanças de portfólio.

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Título do Gráfico

PJ PF

Gráfico 2: Estoque de crédito com recursos livresVariação interanual, em termos nominais

Fonte: IBGE, Bradesco

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No ano passado, o fluxo de dólares foi negativo em US$ 44 bilhões, exercendo uma força limitante para aapreciação da moeda. Em 2020, há incerteza em relação à continuidade dos movimentos de realocaçãovistos no ano passado e se a expectativa de crescimento e de privatizações/concessões pode compensaressa dinâmica. Por ora, mantivemos nossa estimativa para o câmbio de final de ano em R$/US$ 4,00, dianteda expectativa de que a aceleração do crescimento contribuirá para alguma apreciação da moeda (Gráfico 3mostra essa relação entre câmbio e crescimento).

O ritmo de crescimento será relevante para determinar a rapidez da convergência da dívida públicapara patamares anteriores à crise fiscal. Um crescimento médio de 2% leva a dívida bruta para 66% doPIB em 2030. Com as mesmas hipóteses de juros, um crescimento de 3% leva a dívida/PIB para 49% noperíodo. Enquanto as reformas feitas nos últimos anos, como o teto de gastos e a reforma previdenciária,colocaram o país de volta a uma trajetória convergente de dívida, o crescimento determinará qual o ritmodessa redução, desde que o ajuste fiscal prossiga e as ferramentas necessárias para o cumprimento do tetodos gastos sejam efetivadas. Portanto, a consolidação fiscal e o ritmo de crescimento estão intimamenteligados e, por isso, o ritmo de crescimento tende a ter efeito importante sobre os movimentos no câmbio.Se tivermos uma surpresa positiva com crescimento nos próximos meses, a taxa de câmbio pode ficar emlinha com a nossa expectativa.

Mantivemos nossa projeção de 3,6% para o IPCA deste ano, mas o balanço de riscos aponta parauma taxa ainda menor. Os choques que afetaram a inflação no final do ano passado começaram a sedissipar e o balanço de riscos do cenário passou a ficar assimétrico para baixo. Os preços de proteínasestão, possivelmente, no melhor momento do ano e devem voltar a subir após a estabilização do eventocoronavírus e retorno dos pedidos chineses. O preço da arroba do boi, porém, não deve retornar ao picoobservado no final do ano passado. O risco a ser monitorado é o de efeito de segunda ordem. Por ora, ainflação de alimentação fora do domicílio é a única a apresentar indícios de repasse, mas nos dados maisrecentes já há indícios de alguma descompressão. Adicionalmente, outros itens dentro de serviços – comdestaque para educação – devem apresentar variações mais contidas e reforçar o cenário benigno denúcleos de inflação. Esperamos que a média dos núcleos permaneça com variação ao redor de 2,5% atémarço, encerrando o ano mais próximo de 3%.

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Título do Gráfico

Surpresa 30d Brl ponta (d)

Gráfico 3: Índice de surpresa com atividade doméstica e variação do câmbioSurpresa com atividade em 30 dias, câmbio na ponta: 7 dias/média 30 dias

Fonte: Bloomberg, Bradesco

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O choque do coronavírus pode ser tanto de demanda quanto de oferta, com impactos ambíguossobre os preços. No primeiro caso, os efeitos são contracionistas e deflacionários para o Brasil, pela via damenor demanda chinesa e mundial, com queda de preços de commodities. No segundo, há impactospotencialmente inflacionários, por conta de uma eventual ruptura no fluxo de insumos chineses paracadeias produtivas globais e pela aversão ao risco, que pressiona o câmbio. Avaliamos que, até o momento,o impacto líquido tem sido mais deflacionário para o Brasil, considerando-se os preços das commodities emreais (Gráfico 4).

O Copom, por sua vez, reduziu a Selic para 4,25%, nova mínima histórica. A comunicação do Comitêindica interrupção do ciclo de afrouxamento, como previsto em nosso cenário. Os modelos deinflação indicam o cumprimento da meta em 2021, mesmo com câmbio e Selic próximos aosníveis atuais. Nesse sentido, se o plano de voo atual não contempla novos cortes de juros,também não sugere elevação tão cedo. O nosso cenário contempla dissipação dos choquesrecentes, notícias mais favoráveis sobre a atividade econômica e avanço na agenda de reformas.Observando estritamente os modelos de inflação do BC, há espaço para mais cortes de juros,mas como comunicado pelo próprio Copom, as incertezas nos canais de transmissão de uma taxana mínima histórica, com alterações no mercado de crédito sem paralelos na história, pode levá-los a um período de observação. Em caso de frustração com o crescimento econômico ouaumento da confiança em uma inflação abaixo do centro da meta, o ciclo de corte de juros podeser retomado.

Em relação às contas públicas, a notícia positiva é a redução da dívida bruta para 75,8% do PIB em2019. Trata-se do primeiro recuo desde 2013, quando a dívida estava em 51,5% (Gráfico 5). Algunsfatores explicam essa melhora, tais como: (a) a redução do déficit primário, em decorrência documprimento do teto de gastos; (b) a queda da taxa de juros; (c) a diminuição do estoque decompromissadas e (d) a devolução de recursos de empréstimos do BNDES ao Tesouro. Esperamos que adívida siga em trajetória de queda, para 74,3% neste ano, e para algo próximo a 50% ao final da década,considerando crescimento médio de 3%, manutenção do teto dos gastos e juro real de 3%. Esse cenário,juntamente com a esperada retomada do crescimento, é compatível, em nossa visão, com a melhora nanota de crédito do país, já precificada no risco país (CDS), ao longo dos próximos trimestres.

Gráfico 4: Índice de commodities em US$ e em R$

Fonte: BCB, Bloomberg, Bradesco5

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ICBR (R$, e)

ICBR (US$, d)

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Para a manutenção da trajetória de convergência da dívida, é fundamental a manutenção do teto degastos. Essa premissa está associada à realização de novas reformas estruturais. Até agora, o tetoreduziu despesas discricionárias, principalmente com investimentos. Para ser cumprido, estimamos cortesadicionais de R$ 15 bilhões ao ano, dessa vez concentrados em despesas obrigatórias. As propostas dereformas encaminhadas pelo governo ao Congresso vão nessa direção: rever gastos obrigatórios, abrindoespaço para a continuidade dos investimentos públicos. Por fim, nossas estimativas apontam para déficitprimário de R$ 91 bilhões neste ano, com déficit nominal de 4,7%, por conta da contribuição positiva daredução do gasto com juros (3,6% do PIB).

Em resumo, nosso cenário base para 2020 foi mantido. Há duas premissas fundamentais para suamaterialização: (i) dissipação dos choques globais e (ii) avanço na agenda de reformas, o que deveajudar a apreciar a moeda brasileira, em um ambiente de aceleração do crescimento.

Gráfico 5: Dívidas bruta e líquida do setor públicoEstoque, % do PIB

Fonte: BCB, Bradesco

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06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Título

Dívida Líquida Dívida Bruta

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O cenário global nos primeiros meses de 2020 se desenhava mais benigno para as economiasemergentes. A trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China tirou força do principal vetornegativo para o crescimento global dos últimos anos, a economia americana mostrava sinais de resiliência eaté mesmo a Área do Euro dava sinais de estabilização.

Essas perspectivas tornaram-se muito mais incertas diante do surto do coronavírus 2019-nCoV.Agora, o risco de uma desaceleração mais forte da economia chinesa (e mundial) em 2020 é o tema quemais preocupa os investidores. Por ora, acreditamos que o impacto econômico do coronavirus será maisconcentrado no primeiro semestre e será parcialmente compensado na segunda metade do ano. Por isso,ajustamos nossa projeção para o crescimento da China em 2020 de 5,8% para 5,6%, e do PIB mundial de3,0% para 2,9%. Será necessário ter mais informações para se fazer uma avaliação mais completa doquadro atual, mas, por enquanto, é importante reconhecer que o coronavírus implica em piora do balançode riscos.

De toda forma, a trégua entre EUA e China na guerra comercial é um importante sinal. Temas defundo como a proteção à propriedade intelectual ou a adoção de padrões tecnológicas em setores comotelefonia 5G não foram resolvidos. Por isso, as tensões entre Estados Unidos e China devem persistir poranos. Mas, o que muda com a 1ª fase do acordo é a expectativa de que não teremos mais surpresas e o fimda escalada das tarifas sobre o comércio internacional, o que deve dar mais estabilidade ao horizonte deplanejamento das empresas. Em troca, a China se comprometeu em aumentar suas importações dosEstados Unidos em US$ 200 bilhões/ano. Como mostra o gráfico 6, trata-se de um valor expressivo eimplica em praticamente dobrar as compras chinesas de bens e serviços americanos. O acordoprovavelmente implica em perda de mercado para outros parceiros comerciais, inclusive o Brasil, quepoderá enfrentar uma concorrência mais acirrada pelo mercado chinês de grãos.

Gráfico 6: China – Importações dos EUAUS$ bilhões

Fonte: Bloomberg, FMI, Bradesco

Por sua vez, a economia americana continua mostrando evidências de resiliência, mesmo em estágiotão avançado do atual ciclo econômico. A primeira estimativa do crescimento do PIB no quarto trimestrede 2019 foi de 2,1%. O mercado de trabalho continua em expansão apesar das taxas de desemprego emmínimas históricas, o que também tem impulsionado o consumo em geral e, com isso, os setores de varejoe de serviços. Já a indústria e os investimentos continuaram sendo adversamente afetados pela guerracomercial no período e apresentaram retração.

Surto de coronavírus leva a piora no balanço de riscos global

Cenário Internacional

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Apesar da incerteza com relação ao coronavírus e seus impactos sobre as cadeias de suprimento, asperspectivas para a economia americana no curto prazo ainda são positivas. A economia devecontinuar se beneficiando do efeito defasado dos cortes de juros pelo Fed ao longo de 2019 (em especial, osetor de construção deve ser um dos mais beneficiados). Sondagens de confiança setoriais como o ISMindicam que até mesmo a indústria mostra sinais de um início de recuperação – beneficiada pela trégua naguerra comercial. Nesse cenário, mantivemos nossa projeção de crescimento inalterada para o PIB dos EUAem 2020, em 1,9%.

Na Área do Euro, os últimos indicadores sugerem alguma estabilização da atividade. O consumo devepermanecer sendo o destaque positivo, enquanto a indústria tende a se recuperar gradualmente, com aredução das tensões comerciais. De fato, os resultados dos índices PMI de janeiro foram positivos, comdestaque para a alta do setor industrial da Alemanha, enquanto o consumo alemão segue firme, sustentadopelo mercado de trabalho aquecido. A recuperação, no entanto, poderá ser limitada por desafiosestruturais (como os efeitos da eletrificação na indústria automotiva), pelo nível de estoques (em queda noano passado, mas ainda acima do neutro), e por uma demanda chinesa mais moderada. Com relação a esteúltimo ponto, a China responde por 10% das exportações europeias e, além dos efeitos de uma eventualdesaceleração econômica chinesa, os europeus poderão enfrentar concorrência acirrada dos produtoresamericanos por conta dos termos da trégua comercial entre China e EUA.

Gráfico 7: Índice PMI da Área do Euro50 = neutro

Fonte: Markit e Bloomberg

Por ora, a incerteza relacionada ao Brexit deverá diminuir após a saída do Reino Unido da UniãoEuropeia. No entanto, o acordo firmado no ano passado mantém a atual livre-circulação de bens, serviçose pessoas até o final de 2020, e as primeiras declarações de autoridades britânicas e europeias após oBrexit sugerem que as negociações sobre um acordo de livre-comércio para após 2020 serão duras epoderão voltar a ser uma fonte de incerteza para a economia mundial.

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Indústria Serviços Composto

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Projetamos crescimento do PIB da Área do Euro de 0,9% em 2020, com aceleração da atividadeeconômica nos próximos trimestres por conta dos efeitos da política monetária estimulativa do BancoCentral Europeu. A pressão para estímulos fiscais seguirá presente, mas o espaço é limitado a poucospaíses, como Alemanha e a Holanda, que por ora não mostram disposição política para tanto.

Na China, as perspectivas econômicas pareciam evoluir favoravelmente com a redução dastensões com os EUA e graças aos estímulos implementados nos últimos meses. No entanto, ocoronavirus constitui um choque importante sobre a economia chinesa. As medidas para conter amovimentação das pessoas devem afetar setores como varejo, entretenimento e turismo de formasignificativa enquanto as restrições estiverem em vigor. Além disso, a atividade na indústria e no setorde construção foi paralisada pela prorrogação do feriado do Ano Novo Chinês (também para evitar aaglomeração de pessoas e conter a transmissão da doença). Outros episódios similares – como o surtodo SARS em 2003 – sugerem que o impacto da atual crise será concentrado em um espaço relativamentecurto de tempo, com recuperação nos trimestres imediatamente seguintes. No entanto, ainda não sesabe a extensão plena do tema ou sua provável duração – o que implica em elevado nível de incerteza.

O governo chinês estará atento não só às questões de saúde, mas também em como dar suporteeconômico. Neste sentido, apesar do viés para a atividade econômica na China – vetor importantíssimopara a economia mundial – ser para baixo, essa tendência deve ser contida, em parte, pelos estímulos,que já têm sido executados. Com os dados e as informações disponíveis até o momento, estimamos umaperda do PIB de 1,5 p.p. ao longo do primeiro e segundo trimestres, o que nos levou a revisar ocrescimento da economia chinesa em 2020 como um todo de 5,8% para 5,6%. Os riscos de um cenáriomais adverso, no entanto, ainda persistem.

No final do ano passado, a expectativa de redução do diferencial do crescimento dos EUA comrelação ao resto do mundo apontava para moderação do cenário de dólar forte. Este cenárioacabou não se materializando por conta da resiliência da própria economia americana e, agora, porconta da piora do balanço de riscos global.

Gráfico 8: EUA – Taxa de Juro da Treasury de 10 anos%

Fonte: Bloomberg

1,53

1,3

1,5

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1,9

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3,3

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TAXA DE JUROS DO TÍTULO DE 10 ANOS DO TESOURO AMERICANO 2006- 2013. Fonte: Bloomberg

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O quadro atual também indica que o movimento de normalização (leia-se, elevação) dos jurosinternacionais ficou mais longe. Pelo contrário, as discussões a respeito da mudança no arcabouço dapolítica monetária para evitar riscos de deflação tanto pelo Federal Reserve quanto pelo BCE sugeremum viés estrutural baixista para a política monetária. Somando-se a isso a discussão sobre a necessidadede estímulos adicionais por conta da piora do balanço de riscos, chega-se a uma boa explicação para aqueda acentuada das taxas de juros nos mercados internacionais ao longo das últimas semanas.

Gráfico 9: Preço do PetróleoUS$/barril

Fonte: Bloomberg

Para a América Latina, a variável chave será o comportamento dos preços das commodities. Orisco de menor crescimento global tem influenciado os preços dos metais e do petróleo. Nos próximosdias e semanas, a atenção estará voltada se haverá cortes de produção pela OPEP e demais produtoresem uma tentativa de estabilizar o preço do petróleo. Trata-se de um importante risco para os termos detroca e as moedas de várias economias da região. A dinâmica dos preços agrícolas tem sido maisfavorável por conta de fatores do lado da oferta, como a menor safra norte-americana, o choque dedemanda chinesa sobre proteínas animais, etc. Isso poderá dar alguma proteção para os paísesexportadores de produtos agrícolas.

Em resumo, o quadro favorável que se desenhava no início do ano fica temporariamenteinterrompido até que se conheça a extensão da epidemia de coronavírus. Repetindo-se o padrãode dissipação de outras epidemias recentes, a economia global tende a continuar em sua trajetória derecuperação nos trimestres à frente.

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Título

WTI BRENT

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Projeções Macroeconômicas (2016 – 2020)

2016 2017 2018 2019* 2020*

ATIVIDADE, INFLAÇÃO E JUROS

PIB (%) -3,3 1,3 1,3 1,2 2,5

Agropecuária (%) -5,2 14,2 1,4 1,6 2,0

Indústria (%) -4,6 -0,5 0,5 0,8 2,0

Serviços (%) -2,3 0,8 1,5 1,3 2,5

Consumo Privado (%) -3,9 2,1 2,1 1,8 2,5

Consumo da Adm. Pública (%) 0,2 -0,7 0,4 -0,2 0,4

Investimento (FBKF) (%) -12,1 -2,6 3,9 3,0 5,0

Exportações Bens e Serviços Não Fatores (%) 0,9 4,9 4,0 0,5 3,0

Importações Bens e Serviços Não Fatores (%) -10,3 6,7 8,3 4,0 4,5

PIB (R$) - bilhões (Preços Correntes) 6.267 6.554 6.828 7.290 7.819

PIB (US$) - bilhões 1.796 2.053 1.868 1.848 1.931

População - milhões 206,1 207,7 209,2 210,7 212,1

PIB per capita - US$ 8.714 9.888 8.930 8.772 9.104

Produção Industrial - IBGE (%) -6,4 2,5 1,1 -1,1 2,0

Taxa Média de Desemprego - IBGE 11,5 12,7 12,3 11,9 11,2

Vendas do Comércio Varejista - Restrita (%) -6,2 2,0 2,3 2,1 3,2

IPCA - IBGE (%) 6,29 2,95 3,75 4,31 3,60

IGP-M - FGV (%) 7,17 -0,50 7,54 7,32 4,53

Taxa Selic (final de período) % 13,75 7,00 6,50 4,50 4,25

Taxa Selic nominal (acumulado 12 meses) % 14,0 10,0 6,42 5,9 4,2

Taxa Selic real / IPCA (acumulado 12 meses) % 7,3 6,8 2,6 1,6 0,5

EXTERNO E CÂMBIO

Balança Comercial - BCB (US$ bilhões) 44,6 64,0 53,0 39,6 36,1

Exportações (US$ bilhões) 184 218 240 224 229

Importações (US$ bilhões) 140 154 186 185 192

Corrente de Comércio (% PIB) 18,0 18,1 22,8 22,1 21,8

Saldo em conta-corrente (US$ bilhões) -24 -15 -42 -50 -55

Saldo em conta-corrente (% PIB) -1,3 -0,7 -2,2 -2,7 -2,9

Investimento Direto no País (US$ bilhões) 74 69 78 81 89

Taxa de câmbio (final de período) R$ / US$ 3,26 3,31 3,87 4,03 4,00

Taxa de câmbio (média anual) R$ / US$ 3,49 3,19 3,65 3,95 4,05

Rating Soberano Moody's Ba2 Ba2 Ba2 Ba2 -

Rating Soberano S&P BB BB BB- BB- -

FISCAL

Resultado primário do setor público (R$ bilhões) -156 -111 -108 -62 -91

Resultado primário do setor público (% PIB) -2,5 -1,7 -1,6 -0,8 -1,2

Dívida Bruta do Setor Público (% PIB) 69,9 74,1 76,7 75,8 78,4

Dívida Líquida do Setor Público (% PIB) 46,2 51,6 54,1 55,4 55,8

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2016 2017 2018 2019* 2020*

PIB Global

Mundo 3,4 3,8 3,6 3,0 2,9

Países Desenvolvidos 1,7 2,3 2,2 1,6 1,4

Estados Unidos 1,6 2,2 2,9 2,3 1,9

Área do Euro 1,8 2,3 1,8 1,1 0,9

Reino Unido 1,8 1,8 1,4 1,0 1,0

Japão 0,6 1,9 0,8 0,9 0,4

Países Emergentes 4,6 4,8 4,5 3,9 4,1

China 6,7 6,8 6,5 6,1 5,6

América Latina -0,6 1,2 1,0 0,4 1,7

JUROS E INFLAÇÃO EUA

Fed Funds (%) 0,75 1,50 2,50 1,75 1,75

Inflação (%) 2,07 2,10 2,40 2,30 2,00

Indicadores internacionais (2016 – 2020)

Indicadores internacionais – América Latina (2016 – 2020)

(*): (projeção)Fonte: FMI, Bradesco

2016 2017 2018 2019* 2020*

Argentina

PIB (%) -1,8 2,9 -2,5 -2,5 -1,6

Inflação ao consumidor (%) 41,0 24,8 47,7 54,5 40,0

Taxa bás ica de juros (%) 24,8 28,8 59,3 55,0 50,0

Taxa de câmbio (fina l do ano) 15,85 18,59 37,65 60 80

Brasil

PIB (%) -3,3 1,3 1,3 1,2 2,5

Inflação ao consumidor (%) 6,3 2,9 3,7 4,3 3,6

Taxa bás ica de juros (%) 13,75 7,00 6,50 4,50 4,25

Taxa de câmbio (fina l do ano) 3,26 3,31 3,87 4,03 4,00

Chile

PIB (%) 1,3 1,5 4,0 2,5 2,8

Inflação ao consumidor (%) 2,7 2,3 2,9 3,0 2,5

Taxa bás ica de juros (%) 3,50 2,50 2,75 1,75 1,75

Taxa de câmbio (fina l do ano) 671,0 615,0 694,0 753 700

Colômbia

PIB (%) 2,0 1,8 2,8 3,0 3,0

Inflação ao consumidor (%) 5,8 4,1 3,1 3,8 3,0

Taxa bás ica de juros (%) 7,50 4,75 4,25 4,25 3,75

Taxa de câmbio (fina l do ano) 3001 2.984 3.248 3.287 3.300

México

PIB (%) 2,9 2,0 2,0 0,4 1,5

Inflação ao consumidor (%) 3,2 6,8 4,3 2,8 3,4

Taxa bás ica de juros (%) 5,75 7,25 8,25 7,25 6,50

Taxa de câmbio (fina l do ano) 20,7 19,7 19,7 18,9 20,3

Peru

PIB (%) 4,1 2,5 4,1 2,7 3,2

Inflação ao consumidor (%) 3,2 1,4 2,4 1,9 2,0

Taxa bás ica de juros (%) 4,25 3,25 2,75 2,00 2,00

Taxa de câmbio (fina l do ano) 3,36 3,26 3,27 3,31 3,32

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Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos Fernando Honorato Barbosa

Economistas Andréa Bastos Damico / Ariana Stephanie Zerbinatti / Constantin Jancsó / Fabiana D’Atri /Igor Velecico / Leandro Câmara Negrão / Mariana Silva de Freitas / Myriã Tatiany NevesBast / Priscila Pacheco Trigo / Rafael Martins Murrer / Renan Bassoli Diniz / RobsonRodrigues Pereira / Thiago Coraucci de Angelis / Thomas Henrique Schreurs Pires

Estagiários Ana Beatriz Moreira dos Santos / Daniel Funari Fouto / Gustavo Rostelato de Miranda /Henrique Monteiro de Souza Rangel / Lucas Daniel Duarte / Lucas Oliveira Costa da Silva /Marcelo Henrique Leite Alonso