Center for Environmental Education Centro de Educación ... · A estrutura é em sua totalidade...
Transcript of Center for Environmental Education Centro de Educación ... · A estrutura é em sua totalidade...
Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9
1061
EIXO TEMÁTICO: ( ) Arquitetura da Paisagem: Repensando a Cidade ( ) Arquitetura, Tecnologia e Meio Construído ( ) Cidade, Patrimônio Cultural e Arquitetônico ( ) Cidade: Planejamento, Projeto e Intervenções ( x ) Espaço Público, Processos de Produção e Espacialidades na Cidade Contemporânea ( ) Geotecnologias Aplicadas ao Planejamento Urbano ( ) Inovação e Criatividade na Cidade ( ) Mobilidade e Acessibilidade em Áreas Urbanas ( ) Parques Tecnológicos e Sustentabilidade ( ) Políticas Urbanas e a Produção da Habitação Social Sustentável ( ) Produção do Território, Política Urbana e Gestão da Cidade ( ) Saúde, Saneamento e Ambiente ( ) Sustentabilidade, Conforto Ambiental e Questões Bioclimáticas
Centro de Educação Ambiental
Center for Environmental Education
Centro de Educación Ambiental
Stefani Raimundi Graduanda em Arquitetura e Urbanismo da UNIVAG - Várzea Grande - MT
Sandra Medina Benni
Docente da UNIVAG, Várzea Grande - MT [email protected]
Daniela Nazário Barden
Docente da UNIVAG, Várzea Grande - MT [email protected]
Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9
1062
RESUMO Este artigo teve como objetivo analisar de quatro Centros de Educação Ambiental, onde foram considerados os aspectos físicos e funcionais, como subsídio para elaboração de políticas públicas. O Centro de Educação Ambiental se designa como um espaço criado para atender a população, englobando as diversas faixas etárias. Seu conceito está voltado para a realização de inúmeras práticas educativas no âmbito ambiental, possibilitando a troca e o acúmulo de conhecimentos. Para desenvolvimento deste artigo foram analisados o Projeto do Centro de Educação Ambiental da FCT/UNESP, Centro de Educação Ambiental Odilza Fernandes Bittar – CEA Imbirussu, Centro de Educação Ambiental Jacuhy (CEA) e o Centro de Educação Ambiental Barreiro. Como procedimento metodológico adotou-se uma pesquisa qualitativa sobre a temática do CEA, onde consistiu no exame da literatura pertinente de trabalhos científicos (livros, teses, dissertações, artigos, etc.). Nos casos analisados, verificou-se que apresentam o mesmo objetivo e apesar de que seus ramos de atividades sejam de certa forma variada e que não tenha espaço ou estrutura suficiente para desenvolver todas as ações requeridas, mas contribui para difusão de conceitos e práticas ambientais. Palavras-Chave: Meio Ambiente. Desenvolvimento Sustentável. Técnicas Construtivas. SUMMARY This article aimed to analyze four Environmental Education Centers, where physical and functional aspects were considered, as a subsidy for the elaboration of public policies. The Center for Environmental Education is designated as a space created to serve the population, encompassing the various age groups. Its concept is focused on the accomplishment of numerous educational practices in the environmental scope, allowing the exchange and accumulation of knowledge. For the development of this article, the FCT / UNESP Environmental Education Center Project, Odilza Fernandes Bittar Environmental Education Center - CEA Imbirussu, Jacuhy Environmental Education Center (CEA) and the Barreiro Environmental Education Center were analyzed. As a methodological procedure a qualitative research was adopted on the subject of the CEA, where it consisted in the examination of the pertinent literature of scientific works (books, theses, dissertations, articles, etc.). In the analyzed cases, they were found to have the same objective and although their branches of activities are somewhat varied and do not have enough space or structure to carry out all the required actions, but contributes to the diffusion of environmental concepts and practices. Keywords: Environment. Sustainable development. Constructive Techniques. RESUMEN Este artículo tuvo como objetivo analizar de cuatro Centros de Educación Ambiental, donde se consideraron los aspectos físicos y funcionales, como subsidio para la elaboración de políticas públicas. El Centro de Educación Ambiental se designa como un espacio creado para atender a la población, englobando las diversas edades. Su concepto está orientado hacia la realización de innumerables prácticas educativas en el ámbito ambiental, posibilitando el intercambio y la acumulación de conocimientos. Para el desarrollo de este artículo se analizó el Proyecto del Centro de Educación Ambiental de la FCT / UNESP, Centro de Educación Ambiental Odilza Fernandes Bittar - CEA Imbirussu, Centro de Educación Ambiental Jacuhy (CEA) y el Centro de Educación Ambiental Barreiro. Como procedimiento metodológico se adoptó una investigación cualitativa sobre la temática del CEA, donde consistió en el examen de la literatura pertinente de trabajos científicos (libros, tesis, disertaciones, artículos, etc.). En los casos analizados, se verificó que presentan el mismo objetivo ya pesar de que sus ramas de actividades sean de cierta forma variada y que no tenga espacio o estructura suficiente para desarrollar todas las acciones requeridas, pero contribuye a la difusión de conceptos y prácticas ambientales. Palabras clave: Medio Ambiente. Desenvolvimiento sustentable. Técnicas
Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9
1063
INTRODUÇÃO
O termo Centro de Educação Ambiental - CEA engloba uma considerável diversidade de
iniciativas, as quais apresentam uma gama de denominações e nomenclaturas; podemos ainda
encontrar termos como Centros de Meio Ambiente, de Estudos Ambientais, Núcleos de
Educação Ambiental ou de meio Ambiente, Núcleos Interdisciplinares de Meio Ambiente e
ainda outras nomenclaturas como Escolas, Estações, Parques, Reservas, Casas, Museus, Sítios,
Fazendas, Recantos, Acampamentos entre outros, sempre correlacionados à ecologia (SILVA,
2004). Segundo Silva (2000), oficialmente os CEAs foram formalizados pelo
Ministério da Educação e Cultura – MEC em 1993, (onde ainda tinha a denominação
de Ministério da Educação e do Desporto), como produto resultante do I Encontro
Nacional de Centros de Educação Ambiental (7 a 9 de dezembro de 1992), realizado
na cidade de Foz do Iguaçu – PR. Já no final dos anos 70 até meados dos anos 80
algumas iniciativas pioneiras foram impulsionadas, sobretudo pela atuação de
pequenas propriedades rurais, ONGs e unidades de conservação, e já no final da
década, por empresas privadas de grande porte (sobretudo àquelas ligadas ao setor
primário, correspondendo às de mineração, agricultura, floresta).
Viola (1997) destaca que somente a segunda metade da década de 80, o ambientalismo
começou a influenciar outras áreas e dinâmicas organizacionais, bem como, outros
movimentos sociais e Organizações Não-Governamentais, universidades, a mídia de um modo
geral, agências governamentais não especificamente ambientais e Empresas.
Deste modo, considera-se que a década de 80 é marcada pela implementação das iniciativas
pioneiras e criação de CEAs no país. No fim da década houve várias iniciativas, tendo como
referência a ECO-92, que foi um importante fomento dos CEAs.
Para Montezani et al. (2007), o setor governamental federal pouco fez para sustentar, avaliar e
acompanhar projetos de CEAs desenvolvidos no Brasil, visto que a educação ambiental, é
tratada de forma segmentada no âmbito dos Ministérios Federais no Brasil.
Apesar deste cenário, os CEAS “devem ser, antes de tudo, polos gestores e geradores de
conhecimento, de experimentação pedagógica e de disseminação e divulgação do
conhecimento relativo à questão ambiental” (MEC, 1994).
OBJETIVOS
Como objetivo principal, foi realizada uma análise de quatro Centros de Educação Ambiental,
onde foram considerados os aspectos físicos e funcionais, como subsídio para elaboração de
políticas públicas. No tocante aos objetivos específicos, foi realizado levantamento de dados e
a construção de quadro síntese.
Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9
1064
METODOLOGIA
Como procedimento metodológico adotou-se uma pesquisa qualitativa sobre a temática do
CEA, onde consistiu no exame da literatura pertinente de trabalhos científicos (livros, teses,
dissertações, artigos, etc.).
Os resultados aferidos neste estudo decorrem da compilação de dados coletado durante a
pesquisa bibliográfica e de visitas in loco.
DESENVOLVIMENTO
Para desenvolvimento deste artigo foram analisados o Projeto do Centro de Educação
Ambiental da FCT/UNESP, Centro de Educação Ambiental Odilza Fernandes Bittar – CEA
Imbirussu, Centro de Educação Ambiental Jacuhy (CEA) e o Centro de Educação Ambiental
Barreiro.
Projeto do Centro de Educação Ambiental da FCT/UNESP
O presente trabalho consiste na elaboração de um projeto arquitetônico, de autoria de pela
arquiteta Nathalia Maule Brigido, o qual foi designado como Centro de Educação Ambiental no
Câmpus da FCT – UNESP, projetado para fomentar a conscientização e sensibilização
populacional a partir da educação ambiental, gerenciamento dos resíduos produzidos, criando
por fim técnicas alternativas de reutilização e reciclagem.
Apesar de apresentar apenas estudos preliminares e o desenvolvimento do projeto (figura 1),
a proposta do CEA conta com espaços para sala de apresentações, sala de reuniões, espaço de
exposições, de eventos e convívio, oficina de reciclagem infantil, laboratórios, sala de
gerenciamento de resíduos, dentre outros ambientes.
Sua estrutura foi projetada por técnicas sustentáveis as quais são evidenciadas com o uso de
claraboias, para o aproveitamento da iluminação e ventilação natural, utilização do teto verde,
reaproveitamento de águas pluviais, piso ecológico de elemento vazado, tijolo de solo
cimento, cobertura com entrelaces de bambu, telha de fibra vegetal e madeira reutilizada.
Abaixo é retratada a imagem de um dos setores dispostos no CEA (figura 2), o qual está
designado à área de educação, tendo em sua composição o centro de ciências e oficinas de
reciclagem infantil.
Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9
1065
Figura 01 - Implantação Figura 2 - Perspectiva Laboratórios I
Fonte: BRIGIDO, 2011, p.51 Fonte: BRIGIDO, 2011, p.67
E por fim evidencia o resultado do projeto, detalhando cada bloco que compõe a edificação,
com desenhos técnicos, cortes, elevações, perspectivas, deixando explícita qual a função de
cada parte integrante. Muitos materiais utilizados para composição de todo projeto foram
encontrados ao longo do edifício no campus, o qual é destinado à proposta do CEA, bem como
a sua implantação interagindo com o entorno e abrangendo uma concepção de natureza na
definição de seu partido. Ao todo conta com uma área de 787,6m², sendo acessível aos
usuários que circundam entre os blocos interligados por rampas de acesso.
Todo o projeto apresenta a preocupação com a transmissão de conceitos educacionais e
ambientais, com o destino adequado dos resíduos produzidos pela universidade, tendo toda
uma concepção para a elaboração do edifício, o qual se torne agradável e produtivo.
Centro de Educação Ambiental Odilza Fernandes Bittar – CEA Imbirussu.
O CEA Imbirussu está localizado na cidade de Campo Grande, no estado de Mato Grosso do
Sul, foi construído com a revitalização e adequação do edifício onde funcionava a Escola
Municipal Carlos Cristaldo, próximo ao Horto Florestal, inaugurado em novembro de 2011. A
área do CEA corresponde a 935m², tendo 220.000m² de área de trilha ecológica.
A visita realizada ao local no dia 25 de julho de 2017, foi acompanhada pelo Engenheiro
Ambiental Antônio Carlos Silva Sampaio que é o responsável pelas atividades desenvolvidas
pelo CEA (figura 3).
Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9
1066
Figura 3 - Fachada Frontal CEA Imbirussu.
Fonte: Acervo fotográfico de Stefani Raimundi
A estrutura é em sua totalidade feita em alvenaria, devido ao fato de ser uma adequação de
uma edificação já existente, apenas com detalhes de madeira na fachada frontal e posterior,
disposta em forma de brise. O local é totalmente acessível a toda a população, dispondo de
rampa e escada sendo retratada na fachada posterior, a qual destina o acesso as áreas
recreativas.
O CEA Imbirussu é um dos pontos de recebimento de materiais recicláveis, onde a população
contribui para esse fator, sendo que a mesma se torna o principal usuário desses materiais
onde são realizadas oficinas de reciclagem de papel, reuso das garrafas pet, oficinas de
compostagem, produção de sabão e também uma nova técnica adotada de sementes de
papel, as quais são oferecidas a população para realizar o plantio.
Figura 4 - Ponto de recebimento de material. Figura 5 - Atividade realizada com garrafa pet.
Fonte: Acervo fotográfico de Stefani Raimundi Fonte: Acervo fotográfico de Stefani Raimundi
Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9
1067
A edificação abrange um auditório para realização de palestras e cursos, laboratório onde são
desenvolvidas as oficinas, sala multiuso, sala de inclusão digital, sendo essa em reforma devido
ao fato dos computadores estarem obsoletos. Possui um acervo pequeno de livros voltados ao
meio ambiente em um espaço destinado para a biblioteca verde, também compõe o CEA as
salas de depósito, almoxarifado, sala administrativa, sanitários e a guarda ambiental.
Localizado em área rica de vegetação, abriga um dos viveiros de produção de mudas que
arborizam a cidade de Campo Grande, contribuindo com o processo de educação ambiental.
Dispõe de atividades de estudo de solos, reutilização de pneus na fabricação de lixeiras,
observação de aves ao longo das trilhas ecológicas e contam com uma horta, onde ensinam os
alunos a sementar e elaborar toda a produção.
Tendo por fim como público, alunos das instituições de ensino fundamental e médio das
escolas públicas, privadas e universidades, abrange igualmente toda a sociedade da cidade de
Campo Grande e os membros que fazem parte de projetos desenvolvidos pela Prefeitura. De
modo em geral, o CEA é destinado a visitas escolares e contribui no desenvolvimento de
atividades relacionadas ao meio ambiente.
Centro de Educação Ambiental Jacuhy (CEA).
O CEA está localizado na área pública do Alphaville Jacuhy, o mesmo funciona com a parceria
privada da Fundação Alphaville e a Prefeitura Municipal da Serra, sendo inaugurado no ano de
2012. Caracteriza-se por ser uma construção sustentável com 345m², integrado com a
vegetação, tendo seu espaço voltado a educação patrimonial e ambiental com foco principal
na sustentabilidade.
Possui uma privilegiada localização por ter proximidade com o ecossistema manguezal, o qual
possibilita que o Centro de Educação Ambiental seja a Sede da Área de Proteção Ambiental
(APA) Manguezal Sul, a qual se designa por ser uma área de uso sustentável e de conservação.
O local destinado ao CEA dispõe de uma extensa área verde, tecnologia de energias, auditório,
espaços de exposição de produtos, sala exclusiva para exposição arqueológica e espaços
multiusos, tem a participação de estudantes de instituições de ensino públicas e privadas, com
as diversas faixas etárias, desenvolvendo atividades através de oficinas, trilha ecológica,
exposições, sendo voltadas a sustentabilidade e preservação do meio.
O CEA possui em sua área externa um local destinado ao Ecoparque, onde todos os materiais
que compõe o playground são brinquedos feitos com pneus, eucalipto e madeira
reaproveitada, onde demonstra as práticas sustentáveis e o reaproveitamento de materiais a
serem descartados.
Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9
1068
Figura 6 - Centro de Educação Ambiental Jacuhy Figura 7 - Centro de Educação Ambiental Jacuhy
Fonte: Disponível em: < jornalfatosenoticias.com.br >
Acesso em 10 out 2017.
Fonte: Disponível em: < jornalfatosenoticias.com.br >
Acesso em 10 out 2017.
A edificação é determinada pela eficácia quando se trata da utilização de recursos naturais,
com o uso de materiais renováveis na composição da estrutura e esquadrias, tendo a madeira
como exemplo de material construtivo.
Seu formato visa contribuir no aproveitamento da luz natural, para que a mesma possa atingir
todos os ambientes do CEA e também promover condições de ventilação natural, para que se
torne economicamente sustentável. Para que haja tal aproveitamento é de suma importância
a integração com a vegetação, a qual é presente no entorno, além de contribuir na estética da
mesma.
Com o intuito de atender a todos, o centro tem sua estrutura voltada para acessibilidade,
dispondo de toda sinalização necessária para atender os portadores de necessidades especiais,
sendo elas locomotoras ou visuais, para que nenhuma parte da sociedade seja restringida de
adquirir e contribuir no processo de aprendizagem e desenvolvimento de ações sustentáveis.
Centro de Educação Ambiental Barreiro
O CEA está localizado dentro do Parque Roberto Burle Marx, mais conhecido como Parque das
Águas, na região de Barreiro em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, abrange uma área
de 170.000m². O centro é uma extensão que visa desenvolver atividades voltadas à educação
ambiental, proporcionadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), efetivando
ações com práticas educativas.
Possui estrutura adequada para a realização de oficinas, com atividades voltadas a educação
ambiental, palestras, trilha ecológica e atividades lúdicas, sendo um local de conscientização e
referência para a participação popular, com junção da gestão pública e da comunidade.
Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9
1069
Figura 8 - CEA Barreiro
Fonte: Disponível em: < portalpbh.pbh.gov.br > Acesso
em 10 out 2017.
A sua estrutura é designada pela construção sustentável, retratada nos detalhes e
acabamentos construtivos. O telhado verde é composto de terra vegetal e revestido com
plantas, para propiciar o conforto térmico e gerar menos impacto ambiental, ainda se
referindo à cobertura e pensando no reaproveitamento de água da chuva, foi colocada calha
galvanizada, para que seja proveniente uma tubulação de coleta dessa água, a mesma servirá
de abastecimento da rede de irrigação dos jardins presentes no parque.
A estrutura ainda é composta de aquecimento solar, a qual contribui energeticamente na
edificação, reduzindo os custos com energia elétrica. O que contribui nesse fator é o uso de
shed, definido por ser um tipo de cobertura que possibilita a entrada de luz natural de forma
mais intensa.
No interior do CEA, ao fundo do hall de entrada, foi destinado um revestimento de placas com
lascas de pneus reciclados e a pintura das demais paredes internas foram feitas com tintas à
base de terra.
O que se percebe na compreensão desse centro, é a preocupação em relação à construção
sustentável e demonstração educacional, toda sua concepção e forma foram bem retratadas e
utilizadas para compor todo o conceito, com o uso de técnicas tanto na cobertura como nas
pinturas, como os demais projetos baseados no tema sustentável, porém cada um com suas
técnicas diferenciadas, acarretando os mesmos objetivos.
ANÁLISE DOS RESULTADOS
A análise visa levantar as convergências e divergências dos CEAs (quadro 1), implantados no
país a fim de questionar os quesitos aos quais cada um está baseado, visando abranger os
aspectos ecológicos descritos e transmitidos por eles, onde o principal foco de ambos, o
avanço de ideias e práticas educativas voltadas a questões ambientais
Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9
1071
Quadro 1 – Síntese análise comparativa dos Centros de Educação Ambiental
ATRIBUTOS VARIÁVEL CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
FCT/UNESP Imbirussu Jacuhy Barreiro
ESTR
UTU
RA
FÍS
ICA
Situação Atual Projeto Adaptado Construído Construído
Localização
FCT/UNESP - Campus
da Presidente
Prudente - SP
Campo Grande -
MS
Inserida em área de
manguezal, Serra -
ES
Parque Roberto Burle
Marx - Barreiro - MG
Metragem (m²)
787,6 935 345 Área de 170.000 m²
destinada ao Parque
em junção com o CEA
Técnica
Construtiva
Tijolo de solo cimento
Bambu
Telha de fibra vegetal
Madeira reutilizada
Alvenaria
detalhes em
madeira
Estrutura e
esquadrias de
materiais
renováveis.
Materiais reciclados.
Madeira.
Alvenaria.
Aspectos Ecológicos
Uso de claraboias; Aproveitamento da iluminação e ventilação natural; Utilização do teto verde; Reaproveitamento de águas pluviais; Piso ecológico de elemento vazado; Integração com a natureza.
Integração com a natureza
Aproveitamento da luz e ventilação natural; Integração com a natureza.
Telhado Verde; Reaproveitamento da água da chuva e sanitários; Uso do shed (aproveitamento da energia solar); Revestimento com pneus reciclados; Tinta à base de terra; Integração com a natureza.
Acessibilidade
Rampas de circulação com integração entre ambientes
Acessível a toda população.
Sinalização para portadores de necessidade especiais, locomotoras e visuais.
Acessível a toda população.
Espaços de Integração
Espaço de eventos e convívio; Salas de reuniões; Laboratórios; Sala de gerenciamento de resíduos; Áreas de triagem.
Depósito; Laboratório; Auditório; Biblioteca; Sala Multiuso; Área de Convivência.
Auditório; Espaço para exposição de produtos; Sala para exposição arqueológica. Espaço multiuso; Ecoparque.
Espaço de uso múltiplo.
FUN
ÇÃ
O
Público Alvo
Funcionários e alunos da universidade e público em geral em algumas ocasiões.
Alunos e população em geral
Alunos e as pessoas em geral da região.
População em geral da região.
Objetivos
Conscientização e sensibilização populacional a partir da educação ambiental, gerenciando dos resíduos produzidos.
Contribuir em atividades relacionadas ao meio ambiente
Educação Ambiental e Patrimonial com foco principal na sustentabilidade.
Expandir a educação ambiental para todas as regiões de Belo Horizonte.
Atividades Desenvolvidas
Horta; Oficinas de Reciclagem; Compostagem; Eventos culturais e exposições; Triagem de materiais.
Oficinas Compostagem; Trilhas Ecológicas; Horta; Observação de aves; Palestras e Cursos.
Oficinas; Trilha Ecológica; Exposições; Reaproveitamento de Resíduos; Cursos de Capacitação.
Oficinas educativas; Atividades Lúdicas; Palestras; Trilha ecológica.
Fonte: Stefani Raimundi
Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9
1072
Os CEAs analisados apresentam pontos de convergência no que diz respeito à temática
ecologia, principalmente no tocante as estrutura física, as quais apresentam inúmeras técnicas
relacionadas à construção civil que atuam como contribuintes para tornar uma edificação
ecológica, as quais contribuem para reduzir os impactos causados no meio ambiente.
Nem todos os centros são edificações construídas com esses princípios, devido ao fato de
muitos serem uma adequação de uma edificação já existente, onde são desenvolvidas apenas
as práticas ambientais.
Quando comparamos o projeto do CEA da arquiteta Nathalia Maule Brigido com o CEA
adaptado (Imbirussu situado em uma edificação já existente sendo uma adequação da antiga
escola municipal) e os demais implantados, verifica-se que o CEA planejado desde sua
estrutura identifica-se os quesitos sustentáveis emergem desde sua localização até sua base
de funcionamento, o que é de extrema importância.
O uso de madeira, materiais reciclados, reaproveitamento de água e a utilização de técnicas
construtivas que possibilitam a ventilação e iluminação natural, são retratados entre os CEAs
analisados com exceção do Imbirussu, apesar de alguns terem em sua composição estrutural o
uso de alguns materiais que não se encaixam nos quesitos sustentáveis, ainda assim
predominam-se as técnicas ecológicas.
Contudo o CEA, não se define apenas em sua estrutura, são vários os fatores a serem
estudados como o uso do espaço e seu entorno, o plano de atividades a serem desenvolvidos,
os ambientes que compõe a estrutura, sempre tendo como objetivo disponibilizar
informações, instigar processos educativos, contribuir em atividades voltadas ao meio
ambiente, expandindo conhecimentos e a educação ambiental.
Ao pensar em sua implantação, o fator chave é a análise do local, para que ele sirva de
contribuinte na composição do projeto, visando isso os CEAs são situados em áreas de
conservação ecológica, com o intuito de integrar as atividades junto à edificação.
Os CEAs que se inserem em áreas verdes, utilizam desse recurso como meio de aprendizado e
desenvolvem atividades de trilhas ecológicas. Por serem centros de educação ambiental,
basicamente dispõe das mesmas funções no que se trata das atividades realizadas. Essas
atividades são direcionadas a oficinas de reciclagem e reutilização, palestras, cursos, eventos,
que basicamente se encaixam em todos os CEAs expostos, a diferença se encontra em algumas
atividades realizadas que são específicas para cada local de inserção.
No caso do Imbirussu, ele dispõe de uma horta como recurso, o mesmo é visualizado no
projeto de monografia, porém esse projeto tem suas atividades mais voltadas para dentro da
universidade, tentando controlar os recursos gerados no local, por isso desenvolve ações mais
restritas ao uso desses materiais.
É fato em análise que há centros com áreas maiores para poder utilizar de uma estrutura mais
eficaz em relação às atividades desenvolvidas, possuem maiores recursos para que haja o
Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9
1073
avanço de seus processos e abrangem espaços de integração mais produtivos e atraentes para
a população.
O CEA Barreiro deixa a desejar quando se trata de espaços de integração, mesmo por possuir
de toda a estrutura necessária que contribui no processo da mesma, ele disponibiliza somente
de um espaço multiuso, o qual é realizado no local todas as atividades ofertadas pelo centro.
Ter espaços que atendam todas as necessidades faz com que a população desenvolva
interesse em estar participando e contribuindo de modo que tenha um avanço positivo.
CONCLUSÃO
O papel dos CEAs tem com objetivo a construção de uma sociedades sustentáveis sobretudo
dialogando com diversificados pressupostos do ambientalismo e variáveis fundamentos da
educação ambiental.
CEA é o local adequado para desenvolvimento de um conjunto de práticas, experiências e
saberes ambientais, que tendem a intervenções com vinculações sociais e culturais, de modo a
contribuir para a formação de uma consciência ambiental na população.
Nos casos analisados, verificou-se que apresentam o mesmo objetivo e apesar de que seus
ramos de atividades sejam de certa forma variada e que não tenha espaço ou estrutura
suficiente para desenvolver todas as ações requeridas, mas contribui para difusão de conceitos
e práticas ambientais.
Por conseguinte, tem como público abrangente todos aqueles interessados em gerar práticas e
ações educativas voltadas ao meio ambiente, possibilitando a interação dos alunos de
instituições públicas e privadas e a população em geral, cujo foco é contribuir e participar das
atividades relacionadas, sendo dessa forma acessível a todos não criando barreiras e
exclusões.
No tocante a estrutura física constatou-se que no caso do CEA projetado e nos implantados,
ambos apresentam inúmeras técnicas relacionadas à construção civil que atuam como
contribuintes para tornar uma edificação ecológica, as quais contribuem para reduzir os
impactos causados no meio ambiente.
Por fim, este estudo permitiu a aproximação dom a tema, de modo a realizar uma análise
sobre a estrutura física e funcional dos CEAs, de destacar a importância de elaboração de
politicas públicas sobre a temática.
BIBLIOGRAFIA
BRASIL – MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO (MEC) – Centros de Educação Ambiental (Fundamentação e Diretrizes). Brasília, 1994.
Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9
1074
Montezani, Erica; Benini, Sandra Medina; Martins, Dilza; Miranda, Ana Paula Miranda dos. A importância da
implantação de um Centro de Educação Ambiental no Município de Tupã. In: ANAIS... Fórum Ambiental da Alta
Paulista, 3ºª ed. 2007, pp. 357-369.
SILVA, F.D; Considerações gerais sobre Centros de Educação Ambiental (CEAs) no Brasil. Piracicaba: ESALQ, 2000. VIOLA, E. Confronto e Legitimação. In: Ambientalismo no Brasil: passado, presente e futuro. São Paulo: Instituto Socioambiental: Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 1997; p. 27-35.