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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS FRANCISCO LEMOS TOMÉ JÚNIOR A CONTABILIDADE E O PLANEJAMENTO COMO FERRAMENTA DE AUXÍLIO AOS GESTORES PARA TOMADA DE DECISÕES FORTALEZA 2013

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FRANCISCO LEMOS TOMÉ JÚNIOR

A CONTABILIDADE E O PLANEJAMENTO COMO FERRAMENTA DE

AUXÍLIO AOS GESTORES PARA TOMADA DE DECISÕES

FORTALEZA

2013

2

FRANCISCO LEMOS TOMÉ JÚNIOR

A CONTABILIDADE E O PLANEJAMENTO COMO FERRAMENTA DE

AUXÍLIO AOS GESTORES PARA TOMADA DE DECISÕES

Monografia apresentada à Coordenação

do Curso de Graduação em Ciências

Contábeis. Orientador: Prof. Elenito Elias

da Costa

FORTALEZA

2013

3

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Graduação em Ciências

Contábeis

FRANCISCO LEMOS TOMÉ JÚNIOR

Aprovada em: ______/______/______

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Prof. Elenito Elias da Costa

Orientador

_____________________________________________

Examinador

Prof. Paulo Henrique Lima de Oliveira

_____________________________________________

Examinador

Prof. Marcos Antônio Lopes Gomes

AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus pela oportunidade de estar realizando este

trabalho;

A minha família, pelo incentivo e colaboração, principalmente nos momentos de

dificuldade;

Ao meu orientador, professor Elenito Elias da Costa, por estar disposto a ajudar

sempre;

Agradeço aos meus colegas pelas palavras amigas nas horas difíceis, pelo auxílio

nos trabalhos, dificuldades e, principalmente por estarem comigo nesta caminhada,

tornando-a mais fácil e agradável.

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a minha família pela fé e

confiança demonstrada;

Aos meus amigos pelo apoio incondicional;

Aos professores pelo simples fato de estarem

sempre dispostos a ensinar;

Ao orientador pela paciência demonstrada no

decorrer do trabalho. Enfim, a todos que de alguma

forma tornaram este caminho mais fácil de ser

percorrido.

RESUMO

O objetivo geral desta pesquisa é analisar a posição de uma microempresa do ramo de motocicletas com relação à importância do planejamento como auxiliador da tomada de decisões. Os objetivos específicos, por sua vez, são estudar a relevância da estratégia empresarial para a prevenção de crises, analisar o papel da contabilidade gerencial no que diz respeito ao planejamento tributário de uma organização e analisar evolução da taxa tributária brasileira ao longo dos últimos anos. Como método para a produção desta pesquisa utilizou-se, basicamente dois métodos: referências bibliográficas e pesquisa de campo. Sabe-se que a metodologia é importante, pois se trata do processo usado para estruturar o projeto de pesquisa científico. Em seguida, produziu-se um questionário com dez perguntas objetivas e aplicou-se a dez colaboradores de uma microempresa do ramo de motocicletas com sede em Fortaleza. As respostas foram tabuladas por meio de um software e resultaram em gráficos que ilustram as respostas. Com os gráficos à disposição, fez-se a inserção deles na pesquisa, analisando um por um, tendo como base as análises dos autores estudados. Ao final, conclui-se que o planejamento tributário é um dos caminhos mais lúcidos para que uma empresa possa investir sem perder muito dinheiro com a carga alta que se tem no Brasil. Isso porque notou-se que, quando a empresa planeja de forma estruturada a sua realidade, tendo em vista a realidade dos concorrentes e a mercadológica como um todo, a possibilidade de se ter prejuízo é diminuída.

Palavras-chave: Planejamento. Estratégia Empresarial. Carga Tributária Nacional.

ABSTRACT

The objective of this research is to analyze the position of a micro branch of motorcycles with respect to the importance of tax planning as supportive of the decision making. The specific objectives, in turn, are studying the relevance of corporate strategy for crisis prevention, analyzing the role of management accounting in relation to the tax planning of an organization and analyze the evolution of the Brazilian tax rate over the past few years. As a method for the production of this research was used basically two methods: references and field research. It is known that the methodology is important because it is the process used to structure the scientific research project. Then produced a questionnaire with ten objective questions and applied to ten employees of a micro branch of motorcycles based in Fortaleza. The responses was tabulated using the software, and resulted in graphs illustrating the responses. With graphics available, made to insert them in the research, analyzing one by one, based on the analysis of the studied authors. The article concludes that tax planning is one of the most lucid way so that a company can invest without losing too much money on high load that has been in Brazil. That's because it was noted that when the company plans a structured their reality, considering the reality of competitors and marketing as a whole, have the possibility of injury is reduced. Keywords: Tax Planning. Business Strategy. National Tax Burden.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 08 2. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL COMO MEIO PARA A PREVENÇÃO DE CRISES ... 11 2.1. A estratégia como vantagem competitiva para a empresa ........................................ 14 3. A CONTABILIDADE GERENCIAL ................................................................................ 18 4. PLANEJAMENTO COMO FERRAMENTA DE AUXILIO NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES .................................................................................................. 22 4.1. Planejamento financeiro ............................................................................................. 26 4.2. Planejamento de vendas ............................................................................................ 27 4.3. Planejamento e cotrole de custos e despesas ........................................................... 28 4.4. Elisão fiscal, evasão fiscal e fraude ............................................................................ 29 4.5. A influência do tributo na empresa ............................................................................. 31 5. A EVOLUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA .............................................. 33 6. ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DO RAMO DE MOTOCICLETAS .............. 36 6.1. A empresa ................................................................................................................... 36 6.2. O mercado de motocicletas no Brasil ......................................................................... 36 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 48 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 50

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1 INTRODUÇÃO

No mundo moderno e global implementar estratégias para enfrentar a alta

concorrência do mercado é um dos desafios dos gestores. Além de ajudar a prevenir

a crise, a estratégia é um meio pelo qual obriga as empresas a investir também em

planejamento. Se programar estratégias e planejamento antes de tomar uma

decisão é um passo fundamental para as organizações no mercado global, fazer o

mesmo vislumbrando as taxas tributárias é essencial atualmente.

O Sistema Tributário Brasileiro é regido pela Emenda Constitucional nº

18, de 1º de dezembro de 1965, sendo efetivamente regulamentado pela Lei nº

5.172, de outubro de 1966, denominado de Código Tributário Nacional (CTN) pelo

art. 7º do ato complementar nº 36, de 13 de março de 1967. Não é novidade que a

taxa tributária brasileira é uma das mais altas do mundo, o que implica uma série de

sanções para as empresas, sobretudo aquelas de menor porte.

Para auxiliar as organizações na tomada de decisões com relação aos

tributos, entre outros, a contabilidade surge como um setor de fundamental

importância para o planejamento tributário das organizações visando à tomada de

decisões. É preciso levar em consideração que as empresas estão em constantes

mudanças e cada vez mais necessitam de controle, informações oportunas e reais

sobre o negócio, o mercado, a concorrência. Deste modo, é importante que elas

saibam adequar suas operações às situações reais do mercado.

Esta pesquisa se justifica pelo fato de que a contabilidade, por muito

tempo foi vista apenas como um meio de sistema de informações tributárias, porém,

na atualidade ela passa a ser vista também como instrumento gerencial, que se

utiliza de um sistema de informações para gerenciar, elaborar e interpretar relatórios

e dados que possam mensurar os resultados financeiros das organizações e auxiliar

para a tomada de decisões.

Seguindo esta ótica, o objetivo geral desta pesquisa é analisar a posição

de uma microempresa do ramo de motocicletas com relação à importância do

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planejamento como auxiliador da tomada de decisões. Os objetivos específicos, por

sua vez, são estudar a relevância da estratégia empresarial para a prevenção de

crises, analisar o papel da contabilidade gerencial no que diz respeito ao

planejamento tributário de uma organização e analisar evolução da taxa tributária

brasileira ao longo dos últimos anos.

Como método para a produção desta pesquisa utilizou-se, basicamente

dois métodos: referências bibliográficas e pesquisa de campo. Sabe-se que a

metodologia é importante, pois trata-se do processo usado para estruturar o projeto

de pesquisa científico. A metodologia busca ainda descrever os meios utilizados

para a concepção de uma pesquisa, assim como demonstram Acevedo e Nohara

(2006, p.48) ao dizerem que o levantamento bibliográfico consiste na busca de

estudos anteriores que já foram produzidos por outros cientistas e que geralmente já

foram publicados em livros ou artigos científicos. Por isso, inicialmente utilizou-se da

pesquisa bibliográfica, onde buscou-se pesquisar a visão de autores de destaque no

estudo da contabilidade gerencial, estratégia empresarial e cargas tributárias

brasileiras. Em seguida, produziu-se um questionário com dez perguntas objetivas e

aplicou-se a dez colaboradores de uma microempresa do ramo de motocicletas com

sede em Fortaleza. As respostas foram tabuladas por meio de um software e

resultaram em gráficos que ilustram as respostas. Com os gráficos à disposição, fez-

se a inserção deles na pesquisa, analisando um por um, tendo como base as

análises dos autores estudados.

Desta forma, a pesquisa está estruturada da seguinte forma: no primeiro

capítulo apresenta-se o assunto, a justificativa e os objetivos. No segundo, fala-se

sobre a estratégia empresarial como meio para prevenção de crises. Mostra-se que

passos a administração pode dar no sentido de prevenir as crises tomando atitudes

até muitas vezes simples, mas que nem todos observam. Ainda neste capítulo, fala-

se um pouco sobre a estratégia como uma vantagem competitiva para as empresas.

Para ilustrar o assunto, apresenta-se as cinco forças competitivas de Poter, um

ícone de estudo sobre o assunto.

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No terceiro capítulo, fala-se sobre a contabilidade gerencial, conceitua-se

o tema e mostra-se de que forma a contabilidade pode atuar para o processo de

tomada de decisões em uma empresa. No quarto capítulo, apresenta-se o

planejamento tributário como ferramenta de auxílio no processo de tomada de

decisões de uma empresa. Fala-se sobre o conceito de planejamento tributário e

seu objetivo dentro de uma empresa. Aborda-se ainda o planejamento financeiro, de

vendas, de controle de custos e despesas, além da elisão e evasão fiscal, fazendo

uma breve diferenciação entre ambos os termos. No quinto capítulo, apresenta-se a

evolução da carga tributária brasileira, mostrando os dados desde o ano de 1999 até

2012. No sexto e último capítulo mostra-se o estudo de caso e os resultados da

pesquisa com dez funcionários de uma microempresa do ramo de motocicletas com

sede em Fortaleza.

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2 ESTRATÉGIA EMPRESARIAL COMO MEIO PARA PREVENÇÃO DE CRISES

No mundo moderno e global, as organizações, sejam elas de pequeno ou

grande porte, precisam desenvolver ações para chamar a atenção dos clientes ou

potenciais clientes. Para isso, o entanto, é preciso desenvolver uma estratégia. Isso

porque quando ações são postas em práticas deliberadamente, sem ter por trás uma

estratégia antes pensada, o risco de dar errado é bem maior.

Segundo o entendimento de Ansoff (1984, p. 485), administração

estratégica é um processo de gestão do relacionamento de uma empresa com o seu

ambiente; compreende planejamento estratégico, planejamento de potencialidades e

gestão de mudanças. Já o de Maximiano (2000, p. 203) diz que a administração

estratégica é o processo que compreende planejamento, implementação e controle

da execução da estratégia. Já Chiavenato (2002) diz que a estratégia empresarial é

a mobilização de todos os recursos da empresa no âmbito global, visando atingir

objetivos a longo prazo.

Segundo Alday (2000, p. 17), nos últimos anos, os executivos passaram a

viver mais intensamente o problema da definição das estratégias de suas empresas,

sem se contentar com o planejamento estratégico. Mesmo assim o autor lembra que

uma estratégia de negócio tem diversas características especificas. Para ele, o

processo de formulação da estratégia não resulta em qualquer ação imediata, pois é

preciso estabelecer as direções gerais nas quais a posição da empresa crescer·e se

desenvolver. Ainda segundo Alday (2000, p. 17), a estratégia deve ser usada, em

seguida, para gerar projetos estratégicos através de um processo de busca, porque

o papel da estratégia, nessa busca, é focalizar a atenção em áreas definidas pela

estratégia e excluir as possibilidades não identificadas que sejam incompatíveis com

a estratégia.

A formulação de estratégias deve basear-se em informações bastante agregadas, incompletas e incertas a respeito de classes de alternativas. Quando a busca identifica alternativas especificas, a informação mais precisa e menos agregada que se tornar disponível poder· lançar d˙vidas sobre a prudência da escolha original da estratégia. Portanto, o uso apropriado da estratégia exige feedback estratégico. Uma vez que tanto a

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estratégia quanto os objetivos são utilizados para filtrar projetos, eles parecem ser semelhantes. No entanto, são distintos. Os objetivos representam os fins que a empresa estão tentando alcançar, enquanto a estratégia È o meio para alcançar esses fins. Os objetivos são regras de decisão de nível mais alto. Uma estratégia que È v·lida sob um conjunto de objetivos pode perder sua validade quando os objetivos da organização são alterados. (ALDAY, 2000, p. 17)

Como se pode ver, a administração estratégica pode ser entendida como

um processo contínuo e interativo que visa manter uma organização como um

conjunto apropriadamente integrado a seu ambiente. Alday (2000, p. 19), diz que o

ideal é que a empresa selecione uma estratégia de crescimento que possa resultar

em aumento de vendas ou da participação de mercado. Isso porque, segundo o

autor, se espera que esse crescimento possibilite um aumento do valor da empresa.

O crescimento interno é conseguido por meio do aumento das vendas, da capacidade de produção e da força de trabalho. Algumas empresas buscam deliberadamente esse caminho para o crescimento, em vez de tomar os rumos alternativos da aquisição de outras empresas. O crescimento interno não inclui apenas o crescimento do mesmo negócio, mas também a criação de novos negócios seja em direção horizontal ou vertical. (ALDAY, 2000, p. 19)

O fato é que pensar estrategicamente pode ser um diferencial importante

para as empresas, pois a estratégia lhes ajuda a desenvolver ações diretas para o

consumidor. Há de se ressaltar ainda que a estratégia empresarial ganhou muito

mais espaço no mercado moderno e global, sobre o qual as empresas precisaram

se adaptar. Para Alday (2000, p. 21):

A gestão estratégica pode ser vista como uma série de passos em que a alta administração e deve realizar as seguintes tarefas: a) analisar oportunidades e ameaças ou limitáveis que existem no ambiente externo; b) analisar os pontos fortes e fracos de seu ambiente interno; c) estabelecer a missão organizacional e os objetivos gerais; d) formular estratégias (no nível empresarial, no nível de unidades de negócios e no nível funcional) que permitam ‡ organização combinar os pontos fortes e fracos da organização com as oportunidades e ameaças do ambiente; d) implementar as estratégias; e) realizar atividades de controle estratégico para assegurar que os objetivos gerais da organização sejam atingidos.

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Isso porque a estratégia empresarial tem muito a ver com a visão de

futuro que a administração da organização tem de si. Nesse entendimento,

Henderson (1979, p. 19) explica que a estratégia de negócio deveria:

1. definir a área de negócios a ser operada;

2. identificar os concorrentes mais importantes naquela indústria;

3. identificar as diferenças entre a empresa e seus concorrentes;

4. projetar as mudanças no ambiente que irão afetar a concorrência; e

5. identificar os objetivos da empresa e todas as diferenças conhecidas entres estes

e de seus concorrentes. Ainda segundo o entendimento do autor, a estratégia de

negócios está envolvida com questões de preços e custos.

Seguindo este mesmo entendimento, Chiavenato (2002) entende que o

ambiente que envolve uma empresa é essencial para a sobrevivência das

organizações, pois segundo ele, é do ambiente que as empresas obtêm os recursos

e informações necessários para sua própria subsistência e funcionamento, além de

o ambiente promover às empresas os resultados de suas operações. Ainda segundo

ele, o planejamento estratégico relaciona-se com objetivos de longo prazo, cujas

características são:

- projeção para longo prazo e seus efeitos e consequências são

estendidos para vários anos;

- envolve a empresa como uma totalidade, abrange todos os recursos e

áreas de atividade;

- preocupa-se em atingir os objetivos em nível organizacional;

- é definido pela cúpula da organização e corresponde ao plano ao qual

todos estão subordinados.

Segundo os estudos de Zaccarelli (2003), a estratégia não é um problema

de lógica, pois esta lida com resultados previsíveis, já o problema estratégico lida

com oponentes com reações imprevisíveis, e é preciso dedicar tempo ao problema

estratégico, pois há um jogo competitivo bastante realista, sendo a busca de sua

essência: a competição, e verificar o que os concorrentes já fizeram e o que farão. A

empresa que não dedicar tempo e atenção para isto pode pagar caro.

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Pelo que diz o autor, entende-se que a estratégia empresarial funciona

para a administração da organização como um padrão do comportamento ao logo

do tempo. A estratégia é como se a empresa atuasse no mercado olhando para o

passando, mas pensando no futuro, o que é fundamental para os dias de hoje, pois

o mercado está em constante mutação. De modo que, desenvolver ações pensando

no futuro beneficia a empresa, pois dentro dessas ações estratégicas podem ser

incluídos antídotos contra a crise.

2.1 A estratégia como vantagem competitiva para a empresa

No mundo global e competitivo, as empresas precisam encontrar meio

para ganharem a concorrência e conseguirem lucros. Esse talvez seja um dos

principais desafios das organizações modernas. Isso porque para se conseguir o

sucesso no mercado é preciso investir no gerenciamento de pessoas. Trata-se de

um diferencial que pode resultar no sucesso ou fraco da organização. A gestão de

pessoas é o que se pode chamar também de vantagem competitiva.

Para Zaccarelli (2003), a vantagem competitiva por diferenciação no

negócio acontece quando uma empresa consegue obter vantagem sobre o seu

concorrente, mudando a forma de negociar com os fornecedores e ou distribuidores,

sem alterar o produto. As opções são as seguintes:

a) mudar o canal de distribuição;

b) manter o canal de distribuição atual, mas mudar a forma de atuação;

c) manter o canal de distribuição atual, porém integrar interesses de diversas

empresas.

E a vantagem competitiva pela existência de talentos especiais na

empresa acontece quando encontramos na empresa pessoas especiais e

competentes, seja nas funções gerenciais ou operacionais, isto em razão delas

possuírem uma maior habilidade de perceber oportunidades e implementá-las antes

dos concorrentes, ou para sair do negócio quando a rentabilidade tende a cair.

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De acordo com Porter (1991, p. 2) “a vantagem competitiva surge

fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar para seus

compradores e que ultrapassa o custo de fabricação da empresa”. Ainda segundo o

entendimento do autor, um dos ícones do estudo da estratégia competitiva, esta é a

busca de uma posição competitiva favorável em uma indústria, a arena fundamental

onde ocorre a concorrência. A estratégia competitiva visa estabelecer uma posição

lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência da indústria.

A vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar para seus compradores e que ultrapassa o custo de fabricação pela empresa. O valor é aquilo que os compradores estão dispostos a pagar e o valor superior provém da oferta de preços mais baixos do que os da concorrência por benefícios equivalentes ou do financiamento de benefícios singulares que mais do que compensam um preço mais alto. (POTER, 1991, p. 2)

Encontrar o que pode ser vantajoso para a organização é um desafio que

as empresas modernas não podem fugir. Bohlander (2005, p.03), acredita que a

vantagem competitiva de uma empresa está nas pessoas. Com esse entendimento,

ele classificou como fontes competitivas, quando atenderem os seguintes critérios:

- Os recursos devem ter valor, refere-se à capacidade de encontrar meios de

diminuir os custos;

- Os recursos devem ser diferenciados, ocorre quando não estão disponíveis aos

concorrentes as suas habilidades e conhecimentos;

- Os recursos devem ser difíceis de imitar, ou seja, não podem ser copiados

facilmente pelos outros;

- Os recursos devem ser organizados, seus talentos podem ser combinados,

atribuindo suporte organizacional.

A estratégia competitiva deve surgir da compreensão aprofundada das

regras de concorrência que determinam a atratividade de uma indústria. Para que

isso ocorra, Porter (1991) sugere que se faça uma análise do modelo de cinco

forças, que se vê logo em seguida quais são.

Gráfico 1. Forças competitivas de Porter

Fonte: Maximiano A C. Amaru.

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Como pode-se ver, o gráfico acima coloca a famosa teoria do estrategista

Michael Porter, que ele denominou de forças competitivas de Porter, onde

segundo ele, a competição contempla cinco forças competitivas num ramo de

negócio, as quais variam de indústria para indústria e determinam a lucratividade a

longo prazo. Essas forças são fatores críticos de sucesso e vetores de

estabelecimento de preços, definição de matriz de custos e investimentos e

quantidade de competidores.

Isso porque o diferencial competitivo de uma empresa e a sua perenidade

sustentável ao longo do tempo está cada vez mais vinculado a sua competência e

rapidez em inovar, principalmente em função da exigente demanda de mercado e

da própria concorrência.

Seguindo o mesmo entendimento, Maximiano (2002, p. 394) diz que a

vantagem competitiva é aplicada, principalmente, mas não exclusivamente a

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situações de concorrência, pois são fatores que contribuem para que um produto,

serviço ou empresa tenha sucesso em relação aos concorrentes.

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3 CONTABILIDADE GERENCIAL

Uma organização é formada por vários segmentos, setores que

desempenham um papel específico para a consolidação e sucesso da empresa. A

contabilidade, por sua vez, é parte integrante da sustentação de uma empresa,

sobretudo na era moderna, na qual a tecnologia tem sido cada vez mais atuante nas

relações.

De acordo com a Resolução nº 774/94, do Conselho Federal de

Contabilidade, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais da Contabilidade, a

contabilidade é um ramo que possui objeto próprio, o patrimônio das entidades, e

consiste em conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condições de

generalidade, certeza e buscam das causas, em nível qualitativo semelhante às

demais ciências sociais.

Segundo Crepaldi (2004), a contabilidade gerencial está dividida em dois

segmentos: a contabilidade financeira e a contabilidade administrativa. O autor diz

que a primeira é responsável por registrar a história financeira da empresa e atua

com a criação de relatórios para usuários externos, enquanto a segunda atua com

informações financeiras úteis para se tomar melhores decisões relativas ao futuro.

Segundo Iudícibus (1994, p.26) o objetivo da contabilidade é fornecer

informação econômica relevante para que cada usuário possa tomar suas decisões

e realizar seus julgamentos com segurança.

A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira, se balanços etc. colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório (IUDÍCIBUS, 1986, P.15).

Padoveze (2010) explica que o sistema de informação contábil usual e de

boa qualidade deve emitir informações para responder a questões como:

- Níveis empresarias: estratégico, tático e operacional;

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- Administrativo: planejamento, execução e controle;

- Nível de estruturação da informação: estruturada, semiestruturada e não

estruturada.

Isso é importante porque os estudos de Iudícibus (1986, p.17) dizem que

o profissional da contabilidade deve dispor de uma formação ampla, com

conhecimento das técnicas e dos objetivos ou resultados que podem ser alcançados

com métodos quantitativos e assim dar suporte à organização de maneira

estruturada.

Padoveze (2006, p. 9) salienta que a contabilidade gerencial é voltada

para a gestão econômica e utilizada para controle dos custos em cima de padrões,

metas ou orçamentos, avaliação dos gestores responsáveis pelos custos,

departamentos e divisões, além de tomada de decisões envolvendo rentabilidade

dos produtos e serviços. Como se pode ver, a contabilidade gerencial é um

importante segmento para a gestão dos custos de uma empresa, sobretudo quando

voltada para as metas e a gestão dos orçamentos.

Segundo Iudícibus (1986, p. 23), entre outras, são funções do contador

gerencial:

- compilar e analisar a informação;

- fazer planejamento perfeito com objetivo de se chegar a um controle eficaz

- elaborar relatórios padrões para facilitar sua interpretação;

- avaliar e assessorar os gerentes e o presidente;

- organizar o sistema gerencial a fim de permitir à administração

- conhecer os fatos ocorridos e seus resultados;

- comparar o desempenho esperado com o real;

- pensar e planejar a administração tributária;

- elaborar relatórios para o governo e entidades oficiais.

O fato é que as empresas estão em constantes mudanças e cada vez

mais necessitam de controle preciso e de informações oportunas e reais sobre o seu

negócio, de modo que possam adequar suas operações às situações do mercado.

Além disso, é preciso constatar que, durante anos a contabilidade foi vista apenas

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como um meio de sistema de informações tributárias, porém, na atualidade ela

passa a ser vista também como instrumento gerencial, que se utiliza de um sistema

de informações para gerenciar, elaborar e interpretar relatórios e dados que possam

mensurar os resultados financeiros e do mesmo modo, transmitam as informações

necessárias para subsidiar os gestores na tomada de decisão.

Seguindo esta ótica, a contabilidade gerencial foi se tornando de suma

importância para auxiliar no desenvolvimento, aplicação e interpretação dessas

informações. Na visão de Crepaldi (2008, p. 3), o contador gerencial, pela própria

natureza das funções que lhe são solicitadas, necessitará de informação bem

diferente da exigida para o profissional da contabilidade financeira, por exemplo.

Para ele, a contabilidade gerencial tem como primeiro passo, o dever de ser

atualizada, conciliada e mantida com respeito às técnicas contábeis, isso porque

sem o conhecimento do mercado, da concorrência, da formação de preços, do

controle de gastos, do controle de estoques, do fluxo de caixa, do ponto de

equilíbrio, entre outros, os empresários irão tomar decisões incompatíveis com o

mercado e assim sairão prejudicados.

Crepaldi (2008, p. 5) diz ainda que a contabilidade gerencial trata da

coleta, apresentação e interpretação dos fatos econômicos. Trata-se do ramo da

contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de

empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais, pois é voltada para a melhor

utilização dos recursos econômicos da empresa através de um adequado controle

dos insumos efetuados por um sistema de informação gerencial. O autor explica

que, para implementar um sistema de informações gerenciais, a empresa deve

considerar os seguintes pontos:

- que informações seu sistema deverá possuir para controle econômico e

financeiro de sua empresa;

- o que levar em consideração na decisão entre comprar pronto e

desenvolver um sistema próprio;

- como a controladoria pode ser mais eficaz pela utilização de um sistema

de informação contábil abrangente;

- o diálogo com os sistemas integrados de gestão;

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- os requisitos necessários para se implantar um sistema de informações

contáveis voltado para o usuário.

Como se pode ver, a contabilidade gerencial pode ser entendida também

como um sistema de informação e avaliação, destinada a prover seus usuários com

demonstrações e análises de natureza econômica, financeira e, sobretudo de

produtividade. As informações, por sua vez, devem ser construídas para atender a

esses consumidores e não para atender os contadores. Por esta razão, um sistema

de contabilidade gerencial exige planejamento para a produção dos relatórios, a fim

de atender aos usuários produzindo informações sobre o ciclo administrativo da

empresa.

Segundo o entendimento de Crepaldi (2008, p. 14), o ponto fundamental

da contabilidade gerencial é o uso de informações contábeis como ferramentas para

a administração, pois é o processo de produzir informações operacionais financeiras

para o usuário. O sistema só funcionará de forma eficiente se houver um sistema

integrado de informações contábeis que abranja tanto os recursos humanos, quanto

os tecnológicos da empresa.

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4 PLANEJAMENTO COMO FERRAMENTA DE AUXÍLIO NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES

A contabilidade, como se observa, dá subsídios ao gestor para que ele

atue de modo seguro nas ações das empresas, de modo que ele pode planejar

ações e com isso prevê eventuais problemas contábeis, o que permite agir

antecipadamente para até mesmo evitar esses problemas.

De acordo com a Resolução nº 774/94, do Conselho Federal de

Contabilidade, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais da Contabilidade, a

Contabilidade é um ramo que possui objeto próprio, o Patrimônio das Entidades, e

consiste em conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condições de

generalidade, certeza e buscam das causas, em nível qualitativo semelhante às

demais ciências sociais.

Segundo os estudos de Crepaldi (2004, p.20), a contabilidade é uma

atividade fundamental na vida econômica. Mesmo nas economias mais simples, é

necessário manter a documentação dos ativos, das dívidas e das negociações com

terceiros. O papel da contabilidade torna-se ainda mais importante nas complexas

economias modernas. Uma vez que os recursos são escassos, temos de escolher

entre as melhores alternativas, e para identificá-las são necessários os dados

contábeis.

No atual contexto, moderno e competitivo, planejar se tornou uma

obrigação para as empresas, de modo que se evite erros e se busque mais lucros

com o planejamento. Pode-se dizer também que o planejamento, seja em qualquer

área da organização, garante maior segurança e ganho econômico financeiro. Isso

porque quando uma eventualidade ocorrer, se a empresa tiver feito o devido

planejamento, saberá sair do momento ruim com maior tranquilidade. Para

Malkowski (2000 p. 22), planejamento Tributário é o processo de escolha de ação ou

omissão licita não simulada, anterior à ocorrência do fato gerador, que vise, direta ou

indiretamente, economia de tributos. Mas o que seria um tributo?

Tributo é o dever fundamental, consistente em prestação pecuniária, que, limitado pelas liberdades fundamentais, sob a diretiva dos princípios

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constitucionais da capacidade contributiva, do custo/beneficio ou da solidariedade do grupo e com a finalidade principal ou acessória de obtenção de receita para as necessidades públicas ou para atividades protegidas pelo Estado, exigido de quem tenha realizado o fato descrito em lei elaborada de acordo com a competência especifica outorgada pela Constituição. (TORRES, 2000, 320)

Isso porque pode-se dizer que o planejamento tributário é de suma

relevância para a tomada de decisão na empresa. Tem como um dos principais

objetivos a economia de tributos, de modo que a empresa não pague

excessivamente os tributos. Vê-se como define o Código Tributário Nacional (2002)

em seus arts. 3º a 5º da seguinte forma:

Art. 3º - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sansão por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Art. 5º - A natureza jurídica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Caso não tenha planejado, encontrar uma solução para um possível

problema poderá ser uma tarefa mais difícil e o mercado atual não permite erros, e

quando os permite, exige respostas rápidas e soluções iguais. Desta forma, o

planejamento é fundamental para todos os setores de uma organização e o

planejamento tributário talvez seja um dos mais essenciais para as empresas, tendo

em vista que a legislação tributária brasileira é bastante numerosa e complexa, o

que muitas vezes dificulta para os empresários interpretar a lei e se manter

atualizados sobre ela.

O estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais onerosas denomina-se Planejamento Tributário. Assim sendo, o planejamento tributário é um recurso disponível para as empresas que procuram reduzir a carga fiscal de forma licita. A maneira legal chama-se elisão fiscal e a forma ilegal denomina-se evasão ilícita ou sonegação fiscal, trata-se, portanto, do estudo prévio à concretização dos fatos administrativos, dos efeitos jurídicos e econômicos de determinada decisão gerencial, com o objetivo de encontrar a alternativa legal menos onerosa para o contribuinte (FABRETT, 1998, p. 28)

24

Os estudos de Marcondes (2008, p.39) dizem que planejamento é função

administrativa que determina antecipadamente o que se deve fazer e quais os

objetivos a ser alcançados, por isso é uma importante ferramenta na introdução de

ordem e método nas atividades, diminuindo o desperdício e, consequentemente,

reduzindo os custos. Ainda segundo ele, trata-se da função administrativa que

determina antecipadamente o que os grupos de pessoas devem fazer, como,

quando e onde.

Trazendo o conceito de planejamento para o segmento tributário, Fabretti

(2005, p.28) diz que o planejamento tributário é o estudo feito preventivamente, ou

seja, antes da realização do fato administrativo. O autor diz que faz parte do

planejamento tributário pesquisar os efeitos jurídicos e econômicos dos fatos

administrativos, bem como as alternativas legais menos onerosas para as empresas.

O autor salienta que o mau planejamento tributário pode acarretar em possível

evasão fiscal, ou seja, redução da carga tributária, o que levará a empresa a

descumprir as determinações legais.

Fabretti (2005) classifica o planejamento tributário de acordo com os

critérios administrativo, judicial e interno:

1 administrativo: no caso das ações por intervenções diretas no sujeito ativo, por

exemplo: a consulta fiscal;

2 judicial: pelo pleito de tutela jurisdicional, como em ação declaratória de

inexistência de débito fiscal;

3 interno: nos casos em que os atos realizados na própria empresa, como o comitê

de planejamento tributário.

Desta forma, o autor diz que é dever de todo administrador maximizar os

lucros e minimizar as perdas. Por essa razão, o planejamento tributário é um

instrumento tão necessário para ele quanto qualquer outro planejamento, seja de

marketing, de vendas, de qualificação de pessoal, de comércio exterior.

Já na visão de Latorraca (2000, p. 37), o planejamento tributário é a

atividade empresarial que, desenvolvendo de forma estritamente preventiva, projeta

25

os atos e fatos administrativos com o objetivo de informar quais os ônus tributários

em cada uma das opções legais disponíveis. Como se vê, o autor salienta que o

planejamento é uma ação estritamente preventiva, ou seja, atua no sentido de evitar

que problemas ocorram na empresa. Há de se ressaltar ainda que o referido

planejamento é de suma importância para as organizações tendo em vista a carga

tributária brasileira.

Por esta razão, Carlin (2008) diz que os objetivos principais do

planejamento tributário são:

- Reduzir eficazmente a carga tributária;

- Melhorar o resultado das operações;

- Aproveitar as oportunidades que a legislação pode proporcionar;

- Elaboração e planificação com bases técnicas de planos e programas com objetivo

de se avaliar a melhor forma de apurar e recolher os tributos;

- Gestão tributária com base nas oportunidades de redução da carga tributária

atendendo à legislação vigente no sentido de se evitar riscos ou desembolsos

desnecessários;

- Eliminar pontos vulneráveis internos ou externos à organização;

- Buscar janelas de oportunidade, através de profissionais especializados;

- Prevenir se contra eventuais problemas, sempre analisando juridicamente os

impactos das ideias de planejamento.

Desta forma, pode-se dizer que o planejamento tributário é a própria

economia tributária, pois o empresário procura orientar os seus passos de forma a

evitar, sempre que possível, o procedimento mais oneroso do ponto de vista fiscal.

Segundo Borges (1997), o planejamento tributário deve seguir os passos

operacionais e estratégicos, de acordo com o esquema abaixo.

1 operacional (Planejamento Tributário Operacional), refere-se aos procedimentos

formais prescritos pelas normas ou pelo costume, ou seja, na forma específica de

contabilizar determinadas operações e transações, sem alterar suas características

básicas;

26

2 estratégico (Planejamento Tributário Estratégico), implica mudança de algumas

características estratégias da empresa, tais como: estrutura de capital, localização,

tipos de empréstimos, contratação de mão de obra.

Na visão de Castelli (1999), o planejamento tributário corresponde ao

detalhamento das alternativas selecionadas dentro de determinada perspectiva

temporal, considerada pela empresa como médio e longo prazo, quantificando-se

analiticamente recursos, volumes, preços, prazos, investimentos e demais variáveis

planejadas.

4.1 Planejamento financeiro

A elaboração de um plano financeiro é uma parte importante do trabalho

do administrador, pois estabelece diretrizes de mudanças na empresa. Segundo

Gitman (1997, p. 586), o planejamento é uma parte essencial da estratégia

financeira de qualquer empresa. Sem ele, tudo o que a empresa vislumbrou para o

futuro pode não dar certo. Isso porque o planejamento financeiro vai muito além do

controle das despesas, ele envolve também o controle de gastos, análise do

investimento, metas, entre outros.

Por esta razão, Oliveira (2009, p. 189) defende que uma das mais

importantes funções da Contabilidade Tributária corresponde ao conjunto de

atuações e procedimentos operacionais de uma empresa (especialmente os

contábeis) que levaria a uma redução legal do ônus tributário empresarial, fazendo

com que venha a obter um patamar superior de rentabilidade e competitividade.

Seguindo o mesmo entendimento, Frankenberg (1999, p.31) diz que

planejamento financeiro pessoal significa estabelecer e seguir uma estratégia

precisa, deliberada e dirigida para a acumulação de bens e valores que irão formar o

patrimônio de uma pessoa e de sua família. Essa estratégia pode estar voltada para

curto, médio ou longo prazo, e não é tarefa simples atingi-la. O entendimento é o

mesmo de Dolabela (2000 p. 172), que diz que o planejamento financeiro é um

conjunto de informações, controles e planilhas de cálculos que, sistematizadas em

27

diferentes documentos contábeis, compõem as previsões referentes à operação e

servem como ferramentas gerenciais para o planejamento financeiro da empresa.

Há de se ressaltar ainda que o planejamento financeiro é um processo

que ajuda a empresa a evitar tropeços no seu futuro, o que é de suma importância

para a realidade do mercado global e competitivo da atualidade. Planejar o futuro é

tão importante quanto planejar o próprio faturamento, como se vê no tópico seguinte.

4.2 Planejamento de vendas

Planejar o setor de vendas pode ser um diferencial competitivo para as

empresas, pois geralmente vender determinado produto e serviço é o principal

objetivo de uma empresa. No entendimento de Kotler (2003 p. 416), o planejamento

de vendas abrange ações de elaboração da estratégia e da estrutura da força de

vendas e a seleção, o treinamento, a remuneração, a supervisão e a avaliação dos

representantes da empresa.

Seguindo esta mesma ótica, Las Casas (1999) diz que planejar é uma

das funções mais importantes do gerente de vendas, pois contribui para a redução

de custos e um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis. No entendimento

do autor, um dos primeiros passos para um bom planejamento é conhecer o

mercado de atuação, pois o potencial de mercado determina a capacidade máxima

que um mercado é capaz de absorver.

De fato, para se planejar é preciso que a empresa conheça onde está

comercializando seus produtos e serviços. Não tem condições de uma organização

adentrar determinado mercado sem conhecer, nem que seja de forma básica, o

público alvo, o preço e o produto.

Na sua essência o planejamento na área de vendas consiste, a partir dos objetivos empresariais, em analisar as situações internas e externas; fazer uma previsão do que pode acontecer preparar-se para atender e executar essa previsão e controlar o trabalho para que tais objetivos sejam alcançados. (LAS CASAS, 1999 p. 61).

28

Para planejar bem o setor financeiro, a empresa precisa conhecer seus

públicos internos e externos, de modo que a estratégia implantada possa ser bem

executada. Além disso, é preciso ressaltar que metas devem ser traçadas no sentido

de vislumbrar uma situação futura da organização. Por esta razão, Cobra (1994)

salienta que o planejamento de vendas é fundamental para as empresas.

No entendimento de Stanton (2000, p.47), é difícil administrar uma força

de vendas inteligente sem um bom conhecimento do processo de venda. Por isso,

segundo ele, é necessário que os gestores saibam como funcionam os setores de

vendas de suas empresas. Visando isso, ele define algumas etapas desse

processo:

- Prospecção: procura e identificação de novos clientes,;

- Pré-aproximação: consiste na preparação da venda, no levantamento de

informações sobre o cliente;

- Abordagem: quando há o contato entre o vendedor e o cliente;

- Avaliação das necessidades: visa avaliar o que o cliente necessita;

- Apresentação: é o momento da venda propriamente dito;

- Resposta às objeções: é o momento em que o vendedor cria argumentos que

respondem às questões levantadas pelos clientes.

Além dos pontos abordados pelo autor acima, é preciso salientar que

contratar pessoas com o perfil para vender é parte crucial do planejamento de

vendas de qualquer empresa. No entendimento de Stanton (2000, p.12), a principal

responsabilidade do gerente de vendas é preencher as vagas da organização com

as pessoas certas. De certo o autor tem razão, pois não adianta uma empresa

contratar um profissional se ele não possui perfil para prospectar clientes, não

possui habilidade suficiente para abordar, dialogar e tratar com os clientes.

4.3 Planejamento e controle de custos e despesas

Todo controle exige planejamento. Se for controle de custos, o

planejamento deve estar ainda mais presente. Nenhuma empresa consegue se

29

manter sólida no mercado se não houver controle de custos e despesas, de modo a

buscar garantir segurança financeira. No entendimento de Frezatti (1999, p. 37) uma

abordagem adequada do planejamento de negócios é aquela que considera o

orçamento como a forma de controle do resultado futuro. Isso porque planejar, neste

sentido, significa assegurar que o comportamento e as decisões estejam

consistentes com metas e estratégias.

Seguindo o mesmo caminho, o entendimento de Welsch (1983, p.42)

considera que as principais atividades da função de controle são as medidas de

desempenho relacionadas aos objetivos predeterminados, a comunicação dos

resultados aos devidos interessados, a análise das diferenças em relação aos

objetivos para identificação de possíveis causas e o acompanhamento para

avaliação da eficácia da ação corretiva e retroalimentação do sistema de

acompanhamento e controle. Ainda segundo o entendimento do autor, os

respectivos métodos de acompanhamento de resultados e controle gerencial devem

ser adaptados às necessidades da empresa.

O fato é que o planejamento de custos e despesas exige habilidade do

gestor. Isso porque ele precisa estar atendo tanto à saúde financeira da empresa,

quanto às movimentações mercadológicas. Para isso, Welsch (1983, p. 50) enumera

alguns princípios fundamentais para o planejamento e controle de resultados:

envolvimento administrativo, adaptação organizacional, contabilidade por

responsabilidade, orientação para objetivos, comunicação integral, expectativas

realistas, oportunidade, aplicação flexível, reconhecimento do esforço individual e do

grupo e acompanhamento.

4.4 Elisão fiscal, evasão fiscal e fraude

O sistema contábil de uma empresa é a espinha dorsal da sua

sustentação. Pode-se dizer que é o alicerce, o caminho para a saúde financeira da

empresa, pois por ele passam todas as informações sobre as quais nenhuma

empresa poderia existir: as financeiras. Mantê-lo controlado é necessário para o

30

controle dos demais setores. Quando há elisão, evasão ou fraude é sinal de que o

sistema não está funcionando como deveria.

No entendimento de Motta Filho (2004, p. 33), a elisão fiscal é um

conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento de tributos, isso porque

o contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio de maneira que melhor lhe

pareça, procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos

impostos. Já Amaral (2002, p. 47) conceitua elisão fiscal como um conjunto de

procedimentos previstos em lei que visam diminuir o pagamento de tributos por parte

das empresas, de modo que se a forma é lícita e jurídica, a fazenda pública deve

acatá-la.

Já a evasão fiscal, no entendimento de Gutierrez (2006) pode ser

classificada em diversas espécies e funciona de forma a facilitar o estudo do

fenômeno, além de ter a finalidade de compreendê-lo mais profundamente em seus

mais diversos aspectos. Para se vislumbrar com mais clareza as diferenças entre

elisão e evasão, vê-se o quadro abaixo:

EVASÃO FISCAL ELISÃO FISCAL

Contrária à lei Legal

Passível de sanção penal Não é passível de sanção

Medidas adotadas após ocorrência de

fato gerador

Medidas adotadas antes da ocorrência

de fato gerador

Deve ser combatida Deve ser estimulada

Quadro 1. Diferenças entre evasão e elisão fiscal Fonte: Amaral (2002, p.48)

Como se sabe, a evasão é ilegal, passível de sanção penal e deve ser

evitada. O referido descumprimento pode ser classificado como crime de sonegação

fiscal, o que é considerado um crime. Os crimes contra a ordem tributária estão

previstos na Lei 8.137/90. Ao todo, três artigos da referida lei tratam sobre o crime,

como se vê abaixo:

31

Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000) - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; II fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; III falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável; V elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; V negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.

Como se vê, a sonegação fiscal é algo ilegal, diferentemente da elisão.

No entendimento de Amaral (2002, p. 67), sonegação fiscal é o ato doloso que

consiste em falsear, inserir ou omitir declaração inexata em documento de natureza

fiscal com a intenção de eximir-se total ou parcialmente do pagamento do tributo.

De acordo com o artigo 71 da lei 4.502, de 30 de novembro de 1964,

sonegação fiscal é “toda ação ou omissão culposa, que tenta impedir ou retardar,

total ou parcial, o conhecimento por parte da autoridade fazendária, relativa à

ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou

circunstâncias materiais e as condições pessoais do contribuinte, capazes de afetar

a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente”.

4.5 A influência do tributo na empresa

A finalidade do planejamento é para evitar a incidência de tributos,

evitando a ocorrência do fato gerador procurando meios para reduzir o montante dos

impostos e as alíquotas das quais se baseia o calculo tributário, variando algumas

de acordo com estado e a espécie de serviço, a exemplo tem-se o ICMS que varia

entre 12% e 17%. Na visão de Fabretti (1998, p. 28):

32

O estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais onerosas denomina-se planejamento tributário. Assim sendo, o planejamento tributário é um recurso disponível para as empresas que procuram reduzir a carga fiscal de forma licita. A maneira legal chama-se elisão fiscal e a forma ilegal denomina-se evasão ilícita ou sonegação fiscal, trata-se, portanto, do estudo prévio à concretização dos fatos administrativos, dos efeitos jurídicos e econômicos de determinada decisão gerencial, com o objetivo de encontrar a alternativa legal menos onerosa para o contribuinte.

Tendo em vista o entendimento expresso, pode-se dizer que um dos

maiores objetivos do planejamento tributário é analisar os tributos incidentes durante

uma operação financeira, de modo que se aplique nas empresas a interação entre

os departamentos, associando o administrador e o contador. Esses dois

profissionais juntos devem analisar como implantar um sistema que ajude a diminuir

a carga tributária da organização.

Desta forma, pode-se considerar que a influência do planejamento tributário

desencadeia nos custos das empresas, influenciando de forma direta nos custos das

mercadorias, aumentando ou diminuindo os lucros. Por isso, cabe ao administrador,

com a ajuda do contador, implantar ferramentas necessárias para garantir a

diminuição de tributos. Um desses caminhos pode ser percorrido por meio de um

bom planejando, aonde se deve verificar a legislação, de modo que facilite as

estratégias implantadas. Seguindo este entendimento, Fabretti (2001, p. 146-147)

diz que:

O planejamento tributário é a atividade preventiva que estuda a priori os atos e os negócios jurídicos que o agente econômico (empresa, instituição financeira, cooperativa, associação, etc.) pretende realizar. Sua finalidade é obter a maior economia fiscal possível, reduzindo a carga tributaria para o valor realmente exigido por lei.

Cabe ao administrador analisar a relação custo/beneficio para a empresa,

escolhendo as medidas viáveis, de acordo à classificação da empresa, se de

pequeno ou grande porte. Isso porque é preciso ressaltar que um bom planejamento

tributário é garantia de bom rendimento para a empresa, representando uma maior

capitalização do negócio.

33

5 A EVOLUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA

O sistema tributário nacional teve início a partir da Emenda Constitucional

nº 18, de 1995. Em 1966 foi criada a Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966, mais

tarde chamado de código tributário nacional pelo art. 7° do ato complementar n° 36

de 13 de março de 1967, que dispõem sobre a regulamentação do sistema tributário.

Nesta época, o sistema tributário brasileiro colocava os Estados e

Municípios em plano de inferioridade. Na Carta Magna de 1988, a matéria tributária

é prevista no art. 150, inciso I e II, estabeleceu o princípio da legalidade,

irretroatividade e anterioridade:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. II – cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei, que os houver instituído. b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

Segundo Oliveira e Gribl (2003, p. 41), a carga tributária atual representa

aproximadamente 35% do PIB, sendo muito mal distribuída, pois decorre

principalmente dos chamados tributos indiretos, os quais são suportados

efetivamente pelo consumidor final, na medida em que são embutidos nos preços de

bens e serviços consumidos pela população.

Como se vê nas palavras do autor acima, a carga tributária brasileira é

muito alta, de modo que as empresas precisam investir no planejamento para evitar

impacto maior sobre os recursos das empresas. Caso contrário, o tributo poderá

interferir diretamente no desenvolvimento da organização, levando-a, inclusive à

falência.

A carga tributária brasileira é a segunda maior entre os países da América

Latina, atrás apenas da Argentina. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (13)

pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A

34

receita tributária alcançou 32,4% do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil em 2010,

ante 33,5% na Argentina. Já de acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento

Tributário (IPT), a carga tributária brasileira subiu em 2012 chegando ao recorde de

36,27% do Produto Interno Bruto (PIB). O estudo do IBPT concluiu que a

arrecadação tributária chegou a R$ 1,59 trilhão em 2012, contra R$ 1,49 trilhão

registrado em 2011.

Com isso, cada brasileiro pagou em média R$ 8.230,31 em impostos no

ano passado, um aumento de R$ 460,37 ou de 5,93% em relação a 2011 (R$

7.769,94). A arrecadação atingiu R$ 4,36 bilhões por dia, ou R$ 50,5 mil por

segundo, diz o instituto. Reportagem publicada pelo portal G1, relatou que a

arrecadação cresceu R$ 104,87 bilhões, sendo que os tributos federais tiveram

aumento de R$ 65,38 bilhões, para R$ 1,117 trilhão (alta de 6,22%), os estaduais de

R$ 31,38 bilhões, para R$ 394,67 bilhões (crescimento de 8,64%) e os municipais

de R$ 8,11 bilhões, para R$ 85,13 bilhões (10,53% a mais).

Do total, os tributos federais respondem por 69,96% de toda a

arrecadação tributária, enquanto que os tributos estaduais correspondem a 24,71%

e os tributos municipais por 5,33%, aponta o estudo. A arrecadação que registrou o

maior crescimento no ano passado foi a do INSS, com alta de R$ 30,73 bilhões, ou

11,31%, em relação a 2011. O ICMS vem em segundo lugar, com alta de R$ 28,48

bilhões (9,45%), seguido da Cofins, com R$ 16,39 bilhões (10,37%) e do Imposto de

Renda, com R$ 14,33 bilhões (5,74%). Logo abaixo tem-se a evolução da carga

tributária brasileira a partir do ano de 1999.

1999 32,15%

2000 33,18%

2001 34,70%

2002 36,45%

2003 34,92%

2004 35,88%

2005 37,37%

2006 34,23%

35

2007 35,30%

2008 36,54%

2009 34,85%

2010 35,13%

2011 36,00%

2012 36,27%

Tabela 1. Evolução da carga tributária brasileira Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT)

Como se pode ver, a carga tributária brasileira oscila ao longo dos anos,

de modo que, se observar atentamente, verifica-se que a referida oscilação não

demonstra uma disparidade acentuada, ou seja, a oscilação existe, mas não é tão

grande. Ainda segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a

carga tributária Brasileira é a maior entre os países em desenvolvimento da América

do Sul, incluindo a Rússia, Índia e China e é composta por 85 tributos conforme

levantamento efetuado em setembro de 2010 e exposto pelo Portal Tributário.

36

6 ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DO RAMO DE MOTOCICLETAS EM FORTALEZA

6.1 A empresa

A empresa foi fundada em abril de 2004 por Cláudio Rogério Saraiva

Lemos e um sócio. O nome fantasia da empresa é Motomais, pois se tara de uma

concessionária de motos, que trabalha com motos novas e seminovas, que

englobando várias marcas. Inicialmente, a empresa contava com dez funcionários.

Com o passar do tempo, a empresa passou a contar com vinte funcionários. Com

sede situada na avenida José Bastos, bairro Bela Vista, em Fortaleza, a empresa

atendia, em média, cerca de cem clientes por mês. Considerando a oscilação do

mercado, ao todo, a empresa vendia cerca de vinte motos por mês, com faturamento

próximo de oitenta mil reais.

6.2 O mercado de motocicletas no Brasil

A moto é um veículo prático e por isso, desde o seu surgimento já

conquistou adeptos. Segundo o portal da Associação Brasileira de Motocicletas, os

primeiros veículos de duas rodas surgiram no século XVI, quando ainda eram

impulsionados com os pés. Em 1769, o francês Nicola Cugnot monta um trator com

3 rodas e motor a vapor. A partir dai começa então a criação desse tipo de veículo.

Em 1817 foi adicionada uma roda para acionar um mecanismo de direção. Em 1842,

o escocês Kirkpatrick Mc Millan cria uma bicicleta com pedais, tração traseira e

percorre com ela 225 km.

O primeiro motor de combustão interna veio em 1862 com o francês

Étienne Lenoir. Em 1884, outros franceses, Pierre Michaus e Louis Guillaume

Perreaus, instalaram um motor a vapor em uma bicicleta e percorreram 16 km e

acharam que o motor iria melhor em um triciclo.

37

Em 1901, George Hendee funda a Hendee Manufacturing Company, que

lança em o primeiro modelo de bicicleta motorizada. Mais tarde, o nome da Hendee

é mudado para Indian Motorcycle. No ano de 1934, as motos alcançam a velocidade

de 114 Km por hora. Na mesma época, surge na Inglaterra a modalidade Motocross

de corrida.

Ainda nesta época, a BMW lança sua primeira moto. Em 1952, o japonês

Soishiro Honda funda a empresa Honda Motor, que mais tarde se tornaria uma das

maiores potências no mercado. Em 1953, a empresa já liderava o mercado interno

japonês com sua motoneta. Para concorrer, em 1960, A MV Augusta, da Itália,

começa a produzir motos. Em 1996, o mercado ganha mais um concorrente. Trata-

se da fabricante de equipamentos para tecelagem Suzuki, que diversifica sua

produção e lança a bicicleta motorizada Power Free.

Em 2013, segundo matéria publicada no portal G1, a capacidade de

vendas de motos por ano pode passar dos 4 milhões ou até 5 milhões de unidades,

cerca do dobro de 2012. De acordo com a matéria jornalística, a maioria dos

cidadãos, cerca de 80% quiseram, mas não puderam financiar uma motocicleta.

Na contramão, motos como a BMW e Harley-Davidson, tem crescido no

mercado. Segundo a reportagem do G1, a empresa alemã cresceu 32% de 2011

para 2012, comemorando nada menos do que 7.351 novas BMW nas ruas do Brasil.

Para os norte-americanos da Harley-Davidson o resultado foi ainda melhor, com um

crescimento de impressionantes 58% no mesmo período, com perto de 7 mil Harleys

emplacadas em 2012.

Atualmente, de acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes de

Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, a maioria das pessoas

que compram motos no Brasil é do sexo masculino e está com mais de 40 anos. A

principal razão é para substituir o transporte público.

38

O fato de a maioria dos consumidores ser do sexo masculino é um

fenômeno considerado natural, tendo em vista que muitos homens utilizam as motos

ainda para o trabalho. Com relação à razão pela qual escolhem esse tipo de veiculo,

pode-se considerar que não é difícil entendimento, pois o transporte público

brasileiro deixa a desejar e a motocicleta é um veículo de fácil locomoção, que leva

o usuário a seu destino por um tempo mais curto que um ônibus coletivo, por

exemplo.

Além do mais, é mais acessível financeiramente para determinadas

pessoas do que um carro. Para analisar o estudo de caso em questão, produziu-se

um questionário com dez perguntas relacionadas ao mercado de motocicletas, aos

tributos arrecadados no Brasil e seu impacto na microempresa, aos lucros da

empresa, entre outros. O referido questionário foi respondido por dez funcionários da

empresa analisada, como se vê abaixo.

1 A carga tributária brasileira é fator de restrição para o lucro da organização?

( ) Sim

( ) Não

( ) Depende do momento econômico

Fonte: Pesquisa de campo

39

Ao serem perguntados sobre a questão da carga tributária brasileira, nove

entrevistados disseram que ela interfere diretamente no lucro da empresa, pois é

considerada muito alta. Sobre isso, Campos (2007, p. 9) salienta que a altíssima

carga tributária brasileira, que beira a 40% do Produto Interno Bruto (PIB), faz com

que o Planejamento Tributário, visando a redução/eliminação de tributos, deixe de

ser uma opção, passando a ser uma necessidade imperiosa e inadiável para as

pessoas físicas e jurídica. Por isso, o autor segue dizendo que as empresas

precisam de pessoas que dominem a legislação tributária, que possa prever os

efeitos dos tributos sobre as operações da empresa, para assim, reduzir os

impostos.

2 Há transmissão das informações sobre as estratégias empresariais traçadas no

planejamento tributário para todos os colaboradores da empresa?

( ) Sim

( ) Não

( ) Não é relevante que os colaboradores saibam dessa informação

Fonte: Pesquisa de campo

Quando indagados sobre a transmissão de estratégias aos colabotadores,

oito consideraram não ser relevante que os colaboradore da empresa saibam

dessas informações, enquanto dois disseram efetivamente que a informação não é

40

transmitida. Sobre o planejamento tributário, Borges (2002, p.75) diz que trata-se de

uma técnica que projeta as operações, visando conhecer as obrigações fiscais

pertinentes a cada uma das alternativas legais que lhes são aplicáveis, para, em

seguida, adotar aquela que possibilita emprego de procedimento tributário

legitimamente inserido na esfera de liberdade fiscal.

3 Visando a tomada de decisões com relação ao planejamento tributário, é

necessário a participação de outras pessoas, além do setor responsável?

( ) Sim

( ) Não

Fonte: Pesquisa de campo

Quando indagados sobre a necessidade da participação de outras

pessoas, além do setor responsável, na tomada de decisões com relação ao

planejamento tributário na empresa, nove entrevistados consideram não ser

necessário, enquanto apenas um considerou ser. Sobre isso, Costa (2008), diz que

as empresas precisam de melhor capacitação e qualificação dos profissionais

envolvidos para que essa resposta seja dada no menor espaço de tempo e o

exercício da competência voltada para o melhor controle do patrimônio e o tão

sonhado reconhecimento da sociedade da importância desses profissionais.

41

4 Quais os personagens empresariais envolvidos na tomada de decisões do

planejamento tributário na empresa?

( ) Empresário/Sócio

( ) Setor contábil

( ) Setor financeiro

( ) Diretor de departamento

Fonte: Pesquisa de campo

Sobre os pergonagens envolvidos nas decisões do planejamento

tributário, seis disseram ser o setor financeiro, um o empresário, dois o setor contábil

e um o diretor do departamento. Sobre isso, Crepaldi (2008, p. 59) salienta que

todas as empresas são estruturadas para atingir objetivos, mas para isso elas se

agrupam e organizam de modo lógico as funções que têm por finalidade realizar

determinada tarefa. Já na visão de Costa (2012), esses objetivos não podem ser

alcançados se as empresas não dispuserem de bom material humano. O aurtor diz

que não vê alternativa a não ser a contratação de profissional altamente qualificado,

que possa aferir, analisar e sugerir alternativas plausíveis de conformidade com os

preceitos legais, pois se não houver nenhuma ação empresarial na busca dessa

alternativa, ficará comprometido todo o patrimônio empresarial, sem prejuízos das

sanções legais de seus autores, contribuintes, responsáveis e co-responsáveis.

42

5 A empresa já fez uso de algum planejamento objetivando reduzir os impactos

tributários?

( ) Sim

( ) Não

Fonte: Pesquisa de campo

Sobre acreditaram que o planejamento pode reduzir os impactos

tributários organizacionais, todos os entrevistados consideram que sim. Seguindo

este entendimento, Borges (2002, p. 74), diz que o planejamento que tem por

objetivo a reduzir o ônus fiscal, pois ele deve organizar o empreendimento ou

atividade econômico-mercantil, de modo que possibilite a concretização de

hipóteses legais de incidência tributária, resultando em uma redução do ônus fiscais.

Além disso, segundo o entendimento do autor, o planejamento de tributos também

visa anular o ônus fiscal, pois ele é voltado a impedir a concretização das hipóteses

legais de incidências tributárias, mediante o emprego de estruturas e formas

jurídicas, articulando o empreendimento ou a atividade econômico-mercantil. Da

mesma opinião partilha Costa (2008), ao afirmar que é c comprovado que a falta de

um planejamento estratégico é a causa de mortandade de grande número de

empresas. Para o autor, os profissionais da contabilidade, administração e similares

que trabalham com essas variáveis devem estar preparados para a real necessidade

da elaboração, implantação e acompanhamento do planejamento tributário.

43

6 Se sim, o referido planejamento surtiu efeitos positivos?

( ) Sim

( ) Não

Fonte: Pesquisa de campo

Dos entrevistados, oito consideram que o planejamento tributário surte

efeitos positivos na empresa, enquanto dois disseram que não. Antônio (2003, p.

194) considera que o planejamento tributário é tão positivo para as empresas que

diz que ele é obrigatório para todo bom administrador, pois no Brasil, tem ocorrido

uma "explosão" do Planejamento Tributário como prática das organizações. No

futuro, a omissão desta prática irá provocar, o descrédito daqueles administradores

omissos. Não somente o autor, mas não se pode deixar de citar a Lei nº 6.404/76,

que prevê a obrigatoriedade do planejamento tributário, por parte dos

administradores de qualquer companhia, pela interpretação do artigo 153: “o

administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o

cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na

administração dos seus próprios negócios”.

44

7 O sistema Simples promove a possibilidade de a microempresa lucrar mais?

( ) Sim

( ) Não

Fonte: Pesquisa de campo

Como se pode ver por meio do gráfico acima, todos os entrevistados, com

exceção de apenas um, considera que o sistema simples de tributos promove a

possibilidade de mais lucratividade para a empresa. O Simples Nacional é um

tratamento tributário previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de

2006, que institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno

Porte. Entrou em vigor em 1° de julho de 2007. A partir de então tornaram-se sem

efeitos todos os regimes especiais de tributação para as microempresas e empresas

de pequeno porte. O objetivo é ajudar a essas empresas a obterem mais lucros

pagando menos impostos. Como se pode observar, os entrevistados consideram

esse modelo ideal para a microempresa lucrar mais.

45

8 Se a carga tributária nacional fosse menor, a empresa teria lucro maior?

( ) Sim

( ) Não

Fonte: Pesquisa de campo

Com relação à questão de que quanto menor for a carga tributária, maior

será o lucro da empresa, nove disseram acreditar que sim, enquanto apenas um

disse que isso não interfere. Sobre a carga tributária brasileira, Oliveira e Gribl

(2003) dizem que ela representa aproximadamente 35% do Produto Interno Bruto

(PIB) brasileiro e é muito mal distribuída, pois decorre principalmente dos chamados

tributos indiretos, os quais são suportados efetivamente pelo consumidor final, na

medida em que são embutidos nos preços de bens e serviços consumidos pela

população.

46

9 O planejamento tributário é uma ferramenta de competitividade?

( ) Sim

( ) Não

Fonte: Pesquisa de campo

Sobre o planejamento tributário ser uma ferramenta competitiva no

mercado de trabalho, nove entrevistados consideram que sim, apenas um acha que

isso não é relevante. Segundo o entendimento de Fabretti, (2000), o planejamento

tributário é um recurso disponível para as empresas que procuram reduzir a carga

fiscal de forma licita e ainda agir de forma estratégica no mercado. O autor ressalta

também que o planejamento tributário é uma ferramenta de competitividade.

Seguindo o entendimento do autor, pode-se dizer que as empresas modernas

devem utilizar o planejamento tributário e assim competir com as demais. Pelo que

se observa, as empresas que utilizam o planejamento de tributos como forma

estratégica e competitiva, têm mais possibilidades de ganhar espaço no mercado.

47

10 O sistema tributário brasileiro favorece o crescimento da microempresa?

( ) Sim

( ) Não

Fonte: Pesquisa de campo

Como se observa sete dos entrevistados diz que o sistema tributário

brasileiro favorece a microempresa, enquanto três consideram que não. A carga

tributária brasileira é uma das maiores do mundo, como se sabe. Um movimento

contra isso foi iniciado no último dia 23 de maio, em Brasília. Segundo publicação da

Agência Brasil, um protesto foi organizado pela Confederação Nacional dos Jovens

Empresários (Conaje), com o objetivo de alertar sobre a alta carga tributária e

mostrar os efeitos dos impostos no preço final dos produtos. Os organizadores

também pediram a correta e efetiva aplicação dos impostos em benefícios da

população.

48

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após os estudos realizados para a produção desta pesquisa, concluiu-se,

entre outros, que a falta de planejamento tributário faz com que algumas empresas

paguem mais tributos que o necessário, diminuindo os lucros e a competitividade

das empresas. É inegável e de conhecimento de todos que a carga tributária

brasileira é uma das mais altas do mundo. Para se ter uma ideia, em 2012 chegou a

36,27% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2013, o cenário não deve ser diferente

do que o do ano passado.

O fato é que o brasileiro trabalha grande parte do ano apenas para pagar

impostos. Com relação à microempresa essa também é uma realidade. Muito

embora o Sistema Simples tenha vindo para amenizar a carga tributária das

empresas, o que foi reconhecido pelos empresários entrevistados nesta pesquisa, a

carga tributária ainda pode ser considerada alta para um país no qual a maioria dos

serviços sociais é efetivamente deficiente.

Isso se constata ainda porque os entrevistados responderam que os

tributos no Brasil impedem o crescimento das empresas. Como se pôde observar,

dos dez entrevistados, sete reconheceram isso. Para uma empresa que necessita

pagar funcionários e todo o aparato necessário para seu funcionamento, os tributos

engolem grande parte do lucro. O resultado disso observou-se com a pesquisa, é a

inibição de grandes ou emergentes empreendedores que optam por não investirem

em empresas devido a alta taxa tributária, o que é prejudicial para o país que deixa

de produzir, não investe em novos produtos, exportação, comércio interno, entre

outros.

Se pode atestar isso, mais uma vez com a pesquisa realizada, na qual

nove dos dez entrevistados, disseram que se a carga tributária nacional fosse

menor, a empresa teria lucro maior. Seguindo o mesmo entendimento, nove dos dez

disseram que a carga tributária brasileira é fator de restrição para o lucro da

organização.

49

À medida que se notou por meio dessa pesquisa que os empresários

consideram que a carga tributária brasileira inibe o crescimento das empresas,

percebeu-se que os empresários não transmitem esse tipo de informação a seus

colaboradores. Foi o que respondeu oito dos dez entrevistados, quando dissera não

ser relevante que os colaboradores saibam dessas informações.

Desta forma, por tudo o que foi exposto, o planejamento tributário é um

dos caminhos mais lúcidos para que uma empresa possa investir sem perder muito

dinheiro com a carga alta que se tem no Brasil. Isso porque notou-se que, quando a

empresa planeja de forma estruturada a sua realidade, tendo em vista a realidade

dos concorrentes e a mercadológica como um todo, a possibilidade de se ter

prejuízo é diminuída. Isso se dá porque o planejamento dá embasamento teórico

para se precaver de todas as possibilidades, de modo a se diminuir os impactos

financeiros. Nesse contexto, o setor de contabilidade é essencial como elo para esse

planejamento.

Por tudo o que foi exposto, espera-se que esta pesquisa sirva de base

para que outras possam surgir. O objetivo não foi esgotar o assunto, uma vez que

ele possui tantas vertentes e pode ser explorado sob outros mais pontos de vista.

Espera-se que se tenha conseguido despertar a curiosidade de muitos com relação

ao assunto, de modo que ele possa ser mais explorado e pesquisado em outros

trabalhos acadêmicos. Considera-se o ambiente acadêmico o ideal para se discutir

esse tipo de questão tão relevante para a sociedade. Neste sentido, espera-se que

se tenha contribuído de alguma forma para o crescimento do assunto, de modo que

novas pesquisas possam surgir.

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REFERÊNCIAS

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