CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE · Londrina 2015 MULTIMÍDIA: ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS...

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Londrina 2015 CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde MARGARETE DE LOURDES BROLESI MULTIMÍDIA: ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DE GINÁSTICA RÍTMICA

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Londrina 2015

CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde

MARGARETE DE LOURDES BROLESI

MULTIMÍDIA: ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DE GINÁSTICA RÍTMICA

Londrina 2015

CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde

MARGARETE DE LOURDES BROLESI

MULTIMÍDIA:ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DE GINÁSTICA RÍTMICA

Londrina 2015

MULTIMÍDIA: ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DE GINÁSTICA RÍTMICA

Relatório Técnico apresentado ao Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde, Universidade Norte do Paraná, Unidade Piza, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Orientadora: Profª Dr. Márcia Regina Aversani Lourenço

MARGARETE DE LOURDES BROLESI

MARGARETE DE LOURDES BROLESI

MULTIMÍDIA: ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DE GINÁSTICA

RÍTMICA

Relatório Técnico apresentado ao Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde, Universidade Norte do Paraná, Unidade Piza, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde, conferido e aprovado pela Banca Examinadora:

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Profª Dr. Márcia Regina Aversani Lourenço

Orientadora Universidade Norte do Paraná

____________________________________ Prof. Dr. Juliano Casonatto

Universidade Norte do Paraná

____________________________________ Profª Drª Ieda Parra Barbosa Rinaldi Universidade Estadual de Maringá

____________________________________ Prof. Dr. Dartagnan Pinto Guedes

Coordenador do Curso

Londrina, 04 de março de 2014.

AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Dados Internacionais de catalogação na publicação Universidade Norte do Paraná

Biblioteca Central

Setor de Tratamento da Informação

Brolesi, Margarete de Lourdes

B885e Multimídia: elementos pré-acrobáticos de ginástica rítmica / Margarete de

Lourdes Brolesi. Londrina: [s.n], 2015.

81f.

Dissertação (Mestrado). Exercício Físico na Promoção da Saúde.

Universidade Norte do Paraná.

Orientadora: Profª Dr. Márcia Regina Aversani Lourenço

1- Exercício físico - dissertação mestrado – UNOPAR 2- Ginástica rítmica

3- Processos pedagógicos I- Lourenço, Márcia Regina Aversani, orient. II-

Universidade Norte do Paraná.

CDU 796.012.12

BROLESI, Margarete de Lourdes. Multimídia: Elementos Pré-acrobáticos de Ginástica Rítmica. 81 f. Relatório Técnico. Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde. Universidade Norte do Paraná, Londrina. 2015.

RESUMO

As coreografias de ginástica rítmica (GR) são basicamente formadas de elementos corporais (saltos, equilíbrios e rotações) e exercícios de manejos dos aparelhos corda, arco, bola, maças e fita entrelaçados ao acompanhamento musical. Porém, outras possibilidades de movimentos são obrigatórias para a competição, como os passos de danças, os elementos dinâmicos de rotação, as maestrias e, em especial, os elementos pré-acrobáticos, que são o foco do nosso estudo. Com o intuito de oferecer um material específico que auxilie no desenvolvimento desta modalidade, organizamos um produto multimídia em formato de DVD denominado “Elementos Pré-Acrobáticos de Ginástica Rítmica”. O produto traz imagens dos elementos executados por uma ginasta e define, por meio de caixas de diálogos, as posições corretas de início, meio e fim do mesmo; os procedimentos pedagógicos e as formas de segurança na realização; os erros mais frequentes e suas correções e, por fim, as variações mais comuns, com resultados interessantes do ponto de vista técnico para que possam facilitar o entendimento dos profissionais da área e também proporcionar ganho de habilidades para os executantes. Para auxiliar nas escolhas dos elementos e dar embasamento para a confecção do produto, foram realizados estudos e pesquisas correlacionadas ao assunto, que possibilitaram o mapeando dos pré-acrobáticos existentes no código de pontuação da GR, a identificação das diversas possibilidades de execução destes elementos nas coreografias de equipes de iniciação e o conhecimento de quais elementos pré-acrobáticos são ensinados por profissionais da área na iniciação deste esporte. Palavras-chave: Ginástica Rítmica. Processos Pedagógicos. Pré-Acrobáticos.

BROLESI, Margarete de Lourdes. Multimedia: Pre-acrobatic elements of Rhythmic Gymnastics. 81 f. Technical Report. Professional Master´s in Exercise in Health Promotion. Research Center on Health Sciences. Northern Parana University, Londrina. Ano.

ABSTRACT

The choreography of rhythmic gymnastics (RG) are basically formed body elements (jumps, balances and rotations) and managements exercises of rope devices, hoop, ball, clubs and ribbon intertwined to musical accompaniment. However, other possibilities movements are mandatory for the competition, as the steps of dances, the dynamic elements of rotation, the masteries and in particular the pre-acrobatic elements that are the focus of our study. In order to offer a specific material to assist in the development of this sport, we organize a multimedia product in DVD format called "Pre-Acrobatic Elements of Rhythmic Gymnastics." The product brings images of the elements performed by a gymnast and define, by means of dialog boxes, the correct positions for the beginning, middle and end of it, pedagogical methods and forms of security in the realization, the most common errors and their corrections and finally the most common variations, with interesting results from a technical point of view so that they can facilitate the understanding of professionals and also provide gain skills for performers. To assist in the choice of elements and give basis for the making of the product were carried out studies and research correlated to the subject, which enabled the mapping of existing pre-acrobatic elements in the RG score code, the identification of the different enforcement possibilities of these elements in choreography initiation teams and the knowledge of which pre-acrobatic elements are taught by professionals in the initiation of this sport. Key words: Rhythmic Gymnastics. Pedagogical processes. Pre-Acrobatic elements.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12

2. REVISÃO DE LITERATURA - CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................... 15

2.1. DESCRIÇÃO E DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DO CICLO ATUAL ........ 17

2.2. OS ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS NAS COREOGRAFIAS DE GINÁSTICA RÍTMICA ...... 20

2.3. PROCESSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM ................................................................ 21

2.3.1. Aprendizagem Motora ..................................................................................... 22

2.3.2. Domínios de Aprendizagem ............................................................................ 24

2.3.3. Métodos dos Processos de Ensino e Aprendizagem ...................................... 28

2.4. SEGURANÇA NA REALIZAÇÃO DOS PRÉ-ACROBÁTICOS E SUA IMPORTÂNCIA PARA A

PREVENÇÃO DE QUEDAS/LESÕES DAS GINASTAS ........................................................... 31

3. DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 34

3.1. 1ª FASE: PESQUISA E ESTUDOS DE APOIO .............................................................. 34

3.2. 2ª FASE: ORGANIZAÇÃO TÉCNICA E GRAVAÇÃO DAS IMAGENS .................................. 35

3.3. 3ª FASE: CONFECÇÃO DO DVD .............................................................................. 36

4. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 38

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39

APÊNCICE A – Trabalhos Apresentados em Eventos Científicos ........................... 42

APÊNCICE B – Artigo Científico .............................................................................. 52

APÊNCICE C – Autorização da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR ............ 68

APÊNCICE D – Autorização de Direito de Imagem da Ginasta Heloisa Gabriela

Pedroso Bornal ......................................................................................................... 69

APÊNCICE E – Autorização de Direito de Imagem da Ginasta Gabriella

Coradine Castilho ..................................................................................................... 70

APÊNCICE F – Autorização de Direito de Imagem da Treinadora Juliana Dias

Coradine Castilho ..................................................................................................... 71

ANEXO A – Tipos e Nomenclaturas dos Elementos Pré-acrobáticos do 6º ao

13º Ciclo Olímpico .................................................................................................... 72

ANEXO B – Pesquisa com as Treinadoras do Congresso Brasileiro de Esporte

Escolar ........................................................................................................ 78

ANEXO C – Levantamento dos Elementos Pré-acrobáticos Presentes nas

Coreografias das Ginastas Participantes do Torneio Elisabeth Laffranchi ................ 80

12

1. INTRODUÇÃO

A proposta deste trabalho de conclusão final de curso, enquanto

produção técnica foi a organização de um DVD específico para profissionais e

interessados em trabalhar com ginástica rítmica (GR) contendo a descrição dos

elementos, processos pedagógicos, erros comuns, correções, segurança e

variações, além de dicas de como colaborar para a realização do elemento com

sucesso. O produto servirá como facilitador no processo ensino/aprendizagem da

modalidade uma vez que há carência de materiais didáticos disponíveis neste

assunto.

Modalidade praticada individualmente ou em conjunto, a GR tem

como característica a utilização de aparelhos específicos (corda, arco, bola, maças e

fita) e a execução de elementos corporais, entre eles estão os pré-acrobáticos que

são movimentos com grande variedade de execução que integram as coreografias

tanto nas composições individuais quanto nas de conjunto, com a função maior de

ligação entre os demais movimentos. 1

De uma forma geral, profissionais que atuam com a GR tem

dificuldades em ensinar os elementos pré-acrobáticos devido à complexidade da

execução dos mesmos, pois se verifica um nível de exigência motora elevada e

necessidade de conhecimento de técnica específica. Por isso, a organização dos

elementos pré-acrobáticos em processos pedagógicos se faz necessário para

facilitar o aprendizado levando em consideração a idade e habilidade motora da

criança, e assim, contribuir para que a execução técnica seja mais próxima do ideal.

Atualmente, há deficiência de referências específicas nesta área que

colaboram no processo ensino/aprendizagem dos elementos pré-acrobáticos da GR.

Em levantamento bibliográfico realizado para este estudo, percebemos uma carência

13

em publicações desta área. Porém, poucos nos mostram o processo pedagógico na

iniciação, e em especifico, pouco encontramos em como ensinar os elementos pré-

acrobáticos. Desta forma, torna-se evidente a necessidade de organizar e socializar

os processos pedagógicos dos mesmos, para que profissionais, acadêmicos e

ginastas possam ter um aprendizado facilitado e eficaz desses elementos.

Portanto, o objetivo deste estudo foi organizar e apresentar os

elementos pré-acrobáticos da GR, suas definições, os processos pedagógicos, os

erros comuns, as correções, a segurança e as variações com o intuito de facilitar o

processo ensino/aprendizagem na iniciação desta modalidade.

A experiência como ginasta na modalidade de ginástica artística e

professora na iniciação desse esporte por mais de 20 anos em projetos da Prefeitura

Municipal de Londrina e Universidade Estadual de Londrina, aliado ao meu convívio

profissional na Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) com as equipes de GR da

insituição, contribuiu para o interesse e busca de conhecimento para realizar este

estudo e desenvolver o produto final.

Assim, no processo de construção, realizamos pesquisa

bibliográfica, pesquisa com treinadoras de GR de todas as regiões do Brasil sobre as

dificuldades de ensinar os elementos pré-acrobáticos, levantamento dos elementos

pré-acrobáticos presentes nas coreografias das ginastas participantes do Torneio

Elisabeth Laffranchi no Paraná, e, baseados na nossa experiência profissional,

apresentamos aqui um material didático específico em formato de DVD para dar

embasamento técnico aos profissionais da área que buscam mais conhecimentos,

informações de como ensinar suas ginastas na iniciação.

Também como resultado do estudo foi elaborado um artigo, com o

tema “Ginástica Rítmica: um estudo sobre os elementos pré-acrobáticos”, que tem

14

como objetivo conhecer quais os elementos pré-acrobáticos estão sendo ensinados

desde as escolinhas de iniciação na modalidade e identificar quais elementos pré-

acrobáticos foram utilizados durante as coreografias apresentadas no Torneio

Elisabeth Laffranchi.

Este relatório técnicio apresenta-se dividido em duas partes,

primeiramente a revisão de literatura dos assuntos relacionados a este estudo e na

sequência o desenvolvimento contendo todo o processo metodológico que nos levou

à confecção do produto. Este estudo justifica-se pela ausência de publicações e

também pela ausência de materiais que possam auxiliar e facilitar o processo

ensino/aprendizagem da técnica dos elementos pré-acrobáticos.

15

2. REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO

A ginástica rítmica (GR) é uma modalidade esportiva praticada em

nível de competição apenas por mulheres com movimentos realizados com

graciosidade e leveza. As competições ou apresentações podem ser realizadas em

conjunto, sendo este composto por cinco atletas e com a duração de 2’15” à 2’30” ou

então em competições individuais tendo duração de 1´15” a 1´30”. As atletas podem

se apresentar a mãos livres ou com os aparelhos específicos da modalidade: corda,

arco, bola, maças e fita.1

A modalidade estreou nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984

apenas no individual, e as competições de conjuntos foram disputadas pela primeira

vez no ano de 1996, nos Jogos Olímpicos de Atlanta. Desde então o nível e

desempenho das ginastas do mundo todo vem melhorando significativamente a

cada ciclo olímpico. Esse desenvolvimento da modalidade vem sendo norteada

pelas exigências do Código de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica

(FIG) que a cada quatro anos realizam alterações nas regras dessa modalidade.

Entre os elementos corporais previstos no código de pontuação

estão os pré-acrobáticos que na coreografia têm a função de ligação entre as

dificuldades e também são utilizados na realização dos Elementos Dinâmicos de

Rotação que são os exercícios de risco nas composições de GR.

Alguns estudos apontam que, os elementos acrobáticos têm sua

origem na China onde foram encontradas pinturas de cinco mil anos que retratavam

acrobatas. Também encontramos registros de 1500 D.C. que se refere aos

espetáculos “Akrobatos” que significa acrobata, nos quais os integrantes eram os

“Akros” que dançavam e faziam equilíbrios nas mãos e nos pés.

A história da acrobacia se confunde com a história da humanidade,

pois foram encontradas imagens acrobáticas na antiguidade, (que faziam parte de

ritos sagrados) e na idade média os Saltimbancos e os atores da comédia Del’arte

usavam bastantes acrobacias e ainda encontravam-se algumas permanências dessa

função religiosa.

As acrobacias eram praticadas por pessoas de classes baixas como

os escravos para divertirem os seus amos, que sofriam uma grande discriminação

das populações.2

16

Há relatos que as acrobacias tiveram início com a busca do domínio

da natureza pelo homem, a partir do domínio do seu próprio corpo, já que isto lhe

permitiria, ao mesmo tempo, executar tarefas de sobrevivência e suas tradições

sociais.3

No Brasil o seu surgimento foi por meio do circo, como fins

pedagógicos no início da década de 1940 a 1950, de acordo com dados

encontrados em publicação do Departamento de Educação Física da Aeronáutica –

RJ, a denominação dada às acrobacias era de “força combinada” ou “ginástica

acrobática”.

Com o tempo, as técnicas para realização das diversas acrobacias

foram sendo melhoradas e as mesmas tornaram-se componentes de algumas

modalidades esportivas como as diversas ginásticas e também apresentações

artísticas no circo e no teatro.

Os elementos acrobáticos e pré-acrobáticos são um grupo de

elementos corporais que integram as coreografias de GR tanto nas competições

individuais quanto de conjunto, que se caracterizam por elementos com passagem

pelo solo simples e/ou com apoio de uma ou duas mãos e/ou com apoio com

inversão do corpo.

A acrobacia é um conjunto de exercícios físicos feitos com

apetrechos e que põe em jogo a destreza e a força de quem os pratica. Por sua vez,

o Dicionário da Língua Portuguesa (s.d.) define acrobacias como exercícios

arriscados de ginástica ou equilíbrios que implica agilidade, força e destreza e,

ainda, que seja a arte ou profissão do acrobata figurando em demonstração e

astucia.4

Definem-se os elementos acrobáticos como: elementos corporais

que realizam a inversão dos eixos do corpo, traçando uma linha imaginária que

divide o corpo em eixo longitudinal (passa pela cabeça e pelos pés por meio de

movimentos rotatórios), o rolamento é realizado no plano sagital utilizando um eixo

interno que é o centro da gravidade do corpo, eixo transversal ou frontal (vai de um

ombro ao outro ou se situa na mesma direção em outras partes do corpo) como, por

exemplo, giros e mortais e eixo anteroposterior (da frente para parte de trás) como a

roda ou estrela e o mortal lateral.5

As acrobacias são possibilidades fundamentais para enriquecimento

de apresentações artísticas e competições de ginástica. São encontrados, nas

17

técnicas circenses, nas coreografias de ginástica geral, nas provas de ginástica

artística, ginástica rítmica, ginástica acrobática e ginástica de trampolim também

conhecido como trampolim acrobático.3

Na ginástica rítmica, utiliza-se o termo pré-acrobático para as

acrobacias. Embora as bibliografias em geral não apresentem a diferenciação entre

acrobáticos e pré-acrobáticos, é nosso entendimento que a denominação pré-

acrobático é dada para as acrobacias que não necessitam de fase de voo, ou seja,

aquelas que são realizadas mais próximas do solo possível.

De acordo com Hernandez e Bouza6:

Os exercícios acrobáticos e pré-acrobáticos formam o grupo de exercícios fundamentais da Ginástica Rítmica Desportiva, eles constituem uma integração necessária para as qualidades condicionais e as qualidades coordenativas das ginastas. Por meio desse grupo de elementos técnicos se treinará o aparelho primeiro graças ao desenvolvimento das percepções espaço temporais que se requer para a realização de uma forma efetiva das diferentes de tarefas do movimento.

Sua origem vem dos acrobáticos da modalidade de Ginástica

Artística e também das acrobacias circenses. Para o autor7, a ginástica rítmica

possibilita uma grande variedade de elementos acrobáticos com passagem pelo

solo. Vale ressaltar que esses elementos foram denominados de acrobáticos nos

códigos de pontuação de ginástica rítmica8,9,10 os demais ciclos a denominação

utilizada foi pré-acrobático, como utilizado atualmente.

2.1. DESCRIÇÃO E DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DO CICLO ATUAL

Apresentaremos abaixo a descrição dos elementos pré-acrobáticos

encontrados no ciclo atual, portanto de acordo com o Código de Pontuação de GR

da FIG publicado no ano 201311, os elementos são:

• Rolamento para frente;

• Rolamento para trás;

• Reversão para frente;

• Reversão para trás;

• Estrela e variações;

• “Ralenkova” – inversão com início no solo;

• Mata borrão – inversão no solo com o ombro com passagem na

vertical com o corpo estendido.

18

• “Salto Plongé” – salto com o corpo flexionado para frente caindo

para um rolamento à frente.

• Reversões com diferentes tipos de apoio, como: mãos,

antebraço e peito.

Definições dos elementos pré-acrobáticos na ginástica rítmica:

a) Rolamentos:

Rolamento para frente: Partindo da posição em pé, apoiar as

mãos no solo e, impulsionando o corpo com as pernas, rolar

sobre as costas em posição grupada, finalizando sobre os

pés, elevando-se à posição em pé.2

Rolamento para trás: Partindo da posição de pé, flexionar as

pernas, deixando-se rolar para trás grupado, apoiando as

mãos no solo ao lado da cabeça, com os dedos voltados para

trás e os polegares voltados para os ouvidos. Em

continuidade ao ato de rolar, empurrar o solo com as mãos

até a posição agachada, finalizando em pé.2

b) Reversões:

Reversão para frente: O executante realiza um apoio invertido

com as pernas afastadas longitudinalmente, deixando o corpo

desequilibra-se para trás. Quando a primeira perna tocar o

solo, as mãos perdem o contato com o mesmo, indo o

executante á posição de pé.2

Reversão para trás: Partindo da posição em pé, com uma

perna à frente da outra e braços elevados. O executante

desequilibra-se para trás, levando as mãos ao solo, elevando

a perna que está à frente. Ao tocar as mãos no solo, o

executante deverá lançar as pernas afastadas

longitudinalmente, passando pelo apoio invertido à posição de

pé.2

Reversão lateral: Partindo da posição de pé, com os braços

elevados, dar um passo à frente, flexionar a perna de

19

impulsão, apoiar as mãos no solo na mesma direção do pé

que está à frente, formando uma linha imaginaria entre eles.

Apoiar as mãos no solo, o executante deverá impulsionar a

outra perna (perna de impulsão), passando pelo apoio

invertido, mantendo as pernas afastadas, girando em torno do

eixo Antero–posterior até a perna de elevação tocar o solo,

ligeiramente flexionada. Imediatamente, a perna de impulsão

se aproximará do solo, enquanto as mãos perdem contato

com os mesmos. O exercício será finalizado de pé com os

braços elevados e pernas afastadas.2

Reversões com diferentes tipos de apoio, como:

o Com uma das mãos: executar a reversão para frente

com apoio de uma das mãos; na posição em pé o

executante realiza um apoio invertido com uma das as

mãos e pernas afastadas longitudinalmente, deixando

o corpo desequilibrar-se para trás. Quando a primeira

perna tocar o solo, a mão de apoio perde o contato

com o solo, indo o executante à posição em pé.10

o Antebraço: executar a reversão para frente com o

apoio do antebraço; na posição de joelhos o

executante realiza um apoio invertido com os

antebraços e pernas afastadas longitudinalmente,

deixando o corpo desequilibrar-se para trás. Quando a

primeira perna tocar o solo os antebraços perde o

contato com o mesmo, indo o executante à posição em

pé.11

o Peito: executar a reversão com o peito; na posição de

joelhos o executante realiza um apoio invertido com o

apoio do peito e pernas afastadas longitudinalmente,

deixando o corpo desequilibrar-se para trás. Quando a

primeira perna tocar o solo o peito perde contato com o

mesmo, indo o executante a posição em pé.11

c) “Ralenkova”:

20

Inversão com saída do solo.12

d) Mata borrão:

Rolamento de peito, podendo ser executado para frente e

para trás, com passagem na vertical com o corpo estendido.11

Vela, decúbito dorsal elevar as pernas e o quadril, mantendo

o corpo numa posição de equilíbrio invertido e ereto, apoiado

apenas na nuca e nos braços, com as mãos no solo ou

ajudando a manter o quadril elevado.2

e) “Salto Plongé”:

Salto espacato com rolamento à frente. Salto com as pernas

afastadas lateralmente com o tronco flexionado à frente

seguido de um rolamento.11

2.2. OS ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS NAS COREOGRAFIAS DE GINÁSTICA RÍTMICA

Em uma composição coreográfica de GR, tanto conjunto quanto

individual os elementos pré-acrobáticos servem como ligação entre as dificuldades

corporais e devem ser executados de forma passageira, ou seja, sem interromper a

sequencia dos exercícios e sem paradas para preparar a execução dos mesmos.

Nas composições com aparelhos há a necessidade deste aparelho estar em

movimento durante a execução do elemento pré-acrobático, o manejo deverá estar

interligado com o início, meio ou fim da realização do mesmo.11

Os elementos pré-acrobáticos não podem ser repetidos exatamente

igual na mesma coreografia, porém podem se realizados em sequência que significa

executá-los seguidamente de forma igual, por exemplo, 2 ou 3 rolamentos para

frente ou ainda 2 ou 3 reversões laterais.13

Se o pré-acrobáticos é realizado iniciando ou finalizando de formas

diferentes é considerado como elemento diferente, isso significa que uma reversão

para frente começando em pé e uma reversão para frente começando no solo são

elementos diferentes, portanto podem ser executados em uma mesma coreografia.

Os pré-acrobáticos também estão presentes nas séries em forma de

Elemento Dinâmico de Rotação que consiste em uma ginasta realizar um

21

lançamento, executar dois ou mais elementos de rotação embaixo do voo do

aparelho e recuperar o mesmo rapidamente ao finalizar as rotações, o risco está

exatamente nesta agilidade de execução, pois a ginasta pode perder o aparelho.

Durante os Elementos Dinâmicos de Rotação (DER) cada elemento

pré-acrobático pode ser realizado duas vezes: de forma isolada e a outra em séries

de dois, três ou mais elementos, e ainda, repetido uma vez na maestria (que são

movimentos não ordinários). Lembramos que nos DERs nem todo movimento de

rotação é necessariamente um pré-acrobáticos como, por exemplo, os chainées que

são giros verticais em torno do eixo corporal com os dois pés no solo.

Nas competições de conjunto os elementos acrobáticos são

utilizados, principalmente, nas colaborações que são os exercícios em que uma

ginasta depende da outra para executar um acontecimento coreográfico, podem ser

realizados ao mesmo tempo por todas ou então em subgrupos, deslocando-se ou

não em direções e formas variadas e necessariamente deve acontecer o lançamento

de pelo menos um dos aparelhos, inclusive de dois ou mais aparelhos simultâneos

ou sucessivos por uma mesma ginasta.13

Segundo Lourenço e Rinaldi14:

Já a característica principal das colaborações com rotação corporal é a perda do contato visual com o aparelho que se dá exatamente ao executar os elementos de rotação do corpo em torno de qualquer eixo durante o voo do aparelho podendo passar por cima, por baixo ou através da companheira ou do próprio aparelho que poderá estar seguro por uma ginasta ou no ar. Estas colaborações valem uma pontuação maior e são muito utilizadas nas composições.

A princípio de difícil execução, estes movimentos passaram a fazer

parte do cotidiano dos conjuntos inclusive em coreografias da categoria pré-infantil

onde não há a presença de aparelhos nos conjuntos dando a oportunidade das

pequenas ginastas executarem elementos elaborados de colaboração com a

utilização de pré-acrobáticos sem se preocupar com os difíceis lançamentos.

2.3. PROCESSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM

A criança processa informações durante a prática da ação e para

obter respostas do aprendizado, deve-se estar atento ao comportamento da mesma

durante as atividades. É importante contextualizar o processo ensino/aprendizagem,

22

pois entendendo os mecanismos da aprendizagem haverá uma facilitação do

trabalho diminuindo as possíveis dificuldades encontradas no caminho.

2.3.1. Aprendizagem Motora

Aprendizagem motora é, “uma mudança no estado interno do

individuo, que é inferida de uma melhora relativamente permanente no desempenho

como resultado da prática.”15

A aprendizagem motora é o centro de toda educação e partindo

deste ponto devemos entender que os aspectos do comportamento humano

envolvem aprendizagem e a partir daí determina-se a maneira como a mesma

ocorre semelhante para todos os tipos de comportamento.

O desenvolvimento motor está relacionado com a aprendizagem

motora. O “desenvolvimento motor é a contínua alteração no comportamento ao

longo do ciclo da vida, realizando pela interação entre as necessidades da tarefa, a

biologia do individuo e as condições do ambiente”.16

Sendo assim, pode-se entender que o processo de desenvolvimento

do ser humano é permanente e inenterrupto e depende do ambiente que está

inserido, no que diz respeito há experiências, aprendizados, encorajamento e fatores

intrínsecos vivenciados pelo mesmo. A individualidade (hereditariedade, biologia,

natureza e fatores intrínsecos) e a tarefa (fatores extrínsecos e mecânicos) também

são determinantes no desenvolvimento motor.

O desenvolvimento motor trata do movimento, das mudanças que

ocorrem no mesmo e do seu comportamento, diretamente relacionados com a idade

do individuo. Entretanto, nem toda mudança que venha a ocorrer no movimento

refere-se ao mesmo. Alterações na forma de realizar determinada ação, como a

nova maneira que um atleta emprega ao empurrar uma raquete de tênis, é tratada

como aprendizagem motora, ou seja, está ligada a uma mudança relativamente

permanente envolvendo uma habilidade motora, por meio da prática ou da

experiência. Comportamento motor é um termo definido para não diferir

desenvolvimento de aprendizagem ou, para tratar ambos.17

O desenvolvimento humano é definido como mudança nas

estruturas físicas e neurológicas, cognitiva e comportamental realizadas que

emergem de maneira ordenada e são relativamente duradoras, ou seja, são as

23

mudanças que trazem a capacidade progressiva do ser humano para realizar

funções mais complexas.18

Adquirir novas habilidades está relacionado não apenas a idade da

criança, mas também as interações vividas com seus pares, familiares e adultos.

Identificou que a descrição das mudanças fisiológicas e

neurológicas não transmite o impacto na capacidade da criança usar o corpo para

movimentar-se no mundo, o que se chama de desenvolvimento motor que inclui as

habilidades de movimento que denominadas habilidades motoras amplas, como

engatinhar, correr, andar de bicicleta e também habilidade motora fina como agarrar,

segurar um lápis.17

A profissão de ensinar exige que o profissional esteja diretamente

envolvido em mediar a construção de conhecimento, um professor de Educação

Física se prepara para a sua aula, estando ciente do que precisa ensinar, atento às

dificuldades encontradas pelos alunos ao realizar as atividades propostas e apto a

estimular a transposição de obstáculos físicos, cognitivos, emocionais ou sócias. O

professor deve sempre estar pronto para responder ao que está ocorrendo no

processo de aprendizagem e desenvolvimento.

O aprender envolve uma modificação no estado interno de uma

pessoa que deve ser inferida de uma observação do comportamento ou

desempenho daquela pessoa. O comportamento motor é desenvolvido e aplicado

em jogos e nos esportes, e que provavelmente farão parte das experiências de vida,

colocada no dia a dia do convívio da criança.15

Santana19, relata que se trata de um período que se deve evitar

trabalhar situações motoras específicas que requeiram muita concentração. O

professor deve proporcionar situações motoras que enriqueçam o vocabulário motor,

tendo contato com as mais diferentes formas de movimento.

A ginástica rítmica proporciona esse enriquecimento pela grande

diversidade de movimentos corporais que são trabalhados e explorados desde a

iniciação.

A partir de uma perspectiva desenvolvimentista, compreender a

pessoa em termos de comportamento humano, para fins de análise, necessita a

criação de categorias de comportamento, denominado domínios, para determinar

didaticamente quais os tipos de aprendizagem podem ocorrer em cada um desses

domínios, lembrando que na realidade concreta tudo se relaciona e é inseparável,

24

ou seja, apesar destes domínios serem estudados separadamente um complementa

o outro e a motivação é ponto fundamental para desenvolvê-los.

Entende-se motivação como um impulso que faz com que as

pessoas ajam para atingir seus objetivos. É o que faz com que os indivíduos dêem o

melhor de si, façam o possível para conquistar o que almejam e muitas vezes alguns

acabam até mesmo passando por cima dele.20

2.3.2. Domínios de Aprendizagem

Ao longo da vida há diferentes etapas que o indivíduo passa para

conseguir alcançar todos os desenvolvimentos e capacidades motoras, intelectuais e

psíquicas essenciais para a sua vida. Estes desenvolvimentos são mais visíveis na

infância, onde a criança passa por diferentes fases no seu desenvolvimento de

aprendizagem. É evidente que todas são de suma importância para constituir a base

motora e o desenvolvimento dos domínios cognitivo, afetivo e motor, pois estas têm

a função essencial de auxiliar na formação do ser humano em sua completude.

Neste aspecto existe a importância de compreender a noção que

cada uma proporciona a criança e como o desenvolvimento destes domínios

auxiliaram na formação dos processos pedagógicos para os elementos pré-

acrobáticos da ginástica rítmica.

O domínio cognitivo abrange as capacidades intelectuais e as

habilidades do aluno, assim como a capacidade de demonstrar esse conhecimento,

dependendo do objetivo de ensino.

Magill15, designou que o domínio cognitivo envolve o que nós

chamamos de “atividades intelectuais”, e as características dessas atividades

intelectuais são: Cognição (descobrir e/ou reconhecera informação), memória

(armazenar a informação adquirida na cognição), Pensamento Convergente (chegar

a uma resposta correta, ou a uma resposta conhecida como a melhor ou mais

convencional), Pensamento Divergente (chegar a uma variedade de respostas

parecidas não completamente determinadas pela informação conhecida ou

lembrada, criação de novas respostas), Avaliação (chegar a conclusão sobre a

quantidade do pensamento produzido, classificando-o como bom, correto,

conveniente ou adequado).

À medida que as crianças crescem, elas passam por diferentes

25

fases do desenvolvimento. Cada uma dessas é extremamente importante para a

construção da sabedoria, emoções comportamentais e habilidades. Existem quatro

processos básicos para formar as atividades do pensamento; percepção, memória,

produção e verificação de hipóteses e avaliação. Percepção significa o processo

pelo qual a criança capta informações. Memória é quando se armazena algumas

informações ou experiências, após regredir, inicia-se o processo de memória.15

A memória pode ser subdividida em memória sensorial; memória em

curto prazo e memória em longo prazo. Produção e verificação de hipóteses; quando

a criança consegue gerar um conjunto de hipóteses depois de ter passado por várias

experiências semelhantes. Avaliação: é a forma de verificar quais chances da

hipótese pode ser apropriada ou adequada.

Figueira21, menciona “a prática esportiva deve-se respeitar o

desenvolvimento da criança sob os aspectos físicos, psíquicos e sociais evitando-se

assim problemas consequentes”.

Ao se aplicar determinado conteúdo, deve-se ficar atento com ao

que se está propondo, o qual o objetivo deste, para não agredir nenhuma etapa do

desenvolvimento da criança.

Haywood e Getchell17, frisam que as crianças domina qualquer

estágio pode, na verdade, torná-la mais lenta.

Para completar comenta-se que “deve-se respeitar acima de tudo as

características e o interesse da faixa etária envolvida, proporcionando um processo

evolutivo de formação esportiva”21. Ao comparar os autores percebe-se que existe

uma convergência de ideias em relação ao comportamento e desenvolvimento

cognitivo da criança. Essas ideias devem respeitar as etapas do desenvolvimento da

criança para que ocorra de forma progressiva.

Portanto, domínio cognitivo é o desenvolvimento de uma escala que

vai do comportamento simples e concreto ao comportamento complexo e mais

abstrato.

Domínio afetivo, a palavra afeto refere-se a sentimento ou emoção,

são comportamentos aprendidos que tentam classificar esses comportamentos da

seguinte forma: receber (sugere que o individuo aprende através da observação dos

sentimentos de outros e mantêm um estado de alerta de valores e julgamento),

responder (sugere que o individuo passa a respeitar e obedecer as regras de

convívio social, desenvolvendo o prazer em participar das atividades de acordo com

26

as regras), valorizar (sugere ao individuo a aceitação de um determinado valor),

organizar (sugere ao individuo a organização de um sistema de valores compatíveis

com a sua importância e da sociedade), caracterização de um valor ou complexo de

valores (sugere ao individuo a criação de uma filosofia de vida própria).15

O comportamento afetivo-social envolve situações, emoções e

sentimentos que são aplicados á própria pessoa ou com relação as outras pessoas

e ambientes. Ao se relacionar com o outro a criança tem avanços na sua vida

afetiva, surgindo autonomia e cooperação, incorporando valores, inovando

sentimentos e o respeito pelo outro.19

As atividades lúdicas na escola podem contribuir para aumentar na

criança a capacidade de interagir, agir e reagir efetivamente, relacionando se umas

com as outras crianças, tanto no ambiente escolar, como fora dele e consigo

mesma. A inter-relação entre os sentimentos e afetos na construção do

conhecimento hoje é um ponto de grandes discussões entre vários autores.

A afetividade é estimulada por meio da vivência com o grupo, no

qual o professor estabelece um vínculo de afeto com os alunos, com isso a criança

consegue se desenvolver emocionalmente na aprendizagem, e a atividade lúdica é o

método estimulador e enriquecedor para atingir uma totalidade no processo

aprender.22

Todo o envolvido na participação de algum desporto adquiriu

domínio afetivo e isso é por consequentemente terão motivação, interesse, respeito,

responsabilidade. O comportamento afetivo-social é extremamente necessário para

o desenvolvimento da criança.15

Por fim, os comportamentos do domínio afetivo-social são muito

envolvidos numa situação real de ensino aprendizagem, vistos que aspectos como

motivação, interesse, responsabilidade, cooperação e respeito ao próximo estão

sempre presentes e devem ser trabalhados adequadamente.

Domínio motor refere-se ao movimento corporal, controle ou ambos,

quando desempenhado de um modo geral representam padrões de movimento. O

movimento é a base do domínio motor, que as vezes é mencionado como domínio

psicomotor por implicar o envolvimento de um comportamento mental cognitivo.

Algumas formas de classificação para a aprendizagem do domínio

motor foram sugeridas, porém a maioria ainda é questionada pelo seu alto grau de

complexidade, uma classificação mais simples é sugerida por Magill15, a ação

27

resposta dirigida (ato comportamental manifesto através do movimento), mecanismo

(quando a resposta já se tornou habitual, é o resultado da prática), resposta

complexa manifesta (quando o aluno já atingiu certa habilidade), adaptação

(alterações das atividades motoras e novas situações), criação (através do

conhecimento criar novas formas de manipular objetos e matérias).

Um período que se deve evitar trabalhar situações motoras

específicas que requeiram muita concentração. O professor deve proporcionar

situações motoras que enriqueçam o vocabulário motor, tendo contato com as mais

diferentes formas de movimento.19

Deste modo, o movimento como base do domínio motor, incluindo

atividades que permitam o movimento físico, ou seja, qualquer modalidade que

envolva domínio motor, mesmo em diferentes situações. Todo e qualquer esporte ou

até mesmo uma caminhada, é necessário o domínio motor e quando esse domínio é

bem trabalhado os alunos provavelmente terão certa habilidade.15

A aprendizagem motora é o adquirir, o refinar, o estabilizar e aplicar

prontidões motoras. Elas estão embutidas no desenvolvimento global da

personalidade humana e realizar-se na ligação com aquisição de conhecimento, com

o desenvolvimento de habilidades de coordenação e de condicionamento e com

aquisição de propriedades de comportamento.17

Se bem trabalhada as habilidades motoras na iniciação, a criança

provavelmente no ensino fundamental estará mais preparada para as diversas

atividades futuras.

Enfatiza-se que é importante a criança ter muitas experiências

motoras e para que isso aconteça, é preciso que a criança participe de várias

modalidades esportivas, o que no fim proporcionará um vasto repertório motor e

capacidade em geral.21

Classificação da habilidade no domínio motor: a compreensão da

classificação da habilidade como ato ou tarefa serve para programarmos o

aprendizado: 1) Quanto a precisão do movimento: Habilidade motora global -

quando envolve grandes músculos, ex: correr, andar, pular, etc.; 2) Habilidade

Motora fina - quando envolve pequenos músculos, ex: escrever, digitar, tocar piano,

etc.; 3) Pontos iniciais e finais bem definidos: discreta (tem início e fim), por exemplo,

lançar uma bola e fazer jogada no xadrez. Contínua não tem início nem fim

determinados, por exemplo, pedalar, correr, nadar, etc.; 4) Quanto a estabilidade do

28

ambiente: fechado (refere-se a um ambiente estável) Ex: boliche, musculação, etc.

Por fim, o domínio motor ocupa-se com o desenvolvimento e uso dos músculos e a

habilidade do corpo em coordenar seus movimentos.

2.3.3. Métodos dos Processos de Ensino e Aprendizagem

A aprendizagem é um processo que se caracteriza por uma

transformação progressiva das capacidades do indivíduo e para que ela ocorra é

necessário que o praticante esteja motivado, confiante para a possibilidade de

progressão. Essa progressão passa por etapas de familiarização e iniciação nas

quais são trabalhados alguns métodos.

A familiarização é o contato inicial do aluno com os elementos de

aprendizagem. A iniciação se dá a partir do momento em que o indivíduo recebe os

elementos fundamentais para a execução dos exercícios chaves, já o método é a

maneira de organizar e empregar os meios selecionados para realizar os objetivos

propostos.23

De acordo com Xavier23, há três métodos básicos de ensino: global,

parcial e misto.

Método parcial: aqui se entende o ensino por partes, ou seja, por

meio dos fundamentos. Ao final da aprendizagem ocorre o agrupamento do todo.

Método global: consiste em desenvolver e proporcionar a

aprendizagem de um modo geral, o início se dá pelo todo.

Método misto: é a junção dos métodos anteriores e possibilita a

prática de exercícios isolados e a iniciação de determinados elementos já

incorporados.

Também se pontua os processos pedagógicos a partir dos métodos

já apresentados, porém voltados mais diretamente ao ensino da ginástica. Para ele

o método global é a tentativa de execução completa do movimento e deverá ser

utilizado considerando: a qualidade de seus alunos e sua audácia; as exigências

técnicas que são conhecidas; e os esforços físicos necessários. E o método parcial

é a decomposição do exercício em diferentes fases, neste caso, cada fase necessita

de qualidades diferentes como: velocidade, força, sustentação, posições, entre

outros e pode-se iniciar por qualquer uma das fases (início, meio e fim). Em muitos

exercícios existem fases muito rápidas, portanto há de se tomar o cuidado de

29

lembrar que quanto mais rápida for uma sequencia, mais lentamente será

ensinada.24

Como o método global se caracteriza por executar o elemento por

um todo e somente com posterior correção, consideramos como um aspecto positivo

a motivação do praticante que permite agilidade no processo de aprendizagem, e

como aspectos negativos a possibilidade de adquirir vícios de execução, além de

apresentar um nível de segurança menor. O método parcial que se caracteriza em

executar partes dos exercícios para posterior execução tem como aspectos positivos

a possibilidade de adquirir maior nível de perfeição na execução e também mais

segurança no aprendizado, enquanto que os aspectos negativos são: processo mais

lento; impaciência do praticante; e dificuldade para assimilar o movimento por um

todo.

Para Ferreira e De Rose Jr.25, “O método global é aquele em que o

aprendiz executa o movimento na sua forma total, sem divisão em fases”. As tarefas

motoras simples incluem ações simples e não necessitam de ajustamentos

complexos, envolvem apenas uma parte do corpo, sendo que as demais atuam

como estabilizadoras”. E quando o movimento for considerado complexo será

utilizado o método do todo repetitivo progressivo que é “aquele em que o aprendiz

vivencia inicialmente o movimento na sua totalidade, sem sofrer correções.

Posteriormente, o movimento é dividido em partes, em que cada uma delas será

executada em conjunto com as partes anteriores”.

Em estudos realizados sobre metodologia da educação física e dos

esportes, percebemos que todos os métodos de ensino aprendizagem apresentam

vantagens e desvantagens na sua aplicação. Ao se destacar que o método de

ensino adequado é o caminho mais rápido e fácil de atingir os objetivos desejados

em qualquer modalidade e para que isso aconteça o professor de educação física

deve ter conhecimento e sensibilidade para empregar os métodos adequados para

cada situação. Neste contexto, o educador terá que ter muito cuidado ao aplicar os

métodos, pois ele pode beneficiar ou prejudicar os seus alunos.26

Portanto, deve-se reservar um lugar na metodologia para inserir

valores, ideais juntamente com as propostas motoras, proporcionando à criança uma

participação prazerosa e criando perspectivas motoras diferenciadas.19

Ao apresentar informações importantes no processo de formação de

uma atleta de ginástica rítmica, afirma que meios e métodos de formação geral estão

30

sendo utilizados para aquisição de habilidades motoras, estabelecendo assim, uma

ampla base motora.27

Para Laffranchi27:

Objetivando criar plataforma de sustentação das habilidades técnicas fundamentais, ao concluir-se o período do treinamento de formação, a criança deve estar apta a realizar alguns movimentos que serão a base de todo movimento da ginástica rítmica. Esses movimentos têm um padrão de execução que deve ser observado para garantir a técnica de base correta a propiciar a formação ótima da ginasta que leve a grandes performances futuras.

A autora coloca ainda que o sucesso de formação virá com a

combinação entre o aprendizado da técnica perfeita, o desenvolvimento

generalizado das capacidades físicas e o aspecto recreativo da atividade, e para

orientar esta etapa do processo de treinamento, propõe um planejamento de metas

e padrão de movimentos, onde as metas são os elementos corporais que deverão

ser aprendidos nesta fase, e o padrão de execução é explicação da forma correta de

realizá-los.

O processo de aprendizagem da ginástica rítmica passa por

princípios que desenvolve todas as possibilidades de movimentos: desde os básicos

de locomoção; a utilização de materiais oficiais (com algumas ressalvas quanto ao

tamanho, peso e cor específica); os movimentos obrigatórios fundamentais devem

ser executados de maneira espontânea e criativa; a criação de novos aparelhos que

proporcionam manejo por parte das crianças com orientação do professor; a

identificação de diferentes formas de como colocar o corpo no solo e assim produzir

os elementos acrobáticos e pré-acrobáticos; e por fim, a popularização da ginástica

rítmica.28

Para que seja possível desenvolver o processo de ensino e de

aprendizagem na GR devem ser empregadas, inicialmente, atividades diversificadas

que constituem uma metodologia eminentemente lúdica, e na sequencia apresentar

a técnica correta de execução e futuramente esta mesma criança poderá ser uma

atleta de alto nível.29

A ginástica rítmica, como vimos, é uma modalidade esportiva que

exige um desenvolvimento específico das habilidades motoras; e a preparação de

uma ginasta é realizado em longo prazo e deve-se passar por várias etapas até

tornar uma ginasta de alto nível.

31

De acordo com Laffanchi e Lourenço:30

Quando se trabalha a iniciação objetivando alcançar o alto nível, a criança deverá passar por uma infinidade de atividades direcionadas para que possa ter o domínio exato dos segmentos corporais e noções de tempo e espaço, a fim de que chegue a realizar os movimentos corporais e com aparelhos de maneira harmoniosa e precisa, como, por exemplo, executar um grande lançamento e recuperar o aparelho fora do campo visual após uma sequencia de elementos acrobáticos.

Em se tratando de alto nível, também passamos por um processo de

aprendizagem gradativo que se caracteriza por preparação física específica que tem

como objetivo desenvolver as qualidades físicas através dos movimentos específicos

do esporte, possibilitando as correções cabíveis na execução da técnica correta do

trabalho corporal.27

Pode-se dizer que a ginástica rítmica, seja por meio de sistemas de

exercícios selecionados, ou de métodos específicos propõe-se a aperfeiçoar e

estimular o virtuosismo das capacidades psicomotoras no ser humano no

processamento de seu desenvolvimento global.31

Para este estudo, optamos por utilizar os métodos global e parcial de

ensino/aprendizagem apresentando o movimento completo e na sequência os

processos pedagógicos (em partes) de forma a contribuir para o bom andamento no

processo de iniciação dos elementos específicos da ginástica rítmica.

2.4. SEGURANÇA NA REALIZAÇÃO DOS PRÉ-ACROBÁTICOS E SUA IMPORTÂNCIA PARA A

PREVENÇÃO DE QUEDAS/LESÕES DAS GINASTAS

A GR é um esporte que além de oferecer a oportunidade de

desenvolvimento da criança propicia a experimentação, a descoberta, a invenção, a

aprendizagem e aperfeiçoamento das habilidades, além de estimular a curiosidade,

a autoconfiança e a autonomia, propicia o desenvolvimento da criatividade, da

concentração, da atenção e, consequentemente, das mudanças de comportamento.

Porém, para que todas as atividades sejam realizadas sem ofertar riscos

para as praticantes, cuidados devem ser levados em consideração e em especial ao

se tratar de elementos pré-acrobáticos.

O local para a prática da ginástica deve ser espaçoso, arejado, seguro,

com boa acústica, o piso não deve ser duro e sempre que possível ter um tapete de

32

carpet para amortecer as quedas e quando necessário para auxiliar nos elementos

de maior dificuldade utilizar colchonetes para aumentar a segurança. A importância

para um aprendizado seguro é relevante em todos os quesitos quando se refere à

prática principalmente a iniciação, pois é nele que a criança irá desenvolver suas

habilidades, desafiar seus medos, sociabilizar e ter noção do que é ginástica rítmica.

De acordo com Lebre e Araújo7, “O ensino de alguns elementos

acrobáticos requer alguns conhecimentos específicos que permitam a execução

correta das ajudas para facilitar a sua execução”.

Comenta que melhoras nas condições do treinamento em ginástica

artística foram obtidas por aparelhos que absorvem mais impactos e auxiliam a

impulsão para realização de movimentos específicos, exigindo menor esforço da

ginasta, prevenindo lesões e aumentando a performance.32

Para evitar as lesões ou inibir o medo de execução dos elementos pré-

acrobáticos na ginástica ou em qualquer outra atividade podemos respeitar alguns

fatores: o local que deve apresentar condições de funcionalidade e segurança ao

ginasta; o aquecimento antes e depois da atividade deve ser respeitado; o treino

deve ser desenhado para melhoria do fortalecimento e desempenho muscular, da

flexibilidade e da própria receptividade, deverá posicionar-se com um compromisso

diário para profissionais e de desenvolvimento regular para os iniciantes.32

As formas de segurança durante a execução do exercício são aplicadas

pelo professor que deve estar o tempo todo atento ao movimento da ginasta,

evitando assim qualquer contratempo.

Pesquisas discutidas por Nunomura e Tsukamoto32, apontam que os

professores deveriam atribuir critérios de importância para vários itens relacionados

a um bom professor de ginástica, revelou que eles consideravam o item “segurança”

como o critério mais importante (98%) e relata que sem o domínio e conhecimento

sobre este item a atuação do professor seria limitado.

Outro fator que chama a atenção para a vestimenta das ginastas no

momento do aprendizado ou execução de elementos acrobáticos na ginástica

artística que são importantes também para a iniciação destes elementos na ginástica

rítmica, ou seja, não utilizar roupas justas e com zíper ou botões, não portar relógios,

correntes ou outros tipos de objetos que possam oferecer riscos e estar com os

cabelos presos.32

33

Na ginástica rítmica não se executa elementos de alto grau de risco e de

voo como na ginástica artística, inclusive tais elementos são proibidos, mas existe

um grau de dificuldade na qual é necessário que o professor esteja atento durante

toda a execução auxiliando o movimento do início ao fim com as “pegadas” (forma

de segurar) nas regiões do corpo onde a criança tem mais dificuldade e quando

necessário utilizar de outros artifícios como enrolar a camiseta nas mãos para

facilitar o elemento e a velocidade do mesmo.

Percebemos que os fatores de segurança são importantíssimos no dia a

dia do treinamento e da iniciação esportiva, o ginásio ou qualquer que seja o

espaço utilizado para as aulas de iniciação deve ser um ambiente saudável e com

segurança para que as crianças obtenham sucesso na ginástica, mas,

principalmente, para que tenham prazer no aprendizado dos movimentos gímnicos.

Passaremos agora a apresentar como o produto foi desenvolvido, as

pesquisas que nos deram suporte para o estudo e a elaboração final do mesmo.

34

3. DESENVOLVIMENTO

Para a confecção do produto de mídia final em formato de DVD, foi

seguido um longo caminho pautado por detalhes no planejamento e na

operacionalização do mesmo. Separamos em fases para melhor entendimento:

3.1. 1ª FASE: PESQUISAS E ESTUDOS DE APOIO

Para auxiliar nas escolhas dos elementos e dar embasamento aos nossos

estudos realizamos algumas pesquisas correlacionadas. Primeiramente uma

pesquisa bibliográfica descritiva, com levantamento, apresentação e descrição dos

elementos pré-acrobáticos permitidos na ginástica rítmica a partir de uma análise em

documentos oficiais (Resultados podem ser encontrados no Anexo A).

Em um segundo momento, realizamos pesquisa de cunho descritivo com

aplicação de questionário com questões abertas e fechadas para 23 treinadoras

participantes do Congresso Brasileiro de Esporte Escolar realizado pelo Comitê

Olímpico Brasileiro no ano de 2013 na cidade de Londrina com o intuito de conhecer

quais os elementos pré-acrobáticos são ensinados na iniciação deste esporte pelas

treinadoras participantes do estudo. (Resultados podem ser encontrados no Anexo

B).

Ainda no intuito de reunir informações para a produção da mídia sobre o

assunto escolhido, realizamos um levantamento dos elementos pré-acrobáticos

presentes nas coreografias das ginastas participantes do Torneio Elisabeth

Laffranchi, evento realizado anualmente pela Federação Paranaense de Ginástica

no mês de julho na cidade de Londrina para ginastas iniciantes. (Resultados podem

ser encontrados no Anexo C).

Após a análise do documento oficial que rege a GR, aplicação dos

questionários às treinadoras brasileiras e, levantamento dos pré-acrobáticos

presentes em evento estadual no Paraná, definimos os elementos que serão

apresentados no DVD.

1. Rolamento para frente

2. Rolamento para trás

35

3. Reversão para frente

4. Reversão para trás

5. Reversão lateral

3.2. 2ª FASE: ORGANIZAÇÃO TÉCNICA E GRAVAÇÃO DAS IMAGENS

Na elaboração específica do produto multimídia, seguimos os seguintes

passos:

1. Contratação de uma empresa especializada responsável pela captação das

imagens dos elementos pré-acrobáticos, pela direção de fotografia dos

elementos, edição não linear, criação de menu digital e animação 2D (artes

gráficas para inserção de textos, fotos);

2. Gravação das imagens dos elementos pré-acrobáticos no Ginásio de

Ginástica Rítmica da UNOPAR (autorização no apêndice C) e para tal utilizou-

se câmeras filmadoras de alta definição (HDSLR), sem previsão de nenhum

tipo de áudio, e o som produzido no ginásio foi descartado. A gravação se

deu em dois momentos distintos, primeiramente ocorreu a filmagem dos

elementos completos e suas variações (cinco horas de trabalho) no mês de

outubro de 2014 e em outro momento, já com os processos pedagógicos

definidos, no mês de dezembro de 2014 foram gravadas as imagens dos

mesmos (cinco horas de trabalho);

3. Para gravação e edição dos vídeos foi utilizada câmera filmadora digital e

microcomputador desktop, utilização de um programa de edição denominado

Adobe Premiere CS6 e um programa de finalização denominado Adobe

Encore CS6;

4. Para a execução dos elementos pré-acrobáticos completos durante as

filmagens, foi convidada uma ginasta integrante da equipe de competição de

GR da UNOPAR da categoria juvenil (13 anos). Já para a gravação dos

processos pedagógicos convidamos uma ginasta da categoria pré-infantil (10

anos) e contamos com a colaboração da treinadora da mesma equipe no

auxílio da execução dos movimentos. Os responsáveis pelas ginastas, bem

como a treinadora, assinaram o termo de autorização de imagem (apêndice

D, E e F respectivamente). Todas as tomadas foram acompanhadas pela

responsável do estudo e da elaboração do produto;

36

5. Na sequência, os vídeos foram salvos em mídia interativa por meio do

programa denominado Windows Media Player e encaminhados para escolha

das imagens mais adequadas;

3.3. 3ª FASE: CONFECÇÃO DO DVD

1. O próximo passo foi redigir os textos informativos para as caixas de diálogo e

demais explicações, bem como definir o formato estético da apresentação das

imagens e escritas, a sequência dos elementos e a escolha da música de

fundo;

2. Após todo o processo de escolhas e definições deu-se início à organização

final do DVD que conta com cinco pré-acrobáticos (rolamento para frente,

rolamento para trás, reversão para frente, reversão para trás, reversão lateral)

em tempo real de execução e em slow motion, três processos pedagógicos

para cada elemento e ainda cinco possíveis variações (relacionadas às

posições de saída e chegada), totalizando 51 vídeos com imagens dos pré-

acrobáticos, que aparecem na seguinte ordem cada um dos mesmos:

a) Nome do elemento pré-acrobático;

b) Imagem do elemento pré-acrobático;

c) Imagem do elemento pré-acrobático em slow motion;

d) Definição descrita do elemento pré-acrobático;

e) Descrição de detalhes da execução na posição de saída e chegada, bem

como no desenvolvimento do elemento com imagem congelada exatamente

no momento da posição desejada e entrada da caixa de diálogo;

f) Processo pedagógico 1 (definição, imagem, objetivo, segurança e dicas);

g) Processo pedagógico 2 (definição, imagem, objetivo, segurança e dicas);

h) Processo pedagógico 3 (definição, imagem, objetivo, segurança e dicas);

i) Erros comuns com dicas de correção dos mesmos em formato de quadro;

j) Variações 1, 2, 3, 4 e 5.

3. Para proporcionar acesso rápido e ter um entendimento geral das

informações disponíveis no DVD, a estrutura do mesmo foi constituída de um

menu que auxiliará na busca do elemento de interesse do usuário;

4. Cada definição e/ou caixa de diálogo terá aproximadamente 15 segundos

para leitura, tempo suficiente para compreensão do texto.

37

5. A ficha catalográfica do produto foi organizada junto à biblioteca da instituição;

6. A capa e as informações sobre o produto foram elaboradas pela autora.

38

4. CONCLUSÃO

Pesquisar os elementos pré-acrobáticos da GR foi satisfatório e muito

gratificante, principalmente por apresentarmos aqui os processos pedagógicos que

servirão como facilitadores para treinadores, profissionais e acadêmicos que

pretendem desenvolver um trabalho nesta área, em especial, os interessados na

iniciação. A iniciativa de propagar o conhecimento, compartilhando com os que estão

iniciando nesta modalidade ou mesmo aqueles que já atuam na área, nos dá uma

boa sensação de dever cumprido.

A GR continua evoluindo a cada ciclo olímpico, e a FIG realiza mudanças

significativas para o crescimento e desenvolvimento da mesma, porém, elementos

básicos como os pré-acrobáticos sempre serão ensinados e utilizados em

coreografias de conjunto ou individual, por isso estes elementos e todas as suas

possibilidades de execução com os aparelhos e variações devem ser

acompanhados de perto por todos os envolvidos, para que possam realizar um

trabalho de iniciação adequado, oportunizando às ginastas a melhora do nível de

dificuldade e desenvolvimento mais próximo da técnica correta.

A elaboração do produto multimídia veio ao encontro desta necessidade,

buscando suprir lacunas existentes neste assunto, apresentando de forma didática e

organizada os elementos, os processos pedagógicos e as variações dos mesmos.

Porém, o DVD não aborda todos os elementos pré-acrobáticos, portanto acenamos

para a necessidade de mais produções técnicas nesta área.

Desta forma, esperamos contribuir para o desenvolvimento contínuo deste

esporte, acreditando que quanto mais pesquisas e publicações nesta área puderem

ser disseminadas no mercado, mais opções estarão à disposição de todos os

interessados garantindo mais qualidade para a GR brasileira.

O DVD intitulado “Elementos pré-acrobáticos de ginástica rítmica”

encontra-se anexo a este relatório.

39

REFERÊNCIAS

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Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Metodista de

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9º ciclo; (1997-2000).

9. Federação Internacional de Ginástica. Código de pontuação de ginástica rítmica.

10º ciclo; (2001-2004).

10. Federação Internacional de Ginástica. Código de pontuação de ginástica rítmica.

11º ciclo; (2005-2008).

11. Federação Internacional de Ginástica. Código de pontuação de ginástica rítmica.

13º ciclo; (2013-2016).

40

12. Federação Internacional de Ginástica. Código de pontuação de ginástica rítmica.

12º ciclo; (2009-2012).

13. Lourenço, MRA. O inconstante código de pontuação da ginástica rítmica. In:

Paolielo, E, Toledo, E de (org.). Possibilidades da ginástica rítmica. São Paulo:

Phorte Editora; 2010.

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16. Gallahue, DL. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças,

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professor. Campo Grande, MS: Editora UFMS; 1998.

23. Xavier, TP. Métodos de ensino em educação física. São Paulo: Manole; 1986

41

24. Carrasco, R. Pedagogia dos Aparelhos. São Paulo: Ed. Manole; 1982.

25. Ferreira, AEX, ROSE JR, D. Basquetebol: técnicas e táticas: uma abordagem

didático-pedagógica. 2. ed. ampliada e autorizada; São Paulo: EPU; 2010.

26. Fonseca, GM. Futsal: Metodologia de Ensino. Caxias do Sul: EDUCS; 1997.

27. Laffranchi, B. Treinamento Desportivo Aplicado à Ginástica Rítmica. Londrina:

Unopar Editora; 2001.

28. Gaio, R. Ginástica Rítmica desportiva “popular”: uma proposta educacional. 2.

ed. Jundiaí, SP: Editora Fontoura; 2007.

29. Gaio, R, organizadora. Ginástica Rítmica para tu, eles e nós. Jundiaí SP:

Fontoura; 2008.

30. Laffanchi, B, Lourenço, MRA. Ginástica Rítmica: da iniciação ao treinamento de

alto nível. In: Gaio, R, Batista, JCF. (orgs.). A ginástica em questão: corpo e

movimento. Ribeirão Preto: TECMEDD; 2006.

31. Farias, JJC, Barros, MVG. Flexibilidade e aptidão física relacionada à saúde.

Corporis, Recife, PE, 1998; 1(1):39-46.

32. Nunomura, M. Segurança na Ginástica Olímpica. Motriz, 1998. Dez; 4(2):104-8.

42

APÊNDICE A – Trabalho Apresentado em Evento Científico

BROLESI, M. L. ; LOURENÇO, M. R. A. . Elementos pré-acrobáticos na iniciação à ginástica rítmica. I Encontro Nacional de Esportes & Fitness: Avanços técnicos e científicos. Londrina, 2014.

ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS NA INICIAÇÃO À GINÁSTICA RÍTMICA

Márcia Regina Aversani Lourenço / Mestre em Educação Física Universidade Norte do Paraná –UNOPAR

Margarete de Lourdes Brolesi/ Discente do Programa de Mestrado Profissional em

Exercício Físico na Promoção da Saúde / Universidade Norte do Paraná –UNOPAR

RESUMO

Os elementos acrobáticos ou pré-acrobáticos estão presentes nos códigos de pontuação de ginástica rítmica desde sua primeira edição em 1970, e ao longo dos anos várias alterações ocorreram. Este estudo tem o objetivo conhecer quais são os elementos pré-acrobáticos ensinados na iniciação de ginástica rítmica pelas 23 treinadoras participantes do Congresso Brasileiro de Esporte Escolar realizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro no ano de 2013 na cidade de Londrina-PR. Para tal utilizou-se pesquisa de campo descritiva com aplicação de questionário específico. Podemos apontar os rolamentos e reversões como os pré-acrobáticos mais ensinados pelas treinadoras pesquisadas em suas rotinas profissionais de aula e/ou treinamento.

INTRODUÇÃO A Ginástica Rítmica ou GR é uma modalidade praticada individualmente ou

em conjunto que tem como principal característica a utilização de aparelhos manuais

e específicos, são eles, a corda, o arco, a bola, as maças e a fita. A execução do

manejo destes aparelhos deve estar sempre aliada aos elementos corporais

pertencentes ao grupo fundamental que são os saltos, os equilíbrios e as rotações,

elementos estes que são a base para os valores das dificuldades avaliadas pelos

árbitros.

Esta modalidade conta também com um grupo de elementos corporais que

não possuem valores próprios no código de pontuação, mas fazem parte da

43

estrutura coreográfica deste esporte, são chamados de elementos dos outros grupos

e geralmente utilizados nas ligações entre uma dificuldade e outra nas composições.

Os elementos pré-acrobáticos aparecem como possibilidades diversas na GR, são

utilizados como ligação nos exercícios de conjunto e individual e estão presentes

nos códigos de pontuação de ginástica rítmica desde suas primeiras edições em

1970, e ao longo dos anos várias alterações ocorreram inclusive na sua

denominação (LOURENÇO, 2010).

Os elementos acrobáticos ou pré-acrobáticos têm sua técnica exibida em

vários tipos de modalidades gímnicas com nomenclaturas ou formas de execução

diferenciadas. Partindo de uma análise crítica dos elementos acrobáticos e pré-

acrobáticos propostos nos códigos de pontuação anteriores até a evolução atual,

observa-se a necessidade de contextualizar estes elementos pela sua importância

na ginástica rítmica tanto em ligações, como em dificuldades corporais ou dentro dos

elementos dinâmicos de rotação e ainda pelas dificuldades encontradas para o

aprendizado, elaboração e enriquecimento das coreografias.

Os pré-acrobáticos são elementos corporais que integram as coreografias em

diversas modalidades gímnicas. Sua origem vem dos acrobáticos da modalidade de

ginástica artística e também das acrobacias circenses. Alguns estudos dizem que,

os elementos acrobáticos têm sua origem na China onde foram encontradas pinturas

de cinco mil anos que retratavam acrobatas, também encontram registros de 1500

D.C. que refere-se aos espetáculos “Akrobatos” que significa acrobata, onde os

integrantes eram os “Akros” que dançavam e faziam equilíbrios nas mãos e nos pés.

A história da acrobacia se confunde com a história da humanidade, pois foram

encontradas imagens acrobáticas, na antiguidade, que faziam parte de ritos

sagrados e na idade média os Saltimbancos e os atores da comédia Del’arte

usavam bastantes acrobacias e ainda encontravam-se algumas permanências dessa

função religiosa.

Santos e Albuquerque (1995), ressaltam ainda que as acrobacias eram

praticadas por pessoas de classes baixas como os escravos para divertirem os seus

amos, e sofriam uma grande discriminação das populações. Bortoleto (2008)

entende que as acrobacias tiveram início com a busca do domínio da natureza pelo

homem, a partir do domínio do seu próprio corpo, já que isto lhe permitiria, ao

mesmo tempo, executar tarefas de sobrevivência e suas tradições sociais.

44

No Brasil o seu surgimento foi por meio do circo, como fins pedagógicos no

início da década de 1940 a 1950, de acordo com dados encontrados em publicação

do Departamento de Educação Física da Aeronáutica – RJ, a denominação dada às

acrobacias era de “força combinada” ou “ginástica acrobática”.

Com o tempo as técnicas para realização das diversas acrobacias foram

sendo melhoradas e as mesmas tornaram-se componentes de algumas modalidades

esportivas como as diversas ginásticas e também apresentações artísticas no circo e

no teatro.

Borrmann (1980) define elementos acrobáticos como: elementos corporais

que realizam a inversão dos eixos do corpo, traçando uma linha imaginária que

divide o corpo em eixo longitudinal (passa pela cabeça e pelos pés por meio de

movimentos rotatórios), eixo transversal ou frontal (vai de um ombro ao outro ou se

situa na mesma direção em outras partes do corpo) como, por exemplo, giros e

mortais e eixo ântero-posterior (da frente para parte de trás) como a roda ou estrela

e o mortal lateral.

As acrobacias são possibilidades fundamentais para enriquecimento de

apresentações artísticas e competições de ginástica onde são encontrados, ou seja,

nas técnicas circenses, nas coreografias de ginástica geral, nas provas de ginástica

artística, ginástica rítmica, ginástica acrobática e ginástica de trampolim também

conhecido como trampolim acrobático. (BORTOLETO, 2010).

A Ginástica Rítmica desenvolve graça e beleza em movimentos criativos que

são traduzidos através de expressões pessoais e possui uma forma artística que

proporciona prazer e satisfação estética aos que a assistem. As exigências de

rendimento são altas desde as categorias menores e há um elevado grau de

exatidão na realização de elementos complexos, o que obriga a ginasta a

treinamentos intensos e diários. (SITE UNOPAR, 2009)

Esta modalidade é exclusivamente feminina em nível de competição,

composta de movimentos complexos e requer um alto grau de desenvolvimento de

certas capacidades físicas (força, flexibilidade, equilíbrio, coordenação, resistência,

agilidade e velocidade), para a perfeição da execução dos elementos corporais. No

código da FIG encontramos todos os fundamentos para a prática da modalidade, os

elementos corporais, os elementos com aparelhos, regras relacionadas ao

acompanhamento musical e também todas as informações pertinentes à

45

composição coreográfica, inclusive aos elementos pré-acrobáticos que são o foco da

nossa pesquisa.

Conforme Hernández e Bouza,

Os exercícios acrobáticos e pré-acrobáticos formam o grupo de exercícios fundamentais da Ginástica Rítmica Desportiva, eles constituem uma integração necessária para as qualidades condicionais e as qualidades coordenativas das ginastas. Por meio desse grupo de elementos técnicos se treinará o aparato primeiro graças ao desenvolvimento das percepções espaço temporais que se requer para a realização de uma forma efetiva das diferentes de tarefas do movimento. (HERNÁNDEZ; BOUZA, 1982, p. 115 [tradução nossa]).

Para que os elementos pré-acrobáticos sejam considerados como tais, há

necessidade de que: a) sejam executados de forma passageira, sem interrupção da

apresentação e sem paradas no momento em que seja executado; b) sejam

realizados como forma de ligação com um elemento técnico do aparelho; c) caso a

ginasta não esteja em contato com o aparelho, o elemento pré-acrobático deve ser

realizado no meio do intervalo de tempo e a ginasta deve estar em contato com o

mesmo no início e no final do elemento; d) caso a ginasta esteja em contato com o

aparelho, o manejo do aparelho pode ser realizado no início, durante ou no final da

realização do mesmo; e) caso a ginasta não esteja em contato com o aparelho, o

elemento pré-acrobático deverá estar ligado com um elemento corporal e a ginasta

deve estar em contato com o aparelho no início e no final da realização do mesmo; f)

os elementos pré-acrobáticos não podem ser repetidos, mas é autorizado a

sequência de dois ou três elementos iguais. (CÓDIGO DE PONTUAÇÃO DE GR DA

FIG, 2013/2016).

Logo, é foco deste estudo a ginástica rítmica e é apenas esta modalidade que

utiliza o termo pré-acrobático. Embora as bibliografias em geral não apresentem a

diferenciação entre acrobáticos e pré-acrobáticos é nosso entendimento que a

denominação pré-acrobático é dada para as acrobacias que não necessitam de fase

de voo, ou seja, aquelas que são realizadas mais próximas do solo possível. Porém,

vale ressaltar que os elementos acrobáticos foram considerados nos códigos de

pontuação de ginástica rítmica nos ciclos 9º (1997/2000), 10º (2001/2004) e 11º

(2005/2008) nos demais ciclos e denominação utilizada foram pré-acrobáticos.

Como em qualquer outro desporto a GR busca sempre um desenvolvimento

igualitário de seus componentes. Assim, com o passar dos anos e com a evolução

dos códigos da modalidade, os elementos pré-acrobáticos evoluíram junto, o que

46

acarretou em uma lacuna na literatura de como surgiram e quais são os elementos

pré-acrobáticos mais ensinados às ginastas no nosso país.

OBJETIVO

Conhecer quais são os elementos pré-acrobáticos ensinados na iniciação de

Ginástica Rítmica pelas treinadoras participantes do Congresso Brasileiro de Esporte

Escolar realizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro no ano de 2013.

METODOLOGIA

O presente estudo é caracterizado como uma pesquisa descritiva, onde se

buscou fazer entrevistas com profissionais envolvidos com a modalidade.

De acordo com Rudio (2003), um estudo descritivo pode ser caracterizado

como uma proposta para descobrir e observar fenômenos procurando descrevê-los,

classificá-los e interpretá-los. Para Lakatos e Marconi (2012) tal pesquisa observa,

registra, analisa e ordena os dados, sem a interferência do pesquisador.

Aplicou-se um questionário com questões abertas e fechadas com 23

treinadoras participantes do Congresso Brasileiro de Esporte Escolar realizado pelo

Comitê Olímpico Brasileiro no ano de 2013.

Após a análise do documento oficial que rege a Ginástica Rítmica e aplicação

dos questionários, podem-se mapear os elementos pré-acrobáticos permitidos nesta

modalidade, além de conhecer quais os elementos pré-acrobáticos são ensinados

na iniciação deste esporte pelas treinadoras participantes do estudo.

A pesquisa conta com o parecer 0069/12 do Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Norte do Paraná, de acordo com as normas da Resolução 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos, e os

dados só foram coletados após os participantes e responsáveis assinarem o termo

de consentimento livre e esclarecido.

RESULTADOS

Foi entrevistadas 23 treinadoras de Ginástica Rítmica que participaram

Congresso Brasileiro de Esporte Escolar. As participantes responderam um

questionário com perguntas referentes à formação acadêmica, tempo de prática,

experiências anteriores com a modalidade, além de relatarem com quais categorias

trabalham atualmente e como ensinam os elementos pré-acrobáticos.

47

Quanto à formação acadêmica e o tempo de prática das participantes

verificou-se que das 23 treinadoras pesquisadas, quatro possuem apenas

graduação, 17 obtiveram o título de especialistas em áreas variadas como, Ginástica

Rítmica, Treinamento Desportivo, Esporte Escolar, Educação Física Escolar e

Pedagogia do Movimento e outras duas técnicas possuem o título de mestres. Além

disso, 21 trabalham com a modalidade a mais de quatro anos e apenas duas estão

inseridas neste contexto de um a três anos.

Outro dado importante foi que a maior parte das participantes são ex-atletas

de GR, com experiência de mais de 5 anos de prática como ginastas. Por outro lado

três treinadoras nunca praticaram a modalidade e apenas uma foi ginasta durante 2

anos.

Quando questionadas sobre em quais os níveis de prática da modalidade elas

trabalham, os resultados foram bastante divergentes. Quatro professoras disseram

trabalhar apenas com a iniciação, três relataram ministrar aulas e treinos na

iniciação e em categorias de competição, 10 treinadoras relataram que trabalham

apenas com as categorias de nível competitivo, pré-infantil, infantil, juvenil e adulto,

sendo que seis trabalham com todas as categorias e as demais com apenas uma ou

no máximo duas categorias diferentes.

As questões anteriores puderam nos apresentar os contextos dos ambientes

de prática onde as participantes desenvolvem seu trabalho com a modalidade. A

partir disso, os questionamentos passaram a ser sobre quais os elementos pré-

acrobáticos são ensinados e quais são as dificuldades para ensiná-los. Estas

questões tiveram como base os elementos pré-acrobáticos permitidos na ginástica

rítmica segundo o código e pontuação atual.

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9

13

1 1 1 1 1 12

3

me

ro d

e p

arti

cip

ante

s

Elementos Pré-Acrobáticos

Gráfico 1: Elementos pré-acrobáticos ensinados na iniciação à GR.

48

Constatou-se que das 23 treinadoras entrevistadas 18 ensinam à suas

ginastas todos os tipos e variações dos elementos pré-acrobáticos, no entanto,

quatro delas não ensinam nenhum tipo de reversão e uma não ensina a reversão

para trás. Apenas uma professora ensina somente os rolamentos para frente, trás e

lateral, uma outra ensina os diversos tipos de rolamento mais as reversões para

frente, trás e lateral (estrela) e duas ensinam todos os tipos de rolamentos mais a

reversão lateral (estrela), sendo esta com diferentes apoios.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos questionamentos desenvolvidos para as treinadoras pesquisadas,

podem-se apontar os rolamentos e reversões como os pré-acrobáticos mais

ensinados por elas em suas rotinas profissionais de aula e/ou treinamento.

Permitir que movimentos como estes, que chamam a atenção dos

expectadores sejam incorporados às coreografias deste desporto sem que elas

percam a essência e as características da modalidade enquanto esporte, educação,

saúde, lazer ou competição, é proporcionar às ginastas a vivência e aprendizado de

movimentos corporais diferenciados daqueles exigidos pelo Código de Pontuação da

GR. Buscando assim, benefícios que vão além do dia a dia esportivo, mas que

refletirão na variedade do repertório motor adquirido por meninas que praticam esta

modalidade, para que elas tenham um melhor desempenho em qualquer ambiente

seja ele esportivo ou não.

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Científico Latino Americano de Educação Física da Unimep. Piracicaba, p. 438,

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BORTOLETO, M. A. C. Introdução à Pedagogia das Atividades Circenses. Jundiaí,

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DÍAZ, Isabel F. Teoría y Práctica General de la Gimnasia. Havana, Cuba: Ediciones,

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Ginástica Rítmica. 13º Ciclo – 2013/2016.

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HERNÁNDEZ, A. O’Farrill; BOUZA, A. Santos. Gimnasica Rítmica Deportiva.

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LOURENÇO, Márcia Regina Aversani. Ginástica Rítmica no Brasil: A (r)evolução de

um esporte. 2003. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade

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______. Márcia R. Aversani. O inconstante código de pontuação da ginástica rítmica.

In: PAOLIELO, Elizabeth; TOLEDO, Eliana de (org.). Possibilidades da ginástica

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NUMOMURA, M; TSUKAMOTO, M.H.C. Fundamentos das Ginásticas. Jundiaí, São

Paulo: Editora Fontoura, 2009.

PAOLIELO, Elizabeth; TOLEDO, Eliana de (org.). Possibilidades da ginástica rítmica.

São Paulo: Phorte Editora, 2010.

ROBEVA, Neska; RANKÉLOVA, Margarita. Escola de Campeãs, Ginástica Rítmica

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RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes,

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SANTOS, José Carlos Eustáquio. Ginástica Geral: elaboração de coreografias,

organização de festivais. Jundiaí, São Paulo: Editora Fontoura, 2001.

SANTOS, José Carlos E.; ALBUQUERQUE FILHO, José Arruda de. Manual de

Ginástica Olímpica (Ginástica Artística). 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora Sprint, 1985.

SOLER, Pierre. Ginástica de Solo: a composição livre. Ligações – combinações. São

Paulo: Ed. Manole, 1982.

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TRIVIÑOS, A. N. S.. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa

qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

VALLE, Aurora Fernández del. Gimnasia Ritmica. Espanha: Comitê Olimpico

Español, 1991.

51

52

APÊNDICE B – ARTIGO CIENTÍFICO: Revista Brasileira de Educação Física e

Esporte

OS ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS NA

GINÁSTICA RÍTMICA

Márcia Regina Aversani Lourenço1 Margarete de Lourdes Brolesi2

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo identificar e elencar quais elementos pré-acrobáticos são ensinados nas escolinhas de iniciação de GR no Brasil e quais estão presentes nas composições coreográficas das categorias de base no Estado do Paraná, além de detectar os métodos de ensino utilizados pelas treinadoras nas aulas de iniciação e quais são as suas dificuldades ao ensinar os elementos pré-acrobáticos aliados ao manejo do aparelho. Caracteriza-se como uma pesquisa exploratória de caráter descritiva e em um primeiro momento foi aplicado um questionário com questões abertas e fechadas para 23 treinadoras de ginástica rítmica participantes do Congresso Nacional de Esporte Escolar organizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro, no ano de 2013 na cidade de Londrina-PR. Na sequência foram identificados, por meio de observação, os elementos pré-acrobáticos presentes nas coreografias das ginastas participantes do Torneio Elisabeth Laffranchi, evento realizado anualmente pela Federação Paranaense de Ginástica para ginastas iniciantes. Os resultados indicam que os rolamentos para frente, para trás e lateral e as reversões para frente, para trás e lateral (estrela), são os pré-acrobáticos mais ensinados pelas treinadoras nas rotinas de aula/treinamentos. Os mesmos elementos foram os únicos executados nas coreografias do torneio observado, sendo os rolamentos para frente e para trás e a reversão lateral (estrela) os que mais apareceram em, respectivamente, 100%, 94% e 91,30% das séries, seguidos da reversão para frente e para trás com 21,30% e 20%, respectivamente. Pode-se apontar os rolamentos e as reversões como os pré-acrobáticos mais ensinados por elas em suas rotinas profissionais de aula e/ou treinamento e mais executados por ginastas iniciantes em uma competição específica da modalidade, havendo assim uma estreita relação entre o que é ensinado para o que é executado. PALAVRAS-CHAVE: Ginástica Rítmica. Pré-acrobático. Composição coreográfica.

INTRODUÇÃO

A modalidade olímpica ginástica rítmica (GR) tem como principal característica a

execução de movimentos corporais em harmonia com a música e coordenados com o manejo

dos aparelhos corda, arco, bola, maças e fita.1,2 Permite aos seus praticantes o uso da arte, da

1 Doutora em Educação Física. Docente no Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde na Universidade Norte do Paraná - UNOPAR 2 Mestre em Educação Física. Docente do Curso de Educação Física na Universidade Norte do Paraná - UNOPAR

53

criatividade e das capacidades físicas, buscando contribuir com o desenvolvimento global do

indivíduo, por meio de infinitas oportunidades de movimentos.1,3,4

O Código de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG) é o documento

oficial que rege a modalidade, aborda questões específicas para competições individuais e de

conjunto (cinco ginastas executam a coreografia ao mesmo tempo) relacionadas às generalidades,

aparelhos e elementos corporais. Os elementos corporais apresentam-se como Fundamentais que

são os saltos, equilíbrios e rotações e como Ligação que são os giros, saltitos, deslocamentos

variados e os pré-acrobáticos, tendo os elementos de ligação a função maior de interligar as

dificuldades corporais, contribuindo para a fluência coreográfica e variedade de execução.5,6 Os

pré-acrobáticos têm origem nas acrobacias circenses e nos acrobáticos da modalidade de ginástica

artística, são elementos caracterizados pela passagem simples do corpo pelo solo em rotação sem

fase de voo, com apoio de uma ou duas mãos.7

A cada novo ciclo olímpico, isto é, de quatro em quatro anos, a FIG promove mudanças

no documento na tentativa de tornar o julgamento da modalidade menos subjetivo e com o

intuito de acompanhar as tendências e inovações técnicas8, porém os elementos característicos

são preservados e os movimentos básicos ensinados na iniciação esportiva permanecem os

mesmos.

O 13º ciclo olímpico da GR que teve início em 2013 e termina em 2016, apresenta as

regras vigentes para a modalidade até os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, e traz como pré-

acrobáticos os “rolamentos” para frente, para trás e lateral sem fase de voo; as “reversões” para

frente, para trás e lateral executadas sobre o peito, ombros, ou ainda com uma ou duas mãos em

diferentes técnicas de execução; o “rolamento sobre o peito/mata borrão”, definido como uma

reversão no solo sobre um ombro passando pela vertical com o corpo estendido; e “saut plongé”,

que é o salto espacato com o tronco flexionado à frente seguido diretamente por um ou mais

rolamentos.5

54

Na GR, os pré-acrobáticos fazem parte de uma coreografia com diversas funções, desde a

combinação destes elementos com os movimentos obrigatórios da modalidade até um simples

elo entre movimentos. Com isso, observa-se que eles estão presentes desde as escolinhas de

iniciação da modalidade até as rotinas de treinamento das equipes de alto rendimento. Em uma

composição coreográfica, tanto em conjunto quanto individual os elementos pré-acrobáticos

devem ser executados de forma passageira, ou seja, sem interromper a sequência dos exercícios e

sem paradas para preparar a execução dos mesmos. Nas composições com aparelhos há a

necessidade do mesmo estar em movimento durante a execução do elemento pré-acrobático, o

manejo deverá estar interligado com o início, meio ou fim da realização do exercício, que não

podem ser repetidos exatamente da mesma forma na mesma coreografia, porém podem se

realizados em sequência que significa executá-los seguidamente de forma igual, por exemplo, 2 ou

3 rolamentos para frente ou ainda 2 ou 3 reversões laterais.5,6

Os pré-acrobáticos também estão presentes nas séries em forma de elemento dinâmico de

rotação que consiste em, uma ginasta realizar um lançamento, executar dois ou mais elementos de

rotação embaixo do voo do aparelho e recuperar o mesmo rapidamente ao finalizar as rotações, o

risco está exatamente nesta agilidade de execução, pois se a ginasta perder o aparelho, o elemento

todo não terá valor algum na avaliação dos árbitros.5

Nas competições de conjunto os pré-acrobáticos são utilizados pincipalmente nas

colaborações que são exercícios em que uma ginasta depende da outra para executar um

acontecimento coreográfico.6 Embora não sejam elementos de dificuldade com valores

específicos dentro do Código de Pontuação, cada vez mais estes elementos fazem parte das

rotinas de apresentação de uma ginasta desde as categorias iniciais, valorizando as coreografias e

contribuindo positivamente para o dinamismo da modalidade. Para tanto devem fazer parte do

processo de iniciação deste os primeiros contatos da criança com a modalidade, assim como o

aprendizado do manejo dos aparelhos e o desenvolvimento rítmico.

55

O intuito deste estudo foi de identificar e elencar quais elementos pré-acrobáticos são

ensinados nas escolinhas de iniciação de GR no Brasil e quais estão presentes nas composições

coreográficas das categorias de base no Estado do Paraná, além de detectar os métodos de ensino

utilizados pelas treinadoras nas aulas de iniciação e quais são as suas dificuldades ao ensinar os

elementos pré-acrobáticos aliados ao manejo do aparelho.

As treinadoras envolvidas são oriundas de 20 estados brasileiros e participaram de um

congresso de esporte escolar de alcance nacional, já as coreografias foram observadas durante o

Torneio Elisabeth Laffranchi realizado anualmente no Paraná, estado que reúne o maior número

de clubes filiados e entidades vinculadas à ginástica no país e também o que mais envia ginastas

para a Seleção Brasileira de Conjuntos.9

Após a explanação da metodologia utilizada, apresentamos e discutimos os dados

conjuntamente, iniciando pelas características das treinadoras, passando pelos pré-acrobáticos

mais comuns no processo de ensino/aprendizagem e discutindo por fim as dificuldades

encontradas neste processo, bem como os métodos utilizados. A expectativa é de que o estudo

venha contribuir para os profissionais que atuam na iniciação à GR, possibilitando análises e

reflexões sobre a importância destes elementos nas coreografias, bem como a melhor forma de

ensinar os mesmos para promover a melhoria da qualidade técnica na modalidade.

MÉTODO

Este estudo caracteriza-se como descritivo, na perspectiva de descobrir e observar

fenômenos procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los.10,11 Realizado em duas etapas,

primeiramente uma pesquisa com treinadoras, em seguida a observação dos pré-acrobáticos

executados por ginastas participantes de um torneio estadual da modalidade e por fim, foi

possível relacionar os dados obtidos com as treinadoras e os observados no evento.

O primeiro momento contou com a participação de 23 treinadoras de GR, presentes no

Congresso Brasileiro de Esporte Escolar organizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) na

cidade de Londrina em dezembro de 2013, representando 20 estados diferentes do Brasil. Com o

intuito de conhecer quais os elementos pré-acrobáticos ensinados na iniciação deste esporte, após

56

a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) as mesmas responderam

um questionário com questões abertas e fechadas referentes a sua formação acadêmica, tempo de

prática, experiências anteriores na modalidade, quais categorias trabalham atualmente, quais são

os elementos pré-acrobáticos ensinados por elas às suas ginastas, a partir de que método de

ensino e ainda as dificuldades encontradas no processo de ensino/aprendizagem.

Na sequencia foi realizado um levantamento, por meio de observação e registro de

frequência, dos elementos pré-acrobáticos presentes nas coreografias das ginastas participantes

do Torneio Elisabeth Laffranchi, organizado anualmente pela Federação Paranaense de Ginástica

para ginastas iniciantes. Este evento foi realizado na Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)

na cidade de Londrina no dia 20 de junho de 2014, com a participação de 150 ginastas do Estado

do Paraná, sendo 30% na categoria mirim (7 a 8 anos), 40% na categoria pré-infantil (9 a 10

anos), 23% na categoria infantil (11 a 12 anos) e 7% na categoria aberta para meninas acima de 13

anos.

Após identificadas as frequências relativas às respostas das treinadoras e também de cada

elemento pré-acrobático executados no Torneio Elisabeth Laffranchi (geral e divididos por

categoria), os dados foram organizados em gráficos e quadros e analisados por estatística

descritiva. Este estudo possui parecer positivo do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Norte do Paraná (CEP-UNOPAR-0069/12) de acordo com as normas da Resolução 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Das 23 treinadoras de GR participantes do Congresso Brasileiro de Esporte Escolar

(todas mulheres), 91,3% possuem experiência há mais de quatro anos com a GR e 8,7% atuam

entre um e três anos, sendo que 13% não vivenciaram a modalidade como ginastas enquanto

82,6% praticaram GR por mais de cinco anos e 4,4 por dois anos. Todas têm graduação em

Educação Física, o que não poderia ser diferente uma vez que no Brasil para atuar como

57

treinador é exigido a formação inicial na área e registro no Conselho Federal de Educação Física

(CONFEF), 82,6% continuaram os estudos, sendo que 43,4% possuem Pós-graduação em GR e

8,6 possuem Mestrado. É natural que ex-atletas sigam a carreira de treinadores, quase sempre

com o intuito de continuar envolvidos na modalidade, pois manter-se no ambiente de

competições auxilia na adaptação de um novo estilo de vida12, mais o que nos chamam a atenção

é o número de profissionais especializadas especificamente em ginástica rítmica, nos dando a

segurança de que a maior parte das participantes tem conhecimento aprofundado do assunto em

questão.

Em relação às categorias que trabalham, 15 treinadoras (65,2%) atuam em escolinhas de

iniciação, ou seja, diretamente no ensino dos movimentos básicos da modalidade, e oito das

profissionais (34,8%) no momento são responsáveis somente pelo treinamento de categorias de

competição. De acordo com o artigo 21 do Regulamento Geral da Confederação Brasileira de

Ginástica13 são quatro as categorias de competição na GR, Pré-infantil (9 a 10 anos), Infantil (11 a

12 anos), Juvenil (13 a 15 anos) e Adulto (a partir dos 16 anos). É importante destacar que dentre

as treinadoras que atuam na iniciação 11 (47,9) também estão envolvidas com pelo menos uma

categoria de competição e apenas quatro (17, 3%) atuam exclusivamente com a iniciação ao

esporte.

Quando questionadas sobre quais elementos pré-acrobáticos as mesmas ensinam nas

aulas de iniciação à GR todos os elementos permitidos nas coreografias de GR pelo Código de

Pontuação5 foram assinalados, porém em porcentagens variadas. Ao todo, 18 treinadoras

ensinam todos os elementos pré-acrobáticos para suas ginastas, proporcionando para as mesmas

a ampliação de seu repertório motor, buscando facilitar a aprendizagem posterior de outros

elementos corporais. No entanto, destas 18 treinadoras, quatro não ensinam todos os tipos de

reversão e uma não ensina apenas a reversão para trás.

Quadro 1 – Pré-acrobáticos ensinados na iniciação pelas treinadoras

Pré-acrobáticos F %

Rolamento para frente 23 100%

58

Rolamento para trás 23 100%

Reversão lateral (estrela) 22 95,6%

Reversão para frente 18 78,2%

Reversão para trás 17 73,9%

Reversões com diferentes tipos de apoio 14 60,8%

Outros (Mata-borrão, Sault Plongé) 03 13%

O Quadro 1 apresenta a frequência das respostas em relação ao tipo de pré-acrobáticos

que as treinadoras ensinam nas aulas de iniciação. Percebe-se unanimidade apenas nos

rolamentos para frente e para trás, elementos básicos de rotação que fazem parte da rotina diária

de brincadeiras de muitas crianças, realizados de forma natural, o que facilita a inserção dos

mesmos nas aulas de iniciação ao desporto, colaborando com o aprendizado da técnica correta de

execução.

Os pré-acrobáticos são caracterizados pela rotação do corpo em sua execução5 e os que

exigem maior habilidade e técnica de execução mais apurada são o Mata-borrão e o Sault Plongé.

Estes são ensinados apenas por três treinadoras na iniciação, uma vez que para executar tais

elementos há a necessidade do domínio da execução de rolamentos e reversões. A rotação

aparece na literatura como sendo uma das habilidades motoras fundamentais de estabilidade, ou

seja, está relacionada com o ganho de controle sobre a musculatura em oposição à gravidade.

Estas habilidades são essenciais no processo de desenvolvimento motor do indivíduo, pois, a

aquisição dos movimentos básicos é importante para a aprendizagem mais à frente dos

movimentos especializados.14

Em relação aos elementos realizados nas coreografias das ginastas participantes do

Torneio Elisabeth Laffranchi foram executados apenas cinco dos elementos pré-acrobáticos

permitidos pelo Código de Pontuação.

Quadro 2 – Pré-acrobáticos presentes nas coreografias do Torneio Elisabeth Laffranchi

Pré-acrobáticos f %

Rolamento para frente 150 100%

Rolamento para trás 121 94%

Reversão lateral (estrela) 121 94%

Reversão para frente 33 22%

59

Reversão para trás 30 20%

Outros (Mata-borrão, Sault Plongé) 0 0%

O Quadro 2 apresenta a frequência de aparição dos elementos pré-acrobáticos nas

coreografias do Torneio Elisabeth Laffranchi em todas as categorias. Contatou-se que todas as

ginastas executaram o rolamento para frente, mesmo ele sendo obrigatório apenas para a

categoria mirim15, enquanto que os elementos mais elaborados não estiveram presentes em

nenhuma coreografia.

Quadro 3 – Pré-acrobáticos presentes nas coreografias das categorias Mirim, Pré-Infantil, Infantil

e Aberta do Torneio Elisabeth Laffranchi

Pré-acrobáticos

Categoria Mirim

Categoria Pré-Infantil

Categoria Infantil

Categoria Aberta

f % f % f % f %

Rolamento para frente 45 100% 60 100% 35 100% 10 100%

Rolamento para trás 39 86,6% 58 96,6% 34 97,1% 10 100%

Reversão lateral (estrela) 39 86,6% 56 93,3% 33 94,2% 09 90%

Reversão para frente 02 4,4% 10 16,6% 16 45,7% 04 40%

Reversão para trás 03 6,6% 12 20% 11 31,4% 04 40%

O Quadro 3 apresenta a frequência de aparição dos elementos pré-acrobáticos nas

coreografias do Torneio Elisabeth Laffranchi separadamente por categorias. O rolamento para

trás aparece em 94% das coreografias de uma forma geral e em todas as categorias mesmo não

sendo obrigatório em nenhuma delas.

A reversão lateral é o elemento pré-acrobático obrigatório da categoria aberta, porém foi

amplamente executado nas demais categorias, popularmente conhecida como estrela, caminha

lado a lado com os rolamentos, pois faz parte do imaginário infantil e seu aprendizado muitas

vezes ocorre sem a presença de um profissional, isto é, ao iniciar na modalidade esportiva a

criança necessita apenas de um refinamento do movimento para que este possa ser utilizado nas

sequencias de movimentos que irão compor sua coreografia.

Já a reversão para frente que era exigência da categoria pré-infantil foi realizada apenas

por 26% das 60 ginastas que se apresentaram no evento nesta categoria, o mesmo se deu com o

elemento de reversão para trás, que embora exigido na categoria infantil foi realizado apenas por

60

20% das ginastas desta categoria.15 As reversões para frente e para trás, o mata-borrão e o saut

plongé, compõem um grupo de elementos que necessitam de maturidade para serem realizados, a

combinação de dois ou mais movimentos, como por exemplo, parada de mãos passando pela

ponte que resulta em uma reversão, necessitam do desenvolvimento mais ampliado de

capacidades físicas que se tornam presentes na execução destes elementos, tornando-os

elementos mais específicos do que básicos.

Relacionando os pré-acrobáticos assinalados pelas treinadoras e os apresentados no

torneio percebe-se similaridade entre o que é ensinado na iniciação no território nacional e o que

se apresenta em um evento de ginastas iniciantes no Estado do Paraná, demonstrando inclusive

harmonia na ordem de elementos ensinados com a quantidade de elementos apresentados nas

coreografias: rolamento para frente, rolamento para trás, reversão lateral, reversão para frente e

reversão para trás.

O processo de aprendizagem da GR passa por princípios que desenvolve todas as

possibilidades de movimentos: desde os básicos de locomoção; a utilização de materiais oficiais

(com algumas ressalvas quanto ao tamanho, peso e cor específica); os movimentos obrigatórios

fundamentais devem ser executados de maneira espontânea e criativa; a criação de novos

aparelhos que proporcionam manejo por parte das crianças com orientação do professor; a

identificação de diferentes formas de como colocar o corpo no solo e assim possibilitar a

realização dos elementos pré-acrobáticos; e por fim, unir estes aprendizados em uma coreografia

de individual ou de conjunto.16

Uma ginasta da categoria adulto deve executar todas as possibilidades de pré-acrobáticos

previstas no código de pontuação de GR, portanto ensinar os elementos desde a iniciação é

fundamental, uma vez que se não aprender logo no início haverá a possibilidade de adquirir erros

ou vícios que levarão para todo o tempo como ginastas.1 Para que seja possível desenvolver o

processo de ensino/aprendizagem na GR, devem ser empregadas, inicialmente, atividades

diversificadas que constituem uma metodologia eminentemente lúdica, e na sequência apresentar

61

a técnica correta de execução e futuramente esta mesma criança poderá ser uma atleta de alto

nível.17

Quando questionadas sobre os processos pedagógicos e qual o método de ensino

utilizado na iniciação dos pré-acrobáticos, 100% das treinadoras brasileiras assumem o emprego

de algum método em suas aulas ou ainda a união dos mesmos.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

3

5 5

10

Global, Parcial e Misto

Global

Parcial

Misto

Métodos Utilizados:

Gráfico 1 – Métodos de ensino na iniciação dos pré-acrobáticos

De acordo com o Gráfico 1 acima, o método misto é o mais praticado pelas treinadoras

(43,4%), sendo este a união dos métodos global e parcial. O método global é aplicado por 21%

das treinadoras e se caracteriza pela execução primeiramente do elemento todo e a correção

ocorre posteriormente, assim a ginasta executa o movimento na sua forma total, sem divisão em

fases. Consideramos como um aspecto positivo a motivação da atleta que permite agilidade no

processo de aprendizagem, e como aspectos negativos a possibilidade de adquirir vícios de

execução, além de apresentar um nível de segurança menor.18

Já o método parcial, também aplicado por 21% das treinadoras, se caracteriza pela

decomposição do exercício em diferentes fases, neste caso, cada fase necessita de qualidades

diferentes como: velocidade, força, sustentação, posições, entre outros e pode-se iniciar por

qualquer uma das fases (início, meio e fim). Nos elementos pré-acrobáticos existem fases muito

rápidas, portanto há de se tomar o cuidado de lembrar que quanto mais rápida for uma sequencia,

mais lentamente será ensinada.19 Tem como aspectos positivos a possibilidade de adquirir maior

nível de perfeição na execução e também mais segurança no aprendizado, enquanto que os

62

aspectos negativos são: processo mais lento; impaciência do praticante; e dificuldade para

assimilar o movimento por um todo.18

O método misto, utilizado por 10 treinadoras é a junção dos métodos anteriores e

possibilita a prática de exercícios isolados e a iniciação de determinados elementos já

incorporados, facilitando a inserção gradativa do nível de dificuldade de cada elemento. Sabemos

que todos os métodos de ensino aprendizagem apresentam vantagens e desvantagens na sua

aplicação, eleger o método de ensino adequado é o caminho mais rápido e fácil para atingir os

objetivos desejados em qualquer modalidade e para que isso aconteça a treinadora deve ter

conhecimento e sensibilidade na escolha do método para cada situação, pois ele pode beneficiar

ou prejudicar suas ginastas.2

Encontraram-se ainda 13% das treinadoras que responderam utilizar os três métodos em

suas aulas, ou seja, o global, o parcial e o misto. Os elementos pré-acrobáticos depois de

ensinados de maneira isolada, podem e devem ser executados em série ou ligados com outros

movimentos ginásticos, sempre do menor para o maior nível de dificuldade de execução e

também é necessário inserir o manuseio dos aparelhos, mesmo que primeiramente sem

movimento e após a aquisição de maior domínio realizar o elemento pré-acrobático com manejo

simultâneo do aparelho.20

Estudos em GR apresentam a prática de ensinar movimentos em partes como o método

mais utilizado por treinadoras e professoras de iniciação a esta modalidade ao trabalhar com os

aparelhos corda, arco, bola, maças e fita, pois dá a ideia de facilitação da aprendizagem, já que

segrega os elementos do corpo e os do aparelho. Os mesmos estudam alertam que a dificuldade

está exatamente quando há a tentativa de junção das duas possibilidades, gerando em muitos

casos a necessidade de voltar desde o início ao ensino do que se propõe.21

O último questionamento às treinadoras foi justamente sobre o manejo do aparelho ao

executar um pré-acrobático em se tratando de ginastas iniciantes, na faixa etária de 06 a 09 anos,

que conforme a literatura é a fase ideal para dar os primeiros passo na modalidade.1

63

Quadro 4 – Dificuldades encontradas para ensinar os elementos pré-acrobáticos com os

aparelhos para crianças de 06 a 09 anos.

Dificuldades F %

Dificuldade das crianças de entender o movimento 18 78,3%

Não saber fazer para ensinar 02 8,7%

Outros (não ter dificuldade) 02 8,7%

Não ter um processo pedagógico sistematizado para seguir 01 4,3%

O Quadro 4 demonstra que embora duas treinadoras tenham alegado não encontrar

dificuldades para ensinar os pré-acrobáticos, para a maioria (78%) há uma dificuldade das

crianças entenderem o movimento para posterior realização com sucesso. A rotação aparece na

literatura como sendo uma das habilidades motoras fundamentais de estabilidade, ou seja, está

relacionada com o ganho de controle sobre a musculatura em oposição à gravidade. Estas

habilidades são essenciais no processo de desenvolvimento motor do indivíduo, pois, a aquisição

dos movimentos básicos é importante para a aprendizagem mais à frente dos movimentos

especializados.14 Portanto, o trabalho e as angústias serão maiores ainda se a treinadora não levar

em consideração a faixa etária e não dosar o nível da dificuldade da execução de cada elemento,

pois só assim haverá possibilidades de conseguir a formação de uma atleta completa e com um

amplo repertório motor.

O sucesso de formação virá com a combinação entre o aprendizado da técnica perfeita, o

desenvolvimento generalizado das capacidades físicas e o aspecto recreativo da atividade, e para

orientar esta etapa do processo de treinamento, propõe um planejamento de metas e padrões de

movimentos, onde as metas são os elementos corporais que deverão ser aprendidos nesta fase, e

o padrão de execução é a explicação da forma correta de realizá-los.1

Apenas duas treinadoras (8,7%) apontam que não saber fazer o movimento para

demonstrar às crianças é uma dificuldade no momento de ensinar os pré-acrobáticos. Embora a

maioria das participantes tenham praticado GR e essa vivência colabore no momento de ensinar

movimentos mais complexos, sabemos que é importante que o profissional consiga aliar o

conhecimento do conteúdo com as técnicas de ensino /aprendizagem com o os processos

64

pedagógicos, inclusive citado por uma das treinadoras que é exatamente a ausência de processos

pedagógicos sistematizados para o ensino dos elementos pré-acrobáticos a maior dificuldade

encontrada para ensinar os mesmos.

Como a aprendizagem dos movimentos gímnicos é absorvida de diferentes formas pelas

crianças, sugere-se uma sequencia lógica priorizando os elementos menos complexos em

detrimento dos mais difíceis no primeiro momento, respeitando os limites de aprendizagem de

cada ginasta, dando atenção a cada nova conquista por mais simples que seja, pois desta forma

haverá estímulo para a prática continuada na modalidade.22

A complexidade do elemento deve ser levada em consideração no momento de apresentá-

lo pela primeira vez para as crianças, para isso o treinador necessita escolher o método que irá

utilizar no processo, iniciar primeiramente pelos rolamentos para depois passar para as reversões

e demais pré-acrobáticos, exatamente a ordem encontrada na pesquisa com as treinadoras de GR

do Brasil, assim como os observados no Torneio Elisabeth Laffranchi.

Para a modalidade entende-se que os diversos tipos de rolamentos são os movimentos de

menor complexidade, fazendo com que estes se tornem os mais ensinados e explorados

principalmente nas categorias menores. Entende-se também que os elementos mais utilizados são

os considerados de menor grau de dificuldade, induzindo-nos a pensar que possivelmente os

demais elementos seriam encontrados em competições de níveis mais elevados, com a

participação de ginastas de alto rendimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da pesquisa desenvolvida com as treinadoras e com a observação das coreografias

no Torneio Elisabeth Laffranchi, pode-se apontar os rolamentos e as reversões como os pré-

acrobáticos mais ensinados por elas em suas rotinas profissionais de aula e/ou treinamento e

mais executados por ginastas iniciantes em uma competição específica da modalidade, havendo

assim uma estreita relação entre o que é ensinado para o que é executado.

65

O ensino/aprendizagem dos elementos pré-acrobáticos desde a iniciação na modalidade

são fundamentais para a construção de um amplo repertório motor da ginasta, para a formação

geral de uma ginasta de alto nível, além de contribuir para a elaboração de coreografias com certo

grau de dificuldade, deixando assim a modalidade ainda mais atraente. Permitir que movimentos

como estes, que chamam a atenção dos expectadores sejam incorporados às coreografias deste

desporto sem que elas percam a essência e as características da modalidade enquanto esporte,

educação, saúde, lazer ou competição, é proporcionar às ginastas a vivência e aprendizado de

movimentos corporais diferenciados daqueles exigidos pelo Código de Pontuação da GR.

Buscando assim, benefícios que vão além do dia a dia esportivo, mas que refletirão na variedade

do repertório motor adquirido por meninas que praticam esta modalidade, para que elas tenham

um melhor desempenho em qualquer ambiente, seja ele esportivo ou não.

REFERÊNCIAS

1. Laffranchi B. Treinamento Desportivo Aplicado à Ginástica Rítmica. Londrina: Unopar

Editora; 2001.

2. Bernardi LMO, Lourenço MRA. Ginástica rítmica: ensinando corda, arco e bola. Várzea

Paulista: Fontoura; 2014.

3. Pires V. Ginástica Rítmica: um contributo pedagógico para as aulas de educação física.

[Dissertação]. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina; 2003.

4. Caçola P. A iniciação esportiva na ginástica rítmica. Revista Brasileña de la Educación Física,

Deporte, Ocio y Danza; 2007 mar; 2(1): 9-15.

5. FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA. Código de Pontuação de Ginástica

Rítmica. 13º Ciclo; 2013.

6. Lourenço MRA. O inconstante código de pontuação da ginástica rítmica. In: Paolielo E,

Toledo E, organizadores. Possibilidades da ginástica rítmica. São Paulo: Phorte Editora; 2010. p.

111-142.

66

7. Lebre E, Araújo C. Manual de ginástica rítmica. Porto: Porto; 2006.

8. Lourenço MRA. O julgamento na ginástica rítmica. In: Gaio R, organizadora. Ginástica

rítmica: da iniciação ao alto nível. 2ed. Várzea Paulista: Fontoura; 2013. p. 35-60.

9. Stadinik AMW. Um panorama da ginástica rítmica no Paraná. In: Paolielo E, Toledo E,

organizadores. Possibilidades da ginástica rítmica. São Paulo: Phorte Editora; 2010. p. 237-268.

10. Rudio FV. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes; 2011.

11. Lakatos EM, Marconi MA. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas;

2010.

12. Brandão MRF, Akel MC, Andrade AS, Guiselini MAN, Martini LA, Nastás MA. Causas e

conseqüências da transição de carreira esportiva: uma revisão de literatura. R Bras Ci e Mov.

2000; 8 (2): 49-58.

13. CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GINÁSTICA [homepage na internet]. Regulamento

geral [acesso em 20 mai 2015]. Disponível em: http://www.cbginastica.com.br/regulamentogeral.

14. Gallahue DL, Donnelly FC. Educação Física desenvolvimentista para todas as crianças. 4. ed.

São Paulo: Phorte; 2008.

15. FEDERAÇÃO PARANAENSE DE GINÁSTICA [homepage na internet]. Regulamento

geral de ginástica rítmica [acesso em 10 jul 2014]. Disponível em:

http://www.fprginastica.com.br/doc2014/GERALRITMICA.pdf.

16. Gaio R. Ginástica Rítmica desportiva “popular”: uma proposta educacional. 2. ed. Jundiaí, SP:

Editora Fontoura; 2007.

17. Gaio R. Ginástica rítmica: da iniciação ao alto nível. 2ed. Várzea Paulista: Fontoura; 2013.

Capítulo 1, Ginástica Rítmica para tu, eles e nós; p. 15-34.

18. Ferreira AEX, Rose Júnior D. Basquetebol: técnicas e táticas: uma abordagem didático-

pedagógica. 2. ed. ampliada e autorizada; São Paulo: EPU; 2010.

19. Carrasco R. Pedagogia dos Aparelhos. São Paulo: Ed. Manole; 1982.

20. Nedialcova GT, Barros, DR. ABC da ginástica. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport; 1999.

67

21. Caçola P, Ladewig I. Comparação entre as práticas em partes e como um todo e a utilização

de dicas na aprendizagem de uma habilidade da ginástica rítmica. R Bras Ci e Mov. 2007; 15 (4):

79-86.

22. Santos EVN, Lourenço MRA, Gaio R. Composição coreográfica em ginástica rítmica: do

compreender ao fazer. Jundiaí: Fontoura; 2010.

68

APÊNDICE C – Autorização da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR

69

APÊNDICE D – Autorização de direito de imagem da ginasta Heloisa Gabriela

Pedroso Bornal

70

APÊNDICE E – Autorização de direito de imagem da ginasta Gabriella Coradine

Castilho

71

APÊNDICE F – Autorização de direito de imagem da treinadora Juliana Dias

Coradine Castilho

72

ANEXO A

Tipos e Nomenclaturas dos Elementos Pré-Acrobáticos do 6º ao 13º Ciclo Olímpico

Os elementos pré-acrobáticos surgiram na ginástica rítmica no primeiro

ciclo do Código de Pontuação em 1970, no entanto, não eram consideradas

dificuldades corporais com valores próprios. Desde então, estes elementos vêm

aparecendo nos códigos seguintes.

Após um levantamento nas bibliografias específicas, foi possível mapear

os elementos pré-acrobáticos permitidos na ginástica rítmica desde sua primeira

aparição nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos Estados Unidos em 1984. A

tabela 1 apresenta uma retrospectiva com a evolução destes elementos de acordo

com o ciclo, ano, tipos, direção, variações e observações no decorrer dos anos.

Quadro 1: Elementos pré-acrobáticos do 6º ao 13º Ciclo Olímpico da GR

CICLO ANOS TIPO DE PRÉ-ACROBÁTICO

DIREÇÃO VARIAÇÕES OBSERVAÇÕES

6º Pré-

acrobático

1985/1988

Rolamentos Para frente Sem tempo de

suspensão (vôo). Para trás

Apoio passageiro

Sobre 1 ou 2

mãos

Sem parada e as pernas não

podem passar pela vertical.

(apoio sobre o antebraço não é

autorizado).

Apoio sobre o peito ou costas

Com ou sem apoio das

mãos

As pernas podem passar da

vertical, porém não é possível

tomar apoio sobre 1ou 2 pés ou joelhos para se elevar (sem

rotação).

7º Pré-

acrobático

1989/1992

Rolamentos Para frente Sem tempo de

suspensão (vôo). Para trás

Apoio passageiro

sobre uma ou duas mãos

Sobre 1 ou 2

mãos

Sem parada, as pernas não

podem passar pela vertical.

73

Apoio Facial

Sobre o peito ou sobre os

ombros, com ou sem apoio das mãos e

pernas elevadas.

As pernas podem passar da

vertical, porém não é possível

tomar apoio sobre 1ou 2 pés ou joelhos para se elevar (sem

rotação).

8º Pré-

acrobático

1993/1997

Rolamentos Para frente Sem tempo de

suspensão (vôo). Para trás

Apoio passageiro

sobre uma ou duas mãos

Sobre 1 ou 2

mãos

Sem parada, as pernas não

podem passar pela vertical.

Apoio Facial

Sobre o peito ou sobre os

ombros, com ou sem apoio das mãos e

pernas elevadas.

As pernas podem passar da

vertical, porém não é possível

tomar apoio sobre 1ou 2 pés ou joelhos para se elevar (sem

rotação).

9º Acrobático

1997/2000

Rolamentos Para frente Sem tempo de

suspensão (vôo). Para trás

Reversões

Para frente Com uma ou duas mãos

independente da posição de

saída, chegada ou

apoio durante a execução.

Sem marcar parada na vertical

(sem vôo).

Para trás

Lateral

10º Acrobático

2001/2004

Rolamentos Para frente Sem tempo de

suspensão. Para trás

Reversões

Para frente

Sobre o peito, sobre os

ombros, com uma ou duas

mãos com diferentes

técnicas de execução.

Sem parada na vertical e sem

tempo de suspensão. Para trás

Lateral

11º Acrobático

2005/2008

Rolamentos Para frente Sem tempo de

suspensão (vôo). Para trás

Reversões

Para frente Sobre o peito,

sobre os antebraços,

sobre as mãos com diferentes

técnicas de execução.

Sem parada na vertical e sem

tempo de suspensão.

Para trás

Lateral

12º Pre-

acrobático

2009 / 2012

Rolamentos Para frente

Sem tempo de

suspensão (vôo). Para trás

Reversões

Para frente Sobre o peito,

sobre os antebraços,

sobre as mãos

Para trás

74

Lateral com diferentes

técnicas de execução.

Ralenkova* Inversão com

saída do solo.

Pez (rolamento de peito/ mata-

borrão)

Para frente Passagem no

solo sobre um ombro pela

vertical com o corpo estendido.

Para trás

Salt-plongé (espacato com

rolamento) Para frente

Salto com tronco flexionado para

frente seguido de um rolamento.

13º Pré-

acrobático

2013 / 2016

Rolamentos

Para frente

Sem fase de vôo. Para trás

Lateral

Reversões

Para frente Sobre o peito,

sobre os ombros, sobre 1 ou 2 mãos

com diferentes técnicas de execução.

Para trás

Lateral

Pez (rolamento de

peito/mata-borrão)

Para frente

Passagem pela vertical com

corpo estendido. Para trás

Salt-plongé (espacato com

rolamento) Para frente

Salto com tronco flexionado à

frente seguido diretamente de um rolamento.

Fonte: Códigos de Pontuação de GR da FIG (1985/1988 a 2013/2016) *elemento nomeado de acordo com a ginasta que o criou.

Como podemos perceber no quadro apresentado acima, o 6º ciclo de

arbitragem de ginástica rítmica, nos anos de 1985 a 1988, os pré-acrobáticos eram

os “rolamentos” executados para frente e para trás sem tempo de suspensão (voo),

o “apoio passageiro” executado com uma ou duas mãos sem parada e as pernas

não deveriam passar pela vertical lembrando que aqui o apoio do antebraço não era

autorizado e o último pré-acrobático permitido neste ciclo é o “apoio sobre o peito e

costas” podendo ser com ou sem apoio das mãos e as pernas podem passar da

vertical, porém não poderiam tomar apoio sobre um ou dois pés e joelhos para se

elevar (sem rotação).

Já no 7º ciclo, nos anos de 1989 a 1992, os pré-acrobáticos permitidos

eram os “rolamentos” para frente e para trás sem tempo de suspensão (voo), “apoio

passageiro” executado sob uma ou duas mãos sem parada e as pernas não podiam

passar pela vertical e, para encerrar este ciclo “apoio facial” executado sobre o peito

75

ou sobre os ombros com ou sem apoio das mãos e pernas elevadas, aqui há a

possibilidade das pernas passarem da vertical, porém as ginastas não poderiam

tomar apoio sobre um ou dois pés e/ou joelhos para ficarem em pé (sem rotação).

Em relação ao ciclo anterior, a partir de 1989 não houve alterações nos

elementos de rolamentos e apoios passageiros, porém o elemento “apoio sobre o

peito e costas” passou a denominar-se apenas como “apoio facial”, pois o apoio nas

costas não mais era considerado como pré-acrobáticos.

O 8º ciclo, anos de 1993 a 1997, não houve alterações em relação ao

ciclo anterior, os pré-acrobáticos permitidos neste ciclo continuaram sendo os

“rolamentos” para frente e para trás sem tempo de suspensão (voo), “apoio

passageiro” executado com uma ou duas mãos sem parada e as pernas não podiam

passar pela vertical e “apoio facial” que é executado sobre o peito ou sobre os

ombros, sem o apoio das mãos e as pernas elevadas onde não podem passar da

vertical e não é possível tomar apoio sobre um dos pés ou joelhos para se levantar

(sem rotação).

No 9º ciclo, anos de 1997 a 2000, a arbitragem de ginástica rítmica

passou a chamar os pré-acrobáticos de acrobáticos e os autorizados para as

composições coreográficas eram apenas os “rolamentos” para frente e para trás sem

tempo de suspensão (voo) e as “reversões” realizadas para frente, para trás e lateral

com variações de uma ou duas mãos independente da posição de saída, chegada

ou apoio durante a execução, também sem parada visível na vertical e ainda sem

fase de voo.

Neste ciclo os elementos pré-acrobáticos passaram a ser chamados de

acrobáticos, os rolamentos e as reversões não tiveram alterações nas execuções,

porém cada vez que houvesse uma reversão do eixo longitudinal do tronco era

considerado como elemento acrobático de reversão independente da saída,

chegada ou apoio diferentes no solo. Também neste ciclo temos os elementos

autorizados e que não são contados como acrobáticos que são o apoio facial sobre

o peito com ou sem apoio das mãos e pernas elevadas, apoio dorsal sobre os

ombros, o grande cart ântero-posterior ou facial com apoio no solo sem parar na

posição, apoio sobre uma ou duas mãos sem outro contato com o solo, sem

reversão do corpo e sem atingir a vertical.

O 10º ciclo, anos de 2001 a 2004, os elementos continuaram sendo

chamados de acrobáticos e os permitidos eram “rolamentos” para frente e para trás

76

sem tempo de suspensão e as “reversões” para frente, para trás e lateral executados

sobre o peito, sobre os ombros, com uma ou duas mãos com diferentes técnicas de

execução com a observação de não parar na vertical e sem tempo de suspensão

(voo).

Como podemos observar os elementos continuaram ser considerados

acrobáticos como no ciclo anterior e não houve alterações nas execuções.

Neste 11ª ciclo, anos de 2005 a 2008, a denominação manteve-se como

acrobáticos e os autorizados eram os “rolamentos” para frente e para trás sem

tempo de suspensão (voo) e as “reversões” para frente, para trás e lateral

executadas sobre o peito, antebraços, com uma ou duas mãos com diferentes

técnicas de execução, sem parada na posição vertical e sem tempo de suspensão.

Os elementos neste ciclo ainda eram considerados acrobáticos e a única

mudança que houve foi na reversão que também podia ser executada com os

antebraços.

No 12º ciclo, de 2009 a 2012, os elementos voltaram a ser denominados

como pré-acrobáticos, sem muitas alterações, ou seja, “rolamentos” para frente e

para trás sem tempo de suspensão (voo), “reversões” para frente, para trás e lateral

realizadas sobre o peito, antebraços e mãos com diferentes técnicas de execução

sendo que era proibido a execução com parada na posição vertical e com tempo de

suspensão (voo). “Ralenkova” que é a inversão com saída do solo, “Pez” executado

para frente e para trás descrito como passagem no solo sobre um ombro pela

vertical com o corpo estendido e para finalizar os elementos deste ciclo o “salt-

plongé” que consiste em um salto espacato executado para frente com o tronco

flexionado seguido de um rolamento também para frente.

Observa-se que os elementos acrobáticos voltaram a ser considerados

pré-acrobáticos e não ficou restrito somente aos rolamentos e reversões, este último

com a ressalva de ser proibido a execução com parada na vertical e tempo de

suspensão. Passaram ser considerados como elementos pré-acrobáticos o

Ralenkova que é a inversão com saída do solo, Pez que é a passagem no solo

sobre um ombro pela vertical com o corpo estendido executado par frente e para trás

Salt-plongé que é um salto espacato para frente com o tronco flexionado seguido de

um rolamento também para frente.

E por fim, o 13º ciclo que teve início em 2013 e termina em 2016, e que

apresenta as regras vigentes até os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, e traz como

77

pré-acrobáticos os “rolamentos” para frente, para trás e lateral sem fase de voo, as

“reversões” para frente, para trás e lateral executadas sobre o peito, ombros, uma ou

duas mãos com diferentes técnicas de execução, “pez” rolamento para frente e para

trás com passagem pela vertical com o corpo estendido (mata-borrão) e “salt-plongé”

(espacato com rolamento) executado para frente com o troco flexionado seguido de

um rolamento também para frente.

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ANEXO B

Pesquisa com as treinadoras participantes do Congresso Brasileiro de Esporte

Escolar

Pesquisa de cunho descritivo com aplicação de questionário com

questões abertas e fechadas para 23 treinadoras participantes do Congresso

Brasileiro de Esporte Escolar realizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro no ano de

2013 na cidade de Londrina com o intuito de conhecer quais os elementos pré-

acrobáticos são ensinados na iniciação deste esporte pelas treinadoras participantes

do estudo. As participantes responderam um questionário com perguntas referentes

à formação acadêmica, tempo de prática, experiências anteriores com a modalidade,

além de relatarem com quais categorias trabalham atualmente e como ensinam os

elementos pré-acrobáticos.

Quanto à formação acadêmica e o tempo de prática das participantes

verificou-se que das 23 treinadoras pesquisadas, quatro possuem apenas

graduação, 17 obtiveram o título de especialistas em áreas variadas como, Ginástica

Rítmica, Treinamento Desportivo, Esporte Escolar, Educação Física Escolar e

Pedagogia do Movimento e outras duas técnicas possuem o título de mestres. Além

disso, 21 trabalham com a modalidade a mais de quatro anos e apenas duas estão

inseridas neste contexto de um a três anos.

Outro dado importante foi que muitas das participantes são ex-atletas de

GR, com experiência de mais de cinco anos de prática como ginasta. Por outro lado

três treinadoras nunca praticaram a modalidade e apenas uma foi ginasta durante

dois anos.

Quando questionadas sobre em quais os níveis de prática da modalidade

elas trabalham, os resultados foram bastante divergentes. Quatro professoras

disseram trabalhar apenas com a iniciação, três relataram ministrar aulas e treinos

na iniciação e em categorias de competição, 10 treinadoras relataram que trabalham

apenas com as categorias de nível competitivo, pré-infantil, infantil, juvenil e adulto,

sendo que seis trabalham com todas as categorias e as demais com apenas uma ou

no máximo duas categorias diferentes.

As questões anteriores puderam nos apresentar os contextos dos

ambientes de prática onde as participantes desenvolvem seu trabalho com a

79

modalidade e na sequencia estão as respostas sobre quais elementos pré-

acrobáticos são ensinados. Estas questões tiveram como base os elementos pré-

acrobáticos permitidos na ginástica rítmica segundo o código e pontuação atual.

Gráfico 1: Elementos pré-acrobáticos ensinados na iniciação à GR.

Constatou-se que das 23 treinadoras entrevistadas 18 ensinam à suas

ginastas todos os tipos e variações dos elementos pré-acrobáticos, no entanto,

quatro delas não ensinam nenhum tipo de reversão e uma não ensina a reversão

para trás. Apenas uma professora ensina somente os rolamentos para frente, trás e

lateral, uma outra ensina os diversos tipos de rolamento mais as reversões para

frente, trás e lateral (estrela) e duas ensinam todos os tipos de rolamentos mais a

reversão lateral (estrela), sendo esta com diferentes apoios.

Uma ginasta da categoria adulto deve executar todas as possibilidades de

pré-acrobáticos previstas no código de pontuação de GR, portanto ensinar os

elementos desde a iniciação é fundamental, uma vez que se não aprender logo no

início haverá a possibilidade de adquirir erros ou vícios que levarão para todo o

tempo como ginastas. (LAFFRANCHI, 2001)

Como já mencionado anteriormente, de acordo com Hernández e Bouza

(1982) o ensino do pré-acrobático vai possibilitar uma integração necessária para as

qualidades condicionais e as qualidades coordenativas das ginastas, colaborando

para a realização efetiva das diferentes tarefas do movimento.

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ANEXO C

Levantamento dos elementos pré-acrobáticos presentes nas coreografias das

ginastas participantes do Torneio Elisabeth Laffranchi

Realizamos um levantamento dos elementos pré-acrobáticos presentes nas

coreografias das ginastas participantes do Torneio Elisabeth Laffranchi, evento

realizado anualmente pela Federação Paranaense de Ginástica no mês de julho na

cidade de Londrina para ginastas iniciantes. Vejamos os resultados:

O gráfico acima refere-se ao evento realizado nas dependências da

UNOPAR, em Londrina, no dia 20 de junho de 2014, onde participaram 150 ginastas

do Estado do Paraná nas categorias mirim de 7 a 8 Anos, pré-infantil de 9 a 10 anos,

infantil de 11 a 12 anos e categoria aberta para meninas acima de 13 anos.

Percebemos que 100% das ginastas participantes do evento executaram rolamento

para frente, acreditamos por ser o mais básico dos elementos pré-acrobáticos e de

maior facilidade, e temos que levar em consideração que nesta competição, o

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rolamento para frente era obrigatório apenas para a categoria mirim, mesmo assim

as demais categorias contemplaram o rolamento para frente em todas as

coreografias apresentadas no torneio.

O rolamento para trás aparece em 94% das coreografias. Como vimos no

pré-acrobático anterior também foi muito utilizado, embora possamos pensar que

realizar um movimento para trás possa causar certo receio durante a execução isso

não aconteceu e mesmo não sendo obrigatório foi bastante executado. A reversão

para frente aparece em 21,3% das coreografias apresentadas e a reversão para trás

apenas em 20% do total, nesses dois elementos observamos que o número de

execução em relação aos elementos anteriores reduziu bastante por serem de um

grau de dificuldade maior e igualmente obrigatória apenas em uma categoria, ou

seja, categoria pré-infantil e infantil respectivamente.

Porém a reversão lateral ou estrela, obrigatória para a categoria aberta, foi

realizada por 91,3% das ginastas, o que creditamos ao fato de ser um elemento

muito conhecido, fazer parte do imaginário infantil e que de maior facilidade de

execução em relação às reversões para frente e para trás. Os demais elementos

pré-acrobáticos que aparecem no código de pontuação, ralenkova, mata-borrão e

salto plongé, não foram apresentados neste torneio em nenhuma das categorias

previstas, acreditamos que o grau de dificuldade na execução destes elementos

possam ter definido a não utilização dos mesmos e provavelmente serão

apresentados em categorias maiores.