CENTRO ESPÍRITA “SINHANINHA” - · PDF fileCAPÍTULO I –...

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1 José Fleurí Queiroz BURI-SP LICEU ALLAN KARDEC CENTRO ESPÍRITA “SINHANINHA” ESCOLA DO ESPIRITISMO MORAL, FILOSÓFICO E CRISTÃO.

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    Jos Fleur Queiroz

    BURI-SP

    LICEU ALLAN KARDEC

    CENTRO ESPRITA SINHANINHA

    ESCOLA DO ESPIRITISMO MORAL,

    FILOSFICO E CRISTO.

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    ESCOLA DO ESPIRITISMO MORAL,

    FILOSFICO E CRISTO.

    CAPTULO I

    ORGANIZAO DO ESPIRITISMO

    O GRANDE DESCONHECIDO (J.HERC. PIRES)

    O TESOURO DOS ESPRITAS (MIGUEL VIVES)

    PUREZA DOUTRINRIA (J. HERC. PIRES)

    REVISTA ESPRITA. DEZEMBRO DE 1861. Pgs. 387-402.

    ALLAN KARDEC

    1. At o presente, embora muito numerosos, os Espritas se tm dis-

    seminado por todos os pases, o que no um dos caracteres menos salientes

    da doutrina. Como uma semente levada pelo vento, ela fixou razes em todos

    os pontos do globo, prova evidente de que sua propagao no efeito de

    uma camarilha (grupo de pessoas influentes em torno do governante), nem de

    uma influncia local e pessoal. A princpio isolados, os adeptos se surpreen-

    deram hoje com seu nmero; e como a similitude de idias inspira o desejo de

    aproximao, procuram reunir-se e fundar sociedades. Assim, de toda parte

    nos pedem instrues a propsito, manifestando o desejo de unio Socieda-

    de central de Paris. , pois, chegado o momento de nos ocuparmos do que se

    pode chamar a Organizao do Espiritismo. Sobre a formao das sociedades

    espritas, O Livro dos Mdiuns (2. Edio) contm observaes importantes,

    s quais remetemos os interessados, pedindo-lhes meditem com cuidado. Dia-

    riamente a experincia vem lhes confirmar a justeza, que lembraremos de

    modo sucinto, acrescentando instrues mais circunstanciadas.

    2. Inicialmente falemos dos adeptos ainda isolados em meio a uma

    populao hostil ou ignorante s idias novas. Diariamente recebemos cartas

    de pessoas que esto neste caso e perguntam o que podem fazer, na ausncia

    de mdiuns e de co-participantes do Espiritismo. Esto na situao em que,

    apenas h um ano, se achavam os primeiros Espritas dos mais numerosos

    centros de hoje; pouco a pouco multiplicaram-se os adeptos e h cidades onde

    quase se contaram por unidades isoladas, mas hoje o so por centenas e mi-

    lhares; em breve dar-se- o mesmo em toda parte; uma questo de pacin-

    cia. Quanto ao que devem fazer, muito simples. A princpio podem traba-

    lhar por conta prpria, penetrar-se da doutrina pela leitura e meditao das

    obras especiais; quanto mais se aprofundarem, mais verdades consoladoras

    descobriro, confirmadas pela razo. Em seu isolamento, devem julgar-se fe-

    lizes por terem sido os primeiros favorecidos. Mas se se limitassem a colher

    na doutrina uma satisfao pessoal, seria uma espcie de egosmo. Em razo

    de sua prpria posio, tm uma bela e importante misso a cumprir: a de

    espalhar a luz em seu redor. Os que aceitarem essa misso e no se deixarem

    deter pelas dificuldades, sero largamente recompensados pelo sucesso e pela

    satisfao de haver feito uma coisa til. Sem dvida encontraro oposio;

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    sero motivo da troa e dos sarcasmos dos incrdulos, mesmo da malevoln-

    cia das pessoas interessadas em combater a doutrina; mas onde estaria o m-

    rito se no houvesse obstculos a vencer? Assim, aos que fossem detidos pelo

    medo pueril do que diriam, nada temos a dizer, nenhum conselho a dar. Mas

    aos que tm a coragem de sua opinio, que esto acima das mesquinhas con-

    sideraes mundanas, diremos que o que tm a fazer se limita a falar aber-

    tamente do Espiritismo, sem afetao, como de uma coisa muito simples e

    muito natural, sem a pregar e, sobretudo, sem buscar nem forar convices,

    nem fazer proslitos a todo custo. O Espiritismo no deve ser imposto: vem-se

    a ele porque dele se necessita, e porque ele d o que no do as outras filosofi-

    as. Convm mesmo no entrar em explicaes com os incrdulos obstinados:

    seria dar-lhes muita importncia e os levar a pensar que se depende deles. Os

    esforos feitos para os atrair os afastam e, pelo amor-prprio, eles resistem

    na sua oposio. Eis por que intil perder tempo com eles; quando a neces-

    sidade se fizer sentir, viro por si mesmos. Enquanto se espera, preciso dei-

    x-los tranqilos, satisfeitos no seu ceticismo que, acreditai, muitas vezes lhes

    pesa mais do que eles manifestam. Porque, por mais que digam, a idia do

    nada aps a morte tem algo de mais apavorante, de mais pungente que a

    prpria morte.

    Ao lado dos trocistas encontrar-se-o pessoas que perguntaro: Que

    isto?. Esforai-vos, ento, em satisfaz-las, proporcionando-lhes explica-

    es conforme as disposies que nelas encontrardes. Quando se fala do Espi-

    ritismo em geral, preciso considerar as palavras que se pronunciam como

    gros lanados a esmo: no nmero, muitos caem nas pedras e nada produ-

    zem; mas se um nico tiver cado em terra frtil, julgai-vos feliz: cultivai-a e

    estareis certos de que essa planta, frutificando, ter renovos. Para alguns a-

    deptos, a dificuldade responder a certas objees; a leitura atenta das obras

    lhes fornecer os meios; mas, sobretudo, podero ajudar-se, para tal efeito,

    da brochura que vamos publicar sob o ttulo: Refutao das crticas contra o

    Espiritismo, do ponto de vista materialista, cientfico e religioso.

    (continua no Captulo II)

    *

    RELIGIO ESPRITA

    O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO: (A. KARDEC) -

    CAPTULO I NO VIM DESTRUIR A LEI.

    1: No penseis que vim destruir a lei ou os profetas; no vim para destru-los, mas

    para dar-lhes cumprimento. Porque em verdade vos digo que o cu e a terra no passaro,

    at que no se cumpra tudo quanto est na lei, at o ltimo jota e o ltimo ponto. (Mateus, V:

    17-18).

    7. Da mesma maneira que disse o Cristo: Eu no venho destruir a lei,

    mas dar-lhe cumprimento, tambm o Espiritismo nada ensina contrrio ao

    ensinamento do Cristo, mas o desenvolve, completa e explica, em termos cla-

    ros para todos, o que foi dito sob forma alegrica. Ele vem cumprir, na poca

    predita, o que o Cristo anunciou, e preparar o cumprimento das coisas futu-

    ras. Ele , portanto, obra do Cristo, que o preside, assim como preside ao que

    igualmente anunciou: a regenerao que se opera e que prepara o Reino de

    Deus sobre a Terra.

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    LIVRO DA ESPERANA (EMMANUEL) CULTO ESPRITA.

    (Pgs. 15-17).

    O Culto Esprita, expressando venerao aos princpios evanglicos

    que ele mesmo restaura, apela para o ntimo de cada um, a fim de patentear-

    se. Ningum precisa inquirir o modo de nobilit-lo com mais grandeza, por-

    que reverenci-lo conferir-lhe fora e substncia na prpria vida.

    Me, aceitars os encargos e os sacrifcios do lar, amando e auxiliando

    a Humanidade, no esposo e nos filhos que a Sabedoria Divina te confiou. Di-

    rigente, honrars os dirigidos. Legislador, no fars da autoridade instru-

    mento de opresso. Administrador, respeitars a posse e o dinheiro, empre-

    gando-lhes os recursos no bem de todos, com o devido discernimento. Mestre,

    ensinars construindo. Pensador, no torcers as convices que te enobre-

    cem. Cientista, descortinars caminhos novos, sem degradar a inteligncia.

    Mdico, vivers na dignidade da profisso sem negociar com as dores dos

    semelhantes. Magistrado, sustentars a justia. Advogado, preservars o di-

    reito. Escritor, no molhars a pena no lodo da viciao, nem no veneno da

    injria. Poeta, converters a inspirao em fonte de luz. Orador, cultivars a

    verdade. Artista, exaltars o gnio e a sensibilidade sem corromp-los. Chefe,

    sers humano e generoso, sem fugir imparcialidade e razo. Operrio,

    no furtars o tempo, envilecendo a tarefa. Lavrador, protegers a terra.

    Comerciante, no incentivars a fome ou o desconforto, a pretexto de lucro.

    Exator, aplicars os regulamentos com eqidade. Mdium, sers sincero e le-

    al aos compromissos que abraas, evitando perverter os talentos do plano es-

    piritual no profissionalismo religioso.

    O culto esprita possui um templo vivo em cada conscincia na esfera

    de todos aqueles que lhe esposam as instrues, de conformidade com o ensi-

    no de Jesus: O reino de Deus est dentro de vs e toda a sua teologia se re-

    sume na definio do Evangelho: a cada um por suas obras.

    vista disso, prescindindo de conveno (acordo, pacto, ajuste, o que

    resulta de um acordo tcito entre os membros de um mesmo grupo social) e

    pragmtica (coleo de regras ou de frmulas que regulam os atos e cerim-

    nias da corte e da Igreja), temos nele o caminho libertador da alma, educan-

    do-nos o raciocnio e sentimento, para que possamos servir na construo do

    mundo melhor.

    *

    PASSES E ASSISTNCIA ESPIRITUAL

    *

    FILOSOFIA ESPRITA

    O LIVRO DOS ESPRITOS (A. KARDEC). Questes 886

    CARIDADE E AMOR AO PRXIMO e 887 AMAI OS VOSSOS

    INIMIGOS.

    886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia

    Jesus? Benevolncia para com todos, indulgncia para as imperfeies alhei-

    as, perdo das ofensas

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    O amor e a caridade so o complemento da lei de justia, porque amar

    ao prximo fazer-lhe todo o bem possvel, que desejaramos que nos fosse

    feito. Tal o sentido das palavras de Jesus: - Amai-vos uns aos outros, como

    irmos. A caridade, segundo Jesus, no se restringe esmola, mas abrange

    todas as relaes com os nossos semelhantes, quer se trate de nossos inferio-

    res, iguais ou superiores. Ela nos manda ser indulgentes, porque temos neces-

    sidade de indulgncia, e nos probe humilhar o infortnio, ao contrrio do

    que comumente se prati