CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA … · 2016-06-30 · ECR– Resposta Eficiente ao...

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE ESTOQUE ONLINE NAS EMPRESAS JOSÉ APARECIDO ORTEGA LEONARDO BIAZAO BARRETO MARINA TRONCO MARCOS AUGUSTO GONÇALVES BARROS NAREL CAROLINE PEREIRA PALMITAL 2013

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA

A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE ESTOQUE ONLINE NAS EMPRESAS

JOSÉ APARECIDO ORTEGA LEONARDO BIAZAO BARRETO

MARINA TRONCO MARCOS AUGUSTO GONÇALVES BARROS

NAREL CAROLINE PEREIRA

PALMITAL 2013

JOSÉ APARECIDO ORTEGA LEONARDO BIAZAO BARRETO

MARINA TRONCO MARCOS AUGUSTO GONÇALVES BARROS

NAREL CAROLINE PEREIRA

A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE ESTOQUE ONLINE NAS EMPRESAS

Trabalho de conclusão de curso apresentado à ETEC prof. Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Técnico em Logística. Orientadora: Valdiza Maria do Nascimento Fadel

PALMITAL 2013

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA

JOSÉ APARECIDO ORTEGA LEONARDO BIAZAO BARRETO

MARINA TRONCO MARCOS AUGUSTO GONÇALVES BARROS

NAREL CAROLINE PEREIRA

A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE ESTOQUE ONLINE NAS EMPRESAS

APROVADO EM ____/____/____

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________________________ VALDIZA MARIA DO NASCIMENTO FADEL – ORIENTADORA

__________________________________________________________ RANDAL DO VALE ORTIZ – EXAMINADOR

DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho a Deus pelo esplendor da vida, presente em todos os momentos; Às nossas famílias, pelo apoio, compreensão, carinho e paciência durante todo este curso, principalmente nos momentos de dificuldades.

AGRADECIMENTOS

Nosso muito obrigado primeiramente a Deus, a nossa orientadora Professora

Valdiza Maria do Nascimento Fadel, pelo auxílio durante o processo de orientação

deste trabalho, pois aliado à sua experiência profissional e intelectual, todas as dicas

e instruções foram imprescindíveis para o desenvolvimento e conclusão deste

trabalho.

Também agradecemos aos nossos familiares por nos terem apoiado e

entendido a nossa ausência, não só durante as aulas, mas especialmente durante o

processo de desenvolvimento deste trabalho.

Enfim, a todos, o nosso grande muito obrigado!

EPÍGRAFE

"A estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota.”

( Sun Tzu)

"Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível”.

( Sun Tzu)

RESUMO A globalização tem compelido as empresas a buscarem cada vez mais os recursos tecnológicos para controlar seus estoques e os gestores que abdicarem dessa tecnologia toda terá dificuldades com relação à competitividade, pois embora o estoque não seja visto por muitos empresários como fator de competitividade, ele pode representar entre 20 a 40% do preço do produto final. Nesse sentido, o presente trabalho apresenta as vantagens do controle de estoque informatizado, com a realização de pesquisas bibliográficas e de a pesquisa de campo no comércio da cidade de Palmital, por meio das quais foi possível concluir que há interesse dos empresários em adquirir sistemas de gerenciamento de estoques, porém ainda é preciso mais conhecimento por parte dos mesmos acerca do uso dessa ferramenta como fonte de produtividade e competitividade. Palavras-chave: Estoque; Controle; Competitividade; Tecnologia.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Valor do rendimento nominal médio mensal……………………...... 27

FIGURA 2– Interesse na aquisição de site de controle de estoque.................... 28

FIGURA 3– Ferramentas de controle de estoque utilizadas pelas empresas..... 29

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

PIB – Produto Interno Bruto

PEPS – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai

UEPS – Último que Entra, Primeiro que Sai

TR – Termo de Reabastecimento

SINDIEX– Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado do Espírito

Santo

MRP– Material Requirements Planning

SAP– Sistema da Administração da Produção

JIT– Just in Time

ERP–Enterprise Resource Planning

SEBRAE– Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas

EDI– Electronic Data Interchange

ECR– Resposta Eficiente ao Consumidor

WMS– Warehouse Management System ou Sistema de Gerenciamento de

Armazém

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................. 11

1.1 OBJETIVOS................................................................................................... 12

1.2 METODOLOGIA............................................................................................ 12

2 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................

2.1 CONCEITOS GERAIS...................................................................................

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2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA.............................................................................. 15

2.3 A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE ESTOQUE...................................... 15

2.3.1 Função do Controle de Estoque................................................................. 16

2.3.2 Objetivo do Controle de Estoque................................................................ 17

2.3.3 Custo de Estoque.......................................................................................

2.3.4 Planejamento de Estoque...........................................................................

2.3.5 Giro de Estoque..........................................................................................

2.4 TIPOS DE SISTEMA DE GESTÃO DE ESTOQUE.......................................

2.5 SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE ARMAZÉNS.....................................

2.6 DESAFIOS NO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE.....................................

3 A ECONOMIA NO MUNICÍPIO DE PALMITAL.............................

4 PESQUISA DE CAMPO.................................................................

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................... 30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 31

APÊNDICES ..................................................................................... 35

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1 INTRODUÇÃO

Considerando que a falta de planejamento de um bom controle de estoque

pode trazer prejuízos para as empresas, os avanços tecnológicos têm auxiliado as

empresas a se manterem competitivas, permitindo a otimização sistêmica dos

processos organizacionais, principalmente no gerenciamento dos estoques.

Tendo em vista que a globalização facilita o acesso às informações, para um

gerenciamento de estoque eficiente e eficaz, o empreendedor precisa estar atento,

buscando inovações para manter a empresa sempre atualizada. Pensando nisso o

mercado traz várias novidades e inovações em softwares e sistemas de

comunicação que oferecem suporte para atender a grande variação acerca do porte

e do ramo de atividade das empresas.

Neste sentido, o problema identificado pelo presente trabalho é o grande

número de empresários que ainda não utilizam um controle de estoque

informatizado como ferramenta para auxiliar no gerenciamento organizacional,

fazendo o controle manualmente ou visualmente, podendo onerar custos de estoque

entre 25 e 40%, pois o controle manual não permite ao empresário atender as

exigências da demanda do mercado. Tal problema poderia ser minimizado por meio

do uso da Tecnologia da Informação neste processo.

Partindo deste pressuposto, o objetivo geral deste trabalho se contextualiza

em mostrar ao empresário os benefícios da utilização de um controle de estoque

online para contribuir para o aumento da competitividade empresarial por meio da

organização e otimização do estoque e principalmente, através da melhoria da

comunicação entre todas as partes envolvidas no processo de planejamento e

gestão do estoque.

Para que o objetivo do presente trabalho fosse alcançado, foram pesquisados

conceitos sobre controle de estoque, os quais foram apresentados no segundo

capítulo, onde foi discorrido sobre conceitos gerais como evolução histórica,

importância do controle de estoque, função, objetivo do controle de estoque, custos,

planejamento do controle de estoque. Foi citado também o giro de estoque, tipos de

sistema de gestão de estoque e desafios no gerenciamento de estoque.

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No capítulo seguinte foi feito um breve levantamento sobre a economia no

município de Palmital, por meio do qual foi possível identificar que o setor de

prestação de serviços é o que mais gera renda para o município.

No quarto capítulo foram apresentados os resultados da pesquisa de campo

realizada em algumas empresas na cidade de Palmital, a fim de saber o grau de

necessidade das mesmas acerca da necessidade de implantação do sistema de

controle de estoque online.

Dentro do contexto proposto, o presente trabalho é de grande importância,

pois tornar o controle de estoque um sistema online é uma alternativa inovadora,

aumentando a acessibilidade dos fornecedores de forma a não deixar faltar produto,

trabalhando numa espécie de “Just-in-Time”. Isto permitirá otimizar tempo e espaço

básico nas organizações, eliminando os gargalos desnecessários e possibilitando

maior lucratividade e competitividade.

1.1 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho se contextualiza em mostrar ao empresário os

benefícios da utilização de um controle de estoque online contribuindo com a

melhoria no gerenciamento de estoque, por meio da organização e otimização do

mesmo e principalmente, através da melhoria da comunicação entre todas as partes

envolvidas no processo de planejamento e gerenciamento do estoque.

Os objetivos específicos consistem em fazer um levantamento dos

empresários que utilizam ou não controle de estoque informatizado em suas

empresas na cidade de Palmital. Posteriormente expor os benefícios e vantagens do

desenvolvimento de um software de gerenciamento de estoque online, o que poderá

contribuir na redução dos custos empresariais, no aumento da produtividade e na

otimização do processo de planejamento, compra e estocagem na organização.

1.2 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do presente trabalho, foi realizada uma pesquisa

bibliográfica para levantamento de dados em livros e na internet sobre controle de

estoque e também pesquisas na internet para comparação dos dados.

Posteriormente foi realizada uma pesquisa de campo em empresas locais.

Na pesquisa bibliográfica foi possível obter informações conceituais sobre o

tema de acordo com vários autores. A pesquisa de campo foi aplicada por meio de

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um questionário contendo sete perguntas quantitativas e qualitativas, que serão

aplicadas em doze empresas na cidade de Palmital, SP.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo serão apresentados os principais conceitos relacionados ao

tema, os quais foram transcritos em obras de autores especialistas sobre o assunto,

tais como Ballou, Ching, Dias, Gurgel, dentre outros.

2.1 CONCEITOS GERAIS

A estocagem de materiais é algo fundamental nas empresas, se tornando um

fator diferencial determinante para a qualidade total do produto. Segundo Ballou

(1993, p. 204) “o controle de estoque é a parte vital do composto logístico, pois estes

podem absorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção

substancial do capital da empresa”.

Uma boa administração de estoque pode diminuir custos, e agregar valor ao

produto. Isso acontece devido à integração com outros setores da administração

com o intuito de estocar somente o necessário.

De acordo com Bowersox e Closs (2001 p.254 - 255),

Dizem que o gerenciamento de estoque é o processo integrado pelo qual são obedecidas às políticas da empresa e da cadeia de valor com relação aos estoques. A abordagem reativa ou provocada usa a demanda dos clientes para deslocar os produtos por meio dos canais de distribuição. Uma filosofia alternativa é a abordagem de planejamento, que projeta a movimentação e o destino dos produtos por meio dos canais de distribuição, de conformidade com a demanda projetada e com a disponibilidade dos produtos.

Os Estoques podem ser separados em dois tipos. O primeiro trata-se do

estoque de matéria-prima e materiais auxiliares, onde é possível encontrar materiais

secundários, como componentes que irão integrar o produto final. São usualmente

compostos por materiais brutos destinados à transformação. Já o segundo trata-se

do Estoque de produtos acabados, que é composto pelo produto que teve

seu processo de fabricação finalizado. Em empresas comerciais é chamado de

estoque de mercadorias e usualmente são materiais que se encontram em depósitos

próprios para expedição sendo formados por materiais ou produtos em condições de

serem vendidos (FILHO, 2006).

Os estoques de produto acabado, matérias-primas e material em processo

não podem ser vistos como independentes. Quaisquer que forem as decisões

tomadas sobre um dos tipos de estoques terão influencia sobre os outros tipos de

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estoque, mas esta regra às vezes é esquecida nas estruturas de organização mais

tradicionais e conservadoras (DIAS, 1993).

O estoque representa o pulmão de uma empresa, pois é dele que a empresa

tira sua lucratividade, sendo de suma importância que ele seja gerenciado

adequadamente, para que não ocorram gastos desnecessários em todos os

processos, resultando em produtos e serviços competitivos.

2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA

A necessidade de estocar e/ou guardar materiais existe desde os primórdios do

tempo, através de trocas de caças e utensílios, passando pela revolução industrial

onde se produzia, estocava, vendia ou trocava começando a se tornar uma atividade

comum entre as organizações, que devido à concorrência acirrada passaram a

valorizar e a dar maior importância aos seus métodos de estocagem, os tornando

fatores fundamentais para que elas pudessem se manter competitivas. Um fator

importante a ser colocado em pauta na revolução industrial é a troca de mão de obra

artesanal por máquinas, onde em função da demanda, a produção passou a ser feita

em larga escala, fazendo com que as empresas identificassem que o “diferencial”

poderia estar dentro delas mesmas, isto é, elas perceberam que poderiam enxugar

seus custos e despesas apenas otimizando seus processos de estocagem. A

constante evolução fabril trouxe essa necessidade átona para os empresários, que

cada vez buscaram atualizar seus processos através de instrumentos tecnológicos

de acordo com o tamanho e necessidade de cada empresa. (DINÂMICAS DA

LOGÍSTICA CONTEMPORÂNEA, 2010).

Neste sentido, atualmente as organizações, por uma questão de

sobrevivência e competitividade, também precisam gerenciar seus estoques para

que possam atingir a eficiência e a eficácia dos processos administrativos e desta

forma, ampliar a capacidade competitiva no mercado.

2.3 A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE ESTOQUE

A gestão de estoque representa em uma empresa o gerenciamento,

planejamento, coordenação, execução, e todos os itens contabilizados assim como

de acordo com Corrêa (2001), os quais podem gerar acúmulos de recursos materiais

entre fases específicas de um processo de transformação. Esta razão, ou seja, o

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acúmulo de materiais significa acréscimo nos custos para a organização. A gestão

de estoques, quando realizada de maneira efetiva torna-se uma ferramenta de

incremento da competitividade de qualquer organização, mas para ser realizada de

maneira eficiente e eficaz depende de um estudo sobre o comportamento da

demanda à qual a organização está sujeita ao longo de sua existência.

É importante que a empresa tenha conhecimentos sobre a sua área de

atuação, levando em consideração fatores como sazonalidade, influências culturais,

novas tendências, leis e normas impostas, demanda declinante, cíclica, assim

minimizando o risco de falhas e a falta do produto, e de acordo com a idéia de Ching

(2001), para compreender totalmente o papel dos estoques, é necessário que seja

examinado dentro do contexto de todo o negócio, tornando-se parte das atividades

do planejamento empresarial, ou seja, o conhecimento das funções desempenhadas

pela organização bem como os clientes, o comportamento da demanda e dos

concorrentes, que é crucial para a construção de um modelo adequado de gestão

dos estoques.

Hoje, a capacidade de estocar de maneira correta está ligada diretamente ao

produto final, pois o custo da estocagem reflete diretamente na hora de colocar

produto no mercado com preço competitivo. Dentro do raciocínio de Slack (2001), o

termo competitividade como é um critério adotado pelos consumidores para a

escolha do seu parceiro ideal, mostrando que as organizações competitivas estão

cada dia mais confiantes em suas relações fornecedores/clientes/clientes dos

clientes.

Assim, a gestão de estoque tem que ser muito bem planejada, por uma

organização, com conhecimento na sua área de atuação, pois pode haver variações

na cadeia produtiva.

2.3.1 Função do Controle de Estoque

A função da administração do controle de estoque é reduzir o capital total

investido em estoques, pois ele é caro e aumenta continuamente. Uma empresa não

poderá trabalhar sem estoque, pois, sua função entre várias etapas de produção vai

até o final da venda do produto.

Segundo Furtado (2009), a função do controle de estoque é a de aumentar o

efeito lubrificante no retorno de vendas não realizadas, ajudando no ajuste do

planejamento de produção.

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É importante lembrar que para organizar um setor de controle de estoque,

inicialmente devem-se descrever suas funções principais, que de acordo com Dias

(1993, p.29), são:

Determinar “o que” deve permanecer em estoque. Número de itens; determinar “quando” se devem reabastecer os estoques. Periodicidade; determinar “quanto” de estoque será necessário para um período predeterminado; acionar o departamento de compras para executar aquisição de estoque; receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as necessidades; controlar os estoques em termos de quantidades e valor, e fornecer informações sobre a posição do estoque; manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos materiais estocados; e identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.

Assim, o controle de estoque é muito importante para a empresa, pois é ele

que controla o desperdício, seleciona valores para análise e apura o investimento

excedente, podendo prejudicar o capital de giro.

2.3.2 Objetivo do Controle de Estoque

O objetivo do controle de estoque é evitar a falta de material, sem exageros

às necessidades da empresa e tem também como objetivo qualificado o

planejamento da estocagem, assim como, controlar e fazer o replanejamento do

material armazenado. (BALLOU, 2007).

Este controle tenta manter os níveis estabelecidos em equilíbrio com as

necessidades de consumo ou das vendas e os custos destes decorrentes.

Partindo deste paradigma, Tavares (2010, p.79),

O objetivo do controle de estoques é evitar a falta de material e/ou de produtos, sem contudo, mantê-los em quantidades que ultrapassem as expectativas reais: os níveis devem ser estabelecidos em equilíbrio com as demandas de consumo.

Dessa forma, otimizar o investimento em estoque, aumentando o uso dos

meios internos da empresa, diminuindo as necessidades de capital investido

também é um objetivo.

2.3.3 Custo de Estoque

Toda vez que uma empresa emite um pedido, ocorre um custo. Esses custos

podem ser fixos ou variáveis. Os custos fixos são associados aos salários de

funcionários ligados na emissão de pedidos. Os custos variáveis estão no percurso

de pedidos de fornecedores, e também nos recursos necessários para tal

procedimento.

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Os custos de manutenção de estoque juntam-se as despesas de

armazenamento, como: altos volumes, controles excessivos, espaço físico,

movimentação de produtos ou materiais, sistema de informação específico e outros.

Além disso, os itens estão sujeitos a perdas e roubos, aumentando mais os

custos de manter estoques.

Muitas vezes as empresas diminuem seus estoques para evitar custos, mas

corre o risco da falta do produto, acarretando sérios prejuízos a empresa como

atraso na entrega e até cancelamento do pedido. Isso estará desgastando a imagem

da empresa, pois quando ela deixa de entregar a mercadoria gera transtornos

(imagem, concorrência, custos, etc.). (POZO, 2010).

Conforme Slack (2007) define-se os custos de estoque na tomada de decisão

de quanto comprar, onde os gerentes de produção primeiro tentam identificar os

custos que serão afetados por sua decisão, sendo bastante relevantes, como:

custos de colocação do pedido (cada vez que um pedido é colocado para

reabastecer estoque, são necessárias algumas transações que representam custos

para a empresa), custos de desconto de preços (os fornecedores oferecem

descontos sobre o preço normal de compra para grandes quantidades), custos de

falta de estoque (se a decisão de quantidade de pedido for errada e a empresa fica

sem estoque, haverá custos incorridos por ela, pela falha no fornecimento aos

consumidores), custos de capital de giro (quando um pedido de reabastecimento é

colocado, os fornecedores vão demandar pagamento por seus bens. Quando a

empresa fornece para os seus próprios consumidores, irá demandar o pagamento.

Todavia, provavelmente haverá um lapso de tempo entre pagar os fornecedores e

receber pagamento de consumidores. Durante esse tempo, é necessário ter fundos

para manter os estoques. Os custos associados ao capital de giro são os juros, que

a empresa paga ao banco por empréstimos, ou os custos de oportunidade, de não

investir em outros lugares), custos de armazenagem (são os custos associados à

armazenagem física dos bens- alocação, climatização e iluminação do armazém),

custos de obsolescência (se a empresa escolhe uma política de pedidos que

envolva pedidos de quantidades muito grandes, significará que os itens estocados

permanecerão longo tempo armazenado, existindo o risco de que esses itens

possam tornar-se obsoletos - em desuso) e custos de ineficiência de produção (altos

níveis de estoque impedem a empresa de ver a completa extensão de problemas

dentro da produção).

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Assim é fundamental que as organizações busquem um equilíbrio quanto ao

nível de estoques, o que pode ser conseguido por meio do planejamento e controle

adequado.

2.3.4 Planejamento de Estoque

O planejamento do estoque é muito importante, pois orienta outras atividades

da empresa.

Segundo Albuquerque (2006) planejamento é o processo de organizar

antecipadamente a finalidade da organização ou projeto, definir objetivos e prever as

atividades e recursos necessários para atingi-los.

Para gerenciar os estoques, as empresas contam com alguns tipos de

planejamento, como estoque sazonal, regular, de segurança, obsoleto, entre outros.

O estoque sazonal ou de antecipação é aquele criado para abastecer a

produção e a demanda variável. Os estoques podem ser abastecidos

antecipadamente, quando estes períodos são previstos. (ALVARENGA, 2008).

Muitas empresas precisam produzir seu estoque sazonal, tendo que a

produção de produtos para atender períodos sazonais, ou seja, períodos em que a

demanda sofre alterações. Então, quando a procura é menor a empresa precisa ter

um nível de estoque mais baixo e vice-versa, o que permite a adaptação da empresa

com relação às necessidades do mercado.

Neste sentido, a idéia de Almeida e Schüter (2012, p.126) aborda que o

estoque de antecipação é feito quando se encontra sazonalidade da demanda, como

a produção de ovos de páscoa, que se inicia em dezembro do ano anterior à

páscoa, e vai sendo estocado.

O estoque regular ou cíclico pode ser explicado como uma quantidade média

de estoque reservado a demanda de entregas do fornecedor. A dimensão desse

estoque é o resultado da produção/ compra de material em grandes lotes. O

tamanho dos lotes é proporcional ao transporte, ou seja, seu aumento compromete o

aumento dos custos também. (BARBOSA, 2009)

Segundo Alvarenga (2008) o estoque regular é necessário para satisfazer a

demanda média durante o tempo entre os reabastecimentos sucessivos, que

dependem do tamanho dos lotes de produção; quantidades econômicas de

embarque; limitações do espaço de estocagem; termos de reabastecimento e ou

estoque (TR) e custo da manutenção do estoque.

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O estoque de segurança pretende proporcionar um nível de atendimento

exigido, anulando riscos de possível orçamento do suprimento ou demanda. Leva

em consideração a probabilidade de incerteza e é classificado como de natureza

probabilística. Este estoque serve para segurança e combater incertezas, se a

demanda ultrapassar as expectativas. Quanto mais incerteza na demanda, maior a

necessidade de se manter os estoques de segurança. (BARBOSA, 2009).

Para Fullmann et al. (1989), o primeiro elemento para o dimensionamento do

estoque de segurança é a incerteza da demanda durante o prazo de reposição, o

segundo aspecto é a importância do nível de serviço para o cliente e o terceiro a

importância do inventário.

O estoque obsoleto ou morto é o estoque que se deteriorou, venceu ou foi

danificado ou reprovado na linha de produção. (ALVARENGA, 2008).

Segundo o glossário logístico do Sindiex (Sindicato do Comércio de

Exportação e Importação do Estado do Espírito Santo), o estoque obsoleto é um

estoque que não pode ser ou que provavelmente não será consumido em processos

futuros de produção ou vendido da maneira usual.

Conforme Ballou (2001) o estoque obsoleto, morto ou evaporado é o estoque

que sempre se deteriora, fica ultrapassado ou acaba sendo perdido/ roubado

durante um armazenamento prolongado.

Esses tipos de estoque auxiliam no planejamento e gerenciamento de

estoque da empresa.

2.3.5 Giro de Estoque

O giro de estoque é um indicador fundamental no processo de gerenciamento

de estoques, pois mostra o seu desempenho. Ele ajuda a medir a qualidade e é um

indicador que pode ser utilizado no estoque de qualquer empresa, independente de

tamanho dela.

O resultado do giro de estoque representa quantas vezes cada item foi

renovado em um determinado período. Para calcular o giro é necessário somar tudo

o que foi vendido em um determinado período e dividir pela média do estoque,por

exemplo, se um estoque tiver em média de 20 computadores, for vendidos 10 e

comprados 10, o giro foi de 5, pois metade do estoque foi renovado.

Conforme Ballou (2006, p.304),

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O procedimento de giro de estoques figura entre os mais praticados dos métodos de controle agregado de estoques. Trata-se da razão entre as vendas anuais ao custo de estoque e o investimento médio em estoque para o mesmo período de vendas, onde as vendas e os investimentos em estoque são avaliados no elo do canal logístico onde os itens são mantidos. Ou seja, Giro = Vendas anuais a custo de estoque Investimento médio em estoque A aceitação desse giro de medição se deve indubitavelmente à pronta disponibilidade de dados (os balanços financeiros da empresa) e à simplicidade do próprio giro de estoque. Diversos giros de estoque podem ser especificados para classes diferentes de produtos ou para o estoque inteiro.

Gitman (2006) complementa com a ideia de que o giro de estoque

comumente mede a atividade, ou liquidez, do estoque de uma empresa. Ele é

calculado pela divisão do custo dos produtos vendidos pelo estoque, cujo resultado

representará o giro de estoque.

2.4 TIPOS DE SISTEMA DE GESTÃO DE ESTOQUE

Os avanços tecnológicos e a crescente demanda de produtos trouxeram as

empresas à necessidade de se atualizarem e de alguma forma, informatizando seus

estoques.

O mercado atual de software traz grandes novidades e variedades de

produtos voltados para a área. Porém, é de extrema importância que esses sistemas

sejam aplicados de forma correta.

Para Laudon e Laudon (2004), existem diferentes tipos de sistemas, isso

porque há diferentes interesses, especialidades e níveis dentro de uma organização.

De acordo com o pensamento dele, nenhum sistema sozinho poderá oferecer e

fornecer todas as informações das quais uma empresa precisa. Um dos sistemas de

informação utilizado pelas empresas é o de controle de estoque; neste sistema

constam todas as informações do produto, código de identificação, descrição,

número de quantidades existentes e saídas dos produtos; deve constar também o

nível de estoque mínimo, para que seja alertado da necessidade de fazer reposição,

evitando a falta do produto em estoque. Esse sistema ainda produz relatórios com

todas as informações de entradas, saídas e devoluções de cada produto.

Para gerenciamento em escala industrial, foram criados vários softwares, tais

como EDI, ERP, MRP, ECR, WMS. Porém, o que mais se destacou entre eles foi o

material requirements planning, ou cálculo das necessidades dos materiais (MRP).

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Segundo Corrêa e Gianesi (1996), o MRP “É um Sistema de Administração

da Produção (SAP) de grande porte que mais têm sido implantados pelas empresas,

ao redor do mundo, desde os anos 70”.

De acordo com a ideia de Dias (1995), os objetivos do MRP podem ser o de

garantir a disponibilidade de matérias, componentes e produtos para garantir ao

planejamento da produção e às entregas dos clientes; o de manter os inventários no

nível mais baixo possível e o de planejar atividade de manufatura, de suprimentos e

de programação de entregas.

O MRP basicamente funciona com a implantação do JIT (Just in time), tendo

como principal objetivo melhorar constantemente os métodos de produção de forma

sistematizada e continua, evitando agregar valor ao produto gerando desperdícios.

Segundo Laugeni e Martins (1999), o sistema Just in Time (JIT), foi

desenvolvido na Toyota Motor Company no Japão. Pode se dizer que a técnica foi

desenvolvida para combater o desperdício. Toda atividade que consome recursos e

não agrega valor ao produto é considerado um desperdício. Além de eliminar

desperdícios, a filosofia JIT procura utilizar a capacidade plena dos colaboradores,

pois a eles é delegada a autoridade para produzir itens de qualidade para atender,

em tempo, o próximo passo do processo produtivo.

2.5 SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE ARMAZÉNS (WMS)

O WMS é um sistema operacional direcionado a cadeia de suprimentos de

uma empresa (supply chain), através de códigos de barras e dispositivos móveis ele

monitora em tempo real seu estoque de maneira totalmente informatizada,

fornecendo relatórios e informações, eliminando as chances de erros e otimizando

toda a cadeia de suprimentos da empresa.

De acordo com Banzato (1998), um WMS é um sistema de gestão de

armazéns, que otimiza todas as atividades operacionais (fluxo de materiais) e

administrativas (fluxo de informações) dentro do processo de armazenagem,

incluindo recebimento, inspeção, endereçamento, estocagem, separação,

embalagem, carregamento, expedição, emissão de documentos, inventário, entre

outras, que integradas atendem às necessidades logísticas, maximizando os

recursos e minimizando desperdícios de tempo e de pessoas.

Já para Arbache, Santos, Montenegro e Salles (2004), o sistema agiliza o

fluxo de informações dentro de uma instalação de armazenagem, melhorando a

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operacionalidade da mesma e promovendo a otimização do processo, pelo

gerenciamento eficiente de informação e recursos, o que permite a empresa tirar o

máximo proveito dessa atividade. As informações podem ter origem dentro ou fora

da empresa (clientes, fornecedores, etc.). O sistema utiliza essas informações para

executar as funções básicas do processo de armazenagem: receber, estocar,

separar.

Basicamente o WMS procura otimizar todo o sistema logística da empresa

possuindo diversas funções para apoiar a estratégia de logística operacional direta

de uma empresa e segundo Banzato (1998), entre elas estão: A Programação e

entrada de pedidos; O Planejamento e alocação de recursos; A Portaria; O

Recebimento; A Inspeção e controle de qualidade; A Estocagem; As Transferências;

A Separação de pedidos; A Expedição; Os Inventários; O Controle de contenedores

e Relatórios.

Contudo, é importante que o empresário compreenda que a implantação

deste programa tem que ser avaliada como um investimento e não como um gasto,

isto é, a implantação desse software trará um padrão de qualidade a empresa, e

todo um suporte em todos os processos da cadeia de atividade da empresa,

contribuindo para o aumento da capacidade competitiva empresarial.

2.6 DESAFIOS NO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE

O processo de gerenciamento de estoque abrange um conjunto de atividades

e atribuições, tais como: o controle e o gerenciamento dos prazos de entrega; os

tempos de reposição de matéria-prima; avaliação das necessidades de manter

quantidades maiores de estoque enquanto a produção permanece contínua;

administração de cancelamento de pedidos e/ ou devoluções de produtos acabados;

o estabelecimento da análise da variação da quantidade a ser produzida e o impacto

que isso causa na gestão de materiais, permitindo a avaliação acerca da parada da

produção por falta de material e o gerenciamento dos espaços para

armazenamento. (MARQUES e ODA, 2012).

Estas atividades representam grandes desafios no contexto empresarial, visto

que as peculiaridades de cada organização demandam formas de planejamento e

gerenciamento de estoques personalizadas.

Segundo Marques e Oda, 2012, p.119,

24

O primeiro grande desafio do gerenciamento de estoque é compreender se os estoques derivarão de demandas dependentes ou independentes. Demandas dependentes são as que dependem diretamente da organização, é quando a decisão com relação a quanto e quando produzir é interna, ou seja, é dependente exclusivamente de decisões internas. Já as demandas independentes ocorrem quando a decisão de demanda é externa, depende dos consumidores, assim quando e quanto será necessário produzir dependerá do mercado. Assim, o desafio maior é compreender quando e quanto o mercado irá adquirir de produtos e, por consequência, quanto deverá ser adquirido ou estocado.

O desafio do gerenciamento de estoque é atender ao cliente final sem ter

custos desnecessários, não podendo faltar produtos aos clientes, nem existir

estoque elevado.

O ideal para as empresas seria ter condições de informatizar sua gestão,

desde a entrada até a saída de mercadorias, sendo necessário analisar sempre as

vendas no sistema e o tempo que a mercadoria fica no estoque.

Segundo o SEBRAE, quando o produto fica muito tempo no estoque, é

necessário analisar se há defeito no produto, se o mesmo teve a oportunidade de

exposição na área de vendas, se ele foi oferecido pelos vendedores nas vendas e se

existe rejeição por parte dos clientes.

Essas questões poderão ajudar a diagnosticar e contribuir nas possíveis

soluções, como por exemplo, se um produto estiver com defeito, será necessário

negociar com os fornecedores para trocar-lo. Se há problema de exposição e oferta,

há a necessidade de criar espaços para os produtos serem expostos e criar metas

de vendas para os vendedores oferecerem os produtos. E quando existe rejeição, é

importante analisar se o produto tem o perfil dos clientes, se está com defeito, entre

outras questões.

Então, a gestão de estoques deverá buscar estabelecer um equilíbrio no nível

do estoque, no qual não poderá ocorrer Stockout1 e nem excesso de produtos. Isto

porque a quantidade a ser mantida em estoque deve ser definida com base na

demanda.

De acordo com Gurgel e Francischini, as demandas se classificam em: Demanda Independente: relacionada com as condições do mercado e, portanto, fora do controle da empresa. É o caso de produtos acabados e peças de reposição; Demanda Dependente: cujo consumo depende da demanda conhecida e está sob o controle da empresa, de outro item do qual é intimamente

1 Falta de Estoque. Sindiex- Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado de

Espírito Santo.

25

relacionada. Assim, a demanda pode ser calculada e programada internamente. É o caso de matérias-primas e componentes para montagem.

Cada um desses tipos de demanda pode ser conhecido com base no

comportamento do mercado. Na demanda constante, a quantidade consumida não

varia ao longo do tempo. Se as condições de contorno que determinaram este

comportamento no passado forem as mesmas no futuro, a previsão da demanda é

extremamente fácil de ser feita na demanda variável, a quantidade consumida

altera-se ao longo do tempo, aumentando ou diminuindo de acordo com as

necessidades dos clientes.

Um gerenciamento de estoque informatizado irá auxiliar na interligação entre

a demanda e os níveis de estoques adequados.

Com a utilização de sistemas apropriados, as empresas terão um fator

importante de competitividade.

26

3 A ECONOMIA NO MUNICÍPIO DE PALMITAL

Segundo o site da cidade de Palmital - SP, o desbravador da região onde hoje

é o município de Palmital foi João Batista de Oliveira Aranha que veio de São

Manoel em 1886 e fixou residência na Água da Aranha.

Ele propagou em São Manoel a fertilidade das terras da região e trouxe pra cá

novos moradores. Em 1891, Manoel José Batista estabeleceu-se com sua família na

Água da Fartura; em 1898, Joaquim Silvério da Cruz fixava-se em Água Clara; no

mesmo ano, Salvador Ricci desbravava a Água das Anhumas. Seguiram-se a estes,

Júlio d’Oliveira Castanha e Licério Nazareth de Azevedo, por volta de 1910, vindos

de Campos Novos Paulista.

Ao mesmo tempo abriu-se o hotel Licério Nazareth de Azevedo, o

comerciante Elias Chedid ali instalava um armazém. Ao redor dessas duas

construções surgiu um pequeno povoado.

As terras em que se assentavam pertenciam a Severino Francisco da Costa,

grande fazendeiro que, a fim de facilitar o povoamento, dividiu-as em lotes. Em

pouco tempo os lotes estavam vendidos, e o povoado crescia. Foi então construída

a primeira capela, sob a invocação de São Sebastião, por iniciativa de Cândido Dias

de Melo, Francisco Machado, Francisco Durate e Licério Nazareth de Azevedo, os

quais convidaram o padre Antônio Pereira, da paróquia de Campos Novos, para

celebrar a missa inaugural. O povoado, que recebera o nome de Palmital em vista

do grande número de palmeiras existentes na região, cresceu rapidamente. Com o

avanço da Estrada de Ferro Sorocabana para o sudeste do Estado, por volta de

1913 seus trilhos alcançaram Palmital, criando-se um Posto Ferroviário onde hoje se

localiza a Estação. Cresceu o pequeno povoado com a instalação de casas

comerciais e a chegada de agricultores atraídos pela fertilidade do solo.

A terra roxa própria para a cultura do café foi um atrativo aos lavradores de

terras menos férteis. Com o rápido desenvolvimento da agricultura, os grandes

proprietários lotearam suas terras, facilitando o desenvolvimento da região.

Em 1919, como sede de Município autônomo, já se tornara centro comercial

importante. Sua agricultura dava a Palmital aspectos de cidade pioneira de uma

zona agrícola. Em 1942, o desgaste do solo e as fortes geadas causaram grandes

perdas aos agricultores de café e comerciantes da cidade. Com a perda dos

27

cafezais, os agricultores substituíram-nos pelas lavouras de milho, mamona, arroz,

cana-de-açúcar, feijão e outros cereais, mas o café não deixou de ser cultivado. Até

1968, o café foi à base da economia, já que as outras culturas de lavouras não

deram tão certo, seguido pelo desenvolvimento do plantio da soja, milho e trigo,

favorecidos pela mecanização da agricultura. Por outro lado, o município é um dos

principais fabricantes de aguardente de cana, e tem pequenas indústrias de móveis

e de derivados de mandioca.

Palmital teve sua fundação oficial em 20 de janeiro de 1886 há 124 anos e

segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Censo

Demográfico realizado no ano de 2010, Palmital tem uma população de 21.186

habitantes, dos quais 10.353 são homens e 10.833 mulheres.

O gráfico abaixo demonstra os valores do rendimento nominal médio mensal

da zona rural e da zona urbana.

Figura 1 - Valor do Rendimento Nominal Médio Mensal

Fonte: IBGE, 2010

Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Palmital, o comércio do

município hoje está distribuído em 536 empresas formais, contudo, existem muitos

empreendedores em todos os setores empresariais, os quais podem estar

trabalhando na informalidade, o que pode aumentar esse número, principalmente no

setor de prestação de serviços.

O Produto interno bruto (PIB) do Município de Palmital, que denota a grande

participação do setor de serviços da cidade, com um montante de cerca de

R$250.000,00, seguido pela indústria com cerca de R$110.000,00 e pela

agropecuária com menos de R$100.000,00.

28

4 PESQUISA DE CAMPO

A seguir serão demonstrados os resultados obtidos na pesquisa de campo, na

qual foram entrevistadas doze empresas na cidade de Palmital.

O primeiro dado obtido por meio da pesquisa foi que 75% das empresas

pesquisadas já possuem sistema de estoque informatizado, e apenas 25% não

possuem, nas quais é necessário desenvolver um sistema de gestão de estoque.

A figura dois mostra que 83% das empresas tem interesse em adquirir um site

para controlar seu estoque via online e 17% das empresas não têm esse interesse.

Conclui-se que a maioria das empresas estão interessadas em adquirir essa

ferramenta para auxiliar o gerenciamento de seu estoque.

Figura 2 – Interesse na aquisição de site de controle de estoque.

83%

17%

Sim.

Não.

Fonte: Elaborada pelos autores (2013).

Com relação à tentativa de implantação de um sistema de gestão de estoque

informatizado, a maioria das empresas respondeu que já tentou implantar um

sistema. Esses dados permitem a suposição de que falta qualificação no

planejamento, implantação e controle de um sistema de gestão de estoque

adequado às necessidades individuais das organizações.

Na figura 3 é possível observar as ferramentas que as empresas utilizam para

controlar seu estoque, na qual 75% utiliza um software e uma pequena porcentagem

ainda utilizam sistemas manuais.

29

Figura 3 – Ferramentas de controle de estoque utilizadas pelas empresas

9%8%

0%

8%

75%

Caderneta.

Ficha.

Não faz.

Planilha Excel.

Software

Fonte: Elaborado pelos autores (2013).

O resultado da pesquisa demonstrou que, apesar da importância do

gerenciamento de estoque para a competitividade empresarial, algumas empresas

ainda enfrentam muitas dificuldades acerca, pois não possuem conhecimento

técnico da prática adequada dos sistemas existentes e ainda, quanto ao

investimento necessário para a implantação de um sistema eficiente de gestão de

estoques.

30

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A competitividade de mercado atingiu vários níveis de atuação e

diversificação, seja ela local regional ou internacional. Isso acontece porque as

empresas estão tendo que competir não só com empresas locais, mas também com

o comércio virtual, os quais cada vez mais têm tomado uma fatia considerável dentro

do mercado.

Com toda essa competitividade surgiu a necessidade dos empresários de

tornarem seus processos de gestão de estoque físicos informatizados, contribuindo

para a otimização de tempo, de espaço e dinheiro dentro do processo de

gerenciamento global das organizações.

Contudo, a pesquisa de campo demonstrou que para que isso aconteça é de

suma importância que o empresário tenha conhecimento dos benefícios que isto

trará para sua empresa. A utilização desta ferramenta pode melhorar os processos

de cotações, auxiliando na relação fornecedor com a empresa, pois através de

cotações online a tendência é que o custo do produto diminua e os custos com

intermediários sejam extintos e os processos de reposição mais rápida no estoque

de acordo com a necessidade e demanda.

Dentre muitas outras contribuições, a pesquisa bibliográfica permitiu

compreender que os sistemas informatizados tem se tornado cada vez mais um fator

diferencial e determinante para o sucesso da empresa e que é preciso que esse

processo de informatização se torne algo mais comum e de fácil acesso, para que

assim a empresas atinjam seus objetivos, para que elas possam ser mais

competitivas no cenário do atual mercado.

De uma forma geral, o trabalho atingiu seu objetivo de expor informações aos

empresários de quanto é importante o controle de estoque, podendo ajudar qualquer

tipo de empresa acerca da importância deste processo. Ainda, as informações que

nele estão expostas poderão servir como parâmetro para os gestores que possuem

dúvidas sobre o assunto e não sabem por onde começar a implantação da gestão

de estoque informatizado, o que de uma forma indireta poderá contribuir para o

desenvolvimento das empresas locais e, consequentemente da economia da cidade

de Palmital, estado de São Paulo.

31

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35

APÊNDICES

APÊNDICE A – Modelo do Questionário utilizado na Pesquisa de Campo ........... 36

36

APÊNDICE A – Modelo do Questionário utilizado na Pesquisa de Campo

1. A empresa possui um sistema controle de estoque informatizado?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.

2. A empresa tem interesse em conhecer um software de gestão de controle de

estoque?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.

3. A empresa tem interesse em adquirir um site para controlar seu estoque via

online?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.

3.1 Em caso positivo, seria melhor que o sistema fosse:

a) ( ) Pago.

b) ( ) Gratuito.

4. A empresa possui computador (es) com acesso a internet?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.

5. A empresa já tentou implantar algum sistema de gestão de estoque

informatizado?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.

5.1 Em caso negativo, por quais os motivos a empresa não tentou?

a) ( ) Custo elevado.

b) ( ) Acessibilidade (falta de informação ,conhecimento sobre o assunto).

c) ( ) Falta de funcionários qualificados.

d) ( ) Outro. Especifique: ________________________________________.

6. Como é feito o controle de estoque na sua empresa?

a) ( ) Caderneta.

b) ( ) Ficha.

c) ( ) Não faz.

d) ( )Planilha Excel.

e) ( )Software.

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7. A empresa acredita que terá benefício com a gestão de estoque informatizado via

online?

a) ( ) Sim.

b) ( ) Não.

7.1 Em caso positivo, qual benefício?

a) ( ) Evitar falta de produtos no estoque.

b) ( ) Ponto de pedido adequado.

c) ( ) Monitoramento eficiente e eficaz do estoque da empresa.(Entrada e saída)

d) ( ) Outros – Especificar _____________________________________________.