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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA Faculdade de Tecnologia de São Sebastião Curso Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial ALINE PEREIRA MOTA DOS SANTOS VALDINEIA GONÇALVES LIMA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE JIPEIROS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ECOTURISMO EM ILHABELA- SP São Sebastião 2016

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

Faculdade de Tecnologia de São Sebastião

Curso Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial

ALINE PEREIRA MOTA DOS SANTOS VALDINEIA GONÇALVES LIMA

PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE JIPEIROS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ECOTURISMO EM ILHABELA- SP

São Sebastião

2016

ALINE PEREIRA MOTA DOS SANTOS VALDINEIA GONÇALVES LIMA

PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE JIPEIROS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ECOTURISMO EM ILHABELA-SP

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como exigência parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial. Orientador: Prof. Me. Daniel Roberto Jung

São Sebastião

2016

ALINE PEREIRA MOTA DOS SANTOS VALDINEIA GONÇALVES LIMA

PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE JIPEIROS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ECOTURISMO EM ILHABELA- SP

Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, 08 de Julho de 2016.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________

PROFESSOR MESTRE DANIEL ROBERTO JUNG

_________________________________________________________

PROFESSOR MESTRE GILBERTO DA SILVEIRA MOURÃO

_________________________________________________________

PROFESSORA MESTRE SORAYA MIRA REIS

MÉDIA FINAL: ___________________

Dedico este trabalho ao meu esposo, pelo apoio, companheirismo e cumplicidade.

A minha família, amigos e a todas as pessoas que acreditam que vale a pena

sonhar.

Aline P. M. Santos

Dedico este trabalho a minha família e amigos que me apoiaram nessa etapa da

minha vida.

Valdineia G. Lima

AGRADECIMENTOS

Aline P. M. Santos

Como diz a Bíblia em Eclesiastes 3:1 “Tudo têm um tempo determinado e há

tempo para todo propósito debaixo do céu”!

Agradeço primeiramente ao autor da minha vida, o meu Deus; meu tudo e por

Ele ter me permitido viver essa experiência tão valiosa, essa faculdade foi um

presente Dele em um momento difícil da minha vida.

Agradeço ao meu esposo, Adriano Silva, pelo apoio, paciência e

compreensão. Você surgiu quase no final da faculdade, mas mesmo assim sempre

acreditou em mim. Obrigada amor, por me incentivar a ver as coisas com uma

perspectiva diferente e sempre me falar que eu era capaz, me encorajando a

enfrentar novos desafios.

Aos meus pais Elias e Elaine pelo apoio e orações, ao meu irmão Leandro por

tantas e tantas vezes se desprender pra me ajudar.

As minhas amigas Maira e Elisangela por me apoiarem e acreditarem em mim,

sempre me incentivando falando que sou inteligente.

Aos meus amigos Ivan e Marluce pelo carinho e cuidado sempre acreditando

em mim.

Ao meu grande amigo que adquiri através dessa faculdade José Costa, Zé

você é um exemplo pra mim, obrigada pela força sempre, pelas madrugadas

revisando matérias, pelos momentos cúmplices que tivemos.

A minha amiga e companheira de TG, Valdineia Lima, sem você eu não teria

conseguido. Obrigada pela paciência, cumplicidade, pelo esforço e dedicação. Você

é uma amiga pra vida toda.

As minhas colegas de classe, em especial Karine Marcondes, Hálina Tavolaro

Aline Salomão e Larissa Wandala. Obrigada pelos momentos em que fomos

estudiosas, brincalhonas e cúmplices. Obrigada pelas risadas intermináveis e

momentos que ficarão na minha memória para sempre.

Hoje posso dizer que foi preciso muita força de vontade, foco, determinação,

perseverança e garra para essa conquista, mas eu não conseguiria sozinha. Sou

imensamente grata a todos que colaboraram diretamente e indiretamente para que

este sonho se concretizasse.

Valdineia G. Lima

Agradeço primeiramente a Deus pela minha vida, por ter me permitido viver

esse momento.

Agradeço à minha família por estar sempre do meu lado, me apoiando e me

incentivando.

Agradeço a minha parceira de TG, Aline, que se tornou minha melhor amiga e

hoje é quase uma irmã, por me ajudar, me ouvir durante minhas crises de desespero

e nunca me deixar desistir durante esses anos. Agradeço ao Adriano, esposo da

Aline, por me aguentar na casa deles durante este processo, pelos almoços, cafés

da tarde, jantares e principalmente as caronas.

Agradeço aos meus colegas de sala Karine, Pedro, Stella, Aline Salomão,

Hálina, Seu Alci, Isabela, Maria do Carmo, Fátima, Nilde e tantos outros que

cruzaram meu caminho durante esse tempo. Vocês me ajudaram muito, sem esse

apoio já teria desistido no segundo semestre.

Aline Pereira e Valdineia Lima

Agradecemos ao Professor Me. Daniel Roberto Jung, por sua paciência e

dedicação como orientador.

A todos os demais professores da FATEC de São Sebastião, pela dedicação,

apoio e aprendizagem, por nos transmitir suas experiências tornando as nossas

aulas mais produtivas e especiais.

Aos nossos colegas de curso, pela cumplicidade, apoio e companheirismo.

A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização

deste sonho.

“Deus nunca disse que a jornada seria fácil, mas Ele

disse que a chegada valeria a pena” Max Lucado.

“Cada sonho que você deixa para trás, é um pedaço do

seu futuro que deixa de existir”. Steve Jobs.

RESUMO

O presente trabalho trata de analisar a percepção ambiental dos Jipeiros da cidade

de Ilhabela, estado de São Paulo. O estudo tem como objetivo principal analisar o

entendimento sobre Ecoturismo dos Jipeiros que atuam com passeios a praia de

Castelhanos. Como problema verifica-se esses profissionais estão preparados para

fornecerem produtos ecoturísticos com destino à praia de Castelhanos. Em hipótese

ao problema citado, verificou-se a importância de adotar medidas e criar ferramentas

para que incentivasse os prestadores de serviços desse segmento. A pesquisa

utilizada é uma importante ferramenta para analisar o conhecimento dos Jipeiros

sobre ecoturismo, sendo difundido o tema, este estudo poderá ser usado como

referência. A metodologia utilizada possui descrição bibliográfica, e entrevista

através de um questionário. Os dados foram coletados, analisados e os resultados

obtidos foram confrontados com os critérios do Ecoturismo estabelecidos pelo

Ministério do Meio Ambiente.

Palavras-chave: Percepção Ambiental. Jipeiros. Ecoturismo.

ABSTRACT

This research analyzes the environmental perception of off road drivers called "jeeps"

on the island of Ilhabela, State of Sao Paulo - Brazil. The main objective of this paper

is to analyze the understanding of ecotourism of jeeps that carry out their activities to

the Castelhanos beach. As a matter, it was found that these drivers are not able to

provide eco services. In theory, this research verified the importance of creating

specific tools to improve services for this segment. This research is an important tool

to analyze the understanding of jeeps on ecotourism, and the widespread theme, this

study can be used as reference. The method used was a brief bibliographic

description, oral interviews and some written questionnaires. Data were collected,

analyzed and the results were compared with the Ecotourism rules provided by the

Ministry of Environment.

Key-words: Environmental perception. Jeeps. Ecotourism.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CONDEPHAAT Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico,

Artístico e Turístico

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MEI Microempreendedor Individual

OCE Oficinas de Capacitação em Ecoturismo

OMT Organização Mundial do Turismo

PMI Prefeitura Municipal de Ilhabela

POI Portal Oficial de Ilhabela

TIES The International Ecotourism Society

UNESCO Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e

Cultura.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa de Ilhabela ........................................................................... 28

Figura 2 - Entrada da Cidade. ........................................................................ 29

Figura 3 - Jipe de passeio para Castelhanos ............................................... 30

Figura 4 - Entrada Parque Estadual de Ilhabela. .......................................... 31

Figura 5 – Restinga presente Praia de Castelhanos .................................... 32

Figura 6 –Praia de Castelhanos ..................................................................... 33

Figura 7 –Cachoeira do Gato ......................................................................... 34

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Aspectos ambientais do ecoturismo .......................................... 23

Tabela 2 - Aspectos econômicos do ecoturismo ......................................... 24

Tabela 3 - Aspectos sócioculturais do ecoturismo ..................................... 24

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Definição de Ecoturismo ............................................................ 35

Gráfico 2 – Informações técnicas sobre o Parque ....................................... 36

Gráfico 3 – Idioma ........................................................................................... 37

Gráfico 4 – Treinamento ................................................................................. 37

Gráfico 5 – Impactos ambientais negativos ................................................. 38

Gráfico 6 – Projeção de planos especifícos ................................................. 39

Gráfico 7 – Envolvimento comunitário ......................................................... 39

Gráfico 8 – Apoio Poder Público ................................................................... 40

Gráfico 9 – Benifícios para clientes .............................................................. 41

Gráfico 10 – Capacitações ............................................................................. 42

LISTA DE EQUAÇÕES

EQUAÇÃO 1 – Equação amostra de população finita ................................. 27

EQUAÇÃO 2 – Resultado da equação amostra de população finita .......... 35

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 16

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 19

2.1 CONCEITO DE ECOTURISMO ................................................................................ 19

2.1.1 Princípios e critérios do Ecoturismo .................................................................. 21

2.1.1.1 Aspectos do Ecoturismo ......................................................................................... 23

2.1.1.1.1 O Perfil do Ecoturista ........................................................................................... 24

3 METODOLOGIA ............................................................................................... 26

3.1 ÁREA DE ESTUDO .................................................................................................... 28

3.1.1 O Município de Ilhabela .......................................................................................... 29

3.1.1.1 Jipeiros ...................................................................................................................... 30

3.1.1.1.1 Parque Estadual de Ilhabela .............................................................................. 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 35

4.1 LEVANTAMENTO DE DADOS ................................................................................. 35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 43

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 45

APÊNDICE – Questionário da Pesquisa ...................................................... 48

ANEXO A – Decreto Estadual 9414/1977 ...................................................... 50

ANEXO B - Portaria Normativa FF/DE 211/2014 ........................................... 53

ANEXO C – Ata para registros de Orientações ............................................ 61

16

1 INTRODUÇÃO

O Ecoturismo é uma atividade que envolve como cenário a natureza, é

baseado pelos princípios de sustentabilidade, muitos conhecem ecoturismo como

turismo de aventura ou turismo ecológico, mas na realidade ecoturismo vai além do

turismo convencional, pois ele se preocupa com os impactos sociais, econômicos e

ambientais de uma forma que eles sejam positivos e não negativos à natureza e à

comunidade local.

Este segmento turístico está em crescimento em Ilhabela, com suas trilhas,

belas cachoeiras, praias e vários pontos turísticos. A partir disso nota-se uma

mudança de percepção onde este segmento está deixando de ser visto apenas

como benefícios lucrativos e passando a ser visto também como fonte de recursos

naturais que precisa ser cuidada e preservada.

Sendo assim esse estudo tem o objetivo de analisar o entendimento sobre

Ecoturismo dos Jipeiros que atuam com passeios à praia de Castelhanos. A

importância de adotar medidas e criar ferramentas para que incentive os prestadores

de serviços desse segmento.

1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA

No mundo atual, em que a sociedade vivencia uma correria cotidiana, muitas

vezes impede as pessoas de estarem em perfeita harmonia com o meio ambiente,

percebe-se a importância dos momentos ao ar livre, quando as pessoas viajam para

Ilhabela durante suas estadas procuram alternativas de entretenimento que

possibilitem a prática de ecoturismo, voltados à preservação ambiental e ao mesmo

tempo permite a geração de renda na cidade.

A escolha do tema foi feita por estar mais próximo da realidade local e por ser

um dos principais produtos da cidade, tendo em vista que Ilhabela é uma cidade

turística.

Esta pesquisa permitirá para analisar o conhecimento dos Jipeiros sobre

ecoturismo, pois os mesmos fazem o trabalho de guia turísticos dando informações

17

sobre a cidade de Ilhabela e do passeio até à praia de Castelhanos. Sendo difundido

o tema, este estudo poderá ser usado como referência.

1.2 PROBLEMA

Para se compreender o Ecoturismo faz se necessário conhecer mais sobre o

tema. Em geral, o problema maior é que as pessoas confundem turismo com

Ecoturismo. Principalmente em uma cidade turística como Ilhabela, onde os Jipeiros

não passam por nenhum tipo de capacitação quando vai obter a licença de serviço.

Assim, esta pesquisa visa responder à seguinte pergunta: Os Jipeiros estão

preparados para fornecerem produtos ecoturísticos com destino à praia de

Castelhanos?

1.2.1 Hipótese

Os gestores do Parque Estadual juntamente com a Secretaria de Turismo e

Meio Ambiente de Ilhabela poderiam adotar medidas e criar ferramentas para que

incentivasse os prestadores de serviços através de um Workshop anual, onde

fossem divulgadas para eles informações sobre a estrada, tais como animais e

plantas nativas, cuidados com a estrada, dicas para eles fornecerem para os

turistas.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

Este trabalho tem por objetivo principal analisar o entendimento sobre

Ecoturismo dos Jipeiros que atuam com passeios à praia de Castelhanos em

Ilhabela com os critérios estabelecidos na cartilha do Ministério do Meio Ambiente

18

pelos autores Ferreira e Coutinho (2002), no intuito de avaliar o comprometimento

dos Jipeiros com o ecoturismo.

1.3.2 Objetivos específicos

Descrever os aspectos do Ecoturismo de acordo com a cartilha do Ministério

do Meio Ambiente, (FERREIRA; COUTINHO, 2002).

Promover uma análise descritiva do trabalho dos Jipeiros de Ilhabela.

Comparar a percepção dos Jipeiros com a cartilha do Ministério do Meio

Ambiente, (FERREIRA; COUTINHO, 2002).

1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O presente trabalho está organizado primeiramente em introdução com o

tema, justificativa, problemática, hipótese, objetivo geral e específico. Logo em

seguida uma pesquisa bibliográfica, onde foram levantados dados e conceitos sobre

o tema Ecoturismo, tais como: Princípios e critérios, aspectos do ecoturismo, o perfil

do ecoturista. Posteriormente foi apresentada a área de estudo. Vindo em seguida

os procedimentos metodológicos entre os quais podemos destacar: pesquisa

descritiva, pesquisa qualitativa, visita de campo e entrevista com os Jipeiros e um

questionário. E por fim os resultados e discussões e as considerações finais do

trabalho.

19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Esta parte do trabalho tem como base alguns conceitos sobre Ecoturismo, a

descrição dos princípios e critérios existentes, os aspectos e o perfil de um

ecoturista descritos por alguns autores.

2.1 CONCEITO DE ECOTURISMO

O ecoturismo é uma atividade turística cujo foco são as belezas naturais onde

procura-se desenvolver o bem-estar dos turistas e a preservação do meio ambiente.

(BLANGY; WOOD, 2005)

Conceitos básicos definem o ecoturismo. Entretanto, alguns tentam explicar e

diferenciar os diversos termos utilizados para o que significa realmente ecoturismo, e

quais atividades pertencem a esta modalidade. De acordo com o The international

Ecotourism Society – TIES (2005) “Ecoturismo é a viagem responsável às áreas

naturais que conserva o meio ambiente, sustenta o bem-estar das populações

locais, e envolve interpretação e educação”.

Para Blangy e Wood (2005) esse tipo de viagem depende do estado dos

recursos naturais apresentados no meio Ambiente, ou seja, a existência ou não de

florestas preservadas, rios, cachoeiras e demais elementos da paisagem que

propiciam vocações ao ecoturismo.

É um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o

patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma

consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-

estar das populações envolvidas (MACHADO, 2005. p. 27).

Organização Mundial do Turismo (OMT), em 2002, definiu ecoturismo como:

Todas as formas de turismo em que a motivação principal do turista é a observação e apreciação da natureza, de forma a contribuir para a sua preservação e minimizar os impactos negativos no meio ambiente natural e sociocultural onde se desenvolve.

Para Ruschmann (2006), o Ecoturismo é um dos segmentos turísticos que

mais envolvem a questão de respeito e compromisso para com o Meio Ambiente, a

vinculação entre desenvolvimento econômico e conservação das áreas naturais

deve estar presente, além de trazer responsabilidade social dos viajantes para com

o meio visitado.

20

Segundo Serrano e Turini (1997) o Ecoturismo é:

Toda a atividade turística realizada em área natural com objetivo de observação e conhecimento da flora, da fauna e dos aspectos cênicos (com ou sem o sentido de aventura); pratica de esportes e realização de pesquisas científicas.

Costa (2002) ressalta que todo local ecoturístico deve contribuir para a

proteção das áreas naturais; promover o uso sustentável dos recursos; procurar

reduzir ao mínimo os impactos negativos sobre o entorno natural e sociocultural;

conter elementos educacionais e de interpretação; ser organizado para pequenos

grupos, que tenham a motivação principal de apreciar a natureza, bem como as

culturas tradicionais que prevalecem nas áreas naturais; e envolver as populações

locais no seu planejamento.

Segundo o Ministério do Turismo o Ecoturismo é definido como:

Um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas. (BRASIL, 2010, p 17)

Para o TIES (2015); Blangy e Wood (2005) ecoturismo nada mais é do que

uma viagem de pessoas a fim de contemplar as belezas da natureza. Por outro lado,

essa visão divide opiniões entre alguns autores, quando percebem que o Ecoturismo

vai muito além desse conceito. Assim:

O Ecoturismo não é somente uma viagem orientada para a natureza, mas também constitui uma nova concepção da atividade, tanto prática social como econômica. Tem como objetivo melhorar as condições de vida das populações receptoras, ao mesmo tempo que preserva os recursos e o meio ambiente, compatibilizando a capacidade de carga e a sensibilidade de um meio natural e cultural com a prática turística (DIAS 2003, p. 103)

Para Oliveira Junior (2010) “o ecoturismo é um fenômeno recente, cuja

complexidade abrange questões socioeconômicas, políticas, culturais e ambientais.”

Sendo desta forma, assunto destacado em cenário internacional e nacional por

envolver interesses econômicos, ao mesmo tempo que possui dependência absoluta

da natureza, fator que o diferencia dos demais segmentos de turismo.

A procura por esta modalidade de turismo está crescendo cada vez mais no

mundo inteiro, mas mesmo assim o exercício de atividades turísticas sustentáveis

ainda encontra muitos obstáculos no Brasil, especialmente pela falta de capacitação

21

das operadoras destas atividades que ainda não conseguem operar dentro das

regras e restrições que este tipo de atividade exige para lidar com o público que

busca tais aventuras. Estes obstáculos podem dificultar o trabalho de empresas que

querem seguir os conceitos do ecoturismo. Na maioria das vezes essas dificuldades

acabam por elevar o valor do produto fazendo com que sua comercialização seja

mais complicada e detalhada, exigindo mais preparo dos responsáveis pela venda,

muitas vezes assim inviabilizando de maneira econômica o empreendimento

(OLIVEIRA JUNIOR, 2010).

Por sua vez Gomes (2000) explica que Ecoturismo poderia assumir outro

significado:

Uma atividade que privilegia o encontro, em vista dele suscitar outras possibilidades nas relações dos homens e das mulheres entre si e destes com a natureza, desde que os ecoturistas estejam em busca de modificar seu cotidiano e não fugir dele, em que os nativos se mostre contra a invasão e sua exclusão do processo, inaugurando a possibilidade de diálogo entre visitantes e anfitriões.

Já para Swarbrooke (2000) cada pessoa envolvida na prestação de serviço

de Ecoturismo o define de uma forma diferente. Assim:

Para o turista, o ecoturismo é sinônimo de férias modernas, que podem conferir um status elevado a seus praticantes; é frequentemente identificado com o turismo de qualidade. Para a indústria, o ecoturismo é um produto que oferece margens de lucro atraentes e dispõe de um mercado externo e em expansão. Já para as destinações que tem emergido ultimamente, o ecoturismo é altamente rentável, representando um turismo de volume pequeno que permite diferenciá-lo da concorrência.

2.1.1 Princípios e critérios do Ecoturismo

O ecoturismo é considerado um segmento do turismo que se difere do turismo

tradicional, pois considera que o ambiente não deve ser modificado com intuito de

satisfazer as expectativas dos visitantes, dos quais devem ser preparados para a

atividade. Este é um dos primeiros princípios do ecoturismo. Ministério do Meio

Ambiente (FERREIRA; COUTINHO, 2002).

Segundo Ferreira e Coutinho (2002) existem outros princípios, que devem

ser observados, tais como: utilizar os recursos naturais e culturais de forma

sustentável, oferecer produtos de elevada qualidade aos visitantes, contribuir para a

distribuição justa dos benefícios econômicos gerados, possibilitar o desenvolvimento

de empreendimentos criados e gerenciados pelas próprias comunidades.

22

Conforme consenso estabelecido no Acordo de Mohonk, em 2000 os

princípios do ecoturismo são: promover as experiências pessoais com a natureza

para um melhor aprendizado e respeito, interpretar e conscientizar sobre os

aspectos naturais e socioculturais locais, contribuir ativamente para a conservação

de áreas naturais e da biodiversidade, promover benefícios econômicos, sociais e

culturais para as comunidades locais, promover a participação das comunidades no

turismo onde for apropriado (por exemplo, criando postos de trabalho e oportunidade

de negócios), fazer com que a infraestrutura, atrativos e programas sejam

harmônicos e compatíveis com o entorno local e valorizar as culturas locais e

tradicionais, minimizando eventuais impactos negativos.

Segundo o Projeto OCE - Oficinas de Capacitação em Ecoturismo (1994), os

princípios do Ecoturismo são: Conservação e uso sustentável dos recursos naturais

e culturais, informação e interpretação ambiental, é um negócio e deve gerar

recursos, deve haver reversão dos benefícios para a comunidade local e para a

conservação dos recursos naturais e culturais, deve ter envolvimento da

comunidade local.

O mesmo projeto estabeleceu os critérios do Ecoturismo como: Manejo e

administração verde do empreendimento, associações e parcerias entre os setores

governamentais e não governamentais locais, regionais e nacionais, educação

Ambiental para o turista e para a comunidade local, guias conscientes, interessados

e responsáveis, planejamento integrado, com preferência à regionalização,

promoção de experiências únicas e inesquecíveis em um destino exótico,

monitoramento e avaliação constante, turismo de baixo impacto e código de ética

para o mercado do ecoturismo.

Segundo Ferreira e Coutinho (2002) alguns critérios devem ser observados:

Áreas naturais - O turista que opta por esse tipo de modalidade contempla a

beleza e procura visitar ambientes que tem uma boa qualidade ambiental. Por esse

motivo a empresa ecoturística deve incentivar a conservação de áreas naturais,

assim como a recuperação de locais danificados.

Uso de técnicas - As técnicas empregadas não devem interferir de forma

negativa no meio ambiente, assim como todas as atividades devem ser

frequentemente reavaliadas evitando os impactos negativos.

Envolvimento comunitário - Para ter um sucesso no ecoturismo é

necessário um envolvimento das comunidades locais. Os moradores das

23

comunidades devem estar cientes que terão benefícios com a chegada dos

visitantes.

Parcerias - Uma única empresa ecoturística pode fazer sucesso. Mas se

houver outras empresas no local, com certeza as chances de atrair mais ecoturistas

serão maiores. Por esse motivo, deve-se ter uma parceria com o Poder Público e

Privado.

Qualidade dos serviços - Os visitantes que são bem acolhidos ou são bem

recepcionados, tendem a voltar ou a fazer propaganda do local. Por isso, é

importante contar com guias de turismo e monitores ambientais agregados aos

produtos de ecoturismo oferecidos.

Capacitação - As empresas ecoturísticas necessitam de programas de

capacitação e treinamento para todos os envolvidos com o ecoturismo dando um

destaque especial às comunidades e os visitantes. (FERREIRA; COUTINHO, 2002).

2.1.1.1 Aspectos do ecoturismo

O ecoturismo assim como toda modalidade oferece grandes probabilidades de

desenvolvimento, mas também abrange riscos. Nas tabelas 01, 02 e 03 a seguir,

uma comparação dos aspectos positivos e negativos desse segmento.

Tabela 1 – Aspectos ambientais do ecoturismo.

Quando bem planejado e monitorado gera diversos aspectos POSITIVOS

Quando não ocorre o devido planejamento e monitoramento podem ocorrer impactos

NEGATIVOS

Destina recursos financeiros para conservação e incentiva a recuperação de áreas degradadas.

Alterações nos comportamentos, hábitos alimentares e na reprodução dos animais silvestres pelo excesso de visitação e presença de lixo.

Estimula levantamentos de fauna e flora e incentiva a pesquisa científica.

Mudanças numéricas nas populações silvestres.

Promove a educação ambiental e maior consciência ambiental na população.

Comércio ilegal de espécies silvestres e de artesanatos que utilizam órgãos, penas ou couros de animais.

Viabiliza tecnologias ambientalmente sustentáveis.

Poluição do ar, água, solo,sonoro e visual.

Estimula a implantação de infra- estrutura básica, saúde, comunicação, segurança, educação e comércio.

Abertura de estradas, trilhas e atalhos inadequados.

Valoriza áreas naturais e cria condições de unir desenvolvimento e conservação.

Compactação e erosão do solo.

Fonte: FERREIRA; COUTINHO, 2002.

24

Tabela 2 – Aspectos econômicos do ecoturismo.

Quando bem planejado e monitorado gera diversos aspectos POSITIVOS

Quando não ocorre o devido planejamento e monitoramento podem ocorrer impactos NEGATIVOS

Gera renda e emprega muitas pessoas. Inflação.

Pode utilizar a infra- estrutura já existente. Na baixa temporada muitas pessoas podem ficar sem emprego, as atividades dependem das estações do ano.

Desenvolve- se com produtos locais. Pode haver prejuízo econômicos como consequência de boatos, problemas com doenças, mudanças no setor financeiro.

Complementa outras atividades econômicas. A economia pode ficar dependente do ecoturismo como única fonte de renda.

Fonte: FERREIRA; COUTINHO, 2002.

Tabela 3 – Aspectos socioculturais do ecoturismo.

Quando bem planejado e monitorado gera diversos aspectos POSITIVOS

Quando não ocorre o devido planejamento e monitoramento podem ocorrer impactos NEGATIVOS

Contribui para a educação. Gera antipatia pelo excesso de visitantes.

Estimula o entendimento e a paz. Descaracterização da cultura local.

Reduz barreiras entre as pessoas, em razão da raça, cor, sexo, origem cultural, política ou religiosa.

Desentendimentos entre a comunidade local e novos moradores.

Reforça a conservação de heranças e tradições, valoriza a cultura local.

Estimula o aumento da criminalidade.

Fonte: FERREIRA; COUTINHO, 2002.

2.1.1.1.1 O Perfil do Ecoturista

O Ecoturismo, como uma atividade turística, é bastante disputada e deve

satisfazer as exigências do ecoturista. O indivíduo adepto do Ecoturismo é diferente

do turista tradicional, pois ele tem uma consciência de sustentabilidade sabe que

ambiente não deve ser transformado a fim de atender às expectativas dos visitantes;

e sim estes devem ser preparados para a experiência da visitação (BRASIL, 2010)

O Ecoturista por mais que seu desejo seja conhecer novas paisagens ele

sabe como não degradar a natureza (BRASIL, 2010).

Esse tipo de turista antes de visitar uma localidade busca informações sobre a

mesma, através dos meios de comunicação ou até mesmo de pessoas. A qualidade

da informação obtida e as experiências vividas pelo ecoturista pode influenciar na

sua satisfação e nas probabilidades de divulgar e retornar no destino visitado

(BRASIL, 2010).

Segundo uma pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo,(2010) sobre o

Perfil do Turista de Aventura e do Ecoturismo no Brasil, que tinha como objetivo

conhecer o perfil atual e potencial do consumidor dos segmentos é possível

25

conhecer algumas informações para compreender melhor o perfil do turista desse

segmento. Ao descreverem o papel das viagens em suas vidas, os entrevistados

revelaram três níveis de envolvimento com a natureza, como algo admirável,

intocável, uma espécie de santuário, tendo destaque à observação, como dinâmica,

cheia de boas surpresas, com o que se está disposto a interagir; e as atividades, as

observações, os turistas e as comunidades formando um todo dinâmico, destacando

um maior nível de envolvimento. Quanto ao sentido da viagem, duas foram

destacadas. Nos dois casos, a viagem é a forma encontrada pelos entrevistados

para satisfazer a respectivas necessidades, tais como: fugir do dia a dia, seja ele

urbano ou não, da correria, do trabalho, do estresse e da violência, em busca de

descanso.

Segundo o Ministério do Turismo (2010) a maioria das pessoas que

desenvolvem atividades de Ecoturismo e turismo de aventura possuem como

características: Grande parte do sexo masculino têm idade entre 18 e 29 anos, são

solteiros, tem ensino médio completo e ensino superior incompleto; classe social B,

hábitos de viajar em grupos, contribui para o planejamento da sua viagem,

demonstra respeito pelo ambiente natural e social, exige qualidade, segurança,

acessibilidade e informação.

26

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para alcançar o objetivo proposto adotou- se uma pesquisa descritiva, que de

acordo com Andrade (2010) visa observar, registrar, analisar e correlacionar

fenômenos ou fatos, sem interferir no ambiente analisado. É o tipo mais usado nas

ciências sociais podendo assumir várias formas, como estudos exploratórios

utilizados quando existe pouco conhecimento sobre o assunto, como estudos

descritivos onde consiste na análise e descrição das características do fenômeno e

também como estudo de caso onde visa analisar a descrição das características do

fenômeno a ser pesquisado.

De acordo com Severino (2007) a pesquisa bibliográfica é aquela que busca

registros disponíveis anteriores sobre o tema estudado, como; artigos, livros, teses e

etc. A realização dessa pesquisa está de acordo com os seus objetivos tratando- se

da pesquisa descritiva.

Para Marconi e Lakatos (2011) a finalidade da pesquisa bibliográfica é colocar

o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito, dito ou filmado sobre

determinado assunto.

Trata-se também de uma pesquisa qualitativa, onde envolveu uma

investigação e coleta de dados de quantos Jipeiros são cadastrados no parque, para

determinar o tamanho da amostra necessária.

Para Creswell (2010. p.206), “A investigação qualitativa emprega diferentes

concepções filosóficas; estratégias de investigação; e métodos de coleta, análise de

interpretação de dados”, ou seja, estimula os entrevistados a pensarem livremente

sobre algum tema, objeto ou conceito.

Também foi realizada uma visita de campo e entrevista com os Jipeiros, após

esse procedimento foi elaborado e aplicado um questionário com perguntas

fechadas (elaborado pelas autoras deste trabalho que se encontra no apêndice) e

através dos resultados, as informações obtidas serão confrontadas com a cartilha do

Ministério do Meio Ambiente, FERREIRA; COUTINHO, (2002), para então

concluirmos se os Jipeiros da cidade utilizam os critérios do Ecoturismo segundo a

mesma cartilha.

De acordo com Andrade (2009) o questionário é um instrumento de

investigação que visa recolher informações baseando-se geralmente, na inquisição

de um grupo representativo da população em estudo.

27

Para Marconi e Lakatos (2011) a aplicação de questionário possui algumas

vantagens como economia de tempo; obtenção de um grande número de dados, por

meio de um maior número de pessoas que serão atendidas simultaneamente;

obtenção de respostas mais rápidas e mais precisas; o risco de distorção é menor,

pela não influência do pesquisador.

De acordo com Bruni (2011, p.163) “a amostra consiste em uma maneira de não

estudar o conjunto como o todo, mas uma parte dele sem que ocorra a perda das

características essenciais da população”. A amostra para pesquisa será não

probabilística, pois todos os elementos da população a ser pesquisado não possui a

mesma possibilidade de serem incluídas na amostra, ou seja, os resultados não

podem ser generalizados. A amostra não probabilística classifica-se em amostragem

acidental ou por conveniência, por julgamento, intencional e por quotas. (BRUNI,

2011).

Para a determinação do tamanho da amostra usou-se variáveis qualitativas e

população finita, onde o tamanho da amostra foi analisado pela equação abaixo.

Equação 1. Equação amostra de população finita.

Fonte: Apostila Curso de Estatística – Prof. Francisco O. O. Ribeiro (2013, p. 14)

Onde:

p = Proporção amostral

n = Tamanho da amostra

N= Tamanho da população

e = Erro amostral

z = Nível de confiança

q= (1-p)

28

3.1 ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo apresentada é o Parque Estadual de Ilhabela localizado no

litoral norte de São Paulo. O território é cercado de belezas naturais tais como:

Cachoeiras, trilhas, mata atlântica e uma linda praia denominada Praia de

Castelhanos, atraindo turistas o ano inteiro seja por caminhadas, ciclismo,

motociclismo, carros particulares e os atraentes passeios de jipes.

Figura 1. Mapa de Ilhabela. São Paulo.

Fonte: Site Ndvans.

29

3.1.1 O município de Ilhabela

Segundo a Prefeitura Municipal de Ilhabela o Município de Ilhabela se destaca

pelo o Ecoturismo e atividades ao ar Livre. Além disso, tem atrativos que fazem do

arquipélago um dos destinos mais procurados.

Ilhabela é uma das cidades mais belas do litoral brasileiro com 83% de sua

área preservada pelo Parque Estadual, tem uma flora e fauna rica em variedades, é

composta de 42 praias com belezas naturais e cachoeiras deslumbrantes. Sua

história, rica em lendas de piratas e corsários, é remetida aos engenhos de pinga

que existiam no município até o final do século XIX. Hoje, destino turístico

estabilizado, Ilhabela é reconhecida internacionalmente pelos seus eventos náuticos,

como a Semana Internacional de Vela de Ilhabela, maior evento de vela da América

Latina e pela temporada de cruzeiros marítimos. Para completar a exuberância da

cidade, existe uma variada rede hoteleira charmosa que oferece conforto e bem-

estar aos seus hospedes e uma gastronomia de alto padrão, possui uma agenda de

eventos que garante movimento no setor turístico o ano inteiro. (PMI)

Figura 2. Entrada da Cidade. Ilhabela, São Paulo.

Fonte: Site Prefeitura Municipal de Ilhabela

30

3.1.1.1 Jipeiros

De acordo a Secretaria de Turismo de Ilhabela hoje aproximadamente são

110 Jipeiros cadastrados1, porém o Parque Estadual só autoriza a entrada diária de

65 Jipeiros, de acordo com Portaria Normativa FF/DE nº 211/14 em anexo B.

Esses Jipeiros são pessoas responsáveis por transportar turistas em diversos

pontos turísticos em Ilhabela, conhecidos também como guias turísticos,

principalmente para Castelhanos onde o acesso é mais difícil, devido às condições

da estrada. Eles possuem uma associação para tratar de interesses da classe.

Eles são considerados como empresas, pois alguns são cadastrados como

MEI e outros são filiados a empresas ecoturísticas da cidade.

Figura 3. Jipe de passeio para Castelhanos, Ilhabela, São Paulo.

Fonte: Portal Oficial de Ilhabela.

3.1.1.1.1 Parque Estadual de Ilhabela

O Parque Estadual de Ilhabela foi criado em 20 de janeiro de 1977 por meio

do Decreto Estadual nº 9.414 e regulamentado através do Decreto Estadual nº

25.341 em 04 de junho de 1986. (Portal do Governo, 2015)

1 Nota: De acordo com email enviado pelo responsável da área de Ecoturismo da Secretaria Municipal de

Turismo de Ilhabela, Sr. Aurélio Rufo, a quantidade de Jipeiros cadastrados é 110.

31

Figura 4. Entrada Parque Estadual de Ilhabela.

Fonte: Site UOL

Segundo o IBGE (2010) O Parque Estadual de Ilhabela caracteriza-se por ser

um parque-arquipélago, com uma área de 27.025 hectares, abrange

aproximadamente 80% do arquipélago, englobando um total de 12 ilhas, 3 ilhotes e

3 lajes e 1 parcel que integram o parque, destaca-se a Ilha de São Sebastião,

terceira maior ilha costeira do Brasil, com 377 km². É nessa ilha que se encontra a

área urbana do município de Ilhabela, bem como a maior parte do parque.

O Parque foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,

Arqueológico, Artístico e Turístico “CONDEPHAAT” além de ter sido reconhecido

pela UNESCO como Núcleo da Reserva da Biosfera. (Portal do Governo, 2015)

Além de apresentar uma grande área remanescente de Mata Atlântica, o

Parque integra outros ecossistemas, como restinga (figura abaixo) e grandes

extensões de costões rochosos, conferindo características únicas a paisagem.

32

Figura 5. Restinga presente na Praia de Castelhanos, Ilhabela, São Paulo.

Fonte: Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica de Ilhabela.

Ao longo das trilhas é possível observar a riqueza da flora local, com espécies

como Figueira, Pau-Jacaré, Guapuruvu e Quaresmeira. A fauna é também bastante

diversa, com espécies típicas da Mata Atlântica, como Lontras, Caxinguelês,

Macacos, Jaguatiricas, Lagartos, Cururuá, Macuco, Gato do mato entre outros.

(Portal do Governo, 2015).

O Parque Estadual de Ilhabela é também refúgio de aves migratórias e área

de reprodução de aves marinhas. O Tucano, o Tiê-sangue, os Beija-flores,

Periquitos, Macucos, Corujas e Jacutingas costumam dar o ar de sua graça, entre

muitas outras espécies. A enorme variedade de insetos, plantas e flores impressiona

pela beleza multicolorida. Já foram catalogadas aproximadamente 300 espécies de

aves na região, várias das quais consideradas em extinção (Portal do Governo,

2015).

Nos limites do Parque vivem 5 comunidades caiçaras tradicionais as quais,

por meio da arquitetura, do artesanato e das festas folclóricas, mantêm vivas sua

tradição e modo de vida conferindo singularidade adicional a área (Portal do

Governo, 2015).

A região apresenta grande área de Mata Atlântica preservada pela presença

de Unidades de Conservação. Entre elas podemos destacar a Estrada Parque de

Castelhanos, que possui um percurso (ida e volta) de 44 Km, com um nível alto e

seus atrativos são: Mata Atlântica, mirante dos Castelhanos, praia dos Castelhanos.

33

A praia é habitada por uma comunidade tradicional caiçara e possui 1,5 km de

extensão. (Portal do Governo, 2015).

Figura 6. Praia de Castelhanos, Ilhabela, São Paulo.

Fonte: Portal Oficial de Ilhabela

A Estrada Parque dos Castelhanos liga a zona urbana de Ilhabela com a

comunidade da praia dos Castelhanos. São 22 Km de terra no interior do Parque

Estadual, que cruzam alguns dos pontos de maior fragilidade ambiental e

biodiversidade da Ilha. A estrada passa pelo interior da Mata Atlântica e por um

mirante com vista para a baía. Pode ser feita a pé, de bicicleta, a cavalo ou em

veículo. (Portal do Governo, 2015)

Um dos atrativos da Praia de Castelhanos é a Trilha da Cachoeira do Gato,

uma das maiores quedas d’água do Parque Estadual. (Portal do Governo, 2015)

34

Figura 7. Cachoeira do Gato, Ilhabela, São Paulo.

Fonte: Portal Oficial de Ilhabela

A trilha da Cachoeira do Gato inicia no canto do Ribeirão, na Praia dos

Castelhanos. O percurso, de nível médio, passa do interior da Mata Atlântica

preservada, cruza o ribeirão do Gato por uma ponte pênsil até chegar a mais alta

cachoeira do Parque Estadual. Durante o caminho é possível observar a flora

exuberante e, encontrar animais. O ribeirão do gato, assim como outros corpos

d´água da Baía de Castelhanos, abastece as casas da comunidade (Portal do

Governo, 2015).

35

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo, apresentaremos a levantamento dos dados e os resultados do

questionário aplicado para os Jipeiros.

4.1 LEVANTAMENTO DE DADOS

Para determinar a quantidade de Jipeiros entrevistados foi realizado um

cálculo amostral onde o nível de confiança é de 95% (Z=1,96), erro tolerável de 8%

e p= 95% ou 0,95. Conforme definidos os números para o cálculo da amostra pode-

se obter o tamanho da amostra conforme ilustrada abaixo.

Equação 2. Resultado da equação amostra de população finita.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

De acordo com o resultado obtido o questionário deve ser aplicado para 23

Jipeiros de um total de 110.

Os dados a seguir mostram os resultados obtidos através dos questionários.

Gráfico 1. Definição de Ecoturismo.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

0%

5%

95%

Para a empresa ecoturismo é: Turismo de aventura;

Turismo ao ar livre;

Uma atividade turística que trabalha de forma sustentável;

O ecoturismo é uma atividade turística que o foco são as belezas naturais onde procura-se desenvolver o bem-estar dos turistas e a preservação do meio ambiente e um envolvimento com a comunidade local.

36

Verifica-se no gráfico 1 que 95% dos Jipeiros sabem a definição mais

completa sobre Ecoturismo e para 5% Ecoturismo é apenas uma atividade turística

que trabalha de forma sustentável.

Os dados confirmam o conceito Segundo o Ministério do Turismo o

Ecoturismo é definido como:

Um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas. (BRASIL, 2010, p 17)

Gráfico 2. Informações técnicas sobre o Parque.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

No gráfico 2 verifica-se que 70% dos Jipeiros faz uso de técnicas para

transmitir informações sobre o parque, como: Extensão da praia, plantas e animais e

15% responderam que só quando perguntam, outros 10% as vezes e 5% com

frequência passam as informações.

De acordo com Serrano e Turini (1997) o Ecoturismo tem como objetivo de

observação e conhecimento da flora, da fauna, e dos aspectos cênicos, prática de

esportes e realização de pesquisas científicas, ou seja, o uso de técnicas, devem ser

empregadas de uma forma que não interfira de forma negativa no Meio Ambiente,

assim como todas as atividades devem ser frequentemente reavaliadas evitando os

15%

10%

5%

70%

São dadas informações técnicas sobre o Parque? Por exemplo: Extensão da praia, plantas nativas, animais

presentes no parque e etc.

Quando Perguntam

Às vezes

Frequentemente

Sempre, já faz parte de nosso roteiro de passeio

37

impactos negativos, nesse caso 70% dos Jipeiros sabem a importância de transmitir

essas informações para que os visitantes não agridam o Meio Ambiente.

Gráfico 3. idioma.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

No gráfico 3 verifica-se que 32% dos Jipeiros não falam outro idioma, outros

36% falam um pouco, 14% razoável e 18% falam fluentemente outra língua.

Nesse quesito verificamos que na maioria das empresas falta capacitação

profissional, pois nesse segmento é de suma importância falar outro idioma para

comunicação com visitantes de todo o mundo.

Gráfico 4. Treinamento.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

32%

36%

14%

18%

Os funcionários falam outro idioma?

Não

Um pouco

Razoável

Sim, fluentemente

41%

13%

14%

32%

Os funcionários da empresa receberam algum treinamento para esta função?

Não

Só no momento da contratação

Periodicamente

Sempre tem capacitação e treinamento

38

Verifica-se na gráfico 4 que 41% dos Jipeiros não receberam nenhum

treinamento para essa função, 13% receberam só no momento da contratação, 14%

recebe periodicamente e 32% sempre recebem treinamento.

Nesta questão verifica- se que a maioria não recebe treinamento e somente

os 31% age de acordo com os critérios da cartilha do Ministério Meio Ambiente

elaborada por Ferreira e Coutinho (2002) onde afirma que as empresas desse

segmento necessitam de programas de treinamento.

Gráfico 5. Impactos ambientais negativos.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

No gráfico 5 verifica-se que 55% dos Jipeiros identifica e monitora os

impactos ambientais negativos causados durante o passeio, 27% só quando há

presença de lixo e 18% responderam às vezes.

Para Ruschmann (2006), o Ecoturismo é um dos segmentos turísticos que

mais envolvem a questão de respeito e compromisso para com o meio ambiente, e a

vinculação entre desenvolvimento econômico e conservação das áreas naturais

deve estar presente, além de trazer responsabilidade social dos viajantes para com

o meio visitado.

18%

27%

0%

55%

A empresa identifica e monitora impactos ambientais negativos causados ou que podem ser causados

durante o passeio? Às vezes

Só quando há presença de lixo

Preocupamos apenas com aberturas de estradas, trilhas e atalhos inadequados.

Sempre, estimulamos levantamentos de fauna e flora e promovemos educação ambiental e maior consciência ambiental na população, valorizando as áreas naturais e criando condições de unir desenvolvimento e conservação

39

Gráfico 6. Projeção de planos específicos.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

No gráfico 6 Verifica-se que 36% dos Jipeiros não projetam planos que

minimize ou elimine impactos negativos, 32% só se preocupam em fazer algo depois

de uma situação de emergência e 32% tem um projeto de dar sacolinha para os

visitantes colocarem seus lixos.

Gráfico 7. Envolvimento Comunitário.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

36%

32%

32%

0%

A empresa têm projetado planos específicos para minimizar ou eliminar impactos negativos ou para

atuar em caso de emergência ? Não

Só quando acontece situações de emergência

Sim, temos um plano que oferecemos uma sacolinha para os turistas guardarem seus lixos.

Sempre. Temos um projeto que visa eliminar tudo que gera resíduos sólidos, monitorando a poluição do rio, do ar, da fauna e da flora.

0%

18%

82%

A empresa tem parceria ou envolvimento com os moradores da comunidade?

Não

Pouco

Sim, temos parcerias com restaurantes

Sempre, nos preocupamos muito com o bem estar da comunidade, por este motivo estamos sempre em contato para que nosso trabalho não prejudique a vida dos moradores locais

40

Verifica-se no gráfico 7 que 82% dos Jipeiros tem envolvimento com os

moradores da comunidade local e 18% tem apenas parcerias com restaurantes.

Costa (2002) ressalta que todo local ecoturístico deve contribuir para a

proteção das áreas naturais; que tenham a motivação principal de apreciar a

natureza, bem como as culturas tradicionais que prevalecem nas áreas naturais; e

envolver as populações locais no seu planejamento. Os moradores das

comunidades devem estar cientes que terão benefícios com a chegada dos

visitantes, nesse caso 78% dos Jipeiros utilizam esse critério.

Gráfico 8. Apoio Poder Público.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Verifica-se na gráfico 8 que 100% dos Jipeiros não tem nenhuma parceria

com o poder público.

De acordo com Ferreira e Coutinho (2002) um dos critérios do Ecoturismo

uma única empresa ecoturística pode fazer sucesso. Mas se houver outras

empresas no local, com certeza as chances de atrair mais ecoturistas serão maiores.

Por esse motivo, deve-se ter uma parceria com o Poder Público, nesse caso todos

os Jipeiros não utilizam esse critério.

100%

0%

A empresa recebe algum apoio através do Poder Público?

Não

pouco

Às vezes, quando tem algum evento cultural

Sempre o Poder Publico nos apoia quando existem algum dano na estrada, por exemplo queda de arvores, erosoes com as chuvas e tambem nos ajuda com a divulgaçao da empresa.

41

Gráfico 9. Benefícios para Clientes.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Verifica-se no gráfico 9 que 73% dos Jipeiros dão algum benefício para

clientes assíduos, 23% dão desconto quando o cliente vem todo ano e consegue

fechar o jipe e 4% não oferece nenhum benefício.

De acordo com Swarbrooke (2000) o Ecoturismo é um produto que oferece

margens de lucro atraente e dispõe de um mercado extenso e em expansão. Nesse

caso entra a questão de oferecer algum benefício para os clientes fieis que

satisfeitos tendem a voltar, garantindo maior lucratividade.

4%

0%

73%

23%

Tem algum benefício para clientes assíduos ou que fazem propaganda da empresa?

Não

Às vezes

Sim

Sempre quando temos um cliente que vem todo ano e faz passeio com nossa empresa, oferecemos um superdesconto para ele fechar o jipe.

42

Gráfico 10. Capacitação.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Verifica-se no gráfico 10 que 32% das empresas ecoturísticas não investem

em capacitação para os Jipeiros, 32% fazem só algumas palestras, outros 32%

sempre faz capacitação através de workshops, palestras e feiras e 4% só às vezes.

De acordo com Oliveira Junior (2010) a procura por esta modalidade de

turismo esta crescendo cada vez mais no mundo inteiro, mas mesmo assim o

exercício de atividades turísticas sustentáveis ainda encontra muitos obstáculos no

Brasil, especialmente pela falta de capacitação das operadoras destas atividades

que ainda não conseguem operar dentro das regras e restrições que este tipo de

atividade exige para lidar com o público que busca tais aventuras.

32%

4% 32%

32%

A empresa investe em capacitações com frequência para os funcionários?

Nunca

Às vezes

Sim, só algumas palestras

Sempre procuramos workshops, palestras sobre impactos ambientais e feiras de ecoturismo

43

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos dados obtidos através do questionário aplicado pode-se concluir

que o objetivo principal desse trabalho foi alcançado, pois verificou- se que os

Jipeiros têm entendimento sobre Ecoturismo e muitos utilizam alguns dos critérios

estabelecidos pela cartilha do Ministério do Meio Ambiente elaborada pelos autores

Ferreira e Coutinho (2002), e tem um comprometimento com a preservação do

entorno.

Da mesma forma existem outros critérios que eles não utilizam, pois não fazem

parte da competência deles, muitas vezes são da empresa como, por exemplo:

Capacitação, treinamento e incentivos. Itens dos quais as empresas deveriam

investir para melhorar o desempenho do serviço prestado, pois eles (Jipeiros)

adquirem o conhecimento sobre o assunto somente no dia a dia de trabalho. Outros

são do poder público onde os mesmos citaram não receber nenhum apoio, pois a

prefeitura poderia fazer algum tipo de treinamento e capacitação para liberar a

licença do serviço.

O objetivo específico - descrever os aspectos do Ecoturismo de acordo com a

cartilha do Ministério do Meio Ambiente - foi alcançado com sucesso pois foi

realizada no decorrer do trabalho a descrição dos aspectos do Ecoturismo.

Outro objetivo específico era promover uma análise descritiva do trabalho dos

Jipeiros de Ilhabela, onde também se obteve sucesso, pois foi descrito o trabalho

dos Jipeiros e o objetivo comparar a percepção dos Jipeiros com a cartilha do

Ministério do Meio Ambiente também foi concluído, pois a comparação foi feita

através do questionário aplicado.

Pelo problema apresentado, conclui-se que os Jipeiros não estão totalmente

preparados para oferecerem produtos ecoturísticos com destino à praia de

Castelhanos, pois mesmo que eles possuam um entendimento sobre Ecoturismo,

ainda falta capacitação e treinamento para que este serviço prestado alcance a

excelência, eles necessitariam de saber mais sobre Ecoturismo para assim poder

transmitir aos turistas que fazem uso do passeio de Jipe.

De um modo geral observa- se por meio da hipótese deste trabalho, que pode

ser melhorada essa questão, pois os gestores do Parque Estadual juntamente com a

Secretaria de Turismo e Meio Ambiente de Ilhabela poderiam adotar medidas e criar

ferramentas que incentivassem os prestadores de serviços através de feiras e

44

workshops onde fossem divulgados para eles informações sobre a estrada, tais

como fauna e flora local, técnicas de conservação das estradas e informações

importantes que seriam repassadas aos turistas.

Consequentemente por meio deste trabalho, verifica-se que é fundamental

que este serviço feito pelos Jipeiros atenda às expectativas dos clientes e os

satisfaça, de modo que mostre para eles o verdadeiro conceito do Ecoturismo, uma

viagem à natureza com a responsabilidade de conservar o meio ambiente, sustentar

o bem-estar das populações locais, envolvendo interpretação e educação.

45

REFERÊNCIAS

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46

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UOL NOTÍCIAS. Disponível em: http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2014/11/25/suspensao-de-pedagio-em-ilhabela-sp-e-ampliada-ate-a-proxima-segunda.htm> Acesso em: 24 mar.2016.

48

APÊNDICES

Questionário 01) Para empresa Ecoturismo é:

1- ( ) Turismo de aventura; 2- ( ) Turismo ao ar livre; 3- ( ) Uma atividade turística que trabalha de forma sustentável; 4- ( ) O ecoturismo é uma atividade turística que o foco são as belezas naturais

onde procura-se desenvolver o bem-estar dos turistas e a preservação do meio ambiente e um envolvimento com a comunidade local.

02) São dadas informações técnicas sobre o Parque? Por exemplo: Extensão da praia, plantas nativas, animais presentes no parque e etc.

1- ( ) Quando perguntam; 2- ( ) Ás vezes; 3- ( ) Frequentemente; 4- ( ) Sempre, já faz parte do nosso roteiro de passeio.

03) Os funcionários falam outro idioma?

1- ( ) Não; 2- ( ) Um Pouco; 3- ( ) Razoável; 4- ( ) Sim, fluentemente.

04) Os funcionários da empresa receberam algum treinamento pra esta função?

1- ( ) Não; 2- ( ) Só no momento da contratação; 3- ( ) Periodicamente; 4- ( ) Sempre tem capacitação e treinamento.

05) a empresa identifica e monitora os impactos ambientais negativos causados ou que podem ser causados durante o passeio?

1- ( ) Ás vezes; 2- ( ) Só quando há presença de lixo; 3- ( ) Preocupamos apenas com abertura de estradas, trilhas e atalhos

inadequados; 4- ( ) Sempre, Estimulamos levantamentos de fauna e flora e promovemos a

educação ambiental e maior consciência ambiental na população,valorizando as áreas naturais e criando condições de unir desenvolvimento e conservação.

49

06) A empresa tem projetado planos específicos para minimizar ou eliminar os impactos negativos ou para atuar em caso de emergência?

1- ( ) Não; 2- ( ) Só quando acontece situações de emergência; 3- ( ) Sim, temos um plano que oferecemos uma sacolinha para os turistas

guardarem seus lixos; 4- ( ) Sempre. Temos um projeto que visa eliminar tudo que gera resíduos sólidos,

monitorando a poluição do rio, do ar, da fauna e da flora. 07) A empresa tem parceria ou envolvimento com os moradores da comunidade?

1- ( ) Não; 2- ( ) Pouco; 3- ( ) Sim, temos parcerias com os restaurantes; 4- ( ) Sempre, nos preocupamos muito com o bem estar da comunidade, por

esse motivo estamos sempre em contato para que nosso trabalho não prejudique a vida dos moradores locais.

08) A empresa recebe algum apoio através do Poder Publico?

1- ( ) Não; 2- ( ) Pouco; 3- ( ) Ás vezes; quando tem algum evento cultural. 4- ( ) Sempre, o poder publico nos apoia quando existem algum dano na

estrada, por exemplo, quedas de árvores, erosões com as chuvas, e também nos ajuda com a divulgação da empresa.

09) Tem algum benefício para clientes assíduos ou que fazem propaganda da empresa?

1- ( ) Não; 2- ( ) Ás vezes; 3- ( ) Sim; 4- ( ) Sempre, quando temos um cliente que vem todo ano e faz o passeio com

nossa empresa oferecemos um super desconto para ele fechar o jipe. 10) A empresa investe em capacitações com frequência para os funcionários?

1- ( ) Nunca 2- ( ) Ás vezes; 3- ( ) Sim; só algumas palestras; 4- ( ) Sempre, procuramos workshops, palestras sobre impactos ambientais e

feiras de ecoturismo.

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ANEXOS

Anexo A – DECRETO N° 9.414, DE 20 DE JANEIRO DE 1977

Cria o Parque Estadual de Ilhabela e dá providências correlatas.

PAULO EGYDIO MARTINS, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso

de suas atribuições legais e com fundamento no artigo 5º, alínea a, do Código

Florestal (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965);

CONSIDERANDO o disposto no DECRETO Federal nº 44.890, de 27 de novembro

de 1958, que declarou protetoras as florestas nativas existentes no município de

Ilhabela;

CONSIDERANDO que o Arquipélago de São Sebastião apresenta condições

insuperáveis para a criação de um Parque Estadual, por atender a finalidade

culturais de preservação de recursos nativos e exibir atributos de beleza excepcional

à incrementação de turismo e da recreação;

CONSIDERANDO que a flora que ai viceja constitui revestimento vegetal de grande

valor científico e cultural, ostentando matas de formação subtropical com

variadíssima ocorrência de valiosas essências; e

CONSIDERANDO que a fauna silvestre ai encontra condições ideais de vida

tranqüila, constituindo-se o Arquipélago de São Sebastião notável repositório de

espécimes raros, Decreta:

Art. 1 º - Fica criado o Parque Estadual de Ilhabela com a finalidade de assegurar

integral proteção à flora, à fauna a às belezas naturais das ilhas que constituem o

município de Ilhabela, bem como sua utilização para objetivos educacionais,

recreativos e científicos

Art. 2 º - O Parque Estadual de Ilhabela abrangerá as seguintes áreas do município

de Ilhabela:

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I - na ilha de São Sebastião, a área compreendida no perímetro que principia no

ponto situado na intersecção entre a linha divisória meridional das águas que vertem

para o Canal de São Sebastião e passa pela Ponta da Sela e a curva de nível de

cota altimétrica de 200 metros (Ponto 1); segue para o norte a curva de nível de cota

altimétrica de 200 metros ao longo do Canal de São Sebastião, até encontrar o

ponto de intersecção desta linha e a linha divisória setentrional das águas que

vertem para o Canal de São Sebastião e passa pela Ponta das Canas (ponto 2);

segue por esta linha divisória de águas até o ponto de intersecção entre ela e a

curva de nível de cota altimétrica de 100 metros (Ponto 3); segue em direção ao mar

aberto pela curva de nível de cota altimétrica de 100 metros até encontrar o ponto de

intersecção entre esta linha e a linha divisória de águas que passa pela Ponta do

Costão, na Baía dos Castelhanos, (Ponto 4); segue por esta linha divisória de águas

até encontrar a linha divisória dos terrenos de Marinha (Ponto 5); segue a linha

divisória dos terrenos de Marinha em direção ao mar aberto até o ponto de

intersecção entre esta linha e a linha divisória de águas que passa pela Ponta

Grande, na Enseada das Enchovas, (Ponto 6); segue por esta linha divisória de

águas até encontrar o ponto de intersecção entre a mesma e a curva de nível de

cota altimétrica de 100 metros (Ponto 7); segue por esta cota altimétrica de 100

metros em direção ao continente até encontrar o ponto de intersecção entre a

mesma e a linha divisória meridional das águas que vertem para o Canal de São

Sebastião e passa pela Ponta da Sela (Ponto 8); segue por esta linha divisória de

águas até encontrar o ponto de intersecção entre a mesma e a curva de nível de

cota altimétrica de 200 metros, (Ponto 1).

II - nas demais ilhas, a totalidade de suas áreas.

Art. 3 º - Cabe ao Instituto Florestal da Secretaria da Agricultura a instalação e a

administração do Parque Estadual de Ilhabela.

Art. 4 º - Fica o Instituto Florestal da Secretaria da Agricultura autorizado, desde já, a

entrar em entendimento com os eventuais titulares de domínio sobre terras

compreendidas na área do Parque Estadual de Ilhabela, visando obter, mediante

doação, sua transferência para o Estado.

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Parágrafo único - Verificado a existência de terras do domínio da União ou do

Município na área abrangida pelo Parque Estadual de Ilhabela, o Instituto promoverá

entendimentos com os órgãos competentes da Administração Federal e Municipal,

com a finalidade de sujeitá-las às disposições deste decreto.

Art. 5 º - Ficam declaradas de utilidade pública, para fins de desapropriação, por via

amigável ou judicial, as terras de domínio particular abrangidos pelo Parque ora

criado.

Art. 6 º - Ficam incorporadas ao Parque Estadual de Ilhabela as terras devolutas

estaduais por ele abrangidas.

Art. 7 º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação Palácio dos

Bandeirantes, 20 de janeiro de 1977.

PAULO EGYDIO MARTINS

Pedro Tassinari Filho

Secretário da Agricultura

Jorge Wilheim

Secretário de Economia e Planejamento

Raphael Baldacci Filho

Secretário do Interior

Publicado na Casa Civil, aos 20 de janeiro de 1977.

Maria Angélica Galiazzi, Diretora da Divisão de Atos do Governador

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Anexo B – Portaria Normativa FF/DE nº 211/2014

Assunto: Dispõe sobre a operação da Estrada Parque dos Castelhanos e estabelece

critérios e procedimentos administrativos para o uso de veículos automotores,

ciclistas e pedestres, no interior do Parque Estadual Ilhabela.

O Diretor Executivo da Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais; e Considerando a Lei Federal nº 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC e estabeleceu critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação, e o Decreto Federal nº 4.340/2002, que regulamenta os artigos da mencionada Lei;

Considerando o Decreto Estadual nº 51.453/2006, que instituiu o Sistema Estadual de Florestas - SIEFLOR, alterado pelo Decreto Estadual nº 54.079/2009; Considerando o disposto na legislação ambiental incidente sobre o território protegido pelo Parque Estadual de Ilhabela – PEIB, criado pelo Decreto nº 9.414, de 20.01.1977; Considerando a Resolução SMA nº 59/2008, que regulamenta os procedimentos administrativos de gestão e fiscalização do uso público nas Unidades de Conservação de Proteção Integral do Sistema Estadual de Florestas do Estado de São Paulo; Considerando a Resolução Conjunta SMA/ST-004/2010, que dispõe sobre a implantação e operação da Estrada de Castelhanos, de acordo com o Decreto Estadual nº 53.146/2008; que define os parâmetros para a implantação, gestão e operação de estradas no interior de Unidades de Conservação de Proteção Integral no Estado de São Paulo e dá providências correlatas; Considerando a necessidade de garantir a proteção do patrimônio natural, histórico, cultural e arqueológico da unidade de conservação, por meio da implementação de ações de fiscalização e educação ambiental; Considerando a necessidade de estimular a garantia dos direitos e do bem estar das comunidades tradicionais da baía dos Castelhanos; Considerando que as obras de perenização do leito da estrada com cascalho e a implantação de sistema de drenagem na Estrada Parque dos Castelhanos facilitaram o tráfego de veículos e possibilitaram o aumento no fluxo de usuários para acessar a Baia dos Castelhanos; Considerando a existência de 122 vagas de estacionamento para veículos na Praia de Castelhanos, serão estas destinadas para 107 veículos e 60 motocicletas, as quais ocuparam o espaço destinado a 15 vagas de veículos;

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Considerando, sobretudo, a necessidade de oferecer condições mínimas de segurança ao usuário da Estrada Parque dos Castelhanos; RESOLVE: Artigo 1º - Esta Portaria tem por finalidade estabelecer critérios e procedimentos visando adequar a circulação e o uso da Estrada Parque dos Castelhanos, no trecho interno do Parque Estadual Ilhabela – PEIb. Parágrafo Único: Caberá à Fundação Florestal, ou à empresa por ela designada, exercer o controle e a contagem dos veículos e pessoas que adentram a Unidade de Conservação. DAS REGRAS GERAIS Artigo 2º – O Parque Estadual de Ilhabela permanecerá aberto à visitação pública, no trecho da Estrada Parque e Trilha da Água Branca, para pedestres, ciclistas e veículos das 7h00 às 18h00 (no horário de verão até as 19h00).

I. O ingresso para entrada no PEIb deverá ser adquirido até às 16h00. DO CONTROLE, CAPACIDADE DE SUPORTE, RESTRIÇÕES DE DIAS E HORÁRIOS, CARGA, TIPO DE VEÍCULO, VELOCIDADE PERMITIDA E CONDUTAS Artigo 3º – Fica limitado o número referencial máximo de 107 (cento e sete) veículos automotores particulares por dia, e 60 (sessenta) motocicletas que poderão acessar o Parque Estadual de Ilhabela e transitar na Estrada Parque dos Castelhanos, distribuídos da seguinte forma:

I. 65 (sessenta e cinco) condutores de veículo 4x4 que exercem atividade turística no Parque; e

II. 42 (quarenta) veículos particulares (4x2 e 4x4). § 1º - Os veículos que excederem a capacidade de carga diária estabelecida nesta Portaria não poderão adentrar o Parque Estadual de Ilhabela. § 2º - Essa limitação não se aplica aos veículos dos moradores da Baía de Castelhanos, que serão devidamente identificados pelo PEIb. Artigo 4º – De forma a garantir o acesso de visitantes que não adentrarem a estrada em veículo particular, será oferecida possibilidade de contratação de serviço de jipe para visitação na Estrada Parque e praia dos castelhanos, pelos jipes credenciados junto ao PEIb.

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I. No período de alta temporada, de 20 de dezembro a 15 de janeiro, finais de semana de janeiro e fevereiro, carnaval e feriados, o número mínimo de 04 veículos credenciados estarão em operação na Guarita do PEIb; e

II. Aos finais de semana ao longo do ano, 02 veículos credenciados estarão em operação na Guarita do PEIb;

Parágrafo único – A quantidade de jipes em operação no interior do PEIb poderá ser alterada diante da avaliação de demanda da operação. Artigo 5º – No trecho interno ao PEIb, o tráfego de veículos, ciclistas e pedestres na Estrada Parque dos Castelhanos deverá observar, além das normas específicas de tráfego, os seguintes critérios e procedimentos:

I. Um sentido único de trânsito de veículos automotores, da seguinte forma: a. das 07h00 às 14h00, fluxo apenas no sentido Perequê - Castelhanos;

b. das 15h00 às 18h00, sendo a saída de Castelhanos até às 17h00, apenas

fluxo no sentido Castelhanos – Perequê; e

c. No horário brasileiro de verão, o fluxo no sentido Castelhanos - Perequê fica estendido até às 19h00, sendo a saída de Castelhanos até às 18h00.

II. A velocidade máxima permitida é de 30 km/h;

III. Os usuários deverão passar pelos procedimentos de controle ao adentrar a unidade de conservação e atentar às orientações fornecidas pelos funcionários ou por terceirizados a serviço do Parque Estadual de Ilhabela;

IV. É proibido o tráfego de veículos e ciclistas fora do leito da estrada, tais como

desvios, trilhas e margens com vegetação;

V. É proibida a circulação de veículos cujo peso total (veículo + carga) possa ultrapassar a 4 (quatro) toneladas;

VI. É proibido o uso de correntes nos pneus;

VII. É proibido disputar corrida, rally, cross, demonstrar ou exibir manobra

perigosa, arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus, independentemente do tipo de veículo;

VIII. Fica proibido o estacionamento ao longo da via, exceto nas áreas de

descanso, devidamente sinalizadas;

IX. Os condutores de veículos automotores deverão priorizar a passagem de pedestres e ciclistas e atentar à fauna presente na Estrada Parque;

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X. Os condutores de veículos deverão atentar para a possibilidade de encontro com pedestres, bem como com veículos devidamente autorizados, trafegando no contra-fluxo;

XI. Os condutores deverão priorizar a passagens de viaturas oficiais e, em caso

de aviso de sinal sonoro e visual de viaturas em curso de atendimento de emergências pelo Corpo de Bombeiros, o usuário deverá estacionar o veículo na lateral da estrada e aguardar sua passagem e em hipótese alguma se deslocar e dividir a pista com tais veículos;

XII. O uso de equipamentos de segurança, assim definidos pelo CTB é

obrigatório;

XIII. Ciclistas deverão trafegar no mesmo sentido de fluxo estabelecido para os veículos automotores;

XIV. Fica recomendado o uso da Estrada por pedestres e ciclistas nos primeiros

horários da manhã, quando o fluxo de veículos ainda é mais baixo; e

XV. É proibida a circulação de pedestres fora do leito da estrada e das trilhas autorizadas (trilhas da Água Branca, “Atalho 1” e “Atalho 2”).

Parágrafo único – A Polícia Militar, Polícia Civil e demais órgãos fiscalizadores poderão realizar operações de fiscalização na Estrada sem prévia comunicação. Artigo 6º – O trecho interno da Estrada Parque, que compreende a área da unidade de conservação, permanecerá fechado para veículos automotores das 18h00 às 7h00 e, no horário de verão a partir das 19h00, exceto:

I. Quando necessária a entrada de automóveis para remoção de veículos quebrados, atolados ou que necessitem de resgate, quando não envolver prestação de socorro a vitimas de acidentes, deverá ser realizada após o horário de funcionamento da estrada, ou seja, das: a. 18h00 às 22h00; e

b. 19h00 às 22h00 no horário de verão.

II. Entre às 6h00 e 7h00, para agências credenciadas junto ao PEIb em roteiros

e atividades de ecoturismo para as quais seja imprescindível adentrar a unidade antes do horário, mediante solicitação de autorização conforme Anexo I e aquisição antecipada de ingresso;

III. Para veículos e pessoas envolvidas em atividades que revertam benefícios diretos à comunidade tradicional da Baía dos Castelhanos e à Unidade de Conservação, em caráter excepcional e mediante autorização do PEIb, a ser solicitada com antecedência mínima de 7 (sete) dias na sede administrativa, conforme ANEXO I e assinatura de termo de compromisso, conforme Anexo V desta Portaria; e

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IV. Os condutores de veículo 4x4 cadastrados no PEIb que prestarem assistência à comunidade tradicional da Baía dos Castelhanos por meio do transporte dos mesmos para realizarem compras no município, poderão adentrar a UC a partir das 5h00.

Artigo 7º – Somente serão permitidos os serviços de manutenção da estrada e seus equipamentos, em dias úteis e mediante autorização prévia da administração do PEIb, bem como a prestação de serviços aos usuários que necessitem a utilização de máquinas e caminhões. Artigo 8º – É vedada a utilização de escapamento sem silencioso e sem abafador (aberto) e emissão de som alto (acima de 45 decibéis). Parágrafo único – A CETESB, Polícia Militar e demais órgãos competentes poderão realizar vistorias na Estrada sem prévia comunicação.

Artigo 9º – Fica proibido o tráfego de vans, micro-ônibus e ônibus na Estrada Parque. Artigo 10 – Os interessados na realização de eventos e grupos organizados, por exemplo jipe-clubes, deverão cumprir o estabelecido na Portaria Normativa FF/DE nº 186/2013 e protocolar pedido de autorização, com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias, junto à administração do PEIb. Parágrafo único – Eventos e grupos organizados acima referidos não poderão fazer uso da Estrada Parque durante a temporada (de 01 de dezembro a 28 de fevereiro) e feriados, sendo os veículos contabilizados na cota de particulares, para efeitos do Artigo 2º desta portaria. Artigo 11 – É proibido o abandono de lixo, a retirada de plantas, caça, pesca, bem como demais ilícitos previstos na legislação ambiental vigente. Artigo 12 – É proibido o consumo de bebidas alcoólicas no interior da unidade de conservação. DA INTERDIÇÃO TOTAL OU PARCIAL DA ESTRADA PARQUE Artigo 13 – A administração do PEIb poderá determinar interdição total ou parcial da estrada, permitindo o acesso apenas à veículos 4x4, sempre que as condições de tráfego estiverem colocando em risco os usuários, o meio ambiente ou o leito da estrada. Parágrafo único – A administração do PEIb poderá solicitar apoio da Defesa Civil para a interdição total ou parcial da estrada. DO CADASTRO

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Artigo 14 – Deverão se cadastrar junto à administração do PEIb, conforme formulários nos Anexos II, III e IV desta Portaria, os seguintes usuários:

I. Moradores e proprietários de residências da Baía dos Castelhanos;

II. Proprietários de estabelecimentos comerciais da Baía dos Castelhanos;

III. Funcionários que prestam serviços na Baía dos Castelhanos;

IV. Empresas de turismo que operam na Estrada Parque;

V. Condutores profissionais de veículo 4x4 que operam na Estrada Parque; e

VI. Monitores de ecoturismo. Artigo 15 – Os condutores cadastrados deverão apresentar competências compatíveis com a atividade exercida, atender ao estabelecido no formulário de cadastro, conforme Anexo III e obedecer aos critérios abaixo, quando em operação na Estrada Parque:

I. Praticar a ética profissional junto aos clientes, demais usuários da estrada e funcionários a serviço da Fundação Florestal;

II. Bem atender o visitante e fornecer, obrigatoriamente, informações sobre o Parque Estadual, o município e as comunidades tradicionais da Baía dos Castelhanos;

III. Orientar o cliente quanto às condutas permitidas e proibidas na UC, condutas responsáveis junto à comunidade tradicional da baía dos Castelhanos, bem como condutas de mínimo impacto;

IV. Orientar sobre as condições da estrada, duração do passeio e procedimentos de segurança;

V. Utilizar a credencial a ser fornecida no cadastro em local visível, na forma de crachá;

VI. Apresentar o formulário constante do ANEXO VI, devidamente preenchido a cada vez que operar na estrada;

VII. Atender às normas previstas na Norma ABNT NBR 15383. Artigo 16 – Os veículos cadastrados deverão obedecer aos critérios abaixo e atender as especificidades estabelecidas no formulário de cadastro, conforme Anexo IV, no que diz respeito a:

I. Utilização do adesivo do Parque com a numeração do cadastro em local visível;

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II. Estar em boas condições de conservação e manutenção;

III. Apresentar equipamentos de segurança estabelecidos pela legislação pertinente;

IV. Estar de acordo com as demais condicionantes previstas na Norma ABNT NBR 15453;

V. Garantia de seguro de acidentes pessoais aos passageiros;

VI. Portar equipamentos de primeiros socorros no veículo e de radiocomunicação;

VII. Atestado de vistoria do INMETRO;

VIII. Demais exigências previstas no Anexo IV. Parágrafo único – Na falta do atestado de vistoria do INMETRO, fica válida a apresentação do atestado de vistoria do Ciretran para fins de cadastro, ficando estabelecido o prazo de 06 (seis) meses para a apresentação do atestado de vistoria do INMETRO, visando a finalização do cadastro no PEIb. Artigo 17 – Caberá à equipe do PEIb:

I. a fiscalização do cumprimento desta Portaria; II. solicitar o apoio da Polícia Militar Ambiental, da Polícia Militar, da Polícia

Civil, da Prefeitura Municipal de Ilhabela e dos demais órgãos fiscalizadores para o fiel cumprimento desta Portaria;

III. aplicar as sanções previstas em Lei pelo descumprimento ao disposto na presente Portaria e o desacato às orientações dos funcionários ou prestadores de serviço junto à Fundação Florestal por quaisquer usuários.

IV. impedir o acesso de veículos que não obedecerem às normas do Código de Trânsito Brasileiro, especialmente:

a. Veículos sem placas, ou com as mesmas ilegíveis ou danificadas; b. Veículos não adaptados para transporte de pessoas ou com pessoas na

caçamba; c. Motoristas e passageiros sem cinto de segurança.

DAS EXCEÇÕES Artigo 18 – Os veículos de polícia, ambulância, bombeiros, defesa civil e outros veículos oficiais em serviço não estão inseridos nos impedimentos de tráfego constantes desta Portaria.

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Artigo 19 – Se necessário, proprietários de imóveis, de comércio na Baía dos Castelhanos e respectivos funcionários, devidamente cadastrados, poderão trafegar fora dos horários estabelecidos por esta Portaria, mediante apresentação de crachá de identificação na Guarita do PEIb. Parágrafo único – Cada comércio da Baía dos Castelhanos poderá cadastrar no máximo 5 (cinco) funcionários/prestadores de serviço que, em caso de necessidade, poderão trafegar fora dos horários estabelecidos, e o proprietário do estabelecimento comercial é responsável pelo cadastrado e por informar a administração do PEIb quando o mesmo deixar de prestar serviços em seu comércio. Artigo 20 – O tráfego de veículos automotores com capacidade de carga superior ao estabelecido e veículos enquadrados ou não nesta portaria, poderá ser autorizado em caráter excepcional, com prévia justificativa da necessidade de acesso ao local indicado, mediante solicitação de autorização na sede administrativa do PEIb, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias e assinatura de termo de compromisso, conforme Anexo V desta Portaria. DA COBRANÇA DE INGRESSOS Artigo 21 – A cobrança de ingresso ao Parque será estabelecida por meio de Portaria Normativa específica da Fundação Florestal. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Artigo 22 – O desacato às orientações dos funcionários ou prestadores de serviço junto à Fundação Florestal por quaisquer usuários, ensejará as sanções previstas em Lei. Artigo 23 – O descumprimento desta portaria, da legislação ambiental, criminal, de contravenções penais e demais legislações pertinentes, ensejará o descredenciamento do condutor, da empresa/agência operadora de turismo, do monitor, prestador de serviço e demais cadastrados junto ao PEIb. Parágrafo único – O descredenciamento será analisado e decidido pelo Conselho Consultivo do PEIb, ou, em caráter excepcional, pela administração do PEIb – Fundação Florestal. Artigo 24 – Esta Portaria entrará em vigor a partir de sua publicação, ficando revogadas as Portarias 71/2008, 74/2009 e 199/2013.

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