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8 CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM CAROLINA DE PAIVA GONÇALVES CAMPOS O SIGNIFICADO SIMBÓLICO E AS SEMELHANÇAS ENTRE OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS MEDICINAS TRADICIONAIS CHINESA E AYURVEDA Florianópolis 2009

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CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM

CAROLINA DE PAIVA GONÇALVES CAMPOS

O SIGNIFICADO SIMBÓLICO E AS SEMELHANÇAS ENTRE OS

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS MEDICINAS TRADICIONAIS

CHINESA E AYURVEDA

Florianópolis

2009

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CAROLINA DE PAIVA GONÇALVES CAMPOS

O SIGNIFICADO SIMBÓLICO E AS SEMELHANÇAS ENTRE OS

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS MEDICINAS TRADICIONAIS CHINESA

E AYURVEDA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Acupuntura, do Centro Integrado de Estudos e Pesquisas do Homem, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Acupuntura.

Orientador: Profa. Tátila Barcala.

Florianópolis

2009

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FOLHA DE APROVAÇÃO

O SIGNIFICADO SIMBÓLICO E AS SEMELHANÇAS ENTRE OS

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS MEDICINAS TRADICIONAIS

CHINESA E AYURVEDA

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Acupuntura do Centro

Integrado e Estudos e Pesquisas do Homem

como requisito parcial para obtenção do título de

Especialista em Acupuntura.

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________

Profª. Tátila Barcala

Orientadora

_________________________________ ______________________________

Prof. Marcelo Fábian Profª. Emiliana Domingues

Florianópolis

2008

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AGRADECIMENTOS

Aos professores que me ensinaram com tanta competência, em

especial à minha orientadora Tátila Barcala, por auxiliar-me com sua

inteligência, dedicação e paciência presentes em todos os meus momentos

dentro do CIEPH. Sem sua contribuição e força este trabalho não seria bem

sucedido.

À banca, por avaliar este projeto.

Aos amigos, que fizeram com que estes anos fossem repletos de

momentos marcantes e muito felizes.

Agradeço ainda àqueles que não foram mencionados, mas que de

uma forma ou outra colaboraram para a conclusão desta etapa.

Obrigada a todos!

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RESUMO

O entendimento do homem como um ser formado por uma energia

fundamental, que compõe todo o universo, a indivisibilidade do corpo e da

mente e a interação do homem com o meio em que vive são conceitos que

fazem parte de medicinas tradicionais e que estão ganhando espaço

atualmente. Objetivou-se neste estudo verificar as diferenças e semelhanças

entre os elementos que constituem a base de duas medicinas milenares:

Medicina Tradicional Chinesa e Medicina Ayurveda. Tal observação levou a

percepção do simbolismo fortemente presente nestas tradições. A partir daí,

concluiu-se que, salvo as diferenças geradas pelo contexto sócio-ambiental,

estes métodos de cura são bastante parecidos. A existência de uma energia

primordial, de polaridades, de pontos energéticos utilizados para tratamento de

afecções, de canais energéticos e de elementos representando funções e

biótipos são comuns às duas, possuindo apenas pequenas ressalvas, como o

número de acupontos/marmas, canais energéticos que ligam-se aos órgãos

(Medicina Chinesa) ou aos chakras (Medicina Ayurveda) e a existência de

diferentes elementos: éter e ar ao invés da madeira e do metal da Medicina

Chinesa. Além disso, observou-se que a continuidade deste estudo é

necessária para que os conceitos sejam aprofundados de modo a construir

bases sólidas sobre o assunto e então, servir como benefício ao tratamento e

diagnóstico do paciente. O simbolismo destas medicinas pode e deve ser

utilizado para ampliar as possibilidades do tratamento e compreender melhor o

ser humano, sem perder de vista seu condicionamento individual ou

negligenciar a realidade complexa deste indivíduo.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Diagrama chinês Qi........................................................................13

Figura 02 – Símbolo do Yin-Yang......................................................................15

Figura 03 – Relações entre os cinco movimentos.............................................19

Figura 04 – Os chakras e sua localização.........................................................23

Figura 05 – Caractere chinês de Terra: tu.........................................................28

Figura 06 – Caractere chinês de Água: shui......................................................30

Figura 07 - Caractere chinês de Fogo: huo.......................................................31

Figura 08 - Caractere chinês de Metal: jin.........................................................33

Figura 09 - Caractere chinês de Madeira: um...................................................34

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 8

1.1 O PROBLEMA ................................................................................................... 8

1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 9

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 9

1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 9

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 9

1.4 DEFINIÇÃO DOS TERMOS ............................................................................ 10

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 13

2.1 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ............................................................. 13

2.1.1 Qi ................................................................................................................. 13

2.1.2 Teoria Yin-Yang .......................................................................................... 14

2.1.3 Teoria do Zang-Fu ...................................................................................... 15

2.1.4 Teoria dos Meridianos ............................................................................... 16

2.1.5 Pontos de acupuntura (acupontos) .......................................................... 17

2.1.6 Wu Xing – os cinco elementos na Medicina Chinesa .............................. 18

2.2 MEDICINA AYURVEDA .................................................................................. 19

2.2.1 Prana ........................................................................................................... 20

2.2.2 Nadis............................................................................................................ 20

2.2.3 Marmas ........................................................................................................ 21

2.2.4 Os cinco elementos na Medicina Ayurveda ............................................. 21

2.2.5 Teoria dos Chakras .................................................................................... 22

2.3 SIMBOLISMO .................................................................................................. 23

2.3.1 O símbolo e sua função ............................................................................. 25

2.4 OS ELEMENTOS E SEU SIMBOLISMO ......................................................... 27

2.4.1 Terra ............................................................................................................ 28

2.4.2 Água ............................................................................................................ 29

2.4.3 Fogo............................................................................................................. 31

2.4.4 Metal ............................................................................................................ 33

2.4.5 Madeira ........................................................................................................ 34

2.4.6 Ar ................................................................................................................. 35

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2.4.7 Éter .............................................................................................................. 36

3. METODOLOGIA ............................................................................................... 37

3. CONCLUSÃO ................................................................................................... 38

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 40

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1. INTRODUÇÃO

1.1 O PROBLEMA

Um novo paradigma começou a surgir e a se difundir, a partir do qual o

ser humano é entendido como um sistema dinâmico de energias que formam

corpo, mente e espírito ou consciência em um todo indivisível (LUZ, 2005).

Baseado neste paradigma, atualmente se dá a crescente procura por

métodos/modelos de saúde denominados “complementares”, que levam em

consideração o comportamento do indivíduo, sua alimentação e a relação com

o meio em que vive (MARTINS, 1999).

O moderno pensamento científico está sendo conduzido a uma visão da

realidade que se aproxima muito da visão de numerosas culturas tradicionais.

A relação do homem com o meio e seu equilíbrio, a centralização da

saúde ao invés da doença, a responsabilidade de cada indivíduo por sua

própria cura e o incentivo à manutenção de ambientes harmônicos e geradores

de saúde são aspectos levados em consideração por estas filosofias.

Os sistemas médicos tradicionais resultam das interações e

interdependências entre as suas partes – interação esta, simultânea e

interdependente entre componentes múltiplos, a qual todos influenciam e são

influenciados, uns pelos outros. O fundamento terapêutico destas medicinas

considera a existência de uma substância imaterial e invisível, denominada

energia, responsável por toda e qualquer mudança biológica (PÉREZ, 2007).

Embora difiram em muitos detalhes, estas medicinas são

essencialmente as mesmas (CAPRA, 2006). Os elementos básicos da visão do

mundo desenvolvida em todas essas tradições também são os mesmos: a

maneira funcional de ver o ser humano, a indivisibilidade do corpo e da mente,

os elementos constitutivos, os símbolos, os canais de energia, a morte tida

como parte da vida e a saúde como capacidade de transformar-se. O que

ocorre é que as culturas sempre sofrem influências umas das outras; afinal, o

real de que falam é sempre diferencialmente o mesmo (MARTINS, 1999).

Esta linha de pensamento é chamada de Corrente Vitalista e, segundo

Pérez (2007, p. 27), considera que as doenças têm origem interna e parte do

princípio de que existe uma energia que é o ponto de partida fundamental para

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a realização de deduções posteriores acerca do estado de saúde do indivíduo.

Estes princípios deram origem à Medicina Sintética, que avalia o ser humano

como um todo integrado e estabelece relações entre causas e sintomas

aparentemente sem ligação.

Baseados neste conceito surgem dois Sistemas de Cura Tradicionais: A

Medicina Ayurveda e a Medicina Tradicional Chinesa. Ambas são provenientes

de culturas tradicionalmente holísticas e que consideram que a normalidade

deve ser avaliada individualmente, entendendo que toda constituição humana

manifesta seu próprio temperamento e funcionamento específica e

espontaneamente.

Visando a união e conhecimento dos conceitos fundamentais dos dois

sistemas de cura mencionados anteriormente, questiona-se: Quais as

diferenças e analogias encontradas entre os elementos constitutivos das

Medicinais Tradicionais Chinesa e Ayurveda?

1.2. OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar e relatar as diferenças e analogias encontradas entre os

elementos constituintes das teorias fundamentais das Medicinas Chinesa e

Ayurveda

1.2.2 Objetivos Específicos

Revisar as teorias e conceitos fundamentais que regem as medicinas

Chinesa e Ayurveda para se obter maior compreensão das mesmas;

Pesquisar o significado de cada um dos elementos em ambas tradições

Verificar o significado simbólico dos elementos mencionados

1.3 JUSTIFICATIVA

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Os elementos (água, terra, fogo, metal, madeira, ar e éter) têm uma

abordagem ampla. Seus significados simbólicos podem auxiliar o entendimento

do homem e suas relações, promover um questionamento de valores,

possibilitar a descoberta de outros horizontes, a ampliação das perspectivas e

o aprendizado de novas formas de ver, cuidar e entender o ser humano.

Este exercício/aprendizado pode colaborar para que o profissional

diminua as limitações de sua prática, enxergue um problema por uma nova

ótica e, assim, possa se tornar um pouco mais integral, ao melhorar a

abordagem terapêutica do paciente.

1.4 DEFINIÇÃO DE TERMOS

Para que possamos compreender de forma satisfatória o tema é

fundamental que conheçamos alguns conceitos e terminologias que são

usadas no decorrer do trabalho, tais entendimentos são importantes para que a

compreensão de forma integral das discussões que se seguem.

Medicina Complementar: Medicina praticada como complemento ao método

convencional que utiliza métodos não-convencionais, porém eficazes, sempre

colocando as necessidades do paciente em primeiro lugar.

Vitalismo: Corrente da Medicina que parte do princípio de que as doenças têm

origem interna, considerando a existência de uma energia fundamental, como

ponto de partida para o diagnóstico e o tratamento.

Medicina Tradicional Chinesa: Conjunto de práticas desenvolvidas ao ongo

dos anos na China. Se fundamenta numa estrutura teórica de natureza

filosófica, utiliza métodos como acupuntura, moxabustão e fitoterapia.

Medicina Ayurveda: Sistema de cura natural desenvolvido na Índia, traduzido

como ciência da vida. Dentre suas práticas, cita-se a yoga, meditação e

massoterapia.

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Micro e macrocosmo: O organismo humano é a réplica do Universo e como

tal está sujeito às mesmas leis que regem a natureza, sendo o ser humano, um

microcosmo dentro de um macrocosmo.

Qi: Energia vital que constitui o universo.

Tao: O universo está impelido em um movimento e uma atividade incessantes,

num contínuo processo cósmico que os chineses chamaram tao.

Yin-Yang: princípios alternantes que representam a polaridade do Tao.

Zang: Órgãos de natureza yin, a saber: fígado, coração, pericárdio, baço-

pâncreas, pulmão e rim.

Fu: Órgãos de natureza yang, a saber: vesícula biliar, intestino grosso,

intestino delgado, estômago, bexida, triplo aquecedor.

Meridianos: Canais que ligam os órgãos e comunicam as partes do corpo,

transportando Qi e sangue para alimenta-lo.

Acupontos: Local determinado para introdução da agulha, situado ao longo de

um meridiano corporal.

Purusha: Princípio espiritual, consciência superior.

Pakruti: Princípio ativo, força de criação do mundo físico.

Prana: Energia vital que cria e sustenta tudo o que existe.

Nadis: Canal através do qual o prana circula pelo corpo, comunica-se com os

chakras.

Marmas: Pontos de concentração de energia distribuídos pelo corpo.

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Chakras: Vórtices de energia vital que vibram em determinados porntos do

corpo.

Doshas: Caracterização do perfil biológico do indivíduo. Todas as pessoas

possuem os três tipos, porém em proporções variadas.

Arquétipos: Padrões universais que servem de matriz para o desenvolvimento

da psique.

Psique: Totalidade de todos os processos psíquicos, conscientes e

inconscientes.

Símbolo: Linguagem universal rica, capaz de exprimir por meio de imagens

inconscientes, uma problemática consciente.

Alquimia: Pseudiciência que busca o entendimento da natureza, crê que há

quatro elementos básicas.

Hatha-yoga: Sistema de yoga introduzido na Índia no século XV que visa o

equilíbrio das forças masculinas e femininas, através de exercícios, práticas de

purificação, despertar da energia potencial, entre outros.

Xamanismo: Práticas etnomágicas, religiosas e filosóficas envolvendo cura e

metamorfose, praticadas comumente por culturas indígenas.

Tantra: Filosofia comportamental que tem por objetivo o desenvolvimento

integral do ser humano nos seus aspectos físico, mental e espiritual.

Antroposofia: Métodos de conhecimento da natureza humana e universal que

é aplicado em praticamente todas as áreas da vida humana. Ex.: medicina

antroposófica, agricultura biodinâmica, euritmia.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

Segundo Stux e Pomeranz (2004), a Medicina Tradicional Chinesa se

originou da observação e da experiência acumulada sobre a interação entre o

ser humano, seu estado de saúde e os fenômenos da natureza.

Há mais de 5.000 anos os médicos chineses acreditam que saúde não é

só ausência de doença, mas sim o equilíbrio harmônico do ser humano como

um todo. (JIA, 2004). Maciocia (1996) afirma que corpo e mente não são vistos

como um mecanismo, mas como um círculo de energia e substâncias vitais

interagindo uns com os outros para formar o organismo que, por sua vez, se

integra com a natureza, de maneira que as mudanças ambientais podem direta

ou indiretamente afetá-lo.

Segundo Shang (1999), para a Medicina Tradicional Chinesa, as várias

partes do corpo são inseparáveis na sua estrutura, os órgãos e suas funções

fisiológicas estão inter-relacionados e influenciam-se mutuamente por qualquer

distúrbio ou patologia.

Gerber (2003) afirma que os chineses vêem os indivíduos como um

microscosmo dentro de um macrocosmo universal, tendo seu funcionamento

refletido nos relacionamentos universais de flluxo energético.

2.1.1 Qi

Figura 01 – Ideograma chinês Qi.

Fonte: MACIOCIA (1996, p. 50).

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O Qi é considerado pelos orientais como um sopro vital que é a

semelhança do sopro de vida, envolvendo todas as coisas por fora e

preenchendo-as por dentro (SIVIERO e LORENZETTO, 2004).

Junuing e Zhihong (1996) afirmam que o Qi é utilizado de um modo

muito sutil para descrever os padrões de fluxo e flutuações no organismo

humano. Maciocia (1996) afirma que o Qi é uma energia presente no universo

que existe em diferentes tipos e pode assumir diferentes formas.

O Qi, o Princípio, é a origem de tudo e para os orientais constitui o objeto primordial de seu estudo, independentemente de suas múltiplas formas de apresentação. Dominar este Princípio supõe controlar suas manifestações em proveito do ser humano e de seu desenvolvimento harmônico e saudável” (PEREZ, 1993, p. 12).

O Qi é a energia que resulta da combinação de duas forças opostas,

Yin, passiva ou negativa, e Yang, ativa ou positiva, que surgem continuamente

do Tao, a unidade primordial.

2.1.2 Teoria Yin-Yang

O conceito yin-yang sintetiza duas partes contraditórias e

complementares dos fenômenos da natureza que se relacionam mutuamente

(TIAN, 1993).

Segundo Gerber (2003, p. 144),

[...] para a filosofia chinesa, uma vida sadia é aquela que apresenta um bom equilíbrio entre as forças yin e yang, a manutenção do perfeito equilíbrio entre yin e yang resulta numa igualmente perfeita

saúde física, mental e espiritual.

Vectore (2004) afirma que o yin e o yang são pólos de uma mesma

coisa, forças opostas, porém complementares que regulam os padrões de

organização na natureza, explicitando, mais uma vez, a visão chinesa holística

e integradora, que não cede espaço à dicotomia.

A natureza de Yin ou de Yang não é relativa, e a sua existência é

determinada por condições interiores. Yamamura (1993) afirma que cada

aspecto envolve duas partes contraditórias, transformando-se sob

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determinadas situações. Todo Yin possui sua parte Yang e em todo Yang está

incluída sua parte Yin (Eckert (2002), Sussmann (2000)).

“Todas as coisas sobre a terra e no espaço se comunicam com as energias Yin e Yang. O ser humano é um pequeno universo, já que o corpo humano tem tudo o que o universo tem” (WANG, 2001, p. 36).

Por raciocínio simples, classificamos em yin fenômenos materiais,

sólidos, repouso, frio, inverno, noite, interior, lua, fêmea. Por oposição, são

yang os gases, a energia, o movimento, a vida, o verão, o dia, o exterior, o sol

o macho (REQUENA, 1990).

A figura 02 ilustra as duas naturezas e sua contradição e

complementariedade:

Figura 02 – Símbolo do Yin- Yang. Fonte: MACIOCIA (1996, p. 7).

Na concepção chinesa de saúde, o equilíbrio é um conceito fundamental. [...] As doenças tornam-se manifestações quando o corpo perde o equilíbrio e o chi não circula apropriadamente. [...]. As flutuações entre equilíbrio e desequilíbrio são vistas como um processo natural que ocorre ao longo do ciclo vital. [...]. Tanto a saúde quanto a doença são consideradas naturais e parte de uma seqüência contínua (CAPRA, 2006, p. 308-309).

A teoria yin-yang está incorporada em cada aspecto do sistema teórico

da MTC, entre estes aspectos, está a Teoria do Zang-Fu.

2.1.3 Teoria do Zang-Fu

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A teoria do Zang-Fu é utilizada para pesquisar a anatomia, as funções

fisiológicas e as alterações patológicas dos órgãos internos do corpo e as suas

relações entre eles (TIAN, 1993).

Os aspectos energéticos dos Órgãos e das Vísceras são responsáveis

pela integridade do corpo. Estando eles em harmonia, as funções psiquícas e

das demais estruturas, apresentarão bom desempenho funcional, mantendo-se

dentro de padrões saudáveis (YAMAMURA, 2003; ROSS, 1996).

Segundo a Teoria do Yin Yang, podemos classificar os Zang como Yin e

os Fu como Yang. Essa classificação pode ser explicada pela função de

recepção e administração de energia, pelo qual são responsáveis os órgãos

Zang, apelidados de “armazéns”, em contraposição à função mais “ativa” dos

Fu, responsáveis pela criação de energia, manutenção da homeostase,

proteção dos órgãos e geração de energia (PÉREZ, 2007).

Os órgãos Zang são cinco: Coração, Fígado, Baço, Pulmão e Rim,

enquanto as vísceras Fu são seis: Vesícula Biliar, Estômago, Intestino Grosso,

Intestino Delgado, Bexiga e Triplo Aquecedor. Os órgãos fazem pares com as

vísceras, sendo eles: Coração e Intestino Delgado, Baço/Pâncreas e

Estômago, Pulmão e Intestino Grosso, Rim e Bexiga, Fígado e Vesícula Biliar e

Pericárdio e Triplo Aquecedor. Cérebro e útero são considerados órgãos

extraordinários (MACIOCIA, 1996; ROSS, 1994).

Os órgãos e vísceras são combinados em partes yin e yang (acoplados)

para que a geração de vida (movimento) seja possível.

A relação dos Zang-Fu com a mente/emoções é utilizada como método

de diagnóstico na Medicina Tradicional Chinesa, pois o estado do sistema

afetará as emoções e as emoções influenciarão o estado do sistema

correspondente. Por exemplo, a emoção raiva lesa o Fígado, alegria

excessiva/ansiedade prejudica o funcionamento do Coração, preocupação

excessiva lesa Baço/Pâncreas, tristeza lesa Pulmão e o medo/pavor lesa Rins

(ECKERT, 2002).

Cada um dos órgãos citados acima possui seu trajeto energético ao

longo do corpo, chamados Meridianos.

2.1.4 Teoria dos Meridianos

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Os canais de energia fornecem uma base essencial para compreender

os diversos aspectos patológicos, fisiológicos, diagnósticos e terapêuticos da

Medicina Tradicional Chinesa. Segundo Yamamura (1996), existe no corpo um

sistema de canais de Energia ou vasos que integram todas as partes do corpo,

formando um organismo unificado. A energia (Qi) e o Sangue circulam por toda

a parte do corpo por meio desta rede de Canais de Energia, de modo a manter

a conexão entre os órgãos internos e a periferia.

A doença origina-se quando, por uma série de causas, sejam elas

internas ou externas, a função normal do corpo é interrompida, afetando os

canais e pontos de Acupuntura que se tornam mais sensíveis ou doloridos ao

toque (REQUENA, 1990).

Maike (1999) afirma que os meridianos e colaterais estão distribuídos

por todo corpo humano, ligando os órgãos internos zang fu aos vários tecidos e

órgãos da porção superficial do corpo para fazer do corpo uma integridade

orgânica e assegurar a coordenação adequada.

Os Meridianos são compostos de 12 Canais Principais ou Regulares,

que possuem relação íntima e direta com os zang-fu, sendo, portanto,

classificados como yin – situados na parte inferior, interior, abdominal ou

medias das extremidades – ou yang – situados em partes superiores,

exteriores, nas costas ou na lateral de extremidades - e 8 Canais

Extraordinários, meridianos mais profundos (LI, 1996).

A estrutura dos meridianos é composta pelos acupontos.

2.1.5 Pontos de acupuntura (acupontos)

Os pontos de acupuntura são os locais através dos quais o qi dos

órgãos zang-fu e dos canais é transportado para a superfície do corpo,

situados no fundo de pequena cavidade, por onde a energia dos canais,

vísceras e órgãos chega, se concentra e segue adiante, sendo ainda um local

de correlação com as doenças, em que se aplicam técnicas específicas de

tratamento de caráter profilático ou curativo (CHENG, 1999). Portanto, o

acuponto trata-se de uma região de concentração energética.

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Este é uma região da pele em que é grande a concentração de

terminações nervosas sensoriais. Essa região está em relação íntima com

nervos, vasos sangüíneos, tendões, periósteos e cápsulas articulares (WU,

1990).

São pontos na pele por onde passa o qi dos meridianos e dos zang fu.

Totalizam, portanto, 361 pontos de acupuntura, sendo 309 bilaterais e o

restante encontrados nos meridianos Du Mai e Ren Mai. Dividem-se em pontos

regulares, extras e ashi (dolorosos) (REQUENA, 2000).

Além do aspecto yin-yang que influencia os órgãos e seus meridianos,

citamos a Teoria dos Elementos, que também possui seus órgãos

correspondentes e relaciona o ser humano com o meio em que vive,

demonstrando que este está em constante troca com o ambiente externo, um

microcosmo dentro de um macrocosmo.

2.1.6 Wu Xing – os cinco elementos na medicina chinesa

O sistema dos cinco elementos que compõe a medicina chinesa: água,

madeira, fogo, terra e metal, segundo Zhou (1999), rege os padrões de

funcionamento do corpo e estão associados a cores, movimentos, sabores,

sons, órgãos e funções do corpo e da mente e, segundo Tian (1993), supõe

que a existência do mundo material depende da promoção e restrição mútua

entre tais elementos, ou seja, como yin e yang, eles são interdependentes e

estão em constante movimento e constituindo juntamente com a Teoria do Yin-

Yang, a base da filosofia da MTC (SUSSMANN, 2000).

Dentro da teoria dos Cinco Elementos são essenciais as relações

internas entre eles, através das leis de geração e controle (figura 03),

evidenciando que os elementos representam o equilíbrio dinâmico e a inter-

relação entre órgãos, vísceras, sentimentos, cores, sabores e tudo aquilo que

faz parte do ser (PÉREZ, 2007). A geração implica na produção e promoção e

o controle auxilia na manutenção do equilíbrio entre os elementos (MACIOCIA,

1996).

Na natureza, a existência e as mudanças não podem se realizar sem

produção e sem restrição. Sem criação não há nada que possa crescer e dar

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frutos, sem restrição, há desenvolvimento excessivo, o que é nocivo

(AUTEROCHE e NAVAILH, 1992).

Figura 03 - Relações entre os cinco movimentos. Fonte: MACIOCIA (1996, p. 27).

A teoria chinesa sobre a filosofia energética do corpo humano identifica

cinco órgãos essenciais que fisiologicamente representa as características dos

Cinco Elementos dentro do corpo humano. Assim, na concepção da Medicina

Tradicional Chinesa, os cinco Órgãos e as seis Vísceras estão relacionados

com os Cinco Elementos (YAMAMURA, 2003).

2.2 MEDICINA AYURVEDA

Segundo Goswami (2006), Ayurveda é a ciência da saúde e da cura

desenvolvida na Índia, onde é usada há milênios. Trata-se de um termo

sânscrito que significa “ciência da vida” (Ayu: vida, e Veda: conhecimento). Lad

(2007) afirma que este sistema tradicional de saúde ensina que o homem é um

microcosmo, um universo dentro de si mesmo, e percebe saúde e “doença” em

termos holísticos, isto é, leva em consideração o relacionamento inerente entre o

espírito individual e cósmico, consciência individual e cósmica, energia e matéria.

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Chopra (2003) ressalta que na medicina indiana existe a confiança no

princípio de que qualquer desordem poderá ser prevenida enquanto for

mantido o equilíbrio não só do corpo, mas da mente e do espírito e que, acima

de tudo, em nós todos existe um impulso para o desenvolvimento e progresso.

O pressuposto fundamental do Ayurveda, segundo Chopra (2003), é que

todas as pessoas recebem da natureza um molde, chamado pakriti, ou tipo de

corpo e, segundo Verma (2003), esta constituição é que determina a análise da

saúde e o método terapêutico.

2.2.1 Prana

A palavra sânscrita prana pode ser traduzida como energia absoluta, ele

é a fonte primitiva de todas as formas de energia e se expressa através de

vários tipos e freqüências (BURGER, 2007). No corpo não há nada mais sutil

que o prana. Dá poder e força à mente e ao corpo e é intimamente ligado à

alma.

O prana é ao mesmo tempo energia não manifesta e energia manifesta:

Purusha e Prakruti, as duas grandes forças cósmicas que são a causa da

manifestação na antiga teoria da criação (VERMA, 2003). No estado não

manifesto, é a energia da consciência (purusha-shakti); na forma manifesta, é a

energia da criação (prakrutishakti).

A energia cósmica é manifestada em todas as coisas e se manifesta como

energia masculina e feminina: Purusha é energia masculina, Prakruti é energia

feminina (LAD, 2007).

Esta energia fundamental circula pelo corpo através de canais de

energia denominados nadis.

2.2.2 Nadis

Os nadis constituem a rede de canais através da qual o prana se move

pelo corpo em sua forma sutil, Goswami (2006) os explica como canais de fluxo

da energia vital - prana.

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Os textos de Yoga afirmam que existem 72.000 nadis no corpo. Eles

constituem uma rede extremamente fina de canais sutis que se espalha por

todo o corpo etérico (ou corpo energético). As doenças decorrem do

congestionamento, de bloqueios ou restrições ao funcionamento do sistema de

nadis (RASMUSSON, 2008).

São quatorze os nadis mais importantes, dentre eles três são os

principais: Ida, Pingala e Sushumna. Os dois primeiros serpenteiam em volta

do nadi central. O Sushumna é o nadi mais importante do corpo e se eleva,

metaforicamente, do centro da coluna vertebral (LEADBEATER, 2004).

Os nadis são diretamente ligados aos chakras (MOTOYAMA, 2000).

Assim como circula nos nadis, o prana também se concentra nos marmas.

2.2.3 Marmas

Os marmas são sítios anatômicos do corpo onde se encontram

músculos, ossos, tendões, artérias, veias e articulações e quase todos são

compostos de carne e ossos. São elementos importantíssimos na Ayurveda e

constituem um meio direto de tratamento dos nadis e do prana que circula por

eles (LELE, FRAWLEY e RANADE, 2005).

Os marmas são medidos em dedos (de acordo com a largura do

paciente). São em número de 107 e são classificados em seis categorias

(RASMUSSON, 2008).

2.2.4 Os cinco elementos na Medicina Ayurveda

O homem, como microcosmo da natureza, possui os cinco elementos

básicos em sua constituição. De acordo com os ensinamentos védicos, a

consciência é energia manifestada dentro dos cinco elementos básicos: éter,

ar, fogo, água e terra, que se manifestam no corpo humano como três

princípios básicos, ou humores, conhecidos na Tradição em questão por

tridosha e definidos como vata dosha (éter+ar), o ar corporal; pitta dosha

(fogo+água), o fogo corporal; e kapha dosha (terra+água), a água corporal

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(CHOPRA, 2003). Essas bioenergias governam todas as funções biológicas,

psicoemocionais e fisiopatológicas do corpo, bem como a criação, manutenção

e destruição do tecido corporal e a eliminação de resíduos. São também

responsáveis pelo surgimento dos anseios naturais, das preferências

individuais, dos fenômenos psicológicos e das emoções (LAD, 2007).

A combinação dos elementos que governam as contínuas mudanças

fisiológicas do corpo altera-se, em resposta às mudanças do ambiente, pois por

toda a vida há uma incessante interação entre os ambientes externo (forças

cósmicas - macrocosmo) e interno (forças interiores - microcosmos) (VERMA,

2003).

Os três humores existem em todas as pessoas. É a mistura dos três

determina a individualidade.

Os cinco elementos se distribuem pelos chakras, centros energéticos

encontrados no corpo.

2.2.5 Teoria dos Chakras

Na Tradição Hindu encontra-se o sistema de chakras, também chamados

de centros psíquicos, o qual, conforme Johari (1987) constitui-se de vórtices

energéticos localizados em partes específicas do corpo e através dos quais a

energia se move produzindo diferentes estados psíquicos, movimento este

produzido, segundo a ciência biológica, por alterações químicas originadas nas

glândulas endócrinas, estando, portanto, a elas associado.

Motoyama (2000) explica que a palavra chakra significa roda e que os

chakras são centros especializados de energia situados ao longo do nosso

corpo, sendo através deles que o prana é absorvido e distribuído por nossas

células, órgãos e tecidos do corpo. Todavia, o fluxo desta energia sutil ao longo

dos nossos chakras é fortemente influenciado pela estrutura de nossa

personalidade e por nossas emoções.

Cada grande chakra está associado a um grande plexo nervoso, a uma

glândula endócrina e a um elemento. Os grandes chakras estão situados numa

linha vertical que sobe da base da espinha até a cabeça (CREA, 1992). A

linguagem dos chakras vale-se do símbolo para designar diferentes estados

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mentais, emoções, glândulas endócrinas, órgãos, cores, formas geométricas,

animais, sons, etc (GOVINDA, 1996).

Segundo Sharamon e Baginski (2006), os sete chakras principais são

denominados: Muladhara (relacionado ao elemento terra), Swadhisthana

(relacionado ao elemento água), Manipura (relacionado ao elemento fogo),

Anahata ( relacionado ao elemento ar), Vishuddha (relacionado ao elemento éter),

Ajna e Sahasrara.

Figura 04 – Os chakras e sua localização. Fonte: SHARAMON e BAGINSKI (2005, p. 10).

2.3 SIMBOLISMO

A Medicinha Tradicional Chinesa e a Ayurveda são essencialmente

simbólicas e possuem muitas semelhanças entre si no que diz respeito ao

Sahasrara Ajna Vishudda Anahata Manipura Swadhisthana

Muladhara

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entendimento do ser humano, entretanto, não se deve perder de vista seu

condicionamento individual ou negligenciar a realidade complexa deste

homem.

Por meio dos significados arquetípicos dos elementos que compõem

estas medicinas, verifica-se que o símbolo liga o universal e o individual. Seu

entendimento pode gerar uma maior compreensão psíquica do indivíduo e

oferecer novas direções ao indivíduo doente.

Dentro do sistema da psicologia analítica, temos o conceito de energia

psíquica, energia vital que corresponde à libido de Freud, porém com algumas

diferenças. A energia vital, do ponto de vista freudiano, aparece de várias

formas e em várias situações, mas a natureza dos fenômenos é sempre

sexual. Para Jung, a dinâmica sexual é apenas uma das instâncias particulares

da totalidade da psique (GRINBERG, 1997).

A psique tem sua energia manifestada de várias formas, em diversas

situações, podendo desencadear ou ser conseqüência de inúmeros processos.

Capra (2006) explica a concepção junguiana de psique como um sistema

dinâmico auto-regulador caracterizado por flutuações entre pólos opostos.

A psique se divide em três níveis: a consciência, o inconsciente pessoal

e o inconsciente coletivo (GRINBERG, 1997). A consciência está em constante

desenvolvimento, não é fixa ou imutável, é a única parte da mente conhecida

diretamente pelo indivíduo (HALL; NORDBY, 2005). O inconsciente pessoal é

composto por conteúdos sem carga energética suficiente para atingir a

consciência, acontecimentos ocorridos durante a vida que foram esquecidos,

as recordações e os complexos (SILVEIRA, 1997). Já o inconsciente coletivo,

diferentemente do pessoal, não depende da experiência pessoal para existir.

Ele é constituído de padrões universais e idéias criadoras que nunca foram

conscientes (JUNG, 1998), são conteúdos comuns a todos os homens e

transmitidos por hereditariedade (SILVEIRA, 1997). Aos conteúdos do

inconsciente coletivo, Jung deu o nome de arquétipos, todos os instintos e

formas básicas de pensamento e sentimento, tudo aquilo que consideramos

como universal e que pertence ao senso comum (GRINBERG, 1997). O

arquétipo, que transcende a consciência, suscitaria tanto imagens semelhantes

como reações instintivas e corporais semelhantes. (KAST, 1997)

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Jung ressalta a necessidade da “vida simbólica”, que faz com que o

homem entre em contato com a sua necessidade de espírito.

2.3.1 O símbolo e sua função

Jung diz que os símbolos, que podem emergir através de imagens e

fantasias, funcionam como transformadores de energia, sendo utilizados para o

auxílio do desenvolvimento da psique (GRINBERG, 1997).

Os conteúdos arquetípicos manifestam-se através dos símbolos. Capra

(2003) afirma que a utilização do símbolo apropriado eleva conflitos e

resistências do inconsciente para o consciente favorecendo seu

desenvolvimento para encontrar dissolução. Logo, eles atuam como uma ponte

de acesso ao nosso inconsciente.

A interpretação do símbolo pode ser feita no âmbito pessoal ou coletivo

ou pode se distinguir nas esferas pessoal e transpessoal (KAST, 1997). Isso

ocorre, pois o símbolo apresenta uma vasta gama de compreensões e

dimensões (NASSER, 2003). Contudo, o significado simbólico é próprio de

cada pessoa e específico do momento que ela esta vivendo (GRINBERG,

1997).

Silveira (1997) postula que o símbolo é a tentativa do encontro entre

opostos movida pela tendência inconsciente à totalização, por isso tem uma

função mediadora, o que corrobora com a idéia de separação e união citadas

por Chevalier e Gheerbrant (2007) que afirmam que ele é utilizado como

equilibrador de contrários, vencedor de oposições, é um convite à

transformação de significados, unindo o que está separado. Assim, o símbolo

promove um aprendizado do indivíduo sobre si mesmo e suas relações no

mundo.

Campiglia (2004, p. 6) ressalta que

No universo simbólico, o indivíduo não só entende a doença como símbolo, mas também seu tratamento. São caminhos nos quais a pessoa aprende mais sobre si mesma e sobre as relações do mundo interno com o externo. (CAMPIGLIA, 2004, p. 6)

A partir do entendimento da doença como símbolo,

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um sintoma pode ter muitos níveis de significados. Ao se adentrar nas profundezas do sintoma e seguir sua natureza simbólica, o indivíduo é guiado para a camada arquetípica da psique, onde transformações e renovações são possíveis (ROTHENBERG, 2004, p. 20).

Segundo Edinger (1972), um sintoma pode ser transformado em símbolo

através da consciência de seus fundamentos arquetípicos. Estes conteúdos

podem vir à consciência através dos mitos (além de sonhos e contos de fada).

A integração dos valores simbólicos através desta produção do inconsciente

favorece o desenvolvimento harmonioso da pessoa e a individuação

(CHEVALIER; GHEERBRANT, 2007), pois como afirma Hollis (1997), o mito

nos vincula mais profundamente à nossa natureza, desempenhando, devido ao

seu valor simbólico, uma função mediadora.

Uma doença pode ter uma intenção, ela vem mostrar algo ou transmitir

alguma informação. Para Ramos (2006), a doença tem uma finalidade, um

significado. Em alguns casos, este significado é um símbolo. A melhora geral

no quadro de saúde de um indivíduo ocorre pela compreensão e integração

deste símbolo à consciência. A integração se dá quando é reconhecida a

presença simultânea de forças opostas em todo ser.

Logo, saúde e doença são aspectos do mesmo processo, partes

extremas de um único todo (CAPRA, 2003). Uma vez que todos os opostos são

interdependentes, seu conflito jamais pode resultar na vitória integral de um

dos lados; em vez disso, será sempre uma manifestação da interação entre

eles (CAPRA, 2006), ou seja, é mister a existência de um equilíbrio dinâmico

no que se refere aos processos vividos por cada indivíduo.

Segundo Wedekin (2008), supõe-se que os elementos e suas

qualidades simbólicas tenham funções específicas no processo terapêutico .

O símbolo arquetípico dos elementos pode ser o catalisador desta

integração, pois através dele, alcança-se uma dimensão mais ampla e um

significado simbólico para o sintoma individual (ROTHENBERG, 2004). Isto dá

sentido ao sofrimento, evoca uma compreensão da doença e pode fazer desta,

uma ocasião de transformação e renovação de condições desfavoráveis. O

problema externo pode ainda existir, mas ele é agora compreendido de uma

outra forma, o que pode fazer uma enorme diferença (FURTH, 2004, 44).

Na visão cosmológica que embasa a Medicina Chinesa, o universo

se constitui de cinco elementos: água, terra, fogo, madeira e metal, que

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agrupam características em torno de si e as relacionam, uma vez que cada

elemento depende do outro para sua criação e controle (CAMPIGLIA, 2004).

Os chakras, através de padrões de infratividade ou sobreatividade também

possuem polaridades e elementos correspondentes que interagem entre si

para manter a saúde (CREA, 1992), uma vez que a estase em apenas um pólo

é o que traz o desequilíbrio/doença/desintegração.

2.4 OS ELEMENTOS E SEU SIMBOLISMO

Ao longo da história podemos distinguir interpretações que diferem entre

si pelos filósofos, religiões e lugares.

Na filosofia chinesa encontramos os cinco elementos: água, fogo,

madeira, metal e terra. Aristóteles acreditava que toda matéria seria composta

por quatro elementos: terra, água, fogo e ar (GLEISER, 1997), assim como na

Grécia Antiga, onde tais elementos se transformavam e evoluíam a partir das

combinações.

Bachelard (1999) explicou de que maneira os elementos foram

relacionados aos fluidos do corpo humano, os quais originaram os quatro

temperamentos: colérico, sangüíneo, fleumático e melancólico, que atualmente

faz parte da filosofia antroposófica.

A filosofia hindu compreende como quinto elemento o éter, do mesmo

modo como no Tibete e também em algumas referências gregas.

Na alquimia ocidental, alguns processos da obra alquímica

correspondem aos quatro elementos: a calcinatio pertence ao elemento fogo, a

solutio pertence à água, a coagulatio ao elemento terra e a sublimatio ao

elemento ar (Edinger 1990).

Jung associou as etapas do processo alquimíco com as etapas do

processo de individuação, definido como o “processo de diferenciação

psicológica que tem como finalidade o desenvolvimento da personalidade

individual” (SHARP, 1993). A alquimia é a arte da transmutação dos metais

com vistas à obtenção do ouro. O ouro, dizem os textos védicos, é a

imortalidade. E é essa justamente a tendência da transmutação real: a da

individualidade humana (CHEVALIER e GHEERBRANT, 2007). Na alquimia

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oriental, a “matéria-prima” é o próprio alquimista; na alquimia taoísta o indivíduo

é transformado através da meditação; na Índia a alquimia é entremeada à

hatha yoga, ao tantra e ao xamanismo (MINDELL, 1991, p. 126).

Os elementos possuem inúmeras possibilidades de leitura, a seguir

descreveremos algumas delas.

2.4.1 Terra

Figura 05 – Caractere chinês de Terra: tu. Fonte: HICKS e MOLE (2007, p. 119).

O caractere chinês do elemento Terra é tu. Sua composição simboliza o

solo representado pela primeira linha horizontal, subsolo pela segunda linha

horizontal e tudo o que é produzido na terra pela linha vertical, que também

simboliza as qualidades de nutrição e estabilidade deste elemento (HICK

MOLE, 2007).

A terra, segundo Campiglia (2004), é receptiva, aquela que dá forma, é

imóvel na maior parte do tempo, simbolizando a estabilidade, porém seu

movimento máximo, o terremoto, provoca completa destruição. Chevalier e

Gheerbrant (2007) afirmam que é símbolo de fecundidade e regeneração,

nutrição, vida e morte. Edinger (1991) associa este elemento à etapa alquímica

coagulatio, que corresponde à fixação, concretização, dar corpo a algo, tornar-

se ligado a um ego. Para Arroyo (1991), representa o mundo material, a

realidade do aqui-e-agora, a palpabilidade, os sentidos físicos, se

assemelhando a Burger (2007) que vê este elemento como símbolo de

materialização.

Para Vacchiano (2000), Maciocia (1996) e Yamamoto (1998), o

elemento Terra, na Medicina Tradicional Chinesa, corresponde ao órgão Baço-

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Pâncreas, responsável pelos tecidos conjuntivos, coordena o transporte e a

transformação dos alimentos, se exterioriza na boca e se manifesta nos lábios.

Requena (1990) afirma que o elemento Terra é ligado ao Estômago, sua

cor é o amarelo, o sabor correspondente é o adocicado, a estação é o verão

tardio, seu clima é úmido, sua substância de excreção é a saliva e seu

processo é a transformação. Segundo Hicks e Mole (2000), seu sentido é o

paladar e seu som é o canto, seu odor é perfumado e seu resíduo é a gordura.

Segundo Ross (2003), a preocupação, a reflexão e o cuidado com os

outros constitui a principal função deste elemento.

O aspecto mental e espiritual deste elemento é o Yi, que significa

raciocínio, intenção. Ele é responsável pelas opiniões, pensamentos,

capacidade lógica e aprendizado (CAMPIGLIA, 2004; HICKS E MOLE, 2007).

Na Medicina Ayurveda, o elemento Terra é associado à cor vermelha, ao

sentido do olfato, aos ossos, coluna, dentes, unhas, sangue, intestino grosso e

à glândula supra-renal (OZANIEC, 1995; WILLS, 1993). Suas funções

fisiológicas são a excreção, a reprodução e a imunidade (GERBER, 2000).

Este elemento, como afirma Sharamon e Baginski (2006) e Crea (1992),

corresponde ao chakra Muladhara, responsável pelo instinto de sobrevivência,

imunidade, segurança, vontade para ser, relacionamento com o mundo

material, estabilidade, persistência e confiança.

2.4.2 Água

Figura 06 – Caractere chinês de Água: shui. Fonte: HICKS e MOLE (2007, p. 172)

O caractere chinês shui sugere um rio, representado pelo eixo central,

margeado por redemoinhos, que representam a diferenciação do fluxo de qi.

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A água pode ser provedora de vida, fonte de alimentos ou pode provocar

a destruição e a morte, ela pode ser calma, rasa, límpida e pura ou agitada,

profunda e poluída. Como afirma Miranda (2004), quem proclama que a água é

fonte de vida, deve mencionar que a mesma também é fonte de morte.

Chevalier e Gheerbrant (2007) acrescentam que a água é símbolo de

movimento, ela acha seu caminho entre os obstáculos sem parar ou contestar,

simboliza a purificação e regeneração. Para os hindus, tudo era água.

Postulam ainda que a água também é símbolo de purificação, retorno às

origens, regeneração (restabelece o ser num estado novo), é um elemento

feminino que, no entanto, contém em si planos opostos.

Segundo Cavalcanti (1998), a Água é o reservatório de toda a pulsão de

vida, a noção da água como fonte primordial da vida é considerada universal.

Já Burger (2007) diz que este elemento é essencialmente sentimental.

Jung (1964) associa a água ao inconsciente à profundidade. A etapa

alquímica correspondente a este elemento é a solutio, que denota a

capacidade de derreter-se, modificar-se, dissolver um problema e renascer

rejuvenescido (EDINGER, 1991).

Com base na Medicina Tradicional Chinesa, a água é um elemento yin,

que se associa ao órgão Rim, que é a raiz da vida por armazenar o Jing. O Rim

produz os ossos, a medula, o cérebro e os dentes. Ele se manifesta nos

cabelos e se exterioriza nos ouvidos. Se relaciona também à região lombar e

ao aparelho reprodutor (MACIOCIA, 1996; VACCHIANO, 2000; PÉREZ, 2007).

Segundo Requena (1990), e Yamamoto (1998), a víscera relacionada a

este elemento é a Bexiga, a cor é o preto ou azul (HICKS e MOLE, 2007), o

sabor correspondente é o salgado, sua estação é o inverno e o clima é o frio.

A substância de excreção do elemento Água é a urina, seu processo é o

de armazenamento, o sentido associado é a audição. Seu som é o gemido, seu

odor é o pútrido e seu resíduo são os dentes (HICKS e MOLE, 2007).

Ross (2003) afirma que a emoção da água é o medo e a angústia. Sua

alma é o Zhi, que se traduz como força de vontade, impulso, motivação e inclui

objetivo, intensidade, energia investida em algum projeto, é o poder de

adaptação e transformação adequado à realidade de cada pessoa

(CAMPIGLIA, 2004).

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Na Medicina Ayurveda, o elemento Água é relacionado à cor laranja, ao

paladar, aos órgãos rim e bexiga, à região da bacia, à linfa, ao sangue, sucos

gástricos, ovários e próstata (SHARAMON e BAGINSKI, 1988). É o elemento

do chakra Svadhisthana, centro responsável pela relação com o prazer, com o

outro, relações de dependência, criatividade, entusiasmo, sexualidade e medos

em geral (CREA, 1992; GERBER, 2000).

2.4.3 Fogo

Figura 07 – Caractere chinês de Fogo: huo. Fonte: HICKS e MOLE (2007, p. 88).

O caractere chinês do elemento Fogo é o huo, reprodução simples de

uma lareira, com as chamas expandindo, representando a fonte de calor

utilizada pelo ser humano.

Chevalier e Gheerbrant (2007) afirmam que o Fogo é purificador,

regenerador, representando a morte e o renascimento. Ele obscurece, sufoca,

queima, destrói e é associado ao amor e à paixão.

Jung (1998) relaciona o fogo à consciência, e Bachelard (1990) comenta

que quem traz o fogo, traz a luz à consciência.

Edinger (1972) diz que a etapa alquímica correspondente a este

elemento é a calcinatio, relacionado ao cumprimento dos desejos, retirada de

impurezas, reavaliação de valores. Fogo é ação (BURGER, 2007).

Wedekin (2008) ressalta o caráter paradoxal e a dupla significação do

elemento Fogo, que esquenta e queima, clareia e destrói. Ao mesmo tempo é

considerado sagrado (Encyclipedie, 1996) e entusiástico, excitante (ARROYO,

1991).

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Com base na Medicina Tradicional Chinesa, este elemento corresponde

ao Coração que, segundo Hicks e Mole (2007, p. 99) “é importante porque

governa todos os outros órgãos. (...) Se o imperador está centrado e bem os

oficiais podem cumprir seus trabalhos.”. Governa os vasos e o sangue. Abre-se

na língua e se manifesta na tez facial, no brilho dos olhos (MACIOCIA, 1996).

A víscera relacionada a tal elemento é o Intestino Delgado, contribui

para o discernimento do indivíduo. Além deste, Pericáridio e Triplo Aquecedor

são estruturas pertencentes ao sistema que compreende este elemento de

modo que o primeiro envolve o Coração com a função de protegê-lo e o outro é

formado, por três regiões: tórax, abdome e região pélvica, responsáveis pela

ativação de todas as funções fisiológicas (TIAN, 1993)

O Fogo está ligado à cor vermelha, ao sabor amargo, ao verão e ao

calor (PÉREZ, 2007). Sua substância de excreção é o suor, seu processo é o

crescimento, seu sentido é o paladar o som associado é o riso e o odor

correspondente é o queimado (REQUENA, 1990).

A emoção do Fogo é a alegria e seu espírito é o Shen, que significa

mente, espírito, consciência. Ele promove o brilho dos olhos, a alegria de viver,

a prontidão da mente que permite a vitalidade corporal para experimentar o

mundo. Ele é supervisor dos outros espíritos, assim, para que eles realizem

seus papéis, é necessário que o Shen esteja saudável (CAMPIGLIA, 2004;

HICKS e MOLE, 2007).

Para a Medicina Ayurveda o Fogo se relaciona ao sistema digestivo, aos

órgãos fígado, baço, pâncreas, estômago, vesícula biliar. Sua cor é o amarelo

seu sentido é a visão (GERBER, 2000).

O Fogo é o elemento correspondente ao chakra Manipura, que trata do

desenvolvimento da personalidade, compreensão de sentimentos, auto-estima,

relação consigo mesmo, responsabilidade, influência e poder (SHARAMON e

BAGINSKI, 1988; CREA, 1992).

2.4.4 Metal

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41

Figura 08 – Caractere chinês de Metal – jin. Fonte: CHUEN (2000, p. 125).

O caractere chinês deste elemento - jin - inclui o caractere da terra, pois

o metal se encontra profundamente dentro dela, as duas linhas inferiores

representam o ouro enterrado na terra.

Chevalier e Gheerbrant (2007) ressaltam o caráter transformador deste

elemento. E, assim como os outros elementos, ele possui um aspecto dual: de

um lado a purificação e de outro o elemento pesado, impuro.

Seu caráter subterrâneo conota uma sublimação de desejos, operando

uma transformação de vil metal em ouro puro. Ele representa a solidez, a fusão

de opostos que gera um terceiro, sendo assim, considerado um acumulador de

energia (CAMPIGLIA, 2004).

A Medicina Tradicional Chinesa associa o Metal ao órgão Pulmão e à

víscera Intestino Grosso. O primeiro controla a respiração, a circulação

energética, a descida e a eliminação do qi. Manifesta-se na pele e exterioriza-

se no nariz.

A cor deste elemento é o branco, seu sabor é o picante, sua estação é o

outono e o clima associado é a secura. Sua substância excretora é o muco,

seu processo é o declínio (pois direciona o fluxo de qi e de líquidos orgânicos,

permitindo que cheguem até o Rim). O sentido relacionado ao Metal é o olfato,

sua expressão é o suspiro/choro, seu odor é putrefato e sua manifestação são

os pêlos (REQUENA, 1990; PÉREZ, 2007).

A emoção do elemento Metal é a tristeza, o pesar. E seu espírito é o Po

ou Alma Corporal, que está relacionado aos reflexos, aos sentidos e aos

instintos. É responsável por atos impulsivos, reações de luta e fuga, dá ao

corpo coordenação motora, equilíbrio e agilidade física (CAMPIGLIA, 2004).

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2.4.5 Madeira

Figura 09 – Caractere chinês de Madeira: um. Fonte: HICKS e MOLE (2007, p. 59).

O elemento Madeira tem em seu caractere - mu - a representação de

uma árvore, com seu tronco, raiz e ramos (HICKS e MOLE, 2007).

Chevalier e Gheerbrant (2007) dizem que a Madeira é matéria prima,

símbolo de sabedoria, ascensão. Faz a ligação entre o inferior e o superior,

entre o céu e a terra, representa a fertilidade, o crescimento, evoca objetivo e

dá direção.

Segundo Ross (2003) é também associada à flexibilidade.

Campiglia (2004) a associa à imortalidade, devido à árvore da vida,

quem comer do seu fruto, torna-se imortal, além de nascer e morrer inúmeras

vezes, permanecendo, entretanto, imortal.

Na Medicina Tradicional Chinesa o elemento Madeira é ligado ao órgão

Fígado, que controla a expressão dos sentimentos, regula a digestão e permite

o livre fluxo de qi. Este órgão manifesta-se nas unhas e abre-se nos olhos,

além de relacionar-se com os músculos e tendões irrigando-os de maneira

adequada para possibilitar a execução das atividades humanas (MACIOCIA,

1996).

A víscera que corresponde a este elemento é a Vesícula Biliar,

responsável pelas escolhas e tomada de decisões. (VACCHIANO, 2000)

A Madeira pertence à primavera e sua cor é o verde. O sabor

correspondente é o azedo, o clima é o vento, a substância de excreção é a

lágrima, logo, o sentido relacionado é a visão, seu som é o grito, seu odor é o

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rançoso, seu resíduo são as unhas e seu processo, o crescimento (HICKS e

MOLE, 2007).

A emoção da Madeira é a raiva e a alma relacionada ao elemento em

questão é o hun, que tem como características o movimento e a ação. Como

se armazena no Fígado, associa-se ao fluxo livre de energia e é responsável

pelo relacionamento do homem com o mundo, pela projeção de seus

pensamentos, pela comunicação, pela boa capacidade de planejamento e de

dar sentido à vida (CAMPIGLIA, 2004).

2.4.6 Ar

O elemento Ar é leve, suave, sempre presente (NASSER, 2003). Para

Chevalier e Gheerbrant (2007), ele é um símbolo de espiritualização, pois é ele

que dá vida aos seres – sopro de vida. Representa o elemento sutil

intermediário entre o céu e a terra, sendo associado à expansão, à liberdade.

Segundo Bachelard (1990), o ar é a lembrança do vôo no indivíduo, sua

permanência faz o homem ir além de si mesmo para estar mais perto de quem

ele realmente é.

Wedekin (2008) afirma que o ar é de essência masculina, imprime um

caráter de ligeireza e inteligência ativa, enquanto Arroyo (1991) associa este

elemento ao movimento, ao plano mental e Burger (2007) remete o elemento

aos pensamentos e idéias.

A etapa alquímica correspondente ao elemento Ar é a sublimatio,

caracterizada pela ascensão, o que vem ao encontro de Nasser (2003) que

afirma que o Ar é elemento de vida e da vida, pois, quando se voa, busca -se

mais, desenvolvendo, assim, alma e espírito.

Na Medicina Ayurveda, o Ar é representado pela cor verde e

corresponde ao chakra Ajna, responsável pelo sentido do tato, associado ao

coração, à glândula pituitária e ao timo (WILLS, 1992).

Sharamon e Baginski (1988) afirmam que o centro energético do

elemento ar também relaciona-se com o tórax, pulmões, circulação sanguínea

e a pele. Page (2001) e Gerber (2000) afirmam que ele tem relação com a

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compaixão, altruísmo, imunidade, questões amorosas, depressão, solidão,

perdão, alegria e mágoa.

2.4.7 Éter

Segundo Luft (1992), o éter é a substância que se supunha ocupar todo

espaço, se trata da atmosfera, do espaço celeste.

O éter, na Medicina Ayurveda, é o espaço onde a energia flui livremente

sem obstrução (BURGER, 2007), é o espaço que dá origem à manifestação.

O éter se relaciona à cor azul, ao sentido da audição, à garganta, ao

ouvido e à voz (LELE, FRAWLEY e RANADE, 2005).

Os espaços na boca, nariz, trato gastrintestinal, trato respiratório,

abdômen, tórax, tireóide, capilares, linfáticos, tecidos e células são associados

a este elemento (SHARAMON e BAGINSKI, 2005).

O elemento éter é relacionado ao chakra Vishuddha, relacionado ao uso

correto da vontade, à comunicação, à auto-expressão, a expressar a própria

verdade, autodisciplina, aos relacionamentos com nossas verdades pessoais, à

independência, à inspiração e ao acesso aos níveis mais sutis do ser

(GERBER, 2000).

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3. METODOLOGIA

Esse trabalho desenvolveu-se através de uma apurada e minuciosa

revisão bibliográfica baseada na pesquisa de livros e artigos encontrados em

internet que deram subsídios para os conceitos aqui apresentados.

Trata-se de uma dissertação expositiva de caráter qualitativo, cuja

principal característica de pesquisa é a análise e interpretação de aspectos

mais profundos, descrevendo a complexidade do tema em questão. Segundo

Marconi; Lakatos (2005), a dissertação expositiva reúne e relaciona material

obtido de diferentes fontes, expondo o assunto com fidedignidade e

demonstrando habilidade não só de levantamento, mas também de

organização.

No que se refere à base lógica da investigação, a indução será utilizada

para a análise dos dados, pois inexistindo hipóteses a serem comprovadas, o

empreendimento teórico proposto se dará mediante a construção gradativa das

análises.

Foram utilizados bases de dados (SCIELO), livros, monografias e teses

para localização e revisão deste assunto, propiciando o conhecimento das

características do referido tema.

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4. CONCLUSÃO

O presente estudo teve como propósito apresentar as Medicinas

Tradcionais Chinesa e Ayurveda, suas diferenças e semelhanças. Deve-se

tomar cuidado ao fazer analogias entre dois sistemas de saúde tradicionais ,

pois estes são produtos de sua história e existem dentro de um contexto sócio-

ambiental. As interpretações realizadas aqui, não são absolutas ou finais, uma

vez que o elemento é um símbolo que pode reunir várias interpretações e

diferentes significados.

Com base na pesquisa realizada, nota-se algumas divergências e

paridades com relação aos conceitos elucidados.

Entre as semelhanças, observou-se que a energia fundamental,

primordial destas duas medicinas tem apenas uma nomenclatura diferente,

bem como suas polaridades, uma vez que o prana, no estado não manifesto, é

a energia da consciência (purusha-shakti); na forma manifesta, é a energia da

criação (prakrutishakti), tendo semelhança com o conceito chinês yin-yang.

Além do qi/prana, os marmas e acupontos apresentam pouca ou

nenhuma diferença, pois ambos são pontos de alta concentração energética

localizados no corpo, utilizados para tratamento direto de distúrbios e

desequilíbrios, diferindo apenas quanto a número e localização.

Quanto aos canais energéticos, os meridianos chineses são ligados

diretamente ao órgão correspondente e os nadis, distintamente, ligam-se aos

chakras.

Com relação aos elementos, eles diferem bastante entre si. O elemento

Terra na Medicina Tradicional Chinesa possui características diferentes na

Medicina Ayurveda, assim como o elemento Fogo. O elemento Água é o único

que possui semelhanças: seus órgãos correspondentes são rim e bexiga e sua

emoção é o medo. Os elementos Metal e Madeira não fazem parte dos

elementos que constituem a Medicina Ayurveda, que tem como quarto e quinto

elementos Ar e Éter.

Pode-se perceber que a teria dos cinco elementos indianos (teoria dos

chakras) possui maior compatibilidade com a teoria dos zang-fu. Por exemplo,

estômago e baço-pâncreas são órgãos responsáveis pela digestão e

processamento dos alimentos nas duas medicinas, além de terem a cor

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amarela como cor característica, assim como o coração, que é responsável

pela alegria de viver dentro da concepção destes dois métodos tradicionais, e

os órgãos rim e bexiga que, como já foi dito, são representados pelo mesmo

elemento.

O estudo de duas medicinas tradicionais tão complexas é infinito,

portanto, sua continuidade se mostra necessária para que os conceitos aqui

explanados sejam aprofundados e reformados de modo a construir bases

sólidas sobre o assunto e então, servir como benefício ao tratamento e

diagnóstico do paciente.

O simbolismo presente principalmente nos elementos das Medicinas

Ayurveda e Chinesa podem e devem ser utilizados para ampliar as

possibilidades do tratamento e compreender melhor o ser humano, sem perder

de vista seu condicionamento individual ou negligenciar a realidade complexa

deste indivíduo, o símbolo liga o universal ao individual.

O símbolo é uma comunicação direta com o ser. “Seria dizer pouco que

vivemos num mundo de símbolos – um mundo de símbolos vive em nós”

(CHEVALIER; GHEERBRANT, 2007, p.XII).

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