CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO
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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
SANTO AMARO
FLÁVIO BATISTA DOS SANTOS SÉRGIO PERIN
COMPETÊNCIA - UM FAZER OBSERVÁVEL
SÃO PAULO
2017
FLÁVIO BATISTA DOS SANTOS SÉRGIO PERIN
COMPETÊNCIA - UM FAZER OBSERVÁVEL
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao Centro Universitário
Senac – Santo Amaro, como exigência
parcial para a obtenção do grau de
Especialista em Docência para a
Educação Profissional.
Orientador(a): Profª. Ms. Maria Elizabet
Lautert de Souza
SÃO PAULO
2017
FLÁVIO BATISTA DOS SANTOS SÉRGIO PERIN
COMPETÊNCIA - UM FAZER OBSERVÁVEL
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Centro Universitário Senac – Santo Amaro, como
exigência parcial para a obtenção do grau de
Especialista em Docência para a Educação
Profissional.
A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão, em sessão pública realizada em
________/_______/_______, considerou o (a) candidato (a): __________________
1) Examinador(a)
2) Examinador(a)
3) Presidente
RESUMO
Este é o resultado do que foi desenvolvido no curso de pós-graduação em docência
para a Educação Profissional, oferecido pelo Senac aos seus docentes, no formato
EAD, e ministrado pelo Senac Santo Amaro. O Senac em sua busca constante pela
excelência, alinhado às diversas necessidades do mercado de trabalho, implanta uma
metodologia de desenvolvimento de competências em âmbito nacional, visando a
capacitação de docentes e o nivelamento da qualidade de ensino, em que se
destacam o planejamento docente, a elaboração de situações de aprendizagem, os
setes (7) passos metodológicos e a avaliação da aprendizagem. Enfatizando nesse
contexto a criação de laboratórios práticos, os quais facilitaram o desenvolvimento de
competências profissionais essenciais para o exercício do papel docente. Os alunos
tiveram destaque especial em todos os momentos, tornando-os protagonistas no
processo de aprender. A tríplice Ação-Reflexão-Ação, foi uma estratégia modificadora
no processo de ensinar e avaliar o aprendizado dos discentes, culminando em
profissionais com domínio técnico-científico, visão crítica, atitude empreendedora,
sustentável e colaborativa, sempre com foco em resultados, demonstrando um fazer
que atende e supera as necessidades profissionais, imprimindo sem sombra de
dúvidas, as marcas formativas da instituição Senac.
Palavras-chave: Metodologia, Competências, Planejamento, Aprendizagem,
Laboratório.
ABSTRACT
This is the result of what was developed in the postgraduate course in teaching for
Professional Education, offered by Senac to its teachers, in the format EAD, and taught
by Senac Santo Amaro. Senac, in its constant search for excellence, aligned with the
diverse needs of the labor market, implements a methodology for the development of
competences at a national level, aiming at teacher qualification and the leveling of
teaching quality, in which the teaching, the development of learning situations, the
seven (7) methodological steps and the evaluation of learning. Emphasizing in this
context the creation of practical laboratories, which facilitated the development of
professional skills essential for the exercise of the teaching role. The students had
special highlight at all times, making them protagonists in the learning process. The
triple action-reflexion-action was a modifying strategy in the process of teaching and
evaluating students' learning, commencing in professionals with a high level of
technical-scientific domain, critical vision, entrepreneurial attitude, sustainable and
collaborative, always focusing on results, demonstrating a job that meets and
surpasses the professional needs, impressing without a doubt, the formative marks of
the Senac institution.
Key words: methodology, competency, planning, learning, laboratory.
Sumário
Introdução ................................................................................................................... 8
Capítulo 1 – Competência – um fazer observável ................................................ 10
1.1 Aprendizagem significativa e sua importância .................................................. 11
1.2 O ciclo de “Ação – Reflexão – Ação” ................................................................ 12
1.3 Os 7 passos metodológicos de desenvolvimento de competências .................. 13
Capítulo 2 – Laboratórios ....................................................................................... 17
2.1 Laboratório I ..................................................................................................... 17
2.2 Laboratório II .................................................................................................... 19
2.3 Laboratório III ................................................................................................... 24
Capítulo 3 – Situação de aprendizagem ideal ....................................................... 28
3.1 Justificativas da proposta ................................................................................. 28
3.2 Defesa da Situação de Aprendizagem Ideal .................................................... 29
Considerações finais ................................................................................................. 31
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33
INTRODUÇÃO
O SENAC
O Senac/RO mantém centros de educação profissional nos municípios de
Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena; e em Porto Velho possui duas unidades: uma unidade
na zona sul e a unidade Esplanada localizada na região central de Porto Velho. Hoje
o Senac/RO desenvolve atividades nos eixos tecnológicos de saúde, ambiente e
segurança, informação e comunicação, produção cultural e design, hospitalidade e
lazer, e também gestão e negócios.
Enquanto agente transformador, o Senac exerce um papel de altíssima
relevância na capacitação de jovens e adultos para o mercado de trabalho, oferecendo
educação de qualidade dentro dos mais altos padrões exigidos. Os cursos técnicos
do Senac fornecem o fazer técnico necessário para a formação de profissionais
capacitados evidenciando as marcas formativas da instituição. Mais do que formar um
profissional capaz de atender às demandas e anseios do comércio, o Senac busca de
forma sucinta acompanhar a realidade da região agregando valor às pessoas que
utilizam os seus serviços.
O DOCENTE
Observa-se que o educador é mais que um professor, é preciso evidenciar
as grandes transformações realizadas no meio em que ele participa, desde o
compartilhamento do conhecimento, que torna possível alterar a vida de um indivíduo
ou mesmo ampliar os horizontes de toda uma sociedade. Compreender a necessidade
de atualizar-se, torna menos árdua a caminhada de um profissional. O docente não
deve estar apenas voltado estritamente para um modelo engessado de educação,
devendo compreender no mínimo, o que tange e se relaciona com o meio social que
interage. Atuando no ensino técnico me foi permitido acompanhar de perto como esse
universo se transforma e o grau de envolvimento necessário que é preciso haver para
que sejamos docentes.
As novas metodologias de ensino permitem que o aluno esteja no foco das
atenções, colocando o docente como gestor de conteúdo e orientador do aprendizado,
com isso o protagonismo se revela no discente, levando-o a multiplicar experiências,
aumentando o interesse e participação do processo de aprender.
Iniciei à docência para o ensino técnico em 2011 na instituição Senai
(Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), na cidade de Porto Velho, onde foram
encontrados diversos desafios devido à pluralidade cultural e econômica dos alunos.
Logo em seguida, ingressei na instituição do Senac, na Escola Esplanada, situada
também na mesma cidade. As barreiras para atuar como docente são muitas, pois
percebia que as necessidades básicas de subsistência dos discentes não eram e, nas
muitas turmas que atendo ainda hoje, não são atendidas, como alimentação no
horário correto, roupas e cuidados com a saúde etc. Ser docente é, a todo o momento,
nos colocar à prova para sentir o que o outro sente, ser sensível o suficiente para
entender os momentos frágeis pelo que o aluno passa. Digo que hoje ao iniciar uma
nova turma, construo uma nova família, e digo isso bem claramente, pois quero que
eles saibam que me importo, que me preocupo e que serei justo com eles, mas
também irei realizar cobranças, irei construir um espaço para que possamos juntos
chegar a um resultado positivo.
DOCÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL - PERSPECTIVAS
O curso em Docência para a Educação Profissional traz para cada aluno
uma estrutura organizada com práticas e instrumentos capazes de elevar o nível dos
treinamentos oferecidos pelo Senac. A metodologia de aplicação e organização do
conhecimento, somado à quebra de velhos hábitos em sala de aula, conduzem a
atuação docente para um novo patamar, mais livre para planejar, mais fácil de
identificar erros com antecedência e alcançar uma avaliação mais precisa, em que
diversos mecanismos e instrumentais podem ser utilizados na abordagem para um
diagnóstico mais próximo da realidade do aluno. Esses conhecimentos aliados a boas
práticas e envolvimento permitirão que tanto o docente quanto o aluno possam se
beneficiar de um ambiente pedagógico mais harmônico.
O TRABALHO DE CONCLUSÃO
O conteúdo desse material permitirá uma visão mais ampla sobre a atuação
docente e a aplicação do novo modelo pedagógico do Senac Nacional, demonstrando
através de relatos e laboratórios como a aprendizagem pode ser estruturada dentro
de passos metodológicos sem engessar a atuação do professor. De forma clara e
objetiva contribuir com o leitor na percepção da importância da criação de uma
situação de aprendizagem capaz de levar o aluno a um aprendizado sólido e
verificável.
O trabalho se desdobra em três capítulos, sendo o primeiro uma
abordagem sobre aprendizagem significativa, avaliação, ação-reflexão-ação, os 7
passos metodológicos, o que é competência, e sua importância na transformação na
vida do discente, tornando-o protagonista no processo de aprender, quebrando
paradigmas e evoluindo de uma educação tradicional para um modelo totalmente
inovador, que permite o crescimento contínuo do aluno, utilizando para isso situações
de aprendizagem e metodologias que favoreçam o desenvolvimento das
competências.
No segundo capítulo são tratados aspectos referentes ao desenvolvimento
de laboratórios práticos que evidenciam a prática docente em sala, a importância de
considerar os conhecimentos trazidos pelos alunos, o planejamento correto, sendo o
aluno o foco no processo de aprender, tirando os holofotes do docente. Dessa maneira
alguns métodos serão evidenciados, e se bem aplicados, permitirão um fazer
verificável, observável e principalmente mensurável.
No terceiro e último capítulo, o tema “Situação de Aprendizagem” é
abordado, deixando claro o que é uma situação de aprendizagem, desde a
necessidade de planejamento e replanejamento. Neste capítulo, o leitor poderá
“perceber” como o docente idealiza e executa de maneiras diferentes, um ambiente
mais produtivo para os alunos.
Irei tratar na monografia especialmente da situação de aprendizagem
(Planeja, desenvolve e implanta sistema on-line de verificação de status de serviço
para empresas prestadoras de serviço em diversos segmentos.), relato e reflexão
crítica aplicada nos Laboratórios do curso ao longo do ano de 2016. A proposta é
apresentar uma situação de aprendizagem ideal, ou seja, que poderá ser
desenvolvida deixando evidente as marcas formativas do Senac, a metodologia de 7
passos e o aprendizado adquirido no livro “Metodologia de Desenvolvimento de
Competências” de José Antonio Küller e Natalia de Fátima Rodrigo.
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Capítulo 1 – Competência – um fazer observável
A educação necessita passar por uma grande mudança na iniciativa de
aprimorar a ação docente. Reformular as atitudes e recriar uma cultura alinhada às
novas e contínuas evoluções pelo qual tem passado a nossa sociedade. Os hábitos e
costumes vão se alterando com o passar do tempo necessitando um olhar mais clínico
frente aos desafios que emergem. O curso de pós-graduação do Senac em
Especialização em Docência para Educação Profissional, nos guia dentro das novas
diretrizes de uma metodologia transformadora, demonstrando que competente é
quem sabe empreender uma busca junto com os outros, aliando o conhecimento de
que necessita, com as formas adequadas de mobilizá-lo. Refletir sobre competências
em contextos escolares significa pensar a construção do conhecimento na relação
entre si mesmo e os outros, na realidade sólida e na abstração mediadora, bem como
na análise de todo um contexto, permitindo uma avaliação de si e dos outros que
interagem. Devemos concordar que a competência é atribuída a um indivíduo, sendo
esse dotado de inteligência e discernimento, não podemos dizer que um computador
é competente por ter executado tal tarefa com exatidão, sabendo que o mesmo foi
programado por um ser humano que teve a competência de escrever diversas linhas
de código na finalidade de obter um resultado, e poderá ter esse mesmo resultado de
diversas formas diferentes utilizando diferentes aplicações.
Na concepção do que é ser competente precisamos observar alguns
fatores que nos permitirão entender melhor o conceito, vamos imaginar a situação
hipotética que você necessite de uma nova camiseta. Vai até uma loja para comprar,
quando chega ao local, a vendedora nem percebe sua presença, demora em atender
e quando atende é ríspida e sugere poucas opções. Acredito que isso será
desmotivador e provavelmente você não irá comprar a roupa. Em uma segunda loja a
vendedora te recebe com um sorriso. Traz uma sacola e fala sobre as novas coleções
que chegaram. Busca algumas peças para que dê uma olhada, cita sobre o tipo do
tecido e as formas de pagamento e tudo isso deixa você à vontade e acaba levando
mais roupas do que pretendia. Podemos de forma simples e direta dizer que a primeira
não foi competente como vendedora, pois não efetuou a venda, já a segunda, além
de efetuar a venda, que era o princípio para a demonstração da competência, imprimiu
as marcas formativas que são exigíveis pelo Senac e principalmente pelo mercado de
trabalho. Ao tratar da competência como um indicador ou fazer observável atribuímos
11
o seu real significado possibilitando o docente ou discente mensurar e validar a prática
de forma qualitativa e quantitativa, sendo a primeira, a melhor forma de avaliação,
visto que a qualidade da execução irá externar os saberes adquiridos pelo discente.
Küller e Rodrigo (2014) defendem que para que consigamos obter
resultados positivos não precisamos nos prender a uma metodologia engessada ou
formas de condução de aulas, porém é necessário criar situações de aprendizagem
que sejam focadas nas atividades dos participantes e não somente na atuação
docente, permitindo o protagonismo do aluno sem, no entanto, excluir a atuação
docente como orientador do processo, aquele que organiza, mobiliza e possibilita que
a prática aconteça. Quando criamos situações de aprendizagem capazes de
evidenciar um fazer no mundo real, estamos concretizando uma competência
baseada em diversas ações e problemáticas que deverão ser respondidas e
solucionadas pelo aluno. Porém, é preciso que a situação permita que ele resolva
esse problema de maneiras diferentes, mesmo que a trajetória não seja a mesma,
mas o resultado final deve ser o mesmo, que é a solidificação do fazer observável.
De acordo com Azevedo e Rowell (2009a), competência é “a capacidade,
desenvolvida pelo sujeito conhecedor, de mobilizar, articular e aplicar
intencionalmente conhecimentos (sensoriais, conceituais), habilidades, atitudes e
valores na solução pertinente, viável e eficaz de situações que se configurem
problemas para ele. ” Já habilidade é “um saber fazer, um conhecimento operacional,
procedimental, uma sequência de modos operatórios, de analogias, de intuições,
induções, deduções, aplicações, transposições. ” Dessa forma, uma mesma
habilidade pode contribuir para o desenvolvimento de várias competências. E, por
outro lado, uma competência pressupõe o desenvolvimento de várias habilidades,
inclusive de habilidades com graus de complexidade diferentes.
1.1 Aprendizagem significativa e sua importância
O aluno traz consigo saberes e conhecimentos tácitos que construiu ao
longo de sua vida e os utiliza em seu cotidiano, muitas vezes de forma automática e
quase imperceptível. No entanto, muitos conhecimentos que absorveu foram
descartados por não ter uma relação direta com os fazeres do dia a dia. Isso se dá
pelo fato da não utilização do conhecimento ou inexistência de ligação das novas
informações com o que ele já tinha.
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Segundo Moreira (199, p.58) "a aprendizagem significativa é um processo
por meio do qual uma nova informação relaciona-se, de maneira substantiva (não
literal) e não arbitrária, a um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do
indivíduo". Em outras palavras, os novos conhecimentos que se adquirem relacionam-
se com o conhecimento prévio que o aluno possui. Aproveitar o que o aluno já sabe
favorece a capitação do significado da situação proposta, fazendo o educando sentir
que faz parte da construção do conhecimento e não está isolado em uma atividade
totalmente nova e sem possibilidade de realização. Quando aliamos o que já sabemos
com novos desafios, sentimos que somos capazes de resolver o problema por já
possuir uma parte do conhecimento necessário. O docente ao elaborar situações de
aprendizagem pode realizar avaliações diagnósticas, a fim de verificar o que os alunos
já sabem e o como poderá aproveitar essas habilidades para desenvolver
competências. Ignorar o conhecimento que o aluno traz consigo pode gerar
frustrações ou desinteresse, visto que muitas das abordagens utilizadas em sala, já
fazem parte das experiencias do aluno e ficará disperso por achar a aula monótona e
sem novidades.
De acordo com Ausubel:
O conhecimento é significativo por definição. É o produto
significativo de um processo psicológico cognitivo (“saber”) que
envolve a interação entre ideias “logicamente” (culturalmente)
significativas, ideias anteriores (“ancoradas”) relevantes da
estrutura cognitiva particular do aprendiz (ou estrutura dos
conhecimentos deste) e o “mecanismo” mental do mesmo para
aprender de forma significativa ou para adquirir e reter
conhecimentos (Ausubel, 2003, folha de rosto).
É importante que o docente verifique e analise como poderá utilizar o que
o aluno conhece, assim tornará evidente a aprendizagem significativa sem correr o
risco de evasões ou ministrar aulas que não consigam despertar o interesse dos
alunos.
1.2 O ciclo de “Ação – Reflexão – Ação”
Compreendo que o ciclo de “Ação – Reflexão – Ação”, citado por Küller e
Rodrigo (2014), é um modelo de aprendizagem que exige muito cuidado e atenção
por parte do docente para que não haja equívoco em sua utilização. Observo que o
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docente, ao elaborar situações de aprendizagem poderá coordenar e mobilizar os
discentes no intuito de guiá-los na direção correta de um fazer observável e válido.
Considero que para obter a tríplice “Ação – Reflexão – Ação” é preciso que
a atividade de aprendizagem seja elaborada de forma precisa e cautelosa, analisando
as diversas variáveis que possam ocorrer. Sendo assim, se o objetivo é criar
primeiramente uma ação, devemos relacionar essa ação com as competências a
serem desenvolvidas, observando quais conhecimentos, habilidades, valores que
nosso aluno detém, sua bagagem trazida e suas expectativas. Para a reflexão
recorremos a estratégias que possibilitem o aluno reavaliar a atividade realizada,
levando-os a melhorias no processo, produto ou serviço. Nesse momento de reflexão
é possível que ele detecte se as melhorias necessárias estão ligadas apenas ao que
está fazendo ou se faz necessária uma avaliação individual ou do grupo envolvido. Já
na última ação os alunos são levados ao pensamento crítico e criativo, refazendo a
prática com a finalidade de atingir as competências necessárias, analisando o que o
mercado exige e sua abordagem técnico-científica.
O mundo do trabalho exige pessoas competentes, e para isso devemos
planejar atividades que permitam uma aproximação do cotidiano profissional com os
fazeres práticos dos alunos, colocando-os frente aos desafios exigidos com foco em
um aprendizado contínuo e flexível.
1.3 Os 7 passos metodológicos de desenvolvimento de competências
Os passos metodológicos para o desenvolvimento de competências
permitem que o docente seja capaz de estabelecer uma organização que torna
evidente sua atuação dentro do processo pedagógico e a importância do aluno como
principal indivíduo atuante. Essa organização não somente é capaz de sugerir meios
em comum para alcançar o desenvolvimento assertivo da competência, ela favorece
que erros possam ser corrigidos, que o aluno seja sempre o centro das atenções e o
docente o mediador do conhecimento, aquele que em conjunto com o aluno
estabelecem critérios qualitativos e quantitativos em prol de um objetivo em comum
que é o desenvolvimento da competência.
Küller e Rodrigo (2014, p. 75) indicam em seu livro 7 (sete) passos
metodológicos fundamentais:
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Para o desenho da metodologia de desenvolvimento de competências, foi considerado o conjunto dos métodos ativos. Analisando a organização estrutural desses métodos e procurando por uma estrutura comum a todos eles, chegou-se a um conjunto de sete passos fundamentais: (1) Contextualização e mobilização; (2) Definição da atividade de aprendizagem; (3) Organização da atividade de aprendizagem; (4) Coordenação e acompanhamento; (5) Análise e avaliação das atividades de aprendizagem; (6) Acesso a outras referências e (7) Síntese e aplicação. (KÜLLER; RODRIGO, 2014, p. 75)
No primeiro passo, que trata de “Contextualização e mobilização”, é
necessário levar o aluno ao entendimento pleno do que se refere à situação de
aprendizagem, clareza dos objetivos e como a situação de aprendizagem se relaciona
com o que já aprendeu ou aprenderá. É necessário nesse momento articular formas
de demonstrar para o aluno a importância da atividade e como ela estabelece um link
direto com o mundo do trabalho. Para isso o docente poderá adotar estratégias
diferenciadas com o intuito de obter à atenção e conquistar o interesse do discente,
indicam Küller e Rodrigo (2014).
Esse passo torna-se muito importante, pois é o momento que o docente
poderá utilizar para sanar dúvidas, ouvir sugestões ou mesmo verificar quais alunos
não se interessaram pela atividade. Pode-se também utilizar mecanismos que
apoderem os alunos da importância da atividade, da necessidade para sua vida
profissional e o quanto isso poderá transforma sua vida.
No segundo passo, que trata de “Definição da atividade de aprendizagem”,
compreendo, com base nos autores, que é o momento de detalhar o máximo do que
é solicitado na atividade de aprendizagem, e como os alunos deverão se organizarem
e se apoderarem do conhecimento. O que esperamos deles na concepção da
realização da tarefa, expor de maneira clara que essa é a primeira ação de um ciclo,
que ainda haverá uma reflexão sobre essa ação e posteriormente outra atividade será
realizada com base na primeira, para que ocorram melhorias, ajustes ou mesmo uma
restruturação da prática. Nesse momento é necessário que o docente quebre
paradigmas e deixe a educação tradicional “aposentada”, pois é o aluno quem deve
ser o ponto chave em evidência. A aula expositiva até poderá ser utilizada, desde que
para direcionar o aluno, para propor maneiras diferentes de abordagem e apresentar
referências diversificadas.
É necessário possibilitar que o discente tenha acesso ao processo de
produção do conhecimento. Assim, o aluno não é só objeto da atividade do professor,
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mas é principalmente sujeito e constitui-se como tal na atividade de
ensino/aprendizagem na medida em que participa ativamente e intencionalmente do
processo de apropriação do saber, superando o modo espontâneo e cotidiano do
conhecer.
No terceiro passo, que trata de “Organização da atividade de
aprendizagem”, ainda de acordo com Küller e Rodrigo (2014), é percebido a
importância que deve ser dada na preparação da atividade, na previsão de momentos
e tarefas, no detalhamento de cada passo a fim de diminuir falhas que possam
contribuir para uma atividade que não possibilite alcançar a competência desejada.
Organizar a atividade exige do docente planejamento e antecipação, e
preferencialmente uma elaboração colaborativa com outros docentes envolvidos no
curso. Dessa maneira mecanismos e instrumentos podem ser elaborados e
sistematizados com antecedência trazendo maior produtividade e engajamento dos
alunos.
No quarto passo, que trata de “Coordenação e acompanhamento”, com
base em Küller e Rodrigo (2014), vejo no docente a grande responsabilidade de
tornar-se para o aluno um orientador, um observador crítico e envolvido no processo,
alguém que sugere sem fornecer a resposta, aquele que propõe melhorias e desafia.
Um “mestre de obras” guiando seus “meninos” ao objetivo principal que é a construção
de um fazer observável e assertivo.
Não visualizo a separação entre o terceiro e quarto passo, pois percebo
neles uma linha tênue e estreita, onde uma organização bem elaborada permitirá que
seja feito a coordenação e o acompanhamento sem maiores dificuldades. No entanto,
o passo da coordenação e acompanhamento é uma ação docente que acompanha
todo o processo, durante os sete passos.
No quinto passo, “Análise e avaliação das atividades de aprendizagem”,
nota-se um momento de avaliação daquilo que foi trabalhado nos passos anteriores,
conforme os autores citados, trazendo para dentro do espaço pedagógico respostas
qualitativas e quantitativas de uma reflexão sobre a primeira ação da tríplice “Ação-
Reflexão-Ação”. Nessa etapa é verificado se o aluno ou grupo alcançaram o objetivo
da tarefa, utiliza-se mecanismos e instrumentais variados com a finalidade de
perceber ou identificar falhas que possam estar ocorrendo, trata-se com cautela as
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informações no intuito de permitir que a avaliação seja justa e inclusiva demonstrando
aos participantes o interesse na melhoria daquilo que foi realizado. Permite-se a
autoavaliação e oportuniza diferentes estratégias em que aluno e docente
compartilham um mesmo interesse que é determinante na conquista de um
aprendizado pleno.
No Sexto passo, “Acesso a outras referências”, docente e alunos podem e
devem explorar ao máximo os diversos recursos disponíveis dentro e fora da
instituição, recomendam Küller e Rodrigo (2014). Quando os discentes são
direcionados a outras fontes de pesquisas descobrem um universo novo e maneiras
diferentes de resolver um mesmo problema sem as limitações que apenas o ambiente
pedagógico pode impor. As atividades tornam-se mais ricas e os alunos mais
motivados quando podem utilizar fontes de conhecimentos que não dependem
somente da proposta do docente, mas sim aquelas que eles julgam válidas para
enriquecer o projeto. A reflexão sobre a atividade realizada é colocada a prova e os
alunos levados a percepção da necessidade de melhorar ou reconstruir aquilo que já
fora produzido.
No último passo “Síntese e aplicação” é possível observar a última ação da
tríplice “Ação-Reflexão-Ação”, em que uma atividade transformadora e reformulada
deverá acontecer, uma vez que os discentes já desenvolveram uma primeira ação
baseada em conhecimentos tácitos e explícitos de riqueza pessoal e nas diversas
orientações e abordagens feitas pelo docente. Depois refletiram para compreenderem
o que foi feito e como o conjunto de realizações pode tornar-se realmente em
conhecimento sólido e válido. Novamente foram levados a pesquisas e realimentação
com acesso a outras referências. Agora munidos de todo um portfólio de informações,
e muitas delas já tratadas e filtradas, devem realizar uma nova atividade, solucionar
um problema ou mesmo elaborar uma nova proposta compondo todo conhecimento
técnico-científico necessário, sem esquecer a visão crítica, atitude empreendedora,
sustentável e colaborativa necessárias em um aluno que imprimi as marcas formativas
do Senac atuando sempre com foco em resultados positivos. Considero essa fase um
momento de observação contínua, de incitação ao novo, de levar os alunos a
perceberem o mundo que os rodeia e utilizar os diversos recursos no desenvolvimento
das competências necessárias.
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CAPÍTULO 2 – Laboratórios
No desenvolvimento dos laboratórios, foi possível melhorar a minha prática
docente, a capacidade de planejar situações que favoreçam atividades mais
dinâmicas, perceber a importância do aluno no processo de aprender a aprender,
reformular minhas ações perante o enfrentamento de situações adversas. Somente
após essa transformação, pude compreender o quanto importante é o aluno nesse
contexto. O aluno é um indivíduo cheio de saberes, que podem e devem ser utilizados
a favor do seu aprendizado. No decorrer dos laboratórios notei que se a situação de
aprendizagem não for bem planejada, poderá comprometer a qualidade da atividade
e consequentemente fazer com que a motivação dos alunos seja afetada.
2.1 Laboratório I
O primeiro laboratório foi executado no curso “Técnico em informática” e
desenvolvido a partir do plano de curso do departamento regional de Rondônia, visto
que não tínhamos ainda acesso ao plano de curso dentro do novo modelo pedagógico
do Senac. O componente curricular foi “Sistemas Operacionais II (Servidor)”, com a
situação de aprendizagem “Implantação de sistema operacional Windows Server
2008R2 com configuração dos serviços e recursos necessários para o funcionamento
do negócio;” onde foram desenvolvidas atividades de planejamento, instalação,
configuração e monitoramento de servidores. Os alunos executaram atividades que
exigiram compromisso e participação de todos os membros da equipe. Foram levados
à reflexão, e o enfrentamento de uma situação real, que permitiu a experimentação
da responsabilidade de um profissional de TI.
No primeiro momento da situação de aprendizagem foi realizada a
contextualização e mobilização dos alunos através de bate papo e vídeos previamente
selecionados, buscando envolvê-los e despertar o interesse. Antes mesmo de propor
a situação de aprendizagem houve momentos que realizamos debate sobre o
assunto. Nessa oportunidade, aproveitei para ouvir a opinião dos discentes, que a
meu ver, demonstraram muito interesse e entusiasmo para a realização da atividade.
No dia que iniciamos, havia preparado cópias para cada grupo da situação de
aprendizagem e o cronograma. Também criado o e-mail da turma e um formulário de
sugestões. Para o nosso primeiro momento de situação de aprendizagem foi solicitado
que houvesse planejamento por parte dos alunos. Foram questionados sobre os
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conhecimentos que já detinham, logo após foi exibido um servidor com as aplicações
instaladas e requisitado a participação dos discentes sobre o motivo da escolha dos
serviços a serem implantados.
Os grupos foram selecionados através de sorteio para evitar que houvesse
favorecimento de alguns integrantes na escolha de colegas com maior domínio de
conteúdo. Após a divisão dos grupos, foi solicitado a primeira “Ação” da tríplice “Ação-
Reflexão-Ação”, que correspondia a pesquisas sobre os serviços a serem
implantados, planejamento das necessidades do usuário, elaboração de esboço da
estrutura do Domínio (Cadastro de usuários e grupos no Windows Server) e
apresentação ao docente, defendendo suas escolhas e organização.
Após essa etapa, os alunos foram levados às bancadas de trabalho. Em
seguida, lhes foram entregues os recursos necessários para a realização da atividade
proposta. Os alunos desenvolveram a instalação e configuração dos serviços. Alguns
tiveram o desenvolvimento inferior aos demais, quando foi proposto que refizessem
os procedimentos afim de assegurar um aprendizado alinhado aos demais. Quando
terminou o prazo da primeira entrega, que foi analisada e avaliada pelo docente
através de formulário de acompanhamento, formulário de participação, formulário de
satisfação, os alunos apagaram todos os dados dos servidores e refizeram o processo
para que pudessem perceber se haviam maneiras diferentes de chegar ao mesmo
resultado.
Logo após a realização da atividade novamente, iniciou-se um bate papo
com a intenção de sanar dúvidas, ouvir sugestões, perceber as dificuldades e
expectativas dos discentes. Como a finalidade é o desenvolvimento de uma
competência, os alunos novamente apagaram os dados dos servidores, refizeram o
processo, porém dessa vez, realizaram o registro de todo o processo, produziram
vídeos, slides, relatórios, fechando até então o ciclo da triple “Ação-Reflexão-Ação”.
Para ficar mais claro como foi realizado o ciclo completo, o organograma a seguir
evidencia os passos metodológicos:
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2.2 Laboratório II
O segundo laboratório foi realizado utilizando o mesmo plano de curso do
primeiro laboratório, “Técnico em Informática”, unidade curricular “Lógica e Linguagem
de Programação (Web/Desktop)”, com a situação de aprendizagem “Criar aplicativo
on-line de status do serviço de reparo do produto”, que foi elaborado para atender o
único indicador, e portanto, sendo a própria competência a ser desenvolvida,
(Planejar, desenvolver e implantar sistema on-line de verificação de status de serviço
para empresas prestadoras de serviço em diversos segmentos). Nesse laboratório foi
mais evidente as marcas formativas do Senac, sendo percebível nos alunos mais
envolvimento nas atividades e criatividade.
A proposta do segundo laboratório surgiu após identificar algumas lacunas
do primeiro laboratório. A intenção sempre foi fazer com que os alunos se
apoderassem do conhecimento para o desenvolvimento de competências sólidas e
possíveis de realização no mundo real.
Como no primeiro laboratório ocorreram limitações no que se refere à
diversidade de formas de realização da atividade, considerei a necessidade de propor
um laboratório que fosse mais rico e com um universo maior para explorar. Assim os
discentes não se sentiriam presos a um único processo e poderiam utilizar a
criatividade e diferentes recursos para alcançarem o mesmo objetivo. Se a intenção
maior do ensino por competência é desenvolver a capacidade do discente, tratar
situações reais do cotidiano, ser produtivo, ser assertivo, agindo e atuando de forma
transformadora, utilizando termos técnicos, entre outras qualidades necessárias,
"Ação"Pesquisa/Planejameneto
/ Esboço /Instalação
"Ação"Reinstalação de forma diferenciada/ Registro
do processo/ Apresentação
"Reflexão"Instalação / bate papo/
Reinstalação/ Apresentação
Fonte: Próprio Autor
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percebi que a situação de aprendizagem, deveria favorecer quem pudessem atuar de
tal forma e continuamente. O aluno é o centro das atenções e não podemos esquecer
isso, negligenciar essa afirmativa é novamente estar retomando velhos hábitos e
retrocedendo a uma metodologia tradicional.
Para a Contextualização e Mobilização foi realizada primeiramente a
apresentação do componente, em seguida um bate papo entre docente e alunos para
esclarecimento de dúvidas. Foi utilizado vídeo sobre o mercado de aplicações na Web
e o futuro do profissional dessa área. Também ocorreu a demonstração de aplicação
pronta e funcional na Web, para que os discentes tivessem a concepção de que é
uma atividade possível. Ocorreram exibições dos canais do Youtube sobre
desenvolvimento de aplicações e aplicado formulário de sugestões e dúvidas. Os
alunos prestaram atenção na apresentação, logo depois responderam o formulário e
colocaram suas observações ao final do documento em espaço apropriado. Nesse dia
eles demonstram certo receio de não conseguirem concluir a atividade e houve
questionamentos simples, que foram sanados.
Na definição da atividade de aprendizagem, eles reagiram bem sobre o
trabalho em grupo. Apoiaram a iniciativa e contribuíram com sugestões sobre a
escolha dos componentes dos grupos. A atividade foi desenvolvida em grupos de 5
componentes que dividiram as responsabilidades no que tange à (1)pesquisa,
(2)planejamento, (3)Desenvolvimento, (4) implantação e (5) testagem de um protótipo
de aplicação on-line para gerenciar o status dos produtos dos clientes de uma
empresa que trabalha com serviço de concerto de eletrodomésticos, selecionar as
ferramentas e softwares necessários para o desenvolvimento do sistema
corretamente, simular o valor de investimento para o desenvolvimento do software
baseado em pesquisas reais de mercado, relacionar-se de forma produtiva, e
apresentar a aplicação para os demais alunos e professor para sugestões, dúvidas ou
elogios.
Na organização da atividade de aprendizagem, os alunos foram divididos
em grupos de 5 componentes, fornecido os instrumentos de acompanhamento e
gestão do tempo da atividade voltado aos alunos. Foi fornecido login e senha do Blog
e e-mail para informações complementares e comunicação extraclasse, permitido
acesso ao formulário online do Google para anotações e feedback.
Ainda na organização, houve o agendamento do laboratório de acordo com
a carga horária para o desenvolvimento, uso de materiais da biblioteca para exibição
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em sala e uso dos alunos, visita com empresas parceiras para visita dos alunos, visita
de um profissional da área de desenvolvimento para um bate papo com os alunos,
solicitado elaboração do planejamento em grupo sobre as etapas do desenvolvimento
da aplicação, propiciado espaço para que pudessem debater e elaborar o
planejamento do projeto, fornecido materiais necessários para que elaborem um
esboço da ideia.
Após a construção do esboço, foi solicitado que cada componente
apresentasse sua contribuição para o projeto, sendo em seguida levados para o
laboratório de informática para o início da atividade de desenvolvimento. Entreguei
para cada grupo a proposta da atividade com calendário contendo o tempo para
realização da atividade e suas entregas. Após essas etapas, os alunos enviaram o
link do sistema para testagem de usabilidade e navegabilidade. Sequencialmente
cada componente do grupo apresentou o sistema e em que parte trabalhou direta ou
indiretamente. Os grupos entregaram o link final para testagem pelo instrutor e
profissional convidado para avaliar a aplicação. Os alunos elaboram relatório
apontando aspectos positivos ou negativos, superação, trabalho em grupo, avaliação
pessoal. Foi dado o feedback para os alunos cedendo espaço para que expusessem
suas opiniões.
A coordenação e o acompanhamento dos alunos foram feitos pelo docente
e por um componente do grupo identificado com maior habilidade de liderança e
gerenciamento, escolhido pelos demais componentes daquele grupo por intermédio
de votação. Cada grupo teve autonomia para a tomada de decisão e como dividiriam
as tarefas entre eles. Sendo assim de forma colaborativa cada aluno pode auxiliar na
tarefa do outro. Através de instrumentos de verificação da participação e o interesse
do aluno como ficha de anotações, o docente pode estar alinhado às fases que
abrangem a atividade; os grupos utilizaram formulário on-line do Google forms para
preenchimento do andamento da atividade. Outro recurso foi o Blog disponível para
participação e esclarecimento dos alunos, onde teceram comentários sobre o
questionamento do docente em relação a atividade.
Os alunos receberam apoio e orientação do docente quando assim
consideraram necessário, as dúvidas dos grupos foram tratadas dentro do próprio
grupo ou divididas com os demais para sugestões e enriquecimento de opiniões. Os
questionamentos realizados pelos participantes foram sempre direcionados à
reflexão. Isto permitiu-se que eles buscassem respostas orientados pelas fontes de
22
pesquisas ou métodos de solução, e não a solução em si. O docente auxiliou os alunos
quando esses não mais encontraram recursos ou informações que os permitiram
evoluir na atividade, porém sempre foi cauteloso em perceber o esforço dos discentes.
As entregas parciais foram realizadas quando os alunos compreenderam que o prazo
deve ser cumprido dentro do esperado. O desenvolvimento da atividade aconteceu
também fora do ambiente pedagógico, onde os alunos apresentaram os resultados
coletivos e individuais de cada participante. A entrega final foi realizada pelo grupo
através de apresentações criativas, mantendo a clareza, o objetivo, a organização e
o público que está sendo direcionada a apresentação. Cada grupo buscou de forma
diferenciada apresentar os resultados, através de links diretos para visualização do
sistema online, slides, vídeos e postagem no Youtube.
No que se refere à avaliação da atividade de aprendizagem, ocorreram
entregas parciais que aconteceram na data correta e dentro dos requisitos exigidos
como: organização, clareza, funcionalidade e demonstração clara do trabalho
cooperativo. As etapas da atividade foram monitoradas através de formulários de
acompanhamento e checklist, a participação dos alunos foi medida pelo
preenchimento do formulário on-line, comentários no blog e fichas de anotações. Os
alunos realizaram autoavaliação no que tange à participação, interesse, compromisso
e envolvimento utilizando formulário on-line confeccionado pelo docente em
plataforma nas nuvens. A apresentação final da aplicação foi avaliada pelo docente e
um profissional da área convidado. Esses preenchem formulário com questões ligadas
aos diversos critérios avaliativos, tais como: pontualidade, vocabulário técnico,
clareza, navegabilidade, usabilidade etc. Os avaliadores forneceram nota com a
menção de 0 (zero) para insatisfatório, 6 (seis) para regular, 7 (sete) para Bom, 9
(nove) para Ótimo e 10 (dez) para Excelente. Ao final foi fornecido novamente
formulário para auto avaliação, sugestões, críticas, avaliação do espaço pedagógico,
aplicação de Feedback sobre o resultado da atividade e o que poderia ser melhorado
nos alunos.
Para o acesso a outras referências foi proposto canais do Youtube que
tratem o assunto de desenvolvimento web, livros de programação da editora Senac,
sites da internet, conteúdos disponibilizados no Blog da sala.
A visita técnica a empresa da região não ocorreu devido a problemas de
agendamento antecipado com o proprietário. Nessa etapa os alunos desenvolveram
melhorias na aplicação on-line, onde se pediu para desenvolver a plataforma
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funcional, agora se exigiu recursos adicionais como: 1-espaço para sugestões, 2-
campo para avaliação do serviço e atendimento, 3-possibilidade de pagamento on-
line e impressão de comprovante para que outra pessoa retire o produto, 4-Relatório
de consultas realizadas na aplicação para gerenciamento.
Todos os procedimentos foram realizados pelos alunos sem maiores
problemas. Claro que houve situações de intensa dúvida, mas com o direcionamento
correto, os alunos conseguiram resolver o problema. Por se tratar de uma situação
que envolve o uso de poucos recursos, foi prático chegar a um resultado positivo.
Mesmo quando aconteceram falhas nos computadores, o laboratório já dispunha de
várias máquinas funcionais que atenderam muito bem às necessidades. A todo o
momento fiquei atento em possibilitar que os alunos fossem os protagonistas no
processo de aprender. Mantive sempre uma postura de gestor e coordenador do
processo, sem claro me excluir do dever de lecionar nos momentos que me eram
facultados, como por exemplo, nas diversas reflexões durante o desenvolvimento da
competência. Meus alunos realizaram a tríplice “Ação-Reflexão-Ação”, como pôde ser
notado no texto acima. Para facilitar a compreensão e a existência de um modelo de
ensino por competência, o organograma a seguir poderá deixar claro como a situação
de aprendizagem permitiu a ocorrência do ciclo.
Essa situação não somente levou os alunos ao desenvolvimento da
competência, como ela gerou transformações em sua maneira de tratar com o
próximo, o trabalho em equipe, descobrir sua capacidade de resolver problemas,
dividir informações entre outros. Como essa situação de aprendizagem permitiu aos
alunos maneiras distintas de resolver o problema, considero ela uma atividade ampla
"Ação"Pesquisa/Organização/
Desenvolvimento
"Ação"Pesquisa/ Ampliação do projeto inicial/ Testes de
uso.
"Reflexão"Acesso aos conteúdos cientificos/ Pesquisa /
Acesso a outras referências/ Melhorias/
Apresentação
Fonte: Próprio Autor
24
e muito favorável ao desenvolvimento de competências. Um item que sempre foi
levado em consideração, foi a possibilidade de os alunos avaliarem o processo a todo
o momento. Fazer uma avaliação de si e em seu torno, gerar através dos mecanismos
disponibilizados debates para que todos participassem. O blog foi uma estratégia
assertiva e permitiu muita interação entre os alunos. O trabalho em grupo foi o ponto
chave, somando de forma expressiva no desenvolvimento da competência.
A utilização de procedimentos corretos, aliados a bons instrumentos de
avaliação tornou-se o ponto de equilíbrio para perceber e garantir o crescimento de
cada aluno. Deixá-los confortáveis ao ser avaliados foi uma de minhas preocupações,
visto que a palavra “avaliação” gera desconforto e medo em muitas pessoas. Nisso
busquei que todo processo avaliativo, fosse um momento agradável e prazeroso,
sempre expondo a eles, que era apenas um momento de medir o quanto eles
cresceram no desenvolvimento da competência.
2.3 Laboratório III
No terceiro laboratório, ainda dentro do curso “Técnico em informática”,
unidade curricular “Lógica e Linguagem de Programação (Web/Desktop)” e situação
de aprendizagem, “Criar aplicativo on-line de status do serviço de reparo do produto
ou SOS”, o foco principal foi o desenvolvimento da competência aliada ao
protagonismo do discente, nisso fomentei sempre formas inovadoras e diferenciadas
de desenvolver os indicadores, trabalhando os conhecimentos técnicos-científicos,
habilidades, atitudes e valores de forma harmônica com as demais necessidades dos
alunos.
Os passos de desenvolvimento do laboratório foram os mesmos do
segundo laboratório, mudando apenas a forma de abordagem dos alunos e as
propostas de avaliação e acesso a outras referências. Como já havia desenvolvido o
mesmo laboratório, pude evitar que falhas no processo ocorressem, melhorando
procedimentos e instrumentos avaliativos, disponibilizando acesso às novas
referências e criando mecanismos de relacionamento extraclasse, tais como Blogs,
envio de formulários online no e-mail da turma e grupo de mensagens instantâneas
no aplicativo WhatsApp.
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A atividade de aprendizagem foi desenvolvida em grupos, sendo dividido
as responsabilidades no que tange à (1) pesquisa, (2) planejamento, (3)
Desenvolvimento, (4) implantação e (5) testagem de um protótipo de aplicação on-line
para gerenciar o status dos produtos dos clientes de uma empresa que trabalha com
serviço de concerto de eletrodomésticos.
Selecionaram as ferramentas e softwares necessários para o
desenvolvimento do sistema corretamente, simularam o valor de investimento para o
desenvolvimento do software baseado em pesquisas reais de mercado, relacionaram-
se de forma produtiva, apresentaram a aplicação para os demais alunos e professor
para sugestões, dúvidas ou elogios.
Na organização da atividade de aprendizagem os alunos foram divididos
em grupos de cinco componentes, receberam os instrumentos de acompanhamento
e gestão do tempo da atividade, como formulários impressos, fichas de
acompanhamento e calendário.
Os discentes receberam a senha para acesso ao e-mail, formulário de
acompanhamento on-line e agenda da Google. Posteriormente foi solicitado o
planejamento sobre as etapas do desenvolvimento da aplicação, propiciado espaço
para debate e elaboração do projeto, fornecido matérias necessários para elaboração
do esboço da ideia. Após a construção do esboço foi requerido que cada componente
apresentasse sua contribuição para o projeto. Em sequência, os alunos foram
conduzidos ao laboratório de informática para o início da atividade de
desenvolvimento. Os alunos sempre estiveram situados em que etapa da atividade
estavam. Sendo assim, evitou-se falhas na comunicação e feedbacks foram
repassados de forma bilateral.
Foi entregue a cada grupo a proposta da atividade e calendário impresso,
contendo o tempo para realização da atividade e suas entregas parciais. Resolveu-se
imprimir a proposta da atividade e o calendário, prevendo e antecipando problemas
de disponibilidade de acesso à internet para os discentes.
Após as entregas parciais, os alunos disponibilizaram o link de acesso ao
sistema para testagem de usabilidade e navegabilidade. Sequencialmente cada
componente do grupo, apresentou o sistema e em que parte trabalhou direta ou
indiretamente. Os alunos entregaram o link de testagem final, elaboraram relatório
apontando aspectos positivos e negativos, superação pessoal e profissional, trabalho
26
em equipe. Ao final foi realizado o feedback, cedendo espaço para os alunos exporem
suas opiniões.
Na etapa da organização da atividade, desprendeu-se muito tempo e
dedicação, tanto por parte do docente, quanto por parte dos alunos. Um item que
sempre busquei dar maior atenção, foi permitir que os conhecimentos técnicos e
científicos, aliados com as demais competências estivessem evidentes nos fazeres
dos educandos, desenvolvendo assim as marcas formativas do Senac.
Para fundamentar uma organização do ensino que possa superar o ‘encapsulamento’ da aprendizagem escolar, redefiniremos e utilizaremos o termo espaço de aprendizagem como o lugar da realização da aprendizagem dos sujeitos orientados pela ação intencional de quem ensina (CEDRO, 2004, p. 47).
A coordenação e acompanhamento novamente foram realizados pelo
docente e por um aluno escolhido pelos demais colegas com maior habilidade de
liderança e gerenciamento.
Manteve-se a autonomia na tomada de decisão dos alunos, permitindo que
as tarefas fossem divididas entre eles. Com o uso de instrumentos de verificação da
participação e o interesse do aluno, como ficha de anotações, respostas nos blogs e
formulários on-line, foi possível constatar o envolvimento dos alunos e o alinhamento
sobre as fases que abrangeram a atividade.
Os alunos como no segundo laboratório, receberam apoio e orientação do
docente, porém nesse laboratório, exigiu-se maior interação, devido à complexidade
da atividade, e por esta ocorrer em ambiente compartilhado, pois tiveram que se
reportar a dois docentes. Os questionamentos realizados pelos participantes foram
sempre direcionados à reflexão. Sendo assim, permitiu-se que eles buscassem
respostas orientados pelas fontes de pesquisas ou métodos de solução, e não a
solução em si. Sempre auxiliei os alunos quando esses não mais encontraram
recursos ou informações que os permitiram evoluir na atividade, porém sempre fui
cauteloso em perceber o esforço dos discentes. Entregas parciais foram realizadas e
prazos cumpridos dentro do esperado. Toda a atividade aconteceu dentro do
laboratório, não havendo visitas in loco a empresas da região. A entrega final foi
realizada pelo grupo através de telas impressas do sistema e tutorial de uso. As
apresentações no projetor ou televisor da sala de aula, havendo clareza, objetivo e
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organização, mantendo o foco no público que se destina a aplicação. Cada grupo
buscou de forma diferenciada apresentar os resultados, através de links diretos para
visualização do sistema on-line, slides, vídeos e execução local da aplicação.
Para que o desenvolvimento da competência fosse pleno e alcançasse o
padrão esperado, ou seja, imprimir as marcas formativas institucionais, o uso de
outras referências serviu como suporte na busca de respostas além dos “muros do
Senac”, conduzindo os alunos a uma variedade de conteúdos e recursos,
maximizando possibilidades de um excelente trabalho. Foram utilizados livros como
“Programador Web”, sites da internet, blogs sobre o assunto, canais do youtube, entre
outras fontes de conhecimento que os discentes julgaram interessante para a
realização da atividade.
Na avaliação da atividade de aprendizagem, foram utilizadas as menções
“Atendido - A, Parcialmente Atendido – PA e Não Atendido – NA” para assegurar que
no decorrer do desenvolvimento da competência, os alunos evidenciassem um
aprendizado pleno.
As entregas parciais ocorreram na data correta e dentro dos requisitos
exigidos como, organização, clareza, funcionalidade, demonstração clara do trabalho
cooperativo e conhecimento técnico-científico sobre o assunto.
Como no segundo laboratório, as atividades foram monitoradas através de
formulários de acompanhamento e checklist, acrescentando ficha de observação,
preenchimento de formulário on-line e comentários no blog para mensurar a
participação, o envolvimento e autoavaliação dos alunos no que se relaciona a
atividade e sua evolução profissional. A apresentação final da aplicação foi avaliada
pelo docente, outros professores da área convidados e os demais alunos. Esses
preencheram formulário com questões objetivas ligadas à clareza, pontualidade,
vocabulário técnico e outros. Ao final, os alunos puderam novamente preencher
formulário de autoavaliação, propondo mudanças, sugestões e críticas ao trabalho
docente e ao espaço pedagógico. Não menos importante, foi dado o feedback aos
discentes sobre o resultado da atividade, pontuando os fatores mais fortes expostos
por eles e os que precisam de maior atenção.
Na etapa de síntese e aplicação, os alunos desenvolveram melhorias na
aplicação on-line, sendo que inicialmente foi requisitado apenas um sistema de
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consulta do status do equipamento online, agora, o sistema conta com abertura de
OS - Ordem de Serviço, acompanhamento do status do equipamento pela
recepcionista e pelos técnicos, relação de defeitos mais comuns, cadastro de clientes,
cadastro de produtos simples e relatórios de ordem de serviço em andamento e
fechadas.
CAPÍTULO 3 – Situação de aprendizagem ideal
A situação de aprendizagem é o meio pelo qual o docente tem a
oportunidade de elaborar estratégias de ensino que leve os alunos a desenvolver
competências baseadas em conhecimento técnico-científico, trabalho em equipe,
juntamente com diversas habilidades, atitudes e valores.
Acredito que aprendizagem é privilegiada em detrimento da transmissão de
informações ou conhecimentos. As situações de aprendizagem deverão ser
desenhadas com base nas atividades dos alunos e não nas dos educadores,
professores ou instrutores, devendo garantir que as competências em
desenvolvimento sejam requeridas, exercitadas, submetidas à reflexão e novamente
desempenhadas. Para desenvolver a competência de construir uma parede, por
exemplo, é preciso criar situações que levem os alunos a compreender as ferramentas
envolvidas, as medidas necessárias, os cálculos, assentarem tijolos corretamente etc.
A situação de aprendizagem “Criar aplicativo online de status do serviço de
reparo do produto”, ou resumidamente denominada pelos alunos como “SOS -
Sistema Online de Serviços”, foi a forma encontrada para permitir o protagonismo do
aluno, aguçar sua criatividade e torná-lo responsável por um produto do início ao fim.
É preciso insistir: este saber necessário ao professor - que ensinar não é transferir conhecimento - não apenas precisa ser apreendido por ele e pelos educandos nas suas razoes de ser - ontológica, política, ética, epistemológica, pedagógica, mas também precisa ser constantemente testemunhado, vivido. (FREIRE, 2011, p. 27).
3.1 Justificativas da proposta
Por ter lecionado em outras instituições, e notar que os alunos não
desenvolviam como era preciso as competências necessárias para um aprendizado
pleno, percebi que era o momento de propiciar aos educandos o desenvolvimento de
uma situação de aprendizagem que pudesse evidenciar a capacidade de
29
enfrentamento do mundo real, trazendo desafios capazes de serem resolvidos,
munidos de conhecimento técnico-científico e os demais saberes necessários para
que fosse indiscutível a capacidade profissional desse aluno.
Os alunos precisavam ser inseridos dentro de uma responsabilidade, por
isso, foi exigido a entrega de um produto que pudesse ser testado, avaliado e até
ofertado para o mercado, caso essa fosse a intenção. Diante disso, ao planejar a
atividade dos discentes, sempre busquei atender uma necessidade do mercado, visto
que os alunos já tinham utilizado alguns exemplares de documentos em sala, como
ordem de serviço impressa, acompanhamento do processo do computador,
acompanhamento do status do equipamento, entre outros. Tais documentos foram
importantes na construção do sistema on-line, e, facilitou na elaboração de telas e
estrutura do sistema. Entender em que nível estavam os alunos e quais suas maiores
dificuldades, tornou-se muito relevante para atingir o objetivo final e atingir as
competências.
3.2 Defesa da Situação de Aprendizagem Ideal
Para mim, elaborar e permitir o desenvolvimento de uma situação de
aprendizagem ideal sempre pareceu factível, o que faltava era a expertise necessária
para alcançar esse objetivo. O embasamento técnico obtido, somado ao apoio e
suporte das orientadoras tornou-se imprescindíveis para o desenvolvimento das
competências.
No primeiro laboratório, onde me permito referir à primeira ação do ciclo
“Ação-Reflexão-Ação”, foi desenvolvida uma situação de aprendizagem que não
atendeu as expectativas esperadas para um ensino baseado em competências, em
que os alunos fossem capazes de uma evolução contínua e modificadora. Isso não
somente em sua postura profissional, mas também diante da sociedade como agente
transformador do seu meio. Com os estudos e o aprendizado agora mais enraizados,
me encontrei na segunda etapa do ciclo, ou seja, na “Reflexão”, agora apoiado pelos
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores pertinentes ao desenvolvimento da
competência proposta no curso de pós-graduação. Munido de saberes que me
possibilitaram reavaliar a minha situação de aprendizagem, resolvi elaborar um novo
30
planejamento docente e criar uma nova situação de aprendizagem, mais rica e
favorável ao desenvolvimento contínuo dos alunos.
Ao desenvolver a nova situação de aprendizagem, isso já no segundo
laboratório, qual foi fornecido o nome “Criar aplicativo on-line de status do serviço de
reparo do produto”, analisei a possibilidade de os alunos serem mais criativos e
inovadores, buscando atender uma ou mais necessidades reais do mercado e da
sociedade, assim, notariam a importância que o trabalho desenvolvido por eles,
poderia refletir e impactar em soluções para problemas reais e com demanda de
mercado. Na elaboração do segundo laboratório, algumas falhas ainda
permaneceram, precisando ser corrigidas, e uma nova roupagem ser adquirida,
principalmente no que se refere à avaliação e acesso a outras referências. Minha
intenção sempre foi permitir a evolução contínua do discente, e qualquer deslize da
minha parte poderia impactar nesse objetivo.
Os alunos devem ser capazes de desenvolver as competências exigidas
no curso, logo, qualquer ação errônea do docente impactará de forma negativa no
alcance desse resultado.
Analisando minhas ações e erros anteriores, realizei alterações do
planejamento docente e propus a execução do terceiro laboratório, mantendo o
mesmo nome “Criar aplicativo on-line de status do serviço de reparo do produto”,
porém dessa vez reformulado e com o novo nome escolhido pelos alunos “SOS –
Sistema Online de Serviços”. Devido no momento da execução do laboratório, eu não
estar com turmas que me propiciassem a execução da atividade de aprendizagem,
requisitei ao docente que estava com o curso técnico em informática, que executasse
o laboratório com os alunos, o que foi prontamente aceito. A partir da confirmação do
docente, iniciamos um planejamento em conjunto, executando o laboratório. Esse
trabalho com outro docente me permitiu explorar ainda mais os conhecimentos dos
alunos, e o resultado superou nossas expectativas, havendo a entrega de um produto
final de altíssima qualidade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
No início do curso achei que não desenvolveria novos saberes, que a forma
que eu trabalhava em sala já estava correta, que eu era um docente diferente, pois
utilizava maneiras inovadoras ao ministrar as aulas. Entretanto, no decorrer do curso
foi apresentada uma metodologia, que desde o princípio, causou grande impacto em
meu modo de planejar e compreender o ambiente pedagógico. Velhos paradigmas
foram quebrados, um jeito diferenciado de educar foi apresentado e trabalhado
gradativamente. A tríplice Ação-Reflexão-Ação fora usada de maneira tão
conquistadora, que estávamos executando os passos e aprendendo sem desprender
grande esforço.
No primeiro momento que pude utilizar os conhecimentos adquiridos no
curso, me vi planejando as aulas com tanta riqueza de detalhes, que outrora nunca
tinha feito. Utilizei a metodologia dos 7 passos, essa que antes desconhecia, agora
me auxilia no planejamento pedagógico. Os alunos se envolveram na atividade de
aprendizagem e alcancei resultados melhores. Com o tempo e a evolução do curso,
novos laboratórios, novas situações de aprendizagem, planejamentos, instrumentos
de avaliação, entre diversos outros mecanismos, me tornaram capazes de ser um
docente com a competência para atuar com o ensino técnico dentro da instituição
Senac.
No princípio foram utilizados poucos métodos avaliativos e modestos
instrumentos de checagem do aprendizado, o que com certeza não permitia explorar
ao máximo a capacidade dos alunos. A Especialização em Docência para Educação
Profissional do Senac foi de extrema importância para alcançar outro nível no que que
diz respeito a qualidade de ensino. Conhecer e ter domínio sobre os diversos modos
de avaliação, elaboração de situações de aprendizagem, metodologia dos sete
passos e demais conhecimentos, tornou-me capaz de possibilitar um fazer mais
observável e elaborar estratégias de aprendizado que envolvesse os alunos.
Em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira,
o Senac busca articular maneiras, onde docentes e alunos possam de forma contínua
evoluir em prol de resultados positivos, possibilitando que o aprendizado adquirido
seja objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou
conclusão de estudos.
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Finalmente, me vi preparado e alinhado com um modelo grandioso, que
acompanha tendências de mercado e nos propicia um olhar mais clínico frente aos
desafios que emergem.
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO COMO EDUCADOR
Acredito que o professor é a base para a transformação do mundo, que sua
participação direta e indiretamente tem influência na vida das pessoas e, nesse
aspecto, permitir ser avaliado ou realizar a autoavaliação torna-se necessário, visto
que os conhecimentos repassados pelo docente terão efeito no mercado de trabalho.
Desde quando iniciei à docência, via a necessidade de propiciar a
oportunidade para que os alunos me avaliassem, e ao final da avaliação, compartilhar
com eles como fui avaliado. Dessa maneira, percebia onde deveria melhorar e quais
qualidades eram mais evidentes como profissional.
Na Especialização em Docência para Educação Profissional meu
desenvolvimento foi além do esperado, e a competência desenvolvida em sua
plenitude. O apoio dos orientadores, juntamente com uma grade muito bem
organizada, tornou fácil o aprendizado, as devolutivas eram rápidas e claras, fazendo
com que a absorção do conhecimento fosse facilitada.
Compreender e aplicar a metodologia tornou-se muito fácil com a execução
dos laboratórios de aprendizagem e as propostas de atividades no portal EAD, onde
pudemos socializar com os demais colegas sobre os conhecimentos do curso. Todas
as etapas tiveram relevante importância no desenvolvimento da competência, e as
inúmeras referências utilizadas criaram uma bagagem excelente para pesquisas
futuras.
Sinto-me mais preparado como educador para atender essa nova geração
e sua maneira tão singular de aprender, transpondo as barreiras que existiam antes
do curso, pois me foi permitido desenvolver a competência próximo da vivência real e
concreta, demandando soluções para os desafios e problemas no cotidiano da vida
docente. Por fim, vejo que a capacidade de o docente educar, pode e deve ser
melhorada continuadamente, em prol do desenvolvimento de competências e
protagonismo dos alunos
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REFERÊNCIAS
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CEDRO, W. L. O espaço de aprendizagem e a atividade ensino: o clube de Matemática. 2004. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários a Prática Educativa. Paz e Terra LTDA, São Paulo, 2011. 92 p.
KÜLLER, José Antônio; RODRIG O, Natália de Fátima. Metodologia de Desenvolvimento de Competências. Rio de Janeiro: SENAC Nacional, 2014.
MOREIRA, Marco Antônio (1999). Aprendizagem significativa. Brasília: Editora Universidade de Brasília. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem_significativa>. Acesso em 23 de novembro de 2016.
SERRÃO, M. I. B. Aprender a ensinar: a aprendizagem do ensino no curso de Pedagogia sob o enfoque histórico-cultural. São Paulo: Cortez, 2006.