CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse,...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO CONTROLE DO ÁCARO RAJADO,(Tetranychus urticae Koch) NA CULTURA DE GÉRBERAS (Gebera jamesonii Adlam) EM ESTUFA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO CLÓVIS ANTÔNIO SCHWERTNER Eng. Agrônomo LAJEADO RS, BRASIL 09 Janeiro de 2012

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CENTRO UNIVERSITAacuteRIO UNIVATES

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

CONTROLE DO AacuteCARO RAJADO(Tetranychus urticae Koch) NA CULTURA DE

GEacuteRBERAS (Gebera jamesonii Adlam) EM ESTUFA

DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO

CLOacuteVIS ANTOcircNIO SCHWERTNER

Eng Agrocircnomo

LAJEADO ndash RS BRASIL

09 Janeiro de 2012

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CONTROLE DO AacuteCARO RAJADO(Tetranychus urticae Koch) NA CULTURA DE

GEacuteRBERAS (Gebera jamesonii Adlam) EM ESTUFA

por

Cloacutevis Antocircnio Schwertner

Eng Agrocircnomo

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento - do Centro Universitaacuterio UNIVATES (RS) como requisito para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de MESTRE EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

Prof Dr Noeli Juarez Ferla Orientador

Prof Dr Claus Haetinger Coorientador

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DEDICO

In memoriam aos meus pais

Aloysio Valentim Schwertner e Annita Ceciacutelia Senger Schwertner

OFERECcedilO

Agrave minha esposa MSc Arq Ameacutelia aos meus filhos ao Dr Eng Ambiental Gilberto ao

Bacharel em Ciecircncia da Computaccedilatildeo Marco Antocircnio e agrave Turismoacuteloga Anita Ceciacutelia

pelo estiacutemulo carinho e compreensatildeo

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AGRADECIMENTOS

Agrave UNIVATES - Centro Universitaacuterio e ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo ndash Mestrado em Ambiente e Desenvolvimento ndash PPGAD pela oportunidade de conclusatildeo do mestrado Obrigado Aos professores do PPGAD pelos ensinamentos transmitidos e amizade Ao orientador Prof Dr Noeli Juarez Ferla pela orientaccedilatildeo compreensatildeo estiacutemulo valiosos ensinamentos e amizade Obrigado Ao coorientador Prof DrClaus Haertinger pelas pertinentes e necessaacuterias correccedilotildees que vieram a enriquecer ainda mais esta dissertaccedilatildeo Obrigado Aos acadecircmicos de biologia e estagiaacuterios do Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES Guilherme Liberato da Silva e Fernanda Majolo Obrigado Agrave Biovale Produtos Agropecuaacuterios Ltda pelo apoio e a aacuterea cedida para a realizaccedilatildeo de meus experimentos Em especial ao Eng Agrocircnomo MSc Anduir Lenhardt proprietaacuterio da empresa Aos funcionaacuterios Andreacutea Heisler e Joseacute Luis Gutterres Obrigado Ao Prof Dr Jorge Erick Parra pela orientaccedilatildeo e apoio Obrigado Agrave Prof Drordf Daniele Saad pela orientaccedilatildeo e apoio Obriigado Agrave Prefeitura Municipal de Mato Leitatildeo ao Prefeito Municipal Carlos Alberto Bohn Obrigado Ao produtor de moranguinhos Sr Roger Stein pela coleta dos aacutecaros Obrigado Agrave Agrifertil Comercial Ltda na pessoa do Diretor Administrativo Ari Gollmann pela compreensatildeo apoio e amizade Obrigado

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RESUMO

No Brasil o cultivo de plantas ornamentais aumentou nas uacuteltimas trecircs deacutecadas tornando-se uma importante atividade econocircmica do agronegoacutecio No mercado nacional o Rio Grande do Sul eacute o segundo maior produtor de flores e plantas cultivadas e o maior consumidor Dentre as espeacutecies mais cultivadas as geacuterberas (Gerbera jamesonii Adlam) nos Vales do Taquari Caiacute e Rio Pardo predominam Quanto agrave ocorrecircncia de aacutecaros o aacutecaro rajado (Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae) na cultura de geacuterberas em estufa prejudica a qualidade e beleza da flor causando danos econocircmicos O uso de agrotoacutexicos para a eliminaccedilatildeo de pragas diversas elimina tambeacutem os inimigos naturais destes e a constante aplicaccedilatildeo destes agrotoacutexicos tornam os insetos fitoacutefagos resistentes Demonstrou-se que os produtos naturais e bioloacutegicos satildeo uma alternativa eficiente para o controle do aacutecaro rajado na cultura de geacuterberas Entre os produtos naturais e bioloacutegicos testados (Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio) e o agrotoacutexico de referecircncia (agrave base de Abamectina) todos estes foram eficientes para o controle do aacutecaro rajado Poreacutem os produtos naturais e bioloacutegicos preservaram em sua maioria os inimigos naturais natildeo agrediram o meio ambiente ao passo que o agrotoacutexico eliminou totalmente os inimigos naturais aleacutem de seu efeito ser persistente e perigoso ao meio ambiente

Palavras-chave Agrotoacutexico Gerbera jamesonii sob cultivo protegido Insumos naturais e bioloacutegicos Tetranychus urticae

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ABSTRACT

In Brazil the cultivation of ornamental plants has increased over the last three decades becoming an important economic activity in agribusiness In the national market Rio Grande do Sul is the first largest consumer in Brazil and the second in prodution of ornamental plants grown under greenhouse conditions Among the most cultivated species the gerberas (Geacuterbera jamesonii Adlam) predominate in the Vale do Taquari Caiacute and Rio Pardo The occurrence of mites Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage The use of chemicals to eliminate various pests also eliminate the natural enemies and physiologically modify plants making them more favorable to the development of phytophagous mites It was demonstrated that the natural and biological products are an efficient alternative for the control of two spotted spider mite in the cultivation of gerberas Among the natural and biological products samples analyzed (Beauveria bassiana and Metarhizium anisopliae Azadirachtina sulfur and calcium-based lime sulfur) and reference pesticide (Abamectina-based) all these were efficient to control the mite However natural and biological products preserved in its most the natural enemies and do not affect the environment while the pesticide completely eliminated natural enemies as well as their effect is persistent and dangerous to the environment

Keywords Agrochemicals Gerbera jamesonii grown under greenhouse Natural and organic inputs Tetranychus urticae

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SUMAacuteRIO

RESUMOV

ABSTRACTVI

SUMAacuteRIOVII

LISTA DE FIGURASIX

LISTA DE QUADROS E TABELASXI

SIGLASXII

1 INTRODUCcedilAtildeO13

12 Motivaccedilatildeo 16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17

22 Estufas19

23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22

231 Geacuterberas em vasos23

24 Aacutecaros24

241 Aacutecaro Rajado25

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28

251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31

253 Caldas Ferti-Protetoras32

26 Agrotoacutexicos34

261 Abamectina35

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3 OBJETIVOS38

31 Objetivo Geral 38

32 Objetivos Especiacuteficos 38

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38

41 Materiais38

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42

42 Meacutetodos42

421 Das dosagens ndash Experimento 0143

422 Das dosagens ndash Experimento 0244

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49

51 Resultados global49

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49

512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de

aplicaccedilotildees e contagens54

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59

52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61

521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63

522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64

6 CONCLUSOtildeES65

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66

ANEXOS74

Anexo I75

Anexo II76

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18

Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas

Ornamentais18

Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20

Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20

Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22

Figura 06 - Aacutecaro rajado25

Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33

Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36

Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37

Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37

Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39

Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40

Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41

Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41

Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43

Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44

Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46

Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas51

Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas52

Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52

Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53

Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53

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Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas

meacutedias e novas54

Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555

Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos56

Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556

Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

considerando os tratamentos57

Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558

Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

considerando os tratamentos58

Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos 59

Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento60

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a

realizaccedilatildeo do experimento60

Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62

Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63

Figura 40 - Plantas testemunha64

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35

Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do

agrotoacutexico50

Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61

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SIGLAS

AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura

ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos

CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na

Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)

CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais

CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

para Agricultura e Alimentaccedilatildeo

IAC Instituto Agronocircmico de Campinas

IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE

PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros

predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas

uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O

Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se

os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e

tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais

caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos

produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil

empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea

de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo

com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas

ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um

crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de

negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por

75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e

Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)

O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e

plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550

floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo

Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o

maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao

ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um

reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS

principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas

ornamentais no RS eacute promissor

O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou

em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu

aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas

na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas

sazonais com maior produtividade e qualidade

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 2: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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CONTROLE DO AacuteCARO RAJADO(Tetranychus urticae Koch) NA CULTURA DE

GEacuteRBERAS (Gebera jamesonii Adlam) EM ESTUFA

por

Cloacutevis Antocircnio Schwertner

Eng Agrocircnomo

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento - do Centro Universitaacuterio UNIVATES (RS) como requisito para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de MESTRE EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

Prof Dr Noeli Juarez Ferla Orientador

Prof Dr Claus Haetinger Coorientador

LAJEADO ndash RS BRASIL

2012

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DEDICO

In memoriam aos meus pais

Aloysio Valentim Schwertner e Annita Ceciacutelia Senger Schwertner

OFERECcedilO

Agrave minha esposa MSc Arq Ameacutelia aos meus filhos ao Dr Eng Ambiental Gilberto ao

Bacharel em Ciecircncia da Computaccedilatildeo Marco Antocircnio e agrave Turismoacuteloga Anita Ceciacutelia

pelo estiacutemulo carinho e compreensatildeo

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AGRADECIMENTOS

Agrave UNIVATES - Centro Universitaacuterio e ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo ndash Mestrado em Ambiente e Desenvolvimento ndash PPGAD pela oportunidade de conclusatildeo do mestrado Obrigado Aos professores do PPGAD pelos ensinamentos transmitidos e amizade Ao orientador Prof Dr Noeli Juarez Ferla pela orientaccedilatildeo compreensatildeo estiacutemulo valiosos ensinamentos e amizade Obrigado Ao coorientador Prof DrClaus Haertinger pelas pertinentes e necessaacuterias correccedilotildees que vieram a enriquecer ainda mais esta dissertaccedilatildeo Obrigado Aos acadecircmicos de biologia e estagiaacuterios do Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES Guilherme Liberato da Silva e Fernanda Majolo Obrigado Agrave Biovale Produtos Agropecuaacuterios Ltda pelo apoio e a aacuterea cedida para a realizaccedilatildeo de meus experimentos Em especial ao Eng Agrocircnomo MSc Anduir Lenhardt proprietaacuterio da empresa Aos funcionaacuterios Andreacutea Heisler e Joseacute Luis Gutterres Obrigado Ao Prof Dr Jorge Erick Parra pela orientaccedilatildeo e apoio Obrigado Agrave Prof Drordf Daniele Saad pela orientaccedilatildeo e apoio Obriigado Agrave Prefeitura Municipal de Mato Leitatildeo ao Prefeito Municipal Carlos Alberto Bohn Obrigado Ao produtor de moranguinhos Sr Roger Stein pela coleta dos aacutecaros Obrigado Agrave Agrifertil Comercial Ltda na pessoa do Diretor Administrativo Ari Gollmann pela compreensatildeo apoio e amizade Obrigado

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RESUMO

No Brasil o cultivo de plantas ornamentais aumentou nas uacuteltimas trecircs deacutecadas tornando-se uma importante atividade econocircmica do agronegoacutecio No mercado nacional o Rio Grande do Sul eacute o segundo maior produtor de flores e plantas cultivadas e o maior consumidor Dentre as espeacutecies mais cultivadas as geacuterberas (Gerbera jamesonii Adlam) nos Vales do Taquari Caiacute e Rio Pardo predominam Quanto agrave ocorrecircncia de aacutecaros o aacutecaro rajado (Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae) na cultura de geacuterberas em estufa prejudica a qualidade e beleza da flor causando danos econocircmicos O uso de agrotoacutexicos para a eliminaccedilatildeo de pragas diversas elimina tambeacutem os inimigos naturais destes e a constante aplicaccedilatildeo destes agrotoacutexicos tornam os insetos fitoacutefagos resistentes Demonstrou-se que os produtos naturais e bioloacutegicos satildeo uma alternativa eficiente para o controle do aacutecaro rajado na cultura de geacuterberas Entre os produtos naturais e bioloacutegicos testados (Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio) e o agrotoacutexico de referecircncia (agrave base de Abamectina) todos estes foram eficientes para o controle do aacutecaro rajado Poreacutem os produtos naturais e bioloacutegicos preservaram em sua maioria os inimigos naturais natildeo agrediram o meio ambiente ao passo que o agrotoacutexico eliminou totalmente os inimigos naturais aleacutem de seu efeito ser persistente e perigoso ao meio ambiente

Palavras-chave Agrotoacutexico Gerbera jamesonii sob cultivo protegido Insumos naturais e bioloacutegicos Tetranychus urticae

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ABSTRACT

In Brazil the cultivation of ornamental plants has increased over the last three decades becoming an important economic activity in agribusiness In the national market Rio Grande do Sul is the first largest consumer in Brazil and the second in prodution of ornamental plants grown under greenhouse conditions Among the most cultivated species the gerberas (Geacuterbera jamesonii Adlam) predominate in the Vale do Taquari Caiacute and Rio Pardo The occurrence of mites Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage The use of chemicals to eliminate various pests also eliminate the natural enemies and physiologically modify plants making them more favorable to the development of phytophagous mites It was demonstrated that the natural and biological products are an efficient alternative for the control of two spotted spider mite in the cultivation of gerberas Among the natural and biological products samples analyzed (Beauveria bassiana and Metarhizium anisopliae Azadirachtina sulfur and calcium-based lime sulfur) and reference pesticide (Abamectina-based) all these were efficient to control the mite However natural and biological products preserved in its most the natural enemies and do not affect the environment while the pesticide completely eliminated natural enemies as well as their effect is persistent and dangerous to the environment

Keywords Agrochemicals Gerbera jamesonii grown under greenhouse Natural and organic inputs Tetranychus urticae

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SUMAacuteRIO

RESUMOV

ABSTRACTVI

SUMAacuteRIOVII

LISTA DE FIGURASIX

LISTA DE QUADROS E TABELASXI

SIGLASXII

1 INTRODUCcedilAtildeO13

12 Motivaccedilatildeo 16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17

22 Estufas19

23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22

231 Geacuterberas em vasos23

24 Aacutecaros24

241 Aacutecaro Rajado25

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28

251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31

253 Caldas Ferti-Protetoras32

26 Agrotoacutexicos34

261 Abamectina35

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3 OBJETIVOS38

31 Objetivo Geral 38

32 Objetivos Especiacuteficos 38

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38

41 Materiais38

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42

42 Meacutetodos42

421 Das dosagens ndash Experimento 0143

422 Das dosagens ndash Experimento 0244

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49

51 Resultados global49

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49

512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de

aplicaccedilotildees e contagens54

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59

52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61

521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63

522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64

6 CONCLUSOtildeES65

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66

ANEXOS74

Anexo I75

Anexo II76

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18

Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas

Ornamentais18

Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20

Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20

Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22

Figura 06 - Aacutecaro rajado25

Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33

Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36

Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37

Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37

Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39

Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40

Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41

Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41

Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43

Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44

Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46

Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas51

Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas52

Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52

Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53

Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53

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Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas

meacutedias e novas54

Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555

Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos56

Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556

Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

considerando os tratamentos57

Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558

Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

considerando os tratamentos58

Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos 59

Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento60

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a

realizaccedilatildeo do experimento60

Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62

Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63

Figura 40 - Plantas testemunha64

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35

Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do

agrotoacutexico50

Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61

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SIGLAS

AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura

ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos

CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na

Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)

CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais

CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

para Agricultura e Alimentaccedilatildeo

IAC Instituto Agronocircmico de Campinas

IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE

PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros

predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas

uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O

Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se

os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e

tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais

caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos

produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil

empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea

de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo

com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas

ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um

crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de

negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por

75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e

Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)

O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e

plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550

floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo

Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o

maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao

ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um

reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS

principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas

ornamentais no RS eacute promissor

O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou

em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu

aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas

na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas

sazonais com maior produtividade e qualidade

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 3: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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DEDICO

In memoriam aos meus pais

Aloysio Valentim Schwertner e Annita Ceciacutelia Senger Schwertner

OFERECcedilO

Agrave minha esposa MSc Arq Ameacutelia aos meus filhos ao Dr Eng Ambiental Gilberto ao

Bacharel em Ciecircncia da Computaccedilatildeo Marco Antocircnio e agrave Turismoacuteloga Anita Ceciacutelia

pelo estiacutemulo carinho e compreensatildeo

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AGRADECIMENTOS

Agrave UNIVATES - Centro Universitaacuterio e ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo ndash Mestrado em Ambiente e Desenvolvimento ndash PPGAD pela oportunidade de conclusatildeo do mestrado Obrigado Aos professores do PPGAD pelos ensinamentos transmitidos e amizade Ao orientador Prof Dr Noeli Juarez Ferla pela orientaccedilatildeo compreensatildeo estiacutemulo valiosos ensinamentos e amizade Obrigado Ao coorientador Prof DrClaus Haertinger pelas pertinentes e necessaacuterias correccedilotildees que vieram a enriquecer ainda mais esta dissertaccedilatildeo Obrigado Aos acadecircmicos de biologia e estagiaacuterios do Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES Guilherme Liberato da Silva e Fernanda Majolo Obrigado Agrave Biovale Produtos Agropecuaacuterios Ltda pelo apoio e a aacuterea cedida para a realizaccedilatildeo de meus experimentos Em especial ao Eng Agrocircnomo MSc Anduir Lenhardt proprietaacuterio da empresa Aos funcionaacuterios Andreacutea Heisler e Joseacute Luis Gutterres Obrigado Ao Prof Dr Jorge Erick Parra pela orientaccedilatildeo e apoio Obrigado Agrave Prof Drordf Daniele Saad pela orientaccedilatildeo e apoio Obriigado Agrave Prefeitura Municipal de Mato Leitatildeo ao Prefeito Municipal Carlos Alberto Bohn Obrigado Ao produtor de moranguinhos Sr Roger Stein pela coleta dos aacutecaros Obrigado Agrave Agrifertil Comercial Ltda na pessoa do Diretor Administrativo Ari Gollmann pela compreensatildeo apoio e amizade Obrigado

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RESUMO

No Brasil o cultivo de plantas ornamentais aumentou nas uacuteltimas trecircs deacutecadas tornando-se uma importante atividade econocircmica do agronegoacutecio No mercado nacional o Rio Grande do Sul eacute o segundo maior produtor de flores e plantas cultivadas e o maior consumidor Dentre as espeacutecies mais cultivadas as geacuterberas (Gerbera jamesonii Adlam) nos Vales do Taquari Caiacute e Rio Pardo predominam Quanto agrave ocorrecircncia de aacutecaros o aacutecaro rajado (Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae) na cultura de geacuterberas em estufa prejudica a qualidade e beleza da flor causando danos econocircmicos O uso de agrotoacutexicos para a eliminaccedilatildeo de pragas diversas elimina tambeacutem os inimigos naturais destes e a constante aplicaccedilatildeo destes agrotoacutexicos tornam os insetos fitoacutefagos resistentes Demonstrou-se que os produtos naturais e bioloacutegicos satildeo uma alternativa eficiente para o controle do aacutecaro rajado na cultura de geacuterberas Entre os produtos naturais e bioloacutegicos testados (Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio) e o agrotoacutexico de referecircncia (agrave base de Abamectina) todos estes foram eficientes para o controle do aacutecaro rajado Poreacutem os produtos naturais e bioloacutegicos preservaram em sua maioria os inimigos naturais natildeo agrediram o meio ambiente ao passo que o agrotoacutexico eliminou totalmente os inimigos naturais aleacutem de seu efeito ser persistente e perigoso ao meio ambiente

Palavras-chave Agrotoacutexico Gerbera jamesonii sob cultivo protegido Insumos naturais e bioloacutegicos Tetranychus urticae

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ABSTRACT

In Brazil the cultivation of ornamental plants has increased over the last three decades becoming an important economic activity in agribusiness In the national market Rio Grande do Sul is the first largest consumer in Brazil and the second in prodution of ornamental plants grown under greenhouse conditions Among the most cultivated species the gerberas (Geacuterbera jamesonii Adlam) predominate in the Vale do Taquari Caiacute and Rio Pardo The occurrence of mites Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage The use of chemicals to eliminate various pests also eliminate the natural enemies and physiologically modify plants making them more favorable to the development of phytophagous mites It was demonstrated that the natural and biological products are an efficient alternative for the control of two spotted spider mite in the cultivation of gerberas Among the natural and biological products samples analyzed (Beauveria bassiana and Metarhizium anisopliae Azadirachtina sulfur and calcium-based lime sulfur) and reference pesticide (Abamectina-based) all these were efficient to control the mite However natural and biological products preserved in its most the natural enemies and do not affect the environment while the pesticide completely eliminated natural enemies as well as their effect is persistent and dangerous to the environment

Keywords Agrochemicals Gerbera jamesonii grown under greenhouse Natural and organic inputs Tetranychus urticae

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SUMAacuteRIO

RESUMOV

ABSTRACTVI

SUMAacuteRIOVII

LISTA DE FIGURASIX

LISTA DE QUADROS E TABELASXI

SIGLASXII

1 INTRODUCcedilAtildeO13

12 Motivaccedilatildeo 16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17

22 Estufas19

23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22

231 Geacuterberas em vasos23

24 Aacutecaros24

241 Aacutecaro Rajado25

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28

251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31

253 Caldas Ferti-Protetoras32

26 Agrotoacutexicos34

261 Abamectina35

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3 OBJETIVOS38

31 Objetivo Geral 38

32 Objetivos Especiacuteficos 38

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38

41 Materiais38

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42

42 Meacutetodos42

421 Das dosagens ndash Experimento 0143

422 Das dosagens ndash Experimento 0244

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49

51 Resultados global49

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49

512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de

aplicaccedilotildees e contagens54

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59

52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61

521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63

522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64

6 CONCLUSOtildeES65

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66

ANEXOS74

Anexo I75

Anexo II76

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18

Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas

Ornamentais18

Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20

Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20

Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22

Figura 06 - Aacutecaro rajado25

Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33

Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36

Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37

Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37

Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39

Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40

Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41

Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41

Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43

Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44

Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46

Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas51

Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas52

Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52

Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53

Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53

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Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas

meacutedias e novas54

Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555

Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos56

Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556

Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

considerando os tratamentos57

Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558

Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

considerando os tratamentos58

Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos 59

Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento60

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a

realizaccedilatildeo do experimento60

Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62

Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63

Figura 40 - Plantas testemunha64

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35

Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do

agrotoacutexico50

Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61

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SIGLAS

AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura

ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos

CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na

Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)

CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais

CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

para Agricultura e Alimentaccedilatildeo

IAC Instituto Agronocircmico de Campinas

IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE

PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros

predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas

uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O

Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se

os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e

tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais

caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos

produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil

empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea

de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo

com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas

ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um

crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de

negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por

75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e

Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)

O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e

plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550

floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo

Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o

maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao

ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um

reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS

principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas

ornamentais no RS eacute promissor

O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou

em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu

aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas

na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas

sazonais com maior produtividade e qualidade

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 4: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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AGRADECIMENTOS

Agrave UNIVATES - Centro Universitaacuterio e ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo ndash Mestrado em Ambiente e Desenvolvimento ndash PPGAD pela oportunidade de conclusatildeo do mestrado Obrigado Aos professores do PPGAD pelos ensinamentos transmitidos e amizade Ao orientador Prof Dr Noeli Juarez Ferla pela orientaccedilatildeo compreensatildeo estiacutemulo valiosos ensinamentos e amizade Obrigado Ao coorientador Prof DrClaus Haertinger pelas pertinentes e necessaacuterias correccedilotildees que vieram a enriquecer ainda mais esta dissertaccedilatildeo Obrigado Aos acadecircmicos de biologia e estagiaacuterios do Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES Guilherme Liberato da Silva e Fernanda Majolo Obrigado Agrave Biovale Produtos Agropecuaacuterios Ltda pelo apoio e a aacuterea cedida para a realizaccedilatildeo de meus experimentos Em especial ao Eng Agrocircnomo MSc Anduir Lenhardt proprietaacuterio da empresa Aos funcionaacuterios Andreacutea Heisler e Joseacute Luis Gutterres Obrigado Ao Prof Dr Jorge Erick Parra pela orientaccedilatildeo e apoio Obrigado Agrave Prof Drordf Daniele Saad pela orientaccedilatildeo e apoio Obriigado Agrave Prefeitura Municipal de Mato Leitatildeo ao Prefeito Municipal Carlos Alberto Bohn Obrigado Ao produtor de moranguinhos Sr Roger Stein pela coleta dos aacutecaros Obrigado Agrave Agrifertil Comercial Ltda na pessoa do Diretor Administrativo Ari Gollmann pela compreensatildeo apoio e amizade Obrigado

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RESUMO

No Brasil o cultivo de plantas ornamentais aumentou nas uacuteltimas trecircs deacutecadas tornando-se uma importante atividade econocircmica do agronegoacutecio No mercado nacional o Rio Grande do Sul eacute o segundo maior produtor de flores e plantas cultivadas e o maior consumidor Dentre as espeacutecies mais cultivadas as geacuterberas (Gerbera jamesonii Adlam) nos Vales do Taquari Caiacute e Rio Pardo predominam Quanto agrave ocorrecircncia de aacutecaros o aacutecaro rajado (Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae) na cultura de geacuterberas em estufa prejudica a qualidade e beleza da flor causando danos econocircmicos O uso de agrotoacutexicos para a eliminaccedilatildeo de pragas diversas elimina tambeacutem os inimigos naturais destes e a constante aplicaccedilatildeo destes agrotoacutexicos tornam os insetos fitoacutefagos resistentes Demonstrou-se que os produtos naturais e bioloacutegicos satildeo uma alternativa eficiente para o controle do aacutecaro rajado na cultura de geacuterberas Entre os produtos naturais e bioloacutegicos testados (Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio) e o agrotoacutexico de referecircncia (agrave base de Abamectina) todos estes foram eficientes para o controle do aacutecaro rajado Poreacutem os produtos naturais e bioloacutegicos preservaram em sua maioria os inimigos naturais natildeo agrediram o meio ambiente ao passo que o agrotoacutexico eliminou totalmente os inimigos naturais aleacutem de seu efeito ser persistente e perigoso ao meio ambiente

Palavras-chave Agrotoacutexico Gerbera jamesonii sob cultivo protegido Insumos naturais e bioloacutegicos Tetranychus urticae

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ABSTRACT

In Brazil the cultivation of ornamental plants has increased over the last three decades becoming an important economic activity in agribusiness In the national market Rio Grande do Sul is the first largest consumer in Brazil and the second in prodution of ornamental plants grown under greenhouse conditions Among the most cultivated species the gerberas (Geacuterbera jamesonii Adlam) predominate in the Vale do Taquari Caiacute and Rio Pardo The occurrence of mites Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage The use of chemicals to eliminate various pests also eliminate the natural enemies and physiologically modify plants making them more favorable to the development of phytophagous mites It was demonstrated that the natural and biological products are an efficient alternative for the control of two spotted spider mite in the cultivation of gerberas Among the natural and biological products samples analyzed (Beauveria bassiana and Metarhizium anisopliae Azadirachtina sulfur and calcium-based lime sulfur) and reference pesticide (Abamectina-based) all these were efficient to control the mite However natural and biological products preserved in its most the natural enemies and do not affect the environment while the pesticide completely eliminated natural enemies as well as their effect is persistent and dangerous to the environment

Keywords Agrochemicals Gerbera jamesonii grown under greenhouse Natural and organic inputs Tetranychus urticae

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SUMAacuteRIO

RESUMOV

ABSTRACTVI

SUMAacuteRIOVII

LISTA DE FIGURASIX

LISTA DE QUADROS E TABELASXI

SIGLASXII

1 INTRODUCcedilAtildeO13

12 Motivaccedilatildeo 16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17

22 Estufas19

23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22

231 Geacuterberas em vasos23

24 Aacutecaros24

241 Aacutecaro Rajado25

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28

251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31

253 Caldas Ferti-Protetoras32

26 Agrotoacutexicos34

261 Abamectina35

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3 OBJETIVOS38

31 Objetivo Geral 38

32 Objetivos Especiacuteficos 38

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38

41 Materiais38

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42

42 Meacutetodos42

421 Das dosagens ndash Experimento 0143

422 Das dosagens ndash Experimento 0244

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49

51 Resultados global49

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49

512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de

aplicaccedilotildees e contagens54

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59

52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61

521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63

522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64

6 CONCLUSOtildeES65

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66

ANEXOS74

Anexo I75

Anexo II76

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18

Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas

Ornamentais18

Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20

Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20

Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22

Figura 06 - Aacutecaro rajado25

Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33

Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36

Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37

Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37

Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39

Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40

Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41

Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41

Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43

Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44

Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46

Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas51

Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas52

Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52

Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53

Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53

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Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas

meacutedias e novas54

Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555

Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos56

Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556

Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

considerando os tratamentos57

Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558

Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

considerando os tratamentos58

Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos 59

Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento60

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a

realizaccedilatildeo do experimento60

Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62

Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63

Figura 40 - Plantas testemunha64

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35

Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do

agrotoacutexico50

Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61

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SIGLAS

AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura

ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos

CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na

Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)

CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais

CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

para Agricultura e Alimentaccedilatildeo

IAC Instituto Agronocircmico de Campinas

IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE

PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros

predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas

uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O

Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se

os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e

tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais

caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos

produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil

empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea

de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo

com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas

ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um

crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de

negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por

75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e

Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)

O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e

plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550

floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo

Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o

maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao

ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um

reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS

principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas

ornamentais no RS eacute promissor

O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou

em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu

aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas

na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas

sazonais com maior produtividade e qualidade

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do

aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 5: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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RESUMO

No Brasil o cultivo de plantas ornamentais aumentou nas uacuteltimas trecircs deacutecadas tornando-se uma importante atividade econocircmica do agronegoacutecio No mercado nacional o Rio Grande do Sul eacute o segundo maior produtor de flores e plantas cultivadas e o maior consumidor Dentre as espeacutecies mais cultivadas as geacuterberas (Gerbera jamesonii Adlam) nos Vales do Taquari Caiacute e Rio Pardo predominam Quanto agrave ocorrecircncia de aacutecaros o aacutecaro rajado (Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae) na cultura de geacuterberas em estufa prejudica a qualidade e beleza da flor causando danos econocircmicos O uso de agrotoacutexicos para a eliminaccedilatildeo de pragas diversas elimina tambeacutem os inimigos naturais destes e a constante aplicaccedilatildeo destes agrotoacutexicos tornam os insetos fitoacutefagos resistentes Demonstrou-se que os produtos naturais e bioloacutegicos satildeo uma alternativa eficiente para o controle do aacutecaro rajado na cultura de geacuterberas Entre os produtos naturais e bioloacutegicos testados (Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio) e o agrotoacutexico de referecircncia (agrave base de Abamectina) todos estes foram eficientes para o controle do aacutecaro rajado Poreacutem os produtos naturais e bioloacutegicos preservaram em sua maioria os inimigos naturais natildeo agrediram o meio ambiente ao passo que o agrotoacutexico eliminou totalmente os inimigos naturais aleacutem de seu efeito ser persistente e perigoso ao meio ambiente

Palavras-chave Agrotoacutexico Gerbera jamesonii sob cultivo protegido Insumos naturais e bioloacutegicos Tetranychus urticae

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ABSTRACT

In Brazil the cultivation of ornamental plants has increased over the last three decades becoming an important economic activity in agribusiness In the national market Rio Grande do Sul is the first largest consumer in Brazil and the second in prodution of ornamental plants grown under greenhouse conditions Among the most cultivated species the gerberas (Geacuterbera jamesonii Adlam) predominate in the Vale do Taquari Caiacute and Rio Pardo The occurrence of mites Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage The use of chemicals to eliminate various pests also eliminate the natural enemies and physiologically modify plants making them more favorable to the development of phytophagous mites It was demonstrated that the natural and biological products are an efficient alternative for the control of two spotted spider mite in the cultivation of gerberas Among the natural and biological products samples analyzed (Beauveria bassiana and Metarhizium anisopliae Azadirachtina sulfur and calcium-based lime sulfur) and reference pesticide (Abamectina-based) all these were efficient to control the mite However natural and biological products preserved in its most the natural enemies and do not affect the environment while the pesticide completely eliminated natural enemies as well as their effect is persistent and dangerous to the environment

Keywords Agrochemicals Gerbera jamesonii grown under greenhouse Natural and organic inputs Tetranychus urticae

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SUMAacuteRIO

RESUMOV

ABSTRACTVI

SUMAacuteRIOVII

LISTA DE FIGURASIX

LISTA DE QUADROS E TABELASXI

SIGLASXII

1 INTRODUCcedilAtildeO13

12 Motivaccedilatildeo 16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17

22 Estufas19

23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22

231 Geacuterberas em vasos23

24 Aacutecaros24

241 Aacutecaro Rajado25

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28

251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31

253 Caldas Ferti-Protetoras32

26 Agrotoacutexicos34

261 Abamectina35

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3 OBJETIVOS38

31 Objetivo Geral 38

32 Objetivos Especiacuteficos 38

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38

41 Materiais38

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42

42 Meacutetodos42

421 Das dosagens ndash Experimento 0143

422 Das dosagens ndash Experimento 0244

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49

51 Resultados global49

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49

512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de

aplicaccedilotildees e contagens54

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59

52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61

521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63

522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64

6 CONCLUSOtildeES65

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66

ANEXOS74

Anexo I75

Anexo II76

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18

Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas

Ornamentais18

Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20

Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20

Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22

Figura 06 - Aacutecaro rajado25

Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33

Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36

Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37

Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37

Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39

Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40

Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41

Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41

Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43

Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44

Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46

Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas51

Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas52

Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52

Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53

Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53

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Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas

meacutedias e novas54

Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555

Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos56

Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556

Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

considerando os tratamentos57

Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558

Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

considerando os tratamentos58

Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos 59

Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento60

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a

realizaccedilatildeo do experimento60

Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62

Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63

Figura 40 - Plantas testemunha64

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35

Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do

agrotoacutexico50

Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61

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SIGLAS

AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura

ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos

CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na

Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)

CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais

CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

para Agricultura e Alimentaccedilatildeo

IAC Instituto Agronocircmico de Campinas

IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE

PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros

predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas

uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O

Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se

os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e

tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais

caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos

produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil

empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea

de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo

com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas

ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um

crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de

negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por

75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e

Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)

O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e

plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550

floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo

Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o

maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao

ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um

reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS

principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas

ornamentais no RS eacute promissor

O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou

em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu

aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas

na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas

sazonais com maior produtividade e qualidade

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 6: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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ABSTRACT

In Brazil the cultivation of ornamental plants has increased over the last three decades becoming an important economic activity in agribusiness In the national market Rio Grande do Sul is the first largest consumer in Brazil and the second in prodution of ornamental plants grown under greenhouse conditions Among the most cultivated species the gerberas (Geacuterbera jamesonii Adlam) predominate in the Vale do Taquari Caiacute and Rio Pardo The occurrence of mites Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage The use of chemicals to eliminate various pests also eliminate the natural enemies and physiologically modify plants making them more favorable to the development of phytophagous mites It was demonstrated that the natural and biological products are an efficient alternative for the control of two spotted spider mite in the cultivation of gerberas Among the natural and biological products samples analyzed (Beauveria bassiana and Metarhizium anisopliae Azadirachtina sulfur and calcium-based lime sulfur) and reference pesticide (Abamectina-based) all these were efficient to control the mite However natural and biological products preserved in its most the natural enemies and do not affect the environment while the pesticide completely eliminated natural enemies as well as their effect is persistent and dangerous to the environment

Keywords Agrochemicals Gerbera jamesonii grown under greenhouse Natural and organic inputs Tetranychus urticae

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SUMAacuteRIO

RESUMOV

ABSTRACTVI

SUMAacuteRIOVII

LISTA DE FIGURASIX

LISTA DE QUADROS E TABELASXI

SIGLASXII

1 INTRODUCcedilAtildeO13

12 Motivaccedilatildeo 16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17

22 Estufas19

23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22

231 Geacuterberas em vasos23

24 Aacutecaros24

241 Aacutecaro Rajado25

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28

251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31

253 Caldas Ferti-Protetoras32

26 Agrotoacutexicos34

261 Abamectina35

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3 OBJETIVOS38

31 Objetivo Geral 38

32 Objetivos Especiacuteficos 38

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38

41 Materiais38

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42

42 Meacutetodos42

421 Das dosagens ndash Experimento 0143

422 Das dosagens ndash Experimento 0244

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49

51 Resultados global49

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49

512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de

aplicaccedilotildees e contagens54

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59

52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61

521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63

522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64

6 CONCLUSOtildeES65

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66

ANEXOS74

Anexo I75

Anexo II76

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18

Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas

Ornamentais18

Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20

Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20

Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22

Figura 06 - Aacutecaro rajado25

Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33

Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36

Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37

Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37

Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39

Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40

Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41

Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41

Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43

Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44

Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46

Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas51

Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas52

Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52

Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53

Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53

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Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas

meacutedias e novas54

Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555

Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos56

Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556

Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

considerando os tratamentos57

Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558

Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

considerando os tratamentos58

Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos 59

Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento60

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a

realizaccedilatildeo do experimento60

Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62

Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63

Figura 40 - Plantas testemunha64

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35

Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do

agrotoacutexico50

Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61

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SIGLAS

AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura

ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos

CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na

Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)

CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais

CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

para Agricultura e Alimentaccedilatildeo

IAC Instituto Agronocircmico de Campinas

IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE

PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros

predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas

uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O

Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se

os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e

tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais

caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos

produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil

empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea

de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo

com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas

ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um

crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de

negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por

75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e

Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)

O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e

plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550

floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo

Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o

maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao

ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um

reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS

principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas

ornamentais no RS eacute promissor

O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou

em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu

aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas

na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas

sazonais com maior produtividade e qualidade

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p

WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 7: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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SUMAacuteRIO

RESUMOV

ABSTRACTVI

SUMAacuteRIOVII

LISTA DE FIGURASIX

LISTA DE QUADROS E TABELASXI

SIGLASXII

1 INTRODUCcedilAtildeO13

12 Motivaccedilatildeo 16

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17

22 Estufas19

23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22

231 Geacuterberas em vasos23

24 Aacutecaros24

241 Aacutecaro Rajado25

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28

251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31

253 Caldas Ferti-Protetoras32

26 Agrotoacutexicos34

261 Abamectina35

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3 OBJETIVOS38

31 Objetivo Geral 38

32 Objetivos Especiacuteficos 38

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38

41 Materiais38

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42

42 Meacutetodos42

421 Das dosagens ndash Experimento 0143

422 Das dosagens ndash Experimento 0244

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49

51 Resultados global49

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49

512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de

aplicaccedilotildees e contagens54

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59

52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61

521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63

522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64

6 CONCLUSOtildeES65

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66

ANEXOS74

Anexo I75

Anexo II76

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18

Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas

Ornamentais18

Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20

Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20

Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22

Figura 06 - Aacutecaro rajado25

Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33

Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36

Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37

Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37

Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39

Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40

Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41

Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41

Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43

Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44

Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46

Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas51

Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas52

Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52

Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53

Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53

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Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas

meacutedias e novas54

Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555

Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos56

Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556

Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

considerando os tratamentos57

Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558

Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

considerando os tratamentos58

Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos 59

Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento60

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a

realizaccedilatildeo do experimento60

Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62

Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63

Figura 40 - Plantas testemunha64

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35

Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do

agrotoacutexico50

Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61

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SIGLAS

AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura

ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos

CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na

Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)

CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais

CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

para Agricultura e Alimentaccedilatildeo

IAC Instituto Agronocircmico de Campinas

IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE

PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros

predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas

uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O

Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se

os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e

tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais

caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos

produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil

empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea

de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo

com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas

ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um

crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de

negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por

75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e

Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)

O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e

plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550

floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo

Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o

maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao

ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um

reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS

principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas

ornamentais no RS eacute promissor

O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou

em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu

aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas

na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas

sazonais com maior produtividade e qualidade

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 8: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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3 OBJETIVOS38

31 Objetivo Geral 38

32 Objetivos Especiacuteficos 38

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38

41 Materiais38

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42

42 Meacutetodos42

421 Das dosagens ndash Experimento 0143

422 Das dosagens ndash Experimento 0244

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49

51 Resultados global49

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49

512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de

aplicaccedilotildees e contagens54

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59

52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61

521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63

522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64

6 CONCLUSOtildeES65

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66

ANEXOS74

Anexo I75

Anexo II76

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18

Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas

Ornamentais18

Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20

Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20

Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22

Figura 06 - Aacutecaro rajado25

Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33

Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36

Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37

Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37

Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39

Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40

Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41

Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41

Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43

Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44

Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46

Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas51

Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas52

Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52

Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53

Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53

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Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas

meacutedias e novas54

Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555

Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos56

Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556

Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

considerando os tratamentos57

Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558

Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

considerando os tratamentos58

Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos 59

Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento60

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a

realizaccedilatildeo do experimento60

Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62

Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63

Figura 40 - Plantas testemunha64

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35

Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do

agrotoacutexico50

Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61

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SIGLAS

AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura

ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos

CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na

Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)

CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais

CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

para Agricultura e Alimentaccedilatildeo

IAC Instituto Agronocircmico de Campinas

IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE

PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros

predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas

uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O

Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se

os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e

tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais

caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos

produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil

empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea

de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo

com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas

ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um

crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de

negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por

75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e

Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)

O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e

plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550

floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo

Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o

maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao

ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um

reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS

principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas

ornamentais no RS eacute promissor

O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou

em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu

aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas

na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas

sazonais com maior produtividade e qualidade

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 9: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18

Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas

Ornamentais18

Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20

Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20

Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22

Figura 06 - Aacutecaro rajado25

Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33

Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36

Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37

Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37

Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39

Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40

Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41

Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41

Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43

Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44

Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46

Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47

Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas51

Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas52

Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52

Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53

Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53

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Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas

meacutedias e novas54

Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555

Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos56

Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556

Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

considerando os tratamentos57

Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558

Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

considerando os tratamentos58

Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos 59

Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento60

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a

realizaccedilatildeo do experimento60

Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62

Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63

Figura 40 - Plantas testemunha64

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35

Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do

agrotoacutexico50

Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61

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SIGLAS

AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura

ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos

CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na

Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)

CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais

CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

para Agricultura e Alimentaccedilatildeo

IAC Instituto Agronocircmico de Campinas

IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE

PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros

predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas

uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O

Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se

os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e

tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais

caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos

produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil

empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea

de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo

com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas

ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um

crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de

negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por

75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e

Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)

O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e

plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550

floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo

Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o

maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao

ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um

reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS

principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas

ornamentais no RS eacute promissor

O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou

em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu

aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas

na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas

sazonais com maior produtividade e qualidade

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 10: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas

meacutedias e novas54

Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555

Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos56

Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556

Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

considerando os tratamentos57

Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo

o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558

Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

considerando os tratamentos58

Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos 59

Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento60

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a

realizaccedilatildeo do experimento60

Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62

Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63

Figura 40 - Plantas testemunha64

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35

Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do

agrotoacutexico50

Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61

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SIGLAS

AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura

ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos

CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na

Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)

CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais

CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

para Agricultura e Alimentaccedilatildeo

IAC Instituto Agronocircmico de Campinas

IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE

PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros

predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas

uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O

Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se

os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e

tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais

caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos

produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil

empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea

de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo

com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas

ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um

crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de

negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por

75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e

Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)

O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e

plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550

floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo

Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o

maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao

ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um

reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS

principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas

ornamentais no RS eacute promissor

O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou

em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu

aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas

na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas

sazonais com maior produtividade e qualidade

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do

aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 11: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35

Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do

agrotoacutexico50

Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61

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SIGLAS

AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura

ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos

CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na

Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)

CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais

CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

para Agricultura e Alimentaccedilatildeo

IAC Instituto Agronocircmico de Campinas

IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE

PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros

predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas

uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O

Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se

os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e

tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais

caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos

produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil

empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea

de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo

com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas

ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um

crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de

negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por

75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e

Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)

O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e

plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550

floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo

Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o

maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao

ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um

reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS

principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas

ornamentais no RS eacute promissor

O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou

em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu

aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas

na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas

sazonais com maior produtividade e qualidade

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 12: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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SIGLAS

AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura

ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos

CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na

Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)

CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas

Ornamentais

CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

para Agricultura e Alimentaccedilatildeo

IAC Instituto Agronocircmico de Campinas

IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura

MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE

PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros

predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas

uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O

Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se

os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e

tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais

caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos

produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil

empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea

de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo

com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas

ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um

crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de

negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por

75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e

Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)

O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e

plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550

floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo

Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o

maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao

ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um

reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS

principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas

ornamentais no RS eacute promissor

O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou

em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu

aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas

na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas

sazonais com maior produtividade e qualidade

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 13: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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1 INTRODUCcedilAtildeO

No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas

uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O

Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se

os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e

tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais

caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos

produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil

empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea

de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo

com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas

ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um

crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de

negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por

75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e

Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)

O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e

plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550

floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo

Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o

maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao

ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um

reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS

principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas

ornamentais no RS eacute promissor

O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou

em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu

aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas

na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas

sazonais com maior produtividade e qualidade

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 14: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos

geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii

Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio

Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada

vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos

organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas

ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados

conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos

Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com

quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax

A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais

especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como

aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas

manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa

danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)

Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e

alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e

manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade

fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a

accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o

aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese

de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros

tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por

em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e

basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as

folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente

(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das

plantas com teia (JEPPSON et al 1975)

Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o

controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do

agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de

intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 15: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e

botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao

uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas

adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)

Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de

vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL

AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo

persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram

colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande

maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que

enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)

O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos

Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa

Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf

Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o

mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e

Rio Pardo (CERESTVales)

Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam

e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee

de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado

por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de

Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)

e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre

eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em

estufas

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 16: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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12 Motivaccedilatildeo

No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e

Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis

Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo

Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no

decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser

vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU

1987)

No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli

Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros

ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi

procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul

referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma

demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em

niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia

Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para

Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por

produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas

sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo

apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

Page 17: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES · 1836: Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse, affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage. The

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais

Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim

significa jardim A horticultura estaacute dividida em

fruticultura ndash cultivo de pomares

olericultura ndash cultivo da horta

floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)

Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade

tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15

hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar

corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do

ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando

uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um

faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)

As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares

Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194

mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na

produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15

mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)

No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas

ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores

envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para

folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al

2007)

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Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria

Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007

Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas

liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da

produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os

estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo

produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)

Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais

Fonte IBRAFLOR 2008

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Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e

Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo

propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos

setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que

envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que

impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias

profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e

fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)

A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e

comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002

para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de

2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em

180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445

produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810

hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em

18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)

Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e

com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva

juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio

governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e

externo (AFLORI 2009)

22 Estufas

O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto

ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em

cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos

climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de

granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o

cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)

(BUAINAIN et al 2007)

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Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o

cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011

Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e

telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo

em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar

Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como

tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)

Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009

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A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo

com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as

seguintes

as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos

predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do

Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes

frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do

vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada

em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do

Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas

necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode

variar de acordo com a disponibilidade do terreno

a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros

em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia

portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa

ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e

construccedilotildees (SGANZERLA 1995)

O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo

da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo

solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo

para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente

protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre

ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que

diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio

hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a

capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o

manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua

fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da

umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro

ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et

al2006)

Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de

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Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores

e plantas ornamentais

23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii

As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da

categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se

as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado

principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)

As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi

batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug

Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul

O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia

das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo

entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera

hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas

caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo

do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)

A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na

composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e

estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre

as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)

Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner

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A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser

produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma

produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas

com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento

moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo

do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para

iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada

luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida

iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna

igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)

A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo

solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais

componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua

escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de

sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um

desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em

clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)

231 Geacuterberas em vasos

O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito

usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da

temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema

frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado

em parte no cultivo em vasos

Entre as vantagens do sistema estatildeo

aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia

melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser

construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel

ao trabalhador

diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo

e pragas

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diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o

que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas

diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de

fertilizantes (SEBRAE 2009)

24 Aacutecaros

Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos

carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais

causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute

semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como

insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas

e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes

pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em

duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)

Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros

apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao

homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo

aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de

decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute

comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos

geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas

ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)

Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas

pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de

lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e

daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais

importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus

desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)

241 Aacutecaro Rajado

Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de

plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase

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de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo

014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das

folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos

agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-

se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase

ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees

laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato

geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)

aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae

Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS

O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias

agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20

dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo

para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo

emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A

longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40

dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente

e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior

longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e

ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de

grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se

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alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo

celular (FLECHTMANN 1979)

O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua

alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam

as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas

circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do

ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do

equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)

Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm

acesso 21-09-2009

A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave

queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da

fotossiacutentese (LIESERING 1960)

Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta

para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem

demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das

casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as

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instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN

1979)

No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de

agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos

trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o

ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um

processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos

acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente

350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)

Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro

rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)

Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008

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Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de

morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho

(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o

controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo

ornamentais e outros (SATO 2006)

Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram

realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro

rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano

econocircmico

25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos

A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos

seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a

comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes

no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da

vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na

qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas

de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas

brasileiras (DALZOTO et al 2009)

Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos

agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro

Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do

meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e

documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de

substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as

consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os

agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os

processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos

procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede

puacuteblica (CARSON 2010)

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251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina

A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina

(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas

globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave

importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma

e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e

significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia

da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios

ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo

de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por

pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha

(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a

Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim

Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e

persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute

crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de

onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola

veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)

Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o

controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por

pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)

No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -

IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de

Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros

O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo

da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio

ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos

insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de

vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)

Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas

pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo

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desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede

temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas

espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A

eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de

oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas

(GARCIA 2001)

O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave

disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos

os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de

pragas (GARCIA 2001)

Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas

Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha

gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora

brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute

bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens

Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus

cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente

broca-dos-frutos

Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito

Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho

(MARTINEZ 2008)

Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos

vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles

Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de

Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em

testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes

resultados

Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada

universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado

teor de capsaicina

Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e

possui propriedades bactericidas e fungicidas

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Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do

repertoacuterio de inseticidas vegetais

Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido

como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do

urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra

violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente

ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu

efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades

inseticidas (MARTINEZ 2008)

252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos

Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade

consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica

satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com

algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo

da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na

natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o

uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem

medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras

que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos

dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e

Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos

nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)

Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos

tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no

controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros

produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais

podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O

avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao

controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle

do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados

tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO

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2009)

Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um

parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do

inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a

superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou

aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a

oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas

pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria

bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura

(DALZOTO 2009)

As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em

pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em

constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo

Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom

molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo

e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte

Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura

ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO

et al 1999)

253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas

As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas

e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se

de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para

aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que

proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo

enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta

aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a

Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)

Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a

Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada

entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda

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obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos

de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e

densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo

indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais

(PENTEADO 2006)

A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua

constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande

diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os

principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e

estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como

caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade

adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer

seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se

usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre

pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)

Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente

abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em

temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda

sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)

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26 Agrotoacutexicos

Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que

se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias

categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que

eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas

cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)

e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas

inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que

dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de

arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a

praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura

convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-

fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua

classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre

outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos

agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas

principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os

venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas

provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda

e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem

rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A

intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a

exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo

suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas

outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a

aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas

taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo

prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de

veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os

afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)

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261 Abamectina

A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e

aacutecaros

CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida

GRUPO QUIacuteMICO Avermectina

TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)

A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente

toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)

O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50

(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero

Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica

capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias

Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de

quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a

toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo

quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)

Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001

O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito

toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II

ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de

Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)

GRUPOS

DL50

(mgKg)

Dose letal provaacutevel para o homem

Extremamente

toacutexicos

lt 10

1 pitada - algumas gotas

Altamente toacutexicos

10-50

algumas gotas -1 colher de chaacute

Medianamente toacutexicos

500-5000

1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa

Pouco toacutexicos

05g-50g

2 colheres de sopa- 1 copo

Muito pouco toacutexicos

50g ou 150g

1 copo -

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Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se

assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo

para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe

a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente

negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em

aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras

cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam

animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)

Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de

equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)

Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros

Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp

Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de

produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)

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Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner

Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de

EPI (figura 12)

Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf

Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com

aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou

superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)

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3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral

Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterberas em estufa

32 Objetivos Especiacuteficos

Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro

rajado na cultura de geacuterbera em estufa

Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas

concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na

cultura de geacuterbera em estufa

Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos

na cultura de geacuterbera em estufa

Avaliar os aacutecaros predadores

4 MATERIAL E MEacuteTODOS

41 Materiais

Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural

produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de

Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado

para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado

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Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura

14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o

plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue

necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee

Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento

teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de

fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de

mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade

de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes

plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser

trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer

tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das

embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve

ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)

teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade

O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem

orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma

excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para

os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)

fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita

(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as

mudas de geacuterberas (figura 15)

Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco

(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS

Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco

Fonte Cloacutevis A Schwertner

O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura

fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A

estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto

Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas

maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)

Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um

termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado

em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e

maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura

eacute abastecido por uma pilha (15 V)

411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade

de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs

produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e

Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A

Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos

naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a

10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou

quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico

seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo

42 Meacutetodos

A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o

agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco

compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os

compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura

por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas

laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as

geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos

escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha

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Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

421 Das dosagens ndash Experimento 01

Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de

agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do

aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas

pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram

de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos

fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10

Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por

compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)

mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura

19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com

trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75

aacutecaros em toda a bancada

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Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo

reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme

metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para

caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da

empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o

controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite

de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de

controle (PROMIP 2008)

Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo

protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem

demonstrou-se mais eficiente

422 Das dosagens ndash Experimento 02

Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual

foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por

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compartimento

No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em

cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos

foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do

experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos

produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar

o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico

em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados

A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram

intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia

abaixo

14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E

14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos

7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees

a = Aplicaccedilatildeo

c = Contagem dos aacutecaros

A = primeira contagem

B = segunda contagem

C = terceira contagem

D = quarta contagem

E = quinta contagem

A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi

respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

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Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos

insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico

Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e

o agrotoacutexico

E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)

desta sequencia experimental (figura 20)

Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio

estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento

avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada

vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou

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seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das

folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o

desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal

As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao

compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos

totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)

Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados

Figura 21 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

Figura 22 - Contagem dos aacutecaros

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise

estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de

descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees

para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como

para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas

descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas

utilizadas destaca-se o teste de Tukey

O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)

Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS

Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir

comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas

diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos

Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha

Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)

Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica

Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina

Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Resultado global

511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e

bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa

Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10

paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos

naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os

produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros

predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve

eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores

Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado

Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado

o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos

naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos

nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas

novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento

Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas

no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10

porque esta se demonstrou mais eficiente

Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium

anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das

meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi

a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas

folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores

diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de

discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico

Dosagens

050 100

Folhas Velhas 040 060

B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120

Folhas Novas 120 140

Folhas Velhas 033 200

Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100

Folhas Novas 100 036

Folhas Velhas 040 080

Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060

Folhas Novas 120 040

Folhas Velhas 020 000

Abamectina Folhas Meacutedias 080 000

Folhas Novas 040 000

Folhas Velhas 060 220

Testemunha Folhas Meacutedias 120 180

Folhas Novas 140 060

Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das

contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento

Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia

das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a

meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos

A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados

e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10

e 05

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Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas

meacutedias e novas

Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos

tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o

nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e

velhas nas dosagens de 05 e 10

Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os

predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme

PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o

enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima

de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees

poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees

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Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e

novas

Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

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Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias

Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas

Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos

permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle

de aacutecaros fitoacutefagos

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512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e

alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do

agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos

testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas

Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em

sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de

otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas

aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas

contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores

denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas

44 a 46)

O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos

e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu

constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o

agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do

experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)

Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas

513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de

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10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens

Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos

tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi

aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o

calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos

aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias

Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo

teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias

- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem

significativamente entre si

- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem

significativamente entre si

Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o

tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento

Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve

diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada

diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)

Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas

natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do

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experimento (figura 30)

Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas

considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os

tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os

tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)

Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em

geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila

significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com

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Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens

efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o

aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)

Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos

Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira

contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao

tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo

teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e

Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram

diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)

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Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5

A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve

diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)

Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos

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No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas

meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base

de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o

agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro

predador (figura 35)

Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas

considerando os tratamentos

514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar

Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de

desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T

urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios

imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos

de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade

de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a

partir de 15 ordm C

A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no

periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste

periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)

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Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do

experimento

A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)

Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo

do experimento

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Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar

aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell

(1973 in BERTOLO 2007)

52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos

Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle

dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de

relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na

produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do

trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e

consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo

Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os

seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no

quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo

acrescidos no valor final do produto

Produtos

Quant Litro R$

Pulverizador Costal

R$

Oacuteculos Policarbonato

R$

Luvas Borracha

R$

EPI cBotas

R$

Custo Total R$

Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000

Bbassianae

M anisopliae

5300 15500 1800 700 23300

Calda

sulfocalcica

700 15500 1800 700 18700

Abamectina 5900 15500 9200 30600

Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)

No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$

8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos

trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute

necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de

Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica

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a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador

manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na

aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)

Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos

Fonte Cloacutevis A Schwertner

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521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento

Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram

aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro

rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do

experimento

Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner

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522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento

No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente

danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)

Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner

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6 CONCLUSOtildeES

O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de

desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais

saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou

em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo

ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera

jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem

alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos

Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e

bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade

produtividade e rentabilidade econocircmica

O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium

anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica

(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na

cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico

Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros

predadores

Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de

geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador

se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos

Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque

multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES

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ANEXOS

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ANEXO I

Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias

Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm

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ANEXO II

Glossaacuterio

Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato

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