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Parece que tomar posse da Diretoria de Comunicação Social (Dirco) no dia 1º de abril de 2013 foi emblemá-tico. A partir daí, a Dirco foi reativada e a questão que aflorou foi: a comunicação social tem realmente um papel a desempenhar em uma instituição pública? Se a resposta for sim - o que acreditamos - qual estratégia adotar?

Nossa perspectiva é fomentar uma Diretoria de Comunicação Social, não só como um setor para atuar e intervir apenas em favor da gestão atual por meio de divulgação dos planos, projetos e ações institucionais. É isso também, claro. Todavia, a Dirco, hoje, toma para si o papel de disseminar uma cultura de comunicação social, tão cara a uma comunidade que se quer plural, mas, antes de tudo, coletiva. A UFU é uma instituição que, para além de uma marca, tem que criar uma imagem, uma identidade própria, capaz de fazer com que ela mesma e a comunidade onde atua se reconheça.

O caminho tem sido exaustivo, porém, compartilhado por todos os servidores que atuam neste setor. Di-versas frentes foram trilhadas. A primeira delas foi a elaboração de um folder, que nortearia não só as ações internas como os nossos usuários. A sua finalidade precípua foi a de estabelecer laços com a comunidade na qual se encontra inserida. O segundo passo foi constituir uma parceria efetiva entre a Fundação Rádio e Tele-visão Educativa de Uberlândia (RTU), em busca de uma sinergia que torna concreta a visibilidade das ações tão ricas e complexas produzidas pela UFU. Ainda chamamos para a Dirco a responsabilidade pela divulga-ção de eventos e comunicados, antes gerenciados pelo Centro de Tecnologia e Informática (CTI) da UFU. É também nossa missão a participação e o gerenciamento do novo Portal Dirco e do Portal UFU, coordenando e cuidando da imagem institucional da universidade.

As campanhas e agendas culturais, especialmente dos órgãos administrativos - 35 anos UFU, I SEMAI, Ebe-serh, UFU no Plural, CPA, Natal, dentre outros -, têm sido produzidas pelo setor de design e marketing. O pro-grama semanal “UFU no Plural”, exibido na Rádio e TV Universitária, está aberto a ações e projetos de ensino, pesquisa e extensão, abordando várias temáticas de interesse público com convidados especiais. O objetivo é estabelecer maior interação entre a UFU, a sociedade e as mídias locais, regionais e nacionais. Entre as pautas já apresentadas destacam-se: o debate sobre a adesão do HC/UFU à Ebserh, os dez primeiros meses da gestão do reitor Elmiro Santos, o Seminário Nacional 90 anos de Rádio no Brasil, a III Feira Universitária do Livro, as relações humanas para os servidores da UFU, I Semana de Ações Integradas, hanseníase, dentre outros.

O Portal UFU, a página “Comunicação UFU” no Facebook, a clipagem e o mailling já fazem parte de uma rotina que se multiplica, demonstrando o interesse não só na divulgação, mas também no acesso à informação para atualização da vida cotidiana da UFU.

O Jornal da UFU, mensal, com ISSN, tem divulgado não só as ações administrativas, produções acadê-micas e culturais da universidade. As edições estão abertas para artigos de opinião, homenagens à gente da gente, prêmios de docentes e discentes, entre outras colunas abertas, esperando a participação da comunida-de institucional e de suas parcerias.

O curso “Gerenciamento de Crise e Mídia Training”, promovido pela Dirco, foi oferecido a todos os setores administrativos e a própria gestão e teve participação efetiva dos funcionários dessa diretoria, da TV e da Rádio Universitária. Já estamos trabalhando no planejamento estratégico para 2014, por meio de reuniões acaloradas e criativas. Também experimentamos um novo Portal Dirco, criado pelo CTI, muito mais clean, ágil e eficiente, que oportunizará uma melhor forma de atendimento ao nosso público. Novas mídias on-line têm sido ativadas para atingir e democratizar a informação. A interação com as mídias e com as instâncias públicas e aquelas de caráter social, tem sido perpassado por valores éticos, democráticos e de desenvolvimento social.

O trabalho tem sido intenso, mas gratificante. Aprendemos a conhecer cotidianamente as entranhas da UFU, seus problemas e, mais que tudo, suas conquistas, sua produção diversificada e comprometida com o social. Só podemos afirmar que o coletivo e a diversidade se tornam a riqueza e o orgulho de nossa instituição.

Comunicação social pública interessa? Por quê?

Maria Clara Tomaz MachadoDiretora de Comunicação Social

EXPEDIENTEISSN 2317-7683

O Jornal da UFU é uma publicação mensal da Diretoria de Comunicação Social (Dirco) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).Av. João Aves de Ávila, 2121, Bloco 1S, Santa Mônica, 38.400-902, Uberlândia-MG. Telefone: 55 (34) 3239-4350. www.dirco.ufu.br | [email protected].

Diretora de ComunicaçãoMaria Clara Tomaz Machado Coordenador de JornalismoFabiano GoulartCoordenador de ConteúdoCairo Mohamad Ibrahim KatribEquipe de JornalismoDiélen Borges, Eliane Moreira,Frinéia Chaves, Jussara Coelho,Marco Cavalcanti e Renata NeivaEstagiários em JornalismoAna Beatriz Tuma, Augusto Ikeda,Cíntia Sousa e Sabrina TomazEditoraEliane Moreira (RP525/RN)Projeto gráfico e diagramaçãoElisa ChueiriRevisãoDiélen Borges e Maria Clara Tomaz MachadoFotografiaAline Pires, André Carnero e Milton SantosImpressãoImprensa Universitária - Gráfica UFUTiragem3000 exemplaresDocente colaboradorEduardo MacedoReitor: Elmiro Santos Resende | Vice-reitor:Eduardo Nunes Guimarães | Chefe de ga-binete: José Antônio Gallo | Pró-reitora de Graduação: Marisa Lomônaco de Paula Naves | Pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis: Dalva Maria de Olivei-ra Silva | Pró-reitor de Pesquisa e Pós-gra-duação: Marcelo Emílio Beletti | Pró-reitor de Planejamento e Administração: José Francisco Ribeiro | Pró-reitora de Recursos Humanos: Marlene Marins de Camargos Borges | Prefeito Universitário: RegesEduardo Franco Teodoro

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CursoBásico para a formação de instrutores de Língua Brasileira de Sinais

Básico e intermediário para a formação de intérpretes de Língua Brasileira de Sinais

Preparatório para os processos seletivos de ingresso no Ensino Superior

Informática – Tecnologias Assistivas

Ensino da Língua Portuguesa para pessoas surdas

Braille

Extensão sobre a Educação Escolar e o Atendimento Educacional Especializado para pessoas com altas habilidades

Extensão em Língua Brasileira de Sinais

Extensão sobre a Educação Escolar e o Atendimento Educacional Especializado para pessoas transtornos globais do desenvolvimento

Orientação e mobilidade

Atendimento Educacional Especializado para alunos surdos; Educação Especial e Atendimento Educacional Especializado;

Atendimento Educacional Especializado para alunos com altas habilidades/superdotação;

Ensino de Língua Brasileira de Sinais

Informações: www.cepae.faced.ufu.br

Cepae amplia oferta de cursos

texto Marco Cavalcantifotos Milton Santos

Órgão faz dez anos capacitando para a inclusão social

O Centro de Ensino, Pesquisa, Extensão e Atendimento em Edu-cação Especial (Cepae) da UFU vai ampliar a oferta de cursos em 2014. Além dos já disponíveis (veja lis-ta nesta página), o Cepae oferecerá outros dois cursos de extensão. Um é “Educação Escolar e o Atendimen-to Educacional Especializado para Pessoas com Transtornos Globais do Desenvolvimento”, destinado a pro-fessores da rede pública de ensino e demais profissionais atuantes na área. O outro, “Orientação e Mobilidade”, tem como objetivo promover a capa-citação para o auxílio a pessoas com deficiência visual total ou parcial, no que diz respeito a atividades que exi-gem a locomoção, analisando diver-sos ambientes.

Também para o próximo ano es-tão previstos – aguardando apenas a liberação do Ministério da Educação – novos cursos gratuitos de especia-lização. Atualmente é oferecido, em nível de pós-graduação, o curso latu sensu em “Educação Especial e Aten-dimento Educacional Especializado”,

promovido em parceria com o Insti-tuto de Psicologia, presencial e com carga horária de 500 horas.

Criado há 10 anos, o Cepae exer-ce as funções de ensino, pesquisa e extensão visando à acessibilidade e à inclusão social de pessoas com defici-ência. Além de cursos presenciais e a distância (extensão, aperfeiçoamento e especialização), o centro está aber-to a alunos e professores da univer-sidade, com deficiência ou não, que necessitam de apoio sobre o assunto.

A UFU tem 57 estudantes com al-gum tipo de deficiência, matricula-dos nos diversos cursos de graduação e pós-graduação. “A gente acompa-nha todos eles desde a sua entrada até sua saída [da instituição]”, observa a coordenadora do curso de Pedagogia da UFU, Lázara Cristina da Silva, que coordenou o Cepae de 2010 até outu-bro deste ano.

Alguns docentes da UFU se tor-nam estudantes no Cepae. É o caso do professor do curso de graduação em Estatística, Rogério Pinto, há 12 anos lecionando na universidade. No primeiro semestre deste ano, ele co-meçou a estudar Língua Brasileira de Sinais (Libras) para poder se comuni-car com uma aluna surda. “Eu me sen-ti até um pouco envergonhado, porque eu não sabia nem falar ‘oi’ em Libras”, lembra da sua reação quando precisou falar com ela pela primeira vez.

Poucos meses antes, o mesmo professor já havia iniciado o curso de

“Tecnologias Assistivas” para poder ajudar um aluno que ficou cego. O curso apresenta os recursos de pro-gramas de informática específicos para pessoas com deficiência visual. “Já sei onde buscar ajuda”, diz.

Há 20 anos atuando na área de Educação Especial, Lázara da Silva afirma que hoje existem mais recur-sos para o trabalho. No início, quan-do lecionava para crianças da rede

pública de ensino, tinha que “fabri-car” o material para alunos com de-ficiência. “Naquela época, a gente sonhava com um aparelhinho que pudesse mandar mensagens, que pu-desse escrever um texto para a pessoa surda ler, porque, para falar com uma pessoa surda, era a coisa mais difícil. Hoje tem o telefone celular 3G, que nem precisa mandar mensagens, ele ‘fala’ em língua de sinais”, comenta.

O ensino de Libras é uma das ações do Cepae

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texto Eliane Moreirafoto André Carnero

Desvelando o cotidiano

Programa semanal é apresentado pela jornalista

Frinéia Chaves

Projeto apoiado pela UFU melhora a saúde de crianças africanas

Sem fronteiras para ajudar

Projeto “Missão África” atende crianças e adultos carentes de Moçambique

texto Sabrina Tomazfoto divulgação

Uma em cada duas crianças so-fre de desnutrição crônica, 55% dos habitantes vivem abaixo da linha de pobreza e 62,4% da população não possui acesso a serviços de saúde. Esses foram alguns dos dados sobre Moçambique, divulgados pelo Fun-do das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em 2010, que motivaram a pediatra Juliana Pontes, juntamente com um grupo de amigos, a contri-buir para mudar a realidade do país com o quarto menor Índice de De-senvolvimento Humano (IDH) do planeta.

Com o objetivo de oferecer ser-viços de saúde e educação para crianças e adultos, o grupo criou a organização não governamental (ong) “Missão África”. A primeira viagem aconteceu em 2011. Cerca de 150 voluntários, de diferentes ci-dades, já participaram das missões. Além de atendimentos médicos e odontológicos, a equipe realiza ativi-dades educativas e preventivas contra a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) em orfanatos e comunidades do país. Juliana Pontes

conta que os participantes são, prin-cipalmente, médicos, enfermeiros, dentistas, nutricionistas e educado-res. Segundo a pediatra, o mais im-portante para ser um voluntário é ter disposição e força de vontade para enfrentar toda a forma de privação encontrada na África.

Durante as cinco viagens realiza-das a Moçambique, o projeto alcan-çou algumas conquistas. Além de enviar toneladas de medicamentos, itens de higiene pessoal e leite em pó, o grupo levantou recursos para a construção de uma escola na aldeia de Mútua, na cidade de Dondo. A es-cola atende 133 crianças, de quatro e cinco anos, que recebem alimentação e ensino.

Cairo Carvalho, presidente do “Missão África”, afirma que uma das maiores satisfações em participar do projeto é saber que eles podem salvar a vida de diversas pessoas. A gratidão e a alegria da população sempre emo-cionam o empresário, mas uma his-tória em especial o marcou. Durante o atendimento em uma comunidade, após a distribuição de algumas doa-

ções, a fala de uma mulher chamou sua atenção. “Ela estava muito feliz e eufórica e dizia: ‘Eu vim aqui, rece-bi um copo de leite, recebi cuidados médicos, ganhei remédio e, na hora de sair, ainda ganhei um par de sapa-tos. O que mais eu posso querer da vida?’”, conta Cairo.

Parceria com a UFUVendo a importância do projeto

“Missão África”, a professora do cur-so de Odontologia da UFU, Marila Azevedo, decidiu utilizar o conheci-mento da universidade em benefício da população de Moçambique. A do-cente conheceu o projeto por meio de sua ex-aluna Maysa Marques e, em 2012, elas desenvolveram um projeto de extensão, com o objetivo de levar atendimento odontológico emergencial, preventivo e curativo para crianças e adolescentes na faixa etária de cinco a 16 anos. O trabalho tem um método desenvolvido por professores da Faculdade de Odon-tologia da UFU que identifica e, ao mesmo tempo, classifica os diferen-tes graus de risco da cárie. Além dis-

so, o projeto destaca a importância do trabalho voluntário e da vivência do acadêmico, em atividades fora da universidade.

Os estudantes participam ape-nas em Uberlândia, porque o projeto não possui apoio financeiro da UFU para custear as viagens. Atualmente, os docentes fazem a capacitação de voluntários e os alunos são os res-ponsáveis pela análise e contabiliza-ção dos dados coletados na África. Marila Azevedo conta que, agora, o seu desejo é poder ampliar o proje-to para outras áreas. “Quero estabe-lecer um vínculo dentro da própria UFU, juntando mentes criativas e atuantes das Engenharias, Agrono-mia, Nutrição e Pedagogia para pen-sar em ações concretas para ajudar a população de Moçambique”, relata a professora.

O “Missão África” é manti-do com doações. Para saber mais sobre o projeto e como doar, acesse o sitewww.missaoafrica.org.br.

Quarta-feira cedo, a equipe de produção do “UFU no Plural” sai a campo. Hora de colher entrevistas da comunidade universitária para mais uma edição do programa semanal, exibido pela TV Universitária. A in-teratividade é possível por meio do quadro “¿Quero Saber!”, em que estu-dantes, professores e técnicos tiram suas dúvidas. No estúdio, o entrevis-tado responde aos questionamentos. É dessa forma, com temas variados, que toda segunda-feira, às 22 horas, vai ao ar o “UFU no Plural”. O pro-grama, da Diretoria de Comunicação (Dirco) da UFU, em parceira com a TV Universitária, estreou no dia 30 de setembro e é apresentado pela jor-nalista Frinéia Chaves.

De acordo com Maria Clara To-maz Machado, diretora de Comu-nicação, “o objetivo é garantir que o pluralismo da Universidade seja le-vado ao telespectador por pessoas que constroem o projeto coletivo da UFU, desvelando a UFU, debatendo nosso futuro e colocando nossas con-quistas em pauta”.

Há pouco tempo no ar, o “UFU no Plural” já ganha a simpatia da co-munidade universitária. “O progra-ma engloba várias temáticas e toda a comunidade pode participar por meio de perguntas”, ressalta a estu-dante do curso de Economia, Lu-

zia Cláudia, angolana, que estuda na UFU por meio de um programa de intercâmbio. A mesma impres-são tem a aluna Hanna Coelho, que cursa Química Industrial: “a ideia é interessante, os programas, na sua maioria, são distantes do estudan-te e neste, tenho a oportunidade de participar”. O professor Humberto Eduardo de Paula, do curso de Eco-nomia, ficou sabendo do programa por meio do outdoor. “É um pro-grama moderno, com linguagem descontraída e participativa, com perguntas da comunidade”, diz.

As pautas são sugeridas por todos os segmentos da instituição. A defi-nição dos temas é feita pela Dirco. Exibida pela TV Universitária – ca-nal 4 na TV aberta e canal 5 na TV a

cabo –, a produção é de 30 minutos, dividida em três blocos. A exibição inédita acontece às segundas-fei-ras, às 22h, com reprises aos sába-dos, às 14h. Na Rádio Universitária FM (107,5), o programa tem cinco minutos de conteúdo. As exibições são feitas sempre às segundas-feiras, a partir das 7h30, com reprises às 13h30 e 21h30.

LevezaO cenário do programa “UFU

no Plural” foi definido em reunião pela equipe que compõe o progra-ma: apresentadora, cinegrafistas, en-genheiro, editores, designer gráfico e produtores. O tom vibrante do laranja contrasta com o branco, verde e cinza, trazendo jovialidade e leveza ao cená-

rio. “Criamos uma identidade, utili-zando desenhos ao fundo, que lembra a logo da UFU”, explica Elisa Chueiri, responsável pelo design gráfico.

Para a jornalista e apresentadora Frinéia Chaves, a proposta do pro-grama é mostrar os vários projetos desenvolvidos na UFU e ações que beneficiam a população. “É uma ação pioneira que servirá para fortalecer o maior patrimônio da UFU, que é a sua imagem, uma marca forte e de referência para a cidade e região. Es-tou feliz pela oportunidade de ajudar a escrever um novo capítulo da histó-ria desta instituição”.

Se você tem interesse em parti-cipar, enviando sugestões de pautas, encaminhe e-mail para o endereço eletrônico [email protected].

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Demolição da 2ª Estação Ferroviária de Uberlândia, 1970

texto Renata Neivafoto acervo do ArquivoPúblico de Uberlândia

Pesquisador: “Com a parada (in-terrupção) do trem, naquele momen-to, houve prejuízo para as pessoas do lugar?”. Sr. Antônio: “Acabou tudo”. Com poucas palavras, um dos mo-radores da zona rural de Uberlândia resume o sentimento de quem viven-ciou os encontros e as despedidas numa das estações de trem de Uber-lândia, a Preá. Antônio é apenas um dos muitos personagens de uma his-tória que modificou o cenário da re-gião. “Uma geofilosofia do lugar: um estudo sobre o transporte de passa-geiros em Trens de Ferro no Triân-gulo Mineiro” é o tema da tese de doutorado de Paulo Irineu Barreto

Fernandes, do Instituto de Geogra-fia da UFU. Uma pesquisa para tra-tar de sentimentos. Um estudo que valoriza a riqueza de memórias, as experiências de vida, numa “tentati-va de transformar o árido deserto do niilismo (a perda do sentido) em um terreno fértil para a humanidade em sua história”.

Antes de sair a campo, à procura desses personagens, o pesquisador percorreu os trilhos do velho trem. Uma história que teve início no fim do século XIX. Em 1854, o empre-sário Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, inaugurou a Ferro-via do Brasil, que ligava a Serra de

Petrópolis ao Porto Mauá, no Rio de Janeiro. Em 1867, um grupo de fa-zendeiros criou a Companhia Paulis-ta de Estradas de Ferro, que passou a ligar Jundiaí a Campinas. Em 1872, outro grupo de fazendeiros criou uma ferrovia para dar escoamento à produção da região compreendida entre Mogi-Mirim e Amparo, tam-bém no Estado de São Paulo: surgia a Companhia Mogyana de Estradas de Ferro. Em 1888, a Mogyana transpôs o Rio Grande, divisa entre as Pro-víncias de São Paulo e Minas Gerais e, em 1889, a linha-tronco chegou a Uberaba. Em 1895, foi a vez de Uber-lândia, então Uberabinha, e, um ano depois, foi inaugurada a Estação de Araguari. Nas décadas seguintes, a li-gação chegou a Goiânia e, nos anos 1960, a Brasília.

A chegada do trem de ferro ao Triângulo Mineiro modificou a pai-sagem e os lugares. Com a constru-ção das estações, também surgiram pequenas comunidades. Segundo Fernandes, “a chegada do trem des-truiu velhas relações de convivência e possibilitou o surgimento de novas relações e de um novo modo de vida que, com o passar do tempo, deixou de ser novo e estranho, para ser in-corporado ao dia a dia da região”. O auge do transporte de passageiros ocorreu nas décadas de 1960 e 1970. A decadência começou nos anos 1980, resultado do investimento em rodovias.

Assim, depois de um século, o trem de passageiros deixou a região. Em Uberlândia, por exemplo, pouco sobrou das antigas estações. A Esta-ção Ferroviária, que foi construída em 1939 e demolida em 1970, cedeu lugar ao Fórum Abelardo Penna e ao Terminal Central, no coração da ci-dade. A Estação Preá está submersa no Rio Araguari e a Sobradinho vi-rou ruínas, apesar de ter sido tom-bada como Patrimônio Histórico Municipal.

“Não é uma pesquisa no sentido saudosista”, explica Fernandes. Para entender sentimentos, ele foi além das questões históricas e geográficas. O pesquisador relata como o proces-so civilizatório contemporâneo, tam-bém chamado progresso, modificou o modo de vida na região. O estudo mostra como a chegada (e a partida definitiva) do trem de passageiros construiu lugares, relações e senti-mentos; e também como os destruiu e sufocou, transformando-os em so-frimento, ressentimentos, angústias e rancores.

Ao pesquisador interessa investi-gar as repercussões objetivas e subje-tivas dessa interrupção. Sem o vaivém do trem, muita gente foi embora. As comunidades sumiram do mapa. E quem ficou teve, agora, a oportuni-dade de expor as emoções. A ideia de Fernandes é compreender como es-sas pessoas se reorganizaram ao ve-rem os lugares modificados e como

A plataforma dessa estaçãoé a vida desse meu lugar

Pesquisa revela sentimentos de quem presenciou as idas e vindas do trem de passageiros

Paulo Irineu Barreto Fernandes é douto-rando em Geografia Humana e Cultural no

Instituto de Geografia da UFU, na linha de pesquisa Análise, Planejamento e Gestão dos Espaços Urbano e Rural; é mes-tre em Filosofia Política e Social também pela UFU; graduado em Filosofia e especialista em História da Filosofia. É profes-sor de Filosofia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, além de pesquisador do Gru-po de Estudos de Teoria Crítica e Filosofia Social da UFU.

FERNANDES

passaram a lidar com a angústia. A memória delas é o fio condutor da pesquisa que reconstrói lugares por meio das experiências de vida rela-tadas. A maioria dos personagens, de acordo com o pesquisador, lamenta a perda de valor de quem trabalhou na companhia ou vivenciou a movimen-tação que ocorria nas estações e em seus entornos. É disto que trata o es-tudo: sensação de abandono. Afinal, existem trabalhos que abordam o im-pacto econômico e social ocasionado pelo fim do transporte ferroviário. Mas poucos falam de esquecimento.

TraçadoResgatar o passado é uma forma

de compreender o presente. Quem percorre a avenida João Naves de Ávila, uma das principais de Uber-lândia, que liga o centro à Rodovia BR-050, refaz o percurso do trem de passageiros. O trajeto, com desvios, foi desenhado após a manifestação de moradores da região central que temiam a perda de seus imóveis com

a chegada do transporte ferroviário. Assim, a cidade ganhou seus trajetos. Hoje, motoristas, passageiros de ôni-bus e pedestres seguem, muitos sem saber, o mesmo “caminho” percorri-do pelos antigos moradores.

GeofilosofiaFernandes explica que “a Geofilo-

sofia é, fundamentalmente, uma Fi-losofia da Terra, ou um método de leitura do mundo e da realidade que pretende desafiar a fragmentação pro-gressiva das áreas de conhecimento”. A Geofilosofia reconhece que há uma “raiz” comum, que é o cerne de toda a experiência humana do (e no) mundo: o viver na Terra. A proposta é buscar a riqueza que subjaz na experiência e na memória humana; é a busca pela identidade da Terra e do seu povo. O desafio é entender o que se passa com pessoas como o Sr. Antônio, citado no início da reportagem, quando ele diz que “a Preá está debaixo d’água e, por isso, acabou tudo”. Para ele, a vida nunca mais se repetiu na estação.

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Projeto aborda cultura indígena nas salas de aulatexto Jussara Coelhofotos Milton Santos

Desenho desenvolvido a partirde técnicas indígenas por alunos da Escola Estadual Bueno Brandão

Historiadores afirmam que, an-tes da chegada dos portugueses, exis-tiam no Brasil aproximadamente cinco milhões de nativos divididos em tribos. Atualmente, em torno de 800 mil índios – 0,4% da população brasileira –, segundo dados do Censo 2010, ocupam o território brasileiro, principalmente, em reservas indí-genas demarcadas e protegidas pelo governo.

Em busca do fortalecimento da cultura indígena, a professora do cur-so de Artes Visuais da UFU, Raquel Salimeno, desenvolveu o projeto “Vi-sualidades Étnicas: as culturas indí-genas na sala de aula”. É um convênio que a universidade tem com escolas públicas, o Museu do Índio e o Mu-seu Universitário de Arte (Muna). O trabalho envolve professores e estu-dantes da UFU e das escolas e está

inserido no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pi-bid) da Coordenação de Aperfeiçoa-mento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

O “Visualidades” ganhou a tercei-ra edição do Prêmio Professor Ru-bens Murillo Marques da Fundação Carlos Chagas (FCC), que tem por objetivo valorizar e divulgar experi-ências educativas inovadoras, pro-postas e realizadas por docentes de licenciaturas, formadores de profes-sores para o ensino básico. A soleni-dade de entrega aconteceu no dia 25 de novembro.

De acordo com Salimeno, o pro-jeto vem ajudar na efetivação da Lei 11.645/08, que institui que to-das as disciplinas, especialmente a arte-educação, literatura e história, devem incorporar a contribuição

dos indígenas à cultura brasileira. “Para que o regulamento seja apli-cado e não atue como um veículo de fortalecimento de preconceitos e estereótipos, o projeto estimula a reflexão por meio de pesquisas teóricas e oficinas práticas, oferecen-do sustentação para que os licencian-dos possam identificar e difundir a arte indígena, como manifestação viva e atual, incluindo, nas atividades docentes, valores estéticos até então ocultos ou desconsiderados no ensi-no formal”, explica Raquel.

Uma das estratégias incorporadas a este projeto foi a transformação do Laboratório da Licenciatura em Ar-tes Visuais em um espaço efetivo de reflexão, valorização e respeito às di-ferenças, de criação de metodologias educativas plurais e de novas técnicas artísticas que são transportadas para

as escolas parceiras: Escola Estadual Bueno Brandão e Escola Municipal Professor Oswaldo Vieira Gonçalves.

Outras estratégias são as visitas técnicas a galerias e museus e tra-balhos de campo realizados em al-gumas aldeias indígenas do Mato Grosso do Sul. A professora defen-de: “é dessa forma que esses jovens têm tido a oportunidade constante de estabelecer uma relação entre as teorias, a prática em sala de aula e o mundo do trabalho e suas implica-ções, bem como comprovar na prá-xis como as questões da estética estão relacionadas a outras demandas mais amplas e complexas”.

Segundo Salimeno, o projeto se encerra dentro do Pibid em fevereiro de 2014, mas continuará depois des-se mês. “Pretendemos publicar um li-vro contando nossa experiência, uma publicação que possa contribuir com as escolas e com os licenciandos em Artes Visuais, produzir materiais di-dáticos, proferir palestras, oferecer oficinas e exposições. Queremos es-treitar nossas relações com as aldeias de Mato Grosso do Sul e, quem sabe, desenvolver propostas conjuntas”, es-clarece Raquel.

Salimeno afirma que o “Visua-lidades” é um projeto político, pois

seus objetivos são quebrar as barrei-ras entre culturas, o ensino, a pesqui-sa e a extensão e entre as instituições envolvidas. “Necessitamos de recur-sos para tudo isso”, explica a profes-sora. “Gostaríamos de levar nossa experiência aos professores do ensi-no básico das escolas estaduais e mu-nicipais, mas para isso precisamos continuar contando com os profes-sores supervisores atuando conosco, quem sabe não surge daí uma parce-ria entre a UFU, as escolas estaduais e municipais”, acrescenta.

“Precisamos retornar às tribos e construir junto com os professores indígenas e as lideranças um projeto de integração, intercâmbio entre os jovens e os professores. Tenho certeza de que surgirão parceiros que enten-dam que o ‘Visualidades’ é bastante complexo, que é uma rede de rela-ções de todo tipo e que e, por detrás das imagens que produzimos, existe uma intenção que vai além do cum-primento da lei”, finaliza Salimeno.

Os envolvidos no projetoMarcelo Ponchio é professor da

disciplina de Artes na escola Bueno Brandão há seis anos e trabalha com os bolsistas da UFU. Juntos, eles cria-ram uma oficina extraturno para os

alunos da escola. Segundo Ponchio, sua pesquisa prévia sobre grafismos indígenas ajudou na aplicação da ofi-cina que propõe aos discentes uma releitura dessa arte. O projeto ajudou a escola Bueno Brandão a conseguir uma sala somente para a disciplina de artes, pois o conteúdo ganhou vi-sibilidade na escola, com maior apoio dos alunos e dos professores. A sala própria para o ensino de artes tem o nome de Geraldo Queiroz, em ho-menagem ao primeiro professor de pintura de Uberlândia e que foi alu-no da Bueno Brandão em 1930.

A coordenadora do “Visuali-dades” na escola Vieira Gonçalves, Teresa Cristina da Silveira (Teca), professora da rede municipal há 20 anos, trabalha com os alunos do pri-meiro ao quinto ano escolar. Ela con-sidera que a oficina ajuda os alunos a desenvolverem o raciocínio e a cria-tividade, proporcionando uma nova percepção para a história, tornando assim o projeto interdisciplinar.

Karen Fidelis, aluna do décimo período do curso de Artes Visuais da UFU, bolsista, conheceu o proje-to por meio da professora Salimeno e acredita ser uma oportunidade além do estágio para descobrir na prática o que é o ensino e a realidade da esco-

la. Segundo a estudante, os bolsistas do projeto aprendem sobre a cultu-ra indígena junto com os alunos ao aplicarem a oficina, compreendendo também como propor melhorias na escola e ser professor de qualidade. A aluna Luana Oliveira, do sexto perí-odo do curso de Artes Visuais, tam-bém bolsista do projeto, acentua que o trabalho de campo ajudou a com-preender a vida do índio contempo-râneo e trouxe ganho cultural e de aprendizado, ajudando os bolsistas a transformarem o conhecimento em arte de forma mais contundente, por meio das oficinas para os alunos das escolas parceiras.

A aluna Nair Layse, do nono ano da escola Bueno Brandão, participa da oficina do projeto e não tinha aula de artes na escola anterior. Ela desco-nhecia a cultura indígena e se iden-tificou com os desenhos corporais. A estudante considera interessante a iniciativa de ver outros trabalhos fora da escola, em oficinas culturais. Para o aluno da escola Vieira Gon-çalves, Rhyan dos Santos, do quarto ano, a arte mais interessante da cul-tura indígena é a tecelagem. Os alu-nos decoraram os muros da quadra da escola com trabalhos inspirados no artesanato indígena.

Pibid é premiado pela Fundação Carlos Chagas

Bolsistas do Pibid, alunos da Escola Estadual Bueno Brandão e o Professor Marcelo Ponchi na sala Geraldo Queiroz

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Programação descomplicada

texto Diélen Borgesfoto Youtube

ED

UFU

A VIDA NÃO É FILME? Tales Vilela Santeiro; Deborah Rosária Barbosa (Org.)

Seria o cinema uma arte conscientizadora? Formadora de indivíduos? Por que estabe-lecer uma relação entre cinema e formação profissional? Formação de psicólogos? Para quê? Em que direção? Com que objetivos? Que força tem o cinema na constituição do humano? Essas são algumas das questões que os organizadores desta coletânea pro-põem a problematizar e inserir no campo da formação profissional em Psicologia.

PERIFERARTE NA TERRA PROMETIDAÉlen Ângela Silva; Márcio Bonesso (Org.)

Os autores atravessaram os muros da vida acadêmica, ultrapassaram as cercas sociais e políticas do centro da cidade e inverteram o que tem sido habitual nas representações dos moradores das periferias urbanas. Ofe-receram a esses agentes, em sentido forte, o desvelamento da centralidade que têm no protagonismo da vida social. Para nós leitores, os autores oferecem a lição de generosidade, criatividade e afeto dos moradores periféricos.

TRADUÇÃO RETEXTUALIZAÇÃO – 2ª ED.Neuza Gonçalves Travaglia

Obra indispensável a quem trabalha com tradução ou se interessa por tradução, em que é proposta uma teoria textual e discur-siva para a área. Configura a atividade tra-dutória como uma retextualização e a trata como um trabalho com o texto, chamando a atenção para questões tais como os modos de conceber a tradução, seus processos e suas possibilidades, entre outros.

Livrarias no 3Q (Santa Mônica) e Centro de Convivência (Umuarama)Veja em nosso site livros disponíveis para downloads gra-tuitos e livros disponíveis para consulta online.

Uma geração de estudantes co-nectados, mas com altos índices de reprovação em Programação de Com-putadores. Poucos materiais sobre o tema em português. Foi nesse con-texto, em 2012, que o professor An-dré Ricardo Backes, da Faculdade de Computação da UFU, idealizou o pro-jeto “Uso de tecnologias audiovisuais no ensino de programação”: começou a gravar videoaulas sobre programa-ção e publicá-las na internet.

As videoaulas estão no site pro-gramacaodescomplicada.wordpress.com. Atualmente, há 90 aulas dispo-níveis de Introdução à Programação e 30 aulas sobre Estrutura de Dados.

O que diferencia o projeto de Ba-ckes de outras videoaulas é que, en-

quanto a maioria opta por filmar uma aula completa, ele cria vídeos pequenos, de no máximo cinco mi-nutos, focando tópicos específicos dentro de cada tema.

Dois alunos de graduação partici-pam do projeto: Diogo Bernini Mi-lagres e Gabriel Eduardo da Silva, alunos do quarto e quinto período, respectivamente, de Sistemas de In-formação. Durante um ano, eles fi-zeram parte do Programa de Bolsas de Graduação da Diretoria de Ensino da Pró-Reitoria de Graduação, mas continuam trabalhando com Backes como voluntários. Atualmente, Ga-briel é bolsista do PET Sistemas de Informação e Diogo faz iniciação científica.

EstruturaAs aulas são gravadas em um la-

boratório da Faculdade de Compu-tação, no Bloco B do Campus Santa Mônica. “Utilizamos o recurso da lousa digital junto com gravação [em vídeo]. Não é simplesmente uma aula filmada, pois tem a captura de tela fei-ta com a lousa digital. Conseguimos riscar dentro do computador trechos importantes, o que é muito mais di-dático”, explica o professor Backes.

A falta de recursos materiais foi a maior dificuldade, na opinião de Diogo. Os primeiros vídeos saíram com resolução baixa porque a câ-mera era ruim e o data show estava com defeito. Hoje esses problemas estão resolvidos, mas ainda faltam equipamentos, como um tripé para a câmera.

Encontrar o formato correto para uma aprendizagem eficaz foi a par-te mais difícil para Gabriel: “a gente via muito screen cash, que é quando a pessoa filma sua tela e vai explicando. Nas aulas de outras faculdades, por exemplo, de Stanford (Estados Uni-dos), a produção é ótima, mas tem aquela dificuldade de focar no aluno, que não vai pegar uma hora de aula se ele quer saber apenas um detalhe”.

AprendizadoO conteúdo das videoaulas aju-

da na vida acadêmica? 95,55% dos alunos reponderam que sim ao for-mulário de opiniões aplicado na Fa-culdade de Computação. O formato mais curto de aula foi aprovado por 86,11% dos estudantes e 87,34% de-clararam que as perguntas feitas no site foram respondidas de forma eficiente.

A ideia inicial focada nos alunos da UFU foi superada. Estudantes de outras universidades fizeram conta-to com a equipe, deixando dúvidas e agradecimentos no site. “Eu estava em São Paulo e conheci uma pessoa que fazia Sistemas de Informação na USP. Falei do projeto e ele citou que o professor dele passava o material para os alunos usar em casa”, lembra Diogo.

Quem produz também apren-de. Gabriel destaca que passou a en-tender como um professor prepara suas aulas e criou o hábito de pesqui-sar mais sobre o que está estudando. Participar ativamente do meio aca-dêmico foi o que Diogo considerou mais significativo: “esse contato com o pessoal da faculdade ajuda bastante você a pegar outros projetos e ver que área você quer seguir”.

Inclusive o professor teve seu de-safio. “Foi utilizar um conteúdo que você ministra em sala de aula e pas-sar para outra plataforma. Tem que ter o cuidado para fazer alguma coisa diferente, agradável, porque não tem aquela interação com o aluno que há dentro da sala de aula. Tomei cuida-do para não ficar cansativo e que fos-se claro e objetivo”, conclui Backes.

Aulas são gravadas em laboratório da Faculdade de Computação e publicadas no Youtube

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Há 32 anos desembarcou na UFU a paulista Edmar Ferretti, que ingres-sou na instituição como professora titular e assumiu a responsabilidade de criar a área de canto. Pensou que ficaria três meses. Hoje, angustia-se ao pensar que, em algum momento, é preciso parar.

Ferreti é regente do Coral da UFU. É dela o projeto “A Ópera do Tri-ângulo”, que levou à cena, além dos inúmeros espetáculos musicais, 15 óperas. A última delas, “Amália vai ao Baile”, de Gian Carlo Menotti, es-treou no inicio deste mês, no Teatro Municipal de Uberlândia. “Este tra-balho é um sonho da década de 1970. Sentada numa poltrona do Teatro da Mooca (SP), fiquei arrepiada com a obra dirigida por Emerson Eckman, cantada por Zanila Santoro e elenco, mas jamais imaginei que um dia pu-desse realizá-lo”, diz Edmar.

Entre tantas glórias da carreira é necessário destacar: o trabalho com a obra musical de Camargo Guarnieri, com o próprio autor; ter sido a pri-meira brasileira a apresentar em ale-mão e depois em português a obra de Pierrô Lunaire de Schoenberg; a recriação em português da obra do poeta Augusto de Campos e o títu-lo Doutora Honoris Causa concedido pela UFU, em 2008.

Formada em Canto e Piano, pelo Conservatório Musical Heitor Villa Lobos, e em Canto Orfeônico, pela Escola Caetano de Campos, em São Paulo, Edmar Ferretti também é atriz diplomada pela Escola de Arte Dra-mática da ECA-USP. Especializou-se em Canto e Mise en scène em Gene-bra, Espanha e Portugal. Desenvol-veu intensa carreira artística como cantora lírica e camerista, no Bra-sil e no exterior, da década de 1960 até 1995, tendo sido considerada por Camargo Guarnieri sua melhor intérprete.

Mestra nata, Ferreti se lembra da primeira apresentação solo em público. Ela tinha oito anos e, em um palco da escola na cidadezi-nha de Nova Europa (SP), cantou uma adaptação de “Saudosa Infân-cia” para a comunidade estudantil. Foi aplaudida de pé e, por vergo-nha, tampou o rosto com as mãos. A professora a corrigiu e a ensinou a mostrar a cara, envergar a coluna e agradecer sempre. “Assim tem sido desde então”, emociona-se. “A mú-sica me auxiliou muito nas relações interpessoais, no cultivo do amor ao próximo e a depurar a sensibilidade para o belo”.

La Ferreti, uma diva de alma te-atral, vale-se da “resiliência” para continuar sua obra, alfabetizando e aperfeiçoando vocalmente milhares de pessoas.

texto Frinéia Chavesfoto acervo pessoal

Uma diva de alma teatral

www.edufu.ufu.br

Videoaulas de professor da UFU têm mais de 200

mil visualizações na internet

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Acordes iniciais

Projeto desenvolve musicalização de bebêstexto e foto Cíntia Sousa

Uma canção que nos faz lem-brarde alguém especial. Uma mú-sica para cantar no chuveiro. Ou, simplesmente uma melodia que nos faça esboçar um sorriso. A músi-ca sempre esteve presente em nos-sas vidas e não poderia ser diferente quando ainda somos crianças. Com o intuito de proporcionar à comu-nidade um espaço para que os be-bês tenham contato com a música, as professoras Maria Cristina Sou-za Costa e Cíntia Thais Morato, do curso de graduação em Música do Instituto de Artes da UFU, desen-

volvem, desde 2010, o projeto de extensão “Musicalização de Bebês”.

Maria Cristina explica que um dos objetivos do projeto é “ofere-cer à comunidade externa, gratuita-mente, a oportunidade de participar e usufruir de um trabalho que é en-contrado geralmente na rede privada de ensino, em escolas específicas de música”. Além de promover um espa-ço de musicalização, outra motivação foi a demanda gerada pelos alunos do curso de Música da UFU. “Oportuni-zar um campo de observação e refle-xões voltadas ao ensino e à pesquisa nessa área, no sentido de oferecer para os nossos alunos um laboratório de vivência, de experiência na forma-ção do professor de música com essa faixa etária”, explica Cíntia Morato.

Rosiane Vasconcelos, graduada em Música, participa do projeto há nove meses. Ela já percebeu mudan-

ças no comportamento da filha, a pe-quena Micaela Vasconcelos, de dois anos de idade. “Ela fica muito aten-ta a todos os sons que escuta, imita vocalmente esses sons e realiza con-tornos melódicos em suas respecti-vas alturas de notas. Desenvolveu o senso rítmico de acordo com a idade dela e, gradualmente, perce-bo uma melhor interação dela com os colegas da aulinha”, encanta-se a musicista.

A formação musical, na opinião de Rosiane, pode proporcionar vá-rios benefícios para o ser humano, em especial na infância, etapa em que se constrói o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e socioafetivo. A musicista não espera que Micaela seja um gênio da música. “Desejo que ela seja uma apreciadora e desenvol-va habilidades que o estudo da músi-ca tem a oferecer”, conta Rosiane.

Musicalização de bebêsA musicalização de bebês con-

siste em estimular as percepções da criança, o desenvolvimento cogniti-vo, afetivo, motor e social, a voz fala-da e cantada, por meio de elementos da linguagem musical. “A gente vive numa sociedade muito musical, tem música para tudo. Então, antes de nascer, o bebê já está ouvindo. E logo que nasce, a criança começa as pri-meiras vocalizações. Ele canta antes de falar, na verdade”, revela Maria Cristina.

As aulas são semanais e acontecem no Laboratório de Pesquisa, Ensino e Extensão em Educação Musical (La-pem), no Campus Santa Mônica da UFU. O curso, que tem a duração de um ano, já formou seis turmas e, atu-almente, conta com duas.

As turmas são formadas por dez bebês, com idade de 12 a 24 meses, que devem estar acompanhados dos pais ou de outro adulto que faça par-te do convívio da criança. As coorde-nadoras explicam que é importante a presença dos acompanhantes para que eles façam as atividades junta-mente com os bebês. Com isso, a criança poderá visualizar as ações e, consequentemente, internalizar a ro-tina e repeti-la fora do ambiente das aulas de musicalização.

As coordenadoras explicam que “vivenciar” canções instiga a cons-trução de conceitos do dia a dia, como chuva que cai, bola que rola. “A exploração de instrumentos mu-sicais e a performance estimulam a atenção, a concentração e a cria-ção musical das crianças individu-almente e em grupo”, revela Cíntia Morato.

As aulas deste ano já estão sendo finalizadas e, por isso, não é possí-vel a entrada de novos bebês. Ou-tras turmas serão abertas no mês de março de 2014. Para participar é preciso enviar um e-mail para o endereço eletrônico [email protected], informando o nome, o e-mail e o telefone para contato, bem como o nome e a data de nasci-mento do bebê. O número de vagas é limitado e os interessados serão atualizados sobre o processo de ins-crição por e-mail.

O projeto permite que bebês tenham contato com o universo musical