Cepal Celso Furtado Industrialização Aulas
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Guido Mantega: O pensamento da CEPAL
Teoria nacional desenvolvimentista tem importância decisiva nos rumos da vida nacional dos anos 50 até o golpe de 1964;
Raúl Prebisch nos anos 30 e 40 fornece linhas mestras do pensamento da CEPAL;
Preocupação da CEPAL: explicar as causas do subdesenvolvimento da América Latina;
Análise das:
- peculiaridades da estrutura socioeconômica da periferia (entraves ao desenvolvimento);
- dinamismo dos países do centro
- transações comerciais que prejudicam a periferia, acentuando as disparidades;
- questionava a posição da América Latina na divisão internacional do trabalho;
Principais teorias em discussão:
Lei das vantagens comparativas (economia neoclássica)
1. Países avançados especializam-se em produtos industriais e obtém ganhos de produtividade diminuindo o seu preço.
2. Países atrasados usam técnicas rudimentares, por isso, bens primários são vendidos por alto valor.
3. Os países atrasados ganham parte dos benefícios obtidos com a maior produtividade dos avançados.
Deterioração dos termos de intercâmbio (CEPAL)
1- “Não se pode comer mais do que o estômago”. Com isso, a demanda por produtos primários não crescia tão marcadamente quanto o de industrializados, e boa parte da renda obtida com a venda dos primeiros era destinada a compra os industrializados.
2- O protecionismo dos países centrais também limitava a entrada e aumento da demanda dos bens primários estrangeiros.
3- Maior aproveitamento das matérias-primas na produção fazia diminuir seu percentual de participação no valor final do produto.
4- Maior sindicalização nos países centrais obrigava os empresários a vender mais caro. Por outro lado, a mão de obra abundante e barata na periferia traduzia-se em baixos salários e preços menores dos produtos primários, o que ocasionava exportação dos eventuais aumentos de produtividade.
Subdesenvolvimento depende para a CEPAL de:
1- Estrutura interna da economia dos países periféricos.
2- Dependência da produção agrícola primário exportadora.3- Estrutura agrícola monopolizada nas mãos dos grupos sociais privilegiados.4- Baixa integração entre os diversos setores produtivos.5- Desemprego estrutural6- Baixo nível de organização sindical.7- Relações comerciais com o centro
Crítica da CEPAL recomenda a intervenção estatal voltada para a industrialização interna.
Não há uma crítica ao capital estrangeiro produtivo. Ele pode ser aproveitado provisoriamente para aumentar a renda nacional.
Segundo Mantega, faltou à CEPAL perceber as vantagens competitivas das grandes corporações internacionais. (escolher fornecedores, manter estoques, forçar queda de preços, etc.);
CELSO FURTADO – FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
A CRISE DA ECONOMIA CAFEEIRA
No último decênio do século XIX, momento mais favorável da produção cafeeira;
Motivos:
1- Crise dos concorrentes internacionais (Brasil controlava ¾ do produto mundial)2- Imigração conduzida pelos Estados (nova constituição)3- Amplo crédito4- Disponibilidade de terras;
Diante das crises de superprodução adota-se a solução de formação de estoques, conter artificialmente a oferta. Esses estoques seriam mobilizados em anos de más colheitas ou no crescimento da demanda.
O Convênio de Taubaté (1906) política de valorização do café:
1- Governo interviria no mercado para comprar os excedentes2- O financiamento dessas compras se faria com empréstimos estrangeiros3- A fim de solucionar o problema a longo prazo, os governos dos Estados
produtores deveriam desencorajar a expansão das plantações
Até 1930, o governo federal se subordinava à política dos estados.
Problema: a redução artificial da oferta engendrava a expansão dessa mesma oferta, e criava um problema maior para o futuro. Não havia outras possibilidades atrativas de inversões de capital.
Entre 1925 e 1929 o crescimento da produção cafeeira foi de quase 100%. As exportações no período absorviam apenas 2/3 da produção.
Exemplo de manutenção do preço e da demanda:
Nos EUA, a renda per capita aumentou 35% nos anos 1920, mas o consumo de café se manteve estável por habitante, e os preços também.
A situação era insustentável.
A criação de outras possibilidades lucrativas dependia de política de subsídios estatais, transferência de recursos financeiros do setor cafeeiro.
Em 1929, o total de café acumulado valia cerca de 10% do produto territorial bruto.
OS MECANISMOS DE DEFESA E A CRISE DE 1929
O ponto mais alto da produção foi em 1933. O prelo baixou de 22,5 centavos de dólar para 8 centavos.
A solução foi a expansão do crédito que gerou nova socialização dos prejuízos.
Ao evitar-se uma contração de grandes proporções na renda monetária do setor exportador, reduziam-se proporcionalmente os efeitos do multiplicador de desemprego sobre os demais setores da economia.
Se destruiu cerca de 1/3 da produção entre 1931 e 1939. O Brasil efetivou inconscientemente uma política anticíclica, trazendo menores danos com os custos da destruição do café pelo Estado. A renda nacional caiu cerca de 25 e 30%, nos EUA caiu cerca de 50%. Os primeiros sinais de recuperação se dão no Brasil em 1933, nos EUA só em 1934.
O DESLOCAMENTO DO CENTRO DINÂMICO