Cesta Básica Capítulo 1

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CESTA BÁSICA

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e-zine about urban lifestyle

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CESTABÁSICA

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Editorial

A idéia nasceu em uma daque-las conversas dolado de fora dasala de aula da faculdade. Bemno começo a vontade era deproduzir uma revista, depoisvirou site. Levou um tempo atése tornar um amálgama ousepreferir uma revista nainternet.

Na Cesta Básica vem o essen-cial. Tudo que você efetivamen-te precisa e quer.

ExpedienteEdição, texto e capa:Thiago Ronza Bento

Gostou? Quer colaborar?Mande seu material [email protected] gente não paga nem cobranada, mas dá os créditos.

CESTA BÁSICA Capítulo 01 / Ano 01

LICHFAKTOR...03

ONDE IR............06

T-SHIRT.............07

PERU.................09

UNBREAKING NEWS...15

NESTE CAPÍTULO:

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Como fazer:

Três tipos diferentes de lâmpadas podem serusadas:xenônio: que produz uma luz mais douradasLED:para linhas finas.catódio frio: para as linhas mais grossas

Use um tripé. A exposição deve ser por volta de10 a 30 segundos, permaneça em frente da câ-mera e desenhe ou escreva.

Para não ter superexposição ajuste a câmera paratrabalhão com ASA 400 e feche o diafragma omáximo possível. Se ainda assim houver muita luz,talvez seja necessário utilizar um filtro especificopara excessos de luz.

É possível obter bons resultados usando filtros eobjetos que refletem a luminosidade.

Os caras aí da foto do são: VJ 10X (TimFehske) á esquerda,JIAR (David Lüpschen) ao centro e VJ

S e h v e r m o e g e n(Marcel Panne) na direita. Os três vivem emColônia, Alemanha e integram o Lichfaktor (fatorluz em alemão). Eles são responsáveis pelosmonstrinhos de luz e pelo ursinho que brinca deesconde-esconde nas fotos. Sim, eles fazem grafitecom luzes ou se você preferir lightwriting.

Tudo começou em 2006 quando Sehvermoegenchamou os outros dois companheiros paraparticiparem do “Deutsche Ärzte Verlag”(germanmedicine publisher?). Ele achou que seriainteressante trabalhar sob o tema “Energie inBewegung” (energia em movimento) produzindoanimações com influências de obras de Picasso ePokemon.

O trabalho deles combina grafite com fotografia.Porém acham difícil responder do que se aproximammais. Arriscam dizer que é da fotografia, mesmo játendo grafitado por um tempo. Talvez dar vida aospersonagens do grafite tenha sido uma “evolução”,embora acreditem que grafite é grafite elightwrinting é lightwrinting.

&IMAGEM AÇÃO

Texto: Thiago Ronza BentoFotos: Des Willie / LichFaktor crew

A inspiração da equipe geralmente vem dos lugarespara onde vão ou das situações por quais passam,o que dá uma aura de improvisação ao trabalho.Mas de tanto praticarem estão bem precisos quantoao que podem fazer e como sairá o resultado final.

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O MAIS ANTIGO DA CIDADE

Ristorante Carlino: RuaEpitácioPessoal, 85, Vila Buarque – tel:11-3258-5055. Lugares: 60. Horário:Seg.só 12h/16h; Ter/ Qui 12h/16h e18h30/22h; Sex até 23h; sáb. semintervalo até 23h00;dom. só almoço até18h Vigilância: não. Área externa:não. Aceita reservas: sim. Música aovivo: não. Cheques: não. Cartões:todos. Tickets: VR. Estacionamento:R$7,00. Serviço de Valete: não

Aberto 1881 por Carlo Cecchinio Ristorante Carlino ostenta o tí-tulo de restaurante mais antigo dacidade. Depois de mudar demãos e de endereços por trêsvezes, hoje quem comanda ascaçarolas é Antônio CarlosMarino, desde 1977 o terceiroproprietário do local.

Cesta Básica Que mudançaso senhor acompanhou de per-to na gastronomia de São Pau-lo?Antônio Carlos Marino As pri-meiras mudanças que acompa-nhei foi a migração de restauran-tes que antes ficavam no centroda cidade e agora estão em ou-tros bairros e a chegada em mas-sa dos restaurantes por quilo eself-service.

Outra mudança aconteceu duran-te o governo Collor. Com a aber-tura do mercado e chegada demuitos produtos estrangeiros, nósaprendemos a melhorar nossaprodução e o consumidor em ge-ral ficou mais exigente. A nossacozinha ficou mais elaborada, hojetemos arroz arbóreo para fazerrisoto facilmente, massas produ-zidas com grano duro, os vinhos...

CB Que tendênciagastronômica está ganhandoforça na cidade?ACM O consumo de carnes.Tenho notado muitas churrasca-rias, rodízios e açougues distribu-ídos pela cidade. Algo parecidocom o slow food que acontecena Europa, em menor escala éverdade.

CB O que chama sua atençãona culinária paulistana?

ACM A versatilidade. A capaci-dade que os cozinheiros e os res-taurantes têm de adaptar novosingredientes e de renovar seu car-dápio. Além do fato de que cadarestaurante tem um prato que ésua marca registrada.

Por exemplo, se você quiser co-mer um polpetone, pode ir aoJardim de Nappoli,mas se estivercom vontade de comer uma boaperna de cabrito, pode ir aoRoperto. Se quiser uma paella váao Dom Curro. Agora se estiverum maccheronccini, crema e fruttidi mare, uma massa tipo pennecom molho de frutos do mar co-zidos no creme de leite, deve virao Ristorante Carlino (risos).

Bar do Nelson: Rua Canuto do Val,83, Santa Cecília – tel: 11-3338-2525.Lugares: 250. Horário: Todos osdias, das 16h até o último cliente.Vigilância: sim. Acesso e banheiropara deficiente: sim. Área externa:não. Aceita reservas: sim. Música aovivo: sim. Cheques: não. Cartões:todos. Tickets: VR. Estacionamento:R$ 8,00. Serviço de Valete: sim.

Inaugurado em agosto de 2007na Canuto do Val, 83 no bairrode Santa Cecília o Bar do Nel-son – o Bar do Boêmio, prometeser ponto de encontro no happyhour, aliás o local só funciona apartir das 16h.

O ambienta homenageia a vida docantor e da própria músicapopular brasileira. Os tampos dealgumas mesas têm o formadode Lps ou com imagens das cpasde disco do artista. No mezanino,quadros com cenas de NelsonGonçalves nos estúdios dosprogramas Silvio Santos e FlávioCavalcanti.

Todas as noites há o ‘Momentodo Nelson’, show emhomenagem a NelsonGonçalves, feito pelo cantorVentura Ramirez que integrou oDemônios da Garoa por 45 anose que chegou a trabalhar com

Nelson.

divulgação

A VOLTA DO BOÊMIO

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Ceci n’ est pas une t-shirt.Ceci n’ est pas une t-shirt.Ceci n’ est pas une t-shirt.Ceci n’ est pas une t-shirt.Ceci n’ est pas une t-shirt.

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Texto: Thiago Ronza BentoImagens: Divulgação

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Quando Coco Channel apareceu na Riviera Francesa em 1935

vestindo uma camiseta de ma-rinheiro e uma calça masculinatudo estava para mudar. Atéaquele momento a camisetaestava fadada a ser usada comoroupa de baixo, fosse deuniformes militares, túnicas ou deroupas comuns.

A avó da camiseta,uma túnicadupla branca e de linho era usadapelos romanos por baixo daroupa para proteger datranspiração era chamada decamisia. E assim ficou até ocomeço do século 20, porémrestrita à Europa. Só começou aganhar espaço entre ostrabalhadores braçais que paranão rasgarem suas camisasvestiam apenas a camiseta.

Durante a Primeira GuerraMundial os soldados europeusas usavam por baixo dosuniformes,enquanto os norte-americanos passavam calor emseus uniformes de lã. Mas osofrimento estava com os diascontados. Descoberta a novidadeela foi levada aos Estados Unidosonde ganhou o nome de T-shirtdevido seu formato em “T”.

A popularidade precisou dealguns empurrõezinhos paraacontecer. Na Segunda GuerraMundial as revistas passaram apublicar fotos dos soldados norte-americanos vestindo camisetas,em um “Bonde ChamadoDesejo”, Marlon Brando aparecede camiseta, depois é a vez deJames Dean dar a suacontribuição em “JuventudeTransviada”.

www.CARRANCA.com

www.CAMISETERIA.com

www.ANONYMOUS.com.br

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Faz pouco mais de dez anos que o terroris-mo acabou no Peru. Em agosto de 2007 opaís sofreu com um terremoto que atingiuos nove graus da escala Richter. Mas nadadisso tira o bom humor desse povo que,alémda nascente do rio Amazonas, tem muito aver conosco.

PeruNome oficial: República doPeruCapital:LimaLínguas: espanhol, quéchua eaimaráMoeda:sol novo

Em direção a velha montanha

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As atrações começam jádurante o vôo. O cenário é fascinante; as cida-

des aparecem rodeadas pelo ver-de que se estende por boa parteda viagem até ceder lugar aos tonsde cinza e marrom que vão atéLima.

O ponto alto - desculpem o tro-cadilho - do vôo são os picosandinos cobertos de neve des-pontando entre as nuvens. Coma luz eles ganham uma tonalidadeprateada que impressiona. E elessão vários que vão até onde a vis-ta alcança. Chegando ao Peru omarrom-claro toma conta do ce-nário novamente.

As comparações são inevitáveis,nenhum lixo na rua mesmo semhaver lixeiras distribuídas pela ci-dade. O trânsito é caótico, mui-tos carros, poucos semáforos,pouca seta indicando se vão pa-rar o carro ou para que lado vãoentrar e muita, muita buzina. Atra-vessar a rua torna-se uma aven-tura já que há poucas faixas depedestre.

Os ônibus param onde há pas-sageiro, seja para subir ou des-cer. Isso não quer dizer necessa-riamente que ali exista um ponto.A maioria desses veículos é anti-ga, parecem dos anos 1970,como aqueles escolares dos fil-mes americanos. A outra parte écomposta por vans coreanas.

Há também os táxis. Eles estãopor toda a parte da cidade e comonão utilizam taxímetro pode-senegociar o preço da viagem, seo valor não agradar ou estivermuito alto é possível tomar o se-gundo ou terceiro táxi que estãona fila de espera enquanto você

negocia. Porém não é recomen-dável ao turista optar por essesserviços. Na saída do aeroportohá avisos para que o visitante pro-cure pelas empresascredenciadas.

O clima de Lima é bem parecidocom o de São Paulo, quatro es-tações no mesmo dia, emboranão chova por lá faz tempo. Demanhã e de noite uma brisa friatoma conta da cidade, entre esseperíodo há variações de temponublado com sol forte. Oslimeños passam o dia todo aga-salhados, o que os difere dos tu-ristas que estão de bermuda ecamiseta.

A umidade relativa do ar gira emtorno dos 98%, assim suar ousentir sede é raridade por lá. Massede não tem nada a ver comgosto limeño por cerveja. Assimcomo nós, para eles tudo é moti-vo para se reunir e beber umachela - como chamam a bebida àbase de cevada por lá. Outro há-bito muito parecido com o brasi-leiro é o bom gosto pela comida

As refeições têm um ar de ritual.Com prato de entrada, pratoprincipal e sobremesa. Geralmen-te tendo várias opções de cadaum. Imagine um almoço com umde entrada com batatas com sal-sa, alface e milho, seguido de umacumbuca de arroz com frango.Essa profusão de pratos podeacontecer no café da manhã dedomingo, quando acontece odesayuno criollo com buchifarras,- sanduíches com carne de por-co, batata-doce e cebola acom-panhado de chicha morada, sucode milho roxo que só existe noPeru.

Roteiro

Em qualquer viagem vi-sitar pontos turísticos éobrigatório, por isso se-paramos alguns endere-ços

Palácio do Governo -Praça de Armas -Aomeio-dia acontece a tro-ca tal qual na Inglaterra.Cordano - Rua Jr.Ancash, 202 Centro deLimaMuseo de la Nacion -Av.Javier Prado, 2465Igreja de Santo Do-mingo, onde em 1551foifundada a primeira uni-versidade da América doSul, a Universidade SãoMarco.Museo Nacional deArqueologia, Antropo-logia e História delPeru - Plaza Bolivar s/nºMuseo Catacumba -Plazuela San Francisco.Museo de sitio HuacaPucllana - Rua GeneralBorgoño s/nºHuaca Melgarejo - LaMolina"Huaca" é um termo an-tigo para denominar luga-res pré-hispânicos consi-derados sagrados.

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Os bairros de Miraflores e Bar-ranco são essenciais para quemquer conhecer a culinária perua-na. O bom é que ambos são re-giões tipicamente turísticas, mui-to indicadas para quem prefere irpouca sede ao pote. No primei-ro é possível experimentarbuchifarras e picarones - - na pra-ça Ovalo de Miraflores. Um pon-to obrigatório é o Manolo pontotradicional que serve os churrosmais conhecidos da cidade. Bar-ranco deve ser visitado preferen-cialmente no final de semana ànoite, quando a Calle de los Bañosque é dominado por bares e res-taurantes fica tomada de gente su-bindo e descendo suas ladeiras.

É impossível falar da culináriaperuana e não comentar doceviche. A receita é "simples";peixe cru temperado com limãoe vinagre. Os dois últimos ingre-dientes cozinham o pescado.Para quem está acostumado comcomida japonesa é imperdível.Quem também merece atenção éo Bembo's uma rede de fast-foodlocal que serve um hambúrguer derespeito e o Cordano, muito co-nhecido pelos limenhos, por lápassaram todos os presidentes darepública, é o lugar mais tradici-onal da cidade.

No umbigo do mundo

Cusco é um lugar de tirar o fôle-go. Literalmente. Localizado nosudeste do Vale de Huatanay ouVale Sagrado dos Incas, na re-gião dos Andes a 3400 metros dealtura acima do nível do mar, arespiração fica mais difícil, subiruma escada com 10 de graus pa-rece uma escalada interminável.

O estômago emite sons estra-

nhos, a digestão fica pesada, ca-beça e ouvidos doem e em algunscasos o nariz chega a sangrar. Éo soroche ou mal de altura.

Ar rarefeito

O ar é composto de aproxima-damente 78% nitrogênio, 21%oxigênio e o 1% restante é com-posto de vapor de água, dióxidode carbono e outros gases. Es-ses elementos estão confinadosem uma camada da atmosferachamada troposfera. Todo essear tem um peso na superfície doplaneta, e embora a concentra-ção de O2 no ar permaneça pra-ticamente a mesma (21%) tantoao nível do mar como a 8000mde altitude, a pressão diminui namedida em que a altitude aumen-ta, devido ao peso do ar ser me-nor nas altitudes elevadas.

Devido a diminuição da pressãoatmosférica, o ar torna-se rare-feito, menos denso e o número demoléculas de O2 disponíveis pormetro cúbico diminui. Com me-nos oxigênio entrando nos pul-mões, a hemoglobina presente nosangue não consegue transportara quantidade necessária de oxi-gênio para manter o equilíbrio dasfunções fisiológicas do corpo. Daío aumento no ritmo da respira-ção e do batimento cardíaco, dorde cabeça, enjôo, vômitos, dimi-nuição da coordenação motora .

A solução? Chá de coca, aquelemesmo que tirou o ex-goleiro doSão Paulo, Zetti de jogo de fute-bol da seleção brasileira em umaCopa América na Bolívia. O chánão dá barato, ele ajuda o orga-nismo a funcionar direito nas al-turas. Regulariza a digestão e fazcom que a tontura passe. As fo-lhas da coca podem ser encon-tradas em feiras livres.

Por falar em feira, se estiver in-teressado em comprar aslembrancinhas para a família, pro-cure o Mercado Municipal deCusco. Os preços lá são bem me-lhores e é possível negociar o pre-ço dos produtos. Uma lhama ta-lhada em pedra, por exemplo, es-tava a venda por 12 soles e aca-bou sendo comprada por 8 so-les. Outro lugar para visitar é aRua Pampa y Castillo ela é do-minada por restaurantes dechincharón e o preço da comidafica em torno de 10 soles.

O chincharón é o prato típico daregião e consiste em carne de por-co, cebola, batatas e em algunscasos milho, lembrando um pou-co, bem pouco na verdade, nos-so leitão à pururuca. Os preçosbaixos justificam-se pelo local serfreqüentado quase que exclusiva-mente pelos moradores da re-gião

A cidade transpira história, nasruas há pessoas vestidas de inca,caminhando com lhamas e falan-do quéchua. As paredes das ca-sas são uma atração a parte,como onde está apedrade12 la-dos. "Fora" da cidade também háo que ver, a cerca de dois quilô-metros está a fortaleza deSacsayhuaman, 70 soles paraentrar e conhecer o local.

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Porém ao chegar em Cuscocorra até a Peru Rail para com-prar sua passagem de trem atéÁguas Calientes que fica aospés de Machu Picchu. Se vocêdemorar muito pode ficar sempassagem ou então ter de com-prar uma com saída deOllantaytambo, como foi nossocaso.

Com a passagem em mãos, dêuma volta pelo centro de Cusco.Tome um café da manhã noJack's que serve ponto de en-contro para os turistas, além deporções generosas de ovosmexidos, torradas com presun-to e uma cremolada tamanhofamília. O local fica na RuaChoquechaka. Aproveite paraconhecer as doceriascusqueñas, algumas mais exóti-cas têm receitas levam folhas decoca. Vale a pena experimen-tar.

De barriga cheia fica mais fácilconhecer as igrejas que ficamem volta da Plaza de Armas,com destaque para a catedralda cidade. Ela é gigante e im-pressiona com sua arquiteturaque mistura pedras e madeiras.Um ponto que não pode ser es-quecido é a pedra de12 lados,mas o passeio teve que espe-rar.

Nosso trem sairia as 20h00,assim tomamos um táxi emCusco às 17h00 para chegar-mos com um pouco de folga naestação do trem. O caminho ésurreal. Com o sol a terra dosolo adquire um tom vermelhoe as casa de adobe - tijolos deterra e água - se erguem muitasvezes isoladas no meio do nada,em direção ao céu.

As casas costumam ter dois anda-res, a escada de acesso fica do ladode fora. O piso do segundo andaré sustentado por toras de madei-ras que atravessam as grossas pa-redes da casa. Em volta plantaçõesde milho e alguns animais comovacas, ovelhas e lhamas. Além demontanhas, algumas com neve nospicos, que cercam a estrada atéUrubamba. Logo em seguida vemOllantaytambo que se desenvol-veu ao redor de uma fortalezaconstruída por um ex-general doexército inca.

Conta a lenda que Ollanta mesmosendo plebeu chegou a patente degeneral do exército inca e acabouse apaixonando pela filha do impe-rador. O amor era impossível, poisnobres e plebeus não podiam secasar. Assim o general deixouMachu Picchu e fundou sua pró-pria fortaleza aos pés da EstradaInca.

A fortaleza ainda está de pé, comsuas pedras de cor amarelada, to-nalidade que domina toda a cida-de. É lá também que fica a últi-ma estação de trem para quem vaivisitar as ruínas em direção a ÁguasCalientes de onde sai o ônibus paraMachu Picchu. Mesmo durante anoite o local está agitado. Algumaslojas e comerciantes vendem detudo, cajados, chuios - aquelas to-cas típicas do Peru - chá de coca.

O trem mais pára do que selocomove. O rio Urubamba acom-panha todo o caminho que tambémtem mais ruínas incas nas encostasdos morros, plantações de milho evilarejos onde pessoas embarcam- por isso das paradas do trem.

Machu Picchu

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Chegar em Águas Calientes é di-vertido, o primeiro passo é en-contrar onde dormir optamos poruma hospedaria que ficava do ladoda linha do trem e cobrava 20soles por pessoa em um quartocom banheiro, artigo muito impor-tante. Feito isso é hora de comer.Opções não faltam, há desde co-mida chinesa, criolla, mexicana,peruana (óbvio) ou um mercadolocal onde se pode encontrar opão dos incas, frios, queijos, cer-veja e etc. Detalhe lá os morado-res falam "qualquer" idioma.

O lugar também é conhecidocomo Povoado de Machu Picchue se desenvolveu devido a cons-trução da linha férrea. Que em1928 chega em sua primeira faseaté o acampamento deMaquinachayoq, que era o cen-tro das operações da maquinariae equipamentos pesados do pro-jeto, logo tornou-se estância dostrabalhadores ferroviários quecontinuaram a construção da li-nha até Chaullay.

Acordar com o som do rioUrubamba dá a sensação queserá impossível chegar até as ru-ínas. É que de tão alto e nítidopodia ser ouvido de dentro doquarto e parece chuva. Para nos-sa sorte a meteorologia prometiaum dia de sol forte. Mesmo as-sim é recomendado vestir calça,camiseta de manga comprida, li-tros de repelente e tênis. Os trêsprimeiros itens protegem bastan-te dos ataques kamikases dosmosquitos, que vêm em enxamese alcançam até a altura das co-xas se você estiver de bermuda.

Machu Picchu é mágico, é tudoaquilo que se vê em filmes, revis-tas, documentários e etc., mas

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custa R$ 80,00 para entrar, sem esquecer os R$8,00 do ônibus que vai de Águas Calientes morroacima e dos R$ 80,00 do trem que sai deOllantaytambo. Algumas lhamas habitam o local e émuito comum encontrá-las por entre as ruínas co-mendo a grama, dormindo ou surpreendendo osturistas enquanto saem das casas.

A descoberta do lugar é atribuída ao professor nor-te-americano Hiram Bingham que, à frente de umaexpedição da Universidade de Yale, redescobriu eapresentou ao mundo Machu Picchu em 24 de ju-lho de 1911. Este antropólogo, historiador ou sim-plesmente, explorador aficcionado da arqueologia,realizou uma investigação da zona depois de haveriniciado os estudos arqueológicos.

Bingham criou o nome de "a Cidade Perdida dosIncas" através de seu primeiro livro Lost City of theIncas. Porém, naquela época, a meta de Binghamera outra: encontrar a legendária capital dos des-cendentes dos Incas, Vilcabamba, tida como balu-arte da resistência contra os invasores espanhóis,entre 1536 e 1572. Ao penetrar pelo canyon doUrubamba, Bingham, no desolado sítio deMandorbamba, recebeu do camponês MelchorArteaga o relato que no alto de cerro Machu Picchuexistiam abundantes ruinas.

Quem leva:

www.tam.com.br

www.voegol.com.br

www.pisa.tur.br

www.cvc.com.br

www.lan.com

www.taca.com

Agradecimento / Gracías

Família OstosMarques

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Unbreaking News

No último mês de novembro a Associação Mun-dial de Jornais (WAN) apresentou um relatório queinformava a morte de 106 jornalistas no mundo,45 deles morreram no Iraque, país consideradomais perigoso para o exercício do jornalismo. Osnúmeros chegam perto dos 110 registrados em2006, considerados um recorde.

Os números foramregistrados entre osmeses de junho e no-vembro de 2007. Nes-se período, 16 jornalis-tas morreram no Iraque.Desde 2003, quando astropas norte-america-nas invadiram o país, onúmero subiu para 150.Para tentar mudar essequadro, jornalistasiraquianos fundaram oGrupo para a Seguran-ça da Mídia Iraquiana(IMSG)

Na Américas Latina eCentral sete profissio-nais de imprensa foram mortos. Entre eles o brasi-leiro Ajuricaba Monassa de Paula, assassinado porum vereador em Guapimirim (RJ). Um caso quechamou atenção foi o de Tim Lopes assassinadoem 02 de junho de 2002 quando produzia umareportagem Sobre um baile funk promovido portraficantes de drogas na favela Vila Cruzeiro, nobairro Penha, subúrbio do Rio de Janeiro.

Na Ásia estão doze profissionais morreram entrejunho e novembro (excluindo o Oriente Médio),metade deles no Paquistão. Já a maioria dos paí-ses do Golfo Pérsico sofre controle governamentalsobre a imprensa. A situação piorou com a tomada

O corpo de Pearl nun-ca foi encontrado, masum vídeo com sua exe-cução chegou ao consu-lado americano deKarachi.

A história do jornalista deu origem ao livro “A MightyH eart” escrito pela esposa de Daniel, Mariane PearlO livro por sua vez virou fime, produzido por BradPitt, com interpretação por Angelina Jolie e dirigidopelo britânico Michael Winterbottom.

A atriz estava grávida de seis meses quandocomeçaram as filmagens, assim como Mariane Pearlquando seu marido foi assassinado no Paquistão.Brad Pitt comentou que após ter formado uma famíliacom Angelina Jolie e se tornar embaixador da boavontade do Acnur o fez se sentir muito maisimplicado neste filme.

”“106 jornalistas forammortos no mundo du-rante o ano de 2007.Número próximo dorecorde de 110 mor-

tes registradas em2006

da Faixa de Gaza pelo Hamas, em junho. Quemcobre o Afeganistão corre o risco de ser assassina-do a qualquer momento. O relatório aponta a mortede uma repórter no país.

Um caso de violência contra jornalista que ganhouas manchetes e recentemente virou filme foi o deDaniel Pearl, 38 anos sequestrado e morto em

Karachi, no sul doPaquistão, em janeirode 2001.Acredita-se que ocorrespondete do “TheWall Street Journal”,teria sido atraído a umaarmadilha pela promes-sa de entrevistar um altoclérigo islâmico quandofoi sequestrado.