Cesta Básica Capítulo 8

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Urban Life Style MAgazine from São PAulo

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Editorial

Acabou o Carnaval! Final-mente o ano começou! Chegade moleza, é hora de botar amão na massa, se é que você jánão está assim.Neste capítulo temos algumassurpresas: duas colaborações- uma internacional - e duaspáginas “especiais”.Então sem mais delongas,Efusivos amplexos e boa diver-são!

ExpedienteEdição, texto e capa:Thiago Ronza BentoColaboração: Edevaldo Ben-to/ Jorge Lins Torres

Gostou? Quer colaborar?Mande seu material [email protected] gente não paga nem cobranada, mas dá os créditos.

QUALQUER COISA..........03

OUTRA COISA...................04

OUT......................................06

ESPECIAL...........................07

VIAGEM..............................09

NESTE CAPÍTULO:

Capítulo 08 / Ano 02

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3QUALQUER COISA

Brincando de NarcisoSe você não pode ver seu reflexo no espelho, novidro, no monitor do computador e etc. que já vaiparando para arrumar o cabelo, a gola da camisa,retocar a maquiagem ou mesmo conferir como estáo seu perfil. Aproveite esse seu lado narcisista nashoras livre que você tem em frente ao computador.

Em 2006 (ok estamos atrasados, admitimos) nolançamento do filme “Os Simpsons”, foidisponibilizado na internet o sitewww.simpsonizeme.com. Lá é possível se ver comoum morador de Springfield. Para tanto, basta, alémde obviamente acessar o site, “subir” uma foto doseu rosto de frente, pode ser uma 3x4 mesmo, eseguir as instruções. A minha versão “simpsonizada”está ai do lado.

Caso seja mais ligado em fatos históricos e preferealgo mais “roots”, sugerimos o link http://www.abendita.com/globonews/darwin/. Lançadono começo de 2009 em comemoração aos 200 denascimento de Charles Darwin, o site é uma pro-posta da GloboNews para divulgar uma série deprogramas sobre o cientista. A brincadeira é beminteressante e é possível visualizar sua “evolução”até um homem das cavernas.

Porém, se você procura algo mais “super”, “fantás-tico” e etc. Vale acessar o site da Marvel Comics,www.marvel.com . A “casa das idéias”, como échamada pelos leitores de histórias em quadrinho,oferece uma ferramenta para criar um superheróipersonalizado.

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4 OUTRA COISA

Comentar a turnê 2008 de Jesus and MaryChain (JAMC) seria mais um recheio delinguiça de revistinha semanal ou notinha

de algum nojento meio de comunicação juveniltelevisivo musical. Mas vamos ao que interessa; abanda precursora do noise pop e sua passagempela América do Sul, exatamente quando aterrizamsobre Peru sem cair nas porcarias que queremosevitar nas notícias.

Peru, devido a seu histórico de terrorismo impostopelos principais grupos, o Sendero Luminoso - comseu líder, Abimael Guzman, preso - e o Tupac Amaru,inflação exorbitante, governos altamente corruptose uma taxa altíssima para trazer grupos estrangeiros- que só foi reduzida em meados de 2008; as atra-ções internacionais eram escassas por estas terras

JESUS VOLTOU!Texto e foto: Jorge Lins TorresLima, Peru

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Psychocandy - 1985

Darklands - 1987

Automatic - 1989

Honey’s Dead - 1992

Stoned & Dethroned - 1994

Munki - 1998

5OUTRA COISAincas, era como esperar que John Lennon nao hou-vesse sido morto e fizesse um concerto no K9. Paramim era um tormento, pois, acostumado aos con-certos em São Paulo, uma cidade onde fervilha cul-tural de diversas formas, estava a ponto de morrersem ouvir bandas que acompanhava no Brasil.

Enquanto no Chile, com o Festival Viña del Mar ena Argentina, haviam grandes festivais com diver-sas bandas no auge ou grandes atrações musicais,daquelas em que nos acotovelamos na fila de in-gresso ou fazemos abaixo-assinados para trazerbandas, no Peru a situação era adversa. Muito ad-versa. Criminal. A coisa só foi melhorar com a vin-da de Bjork e Roger Whaters em 2007. No anoseguinte choviam bandas por aqui. Até chegar o re-presentante máximo de um rock cheio de guitarrasestridentes e ecos: Jesus and Mary Chain. Os ir-mãos Reid implacaram ao mundo seu som ruidosoe inovador. Chegaram a Lima em novembro de2008 a fim de despejar graves e agudos para osfanáticos “ointenteros”, um público faminto por ban-das que percorreram vários pontos do mundo, me-nos por esses lados daqui.

Em caminho ao concerto, encontrei a MiguelCabezas, 24, viciado em música dos 80, gritava aosquatros cantos seu amor a Jesus and Mary Chaincom uma garrafa de vinho na mochila e meio quilode maconha, sem idéia de onde esconder. Eu lhedisse para que escondera na meia do tênis, e ouvium "Nosssssa! Vocês brasileiros são inteligentes,escondem no tênis!".

Cabezas veio com o encarte de Psychocandy, numatentativa que a banda pudesse autografá-los. Ledoengano, pois eu e outros jornalistas havíamos sidoavisados que JAMC não conversaria com nenhu-ma meio de comunicação. Muito menos com algumfanático. A única entrevista foi dada ao portal "Ter-ra" de Peru.

O concerto começa com bandas de abertura, re-presentantes peruanos de rock gótico, o mais co-nhecido foi Resplendor, um rock potente e muitobem tocado. Chega a hora esperada, Jesus andMary Chain está entre nós. William Reid, guitarris-ta, entrou como saiu, calado. E sem dizer um mísero"a". Seria um palavrão pedir um sorriso. Jim Reid,vocalista, igual, mas um mestre em comandar todauma platéia sedenta. A banda, com a antiga forma-

ção - só restam os irmãos, tocavam sempre de costaspara o publico e se negavam a trocar duas ou trêspalavras com quem fosse.

Os shows de JAMC ficaram conhecidos pela vio-lência como a platéia punha-se, como a tragédiaocorrida na cidade de Londres em 85. Apesar quenão passaria outro evento trágico assim, "Head On"pôs fogo na pista, quase perdi câmera e a virginda-de anal. Era insano estar na pista com essa músicaque foi regravada por Pixies e Legião Urbana. Pas-seando por diversos hits da banda como "HappyWhen it Rains", "Reverence", "Snakedriver e"Sidewalking" chegamos ao néctar, "Just LikeHoney", cantada em som oníssino pelo público. Foio único momento em que Jim Reid sorriu. Sim, eracomo ver a um milagre.

Saí com os tímpanos estourados com tanto barulhoe ecos, claro, de primeira qualidade. Só senti falta,como qualquer fanático, de "Upside Down", masfeliz em ser testemunha de um concerto histórico.Dizem que em São Paulo tocaram uma inédita.Oque em si é uma grande novidade, visto que nãolançam material novo desde 1998.

DiscografiaJesus and Mary Chain

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6 OUT

Não se espante se em uma terça ou quinta-feira qual-quer, enquanto passa pela Rua Manoel Guedes, 199 noItaim, der de cara com um bar de esquina lotado e comfila na porta. É que o Vaca Veia tem cerveja gelada eótimas porções.

Mas "só" isso justifica o burburinho? Difícil dizer. Talvezseja o fato de o local estar no "caminho" de quem traba-lha na região e deveria estar voltando para casa, ou quemsabe seja a vaca vermelha em tamanho natural instaladano andar superior junto aos banheiros, uma vez que obar não tem banda nem toca música em respeito às resi-dências vizinhas.

Próximo dali, escondido na Rua Lopes Neto 155, fica oBellini, com uma concentração absurdamente alta degente bonita e quase modelos, o lugar é uma boa pedidapara ir a dois (só quiser impressionar muito, mas muitomesmo a outra pessoa). Mais caro que o Vaca, acabaficando um pouco mais vazio, isso não quer dizer quesobram mesas, é preciso chegar cedo ou você vai aca-bar segurando o copo na pista ou ancorado no balcão.

Na Avenida Francisco Morato, 2300, no mesmo terre-no que abriga um posto de gasolina fica o Splash andgo! O lugar é uma boa pedida para "abastecer" na horada fome, em dias de jogo ou show no Estádio doMorumbi. Quem lidera as saídas são os sanduíches.

fotos: divulgação

Uma vaca, gente bonitae alguns hamburgueres

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7ESPECIAL

Em junho de 2008 a paz parecia ter, finalmente, chegado à Faixa de Gaza. OHamas - abreviação de Harakat Al-Muqawama al-Islamia (Movimento de Re-sistência Islâmica) - um misto de partido político e movimento militar que nãoreconhece a existência do Estado de Israel, concordou com o cessar-fogo comIsrael, mediado pelo Egito.

Paz, Shalom, Salam

Porém, em 19 dezembro o grupo declarou unilateralmente o fim da tregua e militantes aumentaram os ataques a território israelense

com foguetes, inclusive contra alvos civis. Dias de-pois, em 27 de dezembro, Israel lançou um ataquecontra Gaza em resposta ao descumprimento da pro-messa palestina de parar de lançar foguetes. Em 3de janeiro Israel invadiu e dividiu a cidade, deixandovários mortos. O que se viu dali para frente foi umasequência de atrocidades de ambos os lados.

O conflito teve inicio em 1897, durante o primeiroencontro sionista, onde decidiram pela volta dosjudeus à Terra Santa, em Jerusalém - de onde fo-ram expulsos pelos romanos no século III d.C. -que a esta altura se chamava Palestina e pertenciaao Império Otomano. Por lá viviam cerca de 500mil árabes que em 1903 passaram a ter como vizi-

nhos 25 mil imigrantes judeus. No inicio da 1º Guer-ra Mundial, em 1914, o número havia aumentadopara 60 mil e em 1948, pouco antes da criação doestado de Israel ele eram 600 mil.

Devido ao aumento da imigração os conflitos pas-saram a ser mais violentos, e a situação só piorariadali em diante. Com a perseguição dos nazistas aosjudeus durante a 2º Guerra Mundial (1939-1945),o fluxo de imigrantes à Palestina aumentou drasti-camente, levando a Organização das Nações Uni-das (ONU) a propor a criação de um "estado du-plo", metade árabe e metade judeu, tendo Jerusa-lém como "enclave internacional". Os árabes nãoaceitaram.

Israel declarou sua independência em 14 de maiode 1948. Egito, Jordânia, Síria e Líbano enviaram

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8 ESPECIALseus exércitos para atacar o novo país, mas foramderrotados. Em 1967 os três primeiros países vol-taram a atacar durante a "Guerra dos Seis Dias",sendo novamente derrotados por Israel, que con-quistou a Cisjordânia, as colinas de Golán e Jeru-salém Leste. Durante o feriado judaico do YomKippur, Dia do Perdão, em 1973 Egito e Síria lan-çaram uma nova ofensiva, sendo derrotados pelaterceira vez.

Em 1987, milhares de jovens protestaram contra aocupação territorial pelos judeus, considerada ile-gal pela ONU. Era a Intifada, palavra árabe quesignifica "levante". A morte de crianças que partici-pavam da manifestação atirando pedras contra ostanques causou indignação na comunidade interna-cional. Em setembro de 2000, o então primeiro-ministro israelense Ariel Sharon caminhou próximoà mesquita de Al-Aqsa, sagrada para os muçulma-nos e parte do Monte do Templo, sagrada para osjudeus. Acontecia ali a segunda Intifada.

Com todos esses acontecimentos não seria surpre-sa saber que ambos os lados desistiram de buscara paz. Entretanto, a vontade de viver tranquilamentefala mais alto. No final dos anos 90 e começo doséculo XXI, com o colapso do processo de paz deOslo, Noruega e a segunda Intifada, Foi nesse ce-nário que Daniel Lubetzky, filho de sobrevivente doHolocausto e um judeu mexicano em parceria como palestino Mohammad Darawshe com experiên-cia em resolução de conflitos fundaram a One VoiceMovement (OVM), que desenvolve projetos emambos os lados do conflito e outros ao redor domundo.

Nessa época Daniel tinha uma empresa de alimen-tos naturais chamada PeaceWorks, e por meio delatentava promove a paz com a construção de em-preendimentos cooperativos entre os supostos "ini-migos", e com a complicação do conflito ele sentiuque havia mais gente interessada na paz, disposta aconstruir um processo que atingisse esse objetivo.

Atualmente com 650.000 membros signatários, ainstituição realiza diversas atividades como a OVMIsrael, OVM Palestina, OVM Regional e OVMInternational. Todas estruturadas para mobilizarpessoas em prol da melhoria de suas próprias soci-edades, sempre buscando soluções para o conflito.

Cada gabinete tem um mandato para ação, ligeira-mente diferente entre si, dependendo de sua locali-zação. Israel opera em Tel Aviv, Palestina tem es-critórios em Ramallah e Cidade de Gaza, enquantoos escritórios da One Voice Internacional ficam emNova York e Londres atuando em advocacia, cap-tação de recursos, além da sensibilização da comu-nidade internacional para pressionar os governos adesempenharem papeis ativos e positivos naintermediação de uma solução.

Como o clima político da região é muito volátil, ficadifícil afirmar se a paz está próxima ou não de tor-nar-se realidade. "Às vezes parece que estamosmuito perto de fazer sérios progressos na direçãoda paz e outras vezes se sente como nós estamosmuito longe", comenta Erin Pineda, da Assessoriade Comunicação da OVM. Ainda assim, eles se-guem com a convicção de em breve estabelecerum estado palestino independente que viva em pazcom Israel.

Segundo a OVM, a solução depende de uma enor-me coragem política, compromissos (dolorosos) paraambos os lados, além de um continuo processo denegociação apoiada pela população de cada ladodo conflito. "Por isso o trabalho de organizações queatuam nesse espaço são tão necessários. È precisofechar o hiato entre liderança política e as bases ebuscar resoluções pacificas", acredita Pineda.

Além disso, as organizações enfrentam alguns ou-tros obstáculos. Por terem vivido em meio ao con-flito, jovens israelenses e palestinos perderam a féna perspectivas de paz. Para tentar sanar esse pro-blema a OVM lançou em 2008 um concurso cha-mado "Imagine 2018" para inspirá-los a visualizarsuas vidas após um teórico acordo de paz. Dezfinalistas, sendo cinco de cada nacionalidade terãosuas redações transformadas em curtas-metragens.

Outras duas dificuldades tomam a atenção da OVM;grupos contrários à missão deles que acreditam queo "outro lado" não tem reivindicações legitimas, alémde se esforçar para não ser desencorajado, mesmodurante tempos muito difíceis de intensa violência eenquanto alguns desistem. "São nesses momentos,que torna-se necessário e urgente, fazer tudo aonosso alcance para chegarmos a um acordo", ex-plica Pineda.

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9VIAGEM

As duas primeiras coisas que vêm à cabeçaquando pensa-se em visitar o Chile são: vulcõese vinho, muito vinho. Três cidades oferecem es-sas opções; Santiago, Curicó e Santa Cruz

Viñedos andinosA chegada a capital chilena não foi das me-

lhores. O hotel não tinha as reservas dogrupo de turistas, mas no final acabou

valendo o jeitinho chileno e eles resolveram o as-sunto. Além disso, eles também não tinham os ho-rários de saída para Curicó, a solução foi visitar oShopping Center local. Almoço, café, passeio,volta para o hotel e nada de horários. Mesmo nodia seguinte não havia informações. A solução foi“desayunar” tranquilamente até sermos informa-dos de que éramos aguardados do lado de fora.

Como não havíamos sido avisados de nada anteri-ormente continuamos ali até terminarmos, na saídaencontramos um taxista com cara de poucos ami-gos, que na porta da ferroviária, simplesmente tirouas malas as colocou no chão e apontou para prédioinformando “a entrada é ali”. Mas a má impressãoficou para trás, os vagões muito limpos e bem con-fortáveis, com serviço de bordo tornava a viagemde duas horas ate Curicó agradavelmente tranqüila.

Texto e fotos:Edevaldo Bento

ChileNome oficial: Repúblicado ChileCapital: SantiagoLínguas: espanholMoeda: Peso

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10VIAGEM Chegar a Curicó compensa toda a trapa-lhada de Santiago. Fomos acomodados nohotel e recebemos a programação comhorários e tudo mais. A primeira parada foina Vinícola Miguel Torres, onde durante oalmoço foi possível degustar cada tipo devinho com o prato para qual é recomenda-do. Pode parecer bobo, mas faz toda a di-ferença para o paladar. No segundo dia, odestino era a Vinícola Santa Helena, complantações que se estendiam até as monta-nhas e degustação de vinho ao ar livre.

Dali partimos para Santa Cruz onde conhe-cemos mais vinícolas e tivemos uma sur-presa: para facilitar a vida dos turistas “bor-rachos”, a guia local era brasileira. Outraguia “tupiquiniquim” nos recebeu na volta aSantiago; dessa vez com reservas no hotele horários dos passeios. Com essas “van-tagens”, fica mais fácil conhecer Valparaisoe Viña del Mar, de frente para as geladaságuas do Oceano Pacífico.

Algumas outras boas opções em Santiagosão o Mercado Municipal, com diversasopções da cozinha chilena e centóia, umcaranguejo gigante; os morros de SantaLucia e San Sebastian e, de noite, o res-taurante Giratório que permite enxergar asluzes de toda a cidade entre o inicio e otermino da refeição. Porém não saia da ci-dade sem antes conhecer o Café com Per-nas. Os chilenos não tinham o hábito debeber café, então um empresário criou olocal, onde, enquanto você degusta sua be-bida pode observar as pernas das garço-netes “cobertas” por minúsculos vestidos.

Dedique um tempo para uma esticadinhaaté Portillo, que mesmo sem neve mereceuma visita. O caminho reserva algumas sur-presas, como a estrada sinuosa com maisde 30 curvas – sem proteção – que leva devolta ao hotel, cerejas na beira da estradaque podem ser colhidas e servem de so-bremesa para as empadas do almoço, umponte tremulante sobre um rio de corren-teza forte e uma caverna de gelo, formadapor um deslizamento.