Chá Verde (camellia sinensis)

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Chá Verde (Camellia sinensis) O Chá é proveniente das folhas da Camellia sinensis. Atualmente, cerca de 3 mil produtos levam o nome de chá mas, na verdade, podem ser considerados chás mesmo, somente aqueles que tenham em sua composição a planta Camellia sinensis. Ou seja, aqueles que nós chamamos de chá de hortelã, erva-cidreira e outros são, para sermos mais corretos, tisanas ou infusões. Muitos estudos científicos apontam para os benefícios do Chá Verde advindos dos seus flavonóides. Os flavanóides e outros polifenóis, que são fitonutrientes, trabalham como antioxidantes que podem proteger as células do nosso corpo dos danos causados pelos radicais livres. Os antioxidantes são um conjunto heterogêneo de substâncias formadas por vitaminas, minerais, pigmentos naturais e outros compostos vegetais e, ainda, enzimas, que bloqueiam o efeito danoso dos radicais livres (moléculas instáveis), que causam danos nas células. Alguns antioxidantes são produzidos por nosso próprio corpo e outros - como as vitaminas C, E e o beta-caroteno, são adquiridos através da ingestão de alimentos. Flavonóides são um grupo de compostos químicos encontrados naturalmente em certas frutas, vegetais, chás, vinhos, nozes, sementes e raízes de grande importância para manutenção da saúde de muitos animais herbívoros, incluindo o homem. Embora não sejam considerados vitaminas, os flavonóides têm várias funções nutricionais que têm sido descritas como modificadores de resposta biológica. A maioria atua como antioxidantes e alguns têm propriedades antiinflamatórias. Os danos induzidos pelos radicais livres podem afetar muitas moléculas biológicas, incluindo os lipídeos, as proteínas e o material genético (DNA). Os radicais livres também estão implicadas nas várias doenças humanas. Evidências têm sido acumuladas indicando que uma dieta rica em antioxidantes reduz os riscos das principais doenças humanas (enfisemas, doenças cardiovasculares, doenças inflamatórias, catarata , câncer, etc.). Muitos estados de doenças crônicos e condições inflamatórias são o resultado do estresse oxidativo (quando ocorre o desequilíbrio entre moléculas oxidantes e antioxidantes que resultando na indução de danos celulares pelos radicais livres) e a subseqüente geração de radicais livres (1). Algumas destas incluem doenças do coração (sendo o resultado da oxidação das LDL), doenças renais, vários tipos de câncer, danos da pele causados por exposição a raios ultravioleta (A e B), como também doenças associadas com o envelhecimento. Além disso, os polifenóis do chá verde estimulam a atividade de enzimas de detoxificação hepática, promovendo assim a detoxificação de compostos xenobióticos (substâncias químicas estranhas a um organismo ou sistema biológico - p.ex. subprodutos do petróleo, como herbicidas, pesticidas, etc. que podem se acumular em nosso corpo provocando inúmeros problemas de saúde). O chá verde contém diversos antioxidantes, entretanto são os polifenóis que contribuem mais profundamente para essa atividade antioxidante e, dos polifenóis, é a Epigalocatequina Galato ou simplesmente Catequina (EGCG), que é o mais potente e mais abundante antioxidante do extrato de chá verde (2). Os polifenóis do chá verde são potentes sumidouros de radicais livres devido aos grupos hidroxila nas suas estruturas químicas. O grupo hidroxila pode formar complexos com os radicais livres neutralizando-os, enquanto previne a progressão de doenças (3). Em Setembro, 1997 um estudo do Dr. Lester Mitscher, professor de Bioquímica Médica na Universidade do Kansas concluiu que o Chá Verde contém o mais poderoso dos antioxidantes conhecidos. O Estudo concluiu que a Catequina presente no Chá Verde (EGCG), é 100 vezes mais efetivo como neutralizador de radicais Livres que a Vitamina C, e 25 vezes mais poderoso que a Vitamina E. Ambas são conhecidas como antioxidantes. Recentes estudos das propriedades termogênicas do chá verde demonstraram uma interação sinergistica entre a cafeína e as catequinas polifenólicas que parece prolongar excitação simpatomimética da termogênese. Um estudo do extrato de chá verde em humanos contendo 90 mg de EGCG tomado três vezes ao dia concluiu que homens que tomaram o extrato queimaram 266 calorias a mais por dia do que no grupo placebo, concluindo que os efeitos termogênicos do extrato de chá verdes podem ter papel importante no controle da obesidade (4). Os polifenóis do Chá Verde também têm mostrado, notadamente, inibição das lipases digestivas “in vitro”, resultando na diminuição da lipólise de triglicerideos, que pode traduzir-se na redução da digestão de gorduras em humanos (5,6). Referências: 1. Sies, H. Strategies of antioxidant defence. Review. European Journal of Biochemistry, Berlin, v.215, n.2, p.213-219, 1993. 2. Valcic S. Et al. Antioxidant chemestry of Green tea catechins. New oxidations prod- ucts of (-)-epigallocatechin gallate and (-)-epigallocatechin from their reactions eith peroxyl radicals. Chem Res Toxicol. 2000; 13(9):801-810. 3. Ichihashi M, Ahmed NU, Budiyanto A, et al. Preventive effect of antioxidant on ultra- violet-induced skin cancer in mice. J Dermatol Sci 2000;23:S45-S50. 4. Dulloo AG, Duret C, Rohrer D, et al. Efficacy of a Green tea extract rich in catechin polyphenols and caffeine in increasing 24-h energy expenditure and fat oxidation in humans. Am J Clin Nutrition 1999;70:1040-1045. 5. Dulloo AG, Seydoux J, Girardier L, et al. Green tea and thermogenesis: interactions between catechin-polyphenols, caffeine, and sympathetic activity. Int J Obes Re-lat Metab Disord 2000;24:252-258. 6. Juhel C, Armand M, Pafumi Y, et al. Green tea extract (AR25) inhibits lipolysis of triglycerides in gastric and duodenal medium in vitro. J Nutr Biochem 2000;11:45-51.

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Chá Verde (Camellia sinensis) O Chá é proveniente das folhas da Camellia sinensis. Atualmente, cerca de 3 mil produtos levam o nome de chá mas, na verdade, podem ser considerados chás mesmo, somente aqueles que tenham em sua composição a planta Camellia sinensis. Ou seja, aqueles que nós

chamamos de chá de hortelã, erva-cidreira e outros são, para sermos mais corretos, tisanas ou infusões. Muitos estudos científicos apontam para os benefícios do Chá Verde advindos dos seus flavonóides. Os flavanóides e outros polifenóis, que são fitonutrientes, trabalham como antioxidantes que podem proteger as células do nosso corpo dos danos causados pelos radicais livres. Os antioxidantes são um conjunto heterogêneo de substâncias formadas por vitaminas, minerais, pigmentos naturais e outros compostos vegetais e, ainda, enzimas, que bloqueiam o efeito danoso dos radicais livres (moléculas instáveis), que causam danos nas células. Alguns antioxidantes são produzidos por nosso próprio corpo e outros - como as vitaminas C, E e o beta-caroteno, são adquiridos através da ingestão de alimentos. Flavonóides são um grupo de compostos químicos encontrados naturalmente em certas frutas, vegetais, chás, vinhos, nozes, sementes e raízes de grande importância para manutenção da saúde de muitos animais herbívoros, incluindo o homem. Embora não sejam considerados vitaminas, os flavonóides têm várias funções nutricionais que têm sido descritas como modificadores de resposta biológica. A maioria atua como antioxidantes e alguns têm propriedades antiinflamatórias. Os danos induzidos pelos radicais livres podem afetar muitas moléculas biológicas, incluindo os lipídeos, as proteínas e o material genético (DNA). Os radicais livres também estão implicadas nas várias doenças humanas. Evidências têm sido acumuladas indicando que uma dieta rica em antioxidantes reduz os riscos das principais doenças humanas (enfisemas, doenças cardiovasculares, doenças inflamatórias, catarata , câncer, etc.). Muitos estados de doenças crônicos e condições inflamatórias são o resultado do estresse oxidativo (quando ocorre o desequilíbrio entre moléculas oxidantes e antioxidantes que resultando na indução de danos celulares pelos radicais livres) e a subseqüente geração de radicais livres (1). Algumas destas incluem doenças do coração (sendo o resultado da oxidação das LDL), doenças renais, vários tipos de câncer, danos da pele causados por exposição a raios ultravioleta (A e B), como também doenças associadas com o envelhecimento. Além disso, os polifenóis do chá verde estimulam a atividade de enzimas de detoxificação hepática, promovendo assim a detoxificação de compostos xenobióticos (substâncias

químicas estranhas a um organismo ou sistema biológico - p.ex. subprodutos do petróleo, como herbicidas, pesticidas, etc. que podem se acumular em nosso corpo provocando inúmeros problemas de saúde). O chá verde contém diversos antioxidantes, entretanto são os polifenóis que contribuem mais profundamente para essa atividade antioxidante e, dos polifenóis, é a Epigalocatequina Galato ou simplesmente Catequina (EGCG), que é o mais potente e mais abundante antioxidante do extrato de chá verde (2). Os polifenóis do chá verde são potentes sumidouros de radicais livres devido aos grupos hidroxila nas suas estruturas químicas. O grupo hidroxila pode formar complexos com os radicais livres neutralizando-os, enquanto previne a progressão de doenças (3). Em Setembro, 1997 um estudo do Dr. Lester Mitscher, professor de Bioquímica Médica na Universidade do Kansas

concluiu que o Chá Verde contém o mais poderoso dos antioxidantes conhecidos. O Estudo concluiu que a Catequina presente no Chá Verde (EGCG), é 100 vezes mais efetivo como neutralizador de radicais Livres que a Vitamina C, e 25 vezes mais poderoso que a Vitamina E. Ambas são conhecidas como antioxidantes. Recentes estudos das propriedades termogênicas do chá verde

demonstraram uma interação sinergistica entre a cafeína e as catequinas polifenólicas que parece prolongar excitação simpatomimética da termogênese. Um estudo do extrato de chá verde em humanos contendo 90 mg de EGCG tomado três vezes ao dia concluiu que homens que tomaram o extrato queimaram 266 calorias a mais por dia do que no grupo placebo, concluindo que os efeitos termogênicos do extrato de chá verdes podem ter papel importante no controle da obesidade (4). Os polifenóis do Chá Verde também têm mostrado, notadamente, inibição das lipases digestivas “in vitro”, resultando na diminuição da lipólise de triglicerideos, que pode traduzir-se na redução da digestão de gorduras em humanos (5,6).

Referências:

1. Sies, H. Strategies of antioxidant defence. Review. European Journal of Biochemistry, Berlin, v.215, n.2, p.213-219, 1993. 2. Valcic S. Et al. Antioxidant chemestry of Green tea catechins. New oxidations prod-ucts of (-)-epigallocatechin gallate and (-)-epigallocatechin from their reactions eith peroxyl radicals. Chem Res Toxicol. 2000; 13(9):801-810. 3. Ichihashi M, Ahmed NU, Budiyanto A, et al. Preventive effect of antioxidant on ultra-violet-induced skin cancer in mice. J Dermatol Sci 2000;23:S45-S50. 4. Dulloo AG, Duret C, Rohrer D, et al. Efficacy of a Green tea extract rich in catechin polyphenols and caffeine in increasing 24-h energy expenditure and fat oxidation in humans. Am J Clin Nutrition 1999;70:1040-1045. 5. Dulloo AG, Seydoux J, Girardier L, et al. Green tea and thermogenesis: interactions between catechin-polyphenols, caffeine, and sympathetic activity. Int J Obes Re-lat Metab Disord 2000;24:252-258. 6. Juhel C, Armand M, Pafumi Y, et al. Green tea extract (AR25) inhibits lipolysis of triglycerides in gastric and duodenal medium in vitro. J Nutr Biochem 2000;11:45-51.