CHALG_Saude positiva 1

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Via Verde da Sépsis designed by: CHAlg - GCOM | 2014 edição online n.º 01 | Junho 2014 Grupo de Apoio à Família prepara famílias para receberem doentes dependentes Otorrino da Unidade de Portimão do CHAlgarve reconhecido internacionalmente Algarve conta com Via Verde da Sépsis

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Saúde Positiva 1 Magazine digital sobre o Centro Hospitalar do Algarve. Julho de 2014

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2014

edição online n.º 01 | Junho 2014

Grupo de Apoio à Família prepara famílias para receberem doentes dependentes

Otorrino da Unidade de Portimão do CHAlgarve reconhecido internacionalmente

Algarve conta com Via Verde da Sépsis

PropriedadeCentro Hospitalar do Algarve

Saúde Positiva n. 1 | Maio 2014

Centro Hospitalar do AlgarveRua Leão Penedo, 8000-386, Faro

Tel. 209 891 100www.chalgarve.min-saude.pt

Edição on-lineGabinete de Comunicaçã[email protected]. 289 001 970 | 282 450 357

Redação/fotografiaCarina Ramos Daniela Martins NogueiraMárcio FernandesLuís Baptista

Paginação/grafismoLuís Baptista

Grupo de Apoio à Família prepara famílias para receberem doentes dependentes

48 Artigo

Algarve conta com Via Verde da Sépsis

10 Artigo Programa de higiene postural aposta na sensibilização e intervenção direcionada

12 Destaque Reforço na emergência pediátrica e neonatal

14 Artigo Otorrino da Unidade de Portimão do CHALgarve reconhecido internacionalmente

16 Notícia Doutores Palhaços de nariz verde alegram valências pediátricas do CHALgarve

18 Discurso Direto Sr. Artur Pinto Silveira e Sousa

20 Dupla Face Sobe a Palco: Vitor Henriques. Da fisioterapia para o teatro

Com os olhos postos no futuroEsclarecer, informar e partilhar… São estas as palavras-chave de qualquer instituição que se norteie por princípios de transparência, acessibilidade e envolvimento com a comunidade.

É neste contexto que surge a «Saúde Positiva», uma magazine online editada pelo Gabinete de Comunicação do Centro Hospital do Algarve com o objetivo de reforçar o processo comunicacional entre a instituição de saúde e a população algarvia, proporcionando-lhe um maior conhecimento sobre o que de melhor se faz nas unidades de saúde que integram o CHAlgarve, bem como apresentar os principais serviços e os projetos que marcam a diferença em termos técnico-científicos, divulgar as

últimas novidades da instituição e apresentar, de uma forma intimista, o “outro lado” daqueles que fazem da saúde o seu modo de vida – os profissionais.

Presentes num mundo cada vez mais global e assumindo uma forte aposta nos novos canais de comunicação com o público, o CHAlgarve explora desta o mundo online, encarando-o como uma porta de acesso ao conhecimento e, simultaneamente, como uma ligação privilegiada aos nosso utentes.

Pedro NunesPresidente do Conselho de Administração

editorial

Grupo de Apoio à Família prepara famílias para receberem doentes dependentes

GAF4

O projeto criado há um ano e meio

no Hospital de Lagos por uma equipa

Multidisciplinar pretende “ensinar

novos conhecimentos e dotar de

competências todas as pessoas

potenciais cuidadoras informais de

pessoas dependentes”.

GAF

Quando é comunicada a alta clínica de uma pessoa que se encontra dependente de terceiros, surgem frequentemente resistências por parte da família para acolher o doente devido ao grau de dependência que apresenta, resultando muitas vezes em protelamentos da alta, não por motivos clínicos mas por questões sócio-familiares. Foi precisamente com o intuito de combater a falta de preparação e minimizar a natural ansiedade vivenciada pelos familiares destes doentes, promovendo simultaneamente uma reintegração mais célere e segura do doente no seio familiar, que surgiu no final de 2012 o Grupo de Apoio à Família da unidade hospitalar de Lagos.

“As famílias não têm conhecimentos técnicos nem experiência que permita saber tratar do seu doente de forma segura e sem receios”, constata a assistente social Paula Braga, uma das dinamizadoras do projecto empreendido por uma equipa multidisciplinar que assume a missão de “ensinar novos conhecimentos e dotar de competências todas as pessoas potenciais cuidadoras informais de pessoas dependentes”.

Com cerca de um ano e meio de existência, trata-se de um projeto de formação contínua que se propõe a contribuir para encurtar o número de dias dos internamentos nos mais diversos serviços hospitalares, ensinando aos cuidadores técnicas para as tarefas a desenvolver com o doente aquando da alta hospitalar.

No processo de alta e subsequente regresso do doente à esfera social e familiar, o cuidador informal afigura-se como “elemento chave no conforto e bem-estar do doente, pelo que deverá ser formado, acompanhado e valorizado no seu papel”, prossegue a assistente social, destacando a importância da capacitação e valorização da família e outros cuidadores assumidas pelo GAF.

Intervenção multidisciplinar e centrada no doente

Entendendo o doente como um todo e não de forma parcelar, a intervenção do Grupo de Apoio à Famíliar resulta da interacção entre as áreas de enfermagem, fisioterapia, nutrição e serviço social que, em conjunto, promovem o conhecimento das técnicas e estratégias mais acertadas para cuidar de pessoas. “Trabalhamos sob a perspectiva holística. É um conjunto de saberes particulares que visam o entendimento sobre os mecanismos de funcionamento humano e físico. Só desta forma faz sentido formar alguém para cuidar”, referem as suas criadoras.

O GAF desenvolve a sua intervenção através de sessões preparatórias da alta, onde as diferentes áreas técnicas dão o seu contributo com recomendações e ensinos práticos, facilitadores da alta e reintegração do doente.

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Atividades do dia-a-dia como sentar, levantar, vestir, caminhar, deitar, são “excelentes formas de aplicar a fisioterapia e os seus princípios, de modo a promover a manutenção da capacidade motora dos doentes, bem como, até alguma recuperação”, assegura a fisioterapeuta Paula Antunes que na sua sessão ensina como devem ser feitas as mobilizações do doente, focando algumas adaptações possíveis em termos de infra estruturas e meio envolvente, indicando as ajudas técnicas que podem ser utilizadas, de acordo com o estado do doente, ou ainda aconselhando sobre aspetos práticos como a escolha do vestuário ou exemplos de jogos lúdicos que auxiliam o restabelecimento do doente em termos mentais.

À enfermeira Alexandra Ferreira cabe a apresentação de algumas das noções básicas em termos de prestação de cuidados de saúde, como as estratégias de higiene corporal, oral, cuidados a ter com unhas e pele, com destaque para uma simulação de um “banho no leito”, onde ensina estratégias facilitadoras para os cuidadores e confortáveis aos doentes. Outro dos aspectos focados é a correta manutenção e manuseio dos dispositivos técnicos dos quais os doentes dependem.

“As algálias e as sondas nasogástricas, a administração dos medicamentos, os cuidados com a alimentação, sobretudo em dietas específicas, são novas realidades, até então desconhecidas, com as quais as famílias têm de aprender a lidar, o que gera muita ansiedade e insegurança nos cuidadores” refere a enfermeira Alexandra Ferreira.

A intervenção social do Grupo é ampla e extensível a toda a esfera familiar e social do doente, havendo nestas sessões uma forte preocupação com o próprio cuidador. Defendendo a máxima “cuidar de si, para poder cuidar”, a assistente social Paula Braga sugere algumas formas de “aliviar o trabalho do cuidador, para que este não se esqueça de si e da sua própria saúde e bem-estar”.

Continuidade e aproximação à comunidade

Volvidos pouco mais de 18 meses desde o arranque do projecto, o feedback tem sido altamente positivo, cumprindo a lacuna anteriormente verificada no que respeita à formação de cuidadores informais. “as pessoas no final transmitem-nos que se sentem mais seguras e preparadas para prestar cuidados a outras pessoas”, referem as formadoras, reconhecendo que

“este projecto tem também conseguido aproximar a instituição da comunidade e sensibilizar a população para dar continuidade, no domicílio, aos cuidados iniciados pelos profissionais no hospital”.

Para tal, a aposta do GAF neste momento centra-se “numa cada vez maior e mais eficaz articulação com os diversos parceiros da comunidade, para que possamos chegar a mais pessoas”.

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O CHAlgarve dispõe desde o passado mês de abril de uma Via Verde da Sépsis.

Algarve conta com Via Verde da Sépsis

Com a implementação da Via Verde da Sépsis, o CHAlgarve adotou um conjunto de mecanismos organizacionais que permitem uma rápida identificação dos sintomas e a administração atempada de terapêutica otimizada, ou seja reúne todas as condições para proporcionar uma intervenção precoce e adequada, tanto em termos de antibioterapia como de suporte hemodinâmico, o que pode melhorar significativamente o prognóstico dos doentes com sépsis grave ou choque séptico.

Implementada no âmbito de uma estratégia nacional e de acordo com recomendações da Direção Geral da Saúde, a Via Verde da Sépsis tem como objetivo a adoção de um conjunto de atitudes que, caso sejam realizadas numa fase precoce da doença, reduzem a mortalidade e/ou a morbilidade.

Estas atitudes incluem a identificação e estratificação de doentes, a utilização de antibioterapia adequada e a implementação de estratégias de reanimação hemodinâmica guiada por objetivos.

Via Verde da Sépsis

Do ponto de vista prático e como explica a médica Cristina Granja, diretora do Serviço de Medicina Intensiva do CHAlgarve e uma das principais impulsionadoras desta Via Verde da Sépsis no Centro Hospitalar, «o circuito começa na triagem com o reconhecimento, por parte do enfermeiro, dos sinais ou sintomas (que se encontram definidos num protocolo internacional) que os doentes que apresentam sépsis podem ter. Identificados estes sintomas é aberta uma via direta para este doente.

O doente é instalado na antecâmara da sala de emergência, sendo de imediato acompanhado e observado por um médico do balcão que confirma esses sintomas, faz uma análise chamada gasometria, a qual se obtiver um determinado valor cumulativamente com os sintomas que já reconheceu, permite identificar a infeção, sendo posteriormente encaminhado para a unidade de tratamento em função da gravidade da situação». Por outro lado, a implementação de um protocolo terapêutico de sépsis permite não só diminuir a mortalidade, mas, também, uma redução substancial dos custos para as instituições.

A Via Verde da Sépsis no CHAlgarve é constituída por uma equipa multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros e técnicos de diversas especialidades, sendo liderada pelo médico e coordenador Daniel Nuñez. Esta via verde representa mais um passo na diferenciação dos cuidados na unidade de saúde algarvia que dispõe desde há vários anos das Vias Verdes Coronária e do AVC, as quais somam excelentes resultados no tratamento dos doentes com estas patologias.

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Programa de higiene postural aposta na sensibilização e intervenção direcionada

Outro aspeto comum ou potencialmente partilhado por estes profissionais, num futuro mais ou mesmo próximo, são as dores músculo-esqueléticas. Contraturas musculares, dores lombares e cervicais, tensão nas articulações, fadiga ocular – as queixas sucedem-se e frequentemente requerem uma intervenção especializada da ortopedia, fisiatria, fisioterapia, terapia ocupacional ou outras especialidades chamadas a resolver problemas que muitas vezes resultam de anos de uma má higiene postural.

Como em muitas outras áreas da saúde, a prevenção é também aqui palavra de ordem e o primeiro passo está na sensibilização e chamada de atenção para os riscos a que todos, de forma mais sistemática ou mais pontual, estamos expostos. A necessidade de alertar para os riscos de doenças músculo-esqueléticas associados à prática laboral com uso de ecrãs de visualização impulsionou a reativação do programa de higiene postural levado a cabo, no hospital de Faro, pelo Serviço de Saúde Ocupacional e pelo setor de Fisioterapia do Serviço de Medicina Fisica e de Reabilitação do Centro Hospitalar do Algarve.

Empreendido de forma continuada e repetida ao longo do tempo, em março passado o programa centrou a sua intervenção no edifício da administração da unidade de faro, onde equipas integradas por uma técnica de higiene e segurança no trabalho e fisioterapeutas uniram esforços para ensinar ou relembrar estratégias simples que contribuem para uma melhor higiene postural e, consequentemente, para a prevenção de lesões músculo-esqueléticas que estão frequentemente na origem de inúmeras doenças profissionais.

“O grande objectivo centra-se na promoção da saúde dos trabalhadores” assegura Andreia Lopes, técnica superior de Higiene e Segurança no Trabalho e ergonomista do Serviço de Saúde Ocupacional da unidade de Faro. A iniciativa pretende “conseguir sensibilizar os trabalhadores para que eles próprios consigam ajustar os seus postos de trabalho às suas características individuais e assim prevenir os fatores de risco associados a este tipo de trabalho com ecrãs de visualização”, prossegue.

Após uma breve apresentação teórica em grupo a ergonomista avalia posto a posto as condições de trabalho, sugerindo pequenas melhorias e estratégias de fácil implementação como “ajustar a regulação da cadeira com a secretária e organizar a superfície de trabalho, de forma a respeitar alguns critérios ergonómicos, tais como o alcance, tornando o despenho da atividade o mais confortável possível”.

Paralelamente a equipa de fisioterapeutas, integrada por Ana Sousa, Patrícia Garcia e Vitor Henriques alerta para a importância das pausas ou micropausas ao longo da jornada de trabalho, exemplificando, em sessões de grupo, alguns exercícios de alongamento. “A ginástica laboral é benéfica para todas as profissões mas sobretudo para estas pessoas que trabalham muito tempo sentadas, mais «enroladas» em cadeia fechada” garante a fisioterapeuta Ana Sousa, relembrando que “se adoptarmos estes exercícios como medida preventiva, podemos evitar vir a ter problemas mais tarde”.

Cadeira, secretária, computador, rato, teclado, impressora e papéis, muitos papéis - este é um cenário familiar a muitos dos profissionais do Centro Hospitalar do Algarve, sobretudo aqueles que exercem funções administrativas ou que no desempenho da sua atividade utilizam diariamente um ecrã de visualização.

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Reforço na emergência pediátrica e neonatal Algarve conta com apoio permanente de Ambulância de Transporte Inter-Hospitalar Pediátrico

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O Centro Hospitalar do Algarve, em conjunto com o Instituto Nacional de Emergência Médica e o Ministério da Saúde, reforçaram a capacidade de resposta na área do apoio ao doente crítico pediátrico e neonatal através da implementação de uma Ambulância de Transporte Inter-Hospitalar Pediátrico (TIP) na região algarvia.

Após a experiência de implementação de viaturas deste género nas áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e Coimbra, o Algarve conta desde o passado dia 31 de março com o reforço desta ambulância altamente diferenciada e que tem como objetivo garantir o transporte de recém-nascidos e doentes pediátricos em estado crítico para a unidades diferenciadas de referência com capacidade para o seu tratamento.

Apetrechada com os mais avançados equipamentos de suporte básico de vida e com todo o material necessário à estabilização de doentes críticos dos 0 aos 18 anos, a ambulância que assegura este serviço dispõem de uma tripulação constituída por Médico, Enfermeiros e um Técnico de Ambulância de Emergência (TAE). As equipas médicas e de enfermagem são garantidas pelos CHAlgarve, enquanto que o TAE do INEM tem a responsabilidade de garantir a operacionalidade da viatura e do respetivo equipamento.

O acionamento desta viatura é efetuado pelos profissionais de saúde das unidades hospitalares que necessitem do serviço ou pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM.

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Armin Bidarian Moniri, Otorrinolaringologista do CHAlgarve, desenvolveu um novo método não invasivo para o tratamento da otite serosa em crianças. Este procedimento consiste, em linhas gerais, num dispositivo, com a aparência de um pequeno brinquedo, que ajuda no equilíbrio da pressão e arejamento do ouvido médio da criança, em tratamento de otite serosa persistente em crianças. Este procedimento, muito eficaz no tratamento desta patologia tem uma posologia recomendada de quatro semanas, entre cinco a 10 minutos por dia, para evitar uma intervenção cirúrgica, em cerca de 80 por cento dos casos”.

A inspiração para o desenvolvimento deste dispositivo foram as crianças algarvias, muito ligadas às actividades aquáticas. A identificação da patologia e o posterior recurso à cirurgia acaba por limitar-lhes, de alguma forma, a sua qualidade de vida pois torna mais selectivo o acesso a essas mesmas actividades.

O procedimento foi idealizado, desde 2010, com o apoio e colaboração do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Portimão - dos especialistas, Ilídio Gonçalves (Director de Serviço), Lourdes Moreno, Rúben Rojas e Jean-Pierre Castro, da Técnica de Audiologia, Maria João Ramos, e das Enfermeiras Natália Santos e Sandra Correia. Entretanto, já foram realizados dois estudos clínicos, um deles envolvendo 20 crianças e um segundo envolvendo 45 crianças. Os resultados foram divulgados na publicação

“International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology”.

Este procedimento não evasivo e sem efeitos colaterais conhecidos, foi patenteado com o nome Moniri-Otovent e vai ser comercializado, por uma empresa sueca, até 2015. E brevemente iniciarão, mais uma vez com o apoio da equipa Hospital de Portimão, uma nova fase de estudos em parceria com instituições hospitalares suecas, italianas e austríacas.

O projeto, integrado na sua tese de Doutoramento, valeu a Armin Bidarian Moniri o reconhecimento do seu país natal, pelas mãos da Rainha Sílvia da Suécia, no passado dia 22 de janeiro, numa Cerimónia no Castelo de Estocolmo. Foi reconhecido através de uma Fundação com o nome da rainha, que foi criada aquando dos seus 50 anos e que visa reconhecer e apoiar os projetos inovadores ligados à melhoria da qualidade de vida de crianças com deficiências.

Otorrino da Unidade de Portimão do CHAlgarve reconhecido internacionalmente

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A Associação Remédios do Riso e a sua equipa de Doutores Palhaços arrancam, desde o início do ano, gargalhadas de miúdos e graúdos na unidade de Faro do Centro Hospitalar do Algarve.

Batas brancas, chapéus inusitados, apetrechos e acessórios divertidos e os simbólicos narizes verdes caracterizam estes doutores da alegria e da esperança. O “remédio” usado tem uma base terapêutica aparentemente simples, administrando uma elevada dose de alegria e brincadeira que contagia todos à sua passagem.

Apoiar, motivar e facilitar os processos de recuperação, aliviando a carga emocional que o ambiente hospitalar geralmente exerce sobre os mais novos, são os principais objectivos desta Associação sem fins lucrativos que desde janeiro visita regularmente as valências pediátricas da unidade de Faro no CHAlgarve.

Internamento de Pediatria, Urgências Pediátricas, Hospital de Dia, Consultas Externas de Pediatria e Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais e Pediátricos são já ponto de passagem obrigatórios para

os dinamizadores do projeto que, sempre trajados a rigor e com muitos truques na manga, fazem as delícias dos mais pequenos.

Mais do que brincadeira, trata-se de uma intervenção especializada

As intervenções dos Doutores Palhaços são sempre articuladas de perto com os profissionais dos serviços pediátricos envolvidos, incluindo interações personalizadas com canções, danças, marionetas, magia ou malabarismo, entre outras atividades direcionadas.

Para os Remédios do Riso brincadeira é coisa séria, sendo que os Doutores Palhaços recebem formação específica contínua na área de saúde, desenvolvendo uma abordagem ajustada às necessidades físicas e emocionais da criança internada e trabalhando sujeitos a um código deontológico internacional.

Todas as acções são precedidas por reunião preparatória com a equipa de enfermagem, onde os Doutores Palhaços são informados das premissas relativas à condição geral de cada paciente, obtendo os elementos necessários para uma intervenção cuidada. As visitas aos quartos de internamento são individualizadas e ajustadas a cada criança, mediante a sua autorização e dos pais.

A par dos resultados imediatos visíveis na satisfação das crianças, as intervenções atingem simultaneamente familiares e profissionais, promovendo um estreitar de relações entre todos os envolvidos que facilita a comunicação e desenvolve a humanização do espaço hospitalar.

“O meu filho voltou a estar mais divertido. Desde que soube que os Doutores Palhaços estavam cá começou a ficar sempre à espreita na expetativa que eles voltassem. Começou a levantar-se mais da cama, brinca muito mais

e interagiu com eles. A visita dos Doutores Palhaços às crianças internadas torna os dias agradáveis e mais

fáceis de passar, tanto para os mais pequeninos, como para nós pais”.

Teresa Silva, mãe do Romão

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Hospital de Dia Portimão

Sr. Artur Pinto Silveira e Sousa

É utente do Hospital de Dia de Portimão há já 9 anos. Desde há 1 ano que se encontra a fazer tratamentos de quimioterapia.

A cumplicidade que tem com a equipa do serviço é notória, enquanto diz como é tratado:

“O serviço é muito bom, mesmo. Sinto-me muito acompanhado, todos me tratam muito bem.”

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Vitor Henriques, 43 anos, natural de Lisboa, Fisioterapeuta na unidade de Faro do CHAlgarve, 22 anos de profissão, 11 a trabalhar no hospital de Faro.

É assim que a maioria dos colegas conhece o Fisioterapeuta Vitor, passando praticamente insuspeita a sua veia mais artística e criativa que assume como válvula de escape da por vezes desgastante carreira hospitalar – sobe ao palco o Sr. Encenador Vitor Henriques.

Estivemos à conversa com Vitor Henriques coincidentemente no Dia Internacional do Teatro, assinalado no passado dia 27 de março, dois dias antes de ser apresentado no Festival Internacional de Teatro de Albufeira o seu mais recente trabalho “The After Life – Drag Show”.

Confesso autodidata, sem qualquer formação nas artes cénicas, começou a escrever e encenar há uns anos, mas sempre “por brincadeira”. Recentemente, foi-lhe encomendada uma peça por um produtor cultural, tendo sido estreada na casa “Os Artistas” em Faro, exibida duas vezes em Lisboa no Teatro do Bairro, apresentada no Teatro Lethes, em Faro, e mais recentemente em Albufeira, no Festival Internacional de Teatro.

É fora de cena que se sente mais confortável, afirmando que não tem “jeito nenhum para representar”, pese embora assuma que nos ensaios tenha de exemplificar para transmitir com mais rigor a intenção que pretende conferir às cenas, mas isso “é em frente a 4 ou 5 pessoas, não perante uma plateia”.

A azáfama dos ensaios e dos preparativos finais antes das apresentações não lhe deixam tempo para ficar nervoso. É quando já estão todos em cena que o ”frio na barriga” se instala. O nervosismo e a expectativa perante a reação do público são quebrados no final, quando também ele sobe ao palco para receber os aplausos e sorrisos que invariavelmente arranca da plateia.

Mantendo-se fiel ao género musical, é no teatro e nos ensaios que encontra um contraponto para a sua vida profissional, contrariando os exigentes protocolos de atuação da prática terapêutica com o improviso do processo criativo. Em palco, o rigor com que exerce a sua profissão cede lugar ao improviso, à liberdade criativa que muitas vezes nasce do inesperado, do improvável. “É da ideia mais disparatada que muitas vezes nascem as cenas e se constroem os diálogos, porque aqui nada é o que parece” revela, referindo-se à sua última criação “The After Life - Drag show”.

Próximo projeto? Já está a ser trabalhado. O nome ainda não pode ser revelado, mas “será uma peça mais séria, com alusões políticas, mantendo-se dentro do género musical”, revela o fisioterapeuta encenador levantando a curiosidade sobre um novo espetáculo onde permanecerá fora de cena, atrás da cortina.

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Vitor Henriques, 43 Fisioterapeuta há 22 anos, exerce há 11 no hospital de Faro.

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Envolvente do unidade de Lagos Jardim da Constituição

Segue-nos no

PortimãoSítio do Poço Seco, 8500-338 Tel. 282 450 [email protected]

www.chbalgarvio.min-saude.pt

LagosRua Castelo dos Governadores, 8600-563Tel. 282 770 100

Faro (sede)Rua Leão Penedo, 8000-386Tel. 289 891 100 [email protected]

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