Chams Business nº 5

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A coletividade árabe acelera junto com o Brasil Turismo além da Copa do Mundo O comércio eletrônico veio para ficar Indústria Têxtil: o setor se adaptou à abertura de mercado e colhe os frutos Conheça as oportunidades no comércio com os países árabes e como aproveitá-las Mármore: elegância e durabilidade para todos os gostos ano V número V - novembro de 2011 HCor investe em sua expansão e confirma presença no atendimento filantrópico Representantes da Volkswagen fazem ampla análise do setor automotivo no Brasil Saúde Sobre rodas $ BUSINESS

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Quinta edição da revista Chams Business, que circulou em novembre e dezembro de 2011.

Transcript of Chams Business nº 5

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A coletividade árabeacelera junto com o Brasil

Turismo além da Copa do Mundo

O comércio eletrônico veiopara ficar

Indústria Têxtil: o setor se adaptou à abertura de mercado e colhe os frutos

Conheça as oportunidades no comércio com os países árabes e como aproveitá-las

Mármore: elegância e durabilidade para todos os gostos

ano V número V - novembro de 2011

HCor investe em sua expansão e confirma presença no atendimento filantrópico

Representantes da Volkswagen fazem ampla análise do setor automotivo no Brasil

Saúde

Sobre rodas

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Certificado pelaJoint Commission International

Padrão Internacional de qualidadeem atendimento médico e hospitalar

A excelência HCor vai onde a vida precisa.A excelência HCor vai onde a vida precisa.

w w w. h c o r. c o m . b r

No campo da atividade �lantrópica, o HCor, considerado hospital de excelência pelo Ministério da Saúde, desenvolve projetos de apoio institucional ao Sistema Único de Saúde - SUS com foco em temas de grande interesse para a saúde da população. São ao todo 26 projetos, como por exemplo, o sistema de tele-eletrocardiogra�a digital para análise de eletrocardiogramas feitos pelas ambulâncias do SAMU.

O sistema disponibiliza tecnologia capaz de transmitir exames de eletrocardiograma via celular de ambulâncias do SAMU em todo

o Brasil à central de telemedicina do HCor, onde uma equipe de cardiologistas disponível 24 horas elabora um laudo de maneira ágil e retorna para as equipes das ambulâncias, levando alta qualidade e e�cácia aos atendimentos de emergência. Para se ter uma ideia da abrangência do projeto, 203 cidades, incluindo capitais, em 26 estados já são atendidas pelo sistema e mais de 7.500 exames foram realizados desde 2009.Saiba mais sobre os diversos programas �lantrópicos praticados pelo HCor através do nosso site.

HCor. Compromisso com a vida.Compromisso com a evolução.

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Certificado pelaJoint Commission International

Padrão Internacional de qualidadeem atendimento médico e hospitalar

A excelência HCor vai onde a vida precisa.A excelência HCor vai onde a vida precisa.

w w w. h c o r. c o m . b r

No campo da atividade �lantrópica, o HCor, considerado hospital de excelência pelo Ministério da Saúde, desenvolve projetos de apoio institucional ao Sistema Único de Saúde - SUS com foco em temas de grande interesse para a saúde da população. São ao todo 26 projetos, como por exemplo, o sistema de tele-eletrocardiogra�a digital para análise de eletrocardiogramas feitos pelas ambulâncias do SAMU.

O sistema disponibiliza tecnologia capaz de transmitir exames de eletrocardiograma via celular de ambulâncias do SAMU em todo

o Brasil à central de telemedicina do HCor, onde uma equipe de cardiologistas disponível 24 horas elabora um laudo de maneira ágil e retorna para as equipes das ambulâncias, levando alta qualidade e e�cácia aos atendimentos de emergência. Para se ter uma ideia da abrangência do projeto, 203 cidades, incluindo capitais, em 26 estados já são atendidas pelo sistema e mais de 7.500 exames foram realizados desde 2009.Saiba mais sobre os diversos programas �lantrópicos praticados pelo HCor através do nosso site.

HCor. Compromisso com a vida.Compromisso com a evolução.

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Matérias

6 TurismoO Brasil está com a faca e o queijo na mão. Mas precisa saber aproveitar o momento

32 Saúde

36 Filantropia

40 Indústria Têxtil

44 Comércio Exterior

48 Mercado Imobiliário

Setor acompanha aquecimento da economia brasileira e cresce por conseguir enfrentar momento adverso, aliando competição e parceria com a China, líder mundial da área

Comércio entre o Brasil e os países árabes tem seu melhor momento em anos, com grande potencial de crescimento

O posicionamento do setor em São Paulocom a expansão do transporte público sobre trilhos

A ampliação do HCor, um dos hospitais referência no País, com seu projeto de expansão, o maior de sua história

A atuação junto ao SUS e os diversos programasde atendimento realizados pelo HCor

diretorRaul Tárek Fajuri

diretoria editorialLeila Miriam Saraiva Fajuri Micaela Fajuri de Bruyn Ferraz

diretor comercialRamiro Elias Fajuri

projeto gráficoTogo Pimentel / Tak Digitalwww.tak.com.br arte e diagramação João Carlos Macedo

redaçãoLuiz Paulo Rodrigues

jornalista responsávelMarco BaroneMTB 22.537

arte capaJoão Carlos Macedo

Chams Business é uma publicaçãode Chams Empresa Jornalística Ltda.

administração, redação, departamento comercial e assinaturas:Av. Brigadeiro Luís Antônio, 2050cj 105 - ala ACEP 01318-002São Paulo SP

contato:55 11 3459.748855 11 [email protected]

Os conceitos emitidos em entrevistas e artigos refletem unicamente à opinião de seus autores. A posição desta Revista é de total isenção, tendo como objetivo a livre exposição de idéias.

22 Construção CivilMármore, um produto com durabilidade e elegância e queé muito utilizado pelo setor em seus empreendimentos

24 Mercado AutomobilísticoO que mudou no segmento que esta em crescimento com as novas exigências do consumidor e a entrada dos novos players chineses

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Caro leitor da Chams

Confesso ao leitor que esta não foi uma das edições de CHAMS BUSINESS mais fáceis de se fazer, nem tampouco o editorial, de se escrever sem cair em “mais do mesmo”, pois não é novidade para ninguém o quanto a coletividade árabe-brasileira é empreendedora e contribuiu para o crescimento do País.Para a nossa sorte, essas pessoas continu-am nos fornecendo um farto material de trabalho, de modo que o leitor pode encon-trar nessa edição abordagens inéditas sobre temas e mercados já tratados anteriormen-te, além de outros não focados anterior-mente, onde a coletividade árabe tem uma presença marcante.Nessa edição, na área de saúde, veremos como o HCor planeja e realiza sua expansão física, mantendo-se assim entre os hospitais de ponta do País, sem deixar de lado sua vocação filantrópica. Na área de turismo, veja como esse setor pode impulsionar a economia brasileira, vencendo os obstáculos que precisam ser superados.E entre outras matérias, todas relevantes, não deixe de ler a que fala do mercado automobi-lístico do ponto de vista dos concessionários Volkswagen. Conheça a visão e as opiniões de empresários ligados à montadora líder de vendas no Brasil e sua análise em como manter a primazia em um mercado cada vez mais competitivo, de consumidores infor-mados e exigentes.

Boa leitura!

Entrevistas

18 Luiz Alves

O diretor da Mint Image Group fala sobre o e-commerce e o crescimento dessa modalidade de comércio

14 Basilio Jafet

O presidente da Fiabci-Brasil analisa o mercado imobiliário hoje e faz projeções otimistas

10 Ralf Aasmann

O diretor-geral da Emirates para o Brasil fala da crescente importância do País para a companhia

30 Nabil Ghorayeb

Artigos

RamiRo Elias FajuRi

DiREtoR ComERCial

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Muito mais que a Copa do MundoO Turismo no Brasil vive um momento ímparcom uma possibilidade de crescimento nunca vista. Mas é necessário um olhar fora do círculo Copa/Olimpíada.

T u r i s m o f o n t e : A d e l A u a d a

O setor de Turismo no Brasil mudou. Mas isso não aconteceu agora. Foi um movimento de abnegados e visionários que perce-beram a força do segmento para a economia do País. E isso vem lá de trás, há quase 40 anos. Uma das ‘testemunhas’ dessa virada é um dos nomes mais conhecidos do setor: Adel Auada.

No segmento há mais de 50 anos, Auada foi dono de diversas agências de viagem, presidente da Associação Brasileira das Agên-cias de Viagem (Abrav), da Federação Nacional de Turismo e Agentes de Turismo e representante do setor no Conselho Nacional do Turismo do Governo Federal. Hoje ainda atua como responsável pelo Comitê do Turismo da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

Segundo ele, a indústria do turismo no Brasil apenas engatinhava em 1976. Vivia-se muito pouco do turismo interno e de pacotes para viagens ao exterior. Naquele ano, como presidente da Abrav, organizou o primeiro congresso nacio-nal do segmento, em Fortaleza, no Ceará. Para se ter idéia do desafio, a capital cea-rense possuía apenas um único bom hotel e linhas aéreas não chegavam à cidade.

“Para sentir o que podíamos esperar, foi feita uma pesquisa com os mais de 700 agentes de turismo presentes ao evento para saber quantos deles já tinham viajado ao Nordeste anteriormente. A surpresa foi constatar que somente 30% já tinham feito essa viagem e, mesmo assim, só até a Bahia. Ou seja, ninguém conhe-cia o Nordeste por inteiro”, lembra o ex-dirigente.

Esse foi o ponto de partida para que o turismo interno começasse a ser visto de maneira diferente pelos agentes e pelo governo. Um trabalho de conscientiza-ção foi iniciado pela entidade, pois o Poder Público tinha, sim, muito interes-se em desenvolver a região e toda a sua economia. Foram construídos novos hotéis, linhas aéreas foram criadas ou aumentadas e toda uma infraestrutura para receber os turistas foi iniciada. Dessa forma, o setor começou a mostrar sua força econômica.

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O turismo brasileiro é uma máquina em plena evolução. Atualmente todas as regiões do País têm, no setor, uma impor-tante mola de seu desenvolvimento. Perceberam que toda a economia evolui em torno dessa atividade. Comércio, indús-tria e serviços se desenvolvem, se há investimento em turismo. “Hoje o turismo passou a não ser mais visto somente como uma atividade de lazer, mas como uma força econômica para o País. Para isso teve de ter uma forte atuação da iniciativa privada conjuntamente com o desempenho do governo nos âmbitos municipal, estadual e federal”, afirma Adel Auada.

Ainda há muito a ser feito

Segundo Auada, o segmento cresceu muito nessas quatro décadas, mas ainda há muitos gargalos a serem pensados e consertados. Um desses pontos é a participação do Poder Pú-blico. Deve haver uma conscientização de que o setor precisa ser gerido por especialistas e não por pessoas que estejam em cargos por coligações políticas. Para ele, os recentes — que não são tão recentes assim — casos de corrupção no setor público reforçam, e muito, essa tese.

Outro ponto é a importância de se ter pessoas do lugar pensando sobre suas respectivas localidades. Somente quem conhece uma determinada região pode saber do que ela real-mente necessita e fazer com que as melhorias aconteçam.

Outro grande gargalo é a questão dos aeroportos no País. E a avizinhada Copa do Mundo, em 2014, está aí para expor o pro-blema. O Brasil possui uma rede hoteleira de primeiro mundo, em todo o seu território. Existem hotéis e pousadas para todo o tipo de público, mas os aeroportos não comportam um volume maior de turistas.

“Estamos nos preparando para a Copa do Mundo, cons-truindo novos estádios, mas nossos aeroportos não estão acompanhando isso. Se hoje já temos problema, imagina em 2014, quando nosso número de turistas aumentará considera-velmente”, alerta. Para Auada esse problema já existe e é um dos grandes entraves para um crescimento ainda maior do setor.

Temos uma demanda muito grande de vôos internos, mas esse não é o grande problema. Nos últimos anos o País perdeu três grandes empresas — Vasp, Varig e Transbrasil —, além de outras menores. As que foram criadas mais recente-mente, como Gol e Azul, mais a Tam, conseguem suprir essa demanda. O grande problema é estrutural. Em cinco anos praticamente dobramos o número de viagens internas, pois dobrou a rede de atendimento, e o melhor poder aquisitivo da população permitiu que as pessoas optassem por um avião para chegar a seus destinos.

Isso tudo não teve a contrapartida de infraestrutura. Os aeroportos no Brasil não são modernos nem preparados para atender essa maior demanda. Os problemas já começam do lado de fora, com o acesso aos terminais, com vias supercon-gestionadas. Continua nos problemas com equipamentos, no embarque e desembarque — sempre lento — e vai até o táxi, por exemplo, em Congonhas. “É um absurdo que um passagei-ro que leva uma hora para vir do Rio de Janeiro chegue a ficar até duas horas esperando um táxi fora do aeroporto”, assegura.

Para o responsável pelo Comitê do Turismo da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, esse problema não é atual, já vem de quando foi anunciado o caos aéreo. “Quem tem de tomar uma providência para solucionar essa questão é o governo. Se ele mesmo não tem capacidade para isso, que invista por meio de parceria com a iniciativa privada. Do jeito que está não dá.”

Copa: uma preocupação desde já

A Copa do Mundo em 2014 será um divisor de águas para o Turismo no Brasil. O País deve ter um crescimento nunca visto em sua história nos próximos três anos. Mas isso deve ser mais bem analisado. Em todos os países que receberam eventos es-portivos dessa magnitude houve uma evolução do turismo, e aqui não será diferente, pois em 2016 acontecem as Olimpíadas.

Nos EUA, único país que teve uma relação de dois grandes eventos tão próximos como no Brasil (Copa em 1994 e Olimpí-adas em 1996), a economia cresceu como um todo. Esse fenô-meno foi visto na Espanha, apesar de uma distância maior entre os eventos, Copa do Mundo em 1982 e Olimpíadas, em 1992.

No Brasil, esse intervalo será somente de dois anos. Ou seja, espera-se ainda mais. Esta será a hora de o Brasil se mostrar para o mundo. A publicidade que o País terá não tem preço, pois uma Copa do Mundo — e depois as Olimpíadas — chegam a bilhões de pessoas.

Mas deve-se olhar bem como tratar o turista que virá para cá. O caos que hoje se vê nos aeroportos já tem repercussão ne-gativa lá fora. “Receber mal é o pior cartão de visitas de um país. Hoje há filas de horas só para se passar pela Receita Federal e não vivemos, como nos Estados Unidos, por exemplo, o risco de terrorismo. Aí, quando ele consegue sair, pega filas quilométri-cas no trânsito das cidades. Se você quer trazer gente para visi-tar seu país, não é desse jeito”, enfatiza.

Fala-se dos aeroportos porque é a parte mais visível, mas o problema é geral. Hoje, um segmento em plena evolução é o de cruzeiros marítimos. Apesar disso, há caos também nesse setor. Na ultima temporada de cruzeiros — que acabou em março — saíram do Porto de Santos mais de 20 navios, mas

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o conforto desse tipo de transporte se perde na espera dos passageiros. Não há um local apropriado no aguardo pelo embarque, que pode demorar até cinco horas. Uma grande empresa do setor fez uma proposta para a construção, com re-cursos próprios, de um terminal para passageiros, com todo o conforto e funcionalidade. Ou seja, há vontade e opções, falta o interesse governamental.

Soluções para acabar com o caos dos transportes existem e não são exageradas. São Paulo, por exemplo, não precisa de um novo aeroporto. Basta tirar projetos do papel. Ampliar os ter-minais de Cumbica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas, dando-lhe status de grande aeroporto, além de, efetivamente, ligar a cidade do interior com a capital — nem precisa de um trem bala — e parte dessa desordem seria solucionada.

De dentro para fora e de fora para dentro

Uma das grandes discussões que o setor tem é como au-mentar o turismo interno. As viagens para o exterior, segundo Auada, sempre foram muito boas — até demais. O brasileiro, historicamente, prefere conhecer outros países a conhecer o próprio. O turismo de compras é ainda forte. O brasileiro sem-pre foi um grande comprador lá fora. Esse excesso causou um desequilíbrio na nossa balança, pois se gastou muito mais lá fora do que aqui dentro. Mas os agentes do setor e o governo lutam para mudar esse cenário. A Copa do Mundo pode ser uma forte aliada nisso também.

Em contrapartida, o movimento inverso, o receptivo, está se modificando. Ainda não temos números tão fortes quanto os de outros países, mas crescem ano a ano. Devemos receber de 5 a 6 milhões de turistas este ano, mesmo com todas as difi-culdades, mas é um volume pequeno perto da capacidade que temos e das maravilhas que podemos apresentar em compara-ção com outros destinos.

Um dos grandes problemas, como um círculo vicioso, é a locomoção dentro do País. As grandes empresas têm vôos que chegam principalmente a São Paulo e Rio de Janeiro. Quando esse turista desembarca no Brasil encontra inúmeras dificulda-des para se deslocar a outros estados. Sem contar o retorno.

Outro ponto a ser pensado é que o Brasil ainda não possui uma grande marca de turismo no exterior. A Copa deve ajudar nisso, mas não será tudo. O Brasil não é só isso. No passado se usava muito o Carnaval e as mulheres, mas hoje essa imagem é vista até negativamente.

Auada afirma que é necessário um trabalho muito forte de promoção do Brasil. “Isso é uma questão estratégica. O Brasil participa de todas as feiras tradicionais de turismo do mundo, mas se esquece de que o mundo cresceu. Hoje há um merca-do de países emergentes muito interessantes, como a China. Especula-se que mais de 100 milhões de chineses viajam por ano, e nós não participamos de qualquer feira de turismo de lá. Fechamos-nos no tradicional e esquecemos que há mais turis-tas espalhados pelo planeta”, afirma.

Outro mercado em que o Brasil deveria investir é a América Latina, que está crescendo economicamente. Para o dirigente, há um nicho importante que o País precisa começar a olhar mais atentamente, que é o turismo de negócios. “Há um im-portante mercado de congressos e encontros profissionais pelo mundo que devemos ver com mais atenção.”

O setor de turismo no Brasil está com a faca e o queijo nas mãos. Podemos crescer de uma maneira nunca vista na história, mas precisamos nos organizar. Para Auada, o País reúne ingre-dientes únicos. Sol o ano inteiro, uma natureza linda e diversi-ficada e um povo alegre e cordial. O setor não pode mais viver de poucas pessoas que vislumbram o futuro, mas de gente que coloca a mão na massa e faz acontecer.

“O que nos falta é aparar as arestas. Temos uma oportunida-de única, mas precisamos receber bem, com infraestrutura mo-derna, que comporte e atenda bem turistas internos e externos. Somente isso fará com que o setor cresça, não só nos próximos seis anos, com a Copa e os Jogos Olímpicos, mas nas próximas décadas. Precisamos mostrar que o Brasil é muito mais que isso, e que todos serão bem-vindos e bem recebidos”, conclui.

T u r i s m o

Adel Auada - responsável pelo Comitê do Turismo

da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira

“Receber mal

é o pior cartão

de visitas de

um país.”

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E n t r e v i s t a R a l f A a s m a n n

“O que sempre focamos é o viajante, indep endente do tipo de viagem, seja de turismo ou de negócios”

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Brasil, um país cada vez mais interessanteEmirates Airlines projeta um futuro promissor na relação com o Brasil. O País já é um importante mercado para a empresa.

O Brasil, há muitos anos, se transformou em um mercado interessante para as empresas aéreas. O crescimento eco-nômico pelo qual vem passando e as perspectivas altamen-te positivas para o futuro fazem do País um destino impor-tante para empresas aéreas de todas as nacionalidades.No Brasil desde 2007 e com vôos diários desde 2008, a Emi-rates Airlines, uma das maiores companhias de viagem do Oriente Médio, com mais de 8 mil funcionários, leva passa-geiros de São Paulo para Dubai e vice-versa com uma qua-lidade de serviços ímpar.A empresa — que também atua, no exterior, no gerencia-mento de viagens e entretenimento e administração de ho-téis — tem excelentes planos para o País, inclusive com uma nova rota, que passará pelo Rio de Janeiro a partir de 2012. Nesta entrevista, Ralf Aasmann, diretor-geral da Emirates para o Brasil, fala sobre os planos da empresa, mercado e Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016.

Desde quando a Emirates atua no Brasil? Quais são os planos da empresa para o País?Começamos nossa operação no Brasil em outubro de 2007. Na época, com seis frequências semanais e, em julho de 2008, nos tornamos diários, com a linha Dubai/São Paulo. Em de-zembro de 2010, mudamos nosso equipamento que voava para o Brasil de um Boeing 777/200 MR, para um 777/300 ER. Assim, ganhamos 88 assentos na classe econômica. Isso foi feito devido à alta demanda no País. A partir de 4 de janeiro de 2012 vamos dobrar nossa capacidade, com mais um vôo diário e a nova linha Rio de Janeiro/Dubai.

É viável ter vôos para outras capitais do Brasil, por exemplo, no Nordeste?Viável, por parte da empresa, sem dúvida é. O que precisa ser visto é a viabilidade na questão do mercado. Eu acredito que, por enquanto, para o Brasil, são somente esses dois destinos. É lógico que não podemos desprezar os mercados fora do eixo Rio/São Paulo, até porque eles nos ajudam a trazer os passagei-ros para essas duas capitais. Mas ainda não temos uma deman-da concentrada em alguma capital do Nordeste que justifique um novo vôo.

Mesmo como escala, não há projeção de outras linhas que passem pelo Brasil e se dirijam a outros países, por exemplo?Esse vôo para o Rio de Janeiro será assim. Ele passa pelo Rio e segue para Buenos Aires, na Argentina. Na volta, no dia seguin-te, vem de Buenos Aires, passa pelo Rio e segue para Dubai.

“O que sempre focamos é o viajante, indep endente do tipo de viagem, seja de turismo ou de negócios”

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O Brasil é um mercado importante para a empresa? Em comparação com outras economias emergentes, como a Emirates coloca o Brasil no cenário mundial?O Brasil é um país extremamente importante. São Pau-lo foi o segundo destino da Emirates nas Américas. Em 2007 só havia vôos para Nova York. Atualmente temos outros destinos no continente, como toronto, no Ca-nadá, São Francisco, los Angeles e Houston, nos EuA. Em 2012 serão inauguradas duas linhas para Seattle e Dallas, também nos EuA. Ou seja, cada vez mais aumen-ta o tamanho da empresa e a quantidade de aeronaves e, com isso, atendemos hoje todos os continentes. O Brasil é um grande mercado e muito importante, não só para a Emirates, mas para o desenvolvimento da econo-mia entre as nações.

Com relação ao BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), como se posiciona o Brasil?Pela proximidade com Dubai, é claro que ainda há mais vôos para os demais países do chamado BRICS. Hoje, por exemplo, cobrimos dez destinos na Índia saindo de Dubai. Mas, com certeza, o Brasil crescerá. todos esses países são importantes para a empresa e o Brasil está nesse contexto com destaque.

Mais do que uma alternativa, o Oriente Médio passou a ser uma escala interessante para brasileiros que buscam destinos como a China e a Rússia, evitando a burocracia dos EUA com vistos. Como capitalizar esse nicho e tornar o Brasil um excelente cliente para a empresa?Não só a Emirates, como as demais empresas aéreas do Oriente Médio e da Europa, ganham mercado com isso. Sem dúvida, todos os mercado asiáticos, além do Japão e da China, estão no nosso foco.

Nesse sentido, o Oriente Médio tem sido um destino impor-tante para os negócios, mas sempre foi para o turismo? Há intenção de se investir mais nesse tipo de viajante?Na verdade não depende muito de nós aumentarmos ou não esse tipo de atendimento. O que sempre focamos é o viajante, independente do tipo de viagem, seja de tu-rismo ou de negócios. Atendemos agências de viagens e muitas delas são especializadas em viagens de negócios, como feiras, missões empresariais etc. Queremos, sim, é o passageiro a bordo e o atenderemos bem, seja qual for o motivo de sua viagem.

Hoje, para a Emirates, de maneira geral e em âmbito mun-dial, o mais forte são as viagens de turismo ou de negócios?Não temos uma estatística em âmbito mundial. Do Brasil, posso dizer que é meio a meio. Pode até ter uma variação de 5% para cima ou para baixo, mas é bem equilibrada essa relação. A posição geográfica de Dubai ajuda muito nesse sentido. Os viajantes de negócios gostam de ir por Dubai pela posição e pelas horas de vôo que ainda sobram para uma conexão sem dor de cabeça. Mesmo sendo um trecho mais longo até Dubai, ainda sobra tempo, pois de Dubai para outras cidades o percurso é curto. Muitos viajantes até apro-veitam para passar a noite em Dubai e viajar no dia seguinte.

Qual o grande diferencial da Emirates, na questão vôo, conforto etc., em relação à concorrência?um dos grandes destaques são os serviços. uma das coisas que sempre gosto de enfatizar, pois não é tão conhecido. Para passageiros de primeira classe e executiva, gratuita-mente, nós os buscamos em casa ou na empresa, em um raio de 70 km do Aeroporto de guarulhos, levamos até o aeroporto e os levamos de volta no retorno. temos esse mesmo serviço se ele ficar em Dubai. Isso também na Chi-na. Nosso serviço de bordo é de primeira e nossas comis-sárias de bordo são de diversos países. Nos vôos todos os avisos são anunciados em dez idiomas. Para quem voa do Brasil, sempre haverá comissários falando português e isso também em rotas muito usadas por brasileiros. Mesmo nas classes econômicas, todo o serviço é livre, não usamos ta-lheres ou copos de plástico. O nosso programa de entre-tenimento a bordo tem mais de 1,2 mil opções de canais. Passamos filmes que ainda estão nos cinemas. O tempo literalmente passa voando para quem está a bordo.

O Brasil nos próximos anos terá dois grandes eventos, Copa do Mundo e Olimpíadas. Como a Emirates vê esse cenário futuro e o que pode fazer para atender melhor os turistas que vão chegar por aqui?temos de fazer um questionamento antes: como o Brasil vai se preparar para atender essa demanda, de qualquer em-presa aérea do mundo? No nosso caso, há acordos bilaterais com o Brasil. Já temos vôos diários definidos e não podemos pensar em aumentar esse total, só por causa desses eventos. No caso específico da Copa, como a Emirates é uma das pa-trocinadora do evento, é claro que estamos nos preparando para que o evento seja bem realizado como um todo.

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O cenário é positivo: economia em ascensão, classe média com poder de compra, juros mais baixos — mas com espaço para mudanças, se necessárias — e uma infinidade de interesses para investidores nacionais e inter-nacionais. Esse é o cenário atual do Brasil e que deve permanecer ainda por muitos anos. Dessa forma, o mercado imobiliário brasileiro pode ter a certeza de que a expectativa é de crescimento positivo e consistente.

Em entrevista à CHAMS BUSINESS, Basilio Jafet, presidente do capítulo brasileiro da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci-Brasil), analisa o mercado imobiliário atual e futuro e fala de seus planos como presidente da entidade, cargo para o qual foi eleito para a gestão 2011/2013.

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Perspectivas cada vez mais positivas nos

cenários nacional e internacional colocam o País definitivamente na rota de investidores

estrangeiros.

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O Brasil ainda é abola da vez

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dos principalmente no Sudeste, mas já estão indo para o Sul. Existe uma segunda leva de investidores que estão focando no chamado second home. Estão indo para o Nordeste. Atre-lados a isso, chegam investimentos no setor de hotelaria.

Um dos grandes gargalos do setor é a falta de mão-de-obra especializada. Como o segmento, especificamente as entida-des como a Fiabci, atuam no sentido de sanar esse problema?Não é papel da Fiabci fazer cursos para o pessoal de obra mas, por meio de seus principais members, como o Secovi e o Sinduscon, estão sendo promovidas diversas ações para que tenhamos um trabalhador cada vez melhor qualificado no setor. O Sinduscon tem se dedicado muito a isso.

O senhor citou que o Brasil é “a bola da vez”, mas um assunto que não pode ser deixado de lado é a crise. Vira e mexe faz-se referência à crise americana. Podemos esperar isso por aqui ou o País está alheio a essas perturbações?Essa é a “pergunta do milhão”. Não é tão provável o Brasil pas-sar por uma crise. Hoje temos fundamentos sólidos. Não só na reserva de US$ 350 bilhões em moeda forte, como naque-la do Banco Central, de R$ 420 bilhões, que pode ser usada em caso de necessidade, além de haver bastante espaço para se mexer na taxa de juros. Ou seja, existe uma série de instru-mentos financeiros com que o governo conta para ajudar a minimizar os efeitos de uma crise, se for o caso. Claro que haveria reflexos, como a possibilidade de uma exportação menor, e isso teria alguns efeitos no mercado interno. Mas vamos lembrar que temos um mercado consumidor muito grande. Hoje, o Brasil é constituído mais por classe média do que por classes populares, diferentemente de dez anos atrás, quando as classes mais baixas eram 70% da população. A previsão é que até 2014 a classe média ultrapasse os 60% da população. É um contingente consumidor muito grande e que pode segurar as pontas no caso de uma crise. Mas como isso pode afetar o mercado imobiliário é a sua questão. Vale lembrar que temos um déficit habitacional de mais de 7 mi-lhões de unidades, concentradas principalmente nas classes populares. Mas, além desse déficit, para atender o aumento de população, temos de fazer mais de 1 milhão de unidades por ano. Ou seja, pelas contas do nosso principal member, o Secovi, temos de fazer, até 2023, cerca de 2 milhões de unidades/ano para poder atender a todo esse mercado que vem por aí. Enfim, não podemos garantir que nunca haverá uma crise, mas é muito pouco provável que tenhamos uma bolha em razão da demanda.

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Quais são os principais pontos de destaque de sua gestão que teve início este ano?A Fiabci é uma entidade internacional, presente em 80 paí-ses. Isso nos dá uma visão abrangente do mercado imobiliá-rio no mundo. Em função disso, nossos objetivos principais são simples: promover conhecimento para nossos asso-ciados através de uma troca de conhecimento em âmbito mundial e intercâmbio de idéias; promover networking e oportunidades de negócios, pois hoje as empresas têm de atuar com parceiros nacionais e internacionais. A Fiabci atua sempre na defesa do direito de propriedade, da ética, da livre iniciativa e da democracia, bem como da aplicação dos princípios de sustentabilidade.

Como tem se dado esse intercâmbio e o que ganha o consu-midor com isso?Ele se dá por meio de eventos internacionais — congressos, feiras etc. — aos quais sempre comparecemos com delega-ções de empresários brasileiros. Como a Fiabci é uma or-ganização mundial, trazemos delegações estrangeiras para o Brasil e promovemos o intercâmbio com os empresários locais, para que mais negócios sejam gerados. Quanto mais players de qualidade você tem no mercado, muito maior as chances do consumidor poder adquirir o seu imóvel ou o seu investimento a preços compatíveis, com excelente qua-lidade. Sem dúvida esse é um jogo de ganha-ganha.

Já que a Fiabci possui delegacias regionais em outras capi-tais, esse intercâmbio também acontece nacionalmente?Com certeza. Empresários de outras regiões participam de eventos em São Paulo, onde fica a sede da entidade, além de encontros em outras cidades, promovidas pelas Fiabci re-gionais. O Brasil é um País cheio de oportunidades e nossa função é apontar os nichos e localidades mais interessantes.

Em razão dessa troca de informação em âmbito nacional, hoje ainda há no Brasil alguma região que possa ser dita inex-plorada? O que pode gerar interesse para essas localidades?Quando eu descobrir, você será o segundo a saber. Não exis-te, mesmo porque há muitas empresas já atuando em âm-bito nacional. As empresas já foram para as cidades médias e começaram, há algum tempo, a ter negócios em cidades pequenas. O que é extremamente saudável para todos. O estrangeiro vem principalmente para fazer investimentos nas áreas comerciais e industriais, ou seja, conjuntos de es-critórios, shopping centers, galpões industriais, concentra-

Revista CHaMS BuSiNESS - ano v - número 5 - novembro de 2011

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A gente pode afirmar que, em função das crises pelas quais o Brasil passou na década de 90 e começo dos anos 2000, es-tamos vacinados e seguros? Se acontecer uma crise, ela não será tão forte quanto nos EUA?Há aspectos diferentes em nosso sistema em relação aos EUA. A concessão de crédito no Brasil é muito mais rígida do que lá. Aqui não existem os créditos podres, que foram a base de todo o problema dos EUA em 2008, e nunca se financiou, como lá, 110%, 120% do valor. No Brasil o máximo que se chegou foi a 80%. Como a prestação é menor, a inadimplência também o é. E mais, não adotamos aquela prática comum nos EUA de comprar, se endividar, comprar mais uma, hipotecar o que já tem, para ganhar em cima da valorização etc. Este não é um hábito do brasileiro.

No último Master Imobiliário, um dos destaques foi o grande número de novos profissionais premiados. Essa renovação é uma tendência no mercado? Como a Fiab-ci-Brasil e as demais entidades do setor analisam esse novo cenário?Com certeza a renovação é uma tendência. Em primeiro lugar, você tem mais players e, em segundo, players mais capacitados. Então você vai acabar vendo gente nova, com novas idéias. Isso é muito saudável para o mercado e conta com o estímulo da Fiabci. Isso é, de novo, o jogo do ganha--ganha, pois quanto mais novidades tivermos, mais com-petitivo o mercado e, com isso, ganha o comprador, que terá mais opções de escolha. Além disso, há cada vez uma maior pulverização pelo Brasil. A gente vê aumentar, ano após ano, a inscrição de cases de outros estados, e as dife-renças entre os mercados regionais são bem menores hoje do que há 20 anos.

Como será o mercado nacional nos próximos dez anos? Há motivo para confiança e esperança de um cenário ainda melhor?Essa pergunta não é fácil e nem simples. O mercado de imóveis econômicos nos leva a crer que sim. Não só por causa da demanda, mas em função dos atos que o governo vem promovendo em favor desse mercado. A iniciativa privada , enfim, entrou nesse segmento. O poder aquisitivo do brasileiro continua melhorando e, se o Brasil mantiver uma linha econômica responsável, supõem-se que a classe média terá o desejo de morar em imóveis cada vez melhores. O mercado de segunda residência também deve melhorar, se o Brasil mantiver

esse círculo virtuoso em que está hoje. Diferentemen-te do passado, o mercado está pulverizado em todas as faixas. No mercado não-residencial também deveremos ter crescimento. Hoje já estamos trabalhando com uma vacância baixa, as empresas do setor estão produzindo mais, e o investimento estrangeiro ajudará muito esse nicho. Além disso, nos próximos anos, com Copa do Mundo e Olimpíadas, todos os setores do nosso merca-do serão beneficiados. Quanto mais dinheiro estiver cor-rendo na economia, mais tempo o mercado se manterá em boas condições.

“O poder aquisitivo do brasileiro continua melhorando e, se o Brasil mantiver uma linha econômica responsável, supõem-se que a classe média terá o desejo de morar em imóveis cada vez melhores”

Basilio Jafet, presidente do capítulo brasileiro da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci-Brasil)

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E n t r e v i s t a B a s i l i o J a f e t

Revista CHaMS BuSiNESS - ano v - número 5 - novembro de 2011

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De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), o Brasil conta hoje com 80 milhões de usuários de internet, ou seja, 40% da população. Do total de internautas, 27 milhões são con-sumidores virtuais. Até o fim deste ano, esse número deve chegar a 32 milhões. De acordo com a Empresa de Inteligência e Comércio Eletrônico (ebit), o e-commerce deve faturar R$ 18,7 bilhões em 2011, registrando um crescimento de 36% em relação ao ano passado, quando faturou R$ 14,8 bilhões.

Um universo de usuários que sabe procurar, que gosta de comparar e que usa a internet como uma aliada na hora de buscar os mais diversos produtos. Outra faceta da internet é a de servir como uma ponte entre quem vende e quem compra. Muitos sites foram criados nos últimos anos para servir de consultoria ou facilitador de negócios. Um exemplo é o ZeroK (www.zerok.com.br).

Criado pela empresa Mint Image Group — grupo formado pela Mint Com e pela Mint Design, que desenvolve serviços de design de produto, comunicação gráfica e comunicação digital —, é um consultor virtual para quem sabe de qual valor dispõe para comprar um carro novo, mas não sabe qual o melhor modelo para o seu perfil. Com pouco mais de três meses, o portal já conta com uma média de 10 mil acessos/mês. Nesta entrevista à ChAMS BUSINESS, Luiz Alves, seu diretor, fala sobre e-commerce e o novo site.

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E n t r e v i s t a L u i z A l v e s

A comodidade de consultoria e compra pela

internet não tem limites. Que tal comprar seu carro

em um clique?

Da loja ao clique: vamos negociar

FOTO: DIvULGAçãO

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Hoje o comércio eletrônico pode ser visto como uma realida-de ou ainda há um longo caminho a ser percorrido?O e-commerce é um caminho sem volta. Existe, sim, certa des-confiança por parte de alguns consumidores, principalmente os mais velhos, mas a nova geração não só compra cada vez mais pela web, como prefere fazer isso. vivemos um momento de transição entre o comércio tradicional que, em minha opi-nião, não morrerá nunca, com o e-commerce. há, inclusive, uma tendência a que muitas lojas virtuais estão aderindo de montar uma loja física para embasar a sua marca. Após muitas notícias de fraude, muitas empresas preferiram este caminho para mos-trar que por trás de um site de vendas há uma loja física onde o comprador poderá, se preferir, comprar após escolher no site ou mesmo ter alguém para reclamar. O que precisa ser feito é me-lhorar sempre os sistemas de segurança de cadastro de dados e pagamentos para aumentar a credibilidade do e-commerce.

Como você vê as negociações pela internet no futuro? Elas vão substituir o comércio formal, de loja?O comércio atual nunca morrerá. Acredito que o e-commerce complementará os meios comerciais modificando o varejo atu-al. Uma tendência é o e-commerce Business to Business que, acredito, terá um aumento maior que o e-commerce tradicional feito para a pessoa física. As empresas passarão a comprar cada vez mais na web, o que permitirá mais e mais comprar produtos de forma mais eficiente em vários lugares no mundo.

Ainda hoje, o comércio eletrônico é visto como um primeiro passo. Isso vai da compra de um calçado à aquisição de um imóvel. O que o setor tem feito para mudar esse quadro?O custo para se abrir uma loja virtual é mais baixo do que o de uma loja física. Porém, algumas pessoas se esquecem de que a logística é a mesma. você terá que enviar o seu produto ou agendar o seu serviço do mesmo jeito. Portanto, pensar em todo o processo é extremamente importante para não se ter uma experiência ruim.

Quais as grandes diferenças e semelhanças entre o consumi-dor brasileiro e o estrangeiro, principalmente o americano, que tem no comércio eletrônico uma praxe?Nos EUA, o e-commerce já é uma realidade há muito tempo. O americano tem a cultura de comprar na web desde meados dos anos 90. No Brasil, passou a ser uma realidade há menos de dez anos. As leis mais rígidas nos EUA também ajudaram na sua evolução. Apenas recentemente o Brasil passou a ter leis especí-ficas para este tipo de comércio. Porém o brasileiro vem se des-tacando no mundo virtual. Já estamos entre os quatro países no

mundo com maior acesso na web, contudo estamos longe no ranking de compras on-line. Com a popularização dos cartões de crédito e os novos módulos de pagamento mais seguros, acredito que em breve o Brasil estará entre os top five.

A segurança ainda é um ponto delicado quando se fala em comércio eletrônico. O que as empresas têm feito para dar garantias cada vez maiores de segurança ao consumidor? Como isso era há alguns anos e como é hoje?Os novos módulos de pagamento (do tipo Pagseguro, Moip, Paypal e outros) já garantem um nível de segurança que não tínhamos no passado, quando a única forma era o consumidor passar os dados do seu cartão de crédito. Os próprios gateways de bancos já dão segurança no momento da compra. O proble-ma hoje está no cadastro dos clientes. Muitas pessoas deixam de comprar na web, não por causa do pagamento, mas por cau-sa dos seus dados. A loja precisa dos dados do cliente, mas este teme ver seus dados sendo utilizados de forma indiscriminada. Acredito que o ideal é pedir o mínimo de dados para os clientes. Aqueles suficientes para efetuar a venda. Somente dessa forma o e-commerce aumentará sua participação no comércio geral.

O Código de Defesa do Consumidor, no comércio formal, é uma lei que está na cabeça de todos os que compram. A maio-ria dos consumidores conhece seus direitos em uma loja, mas o comércio eletrônico, de certa forma, ainda carece de regras mais claras e eficientes. O que tem sido proposto de modo ge-ral e o que a sua empresa tem feito quanto a isso?A lei é a mesma para ambos os formatos de comércio. há algu-mas particularidades, mas no final as regras de boas práticas são as mesmas. Já existem comissões estaduais e federais preparan-do regras específicas para e-commerce, que provavelmente te-rão as regras do comércio tradicional como parâmetro. A loja virtual precisa entender que o seu código de conduta é o mes-mo que o de uma loja física. A Mint, além de administrar uma loja virtual própria, que vende produtos gráficos e digitais para franquias de uma forte marca do mercado imobiliário, também desenvolve sites de e-commerce para diversos segmentos. Sa-lientamos sempre para os clientes é que o seu comportamento como lojista deve ser igual ao de quem tem uma loja física. Exis-te uma relação comercial, independente de ser virtual ou não.

As compras on-line crescem cada dia mais e movimentam ci-fras bilionárias. Segundo dados da ebit, só no ano passado o setor faturou R$ 14,8 bilhões em vendas no Brasil, 40% a mais do que o valor arrecadado em 2009, e 23 milhões de consu-midores fizeram ao menos uma compra on-line. Para 2011, a

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previsão é de que o varejo virtual atinja a marca de R$ 20 bi-lhões em vendas no País, o que representaria um crescimen-to de 30% sobre o ano passado. Quais são os segmentos que mais crescem, e como sua empresa se vê nesse cenário?Sem dúvida o segmento de eletroeletrônicos é o que mais cresce — uma vez que você não precisa experimentar o produ-to, fica mais fácil comprá-lo sem vê-lo. Porém, o segmento de vestuário vem ganhando espaço, assim como o de acessórios femininos. hoje, já é possível o comprador inserir uma foto sua e fazer um teste virtual da roupa ou do acessório que quer com-prar. Outro segmento que vem ganhando espaço é o imobiliá-rio. Já é possível fazer um tour virtual por um imóvel, caminhar e ver todas as dependências sem sair de casa. O usuário faz a sua pesquisa, avalia alguns imóveis e escolhe os seus preferidos. Devido aos altos valores, a compra não pode ser realizada ainda diretamente na web, mas em breve isso já não será problema. Outro segmento que vem ganhando espaço é o de compra de veículos. Conforme dissemos, a Mint administra o zerok.com.br, que é um consultor virtual que, com perguntas simples, analisa o perfil do futuro comprador e lhe dá as melhores opções com ofertas de concessionárias. hoje a compra é feita na concessio-nária, porém já estamos trabalhando com alguns parceiros para que aquele comprador mais seguro possa, se preferir, efetuar a sua compra no site, indo à concessionária somente para retirar o veículo. Conseguindo, certamente seremos pioneiros no Brasil.

O ZeroK é o primeiro site especializado na compra de carro zero quilômetro e se apresenta como um auxílio eficiente na escolha da melhor opção de veículo para o perfil. Não é, em hipótese, um intermediador na negociação, ou seja, não tem participação no negócio. Como o site se mantém? Há alguma contrapartida em negócios fechados?Por conceito, o ZeroK é somente um consultor virtual para auxi-liar na escolha do carro novo. Mas já estamos trabalhando para agirmos também como agente comercial de alguns parceiros. Atualmente nossa receita vem da comercialização dos espaços publicitários e da venda de pacotes de ofertas para as conces-sionárias, que podem optar entre cliques, pacotes semanais ou mensais com valor fixo. Nossa atuação acaba na apresentação da oferta e não interferimos, hoje, nas negociações comerciais.

Voltando à questão da segurança e dos direitos do consumi-dor, até que ponto o ZeroK tem ingerência e controle nessas negociações?Como não vendemos nada para o consumidor final, as regras do e-commerce não se aplicam ao ZeroK. Temos informações

nos termos de uso do site e que estão amparadas pela lei. Fica-mos somente restritos às boas praticas da web.

Quantas empresas, veículos e possíveis compradores estão cadastrados no ZeroK? Há alguma estatística sobre o total de negócios fechados?Nossas estatísticas se resumem a acessos/mês, que em agosto foi de 10 mil pessoas, pois para nós esses números são os mais importantes no momento de propor uma parceria, vender es-paços publicitários ou ofertas. Nosso objetivo é chegar ao final de 2011 com 100 mil acessos, por isso investimos nos principais buscadores na compra de palavras que levam audiência ao site e também nas mídias sociais divulgando o ZeroK. Quanto ao nú-mero de negócios fechados com as concessionárias, vindos do ZeroK, ainda não os temos. Está em nossos planos aprimorar as métricas para obtê-los, mas eles dependem muito de informa-ções dos vendedores das concessionárias. Estamos estudando maneiras para conseguir chegar a estes números com pequena margem de erro, pois acreditamos que estas informações são importantes no momento de nossas negociações comerciais. hoje nosso maior parceiro é um grande grupo de concessioná-rias, e o ZeroK já esta criando uma estratégia para trabalharmos juntos e obtermos números confiáveis. O ZeroK atualmente tem todos os carros vendidos no Brasil em seu banco de dados. São veículos nacionais e importados, 46 marcas e 500 modelos que somam cerca de três mil ofertas, principalmente nas cida-des de São Paulo e Rio de Janeiro. Apesar de pouco tempo no mercado, acreditamos que nossa audiência está acima do espe-rado, uma vez que o trabalho de divulgação se restringe a bus-cadores e mídias sociais. Estamos atualmente buscando, além de concessionárias e lojas com ofertas, um patrocinador master para podermos aumentar nosso investimento em divulgação. O ZeroK é diferente de todos os sites com ofertas de veículos, porque seu foco é o carro zero, um mercado que no Brasil vem crescendo de forma considerável.

“O custo para se abrir uma loja virtual é mais baixo do que o de uma loja física. Porém, algumas pessoas se esquecem de que a

logística é a mesma”

Luiz Alves, diretor do portal Zerok, criado pela Mint Image Group

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E n t r e v i s t a L u i z A l v e s

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Há cerca de dez anos, no começo da década de 2000, quando reformava a casa do então Cônsul do Lí-bano em São Paulo, o empresário do setor da constru-ção Luiz Sergio Abu-Kessm precisou de mármore. Por indicação de um amigo, foi até a empresa Minexco para pedir uma doação. Foi muito bem atendido e recebeu de graça um produto de altíssima qualidade.

Foi assim que ele conheceu a empresa e os produtos que ela comercializa. Hoje, a Minexco é seu melhor for-necedor de mármores importados e granitos. Sócio da Samara S/A Incorporação e Construção, Abu-Kessm usa os mármores em seus empreendimentos, de lançamen-

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tos a reformas, exatamente pela excelência dos produ-tos importados pela Minexco.

“Trabalhar com os mármores importados da Mine-xco é ter a certeza de que estamos lidando com qua-lidade. Isso vai desde o material mais luxuoso ao mais simples. Eles são, sem a menor sombra de dúvida, um dos maiores comerciantes de mármores e granitos do Brasil. Essa é uma segurança para nós, construtores, e um diferencial para o cliente final”, afirma.

A Minexco, conforme se apresenta em seu site, “atua de forma segura e rentável, com responsabilidade social e ambiental, nos mercados nacional e internacional, for-

O mármore sempre foi um material que expressou durabilidade e elegância. Um dos maiores fornecedores do País, a Minexcoimprime essas características em seus produtos.

C o n s t r u ç ã o C i v i l fon te : Lu i z Serg io Abu-Kessm

Beleza que dura

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O mármore importado — esse que tem a Minexco como uma das principais fornecedoras do País — está presente do acabamento à decoração. Ele pode ser usado como piso e/ou revestimento em halls de entrada, banheiros, entre outros ambientes, assim como peças de decoração, como uma bancada, uma mesa ou estante. Enfim, seu uso vai muito da criatividade e habilidade de quem lida com ele.

Segundo o empreendedor, a Minexco, pela qualidade do produto que trabalha, fornece exclusivamente para suas obras de alto padrão. “Para projetos de maior exigência, é preciso pensar em materiais diferenciados, e o mármore importado traz o balanço perfeito entre durabilidade e elegância. É a equação perfeita”, conclui Abu-Kessm.

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necendo os melhores produtos para seus clientes e con-tribuindo para o crescimento do País”. Segundo o cons-trutor, aliado a isso, estão a variedade e pontualidade na entrega. “Eles são verdadeiramente parceiros”, define.

Conforme ele, a empresa é sua fornecedora em mármo-res importados, sobretudo para os imóveis de alto padrão, pois ele também trabalha com outras empresas para pro-dutos nacionais. Eles são atacadistas e entre seus clientes estão, principalmente, construtoras e marmorarias.

Um mercado em alta

Abu-Kessm acredita que esse mercado está em alta, pois a procura de clientes pelo produto vem aumentando. “Há cerca de algumas décadas, o mármore tinha um merca-do bom, mas a qualidade dos produtos não era muito boa. Hoje o insumo está novamente em alta, com a diferença de qualidade, muito melhor que no passado”, compara.

“Trabalhar com os mármores importados da Minexco é

ter a certeza de que estamos lidando com qualidade. Essa

é uma segurança para nós, construtores, e um diferencial

para o cliente final”.Luiz Sergio Abu-Kessm, sócio da Samara S/A

Incorporação e Contrução.

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A Samara S/A Incorporação e Construção tem 62 anos de atividades. Foi fundada em 1949 como uma empresa do setor têxtil, lidando com tecelagem. Em 1976 passou a lidar com o segmento de construção, trabalhando em todas as áreas, entre as quais projetos, assessoria, fiscalização, construção, planejamento, incorporação e administração de obras. Nesses 35 anos de atividades, contabiliza mais de 280 mil metros quadrados de área construída em projetos de médio a alto padrão. Além de Luiz Sergio Abu-Kessm, conta, entre os sócios, com Elias Samara Neto, Myrna Samara Kairalla Bahmdouni e Fuad Samara Junior, todos engenheiros ou arquitetos.

Uma empresa versátil

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O Brasil, nos últimos cinco anos, vem passando por um grande crescimento no segmento automobilístico. Hoje o País é um mercado importantíssimo para as principais montadoras mundiais, tanto para as tradicionais (Volkswagen, Ford, General Motors e Fiat), como para as mais novas, como as francesas, japonesas e coreanas. Além disso, já somos consu-midores importantes para as chinesas, que chegaram com força por aqui, principalmente a partir do começo de 2011.

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Um mercado com motor em aceleraçãoO segmento automobilístico brasileiro vive um momento propício, com alta na produção e nas vendas. E o cenário para os próximos anos é ainda mais positivo.

M e r c a d o a u t o m o b i l í s t i c o f o n t e : M a u r o S a d d i e C a c a u N a z a r

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O País já é o quarto lugar do mundo em volume de vendas e com potencial para crescimento pouco visto em outras nações. Atualmente, o Brasil produz cerca de 3,3 milhões de unidades por ano e deve chegar a 5 mi-lhões até 2015. Esse cenário nos coloca em posição de destaque e nos torna um mercado diferenciado.

Para Mauro Saddi, presidente da Associação Brasilei-ra de Distribuidores Volkswagen (Assobrav), as empresas já vêem o Brasil como um mercado consumidor impor-tante, tão ou mais que muitos países desenvolvidos. “Há alguns anos, por exemplo, quando as montadoras core-anas (Hyundai, Kia) chegaram ao Brasil, não tinham um produto de qualidade. Hoje, apesar de não chegar à qua-lidade dos norte-americanos ou dos europeus, podem ser considerados de alto padrão. Vieram para competir por preço, conquistaram um nicho e evoluíram confor-me a exigência do brasileiro também crescia”, analisa o dirigente que é, também, proprietário de uma conces-sionária VW, a Green Automóveis.

Invasão chinesa

Se até o ano de 2010 o mercado era formado pelas marcas tradicionais, mais as francesas (Renault, Peuge-ot, Citröen) e as coreanas (Hyundai e Kia), este ano co-meçamos a perceber a forte entrada da China por aqui. As três maiores presentes no País — Chery, JAC e Hafei — têm participação ainda pouco relevante nas vendas, perto de 1,49%. Mas vieram com estardalhaço na mídia. A JAC, por exemplo, veio com um forte garoto-propa-ganda, o apresentador Fausto Silva, e mostra que não se contenta com pouco.

Mas ainda é cedo para afirmar que elas chegam com força para competir. Os chineses têm dois tipos de perfis de venda. Por meio de representantes aqui ou no Uruguai ou por empresas que já atuavam no mercado daqui com outras marcas. “Ainda não apresentam produtos com uma qualidade de primeira linha, mas vêm para conquistar um espaço. Não têm a qualidade que o brasileiro exige em acabamento, em detalhes estéticos, mas isso deve mudar, como já aconteceu com outras marcas”, aponta Saddi.

Mesmo assim elas vêm com força, com o que têm de melhor, e ‘elegeram’ o Brasil por sua importância de mercado. Elas não estão indo para os EUA e Europa exa-

tamente pelas maiores exigências nesses países. Mas isso deve mudar a partir do ano que vem, pois o Brasil começa a exigir mais cuidado com os detalhes, como nos equipamentos de segurança que têm padrões in-ternacionais. Essas mudanças devem ser feitas nos pro-dutos fabricados aqui e nos importados.

Em contrapartida, os veículos produzidos por aqui ainda precisam conquistar mercado lá fora. O Brasil ainda é um grande importador, mas a exportação precisa cres-cer mais — e há campo para isso. Segundo o dirigente, há uma necessidade de adaptações que os veículos aqui produzidos necessitam fazer para que sejam mais aceitos no mercado externo. “Mas isso vem mudando e cada vez mais são menos alterações de fábrica”.

As quatro grandes resistem

A entrada dessas novas montadoras ainda não mexeu de forma considerável no mercado interno. As quatro grandes montadoras (VW, Fiat, GM e Ford) perderam um pouco de sua representatividade, mas nada que seja um grande baque. De 85% do mercado, passaram a repre-sentar 73%. Havia, sim, certa acomodação e essas em-presas tiveram que se ajustar. O ponto mais visível é o preço. De alguns anos para cá, houve uma deflação no preço dos veículos dessas empresas. Sem dúvida, uma grande vantagem para o consumidor.

Além disso, as empresas precisaram melhorar a sua pós-entrega. Hoje, as oficinas oficiais estão com serviços mais modernos e preços mais acessíveis que no passa-do. Não que não tinham algo bom, mas ficaram ainda melhores para fazer frente à concorrência. Isso começou há dois ou três anos, com a mudança de postura das fá-bricas francesas, que começaram a ter um produto com preços mais acessíveis.

As empresas que estavam no Brasil há anos precisa-ram mudar, pois o consumidor brasileiro mudou. Segun-do Saddi, o brasileiro, nos últimos anos, passou a ter con-dições de comprar mais, e é lógico que um carro novo entrou nessa lista. “Quando ele via que conseguia com-prar, por exemplo, um francês a preço interessante, ele mudava. Foi aí que as quatro grandes reagiram e come-çaram a produzir veículos para esse novo público. Para o novo consumidor não basta comprar, ele tem de mostrar

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“Para o novo consumidor não basta comprar, ele tem de mostrar que pode comprar um produto melhor. E o consumidor Classe C está totalmente dentro desse perfil. Ele está ávido por comprar coisas boas”

(Mauro Saddi, presidente da Associação Brasileira de Distribuidores Volkswagen - Assobrav)

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que pode comprar um produto melhor. E o consumidor Classe C está totalmente dentro desse perfil. Ele está ávi-do por comprar coisas boas”, analisa.

Um zero quilômetro na garagem

Esse é um consumidor muito interessante para o mer-cado, pois ele chega com a família na concessionária em busca de um carro novo, zero quilômetro. Hoje, o merca-do de carro zero cresce exponencialmente. Há dez anos, a cada carro novo, se vendia seis carros usados. Hoje essa

relação caiu para 2,5. Isso não significa que diminuiu o mercado de carros usados, mas que cresceu o de zero quilômetros. Um resultado positivo é que a frota nas ruas está mais nova.

De acordo com Antonio Carlos Nazar, o Cacau, pre-sidente da União de Concessionários (UNI) da Grande São Paulo e Baixada Santista, da Assobrav, esse compra-dor traz uma grande vantagem para quem vende — a inadimplência não é grande nessa classe. “Hoje é fácil vermos carros novos onde não se imaginava no passado, como em comunidades mais pobres. E que pagam em dia suas prestações”, analisa.

Para ele, houve um movimento positivo de todos os lados em razão desse novo poder de compra. As empre-sas perceberam que podiam crescer aqui e entraram no País, e os compradores, que tinham condições de com-prar algo melhor. O que se viu, de alguns anos para cá, foi o crescimento no número de concessionárias.

“Mas as quatro grandes não tiveram um aumento tão grande no total de lojas. Isso aconteceu nas demais montadoras. O que pode ser visto é que as concessio-nárias aumentaram de tamanho, no seu showroom, para fazer frente a essa nova concorrência. O número de no-vas lojas não aumentou tanto assim. Até porque o metro quadrado em São Paulo é muito caro. A cidade está bem posicionada para as quatro grandes e não cabem mais lojas. O bolo está bem dividido”, explica Cacau.

Saddi ratifica esse raciocínio afirmando que o que cresceu no Brasil foi o total de lojas fora do eixo Rio/São Paulo. “Hoje o Nordeste representa muito para o merca-do e tem grande potencial de crescimento. Se no pas-sado o volume de vendas era quase insignificante, atu-almente é de mais de 10%, com uma capacidade de ser ainda maior em pouco tempo”, avalia.

A força das concessionáriase do mercado

Conforme o presidente da Assobrav, no Brasil, a Volks possui 630 concessionárias. A Grande São Paulo tem 52 unidades, quase 10% do mercado nacional, que repre-sentam 18% no total de vendas do País. O Norte/Nordes-te e Centro-Oeste têm mais de 300 lojas, que dão cerca de 30% das vendas da VW.

A entidade tem um papel fundamental no equilíbrio

M e r c a d o a u t o m o b i l í s t i c oFO

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“A vontade do comprador é de ter sempre um carro melhor. Isso demonstra como o mercado está aberto e com possibilidades reaisde crescer para todas as marcas”

(Cacau Nazar - presidente da União de Concessionários da Grande São Paulo e Baixada Santista, filiada à Assobrav)

dessa concorrência. A associação age com as montadoras para dar força às concessionárias e evitar um canibalismo entre as empresas. A rede VW ainda é a maior em qualida-de e quantidade e a Assobrav tem sido fundamental nes-se cenário, pois promove uma maior especialização dos profissionais, com cursos e ações que melhorem o serviço prestado pelas concessionárias e seus colaboradores.

A Assobrav tem o papel de nortear os seus associados sobre como está o mercado. A entidade tem ferramentas para balizar cada associado sobre sua participação, a de seus concorrentes em sua região, e sinalizar os possíveis caminhos para melhorar ou manter um cenário. “Como a entidade é dividida em regiões pela UNI (União de Con-cessionários), é possível ter esse quadro de maneira mais clara”, explica Cacau.

As concessionárias, por meio de sua representativida-de, têm hoje uma força que não tinham no passado. “Atu-almente sentamos à mesa com as empresas, e podemos discutir de igual para igual para regular o mercado. No passado, isso era um cenário inimaginável”, afirma Saddi.

A chegada das demais montadoras, segundo o di-rigente, mexeu com esse quadro. Antes, era impossível se pensar na possibilidade de um representante de uma marca também atuar com outra. Esse quadro foi mudan-do, as empresas tornaram-se mais flexíveis e é normal que o representante de uma das quatro grandes tenha loja de outra marca concorrente. “Esse cenário foi uma evolução e a participação da entidade foi fundamental. Uma evolu-ção fantástica na relação entre as partes e na competitivi-dade entre as marcas”, emenda Cacau.

O mercado brasileiro cresce a olhos vistos e há espa-ço para todos e em todas as camadas. No passado, os chamados carros populares, com motor de mil cilindra-das, representavam 70% do mercado. Eram os chamados “carros de entrada”, pois eram os primeiros comprados pelo consumidor que queria um carro zero. Hoje, che-gam a 47%. Em São Paulo, esse segmento representa perto de 35%. O 1.0 tem mais mercado para as empresas, que os compram para sua frota.

Outro nicho importante é o dos modelos mais caros, para mais de R$ 250 mil. O comprador desse carro não tem problema em ter um carro de luxo a alto preço e nesse segmento não há crise e, no Brasil, há produtos que atingem esse consumidor. “A vontade do comprador é de ter sempre um carro melhor. Isso demonstra como o

mercado está aberto e com possibilidades reais de cres-cer para todas as marcas”, afirma o dirigente.

Essa concorrência é sadia e o regulador será a compe-tência de cada empresa. Ainda são as montadoras quem determinam os preços e os produtos a serem lançados aqui, mas já passam a ouvir muito os seus representantes e consumidores. “Vivemos em um momento no qual não pode haver retrocesso. O mercado automobilístico é ágil e percebe que o País cresce. Cabe às montadoras e às con-cessionárias perceberem isso e sempre oferecer produtos que atendam às necessidades e desejos do consumidor. E o futuro ainda é mais promissor, pois nesse mercado não há a menor possibilidade de crise”, conclui Mauro Saddi.

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Avaliações dos Recursos Humanos de empresas que adotaram programas de atividade física por alguns minu-tos para seus funcionários, durante o expediente, mostra-ram redução na falta ao trabalho, nos custos médicos e aumento na produtividade. Evidências científicas têm re-forçado que um estilo de vida ativo desde a infância traz vários benefícios, desde melhor rendimento escolar, menos faltas às aulas, até melhora no relacionamento com os pais e aumento da responsabilidade em geral.

Quanto de exercícios semanais são necessários?

Exercício é uma faca de dois gumes! A atual controvér-sia é a de que pode parecer melhor não se exercitar a fazer exercícios físicos esporadicamente. Estudos concluíram que atividade física esporádica (vez ou outra por mês), se for in-tensa, pode ser o gatilho de complicações cardíacas. Pesqui-sa realizada com seis milhões de membros de academias nos EUA, durante dois anos, constataram 66 mortes e, desse to-tal, mais de 70% exercitava-se somente uma vez por semana e tinham algum antecedente cardiológico não controlado.

O mesmo risco ocorre nas atividades físicas intensas (maratona, triatlo etc.) de quem tem histórico de doenças cardíacas. Por isto essas pessoas, obrigatoriamente, devem fazer acompanhamento médico especializado com exames regulares, para que o exercício não seja danoso. Numa con-

A r t i g o N a b i l G h o r a y e b

Atividade física é vida longa e saudável

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Ainatividade física (sedentarismo), assim como o taba-gismo, a hipertensão arterial e o colesterol elevado, é

um dos grandes fatores de risco causadores de importantes doenças cardiovasculares — o principal problema de saúde atual. A idéia da relação entre atividade física e saúde não é recente: foi mencionada pelos filósofos gregos e romanos. Entretanto, somente a partir dos anos 50, ao se pesquisar quais doenças atingiam os funcionários aposentados da companhia de ônibus (motoristas) de Londres, compara-das com os dos correios, concluiu-se que os motoristas ti-nham o dobro de doenças do coração do que os carteiros. Hoje sabemos que o baixo nível de atividade física é um importante fator no desenvolvimento de doenças crônico--degenerativas, como obesidade, diabetes tipo II, hiper-tensão arterial, angina/infarto do miocárdio, osteoporose e, vejam só, do câncer de mama e do reto. Por outro lado, a atividade física isoladamente pode reduzir o risco de de-senvolvimento dessas doenças crônicas, além de aumentar a expectativa de vida e, evidente, propiciar melhor controle do peso corporal. Constatações recentes têm demonstrado que estes benefícios ocorrem mesmo entre os indivíduos sedentários ou incapacitados e que se tornaram mais ati-vos e nos idosos, que passaram a ter uma vida fisicamente independente com menor risco de quedas, melhor estado de humor, aliviando os frequentes sintomas de depressão e ansiedade, enfim, elevando os padrões de saúde e qualida-de de vida dessa crescente população.

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Nabil Ghorayeb é Doutor em Cardiologia pela FMUSP, especialista em Cardiologia e Medicina do Esporte, coordenador do Sport Check-up HCor (Hospital do Coração) da Associação Sanatório Sírio, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia, delegado do CREMESP e Prêmio Jabuti de literatura médica e saúde de 2000.

dição dessas, o melhor a fazer são atividades físicas leves ou moderadas, como caminhadas.

O respeito aos limites é algo que deve ser sempre lem-brado na hora de praticar qualquer atividade física. Ao entrar numa academia ou participar de grupos de corrida, ou se quiser fazer seu esporte de lazer, faça a avaliação médica pré-via especializada. Mantenha os limites que seu médico indi-cou. Como regra geral, recomendamos exercícios aeróbicos quatro vezes por semana, ao redor de 60 minutos/vez; corri-da, bicicleta ou natação, associadas a exercícios de fortaleci-mento muscular e de equilíbrio, por duas vezes, de 15 a 20 minutos, a mais ou dentro dos 60 minutos. Sintomas como falta de ar, dores no peito ou costas, tonturas, palpitações ou outras manifestações fora do habitual, durante ou após a ati-vidade física, devem ser comunicados ao seu médico.

Concluindo, estimulemos a atividade física para todos e em qualquer idade, após avaliação médica mínima. A ava-liação médica prévia deve ser, no mínimo, consulta e eletro-cardiograma. Caso haja familiares diretos com doenças car-díacas, ou se for fazer atividades físicas intensas, faça o teste ergométrico com presença de cardiologista (o que é de lei). Finalmente, como vimos, hábitos de vida saudáveis dispen-sam as inúteis, custosas e não aceitas pela comunidade cien-tífica e Conselhos de Medicina, medicina bio ou ortomolecu-lar e as novas promessas anti-envelhecimento ou hormônios bioidênticos, sem comprovação alguma, e que nem mesmo são consideradas especialidades médicas.

O baixo nível de atividade

física é um importante

fator no desenvolvimento

de doenças crônico-

degenerativas, como

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Um dos melhores hospitais do País, reconhecido no mundo todo pela excelência no atendimento às doenças cardíacas, o Hospital do Coração (HCor) se prepara para oferecer um atendimento ainda melhor. Dispondo de mais recursos, mais profissionais e com área maior para acolher um cada vez mais crescente número de pacientes vindos de todo o Brasil, o HCor passa por uma expansão para atender melhor as redes particulares e os procedimentos pelo convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS).

Fundado em 1976, o HCor comemora seus 35 anos com o maior plano de expansão pelo qual já passou. Reconhecido nacional e internacionalmente pela excelência na cardiologia, inclusive com a mais importante certificação internacional de qualidade na área hospitalar, concedida pela Joint Commission International, a instituição vem ampliando nos últimos anos o atendimento em outras especialidades e sua estrutura física com o objetivo de oferecer aos pacientes os recursos mais avançados na área de saúde.

“O HCor é uma referência nacional e internacional no tratamento de doenças do coração. Como a incorporação sempre atualizada dos equipamentos de diagnóstico permite a utilização por outras especialidades, elas vem sendo progressivamente agregadas, o que exigiu sucessivas ampliações como a que ocorre neste momento”, afirma o professor doutor Adib Jatene, diretor-geral do HCor.

Entre os projetos de expansão estão a ampliação do atual complexo, com a construção (já em andamento) de um novo pré-dio localizado em frente ao atual endereço na Rua Desembargador Eliseu Guilherme nº 130, com cinco subsolos, 13 andares e ligação com o prédio principal, outro edifício na Rua Desembargador Eliseu Guilherme nº 390 e a construção de uma unidade avançada de diagnósticos na região da Av. Brig. Faria Lima, entre outros.

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Instituição tem maior projeto de expansão de sua história e conta com recursos próprios e financiamento do BNDES para dobrar sua capacidade de atendimento.

S a ú d e fonte : Ad ib J a tene , Anton io Car los K four i , Jorge Bacha e Lu i z Henr ique de A lme ida Mota

Hospital do Coração aposta no crescimento

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Passado e futuro

Inaugurado antes mesmo do Instituto do Coração, o HCor foi o primeiro hospital especializado em doenças cardíacas em São Paulo. Com o passar dos anos, foi crescendo e assumindo um papel importante nesse setor, e sua primeira unidade já não comportava mais o movimento. Dessa forma, foi criado em meados de 1989 o Centro de Diagnóstico, na mesma rua, só que separado da primeira unidade por algumas casas. Pou-co tempo depois, o HCor adquiriu estas casas e foi construído então o 3º bloco, que não possui centro cirúrgico, entretanto houve um aumento no número de leitos.

Hoje, o hospital não é só do coração. Ele está se transfor-mando em um hospital geral. “Possuímos equipes muito fortes de ortopedia, gastroenterologia, nefrologia, neurologia, enfim, uma série de especialidades que estão sendo incorporadas e empurrando o hospital para a categoria de hospital geral. Quan-do um hospital especializado incorpora outras áreas necessárias à sua primeira finalidade, o tratamento fica mais seguro. Isso foi gradativo e essa é a tendência, mas o foco em cardiologia con-tinua. Cerca de metade da nossa movimentação é cardiológica, principalmente a pediátrica. Somos referência e líderes em tra-tamento de neonatos em âmbito nacional”, diz Jatene.

Ampliação necessária

Até 2007, quando o HCor começou seu plano de expansão, possuía cerca de 214 leitos. Nessa primeira fase aumentou para 240 — número atual — e espera chegar perto de 300. Para esse crescimento, adquiriu um prédio de 5,9 mil m2, localizado ao lado, na Rua Abílio Soares nº 250. Lá estão a área adminis-trativa e cerca de 50 consultórios, além do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP-HCor).

“Todo esse processo está sendo feito aos poucos, com co-medimento. Não temos planos faraônicos e fazemos conforme as necessidades e o aporte de recursos. Em razão do aumento de demanda por nossos serviços, percebemos a necessidade de aumentar nossos leitos e nosso atendimento”, explica Anto-nio Carlos Kfouri, superintendente corporativo do HCor.

Em 2009 foi inaugurado o prédio, na Avenida Bernardino de Campos, nº 186, com ligação direta com o prédio principal. A unidade oferece o conceito de “hospital dia”, com 31 aparta-mentos para pacientes que não necessitem de longas inter-nações. A unidade, com 5,2 mil m2, abriga também a hemo-dinâmica, ortopedia e gastroenterologia e as especializações ligadas à arritmia.

O novo prédio, localizado na Rua Desembargador Eliseu Guilherme nº 130, com inauguração prevista para o primei-ro semestre de 2012, terá 13 andares e cinco subsolos. Além de ter mais 45 apartamentos e 142 vagas de estacionamen-to, contará também com um Centro de Convenções para 208 pessoas. O edifício abrigará também duas salas híbri-

“O HCor é uma referência nacional e internacional no tratamento de doenças do coração. Como a incorporação sempre atualizada dos equipamentos de diagnóstico permite a utilização por outras especialidades, elas vem sendo progressivamente agregadas, o que exigiu sucessivas ampliações como a que ocorre neste momento”

Professor Dr. Adib Jatene, diretor-geral do HCor

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S a ú d e

das planejadas para procedimentos cardíacos e neurocirúrgicos. O novo prédio terá ligação direta com o complexo atual por meio de uma passarela e uma passagem subterrânea.

Um segundo espaço foi alugado na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima e passará a ter um Centro de Diagnóstico completo e um Centro de Saúde da Mulher. Além disso, na própria Desembargador Eliseu Guilherme nº 390, que fica na região da Paulista, haverá um prédio que comportará o futuro Centro Integrado de Oncologia do HCor, com previsão de inauguração para 2013.

Com essa expansão, o HCor incorporará mais 27 mil m2 à sua área construída, passando dos atuais 45 mil para mais de 72 mil m2. Com isso, poderá, em pouco tempo, mais do que dobrar sua capacidade de atendimento em todas as unidades. Todo esse complexo, em ho-menagem à dona Nabiha Abdalla Chohfi, idealizadora e maior incentivadora do Hospital do Coração, recebe o nome dela, que foi a primeira presidente da Associação do Sanatório Sírio, entidade beneficente mantenedora do hospital.

Recursos para a expansão

“Todos esses projetos têm um alto custo, mas estão sendo realizados totalmente alinhados à filosofia do HCor e da associação que o mantém, que é aplicar os recursos dentro de um planeja-mento e com ações certas nos momentos certos”, assegura Antonio Carlos Kfouri.

Segundo Jorge Bacha, Superintendente de Operações do HCor, uma parte do montante de re-cursos para a ampliação vem do resultado operacional do hospital. Além disso, como no passado, a comunidade árabe se mobiliza com doações destinadas à expansão do hospital.

Outra fonte de recursos para esses projetos vem do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES), que criou uma linha específica de empréstimo para expansão dos seis hospitais de excelência no Brasil (HCor, Sírio-Libanês, Albert Einstein, Oswaldo Cruz, Samaritano,

“Todos esses projetos têm um alto custo, mas estão sendo realizados totalmente alinhados à filosofia do HCor e da associação que o mantém, que é aplicar os recursos dentro de um planejamento, com ações certas nos momentos certos”

Antonio Carlos Kfouri, superintendente corporativo do HCor

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em São Paulo, e Moinhos de Vento, no Rio Grande do Sul). O HCor pleiteia um empréstimo de R$ 150 milhões que serão alocados ex-clusivamente para as novas obras.

Segundo Luiz Henrique de Almeida Mota, Superintendente Médico e de Relações Institucionais do HCor, todo esse projeto de expansão só foi feito em razão de uma necessidade e só aconteceu depois de estudos que mostraram que havia uma saturação no atendimento. Foi e está sendo realizada de forma totalmente pla-nejada e não tem como objetivo somente aumentar o movimento. “É claro que isso deve também aumentar a procura pelo hospital. Essa não era nossa meta, mas é de se esperar que aconteça. Para isso, já estamos preparados”, assegura Mota.

“Nosso carro-chefe continua sendo a cardiologia, mas não somos mais somente um hospital de coração, estamos nos trans-formando em um hospital geral. Hoje, podemos dar ao paciente todo o conforto, qualidade de atendimento e segurança para que ele seja tratado em todas as suas necessidades em um único lugar. Esse crescimento é uma decorrência disso, para atendermos o car-diopata com plenitude, e todos os pacientes com outros proble-mas”, conclui Adib Jatene.

• 1976: inauguração do Hospital do Coração(área total 9 mil m2);• 1989: inauguração do Centro de Diagnóstico (área total 4 mil m2);• 1996: ampliação do prédio central (área total 17 mil m2);• 2007: aquisição e inauguração do prédio da Abílio Soares com administração e consultórios (área total 9 mil m2);• 2009: inauguração do prédio da Bernardino de Campos(área total 7 mil m2);

E, visualizando o futuro• 2012: inauguração do prédio da Desembargador Eliseu Guilherme (área total 9 mil m2);• 2012: inauguração do Centro de Diagnóstico completo e um Centro de Saúde da Mulher na Avenida Brig. Faria Lima (área total 3 mil m2);• 2013: inauguração do Centro Integrado de Oncologia (área total 7 mil m2).

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O HCor, desde sua fundação, já passou por diversas expansões

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A filantropia está no DNA do Hospital do Coração (HCor), desde 1918, quando um grupo de senhoras da comunidade árabe se associou para ajudar os órfãos da I Guerra Mundial. Este grupo deu origem à Associação do Sanatório Sírio, que depois fundou, em 1947, um hospital que atendia, em Campos do Jordão, pacientes com tuberculose. Em 1953 a entidade obteve seu Certi-ficado de Filantropia, passando a ser considerada uma instituição sem fins lucrativos e atendendo à população mais necessitada.

De lá para cá muita coisa mudou, o hospital de Cam-pos do Jordão foi desativado em 1980. Antes, em 1976,

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a sociedade fundou, em São Paulo, o HCor. O objetivo era que a instituição fosse não só um centro de atendi-mento específico para doenças cardíacas, mas também um centro de pesquisas e de formação de profissionais na área. Com o tempo ele foi crescendo.

Hoje o HCor é referência nacional e internacional no segmento cardíaco, mas nunca deixou o filantrópico de lado. Desde sua fundação, a filosofia era o atendimento a crianças, na época órfãs da guerra, e posteriormen-te com necessidades cardíacas específicas. Em 2006 foi criada uma legislação para os hospitais que não aten-diam pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A partir dessa

O HCor desenvolve diversos projetos voltados ao desenvolvimento institucional do Sistema Único de Saúde. Até 2015 serão aplicadosmais de R$ 100 milhões nessas ações.

F i l a n t r o p i a fonte : Lu i z Henr ique de A lme ida Mota

Excelência no trato às pessoas

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data, criou-se uma alternativa para que os chamados hospitais de excelência passassem a dar esse apoio ao sistema público.

Para que essas instituições pudessem fazê-lo, ti-nham de atender alguns requisitos básicos, entre os quais, acreditação internacional, além de reconheci-mento e capacidade para desenvolver projetos em qua-tro áreas: capacitação de Recursos Humanos, desenvol-vimento de pesquisas de interesse público, avaliação e transferência de novas tecnologias e transferência de técnicas de gestão.

Em 2008, o HCor assinou um acordo, junto com ou-tros cinco hospitais de excelência (Sírio-Libanês, Albert Einstein, Oswaldo Cruz, Samaritano, em São Paulo, e Moinhos de Vento, no Rio Grande do Sul), com o Minis-tério da Saúde, que renova e aprimora o conceito de filantropia no País. Com isso, esses hospitais puderam efetivamente desenvolver projetos de auxílio de desen-volvimento do SUS.

“O HCor é um hospital filantrópico, uma associação sem fins lucrativos. Dessa forma tem, por regra gover-namental, que aplicar seus ganhos em melhorias no próprio hospital e no atendimento à população. Sem-pre foi assim, mas isso foi ratificado com a assinatura do convênio com o Sistema Único de Saúde, em 2008”, afirma Luiz Henrique de Almeida Mota, superintenden-te Médico e de Relações Institucionais do HCor.

Segundo ele, o hospital compõe o convênio de Apoio Institucional ao SUS, o que possibilita o com-partilhamento de sua qualificação técnica, capacidade de gerar conhecimento e seu modelo de gestão com o sistema público de saúde, estendendo para toda a sociedade os benefícios gerados por uma instituição reconhecida como referência médica e hospitalar em âmbito mundial.

Para patrocinar esse trabalho, o HCor, assim como os demais hospitais, todos filantrópicos e sem fins lucrati-vos, aloca seus recursos advindos de isenção fiscal, em projetos de interesse do Ministério da Saúde. Ou seja, o Hospital reinveste integralmente o resultado da sua operação e participa de pesquisas, atendimento e aper-feiçoamento profissional e de gestão do sistema púbico de saúde. “Pelo convênio, o HCor não faz atendimento ambulatorial, mas se junta ao setor público para ofe-recer competência ao atendimento à população, des-

de consultoria, até procedimentos mais especializados, como cirurgias cardíacas em crianças”, explica Mota.

Desde o lançamento do convênio, o hospital desen-volveu 26 programas de apoio ao SUS. Para o próximo triênio, que começa em 2012, devem ser realizados mais de 30 novos projetos desenvolvidos para o Ministério

“Hoje, 50% de todo o atendimento na cardiopediatria do HCor é para o SUS, e 30% de todo o volume de recursos do hospital são alocados para essas cirurgias”

Luiz Henrique de Almeida Mota, superintendente Médico e de Relações Institucionais do HCor

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F i l a n t r o p i a

da Saúde e hospitais públi-cos. todo o custo desses projetos vem das isen-ções fiscais de que o hospital goza, por ser uma entidade filantrópica.

Dentre os diver-sos projetos que o HCor está envolvi-do pelo convênio, o superintendente destaca algumas des-sas ações. O Projeto Qua-liti (Qualidade em terapia Intensiva), pelo qual desenvol-vem uma tutoria para 17 Unidades de terapia Intensiva de hospitais públicos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Os médicos do HCor foram até esses hospitais e fizeram um diagnóstico da situação in loco. Depois disso, montaram um programa de monitoramento e capacitação profissional com cursos, nes-ses locais e no HCor, em atendimento de urgências, além de encontros quinzenais por teleconferências para discus-são de casos, conceitos e definição de procedimentos.

O Hospital também possui uma central de atendi-mento ao SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), 24 horas por dia, sete dias da semana, para interpretar os eletrocardiogramas feitos pelos médicos que estão nas unidades. todas as ambulâncias medi-calizadas (UtIs móveis) do SAMU, em 230 cidades de todo o brasil, estão dotadas de aparelhos de eletro, que transmitem os resultados por celular à central no HCor. Os médicos da central recebem, interpretam e devol-vem o exame com indicação de procedimento, tudo isso em até cinco minutos. Do final de 2009 até outu-bro de 2011 já foram feitos mais de 7 mil exames. O próximo passo é levar o serviço às Unidades de Pronto Atendimento (UPA) fixas.

Além desses, há projetos de transferência de tecnologia ou auxílio à gestão e que envolvem assistência. Um deles é o de Medicina Fetal ou Diagnóstico Intra-uterino de Patologias Cardíacas no Feto que, em muitos casos, requer cirurgia no próprio HCor. As pessoas são diagnosticadas pelo SUS e enca-

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minhadas para o hospital. Desde que teve início,

em 2008, já foram mais de 50 partos com cirurgia na criança nas primeiras horas de vida.

Mota destaca que o atendimento cirúrgico no HCor, pelo convênio com o SUS, é exclusivo para crian-ças. “Hoje, 50% de todo o atendimento na cardiopedia-tria do HCor é para o SUS, e são alocados 30% de todo o volume de recursos destinados à filantropia do hospital para essas cirurgias”, afirma. E o hospital dá toda a assis-tência para garantir o conforto das famílias que acompa-nham as crianças, principalmente as de outros estados. Por exemplo, há uma parceria com a Casa do Cardíaco para hospedar pessoas, às vezes por meses, enquanto seus filhos estiverem no hospital.

O executivo também destaca, entre outros traba-lhos, os feitos nas áreas de pesquisa e estudos científi-cos, como o projeto de avaliação de custo e efetividade do uso de próteses para corrigir defeitos de comunica-ção interventricular.

Além disso, há uma forte atuação na capacitação de pro-fissionais para o pré-atendimento hospitalar e atendimento ambulatorial em todo o País. Não só isso, o HCor participa de estudos, em âmbito mundial, em pesquisas de criação de me-dicamentos para pessoas com problemas cardíacos ou rela-cionados. Os seis hospitais também são responsáveis, conjun-tamente, por um trabalho de gestão de seis hospitais públicos federais no Rio de Janeiro, que vão da consultoria, orientação e treinamento à dotação de um software de gerenciamento.

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pitais, nos próximos três anos, destinarão mais de R$ 1 bilhão à filantropia.

Para Mota, o grande desafio da saúde no brasil é fa-zer com que ela seja acessível, em toda a sua plenitude, a todas as pessoas. O Sistema Único é relativamente novo e está amadurecendo, crescendo e melhorando. Sua conceituação é muito interessante.

O maior mérito dessa legislação de filantropia é fa-zer com que os hospitais de excelência, que estão entre os melhores do País e do mundo, disponibilizem o que têm de melhor em atendimento e tecnologia a serviço do SUS e das pessoas mais carentes. “O que o brasil faz nesse sentido é único em todo o mundo. Nossa legisla-ção é própria e criativa. Sem recursos não se faz saúde, que tem um custo altíssimo. A parceria entre o Poder Público e a iniciativa privada, no setor de saúde, cres-ceu muito nos últimos anos e isso é altamente benéfico e garante melhor qualidade de vida às pessoas”, conclui o superintendente do HCor.

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A seguir uma lista de alguns dos 26 projetos de apoio ao SUS que o HCor desenvolve desde 2008: Projeto Qualiti (Qualidade em Terapia Intensiva), com tutoria para 17 Unidades de Terapia Intensiva de hospitais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste; Central de atendimento ao SAMU, com diagnóstico e leitura de eletrocardiogramas no SAMU de 230 cidades; Medicina Fetal ou diagnóstico intra-uterino de patologias cardíacas no feto para pacientes do sistema público; pesquisa e estudos científicos para avaliação de custo para uso de próteses; gestão de seis hospitais públicos federais no Rio de Janeiro (consultoria, orientação e treinamento à dotação de um software de gerenciamento); atendimento gratuito à população mais necessita-da na área de cardiologia pediátrica; projetos de pesquisa para o Ministério da Saúde; Programa Bridge, com melhoria no atendimento de infarto do miocárdio (ataque cardíaco) em emergência da rede pública de todo o País; pesquisa de novas tecnologias, em parceria com o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, com o desenvolvimento de um coração artificial e de uma bomba centrífuga; programa de prevenção de nefropatia (lesão ou doença renal); Polipílula, em conjunto com pesquisadores de outros seis países, (estudo para reunir, em uma única pílula, quatro medicamentos para prevenir doenças cardiovasculares); atendimento e tratamen-to de bebês e crianças portadoras de cardiopatias congênitas graves; capacitação profissional, em parceria com o Instituto Afro-Brasileiro de Ensino Superior, para cursos gratuitos de Técnicos em Enfermagem, com estágios nas áreas do HCor.

Projetos filantrópicos

De acordo com Mota, o Hospital está passando por uma grande expansão, e esse processo será altamente benéfico para o trabalho filantrópico. “todas as isenções que temos são destinadas 100% para a filantropia. Com a expansão da instituição, vamos gerar um circulo virtu-oso para o sistema. Vamos aumentar nossa capacidade de atendimento e teremos mais pacientes pagando. Eles gerarão uma contrapartida de isenção de impostos que serão aplicados exclusivamente nesses projetos. Sem dúvida, a sociedade ganhará ainda mais”, garante.

Hoje, conforme o superintendente, o HCor dispõe, no triênio 2008/2011, de cerca de R$ 75 milhões para o atendimento filantrópico. Para o próximo período, de 2012 a 2015, serão alocados mais de R$ 100 milhões. Além disso, o banco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (bNDES) criou uma linha específica de empréstimo para expansão dos seis hospitais de exce-lência e determina que 5% do total sejam direcionados para os projetos do SUS. Mota calcula que os seis hos-

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A evoluçãosob medidaA indústria têxtil brasileira soube suplantar adversidades e criar para atender um consumidor cada vez mais exigente. Isso fez com que o setor crescesse nos últimos anos.

I n d ú s t r i a t ê x t i l f o n t e : A n t ô n i o S a r k i s J r .

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Um setor intrinsecamente ligado à colônia árabe. As-sim pode ser definida a indústria têxtil. É claro que, desde que os primeiros imigrantes de origem árabe começaram a comercializar e produzir tecidos, tendo como base as lojas da Rua 25 de Março e seus caixeiros viajantes, muita coisa mudou. Sem dúvida, não só para a colônia. O setor têxtil teve uma participação histórica e decisiva no processo de desenvolvimento do País, pois foi uma das primeiras indus-triais a ser implantadas no Brasil.

Mas muita coisa mudou de lá para cá. Aquele perfil de vendedor — e depois produtor de tecidos — já não é mais o mesmo. Até a comunidade árabe já não é mais maioria no setor. Atualmente, em âmbito mundial, a China domina a produção de tecidos — e mesmo isso mudou de umas décadas para cá. A qualidade do tecido chinês é de primei-ra linha, diferentemente do que se via no passado, quando esta não era uma de suas maiores referências.

Segundo dados de entidades representativas do setor, como a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), entre outras, o setor é bastante diversificado e compreende di-ferentes ramos de especialização, como fiação, tecelagem, malharia, acabamento, tricotagem, artefatos de passama-naria, tecidos elásticos, fitas, filós, rendas, bordados e teci-dos especiais.

Segundo dados da Abit, o Brasil tem o quarto maior par-que produtivo de confecção do mundo e é o quinto maior produtor têxtil do mundo. Esse mercado é formado por cer-ca de 30 mil empresas — 11% delas são consideradas de grande porte e 21% de pequeno e médio porte. São mais de 1,7 milhão de empregados na indústria, dos quais 75% são mão-de-obra feminina.

O setor é o segundo maior gerador do primeiro em-prego do brasileiro. Em 2010 foram confeccionadas mais de 9,8 bilhões de peças e o faturamento das empresas, em 2010, de acordo com a Abit, foi de US$ 60,5 bilhões, um au-mento de 2,1% em relação ao período anterior.

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drado para deixar de amostra do tecido enviado. A camisa que veio estava copiada com perfeição, até mesmo com o quadrado faltando. “Mas isso não acontece mais”, garante.

“Importabando”

Um dos maiores problemas da indústria têxtil foi a con-corrência desleal de produtos de fora, o chamado “impor-tabando”. A entrada ilegal de tecidos, principalmente no final da década de 90, fez com que o preço caísse muito, impedindo um ataque frontal a isso. Mas, de acordo com Sarkis, aos poucos o setor foi se restabelecendo. “Foi uma queda muito mais em valores do que em metros quadra-dos produzidos, mas o equilíbrio que foi alcançado entre produção nacional e importação fez com que o mercado se recuperasse”, lembra.

O que acontece em períodos de crise é o equilíbrio en-tre produção e importação. Se o preço do tecido de fora está mais barato, se diminui a produção e se aumenta a im-portação. O contrário também funciona.

Na realidade, o que aconteceu para essa queda é que, nesse período de baixa, havia uma certa anarquia no setor. “As regras era flexíveis demais, o que provocou certo des-controle. Hoje o mercado está mais normatizado e inexiste o contrabando em razão da nota fiscal eletrônica, exigida em todos os negócios”, analisa.

I n d ú s t r i a T ê x t i l

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A feira Première Vision, que acontece a cada dois anos em Paris, reúne a indústria têxtil, mas era restrita à comunidade européia. Hoje, segundo o site de negócios e cultura chinesa jingdaily.com, a presença da China é destaque na feira e o número de estandes cresce a cada edição.

Fotos: jingdaily.com

China: de concorrente a parceira

Para Antonio Sarkis Jr., diretor da Sarkis Indústria Têxtil, ex--presidente e atual membro do Conselho de Orientação da Câmara de Comércio Árabe-Brasil, o segmento está em franca recuperação, atingindo resultados equivalentes ao período áureo do segmento, entre os anos 50 e 70. “Vivenciamos, no Brasil, mudanças muito radicais no setor. De produtores, pas-samos a exclusivamente importadores e, atualmente, as em-presas conseguem dosar muito bem os dois lados”, avalia.

E ele fala com a experiência de ser uma das primeiras em-presas a fazer negócios com os atuais gigantes em âmbito mundial, a China. Seu pai, Antonio Sarkis, foi o primeiro em-presário, do setor a importar tecidos não só da China, mas da Coréia, isso em 1992, quando o então presidente Fernando Collor de Mello abiu o mercado nacional para a importação.

De lá para cá muita coisa mudou. A China deixou de ser uma simples “copiadora” para, hoje, fabricar tecidos de qua-lidade, com preços quase imbatíveis. Em 1992, conforme Sarkis, os tecidos que vinham do Japão eram de muito boa qualidade, os da Coréia, médios, e os da China eram muito ruins. “Eles evoluíram. Começaram a melhorar a qualidade do fio e hoje são o melhor concorrente nosso no setor”, diz.

Para ilustrar essa evolução, ele lembra que a China co-piava muito bem. Certa vez eles enviaram uma camisa para que fosse feita pelos chineses, cortaram um pedaço qua-

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“Vivenciamos, no Brasil, mudanças muito radicais no setor. De produtores, passamos a exclusivamente importadores e, atualmente, as empresas conseguem dosar muito bem os dois lados”

Antônio Sarkis Jr., diretor da Sarkis Indústria Têxtil, ex-presidente e membro do Conselho de Orientação da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira

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O futuro da indústria

Recentemente, o Ministério do Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio Exterior tornou público o estudo “O Futuro da Indústria Têxtil e de Confecções”, em que são apresen-tados dados sobre os investimentos do setor em diversas áreas. Com dados colhidos em 2005, o estudo serve para comparar os perfis de quatro dos principais pólos têxteis brasileiros. Para a obtenção de dados sobre investimentos, gestão e processos, os pesquisadores ouviram algumas das maiores empresas brasileiras.

De acordo com a pesquisa, os principais cenários a se-rem enfrentados pela indústria têxtil são:• Mercado global: diversidade de opções de escolha, diver-sidade de atores na cadeia de suprimento, necessidade de manter ou de alterar suas vocações produtivas tradicionais; • Ameaça de polarização entre concepção e execução (paí-ses gerentes versus países operários) na nova ordem inter-nacional de organização do trabalho;• Aumento da demanda interna (crescimento da econo-mia), gerando adaptações necessárias às diversidades cul-turais, a adequação a coletivos e indivíduos, novos serviços customizados por grupos etc. • Aumento da concorrência internacional, enfatizando a importância da capacidade das cadeias de suprimento nas dimensões de competitividade adotadas pelo estudo (ino-vações no negócio, produtividade, qualidade etc.)

Por fim, para fazer frente a esses novos cenários, o setor produtivo deve ter em mente que “tecnologia” deve ser a palavra-chave daqui para frente. E isso deve estar presente em todas as frentes, da produção à distribuição, passando pela comercialização. Isto implica em resposta rápida da cadeia de suprimento, melhor organização da produção e adaptação às mudanças da demanda, comunicação direta e confiável com os parceiros e consumidores, previsão da demanda, produção de pequenos lotes, ciclo de vida curto dos produtos e oferecimento de produtos personalizados.

Imaginar os antigos comerciantes libaneses e sírios da Rua 25 de Março com esse tipo de pensamento era inconcebível, mas também é inegável que os donos de lojas e seus caixeiros viajantes conseguiam perceber as necessidades dos seus clientes e as supriam da melhor forma possível. Os primórdios do setor levaram a essa evolução, que, claro, foi entendida, aceita e colocada em prática por quem veio depois.

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Sempre que se pensa na promoção comercial do Brasil, suas empresas e produtos, surgem algumas barreiras e entraves que, aos poucos, o Brasil tem conseguido vencer. A geografia do Brasil desfavorece a logística que, por sua vez, tem influên-cia no comércio exterior com diversas regiões, incluindo os países árabes. “Esta distância, aliada a um histórico de economia relativamente fechada, contribuiu para que o País se voltasse mais ao mercado interno que ao externo. Isto teve impacto na cultura empresarial”, afirma Michel Abdo Alaby, diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. Além disso, o atual cenário econômico internacional, o patamar do câmbio e o grande mercado brasileiro acabam fazendo com que as empresas brasileiras se voltem para dentro.

Por outro lado, existem tanto empresas brasileiras que necessitam de mercados externos, quanto compradores, no exterior, que precisam de fornecedores alternativos. Vale destacar aqui as possibilidades de comércio entre o Brasil e os países árabes.

“A experiência que temos com a promoção de produtos brasileiros no exterior mostra que os artigos Made in Brazil, de maneira geral, competem bem com a qualidade europeia em diversos setores”, acrescenta Alaby, que lembra ainda que ape-

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Comércio entre o Brasil e os Países Árabes cresceOs números comerciais são os melhores dos últimos anos, mas o quemais anima os dois lados é o potencial de negócios bilaterais.

C o m é r c i o E x t e r i o r f o n t e : M i c h e l A b d o A l a b y

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sar do preço de exportação do Brasil sofrer com a concor-rência asiática, os produtos brasileiros têm diferenciais, tais como: garantia e assistência técnica, qualificação de produtos com certificações de qualidade ISO 9000,14000 e outras, internacionalização da própria empresa brasileira com exportações para outros países, registros dos produ-tos nos mercados americano e europeu (como FDA, EU etc). “É preciso despertar a percepção da qualidade de produtos brasileiros lá fora”, alerta o executivo.

Um mercado promissor

Os países árabes se destacam em vários índices eco-nômicos como PIB, população, importações e nas taxas de crescimento desses indicadores, ficando entre as dez economias mais importantes do globo. Esse grupo de pa-íses importa mais nos setores alimentício, de construção e moda, do que a média mundial, a partir da análise das im-portações per capita, o que permite considerar que estes setores são potenciais nestes mercados.

Por meio do cruzamento do que os países árabes mais importam e o que o Brasil exporta para o mundo, pode-se destacar os seguintes itens por setor:

• Construção- barras e perfis de alumínio, torneiras e vál-vulas, obras de plásticos, peças de ferro e aço, aparelhos de interrupção, ladrilhos e lajes de pedra e cerâmica;

• Alimentos- milho, soja e seus derivados, preparações alimentícias diversas e alimento processados;

• Moda- preparações e produtos capilares, calçados, produtos e preparações destinados à higiene bucal e pro-

dutos têxteis se atrelados ao conceito de moda.Há também oportunidades em outros setores como:

maquinários, móveis e decoração, desde que haja diferen-cial, e produtos médico-hospitalares.

Michel Alaby traz ainda que as pesquisas comerciais soli-citadas por empresas árabes ao Brasil, por intermédio da Câ-mara de Comércio Árabe-Brasileira, tiveram um crescimento de 59% entre 2007 e 2010. Entre os produtos mais procura-dos para informações, e que podem ser considerados pro-missores, estão maquinários, veículos e partes, madeira e seus derivados e produtos farmacêuticos, além de produtos alimentícios, que são tradicionalmente demandados.

Os países árabes também podem ser fornecedores de uma variada gama de produtos como fertilizantes, ali-mentos — com destaque para temperos, tâmaras e azei-te — móveis e decoração, tapetes, tecidos diferenciados, produtos descartáveis da linha hospitalar e odontológica, fios e cabos elétricos, produtos petroquímicos, alimentos liofilizados, calçados de couro, artigos de artesanato em madeira, cobre, entre outros.

Para aproveitar tais oportunidades, os empresários bra-sileiros devem levar alguns assuntos em consideração, além do cenário econômico comercial em que nos encontramos. Entre as dificuldades que o Brasil enfrenta, a que mais cha-ma a atenção é a internacionalização de pessoal. “É muito comum recebermos missões de empresários árabes que demonstram muito interesse pelos produtos nacionais, mas se queixam da dificuldade na hora de se comunicar com o empresário brasileiro. De longe, a queixa campeã é a de que poucos profissionais dominam o inglês”, alerta o CEO.

• Conhecer bem geografia e cultura, o que evita gafes, como confundir persas, do Irã, ou turcos, da Turquia, com os árabes. As nações árabes são 22;• O negociador deve dominar bem algum idioma internacional. O inglês será usado na maior parte dos países árabes; o francês é para os países do Magreb (Argélia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia);• Evitar divulgar telefones PABX com atendimento exclusivo em português; • Ter sempre recepcionistas que possam atender em idiomas estrangeiros, o que é importante para quem tem grande parte dos seus clientes além das fronteiras brasileiras;• Falar árabe e ter materiais informativos em árabe serão um grande diferencial na hora de transmitir a informação.

Algumas dicas importantes para o sucesso na comunicação com clientes árabes:

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“Nossos concorrentes estão lá fora com seus bons produtos e profissionais que falam fluentemente a língua internacional dos negócios.”

(Michel Abdo Alaby, diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira)

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Quem viaja muito vai notar que, em diversos países, gran-de parte da população fala o inglês — o que não ocorre no Brasil. Ou seja, “nossos concorrentes estão lá fora com seus bons produtos e profissionais que falam fluentemente a lín-gua internacional dos negócios”, reforça.

Alguns setores brasileiros já têm um grande nú-mero de empresas bastante internacionalizadas, cujas exportações constituem grande parte de suas receitas. À medida que isto ocorre, seus profissionais também tendem a se internacionalizarem.

• Células de Especialização Setorial- profissionais especializados no mercado setorial brasileiro que iden-tificam, orientam e informam sobre as possibilidades de negócios aos associados e parceiros.• Núcleo de Inteligência Regional- grupo de especialistas que trazem informações atualizadas dos merca-dos árabes. Buscam relações bilaterais, comerciais e de investimento e promovem a aproximação entre gover-nos árabes e o brasileiro.• Célula de Relacionamento- profissionais que auxiliam os associados da Câmara Árabe, fazendo a interface entre os Núcleos de Inteligência Regionais e as Células Setoriais. São responsáveis pelo tráfego da informação on-line em toda a estrutura, permitindo agilidade e rapidez no atendimento.

Para auxiliar os empresários, a Câmara Árabe conta com uma equipe especializada nos mercados árabe e brasileiro, para buscar dados

sócio-econômicos e identificar oportunidades comerciais:

Segundo levantamentos da Câmara Árabe, até agos-to de 2011, o Brasil exportou US$ 8,069 bilhões para o Oriente Médio, enquanto importou US$ 3,850 bilhões. A corrente comercial de US$ 11,9 bilhões salta para US$ 18,7 bilhões ao somar os países do norte da África, que integram a Liga Árabe. “Os negócios entre o Brasil e as nações árabes têm tudo para crescer. O potencial, que é enorme, ainda não é explorado e a relação pode ser de ganho bilateral”, encerra o diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

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Núcleo de Inteligência RegionalProfissionais que trazem informações atualizadas de mercado de cada país árabe.Buscam relações bilaterais comerciais e de investimento, trabalhadas em parceria com as Células Setoriais e de Relacionamento.

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M e r c a d o i m o b i l i á r i o f o n t e : V i t o S a n s o n e

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No início da década de 70 a cidade de São Paulo era um ver-dadeiro canteiro de obras. Nesse período começavam as cons-truções das primeiras estações do metrô na Capital. Os bairros, naquela época, se transformaram e se valorizaram. Atualmente, um novo movimento começa a tomar corpo na cidade com a construção de novas estações e o anúncio de novas linhas. Hoje, são 62 estações, mas até o ano de 2020, a Capital deve ter exatas 161 estações. Passaria, então, dos atuais 70,6 km, para 184,2 km de extensão, quase o mesmo índice de cidades como Tóquio e Cidade do México.

O mercado imobiliário, de olho nesse cenário, desde a dé-cada de 60, quando os anúncios daquela primeira fase tiveram início, procurou se movimentar para ter lançamentos perto dessas estações. Não há sombra de dúvida que a valorização de um terreno e, consequentemente, de uma unidade, próximo a estações é muito grande. O mercado calcula que, em média, um imóvel próximo a estações, em comparação com outro mais distante, fique entre 20% e 30% mais caro.

Para Vito Sansone, superintendente de vendas da Tec Ven-das, empresa da EZTec — uma das maiores incorporadoras do País —, as empresas lançam perto das estações porque as pes-soas também buscam morar perto do metrô. “Hoje o melhor

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O futuro andade metrôO mercado imobiliário de São Paulo olha atentamente omovimento de expansão do metrô da cidade.

jeito de se locomover no Centro expandido e até na periferia, evitando o trânsito, é pelo metrô”, afirma.

Para se ter uma idéia, a cidade de São Paulo tem uma frota de 6,9 milhões para uma população de 11,2 milhões de habi-tantes. Isso dá uma média de um veículo para cada 1,6 pessoa. Em 2010, essa saturação tem causado, diariamente, congestio-namentos que chegam facilmente à média de 100 quilômetros nos horários de pico. Ou seja, as estações e os lançamentos per-to delas são opções necessárias.

Pouca oferta, maior valorização

Segundo Sansone, estar perto de uma estação já construída ou em projeto valoriza igualmente todos os tipos de imóveis, novos ou usados e até mesmo comerciais. E o mercado se mo-vimenta nesse sentido. Hoje, dependendo da região, há mais ou menos oferta de terrenos. Nas regiões da Avenida Paulista, Pinheiros, Vila Mariana, Liberdade, Chácara Klabin e Saúde, por exemplo, há pouca oferta. “Todas essas regiões, indistintamen-te, estão onde há pouca oferta de terrenos e por isso eles são muito valorizados”, diz o técnico. Mas Itaquera, Penha e Brás apresentam mais opções.

FOTO: DIgNA IMAgEM/CLóVIS FErrEIrA

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Marinho (antiga Águas Espraiadas) e para a Diagonal Sul. “São regiões onde ainda existem grandes áreas para futuros empreendimentos residenciais e comerciais e estão fora das regiões muito adensadas e com muito trânsito”, aponta.

O mercado acredita que todas essas indicações que o governo faz das futuras estações para os próximos anos não são promessas. Aliás, espera atentamente que o aumento previsto — o dobro da extensão atual, imprescindível, pois não há alternativas para a cidade — seja um novo alento para São Paulo, para seus moradores e, consequentemente, para o mercado. Um círculo virtuoso mais que necessário.

“O Governo não tem a mesma capacidade que a iniciativa privada. Se houvesse mais possibilidade de os empresários participarem, seria mais inteligente”

Vito Sansone, superintendente de vendas da Tec Vendas, empresa da EZTec

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Com a experiência de mais de 35 anos de mercado imobili-ário, sendo 25 anos com a família Ernesto Zarzur — proprietária da EZTec — e dez anos com imobiliária própria, especializada em áreas para incorporação, Sansone arrisca indicar quais serão as regiões que mais se valorizarão nos próximos anos. “A região que vai do Centro em direção ao Ipiranga e ao grande ABC, pela Avenida do Estado, na chamada ‘Operação Urbana Diagonal Sul’. Em contrapartida, a região menos indicada nos próximos anos será o Morumbi.”

Dentro desse contexto, o superintendente da EZTec alerta para outro problema, mas que tem solução: a desapropriação de áreas próximas às futuras estações. Esse é um dos grandes problemas para o Poder Público, pois normalmente os valores oferecidos por uma unidade não são os de mercado, o que acar-reta atraso e brigas jurídicas. Mas Sansone acredita que governo e iniciativa privada podem trabalhar conjuntamente para que isso mude. “O governo não tem a mesma capacidade que a ini-ciativa privada. Se houvesse mais possibilidade de os empresá-rios participarem, seria mais inteligente”, garante.

Opção para o trânsito

Construir perto de metrô é sempre interessante para o mercado. A própria EZTec procura construir perto de esta-ções, tanto em regiões já consolidadas como nas proximi-dades de futuras estações. A empresa está para lançar, entre novembro e dezembro, um empreendimento de salas co-merciais na Avenida Adolfo Pinheiro, exatamente ao lado da nova estação.

Sansone, se pudesse interferir na indicação de futuras estações do metrô na cidade, teria uma lista muito interes-sante a oferecer. Para ele, na Zona Oeste, iria no sentido das rodovias Anhanguera e Bandeirantes, e, dentro das Opera-ções Urbanas, para a região da Avenida Jornalista roberto

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