Checklist de Segurança em Endoscopia Digestiva - cld.pt · Gawand, a liderar uma equipa de peritos...

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Elsa Monteiro UTG Centro Hospitalar de Setúbal EPE Checklist de Segurança em Endoscopia Digestiva

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CheckList de Segurança em Endoscopia Digestiva

Em qualquer actividade humana existe a possibilidade de erro por falha humana, e estes erros são cometidos dentro de instituições complexas, uma vez que são estes que decidem e manuseiam equipamentos. (Fragata e Martins, 2004)

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O exercício da Medicina, outrora baseada na tradicional relação hipocrática médico-doente, evoluiu para a prestação de cuidados de saúde exercida por seres humanos, naturalmente falíveis, mas operando hoje no seio de organizações complexas e com recurso a tecnologias cada vez mais sofisticadas. Esta mudança associada à natureza marcadamente incerta da biologia do Homem doente, cria um enorme potencial para a ocorrência de erros. Na Medicina os erros são inevitáveis e a sua análise deverá incidir mais sobre os vícios do sistema e menos sobre a tão banalizada, culpabilização dos indivíduos.

Fragata, 2008

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Um estudo publicado em 1991 sobre a incidência de eventos adversos revela-nos que em 30.000 processos clínicos analisados em cerca de 4% ocorreu um efeito adverso em 2/3 dos casos esse evento deriva de um erro que poderia ser evitado

1991

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Na segunda metade da década de 90, nos Estados Unidos, o Institute of Medicine publicou o documento “To err is human” onde menciona que por ano, 48.000 a 98.000 americanos morriam nos hospitais em consequência de erros preveníeis;

Khon et al, 1999

1991

1999

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Outro estudo publicado em 2006 diz-nos que: O uso de uma lista de verificação em 67 hospitais reduziu a taxa de infecção relacionada com o CVC em dois terços num período de 3 meses ; No decorrer de 18 meses, este programa salvou mais de 1.500 vidas e poupou cerca de 200 milhões de dólares;

1991

1999

2006

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1991

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2006

2007-2008

A OMS também reconhece a dimensão da segurança do doente Como tal no biénio de 2007-2008 elegeu como área problemática a segurança nos cuidados cirúrgicos e convidou um Senhor chamado Atul Gawand, a liderar uma equipa de peritos que prepuseram a utilização de uma lista de verificação de segurança cirúrgica cujos resultados obtidos e divulgados vem confirmar que a utilização de listas de verificação previnem um grande número de mortes e complicações associadas à actividade cirúrgica

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“…considerando como hipótese, que os nossos hospitais têm mesmo nível de fiabilidade das Instituições congéneres americanas, seria possível estimar entre 1.300 e 2.900 o número de mortes anuais, provocados por erros médicos.”

Fragata e Martins, 2004, p. 29

Em cada 10% dos internamentos hospitalares 5% causam danos irreversíveis ou até mesmo morte e 50% dos casos podem ser evitados;

Fragata, 2004 in Cadime,2011

E em Portugal?

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British Society of Gastrenterology, Endoscopy committee working,

Cadime, 2011

Um artigo publicado por um grupo de trabalho da Sociedade Britânica de Gastrenterologia e Endoscopia e publicado no GUT em 1991, no qual são abordadas as recomendações na sedação e monitorização dos doentes durante a endoscopia, há a salientar o ponto 6 que realça que os factores de risco devem ser identificados antes do exame e que este procedimento pode ser ajudado pelo utilização de uma checlist.

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São já alguns os Serviços de Endoscopia Nacionais que utilizam Checklist de segurança em endoscopia, principalmente os hospitais envolvidos em Programas de Acreditação, no sentido de dar resposta à norma 46 do Programa de Acreditação do CHKS que se refere ao Hospital de Dia e que engloba também as áreas de endoscopia fazendo referencia à utilização de listas de verificação

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“O termo Checklist , que se pode traduzir por lista de verificação, provém da década 30 do século passado, da força aérea norte-americana, quando se percebeu que a complexidade crescente dos aviões provocava, devido a falhas de concentração ou de memória , acidentes fatais, os quias se mostrou que eram evitados com a criação de listas de verificação…” “Podemos definir checklist como a verificação metódica de todas as etapas de um procedimento para que se desenvolva com o máximo de segurança.”

Mendonça, 2011, p.1

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Uma checklist deve: Ser o mais pequena possível;

Idealmente possuir 5 a 9 pontos em cada segmento cada um dos quais verificável num minuto;

Possuir uma parte para verificar antes do exame e outra no final do mesmo.

Santos, 2011, p.1

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2012

Elaboração de checklist e

Procedimento

Apresentação à equipa

Grupo de trabalho

1 médica

1 enfermeira

“Na procura permanente da excelência no exercício profissional, o enfermeiro previne complicações para a saúde dos clientes.” OE 2001, p.12

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2012

Elaboração de checklist e

Procedimento

Apresentação à equipa

Pré teste Dúvidas

Guia de Utilização

Grupo de trabalho

1 médica

1 enfermeira

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2012

Elaboração de checklist e

Procedimento

Apresentação à equipa

Pré teste Dúvidas

Guia de Utilização Implementação

Grupo de trabalho

1 médica

1 enfermeira

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Referências bibliográficas Fragata, J.; Martins, L. – O erro na medicina. Coimbra: Almedina,2004 Ordem dos Enfermeiros – Padrões de Qualidade em Enfermagem. Ordem dos Enfermeiros.2003 Sousa, P.; Uva,A.;Serranheira,F.; Leite,E.; Nunes,C. – Segurança do doente: eventos adversos em Hospitais, portugueses: estudo piloto de incidêrncia, impacte e evitabilidade. Lisboa: Escola Nacional de Saúde,2011. Santos, J. – Checklist em endoscopia (2011) disponivél em www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S0872...script=sci_arttext‎ To err is human (1999) disponivél em www.iom.edu/.../To-Err-is-Human/To%20Err%20is...‎ Na Intervention to Decrease Catheter Related Bloodstream (2006) disponivél em www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa061115‎ .