Chico Xavier - Livro 340 - Ano 1990 - Dádivas de Amor

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    DDI VAS DE AMOR

    MARI A DOLORES

    PSI COGRAFI A: FRANCI SCO CND I DO XAVI ER

    SUMRI O

    A BUSCAA SUBI DAA LTI MA AULACONVERSA EM N OI TE FRI A

    CONV ERSA NO CAM PO SANTODDI VAS DE AMORDEPRESSODESOBESSOJORNARDAMENSAGEM DE NA TALMI NHA M ENOT CI AS DE MARI A RAI MUNDAORA ES CON CRETAS

    PEREGRI NA OPROSSEGUI RRESPOSTA DE I RMROTI NATEMPO DE NA TALVERBOS DE LUZVI LA ESPERANA

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    A BUSCA

    MARI A DOLORES

    Fita a subida spera e empedradaQue se alteia, macia, nossa frente,Carrega a prpria cruz na alma cansadaE guarda o corao feliz e crente.

    Nas paisagens da senda, no h flores.Apenas o cascalho se amontoa,Mas, em torno de ti, os irmos sofredoresLembram a paz da f que os renova e abenoa.

    Segue de passo neto... A turba te acompanha...Companheiros pararam na montanha,Recusando o trabalho, a dor e a cruz;Mas sentindo-te os dons no corao amigo,Ergue-se-o do p e seguiro contigo,Procurando Jesus.

    O po que destinaste aoPobre sem ningum,

    a fora que te traz oConforto do Alm .

    Livro DDIVAS DE AMOR - MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Digitado por: Lcia Aydir

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    A SUBI DA

    MARI A DOLORES

    Disse-nos o Senhor:

    - Quando quiser encontrar-meTome a sua cruz e siga-me onde eu for....

    E um homem que o seguiu, sem queixa e sem alarme,Observou que o lenho o constrangia...Caminhou, mas no mais na antiga estrada.A cruz era pesadaNa marcha, dia-a-dia...

    Perdeu de vista a risonha paisagem,Na qual usufrura o amor de sua gente...Precisava escalar rude montanha na viagemE se reconhecia, a ss, agarrando-se frente.

    Embora a cruz lhe desse chagas e cicatrizes,Conseguia falar, fraternalmente,Reconfortando os tristes e infelizes...Levantava os cados,Doava nova fora aos fracos e aos doentes.Consolava os leprosos esquecidos,Regenerava os delinquentes...Em muitos trechos da subida,Tratavam-no por louco e davam-lhe pedradas...Depriam-lhe a vida...Quanto insulto e suplcio nas estradas!...

    No entanto, ele subia...Trazia o Cristo em luz na prpria mente.No tinha acessos de melancoliaE sim uma alegria diferente...Mas chorava, por vezes, de cansao,Refazia-se, vendo o Azul do Imenso EspaoE ouvindo a voz do Cu na voz dos passarinhos...Alcanando, porm, o cimo da montanhaNotava-lhe os ps rasgados e sangrentos,E o corpo laceradoDe atrozes sofrimentos...Mesmo assim, agradeceu ao Cristo Amado

    A viagem temvel...Para atingir o topo de alto nvel...

    Chegando ali, porm, v, com assombro e ateno,Que a Terra j no tem com ele ou sobre eleO poder de atrao...Sentia-se envolvido em sbita leveza,Respirando, feliz, a paz da natureza...Reconhece que o tronco vertical do grande lenho,

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    E que os braos da cruzEram asas de luz...

    Tentou andar, mas, sem querer,Na alegria sublime que o invade,O homem que seguira os passos do Senhor,

    Planou alm, no Alm, buscando a ImensidadeInflamado de amor.

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Digitado por: Lcia Aydir

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    A LTI MA AULA

    MARI A DOLORES

    Sofre pregado cruz o Inesquecvel Mestre,Lembrando quanto viu na jornada terrestre.

    V-se menino a argir os sbios da cidade,Mostrando a inteligncia a brilhar na humildade.

    Mentaliza Cana, onde aumenta a alegriaNa formao de um lar que nunca possuiria.

    Recorda irmos na f, quais Pedro, Joo, Tiago,E os amigos fiis s pregaes do lago.

    Passa por privaes sem que a dor o esmorea,No tem uma s pedra em que apie a cabea.

    Lembra o deserto hostil... Na prece em que se enleva,Ensina paz e f s legies da treva.

    Rev a multido que o respeita e acompanha,Quando transmite a Terra o Sermo da Montanha.

    V lugar por lugar, nos longes a que Isa,Espalhando a bondade, o socorro, a alegria...

    Mas agora, na cruz, amargurado e pasmo,Escuta palavres de ironia e sarcasmo...

    E diz, sentindo o fel que as injrias lhe trazem:- Perdoa-lhes, meu Pai!... No sabemos o que fazem!....

    Ele que se entregara caridade inteira,Faz do perdo mais luz na aula derradeira.

    que todo perdo, sem queira e sem medida, conquista de Paz nos problemas da Vida.

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

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    CONVERSA EM N OI TE FRI A

    MARI A DOLORES

    O amparo que ofereces aosrecm-nascidos,

    proteo e amor para osEntes queridos .

    Sofres por bagatela, alma fraterna e boa,Qualquer falta de algum te fere e te atordoa.

    Uma colcha rompida, um nibus que atrasa,Um menino que reina, uma barata em casa.

    Pensa, no entanto, em teu leito macio,

    Nos irmos sem pousada a tremerem de frio.Olha o filho que tens, sob a l trabalhadaE recorda a criana na calada.

    Revisa a prpria mesa farta, em cada novo dia,Quando a tanto doente um caldo alegraria.

    Vai ver mes sozinhas, rua afora,Solicitando um po para o filho que chora.

    Anota os pobres mendigos em feridas,Que oram sob as pontes esquecidas.

    V a penria extrema e, depois volta aos teus!...Sentirs em teu lar um palcio de Deus.

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Digitado por: Lcia Aydir

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    CONVERSA NO CAMPO SANTO

    MARI A DOLORES

    Sim, alma irm,Teremos sempre um Dia de Finados,Dia de sonhos mortos,Supostamente mortos, porque todos elesRessurgem renovados,No clima de outros portos,Onde a vida,Revelada em beleza indefinida, perene manh.

    Agradeo-te as preces,Recamadas de flores,E as doces vibraes nas quais me aqueces

    Com pensamentos reconfortadores.

    Olha, porm, comigo, alma querida e boa,Este campo de mrmores lavrados,Quantas vezes mais belasQue a mais formosa porcelana!...Aqui, em miniaturas de castelos,Gemem segredos de ternura humana...Ali, os rendilhadosCriam lauris no brilho das legendas;Alm, anjos parados de mos postas,Em lacrimosas oferendas,Mostram cruzes depostas,

    Vinculadas ao cho...Ainda, alm, primores de escultura,Em lpides custosas,So tesouros de amor e desventura,Orvalhados de pranto e de aflio!...

    Na triste majestade que se estampa,Por trao de amargura, campa em campa,No vemos luxo e sim o sofrimentoDe quem ficou a ss,De corao entregue ao desalento...

    Entretanto, alma boa,Este reino de pedras lapidadas,Quais lminas de dor,Quer largar-se da morte,A fim de partilharA construo de um mundo superior...

    Estas altas riquezas esquecidasFicariam mais nobres

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    Se pudessem levar sustentaos reas de outras vidas,As vidas que se vo apagando, ao relento,Ante a febre, ante a noite e as injrias do vento,A sonharem amparo, teto e po,Livro, afeto, agasalho,

    Proteo e trabalho,Paz e renovao...

    Nesses doces assuntos,Oremos todos juntos...E peamos a DeusPara que os mortos redivivosPossam solicitar aos seus entres amadosA desejada alterao.A fim de que o lugar dos supostos finadosNo precise brilhar entre fortunas mortas,Pois, todos ns, na vida, em sentido profundo,Queremos mais conforto e alegria no mundo!...

    Para que nos lembremos uns dos outros,Bastam as nossas dores como so,Uma pequena cruz, um nome e a relva verde e mansa,Que nos falem de paz e de esperanaNa saudade sem fim do corao.

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Digitado por: Lcia Aydir

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    DDI VAS DE AMOR

    MARI A DOLORES

    Uma carta...Um olhar, uma palavra boa;Uma frase de paz que asserena e abenoa;

    Leve prato de sopra ou simples poPodem livrar algum de cair na exausto;

    Antigo cobertor, atirado ao vazio,Aquece o enfermo pobre esquecido no frio;

    Uma pea de roupa remendadaTalvez seja o agasalho ao viajor da estrada;

    Meio litro de leite viva sem nome

    Ampara-lhe o filhinho, a esmorecer da fome.

    Todas essas doaes supostas pequeninasSo servios do Bem, nas paragens divinas;

    So flores da f viva, a derramarem luz,Revelando o fulgor do Reino de Jesus.

    Aqui, nos saudamos, Gonalves, nosso irmo,Que ontem foi conduzido Celeste Manso.

    Que o Cu do Amor o guarde, ante a nossa saudade,Do Apstolo do Bem e Heri da Caridade.

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

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    DEPRESSO

    MARI A DOLORES

    Dizes que sofres angstiasAt mesmo quando em casa,Que a tua dor extravasaNas cinzas da depresso.Que no suportas a vida,Nem te desgarras do tdio,O fantasma, em cujo assdioAfirma que tudo vo.

    Perto da rua em que morasH uma viva esquecida,Guarda a av quase sem vida

    E trs filhinhos no lar;Doente, serve em hotel,Trabalha na rouparia,Busca o po de cada dia,Sem tempo para chorar.

    No longe triste mulher,Num cubculo apertado,Chora o esposo assassinadoQue era guarda de armazm...Tem dois filhinhos de colo,Por enquanto, ainda no sabeO que deve fazer da existncia,

    Espera pela assistnciaDos que trabalham no bem.

    Um paraltico cego,Numa esteira de barbante,Implora mais adianteQuem lhe d gua a beber...Ningum atende... Ele grita,Na penria que o consome,Tem sede e febre, tem fome,Sobretudo quer morrer.

    Depresso? Alma querida,Se tens apenas tristeza,Se te sentes indefesa,Contra mgoa e dissabor,Sa de ti mesma e auxiliaAos que mais sofrem na estradaA depresso curadaPelo trabalho do amor.

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    Em toda a parte esto osAgentes da Luz,

    Acrescentando paz sBnos de Jesus .

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Digitado por: Lcia Aydir

    DESOBSESSO

    MARI A DOLORES

    Perdo sem condies Ofensa recebida,

    socorro do Cu que teGarante a vida .

    O templo engalanava-se de luz.Era uma festa em honra de Jesus.

    As rosas pareciam jias solitrias,Emoldurando extensas luminrias.

    As flores do recinto eram doce fragrnciaE os crentes demonstravam cimos de elegncia.

    No trio, de onde se via o edifcio repleto,Eis um guarda a exclamar: Sou um homem correto;Pobres aqui no entram. Sou mandado.Tenho as prerrogativas de um soldado.No quero ouvir pessoas descontentes,A festa de Jesus no comporta indigentes .

    Certos grupos de damas mal vestidasCarregavam crianas em feridas.

    O chicote do guarda agitou-se no escuroE ele disse: Aqui no pode haver monturo.

    Mas aparece, ali, famlia desoladaQue traz consigo jovem obsedada.Ele profere frases sem respeitoE a mezinha lhe diz com carinho e com jeito:- Cala-te, minha filha; esperemos a paz....O obsessor cruel exclama: Para trs!

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    Sou das trevas e no suporto a luz,No queremos a f, nem queremos Jesus....O guarda conduziu todo o grupo ao recanto,Enquanto a me dizia, a desmandar-se em pranto:Se no temos aqui acolhimento e amor?!....

    Das filas da pobreza, um moo desliza,Vem jovem que sofre e fala em voz amiga:- Posso tentar algum socorro agora?.- Tente, senhor! rogou a mezinha que chora.Quando o estranho, porm, se aproxima de todo,O verdugo infeliz se atira no cho de lodoE brada: - Sai daqui, Messias Nazareno,A fim de injuriar-te eu no me desordeno .

    Calmo o moo lhe pediu: - Oh! Deixa a menina.Acomodado treva, o dio te domina!....Logo o moo tocou a jovem desmaiada...

    Ela acordou, beijando a mame com desvelo,Qual se livrasse, ali, de horrvel pesadelo.

    Entre os pobres se ouviu enorme gritaria...O salvador da moa quem seria?

    O povo discutia tudo o que sucedeu...No entanto, o heri da noite desapareceu...

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

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    JORNARDAMARI A DOLORES

    A senda rude, mas sigamosNa tarefa de amor que nos espera...

    Abre-se o Mundo para a Nova Era,O milnio da Guerra chega ao fim!...Muitas tribulaes esto em pauta...Ao longe,Surgem homens amados em conflito,Mas a nossa misso a sementeiraDe transformar a Terra inteiraEm formoso jardim.

    A violncia distende as prprias garras,Corrompe, avilta, fere, desordena,Mas falaremos ns a palavra serenaQue desfaa a vingana,

    Porque todos estamos na esperanaDe que a Lei de Deus se cumprir perfeitaNa hora justa e eleitaQue promove e executa a reencarnao.Atravs das estradas em que vamosNotaremos, enfim, a luta imensaDa crena, combatendo as sombras da descrena,Do mal de que procede ao estigma da dor,Se a revolta dominaTens a paz na bno da DoutrinaQue Jesus nos legou ao corao.

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

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    MENSAGEM DO N ATAL

    MARI A DOLORES

    Desejava, Jesus, ter as palavras certasPara exaltar-Te o Luminoso Dia!...Do pouso humilde s manses opulentas,Tudo festa de Paz e de Alegria.

    Recordamos Belm, na noite em que surgiste.A Estrela...O vento frio...As casas s escurasE as vozes cristalinas que cantavam:- O Enviado nasceu!... Glria a Deus nas Alturas!....

    Entretanto, depois de Teus ensinos,Veio o drago do dio, armando a guerra,E separou, em fria, os grupos e as naes,

    Marcando a sangue e pranto os caminhos na Terra...

    Passam conquistadores inclementes,Reclamando o poder, no ouro que os seduz;Matam, furtam, mas morrem esquecidosE a multido prossegue: Ampara-nos Jesus!....

    por isso que hoje repetimos,Enquanto vinte sculos se vo:- Fica, Jesus, guardando-nos a vida,Celeste Amor de nosso corao!....

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

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    MI NHA MEMARI A DOLORES

    Lembro-te, Me, revendo a nossa casa...O pequeno jardim, o poo, a horta...

    O vento brando que transpunha a porta,Afagando o fogo de lenha em brasa...

    Esfregavas a roupa na bacia...Eu ficava na rede, aos teus desvelos...Depois, vinhas beijando-me os cabelos,A embalar-me, cantando de alegria.

    Dorme, dorme, prenda minha,Dorme agora, meu amor,s a jia que eu no tinha,Prenda minha, minha flor!...

    L no Cu tem trs estrelas, prenda minha,Todas so de prata e luz...L no Cu voc me veio, prenda minha,Por presente de Jesus!...

    E l se foi o tempo, ante as mudanas...Cresci, fiquei rebelde...Estradas novas...Entrei no mundo grande, em grandes provas,Carregando saudades e esperanas...

    Hoje, volto a rever-te, me querida!...Quero dizer-te, em minha gratido,Que o amor sempre amor em minha vida,E a prpria vida de meu corao.

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Digitado por: Lcia Aydir

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    NOT CI AS DE MARI A RAI MUNDA

    MARI A DOLORES

    Maria Jos Raimunda da Silva...Era apenas Maria, entre os parentes.Viveu de sacrifcios, cada dia,A carregar crianas e doentes.

    Se convidada para festas,Natalcios de Antonio ou de Alencar,Respondia colocando as mos na testa:- No posso ir, preciso trabalhar.

    Noventa e quatro anos de existncia!...Sem se importar com isso,Morreu Maria, a me da pacincia,

    Entregando-se a Deus, mas pensando em servio.

    De corpo inerte, e, agora em outra dimenso,Despertou, pouco a pouco, para o caminho da libertaoSabia-se acordada em novo leito,No mais sentia a dor que se lhe impunha ao peito.

    Interiormente, via-se feliz,Servidora fiel, agora transformada,Ouvia o pipilar dos passarinhosE entendeu que nascia a madrugada.

    O enterro comeou no esforo de trs moas:

    Lynete, Donda, Nega e maus alguns amigos,Seguido por irmos desencarnadosSeus afetos e laos mais antigos.

    Deposta, a fim de viajar sob a grande mudana,Levantou-se Maria, a sorrir de esperana.Amparada por vrios benfeitores,Notou que se encontrava num monto de flores...

    Desconhecendo a nova dimenso,Fitou-os e falou enternecida:- Sou muito grata a todos,

    Deus lhes compense a vida....No dava a idia de lembrarAs feridas do prprio sofrimento.Ns, porm, vamos com clarezaQue ela exigia novo tratamento.

    Maria, valorosa, embora manquejando,Entrou na grande fila dos que iam pedir apoio e certido.

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    No entanto, veio at ns, um anjo que lhe disse:- Maria, no ceda inquietao!....

    -Entre: A casa sua. Venha tomarsua certido, seu passaporte.O servio que seu, em seu prprio lugar,

    Voc no tem problemas ante a morte....O anjo abraou-a e guiou-lhe a caminhada,Indagando o que ela, em si, mais pretendia...Maria respondeu: - O que mais quero, anjo bom, aprender a voltar para a lavanderia .

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

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    ORAES CONCRETAS

    MARI A DOLORES

    Com as prprias aes que fazes e arquitetas,Tens o ensejo feliz das oraes concretas.

    *Muitas preces verbais, com a justa exceo,caem no campo extenso e frio da iluso...

    *O po que destinaste ao pobre sem ningum, a fora que te traz o conforto do Alm.

    *O amparo que ofereces aos recm-nascidos,

    proteo e amor para os entes queridos.

    *Roupa usada que ds ao filho da indigncia, auxlio aos teus conflitos na existncia.

    *Perdo sem condies ofensa recebida, o socorro do Cu que te garante a vida.

    *Em toda parte esto os agentes da Luz,Acrescentando paz s bnos de Jesus.

    *Todo o bem que se faz e do qual no se cansa, bondade, pacincia, alegria e esperana.

    *Desde o homem mais nobre aos ltimos plebeus,A caridade, em si, a Presena de Deus.

    Com as prprias aes quefazes e arquitetas,

    tens o ensejo feliz das

    oraes concretas .

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

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    PEREGRI NAO

    MARI A DOLORES

    Sofres, alma querida, os contratemposDo dever a cumprir... O anseio, a prova,O medo, a incompreenso, a insegurana...E solas-te no lar, cuja paz te renova.

    Quando a tristeza te procure a vida,No te acomodes sob o desalento...Ouve os irmos do mundo que te buscam,Marcados de fadiga e sofrimento.

    Venho de minha ronda costumeira...Numa choa de latas e bagaos,Vi pobre me, a ss, ninando em pranto

    Um filho morto nos seus prprios braos.

    Num telheiro a cair, encontrei um velhinho...Ele viu-me e falou em voz sumida e mansa:- Moa, eu estou morrendo a pedir quem me faaUma prece de paz e de esperana....

    Mais adiante, achei um hanseniano amigoQue, em me vendo, clamou: Minha irm, por quem s,D-me gua, por Deus! J no mais me equilibro!...Quero buscar o poo e caram-me os ps....

    Logo aps, descobri triste mulher enferma,

    Erguendo, quase morta, a seguinte orao:- Meu Deus, alm do amparo que me enviar,se possvel, Senhor, d-me a bno de um po....

    Por isso, corao, no te ds amargura,Esquece-te a servir, sem perguntar a quem...O Cristo que buscamos nos espera,Entre leiras de amor, na plantao do bem.

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Digitado por: Lcia Aydir

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    PROSSEGUI R

    MARI A DOLORES

    Escuta, alma querida,as tragdias do mundo, longe ou perto,so lminas ao ar como aoites ao vento...Lutas entre as naes e outras do sofrimentodentro do prprio lar,quais golpes a explodir;Rugem conflitos, clamam desacertos,mas enquanto a violncia se encastela,a palavra da f nos roga clara e bela:- Trabalhar e esquecer, prosseguir, prosseguir....

    Perdes almas queridas pela estradaque se marginalizam sob a escolta

    da tristeza, da mgoa e da revolta,descrentes do porvir...quanto a ti, age, lida e continua...O Tempo h de busca-las no futuroe a Lei j te alinhou sob o esquema a seguir:- Trabalhar e esquecer, prosseguir, prosseguir....

    No contes desenganos e pesares.Consome qualquer dor na chama ardenteda confiana em Deus que te mantm buscando a frente,para que possascompreender e elevar...Mos na gleba do amor!... Aprende a construir!...

    E escutars, ento, de nimo atentoA mensagem de Luz do prprio firmamento:- Trabalhar e esquecer, prosseguir, prosseguir....

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Digitado por: Lcia Aydir

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    RESPOSTA DE I RM MARI A DOLORES

    Que fazer para entrar em servio do Mestre?Eis a tua pergunta, irm querida,

    Peo orientao, preciso renovar-meBuscando nova vida .

    E acrescentas: De tudo na existnciaQue j tenho notado, ouvido e visto,No encontrei ensino que supereA grandeza do Cristo .

    Irm, nada me cabe responder-te.O esplendor de Jesus fala por si,E depois de aceita-Lo interiormente,

    Tudo, no mundo, nos sorri.

    Isso, porm, exige que O sigamos,Das veredas da Terra aos fulgores do Alm,Consagrando-lHes o sonho, o amor e a vidaNa exaltao do Bem.

    Sai de ti mesma, irm, e estende algum amparoAos que gemem, ao lu, na noite fria,Ouve a dor no lugar que apelidamos:Periferia da periferia.

    Em casebres de lata, enfermos vriosRogam um caldo quente que os conforteOu um cobertor que lhes resguarde o corpoE lhes evite a morte.

    Vem at ns, pelas asas da prece.Ningum te pedir prodgios em ao...Aguardamos a ti paz e esperanaE um pedacinho de cooperao.

    Vem at ns, buscando o Cristo Amado.Em nossa legio h constante lugar...Com Ele aprenderemos, cada dia,

    A amar e compreender, servir e trabalhar.

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Digitado por: Lcia Aydir

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    ROTI NA MARI A DOLORES

    Alma querida, s vezes, choraNa rotina que acolhes por dever

    Pelo frio das horasQue o relgio te apontaNo que tens a fazer.

    a profisso que te reclama tempo, o lar, pedindo-te ateno,Atravs de pequenos compromissos,E o tempo voaQual ddiva do Cu que passa em vo.

    Mas a rotina inclui outros problemas: o carinho de algum que chega de improviso, o amigo que vem

    Recordar quanto precisoTrabalhar para o bem.

    o parente que chega para confidncias,Largou-se do trabalho por minutos,Num estreito intervalo.Fala das provaes que est sofrendoE faz-se imprescindvel conforta-lo.

    E o dia passa nas tarefasE nos encontros com que no contavas...O Sol se foi e eis que a sombra se inclinaPor toda a casa e ouo-te o lamento:- Como triste a rotina!

    Entretanto, alma irm, ainda hoje,Pude cumprimentar pessoas generosasAturdidas por amargura imensa...Desejam trabalhar mas no conseguem,Algemadas ao peso da doena.

    Acompanhei equipes de visitaAos irmos que tateiam livros, vasos, flores,Segregados em rude solido...Anseiam abraar amigos que aparecem

    Mas esto cegos de viso.

    Diversos companheiros vi de perto,Mostrando no silncioRaciocnios agudos...Pretendem dialogar, trocando idias,Entretanto, esto mudos.

    Abeirei-me de muitas criaturas

  • 7/31/2019 Chico Xavier - Livro 340 - Ano 1990 - Ddivas de Amor

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    Em estradas e ermos esquecidosAguardando o socorro que no vem...Recordam com saudade os entes que mais amamE no surge ningum!...

    Reflete nos irmos, em grandes provas,

    Que vivem sem a mnima esperanas,Da esperana que adoa os dias teus...E, louvando a rotina que te guarda,Rende graas a Deus!...

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Digitado por: Lcia Aydir

    TEMPO DE NATAL

    MARI A DOLORES

    Senhor Jesus!...

    Ante o NatalQue nos refaz na Terra o mais formoso dia,Somos gratos a todos os irmos,Que Te festejam,Entrelaando as mosNas obras do progresso.

    Vimos tambm Te trazer a nossa gratidoPela f que acendesteEm nosso corao.Mas, se posso, Jesus, desejo Te exporFalando de progresso, Te rogo, se possvel,

    Guiar os homens e as mulheres,Sejam de qualquer nvel,Para que inventem, onde estejam,Novos computadoresQue consigam contarAs crianas que vagam nos caminhos,Sem apoio e sem lar,E os doentes cansados e sozinhos,Presos no espao de ningum,

  • 7/31/2019 Chico Xavier - Livro 340 - Ano 1990 - Ddivas de Amor

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    Para que se lhe d todo o amparo do Bem.

    Auxilia, Senhor, a humana intelignciaA fabricar foguetesDentro de segurana que no erra,Que possam transportar remdio, alimento e socorro,

    Onde a dor aparea atribulando a Terra.Que o mundo Te receba as bnos naturais,Doando mais amor aos animais,Que nunca desampare as rvores amigas,No envenene os ares,Nem tisne as fontes, nem polua os mares.Que o dio seja, enfim, esquecido, de todo,Que a guerra seja posta nos museus,Que em todos ns impere o imenso amor de Deus.

    Que o Teu Natal se estenda ao mundo inteiroE que, pensando em Teu amor,

    De cada amanhecerQue todos resolvamos a fazerUm dia novo de Natal...E que, encontrando algum,Possamos repetir, tocados de alegria,De paz, amor e luz:-Companheiro, bom dia,Hoje tambm dia de Jesus.

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Digitado por: Lcia Aydir

  • 7/31/2019 Chico Xavier - Livro 340 - Ano 1990 - Ddivas de Amor

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    VERBOS DE LUZ

    MARI A DOLORES

    Sofreste, de inesperado,O estranho golpe da ofensaQue te envolve em dor imensaNo espinheiro de pesar,Mas o remdio mais puroQue restaura a alma feridaVem da farmcia da vida:Esquecer e perdoar...

    Honrando o crebro eleitoA Cincia alteia a voz,Expe o carro veloz,A nave area, o radar...

    Alm da luz da cincia,Pede a dupla providncia:Esquecer e perdoar...

    No livro da Natureza,Solo que aceite o trator,Garante com mais amorA semente, o po e o lar;Da fornalha desumana,Vem a fina porcelana...

    A ostra desconhecidaCede ao mundo, sem protesto,

    A prola em plena vida,Ensinando-nos, vencida:Esquecer e perdoar...

    Assim tambm, alma irm,Nos dias de dor e luta,Acalma-te, espera, escuta,Sem tristeza a reclamarE ouvirs a voz dos Cus,Em meio da prpria ao,A dizer-te ao corao:Esquecer e perdoar!...

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Digitado por: Lcia Aydir

  • 7/31/2019 Chico Xavier - Livro 340 - Ano 1990 - Ddivas de Amor

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    VI LA ESPERANA MARI A DOLORES

    Alegas, muita vez, alma querida:-O tdio me entorpece e me consome a vida!...

    Um erro na poltrona te desgosta,Apaga-te o sorriso e deixa-te indisposta...

    O marido, preso, por natureza,Era um mdico amigo da pobreza.

    Houvesse algum enfermo em pequena palhoa...Ei-lo, junto ao doente em plena roa...

    Ele sofre e adoece, certo dia,E roga esposa, amparo e companhia.

    Ela atende ao inslito pedido,Enquanto ele se mostra surpreendido.

    De um carro velho e forte, sem tardana,Descem os dois ao cho, ante a Vila Esperana.

    Ali, toda morada, formada de zinco,Alinhando-se em grupo, cinco a cinco.

    Disse o esposo a ela:- Hoje, o trabalho aqui teu recado...os doentes so teus...Ando muito cansado....

    Do casebre primeiro saem gemidos dos loucos...Eis que o esposo explica:- a Dona Flora, exaurindo-se aos poucos....

    No mais resiste a pobre ao cncer que a devoraMas, para aliviar a angstia que a domina,Temos na pasta que eu trouxe a injeo de morfina .

    Aplicada a injeo, ela v trs crianasJunto mulher sofrida, em choro continuado...Ela fala ao marido, acerca de mudanas,E acaba perguntando ao esposo intrigado:

    -O que comem aqui estas crianas nuasO mdico responde: O po dado nas ruas.Ela aciona o carro e adquire cem pes,Que distribui na praa, entre os filhos e as mes.

    -Moa, grita uma vozDe uma das casinholas escondidas,Venha nos verSomos pobres doentes desvalidas!...

  • 7/31/2019 Chico Xavier - Livro 340 - Ano 1990 - Ddivas de Amor

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    A dama entra no quartoE lavam-lhe as manchas e as feridas...Anda de casa em casa.D remdio s crianas com bronquiteE socorre aos enfermos,Vtimas de hepatite...

    De sentimento presos dores que detinham no lugar,Oito horas gastou a lavar e a limpar.

    De volta, eis que ela senteO marido mais forte e mais contente...Notou que o Cristo Amado estaria mais pertoE admitiu que a vidaNunca mais lhe seriaDesencanto e deserto...Adentrou-se no lar, recordando a excursoQue lhe alterara a mente, o caminho e a viso...

    Ajoelhou-se em prece,Pensando na penria que encontrara.Contemplou de uma fmbria da janelaA noite linda e clara...Imaginou JesusCaminhando ao encontro da pobrezaE quase sem quererExclamou para os Cus:

    - Obrigada, Jesus, pela Vila Esperanaque me falou do amor que no se cansa...agora, estou na paz que eu sempre quis.

    A qualquer hora posso ser feliz!...Obrigada, Jesus, por me ensinarQue a Caridade Luz e a Luz trabalhar!....

    Livro DDIVAS DE AMOR MARIA DOLORES PSICOGRAFIA: FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Digitado por: Lcia Aydir