Christiano Lima Santos - Clube do Dinheiro · Christiano Lima Santos Manual do Investidor Clube do...
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Sumário
Introdução.............................................................................................................. 8
Quem deve ler este e-book?....................................................................................................8
Quem não deve ler este e-book?.............................................................................................8
1. Gastar, poupar ou investir? Uma introdução ao mundo dos investimentos...... 9
O que é investir? .....................................................................................................................9
Por que investir? ...................................................................................................................10
Gastar....................................................................................................................................11
Poupar...................................................................................................................................11
Investir ..................................................................................................................................12
Dicas para quem está começando.........................................................................................13
Exercícios .............................................................................................................................15
2. Renda fixa ou variável? Pré ou pós? Conhecendo melhor o mercado............ 16
Mas… O que é renda? ..........................................................................................................16
Renda Fixa............................................................................................................................17
Quais os riscos nas opções pré-fixada e pós-fixada?........................................................18
Renda Variável .....................................................................................................................18
Exercício...............................................................................................................................20
3. Conhecendo o seu perfil de investidor............................................................ 22
O que é afinal o perfil de um investidor? .............................................................................22
O que é tolerância a risco?....................................................................................................23
Os três principais tipos de investidor....................................................................................24
Perfil conservador.............................................................................................................24
Perfil Moderado................................................................................................................24
Perfil Agressivo ................................................................................................................25
Agora é a sua vez: pondo em prática....................................................................................25
Exercício...............................................................................................................................26
4. Planejamento financeiro: por que você está investindo? ................................ 27
O que é planejamento financeiro? ........................................................................................27
Planejamento financeiro é mais que “controle de entradas e saídas”...................................28
Por que planejar é importante para o investidor? .................................................................29
Ferramentas para o planejamento financeiro........................................................................29
Principais equívocos sobre o planejamento financeiro.........................................................30
Planejamento financeiro só é útil em períodos de crise....................................................30
É possível planejar sem traçar metas................................................................................30
Planejamento financeiro é algo que se faz uma única vez e pronto .................................30
Planejamento financeiro é somente para quem tem muito dinheiro.................................31
Traçar metas intangíveis...................................................................................................31
Exercícios .............................................................................................................................31
5. Envolvendo a família no planejamento financeiro ......................................... 33
O que é PSAR?.....................................................................................................................33
Lei da inércia no mundo das finanças ..................................................................................34
PSAR, Lei da Inércia e a Família .........................................................................................34
Ações a se promover em família ..........................................................................................35
6. Caderneta de Poupança ................................................................................... 37
O que é a Caderneta de Poupança?.......................................................................................37
Cálculo da remuneração da Caderneta de Poupança............................................................37
Características de uma Caderneta de Poupança ...................................................................38
Vantagens da Caderneta de Poupança ..................................................................................38
Desvantagens da Caderneta de Poupança.............................................................................39
Quem deveria optar pela Caderneta de Poupança? ..............................................................39
Últimas considerações sobre a Caderneta de Poupança.......................................................39
Exercícios .............................................................................................................................40
7. Certificado de Depósito Bancário ...................................................................41
O que é Certificado de Depósito Bancário (CDB)? .............................................................41
Principais características de um CDB ..................................................................................42
Dedução de imposto de renda...............................................................................................43
Incidência de IOF .................................................................................................................43
Dicas para ganhar dinheiro com CDB..................................................................................43
8. Fundos de investimento................................................................................... 45
Vantagens dos fundos de investimento ................................................................................45
Como funciona o fundo de investimento..............................................................................46
Fundos DI, renda fixa e renda variável.................................................................................46
Cobrança do imposto de renda .............................................................................................47
Fundos de investimento – onde investir ...............................................................................47
Exercícios .............................................................................................................................48
9. Investindo em ações ........................................................................................ 49
O que são ações?...................................................................................................................49
Como se ganha dinheiro com ações .....................................................................................49
Como adquirir ações? ...........................................................................................................50
Como ganhar dinheiro com ações?.......................................................................................51
Esteja pronto para assumir o risco........................................................................................52
Exercícios .............................................................................................................................52
10. Comprando moeda estrangeira...................................................................... 54
Como é possível ganhar dinheiro comprando moeda estrangeira? ......................................54
Como comprar e vender moeda estrangeira? .......................................................................55
Quanto vou pagar ou receber pela compra ou venda de moeda estrangeira?.......................55
Mitos em torno da compra e venda de moeda estrangeira ...................................................56
Investir comprando moeda estrangeira é ilegal ................................................................56
O imposto de renda irá devorar todo o lucro ....................................................................56
Comprando com doleiros o risco é menor........................................................................56
É só comprar dólar que você vai ganhar muito! ...............................................................56
Exercício...............................................................................................................................57
11. Negócios imobiliários ................................................................................... 58
Exercício...............................................................................................................................59
12. Outros tipos de investimentos ....................................................................... 60
Recibo de Depósito Bancário ...............................................................................................60
Títulos Públicos ....................................................................................................................60
13. Em que investir: Tesouro Direto, CDB ou poupança? ................................. 62
Caderneta de Poupança.........................................................................................................62
Certificados de Depósito Bancário .......................................................................................63
Tesouro Direto......................................................................................................................63
14. Acompanhando os resultados e novas expectativas para ganhar dinheiro ... 65
Acompanhe e analise os resultados de seus investimentos ..................................................65
Novas expectativas para ganhar dinheiro .............................................................................67
15. Quanto poupar para a aposentadoria? ........................................................... 68
Rendimento dos investimentos em torno de 0,56% a.m.......................................................69
Rendimento dos investimentos em torno de 0,90% a.m.......................................................69
Conclusão .............................................................................................................................70
16. Como conseguir R$ 100.000,00 em um ano? ............................................... 71
Sem montante inicial, aplicação mensal R$ 8.030,00 e juro mensal 0,57% ........................72
Sem montante inicial, aplicação mensal R$ 7.962,00 e juro mensal 0,70% ........................72
Montante inicial R$ 50.000,00, aplicação mensal R$ 3.732,00 e juro mensal 0,57% .........73
Montante inicial R$ 50.000,00, aplicação mensal R$ 3.634,00 e juro mensal 0,70% .........73
Montante inicial R$ 93.407,00, sem aplicação mensal e juro mensal de 0,57%..................74
Montante inicial R$ 91.971,00, sem aplicação mensal e juro mensal 0,70% ......................74
Sem montante, aplicação inicial R$ 1.091,00 (+0,85% a.m.), juro 0,57% e 60 meses ........75
17. Pouco dinheiro, mas muita vontade de ganhar mais! ................................... 76
Regra dos 10% na economia doméstica ...............................................................................77
Regra dos 10% nos investimentos........................................................................................77
Tenha seu objetivo em mente ...............................................................................................78
Busque novas formas de ganhar dinheiro.............................................................................79
Concluindo…........................................................................................................................80
Considerações Finais........................................................................................... 81
Introdução
Veja bem, investir não deveria ser algo tão difícil. Infelizmente, para nós brasileiros, às vezes
parece que é. Talvez seja porque não estamos acostumados a isso, afinal temos uma previdência
pública que administra nossa aposentadoria e, até pouco tempo atrás, a caderneta de poupança
apresentava um juro mínimo mensal bastante interessante, o que nos concedia uma posição bastante
confortável.
Entretanto, se você realmente quer melhorar suas finanças e utilizar-se dos investimentos
financeiros como alavanca para tal, você precisa entender que há diversos instrumentos que podem
ajudá-lo nessa empreitada – ou enterrar mais ainda seus sonhos, caso não os utilize adequadamente.
Neste e-book, espero abordar vários conceitos importantes da área de investimentos
financeiros, trazendo também algumas reflexões a respeito de quando é o melhor momento de
empregá-los.
Quem deve ler este e-book?
Toda e qualquer pessoa que está consciente da importância de utilizar-se de seus
investimentos como uma ferramenta extra para o sucesso de suas finanças pessoais. Investir
inteligentemente é uma forma saudável de ganhar dinheiro a partir de seu próprio dinheiro! Como
diz Robert Kiyosaki, “faça o seu dinheiro trabalhar por você”.
Quem não deve ler este e-book?
Aquele que busca um “jeito rápido e fácil de ganhar dinheiro sem esforço”. Pronto, falei! E
infelizmente boa parte das pessoas que busca aprender mais sobre investimentos e como ganhar
dinheiro está procurando isso, um jeito de “ficar rico em um ano” ou algo parecido.
Sim, há pessoas que conseguem isso, mas são exceções, não a regra, então se você ainda está
procurando isso, essa é uma boa hora de rever seus conceitos e começar a aprender algo sério, como
o que este e-book está lhe apresentando, não?
1. Gastar, poupar ou investir? Uma introdução ao mu ndo dos
investimentos
É claro que não poderíamos deixar de começar este “e-book curso” com uma breve discussão
que nos responda a uma simples pergunta: o que é investir e por que investir?
Bem, se você está aqui, provavelmente você já “comprou” a ideia de que investir é importante
por algum motivo, por nos oferecer algum tipo de retorno (neste caso, um retorno financeiro). Mas
nós podemos ir um pouco mais além, não acha?
O que é investir?
Muitos falam sobre investir, mas será que sabem o que realmente significa investir no campo
financeiro?
Alguma vez você já ouviu alguém falando que iria comprar uma casa para morar e outra
pessoa disse que este seria um bom investimento para o seu futuro? Pois bem, o que estamos vendo
aqui não se trata realmente de um investimento, do ponto de vista financeiro.
Já quando a mesma pessoa anuncia que irá comprar uma casa para alugar ou vender
posteriormente e outra pessoa diz que este será um bom investimento, agora sim estamos diante
daquilo que o mundo das finanças chama de investimento. Deu para perceber a diferença?
No primeiro caso, o motivo pelo qual a pessoa queria a casa (moradia) é essencial, vital,
poderíamos dizer, mas isso não leva a nenhum tipo de rendimento diretamente, o que desclassifica
tal como investimento. Já no segundo caso, quando a pessoa adquire a casa para conseguir algum
dinheiro por meio dela, ele estará, sim, fazendo um investimento – ela espera lucrar por meio do
gasto que agora teve, logo, ela está fazendo um investimento.
Se eu compro um computador para divertir-me e estudar, não estou a fazer nenhum tipo de
investimento (muitas vezes chamamos de “investimento para o futuro”, pois isso nos desenvolverá
competências para melhor atuar mais tarde, mas não é um investimento real do ponto de vista
financeiro). Se compro para trabalhar, estou fazendo um investimento – estou a adquirir uma nova
ferramenta que me permitirá trabalhar melhor.
Sendo assim, investir, em seu sentido mais amplo dentro do campo financeiro, é o ato de
aplicar o seu dinheiro em algum benefício, ferramenta ou organização a fim de obter algum retorno
financeiro, algum retorno em dinheiro. Você está gastando M e espera conseguir M + L em um
prazo máximo de tempo T, para quem gosta de incógnitas.
Outra coisa a se observar é que um investimento pode render-lhe tal valor acrescido, mas
pode também levar a algum prejuízo, quando o investimento não é adequado. Neste caso, o
investidor esperava conseguir M + L, mas só conseguiu o valor que investiu M ou, pior, sofreu um
prejuízo, perdendo um valor P do valor inicial, restando somente M – P.
Sendo assim, quem investe sabe que corre algum risco, às vezes quase nulo, às vezes tão alto
que pode levá-lo a perder tudo. Quem dita qual será o tamanho do risco? O próprio investimento!
Quanto maior a possibilidade de rentabilidade e quanto menor o tempo necessário para tal, maior
será o risco envolvendo tal investimento.
Por que investir?
Muitas empresas necessitam de investimentos – elas precisam de capital para melhoria nas
estruturas, contratação de mais profissionais, aquisição de novas áreas para exploração e extração,
compra de licenças de ferramentas, etc. Tudo isso envolve dinheiro que a empresa pode não dispor
naquele momento, mas que ela sabe que, após tudo correr bem, poderá pagar a quem lhe emprestou
(investiu em sua ideia). A empresa pode conseguir tal capital de diversas formas: por meio de um
empréstimo em um banco, emissão de ações, etc.
Nosso papel, como investidor, é então escolher aquelas oportunidades que pareçam mais
rentáveis a nós e investir nelas. Perceba que você deve escolher as que parecem mais rentáveis, isto
é, nem sempre é certeza de que ela será rentável, mas você pode decidir baseado no tipo de risco
envolvido e no potencial de rentabilização.
Investir é importante por vários motivos:
• Ajuda a movimentar a indústria, bem como pode significar a salvação daquela
empresa em que o dinheiro foi investido, que pode ser a fonte de emprego para
dezenas, centenas ou milhares de funcionários;
• Proporciona-lhe um meio de conseguir “rentabilizar os seus rendimentos”, isto é, um
meio de fazer “o seu dinheiro trabalhar por você”, que é exatamente o que é pregado
por T. Harv Eker em sua obra “Os Segredos da Mente Milionária” como um dos
passos importantes para conseguir alcançar a sua independência financeira e por
Robert Kiyosaki em seu livro “Pai Rico Pai Pobre”.
Bem, agora que já sabemos o que é investir e por que investir está na hora de
compreendermos um pouco a diferença entre os três termos apresentados no título: gastar, poupar e
investir.
Gastar
Acredito que é o termo que menos preciso explicar, não? Desde pequenos, nós gastamos,
antes mesmo de sabermos ao certo como funciona o sistema financeiro, o mercado, circulação de
moeda, etc.
Gastar é o simples ato de empregar o seu dinheiro em algum tipo de serviço ou produto de seu
interesse. Se eu tenho R$ 30.000,00, por exemplo, posso gastar isso comprando um carro
(principalmente agora, com as reduções das taxas, quando parece mais tentador).
A diferença do “gastar” para o “poupar” ou o “investir” é que não espero ter nenhum tipo de
retorno financeiro sobre aquilo em que gasto. Em outras palavras, os meus R$ 30.000,00 vão
embora e não espero mais vê-los outra vez.
Um grande problema da maioria das pessoas está justamente aqui, pois elas não conseguem
perceber quando o hábito de gastar começa a se tornar prejudicial, levando-a a gastar muito mais do
que deveria (geralmente, com produtos ou serviços desnecessários).
Sendo assim, uma primeira dica deste curso para quem quer se tornar um bom investidor é:
cuidado com o hábito de gastar, saiba quando gastar, não deixe que os seus gastos acabem com o
seu objetivo de investir, ok? Pois você precisa do dinheiro para aplicá-lo em algo que lhe seja
rentável – se gastar, nada vai ter.
Poupar
Poupar é bem parecido com investir, na verdade, poupar também é investir: você também
abre mão do seu dinheiro temporariamente a fim de mais tarde ganhar algo com isso. Entretanto,
muitos especialistas da área gostam de deixar bem clara a distinção entre poupar e investir, uma vez
que no “poupar” você não precisa planejar-se muito para aplicar seu dinheiro – você simplesmente
põe em uma caderneta de poupança tudo aquilo que lhe sobrou da renda do último mês.
Até algum tempo atrás, havia maiores distinções entre a caderneta de poupança e outros tipos
de investimentos, mas nos últimos anos algumas regras da rentabilização da caderneta de poupança
mudaram, de tal forma que tais distinções foram reduzidas.
E devemos distinguir, claro, um estágio intermediário entre o gastar e o poupar: o economizar.
Você está economizando quando deixa de adquirir algum produto ou serviço com algum dinheiro
seu a fim de poder mais tarde usar aquele dinheiro em algum outro benefício. A principal diferença
entre o poupar e o economizar é que não há nenhum rendimento em cima daquilo que você
economiza (gosto de comparar com o “guardar dinheiro na lata de biscoitos” – se você guardou R$
100,00, após um ano ainda terá os mesmos R$ 100,00 lá, sem acréscimos ou decréscimos) enquanto
que no poupar há algum tipo de retorno mensal sobre aquele valor.
Além disso, a poupança é o tipo de investimento de mais baixo risco e, consequentemente, a
rentabilidade esperada também é baixa.
Investir
Investir, como já falamos, é aplicar seu dinheiro em algo onde você espera conseguir algum
tipo de retorno financeiro. Você pode transformar quase qualquer coisa em investimento, desde
aquisição de casas para alugar, de papéis de alguma empresa até a compra e venda de moeda
estrangeira.
Para facilitar a sua vida, já há uma grande variedade de tipos de investimento, cada qual com
seu tipo de liquidez, de rentabilidade e tipo de risco, logo você não precisará criar “formas de
rentabilizar alugando sorvetes usados”, basta escolher as formas que melhor convêm ao seu perfil
e… investir nelas!
Neste grupo, vamos incluir diversos tipos de aplicações com retorno financeiro possível,
sendo as mais conhecidas (e por isso, dedicaremos um capítulo para cada uma delas) os certificados
de depósito bancário, os fundos de investimento e as ações.
Na verdade, há várias outras opções de investimento tão vantajosas quanto, mas que são
menos empregadas popularmente, como a compra de moeda estrangeira e participação em negócios
imobiliários, e por isso iremos dedicar um capítulo a cada uma destas também.
Pronto: cinco possibilidades de investimento que iremos abordar aqui em cinco capítulos.
Espero que seja o suficiente para uma boa introdução a cada uma delas.
Mas há outras possibilidades! Como os títulos públicos, por exemplo. Sendo assim, teremos
outro capítulo somente para apresentar outras opções que vocês podem estudar, caso se interessem.
Dicas para quem está começando
Ano passado escrevi em meu outro blog, o Giga Mundo, um artigo chamado Gastar, Poupar
ou Investir? onde apresento várias dicas para quem está começando neste mundo de poupanças e
investimentos (por sinal, recomendo bastante a leitura do mesmo, já que o que estou publicando
aqui não é exatamente o que está lá!).
Aquelas dicas foram extraídas tanto de boas referências bibliográficas quanto de minha
experiência pessoal. Não sou nenhum milionário, mas acredito que os bons resultados financeiros
que tenho alcançado em minha vida comprovam que tenho feito algumas escolhas corretas (claro,
não vou ensinar aqui aquelas que foram incorretas, exceto quando eu quiser apresentar exemplos de
“como fazer errado”).
Então, aqui vão algumas dicas:
• Mantenha um controle rigoroso de quanto você gasta, pois você só pode economizar
quando você sabe para onde o seu dinheiro está indo. E por experiência própria sei que
na primeira vez que fazemos um controle, percebemos que só “lembramos de anotar”
de 50% a 80% de nossos gastos, isto é, aqueles maiores, pois nossa mente acha que
somente eles merecem atenção. E para onde foram os outros gastos? Para coisas que
não percebemos, como uma passagem de ônibus a mais em que gastamos, uma multa
sobre uma conta de água ou energia por termos atrasado, etc. Mas quanto mais
controlamos nossos gastos, mais conseguimos lembrar deles e mais conseguimos
encontrar soluções para reduzi-los;
• Procure soluções que possam cortar gastos supérfluos e reduzir outros gastos sem
afetar os gastos essenciais, isto é, aqueles que não podemos deixar de arcar
(alimentação, transporte, plano de saúde, etc.). Aqui, vou dar um exemplo bastante
recente: casei-me ano passado, em fins de março. Meu filho nasceu em fins de agosto.
Até então os gastos estavam mais reduzidos. Nos últimos dois meses do ano passado,
entretanto, os gastos foram bem mais elevados. Minha esposa e eu começamos a
pensar o que teria acontecido. Sugeri que mais uma vez fizéssemos o controle por
escrito de tudo com que gastamos (iremos retomar isto agora em janeiro).
Mentalmente, então, tentamos lembrar tudo aquilo com que gastamos e percebemos
que boa parte tratou-se de gastos com coisas de nosso bebê que não estávamos tendo
até então, acumulados também com os gastos que surgem com as comemorações de
fim de ano (bem como sair para comer fora para comemorar isto ou aquilo, às vezes
incluindo também minha mãe e irmã nesses almoços). Resultado: gastos supérfluos +
gastos necessários + gastos extras que surgiram por uma má administração de onde e
quando gastar com coisas essenciais, levaram-nos a gastar bem mais do que o previsto.
Começamos então a pensar: o que fazer para reduzir tais gastos? Uma das coisas que
percebemos é que obviamente deveríamos escolher outro lugar mais barato (compras
em atacado) para adquirir produtos para alimentação, material de limpeza, etc. e
comprar em maior quantidade, evitando assim o “só um ou dois reais a mais” que
gastamos sem perceber quando compramos semanalmente. Claro, esta é somente uma
das nossas medidas para economizar, muitas outras estão sendo tomadas;
• Sobrou dinheiro? Ótimo! Invista-o ou coloque em uma caderneta de poupança! Como
você deve estar começando, minhas sugestões são a poupança e os fundos de
investimento. Há fundos de investimento de renda fixa e aqueles de renda variável.
Aqui, agora, vou citar mais um exemplo: dia 26 de dezembro de 2008 estive em minha
agência bancária para resolver alguns trâmites e aproveitei para checar a respeito de
fundos de investimento. Minha meta é bem clara: fazer meu dinheiro render o máximo
possível dentro do prazo máximo de um ano (nós demos entrada em um apartamento,
cuja chave será entregue provavelmente em fevereiro de 2010, então, queremos quitar
o máximo desse valor). Os fundos de investimento de renda variável variam segundo
os papéis das empresas em que são investidos e, com a crise que muitas empresas
estão passando, há fundos de investimento com rendimento de -50%, isto é, quem
investiu neles perdeu metade do valor! Claro, em longo prazo eles muito
provavelmente voltarão a se valorizar, então quem quiser investir pensando em longo
prazo, este é um excelente momento, pois os papéis estão custando mais barato.
Entretanto eu tenho uma meta clara (o que faz muita diferença na hora de escolher o
tipo de investimento) de manter esse investimento por somente um ano, então
obviamente fundos de renda variável representam um risco muito alto e desnecessário
para mim neste momento. Se optasse por escolher, preferiria, então, os fundos de
investimento de renda fixa, que apesar de terem pouco rendimento, podem conseguir
um rendimento um pouco maior que a poupança com baixo nível de risco. Claro,
sobre os fundos de investimento incide o imposto de renda, então isso deve ser levado
em consideração. Minha sugestão? Se está começando agora, mantenha por enquanto
na poupança;
• Mantenha na poupança por um período mínimo de três meses antes de efetuar o
primeiro saque e busque criar o hábito de depositar na poupança o máximo que puder
daquilo que você economizou;
• Busque traçar planejamentos para curto, médio e longo prazo – isso o ajudará a evitar
possíveis surpresas ou parecer perdido quando alcançar uma meta de curto prazo e
perceber que não havia planejado “o próximo passo”.
Espero que me perdoem o fato de ter colocado algumas dicas um pouco longas, mas acredito
que ficou mais fácil de compreender cada coisa, não?
Exercícios
Como um bom mini-curso que se preze, aqui vai a primeira atividade que você pode
desenvolver. Crie uma planilha (em papel ou no computador) para controlar todos os gastos que
você tem mensalmente, bem como o quanto você consegue economizar, etc.
Além disso, analise seus gastos e ganhos e se pergunte: o que posso fazer para reduzir tais
gastos? E o que posso fazer para aumentar meus ganhos?
Não comece a depositar em poupança ou em fundo de investimento agora: primeiro, observe
o quanto consegue economizar mensalmente (claro, não o gaste, deixe-o em sua conta bancária por
enquanto) a fim de saber quanto poderá dedicar a isso em breve.
A fim de facilitar esta sua tarefa, indico-lhe um artigo chamado Planejamento Financeiro
2009, onde você pode encontrar uma planilha para o Microsoft Excel onde você pode fazer o seu
controle financeiro. Aliás, o artigo inteiro fala sobre como utilizar aquela planilha, então lê-lo
também é uma boa ideia!
Depois disso, reflita um pouco sobre como está controlando seus gastos, bem como se você
encontrou algum problema ou dificuldade no uso de nossa planilha (quanto maior o projeto, maior a
suscetibilidade a erros, e aquela planilha deu bastante dor de cabeça para mim na hora de criá-la).
2. Renda fixa ou variável? Pré ou pós? Conhecendo m elhor o
mercado
Aqui estamos nós em nosso segundo passo para nos tornarmos grandes investidores (ou,
melhor dizendo, para termos toda a base necessária para começar, pois a experiência prática é que
nos tornará grandes investidores). Hoje devemos estudar um pouco mais os tipos de renda
disponíveis no mercado. Afinal de contas, na hora de escolher o tipo de investimento, teremos que
escolher: renda fixa ou variável? Pré ou pós? Vamos lá?
Mas… O que é renda?
Renda ou rendimento é, para fins práticos, toda quantidade em dinheiro que você consegue
obter por meio de alguma atividade ou aplicação. É por isso que o seu salário constitui renda, o que
você ganha com fundos de investimento também constitui renda, etc. No Brasil, os rendimentos da
poupança não são tributados pelo imposto de renda de pessoa física, mas ela não deixa de
representar um rendimento, correto?
Se você quer ganhar dinheiro você está me dizendo que você quer aumentar a sua renda bem
como seu patrimônio líquido (e, claro, reduzir os gastos ajuda e bastante para alcançar sua meta). T.
Harv Eker em Os Segredos da Mente Milionária aponta que há dois tipos de rendimento: ativo e
passivo.
Rendimento ativo é aquele que você consegue por meio de seu trabalho, isto é, proveniente de
seu suor.
Rendimento passivo é aquele que você consegue a partir de boas aplicações que você faz do
seu dinheiro, a partir de investimentos. É o rendimento em cima daquilo que já é seu rendimento.
E se você quer tornar-se rico, se você quer realmente ganhar dinheiro, se você quer conquistar
a sua independência financeira, não pode depender somente da renda ativa, pelo contrário, sua
renda passiva deve crescer o suficiente para ultrapassar a sua renda ativa e, assim sendo, você
poderá manter-se a partir de, somente, a sua renda passiva, o rendimento sobre seu rendimento.
Concorda?
Bem, agora que você já sabe da importância do rendimento passivo, vamos falar quais os
tipos de renda que podem lhe gerar tal rendimento.
De forma geral, podemos dividi-los em renda fixa e renda variável.
Renda Fixa
Renda Fixa trata-se de toda renda que você já sabe quanto ganhará (valor absoluto e/ou
relativo/percentual) por ela.
Por exemplo, se um amigo seu lhe pede R$ 1.000,00 e lhe promete devolver em um ano o
valor mais R$ 500,00. Você sabe que, ao final de doze meses (outro fator importante é a
periodicidade ou prazo de duração – todo investimento de renda fixa possui duração ou
periodicidade para que o rendimento seja contabilizado), você receberá o capital inicial mais o valor
de R$ 500,00 reais, isto é, um juro de 50% ao ano. Nada mal, não?
Um exemplo de renda fixa em que não se sabe o valor a ser recebido no final, mas se tem
dados para deduzir quanto poderá ser é quando a renda é atrelada a índices que variam com a
inflação, como o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M). Neste caso, seu amigo poderia
prometer-lhe pagar seu capital corrigido pela inflação mais R$ 350,00.
Bem, no primeiro caso, você já sabe EXATAMENTE quando você vai receber após um ano,
isto é, R$ 500,00. É o que chamamos de renda pré-fixada, pois o valor absoluto do rendimento já
fora fixado desde o início e já se tem conhecimento do mesmo.
Já o segundo exemplo trata-se de uma renda pós-fixada, isto é, o valor do rendimento fora
fixado por meio de índices do mercado, mas só saberemos o valor absoluto do rendimento no dia do
vencimento, quando se saberá o quanto variaram as taxas e poderá ser calculado o rendimento.
Qual a diferença entre ambos? Qual é mais vantajoso? Depende, veja só:
No primeiro caso, nós sabemos que seu rendimento será sempre de R$ 500,00. Já no segundo
caso, dependerá de qual foi a inflação no período de um ano. Vamos supor que a inflação naquele
período fora de 10%. Neste caso, seu capital será corrigido em mais R$ 100,00 e acrescido ao valor
de R$ 350,00, isto é, você terá um rendimento total de R$ 450,00. Com certeza, você teria ganhado
mais com a primeira opção, a renda pré-fixada, não?
Vamos agora imaginar que a inflação no período de um ano fora de 20%. Agora, a correção
do valor será de R$ 200,00 que, somados aos prometidos R$ 350,00, dar-lhe-ão um rendimento de
R$ 550,00. Agora, a renda pós-fixada parece uma melhor opção, não?
Como se pode perceber a fim de escolher entre pré e pós-fixado, você deverá levar em
consideração os índices de mercado. Se você espera um alto crescimento da inflação, por exemplo,
a opção pós-fixada é a melhor. Mas se você acredita que os índices serão baixos, que terão uma
queda, a opção pré-fixada é a melhor.
Quais os riscos nas opções pré-fixada e pós-fixada?
Bem, na opção pré-fixada há o risco de mercado, isto é, dos índices que regem o mercado
subirem muito, o que leva a certa desvalorização daquilo que você ganhou, já que não é corrigido
pelos índices. A opção pós-fixada também possui o risco de mercado, aqui, caso os índices que
regem o mercado caiam muito, você terá uma desvalorização do que irá ganhar, já que é corrigido
por tais índices.
Outro risco que há em ambos é o risco de crédito, isto é, de você não receber nem o principal
(no exemplo, os R$ 1.000,00 emprestados) nem o juro ou rendimento. Claro, o risco de crédito
varia de acordo com o tipo de aplicação do seu dinheiro. Enquanto que empréstimos a pessoas
físicas representam um altíssimo risco (afinal de contas, quem lhe garante que seu amigo irá pagar-
lhe?), empréstimos a bancos (na forma de certificado de depósito bancário – CDB -, por exemplo)
já representam um risco bem menor.
Claro, quanto menor o risco, menor é o rendimento, como já conversamos anteriormente. Seu
amigo estava oferecendo-lhe 50% de juros a.a. (ao ano) na opção pré-fixada, o banco pode oferecer-
lhe, pelo mesmo período e importância, em uma opção pré-fixada, juros de 10% a.a. A diferença é
muito grande, obviamente, mas como foi dito, trata-se da redução de risco – você sabe que as
chances do banco não lhe pagar são muito reduzidas.
Há várias opções de renda fixa, como cadernetas de poupança, certificado de depósito
bancário, títulos públicos, letras de câmbio, letras hipotecárias, debêntures e fundos de renda fixa.
Nós falaremos sobre algumas delas mais à frente, mas caso queira adiantar-se um pouco, pode ler
sobre isso na Wikipédia, artigo sobre renda fixa.
Renda Variável
Agora, vamos falar da renda variável. Enquanto que na renda fixa você sabe, de alguma
forma, quanto você conseguirá ao final, na renda variável você não saberá o quanto você tem a
receber.
Quando exemplificamos a renda fixa, o modelo do “empréstimo” foi excelente para descrevê-
lo, pois quando você empresta algo você quer saber quanto irá ganhar.
Na renda variável você geralmente adquire PARTICIPAÇÃO em algum empreendimento.
Veja bem, você não está somente emprestando dinheiro à empresa, de certa forma, você está
comprando uma parte dela. Sim, é assim que cotas e ações funcionam. E sim, elas são do tipo renda
variável.
Vamos supor que você compra 100 ações a R$ 10,00 cada de uma empresa A, totalizando,
assim, um investimento de R$ 1000,00. Vamos supor que esta empresa A emitiu um total de 1000
ações. Então, você é detentor de 10% dela. Parabéns!
Bem, continuando nosso estudo, você deve estar se perguntando: e como eu irei ganhar com
renda variável? Quanto eu ganho por ter comprado ações correspondentes a 10% da empresa A?
Você pode lucrar por meio de participação nos lucros bem como pela valorização de suas
empresas.
A participação nos lucros se dá pela distribuição de dividendos. Vamos supor que a empresa
A está tendo um excelente período e está lucrando muito. A empresa pode querer retribuir a
participação dos acionistas repassando parte dos lucros para eles na forma de dividendos. Os
acionistas, grupo em que você está incluído, irão ganhar então algum rendimento por meio desses
dividendos.
Claro, a empresa pode também não distribuir dividendos, usando tal capital na aquisição de
equipamentos, infra-estrutura, pagamento de dívidas, etc. Isto é, em operações que com certeza
farão com que a mesma se valorize. Você pode até estar aborrecido por não ter recebido dividendos,
mas anime-se! A empresa está garantindo a sua valorização, e se suas ações são valorizadas, você
também estará ganhando dinheiro!
Vamos supor que após dois anos houve uma boa valorização das ações daquela empresa.
Vamos supor que, agora, elas valem R$ 20,00. Ora, você as comprou por R$ 10,00, então elas
valorizaram 100%! Nada mal, nada mal mesmo! Quanto mais elas valorizarem, melhor para você,
pois poderá vendê-las quando for de seu interesse e receberá baseado no novo valor.
Entretanto, cuidado: da mesma forma que elas podem valorizar-se, também podem ser
desvalorizadas: se o valor de cada ação cair para R$ 5,00, você terá perdido metade do seu
investimento. Claro, elas podem valorizar-se novamente, mas também podem desvalorizar-se ainda
mais!
E é esta montanha russa, esse vai-e-vem dos preços, que faz com que alguns ganhem muitos,
outros ganhem nada e ainda outros possam perder muito!
Sim, quanto maiores os riscos, maiores as possibilidades de lucros ou prejuízos, então é bom
ficar bastante atento quando se escolhe alguma opção de renda variável. Se você comprar
cotas/ações de alguma empresa diretamente ou investir em um fundo de investimento de renda
variável, é bom ficar bastante atento à situação atual da economia em que aquela empresa está
inserida, bem como à situação atual daquela empresa.
Outro dia eu fui ao banco e aproveitei para ver alguns tipos de fundos de investimento. Meu
gerente prontamente apresentou-me as opções de renda fixa e de renda variável. Devido à atual
fragilidade da economia, quem quiser fazer investimentos em renda variável esperando conseguir
rendimento em curto prazo estará arriscando-se desnecessariamente (a não ser que seja um grande
expert em mercados e contar com bastante sorte).
Meu objetivo, no caso, era investir e resgatar tudo em um prazo de um ano (tratava-se de
investimentos para a aquisição de minha moradia). Com a grande recessão que praticamente o
mundo todo está passando, muitos fundos de investimento de empresas grandes, e geralmente boas
escolhas em renda variável, obtiveram rendimento de -50%, isto é, quem investiu nelas perdeu
metade do valor. Com certeza a longo prazo elas devem recuperar-se, mas a curto prazo, não se
pode deduzir muita coisa. Minha opção, então, seriam os fundos de investimento de renda fixa que,
apesar de renderem cerca de 9% a.a. somente, não sofreriam com as grandes oscilações do mercado.
Estude bastante as opções e escolha a que melhor se adéqua ao seu perfil
Após tanta discussão, espero que você tenha compreendido um pouco mais sobre as opções
que você terá na hora de investir. Agora, vou me despedir e aguardar vocês em nosso próximo
passo neste mini-curso, mas não sem antes deixar-lhes mais um exercício…
Exercício
Agora que você já sabe o que é renda fixa e o que é renda variável, está na hora de você
pesquisar um pouco mais sobre os diversos tipos de renda, classificá-los e identificar as vantagens,
desvantagens e riscos que há em cada uma delas:
• Caderneta de poupança;
• Fundos de investimento de renda fixa e de renda variável;
• Aplicação em ações/cotas.
Após isso, vamos agora tentar simular quanto podemos conseguir em cada uma dessas
opções. Contabilize o quanto você poderá ter para investir em três meses (R$ 1.000,00? R$
5.000,00? R$ 10.000,00?) e faça uma simulação (pode ser em uma planilha do excel) de quanto
você poderá ganhar (leve em consideração o pior caso e o melhor caso) e responda: qual opção lhe
parece melhor? Qual lhe oferece menos riscos? Qual você optaria, agora que conhece os riscos?
3. Conhecendo o seu perfil de investidor
Esta é a terceira parte de nosso mini-curso Manual do Investidor, um mini-curso focado em
conduzi-lo em seus primeiros passos para aprender sobre investimentos, bem como ajudá-lo em
suas primeiras iniciativas. Neste terceiro passo, vamos estudar os principais perfis de investidores a
fim de saber qual aquele que melhor se adéqua às nossas expectativas.
Se você levar em consideração o que temos comentado até agora, já deve ter percebido que há
diversos tipos de ativos em que podemos investir nosso dinheiro e que o grau de rentabilidade, bem
como o risco, pode variar muito de um para outro.
A fim de facilitar compreender e escolher os tipos de investimentos certos para as
necessidades de cada pessoa, convencionou-se a definição de “tipos” de investidor, ou perfis de
investidor, como normalmente conhecemos.
O que é afinal o perfil de um investidor?
O perfil de um investidor designa quais as melhores opções de mercado que aquele investidor
pode utilizar-se a fim de melhor balancear probabilidade de rentabilidade e probabilidade de risco.
Desta forma, o perfil de um investidor determina quais os riscos (e consequentemente, quais os
tipos de investimentos) que eles estará disposto a assumir a fim de conseguir aumentar o seu
potencial de ganhar (ou perder) em suas operações.
Alguém poderia perguntar: eu posso ser um bom investidor mesmo sem conhecer o meu
perfil? Bem, inicialmente você até pode começar desta forma, “atirando no escuro”, uma vez que
você não sabe quais riscos são toleráveis para você ou não. Entretanto, assim que os prejuízos
financeiros começarem a aparecer, é possível que você tenha assumido um risco muito mais alto do
que deveria e, desta forma, poderá estar arriscando uma importância muito maior do que suas
necessidades permitem.
Da mesma forma, se você investir em papéis muito mais conservadores do que aqueles
adequados para o seu perfil, você terá aquela sensação de que “poderia estar ganhando mais”.
De qualquer forma, em ambos os casos, após algumas tentativas, erros e acertos, o investidor
irá naturalmente adequando-se ao perfil que melhor lhe convém.
Bem, você estaria disposto em investir o seu dinheiro em algo que pode não lhe ser tão
rentável quanto esperava ou, pior, em algo que poderá devorar todo o seu investimento, fazendo-lhe
perder o seu dinheiro?
Para determinar o seu perfil, é necessário sabermos qual a sua tolerância a riscos. Mas, afinal
de contas…
O que é tolerância a risco?
Tolerância a risco é o nível de probabilidade de perdas de capital que o investidor está
disposto a enfrentar a fim de alcançar a melhor rentabilidade possível sem prejudicar seu campo
financeiro.
A tolerância a risco trata-se, então, de quanto capital um investidor (ou empreendedor, pois
esse termo também existe na área de empreendedorismo, mas isso estudaremos em outro momento)
está disposto a arriscar em um novo negócio ou tipo de investimento comparado ao montante
máximo que ele assume poder tomar como prejuízo em tal empreendimento sem que isso o afete.
Quando o risco é maior que a tolerância do investidor, ele pode sentir-se instigado a “fugir”
daquele investimento, mudando de empreendimento ou mesmo liquidando o que ainda possui e
saindo do mercado (o que acontece com muita gente que entra mercado de investimentos
desprevenido).
Vamos tornar isso ainda mais claro. Se eu lhe perguntar o quanto você é capaz de investir,
provavelmente eu terei como resposta “todas as minhas economias”, pois você sabe que se o
investimento tiver uma alta lucratividade você terá conseguido um bom negócio e lucrará com isso
de acordo com o quanto você investiu, nesse caso, mais é melhor.
Mas… se eu lhe perguntar o quanto você é capaz de assumir como prejuízo sem abalar-se ou
desistir da área de investimentos, é bem capaz que você não diga “todas as minhas economias”, pois
isso significa um risco muito alto (cerca de 100%), muito acima da tolerância, isto é, da capacidade
de assumir riscos que muitas pessoas possuem.
Desta forma, quanto maior for a tolerância a riscos, maiores serão os riscos, tanto para
conseguir um alto rendimento, quanto para ter um alto prejuízo, o que pode levar pessoas a ficarem
ricas muito rapidamente se tudo correr bem. Ou o contrário, se tudo sair errado!
Em contrapartida, quanto menor é a sua tolerância a riscos, mais seguro será o seu
investimento, isto é, menores serão os riscos envolvidos no mesmo. Entretanto, riscos menores
significam também potencial de rendimento menor. Àqueles que querem conquistar altos prêmios
rapidamente: sem risco, sem prêmio.
Obviamente, podemos classificar os tipos de investidor não somente a partir de sua tolerância
a risco, mas esta é geralmente a forma mais adotada, pois ela define muito bem o quanto você
PODE ganhar x o quanto você ADMITE perder.
Os três principais tipos de investidor
Perfil conservador
Um investidor conservador possui, por alguma razão, uma grande aversão a riscos, assumindo
assim os menores riscos possíveis. Um investidor conservador quer ganhar dinheiro, mas o seu foco
na verdade é não perder dinheiro. Obviamente, um investidor conservador possui seus motivos para
não querer arriscar o seu capital – pode ser um pai (ou mãe) da família e não quer arriscar as suas
reservas financeiras. Pode ser um estudante que está tentando ganhar algum dinheiro mais, não
possui muito tempo ou experiência e não quer arriscar muito seu suado dinheiro. Pode ser uma
pessoa que está interessada em investir seu capital de forma segura e pretende adquirir algum bem
ou serviço ou investi-lo em outro empreendimento em um prazo muito curto, o que pode inibir a
possibilidade de querer arriscá-lo. Enfim, você quer ganhar dinheiro, mas sem correr riscos (ou
melhor dizendo, com uma tolerância a riscos a menor possível). Lembre-se que se você não assume
riscos, não pode conseguir grandes prêmios, mas obviamente você é quem melhor pode dizer se
pode ou não suportar tais riscos, já que o dinheiro é seu e você sabe o que quer fazer com ele.
Geralmente, o investidor conservador prefere aplicar na caderneta de poupança, investir em papéis e
fundos de investimento de renda fixa, certificados de depósito bancário e outras formas que
garantem menor risco.
Perfil Moderado
O segundo perfil, dos investidores moderados, reserva-se àqueles capazes de assumir algum
risco em busca de alcançar resultados melhores. Um investidor moderado não está disposto a
assumir altos riscos, mas compreende que precisa correr algum risco se quiser que seu capital
aumente mais rápido. Podemos resumir dizendo que eles querem ganhar dinheiro e estão dispostos
a correr algum risco. É fácil perceber que esta é uma categoria formada por uma mescla de algumas
características da anterior (investidor conservador) com a posterior (investidor agressivo). As
pessoas com tal perfil investem tanto em papéis e fundos de investimento de renda fixa como em
ações e outras aplicações mais arriscadas.
Perfil Agressivo
O investidor agressivo é capaz de arriscar-se bem mais, isto é, possui uma tolerância a riscos
muito mais alta, em busca de conseguir ganhar mais dinheiro em menos tempo. Os investidores
agressivos são os verdadeiros “jogadores”, assumindo muitas vezes riscos que poderiam deixar
investidores conservadores ou moderados loucos, tudo em busca de conquistar uma taxa de
rentabilidade bem maior. Ao contrário do que se pode pensar, investidores agressivos também
investem em papéis de renda fixa, entretanto suas principais opções são aquelas que lhe permitem
uma rentabilidade bem maior, como aquisição de ações, investimentos no exterior ou em imóveis e
compra e venda de moeda estrangeira.
Podemos dizer que os três papéis são muito importantes para o bom funcionamento do
mercado financeiro: já imaginou quão instável seria o mercado se tivéssemos somente investidores
agressivos? Da mesma forma, o que dizer sobre a lentidão para variações e, consequentemente
rentabilidade e surgimento de investimentos para as empresas se todos fossem investidores
conservadores?
Agora é a sua vez: pondo em prática
Nós já conhecemos os três principais perfis de um investidor, mas só isso não nos basta:
precisamos agora identificar qual é o nosso perfil.
Releia com atenção sobre cada um dos perfis (aliás, releia o capítulo desde o início, pois o
conceito de tolerância a riscos também é muito importante!), reflita e diga: qual o seu perfil de
investidor?
Dica: Se você ainda se encontra indeciso, confuso, está começando e é bastante inexperiente,
possui pouco capital para investir, pouco tempo ou recursos para dedicar-se realmente ao estudo dos
tipos de investimentos ou não pode arriscar-se muito (pode ser um pai de família e com certeza não
quer destruir todas as economias de sua família), então o seu perfil é o conservador.
Na verdade, costumo dizer que “na dúvida, comece pelo menos arriscado”, pois é aceitamos
bem melhor a idéia de ganharmos menos do que perdermos muito, não concorda?
Com o tempo, você começará a querer buscar novas formas de investimento estará mais
cientes sobre qual a sua tolerância a risco, quando então poderá escolher novos tipos de
investimentos para a sua carteira e, assim sendo, adotar um perfil mais ousado (moderado ou
agressivo) ou permanecer no mesmo, se sentir que ainda não pode avançar.
Exercício
Agora que você já conhece um pouco sobre os três principais perfis de investidores, hora de
nosso exercício. Você já deve ter pesquisado, na última atividade, alguns tipos de investimento.
Agora, aconselhamos que você pesquise e leia sobre outras mais (veremos vários tipos mais à
frente, mas quanto antes começar a ler sobre, mais sólida será sua base de conhecimentos) e liste
todas elas em uma folha de papel (ou no computador, tanto faz).
Agora, crie três grupos: Conservador, moderador e agressivo. Escreva cada tipo de
investimento em um ou mais desses grupos, segundo as preferências dos mesmos. Depois, tente
estipular qual o percentual ideal a ser investido do capital em cada um desses investimentos a fim
de se conseguir a rentabilidade e risco esperados por cada grupo.
Se tiver dúvidas sobre isso, pesquise na Internet ou em revistas (Você S/A e Exame publicam
às vezes matérias focadas no pequeno e médio investidor) e veja qual o percentual ideal para cada
um deles (na verdade, não há números fixos para cada qual, mas podemos estipular faixas para eles
segundo condições de mercado, rendimento de poupança e papéis de renda fixa e variável, etc.)
Por fim, tente “montar sua carteira de investimentos” segundo o grupo em que acredita
melhor encaixar-se, determinar quais os investimentos em que gostaria de investir e quanto deveria
investir em cada um a fim de alcançar um rendimento mínimo esperado por você. Sim, você está
treinando para ser um bom investidor.
4. Planejamento financeiro: por que você está inves tindo?
E aqui está a quarta parte de nosso mini-curso Manual do Investidor, onde discutimos vários
assuntos importantes para quem está iniciando no mundo dos investimentos. E desta vez queremos
colocar em foco a importância do planejamento financeiro para quem quer investir.
Há muitas fontes falando sobre Planejamento Financeiro e sobre Investimentos, mas acredito
que poucas são aquelas que fazem uma boa ligação entre os dois temas a fim de demonstrar como o
primeiro pode ajudar quem está interessado no segundo.
Como este curso é focado em quem está iniciando neste meio, faz-se muita importância
apontar como o bom planejamento pode ajudá-lo a precaver-se de problemas causados por ações
impensadas.
Bem, vamos então começar…
O que é planejamento financeiro?
Planejar é a arte de projetar e documentar antecipadamente todos os passos, recursos e tempo
necessários para alcançar algum objetivo. Isso todo mundo deve saber, ou ao menos intuir.
Sendo assim, quando falamos de planejamento financeiro, estamos nos referindo à elaboração
de um projeto para a boa gestão de diversos fatores que influenciam o seu perfil financeiro, como a
sua renda, seus investimentos, despesas, patrimônio e dívidas. Essa boa gestão visa alcançar metas
ligadas ao campo financeiro, como a realização de sonhos como a aquisição da casa própria,
realização de viagens, empregar capital em uma melhor educação para si próprio e sua família, etc.
O planejamento financeiro torna-se importante como uma ferramenta não somente para
controlar gastos, mas para mensurar seu progresso em direção às metas declaradas, bem como
ferramenta para a tomada de decisão quando há mudanças no cenário financeiro (nascimento de um
filho, adoecimento de um parente, demissão inesperada, etc) a fim de que se possa pensar bem qual
a atual situação, quais as opções e consequências para cada uma delas.
Pode-se aplicar o planejamento financeiro tanto a nível pessoal (como indivíduo), doméstico
ou familiar (envolvendo toda a família) ou empresarial (envolvendo todos os membros de uma
organização). Para cada tipo de planejamento financeiro, deve-se traçar sempre quais as metas a
serem alcançadas, meios a serem utilizados e obstáculos a serem vencidos.
Agora você já deve ter compreendido o porquê da pergunta “Por que estou investindo?” no
título deste capítulo – se nós precisamos saber quais as metas para o nosso planejamento, então
precisamos saber por que queremos/precisamos desse dinheiro.
Descubra o que você quer conseguir com seus investimentos – alcançar a independência
financeira, adquirir sua residência própria, comprar um carro novo, complementar a sua
aposentadoria – e você poderá pensar melhor no que deverá fazer para alcançar tal objetivo.
Planejamento financeiro é mais que “controle de ent radas e saídas”
Um erro que muitas pessoas fazem é considerar que o planejamento financeiro trata-se de
elaborar um “controle de entradas e saídas”. Acreditam nisso porque é bem mais simples somente
“anotar” o quanto ganhou e o quanto gastou do que tecer um plano que leve em consideração não
somente esses valores, mas também a situação vivida pela pessoa e quais são suas metas.
Se você planeja adquirir um carro no valor de R$ 30.000,00 em três anos mas não possui tal
dinheiro, deve planejar-se visando isso. Há de convir que o planejamento que uma pessoa tece a fim
de adquirir um carro em três anos sem precisar de investimento é diferente daquele de uma pessoa
que visa dar metade do valor como entrada e pagar prestações por dois anos, não concorda?
Sendo assim, algumas das coisas que o seu planejamento financeiro deve levar em
consideração são:
• Sua situação financeira atual – está empregado? Possui alguma fonte de renda? Possui
investimentos? Quais os seus tipos de investimento? Quais os riscos envolvidos?
• Patrimônio adquirido e dívidas contraídas – isso lhe dará uma noção do que você já
possui a fim de saber quais os obstáculos (dívidas) a enfrentar e meios (patrimônios
que podem render-lhe algum dinheiro) que podem ser empregados;
• Metas e prazos para alcançar as mesmas – como já dissemos, você precisa saber quais
as metas para ter alguma direção e os prazos poderão dizer-lhe quão bem você está
indo em busca de realizar suas metas;
• O orçamento – ou “controle de entradas e saídas”, como muitas vezes é conhecido, por
levar em consideração o quanto se ganha e o quanto se gasta, não importa se estamos
falando de uma pessoa, residência (onde mais se empresa o termo orçamento
doméstico) ou empresa (aqui, também é conhecido como “plano de fluxo de caixa”).
Um bom orçamento ou plano de fluxo de caixa ajuda não somente a determinar quanto
se está economizando ou ganhando, mas também ajuda a prever possíveis problemas
que se pode ter devido à contração de novas dívidas que estejam além do que se ganha
dentro de um determinado período de tempo.
Por que planejar é importante para o investidor?
Se você cria um bom planejamento que leve em consideração também os investimentos e
rendas obtidos por eles, você pode avaliar melhor como investir a fim de manter ou melhorar sua
atual situação financeira, levando em consideração não somente “achismos” e suposições, mas
dados reais, a partir de uma análise da valores obtidos em um dado período.
Se você quer investir, acredito que você, assim como eu, quer ganhar dinheiro com isso,
arriscando-se somente o necessário e sem prejudicar seus demais ojetivos e metas (um mal
investimento, quando não previsto em planejamento, pode levar a alguns problemas e dores de
cabeça, até que se consiga uma solução para estabilizar novamente a situação).
Sendo assim, tentar simplesmente “investir tudo o que tem” sem imaginar qual o impacto
positivo ou negativo que isso pode ter pode não ser uma excelente escolha, mas se você planejou e
preparou-se para tal atitude, talvez tenha tentado prever tais panoramas bem como as ações a serem
tomadas em cada uma delas. Um planejamento financeiro deve auxiliá-lo na tarefa de administrar
rendas, gastos e investimentos, como já comentamos anteriormente, então planejar deve levar você
a uma melhor gestão de seus investimentos!
Ferramentas para o planejamento financeiro
Se você procurar na Internet, encontrará diversas planilhas e ferramentas muito úteis para o
controle de orçamento, mas como já mencionamos, somente o controle de orçamento não é todo o
planejamento financeiro.
Como não encontrei alguma ferramenta gratuita boa o suficiente para todo o planejamento
financeiro, optei por desenvolver uma planilha que pode ser empregada por qualquer pessoa (espero
que ela seja de fácil compreensão para todos) que leva em consideração um pouco mais do que
somente o orçamento da pessoa.
Ela lhe permite informar o quanto está investindo ou poupando sob quais juros e ter uma
noção melhor de quanto poderá conseguir. Além disso, por meio de alguns cálculos (bastante
simples por enquanto, mas espero melhorar os mesmos em futuras versões) automatizados pela
planilha é possível saber se está conseguindo reduzir custos de forma eficiente, comparar com
meses anteriores, etc.
Se você está interessado em adquiri-la, não se preocupe, ela é gratuita. Basta que você acesse
o Giga Mundo (meu outro blog) ou, mais especificamente, que acesse o artigo Planejamento
Financeiro 2009, onde há um link para baixar a planilha. Ah, e leia aquele artigo, pois ele foi criado
justamente para explicar toda aquela planilha, um “mini-manual” para que você possa utilizá-la ao
máximo, sem dúvidas quanto ao que significa cada coisa.
Não vou ter a ousadia de dizer que é a melhor planilha para planejamento financeiro, pois há
várias delas pela Internet e com certeza não conheço todas, mas daquelas que vi, acho que ainda
prefiro a minha.
Principais equívocos sobre o planejamento financeir o
Planejamento financeiro só é útil em períodos de cr ise
Mentira! Este é um dos maiores erros que se pode cometer. Como planejar e atuar de forma
adequada se seus recursos já estiverem bastante limitados? Planejamento financeiro é um meio para
quem está com problemas financeiros para definir o melhor meio para livrar-se deles, mas pessoas
que não se encontram com problemas podem se utilizar do mesmo a fim de conseguir uma melhor
estabilidade, melhorar a rentabilidade conquistada, mensurar seu progresso financeiro, etc.
É possível planejar sem traçar metas
Mais uma mentira. Se você não possui metas, como saber qual o seu progresso ou se o
planejamento está sendo eficaz? Um planejamento sem metas é somente um “acompanhamento de
um orçamento”, mas não diz nada, além disso.
Planejamento financeiro é algo que se faz uma única vez e pronto
Não é tão simples assim. Com o passar do tempo, sua situação muda, de acordo ou não com o
que você esperava, suas metas mudam, números variam, bem como ferramentas que podem ser
empregadas. Sendo assim, você deve revisar ou mesmo reelaborar completamente seu planejamento
financeiro periodicamente a fim de mantê-lo sempre conciso e coerente;
Planejamento financeiro é somente para quem tem mui to dinheiro
Errado! Alguma vez mencionamos aqui que o planejamento financeiro só é adequado para
pessoas com patrimônio líquido acima de R$ 200.000,00 ou com renda líquida mensal de R$
4.000,00 ? O planejamento financeiro lidará com números, mas quem define quais são os valores é
você, você é quem deve definir as metas e informar quais são seus dados. O planejamento
financeiro é útil para qualquer pessoa e independe de quanto ela ganha;
Traçar metas intangíveis
Se você quer conquistar seu primeiro milhão de reais em um ano e está ganhando somente R$
1.000,00 por mês, sinto muito, mas planejamento financeiro não é loteria nem “santo miraculoso”
para conseguir tal façanha. Trace metas com prazos e recursos tangíveis. Se não for possível
alcançar tal meta, não é porque você criou um plano que você conseguirá alcançá-la: um
planejamento ajuda na gestão, mas não opera milagres!
Exercícios
Tenho certeza de que, após tanta teoria, você já estava louco de vontade de saber o que você
teria como atividade desta vez, não é? Pois bem, vamos lá!
Desta vez o nosso enfoque é sobre o planejamento financeiro e com certeza nada melhor do
que a prática para que compreendamos como funciona tal processo, sendo assim, baixe a planilha e
leia o artigo que indiquei e comece a preenchê-la (aproveitando que ainda estamos no início do ano,
tente informar os valores também para o mês de janeiro, ok?).
Mesmo que você só precise atualizá-la uma vez ao mês, revise-a ao menos semanalmente,
lendo seus valores analisando seus gráficos e, sempre, fazendo-se a pergunta: o que eu posso fazer
para ganhar mais dinheiro? De quais recursos disponho e como conseguir mais recursos?
A revisão semanal é importante para que você crie realmente o hábito de acessar e atualizar
sua planilha bem como para aprender mais sobre como tirar o máximo de proveito da mesma.
Sendo assim, trace uma meta tangível num período não muito longo (por exemplo, ter em
caderneta de poupança o valor de R$ 3.000,00 ou atingir uma redução de 25% em seus gastos
mensais), projete seus dados e tente descobrir quanto tempo você precisa para alcançar sua meta.
Após isso, claro, você deverá acompanhar mês a mês sua evolução, atualizando seu
planejamento financeiro e tentando ver o quão preciso você foi sem sua previsão. Isso o ajudará a
melhor prever prazos e definir recursos quando tentar buscar atingir metas maiores (aquisição de
um imóvel, alcançar a independência financeira ou conseguir o seu primeiro milhão de reais).
5. Envolvendo a família no planejamento financeiro
Dessa vez, vamos abordar algo que, muitas vezes, esquecemos de pensar e planejar durante
nossa estrada rumo ao sucesso e, devido a isso, acabamos pegando uma via muito tortuosa e
perigosa.
Nosso objetivo, como sempre, é conseguir tornarmo-nos excelentes investidores, expondo-nos
a riscos toleráveis e com bons ganhos: ganhar dinheiro, eis o lema de todos no Clube do Dinheiro!
Se você mora sozinho, pode até ser fácil conseguir estudar, planejar e executar tudo sozinho,
mas se este não é o seu caso, se você mora com pais e irmãos ou possui esposa e filhos, perceberá
que tentar fazer tudo sozinho não será fácil ou, no mínimo, gerará muito atrito.
Bem, antes de começarmos sobre este assunto, queria trazer falar aqui sobre duas regras muito
importantes que aprendi, a regra do PSAR e a “lei da inércia financeira”.
O que é PSAR?
PSAR são as iniciais das palavras que formam a expressão: “Pensamento + Sentimento +
Ação = Resultado”.
Tive contato com essa expressão lendo o livro Os Segredos da Mente Milionária, de T. Harv
Eker. Nele, o livro fala que não basta só pensar e sentir (querer), é necessário que a pessoa aja, que
ela execute atividades que permitam alcançar aquilo que ela desejou, caso contrário, não há
resultados.
Em outras palavras, se você quer que algo bom realmente aconteça, você deve primeiro
pensar sobre isso, desejar isso e, então, agir em busca disso. Só pensar e sentir não bastam, pois por
mais que você queira algo, somente o alcançará por meio de seus esforços.
E é a partir do PSAR que nós já podemos começar a formular o que seria, então, a léi da
inércia aplicada ao mundo os investimentos.
Lei da inércia no mundo das finanças
Acredito que todos nós já conhecemos a “Lei da Inércia” na Física, tão famosa, que diz que
um corpo não pode mudar seu estado (em repouso ou em movimento retilíneo uniforme) se não
houver alguma mudança provocada por agente externo ou não.
Essa lei também pode ser aplicada ao mundo dos negócios, onde não há como conseguir
novos resultados se não houver novas ações. Acredito que cabe aqui a excelente frase que aprendi
no livro de Harv Eker: “loucura é querer fazer as mesmas coisas que sempre fazemos e esperar
resultados diferentes”.
Por mais óbvia que esta “lei” pareça, nosso corpo e mente gostam de acostumar-se com o
comodismo, com a não-mudança, então isso dificulta que mudemos, que saiamos da zona de
conforto, para caçar prêmios maiores.
Tomemos como exemplo um trabalhador que ganha somente dois salários-mínimos em seu
emprego e vive a reclamar que não é o suficiente. Obviamente, o melhor a ser feito é lutar por um
emprego melhor, com uma melhor remuneração, ou ascender profissionalmente em sua carreira de
forma a enfrentar novos desafios e ser melhor recompensado por isso. Entretanto, tudo isso levará a
pessoa a precisar estudar mais, fazer planos de carreira e até sacrificar alguns momentos de lazer.
Se ele optar por fazer algum sacrifício hoje, com certeza ele terá uma melhor recompensa
amanhã. Mas se ele deixar levar-se pelo comodismo, pelo medo de deixar a zona de conforto, ele
continuará no mesmo emprego e a única variação que ele perceberá é um pequeno aumento quando
há reajuste salarial, que não possui o objetivo de ampliar seu poder aquisitivo, como já falamos em
Aumento no salário mínimo, melhor plano de carreira ou fazer bons investimentos?.
PSAR, Lei da Inércia e a Família
Bem, agora que você já tomou ciência dessas duas regras, imagine: o que acontecerá se, em
sua família, somente você estiver com o pensamento, sentimento e suas ações “programadas”
(como diria, mais uma vez, “tio Harv Eker”) para buscar o sucesso financeiro, enquanto que todo o
restante da família não se importa com o objetivo ou, pior, sente-se até mesmo incomodado com
isso?
Você até pode conseguir bons resultados, mas com certeza serão menores e mais frágeis do
que aqueles obtidos quando toda a família concorda com o objetivo (pensar), compartilha o
interesse (sentir) e define as ações de cada qual (agir) em busca de alcançá-lo.
Ações a se promover em família
A fim de conseguir um melhor envolvimento de toda a família no planejamento financeiro,
preparamos aqui algumas dicas que você pode seguir para conseguir melhores resultados:
• Promover reuniões familiares para discutir todos os problemas, inclusive os
financeiros - alguns chefes de família, equivocadamente, acreditam que discutir sobre
os problemas com os demais membros pode levá-los à “perda de poder”, “redução de
sua imagem”, naquela família. Bem, este é um pensamento bastante arcaico e que só
leva a mais e mais problemas. Todos na família devem participar e serem ouvidos,
isso ajuda não somente a encontrar soluções para os problemas financeiros, como
ajuda as crianças a compreenderem a importância de resolverem seus problemas como
uma família, unidos, o que mais tarde será muito útil a ela;
• Incentivar todos à educação financeira – aprender como lidar tarefa é uma tarefa para
todos, independente de sexo, cor, papel desempenhado na família ou até mesmo idade
(obviamente, educação e disciplina financeira para um jovem de 12 anos é diferente
para um jogvem de 21 anos de idade). Quando todos compreendem do que se trata,
fica mais fácil alcançar os objetivos, já que não estarão “andando feitos cegos na
escuridão”. O incentivo pode começar de diversas formas, desde brincadeiras e
leituras de artigos sobre finanças a presentear um membro da família com um livro ou
curso sobre o assunto. Ah, não se esqueça que o blog Clube do Dinheiro é bastante
focado neste assunto, então indique também a sua leitura a familiares, parentes e
amigos, ok?
• Combater, em família, possíveis problemas quando ao uso consciente do dinheiro –
como vocês já devem ter compreendido, um dos problemas que mais dificultam uma
pessoa de alcançar certa estabilidade financeira é justamente não saber como usar o
seu dinheiro de forma consciente, equilibrada. O que dizer então do que pode
acontecer se um dos membros da família tornar-se uma “válvula de escape” de todas
as economias feitas pela família? Pode ser algo realmente complicado de lidar, então é
importante que tais problemas sejam administrados e solucionados em família. Hoje, o
vício do consumo compulsivo já é considerado doença, como o alcoolismo, e possui
tratamento. Mas é importante que a pessoa em questão compreenda a sua situação e
procure ajuda, caso contrário, não há tratamento que ajude!
• Sempre buscar incentivar e evitar obrigar – quando você consegue motivar
verdadeiramente um membro da família a compreender o que é educação financeira e
a importância de tecer um planejamento financeiro (o qual poderá ser feito em
família), você conquista um aliado nessa batalha rumo ao sucesso. Mas, quando você
tenta obrigar o outro a assumir seu ponto de vista como verdadeiro, muito
possivelmente você não despertará o mesmo sentimento dele, o que poderá levar a
muitos conflitos. Sendo assim, dialogue quantas vezes for preciso e aponte sempre as
vantagens que há em ser financeiramente independente;
• Buscar o sucesso para todos da família – outra coisa que deve ser deixada bem clara é
que todos estão lutando não pela sua prosperidade, mas de toda a família. Todos
conseguem agir melhor quando sabem que estarão compartilhando as recompensas
que hão de vir.
Bem, acredito que estas cinco dicas sejam suficientes para um bom primeiro passo (ou melhor
dizendo, quinto passo deste curso). Agora, cabe a você e sua família pô-las em prática.
6. Caderneta de Poupança
A caderneta de poupança é o tema de nosso sexto passo no curso Manual do Investidor e, do
jeito que estamos indo, este será realmente um excelente curso! Desta vez, vamos falar somente da
caderneta de poupança, por se tratar da primeira e mais simples forma de economizar e ganhar
algum dinheiro que qualquer um pode empregar hoje.
O que é a Caderneta de Poupança?
A caderneta de poupança é o tipo de investimento de mais baixo risco (tão baixo que, muitas
vezes não é considerada realmente um ato de investir, mas de somente poupar, como um sinônimo
de economizar) que há, e por tal razão, é também o investimento de menor potencial de
rentabilidade.
Devido à simplicidade, baixo risco e quantidade relativamente pequena de capital necessária
para iniciar uma caderneta de poupança, esta acabou se tornando o tipo de investimento mais
popular no Brasil.
A caderneta de poupança é garantida pelo governo (através do Fundo Garantidor de Crédito) e
é regulada pelo Banco Central.
Cálculo da remuneração da Caderneta de Poupança
Se você mantiver uma poupança, perceberá que sua remuneração é mensal, isto é, uma vez
que você tenha feito um depósito no dia 13 deste mês, ela somente renderá algo no exato dia 13 do
mês seguinte (essa data é conhecida como aniversário da conta).
Isso logo atrai duas dúvidas. A primeira é: o que acontece se eu deposito R$ 1000,00 no dia
13 e outros R$ 500,00 no dia 16? Bem, o que acontecerá é que aqueles R$ 1000,00 renderão algum
valor no dia 13 do mês seguinte e os R$ 500,00 renderão somente no dia 16, como se fossem contas
diferentes em uma mesma poupança. Basta conferir o extrato de sua poupança e você perceberá
isso.
A segunda dúvida é: o que acontece com as poupanças que fazem aniversário nos dias 29, 30
ou 31, uma vez que nem todos os meses possuem tal dia? Geralmente, a data de aniversário delas
será o dia 1 do mês seguinte, justamente para fugir desse problema.
Bem, já entendemos o que é o aniversário de uma conta e como funciona, só falta agora
entendermos como é feito o cálculo da remuneração.
A remuneração de uma poupança se dá de acordo com a taxa básica de juros, a Selic, e a TR:
• Se a Selic for igual ou menor que 8,5% – rendimento será 70% da Selic + TR (Taxa
Referencial);
• Se a Selic for maior que 8,5% – rendimento será de acordo com a antiga regra, isto é,
percentual de 0,5% + TR (Taxa Referencial).
Vale lembrar que a TR é calculada a partir de títulos que rendem de acordo com a Selic, isto
é, seu valor também estará atrelado ao valor da Selic, de tal forma que quando a taxa Selic
encontrar-se abaixo de 8,2% o valor da TR será automaticamente “zerado” e, nesses casos, a
caderneta de poupança renderá somente 70% da Selic.
Características de uma Caderneta de Poupança
• É um rendimento de baixo risco e de baixa rentabilidade;
• Apresenta alta liquidez, isto é, você pode resgatar parte ou todo o valor a qualquer
momento;
• A remuneração se dá de acordo com o aniversário de cada valor depositado em
poupança.
Vantagens da Caderneta de Poupança
• Excelente como fundo de reserva, uma vez que garante alguma atualização sobre o
valor poupado;
• Em períodos de baixa inflação, pode ser um investimento seguro e com alguma boa
rentabilidade;
• Se você já tiver uma conta-corrente em algum banco, pode abrir uma poupança com
capital inicial muito baixo;
• Possui alta liquidez, onde você pode resgatar o valor automaticamente a qualquer
hora;
• Não incide imposto de renda (se pessoa física, no caso de pessoa jurídica, o imposto é
de 22,5%), então é menos dor de cabeça na hora de declarar o seu.
Desvantagens da Caderneta de Poupança
• Devido à sua baixa rentabilidade e às taxas de inflação, ela pode não se apresentar
rentável como um investimento;
• Apesar da alta liquidez, como o rendimento só ocorre no aniversário da poupança,
resgatar fora desses dias não é uma boa idéia, pois o capital resgatado teria sido retido,
mas não rendido durante aquele tempo.
Quem deveria optar pela Caderneta de Poupança?
• Estudantes que possuem algum tipo de estágio ou que exercem algum tipo de
atividade remunerada esporadicamente. A poupança é um excelente meio de manter
alguma reserva de capital para utilizar em possíveis eventos, como ida a congressos,
participação em cursos ou aquisição de livros. Se este é o seu caso, busque poupar um
valor mínimo de R$ 50,00 ou 20% do que ganha mensalmente;
• Se você é um trabalhador assalariado, mas não ganha o suficiente para outras opções
de investimento. Se você puder efetuar o depósito mínimo em poupança de R$ 50,00
mensalmente, já estará dando um importante passo para melhorar a sua saúde
financeira!
• Se você ainda não possui nenhum dos três perfis e está caindo de pára-quedas nesta
agora, a poupança também é a melhor opção para você começar (não se preocupe que,
em breve, apresentaremos muitas outras opções).
Últimas considerações sobre a Caderneta de Poupança
• A poupança não é completamente livre de riscos: caso o banco onde você a mantenha
entre em falência, quem irá restituir-lhe o seu valor será o Fundo Garantidor de
Crédito, com um limite de R$ 70.000,00. Em outras palavras, se você tiver mais de R$
70.000,00 em poupança e o banco “quebrar”, você receberá “somente” R$ 70.000,00,
tendo que tentar na Justiça conseguir o restante. Uma observação: a Caixa garante (ao
menos é isso que o seu site diz) o seu dinheiro 100%, isto é, eles comprometem-se a
pagar-lhe integralmente;
• Tente fazer os depósitos sempre no dia do aniversário – é menos dor de cabeça na hora
de verificar como está indo a rentabilidade da poupança;
• Quanto aos resgates, tente fazer sempre no dia do aniversário também;
• Você pode encontrar os índices diários e mensais da poupança no seguinte link:
índices diários da poupança;
• O nome “caderneta de poupança” advém do fato de que antigamente (desde a “época
de D. Pedro II” até poucos anos atrás) os valores depositados e retirados da poupança
eram realmente anotados em uma caderneta (bem, isso é só uma curiosidade).
Exercícios
Bem, agora que você já conhece como funciona a caderneta de poupança, está na hora de
abrir a sua, não acha?
Como falamos anteriormente, ela não será de alto rendimento, mas você não terá perdas,
então abrir uma caderneta de poupança e estudá-la durante três ou quatro meses é uma boa idéia
para fixarmos o que aprendemos aqui.
Ah, fixamos aqui o prazo de três ou quatro meses porque até o período da CPMF, se você
tentasse resgatar o valor depositado antes de 90 dias, deveria pagar CPMF. Como essas leis são
feitas e desfeitas o tempo todo, o bom é nos habituarmos a um modelo mais seguro de poupar e
resgatar, onde o prazo de 3 a 4 meses é suficiente, inclusive para o aprendizado.
Abra uma poupança (no seu banco ou em outro, não importa), faça ao menos um depósito
mensalmente e analise o quanto está conseguindo de rentabilidade. Faça projeções: quanto você
teria em um ano, se continuar a depositar desta forma?
Depois, pense e responda: qual o melhor momento para depositar na poupança, assim que
recebe o salário, no meio do mês ou antes de receber o novo pagamento, depositando assim o que
sobrou? Esta pergunta não possui resposta certa ou errada, mas sim, o que é mais adequado para o
seu caso!
E este é mais um passo em direção a saber como fazer bons investimentos.
Espero que todos pratiquem este exercício – e boa sorte com sua caderneta de poupança!
7. Certificado de Depósito Bancário
Quem não sabe o que é um Certificado de Depósito Bancário (CDB) pode estar perdendo uma
excelente oportunidade de ganhar dinheiro com um negócio de baixo risco (e portanto seguro) e
atraente em longo prazo, principalmente neste atual período de crise econômica a nível mundial,
uma vez que os valores das ações e fundos de investimento de renda variável podem ainda oscilar
bastante e, para o desespero de muitos, não somente para mais como para menos também.
Se você pesquisar na Internet, em revistas (verifiquei na AE Investimentos de fevereiro de
2009 e, se bem me lembro, há menção também em edição especial da Você S/A deste ano, além de
outras) ou consultar especialistas, você verá que todos estão dizendo que os investidores mais
conscientes ou com perfil conservador estão preferindo investir em CDB, por terem apresentado
desempenho acima do conseguido pela caderneta de poupança e não ter sofrido com as oscilações
do mercado (o que ocorrera com fundos de investimento de renda variável, fundos multimercado e
ações).
Como já comentei aqui, investi há cerca de dois ou três meses atrás uma parte do dinheiro que
eu tinha (o qual fora usado para amortizar o financiamento do apartamento) e gostei do rendimento
do mesmo. Ah, quem me indicou foi o gerente de minha agência, pois devido ao prazo estritamente
curto e incerto, não sabia como aplicar o mesmo. No fim, foi bom, deu para alcançar a meta: ganhar
mais dinheiro.
O que é Certificado de Depósito Bancário (CDB)?
É um título nominativo de renda fixa cujo rendimento pode ser prefixado ou pós-fixado (se
bem me lembro, o Banco do Brasil possui uma opção que mescla com renda variável, mas não
lembro ao certo como a mesma funciona, somente que eles garantem que o rendimento não poderá
ser negativo).
Faz parte da modalidade depósito a prazo, isto é, o cliente e o banco negociam o prazo e a
taxa de juros a ser empregada, o cliente efetua o depósito e, no prazo pré-determinado (ou mesmo
antes, pois há opções que permitem o resgate a qualquer momento, desde que seguindo algumas
restrições), ele resgata o valor depositado mais o juro recebido.
O Certificado de Depósito Bancário (CDB, para encurtar) trata-se de uma opção de
investimento na qual o investidor “empresta” seu dinheiro a um banco, acertando qual será a forma
de rentabilização bem como quais os índices que serão levados em consideração (no caso de renda
pós-fixada).
Principais características de um CDB
• Baixo risco, interessante para quem busca segurança (perfil conservador),
principalmente se você possui pouco valor a investir ou já tem algum objetivo traçado
para aquele valor e a curto prazo (menos de 5 anos);
• Está atualmente rendendo mais do que a poupança, mesmo após a dedução do imposto
de renda (quanto mais tempo o dinheiro for mantido lá, menor será o imposto);
• Não há cobrança de taxa de administração;
• Diversas opções levam em consideração o valor de CDI, isto é, do Certificado de
Depósito Interbancário, negociado exclusivamente entre os bancos;
• Assim como a poupança, esse tipo de investimento também é garantido pelo Fundo
Garantidor de Crédito até o valor de R$ 60.000,00;
• Sua rentabilização é diária, diferente da poupança, que é no dia do aniversário (isto é,
mensal) do depósito. Sendo assim, você pode sacar quando quiser sem aquele
sentimento de que “se tivesse mantido lá por mais 15 dias, teria conseguido mais
alguns reais”, que temos quando trabalhamos com poupança;
• Você pode escolher um dos vários tipos de CDB oferecidos pelo seu banco.
Geralmente há opções com renda variável, renda pré-fixada, pós-fixada, etc. Esta
semana mesmo, fui ao banco e verifiquei as opções disponíveis, que são melhores
dependendo da quantidade a ser depositada e do tempo que você possui para deixá-lo
lá. No meu caso, por exemplo, CDB com renda pré-fixada seria muito ruim, pois
devido ao montante não ser alto eu teria uma rentabilidade ainda menor que a
poupança.
Os bancos são interessados nesse tipo de opção pois lhes garante capital para as diversas
transações, financiamentos e investimentos em que estão envolvidos, diferente da caderneta de
poupança, cujo montante somente pode ser aplicado no financiamento habitacional.
Dedução de imposto de renda
A dedução do imposto de renda é feita de forma automática na data do resgate ou no
vencimento da aplicação, segundo os seguintes valores:
• Tempo de permanência de até 180 dias – alíquota de 22,5%;
• Tempo de permanência de 181 dias até 360 – alíquota de 20,0%;
• Tempo de permanência de 361 dias até 720 – alíquota de 17,5%;
• Tempo de permanência de mais de 720 dias – alíquota de 15,0%.
Incidência de IOF
Há a incidência de IOF, que começa com 100% no primeiro dia e vai regredindo, até chegar a
zero no trigésimo dia. Sendo assim, se o resgate de todo ou parte do valor for feito antes de 30 dias,
haverá uma incidência do IOF que será maior quanto menos tempo tiver permanecido o valor lá,
enquanto que a partir de 30 dias já não há incidência de IOF.
Dicas para ganhar dinheiro com CDB
• Quanto mais tempo seu dinheiro passar lá, menores serão as deduções sobre ele, sendo
assim, evite ao máximo efetuar qualquer resgate do valor em um período menor a 30
dias, sendo que o ideal é que você possa depositá-lo e mantê-lo por lá por ao menos
dois anos (isto é, mais de 720 dias), o que fará com que não somente haja cobrança de
IOF, como também terá a menor alíquota possível de IR para este tipo de
investimento;
• Quanto maior a quantia em dinheiro a ser depositada inicialmente, melhores serão as
suas opções, pois a taxa de juros a correr sobre o montante (no caso de renda pós-
fixada) dependerá de um percentual do CDI, sendo que quanto maior for o montante
depositado inicialmente, maior será o percentual do CDI levado em consideração;
• No caso de CDI com renda pré-fixada é ideal que o valor seja resgatado somente na
data de vencimento, pois caso o resgate ocorra antes da data, os juros serão corrigidos
levando em conta a inflação no momento, o que levará a “comer” uma parte do
rendimento;
• CDBs são investimentos de baixo risco, então não espere altos rendimentos, muito
menos em períodos curtos. Eles são ainda mais atraentes agora, pois, devido às
inúmeras incertezas que rodeiam o mercado, “apostar no certo” tem sido uma forma
de proteger-se de algumas das opções de renda variável que estão passando por
“situação em vermelho;
• Verifique junto ao seu banco quais as opções oferecidas pelo mesmo. No Banco do
Brasil, por exemplo, fiquei sabendo que há uma opção nova chamada BB CDB DI
Parceria, que traz as mesmas vantagens do BB CDB DI com novas vantagens para
aqueles que são clientes do banco e desejam permanecer no mesmo, mantendo bom
relacionamento com o mesmo, por um longo tempo. Tipo eu.
CDB é sempre uma boa ideia, pois você jamais resgatará menos do que o valor depositado
inicialmente, o que acontecia com a poupança na época em que tínhamos a CPMF (que era cobrada
no momento do depósito, bem como do saque se antes de 90 dias).
E eu já ia esquecendo, quem quiser saber mais sobre CDBs, pode verificar esta cartilha do
Banco do Brasil (em formato PDF), encontrada na Internet, que fala com mais detalhes:
Cartilha sobre CDB do Banco do Brasil
E você, o que está esperando? Agora que já conhece mais esta opção, já pode escolher se quer
ganhar mais dinheiro empregando suas atuais opções ou por meio de um certificado de depósito
bancário.
8. Fundos de investimento
Os fundos de investimento são um tipo de aplicação financeira bastante popular no Brasil.
Tratam-se de organizações jurídicas que, na forma de condomínios de investidores, reúnem os
interesses e capital aplicado por diversos investidores a fim de compartilhar as receitas e despesas
geradas pelo empreendimento.
Um fundo de investimento pode adquirir diversos tipos de ativos, como títulos de renda fixa,
títulos cambiais, títulos do governo, ações, commodities, certificados de depósito bancário, etc. A
rentabilidade obtida resulta então da combinação do desempenho de todos os ativos adquiridos por
aquele fundo de investimento.
Há diversos papéis envolvidos no bom funcionamento de um fundo de investimento, dentre os
quais podemos destacar:
• Gestor da carteira de investimento – pessoa física ou jurídica encarregada de gerir o
patrimônio do fundo de investimento;
• Administrador – instituição financeira aprovada pelo Banco Central do Brasil
encarregada de representar o fundo perante os órgãos de fiscalização do governo
federal ( Comissão de Valores Mobiliários – CVM) e o Banco Central do Brasil;
• Custodiante – empresa autorizada pelo Banco Central do Brasil responsável pela
guarda dos títulos que compõem a carteira de investimento do fundo;
• Distribuidor – responsável pela captação de recursos junto a investidores.
Vantagens dos fundos de investimento
Quando o investidor, principalmente o pequeno e o médio investidor, opta por fazer seus
investimentos por meio de um fundo de investimento em vez de adquirir diretamente títulos e ações
terá algumas vantagens ao seu favor, como:
• Os fundos são geridos por profissionais especialistas, que conhecem a fundo o
mercado, muitas vezes melhor do que o pequeno e o médio investidor, que pode não
dispor de tempo e recursos suficientes para o seu aprendizado;
• Por meio da diversificação da carteira, pode-se conseguir reduzir alguns dos riscos
envolvidos;
• Devido ao fato das transações em um fundo de investimento movimentarem quantias
consideráveis, consegue-se reduzir os custos de operação, além de melhor aproveitar
certas oportunidades de investimento que não são possíveis para o pequeno e o médio
investidor.
Como funciona o fundo de investimento
Todo o capital aplicado por cada investidor é convertido em uma quantidade de cotas, que
representam uma parte do capital controlado pelo fundo de investimento.
O valor de cada cota é atualizado diariamente e, após isso, se um investidor quiser saber
quanto ele tem investido efetivamente naquele fundo basta que ele multiplique o número total de
cotas que lhe cabe pelo valor da cota naquele dia.
Fundos DI, renda fixa e renda variável
Tanto os fundos DI quanto os fundos de renda fixa aplicam seu capital principalmente em
títulos públicos (renda fixa), enquanto que os fundos categorizados como sendo de renda variável
compõem suas carteiras principalmente com a aquisição de ações, o que lhe garante a alta
variabilidade em seus rendimentos.
Fundos em Depósito Interfinanceiro (DI) trabalham com aplicações com juros pós-fixados,
enquanto que aqueles conhecidos como fundos de renda fixa trabalham com aplicações com juros
pré-fixados. Se você lembra do nosso capítulo Renda fixa ou variável? Pré ou pós? Conhecendo
melhor o mercado, deve lembrar que em caso de alta dos juros no país, aplicações com juros pós-
fixados poderão ter um melhor rendimento, o que contará a favor de fundos DI. Já no caso de
termos juros em queda no país, então as aplicações com juros pré-fixados podem ter um melhor
rendimento, contando então a favor dos fundos de renda fixa.
Já quanto aos fundos de renda variável, dependerá muito de quais as empresas que compõem
a carteira de ações do fundo de investimento, pois se as mesmas conseguir boa rentabilidade, o
fundo também conseguirá.
Como no momento atual a situação de muitas empresas é bastante delicada, aplicações em
fundos de renda variável com o intuito de resgate a curto prazo não é recomendado, uma vez que os
preços das ações ainda podem estar oscilando bastante.
A rentabilidade dos fundos de investimento de renda fixa dependem basicamente de quais os
ativos em que são investidos. Como já comentei anteriormente aqui, mês passado (fevereiro de
2009), quando fui à agência onde tenho conta, constatei que os fundos de investimento de renda fixa
possuíam um rendimento variando de 8% a quase 10% a. a.
Cobrança do imposto de renda
Caso o fundo de investimento possua no mínimo 67% de sua carteira em ações, a tributação
sobre os rendimentos será de 15% e deverá ser tributada apenas no momento do resgate,
independente do prazo de permanência na aplicação.
Já no caso de demais fundos de investimento, a tributação dependerá do tempo de
permanência na aplicação:
• Fundos de investimento em curto prazo (aplicações com carteiras de títulos de prazo
médio igual ou inferior a 365 dias, onde a tributação incide sobre os rendimentos no
momento do resgate do cliente):
o Até 180 dias – 22,5%
o Acima de 180 dias – 20%
• Fundos de investimento a longo prazo (aplicações com títulos de prazo superior a 365
dias, onde a tributação incidirá também sobre os rendimentos no momento do resgate):
o Até 180 dias – 22,5%
o De 180 a 360 – 20%
o De 361 a 720 – 17,5%
o Mais de 720 dias – 15%
Fundos de investimento – onde investir
Há diversos bancos e demais instituições financeiras oferecendo uma vasta variedade de
fundos de investimento. Quem estiver interessado, um bom primeiro passo é ir até o site de cada
uma delas e ler a respeito de cada fundo de investimento oferecido a fim de determinar aquele que
lhe será mais interessante.
A seguir, alguns endereços de páginas onde você pode consultar mais sobre cada tipo de
fundo oferecido:
Fundos de investimento da Caixa Econômica Federal
Fundos de investimento do HSBC
Fundos de investimento “Você” do Banco do Brasil
Fundos de investimento “Estilo” do Banco do Brasil
Fundos de investimento “Private” do Banco do Brasil
Fundos de investimento do ShopInvest do Bradesco
Estes são somente alguns dos vários fundos de investimento onde você pode empregar o seu
capital. O aconselhável é que faça uma razoável busca e compare os mesmos, principalmente
quanto à rentabilidade e liquidez atingida a fim de saber qual poderá trazer-lhe mais benefícios.
Exercícios
Agora que já estudamos um pouco sobre os fundos de investimento, como sempre, teremos
nossos exercícios.
Desta vez, consulte a lista de fundos de investimento do banco onde você possui conta (ou de
outra instituição de seu interesse). Estude-a ao máximo e, quando estiver certo sobre qual (ou quais,
você não é obrigado a investir em um só, pelo contrário, diversificar possui suas vantagens) deles
melhor atende seu perfil, vá até o banco e aplique nele.
Tais fundos deverão ser mantidos o máximo de tempo que puder a fim de que você estude
melhor, na prática, o que realmente acontece e quão rentável os mesmos podem ser.
A fim de evitar perda de capital, você pode optar por um perfil mais conservador, investindo
uma maior parte em renda fixa, mantendo assim somente uma menor parte em renda variável.
Quando tornar-se mais confiante, você poderá transferir de determinados fundos de investimento
para outros se lhe interessar.
9. Investindo em ações
Se você está cheio de vontade de sair investindo em ações, mas ainda não sabe por onde
começar, fique tranquilo: finalmente o curso Manual do investidor chegou à oitava lição, onde
aprenderemos como investir em ações.
Antes de mais nada, espero que tenha lido, aprendido e praticado o que temos falado até aqui,
pois o bom investidor é aquele que conhece e dispõe de forma correta de todos os recursos (e isso
inclui os tipos de investimentos). Bem, vamos lá?
O que são ações?
Bem, devemos começar conceituando o termo ação. Segundo o nosso Dicionário de negócios
e finanças, uma ação é:
Menor parcela em que se divide o capital de uma companhia, geralmente negociada em mercados organizados para essa finalidade, como a Bovespa, que opera em São Paulo. Quando alguém (no caso, um investidor) adquire uma ação, ele estará adquirindo um título nominativo negociável, isto é, que pode ser comprado ou vendido. Com o decorrer do tempo, a companhia pode ser valorizada ou desvalorizar-se e tais mudanças são refletidas sobre o valor de suas ações, levando os acionistas a ganharem ou perderem o dinheiro investido. Além disso, a empresa pode optar por repassar dividendos (participação nos lucros) aos acionistas. No Brasil, há dois tipos de ações, as preferenciais e as ordinárias.
Acredito que esta descrição resumida descreve ao máximo o que precisamos saber sobre uma
ação: o primeiro e mais importante fato é que uma ação representa uma parte de uma empresa, ou
de seu capital social, como alguns denominam, e pode ser adquirido por um investidor (claro, desde
que a empresa seja de capital aberto, isto é, com suas ações negociadas no mercado).
Sendo assim, quando você compra uma ação você está adquirindo uma parcela da mesma e se
a mesma for valorizada, o capital aplicado será valorizado, mas se o contrário ocorrer, seu capital
também será desvalorizado.
Esta “incerteza” sobre os rendimentos das ações é o que leva esse tipo de investimento a ser
chamado de investimento de renda variável.
Como se ganha dinheiro com ações
Você pode ganhar dinheiro com ações por meio de duas formas distintas: participação nos
lucros e valorização da ação.
As empresas de capital aberto podem repartir parte de seu lucro com os seus acionistas, a
famosa participação nos lucros, que se dá por meio da distribuição de dividendos.
Já a rentabilização mediante a valorização da ação dá-se quando o valor da empresa sobe nas
bolsas de valores, tornando a sua ação mais cara e mais procurada.
Obviamente, quem busca ganhar dinheiro a curto prazo com ações não pode esperar pela
distribuição de dividendos, mas sim, deve contar com ações cujo valor podem subir rapidamente. Já
quem planeja ganhar a médio e longo prazo pode contar tanto com a distribuição de dividendos
como com a valorização de suas ações.
Como adquirir ações?
A forma mais fácil de adquirir ações é por meio de instituições financeiras que lidam com
compra e venda de ações.
Bancos e diversas outras instituições financeiras, muitas delas com serviços por meio da
Internet (se você der uma boa procurada aqui pelo site, deverá encontrar alguns links de empresas
do ramo) que facilitam ao pequeno investidor começar suas negociações.
Muitas dessas instituições cobram uma taxa por operação (ou corretagem, como alguns
chamam), enquanto que outros cobram uma taxa de administração (se eu bem me lembro, bancos
preferem esta forma – ao menos o banco em que tenho conta prefere assim).
Algumas dessas instituições financeiras buscam apoiar-se no fato de cobrarem a menor taxa.
Sinceramente? O valor da taxa é o mínimo, já que estamos falando de um mercado bastante volátil
(principalmente no período atual) e portanto o que mais conta é a experiência e resultados que a
instituição consegue, bem como o quanto a instituição é capaz de orientá-lo (algumas instituições
oferecem cursos ou artigos online a fim de que os seus potenciais clientes mantenham-se
informados sobre como funcionam a compra e venda de ações).
Faça então uma lista das instituições que lidam com compra e venda de ações que lhe podem
ser mais interessantes, verifique as taxas cobradas por ela, quais os recursos que elas dispõem aos
seus clientes (“pregão online”, envio de variações nos valores por SMS, serviços pela Internet, etc)
e resultados geralmente obtidos por quem se utiliza de seus serviços. Se possível, converse com
pessoas que se utilizam daquele serviço para obter o seu ponto de vista sobre a qualidade do serviço
oferecido.
Após um bocado de pesquisa, escolha aquela que melhor lhe interessar para adquirir e vender
suas ações. Pronto!
Como ganhar dinheiro com ações?
Esta sim é uma excelente pergunta!
Li no blog Investindo em Ações uma frase muito boa: “Investir em ações é [...] fácil [...].
Difícil é ganhar dinheiro”.
O que ele quer dizer com isso é que o ato de investir não é complicado, o complicado é tentar
“acertar”, prever, qual ação irá subir ou cair para determinar o momento certo de comprar ou
vender.
Algumas dicas que você pode ter aqui são:
• Cuidado com “conselhos/dicas de amigos” de de pseudo-especialistas – ninguém pode
prever realmente o que ocorrerá, caso contrário, não teríamos visto tantas pessoas
perdendo dinheiro com a crise que se iniciou em 2008!
• Estude bastante o mercado, bem como as empresas que você possui interesse em
comprar/vender ações – quanto mais você conhecer as empresas e o panorama em que
estão inseridos, melhor você poderá determinar se as chances são de alta ou baixa dos
valores de suas ações;
• Espere ganhar mais do mercado a médio e longo prazo do que a curto prazo – devido à
crise, os preços das ações ainda estão bastante instáveis, subindo e descendo muito,
muitas vezes sem um “padrão certo”. Entretanto, todos concordam que após esse
período de instabilidade as empresas devem recuperar-se, principalmente aqueles que
lidam com certas commodities, como as empresas petrolíferas e/ou de exploração de
certos minérios (no Brasil, trata-se da tão famosa dupla “Petrobrás & Vale”). Mas
atenção, baseie-se nas dicas 1 e 2 e não invista nesse tipo de empresas somente porque
assim falamos, pois o panorama sempre pode mudar (as empresas de commodities
foram, por exemplo, umas das primeiras a sentir o impacto da crise de 2008);
• Se possível, acompanhe leitura especializada (eu costumava ler a Exame, mas agora
comecei a ler a AE Investimentos, por ser focada no assunto – ainda não invisto em
ações, mas mudarei isso este ano ), busque sites de pessoas que realmente invistam e
“curtam” o assunto, como é o caso, por exemplo, do blog InvestManíacos.
Esteja pronto para assumir o risco
Como todos nós sabemos, ações apresentam um risco relativamente alto em relação a outros
tipos de investimento e, por isso, possuem também um potencial de retorno/prejuízo alto. Muitos
evitam envolver-se com ações por medo de perder muito dinheiro, mas com isso também não
aprendem a ganhar dinheiro com elas.
O melhor a ser feito, então, é medir qual o grau de risco que você está disposto a enfrentar e a
partir daí determinar o quanto você pode investir em ações e em que tipo de ações (perfis mais
conservadores podem optar por empresas tradicionais e com baixo risco, enquanto que perfis mais
agressivos podem procurar empresas recém-lançadas no mercado que possuam alta possibilidade de
valorização de seus papéis rapidamente).
Robert Kiyosaki, autor de “Pai Rico, Pai Pobre – o que os ricos ensinam a seus filhos sobre o
dinheiro”, não adianta fugir dos negócios altamente rentáveis por parecerem apresentar maiores
riscos – os riscos se devem à “falta de inteligência” no assunto, de tal forma que se você aprende
sobre o mesmo, os riscos são reduzidos.
Exercícios
Se você tiver seguido os outros passos, sabe que agora é hora do exercício!
Em primeiro lugar, aconselho fortemente a ter desenvolvido as atividades anteriores antes
desta, já que desta vez se trata de investir em ações e nada melhor do que poder comparar os
resultados aqui obtidos com os anteriores.
Escolha algumas empresas de capital aberto que você considera terem um bom potencial de
alta a curto, médio e longo prazo. Claro, para isso, você precisará estudar cada uma delas por algum
tempo, bem como analisar o que fontes especializadas falam a respeito das mesmas e suas
expectativas!
Invista uma parte de seu capital (de 10 a 15% de todo o valor investido até agora) em ações. O
percentual é pequeno por enquanto a fim de garantir que mesmo que as escolhas não sejam muito
boas não levem a grandes prejuízos, uma vez que os seus demais investimentos devem ser capazes
de cobrir a diferença e levá-lo a um saldo positivo.
Após isso, passe um bom tempo acompanhando a variação dos valores investidos. Mesmo
aqueles que você considerava serem interessantes em curto prazo devem ser mantidos por um prazo
maior, a fim de que possa estudar realmente também o comportamento dessas.
Claro, quanto mais for aprendendo, você poderá começar a fazer algumas movimentações,
comprando e vendendo certas ações.
Uma dica que dou é inteirar-se bastante sobre o assunto com o seu agente na instituição
financeira escolhida. Procure saber, por exemplo, como dar comandos de stop, que são comandos
automáticos, programados para interromper compras ou vendas ou mesmo efetuar as mesmas
quando as ações atingirem determinados valores. Isto o ajudará e muito a controlar o seu capital
investido e evitar grandes perdas.
Bem, espero que tenha gostado deste capítulo e que, após aprender, continue investindo em
ações.
10. Comprando moeda estrangeira
A compra de moeda estrangeira é outra modalidade de investir seu dinheiro e se há como
ganhar dinheiro assim, não há por que não o estudarmos, não é? Vamos, então, explicar por que é
possível usar a compra de moeda estrangeira como forma de ganhar dinheiro, como é possível
proceder para tal e alguns mitos que há em torno disso.
Como é possível ganhar dinheiro comprando moeda est rangeira?
Acredito que todo mundo sabe que os valores das moedas estão sempre oscilando. No início
do Plano Real, a cotação do dólar era de R$ 0,89, isto é, um dólar era capaz de comprar a mesma
coisa que você poderia comprar com 89 centavos de real. Segundo o Google, um dólar hoje
equivale a R$ 2,19. Mudou bastante, não? Por quê?
Bem, o valor de uma moeda é fortemente orientado pela inflação daquele país, isto é, quanto
maior a inflação, maior a quantidade de dinheiro naquela moeda necessária para adquirir um
determinado bem, o que fará com que aquela moeda sofra o que chamamos de desvalorização. Se
por outro lado o país tiver uma deflação ou sua inflação for menor que a de outro país, dizemos que
sua moeda será valorizada em relação a este.
Sendo assim, se eu adquiro uma quantidade de uma moeda estrangeira e após algum tempo a
inflação naquele país for maior que a do aquele capital que eu adquiri sofrerá alguma
desvalorização, equivalendo a uma quantidade menor do que aquela que usei para adquirir a tal
moeda. Se, por outro lado, a inflação naquele país for menor, então terei uma valorização do meu
capital, que poderei trocar novamente pela minha moeda, sendo que agora conseguirei mais do que
aquilo que eu tinha investido inicialmente.
Percebeu agora a oportunidade? Se você compreender o que significa o valor de cada moeda,
bem como a situação econômica dos países envolvidos, poderá então aplicar a regra mais clássica
que há no mundo dos investimentos de renda variável: comprar na baixa (adquirir a moeda
estrangeira quando ela se encontra desvalorizada), vender na alta (vender a moeda estrangeira
quando ela se encontra supervalorizada).
Como comprar e vender moeda estrangeira?
A compra e venda de moeda estrangeira deve ser feita por meio de bancos e/ou instituições
financeiras credenciadas para tal. No caso dos bancos, há agências especializadas (e são as únicas
que poderão lhe ajudar nisso!) conhecidas como agências de câmbio.
Cada agência de câmbio possui sua forma de atender o cliente, mas é unânime que o mesmo
deve ir munido de RG, CPF e comprovante de residência. Na verdade, nem todos esses documentos
serão exigidos, somente quando for necessário. Por exemplo, para você adquirir uma quantia menor
que três mil dólares é provável que não precise de todos eles, mas como são fáceis de levar, melhor
“errar para mais do que para menos” (já imaginou? Após três horas de espera em um banco, ter que
voltar para casa sem sucesso porque não levou sua carteira de identidade?).
Quanto vou pagar ou receber pela compra ou venda de moeda
estrangeira?
O valor da moeda estrangeira em moeda nacional é o que chamamos de taxa de câmbio. Essa
taxa é designada pelo Banco Central e pode variar bastante. Quando você se dirige ao banco ou a
outra instituição financeira para a compra/venda de moeda, entretanto, a taxa trabalhada não será
essa, mas outras duas que oscilam próximo a ela: a taxa de compra e a taxa de venda.
Quando você compra moeda estrangeira do banco, você fará um contrato de câmbio que diz
que o valor a ser pago pela moeda será aquele especificado pela taxa de compra designada pelo
banco, que é um valor superior ao da taxa de câmbio (claro, senão eles não teriam como lucrar com
a operação).
Da mesma forma, quando você efetuar a a venda da moeda estrangeira, você efetua um outro
contrato de câmbio, que diz qual o valor a ser recebido pela moeda, agora especificado pela taxa de
venda imposta pelo banco, que é um valor inferior ao da taxa de câmbio.
A diferença entre a taxa de compra e a taxa de venda acaba por originar um valor que indica o
quanto aquela operação pode ser rentável para a instituição financeira, valor esse denominado
spread.
A operação pode ser paga em espécie, cheque de viagem ou creditada/debitada diretamente da
sua conta-corrente.
Mitos em torno da compra e venda de moeda estrangei ra
Investir comprando moeda estrangeira é ilegal
Diante dessa informação (muito estranha, já que diversos autores graduados em Economia
falam sobre investimento em moeda estrangeira), decidi fazer uma rápida pesquisa, e o que
encontrei foi a Lei 9613, cap. V, artigo 9 que fala sobre as pessoas e entidades jurídicas que devem
prestar conta a respeito da origem e destino de suas movimentações financeiras, a fim de evitar
crimes de lavagem de dinheiro. Veja bem, a lei não proíbe, ela somente cita que tais
pessoas/entidades devem se precaver a fim de que suas atividades não sejam confundidas com atos
ilícitos. Além do mais, quem pesquisar direitinho vai ver que há, sim, cobrança de imposto de renda
em cima do lucro obtido pela compra e venda de moeda estrangeira – se é crime, por que o governo
está lhe pedindo formalmente a “parte dele”?
O imposto de renda irá devorar todo o lucro
Acho mais fácil que más decisões do investidor sobre quando, quanto e onde comprar e
vender levem a prejuízos reais do que o imposto de renda, pois a cobrança será feita somente em
cima do lucro, não do todo.
Comprando com doleiros o risco é menor
Pelo contrário! A compra por meio de “doleiros” é totalmente ilegal. Você somente deve
comprar e vender em bancos e instituições financeiras credenciadas para tal.
É só comprar dólar que você vai ganhar muito!
E o que aconteceu com todos aqueles que compraram dólares e viram no ano passado essa
moeda desvalorizar-se? Se você quer realmente ganhar com isso, é bom começar a se preocupar em
conhecer a moeda e a economia dos países que a movimentam, caso contrário, estará atirando no
escuro!
Exercício
E agora, vamos treinar um pouco do que aprendemos? Comece por escolher uma instituição
financeira bem como uma moeda que você gostaria de investir. Vá até a mesma e procure saber
quanto você teria que desembolsar para adquirir, por exemplo, 1000 unidades da mesma. Peça
também para saber como acompanhar as taxas de compra e venda que a empresa utiliza (eles podem
ter isso publicado na Internet, o que facilitará ainda mais para você consultar). Informe-se também
sobre o imposto de renda a ser pago (infelizmente no momento desconheço os valores, vou ficar
lhes devendo essa, ok?).
Após isso, comece a estudar o comportamento do mercado e economia daquele país, a tentar
compreender porque a taxa de câmbio subiu ou desceu. Ao mesmo tempo, estude as taxas de
compra e venda da instituição escolhida e tente identificar nos períodos de três meses, seis meses e
nove meses quais seriam os melhores dias para comprar e vender a moeda, bem como identificar
qual seria o lucro na operação (lembre-se de deduzir o imposto de renda).
Identifique também quais poderiam ser os piores momentos para comprar e vender. Quais
foram os riscos associados? Quanto você poderia perder ou ganhar com tais operações?
Por fim, compare com as outras formas de investimentos que temos visto até agora.
11. Negócios imobiliários
O negócio imobiliário, isto é, a compra, venda e locação de imóveis é uma das diversas
possibilidades de investimento, principalmente quando se pensa em longo prazo. Alguns
conseguem fazer fortunas, outros ganham mais dores de cabeças, como sempre, dependerá do
potencial do investidor/empreendedor.
Robert Kiyosaki, autor de Pai Rico, Pai Pobre, o que os ricos ensinam a seus filhos sobre
dinheiro, é um grande exemplo de que é possível conseguir muito dinheiro com imóveis.
Entretanto, é necessário aprender muito sobre se quiser realmente ter bons resultados neste campo.
Você pode ganhar dinheiro com a compra e venda de imóveis que tenham boa valorização (o
que ocorre com o tempo, devido à valorização da região, reformas nos mesmos, crescimento da
demanda por habitação ou instalações adequadas para novas empresas, etc.), bem como com a
locação de imóveis pelo preço certo. Se não quiser ter muitas dores de cabeça com a locação de um
imóvel, você pode contratar uma corretora de imóveis para isso, o que é aconselhável – ela ganha a
parte dela para resolver os problemas, você ganha a sua parte e não precisa se preocupar com os
problemas.
Não sou especialista neste campo, até porque estou adquirindo o meu primeiro imóvel (um
apartamento) com o intuito primário de servir de habitação própria, não como ativo, entretanto
observo algumas coisas (bem como aprendo outras por meio de livros) e espero poder oferecer-lhe
algumas dicas aqui:
• Conselho de Robert Kiyosaki: procure atuar em uma área que realmente lhe interesse,
independente dos resultados financeiros. Assim, caso tudo esteja indo ótimo,
excelente, mas caso não esteja, ao menos estará fazendo algo de que gosta, o que o
ajudará a prosseguir mesmo assim!
• Mesmo com um corretor de imóveis, você deve conhecer o negócio para garantir que
está fazendo um bom negócio pois, no final das contas, é do seu bolso que o dinheiro
estará saindo!
• Você pode precisar aplicar investimentos razoavelmente altos antes de começar a ter
retorno. Desta forma, somente inicie a compra de imóveis dos quais você possa arcar
com os custos;
• O local e o estado em que se encontra o imóvel são fatores importantes para saber se o
mesmo será valorizado ou, até mesmo, desvalorizado. Geralmente áreas onde a
população está em crescimento e o mercado imobiliário está em crescimento DEVIDO
à demanda são excelentes para adquirir imóveis que terão seus preços valorizados
mais tarde. Por exemplo: em Aracaju-SE, cidade em que moro, está ocorrendo clara
valorização dos imóveis devido à demanda. Um apartamento que custava R$
55.000,00 dois ou três anos atrás pode custar R$ 75.000,00 hoje;
• No caso de casas e apartamentos, prefira adquiri-los ainda “na planta”, isto é, sob
construção, pois os preços costumam ser muito mais convidativos – escolha aqueles
que possuem posição privilegiada (no andar certo e do lado da sombra, por exemplo) e
veja o quanto ele estará valendo no dia da “entrega da chave”;
• No caso de imóveis comerciais, opte por aqueles cuja localização seja bem
privilegiada, como aqueles próximos a grandes avenidas, de fácil acesso, etc.
• Se estiver adquirindo seu primeiro imóvel, busque informar-se se você pode ser
beneficiado por algum dos descontos que o governo frequentemente oferece. Eu, por
exemplo, fui beneficiado com um desconto, e isso mudou bastante a situação de meu
financiamento adquirido para conseguir o apartamento.
Uma curiosidade: a caderneta de poupança, no Brasil, é usada para financiar a construção de
habitações.
Bem, como comentei, não sou especialista neste ramo, mas espero que tenha conseguido
mostrar-lhe que o negócio imobiliário também é uma boa ideia para ganhar dinheiro!
Exercício
Vá até um corretor de imóveis e procure saber sobre as atuais ofertas de imóveis já prontos e
na planta – quanto estão custando? Qual a possibilidade de financiamento? Os imóveis realmente
valem isso ou estão super-valorizados?
Pesquise os preços de alguns que lhe interesse (mesmo que você não possa adquiri-los hoje, já
lhe dará alguma base para quando você tiver condições). Quanto estão custando hoje? E a dois anos
atrás, quanto eles custavam? Quanto você espera que eles custem daqui a dois anos? Quanto você
acha que deveria custar seu aluguel para que seja lucrativo? Esta é a faixa de preços para outros
imóveis similares na mesma região?
Depois deste exercício e comparando com a sua atual situação financeira (e aquela que você
projeta para os próximos anos) você já pode se perguntar: o negócio imobiliário pode ser o negócio
certo para mim?
12. Outros tipos de investimentos
Você deve recordar que já falamos sobre alguns tipos de investimentos: caderneta de
poupança, certificado de depósito bancário, fundo de investimento, ações, negócios imobiliários,
etc. Que tal agora falarmos superficialmente sobre dois outros tipos de investimentos que podem
interessá-lo, os recibos de depósito bancário e os títulos públicos?
Recibo de Depósito Bancário
Um certificado de depósito bancário (CDB) e um recibo de depósito bancário (RDB) possuem
muitas coisas em comum, sendo que a principal diferença é que o RDB não pode ser resgatado
antes do prazo para o vencimento, bem como não pode ser transferido para outra pessoa.
Entretanto, em alguns casos, a instituição financeira pode permitir o resgate antecipado,
entretanto tal opção não é interessante ao investidor, uma vez que permite o resgate somente do
principal, recebendo nenhum valor de juros.
Obviamente, tais restrições visam manter o capital investido aplicado por mais tempo. O
investidor também ganha, geralmente conseguindo melhor rentabilidade.
Títulos Públicos
Aqueles que possuem um perfil conservador podem se interessar pelos títulos públicos, uma
vez que se encaixam como papéis de renda fixa e a garantia de liquidez é oferecida pelo Tesouro
Nacional. Quer melhor garantia?
Entretanto vale lembrar que quando falamos de títulos públicos não ficamos restritos a uma
única opção, mas sim, que há vários tipos de títulos públicos, cada qual com suas vantagens e, como
todo investimento, desvantagens.
Dentre os diversos tipos de títulos públicos, os mais comuns são:
• Letras do Tesouro Nacional (LTN) – título pré-fixado, o que facilita ao investidor
saber qual deverá ser a rentabilidade ao final do vencimento. Neste caso, o principal
risco será a possibilidade de alta da inflação;
• Letras Financeiras do Tesouro (LFT) – título pós-fixado indexado à taxa SELIC;
• Notas do Tesouro Nacional – Série C (NTN-C) – título pós-fixado indexado ao IGP-
M;
• Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B) – título pós-fixado indexado ao ICPA.
No caso de LFT, NTN-C e NTN-B (e outras opções pós-fixadas), pode ser importante não
resgatar o valor antes da data de vencimento, para evitar o risco de ter uma baixa rentabilidade,
causada pela variação do preço do título oriunda da expectativa de inflação dos agentes financeiros.
Se você está interessado em títulos públicos, o primeiro lugar onde você deve ir para aprender
mais sobre o assunto é o link abaixo:
Manual do investidor do Tesouro Direto
Trata-se do manual em PDF distribuído pela própria Secretaria da Fazenda a fim de incentivar
e atrair mais investidores.
Devo repetir mais uma vez que você deve “pôr os ovos em várias cestas”, isto é, diversificar
os seus investimentos, a fim de que não fique “preso” a este ou aquele investimento como se o
mesmo fosse o único capaz de trazer-lhe rendimentos. Caso o faça e aquele investimento
surpreendê-lo de forma negativa, serão os outros investimentos que deverão manter rentabilidade
média suficiente para compensar aquela perda, o que não será possível se investir tudo em um tipo
só.
Escolha as alternativas que comporão sua “carteira de investimentos”, estude-as e aplique
recursos na medida em que você acha que é a melhor combinação para o seu perfil. Aliás, não
esqueça de que deve escolher seus investimentos de acordo com o seu perfil de investidor, caso
contrário eles podem não agradá-lo muito mais tarde (devido a altas oscilações ou baixa
rentabilidade).
13. Em que investir: Tesouro Direto, CDB ou poupanç a?
Este capítulo provém de um artigo em nosso blog em que respondemos à dúvida de um dos
nossos leitores, Cesar, que escreveu o seguinte comentário em nosso artigo CDB, Poupança, Fundos
e Ações – A montanha russa continua:
Oi… Andei pesquisando com amigos e pessoas ao redor, sobre como investir uma grana! Comecei a fuçar na internet e descobri esse site. Estou adorando e lendo cada artigo seu. Meus parabéns! Então, achei que a pessoa mais adequada pra me ajudar, seria você! Tenho um valor na poupança guardado pra um projeto daqui há 1 ano. Porém, lendo seu artigo sobre CDB, fiquei muito interessado! E gostaria de saber se você poderia me orientar em qual seria o melhor investimento pra daqui há 1 ano! Desde já agradeço a atenção e mais uma vez parabenizando pelo blog… Cesar.
A sua dúvida é bastante interessante e pertinente – no caso, ele possui recursos guardados e
está interessado na melhor forma de investir os mesmos visando o máximo de retorno possível (de
forma segura!) no prazo de um ano. Sabe quanto pode investir, até quando pode investir e,
consequentemente, quais riscos está disposto a tolerar. Tudo o que é necessário para fazer uma boa
aplicação financeira.
Diria que as três melhores alternativas para o seu caso são a Caderneta de Poupança,
Certificados de Depósito Bancário e Tesouro Direto.
Caderneta de Poupança
A caderneta é a opção mais popular e de menor risco, mas é também aquela que apresenta
menor rendimento. Você deveria optar por manter em caderneta de poupança caso não tenha
nenhuma outra reserva financeira, ou seja, caso possa correr o risco de precisar do dinheiro. Vamos
entender porquê…
Não há incidência de imposto de renda sobre o rendimento da caderneta de poupança, o que
torna o seu rendimento quase constante mensalmente, tendo como influência somente a TR (taxa
referencial). Caso você precise resgatar o seu dinheiro antes de um ano, você não pagará nenhuma
taxa extra e, como não há tributação, você não terá grandes sustos (como pode acontecer com
aplicações em que incide tributação e você precise resgatar antes do prazo, nesses casos, você pode
ver grandes margens do seu lucro serem devoradas).
Desta forma, apesar do rendimento desta ser mais baixo que o das outras, caso haja boas
chances de precisar resgatar o dinheiro antes do prazo (principalmente antes dos seis meses), talvez
seja melhor manter na caderneta de poupança.
Certificados de Depósito Bancário
Com as sucessivas altas da taxa Selic, os CDBs tornaram-se atraentes, principalmente aqueles
indexados pelo CDI.
Devemos lembrar que há vários tipos de CDB, cada um atrelado a um índice diferente. Há
CDBs cujo rendimento é associado à variação do dólar, por exemplo, mas os mais comuns são os
CDB pré-fixado e CDB DI.
CDB pré-fixado possui seu rendimento fixado durante a negociação. Para valores pequenos
(varia de banco para banco, mas consideremos pequenos valores inferiores a R$ 20.000,00), os
juros negociados são geralmente baixos, o que pode trazer rendimentos não muito interessantes.
Já o CDB DI possui seu rendimento atrelado ao CDI, geralmente especificado como um
percentual deste. Cada banco negocia tais percentuais livremente, no Banco do Brasil, por exemplo,
você começa a pegar bons percentuais para valores acima de R$ 30.000,00 e R$ 50.000,00, sendo
assim, caso tenha um valor acima de R$ 30.000,00 (se acima de R$ 50.000,00, melhor ainda) e
alguma reserva financeira para não precisar desse dinheiro durante o período de um ano, optar por
CDB DI pode ser uma boa escolha.
Observação: certos bancos permitem a negociação do percentual do CDB DI, outros possuem
os mesmos tabelados, converse com o gerente de seu banco para ver a possibilidade de negociar
isso!
Tesouro Direto
Esta é mais uma opção interessante para quem deseja um retorno seguro em um prazo de um
ano. Se pesquisar na Internet, você poderá encontrar uma relação de instituições financeiras que
negociam títulos do Tesouro a taxas de administração bem baixas, o que pode ser bastante
conveniente.
No capítulo Outros investimentos, nós falamos um pouco a respeito de algumas das opções de
título público. Se desejar, você pode visitar o site do Tesouro da Fazenda para informar-se melhor a
respeito da rentabilidade do Tesouro Direto.
Como deve ter percebido, passamos bem longe das opções de investimentos de renda
variável, uma vez que temos um prazo bem delimitado e curto (além de que eu não conheço o
montante que você deseja investir). Acredito que com estas orientações você poderá conseguir um
bom rendimento com os menores riscos possíveis
14. Acompanhando os resultados e novas expectativas para
ganhar dinheiro
Este é o décimo quarto capítulo de nosso “e-book curso” Manual do Investidor e espero falar
sobre algo que muitas vezes poderá fazer você deixar de ganhar dinheiro: a falta de análise dos
resultados, bem como de traçar novas expectativas para ganhar dinheiro.
Acompanhe e analise os resultados de seus investime ntos
Parece óbvio isso, mas geralmente as pessoas não analisam de forma adequada e, sem uma
boa análise, fica a pergunta: como você pode saber se está realmente ganhando dinheiro?
Alguém poderia dizer: simples, o dinheiro está aumentando! É, mas o simples fato de estar
aumentando não quer dizer que ele está realmente lhe rendendo lucros ou que está fazendo o
máximo esperado dentro do limite de risco que você aceita.
Vamos tomar, por exemplo, alguém que possui um perfil conservador que está poupando
dinheiro para a aquisição de um carro. Suponhamos que o carro custe R$ 10.000,00 e que, para a
sua felicidade, ele já possui tal capital.
Mas eis que ele pensa um pouco e decide aplicar em uma caderneta de poupança a fim de
conseguir algum rendimento, adquirir o carro e, assim, ainda sobrar algum dinheiro.
Ele aplica, mas não percebe que a inflação está muito maior que o rendimento da poupança.
Após um ano, a poupança rendera 8%, enquanto que a inflação atingira 12%.
A inflação aparece, o preço de tudo sobe, não é? Então o carro agora está 12% mais caro, o
que significa que ele custa agora R$ 11.200,00. Entretanto, seu dinheiro só rendeu 8%, então ele
tem somente R$ 10.800,00!
Em outras palavras, seu dinheiro antes de ser investido era suficiente para adquirir o seu
querido carro, agora não é mais. Por quê?
Porque ele acabou por escolher um mau investimento. Como ele queria adquirir o seu bem em
curto espaço de tempo e não poderia arriscar-se muito, deveria optar por outro tipo de investimento
de renda fixa que pudesse trazer-lhe uma rentabilidade maior. Como não o fez, acabou ficando
bastante vulnerável às oscilações da inflação.
Isso não quer dizer que cadernetas de poupança são ruins! Isso quer dizer que o investidor é
responsável por fazer a análise e escolher onde vai o seu dinheiro a cada momento.
Agora, um caso real: tenho algum dinheiro aplicado em CDB. Acontece que no ano passado
CDBs renderam muito bem, o que me levou a tomar tal decisão este ano, entretanto nos últimos
meses o valor do CDI tem caído, causando quedas moderadas na poupança e quedas mais bruscas
nos CDBs.
Bem, eu já estava pensando em mudar para outro tipo de investimento de renda fixa, mas
lendo algumas notícias na web, já fiquei sabendo que os bancos estão voltando a oferecer crédito
para financiamento de veículos e que os consumidores estão voltando a comprar. Isso é bom!
Quando o dinheiro volta a girar no comércio, os bancos precisam fazer a sua parte e garantir
crédito, o que faz eles incentivarem os investidores a aplicar lá. E é claro que você sabe que quando
falo de incentivo refiro-me a $$%.
De qualquer forma, se bem me lembro, com os pagamentos do próximo mês, posso mudar
para outra faixa de rentabilidade do CDI em meu CDB, então vou esperar mais um pouco para ver
se as coisas vão realmente melhorar para tal tipo de investimento, se melhorar, farei o resgate de
todo o valor e o reaplicarei em BB CDB DI Parceria – estou interessado em experimentar tal
modalidade e descobrir o que ela tem a nos oferecer.
Perceba que eu poderia fazer como muitos fazem: simplesmente aplicar na poupança e
“esquecer” daquele dinheiro. Bem, como posso saber se meu dinheiro está rendendo se eu
“esqueço” dele? Não senhor, eu lembro muito bem de meu dinheiro (uso o serviço de atendimento
via telefone para saber todos os dias como as coisas vão indo ).
Se você quer realmente ganhar dinheiro investindo:
• Não se descuide de seu dinheiro – quem disse que basta aplicar seu dinheiro e
“esquecer dele”, geralmente são pessoas que também não possuem muito dinheiro, se
a ideia é tão boa, por que elas não estão ricas?
• Leia, aprenda sobre investimentos – eu li muito antes de começar o meu primeiro
investimento, mesmo que fosse simplesmente abrir uma caderneta de poupança, pois
eu gostaria de estar certo quanto àquela ser a melhor opção;
• Não se preocupe se, no processo, você perder algum dinheiro – como falamos, sempre
há riscos (risco de mercado e risco de crédito, no mínimo), então é comum a pessoa
perder um pouco por não ter optado pelo investimento certo ou não ter mudado de
investimento na hora certa. Tome isso como “um curso pago”. Se você aprendeu a
lição, ótimo, pois você agora estará apto a fazer ainda mais dinheiro!
• Esteja atualizado o tempo todo quanto ao que acontece – se seu objetivo é “pôr na
poupança e esquecer do dinheiro”, tudo bem, pode não ser tão importante, mas se você
quer garantir que seu dinheiro está trabalhando o suficiente por você, faça como todo
mundo – busque estar sempre atualizado quanto a valores de cada tipo de
investimento, opiniões de especialistas, etc.
Novas expectativas para ganhar dinheiro
Bem, estas doze lições são os passos-base para quem quer começa a investir e a desenvolver
suas habilidades como investidor. Há, com toda certeza, cursos mais completos,especializados ou
de maior duração. Entretanto, acredito que cumprimos bem o nosso objetivo aqui discutindo os
aspectos fundamentais dos investimentos, os tipos de investimentos, perfis de investidores e
procedimentos que você pode adotar para ter melhores resultados investindo.
Agora, cabe a você ganhar dinheiro investindo ou por outros meios.
E pelo que vi nos artigos até então, os visitantes têm recebido muito bem este primeiro curso,
o que só me deixa feliz e motivado a já planejar outro curso, desta vez um curso sobre como ganhar
dinheiro na Internet.
Você já deve estar cansado de me ouvir dizer isso, mas vou repetir mais uma vez: a Internet é
a terra das oportunidades no mundo virtual. Infelizmente, muitas pessoas não a usam de forma
adequada.
Muitas pessoas aparecem perguntando o que podem fazer para ganhar dinheiro usando
somente seu computador e uma conexão. Bem, o que podem fazer? Muitas coisas! Há uma
infinidade delas!
Sendo assim, vou agora mesmo já planejar e lançar o quanto antes a lista de quais os assuntos
serão abordados, mas já aviso de antemão que falarei sobre diversas formas de ganhar dinheiro na
Internet e de forma superficial. Caso alguém tenha interesse que entremos em maiores detalhes em
uma das muitas formas, basta que deixe comentário aqui no Clube do Dinheiro: obviamente se a
procurar por determinado conteúdo é maior, sinto-me na obrigação de explaná-lo aqui, a vocês.
Bem, então é isso e lembrem-se: analisem os seus resultados estejam sempre ávidos por novas
informações e formas de ganhar dinheiro. Experimente-as, assim você poderá saber se o seu
negócio são realmente os investimentos ou outra área.
15. Quanto poupar para a aposentadoria?
Olá a todos, queridos amigos e leitores do nosso clube. Estava eu aqui, lendo alguns artigos,
quando me deparei com um tema bastante interessante. Aliás, deixe-me “começar do começo” e
apresentar o artigo que me instigou a escrever este artigo…
O website Fox Business publicou um artigo chamado Is $250,000 in savings enough to retire?
(em uma tradução livre, 250.000 dólares em poupança são suficientes para aposentar-se?), onde o
autor discute se tal quantia seria ou não suficiente para, aplicada em algum tipo de investimento em
renda fixa (como uma caderneta de poupança, título público ou CDB) complementar a previdência
pública (lá, conhecida como Social Security benefits ).
O tema é interessante e gostaria de estender também para as nossas discussões: Você está
planejando sua aposentadoria? Quanto pretende poupar para a sua aposentadoria?
Claro, isso não é algo que podemos determinar facilmente, leva em consideração vários
fatores, como:
• Daqui a quantos anos pretende se aposentar?
• Você é a única fonte de renda de sua casa, ou sua esposa também trabalha?
• Quanto vocês ganham juntos hoje?
• Quanto custa suas despesas mensais atualmente?
• Quanto você precisaria receber no total mensalmente para ter uma aposentadoria
decente?
• Quanto você espera receber do INSS (ou outro, caso tenha um plano previdenciário
diferente)?
Bem, a fim de termos um exemplo, vou “pincelar” alguns números aqui.
Suponhamos um casal que tenha uma renda líquida (isto é, após a dedução de todas as taxas)
de R$ 2.000,00 (um valor próximo da renda média familiar brasileira, já que segundo o que vi em
alguns websites ela gira em torno de R$ 1.500,00). O mesmo já possuem a casa completamente
paga, a fim de facilitar o cálculo.
Vamos supor que seus gastos mensais giram em torno de R$ 1.500,00, o que significa que
somente R$ 500,00 poderiam ser investidos mensalmente a fim de complementar a aposentadoria
(na verdade, esse valor também será corrigido pela inflação, anualmente). Bem, vamos supor que
eles estão satisfeitos com seu estilo de vida e pretendam manter a mesma despesa mensal (claro,
corrigida pela inflação!) após a aposentadoria.
Neste caso, coloquei em uma planilha esses dados bem como valores hipotéticos para a
inflação anual e a taxa de juros de rendimento de seus investimentos. No caso da inflação, fixei-a no
valor de 6,69% a.a. (valor obtido da seção de Economia do Estadão, referente ao somatório do
IPCA-15 para os últimos doze meses, até o mês de novembro de 2011).
Após 30 anos, quando o casal pretende aposentar-se, a inflação terá obrigado o salário a subir
deles para R$ 13.950,26 (deve-se tomar cuidado aqui, pois caso o aumento salarial a cada ano não
compensar a inflação, já viu o problema que teremos…) e suas despesas mensais serão de R$
10.462,69 (é… inflação, amigo).
Rendimento dos investimentos em torno de 0,56% a.m.
Neste cenário (algo bem fácil de conseguir caso invistamos todo mês em caderneta de
poupança), alcançaremos, após 30 anos, a quantia de R$ 1.299.089,09. É isso aí: investindo mês
após mês tudo o que sobrou (salário – despesa), alcançamos a quantia de R$ 1.299.089,09.
Entretanto, tal montante, a uma taxa de 0,56% a.m. renderá somente R$ 7.274,90 (70% do
valor esperado), sendo necessário, portanto, ter uma renda oriunda de previdência pública (ou outra
fonte previdenciária) mínima de R$ 3.187,79 por mês a fim de complementar a mesma.
Rendimento dos investimentos em torno de 0,90% a.m.
Agora, analisemos a mesma situação com um retorno esperado sobre os investimentos maior,
de 0,9% mensalmente (você pode atingir tal valor por meio de certos fundos de investimentos em
renda fixa com montantes aplicados bem mais altos – em torno de R$ 100.000,00 – e combinando
com investimentos em renda variável, mas aí já entrará um risco bem maior).
Bem, como agora temos um maior rendimento sobre nossos investimentos, isso significará
que os mesmos irão crescer mais rapidamente (após 30 anos, já teremos acumulado R$
2.547.300,01!) e que a renda obtida a partir dos mesmos será maior – agora, teríamos uma renda de
R$ 22.925,70, mais do que duas vezes as despesas do casal (219% das despesas, para ser mais
exato)!
Neste segundo caso, eles não precisariam de uma outra fonte previdenciária. Ou, uma atitude
muito mais lógica, poderiam interromper ou reduzir os investimentos para o planejamento futuro
após os primeiros 19 anos (quando os rendimentos dos investimentos superam as despesas mensais)
e poderiam assim melhor usufruir do seu salário. Além disso, se eles contribuíram com a
previdência pública, poderiam ter uma aposentadoria muito mais interessante quando o prazo fosse
completado!
Conclusão
A primeira conclusão é quanto à inflação: ficou bem claro que a inflação atual está bastante
alta e pode trazer muitas dores de cabeça para quem está investindo planejando um futuro melhor.
A segunda conclusão é que, tão breve quanto for possível aplicar o capital em um
investimento melhor, deve-se fazê-lo. Focar toda a vida em caderneta de poupança é um verdadeiro
tiro no pé. Conforme o montante cresce, procure alternativas mais interessantes. Além disso, pode-
se arriscar em certos fundos de investimentos ou no mercado de ações enquanto se é mais jovem e
há tempo suficiente para recuperar possíveis perdas.
A terceira conclusão é que é possível, sim, efetuar um planejamento para ter não somente uma
melhor aposentadoria, mas também uma vida melhor até chegar nela – no nosso exemplo, se o casal
conseguir 0,9% a.m. de rendimentos, ele pode ir começar com grandes aplicações porém terminar
com aplicações bem pequenas, podendo portanto melhor usufruir de seus salários.
A quarta conclusão é que vale muito a pena ter um “plano B”, isto é, um plano de previdência
privada ou investimentos focando em longo prazo a fim de complementar a previdência pública. Ela
está cada vez mais frágil, então não é bom confiar somente nela.
E então, amigo, após este exemplo, conseguiu compreender como você também pode
determinar quanto poupar para a sua aposentadoria?
16. Como conseguir R$ 100.000,00 em um ano?
Quem nunca pensou em como conseguir certa quantia em um curto intervalo de tempo, seja
para a compra ou reforma de sua habitação ou a aquisição de um novo veículo? Mas, como
proceder para alcançar tal objetivo? Espero então que este capítulo apresente-lhe ideias de como
alcançar uma determinada quantia (neste caso, R$ 100.000,00) em um intervalo de tempo
relativamente curto (01 ano).
Para isso, farei algumas possíveis combinações usando o valor médio dos juros da caderneta
de poupança (que, para o nosso estudo, será de 0,57% ao mês) bem como para outras aplicações de
renda fixa que possam alcançar 0,7% ao mês, ok?
Para que todos entendam os dados que aqui serão apresentados, aqui vai uma “legenda”:
• Montante inicial – valor inicial aplicado, no “mês zero”;
• Aplicação mensal – valor a ser aplicado mensalmente, sendo que a primeira aplicação
já é no “mês zero” e a última é no “mês onze”;
• Juro mensal – taxa de juro mensal considerada;
• Total alcançado – refere-se ao valor conquistado, somando tanto as aplicações quanto
os rendimentos;
• Total aplicado – refere-se ao valor total aplicado, isto é, o montante inicial mais doze
aplicações mensais;
• Rendimento – refere-se ao valor conseguido por meio da aplicação, isto é, total
aplicado – total alcançado;
• Juro obtido – refere-se ao percentual de rendimento, isto é, a relação entre o
rendimento e o total aplicado, a fim de sabermos quanto o nosso dinheiro rendeu
naqueles doze meses.
Bem, agora que já está tudo explicado, vamos a cada um dos casos calculados:
Sem montante inicial, aplicação mensal R$ 8.030,00 e juro mensal 0,57%
Total alcançado – R$ 100.005,83
Total aplicado – R$ 96.360,00
Rendimento – R$ 3.645,83
Juro obtido – 3,78%
Em outras palavras, se você pretende aplicar mensalmente na caderneta de poupança e não
possui nenhum capital (além do valor de aplicação mensal!) para aplicar hoje, então é provável que
você precise pelo menos aplicar R$ 8.030,00 por mês para conseguir acumular R$ 100.000,00!
Como não houve montante inicial e o prazo é bastante curto, podemos perceber que as
aplicações mensais foram bastante altas e o juro obtido bastante baixo.
Agora, e se conseguíssemos 0,70% ao mês?
Sem montante inicial, aplicação mensal R$ 7.962,00 e juro mensal 0,70%
Total alcançado – R$ 100.004,81
Total aplicado – R$ 95.544,00
Rendimento – R$ 4.460,81
Juro obtido – 4,67%
Aqui, contando com um juro mensal esperado maior, tivemos um rendimento um pouco
melhor, mas percebemos, em nossa primeira impressão, que a aplicação mensal ainda é bastante
alta.
O juro obtido no total subiu agora quase 1%, mas não podemos considerar que será fácil
conseguir isso, pois apesar de tal juro mensal ser possível por meio de CDB, título público ou certos
fundos de investimento, eles exigem um montante inicial razoável (geralmente, pelo menos R$
30.000,00 ou R$ 50.000,00), o que acaba contrariando nossa expectativa de não investir um
montante inicial (somente o valor da aplicação mensal seria aplicado no mês zero).
Bem, e o que acontece se tivermos um montante inicial de R$ 50.000,00 a aplicar?
Montante inicial R$ 50.000,00, aplicação mensal R$ 3.732,00 e juro
mensal 0,57%
Total alcançado – R$ 100.007,71
Total aplicado – R$ 94.784,00
Rendimento – R$ 5.223,71
Juro obtido – 5,51%
Hmmm… O fato de termos um montante inicial a ser aplicado (lembrando que estou
considerando que, no “mês zero”, são aplicados o montante inicial e uma aplicação mensal!)
correspondente a metade do nosso objetivo já ajudou um pouco mais, fazendo com que o
rendimento e o juro obtido no processo fossem maiores.
Entretanto, é perceptível que nossos esforços ainda são praticamente para “economizar quase
R$ 100.000,00?, já que o juro mensal ainda se encontra baixo, bem como o prazo (que não será
alterado em nenhum momento nesta primeira parte do estudo).
Você pode estar se perguntando… E o que aconteceria se trabalhássemos com um juro mensal
maior, como o 0,70%?
Montante inicial R$ 50.000,00, aplicação mensal R$ 3.634,00 e juro
mensal 0,70%
Total alcançado – R$ 100.009,53
Total aplicado – R$ 93.608,00
Rendimento – R$ 6.401,53
Juro obtido – 6,8%
Como se pode perceber, o rendimento e o juro obtido cresceram mais um pouco, mas o total a
ser aplicado ainda é bastante próximo do valor a ser alcançado. Será muito difícil mudarmos isso,
pois estamos trabalhando com juros baixos em um prazo baixo (somente doze meses).
O próximo panorama que será apresentado é, no caso, aplicando um montante inicial na
caderneta de poupança e não efetuando nenhuma aplicação mensal…
Montante inicial R$ 93.407,00, sem aplicação mensal e juro mensal de
0,57%
Total alcançado – R$ 100.000,19
Total aplicado – R$ 93.407,00
Rendimento – R$ 6.593,19
Juro obtido – 7,1%
Vejam só, mesmo que apliquemos todo o capital que dispomos no mês zero e depois não
façamos nenhuma outra aplicação, o montante necessário ainda será um bocado alto, já que o juro
obtido ao longo dos doze meses será agora o juro da caderneta de poupança ao longo do ano – e um
juro anual de 7,1% é bastante possível, desde que o mercado não dê uma grande reviravolta.
Então, aplicando somente na caderneta de poupança, ao longo de um ano, a fim de conseguir
o melhor rendimento, só mesmo aplicando todo no início (o que demanda ter todo aquele capital!) e
resgatando-o ao final.
Vejamos agora com outra aplicação que nos desse um retorno mensal de 0,7%…
Montante inicial R$ 91.971,00, sem aplicação mensal e juro mensal
0,70%
Total alcançado – R$ 100.001,05
Total aplicado – R$ 91.971,00
Rendimento – R$ 8.030,05
Juro obtido – 8,7%
É, não tem jeito, não conseguimos reduzir ainda o capital aplicado para menos que R$
90.000,00… Como disse, os juros esperados e o prazo são muito importantes e, desta vez, eles
parecem estar “contra nós”, já que o prazo é bastante curto e estamos procurando aplicações
bastante conservadoras.
Bem, como um último exercício, vou propor algo aqui mais tangível para muitas pessoas…
Sem montante, aplicação inicial R$ 1.091,00 (+0,85% a.m.), juro 0,57% e
60 meses
Total alcançado – R$ 100.047,48
Total aplicado – R$ 65.460,00
Rendimento – R$ 34.587,48
Juro obtido – 52,8%
Vejam só, neste último exercício decidi “mexer” no prazo, a fim de dar alguma “folga”. Com
cinco anos para poupar (sim, estamos usando somente os juros da caderneta de poupança), pude
trabalhar sem montante inicial – geralmente quem está começando não possui capital disponível
para tal aplicação inicial – e com uma aplicação mensal inicial menor, porém que cresce cerca de
0,85% ao mês.
Você pode estar se perguntando: por que 0,85% ao mês? Porque, após doze meses, terá
acumulado um crescimento aproximado de 10% ao ano, que é um valor que se pode conseguir no
crescimento de seu faturamento mensal, se trabalhar bem sua carreira e/ou os seus negócios.
Desta forma, as aplicações começam com um valor de R$ 1.091,00 e terminam em R$
1.812,92, valores bem mais aceitáveis para poupar mensalmente, não acha?
Para conseguir poupar tais valores, você deveria estar ganhando (valor líquido) no mínimo o
triplo daquele valor e não apresentar financiamentos ou dívidas em seu nome. Em outras palavras,
você deveria começar ganhando R$ 3.273,00 e após cinco anos estar ganhando R$ 5.439,00.
Sim, para quem está ganhando menos que R$ 1.000,00 mensais hoje, tal estratégia não é
muito interessante. Em outra oportunidade farei um planejamento aqui apontando como uma pessoa
que está ganhando menos que R$ 1.000,00 mensais pode planejar-se para atingir tal valor também,
ok?
E então, alguma dúvida ainda sobre como conseguir R$ 100.000,00 em um ano?
17. Pouco dinheiro, mas muita vontade de ganhar mai s!
Para este capítulo, apresentaremos uma análise sobre como elaborar um planejamento
financeiro a partir de uma situação real, no caso publicada via comentário por um dos leitores do
Clube do Dinheiro. Em e-mail, um leitor disse o seguinte:
Faço curso superior e atualmente presto serviço à secretaria da justiça e cidadania. Acabei fde fazer um CDB no BB por cento e vinte dias(120) por não querer deixar o dinheiro na poupança, tentando evitar o seu gasto! O banco acabou me dando uma opção que não era tão adequada (com quinhentos reais só deu para fazer um pré de 120 dias), mas hoje em dia ,estou aprendendo no blog que tem vários opções que poderiam ser interessantes para mim. No trabalho só recebo um salário mínimo e pergunto para você: qual é a melhor forma de investir o que eu poupei? Tentei abrir uma conta na corretora, mas não deu certo (na investbolsa). O que é que eu faço? Obrigado pela atenção.
Bem, percebo então que a sua situação é mais ou menos a seguinte:
• A renda mensal é pouca, mas mesmo assim já compreende a importância de investir
parte da mesma planejando seu futuro;
• O montante acumulado até então é baixo, o que reduz o seu potencial de barganha
junto a bancos e outras instituições financeiras quanto ao objetivo de conseguir as
melhores taxas;
• Está bastante disposto a aprender, o que é o mais fundamental, juntamente com a
vontade de praticar e “por para funcionar” tudo aquilo que aprendeu.
Em primeiro lugar, então, quero parabenizar-lhe pelo interesse em aprender mais sobre o
assunto – esta é a forma certa de melhorar a sua situação financeira. Além disso, fico feliz pela
confiança que deposita em nosso blog ao tomá-lo como guia em sua jornada.
Em segundo lugar, gostaria de indicar-lhe alguns outros artigos publicados anteriormente.
No artigo Planejamento Financeiro #1 – Como investir pouco dinheiro, você encontrará
informações suficientes sobre como proceder a fim de melhorar seu orçamento para alcançar um
bom valor a ser investido.
O artigo Planejando e economizando para um curso mostra algumas propostas de como
investir seu dinheiro de acordo com o montante acumulado.
Juntos, esses dois artigos podem oferecer-lhe algumas dicas a serem aplicadas no seu dia-a-
dia para tornar seu orçamento doméstico um pouco mais enxuto bem como uma visão macro a
respeito de como investir seu dinheiro. Agora, claro, precisamos falar passo-a-passo sobre as
primeiras decisões que lhe são cabíveis no momento.
Regra dos 10% na economia doméstica
O primeiro passo é, antes mesmo de começar a investir, fazer com que o dinheiro sobre tanto
quanto for possível SEM deteriorar a qualidade da vida que curte neste momento. E como já falei
em vários artigos, os dois primeiros passos para isso são a redução do desperdício ao máximo e a
substituição de certos prazeres que custam algum dinheiro por outros tipos de diversão que custem
menos ou mesmo que nada custem.
Perceba que o objetivo não é eliminar toda a diversão de sua vida, mas sim a substituição
daquelas onde há maior vazão do dinheiro por outras que gastem menos.
Este primeiro passo é realmente essencial, pois, apesar de não necessitar lutar por aumento,
ganhar em loteria ou esforçar-se em um novo negócio, permite-lhe que você “tenha” mais dinheiro,
na medida em que aquele dinheiro que sobra antes era gasto com outras coisas.
A economia mínima deveria ser de 10% em relação ao que você tem gasto no passado e há
possíveis variações: você pode economizar mais do que 10% de sentir que é capaz ou mesmo pode
tornar o processo recursivo, economizando sempre 10% dos gastos em relação ao mês anterior, até
alcançar um ponto de custos mínimo realmente necessário para manter seu atual padrão de vida.
Similar a esta regra, nós temos a…
Regra dos 10% nos investimentos
É necessário que todo mês você aplique em seus investimentos ao menos 10% do que ganhou.
Para muitas pessoas, isso poderá ser difícil, mas se você conseguiu cumprir a regra dos 10% na
economia doméstica então já possui dinheiro sobrando suficiente para tal.
Assim como no passo anterior, a disciplina é muito importante, ou seja, você deve realmente
tomar o controle da situação e investir mensalmente aquela quantidade mínima de dinheiro a fim de
criar o hábito (em como uma reserva financeira que lhe poderá ser útil a qualquer momento).
Com o tempo, seus investimentos começarão a render mais e mais – faça de conta que tal
rendimento não existe, mantendo-os no mesmo investimento ou aplicando em outro. Desta forma,
com o tempo você começará a investir mais do que somente 10%.
Quanto ao tipo de investimento, como já mencionamos anteriormente, depende muito do
montante, tempo em que o mesmo poderá estar investido e a probabilidade de que você precise
sacá-lo no meio do tempo da aplicação.
Eu sempre aconselho começar pela caderneta de poupança que, apesar de ter um baixo
rendimento em relação às outras formas, pode ser resgatada quando necessitar, dando-lhe assim
uma grande liquidez com baixo risco.
Conforme o montante investido for crescendo, você poderá ir escolhendo novas formas de
investir. Mas por favor, não caia na bobagem que muitos ouvem por aí que “é possível investir em
ações com menos de R$ 500,00?, como já falei aqui anteriormente, sim, é possível investir em
ações com valores bem pequenos, entretanto há várias taxas envolvidas com o processo, como a
taxa de operação (referente a cada ordem de compra ou venda) e a taxa de custódia (taxa mensal
paga enquanto possui ações).
No Banco do Brasil, por exemplo, a taxa de custódia é de R$ 9,00 enquanto que a taxa de
operação é de R$ 20,00 (para operações feitas em home broker), sendo assim, se em um ano inteiro
eu tiver ações lá e executar somente uma operação de compra e uma operação de venda, terei custos
totais de R$ 148,00. Lembrando que sobre o seu rendimento ainda incidirá o imposto de renda de
pessoa física, é fácil perceber que será necessário que suas ações valorizem muito a fim de
compensar tais gastos de for muito pequeno o volume e valor delas, não acha?
Sendo assim, nada de investir em ações por agora, espere até (bem) mais tarde, quando
apresentar um montante bem maior e a aplicação ser mais interessante.
Tenha seu objetivo em mente
Ter um objetivo sempre em mente ajuda, motiva-o, pois faz lembrar que todo aquele seu
esforço não é somente para “acumular números”, mas sim para alcançar algo que deseja. Pode ser
um curso de inglês online, uma viagem de férias ou para um congresso em outra cidade, a compra
de uma moto para melhor locomover-se ou a aplicação em outro negócio melhor. Não importa qual
o seu objetivo, tenha-o sempre em mente para que se lembre por que está fazendo isso.
Agora que possui seu objetivo em mente, calcule quanto precisa em dinheiro para alcançá-lo
(inclua todas as despesas aqui) e aumente mais um pouco o valor em 10 a 20% – isso ajuda a não
tomar um susto caso a inflação ou supervalorização faça o valor subir muito. Este é, vamos assim
dizer, o preço do seu sonho.
Você pode agora focar em conseguir dinheiro suficiente para o seu sonho. Eu prefiro
conseguir mais do que o próprio sonho – 20% a mais, metade ou mesmo o dobro! Isso é
interessante, pois, quando você utilizar todo o dinheiro para realizar o seu sonho, sem reserva
financeira alguma demorará muito mais para o montante crescer do que se sobrar algum dinheiro
nele – lembre-se de como funcionam os juros.
Agora que já conseguiu cumprir estes três primeiros passos, está na hora de “ligar o turbo”.
Busque novas formas de ganhar dinheiro
Não posso lhe dizer exatamente o que você deve fazer – isso depende de suas habilidades.
Mas, desde procurar um segundo emprego a abrir o seu próprio negócio, há inúmeras formas de
ganhar mais dinheiro – muitas aqui mesmo, na própria Internet, muitas fora dela.
Eu, como todos já devem ter percebido, sou apaixonado por este “mundo virtual”, e todo o
meu trabalho atualmente se dá por meio deste – meu “emprego” é por meio da Internet, assim como
meus negócios também são.
Uma coisa que devo alertar é que não é fácil conseguir uma segunda fonte de renda e
acostumar-se com a necessidade de esforçar-se mais para tal – é aqui onde muitas pessoas desistem.
Aqueles que seguem firmes, crentes do potencial e disciplinados para seguirem seu objetivo,
colhem mais tarde os resultados.
No meu caso, levei quase um ano e meio para receber o primeiro pagamento de USD 100.00
por meio de publicidades. Minha esposa e eu dedicávamos, acredito, cerca de 10 a 16 horas por
semana aos nossos blogs e websites. Ouvi muitos na época rirem ao dizer que compraria nossos
celulares com o dinheiro dos anúncios. Hoje, o valor já é suficiente para pagar uma pessoa para
ajudar-nos na atualização de alguns dos blogs e ainda nos sobra algum dinheiro pagar algumas das
nossas contas de menor valor.
Alguém poderia dizer “que idiota, por que não pára de pagar alguém para atualizar e não fica
com todo o dinheiro?”. Simples: estou investindo em meu negócio. Acredito nele (o que é muito
importante) e quero fazê-lo expandir, crescer para um novo patamar. Já tenho uma meta traçada
para os próximos 12 meses.
Entretanto, só aconselho a enveredar por empreendimentos quando sentir-se confortável e, se
possível, sem apertos financeiros, caso contrário, poderá vir a desanimar e desistir. Sendo assim,
comece por uma segunda renda prestando serviços a terceiros.
Concluindo…
Lembre-se: as três primeiras “regras” aqui ditas são vitais. Usando somente elas, você poderá
alcançar seus objetivos financeiros mesmo que não busque uma segunda renda. A renda extra serve
mais para acelerar o processo, mas se não tem as outras regras bem definidas, tudo pode
desmoronar, como um simples castelo de areia!
Bem, e então, agora está pronto? Alguma dúvida mais ou já sabe como ganhar seu dinheiro?
Considerações Finais
Falamos sobre muita coisa neste e-book (muita coisa mesmo!) e eu realmente espero que você
tenha gostado de sua leitura. Claro, o mercado é instável, sempre mudando (durante décadas a
caderneta de poupança esteve intocável e, nos últimos anos, mudanças radicas foram feitas à
mesma!) e você não deveria limitar-se aos conhecimentos apresentados aqui, neste e-book, mas
espero que eles sirvam-lhe de base em sua jornada rumo à sua independência financeira investindo.
Se você leu atentamente cada capítulo e praticou cada exercício, então a esta altura você já
possui uma boa noção do mercado financeiro e poderá investir mais tranquilamente, entretanto, se
você fez uma leitura muito superficial ou não praticou seus exercícios, então eu aconselho a retornar
e praticar cada um deles, buscando apoio na leitura do respectivo caso sinta alguma dúvida –
somente a prática pode consolidar nosso aprendizado!
Vale lembrar mais uma vez que este é um curso introdutório ao mundo dos investimentos
financeiros e, por isso, não estudamos estratégias mais avançadas e detalhadas de investimentos em
renda fixa ou nos aprofundamos em estratégias para investir em ações. Caso tenha interesse,
recomendo complementar os conhecimentos deste curso com outro orientado para o tipo específico
de investimento que deseja praticar. E, claro, tenha sempre este manual perto de você!
Espero atualizar constantemente este e-book e, para tal, conto com a colaboração de todos os que o
leram. Caso você tenha notado alguma informação estranha ou equivocada, por favor, escreva-me
um e-mail informando o erro e em que página se encontra. Além disso, pretendo expandi-lo, então
se você gostaria de ver mais alguma outra informação relacionada ao universo dos investimentos
financeiros, você também pode contatar-me por e-mail.
O e-mail para contato é: [email protected]