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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL Edição Especial Revista Oficial do Evento Setembro • 2008 Belo Horizonte Minas Gerais

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Ed iç ão Es pe ci al Belo Horizonte Minas Gerais Revista Oficial do Evento Setembro • 2008 Rotary Club Belo Horizonte-Cidade Jardim Rotary Club Belo Horizonte-Serra Rotary Club Itabira Rotary Club Joaíma Rotary Club Arcos Rotary Club Cruzília Rotary Club Pains Rotary Club Três Pontas Homenagem da Governadoria do Distrito 4520 Rotary Club Mariana Rotary Club Matipó Rotary Club Contagem Rotary Club Luz Rotary Club Montes Claros-Norte Rotary Club Várzea da Palma Rotary Club Goiatuba Rotary Club Goiânia-Sul

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Page 1: cialBeloHorizonteMinasGeraisRevistaOficialdoEventoSetembro•2008RotaryClubBeloHorizonte-CidadeJardi

XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL

Edição Especial

Revista Oficial do Evento Setembro • 2008

Belo Horizonte Minas Gerais

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Rotary Club Belo Horizonte-Cidade Jardim

Rotary Club Belo Horizonte-SerraRotary Club Itabira

Rotary Club JoaímaRotary Club Arcos

Rotary Club CruzíliaRotary Club Pains

Rotary Club Três Pontas

A CAMINHADA É OUROO CAMINHAR É PRATA

Rotary Club MarianaRotary Club MatipóRotary Club ContagemRotary Club LuzRotary Club Montes Claros-NorteRotary Club Várzea da PalmaRotary Club Goiatuba Rotary Club Goiânia-Sul

Rotary Club Belo Horizonte-LesteRotary Club Belo Horizonte-Oeste

Rotary Club BarbacenaRotary Club Coronel Fabriciano

Rotary Club Manhumirim-Alto JequitibáRotary Club NanuqueRotary Club Santos Dumont

Parabéns! Vocês são um orgulho para Rotary.

Homenagem da Governadoria do Distrito 4520

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SumárioEditorial 04

Mensagem Presidentede Rotary International 05

Mensagem Diretor de Rotary International 07

“Preserve o Planeta Terra” 09

Sustentabilidade. Afinal o que é isso? 11

Rejeitada? Que nada! 13

Falta um R 15

Nunca é tarde para aprender 17

A hora dos pequenos 21

Licença-maternidade e a mortalidade infantil 25

Aprendendo a dizer não 26

Disposição para Envelhecer 28

50 anos de Rotary no Vale do Aço 31

Saúde longe dos hospitais 34

Responsabilidade Social e Sustentabilidade

na Construção Pesada 37

Em busca do bem comum 39

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG� XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL

Editorial Expediente

A Comissão Executiva do evento foi escolhida e aprovada pelo Diretor de Rotary International Themistocles Américo C. Pinho e é composta dos seguintes rotarianos:

CoNSELhEIRoS

Archimedes Theodoro ( ) Ex-Diretor de Rotary International

hipólito Sérgio Ferreira Ex-Diretor de Rotary International

CoMISSão GESToRA

José Edélcio Drumond Alves Chairman

Antônio Elias Nahas Coordenador Geral

Geraldo Eustáquio Alves Secretário Geral

Francisco Fernando Schlabitz Secretário Adjunto

Roberto Sá de Noronha Tesoureiro Geral

Ivo Alexandre de Souza Tesoureiro Adjunto

hélio Vilela Barbosa

Márcio Antônio Labruna

Luiz Carlos D’Antonino

Celso Luiz de Brito Cruz

Assessores

Tiragem: 2000 Exemplares

Projeto Gráfico VCS Propaganda

Jornalista Responsável Paulo Assis (MG 07169 JP)

Reportagens Paulo Assis, Roberta Nobre e Patrícia Benedicto

Fotografias Capa Praça da Liberdade; oswaldo Afonso/ Acervo BhCVBIgreja da Pampulha e Vista Geral de Bh: Gabriel Araujo / Acervo BhCVBPraça da Estação: Márcio Rodrigues / Acervo BhCVB

Fotos Entrevistas Paulo Assis e Gravatinha

José Edélcio Drumond AlvesChairman do XXXI Instituto Rotary do Brasil

há cinco décadas, jovens desbravadores, de diversas regiões do Brasil e

de outros países, se instalaram no Vale do Aço mineiro. A região tornara-

se conhecida em todos os cantos do Brasil graças à instalação de grandes

indústrias. Na década de 40, a Acesita começou a operar. No final da década

de 50 foi a vez da construção da Usiminas, que iniciou a produção em 1962.

As duas empresas pertenciam, à época, ao município de Coronel Fabriciano

(nos distritos de Timóteo e Ipatinga). A prosperidade chamou a atenção.

Bravos desbravadores então se fixaram no município. Contudo, ao contrário

de ‘empreendedores’ de outras épocas, estes não queriam explorar todo o

potencial do município, virar as costas e buscar novas terras.

Esta revista do XXXI Instituto Rotary é uma homenagem aos pioneiros do

Rotary Club do Vale do Aço. Trinta e dois homens – infelizmente nem todos

estão entre nós – que, em 1959, criaram o Rotary Club de Coronel Fabriciano.

Na cidade-mãe, como é chamada, esses rotários construíram suas vidas e

irradiaram o desenvolvimento social e econômico.

os reflexos da ação do Rotary Club de Coronel Fabriciano estão na educação,

no lazer, na comunicação, na prestação de serviços à comunidade, e, claro, na

irradiação do Rotary para outras cidades da região. Ipatinga é um exemplo.

É um orgulho, sendo membro do RC de Ipatinga, poder fazer esta justa

homenagem àqueles que tanto contribuíram para nossa região.

UMA JUSTA HOMENAGEM

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASILBELO HORIZONTE-MG XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG�

Cordialmente,

D. K. LeePresidente do RI, 2008-09

Mensagem do Presidente

ROTARY INTERNATIONAL

Aos Participantes doInstituto Rotary para as Zonas 19 A e 20,

Prezados companheiros (as) rotarianos (as),

Dong Kurn LeeSeul, CoréiaPresidente-eleito do Rotary International, 2008-09Curador da Fundação Rotária, 2003-07 Tesoureiro do Rotary International, 2002-03 Diretor do Rotary International, 2001-03 Presidente da Comissão de Celebração Presidencial para Assuntos Comunitários, 2004-05

Governador de distrito, 1995-96

É presidente da Bubang Co. Ltd. e da Bubang Techron Co. Ltd., empresas manufatureiras de Seul. Graduado em ciências sociais e diplomacia pela Yonsei University, Lee serve atualmente como membro do conselho diretor do Busan College of Information Technology e foi diretor da escola secundária e da associação de ex-alunos universitários. Serviu como fiduciário no Bank of Seoul e como cônsul honorário da Itália na Coréia do Sul. Em 2005, foi nomeado embaixador internacional da boa vontade pelo presidente coreano. Ingressou no Rotary Club de Seoul-hangang em 1971 e serviu como diretor e tesoureiro do RI, curador da Fundação Rotária, governador de distrito, líder de treinamento da assembléia internacional, coordenador regional da Fundação e coordenador regional de desenvolvimento do quadro social. É diretor da Iniciativa do Setor Privado para a Erradicação da Poliomielite na Coréia do Sul e foi homenageado com a Menção da Fundação Rotária por Serviços Meritórios. Em 1996, foi prestigiado na 87ª convenção do RI com o Prêmio Calgary por ter organizado 32 clubes e recrutado 1.800 novos sócios, fazendo do seu distrito o líder mundial de desenvolvimento do quadro social naquele ano.

Seus sócios nos negócios ficam impressionados com a orientação confuciana de D. K. Lee: “Ele aprendeu que ´Se alguma coisa deve ser feita, é preciso fazê-la direito´”, conta o amigo Koo Bon-moo, executivo-chefe e presidente do Grupo LG.

o envolvimento de D. K. Lee com o Rotary impressiona seus companheiros e parceiros de negócio, pois ele conseguiu equilibrar suas ações empresariais e rotárias, expandindo a empresa da família.

Lee reside em Seul, na Coréia, com sua esposa Young Ja, e tem quatro filhos e cinco netos.

É uma enorme satisfação dar-lhes as boas-vindas ao Instituto Rotary.

Sua presença aqui se deve ao fato de que vocês, como eu, acreditam no Rotary

e nas mudanças positivas que produz nas comunidades do mundo. Sei que

ao trabalharmos juntos alcançamos feitos maiores do que sozinhos. Unidos no

Rotary, podemos reduzir o índice de mortalidade infantil e realizar os sonhos de

crianças em todo o planeta.

Precisamos levar esperança e a chance de um futuro promissor para as crianças

tanto nas comunidades locais quanto em outros países, pois sem o Rotary muitas

das necessidades da população infantil não serão sanadas. É por este motivo

que peço a vocês que utilizem a experiência adquirida através de iniciativas na

área de recursos hídricos, saúde, combate à fome e alfabetização em benefício

das crianças do mundo inteiro e inspirem outros rotarianos a fazer o mesmo.

Ao participarem desta importante reunião, lembrem-se de que é nossa

responsabilidade chamar a atenção para as carências das crianças. Precisamos

implementar projetos que possibilitem aos pequenos o acesso à água potável e

à assistência médica, bem como a oportunidade de freqüentar a escola.

Devemos nos unir e fazer o que for necessário. Realizemos os sonhos este

ano, fazendo com que crianças felizes e seguras se transformem em adultos

saudáveis.

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL

Transformação Social

CULTURA

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG�

Transformação Social

CULTURA

Mensagem do Diretor

ROTARY INTERNATIONAL

Mais uma vez o Rotarismo Brasileiro se reúne em seu evento magno anual – o INSTITUTo RoTARY Do BRASIL.

Neste ano, para nossa alegria, nos acolhem os Companheiros das Minas Gerais, em sua encantadora Belo horizonte, durante os dias 18, 19 e 20 de Setembro, em momentos de trabalho, mas também de puro companheirismo, com o sabor próprio da sua “mineirisse” cativante, o que nos permite, desde logo, ter a certeza de que teremos dias inesquecíveis neste XXXI Instituto Rotary do Brasil.

Porém, nada poderia ser feito e não teríamos o sabor da amizade e brejeirice mineiras se VoCÊ aqui não estivesse dando o seu calor humano e a sua resposta amiga para todos aqueles que, como Eu, desde há algum tempo, e especialmente, a partir do Instituto de Belém, se dedicam com afinco na preparação deste evento.

Neste ano, pretendemos ver a liderança rotária brasileira, durante os dias do Instituto, engajada e interessada não só em relação às atualidades do Rotary, mas também, transmitindo suas idéias e conhecimentos numa perfeita interação, única forma para que, cada vez mais, o Brasil sedimente sua posição de verdadeiro líder em nossa organização Internacional de Prestação de Serviços Voluntários.

Teremos entre nós o Líder maior do Rotary International neste ano, o Presidente Dong Kurn Lee e sua esposa Young Ja participando pessoalmente do Instituto como resposta evidente em relação à importância do trabalho que a liderança rotária brasileira, em todos os níveis, desenvolve em nossa Pátria, mostrando a verdadeira imagem do Rotary, e demonstrando o quanto somos importantes e o muito que fazemos em prol dos mais necessitados, no respeito à Ética e na busca da Paz.

Sejam bem vindos, Eu e Gilda aqui estamos para abraçá-los.

Caros Amigos e Amigas em Rotary,

Themístocles A. C. PinhoDiretor do Rotary International

Convocador do XXXI Instituto Rotary do Brasil

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL

Há mais de duas décadas, a CIPALAM está no mercado brasileiro e, hoje, já está atende o mercado externo.

Estas são conquistas que creditamos à qualidade de nossos produtos

e às parcerias que mantemos com nossos CLIENTES, FORNECEDORES,

COLABORADORES E REPRESENTANTES.

Av. Brasil, 845 • Iguaçu 35162-036 • Ipatinga MG

& (31) 3829.6300 Fax: (31) 3829.6318www.cipalam.com.br

genuinamentebrasileira

Nosso nome é uma homenagem a IPATINGA, cidade que ajudamos a construir.

A CIPALAM carrega a fibra e a determinação do povo mineiro, uai, e tem no peito o orgulho de ser uma empresa genuinamente brasileira.

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG�

A história da humanidade está sendo marcada pela multiplica-ção dos movimentos conservacionistas e, dizem os líderes da área, que o movimento tomou cunho de universalidade com o lançamento pelo Rotary Internacional do movimento PRE-SERVE o PLANETA TERRA.

No início dos anos 90, o brasileiro Paulo Viriato Correia da Costa assumiu a presidência mundial do Rotary. Ele pedia aos brasileiros e aos rotarianos do mundo inteiro que conduzissem o RoTARY CoM FÉ E ENTUSIASMo e aliou ao seu Lema a ênfase PRESERVE o PLANETE TERRA, que se irradiou pelo mundo inteiro.

Sua metodologia de ação começou com o pedido aos rotaria-nos de todo mundo para se informarem sobre os problemas do meio ambiente em suas próprias comunidades.

Lá no Sri Lanka, numa aldeia, os rotarianos descobriram que o lixo hospitalar era lançado nas lixeiras comuns, onde crianças e adultos buscavam restos de alimentos.

A comunidade foi chamada a atuar pelos rotarianos de Colombo e criou o processo seletivo de recolhimento do lixo hospitalar, bem como deu outro destino ao seu armazenamento.

Com esta ação os rotarianos detectaram o problema e atende-ram às orientações do programa que consistia em se informarem do problema e descobrirem as soluções.

o segundo passo foi conscientizar o mundo rotário que deveria se engajar, com mais entusiasmo, nas campanhas de plantios de árvores e conseguiu em algumas áreas que milhões e milhões de árvores fossem plantadas.

o importante deste passo foram as parcerias celebradas por clubes rotários com outras entidades não governamentais, com destaque para a intensa participação de jovens e adultos, através das suas escolas e de suas igrejas.

E o programa foi além, quando a fé e o entusiasmo dominaram as almas dos rotarianos e eles foram aos mais diversos locais, contataram com as autoridades públicas e com os organismos privados fazendo parcerias para:

“Preserve O Planeta Terra”Por José Edélcio Drumond Alves

• limpeza de ruas e parques;• desobstrução de rios e terrenos baldios;• adotar políticas de purificação dos recursos hídricos;• montar sistemas de reutilização de água.

o programa desenvolveu ainda projetos que tratavam do uso de equipamentos nas usinas com antipoluentes.

Foi de grande valia o estabelecimento de novas regras quanto ao uso de recursos escassos, a diminuição do uso ou a própria eliminação de materiais não biodegradáveis.

os rotarianos foram agentes propulsores “das mudanças de seus próprios hábitos diários para refletir a necessidade de nossos tempos de usar menos, acumular menos, desperdiçar menos” afirmou uma vez Paulo Viriato.

Para o autor do programa e toda sua equipe, “Limpar o meio ambiente é algo que levará meses, anos, décadas; algo que nós adultos podemos conseguir; mantê-lo limpo é algo para toda uma vida e para outras gerações, algo que somente nossos filhos e os filhos deles poderão conseguir”.

E estava como meta do programa a participação ativa das crianças e dos jovens: “Vamos promover a educação meio ambiental de nossas crianças com fé, entusiasmo e novo vigor. Vamos encorajar a inclusão da defesa do meio ambiente no currículo escolar. Vamos oferecer ajuda em nossas esco-las através de recursos, de idéias para projetos e de nossa própria experiência”, disse, na Mensagem de Lançamento, o então Presidente de Rotary International.

E este projeto foi disseminado em mais de 160 países onde os Rotary Clubs entenderam que o chamado do PRESERVE o PLANETA TERRA era muito mais que um projeto de Rotary, pois consistia numa necessidade do ecossistema e da sobre-vivência do homem, com qualidade de vida. E vida VERDE.

SUSTENTABILIDADE

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG10 XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL

FIEMG/SESI.Educação, lazer, saúde e culturaque promovem bem-estar social.

A FIEMG Regional Vale do Aço incentiva, apóia e fomenta o desenvolvimento industrial da região. O objetivo da entidade é fortalecer o associativismo empresarial, a integração das empresas e promover o desen-volvimento dos trabalhadores da indústria. Nas unidades do SESI, a FIEMG Regional Vale do Aço oferece educação básica, saúde, cultura e lazer a centenas de famílias. E através do SENAI, promove formação profissional, serviços técnicos e tecnológicos, aumentando a produtividade das indústrias.

• SINPAVA - Sindicato Intermunicipal das Ind. de Alimentação, Panificação,Confeitaria, e de Massas Alimentícias do Vale do Aço

• SINDIMIVA - Sindicato Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Ipatinga

• SINDIVEST - Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Minas Gerais

• SIME - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânica, de João Monlevade

• SINDUSCON - Sindicato das Indústrias da Construção Civil

Aqui tem desenvolvimento.

www.fiemg.org.br/regional-valedoaco

FIEMG/SESI.Educação, lazer, saúde e culturaque promovem bem-estar social.

A FIEMG Regional Vale do Aço incentiva, apóia e fomenta o desenvolvimento industrial da região. O objetivo da entidade é fortalecer o associativismo empresarial, a integração das empresas e promover o desen-volvimento dos trabalhadores da indústria. Nas unidades do SESI, a FIEMG Regional Vale do Aço oferece educação básica, saúde, cultura e lazer a centenas de famílias. E através do SENAI, promove formação profissional, serviços técnicos e tecnológicos, aumentando a produtividade das indústrias.

• SINPAVA - Sindicato Intermunicipal das Ind. de Alimentação, Panificação,Confeitaria, e de Massas Alimentícias do Vale do Aço

• SINDIMIVA - Sindicato Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Ipatinga

• SINDIVEST - Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Minas Gerais

• SIME - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânica, de João Monlevade

• SINDUSCON - Sindicato das Indústrias da Construção Civil

Aqui tem desenvolvimento.

www.fiemg.org.br/regional-valedoaco

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SUSTENTABILIDADE

José Tadeu MoraesPresidente do Conselho de Cidadania Empresarial – Sistema FIEMGDiretor-Presidente da Samarco Mineração

há algum tempo, falar dos problemas do planeta era algo que parecia ameaçador, mas ainda assim, distante do cotidiano, quase como uma profecia de ecologistas fanáticos sobre um futuro distante, longe da realidade. Décadas se passaram e grandes eventos globais surgiram, reunindo pensadores, políticos, empresários e representantes da sociedade para discutir, pesquisar, analisar os fatos que justificam a necessidade de mudanças radicais nas práticas e comportamentos da humanidade.

O consumo exacerbado, as práticas de produção predatória, a exploração da mão-de-obra, a corrupção arraigada às instituições, tornaram-se tão gritantes que passaram a incomodar a própria sociedade que as produz. Um incômodo que coloca a humanidade frente-a-frente com uma realidade que não a satisfaz mais. Os direitos sociais e individuais passam a ser amplamente defendidos. A preservação do meio ambiente passa a ser percebida como uma questão de sobrevivência. A falta de ética nas relações políticas, empresariais e sociais refletem a corrosão das instituições familiares, educacionais, corporativas, públicas e privadas. Essa realidade provoca uma emergência na re-conceituação da sociedade, a necessidade de uma revolução no conceito de planeta, de ecossistema, de sociedade.

Assim chegamos à premência de algo capaz de integrar o patrimônio social, econômico e ecológico: a sustentabilidade. Esse conceito crescente nas últimas décadas vem mudando discursos, comportamentos individuais, práticas empresariais, políticas públicas, integrando novas teorias, estudos e sistemas educacionais, passando a permear o cotidiano de tal forma que já se incorpora ao conceito fundamentado nesse tripé: a cultura, aqui entendida como, aquilo o que é aprendido e partilhado pelos indivíduos de um determinado grupo e que confere uma identidade dentro do seu grupo de pertença. Assim a sustentabilidade como parte da própria cultura, reforça, realimenta e dissemina novos comportamentos.

A revolução ocorre nos âmbitos pessoal e institucional, provoca a sociedade a uma interdependência sem precedentes. A

necessidade de interatividade, de diálogo ocupa os bancos das escolas, os processos de gestão, as práticas empresarias e as instituições públicas. Os relacionamentos extrapolam todos os limites e exigem como resultados a participação social nas tomadas de decisões, a inclusão social como desafio de uma humanidade totalmente diversificada, o posicionamento conjunto de países em favor do todo, um diálogo capaz de remover barreiras antes intransponíveis e criar novos posicionamentos éticos.

Descobrimos que fazemos parte de um grande todo, de um ecossistema vivo e integrado, onde as atitudes que ferem a dignidade humana, como fome e escravidão são capazes de corroer os sistemas humanos e sociais a ponto de destruir tudo o que a humanidade construiu ao longo da história. Atitudes de produção desconectadas da preservação ambiental são capazes de exaurir aquilo que a natureza demorou milênios para construir.

Os dilemas da sustentabilidade nos colocam diante do desafio de construção de um novo modelo de sociedade. Um modelo que depende da atitude pessoal, das ações cotidianas simples e éticas; da atitude coletiva que se dissemina nos sistemas de saúde, educação, nos contratos empresariais e na organização política; atitudes universais que se consagram em acordos por dignidade humana, ambiente saudável e ética nas relações. A sustentabilidade, portanto, não é um grande projeto para que imensas organizações realizem e sim uma atitude a ser incorporada no cotidiano e possui o tamanho do compromisso que cada função exige.

Viver o cotidiano, fazer política, fazer negócios com sustentabilidade é a melhor forma de gerar riqueza econômica, social, ambiental e cultural. Os ganhos são visíveis na confiança conquistada, no ambiente saudável, na dignidade do trabalho, no fortalecimento das instituições sociais e políticas, na credibilidade da humanidade em ser protagonista de uma história que possa ser transmitida com orgulho para as próximas gerações.

Sustentabilidade. Afinal o que é isso?

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG12 XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASILBELO HORIZONTE-MG XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG13

Toneladas de dióxido de carbono, principal gás responsável pelo efeito estufa, estão deixando de ser jogadas ao ar devido à produção do aço inoxidável. Parece contraditório, mas não é. Em 2001, uma empresa da cidade de Timóteo, onde fica localizada a usina da Arcelor Mittal Inox Brasil, antiga Ace-sita, introduziu no mercado uma tecnologia para transformar a escória do processo siderúrgico em um produto agrícola.

Patenteado como Agrosilício, o cor-retivo de acidez do solo – também usado como fertilizante – é produzido a partir da escória do aço inox gerado pela Arcelor. Utilizado em substitui-ção ao calcário, que é explorado diretamente da natureza, o produto criado pela empresa Recmix do Brasil evita a emissão do Co2, segundo pesquisa da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Conforme o estudo, para cada 100 toneladas de calcário aplicadas no solo, há uma geração de 44 toneladas do dióxido de carbono. No caso do agrosilício, por se tratar de um silicato, a geração do gás do efeito estufa é zero. Desde o início de sua comercia-lização, já foram vendidas 801,5 mil toneladas do produto, o que significa muito menos gás carbônico na atmos-fera proveniente do processo agrícola.

Segundo Dulcemar de oliveira Ramos, analista de Gestão de Meio Ambiente e Qualidade de Recmix, o ganho ambiental não fica apenas na questão da poluição do ar. “o grande negócio é transformar 100% desse subproduto (a escória) em produtos reutilizáveis. Essa é a grande sustentabilidade do processo, pois não pre-cisamos mais de aterros. Além disso, a siderúrgica também

SUSTENTABILIDADE

Rejeitada? Que nada!Por Paulo Assis

Utilização de produto derivado da escória do aço inox na agricultura aumenta produtividade e reduz emissão de gás carbônico

reduz a utilização de ligas e minérios através da reutilização dos metais contidos na escória”, explica.

A transformação da escória do aço inox em outros produtos significa, então, menor exploração de minas. “A sustentabi-lidade exige revisão de padrões de consumo da empresa”, escreve João Meirelles Filho na obra “o Livro de ouro da Amazônia”.

Reutilizar e transformar a escória não é apenas um negócio ambien-talmente viável. Do ponto de vista econômico também é interessante, inclusive para o consumidor. Uma pesquisa do Departamento de Pro-dução Vegetal da Faculdade de Ciên-cias Agronômicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), divulgada em 2007, revelou o aumento da produtividade de tubérculos, como a batata, em 15,8%, com a utilização do agrosilício.

De acordo com os estudos agronô-micos, os resultados positivos são decorrentes do elemento silício, que, aumentando a resistência da parede celular das plantas (na forma de sílica), propicia os seguintes benefícios: aumento de capacidade fotossintética devido à melhoria da arquitetura foliar (plantas mais ere-tas), aumento da resistência ao ata-que de pragas e doenças pela maior

proteção das folhas e aumento da resistência à seca, devido a menor perda de água por transpiração. Resultados assim mostram que esta escória nada tem a ver com “a parte mais desprezível” de um produto, um dos muitos significados dados pelos dicionários.

“O grande negócio é

transformar 100% desse subproduto

(a escória) em produtos

reutilizáveis. Essa é a grande sustentabilidade do processo...”

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG1� XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASILBELO HORIZONTE-MG XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG1�

MEIO AMBIENTE

FALTA UM RPor Paulo Assis

Reciclagem e reutilização ganham destaque, enquanto a redução do consumo é colocada em segundo plano

Um título mundial o Brasil vem osten-tando. Ele é campeão mundial em reciclagem de latas – mais de 95% do total produzido. Todos os anos mais de 10 bilhões de latinhas de alumínio são coletadas e recicladas. A euforia da posição esconde um grande problema que, na maioria das vezes, é colocado de lado: a redução do consumo.

Dados da Associação Brasileira do Alu-mínio (ABAL) e da Associação Brasileira de Fabricantes de Latas de Alta Reci-clabilidade (ABRALATAS) mostram que a produção de latas aumenta cerca de 11% ao ano.

“No Brasil, a política dos 3 Rs tem ficado centrada na reciclagem, enquanto a redução fica em segundo plano. É claro que a reciclagem é importante, mas podemos perceber que o viés econô-mico tem sustentado essa ‘consciência ambiental’ em relação à reciclagem, sobretudo do alumínio. É preciso desen-volver ações para incentivarmos o con-sumo consciente. Sem ele, a reciclagem está ‘incompleta’, ou seja, sua eficácia será reduzida”, defende Daniele Lima, engenheira sanitarista e ambiental.

Números divulgados pela WWF Brasil mostram que os 6,7 bilhões de habitantes do planeta utilizam 25% mais recursos naturais que a Terra é capaz de repor (leia sobre a Pegada Ecológica no quadro). Em seu site, a oNG revela que 1,8 hec-tare (pouco menos que dois campos de futebol) é a média de área disponível por pessoa, no planeta, de modo a garantir a sustentabilidade da vida na Terra. “Entre-tanto, desde 1999, a média de consumo

por pessoa no mundo é de 2,2 hectares”, diz.

A matemática é simples. Se não reduzirmos o consumo, não haverá reciclagem que dê conta de sustentar a utilização desenfreada dos recursos naturais. “há muito a se fazer. Precisamos começar pela consciência ambiental por si só e não pelas questões econômicas”, com-pleta Daniele.

Não será uma tarefa fácil. Se a recicla-gem de latas atinge 95%, os PETs ainda estão na casa de 50%. Achou ruim? É pior. Pesquisa do CEMPRE (Compro-misso Empresarial para Reciclagem) revela que pouco mais de 18% das 51,1 milhões de toneladas de resíduos sóli-dos produzidas no País são recicladas. Produtos de baixo valor agregado, como latas de aço, papel e vidro são muito menos reaproveitados.

Mas nem tudo está perdido. Aos poucos surgem iniciativas que reduzem a utili-zação de produtos descartáveis. Você provavelmente já vem se deparando com consumidores que dispensam o uso das sacolas plásticas ao saírem da padaria ou da mercearia. Em São Paulo, o Rotary Clube de Jaguariúna criou o projeto “Sacola Permanente”, através do qual são fornecidas sacolas de algo-dão para pequenas compras.

Quem tem mais de 25 anos ainda não se esqueceu do tempo em que para comprar um refrigerante (pequeno ou grande) era preciso levar o “casco” – assim como é feito com muitas cerve-jas. “A vida moderna trouxe muitas faci-

lidades, mas também criou problemas ambientais que podem ser solucionados desde que haja vontade e possamos abrir mão de algumas comodidades”, defende a engenheira ambiental.

Em junho passado, representantes de diversos segmentos lançaram o Movi-mento PET Consciente. “o objetivo deste movimento é conscientizar as pessoas sobre os nossos hábitos do dia-a-dia em relação ao consumo de bebidas em garrafa PET. Apesar de haver reciclagem, ainda há uma grande quantidade que é jogada diretamente no meio ambiente”, disse, à época, o biólogo Marcelo Novaes, um dos orga-nizadores do movimento.

Uma coisa parece consenso: é preciso frear o consumo. Agora, pare e pense. Você está disposto a contribuir com a sua parte? “o consumidor consciente é aquele que produz pouco lixo e reu-tiliza ao máximo aquilo que compra. A reciclagem só vem depois destas duas etapas.”

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG16 XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL

O que compõe a Pegada?A Pegada Ecológica de um país, de uma cidade ou de uma pessoa corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sustentam determinados estilos de vida. Em outras palavras,a Pegada Ecológica é uma forma de traduzir, em hectares (ha), a extensão de território que uma pessoa ou toda uma socie-dade “utiliza”, em média, para se sustentar.

Para calcular as pegadas foi preciso estudar os vários tipos de territórios produtivos (agrícola, pastagens, oceanos, florestas, áreas construídas) e as diversas formas de consumo (alimentação, habitação, energia, bens e serviços, transporte e outros). As tecnologias usadas, os tamanhos das populações e outros dados também entraram na conta.

Cada tipo de consumo é convertido, por meio de tabelas específicas, em uma área medida em hectares. Além disso, é preciso incluir as áreas usadas para receber os detritos e resíduos gerados e reservar uma quantidade de terra e água para a própria natureza, ou seja, para os animais, as plantas e os ecossistemas onde vivem, garantindo a manutenção da biodiversidade.

SERVIÇO

Calcule sua pegada em http://www.pegadaecologica.org.br/

Fonte: WWF Brasil

Primeiro passo: Reduzir

Reduzir o consumo e gerar menos lixo. Evitar desperdício. Escolher produtos mais duráveis e não os descartáveis.

o primeiro R é o mais importante e o mais difícil. É deixar de comprar aquilo que é desnecessário ou

que tenha muita embalagem.

Segundo passo: Reutilizar

Prolongar a vida dos materiais e adiar sua transformação em lixo. Valorizar materiais usados que tenham alguma utilidade

o segundo R é um desafio à criatividade e também implica em vencer

preconceitos contra o usado, o velho. É preciso reformar,

restaurar, compartilhar, doar, trocar,

estimular artesãos,

brechós, sebos e

feiras de trocas, lugares

onde se vendem coisas usadas.

Terceiro passo: Reciclar

Produzir um novo produto a partir do velho. o resíduo volta ao ciclo produtivo como matéria-prima.

o terceiro R é o último passo, após termos reduzido o consumo e reutilizado os resíduos. Envolve a separação, a comercialização e o transporte dos materiais para as indústrias de reciclagem.

Fonte: Revista Ecologia Integral

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Treze anos. Este é o tempo médio que um estudante brasileiro, matriculado na escola regular, leva para concluir os Ensinos Fundamental e Médio sem repetências. Treze anos é o tempo que Izaias Vieira Leal, 73, morador da cidade de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, tenta aprender a ler e escrever. Desâ-nimo é uma palavra que não faz parte do seu vocabulário, “ainda restrito”, admite o aposentado.

Foram quatro matrículas nas séries iniciais do Acertando o Passo – programa de alfabetização para adultos que antecedeu a Educação de Jovens e Adultos –, além de uma professora particular. Mas só após cinco anos em uma carteira de um dos núcleos da EJA é que ele começa a decifrar as palavras e os números.

“É a coisa mais maravilhosa. Passei para a segunda série. Mas a professora diz que sou muito bom de conta. Português ainda é difícil. Mas sempre que posso estou com um livro, um jornal na mão”, relata Izaias, orgulhoso. Quando criança, ele teve que trocar os cadernos e livros pelo trabalho na roça. Contra a vontade, explica o aposentado, que sonhava em ser advogado.

A alfabetização é um direito humano fundamental, afirma a organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Mesmo assim,

Nunca é tarde para aprender Por Roberta Nobre

O drama do analfabetismo ainda acomete 14 milhões de brasileiros

EDUCAÇÃO

ainda é negado a 14 milhões de pessoas no Brasil. Nada menos que 11,1% da população com mais de 15 anos ainda não sabe ler e escrever, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em 2007.

Na América do Sul, apenas a Bolívia tem o índice de analfabetismo maior do que o Brasil. “os prejuízos sociais são enormes. Por causa do analfabetismo, coisas básicas, como tomar um ônibus e verificar a validade de um produto, acabam sendo negadas. Isso sem falar nas oportunidades de trabalho, bas-tante reduzidas”, analisa Josélia Silva Cavalcanti, coordenadora de um dos cinco núcleos da EJA de Coronel Fabri-ciano.

o alto índice de analfabetismo brasi-leiro compromete o cumprimento dos objetivos educacionais definidos pela Unesco. Entre eles, ampliar em 50% a taxa de alfabetização de adultos até 2015. há avanços, é verdade. Entre 1996 e 2006 a taxa de analfabetismo caiu 29,1%. hoje, mais de 4 milhões de brasileiros estão matriculados neste sis-tema de ensino. No entanto, o ritmo de crescimento é insuficiente para atingir a meta da Unesco.

“É a coisa mais maravilhosa. Passei para a segunda série. Mas a professora diz que sou muito bom de conta.

Português ainda é difícil. Mas sempre que posso estou com um livro, um

jornal na mão”Izaias Vieira Leal, 73 anos

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASILBELO HORIZONTE-MG XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG1�

InvestImentO estagnadO, demanda crescente

Um dos gargalos é o investimento incompatível com a demanda por ensino. há dez anos, os recursos para a EJA estão estagnados em torno de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Enquanto isso, o número de matrículas cresceu em média 59% entre 1996 e 2006 no Ensino Fundamental que é de responsabilidade do município. No Ensino Médio, a cargo do Estado, a taxa chega a 244% - 390.925 mil alunos em 1997 para 1.345.165 milhão, em 2006.

Em contrapartida, apenas 26% das escolas públicas oferecem a EJA. há ainda o problema da evasão (quando a aluno deixa a escola e volta depois) e o abandono (quando ele não volta mais), que contri-buem pela crescente demanda por vagas na EJA. Segundo o Ministério da Educação (MEC), a expec-tativa é que 53% dos alunos matriculados no Ensino Médio não concluam o ciclo na idade certa.

“hoje, boa parte dos nossos alunos já passou por um banco de escola. Mas eles desistiam por causa do trabalho, família ou mesmo porque têm dificul-dade de aprendizagem. Agora voltam na expectativa de aprender”, explica Josélia Silva Cavalcanti. Este é o caso da doméstica Aparecida Prudêncio, 40. Ela já esteve matriculada em outras escolas depois de adulta, mas não chegava a permanecer mais de um mês na sala de aula. As primeiras palavras lidas deram fôlego para Aparecida que já vai para cinco meses de estudos.

aprender e ensinar As dificuldades são inúmeras. Segundo a coordena-dora da EJA em Coronel Fabriciano, a maioria dos alunos já chega às salas de aulas exausta de um dia de trabalho e tarefas domésticas, além de lutar contra anos de analfabetismo ou longe dos bancos escolares. A estratégia para encurtar a distância para a tão sonhada formação básica é usar elementos do dia-a-dia como material didático. Por exemplo, para ensinar a matemática, valem a conta de água e luz.

“Temos que nos aproximar da realidade do aluno para estimular sua permanência no curso e conseguir alfabetizá-lo”, argumenta Josélia. No Brasil, o número de analfabetos sobe para 30,5 milhões se for conside-rado o analfabetismo funcional – pessoas com menos de quatro anos de estudo. Nos núcleos da EJA, eles são maioria e a dificuldade de aprendizagem não é menor do que aqueles que nunca estudaram.

BOns exemPlOsNo entanto, há exemplos de superação. Josélia conta que uma ex-aluna da EJA voltou para escola, mas como professora de matemática. E também há parceiros na luta contra o analfabetismo. Um bom exemplo é projeto Lighthouse (lanterna ou farol para iluminar as mentes) do Rotary International, que visa erradicar ou diminuir o analfabetismo no mundo através do método de alfabetização CLE (Concentra-ted Language Encounter), importado da Austrália.

No Brasil, Contagem é a primeira cidade a adotar o método, junto aos núcleos da EJA, adaptado para a realidade local. Mas a essência do sistema de alfabetização é mesma: recuperação da auto-estima do aluno face ao fracasso escolar. hoje, o pólo em Contagem disponibiliza treinamento, capacitação de professoras e fornece todo material necessário. Como são aproveitadas as estruturas escolares existentes na rede municipal, a aplicação do sistema torna-se fácil, barata e eficiente.

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Em médias e grandes empresas e organizações, as práticas socialmente responsáveis estão num estágio mais avançado (embora não seja a realidade de todas). Que seja por uma exigência do mercado, sobretudo o internacional, ou pela cobrança do consumidor. Nos estabelecimentos menores, pequenos comércios e escritórios, a realidade é outra.

Nunca foi feito um estudo sobre quantos comerciantes desenvolvem ações de responsabilidade social. A convivência com nossos colegas empresários demonstra que são poucos. Nossa realidade é outra. Nem todos temos, ou melhor, poucos de nós temos departamentos que possam ser responsáveis por isso. Na verdade, “cobramos o penâlti e corremos para cabecear a bola.”

Mas todos esses obstáculos para nós, proprietários de micro e pequenas empresas, não devem servir como um escudo. “A escolha é nossa: cuidar da Terra e uns aos outros, ou participar da destruição de nós mesmos e da diversidade da vida. Porque não há futuro sem respeito pelo planeta e pela humanidade”, diz trecho da Carta da Terra, documento de grande relevância quando o assunto é ‘sustentabilidade’.

Somos pequenos, porém juntos podemos fazer muito. Sabe aquela caixa de papelão que vai direto para o lixo? Você pode juntar tudo e levar para alguma associação de catadores – caso sua cidade seja uma das muitas que não tenha a coleta seletiva. Incentive seus funcionários a racionalizar o uso dos copos plásticos para beber água ou tomar café. o meio ambiente agradece e seu bolso também.

Afinal, ter sustentabilidade empresarial significa assegurar o sucesso do negócio a longo prazo e ao mesmo tempo interceder a favor do desenvolvimento econômico e social da comunidade, contribuindo para um meio ambiente saudável e uma sociedade estável.

o desafio é criar, entre as micro e pequenas empresas – que, em maior parte, integram o quadro de associados das associações comerciais que compõem a Federaminas – o espírito do novo milênio. Como diz o presidente do Instituto Ethos, Ricardo Young, não existe empresa socialmente responsável sem que os seus líderes o sejam.

“Administrar um negócio sob esse prisma é muito mais complexo. É preciso lidar com diversas variáveis que não têm a ver necessariamente com o seu segmento ou com o seu produto, e que, no entanto, afetam o mercado”, escreve Young, no seu artigo “Quem é o gestor socialmente responsável.”

RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS

A hora dos pequenosPor Wander Luis Silva*

Fácil não é. Impossível também não. Necessário? Com certeza. Exemplos não faltam. há mais de um século, quando nasceu o primeiro Rotary Club, em Chicago, nos Estados Unidos, parecia um sonho impossível reunir pessoas com o objetivo de ajudar o próximo e a comunidade. o resultado está ai. Só no Brasil são mais de 53 mil rotarianos, desenvolvendo ações de meio ambiente, educação, saúde, entre outros.

* Presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas)

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Com três décadas de experiência em feiras livres, Rogério Ferreira é enfático: quase metade das frutas e verduras que vende se perde no trajeto entre o produ-tor e o consumidor. “Só aqui na banca, a perda é de 20% no calor e um pouco mais de 10% no frio”, diz ele.

A percepção do feirante é respaldada pelos estudos ligados ao desperdício e à fome, embora os números variem. Segundo a oNG Banco de Alimentos, a perda ao longo da cadeira produtiva estaria em 64% e ainda representaria um prejuízo de quase R$ 18 bilhões em todo o País.

Quando se fala em números tão grandes pode até parecer que você não tem nada a ver com isso. Muito pelo contrário. Dados da oNG Prato Cheio demonstram que as famílias brasileiras desperdiçam cerca de 30% dos alimentos.

Segundo a gerente-geral da oNG, Miriam Ferrari, os ali-mentos são encaixotados de qualquer forma e em recipientes não apropriados. “Ninguém está preocupado em aperfeiçoar esse serviço e, quando [o alimento] chega às cidades, as caixas são jogadas. os alimentos são trata-dos de qualquer forma e, por isso,

FOME

Tanto para uns, tão pouco para outrosPor Paulo Assis

Enquanto o desperdício de alimentos supera a casa de 60% em sua cadeia produtiva, milhares de pessoas passam fome no País

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASILBELO HORIZONTE-MG XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG23

ficam amassados e danificados”, afirma Miriam, em entrevista à Agência Brasil.

Uma forma simples, mas eficaz de evi-tar o desperdício, é aprender a utilizar aqueles produtos que, geralmente, jogaríamos no lixo. Em todo o País, o Serviço Social da Indústria (Sesi) desen-volve, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o programa “Cozinha Brasil”.

Com receitas simples (veja quadro), o programa dissemina conhecimentos para aproveitar melhor os alimentos e também ensina receitas nutritivas e baratas com alimentos que seriam descartados.

“Através deste programa, buscamos não apenas ensinar receitas. Nosso objetivo maior é conscientizar as pessoas sobre a importância de se evitar o desperdício. Para atingir nosso objetivo, realizamos cursos com multiplicadores, como canti-neiras de escolas. É vital disseminar esse conhecimento, afinal, não há dúvidas que enquanto há desperdício em nosso País existem milhares de pessoas pas-sando fome”, diz o empresário Luciano Araújo, presidente da Regional Vale do Aço da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

contraditórioEnquanto dezenas de toneladas de ali-mentos são desperdiçadas na colheita, no transporte e até mesmo no preparado, milhares de pessoas clamam, todos os dias, por um prato de comida. Estima-se que um bilhão de seres humanos passe fome na atualidade, enquanto até 20 milhões morram, todos os anos, por enfer-midades ligadas à falta de alimentos.

No Brasil, a realidade não é diferente. Cravada no Vale do Mucuri, a cidade de Setubinha, com seus 10 mil moradores, ostenta o título de pior Índice de Desen-volvimento humano (IDh). Por ali, boa parte da população complementa sua renda com o Bolsa Família, programa do governo federal. “Dá até fila”, diz João Pinto, proprietário de um supermercado, onde também é pago o benefício.

Enfim, soluções mágicas não existem. Existem estudos, programas, oNGs, gente dedicada. Ainda falta sensibili-dade de grande parte da população. Falta colocarmos as mãos na consciência e policiarmos nossas ações cotidianas.

torta vegetariana

Ingredientes:

Massa: 1 tablete de caldo de galinha ¼ xíc. (chá) de água quente ¾ xíc. (chá) de óleo 2 ovos ½ xíc. (chá) de leite 1 xíc. (chá) de água fria 2 ½ xíc. (chá) de farinha de trigo 1 ½ col. (sopa) de fermento em pó

Recheio: 1 xícara (chá) de casca de beterraba 2 xícaras (chá) de folha de couve-flor 1 xícara (chá) de talos vegetais picados ½ xícara (chá) de cebola ralada

1 dente de alho amassado 2 colheres (sopa) de óleo 1 xícara (chá) de cenoura ralada com casca 1 xícara (chá) de tomate picado

Modo de Preparo:Para a massa, dissolva o caldo de galinha na água quente. Bata todos os ingredientes no liquidificador, com exceção dos dois últimos. Coloque a farinha e o fermento em uma tigela e acrescente a mistura do liquidificador aos poucos, mexendo para homogeneizar. Em uma assadeira untada, coloque a metade da massa, acrescente o recheio e despeje por cima o restante da massa. Leve para assar em forno pré-aquecido até que, ao espetar um palito, este saia limpo. Para o recheio, lave bem a casca de beterraba, as folhas de couve-flor e os talos de vegetais. Pique e reserve. Em uma parede, refogue a cebola o alho no óleo. Acrescente os outros ingredientes, misture bem e deixe refogar até ficarem macios.

Dica: Podem ser usados talos de salsa, agrião, espinafre, beterraba e outros.

Tempo de preparo: 1h

Calorias (porção): 185,34 Kcal

Rendimento: 16 porções

Fonte: www.sesi.org.br

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No início de setembro, com a nova lei sancionada pelo presidente Lula, voltou à tona a polêmica sobre a ampliação da licença-maternidade de 120 para 180 dias. Do ponto de vista econômico, o ministro da Fazenda Guido Mantega e o setor produtivo acenderam o sinal ama-relo para os gastos com o novo benefício. o presidente Lula rebateu: “Vai ficar mais barato do que a quantidade de criança que, por falta da mãe poder cuidar, ficam doentes e precisam ir para o hospital”.

o ministro da Saúde, José Gomes Tempo-rão, faz coro aos defensores do projeto. Em julho, a Pesquisa Nacional de Demo-grafia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) revelou dados preocupantes sobre o aleitamento materno: somente 11% dos bebês entre 4 e 6 meses têm uma alimentação exclusiva com o leite materno. Até os três meses de vida, o índice é de 43%.

Na concepção de Temporão, a ampliação da licença-maternidade é fundamental para reverter o quadro. “Uma questão fundamental nesse sentido é a ampliação da licença-maternidade de quatro para seis meses. A ampliação inclusive trans-cende o acesso ao leite materno, porque é nesse período da vida que se dão as bases de formação do indivíduo”, argumentou.

Para o governo a ampliação da licença estaria intrinsecamente ligada ao aumento do aleitamento materno. Segundo o Programa das Nações Unidades para o Desenvolvimento (PNUD), o incentivo ao aleitamento é uma das ações que devem ser incentivadas para reduzir a mortalidade infantil, quarto objetivo do

milênio estabelecido pela organização das Nações Unidas (oNU).

Atualmente, no Brasil, quase 30 crianças em cada mil que nascem morrem antes de completar o primeiro ano de vida. A situ-ação já foi muito pior. Na década de 80, conforme o Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE), o índice era de 82,8. Apesar da queda, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) diz que, na América do Sul, o Brasil está à frente apenas da Bolívia e da Guiana.

“o aleitamento materno exclusivo durante os seis primeiros meses de vida pode evitar até 13% das mortes de crianças menores de 5 anos nos países em desen-volvimento”, reforçou Ann M. Veneman, diretora executiva do Unicef, durante a abertura da Semana Mundial do Aleita-mento Materno, no início de agosto.

Segundo o Unicef, o aleitamento materno pode reduzir o número de mortes cau-sadas por infecções respiratórias agudas e diarréia – duas importantes causas de mortalidade infantil – assim como de outras doenças infecciosas.

Infelizmente, alguém tem que pagar a conta. É certo que a ampliação da licença, única e exclusivamente, não irá resolver o problema da mortalidade infantil. o sanea-mento básico, a aplicação de vacinas essen-ciais e dezenas de políticas públicas devem ser articulados. o Rotary Internacional está fazendo sua parte e lançou uma campanha para arrecadar 100 milhões de dólares. o objetivo é que cada clube consiga mil dóla-res anuais, por três anos. Vai valer a pena, afinal ajudaremos a evitar a morte de 9,7 milhões de crianças no planeta.

MORTALIDADE INFANTIL

Licença-maternidade e a mortalidade infantilO aleitamento materno exclusivo durante os seis primeiros meses de vida pode evitar até 13% das mortes de crianças menores de 5 anos nos países em desenvolvimento

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG26 XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL

No último dia 22 de agosto, 2.101 estudantes da rede pública de Ipatinga foram diplomados pelo Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), desenvolvido pela Polícia Militar. Durante seis meses, estes meninos e meninas, estudantes da 1ª a 5ª série, tiveram, semanalmente, lições sobre os problemas causados pelo uso e abuso de drogas e como se manter longe delas.

Não há garantias de que a Aline, o João Paulo, a Bianca e o Carlos ‘nunca’ terão contato com as drogas, como o álcool, o tabaco e a maconha. Afinal, experimentar é típico da adolescência que se aproxima, reconhecem os policiais instrutores do programa. No entanto, com certeza, essa nova turma aprendeu como e quando dizer ‘não’ – talvez, a lição mais importante deixada pelo Proerd.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), dos 35 milhões de jovens brasileiros, quase 8 milhões são usuários de drogas, lícitas ou ilícitas. Destes, 100 mil são dependentes. Nos últimos 20 anos, a porcentagem de jovens que usa ou já usou drogas passou de 15% para 25%. Os números são alarmantes.

Mas ainda há outra preocupação: os jovens experimen-tam drogas lícitas, como álcool e tabaco, cada vez mais cedo. Os dados são de uma pesquisa realizada pela Orga-nização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Embora igualmente precoce, o consumo de drogas ilícitas só costuma ocorrer em média um ano e meio depois da primeira tragada ou do primeiro copo: aos 14,9 anos. Por mais que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo 81, proíba a venda de “substâncias com risco de criar dependência” a menores de 18 anos, em qualquer esquina pode-se burlar a lei e comprar um maço de cigarros ou um litro de cachaça.

DROGAS

Aprendendo a dizer nãoPor Roberta Nobre

Educação para crianças e jovens ainda é a principal arma para afastá-los das drogas

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O que é o Proerd

encarando o problemaNão há uma fórmula que garanta aos pais que seus filhos se manterão afastados das drogas, afirmam os especialistas. “Cada ser humano tem uma história diferente, não existe uma fórmula que explique como, porque ou com que conseqüências um jovem procura as drogas”, afirma o psicoterapeuta Flávio Gikovate, em entrevista à revista Época.

No entanto, a prevenção, que vai muito além de explicar os malefícios das drogas, ainda é o melhor caminho para evitar o uso e o abuso de entorpecentes. “A prevenção passa necessariamente por um tipo de educação não apenas aberto ao diálogo, mas também à independência”, completa Gikovate. Ações estas que, segundo o psicoterapeuta, devem ser pensadas e executadas em conjunto entre pais, escolas e o próprio adolescente.

E é justamente por trazer para a escola o debate sobre as drogas e envolver os pais que o Proerd vem obtendo êxito no que se propõe a fazer: afastar os jovens das drogas. Segundo uma pesquisa realizada com 395 ex-alunos do programa em Ipatinga e Coronel Fabriciano, 34% e 31%, respectivamente, afirmam que a partir das lições da PM aprenderam a resistir às pressões e fazer as próprias escolhas.

Hoje, eles têm entre 15 e 16 anos. Muitos experimentaram algum tipo de droga – 20% usaram cigarro e outros 59%

ingeriram bebidas alcoólicas. No entanto, o indicativo é de que as lições aprendidas, quando tinham em média 10 anos, surtiram efeito prático. Quase 50% dos ex-alunos do Proerd afirmam que não se tornaram dependentes das substâncias experimentadas.

Pais, filhos, escolaPara a capitã Marcineli Cristina, do 14º Batalhão da Polícia Militar, localizado em Ipatinga – responsável pela pesquisa com ex-alunos do Proerd – o êxito do Programa de Resistência às Drogas deve-se ao fato de conseguir envolver, não apenas o jovem no seu ambiente escolar, mas porque as lições também são passadas aos pais dos estudantes.

“Quando se pensa em enfrentamento às drogas é preciso, antes de tudo, dar bons exemplos, inclusive em casa”, argumenta a oficial. No caso do Proerd o nível de atividade preventiva é a primária – medidas educativas dirigidas a adolescentes que ainda não utilizam drogas.

No entanto há limitações. Após a reformulação do Programa, em 2005, estavam previstas lições para os alunos da 6ª série do ensino fundamental – uma espécie de reforço para aqueles já passaram pelo Proerd, o que contribuiria para que mais jovens ficassem longe das drogas. No entanto, o número de instrutores é insuficiente para atender as duas séries.

o Proerd é a versão brasileira do programa Drug Abuse Resistence Education (Dare), implantado inicialmente nos Estados Unidos e desenvolvido em mais de 40 países. A iniciativa é considerada pela organização das Nações Unidas (oNU) como um dos maiores programas de prevenção ao uso das drogas e contra a violência do mundo.

Em Minas Gerais, a Polícia Militar investe nas escolas da rede de ensino interessadas em receber os militares. São 10 lições ministradas por militares capacitados para desenvolver as atividades em sala de aula com os estu-dantes. hoje, 623 instrutores participam do programa em cerca de cinco mil escolas públicas e particulares, em 430 municípios de todas as regiões mineiras.

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TERCEIRA IDADE

Disposição para envelhecerPor Patrícia Benedicto

Não existe fórmula mágica: a solução é investir em exercícios físicos, alimentação adequada e no bem-estar social

Enquanto uma pílula da juventude não é criada, a solução para envelhecer com saúde é investir na qualidade de vida. Aos 74 anos, Maria Moreira Martins Pereira, ou simplesmente Dona Piu, é um exemplo de disposição e dá inveja a muitos jovens. Antes das seis horas, ela já está acordada para fazer sua cami-nhada e praticar as aulas de tai-chi.

“A única receita que existe é ter saúde e manter o corpo e a mente em ativi-dade”, conta Dona Piu, casada há 53 anos, mãe de seis filhos e avó de cinco netos. Seu estilo de vida é o inverso daquele estereótipo da vovó. Pijamas e chinelos não fazem parte da rotina dessa senhora, que percorre os bairros e escolas de Ipatinga para ensinar bor-dado gratuitamente a pessoas carentes.

o médico Cornélio Magalhães Júnior diz que a receita de Dona Piu está correta. “o corpo funciona como um todo. Quando o idoso faz algo para ocupar seu tempo, com certeza ele terá um envelhecimento muito mais prazeroso. Costumo dizer aos meus pacientes: órgão que não se usa, atrofia”, destaca.

Ele, que também é coordenador do departamento de Atenção à Saúde do Idoso de Ipatinga, no Vale do Aço mineiro, diz que não é interessante uma pessoa ter longevidade sem qualidade. “Não adianta uma pessoa viver mais de 80 anos, mas passando boa parte deles acamado”, afirma.

Além do bordado, cuidar de plantas é outro hobby que Dona Piu não abre mão. São dezenas de espécies espa-lhadas pelo seu quintal. “Adoro cuidar das plantas, passo horas conversando e cuidando delas, não gosto de ficar sem fazer nada, sempre fui e vou continuar sendo uma pessoa ativa”, afirma.

Netos, família, amigos: o contato com

pessoas e uma vida emocional ativa ajudam muito a envelhecer com quali-dade. o idoso tem que ter projetos de vida, independente da idade. Pequenas atividades, um hobby, esporte ou uma simples visita a um filho devem fazer parte de sua rotina. Ficar parado pode se transformar num problema.

A depressão atinge 15% das pessoas com mais de 60 anos. As causas variam e vão desde a saída dos filhos de casa a pessoas que se deprimem após se aposentarem. Até os 70 anos, 27% dos homens e 45% das mulheres têm pelo menos um episódio de depressão. “É muito importante que a saúde mental da pessoa idosa seja levada em conside-ração. Nessa fase da vida elas são muito propensas a apresentarem problemas de depressão”, diz o especialista.

Para a viúva Leda de Assis Mendel, 56, o convívio com as pessoas de um grupo da terceira idade colaborou para que ela saísse do quadro de depressão. No mesmo ano ela perdeu o marido e um filho. “Quando comecei a participar tinha crises de ansiedade, na hora de fazer natação sentia dormências e não conseguia passar da beira da piscina, agora já vou até o fundo. A convivên-cia com as pessoas aqui me ajudou muito, pois passo a maior parte do tempo sozinha”, afirma Leda.

ESPECIALIZAÇÃOCom o aumento da expectativa de vida do brasileiro, multiplicam-se os serviços específicos para pessoas com mais de 60 anos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 19 milhões de brasileiros estão nessa faixa etária e cerca de 30% desse total

trabalha. Com base nessa nova reali-dade, agências de turismo passaram a organizar pacotes com programações segmentadas.

“hoje, praticamente todas as operado-ras têm pacotes com serviços direciona-dos para esse público. o destino mais procurado é Caldas Novas. os pacotes contam com guias especializados, e uma série de programas voltados para eles, como bailes e caminhadas”, revela Vanessa Ramalho, proprietária de uma agencia de turismo.

Mas se o problema é o dinheiro, há opções para se divertir sem deixar sua cidade. Até quem não chegou, oficial-mente, à terceira idade já aproveita para se integrar. Maria das Graças Gomide, 54, começou a freqüentar um movimento da terceira idade para acom-panhar a mãe, e hoje não perde uma programação, que varia entre passeios turísticos na cidade e região a eventos culturais - teatro, canto, cinema.

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASILBELO HORIZONTE-MG XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG2�

“Adoro cuidar das plantas, passo

horas conversando e cuidando delas, não gosto de ficar sem fazer nada, sempre fui e vou continuar sendo

uma pessoa ativa”

NataçãoÉ uma atividade indicada para todos os idosos e aumenta a capacidade cardiorrespiratória. Deve-se escolher o nado que permite maior conforto na sua execução.

CaminhadaPor ser um exercício aeróbico, de baixa intensidade e longa duração, a caminhada traz diversos benefícios à saúde.

Musculaçãoos benefícios da musculação na saúde e na qualidade de vida dos idosos são valorosos, pois melhoram a função neurológica, aumentam a resistência e a força muscular localizada e os efeitos positivos no metabolismo energético. A musculação melhora o equilíbrio e a coordenação nas atividades de vida diária, favorece a socialização, melhora a auto-estima e autoconfiança, reduz a perda do tecido ósseo e muscular e, acima de tudo, promove alívio nos sintomas da depressão.

Ginástica LocalizadaSua prática orientada e regular proporciona à pessoa idosa uma melhora significativa do sistema cardiovascular, equilíbrio e melhor postura. É de fundamental importância que seja controlada a intensidade do exercício e sua freqüência semanal de duração.

Dança de SalãoPor ter grande aceitação social a dança de salão é muito praticada obedecendo a diferentes ritmos. Essa modalidade desenvolve a capacidade coordenativa, melhora a noção espaço-temporal, a capacidade motora, articular e cardiorrespiratória. Ela retarda o risco de osteoporose, reduz riscos de quedas, aumenta a força muscular, permitindo, assim, maior mobilidade e independência. A dança de salão possibilita envolvimentos amigáveis entre os idosos e a perpetuação das relações, através de diálogos, cooperação corporal e incentivos.

Dona Piu, 74 anos

atIvIdades físIcas que POdem ser realIzadas POr IdOsOs

PIlares da qualIdade de vIdaFAZER EXERCÍCIO

Quem se exercita combate nove problemas comuns na velhice: doenças cardiovasculares, depressão, câncer, diabetes, pressão alta,

arteriosclerose, impotência sexual, perda do sono e da memória

COMER BEMUma dieta rica em frutas, verduras, proteínas e grãos faz bem para

tudo. Estudos mostram que, dependendo do que come, uma pessoa pode aparentar até 13 anos menos que sua idade real.

NÃO FUMAR Sete em dez fumantes têm doenças na velhice. Depois de cinco anos

de abstinência, o não-fumante corre o mesmo risco de sofrer um derrame que quem nunca colocou um cigarro na boca

CABEÇA ATIVA Usar para não faltar é a receita de combate à atrofia dos neurônios. Ler, jogar xadrez e desenvolver múltiplas habilidades conservam a

memória e o pleno funcionamento do cérebro.

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Em março de 2009, o primeiro grupo rotariano do Vale do Aço mineiro comple-tará 50 anos. Foi no dia 21 de março de 1959 que trinta e duas pessoas de Coronel Fabriciano, cidade a 196 quilômetros de Belo horizonte, partici-param da instalação provisória do Rotary Club de Coro-nel Fabriciano-Acesita, que incluía moradores de Timóteo e Ipatinga, então distritos de Coronel Fabriciano.

o surgimento do Rotary Club no Vale do Aço está estreita-mente ligado à expansão industrial verificada nas décadas de 40 e 50, com a instalação da Acesita (Aços Especiais Itabira), em Timóteo, e da Usiminas (Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais), em Ipatinga. Em apenas uma década, a população da cidade aumentou nada menos que 585%.

o desenvolvimento industrial e populacional do município e seus dois proeminentes distritos chamou a atenção do

Rotary Club de Governador Valadares, localizada a 100 quilômetros. Em sua dissertação de mestrado “Rotary Club: Poder Invisível na Terra Prometida”, o rotariano Renato Santos Lacerda revela, a partir de entrevistas com os fundadores, a dificuldade em se instalar uma unidade no Vale do Aço.

Uma das exigências era que a comunidade apresentasse desenvolvimento, estruturação econômica e política. Bem, era previsível que isso aconteceria com a região, mas não era um fato naquela época. o outro problema estava rela-cionado às regras para a composição dos sócios do clube:

ANIVERSÁRIO

�0 anos de Rotary no Vale do AçoInstalação do Rotary Clube de Coronel Fabriciano, em 1959, contribuiu para o desenvolvimento social e econômico da região e também deixou sua marca na história do ensino superior brasileiro

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG32 XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL

as pessoas deveriam ser realmente importantes e ocu-parem destaque na comunidade.

“há que se ressaltar ainda a necessidade de se cum-prir a filosofia básica do Rotary, que determina que o clube, sendo composto por profissionais liberais, donos, gerentes de comércio, bancários, dirigentes de indústria ou de outras instituições, deveria representar um corte transversal da comunidade”, escreve Renato. Só que 70% dos convidados trabalhavam nas compa-nhias siderúrgicas Belgo Mineira ou Acesita.

A idéia dos rotarianos hermírio Gomes, Antônio Rodri-gues Coelho, ambos de Governador Valadares, e do americano R.P. Simpson só não falhou por causa da interferência desse engenheiro norte-americano junto às instâncias superiores do Rotary Club. Depois da ins-talação provisória, em março, e da primeira reunião, em abril, a Carta Constitutiva de admissão foi assinada em 12 de abril de 1959 e entregue em 4 de julho.

Em princípio, o trabalho concentrou-se em explicar aos sócios o que era Rotary Club. Mas não demorou para que os reflexos na atuação do clube fossem percebidos em toda a comunidade. Um benefício foi a integração de pessoas de diferentes origens – apenas dois sócios eram provenientes do próprio Vale do Aço. A comuni-dade em geral também sentiu as melhorias.

Em 1984, o advogado Geraldo Perlingeiro de Abreu, um dos sócio-fundadores do Rotary Club de Coronel Fabri-ciano, elencou uma série de conquistas provenientes de intervenção dos rotarianos. Ele citou o asfaltamento da BR-381, que liga Belo horizonte ao Vale do Aço, a insta-lação da companhia telefônica na cidade, as construção de escolas (como o Colégio Técnico de Metalurgia), hotéis e cinemas, permitindo um desenvolvimento inte-gral daquela comunidade.

“A atuação rotária a favor do ensino não se limitou ao ensino primário e secundário, mas também ao Ensino Superior”, relata Renato Lacerda. “o rotariano Geraldo Perlingeiro Abreu foi quem teve iniciativas nesse âmbito de ensino. Ele escrevia artigos defendendo que o Governo Federal deveria financiar Ensino Superior para alunos que prestam vestibular em universidades particulares e que não tinham meios para custeá-las”, completa.

Perlingeiro fez um estudo para Companhia Vale do Rio Doce, que depois foi implantado pelo Governo Federal. “Nasceu no seio do nosso Rotary o debate da sugestão que gerou a aprovação de Bolsas de Estudos da Companhia Vale do Rio Doce e da Caixa Econô-mica Federal”, escreveu o advogado em ‘o que você conhece do Rotary?”

os exemplos e a história do Rotary Club de Coronel Fabriciano demonstram que esses pioneiros foram peças fundamentais no desenvolvimento social e eco-nômico do Vale do Aço, hoje uma região com quase 800 mil habitantes, um Produto Interno Bruto de R$ 12 bilhões e destaque nacional em qualidade de vida e desenvolvimento humano.

José avelino Barbosa, 87 anos

Morador de Coronel Fabriciano desde 1925, ele é o único fundador

do Rotary Club do município em atividade. Comerciante, Avelino presidiu o Club em 1972/73. Na fotografia abaixo, o registro da entrega da carta constitutiva. À esquerda, o presidente Rubem

Siqueira Maia recebe o documento do Governador do Distrito 458,

Antônio Pereira de Souza.

HOMENAGEM

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASILBELO HORIZONTE-MG XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG33

“A presença do Rotary Club possibilitou a

integração da comunidade da região. Naquela época

a integração era muito difícil, a comunicação era muito difícil, e através de nossas reuniões e ações conseguimos aproximar

entre os diferentes segmentos.

Até a expressão Vale do Aço foi cunhada pelo

rotariano Carlos Cotta em parceria com o jornalista Carioca (José Rodrigues

do Amaral).”Paulo Procópio S.M. Neto,

Membro do Rotary Clube de Coronel Fabriciano desde 1962

“A história de Coronel Fabriciano é marcada pela atuação do Rotary Club. As contribuições para o

desenvolvimento da cidade e da região foram várias,

mas destaco duas. Primeiro a vinda da companhia

telefônica, cujo primeiro presidente foi um rotariano, meu pai Narciso Drummond Tôrres. Em segundo, destaco

a vinda de outros clubes. Inicialmente o Rotary de

Fabriciano era junto a Acesita. Dele surgiram os Rotary Club de Ipatinga,

Acesita e o Fabriciano-Norte”Rinaldo de Morais Torres,

Presidente do Rotary Clube de Coronel Fabriciano

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG3� XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL

Em 2008, o governo brasileiro deverá gastar quase R$ 49 bilhões com a saúde. Apesar do número polpudo, os brasi-leiros ainda têm cerca de 40% de sua renda familiar com-prometidas com a saúde, conforme pesquisa do Ministério da Saúde. Grande parte dos recursos públicos é destinada à compra de remédios, manutenção de unidades de saúde, pagamento de profissionais, enfim, ações para ‘remediar’ os problemas.

“o Ministério da Saúde não deveria se chamar Ministério da Saúde e sim Ministério da Doença”, brincou Nuno Cobra, palestrante que ganhou fama como preparador físico do piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna, em recente evento. Des-tinada a empresários, sua apresentação buscava demonstrar como os trabalhadores teriam um melhor desempenho se estivessem bem fisicamente e mentalmente.

Não é necessário ser nutricionista para ter uma alimenta-ção equilibrada, nem esportista profissional para ter uma boa capacidade física. Adotar um estilo de vida saudável depende de dedicação e alteração da nossa rotina. Diversas patologias clínicas podem ser amenizadas apenas com a mudança de hábitos, sem a necessidade de utilizar medi-camentos que, em alguns casos, podem fazer mais mal do que bem.

Estresse, obesidade, hipertensão, diabetes e depressão são doenças que, em diversos casos, podem ser aliviadas apenas com atividades físicas e alimentação balanceada. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 40% das mortes regis-tradas no País ocorrem por causa das chamadas doenças não transmissíveis, como infarto, derrame cerebral, enfisema, câncer e diabetes, custando cerca de R$ 11 bilhões por ano em consultas, internações e cirurgias.

Ainda de acordo com o Ministério de Saúde, essas doenças, em grande parte, podem ser evitadas, com uma simples mudança de hábito. Por isso, investir em projetos que esti-mulem a população a adotar modos de vida diferente, com ênfase na atividade física, na reeducação alimentar e no con-trole do tabagismo, é uma forma de prevenção e alternativa ao uso regular desnecessário de remédios.

“os profissionais de saúde deveriam incentivar alternativas à medicação. Claro que existem doenças em que eles são imprescindíveis, mas aliado a uma alimentação balanceada e

Saúde longe dos hospitaisPor Patrícia Benedicto

Incentivo à alimentação adequada e à prática de exercícios ajuda a reduzir custos com medicamentos

SAÚDE

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASILBELO HORIZONTE-MG XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG3�

à prática regular de exercícios, o consumo de remédios pode-ria ser bastante reduzido”, afirma a Adalgisa Soares Souza, profissional de Educação Física.

Entre os principais distúrbios clínicos, ela cita a obesidade. Segundo pesquisa da Universidade de Brasília (UnB), 609 mil adultos - o equivalente a 0,64% da população brasileira - têm excesso de peso extremo, resultado de uma dieta com abundância de calorias e gorduras, associada a pouca ati-vidade física. “A obesidade é responsável por uma série de distúrbios clínicos - diabetes, hipertensão, doenças cardio-vasculares, doenças osteosticulares, diversos tipos de câncer, etc, e pode ser combatida com atividade física e uma reedu-cação alimentar”, destaca.

A obesidade em todas as idades desencadeia uma série de doenças que estão entre as que mais matam no Brasil como problemas no coração, diabetes, câncer de intes-tino, artrite, além de atacar outros órgãos como pulmão e vesícula. Estudo do Ministério da Saúde aponta que entre 212 mil e 260 mil mortes poderiam ser evitadas com uma alimentação adequada.

De acordo com a nutricionista Maria Amélia Alvarenga, a diabetes tipo II, que costuma se manifestar por volta dos 50 anos, acomete geralmente pessoas acima do peso. “Na fase inicial ela pode ser tratada sem uso de remédio, apenas com uma dieta balanceada. A prática de exercícios também é indicada porque faz com que os músculos con-sumam a glicose”, destaca a nutricionista.

A mudança das políticas públicas, claro, demanda tempo. Somente em 1992 a Organização Mundial de Saúde reconheceu o sedentarismo como um mal em si. Até então, ele era apenas um fator que contribuía para doenças como obesidade, diabete, colesterol alto e hipertensão.

Quando a falta de exercício físico foi analisada de forma independente, percebeu-se que ela figurava entre os piores flagelos da humanidade. Em 1995, um estudo feito com mais de 20 mil pessoas mostrou que um obeso que faz exercícios tem uma expectativa de vida maior do que um sedentário com o peso correto. Em seguida, cientistas mostraram que indivíduos com problema de excesso de colesterol, com diabete ou com hipertensão que são ativos morrem menos do que sedentários que não possuem nenhum desses males. Infelizmente, comprar ambulância e construir postos de saúde dá votos. Programas de ginástica e orientação nutricional, nem tantos.

dicas de alimentaçãoFracionar a alimentação em cinco

ou seis refeições diárias;

Aumentar o consumo de frutas, ingerindo de 3 a 5 frutas/dia;

Aumentar o consumo de vegetais no almoço, lanches e/ou jantar;

Consumir mais alimentos integrais, ricos em fibras, pois essas ajudam a regularizar o trânsito

intestinal, melhoram os níveis de colesterol, triglicérides e glicose no sangue;

Diminuir o consumo exagerado de gorduras e alimentos açucarados;

Diminuir o consumo de alimentos industrializados ricos em gorduras trans;

Preferir sucos naturais ao invés de refrigerantes e sucos de pacote artificiais

Usar com moderação as bebidas alcoólicas.

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG36 XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL

SICEPOT-MG 40 anOS.UMa hISTórIa ESCrITaPOr MUITaS MãOS.O SICEPOT-MG está completando 40 anos e, para chegar até aqui, venceu grandes desafios. Com muita luta e trabalho, obteve conquistas e se afirmou como uma entidade de classe que ultrapassa sua função representativa. Tudo isso foi possível com o apoio das empresas associadas. Foi com elas que o SICEPOT-MG consolidou a imagem de um setor que hoje contribui efetivamente na construção do País.

Sicepot-MG. 40 anos à frente.

Para comemorar seus 40 anos, o SICEPOT-MG está revitalizando o Parque JK, adotado pela entidade há 10 anos: novos canteiros, reformas da pista e da área de lazer, nova sinalização e mais brinquedos. A praça vai ganhar mais beleza, e a comunidade, um espaço renovado para a prática de esportes e lazer.

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASILBELO HORIZONTE-MG XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG3�

o Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais – SICEPoT-MG – é a entidade que reúne e representa as empresas do setor de infra-estrutura no estado. Em 2008, ao completar 40 anos de fundação, adotou como um dos pilares de comemoração a visão de um país cujo futuro se constrói amparado na sustentabilidade de seus recursos e na busca de uma sociedade mais justa.

Percebemos, cada dia mais, que, por sua importância econômica e social e capa-cidade geração de emprego e renda, o segmento da construção em Minas Gerais apresenta grande potencial na disseminação da Responsabilidade Social Empresarial. As empresas obser-vam que investir em relações social-mente responsáveis com seus públicos – empregados, comunidade, acionistas, poder público, fornecedores e clientes – possibilita vantagens e resultados favoráveis nos negócios, além de ser um importante fortalecedor de vínculos.

o SICEPoT-MG incorporou em sua estru-tura, desde 1995, o Núcleo Construção e Cidadania, que coordena, planeja e exe-cuta as ações de responsabilidade social do sindicato. As suas ações se amparam em quatro grandes programas: Cultural, Educacional, Solidário (com ações de voluntariado) e Bem Viver, este último de cuidados com o meio ambiente e qualidade de vida.

Tendo como principais objetivos imple-mentar práticas de responsabilidade social e apoiar as iniciativas das empre-sas associadas, o Núcleo é responsável

RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS

Responsabilidade Social e Sustentabilidade na Construção Pesada

por ações de grande alcance como cursos profissionalizantes, a adoção do Parque JK, implantação de bibliotecas em comu-nidades carentes, campanhas de solida-riedade e ações de incentivo à cultura. Busca também envolver funcionários do próprio sindicato e de empresas asso-ciadas ao voluntariado, em programas e campanhas de solidariedade.

outro passo importante que demos nesta gestão, em especial neste ano em que comemoramos 40 anos, foi o lançamento da cartilha Responsabili-dade Social na Construção Pesada. Essa publicação pretende, de forma simples, sugerir caminhos para que um número crescente de empresas de nosso setor

assuma uma postura de comprometi-mento social e se insiram nas práticas de responsabilidade, alinhadas às estra-tégias de seus negócios.

A atual diretoria de nossa entidade e, tenho certeza, as que nos sucederão, vem fazendo esforços para que as empresas da construção pesada mineira se tornem protagonistas da construção da cidadania e bem-estar da população, juntando-se aos esforços de governos, sociedade e empresas que estabelece-ram um compromisso com a sustentabi-lidade do planeta.

Marcus Vinícius SalumPresidente do SICEPoT-MG

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XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL BELO HORIZONTE-MG38 XXXI INSTITUTO ROTARY DO BRASIL

RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS

A responsabilidade social se apresenta como um tema cada vez mais impor-tante no comportamento das organiza-ções, exercendo impactos nos objetivos, nas estratégias e no próprio significado das companhias.

Uma empresa preocupada em desen-volver ações de responsabilidade social precisa, antes de tudo, estar com olhos e ouvidos bem atentos à sua própria equipe.

Muitas vezes é nesse meio que surgem os mais interessantes e bem-sucedidos projetos – que podem contribuir imen-samente para o bem-estar da comuni-dade local e distribuir ações positivas em outros setores da organização.

Um exemplo disso é a gincana social dos funcionários do Grupo Águia Branca, a AmiGAB, que ao completar 10 anos mostra-se cada vez mais fortalecida dentro da empresa.

Criado pelos próprios colaboradores, este é atualmente o principal pro-grama social corporativo no grupo, e além de incentivar as ações volun-tárias entre os funcionários, também se transformou em uma importante

ferramenta de integração da equipe, melhorando as relações interpessoais e aprimorando permanentemente o ambiente de trabalho.

Somente nesta 11ª edição, que será encerrada no mês de outubro, mais de 2.600 crianças e jovens até 17 anos de 23 entidades amigas serão beneficiados.

Em 2007, as três equipes envolvidas recolheram 31 toneladas de alimentos, 17.363 peças de roupas e calçados, 5.647 brinquedos, 8.180 itens de mate-rial de higiene e 9.137 vidros para ban-cos de leite, além de mutirões, eventos recreativos e campanhas para doação de sangue.

A AmiGAB envolve tarefas como reco-lhimento de alimentos, materiais de higiene, materiais de limpeza, kit escolar, brinquedos, móveis e equipamentos.

Já as ações de voluntariado incluem treinamento sobre empreendedorismo, realização de mutirões, organização de eventos, consultoria e ações que promo-vam a saúde bucal.

os participantes são divididos em três equipes, formadas a partir do agrupa-

mento das empresas de cada unidade de negócio.

Um grupo integra as empresas da Uni-dade Passageiros (Viação Águia Branca, Viação Salutaris e Turismo e Companhia Viação Sulbaiano – Sulba); a outra equipe é formada por funcionários da Unidade Logística (Autoport Transpor-tes e Vix Logística); e a terceira equipe une os colaboradores da holding do grupo (Águia Branca Participações) e da Unidade Comércio (Kurumá Veículos, Vitória Motors, Linhares Diesel, Vitória Diesel, Savana Comércio de Veículos e Vitória Motors).

Este ano as equipes também desenvol-veram pela primeira vez ações voltadas para as áreas de gestão, inclusão digital e meio ambiente, mostrando que, além de tudo, nossos colaboradores também estão antenados com as mais atuais demandas da sociedade.

o Grupo Águia Branca apóia e incen-tiva ações socialmente responsáveis e considera imprescindível a inserção social das empresas. Para o grupo, isso é fundamental para a sustentabilidade das gerações atuais e futuras.

Em busca do bem comumpor Nilton Carlos ChieppePresidente do Grupo Águia Branca

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