Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

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i UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL CÍCERO DE OLIVEIRA GUALBERTO VERIFICAÇÃO ESTRUTURAL DE EDIFÍCIO DE 2 PAVIMENTOS COM TIJOLO CERÂMICO DE VEDAÇÃO FORTALEZA 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL

CÍCERO DE OLIVEIRA GUALBERTO

VERIFICAÇÃO ESTRUTURAL DE EDIFÍCIO DE 2 PAVIMENTOS COM TIJOLO CERÂMICO DE VEDAÇÃO

FORTALEZA 2011

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CÍCERO DE OLIVEIRA GUALBERTO

VERIFICAÇÃO ESTUTURAL DE EDIFÍCIO DE 2 PAVIMENTOS COM TIJOLO CERÂMICO DE VEDAÇÃO

Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil. Orientadora: Professora Tereza Denyse Pereira de Araújo - D.Sc.

FORTALEZA 2011

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal do Ceará

Biblioteca de Ciências e Tecnologia

G945v Gualberto, Cícero de Oliveira .

Verificação estrutural de edifício de 2 pavimentos com tijolo cerâmico de vedação. / Cícero de

Oliveira Gualberto. – 2011.

61f. : il. color., enc. ; 30 cm.

Monografia (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Curso de

Engenharia Civil, Fortaleza, 2011.

Orientação: Profa. Dra. Tereza Denyse Pereira de Araújo.

.

1. Alvenaria de blocos. 2. Sistema de vedação. 3. Construção civil. I. Título.

CDD 620

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CÍCERO DE OLIVEIRA GUALBERTO

VERIFICAÇÃO ESTUTURAL DE EDIFÍCIO DE 2 PAVIMENTOS COM TIJOLO CERÂMICO DE VEDAÇÃO

Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Aprovada em ____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________ Profa. Dra. Tereza Denyse Pereira de Araújo (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará – UFC

_____________________________________________________________ Prof. Dr. Antonio Macário Cartaxo de Melo

Universidade Federal do Ceará – UFC

_____________________________________________________________ Prof. Dr. Alexandre Araújo Bertini

Universidade Federal do Ceará – UFC

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AGRADECIMENTOS

A DEUS pelo dom da vida, por tudo de bom que me propiciou e por ter me ajudado a

conquistar até o presente dia meus objetivos

Aos meus pais, Edílson Porto e Mônica Malheiros pelo apoio incondicional que eles

me deram e pelo amor também incondicional que é recíproco

Pelas minhas irmãs Lucina Teixeira e Natália Gualberto pelo amor e apoio

incondicional

Ao meu irmão João Marcello que mesmo lá de cima sempre esteve comigo em meus

pensamentos

Aos meus tios principalmente, Eduardo Malheiros, Mayra Costa, Milton Neto e

Edmílson Porto, que sempre me apoiarão nas horas mais difíceis e pelos momentos de

descontração

As minhas avós Luiza de Orleans e Auristela Porto pelo apoio dado tanto motivacional

quanto no sentindo de me dar ferramentas para que eu pudesse me capacitar ainda mais

Ao meu grande amor, Bruna Barroso que me apoiou nos momentos mais difíceis

durante esse curso, pelo grande amor e companheirismo que ela divide comigo e é recíproco

À professora Tereza Denyse por aceitar me orientar e pela confiança depositada em

um momento difícil dessa caminhada e além de tudo por ser além de uma professora uma

amiga

Aos meus grandes amigos do colégio Ari de Sá Cavalcante, Júnior Ramos, Guilherme

Serra, Felipe Holanda, Rodrigo Frota, Marcelo Borges, Rebeca Almeida, Adriana de Castro,

Eliaquim Antunes, Bruna Moreira, Daniel Soares, Thiago Giroux, Igor Sales, Rafaello

Lamboglia, Kleilson Mota, Alexandre Ponte, Iatagan Josino, João Vicente, Diels Leandro que

me proporcionaram muitos momentos de alegria, paz, de companheirismo e apoio

Aos meus amigos da rua em que moro, Daniel de Paula, Huang Júnior, Fabio Júnior,

Victor Mosca, Renato Peixoto, Evandro Leite, Everardo Cardoso, Marcelo Gino, Paulo

Sergio, Sebastião Holanda, Leonardo Cavalcante pelos momentos de amizade, alegria,

diversão, de apoio, descontração, companheirismo e ajuda

Aos amigos da UFC, Daniel Costa, Anderson Magalhães, Leandro Aragão, Thiago

Pitombeira, Paulo Dantas, Vicente de Castro, Daniel Farias, Hudy Carvalho, Felipe Façanha,

André Abreu, Ivan Carvalho, Paulo Luiz, Paulo Victor, Paulo Frota, Lucas Pearce, Everardo

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Ulisses, Felipe Pereira, Francisco Ilton, Anderson Tavares, André Coelho, Bezerra Neto,

Hugo Mota, Leonardo Sousa, Leonardo Gomes, Nelson Villela, Pablo Rodrigues pelos

momentos de grande estudo, ajuda, descontração, alegria e companheirismo

Ao Engenheiro Mário Sessa pelos conhecimentos passados, pela amizade adquirida,

pela confiança que ele depositou no meu trabalho e pela confiança que ele me passa

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RESUMO

Devido à dificuldade de se encontrar certos tipos de materiais de construção em algumas regiões, o presente trabalho procura contribuir de alguma maneira propondo a verificação de edifícios de 2 pavimentos construídos com blocos cerâmicos de vedação. Foram realizados cálculos baseados em um projeto de residência popular utilizado em programas habitacionais do governo federal. Os cálculos foram realizados desde a obtenção das cargas atuantes nas lajes, até a obtenção do valor da carga de compressão atuante na base da parede do 1° pavimento, sendo a carga de maior valor encontrada utilizada para o cálculo da resistência característica necessária do bloco. Vale dizer que o principal problema encontrado é a não existência de normas para cálculos de alvenaria estrutural utilizando blocos cerâmicos de vedação, por isso os cálculos para este tipo de bloco foram feitos considerando a norma para blocos de concreto para alvenaria estrutural. É importante ressaltar que este trabalho trata apenas do bloco, não levando em consideração a argamassa e nem o prisma. Ao final dos cálculos foi concluído que o valor da resistência característica do bloco cerâmico de vedação necessário possui um valor muito alto, se comparado aos valores encontrados na prática e, principalmente, porque os resultados não são uniformes até em um mesmo lote de fabricação. Palavras-chaves: Alvenaria, Blocos estruturais de concreto, blocos cerâmicos de vedação, resistência característica do bloco.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 - Pirâmides do Egito .................................................................................................. 1 Figura 1.2 - Muralha da China ................................................................................................... 1 Figura 1.3 - Catedral de Albi (França) ....................................................................................... 2 Figura 1.4 - Mesquita ................................................................................................................. 2 Figura 1.5 - Parede de vedação. .................................................................................................. 4 Figura 1.6 - Alvenaria resistente................................................................................................. 4 Figura 2.1 - Bloco cerâmico estrutural para paredes vazadas (Fonte: NBR 15270-1, 2005). .. 11 Figura 2.2 - Bloco cerâmico estrutural paredes maciças e com paredes internas maciças (Fonte: NBR 15270-2, 2005). ................................................................................................... 12 Figura 2.3 - Bloco cerâmico estrutural com paredes maciças e com paredes internas vazadas (Fonte: NBR 15270-2, 2005). ................................................................................................... 12 Figura 2.4 - Bloco cerâmico estrutural perfurado (Fonte: NBR 15270-3, 2005). .................... 12 Figura 2.5 - Bloco estrutural, com ênfase na dimensão L (Fonte: NBR 15270-3, 2005). ........ 13 Figura 2.6 - Bloco estrutural, com ênfase na dimensão H (Fonte: NBR 15270-3, 2005). ....... 13 Figura 2.7 - Bloco cerâmico de vedação com furos na horizontal. .......................................... 15 Figura 2.8 - Bloco cerâmico de vedação com furos na vertical. .............................................. 15 Figura 2.9 – Modelos de prismas. Fonte: Grohmann (2006) ................................................... 16 Figura 3.1 – Amarração de parede............................................................................................ 17 Figura 3.2 - Dimensões reais e dimensões nominais. ............................................................... 18 Figura 3.3 - Distribuição de cargas na parede. Fonte: NBR 15961-1 (ABNT, 2011) .............. 22 Figura 3.4 - Distribuição de cargas na estrutura. Fonte: PIRES, (2008) .................................. 25 Figura 4.1 - Planta baixa do apartamento. Fonte: Pordeus (2009). .......................................... 29 Figura 4.2 - Corte A-A. Fonte: Pordeus (2009). ....................................................................... 30 Figura 4.3 - Corte B-B. Fonte: Pordeus (2009). ....................................................................... 30 Figura 4.4 - Planta baixa com as paredes nomeadas. ............................................................... 31 Figura 4.5 – Planta baixa dividida em lajes. ............................................................................. 32 Figura 4.6 - Planta baixa das lajes dividida em charneira. ....................................................... 34 Figura 4.7 - Esquema da parede 01. ......................................................................................... 38 Figura 4.8 - Esquema da parede 02. ......................................................................................... 39 Figura 4.9 - Esquema da parede 03. ......................................................................................... 40 Figura 4.10 – Esquema da parede 04. ....................................................................................... 42 Figura 4.11- Esquema da parede 05. ........................................................................................ 43 Figura 4.12 - Esquema da parede 06. ....................................................................................... 44 Figura 4.13 - Esquema da parede 07. ....................................................................................... 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Dimensões de fabricação de blocos cerâmicos estruturais (fonte: NBR 15270). 14 Tabela 2.2 - Dimensões de fabricação de blocos cerâmicos de vedação ................................. 15 Tabela 3.1 - Cargas acidentais (NBR 6120, 1980) ................................................................... 20 Tabela 3.2 - Pesos específicos para alvenaria. Fonte: Corre e Ramalho (2003, p. 28). ........... 21 Tabela 3.3 – Valores máximos do índice de esbeltez. Fonte: NBR 15961-1 (ABNT, 2011). . 28 Tabela 4.1 - Carga total nas lajes. ............................................................................................. 33 Tabela 4.2 – Cálculo das cargas na parede ............................................................................... 34 Tabela 4.3 - Uniformização da parede 01................................................................................. 35 Tabela 4.4 - Uniformização da parede 02................................................................................. 35 Tabela 4.5 - Uniformização da parede 03................................................................................. 36 Tabela 4.6 - Uniformização da parede 04................................................................................. 36 Tabela 4.7 - Uniformização da parede 05................................................................................. 36 Tabela 4.8 - Uniformização da parede 06................................................................................. 37 Tabela 4.9 – Uniformização da parede 07. ............................................................................... 37 Tabela 4.10 - Resistência do bloco de concreto. ...................................................................... 48 Tabela 4.11 - Resistência do bloco cerâmico de vedação. ....................................................... 49

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 1.1 Contexto da pesquisa ................................................................................................... 1 1.2 Justificativa .................................................................................................................. 5 1.3 Objetivos ...................................................................................................................... 6

1.3.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 6 1.3.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 6

1.4 Metodologia ................................................................................................................. 6 1.5 Estrutura do trabalho .................................................................................................... 7

2 ALVENARIA ESTRUTURAL - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................... 8 2.1 Histórico ....................................................................................................................... 8 2.2 Conceitos ..................................................................................................................... 9

2.2.1 Bloco estrutural ................................................................................................ 10 2.2.2 Bloco cerâmico de vedação .............................................................................. 14 2.2.3 Prisma ............................................................................................................... 16

3 METODOLOGIA DE DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS VERTICAIS EM PAREDES DE ALVENARIA ESTRUTURAL ................................................................................................ 17

3.1 Modulação ................................................................................................................. 17 3.2 Aspectos estruturais ................................................................................................... 18 3.3 Cargas verticais .......................................................................................................... 19

3.3.1 Cargas atuantes nas lajes .................................................................................. 19 3.3.2 Cargas do peso próprio da parede..................................................................... 21

3.4 Uniformização das cargas .......................................................................................... 21 3.5 Divisão das cargas nas paredes .................................................................................. 22

3.5.1 Paredes isoladas ................................................................................................ 23 3.5.2 Grupos isolados de paredes .............................................................................. 24 3.5.3 Grupos de paredes com interação ..................................................................... 24

3.6 Cargas horizontais ...................................................................................................... 24 3.7 Elementos e esforços para dimensionamento de alvenaria não armada .................... 26

3.7.1 Resistência à compressão ................................................................................. 26 3.7.2 Tensão atuante .................................................................................................. 26 3.7.3 Tensão de compressão admissível .................................................................... 27 3.7.4 Estimativa usando as resistências dos prismas e as tensões admissíveis ......... 28 3.7.5 Esbeltez ............................................................................................................. 28

4 EXEMPLO DE APLICAÇÃO ......................................................................................... 29 4.1 Edifício de dois pavimentos ....................................................................................... 29

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................. 50

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contexto da pesquisa

A Construção Civil é uma das atividades mais antigas da humanidade, não tão

aprimorada como nos dias atuais, nem com a mesma tecnologia, mas com os materiais e

técnicas disponíveis da época. A partir do momento que o homem deixou de ser nômade e

passou a se instalar em local fixo, essa atividade passou a ter uma atenção maior.

De acordo com Rei (1999), a alvenaria é tão antiga quanto o Homem. Nos

primórdios, as cavernas eram utilizadas como moradia e, na falta delas, a construção de

abrigos improvisados era realizada com os materiais disponíveis na natureza, tais como

madeiras, pedras, terra amassada, entre outros (ARAÚJO NETO, 2006). Com o passar do

tempo e com a descoberta de novas técnicas e materiais, surgiu o tijolo. Segundo Rei (1999),

essa descoberta foi efetivada em duas etapas: a primeira consistiu na divisão da argila usada

para ligar as paredes, em pequenas porções iguais e deixadas para secar. Depois da secagem,

os tijolos eram dispostos da maneira pretendida, para conseguir muros mais duráveis. Já a

segunda etapa começou quando o homem passou a cozer o tijolo.

Em todo o mundo, encontram-se edificações antigas construídas em alvenaria,

podendo-se citar os templos e pirâmides no Egito (Figura 1.1), as quais são objeto de estudo

até mesmo nos dias atuais; o templo de Salomão em Jerusalém (com blocos de pedra); a Torre

de Babel (com blocos cerâmicos); e a muralha da China (com embasamento de pedra – Figura

1.2).

Figura 1.1 - Pirâmides do Egito

Figura 1.2 - Muralha da China

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Na idade média, a pedra é utilizada na construção de catedrais (Figura 1.3) e

templos (Figura 1.4). No inicio do século XX surge o concreto armado e o aço, o que

desenvolve novos processos de produção fazendo com que a alvenaria seja considerada “não

técnica” e o seu uso entra em declínio. Até então seu dimensionamento era feito

empiricamente (baseado nas experiências dos construtores), o que conduzia a espessuras

excessivas de paredes. Somente após a 2ª. Guerra Mundial ocorre a sua retomada, com

intensivas pesquisas na área o que permite a criação de teorias fundamentadas em extensas

bases experimentais.

Figura 1.3 - Catedral de Albi (França)

Figura 1.4 - Mesquita

No Brasil, a alvenaria estrutural ressurge no estado de São Paulo no final da

década de 60, sendo que as primeiras normatizações ocorreram em edificações populares de

grandes conjuntos habitacionais, com quatro ou cinco pavimentos (MOTA, 2006).

Segundo Noboa Filho (2007), a alvenaria só é reconhecida no meio técnico como

sistema estrutural quando é executada através de processos construtivos baseados em normas

técnicas. Do contrário, o sistema não é reconhecido apesar de serem praticados em

construções de pequeno porte.

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No Brasil, mais precisamente no estado de Recife, ocorreram alguns problemas

com a utilização desse tipo de alvenaria, pois blocos de vedação cumpriam função estrutural.

Esse tipo de edificação era conhecido regionalmente como "edifício caixão". Alguns edifícios

entraram em ruína, são eles: o edifício Aquarela, o Érika e o Ijuí.

Segundo Araújo Neto (2006), estes edifícios foram construídos com base em

conhecimentos empíricos, com o único intuito de economizar material. Além disso, seus

proprietários eram totalmente desinformados quanto às características peculiares deste tipo de

construção, principalmente no que se refere à remodelação dos espaços, ou seja, retirada de

parede, colocação de portas, embutimento de instalações, dentre outros.

De acordo com Kalil e Leggerini (S/A), o uso da alvenaria estrutural apresenta

vantagens e desvantagens, dentre as quais se destacam:

• Vantagens: economia no uso de madeira para formas; redução do uso de

concreto e ferragens; projetos mais fáceis de detalhar; boa resistência ao fogo;

maior isolamento acústico; maior rapidez de construção; entre outras.

• Desvantagens: vãos livres limitados; as paredes estruturais não podem ser

removidas sem substituição por outro elemento equivalente; projeto

arquitetônico mais restrito; entre outras.

A existência de normas se faz muito importante para a correta aplicação e o

correto aproveitamento desse tipo de alvenaria em edificações. No Brasil existem algumas

normas técnicas da ABNT para alvenaria estrutural, são elas:

• NBR 6136 (ABNT, 2007) - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria

– Requisitos;

• NBR 8798/1985 – Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de

blocos vazados de concreto;

• NBR 8949 (ABNT, 1985) – Paredes de alvenaria estrutural – Ensaio à

compressão simples;

• NBR 15961 (ABNT, 2011) – Alvenaria estrutural - blocos de concreto.

• NBR 15270-1 (ABNT, 2005) – Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação –

terminologia e requisitos.

• NBR 15270-2 (ABNT, 2005) – Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural –

terminologia e requisitos.

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• NBR 15270-3 (ABNT, 2005) – Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de

vedação – terminologia e requisitos.

As alvenarias podem ser definidas como o resultado da união de blocos sólidos,

justapostos, unidos com argamassa ou não, destinados a suportar, principalmente, esforços de

compressão. Estão divididas em alvenaria de vedação (Figura 1.5) e alvenaria resistente

(Figura 1.6).

Figura 1.5 - Parede de vedação.

Figura 1.6 - Alvenaria resistente.

As alvenarias de vedação são aquelas que resistem apenas ao seu peso próprio,

não tendo nenhuma função estrutural, ou seja, elas apenas separam ambientes. Já as alvenarias

resistentes são aquelas que suportam o seu próprio peso e as cargas de outros elementos

estruturais (lajes, telhados, entre outros). Quando projetadas seguindo normas especificas, são

conhecidas como Alvenaria Estrutural e podem principalmente ser armadas ou não armadas.

De acordo com Rei (1999), os principais blocos de vedação aplicados na

construção de alvenaria estrutural são os cerâmicos ou os de concreto. Seja qual for o material

utilizado, as principais propriedades são:

• Dimensões padronizadas;

• Grande resistência ao fogo;

• Uma boa resistência à compressão;

• Grande capacidade de aderência à argamassa;

• Uma boa durabilidade aos agentes químicos, temperatura, umidade, entre

outros.

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Os blocos cerâmicos são blocos de barro comum, obtidos pela queima de argila,

que ocorre em temperaturas em torno de 1000°C.

Já os blocos de concreto são elementos de alvenaria com área líquida igual ou

inferior a 75% da área bruta. Quanto ao uso, podem ser divididas em duas classes: a classe AE

que é de uso geral (paredes acima ou abaixo do nível do solo, podendo estar expostos à

umidade ou intempéries) e a classe BE que é limitada ao uso acima do nível do solo (NBR

6136 (ABNT, 2007) - Bloco Vazado de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural).

Segundo Sabatini (1986), outro importante elemento que contribui para o bom

funcionamento da alvenaria resistente é a argamassa, tendo grande influência no desempenho

funcional da parede resistente. Para isso, é bom que ela tenha as seguintes propriedades:

• Trabalhabilidade (coesão, consistência e plasticidade), a fim de facilitar sua

aplicação;

• Capacidade de retenção de água;

• Resistência adequada para que não comprometa a alvenaria;

• Aderência, para que a interface resista aos esforços de cisalhamento e tração;

• Durabilidade, para não comprometer outros materiais.

Um grande problema das alvenarias resistentes é a inexistência de normas ou

metodologias de dimensionamento para a execução de alvenarias estruturais que não sejam de

blocos cerâmicos ou de concreto, e isso vale tanto para o Brasil quanto para muitos outros

países. Desta maneira, a utilização de outros blocos fica muitas vezes a cargo do operário ou

mestre de obra, sendo assim realizada de forma empírica, ou seja, não normatizada, e sem

nenhuma preocupação com consequentes problemas futuros.

1.2 Justificativa

Cada dia que passa se avança no sentido de encontrar novas soluções, dando mais

praticidade à Construção Civil e reduzindo o tempo de construção. A alvenaria resistente está

no meio da discussão e se faz necessário um estudo desse tipo de alvenaria para um maior

conhecimento do mesmo. Com isso, percebe-se sua grande importância para o setor, contudo,

a falta de normas ou metodologias de dimensionamento de alvenaria resistente com blocos

que não sejam de concreto ou cerâmico, torna-se algo preocupante. Nota-se que, mesmo com

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a ausência destes blocos é possível encontrar edificações de alvenaria convencional exercendo

função estrutural, porém na maioria das vezes não existe uma verificação da segurança e

estabilidade destas estruturas.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

O principal objetivo deste trabalho é realizar a verificação estrutural de um

edifício com 2 pavimentos construído com tijolo cerâmico de vedação.

1.3.2 Objetivos específicos

Pretende-se alcançar os seguintes objetivos específicos:

• Analisar a substituição do bloco estrutural de concreto por blocos de alvenaria

de vedação convencional;

• Verificar se o bloco cerâmico de vedação atende e suporta os esforços causados

pelas cargas externas, e pode ser usado em substituição do bloco estrutural de

concreto para a execução de alvenaria estrutural.

1.4 Metodologia

A metodologia para a elaboração desse trabalho é feita de maneira a considerar os

seguintes fatores:

• Estudo das normas existentes para os blocos de concreto e cerâmico;

• Estudo das metodologias para distribuir as cargas nas lajes e nas paredes;

• Utilização de blocos cerâmicos de vedação, para a execução de alvenaria

resistente;

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• Estudos para determinar a resistência característica mínima necessária dos

blocos cerâmicos e de concreto.

1.5 Estrutura do trabalho

Este trabalho é composto por cinco capítulos, onde o primeiro trata da

contextualização do problema, justificativa do tema, objetivos (geral e específico) e

metodologia.

O segundo capítulo trata principalmente de uma revisão bibliográfica sobre:

alvenaria estrutural; bloco estrutural de concreto e bloco cerâmico de vedação.

O terceiro capítulo trata do processo de distribuição de cargas verticais em

paredes de alvenaria estrutural feito com tijolos de concreto, o qual é aproveitado para os

tijolos cerâmicos de vedação.

O quarto capítulo aborda o exemplo de aplicação realizado de acordo com uma

planta baixa aproveitada de um programa de habitação popular do governo federal, exemplo

esse que foi calculado de acordo com a metodologia mostrada no capítulo três.

O quinto capítulo trata das conclusões finais do trabalho e de sugestões para

futuros trabalhos.

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2 ALVENARIA ESTRUTURAL - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Histórico

Segundo Da Silva e Costa (2007), a alvenaria estrutural é o sistema construtivo

mais antigo encontrado na história das civilizações, tendo sido utilizado como técnica de

construção em edificações, pontes, igrejas, pirâmides, entre outros. Sendo ela, até o final do

século XIX, o sistema construtivo mais utilizado na Construção Civil, em uma época em que

os métodos empregados eram empíricos, intuitivos e baseados em experiências anteriores,

sem utilização de normas técnicas. Esse sistema construtivo é ainda muito utilizado e tem

constantemente passado por atualizações, uma vez que novos materiais e novos métodos

construtivos estão sempre surgindo.

De acordo com Grohmann (2006), materiais como o concreto e o aço foram

descobertos conforme o aumento das necessidades de construção e a evolução dos estudos. A

principal vantagem da descoberta desses materiais foi permitir a construção de estruturas altas

e esbeltas, possibilitando assim seu uso em maior escala. Com isso, a alvenaria tornou-se um

elemento mais de vedação do que estrutural, fazendo com que as pesquisas sobre alvenaria

estrutural praticamente parassem.

Apenas na década de 50 ocorreu a retomada dos estudos e da utilização da

alvenaria estrutural como técnica construtiva. O engenheiro suíço Paul Haller, em 1966,

construiu um edifício de 13 pavimentos em alvenaria não armada, sendo assim um marco

importante na história deste tipo de estrutura (SILVA, S/A).

Este sistema construtivo não faz uso da estrutura convencional (vigas e pilares) de

concreto armado, observando-se algumas vantagens, tais como: a racionalização do processo

construtivo; a redução de utilização de mão-de-obra; a redução do tempo de execução;

minimização de desperdícios e, consequentemente, a redução de custos. Proporcionando

assim uma racionalização da Construção Civil, aumentando a sua produtividade, qualidade e

diminuindo os gastos, gerando assim uma maior economia (GROHMANN, 2006).

Segundo Da Silva e Costa (2007), no Brasil, mesmo com o predomínio do

concreto armado na execução das estruturas das edificações, a alvenaria estrutural vem se

destacando, principalmente pelas grandes vantagens que esse sistema construtivo apresenta.

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Ela passou a ter uma atenção maior, principalmente após o desenvolvimento das indústrias de

blocos de concreto, a fim de aproveitar os benefícios trazidos por esse sistema construtivo.

Ainda de acordo com Da Silva e Costa (2007), impulsionadas pelo

desenvolvimento das indústrias de blocos de concreto, o setor industrial cerâmico passou por

um processo de modernização com investimentos que possibilitaram o desenvolvimento de

novos produtos, ganhando assim normas específicas adequadas para blocos cerâmicos

voltados para a alvenaria estrutural. Segundo Roman (1999), citado por Da Silva e Costa

(2007), os blocos cerâmicos apresentam boas características físicas, bom isolamento termo-

acústico e suas formas, dimensões e peso facilitam o seu manuseio durante a aplicação e

estocagem, garantindo assim um menor desgaste do operário.

Por apresentarem as vantagens anteriormente citadas e pelo elevado déficit

habitacional no país, a alvenaria estrutural, seja ela com blocos de concreto ou com blocos

cerâmicos, surge nesse contexto como uma possível solução para revolver esse problema,

desde que ela possa se adequar à realidade brasileira e os governantes tenham vontade de por

em prática grandes projetos habitacionais (DA SILVA & COSTA, 2007).

2.2 Conceitos

A alvenaria estrutural é um sistema construtivo racionalizado, onde as paredes são

elementos compostos por unidades de alvenaria (blocos) unidas por juntas de argamassa e

capazes de suportarem as cargas de lajes e telhado, além do seu próprio peso (DA SILVA &

COSTA, 2007).

Segundo Roman (1983), citado por Da Silva e Costa (2007), a alvenaria estrutural

é um processo construtivo em que as paredes e as lajes funcionam estruturalmente

substituindo pilares e vigas, que fazem parte dos processos construtivos tradicionais, sendo

calculados e dimensionados de acordo com normas específicas existentes. As paredes

desempenham função estrutural e de vedação simultaneamente.

De acordo com a técnica construtiva, a alvenaria estrutural pode ser classificada

em:

a) não armada: quando se compõe apenas de blocos e juntas de argamassa, sendo mais

utilizada em regiões de baixa atividade sísmica, como o Brasil;

Page 20: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

10

b) armada: quando, além dos blocos e das juntas de argamassa, é utilizada uma armadura

passiva imersa em graute em regiões pré-definidas, dando maior flexibilidade à arquitetura,

proporcionando maiores vãos;

c) parcialmente armada: quando, além dos blocos e das juntas de argamassa, existe uma

armadura passiva colocada em algumas regiões com finalidade pré-definida;

d) protendida: quando o elemento resistente possui armadura ativa, submetendo a alvenaria a

esforços de compressão.

De acordo com a forma e o material que compõe os blocos, a alvenaria pode ainda

ser classificada em:

a) alvenaria estrutural concreto: são mais amplamente utilizados, pois os blocos podem ser

fabricados em qualquer lugar, devido à facilidade na obtenção da matéria-prima. Tem um

custo relativamente baixo e uma alta resistência à compressão;

b) alvenaria estrutural cerâmica: é menos utilizada que a alvenaria de concreto,

principalmente pela dificuldade de se encontrar boas argilas, mas tem menor custo. Possui

menor resistência à compressão;

c) alvenaria estrutural sílico calcário: dependendo da localização da obra, o custo x

benefício pode não ser vantajoso. Possui boa resistência à compressão.

2.2.1 Bloco estrutural

De acordo com Grohmann (2006), o bloco é um dos principais componentes da

alvenaria estrutural, sendo conhecido como sua unidade básica, pois é ele que forma as

paredes que servirão de estrutura para a edificação. Assim, sua resistência possui relação

direta com a resistência das paredes e, consequentemente, com a resistência da construção.

Alguns fatores como formas, dimensões, absorção de água, teor de umidade,

índice de absorção inicial, resistência à tração e, principalmente a resistência à compressão

são de suma importância para a qualidade e desempenho de obras em alvenaria estrutural.

Segundo Roman (1999), citado por Da Silva e Costa (2007), os aspectos mais importantes

para a resistência dos blocos são: o tamanho, a forma e a homogeneidade.

Os blocos devem possuir a forma de um paralelepípedo, com furos ou não, e suas

dimensões podem variar de acordo com o que está definido na NBR 15270-1 (ABNT, 2005).

Eles podem ser classificados, segundo a forma, em blocos vazados e maciços, sendo que os

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11

primeiros devem possuir área vazada igual ou superior a 25% da área total. De acordo com a

NBR 15270-1 (ABNT, 2005), a área bruta é a área da seção de assentamento delimitada pelas

arestas do bloco, sem desconto das áreas dos furos, quando houver. Já a área líquida é a área

da seção de assentamento, delimitada pelas arestas do bloco, com desconto das áreas dos

furos, quando houver. Esses blocos podem ser de diversos tipos, sendo os principais de

concreto, cerâmico, sílico-calcário e concreto celular autoclavado.

2.2.1.1 Bloco cerâmico estrutural

Segundo Da Silva e Costa (2007), blocos cerâmicos estruturais são componentes

da alvenaria estrutural que possuem furos prismáticos perpendiculares às faces que os contêm.

Estes blocos são produzidos para serem assentados com furos na vertical. Os principais blocos

cerâmicos estruturais são:

• Bloco cerâmico estrutural de paredes vazadas: Componente da alvenaria estrutural

com paredes vazadas, empregado na alvenaria estrutural não armada, armada e

protendida, conforme representado esquematicamente na Figura 2.1.

Figura 2.1 - Bloco cerâmico estrutural para paredes vazadas (Fonte: NBR 15270-1, 2005).

• Bloco cerâmico estrutural com paredes maciças: Componente da alvenaria estrutural

cujas paredes externas são maciças e as internas podem ser paredes maciças ou vazadas,

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12

empregado na alvenaria estrutural não armada, armada e protendida, conforme

representadas nas figuras 2.2 e 2.3.

Figura 2.2 - Bloco cerâmico estrutural paredes maciças e com paredes internas maciças (Fonte:

NBR 15270-2, 2005).

Figura 2.3 - Bloco cerâmico estrutural com paredes maciças e com paredes internas vazadas (Fonte:

NBR 15270-2, 2005).

• Bloco cerâmico estrutural perfurado: Componente da alvenaria estrutural cujos

vazados são distribuídos em toda a sua face de assentamento. É empregado na alvenaria

estrutural não armada, conforme representado esquematicamente na Figura 2.4.

Figura 2.4 - Bloco cerâmico estrutural perfurado (Fonte: NBR 15270-3, 2005).

Quando se fala de blocos, sejam eles estruturais ou de vedação, é importante

abordar a questão das dimensões do bloco. Em se tratando de dimensões, pode-se ter uma

maior variação, que pode ocorrer por diferentes motivos, tais como: o tipo de obra; a

facilidade de carregar blocos menores; a localidade da obra, pois dependendo do local de

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13

construção só pode ser usado um tipo de bloco; entre outros. A Tabela 2.1 mostra alguns

valores práticos de dimensões de blocos cerâmicos estruturais que podem ser utilizados. As

dimensões nominais são iguais às reais mais 1 cm que é a espessura da junta de argamassa.

Admite-se uma tolerância dimensional de ± 3 mm. As dimensões dependem do fabricante,

mas sempre estão de acordo com a NBR 15270-2, que são de 14, 19 e 11,5 cm (para largura,

L, e altura, H). Estas dimensões são mostradas nas figuras 2.5 e 2.6 e na Tabela 2.1. A área

vazada corresponde aos furos maiores a serem preenchidos com graute e a área líquida é a

área bruta menos a área total de furos.

A geometria dos blocos estruturais cerâmicos é de grande importância. Se os

blocos forem feitos com qualidade e de acordo com a NBR 15270-3, facilitarão a construção,

reduzindo custos, dando mais qualidade e aumentando a produtividade. É importante que os

blocos não apresentem defeitos sistemáticos, tais como: trincas, quebras, superfícies

irregulares ou deformações que impeçam seu emprego na função especificada. Estes devem

apresentar um aspecto homogêneo e arestas vivas (DA SILVA & COSTA, 2007).

Figura 2.5 - Bloco estrutural, com ênfase na dimensão L (Fonte: NBR 15270-3, 2005).

Figura 2.6 - Bloco estrutural, com ênfase na dimensão H (Fonte: NBR 15270-3, 2005).

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14

Tabela 2.1 - Dimensões de fabricação de blocos cerâmicos estruturais (fonte: NBR 15270).

DIMENSÕES L x H x C

DIMSENSÕES DE FABRICAÇÃO (cm)

MÓDULO DIMENSIONAL

M = 10 cm

LARGURA (L)

ALTURA (H)

COMPRIMENTO

BLOCO PRINCIPAL

1/2 BLOCO

AMARRAÇÃO (L)

AMARRAÇÃO (T)

5/4(M) x 5/4(M) X 5/2(M)

11,5

11,5 24 11,5 - 36,5

5/4(M) x 2(M) X 5/2(M)

19

24 11,5 - 36,5

5/4(M) x 2(M) X 3(M) 29 14 26,5 41,5 5/4(M) x 2(M) X 4(M) 39 19 31,5 51,5 3/2(M) x 2(M) x 3(M)

14 19 29 14 - 44

3/2(M) x 2(M) x 4(M) 39 19 34 54 2(M) x 2(M) x 3(M)

19 19 29 14 34 49

2(M) x 2(M) x 3(M) 39 19 - 59

2.2.1.1.1 Resistência à compressão

É a principal propriedade das unidades de alvenaria, uma vez que as estruturas em

alvenaria estrutural são feitas principalmente para resistirem a esse tipo de esforço. Outra

propriedade ligada à resistência à compressão é a durabilidade.

A resistência característica à compressão dos blocos cerâmicos estruturais deve

ser considerada a partir de 3,0 MPa, referida à área bruta (DA SILVA & COSTA, 2007).

2.2.2 Bloco cerâmico de vedação

De acordo com a NBR 15270-1 (ABNT, 2005), o bloco cerâmico de vedação é o

componente da alvenaria de fechamento que possui furos prismáticos perpendiculares às faces

que os contêm. Esses blocos constituem as alvenarias externas ou internas que não têm a

função de resistir a outras cargas verticais, além do peso da alvenaria da qual faz parte. Nas

figuras 2.7 e 2.8 são mostrados exemplos de blocos cerâmicos de vedação, com as diferentes

posições dos furos (verticais e horizontais) com relação às faces.

Page 25: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

15

Assim como para os blocos estruturais, as dimensões são de grande importância

para os blocos cerâmicos de vedação, pelos mesmos motivos anteriormente citados. Na

Tabela 2.2 são mostradas algumas dimensões usuais de fabricação de blocos cerâmicos de

vedação.

Tabela 2.2 - Dimensões de fabricação de blocos cerâmicos de vedação

DIMENSÕES L x H x C

MÓDULO DIMENSIONAL M = 10 cm

DIMENSÕES DE FABRICAÇÃO (cm)

LARGURA (L) ALTURA (H) COMPRIMENTO

BLOCO PRINCIPAL 1/2 BLOCO

(1) M x (1) M x (2) M

9

9 19 9

(1) M x (1) M x (5/2) M 24 11,5

(1) M x (3/2) M x (2) M

14

19 9

(1) M x (3/2) M x (5/2) M 24 11,5

(1) M x (3/2) M x (3) M 29 14

(1) M x (2) M x (2) M

19

19 9

(1) M x (2) M x (5/2) M 24 11,5

(1) M x (2) M x (3) M 29 14

(1) M x (2) M x (4) M 39 19

(5/4) M x (5/4) M x (5/2) M

11,5

11,5 24 11,5

(5/4) M x (3/2) M x (5/2) M 14 24 11,5

(5/4) M x (2) M x (2) M

19

19 9

(5/4) M x (2) M x (5/2) M 24 11,5

(5/4) M x (2) M x (3) M 29 14

(3/2) M x (2) M x (2) M

14 19

19 9

(3/2) M x (2) M x (5/2) M 24 11,5

(3/2) M x (2) M x (3) M 29 14

(3/2) M x (2) M x (4) M 39 19

(2) M x (2) M x (2) M 19 19

19 9

(2) M x (2) M x (5/2) M 24 11,5

Figura 2.7 - Bloco cerâmico de vedação com furos na horizontal.

Figura 2.8 - Bloco cerâmico de vedação com furos na vertical.

Page 26: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

16

2.2.3 Prisma

Muito embora a verificação apresentada neste trabalho não leve em consideração

o prisma, é importante que ele seja conceituado para que o leitor fique bem informado.

Um prisma é o resultado da união de dois ou mais blocos com uma junta de

argamassa. De acordo com Grohmann (2006), estudos empíricos para verificar a resistência

da alvenaria estrutural na maioria das vezes ocorrem através da análise de prismas, que são à

base dos projetos estruturais, uma vez que a correlação prisma/parede é mais próxima do que

a relação bloco/parede. A Figura 2.9 ilustra bem exemplos de prismas.

Figura 2.9 – Modelos de prismas. Fonte: Grohmann (2006)

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17

3 METODOLOGIA DE DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS VERTICAIS EM PAREDES DE ALVENARIA ESTRUTURAL

Este capítulo aborda o procedimento de cálculo e distribuição de cargas em

paredes de alvenaria estrutural. Procedimento esse que é válido para blocos estruturais de

concreto e tem como objetivo encontrar a carga que atua na base da parede, para determinar a

resistência característica mínima necessária do bloco. Para tanto, foram seguidas as

recomendações da NBR 15961-1 (ABNT, 2011).

3.1 Modulação

De acordo com Camacho (2006) citado por Pires (2008), modulação consiste no

ajuste de todas as dimensões da obra (horizontais e verticais), como múltiplo da dimensão

básica do bloco, objetivando evitar cortes e desperdícios na fase de execução. Para que o

dimensionamento seja eficiente, é importante que se tenha uma boa modulação, pois ela

define como será distribuída a parede.

De acordo com Corrêa e Ramalho (2003), o bloco é o principal componente da

alvenaria, cujo comprimento e largura do bloco definem a modulação horizontal, enquanto a

altura define a modulação vertical. Se o comprimento e a largura dos blocos forem iguais ou

múltiplos, a amarração das paredes será mais simples, racionalizando o sistema construtivo.

Se essa condição não for satisfeita, é necessário utilizar blocos especiais para fazer a correta

amarração da parede. Amarração de parede é o travamento realizado com blocos, conforme

mostrado na Figura 3.1 e consiste na ligação entre as paredes para garantir a estabilidade

delas.

Figura 3.1 – Amarração de parede

Page 28: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

18

Segundo Corrêa e Ramalho (2003), podem ser utilizados muitos blocos diferentes

em uma edificação de alvenaria estrutural, sendo então importante definir a forma (maciço ou

vazado), e o material (cerâmico ou de concreto) do tijolo.

Se as dimensões de um projeto não forem modulares, quanto menor o bloco mais

fácil será de fazer o ajuste e cortes nas paredes, o que representaria menor perda de tempo,

mão de obra e material. Primeiramente, deve-se definir as dimensões dos blocos, para que seja

possível definir o tamanho do módulo (que é a soma do comprimento do bloco com a junta de

argamassa). Em seguida, o projeto de modulação deve ser feito de acordo com as dimensões

dos módulos. A Figura 3.2 exemplifica bem essa definição do módulo (onde M é a dimensão

do bloco e J é a junta da argamassa).

3.2 Aspectos estruturais

De acordo com Pires (2008), a concepção estrutural de um edifício consiste na

definição de quais paredes sofrerão as ações de cargas verticais e horizontais, a partir de um

projeto básico. Fatores como a utilização do edifício, passagem de tubulação de instalações

(elétricas e hidráulicas), e a simetria do edifício, ditam quais são as paredes estruturais.

Figura 3.2 - Dimensões reais e dimensões nominais.

Fonte: Corrêa e Ramalho (2003, p. 17).

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19

3.3 Cargas verticais

Corrêa e Ramalho (2003) consideram dois tipos principais de cargas verticais que

atuam nas paredes, que são: as cargas provenientes das lajes e o peso próprio da parede.

3.3.1 Cargas atuantes nas lajes

As cargas nas lajes podem ser calculadas de acordo com a NBR 6120 (ABNT,

1980), que adota valores mínimos para os carregamentos, dependendo do material e da função

da laje (residências, escritórios, academias de ginástica, dentre outros). As principais cargas

atuantes em um edifício residencial são: cargas permanentes (peso próprio, contrapiso,

revestimento e paredes não estruturais) e cargas acidentais (variando de acordo com a

utilização e localização da laje). As expressões abaixo mostram como podem ser calculadas

todas essas cargas.

Qt = Qg + Qp (3.1)

Onde:

Qt: carga total na laje, em kN/m²;

Qg: parcela devido às ações de cargas permanentes, em kN/m²;

Qp: parcela devido às ações de cargas acidentais, em kN/m².

Qg = Qpp + Qrev + Qalv (3.2)

Onde:

Qpp: carga de peso próprio da laje, em kN/m²;

Qrev: carga de revestimento do piso, em kN/m²;

Qalv: carga de alvenaria de vedação, em kN/m².

Page 30: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

20

Qpp = γc . h (3.3)

Onde:

γc: peso específico do concreto, em kN/m³;

h: espessura da laje, em metros.

���� = ���� ∙ �����

(3.4)

Onde:

Valv: volume da parede, em m³;

Alj: área da laje, em m²;

γalv: peso específico da alvenaria de vedação acabada, em kN/m³.

Para as cargas acidentais, seguem-se as recomendações da NBR 6120 que estipula

valores mínimos para as cargas verticais, valores esses mostrados na Tabela 3.1;

Tabela 3.1 - Cargas acidentais (NBR 6120, 1980)

LOCAL CARGA (kN/m²)

Dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro 1,5

Despensa, área de serviço e lavanderia 2,0

Segundo Corrêa e Ramalho (2003), as lajes distribuem as cargas que elas

suportam para as paredes estruturais. Essa distribuição das cargas varia de acordo com o tipo

de laje. Se forem lajes pré-moldadas ou armadas em uma direção, deve-se considerar a região

de influência de cada apoio, imaginando a existência de uma linha paralela aos apoios que

delimitam as regiões de influência. Para lajes maciças, armadas em duas direções, pode-se

utilizar o método das charneiras plásticas.

E a distribuição das cargas para as paredes se da pela multiplicação das cargas

totais distribuídas que atuam nas lajes pela a área da charneira e em seguida esse resultado é

Page 31: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

21

dividido pelo comprimento da parede, tendo por fim a carga atuante na parede distribuída por

unidade de comprimento.

3.3.2 Cargas do peso próprio da parede

De acordo com Corrêa e Ramalho (2003), o peso próprio da parede pode ser

calculado da seguinte forma:

Palv = γalv . e . PD (3.5)

Onde:

Palv: peso da alvenaria por unidade de comprimento, em kN/m;

e: espessura da parede (bloco + revestimento), em metros;

PD: pé direito do pavimento, em metros.

Segundo Corrêa e Ramalho (2003), o valor de γalv é o parâmetro mais importante

da Equação Erro! Fonte de referência não encontrada. e varia de acordo com o tipo de

bloco utilizado. Os valores de alguns blocos são mostrados na Tabela 3.2.

Tabela 3.2 - Pesos específicos para alvenaria. Fonte: Corre e Ramalho (2003, p. 28).

Tipo de alvenaria Peso específico

kN/m³ Blocos vazados de concreto 14 Blocos cerâmicos 12 Blocos vazados de concreto preenchidos com graute 24

3.4 Uniformização das cargas

As cargas em uma parede podem atuar de várias formas, dentre as principais

estão: a carga pontual que atua em uma parede, resultante de um trecho curto de uma parede

ortogonal; a carga distribuída parcialmente na parede devido à desconsideração das cargas

abaixo do trecho das janelas e das portas e às cargas distribuídas em toda parede, resultante

das cargas de lajes e do peso próprio da parede.

Page 32: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

22

De acordo com Corrêa e Ramalho (2003), quando um carregamento atua sobre

parte do comprimento de uma parede, tende a haver um espalhamento dessa carga por toda

sua altura. Espalhamento esse que se dá segundo um ângulo de 45°, de acordo com a NBR

15961-1 (ABNT, 2011), conforme a Figura 3.3. Esse carregamento pode apresentar valores

muito diferentes, pois normalmente as paredes internas tendem a receber carregamentos

maiores que as paredes externas. Então para considerarmos este espalhamento das cargas, é

necessário fazer uma uniformização das mesmas, pois sem essa uniformização as paredes

sujeitas a maiores carregamentos ditarão as resistências dos blocos a serem utilizados. Dessa

forma, maior será a economia, pois haverá uma redução da resistência necessária do bloco a

ser utilizado.

Devido ao espalhamento das cargas, tende a haver uma sobreposição das mesmas

ao longo da altura da parede, fazendo com que em uma determinada altura, obtenha-se um

carregamento uniformemente distribuído. Vale salientar que a obtenção do valor de carga

uniformizada atuantes nas paredes varia de acordo com o procedimento adotado para divisão

das cargas nas paredes, conforme é explicado a seguir.

3.5 Divisão das cargas nas paredes

Corrêa e Ramalho (2003) dividem em três os procedimentos de distribuição de

cargas nas paredes. São eles: paredes isoladas; grupos isolados de paredes e grupos de paredes

com interação.

Figura 3.3 - Distribuição de cargas na parede. Fonte: NBR 15961-1 (ABNT, 2011)

Page 33: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

23

3.5.1 Paredes isoladas

Este procedimento considera a parede como um elemento isolado, sem interação

com os outros elementos da estrutura. A carga atuante sobre a parede é a soma das cargas

provenientes dos pavimentos que estão acima do nível considerado. Nesse caso, não se

considera a influência de uma parede sobre a outra, ou seja, a uniformização da carga é

considerada apenas na própria parede, o que torna esse método seguro, pois assim as

resistências dos blocos serão sempre maiores. No entanto, esse procedimento não é

econômico, pois os blocos mais resistentes são mais caros.

O cálculo para obtenção do valor da carga uniformizada atuantes nas paredes para

esse procedimento pode ser feito através da Equação 3.6.

�� � = ∑ �� × ��� (3.6)

Onde:

Puni : carga uniformizada, em kN/m;

Pi : carga que atua na parede de acordo com seu comprimento, em kN/m;

li : comprimento de atuação da carga, em metros;

L : comprimento total da parede, em metros.

Essa distribuição pode ser feita da seguinte forma: no caso de paredes sem

aberturas (janelas ou portas), a carga que atua na base é calculada somando a carga resultante

da uniformização com a carga que atua na parede devido o seu peso próprio; para as paredes

com aberturas, a carga é calculada somando a carga resultante da uniformização com a carga

do peso próprio da parede até a verga, em seguida a carga que atuaria na abertura é dividida

metade para um lado da abertura e metade para o outro, por fim a carga que atua na base será

a soma de todas essas cargas. É importante dizer que se houver uma abertura perto de outra

parede isso gera uma grande carga uniforme que atua em um pequeno comprimento da

Page 34: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

24

parede, resultando no chamado “trecho curto”, então essa carga que atua no trecho curto deve

ser distribuída na parede ortogonal.

3.5.2 Grupos isolados de paredes

Este procedimento apresenta um pouco mais de trabalho do que o de paredes

isoladas. Neste caso, as paredes com aberturas (portas e janelas) são divididas em grupos que

podem ser considerados isolados, cujas cargas são uniformizadas em cada grupo. É um

procedimento racional, que fornece as especificações adequadas dos blocos e é considerado

seguro.

3.5.3 Grupos de paredes com interação

Este procedimento é muito parecido com o anterior, mas apresenta uma

consideração adicional, que é considerar que os grupos de parede interagem entre si. Neste

procedimento, Corrêa e Ramalho (2003) dizem que “é conveniente que seja definida uma taxa

de interação, que representa quanto da diferença de cargas entre grupos que interagem deve

ser uniformizada em cada nível”. Quanto à segurança é um procedimento que exige

experiência do projetista, sendo seguro quando bem executado e é considerado um

procedimento econômico, pois as resistências necessárias dos blocos tendem a serem menores

dentre os três procedimentos, resultando em blocos mais baratos.

3.6 Cargas horizontais

De acordo com Camacho (2006) citado por Pires (2008), as cargas horizontais que

atuam em uma parede são transmitidas às lajes, que agem como diafragmas rígidos,

transmitindo para as paredes paralelas, que por sua vez irão transmitir essas cargas para as

fundações. A Figura 3.4 mostra um esboço de distribuição de cargas em uma estrutura.

Page 35: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

25

Essas paredes que sofrem tais ações de cargas horizontais são chamadas de

paredes de contraventamento. Para tais paredes de contraventamento, na ligação laje/parede

deve surgir esforço cortante; já nas paredes que não são de contraventamento, deve-se fazer

uma ligação laje/parede de maneira que permita o deslocamento dos dois elementos.

Corrêa e Ramalho (2003) dividem em três os fatores a serem considerados para o

cálculo das ações horizontais, são eles: a ação do vento; o desaprumo; e as ações sísmicas.

Figura 3.4 - Distribuição de cargas na estrutura. Fonte: PIRES, (2008)

Page 36: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

26

3.7 Elementos e esforços para dimensionamento de alvenaria não armada

Como este capítulo aborda apenas alvenaria não armada, é importante que sejam

expostos os principais parâmetros a serem considerados no dimensionamento deste tipo de

alvenaria. Segundo a NBR15961-1 (ABNT, 2011), esses parâmetros são:

• Características geométricas (área efetiva; alturas efetivas das paredes; e a

espessura efetiva das paredes);

• Compressão axial das paredes e dos pilares;

• Tensão de contato;

• Flexão simples;

• Flexão composta;

• Esforço cortante horizontal;

• Pilares-parede ou paredes de contraventamento;

• Flambagem;

• Ancoragem de diafragmas;

• Cintamento.

A seguir são abordados os principais parâmetros utilizados para os cálculos deste

trabalho.

3.7.1 Resistência à compressão

De acordo com Corrêa e Ramalho (2003), a resistência à compressão é o

parâmetro mais importante, pois os esforços de compressão são os que mais atuam em uma

parede de alvenaria estrutural. Por esse motivo, este trabalho considera apenas a compressão,

e as seguintes seções apresentam os cálculos, visando calcular a resistência característica

mínima necessária do bloco.

3.7.2 Tensão atuante

Page 37: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

27

A tensão que atua nas paredes pode ser calculada utilizando parâmetros como: a

carga solicitante; a espessura efetiva; o comprimento da parede; entre outros. Como ela é

baseada no método das tensões admissíveis não sofre nenhuma ação de coeficientes de

segurança, podendo ser calculada usando a Equação 3.7.

Falv,c = ��� =

� . .�

(3.7)

Onde:

Falv,c: tensão de compressão axial da alvenaria, kPa;

At: área da seção transversal da parede, em m²;

tef: espessura efetiva, em metros;

L: comprimento da parede, em metros;

N: carga vertical que atua na parede, em kN;

Q: carga linear que atua por unidade de comprimento, em kN/m;

3.7.3 Tensão de compressão admissível

De acordo com a NBR 15961-1 (ABNT, 2011), as cargas admissíveis nas paredes

podem ser calculadas de acordo com a Equação 3.8.

NRd = fd . A . R (3.8)

Onde:

NRd: força normal resistente de cálculo, em kN;

fd: resistência de cálculo à compressão da alvenaria, em kPa;

A: área da seção resistente, em m²;

R: coeficiente redutor devido a esbeltez da parede, !1 − $ %&' (

)*

λ: esbeltez da parede;

Page 38: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

28

3.7.4 Estimativa usando as resistências dos prismas e as tensões admissíveis

Um importante parâmetro que pode ser usado para calcular a resistência

característica do bloco é a eficiência, que relaciona a resistência do prisma com a resistência

do bloco que compõe a alvenaria. Essa relação pode ser calculada conforme a Equação 3.9.

η = +,+-

(3.9)

Onde:

η: eficiência;

fp: resistência do prisma, em MPa;

fb: resistência do bloco, em MPa;

Segundo Corrêa e Ramalho (2003), os valores da eficiência prisma-bloco, na

prática brasileira, variam entre 0,5 e 0,9 para blocos de concreto e entre 0,3 e 0,6 para blocos

cerâmicos estruturais.

3.7.5 Esbeltez

Segundo Corrêa e Ramalho (2003), a esbeltez é a divisão da altura efetiva (hef)

pela espessura efetiva (tef), conforme a equação 3.10.

λ = ./0

123

(3.10)

A NBR 15961-1 (ABNT, 2011) estabelece valores limites para a esbeltez, os

quais são apresentados na Tabela 3.3.

Tabela 3.3 – Valores máximos do índice de esbeltez. Fonte: NBR 15961-1 (ABNT, 2011).

Não armados 24 Armados 30

Page 39: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

29

4 EXEMPLO DE APLICAÇÃO

Neste capítulo mostra-se a aplicação dos conhecimentos teóricos e da metodologia

apresentada no capítulo anterior para um edifício de dois pavimentos, destinado a pessoas de

baixa renda. O objetivo é determinar a resistência característica necessária dos blocos

cerâmicos de vedação. Para isso será calculada a resistência característica mínima necessária

para o bloco estrutural de concreto e para o bloco cerâmico de vedação será utilizada a mesma

metodologia, uma vez que não existem normas de cálculo de alvenaria estrutural com blocos

cerâmicos de vedação.

4.1 Edifício de dois pavimentos

A habitação escolhida para este estudo é a mesma utilizada por Pordeus (2009).

Ela possui 02 pavimentos (duas residências independentes), cuja estrutura da escada é

independente da residência, não sendo levada em consideração nos cálculos. Cada pavimento

possui dois quartos, uma cozinha, um banheiro e uma sala de estar, como pode ser visto na

Figura 4.1. As figuras 4.2 e 4.3 referem-se aos cortes A-A e B-B da edificação,

respectivamente.

Figura 4.1 - Planta baixa do apartamento. Fonte: Pordeus (2009).

Page 40: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

30

Figura 4.2 - Corte A-A. Fonte: Pordeus (2009).

Figura 4.3 - Corte B-B. Fonte: Pordeus (2009).

É importante salientar que, para facilitar os cálculos, foram considerados que

ambos os pavimentos possuem um pé direito de 2,80 metros, não foram consideradas cargas

de telhado e nem cargas de vento.

Page 41: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

31

Antes de iniciar o dimensionamento das paredes do edifico, é importante mostrar

as considerações iniciais utilizadas para o dimensionamento. Estas considerações são as

seguintes:

Primeiramente deve ser feita a escolha dos blocos a serem utilizados: para o bloco

estrutural de concreto foram utilizados blocos da família 29 (L = 14, C = 29 e H = 19); e, para

o bloco cerâmico de vedação, foram escolhidos os blocos cerâmicos com furos horizontais,

bloco baiano com nove furos, pois as suas dimensões são iguais às do bloco de concreto,

facilitando os cálculos (L = 14, C = 29 e H = 19), onde L é a largura, C é o comprimento e H

é a altura, cujas dimensões estão em centímetros.

Para facilitar os cálculos, as paredes são divididas e nomeadas, num total de 07

paredes, como mostra a Figura 4.4.

Figura 4.4 - Planta baixa com as paredes nomeadas.

Posteriormente, as lajes são também divididas com suas respectivas espessuras,

totalizando 05 lajes, como mostra a Figura 4.5.

Page 42: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

32

Figura 4.5 – Planta baixa dividida em lajes.

O próximo passo consiste no cálculo das cargas totais que atuam nas lajes. Esse

cálculo é feito somando-se as ações das cargas permanentes com as cargas acidentais,

conforme as equações mostradas no capítulo 3. As cargas permanentes são calculadas

somando-se as cargas de peso próprio da laje com as cargas de revestimento de piso (em caso

de banheiros adotou-se uma carga de 1,5 kN/m² e para os demais cômodos 1,0 kN/m²) e com

as cargas de alvenaria de vedação, se existirem. O cálculo do peso próprio da alvenaria de

vedação acabada por metro é feito da seguinte forma, Paca = γce . e = 12 . 0,10 = 1,2 kN/m²;

valor adotado para os cálculos 1,5 kN/m². O cálculo da carga acidental é feito de acordo com

as recomendações da NBR 6120 (ABNT, 1980). A Tabela 4.1, feita no Excel para auxiliar os

cálculos, mostra as cargas totais que atuam nas lajes.

Page 43: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

33

Tabela 4.1 - Carga total nas lajes. L

aje

Esp

essu

ra (

cm) Dimensões

da Laje

Área (m²)

Alv

. Ved

ação

(m

)

Ban

heir

o (s

/n) Carga Permanente

Carga Acidental (kN/m²)

Carga Total

(kN/m²)

x (m

)

y (m

) Peso Próprio (kN/m²)

Pav./Rev. (kN/m²)

Alv. Vedação (kN/m²)

L1 12 3,41 3,09 10,537 0 n 3,0 1,0 0,00 1,50 5,50

L2 12 4,34 3,09 13,411 0 n 3,0 1,0 0,00 1,50 5,50

L4 12 4,34 1,40 6,076 1,40 s 3,0 1,5 0,97 1,50 6,97

L3 12 3,41 4,45 15,175 0 n 3,0 1,0 0,00 1,50 5,50

L5 12 4,34 3,05 13,237 0 n 3,0 1,0 0,00 1,50 5,50

As cargas das lajes são distribuídas para as paredes segundo o método das

charneiras plásticas. Este método divide as lajes em áreas, segundo as linhas de ruptura. Para

a divisão das cargas considera-se para as lajes 1, 2, 3, 5 as mesmas condições de apoio, ou

seja, engastado ou apoiado, sendo assim traçada uma linha de 45°; já para a laje 4, a mesma

foi dividida ao meio para que as cargas das lajes sejam divididas apenas para as paredes

estruturais, uma vez que se fosse utilizada a mesma distribuição das outras lajes, as cargas

seriam distribuídas também para a parede de vedação. A Figura 4.6 mostra a planta baixa

dividida nas charneiras. A Tabela 4.2 mostra o resultado das cargas que atuam em cada parede

de acordo com a laje que ela está situada.

Page 44: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

34

Figura 4.6 - Planta baixa das lajes dividida em charneira.

Tabela 4.2 – Cálculo das cargas na parede

LAJE PAREDE COMPRIMENTO

(m) ÁREA CHARNEIRA

(m²) CARGA NA PAREDE

(kN/m)

1

1 3,41 2,89 4,66 2 3,41 2,89 4,66 5 3,09 2,39 4,25 6 3,09 2,39 4,25

2

1 4,34 4,33 5,49 2 4,34 4,33 5,49 6 3,09 2,39 4,25 7 3,09 2,39 4,25

4 2 4,34 2,98 4,78 3 4,34 3,07 4,93

3

2 3,41 2,91 4,69 4 3,41 2,91 4,69 5 4,45 4,68 5,78 6 4,45 4,68 5,78

5

3 4,34 4,30 5,45 4 4,34 4,30 5,45 6 3,05 2,33 4,20 7 3,05 2,33 4,20

45°

45°

45° 4

45°

45°

45°

1.40

3.05

3.41 4.34

3.09

45° 4

45°

45° 4

45°

45°

45°

45°

45°

45°

45°

45°

45°

45°

45° 4

45° 45°

45°

45°

45°

45°

Page 45: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

35

Após os cálculos das diferentes cargas que atuam nas paredes, o próximo passo é

o cálculo da uniformização das cargas que atuam em cada parede. Essa uniformização é feita

de acordo com a metodologia citada no capítulo anterior. O resultado dessa uniformização é

mostrado nas tabelas 4.3 a 4.9.

Tabela 4.3 - Uniformização da parede 01.

P1 (Ltotal) = 7,75m

Laje Carga (kN/m) Comprimento (m) Produto

1 4,66 3,41 15,89

2 5,49 4,34 23,83

Comprimento 7,75

Σproduto 39,72

Carga uniformizada 5,12

Tabela 4.4 - Uniformização da parede 02.

P2 (Ltotal) = 7,75m

Laje Carga (kN/m) Comprimento (m) Produto

1 4,66 3,41 15,89

2 5,49 4,34 23,83

4 4,78 4,34 20,75

3 4,69 3,41 15,99

Comprimento 7,75

Σproduto 76,46

Carga uniformizada 9,87

Page 46: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

36

Tabela 4.5 - Uniformização da parede 03.

P3 (Ltotal) = 4,34m

Laje Carga (kN/m) Comprimento (m) Produto

4 4,93 4,34 21,40

5 5,45 4,34 23,65

Comprimento 4,34

Σproduto 45,05

Carga uniformizada 10,38

Tabela 4.6 - Uniformização da parede 04.

P4 (Ltotal) = 7,75m

Laje Carga (kN/m) Comprimento (m) Produto

3 4,69 3,41 15,99

5 5,45 4,34 23,65

Comprimento 7,75

Σproduto 39,65

Carga uniformizada 5,12

Tabela 4.7 - Uniformização da parede 05.

P5 (Ltotal) = 7,54m

Laje Carga (kN/m) Comprimento (m) Produto

1 4,25 3,09 13,13

3 5,78 4,45 25,72

Comprimento 7,54

Σproduto 38,85

Carga uniformizada 5,16

Page 47: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

37

Tabela 4.8 - Uniformização da parede 06.

P6 (Ltotal) = 7,54m

Laje Carga (kN/m) Comprimento (m) Produto

1 4,25 3,09 13,13

2 4,25 3,09 13,13

3 5,78 4,45 25,72

5 4,20 3,05 12,81

Comprimento 7,54

Σproduto 64,80

Carga uniformizada 8,60

Tabela 4.9 – Uniformização da parede 07.

P7 (Ltotal) = 7,54m

Laje Carga (kN/m) Comprimento (m) Produto

2 4,25 3,09 13,13

5 4,20 3,05 12,81

Comprimento 7,54

Σproduto 25,94

Carga uniformizada 3,44

Para os cálculos das cargas atuantes na base de cada parede é utilizado o

procedimento de paredes isoladas com o objetivo de encontrar a carga que atua na base de

cada parcela da parede (metodologia realizada para todas as paredes), para assim encontrar a

maior carga, e em seguida, calcular a resistência característica de acordo com essa carga. Essa

distribuição é feita da mesma maneira, tanto para as paredes com blocos de concreto, quanto

para as paredes de blocos cerâmicos. Para tal distribuição é importante ressaltar que os

cálculos são feitos levando em consideração as paredes do último pavimento e como os

pavimentos são iguais a carga encontrada na base da parede do segundo pavimento é

multiplicada por 2, para calcular a carga que atua na base do 1° pavimento. Para esta etapa é

Page 48: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

38

utilizada um peso de alvenaria de concreto acabada de 2 kN/m², calculada a partir da

expressão abaixo:

Pacr = γc . e = 14 . 0,14 = 1,96 kN/m²

Onde:

Pacr: peso próprio da alvenaria acabada por unidade de área, em kN/m²;

γc: peso específico da alvenaria de blocos vazados de concreto, em kN/m³;

e: espessura do bloco de concreto, em metros.

Já para os cálculos o peso específico da alvenaria de vedação acabada foi adotada uma

carga de 1,7 kN/m² (Palv = γace . e = 12 . 0,14 = 1,68 kN/m²). A única diferença foi o peso

próprio de alvenaria acabada. Os resultados dos cálculos serão mostrados abaixo.

A Figura 4.7 mostra o esquema da parede 01, e abaixo dele estão cálculos das

cargas, para as alvenarias de concreto e cerâmicas.

Figura 4.7 - Esquema da parede 01.

Para a alvenaria de concreto:

P1 = (5,12 + 2,8 x 2) x 2 = 10,72 x 2 = 21,44 kN/m

Page 49: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

39

Para a alvenaria de vedação cerâmica:

P1 = (5,12 + 2,8 x 1,7) x 2 = 9,88 x 2 = 19,76 kN/m

A Figura 4.8 mostra o esquema da parede 02, e abaixo dela estão cálculos das

cargas, para as duas alvenarias.

Figura 4.8 - Esquema da parede 02.

Para as alvenarias de concreto:

P0 = 9,87 kN/m (carga que atua devido à uniformização de cargas)

Pv = 9,87 + 0,59 x 2 = 11,05 kN/m (carga que atua no fundo da verga)

Pv21 = (11,05 + (55,'78',9:)

<=),&& + 2,21 x 2) x 2 = 16,70 x 2 = 33,40 kN/m (carga que atua ao lado

esquerdo da abertura)

Pv22 = 11,05 + (55,'78',9:)

',&& + 2,21 x 2 = 34,56 kN/m (carga que atua no trecho curto)

Page 50: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

40

Pv23 = (11,05 + (55,'78',9:)

<=<,7& + 2,21 x 2) x 2 = 17,12 x 2 = 34,24 kN/m (carga que atua ao lado

direito da abertura)

Para a alvenaria de vedação cerâmica:

P0 = 9,87 kN/m (carga que atua devido à uniformização de cargas)

Pv = 9,87 + 0,59 x 1,7 = 10,87 kN/m (carga que atua no fundo da verga)

Pv21 = (10,87 + (5',>98',9:)

<=),&& + 2,21 x 1,7) x 2 = 15,83 x 2 = 31,66 kN/m (carga que atua ao lado

esquerdo da abertura)

Pv22 = 10,87 + (5',>98',9:)

',&& + 2,21 x 1,7 = 33,40 kN/m (carga que atua no trecho curto)

Pv23 = (10,87 + (5',>98',9:)

<=<,7& + 2,21 x 1,7) x 2 = 16,26 x 2 = 32,52 kN/m (carga que atua ao lado

direito da abertura)

Na Figura 4.9 o esquema da parede 03, é mostrado e abaixo dela estão cálculos

das cargas, para as duas alvenarias.

Figura 4.9 - Esquema da parede 03.

Page 51: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

41

Para as alvenarias de concreto:

P0 = 10,38 kN/m (carga que atua devido à uniformização de cargas)

Pv = 10,38 + 0,59 x 2 = 11,56 kN/m (carga que atua no fundo da verga)

Pv31 = 11,56 + (55,7:8',9:)

<=',<? + 2,21 x 2 = 31,13 kN/m (carga que atua no trecho curto)

Pv32 = (11,56 + (55,7:8',9:)

<=),&& + 2,21 x 2) x 2 = 17,26 x 2 = 34,52 kN/m (carga que atua ao lado

direito da abertura)

Para a alvenaria de vedação cerâmica:

P0 = 10,38 kN/m (carga que atua devido à uniformização de cargas)

Pv = 10,38 + 0,59 x 1,7 = 11,38 kN/m (carga que atua no fundo da verga)

Pv31 = 11,38 + (55,)>8',9:)

<=',<? + 2,21 x 1,7 = 30,05 kN/m (carga que atua no trecho curto)

Pv32 = (11,38 + (55,)>8',9:)

<=),&& + 2,21 x 1,7) x 2 = 16,40 x 2 = 32,80 kN/m (carga que atua ao lado

direito da abertura)

A Figura 4.10 mostra o esquema da parede 04, e abaixo dela estão cálculos das

cargas, para as duas alvenarias.

Page 52: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

42

Figura 4.10 – Esquema da parede 04.

Para a alvenarias de concreto:

P0 = 5,12 + 0,70 = 5,82 kN/m (soma das cargas devido a uniformização de cargas da parede

04 com a carga que atua no trecho curto da parede 05)

Pv = 5,82 + 0,79 x 2 = 7,40 kN/m (carga que atua no fundo da verga)

Pv41 = (7,40 + (9,&'85,':)

<=5,)& + 2,01 x 2) x 2 = 14,35 x 2 = 28,70 kN/m (carga que atua ao lado

esquerdo da abertura)

Pv42 = (7,40 + (9,&'85,':)

<=7,7& + 2,01 x 2) x 2 = 12,13 x 2 = 24,26 kN/m (carga que atua ao lado

direito da abertura)

Para a alvenaria de vedação cerâmica:

P0 = 5,12 + 0,66 = 5,78 kN/m (soma das cargas devido a uniformização de cargas da parede

04 com a carga que atua no trecho curto da parede 05)

Pv = 5,78 + 0,79 x 1,7 = 7,12 kN/m (carga que atua no fundo da verga)

Page 53: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

43

Pv41 = (7,12 + (9,5<85,':)

<=5,)& + 2,01 x 1,7) x 2 = 13,36 x 2 = 26,72 kN/m (carga que atua ao lado

esquerdo da abertura)

Pv42 = (7,12 + (9,5<85,':)

<=7,7& + 2,01 x 1,7) x 2 = 11,22 x 2 = 22,44 kN/m (carga que atua ao lado

direito da abertura)

Na Figura 4.11 o esquema da parede 05, é mostrado e abaixo dela estão cálculos

das cargas, para as duas alvenarias.

Figura 4.11- Esquema da parede 05.

Para as alvenarias de concreto:

P0 = 5,16 (carga que atua devido à uniformização de cargas)

Pv = 5,16 + 0,59 x 2 = 6,34 kN/m (carga que atua no fundo da verga)

Pv51 = (6,34 + (:,)&8',9:)

<=:,7? + 2,21 x 2) x 2 = 11,13 x 2 = 22,26 kN/m (carga que atua ao lado

esquerdo da abertura)

Page 54: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

44

Pv52 = 6,34 + (:,)&8',9:)

<=',<? + 2,21 x 2 = 19,08 kN/m (carga que atua no trecho curto)

Para a alvenaria de vedação cerâmica:

P0 = 5,16 kN/m (carga que atua devido à uniformização de cargas)

Pv = 5,16 + 0,59 x 1,7 = 6,16 kN/m (carga que atua no fundo da verga)

Pv51 = (6,16 + (:,5:8',9:)

<=:,7? + 2,21 x 1,7) x 2 = 10,27 x 2 = 20,54 kN/m (carga que atua ao lado

esquerdo da abertura)

Pv52 = 6,16 + (:,5:8',9:)

<=',<? + 2,21 x 1,7 = 18,00 kN/m (carga que atua no trecho curto)

A Figura 4.12 mostra o esquema da parede 06, e abaixo dela estão cálculos das

cargas, para as duas alvenarias.

Figura 4.12 - Esquema da parede 06.

Para as alvenarias de concreto:

Page 55: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

45

P0 = 8,60 + 1,99 + 1,18 = 11,77 kN/m (soma das cargas devido a uniformização de cargas da

parede 04 com a carga que atua no trecho curto das paredes 02 e 03)

Pv = 11,77 + 0,59 x 2 =12,95 kN/m (carga que atua no fundo da verga)

Pv61 = (12,95 + (5<,?78',9:)

<=),7? + 2,21 x 2) x 2 = 18,74 x 2 = 37,48 kN/m (carga que atua ao lado

esquerdo da abertura)

Pv62 = (12,95 + (5<,?78',9:)

<=),<? + 2,21 x 2) x 2 = 18,87 x 2 = 37,74 kN/m (carga que atua ao lado

direito da abertura)

Para a alvenaria de vedação cerâmica:

P0 = 8,60 + 1,92 + 1,14 = 11,66 kN/m (soma das cargas devido a uniformização de cargas da

parede 04 com a carga que atua no trecho curto das paredes 02 e 03)

Pv = 11,66 + 0,59 x 1,7 = 12,66 kN/m (carga que atua no fundo da verga)

Pv61 = (12,66 + (5<,::8',9:)

<=),7? + 2,21 x 1,7) x 2 = 17,66 x 2 = 35,52 kN/m carga que atua ao lado

esquerdo da abertura)

Pv62 = (12,66 + (5<,::8',9:)

<=),<? + 2,21 x 1,7) x 2 = 17,88 x 2 = 35,77 kN/m (carga que atua ao lado

direito da abertura)

Por fim a parede 07 é mostrada na Figura 4.13, e sem seguida seus cálculos,

para as duas alvenarias.

Page 56: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

46

Figura 4.13 - Esquema da parede 07.

Para as alvenarias de concreto:

P0 = 3,44 (carga que atua devido à uniformização de cargas)

Pv = 3,44 + 0,79 x 2 = 5,02 kN/m (carga que atua no fundo da verga)

Pv71 = (5,02 + (7,'<85,':)

<=5,'& + 2,01 x 2) x 2 = 11,60 x 2 = 23,20 kN/m (carga que atua ao lado

esquerdo da abertura)

Pv72 = (5,02 + (7,'<85,':)

),&& + 2,01 x 2) x 2 = 10,59 x 2 = 21,18 kN/m (carga que atua entre as

aberturas da parede)

Pv73 = (5,02 + (7,'<85,':)

<=5,'& + 2,01 x 2) x 2 = 11,60 x 2 = 23,20 kN/m (carga que atua ao lado

direito da abertura)

Para a alvenaria de vedação cerâmica:

P0 = 3,44 (carga que atua devido à uniformização de cargas)

Pv = 3,44 + 0,79 x 1,7 = 4,78 kN/m (carga que atua no fundo da verga)

Page 57: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

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Pv71 = (4,78 + (&,9>85,':)

<=5,'& + 2,01 x 1,7) x 2 = 10,63 x 2 = 21,26 kN/m (carga que atua ao lado

esquerdo da abertura)

Pv72 = (4,78 + (&,9>85,':)

),&& + 2,01 x 1,7) x 2 = 9,67 x 2 = 19,34 kN/m (carga que atua entre as

aberturas da parede)

Pv73 = (4,78 + (&,9>85,':)

<=5,'& + 2,01 x 1,7) x 2 = 10,63 x 2 = 21,26 kN/m (carga que atua ao lado

direito da abertura)

Após a realização da distribuição das cargas na parede e o cálculo da maior carga

que atua em uma parcela da parede dentre todas as parede, foi encontrada para a alvenaria de

concreto uma carga atuante de 37,74 kN/m que atua do lado direito da abertura existente na

parede 06, já para a alvenaria cerâmica foi encontrada uma carga de 35,77 kN/m, carga essa

que atua também do lado direito da abertura existente na parede 06. Essas cargas foram

utilizadas para podermos encontrar a resistência característica necessária de cada bloco, de

acordo com a maior carga, a fim de garantir uma maior segurança.

Os cálculos para achar a resistência mínima necessária dos blocos foram

realizados de acordo com a metodologia citada no capítulo anterior e utilizando as mesmas

fórmulas e considerações, duas importantes considerações a serem feitas são as de que foram

utilizadas, uma eficiência de 0,75 e um α de 0,5 para o bloco de concreto. Para o bloco

estrutural de concreto foi encontrado uma resistência característica de 2,1 Mpa, esse resultado

pode ser conferido na Tabela 4.10.

Page 58: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

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Tabela 4.10 - Resistência do bloco de concreto.

Onde:

P.D. é a média do pé direito.

Pb.mx é a maior carga que atua na base da parede do 1° pavimento.

σalv,c é a tensão atuante de compressão na alvenaria.

R é o fator de redução da resistência

α é a relação entre Alq e Abr

η é a eficiência ( ηb refere-se ao bloco)

fpk é a resistência característica dos prismas à compressão.

fbk é a resistência característica do bloco.

fbk,br é a resistência característica bruta do bloco.

fbk,lq é a resistência característica líquida do bloco.

λ é o índice de esbeltez.

P.D. (cm) 280,00 espessura PAR (cm) 14,0

pb,mx (kN/m) 37,74

σ alv,c (MPa) 0,27 λ 20

R 0,875 fpk,br (MPa) 1,5

bloco de CONCRETO

ηb (fpk/fbk) 0,75

f bk (MPa) 2,1

α (Alq/Abr) 0,5

fbk,lq (MPa) 4,1

fpk (MPa) 3,1

Page 59: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

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Já para encontrar a resistência característica do bloco cerâmico foram

utilizados os mesmos cálculos, por não existir uma norma que trate de cálculos para alvenaria

estrutural com blocos cerâmicos de vedação, para o bloco cerâmico de vedação foi adotada

uma eficiência de 0,3 e um α de 1, uma vez que a área líquida é igual a área bruta, pois o

bloco é assentado com o furos na horizontal. Para o bloco cerâmico de vedação foi encontrada

uma resistência característica de 4,9 Mpa, esse resultado pode ser conferido na Tabela 4.11.

Tabela 4.11 - Resistência do bloco cerâmico de vedação.

P.D. (cm) 280,00 espessura PAR (cm) 14,0

pb,mx (kN/m) 35,77

σalv,c (MPa) 0,26 λ 20

R 0,875 fpk,br (MPa) 1,5

bloco CERÂMICO

ηb (fpk/fbk ) 0,3

fbk (MPa) 4,9

α (A lq/A br ) 1

fbk,lq (MPa) 4,9

fpk (MPa) 1,5

Page 60: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

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5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Este trabalho tem como objetivo verificar o dimensionamento de alvenaria

estrutural de edificações com até dois pavimentos, utilizando blocos cerâmicos de vedação.

Esse dimensionamento é feito de acordo com algumas metodologias de cálculo e

principalmente com a ajuda de várias normas, que foram as principais norteadoras deste

estudo.

O resultado final para o bloco de concreto apontou uma resistência característica

necessária (fbk) de 2,1 MPa, e para blocos de concreto, representativos da utilização prática no

Brasil, são consideradas resistências à compressão variando entre 4,5 MPa e 10,0 MPa. Pode-

se então, como era esperado para o bloco estrutural de concreto, confirmar que os cálculos

realizados são favoráveis, ou seja, essa resistência de 2,1 MPa pode ser suportada, até com

folgas. É importante dizer que estes cálculos são particulares para o projeto anteriormente

citado.

Já o resultado final para o bloco cerâmico de vedação apontou uma resistência

característica mínima necessária de 4,9 MPa. Segundo a NBR15270-1 (ABNT, 2005) o tijolo

cerâmico com os furos na horizontal deve possuir um valor mínimo para resistência à

compressão de 1,5 Mpa. Isso indica que é possível encontrarmos no mercado tijolos com

resistência à compressão abaixo da resistência mínima necessária calculada. Pode-se então

concluir que deve haver uma maior atenção na aquisição do material a ser empregado.

Para sugestão de trabalhos futuros, pode-se citar:

• Uma metodologia levando em consideração o prisma, analisando uma

possível contribuição da argamassa;

• Sugere-se também um estudo para criar uma norma visando à adaptação

de blocos cerâmicos de vedação para cálculos de alvenaria estrutural, pois

essa foi a maior dificuldade encontrada, a não existência de uma norma

que relacione blocos cerâmicos de vedação com cálculos de alvenaria

estrutural;

Page 61: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

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• Por fim, pode ser sugerida uma pesquisa no sentido de utilizar algum

material como aditivo, para aumentar a resistência à compressão do tijolo

cerâmico de vedação;

• Verificação e análise de edifícios com 2 pavimentos com tijolos

cerâmicos de vedação com parede dobrada.

Page 62: Cicero_Gualberto_Verificacao Estrutural de Edificio de 2 Pavimentos Com Tijolo Ceramico de Vedacao

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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