Ciência em Pauta - 04 - setembro 2012

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CIÊNCIA EM PAUTA Jornal do Projeto Popularização da Ciência / UFU Setembro de 2012 M M e e s s m m o o s s e e m m n n o o t t a a r r m m o o s s , , e e l l e e s s s s ã ã o o u u m m a a d d a a s s e e s s t t r r u u t t u u r r a a s s m m a a i i s s e e x x i i g g i i d d a a s s p p e e l l o o c c o o r r p p o o h h u u m m a a n n o o e e , , q q u u a a n n d d o o l l e e s s i i o o n n a a d d o o s s , , o o t t r r a a t t a a m m e e n n t t o o p p o o d d e e s s e e r r d d i i f f í í c c i i l l . . U U m m a a e e q q u u i i p p e e d d e e p p r r o o f f e e s s s s o o r r e e s s e e a a l l u u n n o o s s d d a a U U F F U U d d e e s s e e n n v v o o l l v v e e u u u u m m e e q q u u i i p p a a m m e e n n t t o o q q u u e e p p o o d d e e f f a a c c i i l l i i t t a a r r e e a a c c e e l l e e r r a a r r e e s s s s a a r r e e c c u u p p e e r r a a ç ç ã ã o o . . O O m m b b r r o o s s p p r r a a q q u u e e t t e e q q u u e e r r o o R R o o d d r r i i g g o o M M e e n n d d o o n n ç ç a a

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Jornal do Projeto POP CIÊNCIA UFU Ombros pra que te quero Mesmo sem notarmos, eles são uma das estruturas mais exigidas pelo corpo humano e, quando lesionados, o tratamento pode ser difícil. Uma equipa de professores e alunos da UFU desenvolveu um equipamento que pode facilitar e acelerar essa recuperação.

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CIÊNCIA EM PAUTAJ o r n a l d o P r o j e t o P o p u l a r i z a ç ã o d a C i ê n c i a / U F U S e t e m b r o d e 2 0 1 2

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Esta publicação é parte integrante do projeto de popularização da ciência – Universidade Federal deUberlândia (UFU) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig)Reportagens: Ana Beatriz Tuma, André Victor Moura e Diélen BorgesEdição: Ana Spannenberg (MTb 9453)Fotos: Diélen Borges, Lucas Felipe Jerônimo e Rodrigo MendonçaArte e Diagramação: Danielle BuiattiTiragem: 2.000 exemplares (Distribuição gratuita)Informações: [email protected]

Expediente

O tabagismo altera a vascularização ecicatrização do tendão, podendo ser prejudici-al para quem é submetido a cirurgias do om-bro.

Tendinites (repercussões inflamatóri-as no tendão) por movimentos repetitivos,quando mal tratadas, podem evoluir para aruptura do tendão.

A Prótese de ombro é aconselhada parapacientes que apresentam dores no ombroque não melhoram com fisioterapia. É tam-bém relacionada a algum dano da articulaçãodo ombro, fazendo com que o paciente apre-sente uma perda da mobilidade articular pelodesgaste e pela deformidade que ocorre nessaarticulação.

Tenha cuidado ao praticar tênis, beise-bol, vôlei, pois são esportes que causam mais le-

sões no ombro, devido ao movimento do saquee sobrecarga.

Ao usar mochilas, apoie em ambos osombros para evitar sobrecarga.

A bursite não acontece somente nosombros. É uma inflamação da bursa em váriasarticulações no nosso corpo, logo, pode-se terbursite nos quadris, joelhos, cotovelos entreoutras regiões.

Nem toda dor no ombro significa quevocê tem bursite.

A acupuntura é indicada como tratamen-to alternativo para algumas doenças do ombro.Ela tem uma função analgésica satisfatória.

Ah, se você é supersticioso, vale essadica: ao entrar em um funeral, jogue sal sobreo ombro, pois isto afasta a morte e os espíri-tos para longe de você.

Movimentos repetitivos, como os feitos diante do computador, podem ocasionar tendinite

O ombro e suascuriosidadesAndré Víctor Moura

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Todos os dias garotos e garotas carre-gam consigo mochilas para as escolas. Porsua vez, as mães deles levam bolsas para otrabalho ou para fazer compras no supermer-cado. Na maior parte das vezes, quem é en-carregado de transportar esses objetos é oombro, região do corpo humano em que aparte de cima do braço se liga com o tronco,ou seja, o tórax, o abdômen e a bacia.

Se a mochila estiver pesada por conter,por exemplo, muitos livros e cadernos, não sóa coluna do estudante pode ser machucada co-mo também o ombro. O mesmo acontece nocaso de bolsas cheias de itens desnecessários.Mas outras circunstâncias também podem pre-judicar essa parte do corpo, conforme diz oprofessor do curso de fisioterapia da Universi-dade Federal de Uberlândia (UFU), Valdeci Car-los Dionísio. Ele menciona como exemplos asfraturas e lesões neurológicas, sendo a princi-pal dessas o acidente vascular encefálico, noqual a pessoa não consegue se movimentar.Doenças também ocorrem no ombro. “Para ci-tar uma das mais importantes do ponto de vis-

ta músculo-esquelético, nós temos o ‘ombrocongelado’. Essa é uma situação em que háuma inflamação onde a cápsula se adere aoosso”, explica.

Em muitos casos, é preciso da ajudade um fisioterapeuta ou terapeuta ocupacio-nal para que o ombro seja recuperado ou re-abilitado. Dionísio diz que, hoje, afisioterapia é feita manualmente. Isso querdizer que é o terapeuta quem realiza os mo-vimentos de tratamento no paciente, nãoexistindo equipamentos que auxiliem esseprofissional. Já para outras partes do corpo,como as mãos, o professor conta que há apa-relhos de recuperação.

No entanto, a busca por esse tipo deequipamento já acontece na UFU. Professorese estudantes trabalham juntos desde 2008com esse objetivo no projeto “Desenvolvi-mento de uma estrutura robótica atuada porcabos para reabilitação/recuperação dos mo-vimentos do ombro humano”, coordenadopor Rogério Sales da Faculdade de Engenha-ria Mecânica (Femec).

“Ombro mecânico”é construído na UFUEquipamento robótico visa ajudar na recuperação e reabilitação dessa parte docorpo

Desde 2008, uma equipe da UFU trabalha na construção do equipamento que ajuda na reabilitação dos movimentos do ombro

Ana Beatriz Tuma e André Víctor Moura

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O professor Sales conta que o cérebrodos seres humanos tem flexibilidade na recupe-ração dos movimentos. Por isso, a equipe envol-vida no projeto busca produzir um aparelhorobótico para ajudar no tratamento dos mais di-versos tipos de lesões no ombro. “Pensamos emfazer o desenvolvimento de uma estrutura que ofisioterapeuta ou terapeuta ocupacional pudessefazer o movimento uma vez no braço humano e,depois, a máquina repetiria os movimentos emum determinado ciclo de operações”.

O tipo de movimento que a estrutura ro-bótica pretende gerar é o passivo, em que nãohá necessidade do paciente fazê-lo ativamente.Segundo o professor de fisioterapia da UFU, Val-deci Carlos Dionísio, o movimento passivo já éum dos métodos utilizados no tratamento doombro, sendo muito importante em diversas si-tuações, como em lesões músculo-esqueléticas,neuro-musculares e também em queimaduras. Afunção de tal movimento é “facilitar processosde cicatrização, ou, então, evitar aderências cica-triciais entre a cápsula articular e osso”, explica.

Para exemplificar a importância de taltipo de movimento, Dionísio cita a doença do“ombro congelado”, em que há perda progres-siva dos movimentos. Dessa forma, o movi-mento passivo permite que esse padrão deperda não seja instalado. Ele também evitaque a doença aumente. Outra ocasião de trata-

mento do ombro é pós-traumatismos, comofraturas e luxações (deslocamento do osso),que, muitas vezes, necessitam de cirurgia pa-ra que exista a melhora da estrutura lesiona-da. “Para que haja uma recuperação maisrápida, eficaz, é necessário entrar com o mo-vimento passivo, que auxilia o processo dereparo, diminui a dor e facilita a recuperaçãoda força muscular”, diz o professor. Com re-lação às lesões neurológicas, como o acidentevascular encefálico, Dionísio explica que essemovimento pode evitar deformidades, paraque quando a pessoa se recupere tenha a arti-culação íntegra.

Mecanismo de funcionamentoA estrutura robótica que está sendo de-

senvolvida é operada por quatro cabos presosem um suporte que é fixado ao braço da pessoaem tratamento. “O profissional da saúde faz omovimento do braço do paciente e, depois de‘ensinar’ a estrutura robótica, ela repete os mo-vimentos em uma determinada quantidade deciclos e velocidade definidos por esse profissi-onal”, explica Rogério Sales. De acordo com oprofessor, o objetivo do aparelho é auxiliar osfisioterapeutas e terapeutas ocupacionais e nãosubstituí-los.

“Em uma situação em que o indivíduopossa produzir o movimento numa velocidade

O movimento passivo, como o proposto, já é realizado nesse tratamento, porque facilita a cicatrização, explica Dionísio

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Página de site totalmente dedicada comexercíciospara o om-bro e paraoutrosmembrosdo corpo.Todos osexercíciospara om-bros e ou-tros sãoexplicadoscom anima-ções 3Dprofissio-nais.http://www.passion4profession.net/br/exercicios-ombros/Site que ajuda a constatar se o que vocêsente no ombro é fora do normal e qualo procedimento que deve ser feito. Valelembrar que o site não vale comoconsulta médica.http://cabanavc.com/ombro/

Quer ter uma aula de anatomia onlinesobre o ombro? O site “Aula deanatomia” mostra as especificidades decada membro do corpo humano. Acesse:http://www.auladeanatomia.com/sistemamuscular/ombro.htmVocê tem um irmão ou irmã criança quegosta de jogar na net? Então, corra paramostrar este jogo educativo onlinesobre o corpo humano (cabeça, ombro,joelho e pé) para ele (a):http://www.smartkids.com.br/jogos-educativos/corpo-humano-cabeca-ombro-joelho-e-pe.html

controlada (mais rápida, mais lenta) com oacompanhamento da máquina, sozinho, sem oterapeuta estar intervindo, facilita o atendimen-to dentro de clínicas e seria interessante dentrodos hospitais”, avalia Valdeci Carlos Dionísio.Ele ressalta que quanto mais veloz é a retomadaao movimento, mais ligeira e fácil é a recupera-ção do paciente. “Se a máquina estivesse dentrodo hospital, algumas horas após a cirurgia seinicia o trabalho com o movimento passivo e arecuperação do indivíduo será mais rápida”,conclui.

O projeto não beneficia apenas à popula-ção mas também aos alunos da UFU envolvidos ne-le, conforme afirmam dois ex-integrantes daequipe de Rogério Sales, Wilgo Moreira, aluno daEngenharia Mecânica e Lucas Resende, aluno da En-genharia Mecatrônica. “Eu aprendi muito, porqueessa área de engenharia com biológicas eu não sa-bia que existia. Elas estão ligadas entre si e euachei muito interessante isso”, conta Moreira. JáResende diz que pelo projeto envolver a área de bi-ológicas teve que estudar os movimentos dosmembros humanos aprendendo a respeito disso.

Por enquanto, há apenas um protótipo do“ombro mecânico” sem que haja a versão comer-cial do produto. Os testes com seres humanosainda não foram feitos. Segundo o coordenadorSales, esses testes têm data indefinida para acon-tecer, sendo o ano de 2013 o mais provável de-les. Isso é devido à equipe estar com dificuldadesem terminar o sistema de controle do protótipo,que é feito por placas desenvolvidas na Faculda-de de Engenharia Mecânica.

ENTENDA MAISA estrutura ajuda o paciente com movimentos passivos, a partir deum comando inicial feito pelo profissional de saúde

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Estudante do 3º ano do Ensino Médio, Mayra Alves Afonso, diz que computador foicausa de dores no ombro

Fisioterapia ajudaadolescente

Mayra explica que para evitar dores ao escrever muito na escola, ela pára um pouco e faz exercícios

Diélen Borges

CIÊNCIA EM PAUTA: Como surgiu seu problemano ombro?MAYRA: Eu passava quatro horas seguidas digitan-do. Aí teve uma hora que começou a doer e daruns caroços. Eu pensei: ah, não é nada, e continu-ei. Aí começou a dor, dava até choque. Depois dopulso foi pro ombro. Nesse braço eu perdi a força.CP: O que você sente é uma falta de firmeza no braço?MAYRA: Se eu for fazer algum exercício físico, ti-po arrumar a casa, torcer um pano, dói pra caram-ba. Eu não tenho força pra segurar qualquer coisa.CP: E onde foi que você fez fisioterapia?MAYRA: Foi no Hospital Santa Clara. O fisiotera-peuta também passava exercícios pra eu fazer emcasa, tinha uma pomada pra melhorar.CP: E você seguia tudo direitinho?MAYRA: Às vezes. Tem que passar três vezes aodia e fazer os exercícios.CP: Foi o computador que desencadeou o proble-ma. E você continua usando muito, hoje em dia?MAYRA: Não, não posso! Eu tive que trocar por no-

tebook, que é melhor.CP: Por que o notebook é melhor?MAYRA: Porque você fica com a mão mais estica-da e não fica tanto tempo com a mão no mesmomovimento [do mouse].CP: Além do computador, teve que fazer algumaoutra mudança?MAYRA: Não, só o computador mesmo.CP: Na escola, isso te atrapalha?MAYRA: Não, não muito. Se ficar muito tempo es-crevendo atrapalha, começa a dor. Aí eu paro umpouquinho, faço exercício.CP: Mais alguma coisa que você gostaria de co-mentar?MAYRA: Só que eu agora quero ser fisioterapeuta.CP: Ah, então acabou te influenciando?MAYRA: É desde pequena. Porque meu pai sofreuacidente e eu via que ele fazia fisioterapia e eu fuigostando. Aí eu fui fazer lá e gostei mesmo. Eu fuivendo o tanto que é bom ajudar os outros

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