Ciência no câmpus

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Como a pesquisa universitária traz bom senso e conforto à sociedade Pesquisa com recicláveis agrega valor ao lixo e profissionaliza artesãos Brincando com o céu: projeto leva estudantes para conhecer as estrelas

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Revista Ciência no Câmpus

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Como a pesquisa universitária traz bom senso e conforto à sociedade

Pesquisa com recicláveis agrega valor ao lixo e profissionaliza artesãos

Brincando com o céu: projeto leva estudantes para

conhecer as estrelas

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

ReitorHerman Jacobus Cornelis VoorwaldVice-reitorJulio Cezar DuriganPró-reitor de AdministraçãoRicardo Samih G. Abi RachedPró-reitora de Pós-GraduaçãoMarilza Vieira Cunha RudgePró-reitora de GraduaçãoSheila Zambello de PinhoPró-reitora de Extensão UniversitáriaMaria Amélia Máximo de AraújoPró-reitora de PesquisaMaria José S. M. GianniniSecretária-geralMaria Dalva Silva PagottoChefe de GabineteCarlos Antonio Gamero

Edição e DiagramaçãoMárcia Tiemi MatsumotoSamantha Sasha de AndradeRepórteresAdriana SalgadoAline PáduaAlisson LopesBárbara FigueiredoLaís SemisMillena GrigoletiJornalista ResponsávelÂngelo Sottovia AranhaMTB 12.870

Produzida por estudantes deComunicação Social-Jornalismo da Unesp - Câmpus Bauru

Bauru - Dezembro/2011

Editorial

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A pesquisa universitá-ria parece distante, mas, ao mesmo tem-

po, está próxima da realidade da sociedade da qual fazemos parte. Os pesquisadores têm as mesmas preocupações do dia-a-dia como qualquer cidadão e podem colo-car no papel e, por que não, em prática, questões e respostas para as problemáticas do cotidiano, por mais diversas que sejam.

Esta revista reúne algumas pesquisas e seus resultados que mais se aproximam da realidade da população, tratando com lin-guagem facilitada de temas que seriam lidos por poucos e com maior proximidade à vida acadê-mica e universitária. A universi-dade é uma instituição que deve trabalhar para o bem das pessoas, buscando desvendar e solucionar questões que são do interesse de amigos, vizinhos e de todo o ci-dadão, inclusive, aqueles que não teriam acesso ao conhecimento científico.

Na parte voltada à Faculdade de Engenharia, temos os projetos que competem no AeroDesign e desenvolvem aeromodelos, adaptados para carregar cargas sob diferentes circunstâncias. Também na área de engenharia, uma pesquisa que averigua os impactos que a construção de hi-drelétricas pode causar.

A Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação apresenta iniciativas bonitas aos olhos e ao bolso: reciclagem, atendimento gratuito com psicólogos, jornais comunitários de Bauru, planeja-mento para uma melhor vivência na própria cidade.

A Faculdade de Ciências pen-sa na Terra e fora dela também. A sessão mais verde da revista apresenta iniciativas ecologica-mente corretas, como na maté-ria sobre agricultura; que mostra como o bambu pode substituir a madeira e muito mais.

A equipe fez o possível para entregar um material bem orga-nizado e que atraísse, você, leitor. Vire a página e veja as pesquisas que podem levar a grande novi-dade.

Equipe do

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Lixo? Conheça o Laboratório Solidário que trabalha com eco design

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Brincadeira de adultoAeroDesign transforma pequenas aeronaves em prêmios

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Ambiente x EnergiaBuscando o potencial das hidrelétricas sem impacto ambiental

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Universo bate à portaObservatório astrônomico traz estrelas para mais perto da população

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Madeira ou bambu? 16Descubra qual é a importância dessa gramínea para nosso futuro

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Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação

Pesquisa aposta na reutilização de material descartado

Aline Pádua

Baseado no tripé pesqui-sa, extensão e eco design, o Laboratório de Design

Solidário, da UNESP - Câmpus Bauru, dedica-se à reutilização de resíduos sólidos na composi-ção artesanal e à economia soli-dária, por meio da qualificação do artesanato das comunidades.

“Nós fazemos experimenta-ções com os materiais residuais no desenvolvimento de peças de design”, explica o professor coor-denador do projeto Claúdio Ro-berto y Goya. “Trabalhamos com EVA (espuma sintética), vinilona de banner e chapas de raio X na confecção de luminárias, utiliza-mos garrafas pets e embalagens metalizadas na montagem de bolsas. Os tecidos também são matéria-prima, um material que não tem reciclagem e que nós utilizamos para fazer colares, al-mofadas e puffs”, destaca.

A estudate de design, Natália de Toledo, explica que “o objeti-vo principal do laboratório é se envolver com as comunidades e resgatar sua cultura, a fim de de-senvolver a criação, um artesana-to diferenciado por demonstrar a identidade de cada uma delas”.

Natália ainda ressalta que em cada comunidade é desenvolvido um projeto especifico, que toma

Para a aluna Maria Gabriela Basílio, “é uma experiência com-pletamente diferente. E o mais interessante é que a gente apren-de a fazer coisas que nunca ima-ginou que fossem possíveis com um material que já era conside-rado lixo”. Já a estudante Ana Ca-rolina Toyama diz que “ir até as comunidades e não só ensinar o que a gente acha que é certo, mas trabalhar e aprender com o que já é produzido” é o que faz desse projeto uma iniciativa envolven-te e única.

Pode-se conhecer mais sobre o trabalho do LabSol acessando www.labsol.com.br.

Projeto estimula a economia solidária e sustentável

por base o material residual dis-ponível, buscando potencializar o que ela produz.

Um dos projetos comuni-tários desenvolvidos recente-mente pelo LabSol foi realizado no Mato Grosso do Sul, com o atendimento de seis comunida-des. “Nós trabalhamos com mu-lheres que faziam o tosquio de carneiros e produziam pelego e edredons, mas que sentiam a ne-cessidade de desenvolver peças pequenas”, destaca Goya. “Nós desenvolvemos chaveiros, tra-vesseiros e objetos de decoração, em parceira com essas comuni-dades”, ressalta.

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A cidade para todosPlanos Diretores Participativos orientam o poder público de forma democrática

Laís Semis

A participação dos mora-dores no planejamento das cidades é garanti-

da pelo Estatuto da Cidade, que também prevê cidades sustentá-veis. Sendo assim, desde 1997, o curso de Arquitetura e Urbanis-mo da Unesp - Câmpus Bauru pesquisa a viabilidade de Planos Diretores Populares nos bairros.

Os estudantes da FAAC já desenvolveram planos diretores para sete regiões de micro-bacias urbanas e bairros. O objetivo do Plano Diretor é orientar a atu-ação do poder público, “é uma ação de planejamento que visa resolver problemas sociais, eco-nômicos, ambientais e de estru-tura urbana viária, tendo como base o Estatuto da Cidade”, ex-plica o professor e pesquisador

José Xaides, do Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Paisa-gismo.

Para que isso ocorra com a participação popular, os alunos, juntamente com a população e com as lideranças locais, criaram as diretrizes projetuais que guia-riam o Plano Diretor de cada bairro. A aluna de Arquitetura, Érica Papa, considera importante esse levantamento conjunto com a população por avaliar a opinião da comunidade em sua elabo-ração. “Ao contrário de muitos planos que são desenvolvidos a partir de alguma teoria e depois são simplesmente aplicados, sem considerar as particularidades de cada região e principalmente as necessidades reais, o plano parti-cipativo segue o caminho inver-

so, baseando-se na participação democrática”, comenta Érica.

Com baixos indicadores so-ciais, econômicos e ambientais em Bauru, os bairros Jaraguá, Santa Edwirges, Pousada da Es-perança, Vila São Paulo, Jardim Nicéia e o Eixo Mary Dota/Ae-roporto, além de micro-bacias como as dos córregos do Caste-lo, Sobrado e Grama passaram a contar com planos diretores populares adequados às suas rea-lidades. O projeto tem sido reali-zado com o apoio das lideranças comunitárias de cada uma das regiões, onde esses planos foram aplicados, e de seus gestores mu-nicipais. A fase de pesquisa do projeto encerrou-se em 2009, mas sua aplicação depende do poder público de Bauru.

Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação

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Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação

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Jornais comunitários ajudam a mudar bairros de BauruEstudantes transformam aspirações de público carente em jornal

Márcia Tiemi Matsumoto

Os jornais buscam apre-sentar no dia-a-dia no-tícias sobre assuntos

cotidianos e que têm influência na vida de seus leitores. Porém, nem sempre esse tipo de notí-cia atende o público que precisa de mais suporte, como acontece com diversos bairros carentes das cidades, que não têm suas reclamações ouvidas. Em Bauru não é diferente, mas estudantes de Jornalismo da Unesp, câmpus Bauru, tem provado que é possí-vel dar voz àqueles que precisam.

Iniciativas como a do jornal do Ferradura, que atende o bairro da zona leste de Bauru, Ferradura Mirim, e o jornal Voz do Nicéia, que atende o bairro nas proxi-midades do câmpus da Unesp, têm conseguido boa visibilidade em seus locais de distribuição e mantido seu público mais atuali-zado sobre o que tem acontecido com obras prometidas e nunca acabadas, ou contando histórias da própria comunidade.

O estudante Victor Santos, atual editor chefe do jornal do Ferradura, afirma que o público reconhece o trabalho e dá apoio à publicação. Para ele, a par-te mais interessante é o retorno

que os moradores dão ao jornal: “acho que as pessoas gostam de se ver, de terem seus problemas expostos em algum lugar”.

Já a também estudante de Jornalismo, Ana Paula Navar-rete, editora do Voz do Nicéia, diz que o trabalho é gratificante e que os moradores seguem de perto a produção do jornal. “Os moradores costumam acompa-nhar todo o processo de produ-ção, inclusive sugerindo assuntos para pautas e cobrando qualquer informação sobre a resolução de um ou outro problema”, afirma Ana Paula.

Os jornais já mudaram um pouco a realidade dos bairros.

“No Ferradura, a própria popu-lação já se conscientizou sobre problemas como a dengue. E depois de algum tempo de in-sistência, as casas estão tendo suas numerações corrigidas pela prefeitura. É animador”, conta Victor. Ana Navarrete acha que as mudanças resultantes desde o início da produção do jornal foram poucas, mas que o ponto mais importante foi “a conscien-tização do público no sentido crítico e político e a maior aten-ção às problemáticas do bairro”.

Projetos como esses têm aju-dando não só comunidades, mas também na formação de jorna-listas conscientes de seu papel.

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Faculdade de Engenharia

Aerodesign dá asas às pesquisas aeronáuticas no câmpusAlunos de cinco cursos desenvolvem aeromodelo rádio controlado e buscam

premiação internacional

Samantha de Andrade

O AeroDesign é um pro-jeto desenvolvido por estudantes de cinco cur-

sos com o objetivo de projetar e construir aeronaves rádio con-troladas capazes de carregar o maior peso possível. Estudantes de Administração, Design (de-senho industrial) e das Enge-nharias Mecânica, Elétrica e de

Produção são responsáveis pela execução de pesquisas e testes para desenvolver tais projetos. Além dos alunos, o projeto é acompanhado por três profes-sores, sendo um da Instituição Toledo de Ensino (ITE), que co-labora também concedendo o laboratório de fluidos para testes.

O projeto busca destaque

durante o evento estudantil or-ganizado pela Sociedade de En-genheiros da Mobilidade (SAE) Brasil - uma organização sem fins lucrativos - que anualmente realiza, desde 1999, em São José dos Campos, a competição SAE AeroDesign. São três classes de competição: aberta, regular e micro. As divisões são de acor-

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Faculdade de Engenharia

do com o número de regras ao qual o projeto deve atender para participar. A aberta é a que tem o menor número de regras a serem obedecidas, o que leva à constru-ção de um aeroplano de propor-ções maiores (varia em torno de cinco metros de envergadura); a regular tem mais as regras, o que restringe o trabalho dos projetis-tas limitando a envergadura do avião para cerca de três metros, e a classe micro é a que tem maio-res restrições, o avião é limitado a um volume máximo que atinge um metro de asa.

A Faculdade de Engenha-ria conta com três equipes, uma para cada categoria, formada por 15 alunos cada. Destes 15, dois são pesquisadores e com o apoio do professor orientador de cada time, a cada ano, novas pesquisas são desenvolvidas com o objetivo de melhorar o desempenho na competição. “Este ano, pesquisas como “Influência do número de compositores reforçados com fi-bras de vidro e de carbono”, tra-balhos com ligas de alumínio, com tratamento térmico e com ligas 20 e 24 com tratamento T3 foram utilizados para melhorar o trem de pouso do avião”, explica o Prof. Dr. Carlos Alberto Sou-fen, um dos responsáveis pelo projeto. As pesquisas fizeram parte do Simpósio de Iniciação Científica da FATEC e geraram benefícios no aeroplano. Sendo aplicados de agora em diante.

A equipe chegou muito perto

Regras para AvaliaçãoA pontuação de cada bateria vai da soma das pontuações do projeto até a pontua-ção do voo. A Competição de Projeto consiste na apre-sentação de projetos e de-terminação de cálculos que provem a carga útil máxima que pode ser carregada pela aeronave. Já na Competição de Voo é determinada a car-ga máxima que cada avião pode carregar. A precisão do projeto (ou dos cálculos) é le-vada em conta no resultado final pela comparação entre a carga prevista e aquela re-almente transportada em voo durante as baterias.

Classe RegularAviões monomotores, com cilindrada padronizada em 10 cc (10 cm3). O regulamento impõe restrições geométricas e este ano, novas delimitações nas dimensões máximas das aeronaves foram impostas, incluindo compartimentos de carga maiores. Os proje-tos da categoria devem ser capazes de decolar em uma distância máxima delimitada de 50m (61m em 2010).Classe Aberta ou OpenOs aviões da categoria não têm restrições geométricas ou quanto ao número de motores instalados, desde que a soma das cilindra-das dos motores esteja entre 10,65 cm3 e 15,07cm3. A distância de decolagem também é de 50m e as aeronaves devem ter instru-mentos para medir tempo de voo.Classe MicroOpção de lançamento da aeronave à mão e o avião da categoria não tem restrições geométricas e nem número de motores. Po-rém, a equipe deve ser capaz de transportar a aeronave dentro de uma caixa de 0,175m³. As aeronaves podem usar motores elétri-cos e devem decolar em até 25m (30,5m em 2010).

do lugares mais alto da compe-tição. O primeiro e o segundo lugar na classe regular e o pri-meiro colocado na classe aberta ganham o direito de representar o Brasil na competição em ní-vel mundial Aero Design East, promovida pela SAE e realizada nos Estados Unidos. Bauru este-ve sempre entre as 15 primeiras equipes na classe regular durante todos os anos participantes, sen-do este ano uma das melhores colocações por ter alcançado o 3º lugar diante das 71 concor-rentes. A equipe Aerofeg de Gua-ratinguetá, também da Unesp, concorreu pela categoria micro e alcançou o 2º lugar ganhando o direito de disputar o campeonato mundial nos EUA em 2012.

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Faculdade de Engenharia

Pesquisador estuda o potencial das bacias brasileirasEstudo aponta medidas que podem reduzir impacto ambiental provocado pela

construção de hidrelétricasMillena Grigoleti

O Brasil tem gigantesco potencial hidrelétrico e essa é a maior e mais im-

portante fonte energética do país. Apesar da maior usina de energia “limpa” ser a de Três Gargantas, na China, a binacional Usina de Itaipu, dividida pelo Brasil e Pa-raguai, continua sendo a maior usina do mundo em produção energética. O país possui mais de 100 usinas em atividade, sendo as principais fontes de produção de energia que abastecem os la-res brasileiros.

José Francisco Rodrigues, professor da Faculdade de Enge-nharia da Unesp, câmpus Bauru, vem desenvolvendo a pesquisa “Potencial Energético das Peque-nas Centrais Hidrelétricas Inves-tigado sob o Enfoque Ambien-tal” que busca esclarecer como a produção de energia por meio da força das águas pode ser um sis-tema bem mais complexo do que parece e não é completamente vi-sível à natureza humana. “Perce-bemos que no Brasil, temos um banco de dados sobre os projetos de usinas hidrelétricas completo e muito intenso. Nesse contexto, existem alguns bons exemplos de projetos que tiveram uma boa relação com o lado ambiental e

outros que foram um desastre. Surgiu daí, o interesse por ob-ter parâmetros que possibilitem uma comparação entre os mes-mos e pela definição de uma es-cala dos melhores e piores”, ex-plica.

Para a análise do potencial das bacias, não existe um tipo de dado único ou mais importante a ser computado. De acordo com José Francisco, tudo depende do estudo que se quer realizar. A principal característica das bá-cias hidrográficas a ser analisada em sua pesquisa para descobrir seu potencial de gerar energia é

a “potência elétrica”, cuja unida-de é o megawatts (MW). A Ele-trobrás divide o Brasil em oito grandes bacias, de acordo com seu potencial energético: Atlân-tico Leste, Atlântico Norte/Nor-deste (a que tem menor potencial – 2.735 MW), Atlântico Sudeste, Rio Amazonas (maior potencial, podendo gerar 89.897 MW), Rio Paraná, Rio São Francisco, Rio Tocantins e Rio Uruguai. Esses dados foram fornecidos pela es-tatal em dezembro de 2010.

O Brasil tem uma previsão de potencial hidrelétrico de 243.361 MW, o suficiente para abastecer

Região onde será construída a hidrelétrica de Belo Monte é uma das áreas que mais pode perder em diversidade

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Faculdade de Engenharia

mais de 700 milhões de pessoas, levando-se conta os seguintes estágios para cada bacia: rema-nescente, individualizado, de in-ventário, de viabilidade, de pro-jeto básico e de construção em operação. De acordo com Rodri-gues, o potencial das hidrelétri-cas brasileiras em operação é de 81.928 MW, que pode suprir as necessidades de mais de 250 mil lares no território brasileiro.

O projeto encabeçado pelo professor José Francisco Rodri-gues pode ajudar a apontar os principais problemas e procurar soluções que possam reduzir o impacto ambiental causado pela construção de usinas hidrelétri-cas. “Espera-se, que pelo estudo, se tenha, pelo menos, a possibi-lidade de conhecer antecipada-mente a ordem de grandeza dos impactos ambientais causados pelas hidrelétricas e que esses possam ser os menores possí-veis”, explica. O docente comple-ta afirmando que atualmente se constroem usinas hidrelétricas com impacto muito menor, re-alocando fauna e flora. “A legis-lação ambiental tornou-se muito mais rigorosa no Brasil. A elabo-ração de um Relatório de Impac-to Ambiental (RIMA) é muito exigente, o que obriga o atendi-mento de diversos itens conser-vativos da natureza e defende o meio ambiente. Porém, acredito que é impossível construir uma hidrelétrica sem causar impacto ambiental”, explica.

O projeto ambicioso da hidrelétrica chinesa de Três Gargantas visa não só a produção de energia “limpa”, também mas evitar in-undações e facilitar o transporte fluvial pela China. Porém, exigiu o deslocamento de mais de um milhão de pessoas de seus lares, além de inundar diversos sítios arqueológicos recém descobertos.

Para a construção da maior usina brasileira, foi necessária a relo-cação de mais de 40 mil pessoas. A obra ainda destruiu a maior cachoeira do mundo em volume de água, conhecida como Salto de Sete Quedas. Quando o volume de água da usina está baixo, ainda é possível ver resquícios de sua formação rochosa.

Por água abaixoO impacto das duas maiores usinas do mundo nos ecossistemas

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Buscando qualidade de vida

Adriana Salgado

O Centro de Psicologia Aplicada (CPA) foi fundado em 1973 pela

Fundação Educacional de Bauru com o intuito de realizar pesqui-sa, socializar a produção cientí-fica da área e capacitar estudan-tes. O Centro também procura “dar condições para realização de atividades de ensino, como estágios, pesquisa e extensão”, esclarece Telma Ribeiro, psicólo-ga do CPA.

De forma a colocar as pesqui-sas em prática, o Centro oferece tratamento gratuito para a popu-lação que procura seus serviços. “Basicamente, o que é oferecido são psicoterapias individuais,

para casais e grupos, sejam crian-ças, adolescentes ou adultos. Pro-jetos específicos também estão presentes, como desenvolvimen-to de bebês, orientações vocacio-nais, orientação para aposenta-doria e outros. Os atendimentos variam quanto à duração: alguns têm prazo determinado e limites de sessões. Os atendimentos são realizados uma vez por semana”, explica Telma.

Na práticaO Centro de Psicologia Apli-

cada está aberto para que os alu-nos de psicologia coloquem em prática o que aprenderam por meio de um estágio supervisio-

nado. O estágio, segundo Telma, ainda possibilita que o estudante viva situações e se acostume com o dia-a-dia da profissão.

PesquisaAs pesquisas realizadas no

Centro buscam agregar novos conhecimentos à ciência psico-lógica e responder às demandas da sociedade. Estão “ligadas ao programa de pós-graduação da Faculdade de Ciências da Unesp nas áreas de Aprendizagem e De-senvolvimento e outras ligadas ao curso de graduação em Psico-logia”, esclarece Telma.

Centro oferece psicoterapias e estágios em Bauru

Para receber tratamento gratuito no Centro de Psi-cologia Aplicada, os inte-ressados precisam preen-cher uma ficha de inscrição, fornecida com hora marca-da. O agendamento pode ser feito pelo telefone (14) 3103-6090. Para outras informações sobre o CPA, basta acessar o site www2.fc.unesp.br/cpa. No Câmpus, o Centro se encontra próximo à Rá-dio Unesp FM, na portaria 1.

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Faculdade de Ciências

Por um cultivo mais sustentávelProfessores e alunos levam novas técnicas para agricultores

Bárbara Figueiredo

Diante das mudanças cli-máticas e da escassez de recursos, cresce a

preocupação com a sustentabili-dade voltada para a agricultura. De acordo com Luiz de Souza, mestrando em Ecologia e De-senvolvimento Sustentável, o desenvolvimento sustentável consiste em “o que produzir” e “como produzir” sem degradar o meio ambiente, de modo a não comprometer a capacidade de produção das próximas ge-rações. Esse conceito passa a ser aplicado nas ações humanas, in-clusive na agricultura.

Pensando no cultivo e plan-tio de comunidades rurais, foi criado, no Departamento de Ci-ências Biológicas da Faculdade de Ciências de Bauru, o grupo de pesquisa “Biologia Aplica-da à Agricultura”. Comandado pelos professores Aloísio Costa Sampaio e Terezinha de Fátima Fumis, o grupo tem realizado es-tudos na Estação Experimental de São Manoel em parceria com produtores rurais. Seus traba-lhos estão focados na produção de frutas: abacaxi, maracujá, maçã, banana, abacate, goiaba e figo. Além dos professores da Unesp de Bauru, o grupo conta com a participação de professo-

res da Universidade do Sagrado Coração (USC) e de alunos de pós-graduação em horticultura da Faculdade de Ciências Agro-nômicas, da Unesp de Botucatu.

A pesquisa aplicada está em andamento desde 2002, quando foi aprovada pela FAPESP, origi-nando a BauruFrutas (Associa-ção de Fruticultores de Bauru e Região). “O grupo também tem parceria com a Secretaria Muni-cipal da Agricultura na transfe-rência de tecnologia na produção de frutas para produtores rurais”, declara o professor Aloísio Sam-paio. O campo demonstrativo com as frutas localiza-se no dis-trito de Tibiriçá, mas há outros assentamentos beneficiados, como o ‘Terra Nossa’, na divisa de Bauru com Pederneiras.

O objetivo do grupo é tentar viabilizar uma produção econô-mica e sustentável de culturas

alternativas ao pequeno produ-tor rural e, por meio de técnicas modernas, conciliar produtivi-dade e mercado. O grupo tem trabalhado com o uso de fitor-reguladores em frutíferas, ava-liação de cultivares, níveis de adubação e outras atividades de produção sustentável. Esse culti-vo é apropriado para a pequena propriedade rural na política de segurança alimentar e como fon-te complementar de renda na co-mercialização de excedentes não consumidos.

Segundo Luiz, deve-se buscar sustentabilidade da produção agrícola, substituindo a depen-dência de máquinas e insumos químicos, por tração animal, rotação de culturas, conserva-ção do solo, corretivos orgânicos e controle biológico de pragas, valorizando o conhecimento e a participação da população rural.

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Faculdade de Ciências

A docente Rosa Maria Scalvi, da Universida-de Estadual Paulista, é

responsável pelo projeto “Ensi-no e Popularização da Astrono-mia: implantando uma oficina de construção de telescópios no Observatório Didático de As-tronomia”. Essa pesquisa é res-ponsável pela aproximação dos cidadãos de Bauru e região aos princípios astronômicos. Me-diante isso, a professora conce-deu uma entrevista esclarecendo o projeto.

Ciência no Câmpus: Qual é o principal intuito da pesquisa e de que forma é desenvolvida?Rosa Scalvi: O projeto tem como principal objetivo promover o ensino de Astronomia junto aos professores e estudantes das es-colas de ensino fundamental e

médio de Bauru e região. Para isso, são promovidos cursos e oficinas destinados aos profes-sores e o atendimento de visitas para observação do céu com te-lescópios e palestras, destinadas aos alunos. Além das escolas, o projeto busca também atender à população de Bauru e região, di-vulgando e popularizando a As-tronomia como ciência.

Ciência: E quanto aos resultados do projeto?Scalvi: No ano de 2010, o aten-dimento de escolas no Observa-tório ocorreu quase que diaria-mente, recebendo em torno de 150 estudantes por semana. Em 2011, a média de alunos no ob-servatório foi em torno de 80. Foi necessário diminuir o número de escolas atendidas em função de meu afastamento para tratamen-to de saúde. A equipe do Obser-vatório participou de eventos

relacionados ao ensino de As-tronomia, ministrando oficinas e palestras. Outro fator relevante é o atendimento ao público aos sábados, quando um expressivo número de pessoas comparece ao observatório. Considero que a procura pelas atividades do ob-servatório está acima de minhas expectativas, uma vez que nem mesmo tem sido possível atender toda a demanda, limitada pela própria estrutura física do Ob-servatório. Além dos resultados diretamente relacionados aos es-tudantes de ensino fundamental e médio, as atividades do obser-vatório deram origem à elabo-ração e aprovação de um curso de especialização, intitulado, Ci-ências Naturais: Abordagens no Mundo Contemporâneo, a g r e g a n do pesquisadores e técnicos especializados do Instituto de Pesquisas Meteorológicas e do-centes do Departamento de Fí-

No mundo da LuaProjeto astrônomico tenta trazer um pouco do espaço para a Terra

Alisson Lopes

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Faculdade de Ciências

sica. Esse curso irá beneficiar di-retamente professores das redes pública e particular de ensino abordando temas relacionados à Astronomia e Ciências Atmosfé-ricas.

Ciência: Quais os principais mé-todos utilizados?Scalvi: O projeto procura aliar ensino, pesquisa e extensão, in-serindo os alunos de gradua-ção do câmpus na preparação e execução das atividades. Além disso, o Observatório já criou condições de pesquisa para o de-senvolvimento de dissertações de mestrado e tese de doutorado utilizando sua estrutura e ativi-dades desenvolvidas nas suas de-pendências.

Ciência: Por que o projeto foi colocado à disposição da popu-lação?Scalvi: Pela falta de locais des-

tinados ao ensino, divulgação e popularização de ciências em Bauru. No que diz respeito à Astronomia, até a criação do Observatório, praticamente não existiam opções para os inte-ressados nessa temática. Assim, entendemos que é quase uma obrigação da Universidade de-senvolver projetos voltados para a população promovendo uma ciência cidadã, que atinja todos os interessados e não somente uma parte específica da popula-ção.

Ciência: Como você analisa a compreensão da astronomia pe-los bauruenses?Scalvi: Não só em Bauru, mas também em toda a região, com as atividades do Observatório e do Observatório Móvel, pode-mos verificar que a receptivida-de da população é muito grande. Em todas as situações, as pessoas

elogiam e parabenizam a inicia-tiva da Unesp em disponibilizar acesso ao conhecimento em As-tronomia. A grande maioria das pessoas jamais teve acesso à ob-servação do céu através de um telescópio e muitas chegam até mesmo a se emocionar quando conseguem ver detalhes da su-perfície lunar.

Ciência: Como você vê o estudo da astronomia no Brasil?Scalvi: A astronomia esteve, por muitos anos, ausente das salas de aula. Hoje, essa situação é um pouco diferente, pois os conteú-dos de astronomia são contem-plados nas disciplinas de Física, no ensino médio, e Ciências, no ensino fundamental. Porém, não existe ainda a disciplina específi-ca de Astronomia e acredito que um dos maiores problemas é a falta de formação dos professores em exercício, uma vez que não

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tiveram em seus cursos de gra-duação de origem, nem mesmo os formados em física, qualquer enfoque para a Astronomia. É preciso que a universidade par-ticipe do processo de formação complementar dos professores que se encontram em exercício no ensino fundamental e médio, e também que preencha a lacu-na existente na formação dos futuros professores, em cursos de licenciatura. O avanço da tec-nologia e as novas descobertas acerca do universo devem ser discutidos junto aos professores para que os mesmos tenham se-gurança ao abordarem tais temas em sala de aula.

Homem observa Via Láctea através de telescópio. A formação só é visível a olho nu em áreas desertas.

Olho VivoVocê sabe o que é Astronomia?

A Astronomia se baseava na pseudociência da Astrologia, um antigo estudo voltado à ob-servação da movimentação dos corpos celestiais visíveis, em especial o Sol, a Lua, estrelas, e os planetas. Foi durante o Re-nascimento que a Astronomia passou por sua maior expan-são. Copérnico afirmou que a Terra girava ao redor do Sol, criando o modelo heliocêntri-co, corrigido depois por Gali-leu Galilei e Johannes Kepler, este responsável por descrever

detalhadamente os movimentos dos planetas. Os anos passaram e a Astronomia ganhou mais importância. No Século XX, foi provada a existência de nossa galáxia, a Via Láctea. Estudos para descobrir a origem do Uni-verso também vieram à tona como a Teoria do Big Bang.

Ficou curioso sobre o assunto? Visite o Observatório da Unesp. Agende uma visita pelo telefone (14) 3103-6030 ou pelo e-mail: [email protected]

Faculdade de Ciências

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Faculdade de Ciências

Psicológa estuda impacto da gravidez na adolescência Pesquisa busca diferenças entre famílias constituídas na juventude e na vida adulta

Millena Grigoleti

A criação de filhos nunca é fácil. Mas e numa fa-mília jovem em que essa

criança nasceu no começo da vida ‘adulta’ de seus pais? A psi-cóloga Mariane Fonseca realizou a pesquisa “Mães adolescentes: estrutura e funcionamento fami-liar”, a partir da observação de 15 famílias jovens.

A pesquisa buscou analisar de que formas a gravidez ado-lescente interfere na família e no indíviduo que está começan-do a se adaptar a uma nova fase de desenvolvido quando, en-tão, surge um bebê que precisa de cuidados. A pesquisa ainda constatou que as configurações familiares estão se modificando, e as mulheres têm se tornado as principais provedoras da casa e da família. Apesar disso, ela afir-ma: “observei que mesmo essas configurações familiares se mo-dificando ao longo dos anos, as pessoas no seu imaginário ainda carregam o papel da mãe e do pai idealizados. Na prática vivemos situações diferentes, mas ainda temos o modelo tradicionalista em mente”.

Mariane explica: “o objetivo de minha pesquisa foi descobrir qual é o impacto da gravidez na adolescência, quais as concep-

ções dessas adolescentes, dos companheiros delas e as avalia-ções das mães dessas meninas sobre essa gravidez”. A psicológa afirma que nem sempre a gravi-dez tem um impacto negativo na vida dessas pessoas. A vida como “mãe” não as excluiu do círculo familiar, da escola. Com a ges-tação, algumas mulheres passa-ram a se sentir responsáveis pela criança e estimuladas a assumir o papel de mãe.

A pesquisa constatou tam-bém que, diferentemente do que se pensava, nem sempre a gravidez foi indesejada. Alguns companheiros das adolescentes queriam essa gestação. Também

foi verificado que, na maioria das vezes, quem toma conta do bebê é a mãe. Dentre as entrevistadas, apenas uma trabalhava e a crian-ça ficava em uma creche. “A pes-quisa é útil no sentido de propor programas para atendimento de familiares e de adolescentes. Não só do ponto de vista da educa-ção sexual de adolescentes, mas também de interação familiar. Quando começamos a ver as fa-mílias se desestruturarem ou se desestabilizarem, acontece uma desordem social ou uma sobre-carga para o Estado. Quando se imagina programas de suporte a essas famílias, se está cuidando da sociedade”, observa Mariane.

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O que se faz com bambu?Projetos promovem estudos para a substituição da madeira pelo

bambu desde 1992

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O projeto Taquara é o tra-balho de um grupo de alunos voluntários de

Design e Arquitetura da Facul-dade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC), que sob orientação do professor Dr. Mar-co A. Pereira, utilizam bambu como principal matéria prima para a construção de variados tipos de objetos que vão desde brincos até móveis.

O foco é divulgar e as utili-dades do bambu como produto sustentável e alternativo à ma-deira convencional, promoven-do projetos desenvolvidos pelos próprios estudantes e que pos-sam gerar parcerias com a comu-nidade local, o meio acadêmico e a integração dos cursos relacio-nados a própria faculdade.

Além da produção prática, o projeto propõe desenvolver a te-

Samantha de Andrade

oria e noção crítica a respeito do uso do bambu por meio de pes-quisas. O objetivo do projeto Ta-quara é devolver à sociedade de maneira positiva todas as infor-mações e conhecimentos apreen-didos na universidade pública.

O grupo mantêm uma parce-ria com o Assentamento Rural Horto de Aimorés, resultante de uma empreitada em acordo com a Incubadora de Cooperativas Populares da Unesp (INCOP). Com a visibilidade cada vez maior do grupo e das alternativas propostas pelo mesmo, empresas e órgãos têm oferecido subsídio a esse projeto que promove a sustentabilidade. O grupo faz a captação de recursos para o in-vestimento em infra-estrutura de pesquisa e novos projetos, além de subsidiar o trabalho com os assentados.

Bambu com mil e uma funções...

Projeto em desenvolvimento desde 1992 no Laboratório de Processamento de Madeira da Unesp, câmpus Bauru.

Iniciado em maio de 2009 por alunos dos cursos de Arquite-tura e Design da Unesp, câm-pus Bauru.

Iniciou em 2005 com a articu-lação dos agricultores rurais do assentamento Horto dos Aimorés, em busca de geração de renda e vida no campo.

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Projeto de quarto exposto durante a Amostra de Bambu da Unesp, câmpus Bauru

Objetos decorativos, incensórios, pulseiras e brincos integram as tantas outras utilidades do bambu no dia-a-dia

Por quê bambu?

O bambu tem sido conside-rado a madeira do futuro, por ser um grande protetor do solo, um rápido sequestrador de carbono, um recurso pere-ne, renovável e de crescimento extremamente rápido (em seis meses, algumas espécies po-dem atingir até 30m de altura) e tendo milhares de aplicações.A extração do bambu, ao con-trário da madeira convencio-nal, não mata a planta, sendo uma das poucas espécies ma-ma-deiráveis que permitem a uti-lização contínua e totalmente renovável.

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Herbacéos x Lenhosos

Os bambus pertencem à família das gramíneas e à subfamília Bambusoi-

deae que se divide em duas gran-des “tribos”: bambus herbáceos e os bambus lenhosos.

Embora sejam gramínea, os bambus têm hábito arborescente e, da mesma forma que as árvo-res, apresentam uma parte aérea constituída pelo colmo, ramos laterais e folhas e uma parte sub-terrânea composta pelo rizoma e raízes.

Rizoma é uma estrutura do-tada de nós e entrenós, que se desenvolve abaixo da superfície do solo com a função de gerar novos colmos anuais. Não deve ser confundido com a raiz, que é uma parte distinta da planta.

Basicamente, existem dois grupos distintos de bambus quanto ao tipo de rizoma: os que formam touceiras (simpodiais) e os alastrantes (monopodiais).

Interessou-se pelo assunto? Entre em contato com os pes-quisadores do tema e saiba mais:

Laboratório de Madeira/Unesp, câmpus BauruTelefone: (14) [email protected]/taquaradesign/home

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Da teoria à aplicaçãoComo as pesquisas saem do papel e viram realidade

Samantha de Andrade

Toda curiosidade pode, com um método, tornar--se uma pesquisa que

resulte em boas aplicações à so-ciedade. A grande maioria dos projetos e objetos utilizados em nosso dia-a-dia foram, na verda-de, resultado de pesquisas.

Em seu artigo “Pesquisa e En-sino: Considerações e Reflexões”, o Prof. Dr. Márcio L. C. Vilaça mestre em Linguística Aplica-da, explica e define esse tipo de pesquisa: “as pesquisas aplicadas dependem de dados que podem ser coletados de formas diferen-ciadas, tais como pesquisas em laboratórios, pesquisa de campo, entrevistas, gravações em áudio e /ou vídeo, diários, questionários, formulários, análise de docu-mentos etc (NUNAN, 1997; MI-CHEL, 2005; OLIVEIRA, 2007). Ao contrário da pesquisa teórica, investigações de natureza apli-cada apresentam complexidades metodológicas e éticas muito mais complexas. Devido a essas questões, as práticas de pesqui-sa aplicada estão mais frequen-temente associadas ao ensino superior e à pós-graduação. Na maioria dos casos, as pesquisas aplicadas exigem e partem de es-tudos teóricos”.

Em Bauru, as pesquisas apli-cadas são divididas entre os de-partamentos das faculdades, porém, quem investe e participa – fiscalizando, acompanhando e gerenciando os envolvidos são órgãos de fomento como:

PROPeA Pró-Reitoria de Pesqui-

sa (PROPe), órgão executivo da administração superior, tem por finalidade programar, orientar, coordenar e supervisionar as ati-vidades de pesquisa no âmbito da Universidade Estadual Paulis-ta (Unesp).

Para tanto, desenvolve ações junto à comunidade acadêmica e aos setores administrativos da Universidade no plano interno, e no externo, junto a segmentos representativos da sociedade, incluindo instituições públicas e privadas, autoridades governa-mentais e agências de fomento à pesquisa e ao ensino.

PROEXSegundo a professora Maria

Amélia Máximo de Araújo - Pró--Reitora de Extensão, a Pró-rei-toria de Extensão Universitária caracteriza-se pela articulação entre o ensino e a pesquisa que

promove, disponibilizando os conhecimentos apreendidos à sociedade, contribuindo com seu desenvolvimento e sempre confrontando os saberes acumu-lados com a realidade, retro-ali-mentando o ensino e a pesquisa que realiza.

Atualmente, há 1600 projetos credenciados, nos quais docen-tes e alunos propõem e executam atividades relevantes com a par-ticipação da sociedade em dife-rentes áreas do conhecimento e em distintas regiões do Estado de São Paulo, onde se encontram as unidades da Unesp, como também nas regiões vizinhas. Os projetos contam com a par-ticipação de 1.800 alunos bol-sistas e tantos outros estudantes voluntários que aprimoram seus conhecimentos, além de se tor-narem cidadãos mais conscientes e que dão valor à Universidade Pública.

Também investem em pesqui-sa aplicada o: Instituo de Pesqui-sa Econômica Aplicada (IPEA), com influência nacional; Institu-to de Pesquisa Aplicada (INPA); Instituto de Pesquisa Aplicada em Desenvolvimento (IPADES), entre outros que lidam com pes-quisas em áreas mais específicas.

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Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação

Pró-reitoria de Extensão Universitária