CIÊNCIA E SAÚDE · 2020. 4. 11. · Desbravadores, atualmente sou diretor associado no clube...

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Nº 85 Ano 8/2020 1ª Edição CIÊNCIA E SAÚDE Ministério dos Desbravadores Igreja Adventista do Sétimo Dia BIOSSEGURANÇA CS - 035

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Nº 85Ano 8/20201ª Edição

CIÊNCIA

E SAÚ

DE

Ministério dos DesbravadoresIgreja Adventista do Sétimo Dia

BIOSSEGURANÇACS - 035

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O ano é 2020 e estamos em guerra. Nosso exército está cercado e amedrontado. Todos se perguntam o que devem fazer. O inimigo avança invisível e sorrateiro: ataca quando menos esperamos.

Ei, soldado, está na escuta? Recebi informações valiosas sobre nosso inimigo e acredito que podemos vencê-lo. O que me diz? Está pronto?

Pois bem, nossas armas já estão prontas. Esteja atento, soldado. O primeiro passo é estar preparado e equipado com a armadura de Deus: pegue o escudo e a espada (Ef 6:10-16). Não se esqueça do mais importante: a oração. Ainda está na escuta? Então, aqui vai mais uma dica tática: leia esse guia e você vai saber tudo que precisa para vencer o inimigo.

Contamos com você, soldado. Nos vemos em breve, no clube! Câmbio, desligo.

Meu nome é Gabriel Silveira. G a ú c h o , e n g e n h e i r o e Líder de Desbravadores, atualmente sou diretor associado

no clube Mensageiros do Vale, em São Leopoldo (ANSR/USB). Estou na coordenação dos Guias de Especialidades de Desbravadores, aqui, no ME. Um forte abraço!

Vinícius Dias K ü m p e l , e n g e n h e i r o biotecnológico e mestre em b i o c i ê n c i a s pela UNESP, e n g e n h e i r o

de segurança do trabalho pela UCAM. Líder Máster Avançado de Desbravadores, regional na macrorregião Beta da Associação Norte Paranaense, USB/DSA.

mundodasespecialidades @[email protected]

Olá! Me chamo Maira Cardoso do Amaral. Estudante de Letras, Líder de Desbravadores e uma das c o n s e l h e i r a s

da unidade Panda, no clube Mensageiros do Vale, de São Leopoldo – ANSR/USB. No ME, estou na coordenação da revisão linguística para o biênio 2020/21. Grande abraço, do tamanho do Rio Grande!

1ª Edição: Disponível em www.mundodasespecialidades.com.br Direção Geral: Pedro PazRossalles FreitasVictor Ariel Diagramação e Edição: Rossalles FreitasCoord. de Guias das Especialidades: Gabriel Silveira Editoração e Revisão: Maira Cardoso Autores: Gabriel Silveira; Maira Cardoso; eVinícius Kümpel SITE MUNDO DAS ESPECIALIDADES Telefones:+55 81 9 9835-8482 E-mail:[email protected] Site: www.mundodasespecialidades.com Facebook:Facebook.com/mundodasespecialidades DIREITOS RESERVADOS: A reprodução deste material seja de forma total ou parcial de seus textos ou imagens é permitida, desde que seja referenciado o Mundo das Especialidades e seus autores pela nova autoria ao fim de seu material. Todos os direitos reservados para Mundo das Especialidades UNIÃO LESTE BRASILEIRAUNIÃO NORDESTE BRASILEIRA UNIÃO SUL BRASILEIRA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA MINISTÉRIO DOS DESBRAVADORES Recife, PE, Abril de 2020

EXPEDIENTE

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Biossegurança vêm de um neologismo que deriva de bio (vida) juntamente com segurança. Os procedimentos da biossegurança são aplicados em hospitais, laboratórios e qualquer outra organização que pode apresentar risco à saúde e à vida, seja ela humana, animal ou ao próprio meio ambiente. Estes procedimentos formam um conjunto de ações que tem por objetivo o combate a qualquer ameaça que prejudique um sistema biológico. Devem ser praticadas em indústrias, escritórios ou residências. Além disso, está relacionada aos trabalhos de desenvolvimento de estudos e de pesquisas biológicas. Costa (1996) define biossegurança como um conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas.

Um agente de risco é um fator – ou substância – que pode causar danos à saúde ou causar acidentes. A exposição a um agente de risco pode não ter consequências imediatas, pois depende de variáveis como: tempo de exposição, concentração, intensidade, combinação de agentes diferentes no ambiente e a capacidade do indivíduo de suportar uma substância. Podem ser físicos (pressão, temperatura, radiação, ruído, etc.), químicos (substâncias químicas sólidas, líquidas ou gasosas) ou biológicos (vírus, bactérias, fungos, protozoários, etc.).

Vamos aalgumas definições...

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Os aerossóis são compostos por minúsculas partículas sólidas ou líquidas dispersas no ar sob a forma de uma névoa fina e podem permanecer “flutuando” por um longo período de tempo. Essas micropartículas possuem dimensões de 0,1 a 50 micrômetros (1 milímetro corresponde a 1000 micrômetros), e entram no organismo por meio das vias respiratórias ou dos olhos.

Material biológico é aquele que tem origem em um ser vivo. Esse termo é muito utilizado para se referir a todo tipo de secreção que o corpo produz como: sangue, células, mucosas, suor, lágrimas, urina, fezes, pus, entre outros.

Aerossóis?

É isso mesmo,

Que negócio é esse?

produção?

Dentro do que chamamos de aerossol há também aqueles de origem biológica, chamados bioaerossóis, que englobam vírus, bactérias, fungos, esporos, e polens.

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Chama-se acidente uma ocorrência imprevista, instantânea ou não, que pode causar lesão corporal ou ainda a morte. Algumas vezes, quando acontece essa ocorrência, não há pessoas por perto, permanecendo apenas o prejuízo material. Este último caso, chamamos de incidente. Qualquer agente de risco pode ocasionar situações indesejáveis.

É importante nos atentarmos às práticas de biossegurança sempre, pois um “inofensivo” incidente pode se transformar em um perigoso acidente pondo vidas em risco (especialmente se os agentes envolvidos forem químicos ou biológicos).

Patogênico é o elemento ou meio capaz de produzir algum tipo de doença no corpo de um ser humano, animal ou vegetal, cujas condições estão predispostas às ocasiões mencionadas. Quanto maior for a sua patogenicidade, maior é a probabilidade de causar uma doença.

Acidente

Pato o quê???

ou incidente?

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Mas e os profissionais da saúde? Eles também usam equipamentos de proteção? Sim. A higienização constante e a frequência em que os EPIs são trocados é muito importante para evitar contaminações. Alguns dos principais EPIs usados pelos profissionais da saúde:

O escudo era uma arma de defesa de muitos guerreiros. Nos dias atuais, não é tão diferente. Você sabia que em muitas profissões os trabalhadores também precisam usar “escudos” para se proteger?

Os EPI’s (Equipamento de Proteção Individual) e os EPC’s (Equipamentos de Proteção Coletiva) são dispositivos que atuam como um escudo contra a ação de

Deem um escudoa esse homem...

• proteção da cabeça;

• abafadores de ruídos e protetores auriculares;

• proteção respiratória;

• proteção facial;

• proteção ocular;

• proteção de tronco;

• proteção de mãos e braços;

• proteção de pés e pernas;

EPI EPC• barreiras de proteção e de proteção contra luminosidade e radiação;

• corrimão;

• fitas sinalizadoras;

• antiderrapantes em degraus de escada e piso antiderrapante;

• sinalizadores.

um elemento de risco. Por exemplo, uma máquina com engrenagens pode ter uma grade de proteção como EPC, assim o operador não coloca a mão nas peças móveis. O funcionário de uma construção utiliza um capacete como EPI. Caso uma pedra caia sobre sua cabeça, não irá machucá-lo.

Vamos ver outros exemplos:

TOUCAMÁSCARA

AVENTAL DESCARTÁVEL LUVAS DE SEGURANÇA

MACACÃO DE SEGURANÇA

ÓCULOS DE SEGURANÇA

SAPATO DE SEGURANÇA

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SURTO

aumento repentino no número de casos de uma doença em uma região específica;

EPIDEMIA

quando um surto acontece em diversas regiões. Pode ser de nível municipal, estadual e nacional;

PANDEMIA

em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários. Acontece quando uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta;

ENDEMIA

não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classificada como endêmica (típica) de uma região quando acontece com muita frequência no local. Também pode ser sazonal.

Se liga!

Você pode estar se perguntando: o que fazer quando surge uma epidemia ou uma pandemia? Primeiramente, procure manter a calma. Veja algumas dicas.

Esteja preparado!

Siga as recomendações das autoridades de saúde

Reforce as medidas de higiene no seu dia-a-dia

Evite aglomerações

Procure não ter contato com pessoas contaminadas ou doentes. Adote algum método de afastamento, como por exemplo, a quarentena (se estiver infectado) ou isolamento social, caso não esteja infectado.

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é o período de reclusão em que indivíduos se submetem, após contato com agente causador de uma doença, a fim de evitar que ela se espalhe. Apesar de o nome fazer referência ao período de 40 dias, é importante lembrar que o tempo não é exatamente esse. Segundo o Ministério da Saúde, essa medida pode se estender pelo tempo que for necessário.

QUARENTENA ISOLAMENTO SOCIAL

tem por objetivo reter pessoas sintomáticas (ou assintomáticas) em investigação clínica e laboratorial, para evitar a propagação da infecção e transmissão local. O aumento do período dependerá do risco de transmissão.

Você, desbravador, sabe como lavar as mãos direitinho e protegê-las dos pequenos e indesejáveis seres? Sim? Parabéns, amigo!! Ainda não? Então, não perde essa super dica:

Cuide de suas mãos!

(https://gizmodo.uol.com.br/estudo-lavar-maos/amp/)

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Depois de lavar, é hora de secar as mãos. Você sabia que a toalha comum não é a mais indicada? Vejamos por quê.

As toalhas de algodão, quando estão úmidas, colaboram – e muito – para a proliferação de germes e bactérias. Sendo assim, uma toalha compartilhada por muitas pessoas pode transmitir doenças por meio da contaminação cruzada. Fique atento: suas mãos podem até estar limpas após lavá-las na pia, mas ao secá-las em uma toalha que não foi higienizada, a contaminação acontece mesmo assim.

É por essa razão que se usa toalhas de papel em banheiros com grande movimentação. Não tem como manter uma toalha de algodão seca e higienizada durante o dia todo nesses ambientes.

O uso de toalhas de papel é higiênico, econômico e seguro para os usuários e para quem administra o espaço. Elas secam as

mãos com muito mais eficiência e rapidez, além de serem muito práticas.

Você pode estar se perguntado: e o álcool gel? Qual usar? Quando usar? (pôr uma imagem ilustrativa do álcool gel por aqui)

Na saúde, “álcool” se refere a dois compostos químicos que se dissolvem na água – álcool etílico (etanol) e álcool isopropílico – que têm características germicidas por conta de suas concentrações. Surge uma pergunta: “Se ele é menos concentrado, por que é mais eficiente que o álcool 99,6%?”. A resposta é simples: o álcool 70% tem, mais ou menos, 30% de água. Nessa solução, ocorre a desnaturação de proteínas e de estruturas lipídicas da membrana celular, ou seja, a destruição do micro-organismo com maior eficiência do que em outras porcentagens de etanol. Os fungos e os vírus também são destruídos pelo álcool.

Pois, assim, damos aos germes a oportunidade de infectar outras pessoas pelos objetos que

compartilhamos.

Use a parte interna do seu braço

Lavar as mãos com água e sabão é a melhor forma de retirar sujeiras visíveis e invisíveis da pele. O álcool em gel reduz o número de micro-organismos em nossas mãos, sendo, portanto, um aliado na higienização das mãos e na prevenção de certas doenças.

Como utilizar o álcool:

QUANDO TOSSIR OU ESPIRRARnão cubra com as mãos!

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É, amiguinhos, pandemias semelhantes à COVID-19 já assombraram o mundo. Certamente você já ouviu falar de alguma! Vamos ver alguns exemplos:

PESTE NEGRA

Peste negra (1347-1353): Também ficou conhecida como peste bubônica, doença causada pela bactéria Yersinia pestis, por meio de pulgas.

Atingiu o mundo em meados do século XIV. Os historiadores acreditam que a doença teve origem em algum lugar da Ásia Central, mas existem inúmeras teorias sobre seu surgimento. A mais aceita, sugere que tenha sido na China e, por algum tempo, a peste tenha atuado exclusivamente na Ásia Central; somente a partir do século XIV ela se espalhou pelo mundo. Estima-se que tenham sido entre 75 e 200 milhões as vítimas fatais. Na Europa, resultou na morte de, pelo menos, 1/3 da população.

A teoria mais aceita da transmissão entre a Europa e Ásia é a de que tenha ocorrido em meio ao conflito que aconteceu em Caffa, colônia genovesa localizada na Crimeia. O principal agravante foi a falta de estrutura sanitária da época. Assim, as pulgas contaminadas tinham contato com seres humanos e a transmissão passava a ser de humano para humano, pelas secreções do corpo ou por vias respiratórias.

Conforme o historiador Hilário Franco Júnior (2006), a pessoa contaminada falecia entre dois a cinco dias. Os principais sintomas eram: febre alta, vômito com a presença de sangue e complicações nos pulmões. Além de manchas negras por todo o corpo.

Hoje em dia, ainda podem existir surtos da doença, mas com o avanço da medicina a taxa de mortalidade é baixa. O

tratamento é feito com antibióticos e há a necessidade de isolamento durante cerca de 6 dias. Pessoas que convivem com o paciente também devem ser examinadas.

VARÍOLA

Varíola (1896 a 1980). Por serem desconhecidos até pouco tempo atrás, pouco se sabia quanto à transmissão de doenças causadas por vírus. No caso da varíola, a transmissão se dá pelo contato com pessoas doentes, objetos contaminados ou ainda pelo contato com as secreções dos doentes.

Entrando no corpo, o patógeno (você leu sobre ele ali atrás) se espalha pela corrente sanguínea provocando febre alta, mal-estar, dores no corpo e problemas gástricos. Depois destes sintomas surgem, em todo o corpo, numerosas protuberâncias cheias de pus que causam dor e coceira intensa; dificilmente cessam sem deixar cicatrizes. Estima-se que os mortos se somam mais de 300 milhões.

A vacina da varíola foi descoberta em 1796, por Edward Jenner. O único reservatório conhecido dessa doença é o próprio homem, e a maneira mais comum de transmissão é a passagem do vírus por contato muito próximo, mediante gotículas de saliva e secreções respiratórias contendo o agente infeccioso. O contágio indireto a maiores distâncias, através de aerossóis, é bem menos comum. Sua transmissão também ocorria pelo contato com a secreção das pústulas na pele do doente.

De novo não!

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GRIPE ESPANHOLA

A gripe espanhola (1918-1919) foi uma pandemia de vírus influenza. Ocorreu paralela à Primeira Guerra Mundial e se espalhou rapidamente pelo mundo.

Você, desbravador, deve estar perguntando onde a gripe (que também é causada pelo influenza) surgiu, correto? A pandemia recebeu esse nome porque surgiu na Espanha? Não mesmo. Não se sabe o local exato, mas alguns historiadores acreditam que ela teria surgido em campos de treinamento militar nos Estados Unidos. Isso, porque os primeiros casos da doença foram registrados lá. Além disso, ela se espalhou na Europa logo depois que soldados norte-americanos foram enviados para a frente de guerra nesse continente.

Mas porque recebeu esse nome, então? Acontece que os países que estavam em guerra não falaram sobre a gripe mortal para não espalhar pânico entre as tropas. A Espanha estava neutra na guerra e as notícias se espalharam a partir do que a imprensa espanhola noticiava.

Os especialistas acreditam que a doença matou cerca de 50 milhões de pessoas, embora algumas estatísticas mencionem 100 milhões. No Brasil, apareceu por volta de setembro de 1918, atingindo grandes centros como Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. Pessoas influentes também foram infectadas, como o presidente eleito Rodrigues Alves que acabou morrendo.

Os sintomas eram: febre, dor no corpo, coriza e tosse. Em casos mais graves, os pacientes apresentavam sérios problemas respiratórios, digestivos e cardiovasculares.

Os médicos procuravam tratar os pacientes da melhor maneira possível, mas o domínio da medicina na época era muito limitado. Atualmente, já existem vacinas para o combate da doença.

As medidas de prevenção foram semelhantes às demais pandemias, como

isolamento social e o fim de aglomerações. Nem todos os países tomaram as medidas de prevenção necessárias. Exemplo disso foi o desfile na Filadélfia, em 28 de setembro de 1918, realizado apesar de alertas dos especialistas em saúde de que representava risco de disseminação da gripe espanhola. Seis semanas após o desfile, 47 mil pessoas estavam doentes e 12 mil haviam morrido.

TIFO

Tifo é o nome dado às doenças infecciosas provocadas por bactérias da família Rickettsiaceae, mas não confunda com a febre tifoide, causada por outra bactéria, a Salmonella entérica typhi. Os microrganismos podem contaminar diversos mamíferos como bois, ovelhas, gatos, cães, gambás, guaxinins e ratos. Outros pequenos parasitas, já muito conhecidos, como carrapatos, ácaros e piolhos se responsabilizam pela transmissão ao ser humano por meio de picadas ou no contato de suas fezes com feridas abertas.

São três os principais tipos de tifo: tifo epidêmico, tifo endêmico e tifo-do-mato. A Rickettsia prowazekii, causadora do tifo epidêmico, foi descrita pela primeira vez por um médico brasileiro chamado Henrique da Rocha Lima e seu colega Stanislaus von Prowazek, em 1916.

A facilidade de se difundir em ambientes insalubres com precárias condições de higiene e sem controle dos parasitas vetores, fizeram do tifo o protagonista de grandes epidemias; especialmente em prisões durante guerras. Anne Frank e sua irmã, que tiveram suas histórias eternizadas na literatura e no cinema, teriam morrido de tifo durante a 2ª Guerra Mundial. Logo após a 1ª Guerra Mundial, entre 1918 e 1922, o número de mortes é estimado em 3 milhões.

Foi notável a epidemia que os soldados de Napoleão Bonaparte enfrentaram em 1812, ao mesmo tempo em que tentavam combater os russos. Centenas de milhares

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de soldados morreram com a doença. Naquela época, era obrigatório tomar cuidados como raspar a barba e os cabelos na tentativa de eliminar os piolhos. De fato, a biossegurança para controle do tifo incluía a eliminação dos vetores, além de estimular os cidadãos e as instituições a adotarem hábitos de higiene no corpo e nas roupas, o que não costumava acontecer nos exércitos.

Outro surto de tifo foi registrado na Irlanda, entre 1846 e 1849, no momento em que o país já enfrentava a fome severa. As duas moléstias foram responsáveis por reduzir a população irlandesa para menos de um terço.

Os primeiros sintomas podem aparecer entre 7 e 14 dias, após o contágio. No início, podem ser confundidos com os da Influenza (gripe H1N1): tosse, febre alta, dores na cabeça e nas articulações, fadiga e calafrios. Esses indícios podem evoluir com a formação de lesões avermelhadas e caroços na pele, além de náuseas, vômitos e diarreia. Em casos mais graves, o paciente pode ter delírios, hemorragias, pneumonia e estupor: um estado em que o paciente está consciente, mas permanece imóvel e não reage a estímulos externos.

Atualmente, além da análise dos sintomas, o diagnóstico é feito com exames laboratoriais para identificar a bactéria. O tratamento é feito com antibióticos específicos e corticosteroides. A administração de medicamentos intravenosos e suplementos de oxigênio podem ser necessários. Durante a 2ª Guerra Mundial foi desenvolvida uma vacina, mas ela já não é muito utilizada hoje.

GRIPE SUÍNA:

Em 1909, a gripe A (ou gripe suína), se tornou uma pandemia com fortes efeitos mundiais. Uma nova variação do vírus Influenza, o H1N1, infectou 651 mil pessoas em mais de 200 países, durante o período de 16 meses. Quando a pandemia foi considerada controlada, já tinha deixado quase 18,5 mil mortos. Em 2013, um estudo em 20 países demonstrou que entre 20% a 27% da população chegou a contrair a gripe, comprovando que é altamente contagiosa.

O contágio é feito como com outros tipos de gripe, através do contato com gotículas de saliva (tosse, espirro, etc.) ou com superfícies.

Seus primeiros sinais são: tosse, febre, dor de cabeça intensa, dores musculares e nas articulações, irritação nos olhos e coriza. Como toda doença viral, os tratamentos são voltados aos sintomas e ao fortalecimento do sistema imunológico, mas a prevenção é altamente eficaz por meio da vacina.

Os cuidados tomados não foram tão rigorosos, mas as pessoas infectadas eram colocadas em isolamento, e em muitos lugares as aulas foram suspensas. Em alguns locais, os viajantes eram direcionados a um setor específico para triagem. Essas medidas foram mais brandas que as da atual pandemia da Covid-19, pois naquele período já havia medicamentos para ajudar no combate à doença, que também foi menos contagiosa e menos letal.

O estado do Paraná foi o mais afetado no Brasil, com mais de 58% dos 53 mil casos confirmados no país. As fronteiras com Argentina e Paraguai e o clima temperado foram os maiores contribuintes dessas estatísticas. Por meses, o controle nas fronteiras foi intensificado, incluindo desinfecção de veículos e controle de pessoas e alimentos. A busca por máscaras e luvas também foi grande durante a pandemia. Eventos foram adiados e aulas foram suspensas para evitar grandes aglomerações. Reuniões religiosas não foram proibidas, mas eram grandemente desaconselháveis.

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Além das pandemias citadas, existem doenças que até hoje não foram erradicas e, por mais incrível que pode parecer, ainda existem surtos. Vamos olhar a tabela a seguir.

OBS: as informações na tabela são apenas uma representação. Mais informações devem ser obtidas em pesquisa, para conclusão da especialidade.

Doença

Cólera Bactéria

Bactéria

Vírus

Vírus

Vírus

Tuberculose

Protozoário

Febre Amarela

Sarampo

Malária

AIDS

Sintomas Surto/epidemia/pandemia Existe cura? PrevençãoAgente etiológico

Forma de contágio

Água e alimentos contaminados.

Diarreia;Náuseas;Vômitos:

Alterações de humor;Letargia;Pressão

arterial baixa;Arritmia

cardíaca;Cãibras.

Saneamento básico;

Tratamento de Água;Higiene;

Diagnóstico precoce;

Evitar viajar para uma

região endêmica.

Vacina.

Sim. Tratamento com reidratação,

fluidos intravenosos, suplementos nutricionais e antibióticos.

1911 – último grande surto, nos EUA.

Gotículas de saliva em vias respiratórias.

Tosse com ou sem secreção; Fadiga; Falta de ar; Febre baixa; Perda de apetite e peso;

Rouquidão;Dor no peito.

Vacina BCG em crianças, exceto em pacientes de

AIDS;Evitar

aglomerações;Sem contato com objetos

contaminados.

Sim. Tratamento por 6

meses com medicamentos

diariamente

Pandemia atual – em todo o mundo, 10 milhões de pessoas

são infectadas por ano, com cerca de 1,2 milhão de mortes

anuais.

Picada do mosquito Aedes aegypti, o

mesmo transmissor da dengue, ou do mosquito

Haemagogus.

Febre;Dor muscular;

Náuseas;Vômitos;

Perda de apetite;Fraqueza;Icterícia;

Dores abdominais;Hemorragia.

Vacina;Repelentes, roupas e telas para afastar

os mosquitos;Controle do

mosquito transmissor.

Sim. Tratamento dos sintomas e reposição

de sangue, se necessário.

Endêmica de regiões tropicais.2017 a 2018 – epidemia no Brasil. 1376 casos, com 483

mortes.

Gotículas de saliva em vias respiratórias.

Febre;Tosse;

Irritação nos olhos;Coriza;

Manchas avermelhadas pelo

corpo;Dores musculares;

Fadiga;Dores de cabeça e

garganta;Pneumonia.

Vacina.

Sim.Tratamento dos

sintomas.Pode deixar

sequelas.

2019 a 2020 – surto na Rep. Democrática do Congo. 330 mil casos, com 6300 mortes. Ainda

não foi controlada.2018 a 2020 – surto no Brasil.

13,5 mil casos somente em 2019, com 15 mortes.

Picada do mosquito Anopheles.

Febre;Calafrios;Sudorese;

Dores de cabeça e nas articulações;

Tremores;Perda de apetite;

Náuseas;Vômitos;

Prostração;Anemia;

Convulsões;Coma.

Remédios preventivos

antiparasitários antes, durante e

depois de viajar a um local endêmico;

Controle do mosquito

transmissor;Diagnóstico

precoce.

Sim. Tratamento com

medicamentos.

Século II – epidemias na Grécia, Itália e outras áreas

da Europa.1906 – Panamá. 21 mil

mortes durante a construção do Canal do Panamá.

2018 e 2019 – epidemia no Burundi – 6 milhões de casos, como mais de 2 mil

mortes em 2019.2018 – surto no Brasil,

estado do Espírito Santo – 142 casos e uma morte.

Sangue ou fluidos sexuais contaminados.

Febre persistente;Tosse seca;

Suores noturnos;Dores de garganta,

nos músculos e articulações;

Rápida perda de peso;

Fadiga;Candidíase;

Diarreia;Manchas

avermelhadas e feridas na pele.

Não há vacina.Evitar relações

sexuais com possibilidade de

contágio;Teste de sangue

antes de uma transfusão;

Evitar drogas injetáveis;

Evitar o contato com materiais

perfurocortantes em laboratórios e

estabelecimentos de saúde.

Não. Tratamento com medicamentos pode retardar o aparecimento de sintomas.

1981 a 2020 – Epidemia em diversos locais no mundo. 75

milhões de infectados, com 32 milhões de mortes.

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Quem tem medo

Bem pensado...

de agulha? Você já deve ter ouvido falar das campanhas

de vacinação que são promovidas em nosso país, certo? Mas afinal, o que são vacinas e para que elas servem?

As vacinas estimulam nosso sistema imunológico a produzir anticorpos que combatem as doenças infecciosas, tornando o corpo imune a elas.

E vacinar para quê?

A vacinação é a principal forma de proteção contra doenças causadas por vírus e bactérias. Assim, as vacinas induzem o sistema imunológico a preparar defesas contra um agente infeccioso causador de determinada doença.

Jesus nos diz, na Bíblia, que antes de vir novamente para esse mundo, muitas coisas ruins iriam acontecer. Mas não tenha medo. Calamidades em todo o mundo, guerras horripilantes, desastres e problemas no clima são alguns dos sinais que nos servem de alerta: Ele está vindo.

Quando Cristo voltar, irá transformar e renovar nosso planeta e nele não existirão doenças, medo, sofrimento ou morte. Nosso lar será perfeito e nele não haverá nada que nos desagrade. Lá não teremos isolamento social jamais. Iremos sorrir, cantar e brincar com nossos familiares e amigos todo dia! Não é maravilhoso? Essa é nossa grande esperança: um mundo perfeito criado por Deus e que será perfeito para sempre!

Você também crê nisso? Espero que sim, querido amigo. Oro para que você tenha fé e confie nos cuidados do Pai.

Cristo vem: prepare-se!

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Referências:https://www.fop.unicamp.br/index.php/pt-br/biosseguraca-aerossois.html

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/surto-epidemia-pandemia-e-endemia-entenda-qual-e-a-diferenca-entre-eles.htm

https://www.anasps.org.br/isolamento-x-quarentena-voce-sabe-a-diferenca/

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/pandemia-de-peste-negra-seculo-xiv.htm

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2001000600024

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/pandemia-de-peste-negra-seculo-xiv.htm

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/i-guerra-mundial-gripe-espanhola-inimigos-visiveis-invisiveis.htm

COSTA, M.A.F. Biossegurança: segurança química básica para ambientes biotecnológicos e hospitalares. São Paulo: Ed. Santos, 1996.

JÚNIOR, Hilário Franco. A Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2006, p. 29.

1. Defina os seguintes termos:a) Aerossóisb) Agente de riscoc) Biossegurançad) Material biológicoe) Acidente químico ou biológicof) Incidente químico ou biológicog) Patogênico2. O que são EPIs? Para que eles servem? Fale quais podem ser usados pelos profissionais da saúde.3. Diferenciar surto, epidemia, pandemia e endemia?4. Em meio a uma epidemia/pandemia, quais os principais cuidados que devem ser tomados?5. TQual a diferença de isolamento e quarentena?6. Escolha da lista abaixo duas doenças e diga: quando aconteceu? quantos foram infectados? qual eraa maneira de contágio? quais eram os sintomas? encontraram cura? quais foram os cuidados debiossegurança?a) Peste negrab) Varíolac) Gripe espanholad) Tifoe) Gripe suína7. Escolha uma das doenças abaixo e responda: Quais são os sintomas? Como é a forma de contágio? Existe cura

atualmente? Onde e quando já houve surto/epidemia/pandemia? Existe prevenção dessa doença?a) Cólerab) Tuberculosec) Febre amarelad) Sarampoe) Maláriaf) AIDS8. Como as vacinas funcionam? Qual a importância de estar com as vacinas em dia?9. Sobre a lavagem das mãos:a) Faça um vídeo demonstrando ou apresente pessoalmente a seu instrutor como deve ser feita a lavagem correta das

mãos. Explique porque é importante seguir cada passo.b) Por qual motivo não é recomendável usar toalhas que serão usadas várias vezes por váriaspessoas e sim toalhas de papel? 10. Por que o adequado é usar álcool 70% e não outros tipos de álcool? Qual a forma correta de utilizálo?11. . Que atitudes devem ser tomadas ao tossir e espirrar para evitar contaminar outras pessoas?12. De acordo com Mateus 24 e Apocalipse 6, o que a Bíblia fala sobre as doenças no fim dos tempos?13. De acordo com I Coríntios 15 e Apocalipse 21 e 22, o que acontecerá com os doentes e com as doenças quando

formos ao céu?

Requisitosacompanhe seu desenvolvimento

Page 16: CIÊNCIA E SAÚDE · 2020. 4. 11. · Desbravadores, atualmente sou diretor associado no clube Mensageiros do Vale, em São Leopoldo (ANSR/USB). Estou na coordenação dos Guias de