Cinquentão é Centenário
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Espor tes48 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, TERÇA-FEIRA, 20 DE NOVEMBRO DE 2012
FALE COM O EDITOR FLÁVIO DIAS E-MAIL: [email protected]
VÔLEI DE PRAIA
Cinquentão agora é centenárioCom fôlego de garoto,Flávio Pitanga, de 50anos, conquistou o100º título da carreiradepois de encarar umamaratona de jogos
FERNANDO RIBEIRO/AT
FLAVINHO, de 50 anos, exibe com orgulho sua coleção de medalhas e, se depender da disposição dele, o número de títulos vai aumentar ainda mais
lei é perseguida há anos e motivode brincadeira dos amigos, como oparceiro Luiz Felipe. “Na praia, to-do mundo o zoa, perguntando emquanto está a contagem”, frisou.
Mas Flavinho não liga e conti-nua marcando nos dedos os títu-los. Faz isso desde que chegou aos62 troféus, no início dos anos2000. Àquela época, o patrocina-dor disse para ele parar de contar,
“Às vezes, digoque parei. Mas no
outro dia quero disputar.Só vou parar quandoDeus quiser”Flávio Pitanga, jogador de vôlei de praia
QUEM É
Flavinho Pitanga> IDADE: 50 anos> CIDADE NATAL: Vila Velha> ALTURA: 1 , 85 m> PESO: 73 quilos> CONQUISTAS: hexacampeão estadual
e campeão brasileiro master
Eduardo Fernandes
No futebol, Túlio Maravilhaainda corre atrás do milési-mo gol. Mas, no vôlei de
praia, o capixaba Flávio Pitanga, oFlavinho, de 50 anos, conquistou o100º título da carreira.
O feito aconteceu depois deo jovial jogador, ao lado doparceiro também cinquen-tão Luiz Felipe Schmidt,ganhar três das quatro ca-tegorias que disputou noCampeonato BrasileiroMaster de Vôlei de Praia,na última semana, em Sa-quarema, São Paulo.
Para conquistar a centená-ria marca, Flavinho, com fôlegode menino, jogou 36 jogos em oitodias seguidos no Brasileiro e supe-rou as dores nos joelhos sob efeitode analgésicos.
“Era um jogo atrás do outro. Foimuito desgastante. Ao invés de nosdarem uma carga menor de jogos,dobraram. Mas estou acostumado.Tomo remédio e vou para o jogo”,contou o canela-verde, que aindateve uma virose e atuou com febre.
A marca do apaixonado por vô- mas Pitanga continuou.Afirmou que só pararia quando
chegasse aos 88, ano de fundaçãoda marca que o patrocina há 19anos. Mas ele, mais uma vez, pre-feriu esperar até os 100.
“Nunca desisti da marca e nemde nenhuma partida. Eu treinodiariamente, de segunda-feira adomingo”, afirma.
Nesse tempo, atuou por 10 anos
com um problema no joelho, paranão fazer uma cirurgia e ficar pa-rado. Chegou a entrar em quadracom oito pontos em um olho, de-pois de levar uma pancada e cairdesmaiado na partida anterior.
“Quando chego da competição,digo que não quero o esporte mais.Mas no outro dia já estou comvontade de disputar. Só vou pararquando Deus quiser”.
Vitalidade no vôlei e na pescaA vitalidade de Flavinho Pitanga
na quadra é de fazer inveja emmuitos jovens.
Além de disputar vários torneiosno vôlei de praia, ele ainda arranjatempo para bater uma bola comferas do esporte, como o medalhis-ta de prata nas Olimpíadas de Pe-quim, em 2008, Fábio Luiz, e Bru-no Schmidt, que lidera o CircuitoBrasileiro ao lado do parceiro Pe-dro Solberg.
“Não dá para ser igual a eles, mas
eu dou muito trabalho”, conta.Flavinho tem seus segredos para
manter-se bem aos 50 anos. Nasareias da Praia da Costa, em VilaVelha, é professor em uma escoli-nha de vôlei há 19 anos, além detreinar diariamente.
Como um bom atleta leva umavida saudável. Não bebe, não fumae tem uma alimentação balancea-da: “Eu detesto a noite. Só dou aulae descanso. No outro dia, é acade-mia, corrida, pedal e treino com
bola sempre”.O que muitos não sabem é que o
campeão é fera na pesca esporti-va e a utiliza para revigorar. Foicampeão, em 2010, da Taça Cida-de de Vitória e conquistou o bra-sileiro master em Rio das Ostras(RJ), em 2007.
Parceiro exalta bom humorPerseguir recordes pode até ser
uma meta de Flavinho Pitanga,mas ele não deixa que isso se tornemotivo de chatice.
O companheiro da categoriamaster, Luiz Felipe Schmidt, de 50anos, irmão do jogador de basque-te Oscar Schmidt e do apresenta-dor esportivo Tadeu Schmidt, dizque, em quadra, o parceiro é umboa praça.
“O Flavinho é 100%. A nossaparceria tem essa vantagem: agente vai lá para se divertir. Quan-do um está mal, não ficamos pe-gando no pé do outro. O nosso focoé diferente do pessoal mais novo. Agente se completa na quadra”,contou o companheiro.
O problema é que Luiz Felipe,diferentemente de Flavinho, nãomantém uma rotina de treinos.
Ele trabalha com o embarque edesembarque de navios e começouno vôlei depois dos trinta anos.
Antes, por influência do irmão
Oscar, praticava basquete. Depois,por causa do caçula Tadeu Schm-dit, que jogava vôlei, acabou enca-rando a nova modalidade:
“Eu sinto muito mais que ele.Não tenho prática de ficar treinan-do. Mas, na hora do vamos ver, agente toma remédio e joga”.
Os dois deverão representar oPaís nas Olimpíadas Master, emjulho de 2013, na Itália.
D I V U LG AÇ ÃO
LUIZ FELIPE e Flavinho no pódio
D I V U LG AÇ ÃO
FLÁVIO PITANGA pratica pesca