Circo Número 4 - Página 2

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CHUTANDO O PAU DA BARRACA opinião A difícil e penetrante arte da conquista barata Thiago Pontes lança workshop em junho, mês dos namorados CIRCO DA FCS NÚMERO 4 - 28/06/2010 - PÁGINA 2 Ele chegou impecavelmente bem vestido, com um Ray-ban na cara e outros três na mochila, pois diz ser “volúvel até com os próprios óculos”. Fumou um cigarro a cada três minutos enquanto falava com uma repórter do Circo em um bar em Copacabana. Ela não voltou para a redação até hoje, mas deu detalhes pelo telefone. Em convênio amoroso fechado com a SR-3, Thiago Pon- tes vai lançar um workshop de conquistador barato na última semana de junho. O minicurso terá duração de dez horas e vai garantir um diploma de paquerador cult bacaninha. No entanto, Thiago afirma que o diploma não faz milagre: - Milagre só Deus e eu mesmo. E Billie Spencer, do filme “Bus Driver”, um filme que você não conhece, então nem vale a pena falar sobre. Vamos fazer um brinde ao amor, é melhor. O workshop vai contar com um cronograma abrangente: abordagem na noite, livros para dizer que leu, filmes que um cult deve achar bom, piadas irônicas e a arte do desprezo. Se houver tempo, Thiago ministrará a aula “Como fazer um blog deprimido”. Thiago ficou nacionalmente conhecido por ser dono do primeiro blog ocidental traduzido para o chinês, uma manobra do presidente Hu Jintao para deprimir os chi- neses e aumentar a taxa de suicídios: - O presidente disse que o programa de controle de natali- dade chinês não está dando mais certo. Ele falou que ia ficar chato fuzilar pessoas, então pediu minha ajuda. Mas a SR-1 e a SR-2 podem colocar um obstáculo ao work- shop. De acordo com fontes apaixonadas, representantes das duas sub-reitorias foram encontradas aos prantos porque Thiago fechou com a SR-3 e disse que tinha feito um texto no blog para elas, mas era mentira. As duas devem entrar com processo para embargar o curso, mas Thiago não vai ceder: - Pode deixar que vou dar um jeito, adoro mulheres difí- ceis. Quer dizer, meu amor, eu adoro todas as mulheres do mundo. E o Balu. Meias e professor são tema de exposição na Uerj A Galeria Cândi- do Portinari rece- berá na próxima semana a mostra “O Doutor e as Meias: uma rela- ção simbiótica”. Trata-se de uma exposição que pretende esmi- uçar a relação do professor Márcio Gonçalves, da FCS, com seus pares de meias favoritos. Entre as peças reservadas para a exposição estão artigos raros que só doutores colecionadores possuem, tais como as que estampam os per- sonagens Mickey, Snoopy, Piu-Piu e Frajola: - A minha ideia é expandir o universo acadêmico a objetos de uso cotidiano. Desvendar a história das meias, assim como tenho feito com a dos livros. Para isso, é importante que as pessoas levem a sua contribuição. Uma aluna, dia desses, me apresentou uma meia para ser usada com sandálias de de- dos. E é esse o espírito - disse Márcio. Questionado sobre o cheiro que pode tomar conta da galeria, o profes- sor é enfático: “Doutores não têm chulé. E caso tivessem, seria mais bonito ainda. A experimentação sinestésica confund- indo os sentidos de quem aprecia a obra.” Famoso por cortes de cabelo que fo- gem do padrão, Márcio despista quan- do o assunto é a cabeleira que usará na vernissage: - Minha esposa está preparando algo novo, que combine com a ocasião e a proposta. Quem sabe uma meia na cabeça... Os alunos do Laboratório de Vídeo em- barcaram no último dia 8 para a África do Sul. Antônio Brasil, coordenador do grupo e grande entusiasta do futebol, explicou que o laboratório teve de passar por tem- pos de vacas magras para poder realizar a viagem: - Guardei todas as energias nos últimos quatro anos para conseguirmos ir final- mente para uma Copa. A gente está sem câmera, é verdade, mas isso não importa, o importante é ser sempre a primeira TV universitária em tudo. Para driblar a falta de câmeras, Antônio Brasil está preparan- do uma peça teatral com todos os acon- tecimentos que se desenrolarem du- rante o evento: - Não podemos deixar de produzir. Vamos fazer que nem o antigo teatro de revista: depois que acabar a Copa, apresentaremos uma peça com os momentos mais mar- cantes. Seremos a primeira TV universitária online que faz teatro de revista. Outros planos Conhecida como a TV Tupi das TVs uni- versitárias, a TV Uerj Online quer manter sua fama de pioneira e começar a trans- mitir novelas em seu horário nobre, é o que afirma Brasil: - Já compramos os direitos de Beto Rock- feller e 2-5499 Ocupado e vamos transmiti- las em high definition quando voltarmos da Copa. Seremos a primeira TV universi- tária online novelista do Brasil. Do Antônio Brasil, hahaha – diz o coordenador, que termina a entrevista com muitas risadas e afirmando ter outros compromissos. da fábrica da Lupo Pablo Smith da Mariuzinn TV Uerj Online de malas prontas para África do estúdio Alberto Dines É difícil imaginar um passado recente sem lojas de iogurte congelado. A partir do mo- mento que o primeiro Yogoberry apareceu, empresários farejaram o sucesso alheio como oportunidade e o resto virou história: não há esquina que se preze que não tenha um Yo- gomania, Yogochampion e similares de quali- dade questionável. Foi exatamente o que aconteceu nos murais da FCS. Depois que o Circo da FCS apareceu, um empreendimento oportunista de nome simplório (“O Pau da Barraca”) veio fazer fr- ente no mundo do jornal mural. Assim como o TV Fama, que faz propaganda da program- ação dos outros , José Messias criou um jor- nal para falar exclusivamente de nós, para nos “desmascarar”. Ora, não somos ninguém para querermos exclusividade. Vale explicar: José Messias, autointitulado o czar da comédia fcsiana, não estava lidando bem com o ostracismo. Arranjou um agente duplo - Julio Altieri - que chegava às 5h só para saber quem pregava o Circo na parede. De acordo com uma fonte que quis se identi- ficar, mas que esquecemos o nome, Zé Mes- sias tem “fotoinsensibilidade”, ou seja, precisa sempre de holofotes virados para ele: - Ele já me disse que cada vez que alguém ri na faculdade, ele não tem como não se lembrar dele mesmo. Alguém fez com que ele acreditasse que ele é o autor de TODAS as piadas que acontecem na FCS ao mesmo tempo. Tanto é que quando alguém ri longe dele, ele diz “alguém está fazendo uma piada minha, tenho certeza, sou muito criativo”. E por falar em impulsos criativos, que tipo de nome é “O Pau da Barraca”? E a piada platonicamente sexual “Porque o nosso é maior”? Não me lembro de quando nossa equipe comparou nossas genitálias com as de pessoas de outras redações. O que a gente faz fica entre nós e os tamanhos são manti- dos em sigilo absoluto; afinal, queremos fazer piadas e não virar motivo delas.

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CHUTANDO O PAU DA BARRACA

CHUTANDO O PAU o p i n i ã o

A difícil e penetrante arte da conquista barataThiago Pontes lança workshop em junho, mês dos namorados

CIRCO DA FCS NÚMERO 4 - 28/06/2010 - PÁGINA 2

Ele chegou impecavelmente bem vestido, com um Ray-ban na cara e outros três na mochila, pois diz ser “volúvel até com os próprios óculos”. Fumou um cigarro a cada três minutos enquanto falava com uma repórter do Circo em um bar em Copacabana. Ela não voltou para a redação até hoje, mas deu detalhes pelo telefone.

Em convênio amoroso fechado com a SR-3, Thiago Pon-tes vai lançar um workshop de conquistador barato na última semana de junho. O minicurso terá duração de dez horas e vai garantir um diploma de paquerador cult bacaninha. No entanto, Thiago afirma que o diploma não faz milagre:

- Milagre só Deus e eu mesmo. E Billie Spencer, do filme “Bus Driver”, um filme que você não conhece, então nem vale a pena falar sobre. Vamos fazer um brinde ao amor, é melhor.

O workshop vai contar com um cronograma abrangente: abordagem na noite, livros para dizer que leu, filmes que um cult deve achar bom, piadas irônicas e a arte do desprezo.

Se houver tempo, Thiago ministrará a aula “Como fazer um blog deprimido”. Thiago ficou nacionalmente conhecido por ser dono do primeiro blog ocidental traduzido para o chinês, uma manobra do presidente Hu Jintao para deprimir os chi-neses e aumentar a taxa de suicídios:

- O presidente disse que o programa de controle de natali-dade chinês não está dando mais certo. Ele falou que ia ficar chato fuzilar pessoas, então pediu minha ajuda.

Mas a SR-1 e a SR-2 podem colocar um obstáculo ao work-shop. De acordo com fontes apaixonadas, representantes das duas sub-reitorias foram encontradas aos prantos porque Thiago fechou com a SR-3 e disse que tinha feito um texto no blog para elas, mas era mentira. As duas devem entrar com processo para embargar o curso, mas Thiago não vai ceder:

- Pode deixar que vou dar um jeito, adoro mulheres difí-ceis. Quer dizer, meu amor, eu adoro todas as mulheres do mundo. E o Balu.

M e i a s e p r o f e s s o r s ã o t e m a d e e x p o s i ç ã o n a U e r j

A Galeria Cândi-do Portinari rece-berá na próxima semana a mostra “O Doutor e as Meias: uma rela-ção simbiótica”. Trata-se de uma exposição que pretende esmi-uçar a relação do

professor Márcio Gonçalves, da FCS, com seus pares de meias favoritos.

Entre as peças reservadas para a exposição estão artigos raros que só doutores colecionadores possuem, tais como as que estampam os per-sonagens Mickey, Snoopy, Piu-Piu e Frajola:

- A minha ideia é expandir o universo acadêmico a objetos de uso cotidiano. Desvendar a história das meias, assim como tenho feito com a dos livros. Para isso, é importante que as pessoas levem a sua contribuição. Uma aluna, dia desses, me apresentou uma meia para ser usada com sandálias de de-dos. E é esse o espírito - disse Márcio.

Questionado sobre o cheiro que pode tomar conta da galeria, o profes-sor é enfático:

“Doutores não têm chulé. E caso tivessem, seria mais bonito ainda. A experimentação sinestésica confund-indo os sentidos de quem aprecia a obra.”

Famoso por cortes de cabelo que fo-gem do padrão, Márcio despista quan-do o assunto é a cabeleira que usará na vernissage:

- Minha esposa está preparando algo novo, que combine com a ocasião e a proposta. Quem sabe uma meia na cabeça...

Os alunos do Laboratório de Vídeo em-barcaram no último dia 8 para a África do Sul. Antônio Brasil, coordenador do grupo e grande entusiasta do futebol, explicou que o laboratório teve de passar por tem-pos de vacas magras para poder realizar a viagem:

- Guardei todas as energias nos últimos quatro anos para conseguirmos ir final-mente para uma Copa. A gente está sem câmera, é verdade, mas isso não importa, o importante é ser sempre a primeira TV universitária em tudo.

Para driblar a falta de câmeras, Antônio Brasil está preparan-do uma peça teatral com todos os acon-tecimentos que se desenrolarem du-rante o evento:

- Não podemos deixar de produzir. Vamos fazer que nem o antigo teatro de revista: depois que acabar a Copa, apresentaremos uma peça com os momentos mais mar-cantes. Seremos a primeira TV universitária online que faz teatro de revista.

Outros planos Conhecida como a TV Tupi das TVs uni-

versitárias, a TV Uerj Online quer manter sua fama de pioneira e começar a trans-mitir novelas em seu horário nobre, é o que afirma Brasil:

- Já compramos os direitos de Beto Rock-feller e 2-5499 Ocupado e vamos transmiti-las em high definition quando voltarmos da Copa. Seremos a primeira TV universi-tária online novelista do Brasil. Do Antônio Brasil, hahaha – diz o coordenador, que termina a entrevista com muitas risadas e afirmando ter outros compromissos.

da fábrica da Lupo

Pablo Smithda Mariuzinn

T V U e r j O n l i n e d e m a l a s p r o n t a s p a r a Á f r i c a

do estúdio Alberto Dines

É difícil imaginar um passado recente sem lojas de iogurte congelado. A partir do mo-mento que o primeiro Yogoberry apareceu, empresários farejaram o sucesso alheio como oportunidade e o resto virou história: não há esquina que se preze que não tenha um Yo-gomania, Yogochampion e similares de quali-dade questionável.

Foi exatamente o que aconteceu nos murais da FCS. Depois que o Circo da FCS apareceu, um empreendimento oportunista de nome simplório (“O Pau da Barraca”) veio fazer fr-ente no mundo do jornal mural. Assim como o TV Fama, que faz propaganda da program-ação dos outros , José Messias criou um jor-nal para falar exclusivamente de nós, para nos “desmascarar”. Ora, não somos ninguém para querermos exclusividade.

Vale explicar: José Messias, autointitulado o czar da comédia fcsiana, não estava lidando bem com o ostracismo. Arranjou um agente duplo - Julio Altieri - que chegava às 5h só para saber quem pregava o Circo na parede. De acordo com uma fonte que quis se identi-ficar, mas que esquecemos o nome, Zé Mes-sias tem “fotoinsensibilidade”, ou seja, precisa sempre de holofotes virados para ele:

- Ele já me disse que cada vez que alguém ri na faculdade, ele não tem como não se lembrar dele mesmo. Alguém fez com que ele acreditasse que ele é o autor de TODAS as piadas que acontecem na FCS ao mesmo tempo. Tanto é que quando alguém ri longe dele, ele diz “alguém está fazendo uma piada minha, tenho certeza, sou muito criativo”.

E por falar em impulsos criativos, que tipo de nome é “O Pau da Barraca”? E a piada platonicamente sexual “Porque o nosso é maior”? Não me lembro de quando nossa equipe comparou nossas genitálias com as de pessoas de outras redações. O que a gente faz fica entre nós e os tamanhos são manti-dos em sigilo absoluto; afinal, queremos fazer piadas e não virar motivo delas.