Classicismo

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Classicismo Profª: Renata Silva Nunes Ribeiro

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Classicismo

ClassicismoProf: Renata Silva Nunes Ribeiro

Literatura produzida durante o sculo XVI, no perodo do Renascimento (XIV a XVI), que valoriza e resgata elementos artsticos da cultura clssica (greco-romana);Renascimento movimento artstico, cultural e cientfico inspirado nas ideias clssicas greco-latinas;

Contexto histricoO Renascimento a expresso artstica e cultural de uma poca marcada por fatos decisivos, que acentuaram o declnio da Idade Mdia e deram origem Era Moderna;Navegaes e os descobrimentos, no final do sculo XV;A Reforma Protestante (1517);A Revoluo Comercial, iniciada no sculo XV;O fortalecimento da burguesia comercial os mecenas; Os humanistas inveno da imprensa;Teoria heliocntrica de Coprnico;

Botticelli

Caractersticas do Classicismo Racionalismo: a razo predomina sobre o sentimento, ou seja, a expresso dos sentimentos era controlada pela razo; Universalismo: os assuntos pessoais ficaram de lado e as verdades universais (de preocupao universal) passaram a ser privilegiadas;Perfeio formal: mtrica, rima, correo gramatical, tudo isso passa a ser motivo de ateno e preocupao;Presena da mitologia greco-latina;Antropocentrismo: o homem dessa poca se liberta dos dogmas da Igreja e passa a se preocupar com si prprio, valorizando a sua vida aqui na Terra e cultivando a sua capacidade de produzir e conquistar. Porm, a religiosidade no desapareceu por completo.

Principais autores:

Dante Alighieri Divina Comdia, criador da medida nova; - Dantes Inferno (trailer)Petrarca poemas em forma de sonetos, amor platnico;

Bocaccio Decameron, narrativas curtas e picantes, stira e crtica;Shakespeare tragdias e comdias;Em Portugal: Retorno de S de Miranda da Itlia, trazendo o doce estilo novo: soneto + medida nova;No entanto, o maior expoente do Classicismo em Portugal Lus Vaz de Cames;

Lus Vaz de Cames (1525-1580)Todo seu conhecimento literrio, filosfico, histrico, poltico e geogrfico foi aproveitado para escrever seus poemas lricos e, principalmente sua obra pica Os Lusadas, tida como a principal expresso do Renascimento portugus.

A poesia lricaEscreveu sonetos, odes, clogas e elegias;Presena de temas, tais como: - neoplatonismo amoroso; - reflexo filosfica, natureza;

Amor um fogo que arde sem se ver; ferida que di, e no se sente; um contentamento descontente; dor que desatina sem doer.

um no querer mais que bem querer; um andar solitrio entre a gente; nunca contentar-se e contente; um cuidar que ganha em se perder;

querer estar preso por vontade; servir a quem vence, o vencedor; ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favorNos coraes humanos amizade,Se to contrrio a si o mesmo Amor?

Lus Vaz de Cames, in "Sonetos"

Ao desconcerto do mundoOs bons vi sempre passarno mundo graves tormentos;e, para mais mespantar,os maus vi sempre nadarem mar de contentamentos. Cuidando alcanar assimo bem to mal ordenado,fui mau, mas fui castigado:Assi que, s para mimanda o mundo concertado.

Os Lusadas (1572)

O poema pico se organiza tradicionalmente em cinco partes:

1. Proposio (Canto I, Estrofes 1 a 3) Apresentao da matria a ser cantada: os feitos dos navegadores portugueses, em especial os da esquadra de Vasco da Gama e a histria do povo portugus.

2. Invocao (Canto I, Estrofes 4 e 5) O poeta invoca o auxlio das musas do rio Tejo, as Tgides, que iro inspir-lo na composio da obra.

3. Dedicatria ou oferecimento (Canto I, Estrofes 6 a 18) O poema dedicado ao rei Dom Sebastio, visto como a esperana de propagao da f catlica e continuao das grandes conquistas portuguesas por todo o mundo.

4. Narrao (Canto I, Estrofe 19 a Canto X, Estrofe 144) A matria do poema em si, parte mais longa do poema. A viagem de Vasco da Gama e as glrias da histria herica portuguesa.

5. Eplogo (Canto X, Estrofes 145 a 156) Grande lamento do poeta, que reclama o fato de sua voz rouca no ser ouvida com mais ateno. Conclui aconselhando ao rei e ao povo portugus para que sejam fis ptria e ao cristianismo.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSA (UFV) Leia o soneto a seguir, de Lus de Cames:Eu cantarei de amor to docemente,Por uns termos em si to concertados,Que dois mil acidentes namoradosFaa sentir ao peito que no sente.Farei que amor a todos avivente,Pintando mil segredos delicados,Brandas iras, suspiros magoados,Temerosa ousadia e pena ausente.

Tambm, Senhora, do desprezo honestoDe vossa vista branda e rigorosa,Contentar-me-ei dizendo a menor parte.Porm, para cantar de vosso gestoA composio alta e milagrosa,Aqui falta saber, engenho e arte.

CORRETO afirmar que o soneto metalingustico porque o eu lrico:a) descreve a amada. b) idealiza o amor.c) canta seus sentimentos. d) fala sobre poesia.

Letra D

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE). A poesia lrica o espao ideal para a temtica do amor, desde a antiguidade clssica at a atualidade. Mudam-se os tempos, as ideologias, e o amor continua um sentimento indecifrvel e paradoxal. Da ser motivo dos dois poemas que seguem. Leia-os e analise as proposies que a eles se referem.!Sete anos de pastor Jac serviaSete anos de pastor Jac serviaLabo, pai de Raquel, serrana bela;Mas no servia ao pai, servia a ela,E a ela s por prmio pretendia.

Os dias, na esperana de um s dia,Passava, contentando-se com v-la;Porm o pai, usando de cautela,Em lugar de Raquel lhe dava Lia.Vendo o triste pastor que com enganosLhe fora assim negada a sua pastora,Como se no a tivera merecida,Comea de servir outros sete anos,Dizendo: Mais servira, se no foraPara to longo amor to curta a vida!

Soneto de FidelidadeDe tudo, ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.Quero viv-lo em cada vo momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angstia de quem viveQuem sabe a solido, fim de quem amaEu possa me dizer do amor (que tive):Que no seja imortal, posto que chamaMas que seja infinito enquanto dure.

0-0) Nos dois poemas, pertencentes, respectivamente, ao Classicismo e ao Romantismo, o tema do amor trabalhado numa forma fixa.1-1) So dois sonetos que mantm relao de intertextualidade, pois o segundo retoma o primeiro em sua forma e em seu contedo.2-2) Nos dois poemas, a concepo de amor diversa, pois o primeiro expressa a finitude desse sentimento, e o segundo, ao contrrio, apresenta-o como eterno.3-3) No ltimo verso de seu poema, Cames usa uma anttese para dar conta da idealizao do amor. Vinicius de Moraes, nos dois ltimos versos do segundo quarteto, recorre tambm a oposies, que expressam o desejo de viver o sentimento amoroso em todos os momentos.4-4) Enquanto o segundo soneto apresenta uma concepo do amor mais fiel vivncia dos afetos no sculo XX, o primeiro traz uma viso platnica idealizada do sentimento amoroso, prpria do Classicismo do sculo XVI.

Resposta: FVFVV

UNIVERSIDADE DE BRASLIA (UnB)Mudam-se os Tempos, Mudam-se as VontadesMudam-se os tempos, mudam-se as vontades,Muda-se o ser, muda-se a confiana:Todo o mundo composto de mudana,Tomando sempre novas qualidades.Continuamente vemos novidades,Diferentes em tudo da esprana:Do mal ficam as mgoas na lembrana,E do bem (se algum houve) as saudades.

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O tempo cobre o cho de verde manto,Que j coberto foi de neve fria,E em mim converte em choro o doce canto.E afora este mudar-se cada dia,Outra mudana faz de mor espanto,Que no se muda j como soa*.Lus Vaz de Cames, in "Sonetos"*Ter por costume, habitualmente.

Considerando o texto potico, julgue os itens (certo ou errado) a seguir, relativos a aspectos lingusticos e literrios. A repetio do verbo mudar e do substantivo mudana que se observa na primeira e na ltima estrofes um recurso de linguagem que confere nfase ao texto potico. O esquema de rimas das estrofes do texto potico acima : ABBA ABBA ABA BAB. A eliso da vogal em esprana (v. 6) justifica-se porque mantm a mtrica dos versos alexandrinos. Antes de as saudades (v. 8), subentende-se a forma verbal ficam. O desenvolvimento das atividades humanas influenciado pela sucesso das estaes do ano, referenciadas nos versos 9 e 10.

Resposta: CCFCC

Identifique a alternativa que no contenha ideais clssicos de arte:a) Universalismo e racionalismo.b) Formalismo e perfeccionismo.c) Obedincia s regras e modelos e conteno do lirismo.d) Valorizao do homem (do aventureiro, do soldado, do sbio e do amante) e verossimilhana (imitao da verdade e da natureza).e) Liberdade de criao e predomnio dos impulsos pessoais.

Letra E

(Fuvest) "Amor um fogo que arde sem se ver, ferida que di e no se sente; um contentamento descontente, dor que desatina sem doer."De poeta muito conhecido, est a primeira estrofe de um poema que parece comprazer-se com o paradoxo, enfeixando sensaes contraditrias do sentimento humano, se examinadas sob o prisma da razo.Indique, na relao a seguir, o nome do autor.a) Bocage. b) Camilo Pessanha. c) Gil Vicente. d) Lus de Cames.

Letra D

Nas obras classicistas, so fortes as seguintes caractersticas:a) Valorizao da f; presena de elementos da cultura antiga; presena de figuras de linguagem; poesias acompanhadas de msicas.b) Presena e valorizao de elementos da cultura clssica; equilbrio entre razo e emoo, com valorizao do racionalismo, do homem e da vida terrena; desejo de perfeio na estrutura poticas a partir de novas formas e medidas.c) nfase na efemeridade do tempo; valorizao da vida terrena; presena de figuras de linguagem; conflitos entre razo e emoo.d) Sentimentalismo; exaltao da religio e da f; desiluso e tdio; valorizao da nobreza; presena de smbolos que remetem cultura clssica.

Letra B

(Mack-2002) Assinale a alternativa correta sobre Cames.a) Alm de usar metros mais populares, utilizou-se da medida nova, especialmente nas redondilhas que recriam, poeticamente, um quadro harmnico da vida e do mundo.b) O tema do desconcerto do mundo um dos aspectos caractersticos de sua poesia, presente, por exemplo, nos sonetos de inspirao petrarquiana.c) Introduziu o estilo cultista em Portugal, em 1580, explorando antteses e paradoxos nos poemas de temtica religiosa.d) Autor mais representativo da poesia medieval portuguesa, produziu, alm de sonetos satricos, a obra pica Os lusadas.e) Influenciado pelo Humanismo portugus, aderiu ao cnone clssico de composio potica, afastando-se, porm, das inovaes mtricas e dos modelos greco-romanos.

Letra B

O marco para o surgimento do Classicismo se d a partir de um movimento intelectual que revolucionou valores culturais, polticos e econmicos, chamado:(12 letras)

Resposta: Renascimento

Os autores deste perodo literrio tinham uma grande preocupao com a perfeio das formas. Para isso, as poesias deviam ter versos:(12 Letras)

Resposta: Decasslabos

Alm dos valores do Renascimento, o Classicismo portugus foi tambm fortemente influenciado pelos ideais trazidos pelas:(Duas palavras, 7 e 10 letras)

Resposta: Grandes Navegaes

Em Portugal, o Classicismo surgiu em meados de 1527, tendo como principais autores: A.Luiz de Cames; S de Miranda; Bernardim Ribeiro.B.Bernardo Bonaval; Luiz de Cames; Gregrio de Matos.C.Padre Antnio Vieira; Almeida Garret; Luiz de Cames.D.Gregrio de Matos; Padre Antnio Vieira; Almeida Garret; Luiz de Cames.

Letra A

Luiz de Cames surge como o principal autor classicista portugus. Sua produo dava-se a partir das poesias:(E... e L...)

Respostas: picas e Lricas

Considerada a maior epopeia portuguesa, de autoria de Luiz Vaz de Cames, esta obra narra a descoberta das ndias atravs de uma viagem de Vasco da Gama, contando tambm outros momentos da histria de Portugal. Como se chama esta obra?(Duas palavras, 2 e 8 letras.)

Resposta: Os Lusadas