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Classificação da Mata Nacional do Buçaco Paisagem Protegida de âmbito local Abril 2014

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Classificação da Mata Nacional do Buçaco

Paisagem Protegida de âmbito local

Abril 2014

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Índice 1 Introdução .................................................................................................................................. 3

2 Caraterização da área proposta para classificação: Mata Nacional do Buçaco ...................... 5

2.1 Enquadramento histórico.................................................................................................... 5

2.2 Enquadramento geográfico da MNB ................................................................................... 7

2.4 Enquadramento Bioclimático .............................................................................................. 8

2.5 Solos .................................................................................................................................. 10

2.6 Fauna da MNB ................................................................................................................... 10

2.7 Flora e vegetação da MNB ................................................................................................ 11

3 Áreas naturais de conservação fora da cerca conventual ...................................................... 13

3.1 Perímetro Florestal ............................................................................................................ 14

4 Enquadramento no Plano Diretor Municipal da Mealhada (PDM) ....................................... 16

5 Considerações Finais ............................................................................................................... 18

6 Bibliografia ............................................................................................................................. 20

Anexos ......................................................................................................................................... 22

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1 Introdução

No presente documento apresenta-se a memória justificativa da proposta de

classificação da Paisagem Protegida Local da Mata Nacional do Buçaco, nos termos

definidos pelo Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade

(RJCNB) – Decreto-Lei n.º 142/2008 de 24 de Julho.

Em conformidade com este regime jurídico devem ser classificadas como áreas

protegidas, “as áreas terrestres e aquáticas interiores e as áreas marinhas em que a

biodiversidade ou outras ocorrências naturais apresentem, pela sua raridade, valor

científico, ecológico, social ou cénico, uma relevância especial que exija medidas

específicas de conservação e gestão, em ordem a promover a gestão racional dos

recursos naturais e a valorização do património natural e cultural, regulamentando as

intervenções artificiais susceptíveis de as degradar” (n.º 2 do artigo 10.º do RJCNB).

As áreas protegidas podem ter âmbito nacional, regional ou local, consoante os

interesses a salvaguardar, devendo ser classificadas numa das seguintes tipologias:

• Parque nacional (tipologia exclusiva de áreas protegidas de âmbito nacional);

• Parque natural;

• Reserva natural;

• Paisagem protegida;

• Monumento natural.

Propõe-se classificar a Mata Nacional do Buçaco na tipologia de Paisagem Protegida

Local respondendo aos seguintes objetivos:

a) A conservação das espécies e habitats locais e a preservação do património natural

b) A recuperação, requalificação, gestão e exploração de todo o património edificado.

c) A manutenção e criação de novas oportunidades para o turismo histórico, cultural,

natural e recreativo/lazer, ao ar livre, em equilíbrio com os valores naturais e culturais

salvaguardados,

d) A gestão e exploração dos recursos naturais em concordância com a continuidade

da implementação das medidas de conservação da natureza e biodiversidade locais e

em concordância com os preceitos de gestão florestal sustentável.

e) A produção e/ou práticas de transferência do conhecimento científico, bem como a

promoção da educação ambiental e de atividades de divulgação científica,

promovendo a sustentabilidade.

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A gestão da Paisagem Protegida Local da Mata Nacional do Buçaco caberá à Fundação

Mata do Buçaco, F.P. em conformidade com as normas do Regulamento que

acompanha a presente proposta de classificação.

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2 Caraterização da área proposta para classificação: Mata Nacional do Buçaco

2.1 Enquadramento histórico

A Mata Nacional do Buçaco é uma das matas nacionais mais ricas em património

natural, arquitetónico e cultural, constituindo um dos ex libris da região centro de

Portugal (Santos 1993). Ao longo dos séculos foram vários os poetas, botânicos e

curiosos que foram deixando os seus testemunhos acerca da flora da mata, permitindo

que hoje se perceba a história da criação deste “majestoso arvoredo” (Paiva 1992).

Um dos acontecimentos que mais influenciou as condições atuais da MNB foi a

ocupação dos Carmelitas Descalços, em 1628. Além de todo o património edificado

(Anexo 2), os Carmelitas iniciaram a plantação do Arboreto e protegeram os valores

naturais existentes, tendo preservado as áreas que ainda hoje se designam por floresta

relíquia e tendo mesmo instaurado uma Bula Papal, por volta de 1690, que ditava pena

de excomunhão maior a quem danificasse o arvoredo (Santos 1993).

Foi sob a alçada da ordem dos Carmelitas Descalços, que se introduziu o célebre cedro-

do-buçaco (Cupressus lusitanica MILL) oriundo da América Central. Tudo indica que a

sua introdução tenha sido feita por volta de 1644 , apesar de existirem algumas

publicações a contestar tal data, apontando a sua introdução para entre 1518 e 1626

(Paiva 1987, Paiva 1992).

Em 1834, com a extinção das ordens religiosas masculinas em Portugal, os Carmelitas

abandonaram a Mata, ficando votada a ausência de administração formal até 1856, ano

em que foi integrada na Administração Geral das Matas. Sob jurisdição desta foram

promovidas ações de restauro do património edificado e valorização do Arboreto

(plantações de arvoredo exótico), havendo inclusive registos que indicam que foram

plantados cerca de 1019 espécimes de Cupressus lusitanica nos finais de 1859. Em

1888 foi realizado um inventário à flora na MNB, onde se registaram 300 espécies

exóticas e 400 espécies autóctones (Vieira 2003).

Entre 1871 e 1941 a MNB foi marcada por várias catástrofes devido a tempestades,

sendo importante referir o ciclone de 1941 que foi descrito como o mais nefasto deste

período, tendo provocado a queda de milhares de exemplares arbóreos e prejuízos no

património edificado (Santos 1993).

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Em 1887 a Mata passou a incluir 105 ha após a anexação de 15 ha provenientes de

propriedades particulares, sendo que a maior parte dessa área pertencia ao Marquês da

Graciosa. Por este motivo, e por, nesse tempo, a espécie aí dominante ser o pinheiro-

bravo, a área anexada ficou denominada de Pinhal do Marquês.

Durante este período até à tomada de posse da atual Fundação (2009) a Mata passou por

várias tutelas estatais, sempre ligadas aos serviços florestais e com uma política de

conservação e preservação da Mata. Foi neste período que se registaram mais

plantações de árvores (Santos, 1993).

A Fundação Mata do Buçaco foi instituída pelo Estado Português, através do Decreto-

Lei n.º 120/2009, de 19 de maio e alterada pelo Decreto-lei 58/2014, como pessoa

coletiva de direito privado e utilidade pública, tendo como fins a recuperação, a

requalificação e revitalização, a gestão, a exploração e a conservação de todo o

património, natural e edificado, da Mata Nacional do Buçaco.

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2.2 Enquadramento geográfico da MNB Compreendida entre 40° 22΄ 15ˮ e 40° 23΄ 01ˮ de laHtude norte e entre 8° 21΄ 26ˮ e 8°

22΄ 30ˮ de longitude oeste (Santos 1993), a Mata Nacional do Buçaco (MNB) (também

conhecida por Serra do Luso ou Serra do Carvalho), situa-se no extremo flanco

noroeste, a 40 km do litoral atlântico, na freguesia do Luso, concelho da Mealhada,

distrito de Aveiro (Figura 2).

A MNB apresenta exposições essencialmente a norte. Em particular na área de estudo

as exposições mais frequentes são oeste, norte e sul.

Relativamente ao relevo a mata possui cotas que variam entre os 190 (Porta das

Ameias) e 550 m (Cruz Alta) sendo que na área de estudo as cotas variam entre 250 e

350 m. Em relação ao declive, este varia entre os 0 e 60 % ao longo de toda a MNB; na

área de estudo o declive varia entre os 30 e 40 %. A Mata possui uma área florestada,

intramuros, com uma superfície de 105 hectares, com um comprimento máximo de

1450 m e uma largura de 950 m, entre a Porta de Sula e as Portas de Coimbra (Paiva

1992), sendo adjacente ao perímetro Florestal da Serra do Buçaco, cuja área é cerca de

962 hectares (Santos 1993).

Figura 1 a) Localização da área de estudo em Portugal continental b) Limites dos municípios em

relação à área de estudo. Adaptado de “Atlas do Ambiente Digital” (Instituto do Ambiente,

2007), conforme Matos, 2011.

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2.3 Clima

A MNB teve em funcionamento uma estação climatológica, de 1926 até 1942; através

dos valores médios dos elementos climáticos recolhidos por esta estação foi feita a

caraterização climática da mata (Tabela 1) (AFN - Direção Regional das Florestas do

Centro 2009).

Tabela 1 Parâmetros climáticos em Buçaco Floresta Nacional (1926 - 1942). Adaptado de Matos, 2011.

2.4 Enquadramento Bioclimático

A bioclimatologia é a ciência ecológica multidisciplinar que analisa as interações entre

os processos atmosféricos e a distribuição dos seres vivos na Terra. O seu objetivo é

determinar a relação entre certos valores numéricos de temperatura e precipitação e as

áreas de distribuição geográfica de espécies de plantas e de comunidades vegetais

(Rivas-Martínez e Sánchez-Mata 1999). Portugal Continental possui dois macroclimas,

o temperado a NW e mediterrânico na restante parte do país (Figura 2).

Elementos climáticos Parâmetros Ocorrência Valor

Temperatura Temperatura média anual - 13.9°C

Mês mais quente (média) Agosto 21.4°C

Mês mais frio (média) Janeiro 7.6°C

Máxima absoluta atingida Agosto 40.4°C

Mínima absoluta atingida Fevereiro 3.1°C

Precipitação Precipitação média anual - 1525mm

Mês mais chuvoso (média) Dezembro 225.2mm

Mês mais seco (média) Agosto 20.4mm

Humidade relativa Humidade relativa média anual - 80.2%

Mês mais húmido (média) Novembro 88.4%

Mês menos húmido (média) Agosto 71.0%

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Como se pode observar na Figura 3, a MNB localiza-se numa zona de transição entre os

bioclimas mesotemperado e mesomediterrânio. Esta localização proporciona à Mata do

Buçaco um microclima muito caraterístico, com temperaturas amenas, elevada

precipitação e frequentes nevoeiros matinais (Santos 1993), favorecendo a ocorrência de

elevada diversidade florística.

Figura 2 Mapa Macrobioclimas de Europa. (S.Rivas-Martínez & S.Rivas-Sáenz 1996-2009).

Figura 3 a) Mapa de bioclimas Portugal Continental. b) Área em estudo. Adaptado de Monteiro-Henriques, 2010 conforme Matos, 2011.

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2.5 Solos

Os solos da MNB foram formados a partir das alterações dos materiais geológicos,

originando os solos litólicos húmicos e solos litólicos não húmicos. São solos pouco

profundos, por vezes pedregosos com elevada acumulação de matéria orgânica e com

pH baixo (Felix 2009). O facto de a MNB se encontrar inserida no extremo norte da

Serra do Buçaco confere à mesma características hidrogeológicas singulares no contexto

regional e nacional. Parte da componente litológica e estrutural que caracteriza a Serra

do Buçaco termina no interior e nas imediações da MNB, concedendo características

hidrogeológicas à Mata que propiciam a existência de diferentes zonas húmidas e

pontos de água, nomeadamente exsurgências superficiais (minas) que dão origem a

fontes e cursos de água, as quais foram extremamente importantes para o suporte dos

eventos histórico-culturais da Mata do Buçaco e implantação e sobrevivência das

povoações a jusante.

2.6 Fauna da MNB

A par da grande diversidade florística, a MNB possui uma notável diversidade de

animais. É palco de abrigo e refúgio para mais de 150 vertebrados e centenas de

invertebrados, sendo que algumas destas espécies constituem grande valor

conservacionista, como, endemismos ibéricos e espécies protegidas pela legislação

nacional e internacional (Anexo 2). A MNB regista uma espécie endémica de Portugal

Continental, ruivaco (Achondrostoma oligolepis), e nove espécies endémicas da

Península Ibérica (Matos 2011).

De entre os vertebrados registados na Mata, destacam-se as 14 espécies de morcegos

(Anexo 2) identificadas (até ao momento), sendo de salientar que estas correspondem a

56% das atualmente listadas em Portugal Continental (25 espécies). Uma vez que estes

quirópteros possuem um grande valor ecológico e são bons indicadores ambientais, a

sua presença revela que a MNB atendendo à sua dimensão (105 há) possui uma grande

biodiversidade e está perfeitamente em equilíbrio (Matos et al. 2012).

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2.7 Flora e vegetação da MNB

Com uma extraordinária diversidade de árvores e arbustos, o Arboreto, ocupa cerca de

80% da área da Mata e possui mais de 250 espécies de árvores e arbustos de todo o

Mundo incluindo dezenas de “exemplares notáveis” (Pinho et al. 2009), das quais se

podem referir: cedro-do-buçaco (Cupressus lusitanica Mill.), carvalho-alvarinho

(Quercus robur L.), carvalho-negral (Quercus pyrenaica Willd.), sobreiro (Quercus

suber L.), loureiro (Laurus nobilis L.), aderno (Phillyrea latifolia L.), louro-cerejo

(Prunus laurocerasus L.), tsuga-do-Canadá (Tsuga canadensis (L.) Carrière), abeto-

branco (Abies alba Mill.), plátano-bastardo (Acer pseudoplatanus L.), freixo-americano

(Fraxinus americana L.), pinheiro-insigne (Pinus radiata D. Don), cedro-do-atlas

(Cedrus atlantica (Endl.) G. Manettiex Carriere), pseudotsuga (Pseudotsuga menziesii

(Mirbel) Franco), araucária-da-queenslândia (Araucaria bidwillii Hook.), ulmeiro

(Ulmus minor Mill.), castanheiro (Castanea sativa Mill.), sequóia (Sequoia

sempervirens (D.Don) Endl.) e o eucalipto-gigante (Eucalyptus regnans F.Muell).

Alguns exemplares das espécies acima referidos caíram durante a passagem do ciclone

Gong (Pinho et al. 2013).

Além do Arboreto, a Mata do Buçaco inclui a mata da Cruz Alta, situada no extremo

Sudoeste da MNB, que constitui uma formação vegetal clímax (Costa et al. 1998,

CIBIO 2004), de plantas autóctones, que, conserva as caraterísticas típicas da floresta

primitiva que existia nesta região (Paiva 1987, Paiva 1992), antes da ocupação humana,

denominada floresta relíquia. A Mata Climácica compreende 3 habitats naturais

inscritos na Diretiva Habitats: carvalhais de Quercus robur e Quercus pyrenaica

(9230pt1), Louriçais ou loureirais (5230pt1), dominado por Laurus nobilis, com

presença constante de Arbutus unedo, Viburnum tinus e Ilex aquifolium, e por último

observa-se o adernal constituído essencialmente por Phillyrea latifolia de porte notável

e com uma composição florística semelhante ao subtipo 5330pt3 (Medronhais) (Lopes

2012). Este adernal representa cerca de 8.4 ha da totalidade da Mata Climácica (17 ha) e

é dominado por adernos (Anexo 2), que apesar de apresentarem frequentemente o porte

de arbusto, pela sua idade de vários séculos atingiram aqui um grande porte arbóreo,

podendo ser considerado uma relíquia biogeográfica mundial.

Outra formação vegetal identificada na MNB é o Pinhal do Marquês. Devido à doença

da Murchidão do Pinheiro que se propaga através do nemátode-da-madeira-do-pinheiro

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(Bursaphelenchus xylophilus) e à passagem do ciclone Gong na Mata, esta área perdeu

grande parte dos espécimes de Pinus pinaster. Atualmente esta área esta fortemente

invadida por espécies exóticas invasoras.

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3 Áreas naturais de conservação fora da cerca conventual

No exterior da cerca conventual, em áreas adjacentes à MNB, na encosta sudoeste

verifica-se a existência de áreas que apresentam um coberto vegetal com caraterísticas

semelhantes ao dos habitats que se encontram salvaguardadas no interior. As áreas com

altos valores de conservação ascendem, de acordo com os levantamentos efetuados, a

7,8 ha (Figura 4) . À semelhança do que sucede no interior da MNB, também estas áreas

se encontram ameaçadas por fatores bióticos (espécies exóticas invasoras) e abióticos

(risco de incêndio).

A Fundação Mata do Buçaco, deverá nas áreas que lhe estão diretamente afetas e nas

áreas adjacentes complemmentares, proceder à proteção destes valores, mobilizando

para isso os mecanismos e meios necessários para o efeito.

Figura 4 Limites da MNB e áreas adjacentes complementares.

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3.1 Perímetro Florestal

Nas áreas exteriores à cerca conventual verifica-se a necessidade de criação de uma

faixa de salvaguarda e manutenção da Mata Nacional do Buçaco, e mais concretamente

da floresta relíquia, que se constitua simultaneamente como faixa de gestão de

combustível e faixa de controlo de espécies exóticas invasoras.

O objetivo imediato será a criação de um perímetro de segurança contra incêndios e de

prevenção/contenção de invasões biológicas ao longo de ca. 3 km de muro e com uma

largura variável, consoante as áreas afetas à Mata Nacional do Buçaco ou consoante se

verifiquem existir em áreas adjacentes a estas, altos valores de conservação (Adernais e

Carvalhais galaico-portugueses).

O estado de degradação ecossistémica, devido a todas as contrariedades a que o

perímetro florestal exterior ao muro tem estado sujeito, observável pela proliferação de

espécies exóticas invasoras constantes do DL 565/99 constituindo uma acumulação de

material vegetal potencialmente combustível, coloca a mata e, mais especificamente, a

Floresta Relíquia, em elevado risco de incêndio. Neste âmbito encontra-se eficaz o

Figura 5 Carta militar da MNB e áreas complementares adjacentes

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Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, que carecerá de efetiva

implementação, pela constituição de uma faixa de redução de combustível integrada em

sistema municipal de redes, em conformidade com a legislação relativa à defesa da

floresta contra incêndios, nomeadamente o DL 124/2006, alterado pelo DL 17/2009.

Ao operacionalizar estes instrumentos procurar-se-á a proceder á solução de dois dos

problemas mais prementes: a eliminação das exóticas invasoras, e por esta via a

diminuição da carga de combustível presente nas imediações da Mata.

Na prossecução destes objetivos será de fulcral importância o envolvimento do

Município da Mealhada, assim como do ICNF.

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4 Enquadramento no Plano Diretor Municipal da Mealhada (PDM)

Nos termos do Plano Diretor Municipal da Mealhada, a área proposta para classificação

como Paisagem Protegida, enquadra-se na Classe dos Espaços Naturais, ou seja, as

zonas do território municipal mais sensíveis do ponto de vista ecológico, paisagístico e

ambiental em geral, nos quais se privilegiam a proteção, a conservação, a gestão

racional, a capacidade de renovação dos recursos naturais e a salvaguarda dos valores

paisagísticos. No âmbito dos Espaços Naturais delimitados na Planta de Ordenamento

do Plano Diretor Municipal, realiza-se uma diferenciação em quatro categorias: 1)

Espaços naturais classificados, 2) Árvores centenárias, 3) Lagoas e respectivas faixas de

protecção e 4) Paisagem envolvente. A Mata Nacional do Buçaco encontra-se afeta à

categoria dos Espaços Naturais Classificados, por força da sua classificação como

Imóvel de Interesse Público. As áreas adjacentes complementares à Mata Nacional do

Buçaco estão delimitadas neste instrumento de planeamento, na Classe dos Espaços

Florestais, espaços revestidos com espécies arbustivas e arbóreas em maciço de

manifesta importância para o equilíbrio ambiental ou beleza da paisagem, quer se

destinem ou não à produção florestal.

Em termos de servidões administrativas e restrições de utilidade pública a área proposta

para classificação é abrangida pelos seguintes regimes:

- Reserva Ecológica Nacional: A Reserva Ecológica Nacional (REN) é uma estrutura

biofísica que integra o conjunto das áreas que, pelo seu valor e sensibilidade ecológicos

ou pela exposição e suscetibilidade perante riscos naturais são objeto de proteção

especial. A REN é uma restrição de utilidade pública, à qual se aplica um regime

territorial especial que estabelece um conjunto de condicionamentos à ocupação, uso e

transformação do solo, identificando os usos e as ações compatíveis com os objetivos

desse regime nos vários tipos de áreas que a integram.

- Regime Florestal Total: Destina-se a assegurar a criação, exploração e conservação da

riqueza silvícola sob o ponto de vista da economia nacional, e ainda o revestimento

florestal dos terrenos cuja arborização seja de utilidade pública e conveniente ou

necessária para o bom regime das águas e defesa das várzeas, para valorização das

planícies ardidas e benefício do clima, ou para fixação e conservação do solo, nas

montanhas e das areias do litoral marítimo.

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- Zona de Proteção Alargada e Intermédia de Águas Minerais Naturais: A fim de

garantir a proteção das águas minerais naturais (Água do Luso), estabelece-se um

perímetro de proteção onde podem ser proibidas ou condicionadas as ocupações ou

ações que as possam contaminar, causar dano ou interferir na sua exploração.

- Imóvel de Interesse Público: constitui um testemunho de especial importância da

civilização, da identidade e da cultura nacional, justificando-se a existência de um

regime de proteção e valorização.

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5 Considerações Finais

A diversidade biológica, assim como os valores culturais e patrimoniais presentes na

MNB e áreas adjacentes complementares constituem um legado a submeter, em

contínuo, a uma meticulosa gestão com vista à sua salvaguarda e valorização. À

valorização de todos os recursos presentes na MNB subjazem preceitos de

sustentabilidade, visando a satisfação das necessidades presentes, não comprometendo a

satisfação das necessidades das gerações futuras.

O valor para a conservação, salvaguarda e valorização da Mata do Buçaco e áreas

complementares adjacentes, enfatiza-se pelo facto de esta se encontrar rodeada

essencialmente por monoculturas de pinheiro-bravo e eucalipto, concentrando em 112,8

hectares uma riqueza biológica impressionante. Pela existência de árvores antigas,

floresta (autóctone e alóctone) em estado climax, estruturada nas componentes

horizontal, vertical e a dimensional, a Mata constitui um verdadeiro oásis de

biodiversidade, de importância fundamental para conservação da diversidade da região

Centro do País.

As inventariações botânicas, florestais e zoológicas que têm sido efetuadas na Mata,

têm permitido a comparação da riqueza específica, diversidade e valor conservacionista

dos valores naturais presentes em diversos habitats humanizados da região envolvente à

Mata, no sentido de analisar o efeito das práticas silvícolas e agrícolas sobre a

biodiversidade. Os resultados obtidos demonstraram claramente a importância da Mata

do Buçaco no contexto da conservação regional, tendo-se revelado ser,

consistentemente, o habitat com maior riqueza específica, diversidade e maior valor

conservacionista, afirmando-se como o habitat preferido para a maioria das espécies,

face às restantes florestas regionais. Muitas espécies que ocorrem na Mata encontram-se

protegidas pela Diretiva Habitats.

Tanto mais importantes se revelam os factos acima, conhecendo-se os habitats e

respetiva tipologia e sabendo-se que estes não gozam de proteção formal. Os habitats

naturais que ocorrem na Mata Nacional do Buçaco não estão confinados ao interior da

Cerca Conventual, ocorrendo também em áreas limítrofes exteriores com composição e

estrutura similares aos existentes nos intra-muros. Constituem manifestações reliquiais

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tanto da ocupação do solo (existência de vegetação antes da intervenção humana), como

simultaneamente prestam testemunho a formas de interação harmoniosa do ser humano

e da natureza, colocando em evidencia o valor estético, ecológico e cultural.

A classificação da Mata Nacional do Buçaco enquanto Paisagem Protegida de âmbito

local vem assim suprir a necessidade de proteção dos valores naturais e culturais,

constituindo uma área de importância comunitária no Concelho de Mealhada, realçando

a identidade local e induzindo a uma maior responsabilização quanto às necessárias

medidas a aplicar para a manutenção ou o restabelecimento do estado de conservação

favorável do seu património natural e cultural.

A instituição da Paisagem Protegida de âmbito local da Mata Nacional do Buçaco

constitui uma aposta de futuro, possibilitando a alavancagem e articulação com

mecanismos e meios de salvaguarda e valorização nacionais e supra-nacionais que de

outra forma estariam vedados e/ou inviabilizados.

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6 Bibliografia

AFN - Direção Regional da Floresta do Centro (2009). Plano de Ordenamento e Gestão da Mata Nacional do Buçaco. Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Mealhada.

Costa, J. C., C. Aguiar, J. H. Capelo and M. N. Lousã, C. (1998). Biogeografia de Portugal Continental. Quercetea. Bragança. 0: 5-56.

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Anexos

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Anexo 1 Inventário do elenco florístico

Gimnospermae

Familia Espécie Nome Vernáculo

Pinaceae PinuspinasterAiton Pinheiro bravo

Angiospermae (Monocotyledoneae)

Familia Espécie Nome Vernáculo

Liliaceae RuscusaculeatusL. Gilbardeira

Angiospermae (Dicotyledoneae)

Aquifoliaceae IlexaquifoliumL. Azevinho Araliaceae Hederahibernica(G. Kirchn.) Bean Hera Asteraceae CarlinahispanicaLam. Cardo amarelo Asteraceae Conizaspp Avoadinhas Campanulaceae JasionemontanaL. subsp. montana Botão azul Caprifoliaceae ViburnumtinusL. Folhado

Cistaceae Helianthemumnummularium(L.) Mill. Alecrim-das-paredes

Crassulaceae SedumbrevifoliumDC. Arroz-dos-muros

Cruciferae Capsellabursa-pastoris(L.) Medik. Bolsa-de-pastor Dioscoreaceae TamuscommunisL. Uva Cão Ericaceae ArbutusunedoL. Medronheiro Fabaceae QuercussuberL. Sobreiro Fagaceae QuercuslusitanicaLam. Carvalho-anão Fagaceae QuercuspyrenaicaWilld. Carvalho-negral Fagaceae QuercusroburL. Carvalho-alvarinho Guttiferae HypericumperforatumL. Hipericão Labiatae MenthapulegiumL. Poejo Labiatae Calaminthanepeta (L.) Savisubsp. nepeta Nêveda Labiatae TeucriumscorodoniaL. subsp. scorodonia Salva-bastarda Labiatae

LavandulastoechasL. subsp. luisieri(Rozeira) Rosmaninho

Leguminosae AcaciadealbataLink Mimosa Leguminosae Acacialongifolia(Andrews) Willd. Acácia de espigas Leguminosae AcaciamelanoxylonR. Br. in W. T. Aiton* Austrália Leguminosae GenistatriacanthosBrot. Tojo-molar Leguminosae UlexeuropaeusL. Tojo Leguminosae UlexminorRoth Tojo menor Leguminosae Cytisusgrandi*lorus(Brot.) DC. Giesta-das-sebes Leguminosae Cytisusstriatus(Hill.) Rothm. Giesta-amarela Oleaceae FraxinusexcelsiorL. Freixo Oleaceae PhillyreaIatifoliaL. Aderno Rosaceae PrunuslaurocerasusL. Louro cerejo Scrophulariaceae Linariatriornithophora(L.) Willd. Esporas-bravas Umbelliferae ThapsiavillosaL. Tápsia Umbelliferae Physospermum cornubiense (L.) DC.

Familia Espécie Nome Vernáculo

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Anexo 2 Algumas imagens ilustrativas dos valores naturais e patrimoniais da Mata Nacional do Bussaco.

Imagem 1 Floresta Relíquia ou Adernal © FMB foto José Moura

Imagem 3 Escadaria da Fonte Fria © FMB @Paulo Magalhães

Imagem 2 Lago grande da Mata Nacional do Buçaco © FMB foto José Moura

Imagem 4 Mata Nacional do Buçaco vista da Cruz Alta © FMB foto José Moura

Imagem 6 Avenida do Convento © FMB

Imagem 5 Cascata de S. Silvestre

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Imagem 7 salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica) @Joaquim Pedro Ferreira Imagem 8 tritão-de-ventre-laranja (Lissotriton boscai) @Milene Matos

Imagem 10 rã-ibérica (Rana iberica) @Lísia Lopes Imagem 9 sapo-parteiro (Alytes obstetricans) @Joaquim Pedro Ferreira

Imagem 11 lagarto-d'água (Lacerta schreiberi) @Milene Matos Imagem 12 morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hipposideros), @Joaquim

Pedro Ferreira

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Imagem 15 Convento Sta. Cruz do Buçaco ©FMB foto José Moura

Imagem 18 Capela de Sto. Antão ©FMB foto José Moura Imagem 17 Fonte Samaritana ©FMB foto Joana Coutinho

Imagem 16 Portas de Coimbra ©FMB

Imagem 13 Morcego-rabudo (Tadarida teniotis), @Milene Matos Imagem 14 esquilo-vermelho (sciurus vulgaris) @Francisco Oliveira

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Imagem 19 Via-sacra Pretório ©FMB foto Carlos Silva Imagem 20 Varanda de Pilatos ©FMB foto José Moura

Imagem 22 Passo de Caifás @FMB foto José Moura Imagem 21 Via Sacra – Calvário @Paulo Magalhães

Imagem 23 Via Sacra Sepulcro @Paulo Magalhães