Classificação Das Feições Eólicas Dos Lençois Maranhenses

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  • Mercator - Revista de Geografia da UFC, ano 02, nmero 03, 2003

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    Introduo

    A Plancie Costeira do Estado do Maranho possui o maior registro de sedimentao elica doQuaternrio da Amrica do Sul, correspondendo a campos de dunas livres e fixas que juntos alcanamlarguras de at 50 km, denominados de Lenis Maranhanses (Fig.1). Este trabalho analisa essas diferentesfeies elicas, nas regies de Barreirinhas e Rio Novo, atravs de fotografias areas, imagens de satlitee trabalhos de campo e, em reas circunvizinhas, por aerofotointerpretao.

    CLASSIFICAO DAS FEIES ELICAS DOS LENISMARANHENSES - MARANHO - BRASIL

    Prof. Dr. Ronaldo Antonio GonalvesDepartamento de Geologia /UFRJ

    Profa Dr

    a Loreci Gislaine de Oliveira Lehugeur

    Departamento de Geologia/UFC

    Prof. Dr. Joo Wagner de Alencar CastroMuseu Nacional/UFRJ

    Dr. ngelo Eurico Silva PedrotoDepartamento de Geologia/UFRJ

    RESUMO

    O trabalho apresenta uma proposta preliminar declassificao das feies elicas do setor leste da planciecosteira do Estado do Maranho, onde est inserido omaior registro elico costeiro do Quaternrio da Amricado Sul, denominado de Lenis Maranhenses. Por meiode dados de campo, aerofotointerpretao e anlise deimagens de satlite, so individualizados cinco conjuntosde feies elicas denominados de: dunas livresrepresentadas pelas formas barcanas, transversais de cristareta (2D) e de crista sinuosa (3D), draa, dunas complexas ecordes longitudinais; dunas associadas vegetao dotipo nebkha e de sombra; dunas fixas correspondendos parablicas, cadeias parablicas e dunas transversais;lenis de areia; esteiras de dunas e feies de erosoblow out. A cada conjunto de feies descritos soapresentados argumentos explicativos de suas gneses,na tentativa de mostrar como determinadas morfologiaspossuem evoluo particular em dependncia do clima,vegetao e relevo da plancie costeira em que estodesenvolvidas.

    Palavras chaves: registro elico, campo de dunas,classificao

    ABSTRACT

    This research show a preliminary proposition ofcoastal aeolian forms of the east side of coastal plain ofMaranho state. These coastal aeolian deposits are thebiggest of the South America knowed as LenisMaranhenses. Field dates analysis, aerophotograph andlandsat images interpretations defined five groups ofaeolian forms: free dunes; vegetated dunes; fixed dunes;dunes esteiras and blow out forms. Geneticsconsiderations to each group are discussed, showing theimportance of the climate, vegetation and coastal plainrelief in these coastal aeolian deposits development.

    Key words: aeolian register, dunefields, dunefield classification

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    Figura 1: Localizao da rea de estudo, setor leste da Plancie Costeira do Estado do Maranho

    Apresenta-se uma classificao dessas feies elicas associando-se critrios morfolgicos, genti-cos e descritivos (quadro 1), baseada na classificao de GONALVES (1997). Essa classificao, decarter flexvel, prentede servir de instrumento para discusses e debates sobre a terminologia utilizadapara as feies elicas dos Lencis Maranhenses, visto a inexpressiva bibliografia sobre esse tema.

    Quadro 1: Nomenclatura utilizada para feies elicas da PlancieCosteira do Maranho (modificada de GONALVES, 1997

    1 - Dunas Livres: Dunas barcanas

    Dunas transversais de crista reta (2D) Dunas transversais de crista sinuosa (3D) Draa ( duna complexa) Dunas oblquas Cordes longitudinais

    2 - Dunas Semi-Fixas (Associadas Vegetao): Dunas do tipo nebkha Dunas de sombra shadow dunes

    3 - Dunas Fixas: Dunas parablicas Cadeias de parablicas

    Dunas transversais

    4 - Lenis de areia

    5 - Esteiras de dunas

    6 - Feies de eroso blow out

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    Caracterizao das feies elicas

    Dunas Livres

    Os campos de dunas livres ocupam a maior da rea do Parque Nacional dos Lenis Maranhenses(figura 1). O estudo desse campo dunar definiu as seguintes feies, distintas em forma e gnese:

    Dunas barcanasAs dunas barcanas formam-se sobre a superfcie praial (ps-praia) e, gradativamente vo sendo

    deslocadas para o interior dos campos de dunas pela ao de ventos unidirecionais (NE), aumentandosuas dimenses com o sucessivo acmulo de areia proveniente da forma em lenol (figura 2). As duasocorrncias contrastam em dimenses e taxas de migrao. As do ps-praia alcanam alturas de at 1,5metro e taxas de migrao de at 100 metros em um ano; as do interior dos campos de dunas alcanamat 15 metros de altura e taxas de migrao de cerca de 15 metros/ano. Essa distribuio espacial cons-titui um padro parcialmente distinto do mencionado por McKEE (1979), para dunas de vrios locais domundo e, tambm, por TOMAZELLI (1990), para as dunas da Plancie Costeira do Rio Grande do Sul,onde as barcanas aparecem, somente, nas pores interiores dos campos de dunas.

    Figura 2: Duna barcana na superfcie praial prximo ao rio Novo. Apresenta 15m de largura, 3m decomprimento e 0,6m de altura. Observam-se estruturas de fluxo de gros prximos a escala.

    As dunas barcanas orientam-se segundo a direo dos ventos de nordeste, com braos aproxima-damente simtricos nas pores proximais (barcanas regulares) e assimtricos medida que ocorre suamigrao (barcanas irregulares).

    As dunas do ps-praia ao se afastarem da face praial tendem a se coalescer, formando cadeias debarcanas de pequeno porte.

    Observaes de campo mostram que o nmero de dunas barcanas significativamente maior nosmeses de julho a novembro, perodo de estiagem com maior incidncia de ventos, obedecendo, portanto,ao controle climtico.

    Dunas transversais de crista reta (2D)Localizadas, principalmente, nas laterais e limites interiores do maior campo de dunas do Parque

    Nacional dos Lenis Maranhenses, correspondem s dunas de maior altura de crista e menor taxa dedeslocamento anual. O contato frontal e lateral com a vegetao e pequenas drenagens retarda seus

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    avanos e, conseqentemente, tem-se a reduo da distncia interdunar e, tambm, certa retilinizao dascristas. Assim, no caso em estudo, este processo passa a ser determinante na transformao de dunastransversais 3D em 2D. A altura dessas dunas reflete seu cavalgamento sobre o campo de dunas parab-licas fixas, onde alcanam cotas de 50 a 60m (figura 3).

    Figura 3: Dunas 2D e 3D com centenas de metros de largura presentes na regio de Buriti Amarelovistas em fotografia area.

    Dunas transversais de crista sinuosa (3D)Correspondem s feies dominantes, distribuindo-se desde o ps-praia at os limites interiores dos

    campos de dunas (figura 3). Apresentam orientao, preferencialmente, perpendicular ao principalsentido dos ventos (NE) e dimenses variadas, sendo da ordem de dezenas de metros nas reas maisprximas costa (zona proximal) e centenas de metros nas pores intermedirias e distais dos camposde dunas (limite interior dos campos de dunas).

    As dunas 3D formam-se pela ligao lateral de barcanas, medida de suas migraes pela planciecosteira adentro. O aumento da sinuosidade dessas dunas proporcional ao espaamento entre umaduna e outra, ou seja, dunas 3D com baixa sinuosidade esto posicionadas, preferencialmente, nas extre-midades interiores dos campos de dunas. Nessas extremidades, ocorre uma gradao lateral para formas2D. Essas caractersticas so observadas, principalmente, no campo de dunas mais extenso e com maiorvolume de areia disponvel. Assim, a disponibilidade de areia pode constituir um critrio fundamental parao desenvolvimento dessas formas na regio.

    Draa ou duna complexa de Rio NovoO termo draa foi adaptado de WILSON (1972) para denominar as dunas complexas formadas

    pelo cavalgamento e empilhamento de outras dunas. Essa feio elica, de ocorrncia relativamente res-trita proximidade da desembocadura do rio Cangat, em Rio Novo (figura 4a, b), possui sua gneseligada dinmica dos processos fluviais deposicionais e erosivos atuantes na regio. Apresenta altura de20 a 35 metros, largura da ordem de 2,5 km e taxa de migrao mdia de 10 metros /ano.

    Dunas oblquasAs dunas oblquas correspondem s formas distribudas obliquamente em relao ao sentido dos

    ventos NE dominantes. Possuem sua gnese controlada, principalmente, pela ao de processos erosivos,impostos pelos fluxos aquosos formados durante o perodo de chuvas. Esses fluxos migram para o oce-ano gerando transformaes morfolgicas nas dunas barcanas, transversais e em outras formas presentesao longo de sua trajetria. Desse modo, as dunas oblquas adquirem larguras maiores do que as originaisantes de suas tranformaes, portanto, so de feies elicas mutantes, que podem alcanar dimensesde at 2500 metros de comprimento (figuras 5a, b).

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    Figura 4a: Draa ou duna complexa vista em planta (imagem de satlite LANDSAT-TM 5).

    Figura 4b: Detalhe do complexo cavalgamento na feio denominada de draa.

    Cordes longitudinaisOs cordes longitudinais so feies desenvolvidas nas pores laterais de dunas barcanas e de

    transversais durante suas migraes. So, tambm, observados indcios de formao desses cordesjunto s raras formas parablicas. Nesse caso, dunas barcanas so transformadas em dunas parablicasao cruzarem reas rebaixadas, com maior umidade que as adjacentes. Assim, os braos caractersticosdas barcanas, transformam-se em braos de parablicas assimtricas. medida que a migrao temprosseguimento, um dos braos passa a migrar mais rapidamente do que o outro gerando a transforma-o de uma feio parablica em cordo longitudinal (figura 6). Portanto, a gnese dessa forma longitudi-nal independe da presena de ventos bidirecionais. Sua ocorrncia, relativamente restrita comparada aoutras feies, est distribuda, principalmente, sobre as grandes superfcies de truncamento dos depsi-tos elicos. Essas feies dunares apresentam dimenses bastante variadas, sendo registrados corposcom largura variando de 5 a 80 metros, alturas de 1 a 5 metros e comprimentos podendo alcanar atcerca de 2 km.

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    Figura 5a: Dunas oblquas geradas por transformaes de dunas transversais e barcanas

    Dunas Semi-Fixas (associadas vegetao)

    As dunas associadas vegetao constituem um padro caracterstico da regio. As reas, prxi-mas s desembocaduras dos rios, apresentam dunas vegetadas com caractersticas distintas das existen-tes nas regies afastadas dessas zonas de interao. Assim, as dunas livres associadas vegetao,prximo a desembocaduras dos rios, so classificadas em: campos de nebkhas e dunas de sombra(shadow dunes).

    Dunas do tipo nebkhaOs campos de nebkhas correspondem a pequenos montculos de areia vegetados, presentes ao

    longo da superfcie de ps-praia (figura 7). Desenvolvem-se em razo da presena de pequenos tufos devegetao sobre a superfcie arenosa na qual o vento sopra, gerando ampla superfcie de deflao.

    Dunas de sombra shadow dunesEssas dunas so formadas em virtude da presena de tufos de vegetao sobre uma superfcie

    arenosa na qual o vento sopra. HESP (1981) salienta que o vento ao deparar-se com um obstculo,representado por um ncleo de vegetao, alvo de acentuada modificao de seu padro de fluxooriginal, gerando fluxos secundrios que contornam o obstculo e, aps, se renem novamente. O encon-tro dos fluxos constitui uma regio de grande deposio de areia, que d origem s dunas de sombra comformas piramidais. O pice da pirmide corresponde poro mais distal onde o fluxo se encontra maisbem reconstitudo (figuras 8, 9).

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    Figura 5b: Esquema apresentando a transformao de dunas transversais em oblquas.

    Dunas fixas

    As dunas fixas correspondem s formas elicas vegetadas e mais antigas do que as dunas livres,ocupando maior parte da plancie costeira; representam, aproximadamente, 70% dos depsitos elicos.Em termo de distribuio espacial, esto localizadas ao sul dos campos de dunas livres que gradativamentevo avanando e recobrindo os campos de dunas fixas.

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    Figura 6 - Cordes longitudinais formados por transformaes de dunas parablicas, barcanas

    e transversais.

    Figura 7 Campo de nebkhas na regio de Rio Novo.

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    Dunas parablicas

    Essas feies elicas fazem parte de um conjunto de dunas controladas, aparentemente, mais pelapresena de vegetao e umidade do que pela fora e direo do vento, em concordncia afirmativa deMcKEE (1979). A duna parablica possui sua face de deslizamento mergulhando em mais de umadireo, dependendo para isso da disponibilidade de partes de suas bordas estarem livres para migrar.Sua forma caracterstica pode variar de U at V, sendo seus braos aprisionados pela vegetao ouumidade e, seu nariz extremidade que migra segundo o sentido do vento. So registradas formas sim-tricas e assimtricas em termos de tamanho dos braos das dunas. As dunas parablicas apresentamdimenses variadas, sendo que as localizadas prximo sede municipal de Barreirinhas possuem largurasda ordem de 250 metros, altura mdia das cristas em torno de 10 metros e comprimento mdio de 90metros (figura 10).

    Essas dunas sugerem o registro das mudanas paleoclimticas ocorridas no Quaternrio, haja vistasua muito inexpressiva e efmera ocorrncia nos campos de dunas livres.

    Figura 8: Dunas de sombra na regio de Rio Novo.

    Cadeias de parablicas

    Correspondem s feies formadas por conjuntos de dunas parablicas ligados lateralmente e peloencurvamento de dunas transversais. Essas cadeias parablicas, com o comprimento em torno de 160metros, esto situadas nas pores mais meridionais ou interiores da plancie costeira, imediatamente frente dos campos de dunas parablicas fixas (figura 11). Atravs de observaes em fotografias areas,constata-se para essas cadeias larguras da ordem de at 2,5 km, e orientao segundo a direo N 35W, valores prximos dos encontrados para a orientao dos eixos de larguras das cadeias de dunasbarcanas ou barcanides dos campos de dunas livres. A gnese dessas cadeias parablicas est intima-mente ligada ao evento que proporcionou a fixao de cadeias de dunas barcanas ou barcanides.

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    Dunas transversais de crista reta (2D) e sinuosa (3D)

    Essas dunas correspondem s formas dominantes na poro mais interiorizada da plancie costeira eapresentam orientao semelhante das transversais livres. Suas dimenses alcanam larguras mximasde aproximadamente 280 metros, ou seja, valores muito prximos dos encontrados para as 2D e 3Dlocalizadas nas pores distais dos atuais campos de dunas livres da regio de Buriti Amarelo (figura 3).

    Figura 9: Trajetria do vento contornando a vegetao gerando uma duna de sombra (parte

    esquemtica adaptada de Hesp, 1981).

    Considerando-se que essas feies transversais representam as formas mais interiorizadas da rea,conseqentemente mais antigas do que todas as formas j descritas, acredita-se que suas dimensesoriginais so muito prximas e at maiores do que as presentes nas dunas da regio de Buriti Amarelo,sendo, ao longo do tempo, grande parte arrasada pela ao de processos erosivos. Assim, essas feiestransversasis, por apresentarem dimenses compatveis com dunas transversais presentes nas poresmedianas e distal do principal campo de dunas dos Lenois Maranhenses, so indicativas da existnciaprtrita de campos de dunas que poderiam possuir dimenses equivalentes aos atuais campos de dunaslivres (figura 12).

    O padro dessas feies transversais sobre sedimentos topograficamente mais elevados mostra quenessas reas elevadas a geometria transversal gradativamente vai sendo diluda at constituir uma super-fcie aproximadamente plana com pequenas ondulaes sem orientao aparente.

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    Figura 10: Campo de dunas parablicas fixas visto em fotografia area.

    Figura 11: Cadeias parablicas (P) e transversais fixas (T)

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    Lenis de areia sand sheets

    Os lenis de areia (FRYBERGER et al, 1983) correspondem s feies elicas mantiformes loca-lizadas na superfcie praial e orientadas segundo o sentido dos ventos dominantes, constituindo depsitosde carter efmero, em termos de tempo de residncia da areia. Os lenis de areia podem ser conside-rados como sendo a materializao de uma zona de alimentao ou de passagem de areia (bypassingzone).

    Figura 13: Esteiras de dunas da regio de Rio Novo onde observa-se a relao entre a forma

    da duna e a esteira produzida.

    Figura 14: Exemplo de feies de blow out presentes na regio de Buriti Amarelo.

    Esteiras de dunas

    As esteiras de dunas so arcos parablicos definidos na superfcie do terreno por semelhantesressaltos aos contornos de barlavento (FORTES, 1992). Essas feies so formadas quando da migra-o dos vrios tipos de dunas. Obedecem rigorosamente a um controle sazonal, visto que, durante os

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    meses de janeiro a junho, tem-se a estao chuvosa, quando ocorre a elevao do lenol fretico econseqente a fixao das dunas; no perodo de estiagem, julho a dezembro, ocorre o rebaixamento dolenol fretico e as dunas migram. Esse processo cclico deixa registrado as esteiras das dunas, formadasno somente pelos ressaltos como, tambm, por cristas e cavas ou baixios associados. Portanto, a sim-ples leitura do nmero de cristas ou cavas podem informar sobre o intervalo de tempo de migrao dasdunas (figura 13).

    Feies de eroso blow out

    Essas feies ocorrem nas extremidades laterais dos campos de dunas onde a vegetao foi tempo-rariamente recoberta pela areia. Com o corte do suprimento, a eroso pelo processo de deflao dorigem s feies de blow out que podem ter dimenses variadas (figura 14). Durante o perodo deestiagem, com o rebaixamento do lenol fretico, a deflao forma depresses que, durante a estao dechuvas, daro origem a lagos e eventualmente crregos.

    Consideraes finais

    A cobertura sedimentar do setor leste da plancie costeira do Estado do Maranho apresenta grandevariedade de feies elicas, tanto fixas quanto mveis. As particularidades geolgicas, climticas egeomorfolgicas da rea so constatadas como responsveis pelas diferentes formas de depsitos elicosdescritos neste trabalho.

    Por meio da anlise de fotografias areas, imagens de satlite e informaes de campo, foi possveldefinir um conjunto de feies elicas representado por dunas livres, dunas associadas vegetao,dunas fixas, esteiras de dunas e feies de eroso blow out.

    As formas livres apresentam carter dinmico, evoluindo para outras morfologias sob controle niti-damente sazonal.

    As dunas associadas vegetao do tipo nebkha e sombra esto concentradas, principalmente,prximo praia. Essas feies so sistematicamente soterradas durante o perodo de estiagem, quandoda maior disponibilidade de areia, podendo ser observadas durante o perodo de chuvas.

    As esteiras de dunas registram a migrao das dunas, deixando impressas as marcas basais dasfaces de barlavento que formam um tapete de cristas sinuosas de areia. A gnese dessas feies estrelacionada a interrupo do suprimento de areia.

    As feies de eroso blow out esto associadas s dunas livres com a presena de vegetao; sofeies efmeras, podendo ser soterradas por dunas posicionadas a sua retaguarda.

    Referncia Bibliogrfica

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