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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMECPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EMADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE
EM ADMINISTRAÇÃO
“AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DO CONTEÚDO DE UM SITE DE RELAÇÕES
COM INVESTIDORES: O CASO DA SOUZA CRUZ”
AAlleexxaannddrree ddaa SSiillvvaa FFuurrttaaddoo AAmmaarraall
OOrriieennttaaddoorr:: PPrrooffªª.. DDrrªª.. SSiimmoonnee BBaacceellllaarr LLeeaall FFeerrrreeiirraa
Rio de Janeiro, 02 de junho de 2006
2
“AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DO CONTEÚDO DE UM SITE DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES: O CASO DA SOUZA CRUZ”
ALEXANDRE DA SILVA FURTADO AMARAL
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração.Área de Concentração: Sistemas de Informação
ORIENTADOR: PROFª. DRª. SIMONE BACELLAR LEAL FERREIRA
Rio de Janeiro, 02 de junho de 2006.
3
“AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DO CONTEÚDO DE UM SITE DE RELAÇÕES COM INVESTIDORES: O CASO DA SOUZA CRUZ”
ALEXANDRE DA SILVA FURTADO AMARAL
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração.Área de Concentração: Sistemas de Informação
Avaliação:
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________________________
Profª. Drª. Simone Bacellar Leal Ferreira - Orientadora
_____________________________________________________
Profª. Drª. Maria Augusta Machado , Faculdades IBMEC
_____________________________________________________
Profª. Drª. Marie Agnes Chauvel, IAG – PUC - RJ
Rio de Janeiro, 02 de junho de 2006.
4
FICHA CATALOGRÁFICA
5
Dedicatória
À minha esposa e meu filho que sempre me dedicaram amor e carinho e são os meus pilares de sustentação;
Aos meus pais e irmã que moram no meu coração e torcem para me ver vencer;
Ao meu amigo Moysés que sempre esteve ao meu lado e tornou possível a realização desse sonho;
Aos meus avós, tios, primos e afilhadas que foram muito importantes em toda a minha vida.
6
Agradecimentos
À Professora Simone Bacellar, por ter me apoiado e incentivado até o fim;
Às Professoras Maria Augusta Machado e Marie Agnes Chauvel , por todo o apoio que
me deram e por terem aceitado participar dessa respeitosa banca;
Ao grande amigo Moysés, que tornou possível a realização desse trabalho;
A todos os amigos que estiveram sempre comigo.
7
Sumário:
Dedicatória........................................................................................................................ 5
Agradecimentos ................................................................................................................ 6
Índice de Figuras:............................................................................................................ 10
Resumo ........................................................................................................................... 12
Abstract ........................................................................................................................... 13
1. Introdução ................................................................................................................... 14
1.1.2. Objetivos da Pesquisa ........................................................................................... 15
1.1.2.1. Objetivo Final .................................................................................................... 15
1.1.2.2. Objetivos Intermediários.................................................................................... 15
1.2. Relevância da Pesquisa............................................................................................ 16
1.3 Limitações do Trabalho ............................................................................................ 16
1.4 Delimitações do Trabalho ......................................................................................... 17
2. Fundamentação Teórica: As Relações com Investidores............................................ 18
2.1 A necessidade da Informação para o investidor ....................................................... 18
2.1.1. Obrigação de divulgação de informações pelas companhias abertas ................... 20
2.2. Transparência........................................................................................................... 21
2.3. Diretor de Relações com Investidores ..................................................................... 22
2.4. A Área de Relações com Investidores ..................................................................... 22
2.4.1 Principais Atividades da Área de Relações com Investidores ............................... 23
2.4.2.Público ................................................................................................................... 25
2.4.3 Principais Ferramentas de Comunicação ............................................................... 26
2.4.4. Site de Relações com Investidores........................................................................ 26
2.5. Requisitos de avaliação de conteúdo de um site de Relações com Investidores ..... 28
2.5.1. Requisitos da Avaliação do Conteúdo do site de Relações com Investidores...... 28
2.5.1.1 Requisitos relacionados ao Conteúdo e Profundidade das Informações financeiras e não financeiras da companhia ................................................................... 29
8
2.5.1.1.1 Informações da Companhia ............................................................................. 29
2.5.1.1.1.2 Informações Corporativas............................................................................. 29
2.5.1.1.1.2.1 Histórico..................................................................................................... 29
2.5.1.1.1.2.2 Corpo executivo da Companhia................................................................. 30
2.5.1.1.1.2.3 Informações adicionais .............................................................................. 30
2.5.1.1.1.2 Relatórios Anuais.......................................................................................... 30
2.5.1.1.1.3 Demonstrações Financeiras .......................................................................... 30
2.5.1.1.1.4 Notícias Próprias........................................................................................... 31
2.5.1.1.1.5 Informações de Terceiros.............................................................................. 31
2.5.1.1.1.5.1 Preço de Ações........................................................................................... 31
2.5.1.1.1.5.2 Informações de Analistas........................................................................... 31
2.5.1.1.1.4.2 Informações de Agências de Notícias........................................................ 31
3. Fundamentação Teórica: Usabilidade......................................................................... 32
3.1 A qualidade da transparência da Interface com o usuário ........................................ 33
3.2 Usabilidade ............................................................................................................... 35
3.3 Requisitos.................................................................................................................. 36
3.3.1 Requisitos Funcionais: ........................................................................................... 36
3.3.2 Requisitos não funcionais ...................................................................................... 36
3.4 Requisitos Não-Funcionais de Usabilidade .............................................................. 37
3.4.1 Taxonomia de Usabilidade (Ferreira, 2002) .......................................................... 37
3.4.1.1 Requisitos Relacionados à Exibição da Informação ........................................... 38
3.4.1.2 Requisitos relacionados à entrada de dados........................................................ 46
4. Metodologia ................................................................................................................ 47
4.1. Método ..................................................................................................................... 48
4.2. Procedimentos para a Coleta de Dados.................................................................... 48
4.3. Análise e Tratamento dos Dados: ............................................................................ 49
4.4 Limitações do Método .............................................................................................. 49
9
5. Análise da usabilidade e do conteúdo do site de Relações com Investidores da Souza Cruz................................................................................................................................. 50
5.1. Análise do conteúdo do site de Relações com Investidores da Souza Cruz ............ 50
5.2 Análise da Usabilidade do site de Relações com Investidores da Souza Cruz......... 60
6. Conclusões e Recomendações para Trabalhos Futuros .............................................. 81
6.1. Conclusões ............................................................................................................... 81
6.2. Recomendações para Trabalhos Futuros ................................................................. 82
7. Referências Bibliográficas .......................................................................................... 83
10
Índice de Figuras:
Figura 1: Tela da página do Histórico da Companhia .................................................... 52
Figura 2: Tela da página do Corpo Executivo da Companhia....................................... 53
Figura 3: Tela da página de Atendimento aos acionistas................................................54
Figura 4: Lista de Relatórios Anuais .............................................................................. 55
Figura 5: “Hotsite” do Relatório Anual de 2004 ............................................................ 56
Figura 6: Tela da página de Desempenho da empresa.................................................... 57
Figura 7: Preço das ações no site .................................................................................... 58
Figura 8: Tela da primeira página do site ....................................................................... 61
Figura 9: Tela da página “Composição acionária”..........................................................62
Figura 10: Tela da página “Atendimento aos acionistas”............................................... 63
Figura 11: Tela da página “Atendimento aos acionistas” com a imagem das cotações da
empresa............................................................................................................................64
Figura 12: Tela da página “Governança Corporativa” que não exibe a imagem da
cotação da companhia ..................................................................................................... 65
Figura 13: Tela da página “Calendário de eventos” que não exibe a imagem da cotação
da companhia .................................................................................................................. 66
Figura 14: Tela da página de “Atendimento aos acionistas”, onde aparece o sub-link do
menu “Calendário de Eventos”....................................................................................... 67
Figura 15: Tela da página de “Atendimento aos acionistas”, sem aparecer o sub-link
“Calendário de Eventos”................................................................................................. 68
11
Figura 16: Tela da página “Simulador de Investimentos” .............................................. 69
Figura 17: Tela da página “Gráfico comparativo de investimentos”, item distinto da
página “Simulador de investimentos”............................................................................. 70
Figura 18: Tela que mostra a mudança de aparência do menu, um feedback positivo ao
usuário............................................................................................................................. 72
Figura 19: Tela da página “Simulador de investimentos”, sem efeito dos erros na
simulação ........................................................................................................................ 73
Figura 20: Tela da página “Governança Corporativa”, com os documentos adicionais 75
Figura 21: Uso de janelas distintas para exibição de diferentes informações................. 78
12
Resumo
Com a crescente necessidade de divulgação de informações pelas companhias abertas
nacionais, o site de Relações com Investidores se torna uma ferramenta imprescindível
de comunicação para a empresa.
Diante disso, aumentam as preocupações com a qualidade do conteúdo e das interfaces
desses sites, e com as facilidades proporcionadas aos usuários para terem acesso às
informações, atributos estudados e identificados através da análise da sua usabilidade e
do seu conteúdo.
Este trabalho buscou analisar o conteúdo e a usabilidade do site de Relações com
Investidores da Souza Cruz, procurando avaliar se tais atributos estão sendo atendidos.
Os resultados revelam a importância do atendimento aos atributos de usabilidade e de
qualidade do conteúdo, no sentido de garantir máxima eficiência na divulgação das
informações da empresa pelo site.
Palavras-chave: Usabilidade, Internet, Relações com Investidores, Site de Relações com
Investidores, Divulgação de Informação.
13
Abstract
With the need to make company information more wildly available, the Investor
Relations site becomes to the national public companies an essential tool of
communication.
In light of that, the attention to the quality of the content and the visual interface is
increased to provide facilities for users to access the information, attributes studied and
identified through the analysis of its usability and its content.
This work attempted to analyze the content and usability of the Investor Relations site
of Souza Cruz, assessing whether such attributes are being used correctly.
The results show the importance of being concerned with the attributes of usability and
quality of the content, with the objective of maximizing the efficient release of company
information through the Investor Relations site.
Key words: Usability, Internet, Investor Relations, Investor Relations site, Release
Information.
14
1. Introdução
A necessidade de divulgação de informações ao mercado pelas companhias abertas
nacionais, advindas das melhores práticas de governança corporativa, imposições legais
e regulatórias, gerou a necessidade de maior transparência das informações das
companhias abertas nacionais (CVM, 2002), (IBGC, 2004).
Em consonância com essa transparência, se encontram os websites corporativos, que
procuram se aproveitar de todos os recursos que a tecnologia da Internet permite, no
sentido de divulgar mais adequadamente suas informações aos seus diversos públicos
[http_4].
Nesse contexto, os sites de Relações com Investidores ocupam um lugar de destaque no
que tange às informações necessárias aos agentes do mercado financeiro [http_1]. Sejam
eles, analistas, investidores ou órgãos reguladores de mercado, cada qual procurando um
determinado tipo de informação (Mahoney, 1997).
Analogamente ao Relatório Anual das companhias abertas, o site de Relações com
Investidores é um canal de comunicação eficaz e um instrumento de informação aos
investidores, que visa tornar atraentes as ações da companhia e valorizá-las perante o
mercado (Lauretti, 2003).
15
1.1.2. Objetivos da Pesquisa
1.1.2.1. Objetivo Final
Com a finalidade de entender melhor como um site de Relações com Investidores se
utiliza das potencialidades de comunicação, interatividade e tecnologia disponível, o
presente trabalho, de caráter exploratório, tem como principal objetivo fazer uma
análise da usabilidade e do conteúdo de um site de Relações com Investidores de uma
companhia aberta brasileira, a Souza Cruz, listada no Índice Bovespa – Ibovespa, o mais
importante indicador do desempenho médio das cotações do mercado de ações
brasileiro [http_2].
1.1.2.2. Objetivos Intermediários
Para se alcançar o objetivo final, os seguintes objetivos intermediários deverão ser
atingidos:
1. Realizar um levantamento bibliográfico a fim de elaborar um embasamento teórico
sobre Relações com Investidores, governança corporativa, divulgação de informações
de companhias abertas nacionais, sites de Relações com Investidores, análise de
conteúdo de um site de Relações com Investidores e análise da usabilidade de sites;
2. Estudar a questão de usabilidade de sites, em particular a taxonomia de requisitos não
funcionais de Usabilidade, proposta por Ferreira e Leite (Ferreira, 2003);
3. Estudar os critérios de análise de conteúdo que serão utilizados na pesquisa, em
particular os requisitos de avaliação de conteúdo de sites de Relações com Investidores
utilizados na premiação dos cinco melhores sites de Relações com Investidores da
consultoria da MZ-Consult [http_3];
4. Selecionar uma companhia no Índice Bovespa – Ibovespa;
16
5. Analisar e avaliar o conteúdo do site de Relações com Investidores da Souza cruz,
empresa escolhida, com base nos requisitos de avaliação e análise de conteúdo da
premiação dos cinco melhores sites de Relações com Investidores da consultoria MZ-
Consult [http_3].
6. Analisar e avaliar a usabilidade dos sites de Relações com Investidores da Souza
Cruz, empresa escolhida, com base na taxonomia de requisitos não funcionais de
usabilidade, proposta por Ferreira e Leite (Ferreira, 2003).
1.2. Relevância da Pesquisa
A relevância desse trabalho se justifica, devido ao pouco estudo sobre usabilidade e
análise de conteúdo de sites de Relações com Investidores no Brasil e da importância
desse instrumento de informações para as companhias abertas [http_1].
1.3 Limitações do Trabalho
O trabalho se limitará a analisar e avaliar a usabilidade e o conteúdo de um site de
Relações com Investidores da lista do Índice Bovespa – Ibovespa.
O fato da análise e da avaliação terem sido feitas apenas por uma pessoa, o autor, limita
esse trabalho. Além disso, se trata de pequena amostra do mercado, podendo não ser
representativa como cenário mais abrangente.
A escolha da avaliação de apenas um site de Relações com Investidores foi proveniente
do limitado prazo de término dessa dissertação.
17
1.4 Delimitações do Trabalho
Esse trabalho será delimitado pela análise da usabilidade e do conteúdo do site da Souza
Cruz, segundo critérios da taxonomia de requisitos não funcionais de usabilidade,
proposta por Ferreira e Leite (Ferreira, 2003) e nos requisitos de avaliação e análise de
conteúdo da premiação dos cinco melhores sites de Relações com Investidores da
consultoria MZ-Consult [http_3].
18
2. Fundamentação Teórica: As Relações com Investidores
2.1 A necessidade da Informação para o investidor
O investidor está sempre à procura de ativos financeiros e reais que garantam o maior
retorno de seus recursos. Antes da escolha de onde investir o seu capital é necessário
uma completa investigação das possibilidades que o futuro negócio poderá proporcionar
(Ferreira, 2000).
O objetivo é fornecer ao investidor o conhecimento necessário sobre o bem que ele
adquirirá. Através de pesquisa aprofundada, ele tomará ciência de fatos que
influenciarão na escolha de seus investimentos (Ferreira, 2000).
Diante disso, o investidor deseja obter todas as informações que cercam o negócio, tanto
aquelas sobre a situação econômica, financeira e patrimonial da empresa, quanto às de
cunho estratégico e administrativo (Ferreira, 2000). Vantagens competitivas, pontos
fortes e fracos do empreendimento serão associados aos itens supracitados para
aceitação de que o investimento é vantajoso (Ferreira, 2000).
Nesse sentido, as companhias de capital aberto devem disseminar suas informações de
forma a atrair tais investidores, demonstrando informações úteis que evidenciem a
qualidade de seu negócio (Silva, 2005). A interpretação de tais informações garantirá ou
não a atratividade da empresa para o investidor (Silva, 2005).
Neste quadro, a qualidade da informação se torna valiosa para garantir a adequada
interpretação dos investidores (Silva, 2005). Elas os provêm com subsídios para análise
coerente da empresa (Ferreira, 2000). Portanto, a sua evidenciação acurada,
compreensível e disseminada no momento mais oportuno, gera uma forte influência na
decisão de investimento e na confiança do negócio (Ferreira, 2000).
19
Além dos investidores, as informações devem ser adequadas a outros agentes do
mercado de capitais que influenciam as decisões dos investidores, tais como, analistas,
gestores de fundos e corretoras (Ferreira, 2000) (Mahoney, 1997).
O mercado de capitais funciona com eficiência quando dispõe de dados suficientes e
adequados para que os seus agentes possam fixar o preço justo das emissões negociadas
publicamente (Mahoney, 1997). A combinação da comunicação efetiva com o
desempenho da companhia pode resultar em uma maior atratividade de seus títulos, não
se esquecendo da adequação a legislação vigente e às práticas de governança
corporativa que criam o arcabouço regulatório necessário à credibilidade desse mercado
(Araújo, 2004).
O mercado de capitais é o meio pelo qual as companhias abertas operam seus recursos
com o objetivo de financiamento de seus complexos industriais, compra de máquinas e
equipamentos e obtenção de sócios e parcerias, que garantirão a capitalização de seus
empreendimentos (Lameira, 2000). Seja através de emissão de ações ou títulos de renda
fixa (títulos que garantem o alongamento de dívidas das empresas) (Lameira, 2000).
Com o crescimento do mercado de capitais como uma das formas de financiamento das
companhias abertas, criou-se uma maior necessidade das empresas disseminarem suas
informações de forma a atraírem mais investidores (Araújo, 2004). Em 2005, houve um
crescimento de 142% de ofertas públicas das companhias em relação a 2004, no Brasil
[http_6].
Estar presente no mercado de capitais, portanto, é vantajoso para as companhias, porque
torna viáveis projetos que necessitariam de muito crédito e elevado custo de capital
(Lameira, 2000). Por outro lado, também é vantajoso para os investidores que queiram
20
participar do risco do empreendimento cujos retornos serão maiores que as taxas de
juros em outros tipos de aplicações (Lameira, 2000).
2.1.1. Obrigação de divulgação de informações pelas companhias abertas
A regra de sigilo era um dos pressupostos constantes na Lei de 1940 que regia as
companhias abertas brasileiras até a criação da Lei das Sociedades Anônimas de 1976
(Carvalhosa, 1997). Poucas eram as informações obrigatórias dadas ao mercado de
capitais: divulgação dos dados básicos de caráter patrimonial e sua mutação no
exercício social. Imperava a relutância dos administradores em divulgarem informações,
que, para eles, trariam prejuízos a corporação frente às companhias concorrentes
(Carvalhosa, 1997).
O crescimento da importância do mercado de capitais para as companhias e seu público
investidor exigiria um maior controle e prevenções legais contra possíveis transações
fraudulentas. O dever de divulgar surgiu como norma de interesse público; “a
publicidade dos fatos seria a melhor proteção ao mercado” (Lamy, 1976).
A evolução das legislações posteriores como a Lei das Sociedades Anônimas de 1976,
trouxe à tona a preocupação dos legisladores da necessidade de prestação de contas por
parte das companhias abertas. Nessa Lei, seu Artigo 157 disciplina as companhias a
prestarem informações ao mercado continuamente (Carvalhosa, 1997) (Parente, 2005).
As companhias, a partir 1976, passaram a ter que prestar informações por ofertarem
permanentemente títulos ou valores mobiliários no mercado de capitais, como meio de
acompanhamento da vida da sociedade e de sua gestão (Carvalhosa, 1997) (Parente,
2005).
21
O compromisso com a divulgação de informações, a obediência às leis em vigor e os
controles necessários levou ao surgimento em 1976 da Comissão de Valores
Mobiliários – CVM. Autarquia criada a partir da Lei nº 6.385/76 para fiscalizar e
regulamentar as companhias abertas (Parente, 2005).
A partir de então, o mercado de capitais brasileiro teria uma autarquia com poderes
legais, fiscalizando e buscando a verdade dos fatos. Incumbida de apurar e punir
práticas e atos ilegais dos participantes do mercado, além de normatizadora da
divulgação de informações (Lamy, 1976).
O direito à informação, se tornava imprescindível para a eficiência do mercado de
capitais, irrenunciável aos acionistas. As informações devem ser prestadas e exigidas de
acordo com a lei, sob pena de processos judiciais (Parente, 2005). O bom andamento e a
eficiência do mercado dependem de informações. “A falta de informação é igual à
divulgação de uma informação falsa” (Lamy, 1976).
2.2. Transparência
Em consonância com o dever de informar, a transparência (disclosure) se apresenta
como forte característica das companhias para garantir a abrangência da comunicação
institucional com o mercado (Lauretti, 2003). A transparência faz parte dos quatro
pilares de sustentação das melhores práticas de governança corporativa. Os outros
pilares são a eqüidade, a prestação de contas e a sustentabilidade (Lauretti, 2003).
Além do dever legal e regulatório de informar, as companhias devem cultivar o desejo
de disseminar espontaneamente as suas informações (IBGC, 2004). Utilizando de
franqueza e precisão nos dados divulgados, os agentes de mercado têm uma visão mais
abrangente do universo da companhia (ABRASCA, 2005) (Lauretti, 2003).
22
A comunicação espontânea das informações, além de resultar em maior credibilidade
das empresas têm o sentido de permitir às companhias um maior acesso a capitais vitais
para o seu desenvolvimento (ABRASCA, 2005).
Porém, existe um limite para a transparência das companhias, segredos vitais que não
devem ser divulgados (Lauretti, 2003). A divulgação de determinados estudos e
planejamentos estratégicos poderia conduzir os concorrentes a um melhor
posicionamento de mercado, e com isso afetar o desenvolvimento da corporação
(ABRASCA, 2005).
2.3. Diretor de Relações com Investidores
A evolução no sentido do compromisso pela divulgação de informações, levou à criação
legal do Diretor de Relações com mercado na administração da companhia aberta, mais
tarde renomeado para Diretor de Relações com Investidores (BOVESPA, 2001).
Cabe ao Diretor de Relações com Investidores a tarefa de centralizar em si a
comunicação e divulgação das informações da companhia aos órgãos reguladores
competentes, e ao mercado de capitais [http_6].
2.4. A Área de Relações com Investidores
A principal função da Área de relações com Investidores é dar credibilidade às
informações da companhia e melhorar o seu relacionamento com potenciais e atuais
acionistas, investidores e analistas (Ferreira, 2000).
O valor da empresa será avaliado pela confiança nas informações disseminadas por ela
ao mercado, por isso a necessidade de um relacionamento que preze pela comunicação
adequada e coerente de suas informações. É de suma importância a contínua
23
disseminação de informações sobre seu desempenho e perspectivas, evitando rupturas
na comunicação e permitindo análises bem fundamentadas (Ferreira, 2000).
Diante disso, as informações qualificadas têm o papel de conseguir a avaliação justa do
valor dos títulos, tornando-os mais atraentes (Mahoney, 1997). Para isso, a Área de
Relações com Investidores deve interagir com outras áreas operacionais da empresa, tais
como Contabilidade, Planejamento, Comunicação, Marketing e Finanças, coordenando
a prestação de informações da companhia com o seu público alvo [http_1].
2.4.1 Principais Atividades da Área de Relações com Investidores
As principais atividades da Área de Relações com Investidores são estratégicas para as
companhias abertas. A área tem a responsabilidade de estreitar o vínculo com os
investidores atuais ou potenciais, além de ser o principal meio de comunicação entre as
companhias e os órgãos reguladores de mercado (BOVESPA, 2001) [http_6].
Suas principais atividades são as seguintes:
1- Divulgação de Informações Obrigatórias
Cabem as relações com investidores divulgarem informações obrigatórias da
companhia, exigidas por Lei, pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM, pelas
Bolsas de Valores e pelas demais entidades reguladoras de mercado (Bovespa, 2001).
2- Relacionamento com Órgãos Reguladores
A Área de Relações com Investidores deve estar sempre em contato com os órgãos
reguladores que estabelecem normas e padrões para que as companhias divulguem
informações mínimas essenciais para o bom andamento do mercado e para o exercício
de suas atividades (Bovespa, 2001).
24
3 - Divulgação de Informações Voluntárias ao Mercado
As informações voluntárias são aquelas que não estão previstas em leis ou normas de
regulação do mercado. A sua divulgação por parte das relações com investidores
contribui para o aumento da credibilidade da companhia perante o público (Bovespa,
2001).
4 - Monitoração dos Serviços aos Acionistas e respectivas Assembléias
Cuidar da monitoração dos serviços aos acionistas, no atendimento e prestações de
informações, além do cumprimento das exigências legais quanto à organização das
assembléias de acionistas (Bovespa, 2001).
5 - Relacionamento com as Bolsas de Valores
A Área de Relações com Investidores deve manter contato regular com as Bolsas de
Valores (local de negociação de ações títulos mobiliários das empresas) no sentido de
prestar as informações que capacitem suas companhias a operarem seus ativos nesses
mercados. As Bolsas de Valores podem, por lei, exigir mais informações além daquelas
já requisitadas pelos órgãos reguladores. Por esse motivo a Área de Relações com
Investidores devem estar sempre em contato com esses mercados, para que suas
negociações não sejam suspensas por falta de informação ou documentação (Bovespa,
2001).
25
6 - Reuniões com Analistas de Investimento, Acionistas e Investidores Potenciais
Cabe à Área de Relações com Investidores manter relacionamento com analistas,
acionistas e investidores, fornecendo informações para que se possa fazer a melhor
avaliação da companhia. Esse tipo de relacionamento estreita os vínculos entre a
companhia e os agentes de mercado, garantindo maior confiabilidade nas avaliações
(Bovespa, 2001) (Mahoney, 1997).
7 - Acompanhamento das Avaliações feitas sobre a companhia
A Área de Relações com Investidores deve acompanhar as avaliações feitas pelo
mercado sobre sua empresa e seus títulos negociáveis. A informação vinda dos analistas
servirá para essa área entender as expectativas do mercado e descobrirem formas de
atração de seus títulos. Isso é importante para o processo de tomada de decisões
estratégicas da empresa (Mahoney, 1997).
8 - Relacionamento com a Imprensa
A imprensa tem aspecto importante no processo de decisão de investimento, devido ao
alcance de suas informações ao público em geral. Cabe a Área de Relações com
Investidores dar subsídios para que as reportagens e matérias sobre finanças e mercado
de capitais contenham informações precisas sobre a respectiva companhia (Bovespa,
2001) (Mahoney, 1997).
2.4.2.Público
A Área de Relações com investidores têm como públicos principais: analistas de
compra e venda, acionistas, diretoria, conselho de administração da companhia,
26
corretoras de valores mobiliários, órgãos reguladores, bolsas de valores, mercados de
balcão, investidores e potenciais investidores (Mahoney, 1997) (Bovespa, 2001).
2.4.3 Principais Ferramentas de Comunicação
As principais ferramentas de comunicação com o público da Área de Relações com
Investidores são: websites, relatórios anuais, imprensa, informativos impressos,
teleconferências, reuniões individuais com agentes do mercado, reuniões com analistas
e investidores, e-mail e visitas a diversas instituições de mercado [http_1].
2.4.4. Site de Relações com Investidores
A necessidade de disseminação imediata e contínua de informações ao mercado faz do
website corporativo ferramenta valiosa de divulgação de informações para as
companhias abertas, aumentando seu poder de comunicação. (Lauretti, 2003).
Os websites da Área de Relações com Investidores foram considerados pelos agentes de
Relações com Investidores, a principal ferramenta de comunicação com o mercado
[http_1]. Até o surgimento de facilidades de comunicação como a internet, as fontes
principais de informações sobre as companhias abertas eram dos analistas de
investimentos e corretoras (Mahoney, 1997).
Com o surgimento de informações on-line, os próprios investidores passaram a utilizar
seus modelos de investimentos informatizados para tomar decisões. As corretoras e
analistas continuam os seus trabalhos de análise, porém detendo as mesmas informações
que qualquer investidor que acesse o site da empresa e outros dados setoriais.
(Mahoney, 1997).
Com isso as empresas estão investindo cada vez mais na divulgação e disseminação de
suas próprias informações, diretamente ao público investidor, na medida em que os
27
próprios investidores procuram diretamente às empresas através dos sites de Relações
com Investidores. As informações das empresas são fontes mais seguras que
informações vindas de outros meios (Mahoney, 1997) [http_4].
Além disso, a internacionalização do investimento e a evolução da tecnologia tornam os
mercados de capitais verdadeiramente globais. Investidores podem investir em qualquer
país desejado. A evolução da tecnologia permite que as informações sejam alcançadas
por qualquer investidor. Os sites de Relações com Investidores se enquadram nessa
tecnologia e se tornam ferramentas potentes de aproximação com esses investidores
(Mahoney, 1997).
Na nova era de mercados mundiais, o site de Relações com Investidor se torna um
importante centralizador de informações para acionistas e agentes do mercado
financeiro, pois ele oferece cada vez mais informações que contribuem para uma boa
análise da companhia. A centralização da informação nesses websites garante qualidade
e credibilidade da informação, além da possibilidade de oferecer informações
adicionais, incluindo apresentações multimídia, transcrições de apresentações de
diretoria, decisões das empresas e documentos de transparência (disclosure). Os bons
websites de Relações com Investidores devem adotar interfaces simples para que o
usuário não perca tempo no acesso às informações chaves que necessitam [http_4].
28
2.5. Requisitos de avaliação de conteúdo de um site de Relações com Investidores
O conteúdo de um site de Relações com Investidores lida essencialmente com a
qualidade e a necessidade de disseminação de informações de uma companhia,
imprescindível para o acompanhamento por parte de seus investidores.
A análise do conteúdo do site de Relações com Investidores da empresa Souza Cruz foi
feita com base na adaptação dos critérios de avaliação de sites de Relações com
Investidores desenvolvida pela consultoria MZ-Consult [http_3] em sua premiação dos
cinco melhores sites de Relações com Investidores [http_3].
2.5.1. Requisitos da Avaliação do Conteúdo do site de Relações com Investidores
I. Requisitos relacionados ao Conteúdo e Profundidade das Informações
financeiras e não financeiras da companhia
Informações da Companhia
Informações corporativas
Histórico da companhia
Corpo executivo da companhia
Informações adicionais
Relatórios Anuais
Demonstrações Financeiras
Notícias Próprias
Informações de Terceiros
29
Preço de Ações
Informações de analistas
Informações de agências de notícias
2.5.1.1 Requisitos relacionados ao Conteúdo e Profundidade das Informações financeiras e não financeiras da companhia
O conteúdo de um bom site de Relações com Investidores é caracterizado pela sua
quantidade de informações financeiras e corporativas, e pelo histórico dessas
informações. A plena abrangência desses itens é facilitada pela ilimitada capacidade de
armazenamento e estruturação que a Internet permite. [http_3].
2.5.1.1.1 Informações da Companhia
As informações da companhia envolvem tanto as próprias quanto as provenientes de
terceiros, cobrindo os aspectos mais relevantes da empresa que tratam do conhecimento
da organização e itens relacionados a negócios e finanças (Lauretti, 2003).
2.5.1.1.1.2 Informações Corporativas
2.5.1.1.1.2.1 Histórico
Para que o usuário possa conhecer melhor a organização, e deseje investir nesse ativo
financeiro é de muita valia que ele possa confrontar as expectativas futuras com as
realizações passadas. Sabendo o que a empresa já realizou anteriormente, garante-se
maior segurança ao investimento (Lauretti, 2003).
30
2.5.1.1.1.2.2 Corpo executivo da Companhia
O conhecimento do corpo de executivos da companhia serve como forma de
acompanhamento da vida da sociedade e de sua gestão, preconizada pelo dever de
prestar contas (Carvalhosa, 1997). Por isso, o site de Relações com Investidores deve
fornecer material suficiente para que o usuário possa conhecer o corpo executivo da
companhia e suas deliberações.
2.5.1.1.1.2.3 Informações adicionais
A evidenciação de informações adicionais segue as regras de transparência que cultivam
o desejo de disseminar espontaneamente as informações da companhia (IBGC, 2004),
comunicações e textos adicionais, criam riqueza de conteúdo ao site e aumentam o
horizonte de informação ao usuário, permitindo um maior conhecimento da companhia
(Lauretti, 2003).
2.5.1.1.1.2 Relatórios Anuais
O relatório anual é uma importante ferramenta de comunicação das companhias, sendo
o único periódico de divulgação obrigatória por meio de jornais de grande circulação
(Lauretti, 2003). Sua abrangência de comunicação, cobrindo os mais relevantes aspectos
da empresa, faz dele um documento de consulta único (Lauretti, 2003).
2.5.1.1.1.3 Demonstrações Financeiras
As demonstrações financeiras permitem que o investidor possa compreender a estrutura
patrimonial da companhia e acompanhar a sua situação financeira, observando aspectos
que demonstram a qualidade da gestão (Costa, 2004).
31
2.5.1.1.1.4 Notícias Próprias
As notícias próprias evidenciam as informações voluntárias próprias, mais recentes, de
acontecimentos dentro do universo da empresa e de seu ambiente, valorizando a
informação divulgada pela companhia (Bovespa, 2001).
2.5.1.1.1.5 Informações de Terceiros
As informações de terceiros são importantes balizadores das informações constantes no
site de Relações com Investidores, além de servirem como entendimento de como o
mercado vê a empresa [http_3].
2.5.1.1.1.5.1 Preço de Ações
O preço de ações é um informativo atualizado com os preços dos ativos financeiros da
companhia, nos mercados onde eles são negociados [http_3].
2.5.1.1.1.5.2 Informações de Analistas
As informações de analistas permitem ao investidor entender as expectativas do
mercado em relação à companhia. Os analistas fazem recomendações ou não à compra
de ativos da empresa e acompanham tudo que gira ao seu redor, por isso, são
importantes balizadores para o investidor (Mahoney, 1997) (Lauretti, 2003).
2.5.1.1.1.4.2 Informações de Agências de Notícias
As informações de agências de notícias enriquecem e aumentam a transparência das
informações da companhia, sua disponibilização no site, demonstra um caráter neutro
da companhia em relação às matérias publicadas (Mahoney, 1997).
32
3. Fundamentação Teórica: Usabilidade
O crescimento mundial do uso da Internet como fonte de informações criou a
necessidade entre as empresas de procurarem explorar ao máximo essa tecnologia no
atendimento de suas necessidades (http_5) (Mahoney, 1997). Cada vez mais a Internet
se entranha nas corporações, se tornando fator chave de competitividade (Ferreira,
2002).
A Internet permite às empresas proporem novos posicionamentos estratégicos,
usufruindo do crescimento da tecnologia em prol de seu desenvolvimento. A sua
utilização aumenta a eficácia corporativa através da facilitação e crescimento na
velocidade de troca de informações (Porter, 1999).
Com o mérito de disseminar informações para diferentes públicos interessados no
mesmo conteúdo ao mesmo tempo, a Internet também se torna um importante canal de
marketing para as empresas. As corporações que não acompanharem a velocidade
tecnológica podem ter como conseqüência uma perda gradual de mercado. (Ferreira,
2003) (Lauretti, 2003).
Para que o público possa usufruir desse disseminador de informação, as empresas
devem estar atentas a características que facilitem encontrar a informação desejada. O
usuário que entra em um site não quer ficar perdido, ele normalmente quer realizar uma
tarefa com facilidade (Nielsen, 2000).
O usuário tem que ter a satisfação garantida rapidamente, encontrando o que procura em
poucos segundos. Muitos websites concorrem pelo seu tempo e sua atenção. A
usabilidade ganha importância nesse cenário. Facilitando o cliente a desempenhar o que
ele realmente procura no site, suas tarefas úteis (Nielsen, 2000).
33
A usabilidade requer que os sites sejam fáceis de serem utilizados, seguindo convenções
de design, facilitando a sua memorização e não provocando erros. Como a maioria dos
sites conta apenas com uma pequena porcentagem do tempo on-line do usuário é
necessário que ele crie uma boa impressão para que o usuário queira retornar sempre
que deseje realizar alguma tarefa ou consultar alguma informação útil (Nielsen, 2000)
(Nielsen 2002).
Portanto, a usabilidade é uma característica importante para o sucesso do website,
garantindo sua plena utilização. Sua tarefa é conseguir satisfazer as necessidades do
usuário, facilitando a compreensão e desempenhando eficientemente as tarefas que o
usuário pretende executar (Nielsen, 2000) (Nielsen, 2002).
3.1 A qualidade da transparência da Interface com o usuário
A interface gráfica do site é a primeira coisa que o usuário observa, sendo bem
planejada, consegue fazer com que o usuário consiga interpretar os objetivos do site e
garanta credibilidade à suas informações (Nielsen, 2000) (Nielsen, 2002) (Fichter,
2005). Portanto, ela deve ser estruturada de forma a espelhar as tarefas dos usuários e
suas visões de espaço e informação (Nielsen, 2000) (Nielsen, 2002).
Por isso, a preocupação é que a interface seja bem planejada e direcionadora das
informações, as exibindo de forma eficiente (Domingues, 2001). O desenvolvimento da
interface deve levar em consideração a facilidade do usuário encontrar a informação
desejada, privilegiando mais as suas necessidades do que os aspectos gráficos
(Domingues, 2001).
Seguindo essas considerações, a interface seria tão transparente que o usuário não
perceberia a sua existência (Domingues, 2001, apud Norman, 1992). Seria tão simples,
34
ao ponto dos usuários a manejarem com facilidade e encontrarem as informações que
anseiam, não necessitando de manuais para operá-las (Domingues, 2001).
As interfaces foram evoluindo de forma a melhor atender às necessidades e percepções
dos usuários da tecnologia (Domingues, 2001). Nesta evolução, alguns recursos foram
sendo incorporados para facilitarem a interação do homem com a máquina (Domingues,
2001) (Ferreira, 2003).
O uso de recursos gráficos teve uma grande contribuição para isso, as interfaces
passaram a ser denominadas por GUI, abreviação para Graphical User Interface ou
Interface Gráfica (Domingues, 2001). Foi natural à passagem para esse tipo de interface.
A absorvição da informação através de recursos visuais é mais imediata para o homem,
aumentando o seu nível de aprendizado (Domingues, 2001).
Porém, para que a interface consiga ser clara e objetiva na entrega da informação
desejada, ela deve atender aos requisitos de usabilidade nas interações com o sistema
(Ferreira, 2003). Não apenas contando com recursos visuais que podem aumentar a sua
complexidade na transmissão das mensagens, mas facilitando essa interação entre
usuário e máquina (Ferreira, 2003).
35
3.2 Usabilidade
A qualidade de interação entre a interface de um sistema e os seus usuários pode ser
avaliada pela usabilidade (Nielsen, 2000) (Nielsen, 2002).
O respeito à usabilidade capacita o usuário a realizar facilmente suas tarefas associadas
ao uso e navegação do sistema (Guenther, 2003).
Alguns critérios descritos abaixo podem ser utilizados nessa avaliação:
• Sistema centrado no usuário (Ferreira, 2003).
• “Facilidade da navegação no website” (Guenther, 2003);
• “Habilidade de completar as tarefas com o menor número de cliques
possíveis” (Guenther, 2003);
• “Apelo visual de fácil compreensão” (Guenther, 2003);
• “Apropriado nível de interação, facilitando a execução das tarefas” (Guenther,
2003).
A usabilidade dos sites pode ajudar a transformar linguagens técnicas computacionais
em outras naturais ao ser humano, facilitando a digestão das informações na web e
tornando a navegação mais clara e objetiva, atendendo aos anseios do usuário (Ferreira,
2003) (Domingues, 2001).
36
3.3 Requisitos
A prioridade para quem planeja e projeta um website é atender ao público que ele
almeja, com máxima eficiência e objetividade possível (Guenther, 2003). Um site que
não atende aos anseios de quem o visita, tende a ter um declínio de sua audiência, não
conseguindo cultivar seus visitantes (Guenther, 2003).
Para atender ao seu público é fator fundamental na construção de um website a
definição de seus requisitos. Eles impactam fortemente a qualidade final do sistema e é
de extrema importância que sejam bem planejados (Ferreira, 2003).
Os requisitos são classificados como funcionais ou não funcionais (Ferreira, 2003).
3.3.1 Requisitos Funcionais:
Requisitos relacionados com as funcionalidades do sistema, ou seja, diz respeito às suas
funções (Ferreira, 2003).
3.3.2 Requisitos não funcionais
Os requisitos não funcionais estão diretamente relacionados à qualidade do sistema
(Ferreira, 2003). Eles são responsáveis pela facilidade do uso do sistema pelos usuários
e estão vinculados aos elementos de interação humana (Ferreira, 2003).
Consequentemente, no planejamento do site, deve ser dada uma atenção especial aos
requisitos não funcionais. Negligenciar os aspectos de qualidade pode ser fator decisivo
de insucesso do site (Ferreira, 2003).
De acordo com a taxonomia proposta por Ferreira e Leite (Ferreira, 2003) os requisitos
não funcionais podem ser agrupados em duas categorias: requisitos relacionados à
37
exibição da informação e relacionados à entrada de dados (Ferreira, 2003, apud
Pressman, 1992).
3.4 Requisitos Não-Funcionais de Usabilidade
Para a análise dos requisitos não-funcionais de usabilidade foi utilizada a taxonomia
desenvolvida por Ferreira e Leite (Ferreira, 2003).
3.4.1 Taxonomia de Usabilidade (Ferreira, 2002)
I. Requisitos Relacionados à Exibição da Informação
Consistência
Apresentação Visual
Comportamentos Inesperados
Uso de diversos nomes ou ícones para um mesmo assunto
Uso de um mesmo nome ou ícone para funções diferentes
Feedback
Níveis de habilidade e Comportamento Humano
Uso de Recursos visuais
Uso de outras facilidades
Percepção Humana
Uso adequado da combinação de cores
Uso adequado da personalidade da empresa
Metáforas
38
Minimização da carga de memória
Eficiência no diálogo, movimento e pensamentos
Classificação funcional dos comandos do menu
Manipulação direta
Exibição apenas da informação relevante ao contexto
Uso de Rótulos, abreviações e mensagens claras
Uso adequado de janelas
II. Requisitos Relacionados à Entrada de Dados
Mecanismos de ajuda
Prevenção de erros
Tratamento de Erros
3.4.1.1 Requisitos Relacionados à Exibição da Informação
Para a construção de interfaces eficientes é necessário considerar alguns pontos
importantes para que suas informações consigam ter uma apresentação clara e completa
(Ferreira, 2003).
39
1. Consistência
A frustração causada no usuário por ações inesperadas no sistema ou diferentes
apresentações visuais pode ser evitada através da preocupação com a consistência do
website, no processo de planejamento (Ferreira, 2002). A importância de um padrão de
comportamento uniforme que não surpreenda o usuário cria facilidades de compreensão
e execução das tarefas que o usuário está disposto a realizar (Ferreira, 2003).
Além disso, a utilização correta das cores e uma constância na apresentação visual,
apropriadas para cada circunstância, contribuem para uma maior consistência do
sistema, destacando itens importantes para o usuário (Nielsen, 2002).
1.1 Apresentação Visual
A importância da similaridade das interfaces se torna necessário para a melhor
compreensão do usuário, aumentando a aprendizagem do sistema. Páginas com
consistência na apresentação visual têm seus menus, barras de tarefas e outras
informações nos mesmos formatos e locais. A memorização dos itens do site fica
facilitada e consequentemente sua navegação (Ferreira, 2003).
1.2 Comportamentos Inesperados
As páginas da web competem com tantas outras páginas pelo tempo dos usuários
(Nielsen, 2002) por isso deve-se evitar ao máximo comportamentos inesperados que
criem frustrações nos usuários (Ferreira, 2003). Se o comportamento do site for coerente
e as páginas mantiverem convenções entre elas, evitando erros e facilitando a
aprendizagem, o usuário ficará mais satisfeito (Nielsen, 2002) (Ferreira, 2003).
40
1.3. Uso de diversos nomes ou ícones para um mesmo assunto
Os ícones devem ter singularidade nas suas ações. Evitando a utilização de um mesmo
ícone para duas ações diferentes (Ferreira, 2003).
1.4. Uso de um mesmo nome ou ícone para funções diferentes
O uso de um mesmo ícone ou denominação pode confundir o usuário na interpretação
do que tal simbologia significa, dificultando a ação desejada (Ferreira, 2003).
2. Feedback
Consiste do conjunto de respostas enviados pelo sistema para o usuário, situando-o e
demonstrando que sua ação foi atendida ou não (Ferreira, 2003).
O sistema é reativo a ação do usuário; ele não discerne sobre o que se deseja realizar,
ele é instruído a fazer uma tarefa (Domingues, 2001) (Primo, 2000). Nem sempre o
usuário compreende se aquela tarefa foi atendida, ele depende das respostas dadas pelo
sistema (Primo, 2000).
A resposta do sistema ao usuário é importante para que ele entenda se a tarefa que ele
executou está sendo gerada sem erros e se o sistema está funcionando corretamente
(Ferreira, 2003).
Neste quadro, as interfaces podem facilitar o usuário a se situar através de respostas que
informam ao usuário a melhor forma de realizar a tarefa ou se ele cometeu algum erro
(Ferreira, 2003). Essa resposta pode ser dada de diversas formas tais como mensagens
indicativas de erros (Ferreira, 2003).
41
3. Níveis de Habilidade e Comportamento Humano
O sistema deve ser planejado de forma a prever o atendimento a diferentes níveis de
usuários, conseguindo atender tanto a leigos quanto a especialistas (Ferreira, 2003).
Algumas características conseguem prevenir o sistema a atender a esse público tão
distinto (Ferreira, 2003).
3.1 Uso de Recursos Visuais
A utilização dos recursos visuais é um facilitador da compreensão da mensagem que
está sendo passada. Imagens, ícones e figuras facilitam o entendimento do usuário e
possibilita a expansão do número de pessoas a utilizarem mais plenamente à interface,
principalmente de usuários principiantes (Ferreira, 2003).
Websites podem se utilizar desses recursos para indicar áreas de interesse no sistema e
explicar mais claramente o recurso que está sendo disponbilizado (Ferreira, 2003)
(Nielsen, 2002). Alguns sites necessitam da utilização maciça de imagens porque seu
conteúdo é essencialmente visual, tais como os sites de compras. Nesses sites, as
imagens são importantes porque as pessoas não conseguem tocar nem sentir o que estão
comprando (Nielsen, 2002).
42
3.2. Uso de outras facilidades
Uma interface que consiga criar facilidades para usuários ganha um aspecto adicional na
sua utilização, principalmente para usuários inexperientes. Funções que possam agregar
esse valor são muito úteis para que o usuário tenha um maior controle das ações
(Ferreira, 2003).
4. Percepção Humana
A interface deve ser bem planejada para facilitar o processamento de informações do ser
humano, quanto menor a exigência de conhecimentos específicos para o usuário
conseguir interagir com o sistema, melhor o tempo de resposta e aceitação do usuário
(Ferreira, 2003).
Deve ser dada atenção especial à percepção humana e aos aspectos individuais que nela
estão inseridos, cada pessoa tem sensações próprias de acordo com a sua experiência e
individualidade (Bacelar, 2001). O tempo de resposta do ser humano às informações
que exigem conhecimento é maior do que aquelas cujas sensações são sensoriais, como
as auditivas, táteis e visuais (Ferreira, 2003).
4.1 Uso adequado das cores
As cores podem ser utilizadas para melhor alcançar o público que o sistema quer atingir
(Ferreira, 2003), facilitando a compreensão e assimilação da informação (Ferreira,
2003). Com a quantidade de informação que uma página da Internet possui é importante
que se crie formas de facilitar a transmissão da mensagem (Ferreira, 2003).
As cores podem ser utilizadas como guias que enfatizem as principais informações do
site, direcionando o usuário para aquilo que ele realmente está procurando (Ferreira,
43
2003). A utilização correta das cores de forma a não atrapalhar o entendimento da
informação gera eficiência na comunicação com o usuário (Ferreira, 2003).
5. Metáforas
O uso da metáfora nos sistemas computacionais é bastante difundido. Ela facilita a
comunicação do homem com a máquina, substituindo uma linguagem fria para uma
mais próxima do cotidiano do público (Domingues, 2001).
A utilização da metáfora na Internet se faz através da criação de nomenclaturas e sinais
conhecidos pelo público, favorecendo o aprendizado do usuário (Nielsen, 2002). Uma
boa metáfora consegue ser compreendida pelo público em geral, suprindo a deficiência
de comunicação que determinado termo poderia gerar (Domingues, 2001).
Em alguns casos, ela é tão bem definida que consegue ser utilizada comumente no
cotidiano das pessoas, substituindo o termo original (Domingues, 2001). Além disso, a
sua utilização na Internet tem o poder de criar uma estrutura unificadora ao design do
sistema, reunindo vários itens que ficariam isolados (Nielsen, 2002).
Porém, deve-se ter cuidado com a proliferação das metáforas nos sites, porque a sua
utilização demasiada e sem critério, pode induzir o usuário a crer na existência de
características no site que na verdade não existem, confundindo o usuário (Ferreira,
2004).
6. Minimização da carga de memória
Alguns aspectos do site podem facilitar a memorização do site pelo usuário.
O uso de metáforas de forma criteriosa pode transformar a interface do site mais
intuitiva, consequentemente, minimizando a carga de memória (Ferreira, 2003).
44
7. Eficiência no diálogo, movimento e pensamentos
O design do site deve ser planejado no sentido de facilitar o usuário a chegar à
informação desejada (Nielsen, 2000). Como na Internet quem decide os caminhos que
serão seguidos é o usuário, a estrutura do site deve ser determinada pelas suas tarefas
principais (Nielsen, 2002). O respeito ao modelo mental das pessoas facilita a interação
entre o usuário e o site (Nielsen, 2002).
O agrupamento de informações oferece facilidade na pesquisa e memorização de onde
encontrá-los (Nielsen, 2002). Agrupar itens na área de navegação, de modo que os itens
semelhantes fiquem próximos entre si, permite ao usuário identificar a variedade de
informações que se têm no site e o ajuda na procura destes itens. Os ícones só devem
ser utilizados se auxiliarem os usuários em busca da informação desejada (Nielsen,
2002).
8. Classificação Funcional dos comandos nos menus
Para que haja um melhor diálogo com o usuário, os comandos do site, exibidos através
de ícones, menus e barras de navegação, devem contar com uma boa classificação
funcional (Ferreira, 2003). Os menus são comandos que conseguem unificar várias
ações dos usuários, simplificando a sua compreensão (Ferreira, 2003) (Nielsen, 2002).
A definição da quantidade e a classificação das funções do sistema são fatores
importantes para melhorar a usabilidade do site. A utilização do valor máximo de itens
nos menus definidas pela regra estabelecida por George A. Miller, em seu livro “The
Psychological Review”, identificou o valor máximo de itens entre sete, mais ou menos
dois itens, criando maior conforto para as pessoas (Ferreira, 2003).
45
9. Manipulação direta
A manipulação direta de arquivos cria uma sensação nas pessoas de controle dos objetos
e do processo como um todo, facilitando a compreensão das interfaces pelos usuários
(Ferreira, 2003).
10. Exibição apenas da informação relevante ao contexto
A transmissão da informação mais relevante ao usuário o ajuda a executar as tarefas
pretendidas (Ferreira, apud Pressman 1992). Deve-se evitar a demasia de informações
irrelevantes que podem atrapalhar a navegação (Ferreira, apud Pressman 1992).
O conteúdo para o usuário vem em primeiro lugar (Nielsen, 2002), ele tem a escolha da
informação que deseja obter, porém à medida que o tempo se torna escasso, as pessoas
tendem a preferir navegar em sites que tenham objetividade e clareza nas informações
(Nielsen, 2002).
11. Uso de rótulos, abreviações e mensagens claras
O uso de rótulos e abreviações ajuda na transmissão da informação de forma clara e
objetiva, as mensagens também devem enveredar pelo mesmo caminho, quando o
usuário lê a informação ele deve entender o que está sendo dito (Nielsen, 2002)
(Ferreira, 2003).
12. Uso adequado de janelas
Deve-se ter bastante critério no uso das janelas, sabendo que sua utilização pode
confundir o usuário e fazê-lo sair de seu site original. (Ferreira, 2003).
46
3.4.1.2 Requisitos relacionados à entrada de dados
A minimização do tempo gasto pelos usuários para adquirirem as informações faz com
que haja necessidade de um planejamento bem feito quanto à entrada de dados (Ferreira,
2003).
1. Mecanismos de ajuda
A criação de interfaces com o usuário que o facilite na navegação pelo site é preferível à
necessidade de utilização de mecanismos de ajuda (Nielsen, 2002). Em alguns casos as
opções de ajuda são necessárias para sua orientação (Ferreira, 2003).
2. Prevenção de erros
É preferível que o sistema consiga prevenir possíveis erros dos usuários, os orientando
antes, do que a frustração do usuário não conseguir completar a tarefa (Ferreira, 2003).
A identificação de possíveis erros e sua prevenção diminui o retrabalho do usuário
(Ferreira, 2003).
3. Tratamento de erros
O sistema deve estar planejado para que haja uma orientação clara quanto aos erros do
site. Através de mensagens claras e inteligíveis que consigam transmitir ao usuário o
erro cometido. Os erros são divididos entre erros funcionais e sintáticos (Ferreira,
2003).
Os erros funcionais se referem a comandos acionados erroneamente ou erros do sistema;
os erros sintáticos são referentes a entrada errada de dados no sistema (Ferreira, 2003).
47
4. Metodologia
O presente trabalho tem o objetivo de verificar como um site de Relações com
Investidores se utiliza das potencialidades de comunicação, interatividade e tecnologia
disponíveis através da avaliação da usabilidade e do conteúdo de uma companhia aberta
brasileira listada no Índice Bovespa – Ibovespa.
Na primeira etapa do trabalho, foi feito um levantamento bibliográfico sobre os temas
Relações com Investidores, governança corporativa, divulgação de informações de
companhias abertas nacionais, sites de Relações com Investidores, análise de conteúdo
de um site de Relações com Investidores e análise da usabilidade de sites.
Posteriormente, foi estudada a taxonomia de Requisitos não funcionais de Usabilidade
proposta por Ferreira e Leite (Ferreira, 2003) e os requisitos de avaliação de conteúdo
de sites de Relações com Investidores utilizados na premiação dos cinco melhores sites
de Relações com Investidores da consultoria da MZ-Consult [http_3].
Após os estudos dos critérios de avaliação, foi escolhida uma companhia listada no
Índice Bovespa: Souza Cruz. Ela foi selecionada por se tratar de uma companhia
industrial de grande porte, forte participante em seu setor econômico.
Após o estudo dos critérios de avaliação e da seleção da companhia, foi realizada a
análise baseada nas taxonomias estudadas. Para isso, o autor interagiu diretamente com
o site, verificando os pontos citados nos critérios de avaliação.
48
4.1. Método
A presente pesquisa tem caráter exploratório, e se baseia em métodos qualitativos.
Foram utilizadas duas técnicas convergentes para a avaliação do site: pesquisa
documental e observação (Yin, 2002).
A pesquisa documental foi realizada para o entendimento do contexto do problema,
valorizando e corroborando com a necessidade da pesquisa (Yin, 2002) e a identificação
de ferramental para a elaboração e avaliação da usabilidade e do conteúdo em um
sistema na internet.
A observação foi utilizada para o desenvolvimento da análise do site e a verificação dos
itens de usabilidade e de conteúdo com base nas taxonomias.
4.2. Procedimentos para a Coleta de Dados
As técnicas escolhidas serão esclarecidas a seguir:
1. Pesquisa documental: todo o material serviu como base para entendimento dos
assuntos pesquisados. Foram utilizados livros, revistas especializadas, trabalhos
de teses e dissertações, sites na internet e estatísticas mercadológicas.
2. Pesquisa on-line: ajudou como fonte de informações atualizadas.
3. Análise do site da companhia: foi instrumento de avaliação a partir da teoria
levantada.
49
4.3. Análise e Tratamento dos Dados:
A análise dos dados foi qualitativa, baseada na análise e avaliação do site de relações
com Investidores da Souza cruz.
A análise do site de Relações com Investidores da Souza Cruz consistiu de uma
comparação entre a teoria e as práticas implementadas pela companhia.
4.4 Limitações do Método
O método escolhido apresenta algumas dificuldades referidas à coleta de dados e ao
método da pesquisa.
Com relação à coleta de dados, a maior fragilidade se refere ao pouco volume de
material sobre Relações com Investidores dado os poucos estudos realizados sobre o
tema no Brasil, por se tratar de área relativamente nova nas companhias abertas
nacionais.
Quanto ao método, a limitação é que a observação foi realizada apenas pelo autor. Além
disso, se trata de pequena amostra do mercado, podendo não ser representativa como
cenário mais abrangente.
50
5. Análise da usabilidade e do conteúdo do site de Relações com Investidores da Souza Cruz
Para melhor entendimento, a avaliação do conteúdo do site de Relações com
Investidores da Souza cruz com base nos requisitos de avaliação de conteúdo utilizados
na premiação dos cinco melhores sites de Relações com Investidores da consultoria da
MZ-Consult [http_3] será apresentada no item 5.1, e a análise da usabilidade do site de
Relações com Investidores da Souza Cruz, com base na taxonomia de Ferreira e Leite
(Ferreira, 2003) será apresentada no item 5.2.
5.1. Análise do conteúdo do site de Relações com Investidores da Souza Cruz
I. Requisitos relacionados ao conteúdo e a profundidade das informações
financeiras e não financeiras da companhia
O site de Relações com Investidores da Souza Cruz mantém um bom nível de
informações financeiras e não financeiras, mantendo um bom histórico dessas
informações, com arquivos contendo os três anos anteriores ao ano corrente. Entretanto,
algumas observações em relação a cada item dos requisitos merecem ser feitas para que
possa ser avaliado o conteúdo.
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1. Informações da Companhia
O site analisado apresenta, de maneira geral, boa quantidade e profundidade de
informações financeiras e não financeiras. Porém quando se trata de informações de
terceiros, ele possui inconsistência e, por vezes, falta de informações.
1.1. Informações Corporativas
As informações corporativas da Souza Cruz estão bem completas, contendo dados
significativos da empresa desde sua fundação, e uma lista completa de todo o corpo
executivo, diretoria e membros do Conselho de Administração. Além disso, permite que
se acesse, através de links, um vasto número de informações adicionais, tais como a
visão e estratégia da empresa e os seus valores e princípios; algumas informações
adicionais estão compreendidas em outras áreas do site da Souza Cruz, fora do site de
Relações com Investidores.
1.1.1. Histórico da Companhia
O histórico da companhia contém informações que traçam um panorama geral da
empresa, desde o seu surgimento, como mostra a figura 1. Possuindo também,
informações adicionais sobre o fundador da companhia e a história do Tabaco,
enriquecendo e facilitando o entendimento dos fatos narrados.
52
Figura 1: Tela da página do Histórico da Companhia
1.1.2. Informações sobre o Corpo Executivo
As informações sobre o corpo executivo, conforme mostra a figura 2, mantém uma lista
de diretores e membros do Conselho de Administração. Porém, para melhor informar,
poder-se-ia exibir o currículo de cada membro do corpo de executivos da companhia.
53
Figura 2: Tela da página do Corpo Executivo da Companhia
1.1.3. Informações adicionais corporativas
A Souza Cruz mantém um vasto número de informações adicionais corporativas,
permitindo que o usuário obtenha muitas informações sobre a empresa. Desde seus
valores e princípios norteadores até as informações sobre seus produtos e negócios. É
possível até, obter informações sobre o grupo estrangeiro que controla a empresa.
Outras informações, tais como, avisos aos acionistas e atas das reuniões de diretoria e
conselho de administração também estão disponíveis no site.
Um ponto negativo, é que somente são disponibilizadas atas de reuniões do Conselho de
Administração a partir de março de 2005. Elas poderiam ter histórico desde 1999, como
54
outras informações disponíveis do site, mantendo o mesmo padrão de profundidade das
informações.
1.2 Relatórios Anuais
A Souza Cruz disponibiliza na página de “Atendimento aos acionistas” os seus
Relatórios Anuais, conforme mostra a figura 3. Clicando no link “Relatório Anual”
aparece uma nova janela com os relatórios anuais de 1999 até 2005, como pode ser visto
na figura 4. Os relatórios anuais do período entre 1999 e 2004 têm mini sites próprios,
também conhecidos como “hotsites”, que aumentam a interação e a facilidade de
encontrar o conteúdo desejado pelo usuário, conforme mostrado na figura 5.
Figura 3: Tela da página de Atendimento aos acionistas
55
Figura 4: Lista de Relatórios Anuais
56
Figura 5: “Hotsite” do Relatório Anual de 2004
1.3 Demonstrações Financeiras
Conforme mostra a figura 6, a Souza cruz além de disponibilizar em sua página
“Desempenho da empresa” as informações financeiras trimestrais e anuais desde 2001,
disponibiliza também, outros relatórios e informações do contexto, valorizando com
isso suas informações.
57
Figura 6: Tela da página de Desempenho da empresa
1.4. Notícias
O site de Relações com investidores da Souza Cruz não disponibiliza as notícias da
empresa, e não mantém link com as notícias do site corporativo. Seria positivo que
existisse um link direto com essa área de notícias, tendo em vista que outras áreas, como
do corpo executivo não estão compreendidos no site de Relações com Investidores, mas
estão presentes através de links diretos nesse site.
2. Informações de Terceiros
As informações de terceiros do site possuem falta de informações, principalmente no
que tange as informações de analistas e de agências de notícias, não disponibilizando
58
tais conteúdos. Um aspecto positivo é que os preços das ações aparecem em todas as
páginas do site, criando uma interação constante com o investidor.
2.1. Preço de Ações
O site possui em suas páginas o preço das ações atualizado, além de outros índices do
mercado financeiro, como mostra a figura 7.
Figura 7: Preço das ações no site
59
2.2. Informações de Analistas
O site não possui informações de analistas, que seria uma boa maneira do usuário
compreender como o mercado financeiro vê a empresa e obtenha com isso respaldo das
informações prestadas e também contrapontos.
2.3. Informações de agências de notícias
O site analisado não possui informações de agências de notícias e também não mantém
link para essa área no site da empresa, se tornando um ponto negativo.
60
5.2 Análise da Usabilidade do site de Relações com Investidores da Souza Cruz
A análise da usabilidade do site de Relações com Investidores da empresa Souza Cruz
foi feita com base na taxonomia de usabilidade desenvolvida por Ferreira e Leite
(Ferreira, 2003). A seguir será analisado cada item dessa taxonomia.
I – Requisitos relacionados à exibição da informação
A maioria das informações apresentadas no site de Relações com Investidores da Souza
Cruz se encontra de forma nítida e completa. No entanto, para avaliar a eficiência da
interface será necessário realizar algumas observações relacionadas a cada item da
taxonomia (Ferreira, 2003).
1. Consistência
O site analisado mantém a consistência no layout, nos menus e na exibição de suas
informações, os elementos estão dispostos de forma similar e com cores uniformes, ao
longo das telas.
1.1 Apresentação Visual
As telas do site apresentam layout bem definido, simples e claro, com menu e exibição
de informação dispostos nos mesmos locais em todas as páginas, facilitando a
compreensão e navegação do usuário.
As figuras 8, 9 e 10 mostram como o site mantém a consistência da apresentação visual
em suas páginas. As informações estão bem distribuídas, não causando sensação de
tumulto.
61
Figura 8: Tela da primeira página do site
62
Figura 9: Tela da página “Composição acionária”
63
Figura 10: Tela da página “Atendimento aos acionistas”
64
1.2 Comportamentos Inesperados
Apesar de manter um padrão bem definido de apresentação visual das diversas
interfaces, algumas pequenas falhas ocorrem durante a exibição de algumas dessas telas.
As telas internas do site de Relações com Investidores apresentam sempre uma imagem
à direita com as cotações das ações da empresa atualizadas, conforme fica evidenciado
na figura 11. Porém nas figura 12 e 13, que exibem as telas do menu “Governança
Corporativa” e “Calendário de Eventos” respectivamente, essa imagem não aparece,
apresentando assim uma pequena inconsistência com as demais páginas internas.
Figura 11: Tela da página “Atendimento aos acionistas” com a imagem
das cotações da empresa
65
Figura 12: Tela da página “Governança Corporativa” que não exibe a imagem da cotação da companhia
66
Figura 13: Tela da página “Calendário de eventos” que não exibe a imagem da cotação
da companhia
67
A figura 14 mostra a tela de apresentação do menu “Atendimento aos Acionistas”, com
um sub-link “Calendário de eventos”. Esse sub-link não está sendo exibido em todas as
vezes que se clica nesse item do menu, conforme mostrado na figura 15, constituindo
uma falha, pois pode induzir a não existência para o usuário de tal item do menu.
Figura 14: Tela da página de “Atendimento aos acionistas”, onde aparece o sub-link do menu “Calendário de Eventos”
68
Figura 15: Tela da página de “Atendimento aos acionistas”, sem aparecer o sub-link “Calendário de Eventos”
69
1.3 Uso de diversos nomes ou ícones para um mesmo assunto
A figura 16 exibe a tela que é aberta quando a opção “Simulador de investimentos” do
menu lateral é clicada. Ela demonstra um comparativo de variações entre dois ou mais
investimentos em ativos financeiros durante o período determinado pelo usuário. A
figura 17 exibe a tela que é aberta quando a opção “Gráfico comparativo de
investimentos” do menu lateral é clicada. Ela também mostra comparativos entre dois
investimentos distintos, porém precificada. São dois tipos de simulação que aparecendo
em áreas distintas podem confundir o usuário, são simulações distintas entre
investimentos que poderiam estar utilizando o mesmo nome no menu.
Figura 16: Tela da página “Simulador de Investimentos”
70
Figura 17: Tela da página “Gráfico comparativo de investimentos”, item distinto da página “Simulador de investimentos”
71
1.4. Uso de um mesmo ícone para funções diferentes
Esse item não se aplica a nenhuma interface do site.
2. Feedback
Nas áreas do site, o feedback foi explorado de forma positiva, como nas figuras de 8 a
16 vistas anteriormente. Essas telas mantêm as estruturas de navegação por menus de
forma visível, permitindo que o usuário acesse uma outra área do site a qualquer
momento, sem ter que retornar à página inicial, facilitando muito a navegação pelo site.
A exibição do título das páginas logo no início da área de texto é uma importante forma
de situar o usuário.
Outro ponto positivo, que pode ser observado na figura 18, é o fato do sistema mudar a
aparência do menu quando o mouse é passado por cima dele, realçando a opção que será
escolhida.
72
Figura 18: Tela que mostra a mudança de aparência do menu, um feedback positivo ao usuário
73
Um exemplo negativo de feedback pode ser observado no conteúdo da figura 16 e 17
respectivamente, “Simulador de investimentos” e “Gráfico comparativo de
investimentos”. Os dois simuladores não têm conteúdos explicativos da forma como se
realizam as simulações. O usuário pode ficar sem saber se o cálculo está correto e se
realmente foi feita a simulação. Além disso, não existe nenhuma advertência em caso de
erro na simulação. A figura 19 exibe a tela da página “Simulador de investimentos”, se
não houver seleção dos itens de simulação e o botão de calcular for acionado, o
simulador apresentará resultados independente da ação ter sido realizada com erros. Por
isso, essas telas deveriam ter advertência de erros na simulação e explicação de como
funcionam os simuladores.
Figura 19: Tela da página “Simulador de investimentos”, sem efeito dos erros na
simulação
74
3. Níveis de Habilidade
3.1. Uso de recursos visuais
O site não utiliza recursos visuais, como fotos ou ícones, o fato do conteúdo ser
essencialmente textual, retira o efeito qualitativo desses recursos na transmissão das
mensagens para o usuário.
3.2 Uso de outras facilidades
Uma atitude positiva que pode ser observada é a utilização em todo o site de menus que
facilitam a navegação interna e disponibilidade de “download” de documentos
complementares aos textos centrais nas laterais das páginas, como na figura 20, da
página de “Governança Corporativa”. Dessa forma o usuário aprende que existem
documentos adicionais ao conteúdo exposto.
Outra facilidade adotada no site que ajuda os iniciantes é o constante uso de
nomenclatura conhecida da área.
Um aspecto negativo no site, é que não existe em nenhuma tela, um canal direto, através
de formulário para sugestões, dúvidas ou reclamações sobre assuntos diversos
relacionados à área de Relações com Investidores.
75
Figura 20: Tela da página “Governança Corporativa”, com os documentos adicionais
4. Percepção humana
Pode ser observada a utilização de destaque através da troca de cor dos itens dos menus,
como mostrado na figura 18, ou em itens para “download”, quando o usuário passa o
mouse por cima. Enquanto o usuário não passar o mouse sobre esses itens, eles não
chamam muito a sua atenção.
O site analisado não permite que as fontes do site possam ser personalizadas, nem via
browser, prejudicando a percepção de pessoas, como idosos, que precisam escolher
fontes maiores para melhor visualizarem o conteúdo.
76
4.1 Uso adequado de combinação de cores
Por todo o site são usadas cores claras, sem dispersar a atenção do usuário e destacando
itens importantes. Dessa forma o usuário não fica com a sua visão cansada, favorecendo
a visita ao site.
5. Metáforas
O site não se utiliza de muitas metáforas, aquelas utilizadas, são de termos conhecidos
da área de Relações com Investidores, como por exemplo, governança corporativa, que
abrange conteúdos de gestão da sociedade.
6. Minimização da Carga de Memória
O usuário tem facilidade de memorização dos itens do site, as escolhas são fáceis de
serem aprendidas e dificilmente esquecidas. Além disso, as nomenclaturas utilizadas
nos títulos das páginas facilitam a memorização.
7. Eficiência no diálogo, movimento e pensamentos
O site demonstra eficiência no diálogo e movimento agrupando no menu lateral direito
todos os itens do site, além de disponibilizar nas páginas, em que há necessidade, textos
complementares sempre dispostos na região à direita do texto principal, como mostrado
na figura 20, facilitando a procura de material adicional ao conteúdo.
77
8. Classificação funcional dos comandos do menu
O site apresenta menu de fácil compreensão. Somente um item desse menu contém sub-
item hierárquico, conforme mostrado na figura 13, portanto a classificação funcional
ficou mais facilitada.
9. Manipulação Direta
Esse item poderia ser melhor trabalhado nas páginas “Gráfico comparativo de
investimentos” e “Simulação de investimentos”, conforme mostram as figura 16 e 17, o
usuário não distingue muito bem as ações dos dois simuladores, não tendo exata certeza
se a manipulação feita por eles foi realizada com sucesso. Uma breve explicação de
como funcionam os simuladores e como uma resposta mais clara para o usuário
conseguiria melhorar essa situação.
Um fator positivo do site em relação a manipulação direta é a diferença das cores do
menu quando se passa o mouse por cima dos itens.
10. Exibição apenas da informação relevante ao contexto
O site atende bem a esse requisito. Uma boa aplicação desse item pode ser demonstrada
quando o usuário acessa as informações complementares constantes em algumas
páginas do site, como se trata de informação diferenciada, essas são abertas em uma
nova janela, conforme mostrado na figura 21, facilitando inclusive a impressão do
respectivo documento.
78
Figura 21: Uso de janelas distintas para exibição de diferentes informações
11. Uso de rótulos, abreviações e mensagens claras
Utilizando nomenclaturas da área de Relações com Investidores, como “Governança
Corporativa” ou “Composição Acionária” pode ser observado um bom uso de
mensagens e rótulos claros, compreensíveis e diretos no site. Isso pode ser mostrado
pelo menu de navegação que não necessidade de explicações adicionais aos títulos dos
itens.
12. Uso adequado de janelas
O site utiliza-se bem desse requisito; as páginas dos textos complementares são abertas
sempre em janelas distintas, facilitando a impressão do documento e distinguindo um
documento do outro. É importante mencionar que a janela anterior se mantém aberta.
79
13. Projeto independente de resolução do monitor
As telas do site de Relações com Investidores da Souza cruz foram feitas para
resoluções mínimas de 1024 x 768, apresentando rolagem horizontal, em todas as
páginas, para a resolução de 800 x 600, conforme mostra a figura 8. Essa característica
pode fazer com que algumas pessoas que não usam essa configuração de vídeo possam
ter dificuldade de visualização de alguns itens.
II – Requisitos relacionados à entrada de dados
Mecanismos de ajuda
Apesar do site utilizar nomenclaturas diretas e em sua maioria claras para o meio em
que está inserido, mercado de capitais e societário, poderiam ser utilizadas dicas e
explicações sobre os itens do menu, por exemplo, ao passar sobre os itens aparecesse a
explicação do que irá encontrar na página a ser clicada.
1. Prevenção de erros
1.1.Desabilitação ou inibição de itens não válidos
Esse item não se aplica a nenhuma interface do site.
1.2. Orientações adequadas para a entrada correta de dados
Esse item não se aplica a nenhuma interface do site.
2.3. Minimizar a quantidade de dado a ser entrada
Esse item não se aplica a nenhuma interface do site.
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2.4. Interação flexível
Esse item não se aplica a nenhuma interface do site.
2.5. Customização
Como já foi visto anteriormente, o usuário não pode customizar o site. Até a escolha de
fontes com tamanhos distintos não é permitida.
3. Tratamento de erros
Duas páginas do site “Gráficos comparativos de investimentos” e “Simuladores de
investimentos”, como visto anteriormente, deveriam ter mensagens informando os erros
em sua utilização. Impedindo o uso incorreto dessas ferramentas e criando utilidade em
seu uso. O usuário teria certeza do uso adequado e correto das ferramentas.
81
6. Conclusões e Recomendações para Trabalhos Futuros
6.1. Conclusões
As duas análises apresentadas no presente trabalho são complementares, focando em
requisitos diferentes de interação com o usuário e permitindo o melhor entendimento
das potencialidades de comunicação, da tecnologia disponível e do acesso às
informações no site de Relações com Investidores da Souza Cruz.
A análise do conteúdo do site permitiu mostrar que a empresa tem uma forte
preocupação com a divulgação de suas informações próprias, disponibilizando todas as
informações necessárias para a melhor compreensão do universo da organização.
Destacam-se, nesse contexto, a disseminação de informações adicionais corporativas
que abrangem aspectos que não fazem parte do foco central de informações procuradas
pelo investidor, e a disponibilização de relatórios anuais em forma de mini site.
Uma recomendação à companhia, é a disponibilização no site das informações de
terceiros, principalmente a informação de analistas e de agências de notícias, por se
tratarem de uma importante maneira do usuário ter acesso a informações neutras sobre a
empresa.
A análise da usabilidade do site mostrou que de uma forma geral ele atende aos
requisitos da taxonomia estudada, principalmente pela sua consistência, considerando
que as páginas do site são similares, fáceis de serem memorizadas e aprendidas pelo
usuário. Além disso, as cores do site permitem um bom entendimento do conteúdo,
destacando as informações mais importantes. Os poucos comportamentos inesperados
não são capazes de causar frustração no usuário ao ponto de não querer voltar a visitar o
site.
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A classificação funcional do menu, com apenas um subitem hierárquico, facilita
bastante a navegação pelas páginas do site. Por outro lado, as páginas “Gráfico
comparativo” e “Simulador de investimentos”, por serem duas ferramentas interativas
similares, deveriam estar no mesmo item do menu.
Além disso, o site poderia dar um feedback melhor para o usuário nessas ferramentas
interativas, as páginas “Simulador de investimento” e “Gráfico comparativo” não
possuem conteúdos explicativos de utilização, e não exibem telas evidenciando o erro
nas simulações.
Outra limitação constante em praticamente todo o site é a necessidade de visualizá-lo na
resolução mínima de 1024x768, caso a resolução do monitor seja de 800x600, as
páginas apresentam rolagem horizontal, dificultando o usuário.
6.2. Recomendações para Trabalhos Futuros
O presente trabalho terá continuidade através da avaliação do conteúdo e da usabilidade
dos sites de Relações com Investidores das demais companhias abertas nacionais
listadas em bolsa de valores, permitindo que os diversos sites sejam comparados e
melhor entendidos.
Como a área de Relações com Investidores passa por mudanças contínuas de
aprimoramento na divulgação das informações das companhias, trabalhos futuros
poderiam criar novos requisitos de conteúdo que acompanhassem tais mudanças. Além
disso, aspectos regulatórios e legais podem ser aprofundados para que a avaliação possa
melhor considerá-los.
83
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