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HIGIENE DOS ALIMENTOS4. Os microrganismos e a conservao dos alimentos
Objectivos
Conhecer os mtodos de que a indstria alimentar moderna dispem para evitar a deteriorao microbiana dos produtos
Compreender, com base numa perspectiva histrica, a evoluo dos mtodos empregues para conservar os alimentos
Compreender as bases tericas subjacentes aos mtodos de processamento estudados
Conhecer as vantagens e desvantagens de cada mtodo de conservao
Avaliar criticamente os efeitos a longo prazo das tcnicas de conservao actualmente empregues
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Contedos
4.1. Processamento trmico
4.2. Armazenagem a baixas temperaturas4.2.1. Refrigerao
4.2.2. Congelao
4.3. Conservantes4.3.1. cidos orgnicos e steres
4.3.2. Nitrito
4.3.3. Dixido de enxofre
4.4.4. Conservantes naturais
4.4. Modificao da atmosfera de embalagem
4.5. Controlo da actividade da gua
4.6. Compartimentao
4.1. Processamento trmico
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Processamento trmico. Histria
Nicolas Appert, 1810 descoberta do calor como agente conservante dos alimentosPasteur mecanismo de aco do calor: inactivao de microrganismos causadores de putrefaco
4.1. Processamento trmico. Histria
Primeira patente para o uso de latas Reino Unido, 1810Primeira fbrica de enlatados Londres, 1812
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Tipos de processamento trmico
Apertizao Pasteurizao Processamento UHT
Pasteurizao
Tipicamente, 60 80C por alguns min Objectivos:
Eliminao de microrganismos patognicos Imposio legal em produtos de elevado risco
Melhora a sua segurana (leite, ovos lquidos, misturas para gelados)
Tambm pode destruir deteriorantes
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Pasteurizao
Prolongamento da vida de prateleira Principal objectivo da pasteurizao de produtos
cidos (sumos, cerveja, pickles, molhos)
Contributo bastante pequeno se o alimento no tiver outros factores que contribuam para a inactivao dos mos (acidez, a
w)
Esporulados, Gram-positivos no esporulados (Enterococcus, Microbacterium, Arthrobacter) conseguem sobreviver e deteriorar temp. ambiente
Necessidade de refrigerar o produto
Apertizao
processos em que os nicos organismos que sobrevivem ao processamento no so patognicos e no conseguem desenvolver-se no produto nas condies normais de armazenagem
produtos apertizados tm vidas de prateleira longas, mesmo armazenados temperatura ambiente
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Apertizao
Apertizao = esterilizao comercial Prefervel apertizao esterilizao implica ausncia total de mos
alimento apertizado no necessariamente estril - poder no estar completamente isento de mos viveis
num alimento enlatado, num clima temperado, no faz mal terem sobrevivido alguns esporos viveis dum termfilo no conseguiro desenvolver-se temperatura ambiente
Quantificao da morte trmica dos microrganismos
Morte microbiana pelo calor processo de primeira ordem:
a uma dada temperatura letal, a taxa de morte depende do nmero de clulas viveis presentes
dN/dt = cN (40)dN/dt - taxa de morte
N - nmero de clulas viveis presentes
c - constante de proporcionalidade
sinal negativo - N diminui
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Quantificao da morte trmica dos microrganismos
Para obter informao sobre o nmero de clulas que sobrevivem aps diferentes perodos de aquecimento, pode integrar-se (40) entre o tempo zero e o tempo t:
loge (N/N0) = ct (41)N e N0 - nmeros de clulas viveis presentes, respectivamente,
nos tempos t e 0
Quantificao da morte trmica dos microrganismos
mais simples usar logaritmos de base 10:
log10 (N/N0) = kt (42)
K = c/loge10 = c/2,303
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Representao grfica delog10 (N/N0) = kt
Representao grfica delog10 (N/N0) = kt - valor D
medida da resistncia trmica dum microrganismo
til para determinar a letalidade do processo trmico
valor D = tempo de reduo decimal = tempo necessrio, a uma dada temperatura, para que a populao sobrevivente sofra uma reduo de um ciclo logartmico, isto , de 90%
temperatura indica-se como ndice, por ex., D65
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Cculo de D
Inverso do declive (1/k) D = (t2 t1)/(log N1 log N2) (43)N1 e N2 - nmeros de sobreviventes ao fim de t1 e t2, respectivamente
no possvel prever com certeza absoluta o nmero de redues decimais que um processo trmico dever atingir para que um produto fique estril (a sua letalidade) log N2 uma impossibilidade matemtica quando N2 = 0
Cculo de D
populao microbiana inicial = 10n
Aplica-se um processo trmico que produz n redues decimais (nD)
haver um microrganismo sobrevivente no produto (log 1=0)
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Cculo de D
Se aplicarmos um processo trmico mais intenso:
Ex: (n+1)D, (n+2)D ou (n+4)D nmero de sobreviventes ser 10-1, 10-2, ou 10-4
Do ponto de vista fsico, no faz sentido dizer que sobreviveu uma fraco dum microrganismo
Probabilidade de sobrevivncia: de 1:10, de 1:100 ou de 1:10 000 de um s microrganismo sobreviver ao processo trmico
Exemplo:
Salmonella Seftenberg 775W (+ termo-resistente)
valor D72 em leite de 1,5 s pasteurizao HTST (15 s a 72C) ir originar uma reduo de 10D no nmero de viveis
se incidncia no leite cru = 1 ufc/l, aps a pasteurizao ter reduzido para 10-10 ufc l-1, ou seja, para (1 ufc 1010 l)-1
estando o leite embalado em pacotes de 1 litro, um pacote em cada 10 bilies (1010) teria salmonela
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Exemplo:
se o nvel de contaminao do leite com salmonela fosse 104 ufc l-1, o mesmo tratamento letal teria como resultado contaminao em 1: 1 000 000 pacotes
Estes clculos simplificados na verdade subestimam o verdadeiro efeito letal -presumem aquecimento e arrefecimento instantneos
Variao de D com a temperatura
medida que a temperatura aumenta, diminui o valor D
processo exponencial para o intervalo de temperaturas usado no processamento trmico dos alimentos
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Variao de D com a temperatura: representao grfica
Variao de D com a temperatura: representao grfica
valor z - alterao de temperatura que resulta numa alterao decimal (de dez vezes, ou de um ciclo logartmico) do valor Dz = (T1 T2)/(log D1 log D2) (44)
importante para levar em conta o efeito letal das diferentes temperaturas durante um processo trmico
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Sensibilidade trmica dos
microrganismos
Quadro 4.1. Resistncia dos microrganismos ao calor
Clulas vegetativas (z ~ 5C)D (min)
Salmonella sp. D65 0,02 0,25Salmonella Seftenberg D65 0,8 1,0Staphylococcus aureus D65 0,2 2,0Escherichia coli D65 0,1Bolores e leveduras D65 0,5 3,0Listeria monocytogenes D60 5,0 8,3Campylobacter jejuni D55 1,1Endosporos bacterianos (z ~ 10C) D121B. stearothermophilus 4 5C. thermosaccharolyticum 3 4Desulfotomaculum nigrificans 2 3B. coagulans 0,1C. botulinum tipos A e B 0,1 0,2C. sporogenes 0,1 1,5C. botulinum tipo E D80
D1100,1 3,0< 1 seg
Geralmente:
psicrotrficos < mesfilos < termfilos Gram-positivos > Gram-negativos maior parte das clulas vegetativas morrem quase instantaneamente a 100C
os seus valores D dizem respeito a temperaturas apropriadas a processos de pasteurizao
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Esporos:
esporos bacterianos so em geral muito mais resistentes ao calor do que as clulas vegetativas
Alvo da apertizao
Esporos:
Os ascosporos das leveduras e os esporos assexuados dos bolores so apenas ligeiramente mais resistentes do que as clulas vegetativas - morrem a temperaturas de 100C ou inferiores
temperaturas facilmente atingidas em muitos processos, p. ex. cozedura do po
ascosporos do bolor Byssochlamys fulva e dalguns outros ascomicetas: podem apresentar uma resistncia ao calor mais elevada
podem ocasionalmente causar problemas em frutas enlatadas, que recebem um tratamento trmico relativamente suave
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Mecanismos da resistncia dos endosporos ao calor
Desidratao relativa Concentrao elevada de caties em especial Ca2+
Factores que afectam a sensibilidade trmica (valor D)
Sensibilidade intrnseca do microrganismo
Fase do crescimento clulas da fase estacionria mais resistentes do que as da fase de cresimento exponencial
Composio qumica do meio Presena de lpidos e protenas protege os mos Ex. do leite achocolatado
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Factores que afectam a sensibilidade trmica (valor D) -exemplo
Desvios linearidade logartmica
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Desvios linearidade logartmica - motivos
um aumento aparente do nmero de viveis ou a existncia dum tempo de latncia no incio do aquecimento podem ser atribudos activao trmica dos esporos: nos momentos iniciais do aquecimento, o nmero de esporos que so activados iguala ou excede o nmero de endosporos que so destrudos
Desvios linearidade logartmica - motivos
fase de latncia tambm pode reflectir a presena de agregados de clulas, que tm que ser todas inactivadas
As caudas frequentes e muito significativas do ponto de vista prtico podem dever-se a sub-populaes de clulas com resistncia trmica mais elevada
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Acontecimentos letais devidos exposio ao calor
Danos no ADN (endosporos, clulas vegetativas)
Inactivao da germinao (endosporos) Inactivao da membrana, enzimas, ribossomas, ARN
Danos cumulativos, podem no apresentar efeito imediatamente
Clulas afectadas sub-letalmente podem recuperar se postas em meio adequado
Descrio dum processo trmico
Processos trmicos no so uniformes nem instantneos
Necessrio dispor duma grandeza de utilizao comum para descrev-los
Valor F apertizao Valor P - pasteurizao
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Valor F e valor P
parmetros que descrevem o efeito letal integrado dum processo trmico em termos de minutos a uma dada temperatura indicada em ndice
Valor F
Se F121
= 4 a combinao de tempos etemperaturas especfica desse processoequivale a:
aquecimento instantneo a 121C manuteno quela temperatura por 4minutos
arrefecimento instantneo No preciso que o produto chegue a atingiros 121C durante o processamento para sefalar de F121
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O valor F depende de:
valor z do microrganismo alvo Se z = 10C, 1 minuto a 111C tem umF121=0,1
Se z = 5C, ento o valor F121
ser de 0,01
Por isso, ao falar dos valores F necessrio especificar: o valor z a temperatura
Valor F0
Para os esporos, o valor z mais comumanda volta dos 10C
o valor de F121
determinado com baseneste valor designa-se por F
0.
Para determinar o F0necessrio para um
processo, precisamos de saber o valor D
121do microrganismo alvo
o nmero de redues decimais necessrio
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Valor P ou unidades de pasteurizao
anlogo ao valor F Tambm neste caso necessrio especificar a temperatura
Se a temperatura considerada for 60C:P60= D
60(log N
0 log N)
Caso exemplo
Produtor de enlatados Alimentos de baixa acidez
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Caso exemplo
Dois objectivos: Segurana: Clostridium botulinum Estabilidade
Caso exemplo objectivo segurana
Letalidade normalmente aplicada: 12 redues decimais do nmero de esporos sobreviventes de C. botulinum(log N
0 log N = 12)
= Cozedura botulnica
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Caso exemplo objectivo segurana
D121
para o C. botulinum = 0,21 minutos F
0 da cozedura botulnica = 12 0,21 =
2,52 minutos O efeito de aplicar um processo com esteF0a um produto no qual cada lata
contenha um esporo de C. botulinum (N0
= 1): numa lata em cada 1012 sobreviver 1esporo
Caso exemplo objectivo estabilidade
a deteriorao um tipo de falha do processo mais aceitvel do que a sobrevivncia dum patognico
os requisitos de letalidade do processo no tm que ser to severos
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Caso exemplo objectivo estabilidade
Para decidir o grau de severidade:1. quais seriam os custos econmicos dumadada taxa de deteriorao?
2. quais seriam os custos do processamentoadicional necessrio para reduzir a taxa dedeteriorao?
3. este processamento adicional iria resultar emperdas significativas da qualidade doproduto?
Caso exemplo objectivo estabilidade
Taxa de deteriorao devida a sub-processamento usualmente aceite:
1/ 105 106 latas Equivalente a redues decimais de 5 6 no nmero de esporos de microrganismos deteriorantes
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Caso exemplo objectivo estabilidade
Indicador de deteriorao: Clostridium sporogenes PA3679
valor D121
tpico de cerca de 1 min Isto traduz-se num processo com F
0= 5 6
suficiente para causar 24 30 redues decimais no nmero de esporos do C. botulinum
muito mais do que os requisitos mnimos da cozedura botulnica
Valores tpicos de F0para alguns alimentos enlatados
Espargos 2 4Feijo em molho de tomate 4 6Cenouras 3 4Ervilhas 4 6Pudim de leite 4 10Carnes com molho 8 10Batatas 4 10Cavala em salmoura 3 4Rolo de carne 6
Alimento F0
Pudim de chocolate 6
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Verificar que o valor de F0 pretendido foi atingido
Termopares colocados no ponto de aquecimento mais lento
Clculo do valor de F0 a partir da taxa de letalidade
O valor F pode ser calculado a partir dahistria trmica do produto, atribuindouma taxa de letalidade a cadatemperatura da curva de aquecimento
A taxa de letalidade, LR, a uma dada
temperatura a razo entre a taxa demorte microbiana quela temperatura ea taxa de morte microbiana a umatemperatura de referncia
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Clculo do valor de F0 a partir da taxa de letalidade
utilizando 121C como temperatura dereferncia:
LR= D
121/D
T
em que LR a taxa letal a 121C.
Comoz = (T
2 T
1)/(log D
1 log D
2)
se substituirmos T2= 121C e se T
1= T;
D2=D
121e D
1= D
T
LR= 1/10(121 T)/z
Obteno dos valores de LR
Tabelas Clculo informatizado
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Clculo da letalidade global do processo, F0
somatrio das taxas de letalidade das diversas etapas do processo
Por clculo integral:
Clculo da letalidade global do processo, F0
rea situada sob a curva que representa graficamente a taxa de letalidade em funo do tempo
Temperatura do produto; taxa de letalidade.
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Garantia da segurana dos processos trmicos
Se o ponto de aquecimento mais lento receber um tratamento apropriado, a letalidade do processo nos outros pontos ser ainda maior
Margem adicional de segurana: considerar apenas a fase de aquecimento do processo; a fase de arrefecimento tambm contribui para o efeito letal
Garantia da segurana dos processos trmicos
confirmao de processos atravs de testesmicrobiolgicos embalagens inoculadas com o microrganismo emquesto so submetidas ao processo em estudo
determina-se a taxa de deteriorao ousobrevivncia
Os estudos de penetrao do calor doresultados muito mais precisos e teis asembalagens inoculadas esto sujeitas avariaes do comportamento dos mos
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Garantia da segurana dos processos trmicos
Qualquer alterao em qualquer aspecto do produto ou da sua preparao requer que o processo trmico seja reavaliado
Deteriorao dos enlatados
tratamentos trmicos inadequados sub-processamento
Normalmente, crescem apenas esporulados s um sub-processamento muito grosseiro deixaria sobreviver clulas vegetativas
contaminao ps-processamento devida a fugas nos recipientes
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Latas com inchao
Acumulao de gs por crescimento de espcies proteolticas ou sacarolticas de Clostridium
Defeitos no verniz da lata que permitem que os alimentos entrem em contacto com o metal e reajam com ele Gs H2 Distingue-se do de origem microbiana por s aparecer aps armazenagem prolongada e por aumentar muito lentamente
Latas sem inchao
Deteriorao s se torna aparente ao abrir a lata
Espcies de Bacillus degradam os glcidos sem produzir gs (excepto B. macerans e B. polymyxa)
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Deteriorao dos enlatados e acidez
s temperaturas ambientes normais (
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Fugas
Costuras das latas Para evitar deteriorao no caso de fugas: exterior das latas limpo e descontaminado
gua de arrefecimento isenta de cloro
Deteriorao pr-processamento
quando o intervalo entre a preparao do produto e o processamento trmico demasiado prolongado, pode dar-se deteriorao
os microrganismos podem ser destrudos durante o processamento trmico posterior
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4.2. Armazenagem a baixas temperaturas
4.2.1. Refrigerao4.2.2. Congelao
4.2.1. Refrigerao
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Armazenagem em refrigerao
Conservao dos alimentos a 0 5 C Modifica
Taxa de deteriorao Natureza da deteriorao
Efeito selectivo sobre a microflora (inibe mesfilos, predominam psicrfilos)
Efeito sobre a fisiologia dos microrganismos
Efeito sobre a taxa de deteriorao
Taxa de crescimento dos psicrfilos nos alimentos refrigerados baixa Ex.: tempo de gerao duma Pseudomonasisolada de peixe de 6,7 h a 5C, 26,6 h a 0C
Tempo de conservao de filetes de bacalhau duplica baixando a temperatura de 2,8 para 0,3C
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Capacidade para crescer a baixas temperaturas
Associada composio e estrutura da membrana celular Maior proporo de cidos gordos insaturados de cadeia curta
Microrganismos psicrfilos: Bolores, leveduras, bactrias Gram+ e Gram Crescem a baixas temperaturas, so inactivados por temperaturas moderadamente elevadas: Excessiva fluidez da membrana Baixa estabilidade trmica de enzimas e outras protenas funcionais
Pseudomonas possuem lipases e proteases extracelulares estveis problemas na indstria dos lacticnios
Efeito das temperaturas de refrigerao sobre os mesfilos
No morrem necessariamente sofrem choque pelo frio: Uma parte da populao sofre danos, eventualmente morte
Efeito no to fcil de prever quanto o das temperaturas elevadas
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Choque pelo frio
Extenso depende de: Tipo de microrganismo
Gram-negativos mais susceptveis do que Gram-positivos
Fase de crescimento populaes em fase exponencial so mais susceptveis do que as que esto em fase estacionria
Diferencial trmico Quanto maior, mais danos
Taxa de arrefecimento Quanto mais rpida, mais danos
Meio em que as bactrias cresceram Clulas que cresceram em meios complexos so mais resistentes
Choque pelo frio
Mecanismos: Danos sofridos pelas membranas devido a transio de fase dos lpidos membranares cria poros hidrfilos que permitem fugas de contedo citoplsmico principal mecanismo
Aumento das quebras nas cadeias do ADN
Sntese de protenas do choque pelo frio
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Significado da refrigerao em termos de segurana alimentar
Refrigerao bacteriosttica, no bactericida
Essencial para a segurana alimentar: Boa qualidade microbiolgica das matrias-primas
Manipulao higinica
Significado da refrigerao em termos de segurana alimentar
Mesfilos no crescem, mas podem sobreviver Podem recuperar e voltar a crescer se as condies lhes voltarem a ser favorveis
Evita aumento de patognicos mesfilos, mas no os elimina
H patognicos que conseguem crescer a temperaturas de refrigerao
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Qualidade dos alimentos refrigerados
Nem todos os alimentos so refrigerveis: Alguns alimentos (ex.: frutas tropicais) sofrem destruio de tecidos por exposio ao frio Defeitos visuais
Acelerao da deteriorao microbiana
4.2.2. Congelao
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Congelao
Mais bem-sucedida das tcnicas de conservao de alimentos a longo prazo: Produtos assemelham-se mais aos prod. frescos do que os que foram apertizados
Excelente conservao das propriedades nutritivas
Aspectos gerais
Ponto de congelao dos alimentos < ponto de congelao da gua pura efeito dos solutos presentes Alimentos congelam a -0,5 - -3C Concentrao de solutos na gua que ainda no congelou aumenta medida que o processo de congelao progride o ponto de congelao vai gradualmente descendo e mesmo a temperaturas muito baixas (- 60C), ainda h gua que no congelou
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Aspectos gerais
Temperatura de armazenagem em congelao: geralmente < -18C No h, normalmente, crescimento microbiano
Persiste actividade enzimtica residual (microbiana ou endgena): lipases, p. ex. deteriorao do produto
Aspectos gerais
Reduo da actividade enzimtica residual: Branqueamento dos vegetais inactivao das polifenol oxidases endgenas
queimadura pelo frio defeito dos produtos congelados: Alterao da cor da superfcie devida a perda de gua por sublimao
Evita-se embalando produto em material impermevel gua ou vidrando-o (camada superficial de gelo)
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Mecanismos de inibio
Reduo da taxa das reaces devido ao decrscimo da temperatura
Reduo da actividade da gua devido formao de gelo
Efeito da congelao sobre a actividade da gua de gua pura/gelo
Temperatura (C) aw
0 1,000
-5 0,953
-10 0,907
-15 0,864
-20 0,823
-40 0,680
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Efeito da congelao sobre a actividade da gua
S tem significado do ponto de vista microbiolgico se os alimentos forem armazenados a temperaturas que permitam crescimento microbiano (> -10C)
Produtos deterioram-se por aco duma microflora especfica: bolores e leveduras simultaneamente psicrfilos e osmfilos
Efeito da congelao sobre a actividade da gua
Ex.: deteriorao de carnes armazenadas a -5 - -10C (processo lento): Pontos negros por crescimento de Cladosporium herbarum
Pontos brancos devidos ao Sporotrichum carnis
plumas devidas ao Thamnidium elegans
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Efeito das diferentes fases da congelao sobre os microrganismos
Todas as fases afectam os microrganismos
Arrefecimento at temperatura a que se inicia a congelao causa choque pelo frio
Temperatura de congelao causa mais danos e morte
Danos causados pelas temperaturas de congelao
Inicia-se a congelao intracelular: danos fsicos devidos formao de cristais de gelo no interior dos microrganismos
Diminuio da aw extracelular desidrata as clulas microbianas
Alterao da fora inica e do pH da fase aquosa interfere com a estrutura e funo de muitos dos constituintes celulares
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Danos causados pelo arrefecimento at temperatura de armazenagem
Uma vez passada a barreira dos -10C, crescimento microbiano deixa de ser possvel
Durante a armazenagem, o nmero de microrganismos viveis decresce
Decrscimo mais lento quanto mais baixa for a temperatura
Congelao e segurana microbiolgica dos alimentos
Congelao no garante por si s a segurana do alimento:Morte microbiana limitada Persistncia das toxinas Ex.: frango congelado ainda uma importante fonte de Salmonella
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Congelao e segurana microbiolgica dos alimentos
Taxa de sobrevivncia Depende de:
Condies de congelao
Natureza do alimento
Composio da microflora do alimento
Muito varivel: 5 70%
Congelao e segurana microbiolgica dos alimentos
Resistncia dos microrganismos congelao: No afecta endosporos bacterianos Clulas vegetativas da maioria das bactrias Gram-positivas relativamente resistentes
Clulas vegetativas das bactrias Gram-negativas bastante sensveis
Inactivao fivel de protozorios patognicos e de vermes parasitas
mas no de bactrias constituintes dos alimentos actuam como crioprotectores patognicos podem sobreviver muito tempo: Ex.: Salmonella pode sobreviver 7 anos em gelado armazenado a 23 C
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Efeito da taxa de congelao sobre a extenso da destruiode populaes microbianas
Letalidade mxima verifica-se quando a congelao lenta Pouco ou nenhum choque trmico Exposio prolongada a concentraes elevadas de solutos
Efeito da taxa de congelao sobre a qualidade dos alimentos
Congelao no foi concebida para destruir microrganismos, mas sim para minimizar perda de qualidade dos produtos Congelao rpida prefervel produto deve congelar em meia hora
Congelao lenta cristais de gelo grandes, exposio prolongada a solues com elevada presso osmtica alimento perde qualidade Maiores perdas de fluidos celulares ao descongelar
Textura do produto descongelado afectada negativamente
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Descongelao
Processo mais lento do que a congelao Exterior do alimento exposto a temperaturas relativamente elevadas pro algum tempo
Risco de crescimento de mesfilos superfcie do produto
Descongelao
Forma prefervel de descongelar: Lentamente, a baixas temperaturas Assim, ter algum efeito letal clulas ficam mais tempo expostas s temperaturas adversas, entre 0 e 10C
Microflora do alimento descongelado microflora do alimento antes de congelar Efeito letal selectivo BAL geralmente responsveis pela deteriorao de vegetais descongelados, embora representem s 1% dos vegetais frescos, cuja microflora dominada por Gram-negativos
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Descongelao
Congelao e descongelao pode tornar alimentos mais susceptveis ao ataque por microrganismos: Destruio de barreiras antimicrobianas do produto
Condensao Contudo, a deteriorao no consideravelmente mais rpida
H, no entanto, uma perda da qualidade sensorial (textura)
4.3. Conservantes qumicos
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Conservantes
Substncias que tm a capacidade de inibir, retardar ou impedir o crescimento de microrganismos ou de qualquer deteriorao resultante da sua presena, ou mascarar a evidncia de tal deteriorao
Conservantes podem ser:
Microbicidas Microbiostticos Muitas vezes, o tipo de efeito depende da dose Nas doses legalmente permitidas, so quase sempre microbiostticos: So teis para controlar baixos nveis de contaminao
No substituem boas prticas de higiene no fabrico dos alimentos
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cidos orgnicos e steres
cidos lctico e actico j estudados, actuam principalmente devido presena de cido no dissociado
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cido benzico
Ocorrncia natural: casca da cerejeira, uva do monte, ch, anis,
Para fins alimentares, usa-se o de origem sinttica
cido benzico
Activo principalmente na forma no dissociada
cido relativamente forte (pKa 4,19) eficaz apenas em alimentos cidos
Aplicao prtica: inibio de bolores e leveduras deteriorantes
Susceptibilidade das bactrias varia muito
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Mecanismo da inibio dos microrganismos pelo cido benzico
MultifactorialMolcula no dissociada interfere com a gerao de energia a nvel da membrana
Aps penetrar na clula, afecta a actividade enzimtica
Parabenos
steres do cido para hidroxibenzico So fenis Carcter cido muito mais fraco do que os outros cidos orgnicos (pKa 8,5) podem ser usados em alimentos no cidos
Actividade antimicrobiana aumenta com o comprimento da cadeia carbonada do grupo ster mas a sua solubilidade em gua diminui Desempenho nalugns alimentos pode ser fraco, por se
localizarem na fase lipdica
A membrana dalguns Gram-negativos actua como barreira - resistentes
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Mecanismo de aco dos parabenos
Actuam principalmente sobre a membrana celular Eliminam o componente pH da fora motriz de protes
Afectam produo de energia e transporte de substratos
No h indicaes de interferirem directamente com enzimas
cido srbico
cido 2,4 hexadienico (cido gordo insaturado)
Presente em bagas de plantas do gnero Sorbus
pKa 4,8 til em alimentos cidos Activo contra leveduras, bolores e bactrias catalase-positivas
No to activo contra bact. catalase-negativas Usado como agente selectivo em meios para clostrdios e BAL ou como agente inibidor de fungos em fermentaes lcticas
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cido srbico
Mecanismo de aco:Membrana Inibio de enzimas importantes (enolase, lactato desidrogenase e vrias enzimas do ciclo dos cidos tricarboxlicos
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cido propinico
pKa 4,9 Ocorrncia natural em vrias plantas Produzido por propionibactrias em certos queijos
Utilizado como inibidor de fungos em queijos e produtos de panificao (inibidor das bactrias que causam fios)
Nitrito
Empregado desde h muito na produo de carnes curadas cor e flavor caractersticos
Adicionado sob a forma de sal de sdio ou potssio ou sob a forma de nitrato
Aco antimicrobiana conhecida desde os anos 20 do sc. XX
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Nitrito aco inibidora
Inibio de muitas bactrias conc. 200 mg kg -1: Escherichia, Flavobacterium, Micrococcus, Pseudomonas,
Alguma resistncia: Salmonella, Lactobacillus
Nitrito aco inibidora
Muito importante do ponto de vista prtico: aco inibidora sobre bactrias esporuladas (ex.: Clostridium botulinum) Sobrevivem processamento trmico aplicado durante o fabrico de carnes curadas
Eficaz para concentraes > 100 mg kg-1
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Nitrito aco inibidora
Mecanismo ainda pouco conhecido: interaces complexas com vrios factores (pH, concentrao doutros sais, processamento trmico aplicado ao alimento)
Inibio bacteriana aumenta com o decrscimo do pH agente activo deve ser o cido nitroso (HNO2; pKa 3,4)
Nitrito aco inibidora
Endosporos: Inibe germinao e desenvolvimento dos esporos
Reage com outros componentes do alimento, produzindo composotos inibidores factores de Perigo (Perigo, 1960)
Clostrdios so muito sensveis aos factores de Perigo
Nas carnes no parece haver formao de factores de Perigo
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Nitrito aco inibidora
Natureza dos factores de Perigo: Sais de Roussin sais complexos de ferro e grupos nitrosilo e sulfidrilo
Mecanismo bioqumico de inibio pelo nitrito dever envolver foramo de sais de Roussin por reaco com o ferro e grupos sulfidrilo de constituintes celulares importantes: Ferredoxinas (importantes nos clostrdios para o
transporte de e- e produo de energia)
Segurana do nitrito
Desde os anos 50 do sc. XX preocupaes com a formao de N-nitrosaminas (carcinognicas) por reaco com aminas secundrias dos alimentos
Favorecida quando pH baixo
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Fontes de nitrosaminas na dieta ocidental
Ingesto diria estimada: 2 mg NaNO2 dia-1
Carnes e pescado curado (especialmente bacon frito)
Cerveja Queijo Cereais Vegetais (75% da ingesto diria) gua
Fontes de nitrosaminas na dieta ocidental
Fonte muito importante: fumo de cigarro ingesto por inalao de quantidades 100 superiores s ingeridas com alimentos
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Segurana do nitrito
Prticas seguras de produo de carnes curadas: Reduo das concentraes de nitrito usadas
Uso preferencial de nitrito e no de nitrato Aplicao de cido ascrbico inibe reaco de nitrosao
Nitrito e qualidade das carnes curadas
Produo da cor caracterstica: Reduo do nitrito a xido ntrico Reaco do xido ntrico com o ferro hmico da mioglobina nitrosomioglobina
Durante o processo de cozedura de fiambres, bacon, etc. nitrosomioglobina nitrosil hemocromo (cor rosada tpica)
Necessrio aplicar 25 mg kg-1 para obter boa formao da cor
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Nitrito e qualidade das carnes curadas
Nitrito e qualidade das carnes curadas
Formao do flavorMecanismo desconhecido Antioxidante impediria oxidao dos lpidos?
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Dixido de enxofre
Usado desde h muito queima de enxofre dentro dos recipientes de vinificao para desinfect-los
Antioxidante inibe reaces de escurecimento enzimtico e no enzimtico nalguns produtos
Mecanismo de aco do SO2
Gs incolor Dissolve-se facilmente em gua, etabelecendo um equilbrio semelhante ao do CO2, dependente do pH:
SO2 (gasoso) SO2 + H2O H2SO3 H+ + HSO3- 2H++SO32-
O H2SO3 (cido sulfuroso) um cido dibsico com valores de pKa de 1,86 e 6,91
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Mecanismo de aco do SO2
As formas no ionizadas do SO2 penetram mais facilmente na clula e so as que tm maior actividade antimicrobiana
Formas no ionizadas predominam quando o pH baixo maior efeito em alimentos cidos
Quando o pH neutro, o SO2 est sob a forma de ies bissulfito (HSO3-) e sulfito (SO32-)
Forma mais fcil de manipular o SO2 na indstria alimentar sob a forma de sais destes anies
Mecanismo de aco do SO2
SO2 bastante reactivo Agente redutor destri ligaes dissulfureto nas protenas, interfere com reaces redox
Reage com pirimidinas dos cidos nucleicos, acares e muitos metabolitos intermedirios importantes
Aspecto negativo: destri a tiamina dos alimentos
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Conservantes naturais
Tendncia presente ditada pelos consumidores Tm recebido considervel ateno:
Extractos de origem vegetal Sistema da lactoperoxidase Bacteriocinas
Natural seguro!!!!! Estricnina Toxina botulnica
4.4. Modificao da atmosfera de embalagem
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Modificao da atmosfera de armazenagem
Embalagem em atmosfera modificada Efeito principal: inibio dos aerbios de crescimento rpido que depressa deteriorariam alimentos
Anaerbios facultativos e obrigatrios so pouco afectados (clostrdios, enterobactrias)
Donde: melhora-se conservao, mas no h grande efeito sobre patognicos
Tcnica quase sempre associada a armazenagem em refrigerao
Modificao das atmosferas de armazenagem
3 processos diferentes: Embalagem a vcuo Embalagem em atmosfera modificada Embalagem em atmosfera controlada
Requisito comum aos trs: boas propriedades de barreira do material de embalagem
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Embalagem a vcuo
Retirada de ar Muito usada para carnes de alta qualidade (grossista) consumidor no gosta da cor violcea resultante da falta de oxigenao da mioglobina (cor desaparece quando se abre embalagem)
Forma-se posteriormente CO2 no interior da embalagem impede desenvolvimento a microflora aerbia
Microflora das carnes embaladas a vcuo principalmente BAL (desenvolvimento lento)
Embalagem a vcuo
Tambm usada em embalagens para venda a retalho de carnes cozinhadas, peixe e saladas prontas a comer
Frio + falta de oxignio potencial aumento do risco associado s estirpes psicrotrficas de C. botulinum
Variante da embalagem a vcuo alimentos cozidos a vcuo primeiro embalados a vcuo, depois cozinhados melhoria do flavor e aparncia, vida de prateleira mais longa
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Embalagem em atmosfera modificada (EAM)
Embalagem recebe uma mistura de gases, geralmente CO2 + O2 + N2
Composio da atmosfera no interior da embalagem altera-se durante a armazenagem respirao do produto e dos microrganismos Dissoluo do CO2 na fase aquosa Diferentes taxas de difuso dos gases atravs do material de embalagem
Embalagem em atmosfera modificada (EAM)
CO2 efeito inibidor sobre os microrganismos N2 no tem efeito inibidor, mas evita o colapso da embalagem e evita a rancificao
O2 cor vermelha da oximioglobina melhora a aparncia das carnes contudo, permite desenvolvimento, ainda que lento, dos aerbios
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Misturas usadas para a EAM dalguns alimentos
Embalagem em atmosfera controlada (EAC)
A atmosfera a que o produto fica exposto mantida constante durante a armazenagem
Usada principalmente para armazenagem e transporte de alimentos em grosso Frutas e vegetais
Exemplo mais comum mas e peras em atmosferas com 10% CO2: Retarda deteriorao por bolores Antagonista do etileno retarda a senescncia dos frutos
Expedio de carcaas refrigeradas de borrego Carnes de primeira
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4.5. Controlo da actividade da gua
Controlo da aw
Pode ser feito atravs de: Remoo da gua por mtodos fsicos
Secagem
Congelao
Liofilizao
Reduo da gua disponvel para o crescimento microbiano por adio de solutos Salga
Adio de acar
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aw e controlo da microflora nos alimentos desidratados
Crescimento microbiano no se verifica abaixo de aw 0,60
Deteriorao microbiana no possvel, mas podem ainda assim ocorrer problemas microbiolgicos
Microrganismos conseguem sobreviver importante no caso dos patognicos:
Salmonella
S. aureus
Alimentos de humidade intermdia (IMFs)
Conservados por adio de solutos Classicamente sucrose e NaCl tb pode usar-se humectantes como glicerol, sorbitol e etileno glicol Problemas com aceitao pelo consumidor para alimentos
humanos
Usados em alimentos para animais de estimao
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Segurana dos produtos de baixo aw
Baixa letalidade dos processos, longa vida de prateleira dos produtos: Essencial cumprir estritamente prticas de higiene
Boas condies de armazenagem:
Embalagem adequada
Proteco contra flutuaes da humidade/temperatura
Principais problemas microbiolgicos S. aureus, mas tb Salmonella
4.6. Compartimentao
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4.6. Compartimentao
Limitao do crescimento microbiano por compartimentao dentro do produto
Ex.: manteiga
Manteiga
2 tipos:Manteigas doces, geralmente com salManteigas maturadas feitas a partir de natas fermentadas por BAL BAL produzem:
Acetona a partir do citrato flavor
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Manteiga
Emulso de gotculas de gua em leo Teor de gordura 80% Natas pasteurizadas por processo HTST (85C, 15 s)
Batidas para fazer inverso de fases Retira-se leitelho Malaxagem para retirar ainda mais humidade
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Manteiga
Em manteiga bem feita Muitas gotculas de gua (> 1010 g-1) Dimetro > 10m Como a manteiga contm no max. 103 ufc/g, maioria das gotculas so estreis
Nas que contm mos, o crescimento mto limitado a gotcula demasiado pequena para ter grandes quantidades de nutrientes
Se a manteiga for salgada, NaCl localiza-se nas gotculas: Manteiga com conc. total de sal de 1% e 16% de humidade tem na verdade conc. de sal de 6,25% na fase aquosa
Manteiga
Poucos mos sobrevivem pasteurizao das natas mos da manteiga dependem da higiene do processamento e manipulao Qualidade da gua de processamento mto importante
M qualidade microbiolgica das natas pode influenciar qualidade organolptica da manteiga lipases termo-estveis das pseudomonas
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Margarina
Tambm conservada por compartimentao fase contnua de leo vegetal
Tendncia actual margarinas com menor teor em gordura (40%) menor estabilidade Maior humidade menor conc. de sal e conservantes (c. lctico) na fase aquosa
Maiores dimenses das gotculas mais nutrientes para o crescimento microbiano
Donde, necessidade de empregar conservantes