Coesão referencial revisada
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Coesão referencial
Existem certos itens textuais que tem função de estabelecer referência, necessária a sua interpretação.
Essa referência permite o leitor relacionar determinado signo a objetos de sua cultura, por exemplo:“Machado de Assis = nosso maior escritor = mestre = ele = bruxo do Cosme Velho”.
Certos itens se observados separadamente podem se tornar vazios, veja: ele = Machado de Assis.
Essa coesão referencial pode ser obtida por substituição ou reiteração.
SubstituiçãoExiste a substituição de forma anáfora, quando um componente é retomado, ou de
forma catáfora, quando é precedido de uma pro-forma.Essa pro-formas exercem função de pro- sintagma, pré- constituinte ou pro- oração,
exemplo:a) Tenho um automóvel. Ele é verde.
Ele = pro-forma pronominalFunção: pro-sintagma
b) Há hipótese de terem sido os asiáticos os primeiros habitantes da América. Essa hipótese é bastante plausível.Essa: função pro-constituinte
c) Lucia corre todos os dias no parque. Patrícia faz o mesmo.Função: pro-oração
Observações sobre a substituição.
1) Em relação aos pronomes pessoais, somente os de terceira pessoa podem ser considerados substitutos textuais: ele ou ela.
2) Os substitutos textuais (pro-formas) pronominais se referem sempre a elementos da estrutura superficial e nunca a entidades não recobráveis nessa estrutura. Assim seria possível:a) os pais de Pedro morreram. Ele os amava muito.
Mas não b) Pedro é órfão. Ele os amava muito
Embora órfão seja o mesmo que “perdeu os pais”.A anáfora esquemática permite que isto seja possível do ponto de vista cognitivo, isto
porque existe uma estrutura inferencial que permite tal construção.3) Quando existir uma entidade negada, a pro-forma pronominal fica impossibilitada de
fazer substituição, isso porque ficaria impossível cognitivamente, repare:a) Não tenho automóvel. Ele é azul.
4) O autor do texto inclui na substituição a definitivização, um problema semântico, como exemplo ele usa uma receita onde a lista de ingredientes inclui novas entidades, e no modo de fazer, essas entidades se tornam em expressões definidas.
5) As pro-formas verbais se limitam em “ser” e “fazer”, exemplo:a) Lucia corre todos os dias no parque. Patrícia faz o mesmo
Outros verbos não possibilitam essa substituição, repare:b) Eduardo se parece com a mãe. Lucia faz o mesmo.
Ou seja, o verbo “fazer” substitui apenas verbos de ação.6) A elipse pode substituir qualquer elemento lingüístico.
ReiteraçãoÉ a repetição de expressões dentro do texto, pode ser:
1) Repetição lexicala) O fogo acabou com tudo. A casa estava destruída. Da casa não sobrou nada.2) Sinônimo A repetição de sinônimos é complexa, já que depende da conotação. O importante é a
identidade referencial, pois a sinonímia é um problema textual.a) A criança caiu e chorou. Também o menino não fica quieto.3) Hiperônimos e hipônimos O hiperônimo mantém o primeiro com o segundo elemento uma relação TODO – PARTE. O
hipônimo tem essa relação PARTE – TODO. Os hipônimos deixam o texto menos vago, pois possuem maior precisão, compare os
exemplos:a) Hiperônimos: gosto muito de doces. Cocada, então, adoro.b) Hipônimo: os corvos ficam a espreita. As aves aguardavam o momento de se lançarem
sobre os animais mortos.4) Expressões nominais definidasQuanto existir diversas formas de retomada do mesmo fenômeno, essa reiteração tem
além de conhecimento lingüístico, um conhecimento do mundo. Neste caso usamos novamente este exemplo:
a) Machado de Assis = nosso maios escritor = mestre = bruxo Cosme velho.O sócio pragmático da língua auxilia nessa continuidade com relações iminente no texto.5) Nomes genéricosUsado por nomes gerais: gente, pessoa, coisa, são itens de referência anafórica, exemplo: a) “Ate que o mar, quebrando um mundo, anunciou de longe que trazia nas suas ondas
coisas novas...”