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(vídeo 2525M – duração: 1h 56’ ) Via dei Castelli Romani, 89 – 00040 ROCCA DI PAPA (Roma) – Italia – +390694791040 [email protected] http://collegamentoch.focolare.org COLLEGAMENTO CH - 2 de maio de 2020 SEMANA MUNDO UNIDO “#InTimeForPeace web event” 1. INTRODUÇÃO E TIME-OUT PELA PAZ Música e legenda: - Collegamento CH especial “In time for peace” - 2 de maio de 2020 - Semana Mundo Unido uma maratona global PAZ - JUSTIÇA – FRATERNIDADE - Solidariedade na primeira linha - EQUADOR – BRASIL – FILIPINAS – ÍNDIA - Cultura da unidade - música e experiências - Direitos humanos e justiça para todos - EUA – REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO – SÍRIA – ITÁLIA - Histórias do mundo inteiro que nos chamam para construir a paz para todos, agora, juntos. Paolo (Italiano): Bem-vindos a este Collegamento CH especial que, num certo sentido, abre a Semana Mundo Unido 2020. Bom-dia, boa tarde, boa noite a todos! Sou Paolo, jornalista, e trabalho na televisão italiana. Esta SMU deveria começar na Coreia e, em vez disso, começa na cozinha de um apartamento em Roma. O que faremos hoje? Hoje viveremos uma verdadeira maratona, uma corrida pelo mundo, no sentido de que estaremos juntos um pouco mais. Queremos ver como, no mundo, que está passando por um momento dramático, o empenho pela fraternidade nunca parou. Eu falei em corrida, e não quero perder tempo. Então, vamos para a Coreia. Olá Liz !!! Liz (Inglês): Olá a todos daqui da Coreia, eu sou Liz. Nós coreanos não podíamos faltar. Também aqui o Coronavírus mudou nossas vidas, mas não diminuiu o desejo de fazer e a tenacidade do nosso povo. Uma saudação especial a todos e agora passo para Lydia! Lydia (Inglês): Olá! Cumprimento em Maori (...) [língua] da Nova Zelândia. Aqui é um pouco mais de meia-noite e, portanto, fomos os primeiros a inaugurar a Semana Mundo Unido 2020. É com você, Ezequiel! Ezequiel (Inglês): Ok, olá a todos daqui do Texas! Tenho 15 anos e estudo na escola superior, mas agora, por causa do Coronavírus, nós também estamos em casa. Olá, Anita Martinez! Anita (Espanhol): Olá a todos! Sou Anita e falo com vocês daqui de Córdoba, Argentina. Sou jornalista. Contaremos algo sobre o que estamos vivendo aqui, na América Latina. Passo a palavra para outro argentino que está na Itália! Facundo (Espanhol): Olá a todos, de Loppiano, perto de Florença. Sou Facundo e aqui, nesta cidadezinha, vivemos realmente uma experiência de fraternidade universal, que nos abre para o mundo! E agora você, Conleth!

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(vídeo 2525M – duração: 1h 56’ )

Via dei Castelli Romani, 89 – 00040 ROCCA DI PAPA (Roma) – Italia – +390694791040

[email protected] – http://collegamentoch.focolare.org

COLLEGAMENTO CH - 2 de maio de 2020

SEMANA MUNDO UNIDO “#InTimeForPeace web event”

1. INTRODUÇÃO E TIME-OUT PELA PAZ Música e legenda: - Collegamento CH especial “In time for peace” - 2 de maio de 2020 - Semana Mundo Unido uma maratona global PAZ - JUSTIÇA – FRATERNIDADE - Solidariedade na primeira linha - EQUADOR – BRASIL – FILIPINAS – ÍNDIA - Cultura da unidade - música e experiências - Direitos humanos e justiça para todos - EUA – REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO –

SÍRIA – ITÁLIA - Histórias do mundo inteiro que nos chamam para construir a paz para todos, agora,

juntos.

Paolo (Italiano): Bem-vindos a este Collegamento CH especial que, num certo sentido, abre a Semana Mundo Unido 2020. Bom-dia, boa tarde, boa noite a todos! Sou Paolo, jornalista, e trabalho na televisão italiana. Esta SMU deveria começar na Coreia e, em vez disso, começa na cozinha de um apartamento em Roma. O que faremos hoje?

Hoje viveremos uma verdadeira maratona, uma corrida pelo mundo, no sentido de que estaremos juntos um pouco mais. Queremos ver como, no mundo, que está passando por um momento dramático, o empenho pela fraternidade nunca parou. Eu falei em corrida, e não quero perder tempo. Então, vamos para a Coreia. Olá Liz !!! Liz (Inglês): Olá a todos daqui da Coreia, eu sou Liz. Nós coreanos não podíamos faltar. Também aqui o Coronavírus mudou nossas vidas, mas não diminuiu o desejo de fazer e a tenacidade do nosso povo. Uma saudação especial a todos e agora passo para Lydia! Lydia (Inglês): Olá! Cumprimento em Maori (...) [língua] da Nova Zelândia. Aqui é um pouco mais de meia-noite e, portanto, fomos os primeiros a inaugurar a Semana Mundo Unido 2020. É com você, Ezequiel! Ezequiel (Inglês): Ok, olá a todos daqui do Texas! Tenho 15 anos e estudo na escola superior, mas agora, por causa do Coronavírus, nós também estamos em casa. Olá, Anita Martinez! Anita (Espanhol): Olá a todos! Sou Anita e falo com vocês daqui de Córdoba, Argentina. Sou jornalista. Contaremos algo sobre o que estamos vivendo aqui, na América Latina. Passo a palavra para outro argentino que está na Itália! Facundo (Espanhol): Olá a todos, de Loppiano, perto de Florença. Sou Facundo e aqui, nesta cidadezinha, vivemos realmente uma experiência de fraternidade universal, que nos abre para o mundo! E agora você, Conleth!

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Conleth (Inglês): Sou Conleth, venho da Irlanda do Norte, sou advogado, mas quero me especializar em resolução de conflitos e, por isso, estou em Roma há um ano e trabalho como voluntário no Projeto Mundo Unido! Bom dia Arnaud! Arnaud (Francês): Olá a todos! Saudações deste meu lindo país, o Burundi. Também no continente africano, não faltam histórias bonitas de muitos que vivem por um mundo mais unido. Em breve contaremos. Não antes, porém, de cumprimentar Laxman !!! Laxman (Inglês): Olá! Sou Laxman, do Nepal. Sou comissário de bordo, mas também estou parado. Também sou coreógrafo. Falo com vocês do Quatar, onde moro. Hoje será ótimo estar com todos vocês! Bem-vindo também a Pascale! Pascale (Francês): Olá pessoal! Saudações de Beirute! Nem o Líbano poderia perder esse encontro com o mundo unido. Até breve e, enquanto isso, cumprimento Gloria! Gloria (Inglês): Aqui estou, olá. Eu sou Gloria, de Hong Kong. Ah, eu sei, quando se ouve o nome do meu país imediatamente vem à mente Coronavírus. Mas garanto que aqui também há pessoas que trabalham para construir um mundo melhor. Agora passo a palavra para Aline, no Brasil! Aline (Português): Olá a todos, sou Aline, uma saudação da cidade de São Paulo! Sou diretora de televisão e mãe de dois filhos. Estou muito feliz por estar com vocês hoje nesta maratona!

TIME-OUT Aline (Português): O título da Semana Mundo Unido é “In time for Peace”, é hora de construir a paz. Mas é possível viver pela paz nessas condições, na época do Coronavírus? E o que essa experiência nos ensina? Queremos descobrir hoje com a ajuda de muitos, de todos!

Paolo (Italiano): Ótimo! Enquanto isso, há pouco era meio-dia, o momento em que, no mundo, há quase trinta anos, muitos param por um momento qualquer atividade para rezar pela paz ou para refletir. Queremos começar com o Time-Out. Vamos fazê-lo juntos e depois continuar! Uma Gen 3: Não podemos nos acostumar com isso! Não podemos ficar indiferentes! Precisamos fazer alguma coisa! Uma Gen 3: Precisamos parar! Várias vozes (alternadas): Pare! Pare! Pare! Uma Gen 3: Fazemos o Time-Out ao meio-dia. Um minuto de silêncio ou oração para pedir a paz e reforçar o compromisso pessoal de construí-la ali onde vivemos. Um Gen 3, dos EUA: Somos os gen 3 de Houston e fazemos uma pausa todos os dias ao meio dia para fazer o Time-Out pela paz com outras pessoas de diferentes Estados e países. Uma Gen 3, do Burundi: Vamos fazer o Time-Out agora. (silêncio) Isso é urgente! Agora é a sua vez de fazer o Time-Out todos os dias para gritar a urgência da paz. MOSAICO - “Uno del Otro” by Gen Rosso (Música da Espanha, em espanhol)

Conleth (em inglês): Agradecemos o grupo Mosaico, que nasceu em 2017, depois de uma turnê do Gen Rosso. A canção que nos cantaram se chama “Uno dell’altro”.

250 FILM MAKERS (em inglês) - legenda Conleth: 250 cineastas se uniram para compartilhar a história da pandemia global. Vamos ouvir.

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(música) Sim, existe medo. Sim, existe isolamento. Sim, a compra é compulsiva. Sim, a doença existe. Sim, existe até mesmo a morte. Mas, dizem que em Wuhan, depois de tantos anos de barulho, se escuta os pássaros novamente. Dizem que um hotel da Irlanda ocidental está oferecendo refeições gratuitas e as entregam nas casas para quem não pode sair. (...) Em todo o mundo, as pessoas estão despertando para uma nova realidade. Quão grande realmente somos. Que pouco controle realmente temos. O que realmente importa. Amar. Vamos rezar e lembrar que: sim, existe medo, mas não deve existir o ódio. Sim, existe isolamento, mas não pode existir a solidão. Sim, a compra ainda é compulsiva, mas não pode existir a maldade. Sim, a doença existe, mas a alma não pode adoecer. Sim, existe até mesmo a morte, mas sempre é possível renascer para o amor. Escolha como viver agora. Hoje. Respire. Ouça, por trás do caos causado pelo pânico, os pássaros voltaram a cantar, o céu está se abrindo, a primavera está chegando, e o amor ainda nos envolve. Escancare as janelas da sua alma. E, se não conseguir tocar em ninguém, porque a praça está vazia, cante.1

2. CHIARA LUBICH SOBRE A PAZ2 […] A presença e o cuidado de um Pai por todos chama cada um a ser filho, a amar, por sua vez, o Pai; a realizar, dia após dia, o particular desígnio de amor que o Pai provê para cada um; isto é, fazer a Sua vontade.

1 Abbreviated from the original poem “Lockdown” By Brother Richard Hendrick a Capuchin Franciscan living in Ireland

2 Paris, 17 de dezembro de 1996 – Prêmio UNESCO

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Sabemos que a primeira vontade de um pai é que os filhos se tratem como irmãos, que se queiram bem, que se amem. Que conheçam e ponham em prática aquilo que se pode definir como a arte de amar. Requer que amemos cada um como a nós mesmos, porque “tu e eu”, dizia Gandhi, “somos uma só coisa. Não te posso te maltratar sem me ferir"3. A arte de amar requer que amemos por primeiro, sem esperar que o outro nos ame. Significa ainda saber “fazer-se um” com os outros, isto é, assumir os seus pesos, os seus pensamentos, os seus sofrimentos, as suas alegrias. Mas se esse amor for vivido por mais de uma pessoa, torna-se recíproco. […] Na verdade, para quem quer que se disponha hoje a remover as montanhas do ódio e da violência, a tarefa é imane e pesada. Mas o que é impossível a milhões de homens isolados e divididos, parece ser possível a quem fez do amor mútuo, da compreensão recíproca, o motor essencial da própria vida.[…] No mundo nada se faz de bom, de útil, de fecundo sem conhecer, sem saber aceitar o esforço, o sofrimento, em uma palavra, sem a cruz. Não é uma brincadeira comprometer-se a levar a paz! É preciso coragem, é preciso saber sofrer. Mas, se um grande número de homens aceitasse o sofrimento por amor, o sofrimento que o amor requer, essa poderia vir a ser a arma mais poderosa para dar à humanidade a sua mais alta dignidade, a dignidade de se sentir não tanto um aglomerado de povos um ao lado do outro, muitas vezes em luta entre si, mas um único povo. […] Esta espiritualidade comunitária não está ligada necessariamente a uma Igreja: ela é universal e, portanto, pode ser vivida por todos. Através dessa espiritualidade, homens e mulheres de quase todos os países do mundo estão hoje tentando ser, lenta mas decididamente, ao menos lá onde se encontram, sementes de um povo novo, de um mundo mais unido, de um mundo de paz, mais solidário sobretudo com os mais pequeninos, os mais pobres. Que Deus, Pai de todos, fecunde estes nossos esforços, com aqueles de todos os que estão empenhados no excelso fim da paz. E que se possa, como disse João Paulo II à Assembleia da ONU nos cinquenta anos de sua fundação [...]: "... Construir no século que está para chegar e no próximo milênio uma civilização digna da pessoa humana, uma verdadeira cultura da liberdade e da paz. "Podemos e devemos realizá-lo! - continuou -. E fazendo isso, poderemos perceber que as lágrimas deste século prepararam o terreno para uma nova primavera do espírito humano"4. Conleth (em inglês): O impossível, mesmo estando isolados, torna-se possível, se transformarmos o amor e a unidade na força motriz de nossas vidas. Um desafio poderoso e profético de Chiara Lubich. O mundo está fisicamente isolado porque temos de estar. No entanto, enquanto viajamos pelo mundo juntos, vocês poderão ver que, mesmo neste momento, o impossível se tornou possível. A solidariedade, o amor, a luta pela justiça, a busca pela paz. Tudo possível, tudo necessário.

3. JUSTIÇA SOCIAL E CORONAVÍRUS EQUADOR (em espanhol) Anita Martinez, United World Project (em espanhol): Na América Latina, um continente de grandes contrastes, um dos países mais afetados pela pandemia é o Equador, onde há também uma experiência particular de desafiar a paz e a desigualdade social... Vamos descobrir o que estão vivendo por lá...

3 WILHELM MÜHS, Parole del Cuore. Milão, 1996, pág. 82.

L'OSSERVATORE ROMANO, 6 de outubro de 1995, pág. 6.7, ed italiana.

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Estou acompanhada do Núncio Apostólico no Equador, o Arcebispo Andrés Carrascosa Coso e de Clara Carrillo. Como estão? Dom Andrés Carrascosa: Bom-dia, muito bem. Clara Carrillo: Bem obrigada. Anita Martinez: Em primeiro lugar, gostaríamos de lhe perguntar, excelência, como está sendo vivida a pandemia no seu país e o que a Igreja está conseguindo fazer para ajudar o seu povo? Dom Andrés Carrascosa Coso, Núncio Apostólico no Equador: Como país, estamos em choque, como todos os países do mundo. Ninguém estava preparado. [...] Foi um drama terrível porque nos encontramos dominados pela pandemia. O número de mortos continua a aumentar, mas seguindo os mesmos padrões dos outros países, a linha está se relativizando. A Igreja procurou estar perto em vários níveis. Em nível de culto, são poucas as paróquias que não estiveram em condições de se conectar virtualmente com os próprios paroquianos, porque as pessoas desejam ver o próprio pároco. Também em nível de acompanhamento espiritual e até psicológico de muitas pessoas que estão sofrendo. E depois, como solidariedade, a Caritas inventou muitas coisas, várias atividades, mas sobretudo, procurando criar sinergias com outros grupos, tanto governamentais quanto privados, para chegar aos mais vulneráveis. Certamente não se chega a tudo, mas está em ação um trabalho importante. Neste sentido, sobretudo na região de Guayaquil, diversos sacerdotes adoeceram, inclusive alguns bispos. […] De minha parte, a um certo ponto, acolhendo um pedido dos fiéis e pensando também na bênção que o Papa enviou, surgiu a iniciativa de dar a bênção com o Santíssimo Sacramento, na Quinta-feira Santa, em nome do Papa. E estas foram esplêndidas experiências de fé. [...] Anita Martinez: Muito obrigada, excelência... estamos com o senhor neste momento e lhe mandamos muita força. Dom Andrés Carrascosa: Obrigado. Anita Martinez: Clara, já para você, esta doença lhe tocou pessoalmente muito de perto... Poderia nos contar um pouco daquilo que está vivendo e viveu? Clara Carrillo, Guayaquil – Equador - legenda: Olá, sou Clara, moro a uns 15 quilômetros de Guayaquil. Por causa desta doença, perdi 3 parentes: o meu pai e dois tios da minha mãe. O meu pai esteve doente 4 dias. Segunda-feira de manhã, 30 de março, falei com ele por telefone durante alguns minutos. Procurei lhe transmitir a Fé. Disse a ele que eu e os meus irmãos estávamos rezando por ele. Lembro muito bem as suas últimas palavras: “Que Deus te abençoe e te acompanhe”. Naquela mesma noite me chamaram para me dizer que o meu pai tinha morrido de infarto e que não houve modo de reanimá-lo. Não tivemos nem mesmo a oportunidade de lhe dar um enterro tradicional. Mais tarde, nos dias 5 e 9 de abril, os dois tios da minha mãe morreram. Aparentemente todos por causa do Corona vírus. O que dizer nesta situação? Nunca se está preparado para enfrentar uma tal provação... mas no meio de tudo isto parecia que, através da oração, todos aqueles momentos de dor e de separação fossem um chamado de Jesus. Pude experimentar que não estava sozinha. Que muitas pessoas me sustentavam e cuidavam de mim e da minha família. […] Hoje sinto uma grande paz, mesmo se às vezes me comovo... mas com o passar dos dias consegui entender que os tempos de Deus são perfeitos. Apesar das condições, experimento um relacionamento renovado com Jesus, maior comunicação com a minha família e com os amigos, inclusive com aqueles que, embora a centenas de quilômetros de distância, sempre se fizeram presentes, talvez com alguma mensagem ou alguma palavra de apoio.

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Algumas pessoas me dizem que sou corajosa, forte, porque estou conseguindo superar bem estes momentos de dor. Mas a minha resposta é que não sou eu. O que me ajuda muito é ir além da dor, sabendo que pouco a pouco isto se transformará, porque existe quem está atravessando situações muito mais difíceis do que a minha. Atos concretos como escrever uma mensagem a quem está doente, proporcionar palavras de confiança a quem está atravessando momentos de angústia, ouvir quem precisa ser ouvido. A experiência do luto também me permitiu ser empática. Posso compartilhar a dor da outra pessoa que perdeu um familiar, porque a sinto como minha, e assegurar as minhas orações. Anita: Obrigada, Clara... não são palavras vazias: estamos com você. Creio que, sem dúvida, o seu testemunho seja um dom para nós e nos dá uma perspectiva renovada para viver esta época... Obrigada a ambos. Anita Martinez: Com essa forte experiência no coração, vamos a Buenos Aires encontrar a Dra. Cristina Calvo, economista argentina, diretora do programa internacional Democracia, Sociedade e Nova Economia, [da direção da Universidade de Buenos Aires,] para nos dar sua visão sobre o que está acontecendo no mundo e na América Latina.

Entrevista a Cristina Calvo (em espanhol) Anita, United World Project: Oi Cristina, como você está? Que bom cumprimentar você. Cristina: Oi Ani. Anita: O Coronavírus, evidencia a injustiça social. Como podemos combater esta desigualdade? Cristina Calvo, Economista, Buenos Aires - Argentina: O Coronavírus está demonstrando que, muitas vezes os valores da justiça, da solidariedade, da equidade, são títulos abstratos e não se concretizam nas políticas públicas. Dou dois exemplos: as pessoas empobrecidas nos bairros vulneráveis não têm água potável para lavar as mãos. Os refugiados, os migrantes sem os documentos, não podem receber as ajudas de emergência. Isso mostra de modo dramático as desigualdades preexistentes. Temos que debater mais sobre o modo de agir, porque ainda estamos no coração da emergência. Sem dúvida são necessários mais benefícios, investimento na saúde, nos sistemas de atendimento, mais respeito pela natureza, renovação dos ecossistemas e um incremento dos relacionamentos afetivos e fraternos. As crises nos ajudam a nos conscientizarmos, mas não basta, porque, depois, a consciência deve ser acompanhada pela memória, pela ação, pelo pensamento, pela criatividade. Tudo isso será importante e permitirá que cuidemos uns dos outros mais e melhor. Anita: Você acha que podemos fazer algo para que a economia seja guiada pela justiça e não pelo mercado? Cristina: Certamente. O Coronavírus também está revelando que o sistema em que estamos inseridos não é um sistema a favor da vida. Nos últimos anos, nos Países do Norte e do Sul, fizeram enormes cortes nos balanços públicos nos âmbitos da saúde, da assistência aos pobres, da aposentadoria. E é incrível que hoje estes sejam os maiores custos que os governos devem enfrentar para superar a situação de emergência. A dinâmica social engloba muitas coisas: a política, a economia, os afetos, a cultura... Ter consciência é importante, mas não basta, porque quando se fala de questões estruturais, a história nos mostra que elas se transformam quando mudam as relações de força. Isso acontecerá? Não sabemos... mas eu gosto muito do que disse Gramsci, pois ele distingue entre o pessimismo intelectual e o otimismo da vontade. Eu escolho este último. O pós-Coronavírus será importante se conseguirmos sair SIM, MAS não mais sozinhos, mais subjugados, mais deprimidos; pelo contrário, mais convencidos de que a transformação é possível e que também existe outro sistema que podemos construir.

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Anita: Obrigada, Cristina. Eu adoto este “otimismo da vontade”. Acho que pode ser uma boa ideia para todos aqueles que estão nos ouvindo e podemos vivê-lo juntos. Cristina: Obrigada, Ani.

PORTUGAL SUPER-HERÓIS (em português) Olá! Eu sou o Francisco. Vou-lhes explicar a ação dos gen 4. Queremos preparar biscoitos e bolos, para entregar, com a ajuda de um adulto, aos nossos heróis. Bombeiros, polícias, médicos, professores, lojas. Difundam a ideia entre todos os que vocês conhecem. E que façam vídeos e fotos para mandar-nos. Posso contar contigo? Adeus!

PROJECT LIA (em inglês) Conleth: Dizem: você quer a paz, trabalhe pela justiça. O Projeto Lia comprova isso. É um bom exemplo para viver concretamente in time for peace. Jornalista: Com as novas ferramentas, Joyce Davis explora um novo emprego. É um novo início para uma pessoa de 38 anos que terminará a sua pena de 6 anos daqui a algumas semanas. Joyce Davis: O meu passado não deve atrapalhar minha capacidade de ser bem sucedida como pessoa. Jornalista: Joy é uma das três novas funcionárias do Projeto Lia, um programa de formação profissional sem fins lucrativos para mulheres que saem da prisão. No complexo industrial Circle City elas reciclam material descartado, transformando-o em uma decoração, única no seu gênero, para casa e escritório. Mas há um diferencial no trabalho delas. Joyce Davis: Reaproveitamos materiais descartados, onde as pessoas não veem a beleza. É como o que acontece conosco. Nem sempre se vê em nós a beleza. Por isso, enquanto renovamos os materiais, renovamos a nós mesmas.[…] Elisabeth Wallin: Há muito tempo essas mulheres lidam com seus traumas e com um pensamento persistente que as impede de sonhar alto. Jornalista: Elisabeth Wallin é fundadora e diretora executiva do Projeto Lia. O seu empenho é reduzir a taxa de reincidência em Indianápolis. […] Quase 60% das mulheres não trabalhou em período integral no mês antecedente à prisão. O Projeto proporciona um trabalho, e oferece formação profissional que ajuda a vencer os obstáculos quando voltam para casa. Elisabeth: É muito empreendedor, em certo sentido, que elas se envolvam em todos os aspectos da atividade, desde marketing até vendas, produção e criação de novos produtos e protótipos. É uma boa prática para a vida delas e para aquilo que devem enfrentar quando voltarem para casa. […] Conleth: Elizabeth Wallin, fundadora e diretora do Projeto Lia, está aqui conosco. Elizabeth: Olá. Obrigada por me convidar. Conleth: Elisabeth, gostaria de saber: o que a levou a começar tudo isso e o que aprendeu? Elisabeth Wallin, Fundadora do Project Lia, Indianápolis, Indiana - USA : Comecei depois de entender minha paixão de criar maiores oportunidades de justiça econômica e de solidariedade social para as mulheres aqui nos Estados Unidos, amplamente ignoradas pelas nossas comunidades, especialmente quando elas saem da prisão e tentam se reintegrar. Grande parte da minha paixão nasceu dessa luta pela justiça que você mencionou, e também do valor do Mundo Unido e de como o construímos concretamente. Uma das coisas mais importantes que aprendi e que continuo aprendendo é que é um longo e incrível caminho. É um processo, e não

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um trabalho orientado a objetivos ou baseado em tarefas, cujo fim pode ser visto. Às vezes, é difícil concentrar-se no momento presente, mas é isso que importa. Conleth: Ouvi a história de uma das mulheres que fez parte do Projeto Lia e acho que a sua história pode ser a mesma de muitas outras que fazem parte do projeto. Vamos ouvir e conversaremos um pouco mais tarde. Elisabeth: Ótimo. Kathy Merchant, Funcionária, Projeto Lia: Eu era uma sem-teto. Não tinha trabalho. Vivi tragédias pessoais que comprometeram minha capacidade de ver além da escuridão. Uma série de decisões erradas no passado me levou para a prisão. Foi nessa época que tive a oportunidade de conhecer o Projeto Lia.[…] Obviamente, o Projeto me ajuda porque me dá um emprego, um salário, e assim entra algum dinheiro.

Ajudaram-me a pagar o transporte de casa para o trabalho e também em outras obrigações que

tenho devido à minha situação legal. […] Ver pessoas estranhas que se dedicam a mim, que me incentivam a ser uma pessoa melhor, diferente do que eu era antes, é uma grande coisa para mim. Sou muito agradecida.

Conleth: Isso é muito bonito, Elizabeth.

Penso que uma das lições mais importantes, pelo menos para mim, ouvindo a sua história. Se

quisermos que as coisas mudem, devemos arregaçar as mangas e participar deste trabalho de

construção da justiça. E sei que muitas pessoas que hoje estão nos ouvindo aqui e que hoje nos

olham, vãos e inspirar no Projeto Lia e a todo o seu trabalho.

E por isso agradecemos imensamente a você e boa sorte para o futuro.

Quem quiser saber mais, pode visitar o site web: www.projectlia.org .

Elisabeth: Obrigada! 4. EDUCAÇÃO À PAZ DANCELAB HARMONIA Paolo Balduzzi, United World Project: Trabalhar pela paz não significa apenas trabalhar com o que é bom, mas também com o que é belo, com a beleza. E é por isso que estamos conectados agora com Montecatini Terme, uma cidadezinha perto de Florença, no centro da Itália. Comigo estão Antonella Lombardo, Elisa Catolfi, Maria Chiara Giaccai, Vera Zerellari e Alessandra Spinetti. Olá pessoal. Vozes: Oi! Vozes: Oi! Paolo Balduzzi: Antonella, começo com você, porque você foi dançarina, coreógrafa e agora administra o centro de arte DanceLab Harmonia. Como tudo isso nasceu? Antonella Lombardo: Sim. Eu queria que os jovens que se aproximavam da dança experimentassem a dança em seu sentido mais sublime, em sua realidade mais pura. Naquela época, tive a sorte de conhecer Chiara Lubich, que me deu um nome para este projeto, precisamente Harmonia. Ela também me disse que a palavra Harmonia contém em si um programa enorme, de fato, significa altíssima unidade. Alguns anos depois, em 2006, nasceu o projeto Harmonia entre os povos, que deseja testemunhar que a arte tem uma linguagem superior, onde todos podem se encontrar. Experimentamos várias vezes que é realmente um instrumento de unidade entre os povos.

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Paolo Balduzzi: Antonella, neste caminho, neste nascimento de Harmonia entre os povos, Elisa Catolfi desempenhou uma parte importante, quando, a certa altura, você a encontrou no seu caminho. Elisa, você poderia dizer algo a respeito? Elisa Catolfi: De fato, em 2006, nasceu o lado concreto desse projeto que tomou várias direções. Na Itália nasceu o Festival internacional harmonia entre os povos, o campus internacional de alta especialização em dança, destinado a jovens de todas as partes do mundo e de áreas de conflito, que querem ser dançarinos profissionais. No Oriente Médio nasceu um campus de arte com crianças dos campos de refugiados e dos territórios palestinos. Além disso, temos um amplo trabalho em escolas de todos os tipos e níveis, que se concretiza na Marcha Harmonia pela paz. Paolo Balduzzi: É um belo trabalho. Aqui também temos a sorte de encontrar algumas jovens que, como você e a Lisa, foram e ainda são alunas da escola. Uma delas é a Vera. Oi, Vera. Vera Zerellari: Olá, bom dia. Paolo Balduzzi: Você poderia nos dizer brevemente como sua vida mudou a partir do encontro com a harmonia entre os povos? Vera Zerellari: Sim, minha vida mudou muito depois de ter feito muitas experiências com a associação. Mudou precisamente na vida cotidiana, em cada ação. Também as dificuldades são enfrentadas de outra maneira. Para nós, jovens, essa experiência artística é realmente muito importante. Paolo Balduzzi: Isso também se reflete nas escolhas do futuro. Como aconteceu com Maria Chiara. Você fez uma escolha particular de vida e também de estudo. Por falar nisso, você acabou de se formar, graças à experiência com o DanceLab Harmonia. Você pode nos dizer como tudo aconteceu? Maria Chiara: Sim. Graças a este projeto, direcionei minha trajetória de estudo e escolha da universidade. Na verdade, me formei na semana passada em Estudos Internacionais de Ciências Políticas e, portanto, espero que, graças à formação artística, mas também graças ao estudo, continue a construir projetos concretos de paz. Legenda www.onelad.net Paolo Balduzzi: Bem, já conversamos muito, mas também seria bom mostrar algo. Porque eu sei que vocês prepararam algo para a Semana Mundo Unido. Alessandra, é com você. Alessandra Spinetti: Através da coreografia que veremos agora, queremos testemunhar que a arte pode criar uma altíssima unidade. Paolo Balduzzi: Vamos ver agora os jovens de DanceLab, desta vez com pessoas do mundo inteiro. Videoclipe dança inspirada no tema “Now” do Gen Rosso

(coreografia de Gabriel Ledda e Laxman Kami)

LIVING PEACE - AMU

Paolo Balduzzi, United World Project: Anna Moznich, está conectada conosco. Olá, Anna, bem-vinda!

Anna Moznich, AMU – Ação por um mundo unido: Olá a todos!

Paolo: Anna, você é uma educadora social e trabalha na AMU (Ação por um Mundo Unido), que é uma ONG, ou seja, uma organização não governamental, que todos os dias promove o desenvolvimento de pessoas e povos, mas no espírito de comunhão, fraternidade e solidariedade. É isso mesmo?

Anna: SIM.

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Paolo: Anna, você trabalha para a AMU na área da Educação, onde está inserido o projeto Educação para a paz. Estamos em 2011, ano em que nasceu o projeto Living Peace, no Egito. Do que se trata?

Anna: Living Peace International é um projeto de Educação à Paz e nasceu no Cairo em uma escola primária, durante a revolução árabe. Era um período difícil, de conflito, e um professor – Carlos Palma – ofereceu algumas ferramentas simples aos seus alunos para tentar enfrentar o conflito e promover a paz entre eles e entre as pessoas. O projeto se fundamenta em dois pilares: Time Out e a prática do Dado da Paz. É, portanto, um projeto de vida que ajuda a viver valores de paz, difundindo-os através de gestos concretos e diários, contribuindo assim para a construção da cultura da paz.

Paolo: Anna, você mencionou o “dado da paz”, que já conhecemos, porque falamos sobre isso em outros collegamentos. Pode nos explicar como é utilizado no projeto Living Peace International?

Anna: Sim, é um dado comum, só que, em vez de números, contém frases correspondentes a valores de paz. Nas escolas que o adotaram, o dado é jogado todas as manhãs e todos se comprometem em viver a frase. Isso causa uma mudança visível na vida dos jovens, dos adolescentes, mas também dos professores e das próprias famílias. O dado se espalhou por todo o mundo e foi adaptado às diferentes culturas e religiões.

Paolo: Anna, entre as muitas iniciativas que surgiram no contexto do Living Peace International, existe alguma que permaneceu particularmente impressa em você, da qual gostaria de nos falar? Anna: Sim. Lembro-me da experiência no Nepal, onde os jovens da rede Living Peace se comprometeram a ajudar as pessoas mais vulneráveis, por exemplo, coletando alimentos para serem distribuídos às famílias mais carentes ou ensinando às crianças e aos adolescentes as técnicas corretas para lavar as mãos. Com todos nós, eles continuam a espalhar esse antivírus de fraternidade, como gostamos de chamar.

Paolo: Então, acho que não falta trabalho para vocês.

Anna: Não, nem um pouco.

Paolo: Ok. Então, vou deixar você trabalhar. Obrigado por estar aqui e por começar conosco a Semana Mundo Unido.

Anna: Obrigada a todos vocês. Um grande abraço, tchau!

Paolo: Tchau!

Entrevista Emilia Heo (em inglês) Liz: Estamos com Emilia Heo, docente de Relações internacionais e estudos sobre a paz na Ritsumeikan Asia Pacific University. Oi Emilia, obrigada por estar aqui hoje. Emilia: Oi Liz. Um abraço do Japão. Liz: Emilia, acabamos de ouvir as histórias de Dancelab e Living Peace. Você é especialista em estudos sobre a reconciliação e a paz. Como os esforços de quem trabalha pela paz, com a base, podem influenciar a reconciliação entre os Estados inimigos? Emilia: Esta é uma pergunta muito difícil. Vocês sabem que não é fácil reconstruir um relacionamento, sobretudo entre os Estados. Normalmente esperamos que sejam os governos a agir, mas na realidade muitos exemplos demonstram a força que vem da base, da sociedade civil, como as duas experiências que ouvimos. […] Na minha universidade temos alunos de mais de 30 nacionalidades. Na mesma sala tem um francês ao lado de um alemão, ou um chinês ao lado de um japonês, um senegalês ao lado de um tamil. Países que são ou foram inimigos. Isso nos indica a beleza da diversidade, mas não é automática, quando o passado é doloroso. A educação à paz é crucial. Muitos deles almejam ser

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diplomatas, políticos ou trabalhar em organizações internacionais. Considero que seja muito importante que as novas gerações assumam essas funções com o empenho de trabalhar pelo mundo inteiro e não apenas pelo próprio país. “Trabalhar pela paz” pode parecer bonito, mas é muito difícil. Quem escolher viver assim, deve enfrentar o ódio, as divisões, as incompreensões. Mas se permanecermos unidos e vivermos o nosso empenho juntos, lançando o dado da paz, como vimos no vídeo precedente, creio que tudo isso terá um impacto enorme em escala mais ampla e também em nível de governo. Liz: Você crê que a COVID-19 pode gerar uma atitude que leve cada um a ocupar o “primeiro lugar” nas relações internacionais. Por quê? O que fazer para mudar esta situação? Emilia Heo: Esta atitude é comum na sociedade internacional e é responsabilidade dos governos proteger os próprios cidadãos. O que acho perigoso é o que entendemos por necessidade. Onde colocamos a barreira entre nós e os outros? Esta linha pode abranger os familiares, os amigos, o próprio país, o continente, a humanidade inteira. Podemos escolher onde traçar a linha de demarcação de acordo com as nossas convicções. Mas dependendo de onde passar esta linha o futuro do nosso mundo mudará completamente. Se não considerarmos a humanidade como uma família, a desconfiança, o ódio e a ignorância, provocarão um desastre ainda maior. O primeiro passo para uma mudança é aprender o que é a diferença. O que eu tenho que eles não têm? Por que mereço ter mais? Por que o país deles se comporta de outra maneira que o meu na mesma situação? Devemos lembrar que ninguém tem o poder de escolher o lugar onde nascer. Eu poderia ter sido italiana, chinesa ou americana. Trabalhar para criar um sentido de pertença mais forte que ultrapassa o confim nacional, requer tempo. É preciso coragem e confiança nos outros para se abrir, embora é sempre possível prejudicar o outro… É necessária uma fé no amor. Mas este empenho requer principalmente um forte desejo de paz com todos, e não contra todos.

Liz: Obrigada, Emilia, de verdade! Acho que eu, particularmente, também devo começar a fazer a minha parte. Obrigada pela inspiração, pelo esforço e entusiasmo! Muito Obrigada! Emilia: Obrigada!

5. DIREITOS HUMANOS

Federico Aleotti – Projeto na África Oriental Arnaud Favina, United World Project – Burundi (em francês): E agora vamos para a África Oriental. Federico Aleotti é um jovem engenheiro italiano que há cerca de um ano trabalha em projetos de energia para pequenas aldeias em Ruanda, Uganda e Congo. Vamos ouvir.

Federico Aleotti, engenheiro energético, Roma - Itália: Olá, sou Federico, tenho 25 anos e sou engenheiro de energia. Moro perto de Roma. Há um ano e meio, me formei e decidi sair, fazer uma viagem à África Oriental com alguns alunos e professores da Universidade de Roma. Durante esta viagem, atravessamos Ruanda, Uganda e Quênia; e visitamos muitas usinas de energia renovável, como a solar e a hidrelétrica. Estudamos como essas tecnologias podem ser integradas nos países em desenvolvimento para tentar alcançar um desenvolvimento mais sustentável possível, do ponto de vista técnico e social. Durante essa viagem, conheci algumas empresas e, em particular, uma start-up de jovens empreendedores de todo o mundo que trabalham no âmbito do acesso à energia: portanto, a eletrificação rural em áreas distantes das grandes cidades.

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Mas o que significa com acesso à energia? Nas aldeias distantes das grandes cidades onde geralmente não chega a rede elétrica nacional, a população costuma usar pequenos painéis fotovoltaicos com os quais alimentam lâmpadas ou recarregam os celulares; enquanto os mais ricos às vezes podem comprar geradores a diesel, que custam muito caro e também poluem. Tentamos propor o uso de tecnologias renováveis mais inovadoras sob os três aspectos fundamentais da sustentabilidade: ambiental, social e econômico. Sustentabilidade ambiental, pois estamos substituindo tecnologias obsoletas e impactantes, como o diesel, por renováveis, como a solar e a hidrelétrica. A sustentabilidade social como acesso à energia ainda tem um grande impacto nas comunidades envolvidas nesses projetos, basta pensar na possibilidade de bombear água, purificá-la ou iluminar as ruas e casas também de noite. Isso significa trabalhar, ler e estudar também à noite. Otimizar todos os processos agrícolas e de produção do local. O aspecto mais importante é gerar empregos. Seja diretamente, porque, de qualquer forma, contratamos funcionários nas aldeias onde operamos; seja indiretamente, estimulando a microempresa. Nesse contexto, há um episódio bastante significativo. Contratamos, nessas aldeias, eletricistas altamente qualificados, que devem ir às grandes cidades para encontrar trabalho. Graças aos nossos projetos, eles agora têm um emprego estável e podem crescer profissionalmente em suas aldeias de origem e trabalharem para o desenvolvimento das comunidades sem precisarem procurar alternativas em outros lugares. Os clientes a quem prestamos serviço podem gastar muito pouco. Estamos falando de um salário geralmente inferior a um dólar por dia, e isso exige modelos de negócios inovadores e criativos. Para nós é fundamental o uso produtivo de energia. O nosso objetivo, nesses contextos, não é acender a lâmpada ou carregar o celular, mas levar o potencial da energia, tudo o que pode ser feito com energia e como valorizar as cadeias de valor onde operamos. Estamos falando de agricultura, de triturar trigo ou gelo para pescadores que podem conservar peixe ou, por exemplo, da conservação do leite, a pasteurização. Fazemos tudo isso através de programas de microcrédito, para que os empreendedores locais possam comprar as máquinas para as suas atividades. Em segundo lugar, a criação de pequenas instalações industriais para reprocessar matérias-primas e garantir que o valor agregado permaneça na comunidade e não vá, por exemplo, para as grandes cidades. Finalmente, formação na gestão das próprias atividades. Estou na África há um ano e meio e percebo que cresci muito do ponto de vista técnico, profissional e humano. Somos uma grande equipe de pessoas do mundo inteiro, por isso há um forte intercâmbio multicultural. Tive também a oportunidade de ir a outros países, conhecer comunidades diferentes e complexas. Provavelmente, a coisa mais importante deste trabalho nesses contextos não é tanto levar tecnologia, energia, acender a lâmpada, quanto todo o potencial que traz, em termos de desenvolvimento das comunidades, desenvolvimento individual e crescimento mútuo. Esse relacionamento com as comunidades locais é o que dá mais valor e significado a este trabalho. Legenda: www.equatorial-power.com – Telegram channel: "Muzungu is my name"

GEN FUOCO – República Democrática do Congo - música Entrevista a Prisque (em francês) Pascale Mounsef, United World Project - Líbano:

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Olá a todos! Estou muito feliz em receber o Prisque hoje! Ele é advogado do tribunal, ativista dos direitos humanos, na República Democrática do Congo, e presidente da Comissão de Justiça e Paz da paróquia de São Clemente, em Kinshasa. Olá, Prisque! Você pode nos dizer por que escolheu o Direito? E como você atua pelos direitos humanos em sua profissão para ajudar sua comunidade? Prisque: Obrigado, Pascale, pela sua pergunta. Escolhi o Direito porque queria realizar um sonho. Desde criança, sempre sonhei em defender os direitos dos oprimidos (…). Assim, decidi estudar Direito e sou advogado. Meu compromisso pelos direitos humanos se deve ao fato de que muitas pessoas na minha comunidade são vítimas de violações dos direitos humanos. Inclusive de prisões arbitrárias, privação de suas propriedades e dos seus bens, detenção em condições desumanas, pagamento de multas que não existem. Conhecendo a lei e principalmente sendo Gen, sinto o dever de ajudá-los. Assim, desde 2017, começamos a organizar cursos de formação sobre direitos humanos, sobre educação cívica, consultoria e assistência jurídica gratuita. Pascale: E existem pessoas que se opõem às iniciativas de vocês? E o que fazem para superar as dificuldades e irem adiante?" Prisque: Os policiais nos consideram seus inimigos porque participamos da emancipação dos cidadãos e os ajudamos a se tornarem conscientes dos seus direitos. A coragem e a superação do medo são formas eficazes para vencer todo tipo de oposição. Toda vez que encontramos uma oposição, usamos meios legais reconhecidos, e o fato de sermos advogados nos ajuda a lidar com isso. Com essa coragem e determinação conseguimos a libertação de um jovem preso injustamente, simplesmente porque sua família não tinha possibilidade de pagar um advogado. Também resolvemos uma disputa de terras de uma viúva que tinha dividido o seu terreno em dois, vendendo-o para duas pessoas diferentes. O segundo comprador, de má-fé, queria se apropriar da parte reservada ao primeiro. Perante o juiz, representamos essa viúva. Restituímos a cada um a própria porção de terra e a viúva recuperou seu dinheiro. Através destas iniciativas temos hoje uma plataforma para refletir e compartilhar experiências sobre direitos humanos e, juntos – sem dúvida com a ajuda de Chiara no Céu – trabalhamos pela emancipação e o respeito da pessoa humana nos seus direitos fundamentais. Obrigado. Desejo tudo de bom a vocês nesta Semana Mundo Unido. Pascale: Obrigado, Prisque! É muito bom saber o que você está fazendo em prol dos direitos humanos e da justiça! Obrigado! Prisque: Tchau! Entrevista Melchior (em inglês): Conleth Burns, United Word Project: Vamos ao Congo e ao Sudão do Sul, onde encontraremos o Dr. Melchior Nsabimana, que atualmente trabalha no Serviço Aéreo Humanitário da ONU. Obrigado Melchior, pelo tempo que se dedicará a nós. Melchior, no Sudão do Sul, seis anos de guerra civil custaram a vida de quatrocentas mil pessoas. Seis milhões de pessoas vivem à beira da carestia. E agora estão enfrentando a pandemia do COVID-19. Qual é a situação hoje? Melchior Nsavyimana, Serviço Aéreo Humanitário da ONU, Juba – Sul Sudão: Obrigado pela pergunta. A situação no Sudão do Sul é muito, muito difícil, em termos de necessidades humanas. É também um país novo e independente; mesmo um país novo precisa de mais apoio em termos de infraestrutura e de saúde. Portanto, essa pandemia se juntou a uma situação já dramática. Mas

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agora se fala em isolamento, o que significa que não há como o setor humanitário continuar ajudando pessoas em perigo, por causa dos desafios relacionados ao coronavírus. Conleth: A situação também põe em causa o acordo alcançado em fevereiro para a implementação de tratados de paz anteriores. Você acha que esses tratados ainda trazem novas esperanças para o Sudão do Sul? Melchior: Foi um momento difícil, depois de esperar anos pela implementação do acordo, ele foi adiado. Quando ele foi assinado, era como uma esperança para toda a população do Sudão do Sul. Hoje, podemos dizer que o governo deu prioridade ao COVID e que o acordo talvez sofrerá as consequências. A população começou a se preocupar sobre como vai continuar, com esses dois programas que às vezes são contraditórios: o isolamento e a implementação do acordo de paz. Conleth: O programa Together for a new Africa, do qual você é pioneiro, promove um estilo de liderança coletiva em resposta a desafios como esse. Na sua opinião, que parte do programa pode ajudar não apenas o Sudão do Sul e a África no momento, mas também o mundo inteiro a responder a esses enormes desafios? Melchior: Estamos discutindo qual é o nosso papel nessa epidemia. Eu acho que outros jovens e iniciativas podem aprender conosco. É ser protagonista durante e depois da epidemia. Estar prontos para contribuir com aquilo que o mundo solicitará, em termos de economia, liderança política, liderança social, etc. Acho que temos que demonstrar qual é a liderança da unidade. Podemos testemunhar a unidade agora, durante esta epidemia. Uma liderança que construirá o futuro do mundo. Conleth: Obrigado Melchior. Não apenas pelo trabalho que você está realizando no Sudão do Sul, um trabalho humanitário muito importante, mas também pelo trabalho de liderança que você está realizando em toda a África. Quem quiser saber mais sobre o “juntos para um novo programa para a África”, visite o site togetherforanewafrica.org.

Gen Verde: “Solo la luce – Only light” Laxman Khadaksingh Kami, United Word Project (em inglês): Agora, vamos ver o Gen Verde na estreia mundial de seu novo vídeo 'Solo la Luce - Only Light'. A música é inspirada nas palavras de Martin Luther King. A sua família deu permissão ao Gen Verde para usar essas palavras, chamando-o de “projeto nobre”. Videoclipe Gen Verde: Solo la luce - Only Light

6. STOP ÀS ARMAS E AO EMBARGO À SÍRIA ECONOMIA DESARMADA Liz (Seong Young) Lee – United World Project: Na Itália, há um grupo de pessoas que entende de economia e está agindo neste sentido. A Economia Desarmada percebeu que estavam sendo produzidas muitas armas no país e algumas estavam sendo usadas em conflitos armados. Eles queriam deter isso. Vamos ouvir o que estão fazendo para mudar a situação.

Cinzia Guaita, Comitê de Reconversão RWM (Iglesias-Sardenha): Na Sardenha, há três anos, percebemos que a RWM, uma fábrica local, produzia bombas de avião vendidas para a Arábia Saudita e usadas para a guerra no Iêmen.

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Então dissemos: “A guerra começa aqui, porque ela começa onde as armas são fabricadas. Então, também a paz pode começar daqui ”. Após um RUN FOR UNITY, que terminou com uma reflexão pública, criamos um Comitê, composto por mais de 20 agregações que já haviam trabalhado pela paz em nível local, nacional e internacional. Agora elas encontraram um ponto de diálogo e, com grande confiança mútua, trabalhamos para estimular a reflexão e a política local e nacional. Organizamos manifestações e conferências de estudo. Agora, estamos trabalhando em um projeto para a reconversão da economia local em uma direção pacífica. Davide Penna – Professor de história e filosofia, Rede economia desarmada (Gênova): Em Gênova, pensamos que esse deveria ser o momento da paz. Quando soubemos, em maio passado, que um navio da empresa saudita Bahri estava passando pelo nosso porto, a uma curta distância de nossas casas, carregado de armas e para embarcar outros dispositivos militares, com cerca de trinta associações locais, decidimos nos mover seja para apoiar a recusa dos trabalhadores portuários em carregar outras armas, seja para informar os cidadãos e envolver a política local a fim de que assumisse a responsabilidade e fosse cumprida a lei 185, de 1990, que proíbe expressamente a produção, a venda e a exportação de armas para os países envolvido em conflito. Isso levou a duas decisões importantes: o conselho regional da Ligúria aprovou a chamada moção de Assis em maio e, algumas semanas depois, a Câmara municipal de Gênova fez o mesmo, afirmando que a nossa cidade deve se fechar às armas e abrir-se à paz. Maria Chiara Cefaloni – Fisioterapeuta, Rede economia desarmada (Roma): A economia desarmada nasceu no âmbito do Movimento dos Focolares para iniciar caminhos de paz a partir da reconversão econômica e do desarmamento. Trabalhamos em rede na Itália com outras realidades, como a Rede Desarmamento e Paz, Pax Christi, Banco Ético, Anistia Internacional. Juntos, promovemos encontros de formação para atuar concretamente em nossas cidades, como fizemos na Sardenha, Gênova e em muitas outras. Em novembro, nos reuniremos aos milhares no evento “A economia de Francisco” para nos comprometermos a restabelecer os princípios da economia, uma economia pacífica. Entre em contato conosco em nossas redes sociais e vamos à rede. Olhemos ao nosso redor, em nossas cidades e nos perguntemos: “Como construir a paz a partir de mim, daqui, hoje?” Juntos, podemos ser a mudança que responde às injustiças, uma mudança para construir a paz.

Coro australiano: “Close to you” (em inglês) Lydia Palaioligou, Nova Zelândia (em inglês): Deter o medo causado pelo coronavírus e cantar juntos. É por isso que o Choir Pub nasceu na Austrália, em Brisbane, É formado por mais de mil pessoas e eles cantam Close to You, do The Carpenters. Videoclipe Pub Choir – Couch Choir

Apelo pela Síria Paulo, United World Project: Há um país no coração de todos nós, um país rico em história, arte, cultura e belezas extraordinárias. Porém, um país destruído por uma guerra que dura quase dez anos, e que levou este país à beira de uma catástrofe realmente sem precedentes. Estou falando da Síria. A Síria, que também enfrenta a emergência pelo coronavírus, reprimida por um forte embargo econômico, que torna as condições de vida de homens, mulheres e crianças praticamente dramática e cruel.

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E é também por essa razão que a Associação Internacional New Humanity promove um apelo às Nações Unidas para a superação deste embargo, e para tornar acessível medicamentos e aparatos médicos. Até agora este apelo já recolheu 8 mil assinaturas, mas vocês entendem que não é suficiente. Isso não basta, precisamos fazer mais. Este apelo precisa ser conhecido, compartilhado, repassado de todas as maneiras em todas as esferas da sociedade. Quem também o pede é o Padre George, que nos leva diretamente ao coração do povo sírio. Padre Georges, SM – padre Marista, Alepo – Síria (em árabe): Somos um povo que ainda não chegou lá! Falo a vocês sobre Alepo. Após 9 anos de guerra, em 16 de fevereiro de 2020 o último bairro de Alepo recém havia sido liberado e as pessoas começavam a respirar, a sonhar com uma economia melhor, uma vida mais humana, sem medo da guerra... Não cairiam mais bombas! Mas após 10 ou 15 dias uma bomba caiu sobre nós. Fomos obrigados a ficar em casa... Não houve fôlego, nos encontramos em uma crise muito grande. Será possível que o preço dos gêneros alimentícios aumentem de um dia para o outro? Que não possamos mais comprá-los? Quero perguntar ao mundo: é possível aceitar uma realidade como essa que estamos vivendo? Será possível que me seja proibido somente porque há uma decisão política que me nega o direito de viver com dignidade? Digo a vocês, por favor, defendam-na, falem que existe gente no mundo a quem foram negados os próprios direitos, porque existem políticos que detêm o poder e decidiram assim. Obrigado! 32. Paolo: Síria 2 Vocês ouviram as palavras do padre Georges. São realmente muito fortes. São um chamado à ação, nos impulsionam a fazer alguma coisa por este povo. Agora vamos ouvir a Jéssica que nos conta como os jovens estão vivendo em Alepo e também vamos ouvir Taoufiq, um pediatra, também de Alepo, que nos conta como estão vivendo nestes dias.

Jessica Mouwwad, Banias – Síria: Com os jovens daqui, dissemos entre nós: por que não nos reunimos, não compartilhamos os nossos medos, nos interessando uns pelos outros e rezando juntos, todos os dias, um mistério do rosário? Aos poucos, vi que quando coloco o meu medo em comum com os outros, ele diminui. Lembramos as 30 famílias que ajudamos durante o período de Natal, lhes mandando gêneros alimentícios. Nós nos perguntamos: como conseguem viver neste período, agora que tudo está fechado e não há trabalho, depois todas as famílias têm filhos pequenos... Deste modo, lhes oferecemos pequenas ajudas para sustentá-las pelo menos um pouco. Taoufic Achji, pediatra (Aleppo – Síria): Tendo em vista que 70-80% da população em Aleppo vive abaixo do nível de pobreza, as pessoas dependem muito dos hospitais públicos que infelizmente não conseguem servir o grande número de pessoas que precisa dos serviços de saúde. Além disso, no hospital principal existem só 10 máquinas de respiração. Por isso, acho que temos um problema no nosso sistema sanitário. Agradeço a Deus que o Corona vírus ainda não se difundiu demais no país! Mas se acontecer, teremos um problema sério. Por isso precisamos de um grande apoio, precisamos que seja revogado o embargo!

Entrevista ao prof. Romano Prodi

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Paolo Balduzzi: Estamos conectados com Bolonha, onde de casa nos escuta o professor Romano Prodi. Bom dia professor. Obrigado por estar hoje aqui conosco! Romano Prodi: Bom dia a vocês. E parabéns por tudo o que vocês fazem. Paolo: Obrigado. Vimos estes três testemunhos da Síria. Gostaria de iniciar exatamente a partir daqui. Pediria uma impressão sua a respeito do que acabamos de assistir. Romano, ex Pres. da Comissão Europeia, Bolonha, Itália: O que dizer... São três testemunhos de um único desastre. De fato, já faz 10 anos que os sírios sofrem, nas mãos de um ou de outro. Mas a que ponto chegamos?! Essa é a minha reflexão. Portanto, assinar alguma coisa contra o embargo de medicamentos deve ser o primeiro passo, pois é uma tragédia generalizada. Assino para que possamos diminuir pelo menos um pouco do sofrimento atual. Mas também é necessário assinar para dizer: a que nível chegou a humanidade? Há mais de cem anos a Sociedade das Nações tinha de criar a fraternidade, etc. Agora todos os organismos internacionais são condenados, se há uma guerra se faz um embargo aos medicamentos. Mesmo sem guerra se decreta um embargo para tudo, causando sofrimento às pessoas... E o sofrimento das pessoas tornou-se o instrumento, um instrumento militar? Estamos brincando? Neste sentido, o apelo é realmente uma espécie de último recurso, porque se refere aos medicamentos de um país que está em guerra há dez anos e que já não dispõe de estruturas sanitárias em funcionamento. Paolo: Exatamente, não podemos ficar indiferentes, professor. Justamente por isso, sentimos que num momento tão dramático como o que vivemos – como nos disse recentemente o Papa Francisco – temos de aprender a andar sempre mais juntos, nunca nos salvaremos sozinhos. Gostaria de lhe perguntar; será que se pode acreditar na fraternidade mesmo num momento tão difícil? Romano: Sejamos honestos, se fizermos uma análise política, somos sonhadores. Mas temos de começar, nas pequenas coisas, a construir laços. Esta terrível pandemia tem alguns laços de solidariedade, ou melhor, já tivemos muitos laços de solidariedade, alguns concretos, outros menos, mas não podemos embasar em um caso excepcional a reconstrução de um processo interrompido. Penso que temos de voltar ao fato de que não hajam direitos de veto excessivos, ou que sejam muito limitados. Que seja organizada uma estrutura no plano internacional, para ajudar certas regiões asiáticas e, sobretudo a África, para que se reconstruam os laços das relações que foram interrompidas. Paolo: Uma última pergunta: o que o senhor gostaria de dizer a todos aqueles que estão escutando neste momento? Romano: Especialmente aos jovens: é necessário sonhar, é preciso sonhar, mas é necessário trabalhar em conjunto para que o sonho se torne minimamente realidade. Portanto, aquilo que vejo e peço é a comunicação, que se comuniquem uns com os outros, um trabalho em equipe através de um estudo conjunto. Iniciativas como esta que fazem fermento. É isto que tem de ser feito. Ai dos solitários, nesta circunstância! Paolo: Ótimo, obrigado professor por ter estado conosco hoje e obrigado pela sua contribuição tão significativa. Muito obrigado. Romano: Obrigado a vocês. Esperamos poder sair logo de casa! Paolo: Esperamos realmente! Até a próxima. Obrigado.

Eu assino, porque (em inglês) Siba Sulaeman, Iraque – Austrália: Olá, sou a Dra. Siba Sulaeman, médica do serviço de emergência em Melbourne, na Austrália. Assino esta petição porque acredito nos direitos humanos. Eu vim do Iraque e vi o sofrimento e o embargo ao Iraque durante muitos anos e agora a Síria também está sofrendo com isso.

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Nali Lopes, Angola – Reino Unido: Sou Nali, de Angola. Sou farmacêutica, trabalho atualmente no Reino Unido e estou assinando esta petição porque acho que temos de fazer tudo o possível para que nenhum país fique de fora nesta batalha global contra a COVID-19.

COVER THE WORLD WITH LOVE, canto e dança – ÍNDIA

Legendas: Mumbai, Índia "Cover the world with love" by Jerry Estes

Shania – Risa – Diya – Faith Laxman: Ligue seu celular ou abra o computador, acesse o link abaixo e assine esta petição. Vamos fazer a nossa parte para ser #InTimeForPeace hoje. Obrigado, Shania, Risa, Diya e Faith.

7. SOLIDARIEDADE EM TEMPO DE CORONAVÍRUS Laxman Khadaksingh Kami (em inglês): Vamos permanecer na Índia e depois vamos para o Paquistão e as Filipinas, onde indivíduos e comunidades estão ajudando os mais necessitados – estamos aqui para vocês, em solidariedade, estamos perto de vocês. Vamos assistir. Rahul Mishra – Índia (em inglês) Speaker (voz masculina): No dia 22 de março, a Índia anunciou o isolamento de 15 dias como medida preventiva contra a epidemia do coronavírus. Muitos trabalhadores migrantes ficaram isolados, sem nenhuma fonte de renda, com dificuldade para pagar o aluguel ou até mesmo para comprar comida. Em Bandra, no coração de Mumbai, uma das principais cidades metropolitanas da Índia, essa situação atingiu milhares de pessoas. Rahul Mishra, Y4UW Índia (legenda): Quando foi anunciado o isolamento, eu havia comprado muita comida para a família, e não precisei me preocupar com isso o mês inteiro. Percebi que muitas pessoas no meu bairro não conseguiam comer uma refeição decente. Então decidi dar um pouco da minha comida, preparando uma refeição para mais de 28 imigrantes. Fiz isso durante uma semana, depois os suprimentos acabaram. Tentei entrar em contato com algumas entidades locais e com pessoas do lugar para que me ajudassem a distribuir a comida. Repórter (voz feminina): Estas são as notícias que preparamos para vocês esta noite, com imagens que chegam da estação Bandra. Speaker (voz masculina): O isolamento prolongou-se por mais 20 dias. Logo após o anúncio do segundo, mais de mil migrantes se reuniram para protestar fora de Bandra, na esperança de voltar para casa. A polícia foi forçada a intervir. Rahul Mishra, Y4UW Índia (legenda): Os policiais tomaram medidas sérias contra eles e pararam a distribuição de alimentos. Eu não tinha nenhuma chance. Após o protesto, muitas notícias divulgaram logo que muçulmanos e hindus estavam causando estragos, motivo pelo qual se culpavam uns aos outros. O que entendi, quando decidi cozinhar, foi que, junto comigo, pessoas de várias religiões: hindus, muçulmanos, cristãos estavam prontas para me ajudar a preparar refeições para mais de 100 imigrantes todos os dias, duas vezes por dia. Speaker (voz masculina): A comunidade muçulmana, hindu e cristã agora alimenta mais de 100 migrantes duas vezes por dia.

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Rahul Mishra, Y4UW Índia (legenda): Eu disse a mim mesmo: por que não colocar em prática o que aprendi no Movimento dos Focolares? E vi que, nessa situação, também poderia ajudar as pessoas, fazendo a minha parte, indo além dos meus limites. Noreen e Aslam Parvez, Islamabad – Paquistão (em urdu) Aslam: Durante o isolamento social percebemos que alguns parentes estavam muito preocupados porque não tinham mais nada para se manter. Noreen: Juntos, decidimos dar a eles uma parte da nossa economia para que pudessem comprar pelo menos o básico. Aslam: Fiquei sabendo que um amigo estava sem trabalho. Então ligamos para ele e enviamos uma ajuda econômica. Noreen: Em casa conversamos também com nossos filhos sobre como procuramos ajudar quem precisa neste momento de dificuldade. Eles responderam que também podíamos utilizar o dinheiro deles, recebido como presente de Páscoa, para doar aos pobres. No decorrer dos dias percebemos que não tínhamos mais o suficiente para pagar a escola das crianças no final do mês, mas não nos preocupamos porque sentíamos que Deus estava conosco. Aslam: Depois de alguns dias o governo anunciou que todas as escolas teriam uma redução de 20% na mensalidade. Para nós foi uma grande alegria, que nos fez entender que não devemos ter medo, mas precisamos continuar a ajudar, e então Deus nos ajuda. Projeto “NOCHE BUENA”- Filipinas (em inglês e tagalog) Paula Hipol, Pasig City - Filipinas: Olá! Somos o Projeto Noche Buena iniciado em 2009. Mais uma vez, foram as circunstâncias que nos chamaram para ajudar as pessoas da comunidade que estão em quarentena, levando comida e água, equipamentos de proteção individual e outros suprimentos médicos para os profissionais da saúde. Angelica Garcia, Quezon City - Filipinas: Decidimos usar a plataforma do Projeto Noche Buena para ajudar mais pessoas, fornecendo para os que estão na linha de frente, não apenas as refeições, mas também o equipamento de proteção individual, necessário para o trabalho e para tratar as pessoas afetadas pelo vírus. Pinky Flores Mestica: Logo que ouvimos as notícias, a calamidade nas Filipinas e em outros lugares do mundo, quisemos agir imediatamente. Katherine Anne Bulan, Tagaytay City - Filipinas: Em 2009, um furacão atingiu as Filipinas, e a região metropolitana de Manila foi a mais atingida, com centenas de mortes e quase todas as casas destruídas. Não podíamos ir até lá porque o furacão ainda estava acontecendo, mas entendemos que tínhamos que fazer alguma coisa. O furacão aconteceu em outubro. Logo chegaria o Natal e ainda havia muitas famílias necessitadas. Quisemos levar o espírito da alegria de dar, o espírito do Natal às famílias que perderam a esperança. Nos últimos 11 anos, ajudamos mais de 10.000 famílias doando um simples “jantar de véspera de Natal” para que celebrassem o Natal com suas famílias. Alfredo Bautista, Quezon City - Filipinas: Alguns voluntários se ofereceram para visitar o local e ajudar. Naquela ocasião, com outras pessoas, eu também ajudei em tudo o que pude, transportando suprimentos de emergência, distribuindo as mercadorias às vítimas, limpando o lugar... Pude ser ajudado pelo programa de alimentação, porque estava muito magro e pequeno, na época. Fiquei empolgado em vê-los, porque, depois de alimentados, jogávamos bola. Estava sempre com eles.

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Kathleen Anne Bulan: Decidimos ajudá-los continuamente, não apenas com os pacotes de material, mas também estabelecendo relacionamentos, rindo com eles, brincando com crianças e compartilhando histórias. Alfredo Bautista: A primeira vez que me ofereci para trabalhar no programa de alimentação e me juntei a eles, vi as crianças e pensei: cinco anos atrás, eu estava no lugar delas quando me ajudaram. Agora sou eu que ajudo. É uma sensação muito boa. Angelica Garcia: Recebemos mensagens dos doadores, que nos agradecem por lhes darmos a oportunidade de ajudar. É emocionante e encorajador continuar atuando no projeto Noche Buena, doando esperança e alegria. Talvez as Filipinas agora celebrem um Natal mais longo, já que começamos tão cedo…. Entrevista a Esher Salamanca (em espanhol) Facundo Ezequiel Quinn, United World Project: Está conosco María Esther Salamanca, professora de Direito Público Internacional da Universidade de Valladolid, Espanha. Olá, Esther. Obrigado por estar conosco. Esther, acabamos de ver a solidariedade local em ação, em Mumbai e no projeto Noche Buena. A Covid-19 é um desafio global que requer uma solidariedade global. Como podemos construir a solidariedade internacional? María Esther Salamanca, Professora de direito público internacional na Universidade de Valladolid, Espanha: Obrigada. Devemos estar cientes de que pertencemos à humanidade e somos responsáveis por seus problemas. E, nesse sentido, o trabalho de vocês é fundamental. Sabemos que a solidariedade internacional é uma expressão da fraternidade humana. É um princípio social, uma virtude moral. Mas é também um princípio operacional político-jurídico. Isso significa que deve ser aplicado em todos os níveis e não apenas de maneira reativa após crises ou emergências. Mas também de forma preventiva e, acima de tudo, estrutural. Precisamos de uma solidariedade internacional estrutural. Facundo: Pode ser uma oportunidade para repensar os mecanismos que usamos em nível global? Esther: Sim. Existem mais de 300 organizações internacionais e outros mecanismos de cooperação; mas, diante de grandes emergências ou crises não há uma resposta coordenada e satisfatória da comunidade internacional. O que há de errado nisso? Há falta de solidariedade e espírito de unidade. Todas essas estruturas internacionais de solidariedade estão mortas. Devem ser renovadas, devem tornar-se eficientes e eficazes e, acima de tudo, receber um significado. As estruturas em si não são um fim em si mesmas, devem servir o povo, buscar o bem comum. Nesse processo, os Estados e a sociedade civil internacional são muito importantes. Na prática, a solidariedade internacional deve estar ligada à subsidiariedade. Desta forma, podemos evitar os erros da globalização. Facundo: Muito obrigado, Esther. Esperamos que esta Semana Mundo Unido seja uma oportunidade de pensar mais concretamente sobre como construir essa solidariedade internacional. Esther: Obrigada. Projeto SEJAMOS LUZ (em português) Aline Muniz, United World Project: Como no mundo inteiro a crise do coronavírus nos pegou de surpresa, e as desigualdades já existentes no nosso país se acentuaram ainda mais. Algumas pessoas estão isoladas, porém grandes famílias vivem em pequenos barracos. Foi pensando nessas famílias que nasceu o projeto ‘Sejamos Luz’.

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Graziella Pinto: Onde está a justiça? Por que no meio dessa crise econômica causada pela pandemia do Coronavírus, as pessoas ricas conseguem se manter e as pessoas que mais precisam de ajuda são as que mais sofrem as consequências? A Semana Mundo Unido desse ano traz como tema “In Time for Peace” – Paz, Direitos humanos, legalidade e justiça. Nós sabemos que a paz morre quando não há justiça. Por isso estamos trabalhando por respostas concretas aos direitos humanos. Mateus Rodrigues: Foi diante disso que os Jovens Por um Mundo Unido e os Gen do centro-oeste brasileiro lançaram o ‘Sejamos Luz’, um projeto que tem como único objetivo incentivar ações para a construção de um mundo mais unido em tempos de pandemia. Dentro desse projeto nós temos a ‘Campanha Solidária’ em que toda arrecadação feita na nossa comunidade, entre amigos, conhecidos e familiares é direcionada para famílias, grupos, pessoas ou instituições que mais precisam nesse momento. Graziella: Nossa campanha se iniciou dia 29 de março desse ano. Inicialmente tinha como objetivo conscientizar as pessoas e distribuir às comunidades carentes kits de limpeza e higiene, máscaras, para que se prevenissem contra o Coronavírus. Porém, ao averiguar a situação dos moradores de rua e das comunidades carentes da nossa região, vimos que além de produtos de limpeza e higiene, elas precisavam de alimentos, de roupas e de água potável. E assim o projeto cresceu e com a ajuda de toda a comunidade do Movimento dos Focolares da nossa região conseguimos fazer a distribuição dos kits de limpeza e higiene, máscaras, alimentos, roupas para muitas pessoas que passavam necessidade. Nossa primeira fase do projeto se encerrou dia 15 de abril e foi um sucesso. Agora estamos na segunda fase e ainda estamos lutando para ajudar cada vez mais pessoas que precisam da nossa ajuda. MÁSCARAS Aline Muniz (português): Um dos problemas causados pelo coronavírus no mundo é a falta de máscaras protetoras. Elas estão sendo feitas em muitos lugares, com muita criatividade. Vamos ver.

Amarilys de Barberin-Barberini, Mariápolis Lia – Argentina: Quando surgiu a oportunidade de fazer as máscaras, pensamos que era uma grande ocasião para viver a solidariedade e dar a nossa contribuição àqueles que estão dando a vida na linha de frente. Pouco tempo depois, soubemos que nossas máscaras haviam sido aprovadas. Trabalhamos em turnos com todos os cidadãos da Mariápolis para otimizar e melhorar a produção. Neste belo ambiente de trabalho, com a grande disponibilidade e empenho de todos, toda a produção é feita com muito amor. Margarida Lo – Macau: Em março, a situação da pandemia do coronavírus em todo o mundo é grave. Recebi uma mensagem dizendo que um hospital em Roma precisava de máscaras. Conversei com minha família e fui procurar as máscaras imediatamente. Ficamos contentes que o hospital recebeu as máscaras após dois dias. Essa experiência é um incentivo de Deus para continuarmos amando, mesmo quando não sabemos o resultado. Depois disso, com o focolare, em Macau, conseguimos outras para ajudar nesta situação da pandemia. Obrigada! Mabih Nji Helvisia, Embaixadora Mundo Unido - Camarões: Como Embaixadores do Mundo Unido dos Camarões, estamos tentando ser a voz daqueles que não têm voz. Fizemos máscaras para dar à população mais vulnerável, aos orfanatos e centros de saúde dos lugares mais distantes. Nenhum vírus, nenhuma situação pode nos impedir de viver pelos mais fracos.

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Mihye Jung, Micaela, Daegu – Coreia (em coreano): Em vez de fornecer máscaras descartáveis que poluem o meio ambiente, decidimos fazer máscaras laváveis, feitas de algodão. Para manter a distância física o máximo possível, cada um trabalha na própria casa. Com as várias partes, completamos cerca de 150 peças que compartilhamos com os vizinhos que mais sofrem. Para saber quem precisava de máscaras e compartilhá-las, contatamos um vereador e um centro infantil. O vereador ficou impressionado com nossas atividades e nos deu dinheiro. Os vizinhos também ficaram impressionados e fizeram doações. Com essa ajuda, conseguimos fazer mais 70 máscaras. Elena Granata - Politécnico de Milão, Itália: Faltam máscaras, especialmente para o terceiro setor, para as comunidades, para nossos operadores expostos nas várias regiões. Por isso, estamos montando um distrito virtual nacional de fabricação de máscaras que reúne inteligência, universidades, especialização, engenheiros químicos, pequenos ateliês de costura, mas também logística. Uma rede de pessoas que estão em casa neste momento, mas que podem trabalhar. Se quiser nos ajudar, precisamos de tudo, também de pequenos ateliês de costura, onde 2 ou 3 costureiras se reúnam, com inteligência coletiva e capacidade de manter o sistema unido. Porque, neste momento, se não estivermos unidos não conseguiremos. Obrigada. Legenda: segreterie.mascherineinretemail.com “BE A LIGHT” - de Nick Cianfarani e Joe Sopala – EUA (videoclipe) 8. Run4unity UMA REDE DE PAZ NO MUNDO Lydia Palaioligou, Nova Zelândia (em inglês): Para mim já é meia-noite. Estou pronta para ir dormir e daqui a pouco vou me levantar e fazer a Run4Unity na minha cozinha. Este vídeo nos mostra como fazê-la em casa. Chiara Schmelcher (em inglês):Ei, talvez você conheça a Run4Unity, a corrida que geralmente acontece ao ar livre e com muitas pessoas. Este ano, a Run4Unity será realizada de maneira um pouco diferente. No dia 3 de maio, essa corrida mundial on-line será das 11h às 12h e cobrirá todos os fusos horários. Reunindo-se on-line em grupo, temos a possibilidade de praticar esportes juntos em casa. Ao meio-dia, vamos parar por um momento para rezar pela paz. Podemos apoiar o Time-Out projetando um relógio com ponteiros que indicam meio-dia, compartilhando-o on-line. Passaremos o bastão, conectando-nos com aqueles que vivem no fuso horário a seguir. Dessa forma, a Run4Unity se estenderá por todo o mundo, apesar das dificuldades. Quando vocês se inscreverem on-line no site Run4Unity, poderão acompanhar o que está acontecendo no mundo, tanto no site quanto nas páginas do Facebook e Instagram. De um fuso horário para outro. Até mais! Ah, um momento! Esqueci uma coisa: neste momento estamos nos exercitando em viver pela unidade para conhecermos o espírito que move a Run for unity. E também nos exercitamos fisicamente, é claro. Então, acompanhe-nos nas redes sociais e participe conosco. Tchau!

Ezequiel Reyes, EUA (em inglês): Há algo especial nessa Run4Unity. Durante 24 horas, amanhã –

Lydia, na Nova Zelândia e eu, aqui no Texas, e em outros lugares – diremos ao mundo que queremos

construir a paz. Nosso amigo Juan, de Buenos Aires, nos dirá como farão isso lá.

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Juan Ignacio Clariana – Argentina (em espanhol): Olá! Sou Juan, de Buenos Aires. Faremos a

Run4unity através de um Zoom com o Centro de Diálogo Intercultural Alba, a Comunidade BetEl e

o Movimento dos Focolares. Compartilhamos nossas experiências durante a quarentena e levamos

a outras religiões das nossas cidades uma mensagem de paz. Lydia Palaioligou, Nova Zelândia (em inglês): Amanhã às 11 esperamos vocês aqui para partilhar a mensagem de In time for peace. Além disso, Teens4Unity promoveram uma nova atividade para ajudar nesse tempo difícil. Vamos ver qual é. Marco: Teens agora é também um Telejornal. Marta: Bem-vindos aos Tg Teens, o telejornal da revista Teens feito pelos adolescentes para os adolescentes, que recolhe notícias do mundo. Marco: Nesta primeira edição, ao vivo, de casa, contaremos como alguns jovens do mundo estão vivendo esta pandemia. Marta: Vamos ver a primeira reportagem, começando da Espanha. Marta (Espanha) em espanhol: essa experiência de isolamento está se tornando uma grande oportunidade para perceber que podemos amar, mesmo em poucos metros quadrados. Marco: Agora vamos para Bérgamo, uma das áreas mais afetadas na Itália pela epidemia de Covid-19. Anna (Bérgamo): Há três semanas trabalho com dois amigos em um projeto de música. Marco: O coronavírus é um inimigo invisível, difícil de combater. Mas existem aqueles que viveram guerras e ainda estão passando por muitas. Paolo (Alepo) em árabe: Olá, sou Paolo, de Alepo. A crise do coronavírus que o mundo está enfrentando é muito difícil. George (Damasco)em árabe: Olá, sou George, de Damasco. O coronavírus também tem um lado positivo porque nos ensinou a melhorar nosso estilo de vida. Marta: Hoje é o dia da Terra e, falando de meio ambiente, vamos ouvir a entrevista feita em uma escola do ensino médio em Ferrara. Com toda a turma eles contribuíram para a proteção do meio ambiente. Sara (Vigarano Mainarda): Quando cheguei em casa, notei que meus pais produziam muito lixo, então decidi ajudá-los e logo depois percebemos que o lixo havia diminuído. Marta: E se vocês quiserem estar sintonizados com outras experiências do mundo, acessem o site www.cittanuova.it ou escrevam para o e-mail [email protected] Marco: Um obrigado especial a todos e até a próxima edição do telejornal Teens. 9. MARIA VOCE (EMMAUS): CONTINUAMOS JUNTOS COM O UNITED WORLD PROJECT Gloria (HK): Bem-vinda, Emmaus. Maria Voce (Emmaus): Uma saudação especial a todos! Gloria: Praticamente chegamos ao fim desta nossa maratona. Você teve algumas ideias? Como podemos continuar agora? Emmaus: Você me pergunta duas coisas muito importantes. A primeira: qual é a minha impressão no final desta maratona. A impressão de uma grande alegria, de uma grande gratidão pelo testemunho da família de Chiara, que vive e se empenha para construir um mundo mais unido, um mundo de paz, de fraternidade. Mas deixe-me expressar um agradecimento muito especial aos jovens, aos jovens que trabalharam para este momento, que deram o impulso típico deles, com criatividade, coragem, força física,

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experiência em redes sociais, mídia, conduzindo todo o trabalho que levou a este resultado. E qual foi o resultado? Ressaltar, mostrar pelo menos algumas das muitas experiências e expressões da vida da família de Chiara. Então, um muito obrigada, jovens, repito: os jovens nunca me decepcionam! Obrigada! Você me pergunta como continuar. A Semana Mundo Unido dura uma semana, mas devemos trabalhar sempre para construir um mundo unido. Por isso, gostaria que transformássemos essa ideia da Semana Mundo Unido em um “Dia a dia do Mundo Unido”, ou seja, trabalhar, viver em cada momento presente para construir um mundo unido. E o que nos move? O amor! O amor nos impulsionou e deve continuar a nos impulsionar. É o amor que nos faz cuidar dos outros, da criação, de todas as necessidades ao nosso redor. E o que nos dá força neste trabalho? Nós experimentamos isso: a força veio e só pode vir da unidade de todos. É a força da unidade que nos move e nos torna capazes de ver os sofrimentos, tomá-los sobre nós, chorar com quem chora e, ao mesmo tempo, testemunhar a alegria. Tudo aquilo que vimos, nos mostra exatamente isso: havia lágrima, esforço, mas, acima de tudo, havia muita, muita alegria. Uma vez por ano faremos a Semana Mundo Unido, a Run4unity, e serão momentos de expor a todos essa realidade. Portanto, não só viver durante o ano todo, temos também o Projeto Mundo Unido, que nos permite participar e articular todas as experiências, todas as iniciativas e as ideias que enviarão para nós. Portanto, devemos continuar, sem dúvida, devemos continuar! Vimos, e estamos vendo, que esta crise que envolve todos nós também é uma oportunidade para superarmos a nossa visão limitada e abrir um horizonte que inclui toda a humanidade. Estamos realmente vivendo pela humanidade e, também por esse motivo, também estamos começando aqui no Centro – como explicar? – uma comissão, uma comissão para enfrentar a crise e que, partindo dessa visão da unidade, analise essa realidade no mundo e promova, apoie e divulgue as várias iniciativas vividas no âmbito da Obra. Isso é importante e é novo. Queremos que seja para o mundo inteiro. Ao mesmo tempo e com o mesmo objetivo, também estamos lançando em toda a Obra, no mundo inteiro, uma comunhão de bens extraordinária. Abrimos uma conta bancária especial, para que, neste constante dar e receber, esta conta possa promover, apoiar as diversas iniciativas e dar a cada pequeno gesto de amor feito em uma região, aqui no Centro, em qualquer lugar, a dimensão da unidade e da universalidade que somente a unidade da Obra pode dar. A este centro pode confluir as necessidades de todos e, deste centro, pode partir a ajuda para todos, esta comunhão de bens extraordinária para a Obra no mundo. Com esses dois meios, que também nos ajudarão a viver essa unidade com a Obra inteira, dou a vocês um grande abraço. Gostaria de dar um abraço virtual ao mundo inteiro que está me vendo, me ouvindo, e, com esse abraço, desejar a todos uma ótima continuação na construção do mundo unido e da paz. Este é o tempo de construir a paz, este é o momento, que para nós significa, acima de tudo, unidade. Tchau a todos. Gloria: Tchau, Emmaus. Obrigada, vamos em frente com amor e unidade! Emmaus: Sim, com o amor e com a unidade, gen! 10. CONCLUSÕES Paolo (em italiano): Estamos quase concluindo. Realmente tocamos todos os cantos do mundo para entender o que realmente significa #InTimeForPeace. Aline (em português): A pesquisa continua durante o resto da semana. Temos mais de 250 eventos on line em mais de 70 cidades. Você pode encontrar detalhes de todos os eventos em unitedworldproject.org/uww. Participe. Convide seus amigos e continue essa conversa. Conleth (em inglês): Mas não basta ouvir essas experiências e não fazer nada.

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Gloria (em inglês): Vimos que InTimeForPeace é algo a ser vivido. Laxman (em inglês): Trata-se de arregaçar as mangas em todas as comunidades locais. Lydia (em inglês): Em todos os cantos do mundo. Anita: Para responder à injustiça e à desigualdade. Arnaud (em francês): Trabalhar para proteger os direitos humanos. Facundo (em inglês): Construir comunidades solidárias e fraternas. Pascale (em árabe): Hoje começamos assinando esta petição. Ezequiel (em inglês): Para parar um embargo que fere o povo sírio. Liz (em inglês): Mas este é apenas o começo. Aline (português): Para ser InTimeForPeace é preciso mais do que isso. Paolo (italiano): Estamos prontos para esse desafio, começando imediatamente, não apenas assinando o apelo, mas também visitando o site do United World Project, onde você pode encontrar todas as histórias, experiências relacionadas a esta Semana Mundo Unido e muito mais. Vamos nos rever no próximo CH, sábado, 13 de junho. Todos: TCHAU! ELENCO E CANÇÃO “NOW” DO GEN ROSSO