Colocação de função táctica do guarda redes (defesa do espaço) pdf

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Colocação de função táctica do guarda-redes com e sem a posse da bola (Defesa do espaço)

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Colocação de função táctica do guarda-redes com e sem a

posse da bola (Defesa do espaço)

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A colocação, as tarefas tácticas e de organização do guarda-redes na fase de posse de

bola da equipa adversária.

Esta apresentação tem a intenção de analisar a colocação a ter, as tarefas tácticas e de organização do guarda-redes moderno na fase de posse de bola na equipa adversária. Será explicada a tarefa de organizador da linha defensiva, os objectivos que deve defender, a postura e a colocação a ter, e os diversos tipos de deslocamentos a efectuar. Alguns dos exercícios apresentados têm temas analíticos e outros de situações específicas. Os primeiros são na maioria adaptados aos escalões de formação onde a aprendizagem das componentes da fase de antecipação da recepção da bola (postura, deslocamentos e posição corporal) estão entre os objectivos principais. As situações específicas são próprias dos escalões mais velhos da formação e da 1ª equipa. No futebol actual a participação do guarda-redes no jogo, é muito mais activa do que sucedia anteriormente, quando o guarda-redes ficava isolado e era considerado o último defesa da equipa. Nos primeiros anos da década de noventa, devido ás alterações das regras introduzidas pela FIFA, e á procura de soluções tácticas pelos treinadores, o guarda-redes começou a participar nos mecanismos de jogo da equipa, quer na fase defensiva quer na ofensiva.

Para isso é exigido ao guarda-redes manter um elevado e contínuo nível de atenção e concentração durante todo o jogo. Estas são qualidades muito importantes, e devem fazer parte do programa de treinos já nos escalões de formação. Estar atento é uma função cognitiva que permite ao guarda-redes seleccionar entre todos os estímulos (visíveis, sonoros, tácteis) que recebe, os que são naquele momento mais relevantes perante a situação. A concentração é o conjunto de comportamentos que leva a orientar os órgãos sensoriais e o sistema nervoso central no sentido exigido pela situação ou tarefa.

A atenção e a concentração são “treináveis” quer propondo durante a sessão de treino exercícios que exigem respostas motoras desencadeadas pela escolha, quer responsabilizando o guarda-redes no contexto de jogo. Responsabilizar é possível já nos escalões de formação e significa atribuir ao guarda-redes tarefas tácticas a cumprir e os objectivos a atingir, que obviamente devem ser diferentes de acordo com a idade e capacidade. O que permite ser um participante activo em cada fase de jogo, mas sobretudo um “guarda-redes pensante”, isto é, um guarda-redes que em cada momento dá resposta pessoal e eficaz no contexto da situação. A programação e a organização da moderna preparação do guarda-redes deve ter em linha de conta a observação efectuada durante a competição. Analisando um qualquer scout “jogo”, nota-se que as intervenções defensivas, embora de valor substancial, têm uma percentagem mínima (10-20%), em relação ás restantes acções. Daí a necessidade de modificar e alargar os temas propostos no treino.

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A capacidade de leitura de jogo e gestão do espaço, a técnica de lançamento com as mãos e pés, as situações de 1xGR, a saída a bolas altas com recepção ou afastar, ou aquelas saídas a atacar uma bola baixa antecipando ao adversário e as saídas em voo afastando a bola com os punhos são as intervenções mais efectuadas num jogo de futebol actual. Ter uma boa percepção do espaço, pressupõe também os conhecimentos dos conteúdos tácticos que devem ser introduzidos logo nas sessões de treino

específicas, com exercícios analíticos, que é possível propor também nos primeiros anos de formação, durante os quais se determinam os chamados “palletti tácticos” (Objectivos).

Esta fase pode ser desenvolvida de forma prática no campo, mas também de forma teórica com utilização dum quadro ou suporte multimédia. FASES DE JOGO As fases do jogo podem ser de dois tipos:

COM A POSSE DA BOLA

SEM A POSSE DA BOLA Nesta apresentação irei falar do segundo tipo do ponto de vista do guarda-redes. FASE SEM A POSSE DA BOLA Falamos de táctica na fase sem a posse da bola quando a bola é jogada pela equipa adversária seja em situações de bola em movimento seja de bola parada. Podemos assim resumir as diversas tarefas e objectivos do guarda-redes durante esta fase.

1 – TAREFAS NA ORGANIZAÇÂO DA DEFESA O guarda-redes moderno tem uma função, por vezes com pouco realce, mas que creio fundamental, juntamente com a capacidade técnica, que é a da correcção táctica e da organização defensiva através de uma clara, breve e precisa comunicação verbal com os colegas. Um guarda-redes que lê as situações e que comunica de modo eficaz com os próprios colegas consegue reduzir consideravelmente os perigos que podem chegar á sua baliza. Isto significa e demonstra que “falando pode-se logo começar a defender”. O guarda-redes deve ser por isso “o treinador em campo, dos defesas” e a segunda situação a desenvolver são as tarefas importantes de organização da linha defensiva. Por outro lado esta capacidade de contínua observação permite-lhe estar concentrado por um período maior de tempo.

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1.1 – ORGANIZAÇÂO DEFENSIVA NA BOLA PARADA No futebol moderno as bolas paradas têm cada vez mais importância, tanto que é uma elevada percentagem de golos resulta destas situações. A partir do último ano de infantis (12 anos) penso que o guarda-redes deve ser habituado e responsabilizado na organização e gestão da linha defensiva nas situações de bola parada. Antes da competição deve informar pessoalmente os colegas que compõem a barreira frontal ou laterais e os que ocuparão posições fixas (curto, no poste, etc.).

Na equipa principal, por vezes, os factores que intervêm nestas fases são múltiplos, por isso penso que a escolha deve ser feita em comum acordo com o treinador ou com o treinador de guarda-redes. Nestes momentos do jogo e o seu recomeço passam alguns segundos, com o risco de o nível de atenção de alguns colegas poder diminuir.

O guarda-redes tem assim a tarefa de nestes momentos de solicitar aos colegas a máxima atenção, e verificar que estes assumem as posições e marcações correctas estabelecidas anteriormente e sobretudo após as substituições a organização da linha defensiva nas bolas paradas deve manter-se eficaz.

1.2 – ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA COM BOLA EM JOGO

O momento de correcção táctica, um meio de comunicação (verbal mas não só) com os colegas, que podem ser solicitados a assumir a posição em jogo mais correcta (basculando, apoiando, marcando ou cobrindo), de forma a não ser surpreendido pelas soluções adversárias. Esta fase não deve começar quando a bola está perto da área defensiva, mas também no momento da posse da bola, o guarda-redes tem a tarefa de manter equilibrado e organizado o sector defensivo. No momento em que o adversário começa a acção ofensiva o guarda-redes

deve verificar imediatamente a correcta disposição do sector defensivo e do meio campo, organizando a manobra defensiva com os jogadores pré-determinados ou com os que podem compensar uma zona descoberta.

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OS OBJECTIVOS DO GUARDA-REDES Com este esquema é possível dar os objectivos dos guarda-redes, sobretudo aos mais jovens, como eles devem proceder em todos os momentos perante as tarefas e permanecer atentos durante o tempo de jogo.

ZONA 1 (PARTICIPAÇÃO ACTIVA) É a zona mais longe da baliza e por isso a menos perigosa. O guarda-redes deve-se limitar a verificar e manter o correcto equilíbrio defensivo. Por exemplo em acções de jogo ofensivo ou pontapés de canto deve verificar que o número de defesas que vigiam os adversários é em maior número de forma a garantir superioridade numérica. Se a posse da bola nesta zona do campo é dos adversários, o guarda-redes deve verificar o correcto posicionamento dos defesas e médios centro. ZONA 2 (ORGANIZAÇÃO TÁCTICA) Quando a bola está nesta zona o guarda-redes deve iniciar a fase de organização táctica da defesa e eventuais movimentos dos avançados e extremos nas costas da linha defensiva sobretudo se esta joga muito alto. ZONA 3 (CORRECÇÃO TÁCTICA) Nesta zona em que o guarda-redes deve ter já organizado a defesa e se for necessário completar a última correcção táctica chamando ou avisando dos movimentos os colegas do sector defensivo e meio campo.

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ZONA 4 (ZONA DE CRUZAMENTOS) Esta é uma zona lateral do campo da qual vêm muitos cruzamentos para o centro a área. O guarda-redes deve ver a zona de partida da bola mas ao mesmo tempo ver também a zona central da área para procurar informações que lhe permitam poder prever a jogada do adversário e também poder passar informação aos colegas. Estas informações podem ser movimentos ou posições tomadas pelos avançados, extremos ou até mesmo médios adversários. ZONA 5 (DEFESA DA BALIZA) É a zona mais perigosa e onde estatisticamente têm origem quase 90% dos golos marcados. Neste caso o guarda-redes focaliza maioritariamente a sua atenção para a bola porque o seu primeiro objectivo é defender a baliza de uma possível situação de finalização directa. Com a experiência e tranquilidade procurará em seguida ampliar o campo de visão e ler os movimentos dos avançados, extremos e médios, para prever uma eventual intervenção ou chamar á atenção os colegas alternando rapidamente os níveis de atenção novamente para a bola.

A mudança das tarefas e dos objectivos do guarda-redes, depende em primeiro lugar da zona do campo no qual se desenvolve a acção, faz-nos compreender como em cada fase do jogo o guarda-redes tem tarefas a resolver. Se o guarda-redes desde a idade jovem for educado e “responsabilizado” a tais tarefas, ajuda-o a melhorar e manter o contínuo nível de atenção, aquilo que os jovens guarda-redes têm maior dificuldade em ter.

FASE DE ANTECIPAÇÃO DA INTERVENÇÃO Por tudo o que foi dito começa-se a compreender como assume grande importância a FASE DE ANTECIPAÇÃO DA ACÇÃO quer no caso de defesa da baliza quer do espaço. Após um remate á baliza o guarda-redes deve sempre intervir escolhendo qual a acção técnica a realizar, nas situações de defesa do espaço deve por sua vez ter presente alguns factores que lhe permitirão compreender se existe a possibilidade de intervir ou não. ESTES FACTORES PODEM SER:

A posição da bola e o seu estado.

A posição e o movimento do adversário na posse da bola.

A posição e o movimento dos adversários.

A posição e o movimento dos colegas.

As condições climatéricas e do terreno.

A sua colocação (que assume com base nos factores acima expostos). CONTEÚDOS TÉCNICOS NA FASE DE ANTECIPAÇÃO:

Postura (Defesa do espaço, defesa da baliza e do espaço).

Deslocamentos.

Colocação.

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Em cada momento do jogo o guarda-redes tem objectivos, quando a bola está na zona que focámos atrás, dependendo de diversas variáveis situacionais ou ambientais é chamado a defender o espaço e a baliza ou se a distância é muito pequena defende só a baliza. Em todas as fases, mas sobretudo na segunda, a tarefa resulta mais difícil porque o espaço entre o portador da bola e a baliza é reduzido e só uma grande habilidade permite ao guarda-redes ver a bola e o desenvolvimento da acção que na fase de antecipação é determinante e que aumentará com a experiência.

Quando em baixo fala-se de “bola coberta” ou “bola descoberta” entende-se: “BOLA COBERTA” Podemos definir bola coberta quando um jogador tem a posse da bola e é pressionado por um adversário de modo que lhe reduz o espaço e o tempo para uma jogada fácil ou com vantagem para a sua equipa. Ou quando se encontra em condições onde necessita tempo +ara fazer a jogada (não está em condições de poder jogar a bola naquele preciso momento). O MOMENTO NO QUAL É OPORTUNO ACTUAR EM SITUAÇÕES DE “BOLA COBERTA” SÃO:

O adversário que está para receber a bola está de costas.

O adversário na posse da bola vai rodar.

Quando a bola está numa trajectória aérea.

Num passe longo e lento do adversário.

Num controlo errado da bola pelo adversário.

Quando o adversário conduz a bola e o seu pé de apoio está distante da bola. “BOLA DESCOBERTA” Podemos definir “bola descoberta” quando um adversário na posse da bola tem tempo e espaço á disposição para realizar a jogada que entender. É um sinal de perigo porque o adversário pode fazer a jogada como bem entender e por consequência os colegas podem efectuar os movimentos de desmarcação sem procurarem combinações ofensivas predeterminadas e de difícil leitura para a defesa.

Neste caso o guarda-redes deve chamar a linha defensiva para recuar de forma a oferecer o menor espaço possível de manobra ao adversário. A orientação da equipa nestas duas fases é a da elasticidade defensiva que deve ser seguida e também a do guarda-redes, a fim de evitar que se coloque muito perto da baliza ou muito fora na segunda das situações.

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2 – OBJECTIVOS A DEFENDER Com base nos diversos desenvolvimentos da acção, na posição dos colegas, dos adversários e da bola, o guarda-redes tem objectivos precisos a defender: 2.1 – DEFESA DO ESPAÇO O guarda-redes tem como objectivo principal o de defender o espaço quando o adversário está na posse da bola e está a uma distância tal que um eventual remate á baliza é impensável para o guarda-redes. Este último tem como função táctica o de ajudar os colegas da defesa participando na situação com uma atitude própria que lhe permite responsabilizar-se para uma colocação mais “alta” para intervir nas costas da defesa no caso de cruzamentos, passes em profundidade ou bolas afastadas. Neste momento a fase de organização defensiva resulta relativamente simples e deve ser a primeira forma de comendo e correcção a aprender.

A defesa do espaço é um “mix” entre a capacidade condicional, coordenativa e sobretudo psicológica. Muitos afirmam que “a energia física influência a psíquica e vice-versa”. Um guarda-redes é fisicamente “preparado” que se sente “forte e seguro”, não hesita em assumir a sua própria responsabilidade intervindo com coragem e mestria na situação transmitindo a todos sinais importantes do seu estado de forma, que se for precária poderá muitas vezes ficar na baliza e não assumir o risco que a situação exige. Um guarda-redes que joga adiantado (“alto”), permite á linha defensiva jogar o maior tempo atrás dos jogadores do meio campo, evitando assim alongar muito a equipa, reduzindo o espaço de manobra dos adversários. O jogar alto, como já foi mencionado, exige grande capacidade psicológica (responsabilidade, personalidade e segurança) e é uma qualidade muito apreciada pelos treinadores. Em algumas organizações defensivas modernas o guarda-redes, apesar de ser fenomenal entre os postes mas sem habilidade na defesa do espaço torna-se pouco competitivo porque com as suas limitações coloca sempre em problemas os colegas, quer nas bolas em profundidade quer nas bolas paradas. Penso que quando há a possibilidade de interceptar a bola com uma recepção, com um desvio ou afastar com os punhos o guarda-redes deve sempre efectuar a saída. O pensamento do guarda-redes de ser “intervenho eu primeiro do que talvez possam intervir outros” assumindo a responsabilidade de resolver na primeira pessoa a situação de jogo.

Muitas vezes, assistimos a defesas incríveis após remates de cabeça de curta distância, estas intervenções seguramente espectaculares que realçam o papel do guarda-redes, poderiam ser evitadas se em vez de esperar o remate á baliza, com o risco de marcar golo, o guarda-redes antecipasse tudo com uma saída da baliza.

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Esta atitude é muitas vezes devido a factores psicológicos antes de tudo uma falta de hábito pata atacar a bola ou ir á procura da bola. O guarda-redes que joga alto corre mais risco de cometer alguns erros de avaliação que pode levar por vezes a sofrer alguns golos.

Na economia global de uma temporada estatisticamente são com certeza mais as situações resolvidas antecipando as intervenções dos adversários e evitando remates perigosos á baliza do que no que diz respeito aos erros cometidos. Por isso penso que um guarda-redes deve ser encorajado a sair, mesmo que falhe e em particular executar ao máximo o gesto no treino a fim de tomar consciência das melhorias conseguidas e da margem ainda disponível.

Por outro lado no treino devemos inserir exercícios de “reforço” que levam o guarda-redes a ter maior segurança, experimentando aquelas que podem ser as situações de risco que podem acontecer no jogo. Assumir a correcta colocação do espaço torna-se extremamente importante e tacticamente pode representar uma mais-valia a defender. A figura abaixo é uma útil progressão para ensinar a posição de espera para defesa do espaço. Durante a execução devemos tomar atenção á posição de espera inicial e á técnica de deslocamento.

A progressão começa com a aprendizagem da posição de espera em situações da bola lateral baixa (STEP frontal). Colocam-se varas vou cones que simulam um adversário na possa da bola, nas posições 1,2,3 á esquerda ou á direita. O treinador começa por dar sinal para as diversas posições e o lado. (Ex: 1 direita), espera que o guarda-redes se coloque correctamente e depois dá sinal para outra posição. (Ex: 3 esquerda). A posição de espera correcta deste STEP frontal é indicada na próxima caixa de resumo. O guarda-redes desloca-se para uma posição de espera correcta e de acordo com a

referência mencionada. Normalmente para um deslocamento curto utilizam-se apoios próximos (deslocamento lateral normal, sem cruzar apoios), para um deslocamentos maior o apoio será cruzado que garante uma maior velocidade de deslocamento. Em caso de erro interrompe-se a execução e corrige-se o jovem guarda-redes. Quando o miúdo demonstrou ter aprendido estas posições, podemos introduzir como primeira variante ao dar sinal, simular que o possuidor da bola está em posição de remate á esquerda ou á direita, tendo de fechar mais ou menos o ângulo da baliza. Para tornar o exercício mais variado e dinâmico, podemos solicitar ao guarda-redes para realizar uma cambalhota, uma roda, um rolamento lateral entre um deslocamento e outro.

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Depois de ter realizado de acordo com a idade 4-6 deslocamentos, o treinador pode terminar o exercício lançando a bola com o pé para que o guarda-redes saia a interceptar uma bola alta, baixa ou outra.

POSIÇÃO DE ESPERA PARA DEFESA DA BALIZA

POSIÇÃO E DESLOCAMENTO DORSAL PARA DEFESA DO ESPAÇO

O (2 STEP) introduz a posição de espera de saída a bolas em profundidade com a bola na zona central. Colocam-se 4 bolas na zona central adicionando assim ao sinal também as posições centrais (Ex: 2 central) que podem ser utilizados de modo exclusivo ou combinado com os do 1º STEP. A correcta posição de espera que o guarda-redes assume é indicada na próxima caixa de resumo. Em relação á técnica de deslocamento aplicamos também neste caso os mesmos princípios vistos para o anterior. Também neste caso após qualquer deslocamento o treinador pode jogar uma bola pedindo a intervenção técnica mais correcta. Depois de ter aprendido correctamente os 2 primeiros pontos passamos a terceiro, que prevê a inclusão de ambos os lados de 4 cones ou varas de cor diversa, que serão indicados ao guarda-redes com a cor e o lado (Ex: amarelo á direita, verde á esquerda). A correcta posição que o guarda-redes deve assumir é indicada na caixa de resumo. Aplicamos normalmente sempre nos vários exercícios a regra que vimos no primeiro ponto, onde pedimos ao guarda-redes para realizar movimentos pré-acrobáticos entre um deslocamento e outro e no final interceptar uma bola lançada com o pé pelo treinador. Para criar um nível seguinte de dificuldade é possível dispor as cores de modo diverso para os dois lados. O treinador tem a possibilidade de dar sinal para qualquer uma das posições que são colocadas em progressão. O guarda-redes deslocando-se velozmente deve encontrar no mais breve tempo possível o correcto ponto de colocação e a posição de espera adequada. O passo seguinte é o de inserir em cada acção um colega que se pode mover livremente entre as posições de espera referidas. Neste caso o sinal do treinador indica só a acção técnica (Ex: baixo á direita, lateral á esquerda, central, etc...) enquanto a posição da bola é determinada pela colocação do colega de lugar. Seguidamente vêm modificadas as posições de espera tornando-se mais livre o deslocamento do colega na acção técnica. Como STEP final a progressão prevê que o treinador com o auxílio de outros 3-4 guarda-redes façam circular a bola entre eles em metade do campo. O guarda-redes deve realizar correctamente os deslocamentos de acordo com o movimento da bola até o treinador dar sinal com um número ou uma cor. Neste ponto o guarda-redes deve modificar a própria colocação e encontrar imediatamente a correcta em relação ao sinal.

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RESUMO DA POSIÇÃO DE ESPERA NA DEFESA DO ESPAÇO

As figuras a baixo são de posições de espera maximais que devem ser de vez em quando ligeiramente adaptadas pelo guarda-redes ás diversas situações conforme as posições do adversário, dos colegas, do local da bola e do pé do portador da bola.

1º STEP

As posições de espera acima mencionadas são relativas a uma posição da bola na zona á esquerda do guarda-redes. São as mesmas entendidas no caso da bola á direita. A posição 1 está situada no meio da baliza e é por isso a mesma quer a bola venha da direita quer da esquerda. Altera a posição do corpo que assume um ângulo de 30-40º na direção do lado mencionado. Estando a bola longe da baliza o guarda-redes tem como objectivo a defesa do espaço no caso de cruzamento. No caso 2 a posição de referência é o primeiro quarto da baliza com a posição do corpo com um ângulo superior de 5-10º em relação ao ponto nº1. Neste caso o objectivo principal é a defesa do espaço na zona do primeiro poste. No caso 3 o guarda-redes está colocado da direção do 1º poste frontalmente ao portador da bola com uma posição de espera de defesa da baliza. Tem como objetivo principal o de interceptar a bola quando vem de um cruzamento com uma trajectória entre o poste e a linha da pequena área, ou efectuar uma saída a uma bola baixa se este se aproxima da baliza com a bola no pé.

POSIÇÃO DE ESPERA 1 POSIÇÃO DE ESPERA 2 POSIÇÃO DE ESPERA 3

2º STEP

Neste caso com a bola na zona central o guarda-redes coloca-se numa linha imaginária do meio da baliza. Nas posições 1 e 2 a bola está longe da baliza, o seu objectivo é por isso a defesa do espaço nas costas da linha defensiva e também entre o seu posicionamento e a baliza. Assume para esse efeito a posição de espera apropriada. Na posição 3 a bola está e uma distância que pode ser rematada á baliza ou pode ser efectuado um passe em profundidade, o guarda-redes tem como objectivo por isso defender o espaço e a baliza. No caso 4 como a distância é reduzida o objectivo principal é o de defender a baliza de um eventual remate directamente á baliza. Nestes 2 últimos pontos a posição de espera será a da defesa da baliza.

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3º STEP

A figura acima ilustra a posição de espera para uma situação com a bola lateral á direita do guarda-redes. A posição de espera é também neste caso no meio da baliza, nos casos do sinal para o cone azul, verde e encarnado. O objectivo é a defesa do espaço. Quando por vezes a posição corresponde a um cone amarelo, o guarda-redes desloca-se ligeiramente para a direita para defender mais a zona correspondente ao primeiro poste da baliza. Neste caso se o portador tem a bola no pé, o guarda-redes assume uma posição mais aberta para poder ser mais eficaz no caso da bola se afastar do pé. A mesma acção vale para uma bola á esquerda onde obviamente as cores variam em relação á posição do cone.

Seguidamente passamos a pôr em prática estes conceitos através de exercícios situacionais realizados com os outros guarda-redes do grupo, ou melhor ainda com os colegas da equipa, mas sobretudo fazendo sempre que possível os exercícios com a equipa, na qual o guarda-redes é um elemento vital e indissolúvel. Nesta fase a presença do treinador de guarda-redes perto da baliza comentando e avaliando as intervenções realizadas pelos guarda-redes podem representar uma mais-valia na sua actuação.

O guarda-redes parte da zona central da baliza. Os 3 colegas estão colocados a 3 metros das bolas situadas na linha de fundo. Á ordem do mister, só um parte e vai lançar a bola com o pé. O guarda-redes parte de uma posição a decidir de acordo com o nível de dificuldade que queremos para o exercício. O guarda-redes deve colocar-se correctamente o mais rápido possível antes que o colega chegue junto da bola. Inicialmente a ordem vem dada por voz ou visualizando o mister, em seguida os 3 que vão cruzar combinam entre eles. Como variante o treinador pode-se colocar mais afastado e com um colete de cor ou um número que o guarda-redes deve mencionar no momento que apanha a bola, indicando com o número ou cor em voz alta qual dos colegas cruzou a bola. No exercício também podem ser usados bonecos elevando a dificuldade do exercício.

Exercício dinâmico para aprender a colocação no cruzamento lateral. 3 Colegas partem a mesmo tempo com a bola nos pés. Encontrando a primeira fila de sinalizadores 1 pára e 2 continuam, na segunda pára outro. 0 3º prossegue e vai cruzar. Entretanto o guarda-redes assumiu a posição de espera correcta para quem vai cruzar. Também neste caso o treinador pode-se colocar fora do campo visual do guarda-redes e mostrar um colete de cor ou um número que o guarda-redes deve mencionar logo que se aperceba qual dos 3 cruzará. A cor ou número indicado é respectivo ao colega que irá cruzar a bola. Neste exercício também podem ser utilizados bonecos para elevar a dificuldade do exercício.

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Exercício semelhante ao das bolas na linha de fundo onde há 4 jogadores colocados a 4-5 metros das bolas situadas na linha lateral partindo só 1. O guarda-redes rapidamente procura encontrar a melhor colocação no menos tempo possível e efectua uma saída alta com oposição de bonecos, varas ou outro guarda-redes. Inicialmente a ordem é dada por voz ou visualizando o gesto do treinador, em seguida os 4 combinam entre eles. Também neste caso o treinador pode-se colocar fora do campo visual do guarda-redes e mostrar um colete de cor ou um número que o guarda-redes deve mencionar logo que se aperceba qual dos 4 cruzará.

Com os sinalizadores definem-se 4 sectores horizontais. O treinador coloca-se com o pé na bola na zona do meio campo e com a possibilidade de jogar uma bola baixa (1) ou por alto (2). O guarda-redes assume uma posição de espera e colocação correcta de acordo com o local e distância da bola. Após s saída da bola o guarda-redes deve mencionar imediatamente o número do segmento horizontal onde pensa interceptar a bola. Se esta chega fora da área o controlo deve ser feito com o pé, por outro lado se for na área, a bola deve ser interceptada obrigatoriamente acima da cabeça (saída a bola alta e recepção da bola em fase de suspensão), por outro lado é obrigatório atacar a bola em queda. Como variante o treinador quando a bola vai numa trajectória aérea mostra um colete de cor ou faz um sinal que indica de acordo com o estabelecido se a bola foi tocada por último por um colega ou por um adversário e assim o guarda-redes tem como opções de controlar a bola com o pé ou interceptar a bola com as mãos. O exercício também pode ser realizado com outros dois guarda-redes na zona do meio campo trocando a bola entre si e de acordo com o estabelecido, colocar a bola na zona de acção do guarda-redes e em seguida podem fazer pressão sobre o guarda-redes se a bola for para um segmento fora da grande área.

Situação para reforçar o hábito do guarda-redes em jogar adiantado. E no caso de procurar surpreendê-lo com uma bola por alto deve ser frio, rápido e seguro para recuar para a baliza. Coloca-se 4 sinalizadores da pequena área até ao limite da grande área. O treinador diz um número, o guarda-redes desloca-se com passos curtos e correctos para a frente e para trás de acordo com a ordem recebida. Quando o treinador decide pontapear a bola para a baliza, o guarda-redes deve procurar não ser ultrapassado pela bola. O treinador pode pontapear com a bola no chão ou na mão.

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Esta é uma situação que pode ser seguida quando se tem á disposição pelo menos 4 guarda-redes ou com colegas de equipa. O treinador joga a bola para um dos 4 avançados (A,B,C,D) que devolve (1) e desloca-se para receber o passe noutro lado. Se o treinador decide fazer um passe em profundidade (2) o guarda-redes deve intervir procurando antecipar-se com uma saída baixa ou com os pés ao destinatário do passe, por outro lado desenvolve também o seu comportamento em situações de 1x1. Por sua vez o treinador não efectua o lançamento e vai fazendo passes com outro guarda-redes, o anterior regressa á mesma linha dos colegas. O movimento do guarda-redes deve ser de contínua procura de atacar o espaço e de recuperar em cada caso que o passe não é efectuado. A posição de espera de saída do guarda-redes, como evidencia a figura, deve ser sobre a linha da pequena área e deve contudo ter

em conta o poder de intervir também no caso do treinador decidir pontapear a bola directamente para a baliza (3). Para construir um elevado número de variantes podemos vestir um colete VERMELHO a A e C e um colete AZUl a B e D. Podemos inicialmente construir uma situação de 2 contra o guarda-redes estabelecendo que no momento do lançamento para um jogador, o outro jogador com a mesma cor dirige-se para a baliza. Ou no momento do lançamento todos os avançados vão na direcção da baliza, alguns podem ser avançados e outros defensores, (conforme a quem é lançada a bola os 2 da mesma cor fazem de avançados e os outros de defesas). Uma posterior dificuldade é a de estabelecer que os azuis são defesas e os vermelhos avançados. De acordo com a cor de quem tem a bola assim se desenvolve a situação de jogo, o guarda-redes pode intervir com as mãos só se o último jogador a tocar na bola é um vermelho, de outra forma deve dar continuidade á situação utilizando só os pés, simulando que a bola foi tocada por último por um colega.

Este exercício simula uma situação com cruzamento rápido de corredor lateral direito ou esquerdo depois de ter passado o jogador. O treinador atrás do boneco, para limitar a possibilidade de o guarda-redes ler os movimentos de preparação, coloca a bola á esquerda ou á direita e pontapeia para a área efectuando um cruzamento alto ou uma bola baixa ou a meia altura acima dos bonecos, colocados para perturbar a sua acção. O guarda-redes deve interceptar a bola numa saída a bola alta, baixa, etc... Quando os guarda-redes têm interiorizado a oposição fixa do boneco, adicionamos 6 bonecos espalhados pela zona de acção do guarda-redes, a simular a linha defensiva e dois colegas fora da área que irão fazer de avançados activos, no momento do cruzamento.

Situação táctica e de defesa do espaço.

O guarda-redes está na baliza, dois colegas fazem de defesas e colocam-se no limite da grande área. O treinador (1) lança uma bola que o defesa afasta com o pé ou de cabeça (2). Após isto o guarda-redes manda subir a equipa. O treinador tem uma 2ª bola nos pés que joga (3) para o atacante que do corredor lateral entra ara dentro e finaliza. O guarda-redes que para além de comunicar, deve avaliar a situação, se sair para uma situação 1x1 ou esperar. Para tornar o exercício mais imprevisível é possível utilizar 2 atacantes exteriores, um á esquerda e outro á direita.

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A aplicação de tudo o que foi dito anteriormente, deve continuar também nos jogos reduzidos para simular e interpretar com determinação no treino as situações que se podem verificar no jogo. Este tipo de aproximação, permitirá ao guarda-redes disputar a partida oficial sem encontrar muita diferença de intensidade e de concentração que normalmente põe no treino. Por tudo o que foi escrito antes, ao nosso jovem guarda-redes permite em primeiro lugar adaptar-se no treino a manter cada vez mais o nível de concentração e de ler os diferentes desenvolvimentos de cada acção do jogo. O objectivo final será sempre o de desenvolver a capacidade de observação e antecipação em cada situação de jogo, que permite ao guarda-redes antecipar-se uma fracção de segundos para intervir e que muitas vezes exige uma resposta motora correcta e precisa, mas acima de tudo estar sempre preparado e certo do que tem a fazer. 2 – DEFESA DO ESPAÇO E DA BALIZA

Esta é uma situação que se desenvolve numa zona do campo mais próxima da baliza (entre os ¾ e o limite da grande área) e da qual pode ser rematada uma bola á baliza ou pode ser jogada uma bola em profundidade.

Neste caso o primeiro objectivo do guarda-redes é o de defender a baliza, mas deve ainda estar preparado para defender o espaço atrás da linha defensiva no caso de o adversário jogar com passes em profundidade. A colocação do guarda-redes é na bissectriz mas ligeiramente mais adiantado. Nesta conjuntura a fase de organização defensiva é mais difícil por quanto os tempos são menores e os objectivos de atenção são maiores. Torna-se uma habilidade posterior a desenvolver e a treinar, que pode muitas vezes resultar num valor acrescentado na avaliação do assunto.

Este exercício simula uma situação de corte efectuado ao ponta de lança ou extremo adversário. Colocam-se 3-4 bonecos no limite da área. O treinador parte do boneco exterior conduzindo a bola. Num qualquer momento o treinador pode rematar á baliza (1) ou lançar a bola no espaço para o C.1 que se desmarca e outro colega de azul vai ao encontro da bola para fazer o corte (2). Neste caso o principal objectivo do guarda-redes é defender a baliza mas terá que estar atento e preparado para atacar o espaço atrás da linha defensiva.

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O guarda-redes de amarelo deve estar pronto a defender um eventual remate á baliza, mas ao mesmo tempo tem muitas vezes de defender o espaço efectuando uma saída a bola baixa depois de avaliar essa possibilidade. De outra forma deve enfrentar o adversário numa situação de 1x1. O treinador coloca-se na marca de grande penalidade, um outro guarda-redes (C.1) coloca-se na meia lua da grande área e vão passando a bola. De forma imprevista, após um qualquer toque o guarda-redes (C.1) pode rematar directamente á baliza (1), ou o treinador pode controlar e voltar-se (2) ou dar um apoio lateral para (C.1) que vai rematar á baliza (3). Nos últimos dois casos quem está na baliza deverá procurar antecipar a acção do adversário ou chegar á bola com uma saída a bola baixa ou dividida. Para realizar correctamente este exercício o guarda-redes tem de aprender a assumir e modificar rapidamente a própria colocação.

Como variante do exercício anterior é possível modificar a situação variando a colocação. Organizando o exercício na zona lateral, há também a possibilidade de juntar um 2º avançado (C.2) no lado oposto da área que tem a oportunidade de receber um passe que de (C.1) quer do treinador (4). Permanecem invariáveis as outras possíveis soluções de remate directamente á baliza, remate após controlo do treinador (2), ou bola no espaço para (C.1) (3). Também neste caso o guarda-redes encurta distância ligeiramente no caso do apoio ao treinador. Quando a bola é devolvida para (C.1) o guarda-redes recua ligeiramente (GR AZUL) para fechar mais a baliza e eventualmente sair ou cobrir melhor no caso de apoio a (C.2).

Para habituar o guarda-redes a estar adiantado em livres laterais ou ainda em bolas naquela posição. O guarda-redes partindo de uma posição avançada não deve sofrer golo de um remate efectuado pelo treinador. Se o guarda-redes tem tendência de antecipar é colocar uma vara mais ou menos na marca de penalidade pelo qual a bola não deve passar, deste modo o guarda-redes tendo também um 2º objectivo a defender terá uma menor tendência a antecipar. Depois se queremos criar uma maior situacionalidade podemos juntar 2 avançados (C.1, C.2) que inicialmente tenham um papel passivo e em seguida activo com o objectivo de fazer golo.

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2.1 – DEFESA DA BALIZA Quando o desenrolar da acção leva os adversários a uma situação em que a bola pode ser rematada directamente á baliza de uma distância curta, tendo pouco tempo e espaço á disposição, o guarda-redes tem como objectivo único defender a baliza.

A colocação ideal para o guarda-redes deve ser sempre sobre uma linha imaginária que vai do centro da baliza á bola mantendo sempre igual o espaço lateral a defender. O ponto de progresso é dado na intersecção com uma outra linha recta imaginária que parte do primeiro poste e forma um ângulo de cerca de 90° encontrando a linha recta imaginária que parte do centro da baliza (2). Uma colocação mais atrasada (1) deixa maior tempo e espaço para a intervenção, mas oferece uma maior superfície de baliza para cobrir.

Uma colocação mais adiantada (3) oferece ao adversário uma baliza menos clara, mas o guarda-redes tem menos tempo e espaço para intervir e ao mesmo tempo uma superior possibilidade de ser ultrapassado por uma bola alta.

O corpo está sempre voltado frontalmente para a bola, ligeiramente inclinado á frente, com uma abertura de pernas não excessiva e os pés paralelos. Nesta fase os tempos são tão reduzidos que a possibilidade de comunicar ou fazer as correcções tácticas é muito reduzida.

Colocam-se e numeram-se 6 sinalizadores como o desenho da figura. O treinador vai dizendo os números para o deslocamento, ou define antes de iniciar, a sequência a seguir pelo guarda-redes. O objectivo principal desta fase é a correcta execução dos passos no deslocamento mantendo sempre a posição de espera correcta para defender a baliza. Podemos realizar as situações de deslocamento simples ou combinados com a execução final de um ou mais remates, ou com remates e a segunda bola a ser interceptada com elevação.

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Uma posterior variante que se pode propor é uma simulação, utilizando um segundo treinador que chega em corrida com a bola nos pés, também numa zona diferente para o remate. São possíveis outras inúmeras variantes combinando os vários tipos de deslocamento, quer por tipo, quer por distância. Neste caso o objectivo é assumir a posição de espera correcta. Se a estação mencionada é contígua á anterior o deslocamento é feito com apoios próximos, de outra maneira em passo cruzado. Normalmente fazem-se 3-4 deslocamentos e depois efectua-se o remate á baliza. Nestas duas situações é simulado que o avançado move a bola passando o defesa e rematando a baliza ou partindo para uma situação de 1x1. No desenho da direita o guarda-redes parte colocado atrás do boneco. No da esquerda coloca-se numa posição central ou lateral e assume a posição de espera correcta em função da bola. O treinador move-a e remata á baliza. É importante verificar a correcta utilização dos pés durante o deslocamento e a manter uma postura correcta.

O guarda-redes coloca-se, correctamente para a bola na posse do treinador. Este pode rematar á baliza ou dizer a cor de uma das 4 varas de cor. O guarda-redes desloca-se rapidamente para tocar numa, volta e procura a colocação correcta para defender o remate. No âmbito dos exercícios de defesa da baliza incluímos todos os que originam remates á baliza de diversas posições, quer de dentro da área quer de fora da mesma. Como regra geral para este tipo de treino, temos sempre de ter o cuidado de não exceder o número de defesas consecutivas, que normalmente não devem superar, para qualquer categoria as 3-4 intervenções consecutivas, tendo depois o cuidado em conceder ao guarda-redes um tempo de recuperação apropriado.

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CONCLUSÕES No desenho abaixo ilustrado estão sintetizadas, de acordo com a posição da bola, as várias zonas do campo e os seus objectivos a defender.

Como digo, criar já no guarda-redes do sector juvenil uma mentalidade de participação activa em cada fase do jogo permite ter atletas completos tacticamente e que conseguem manter um bom nível de concentração por todo o tempo do jogo. Acima descrito, evidencia que além da preparação específica é necessário que o guarda-redes treine muitas vezes com a equipa ou com o sector defensivo. Nestas fases o treinador deve seguir e analisar, discutindo de modo construtivo as escolhas do guarda-redes, para compreender as motivações e eventualmente sugerir as correcções. Isto mostra com uma necessidade a desenvolver no futebol moderno é maior colocaboração entre o treinador principal e o treinador de guarda-redes. Este último tem a necessidade de ser um técnico completo, que para desenvolver melhor o seu

trabalho deve possuir vastos conhecimentos técnicos, tácticos, psicológicos e condicionais, ao ponto de sugerir a palavra “preparador” limitativa e superada.

Não será este o futuro?

Pedro Ferrer 2011/12, 2012/13 Treinador de guarda-redes do Club Sport Marítimo e responsável pela metodologia de treino aplicada nos escalões de formação. 2013/14 Treinador de guarda-redes do Club Sport Marítimo, Marítimo da Madeira Futebol SAD e responsável pela metodologia de treino aplicada nos escalões de formação. 2014/15 Treinador de guarda-redes do Club Sport Marítimo escalões de formação.