Comidas Típicas TRABALHOOOO

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Comidas Tpicas

Do apimentado tempero da cozinha tpica, fartura de cores e sabores, tudo isso faz da Bahia uma terra de culinria rica, extica e deliciosa. A fartura de cores e sabores est em todos os cantos da Bahia. Do apimentado tempero da cozinha tpica diversidade da culinria do Serto, passando pelos doces de frutas tropicais e os mais variados bolos, fazem da Bahia uma terra de culinria rica, extica e deliciosa. Culinria da Chapada Diamantina Um dos pratos mais tradicionais da regio a galinha ao molho pardo, feita com o sangue da prpria ave, o que lhe confere um sabor peculiar. Culinria da Ilha de Itaparica A culinria tpica baseada em frutos do mar, com destaque para as moquecas e ensopados de ostra, chumbinho, aratu, siri, caranguejo, sarnambi, polvo, lula, camaro e lagosta. Culinria de Belmonte Camares imensos grelhados, deliciosas moquecas de pitu (uma cruza de camaro com lagosta), sashimi de robalo, lagosta, e muito peixe fresco. Azeite de dend e leite de coco do o toque final que confere o sabor tpico da culinria baiana. Culinria de Canavieiras Conhecida como a cidade do caranguejo, Canavieiras oferece um menu completo tendo o crustceo como atrao principal. A

fartura tanta que, no ms de setembro, a cidade promove o Festival Nacional do Caranguejo, o que atrai visitantes vidos pelo seu sabor peculiar e carne tenra. No cardpio, alm do convencional caranguejo cozido em gua e sal com temperos e servido inteiro, o crustceo combinado com diversos ingredientes em uma infinidade de pratos que agradam os mais apurados paladares. Culinria de Jacobina Em Jacobina, a culinria tpica do serto baiano. Carne de sol com piro de leite, bode assado, buchada, feijo de corda, rabada e andu (um tipo de leguminosa caracterstica da caatinga) fazem a fartura da mesa e a alegria do paladar. A sobremesa est garantida. A cidade tambm famosa pela fabricao de doces tpicos - os mais conhecidos so o de marmelo, o de goiaba e o de banana. Culinria de So Francisco do Conde A culinria tpica de So Francisco do Conde reserva delcias exticas como o arremate de sururu e a moqueca na folha de bananeira, feita com xang sem a espinha dorsal - a embalagem na folha de bananeira ajuda a conservar a temperatura e d sabor especial ao quitute. O tempero, caprichado no dend e no leite de coco, revela moquecas variadas de peixes e mariscos ou, se preferir, os ensopados condimentados no tomate, pimento, cebola e cheiro verde. Para acompanhar, o feijo fradinho sempre uma boa pedida. Feijo doce tambm prato certo na mesa, em So Francisco do Conde. Para adoar o paladar, balas variadas feitas com frutas tpicas, como as de jenipapo, coco e goiaba com coco. Saiba mais sobre So Francisco do Conde. Culinria do Jorro A culinria tpica do serto um dos destaques beira do Rio Itapicuru (Jorrinho). O tradicional bode assado pedida certa. De sobremesa, doces de frutas da poca, como umbu e banana, alm dos famosos doces de batata e de leite. Saiba mais sobre Jorro clicando aqui. Culinria do Oeste No corao do Oeste Baiano, em Barreiras, a comida tpica tpica rene diversas influncias, com especial destaque para as

cozinhas gacha e cearense. O tradicional churrasco divide o paladar com pratos inusitados, tipicamente nordestinos, como o piro de cabea de surubim e a galinha caipira com piro de mulher parida. As peixadas e o feijo tropeiro endossam a diversidade de sabores da cidade. Para adoar o paladar, a sobremesa fica por conta dos doces feitos da fruta, com destaque para o de maracuj nativo e o de buriti. A feira local rene todos os tipos. Biscoitos peta, ginete e queijada so os mais clssicos. Culinria no Arraial Comida mineira, massas caseiras, cantinas italianas, especialidades espanholas, austracas, francesas, tacos mexicanos, grelhados, frutos do mar, pizzas. A variedade e qualidade da culinria, em Arraial DAjuda, so tais que os restaurantes organizam um Roteiro de Gastronomia - Arraial da Gula - na ltima semana de julho, com cardpios e preos especiais; sempre aliados a atraes scio-culturais. Os pratos mais cotados, como no podia deixar de ser, trazem o melhor da culinria tpica da Bahia, regados a muita pimenta malagueta, azeite de dend e leite de coco, alm da mandioca e do milho matrias-primas de bolos variados, doces, mingaus, farofas e piro. Saiba mais sobre Arraial DAjuda. Culinria Sertaneja Para alm da cozinha afro-baiana, a culinria caracterstica do serto baiano inova em receitas base de piro, farofa e carne seca. Carne de sol, de bode, cabrito e charque; maxixe, mandioca, milho e a manteiga de garrafa so ingredientes fundamentais na panela ou tacho do sertanejo. De certo que a culinria da Bahia no estaria completa sem a herana da caatinga. Na cidade de Salvador e Recncavo, nos municpios da Ilha de Itaparica e ao longo de todo o litoral o predomnio das delcias tipicamente afro-baianas. A regio semi-rida, margeada pelo imponente So Francisco, completa a miscelnea de gostos e temperos da cozinha baiana com toques sertanejos. Saiba mais sobre Canudos, Cip, Monte Santo,Euclides da Cunha e Jorro, locais de tradio em culinria sertaneja. Culinria Sertaneja Para alm da cozinha afro-baiana, a culinria caracterstica do serto baiano inova em receitas base de piro, farofa e carne

seca. Carne de sol, de bode, cabrito e charque; maxixe, mandioca, milho e a manteiga de garrafa so ingredientes fundamentais na panela ou tacho do sertanejo. De certo que a culinria da Bahia no estaria completa sem a herana da caatinga. Na cidade de Salvador e Recncavo, nos municpios da Ilha de Itaparica e ao longo de todo o litoral o predomnio das delcias tipicamente afro-baianas. A regio semi-rida, margeada pelo imponente So Francisco, completa a miscelnea de gostos e temperos da cozinha baiana com toques sertanejos. Saiba mais sobre Canudos, Cip, Monte Santo,Euclides da Cunha e Jorro, locais de tradio em culinria sertaneja. Doces da Ilha Paraso O local ganhou fama como o paraso dos doces. So nada menos que 60 tipos de doces caseiros, tpicos da regio. Alm de saborear as guloseimas, o visitante tambm pode levar para casa doces j embalados para viagem, como lembrana do lugar.

Culinria Afro-Brasileira

As grandes matrizes da diversa e variada cozinha brasileira est em Portugal, com a frica, com o Oriente e com as culturas indgenas. Na poca das grandes navegaes, Portugal vivia de forma pioneira o fenmeno da globalizao, lanando-se ao mar, ao encontro da ampliao comercial, da conquista de novas rotas em busca de alimentos e especiarias. Sem dvida, as grandes matrizes da diversa e variada cozinha brasileira est em um

Portugal ampliado com a frica, com o Oriente e com as centenas de culturas indgenas. Pode-se caracterizar a cozinha de herana africana no Brasil como adaptativa, criativa e legitimadora de muitos produtos africanos e no africanos que foram includos regionalmente e em outros de presena nacional. Saiba mais sobre culinria Afro-brasileira

Culinria afro-brasileira

A cozinha afro-brasileira o reflexo da mistura de culturas na Bahia. Na poca das grandes navegaes, Portugal vivia de forma pioneira o fenmeno da globalizao, lanando-se mar ao encontro da ampliao comercial, da conquista de novas rotas em busca de alimento e especiarias. Sem duvidas, as grandes matrizes da diversa e variada cozinha brasileira est em um Portugal ampliado com a frica, com o Oriente e com as centenas de culturas indgenas. Pode-se caracterizar a cozinha de herana africana no Brasil como adaptativa, criativa e legitimadora de muitos produtos africanos e no africanos que foram includos regionais e em outros de presena nacional. O nosso to celebrado coco-verde vem da ndia, passando antes pela frica Oriental, frica Ocidental, Cabo Verde e Guin para ento fixar-se no Nordeste brasileiro. O dend uma das marcas da cozinha genuinamente africana no Brasil e o dendezeiro sagrado para os Ioruba, sendo conhecido como ig-op . A mundializao sempre aconteceu na boca.

Por volta do sculo 16 a alimentao cotidiana na frica, que foi incorporada comida brasileira pelos escravos, inclua arroz, feijo, sorgo, milho e cuscuz. A carne era predominantes de caa (antlopes, gazelas, bfalos e aves). Os alimentos eram preparados assados, tostados ou cozidos. Feijo variados, inhames, quiabos, acrscimos de camares defumados, gengibre, pimentas e leos vegetais como o azeite-de-dend fazem a base de uma mesa em que vigoram acarajs, abar, vataps de peixe e galinha, bobs, carurus, entre tantos outros pratos. Ainda os cardpios sagrados dos terreiros de candombl trazem alimentos como o ipet, amal aca e bebidas como alu, feito de milho rapadura, gengibre e gua. A alimentao dos escravos nas propriedades ricas inclua canjica, feijo-preto, toucinho, carneseca, laranjas, bananas, farinha de mandioca e o que conseguisse pescar e caar; e nas pobres era de farinha, laranja e banana. Os temperos utilizados na comida eram o aafro, o leo de dend e o leite de coco. O cuscuz j era conhecido na frica antes da chegada dos portugueses ao Brasil, e tem origem no norte da frica, entre os berberes. No Brasil, o cuscuz consumido doce, feito com leite e leite de coco, a no ser o cuscuz paulista, consumido com ovos cozidos, cebola, alho, cheiro-verde e outros legumes. O leite de coco usado para regar peixes, mariscos, arroz-de-coco, cuscuz, mungunz e outras iguarias. O que vem da Costa: Genericamente os produtos originrios da ampla costa atlntica do continente africano so conhecidos como da-costa, por exemplo, pimenta-da-costa, inhame-da-costa, pano-da-costa, palha-da-costa. H um longo caminho histrico e econmico unindo o que vem da costa na formao do povo brasileiro. O amplo patrimnio gastronmico de civilizaes africanas e de solues e recriaes afrodescendentes fazem um dos mais notveis caminhos para compreender o que come o brasileiro.

Festas Populares

A Bahia uma festa o ano todo. Os festejos populares se sucedem, concentrados no Vero, mas se estendendo por todo o ano, incluindo as festas juninas. As manifestaes folclricas, de diversas origens se proliferam com exibies ao ar livre de capoeira, maculel e samba-de-roda. Milhares de pessoas vo s ruas celebrar os santos padroeiros. Alm de popular, essas festas se caracterizam pelo sincretismo religioso e pela mistura de elementos sagrados e profanos. Toda a f do baiano se manifesta no ciclo de festas populares, desde as comemoraes dos orixs do candombl, quando todos os terreiros da cidade batem seus tambores para seus filhos-desanto danarem, at as festas da religio catlica, que ganham um cunho profano com muito samba-de-roda e barracas padronizadas que servem bebidas e comidas variadas. Esse clima de festa impregna toda a cidade, desde a manh at a noite, mas no incio de dezembro, a programao se intensifica. O ciclo tem incio no dia 4 de dezembro, com a Festa de Santa Brbara, e tem seu pice da Lavagem do Bonfim, na Festa de Iemanj e no Carnaval. Atualmente, as mais tradicionais so: Bom Jesus dos Navegantes, Lavagem do Bonfim e Iemanj. Veja a seguir o calendrio festivo: Calendrio de Festas

Bom Jesus dos Navegantes 1 de Janeiro

Lavagem do Bonfim 2 quinta-feira de janeiro (mvel) Ribeira segunda-feira aps a Lavagem do Bonfim (mvel) Festa de Iemanj 2 de fevereiro Lavagem de Itapu uma semana antes do Carnaval (mvel) Santa Brbara 4 de dezembro N. S. da Conceio da Praia 8 de dezembro

Cultura

Ptria da diversidade cultural, a Bahia apresenta o seu tabuleiro de roteiros tursticos e viagens por dentro da Histria do Brasil. De igrejas seculares ao artesanato tpico das cidades do interior, da crena diversificada de seu povo mestio aos mitos e ritos do folclore local, o estado se abre em um verdadeiro mosaico de atrativos para quem deseja desvendar a Bahia em toda a sua graa e poesia.

Terra dos orixs, patus e babalorixs; Terra de culto a Todos os Santos; a Bahia tambm a Terra de todos os ritos e mitos. As diversas expresses folclricas ostentam a riqueza do imaginrio popular. Rodas de samba, Puxadas de Mastro, Capoeira, Terno de Reis, Bumba-meu-boi, Afox e tantas outras colorem, animam e exibem a f inabalvel do baiano por toda a capital e interior. Um mosaico de festejos e celebraes s crenas de origem africana, indgena e portuguesa, ao tempero singular da baianidade.

Histria

A histria da Bahia se confunde com a prpria histria do pas. Em Porto Seguro, no Extremo Sul da Bahia, no ano de 1500, o Brasil foi descoberto com a chegada dos portugueses e a celebrao da primeira missa, em Coroa Vermelha, por frei Henrique Soares de Coimbra. Nesses cinco sculos de muitas histrias, a Bahia foi palco de invases, como a Holandesa, das guerras pela Independncia, e de conflitos e revoltas, como a Sabinada e a dos Mals. No sculo XVI, a Bahia foi movida pela economia do pau-brasil e da cana-de-acar, seguida pelo ciclo do ouro e do diamante. A fase urea da cana-de-acar, inclusive, proporcionou o surgimento da nobreza colonial, provocando um aumento populacional e tambm financeiro, principalmente na capital, o que pode ser comprovado pelas construes das principais igrejas da cidade, como a de So Francisco, a igreja de ouro, a venervel

Ordem Terceira de So Francisco, com fachada em barroco espanhol, e a Catedral Baslica, onde est o tmulo de Mem de S, o terceiro governador-geral do Brasil, e a cela onde morreu o padre Antnio Vieira.

Nossos personagens

Saiba mais sobre grandes personagens da histria baiana, como Antnio Conselheiro, Castro Alves, Corisco e Dad, Coronel Horcio de Matos, Cuca de Santo Amaro, Joana Anglica, Lampio e Maria Bonita, Maria Quitria, Padre Antnio Vieira e Ruy Barbosa. Antnio Conselheiro Filho de comerciante, Antnio Vicente Mendes Maciel ficou rfo da me aos seis anos. Aos 27 anos, perdeu o pai e comeou a cuidar da loja da famlia, com a qual sustentava as quatro irms. Ficou dois anos frente do negcio e, depois, passou a dar aulas numa escola de fazenda. Graas aos seus estudos e esforo pessoal, tornou-se escrivo de cartrio, solicitador (encarregado de encaminhar peties ao poder Judicirio) e rbula (advogado sem diploma). Estaria encaminhado profissionalmente, caso um problema pessoal no viesse mudar radicalmente sua vida. Depois de casado, Antnio Maciel foi trado pela mulher que fugiu com outro homem. Transtornado pela humilhao, comeou a perambular sem destino certo pelo interior do Cear e de outros estados do nordeste. Para sobreviver, trabalhou como pedreiro e

construtor, ofcio aprendido com o pai. Restaurava e construa capelas, igrejas e cemitrios. Esse trabalho e as pregaes do padre Ibiapina - que peregrinava pelo serto fazendo obra de caridade - influenciaram Antnio Maciel. Ele passou a ler os Evangelhos e a divulg-los entre o povo humilde, ouvindo tambm os problemas das pessoas e procurando consol-las com mensagens religiosas. Devido aos conselhos, tornou-se conhecido como Antnio Conselheiro e arrebanhou um nmero crescente de seguidores fiis que o acompanhavam pelas suas andanas. medida que a simpatia dos pobres por ele aumentava, surgiam tambm os inimigos, que se sentiam prejudicados. Por um lado, os padres, que viam seu prestgio diminuir diante das pregaes de um leigo. Por outro, os latifundirios, que viam muitos empregados de suas fazendas abandonarem tudo para seguir o beato. Em 1874, o Conselheiro e seus seguidores se fixaram perto da vila de Itapicuru de Cima, no serto da Bahia, onde fundaram o arraial do Bom Jesus. Dois anos depois, acusado de ter assassinado a esposa, Antnio Conselheiro foi preso e mandado para o Cear, onde o julgamento comprovou sua inocncia. Entretanto, seu fervor religioso aumentou durante a temporada na priso. Da mesma maneira, aumentou seu prestgio entre os pobres, que passaram a v-lo como um mrtir. Mais gente se reuniu a sua volta e o acompanhou serto afora, por andanas que duraram 17 anos. Em 1893, ele se estabeleceu definitivamente numa fazenda abandonada s margens do rio Vaza-Barris, numa afastada regio do norte da Bahia, conhecida como Canudos. Ali, fundou um povoado, que chamou de Belo Monte. Rapidamente, o vilarejo se transformou numa cidade cuja populao estimada entre 15 mil e 25 mil habitantes (h controvrsia entre os historiadores). Canudos prosperou e se tornou incmoda para as autoridades polticas e religiosas locais, que procuravam um pretexto para acabar com ela. Um problema comercial acerca de uma compra de madeira na cidade de Juazeiro deu motivo para que uma tropa de soldados da polcia baiana investisse contra os seguidores do Conselheiro em novembro de 1896. A derrota dos policiais deu incio a um conflito que ficou conhecido como Guerra de Canudos, que assumiu

enormes propores. Mobilizaram-se tropas do exrcito em trs expedies militares que, enfrentando enorme resistncia da populao de Canudos, promoveram um massacre no arraial. O confronto estendeu-se at 5 de outubro de 1897, quando o exrcito tomou definitivamente o arraial. Antnio Conselheiro morrera poucos dias antes, no se sabe exatamente como. Castro Alves

Antnio Frederico de Castro Alves nasceu em 14 de maro de 1847 em Curralinho, na Bahia. Em 1862 foi para o Recife com o intuito de estudar Direito. L, alm de iniciar o seu romance com a atriz portuguesa Eugnia Cmara, percebe tambm os primeiros sintomas da tuberculose. Em 1864, aps ser reprovado nos primeiros exames necessrios para a admisso na faculdade, ingressa na Faculdade de Direito, porm dedica-se mais poesia do que aos estudos. Nesse perodo conhece Tobias Barreto, a quem tanto admirava e cujas idias liberais passou a seguir. Em 1867 abandona definitivamente o Recife e vai para Salvador, onde encenada a pea "Gonzaga" ou "Revoluo de Minas" de sua autoria. Em 1868 vai para So Paulo acompanhado de Eugnia Cmara e do amigo Rui Barbosa, com quem fundou uma sociedade abolicionista, e matricula-se no terceiro ano da Faculdade de Direito do largo So Francisco, onde declama pela primeira vez o poema Navio Negreiro. Ainda nesse ano abandonado por Eugnia e, durante uma caada, fere acidentalmente o p com uma arma de fogo. Esse acidente provocou a amputao de seu p e, logo em seguida, sua tuberculose agrava-se e o poeta vai para a Bahia, onde falece em 6 de julho de 1871. A obra de Castro Alves, o poeta dos escravos, foi fortemente influenciada pela literatura poltico-social de Vitor Hugo. O poeta cultivou o egocentrismo, porm, diferentemente dos romnticos tradicionais, interessou-se tambm pelo mundo que o cercava e defendeu a repblica, a liberdade e a igualdade de classes sociais. Castro Alves, segundo Jorge Amado, teve muitos amores,

porm, o maior de todos eles foi a Liberdade. Sua obra composta basicamente por: Espumas Flutuantes (1870); Gonzaga ou a Revoluo de Minas (1875); A Cachoeira de Paulo Afonso (1876); Vozes d'frica e Navio Negreiro (1880) e Os Escravos (1883). Corisco e Dad

Cristino Gomes da Silva Cleto, conhecido como Corisco, nasceu em 1907, na localidade de Matinha de gua Branca, no Estado de Alagoas. Com o passar dos anos, ficou belo como um gal de cinema: possua boa estatura, ombros largos, pele alva e cabelos louros e longos. Alm desses atributos, ele era dotado de grande fora fsica e de uma coragem extraordinria. Em agosto de 1926, entrou para o bando de Lampio, recebendo o apelido de Corisco seqestrou Srgia Ribeiro da Silva, a Dada, quando ela tinha, apenas, treze anos de idade. fora, colocou-a na sela do seu cavalo e fugiu pela caatinga. Dad era morena, tinha cabelos pretos e 1,70 m de altura. Quando foi desvirginada brutalmente pelo Diabo Louro, a adolescente sofreu uma hemorragia to intensa que quase morreu. Com o passar do tempo, porm, Corisco se tornou mais delicado, e o dio sentido por ela se transformou, primeiro, em simpatia e, depois, em imenso amor. Da mesma forma que a treinou para o uso de diversos armamentos, Corisco ensinou Dad a ler, a escrever e a contar. Por sua grande coragem, ela era to admirada pelos bandidos que certos chefes de bandos ressaltavam: Dad vale mais do que muito cangaceiro! Com o Diabo Louro, ela teve sete filhos, mas apenas trs deles conseguiram sobreviver. De 1921 a 1934, Lampio dividiu seu bando em vrios subgrupos, dentre os quais os chefiados por Corisco, Moita Brava, Portugus, Moreno, Labareda, Baiano, Jos Sereno e Mariano. Para o rei do cangao, entretanto, o de Corisco sempre foi o bando mais importante de todos. Alm de comparsas, os dois eram, ainda, grandes amigos. Quando Lampio foi morto, Corisco e Dad estavam na fazenda Emendada, em Alagoas. Com a morte do chefe do bando, Corisco

assumiu o comando do bando. Mas, em 1939, durante um duro combate contra trs volantes, na fazenda Lagoa da Serra, em Sergipe, ele foi ferido e nunca mais se recuperou: ficou com a mo direita ficou paralisada e o brao esquerdo atrofiado. A partir desse dia, Dad se tornou a primeira (e nica) mulher no cangao a utilizar um fuzil. Um ano depois, Corisco dissolveu o bando. Apenas na companhia de Dad, de Rio Branco e da mulher dele partiu para o sul da Bahia, procura de um refgio seguro. Iniciou, ento, uma longa jornada pelo serto. Para evitar ser reconhecido, vestiu-se de vaqueiro, cortou os longos cabelos loiros, aboliu o chapu e as roupas do cangao e, com todo o ouro que juntara durante todos aqueles anos, planejou ter uma vida diferente. No dia 5 de maio de 1940, por fim, na regio de Brotas de Macabas, na Bahia, uma volante cercou o que restou do grupo e Corisco foi atingido na barriga por uma rajada de metralhadora. Ficando com os intestinos mostra. Naquele mesmo conflito, Dad foi atingida na perna, mais tarde amputada, mas s faleceu em 1994. A bravura e a crueldade de Corisco foram celebradas pelo cineasta Glauber Rocha, em Deus e o diabo na terra do sol. Em uma das cenas antolgicas, o cangaceiro respondia ao seu perseguidor que se entregaria, somente, em outra vida. Quem conhece os fatos histricos, porm, sabe que, no derradeiro conflito, ao ser atingido mortalmente pelos projteis, Corisco gritou, apenas:Maior so os poderes de Deus! Coronel Horcio de Matos

O coronel mais famoso da Chapada Diamantina herdou do tio, Clementino Matos, o poder e as rixas que guiariam suas atitudes at o fim da vida. O incio de sua carreira foi pacfico: Horcio fez uma peregrinao pelas cidades e fazendas com a inteno de propor trgua nas brigas polticas. Entretanto, comunicado do assassinato de seu irmo Vtor por jagunos rivais, Horcio mobiliza suas influncias para que os assassinos abrigados no municpio de Campestre, sob proteo do chefe local Manuel Fabrcio, fossem julgados de acordo com a lei. Com a demora de

meses para a resoluo do caso, Horcio decide cercar a fazenda e vence o rival pela insistncia. A vitria seguinte foi contra o coronel Milito Rodrigues Coelho, que vinha conquistando novas terras na regio. Os grupos lutaram por cinco meses, resultando em 400 mortos e mais poder regional para Horcio. A influncia poltica em Lenis foi obtida de forma bem menos violenta: Aureliano S, um pacifista, que no teria chances num confronto, optou por retirar a famlia das disputas e ceder o comando ao coronel Horcio de Matos. O aumento de seu poder e das regies sob seu domnio lhe renderam os ttulos de Delegado Regional da Zona Centro-Oeste e Senador Estadual. Em 1926, a pedido do governo federal, foi o responsvel pela organizao do Batalho Patritico das Lavras Diamantina, um exrcito de jagunos e militares que combateu a Coluna Prestes durante sua tumultuada passagem pela Bahia. Aps a vitria, Horcio operado de apendicite s pressas no Rio de Janeiro e, de volta Chapada, recebido como heri nas terras que comandava. Com a Chapada mergulhada numa crise econmica e social que as batalhas haviam ajudado a acentuar, Horcio de Matos nomeado Intendente de Lenis. Constri estradas, escolas, calamentos, rede eltrica e, para facilitar a circulao de dinheiro na regio, chega a emitir papis coloridos que viraram moeda corrente. Logo aps a revoluo de 30, contra a qual chegou a mobilizar seus homens a pedido do governo em crise, Horcio de Matos preso pelo tenente Hamilton Pompa e levado a Salvador. No houve resistncia, at porque todas as armas dos jagunos haviam sido apreendidas por ordem oficial e a regio j estava tomada por soldados. Com uma presso das elites locais, o coronel acaba conseguindo a liberdade condicional, mas proibido de sair da capital. Irado com o fato, o tenente Hamilton segue para o Palcio do Rio Branco, disposto a matar o responsvel pela liberdade do coronel, e acaba assassinado por um guarda. O clima de rivalidade poltica resulta na morte de Horcio de Matos, dois dias depois, enquanto passeava com sua filha mais velha, Horacina, no centro da capital baiana. Cuca de Santo Amaro

Um cronista do cotidiano, mistura de trovador e reprter, infernizou a vida de Salvador dos anos 40 aos 60. Batizado de Jos Gomes foi com a alcunha de Cuca de Santo Amaro que se celebrizou como um dos personagens mais importantes da histria recente da cultura baiana. Seus versos virulentos assustavam poderosos e gente comum, e no havia segredo guardado a sete chaves que escapasse do seu faro para escndalos, que tornava pblico na cidade atravs de cordis. Estes foram, ao longo da vida, o seu ganha-po, venal para uns, genial para outros, uma coisa, porm, ningum nega: este personagem do sculo passado mantm uma atualidade singular, que no se insere em nenhum rtulo. Com muita ironia Cuca de Santo Amaro transformava fatos sigilosos em cordis berrados nas ruas, oferecendo populao noticias que os jornais no publicavam. Para quem passava pelo Elevador Lacerda, Mercado Modelo ou pela Estao da Leste, entre as dcadas de 1940 e 60, a cena era comum. Uma roda de pessoas com olhar atento, soltando gargalhadas. Umas davam sorrisinhos sem graa, outras passavam direto, apressadas, quase tapando os ouvidos. O grupo estava reunido para escutar as novas histrias do poeta-reprter mais famoso da cidade. Eram casos que falavam sobre quase tudo o que acontecia nas ruas, becos e at mesmo dentro das casas da provncia da Bahia e tambm nas cidades do interior do estado. Ele transformava em versos acontecimentos do Brasil e do mundo. Tudo com muita ironia e lngua afiada. Amado por uns, odiado por outros, tinha uma predileo especial pelo que era mantido em sigilo, um faro aguado para descobrir o que estava escondido. Registrando como Jos Gomes, foi como o nome de Cuca de Santo Amaro que se celebrizou. Ouvir seu nome era sinal de temor para muita gente, afinal ningum sabia o estava por vir quando Cuca de Santo Amaro desfilava pelas principais ruas de Salvador vestido com seu fraque bem passado, flor na lapela e chapu-coco, declamando seus versos de poeta trovador. Trazia debaixo do brao mais uma

edio de suas revistas de cordel e gritava com voz rouquenha o ltimo escndalo ocorrido na chamada sociedade, para o delrio da platia geralmente to pobre quanto ele e desespero da famlia atingida. O reprter baiano Odorico Tavares escreveu um artigo na revista O Cruzeiro, em 26 de outubro de 1946, sobre Cuca. O seu forte era o comentrio sobre fatos do dia, o cotidiano baiano que explorava com crueldade sem limites. Ai de quem casse no seu desagrado: em dois tempos, contava a sua historia em versos, imprimia, arranjava do Sinsio (Sinsio Alves, ilustrador de capas de folhetos do cordel baiano da poca e colega de travessuras do Cuca) o desenho adequado para as capas e largava brasa. Um inferno para as suas vitimas, um gozo para o pblico que cercava e o ouvia, s gargalhadas. No toa que ainda hoje considerado por alguns estudiosos uma espcie de Gregrio de Matos sem gramtica. Apesar de no ter estudado e no estar entre os melhores verificadores da literatura de cordel, Cuca era a sntese do trovador-reprter popular. Forneceu um relato picante e interessante do seu tempo, um retrato folclrico-popular da vida baiana, atravs de centenas de folhetos, impressos semanalmente durante 25 anos. Para perceber a importncia e o destaque que um cordelista podia ter naquele tempo preciso perceber que o contexto era outro. Quando Cuca comeou a trabalhar como reprter autnomo, Salvador era uma cidade que tinha poucos, mas influentes jornais dominado por grupos polticos. Isso numa poca em que no existia televiso e eram escassas as emissoras de rdio, como explicou em entrevista ao jornal Correio da Bahia, o jornalista, pesquisador e conselheiro do tribunal de Contas dos Municpios, Paolo Marconi, no livro Cuca de Santo Amaro O ltimo Boca do Inferno. Optando por disputar o mercado em faixa prpria, (Cuca) lanava mo de assuntos geralmente no explorados pele imprensa tradicional, que preferia ficar ao largo, porque feriam a moral e os bons costumes vigentes, seus interesses polticos, econmicos e de classe. Espelhando-se na imprensa de seu tempo, ele no media conseqncias ao escrever e vender seus versos, lembra Marconi. Joana Anglica

Herona da independncia, nasceu em Salvador. considerada a primeira mrtir brasileira, sacrificou a prpria vida na defesa da clausura do convento da Lapa contra o exrcito portugus. De famlia abastada, aos 20 anos optou pela vida monstica (1782), entrou para o noviciado e tornou-se franciscana do ramo das Clarissas. Aps o noviciado foi irm, escriv, vigria e abadessa do convento da Lapa. Com a revolta dos soldados brasileiros contra a nomeao no incio do ano de 1822 do brigadeiro portugus Madeira de Melo para comandante das armas da provncia, soldados portugueses, sob o pretexto de haver patriotas escondidos no convento, derrubaram a porta a golpes de machado. J abadessa do Convento, enfrentou os soldados lusitanos e teve o peito trespassado de baionetas. Esvaindo-se em sangue foi levada para um sof de palhinha, que ainda pode ser visto, e faleceu pouco depois, tornando-se, assim, a primeira mrtir da grande luta que continuaria, at a definitiva libertao da Bahia, no ano seguinte. Lampio e Maria Bonita

Como todas as lendas que tendem a se torna maiores que os fatos, a de Lampio e sua saga pelo nordeste brasileiro contem todos os elementos de aventura, romance, violncia, amor e dio das grandes histrias da humanidade. Virgulino Ferreira da Silva, ou simplesmente Lampio, nasceu em 7 de julho de 1897, na pequena fazenda dos seus pais em Vila Bela, atual municpio de Serra Talhada, em Pernambuco. Era o terceiro filho de uma famlia de oito irmos. Desde criana, mostrou ser excelente vaqueiro. Mas um conflito com vizinho e jogou na clandestinidade aps o assassinato de seus pais.

Lampio foi o maior cangaceiro - nome dado aos foras-da-lei, que viviam de forma organizada, no final do sculo XIX e incio do sculo XX, na regio do nordeste brasileiro - de todos os tempos. Existem duas verses para o seu apelido. Dizem que, ao matar uma pessoa, o cano de seu rifle, em brasa, lembrava a luz de um lampio. Outros garantem que ele iluminou um ambiente com tiros para que um companheiro achasse um cigarro perdido no escuro. Percorreu sete estados da regio nordeste durante as dcadas de 1920 a 1930, levando sangue, morte e medo populao do serto. Causou grandes transtornos economia do inteior e sua histria um misto de verdades mentiras. No incio da dcada de 30, mais de 4 mil soldados estavam em seu encalo, em vrios estados. Seu grupo contava ento com 50 elementos entre homens e mulheres. Comparado a Robin Hood, Lampio roubava de comerciantes e fazendeiros, sempre distribuindo parte do dinheiro com os mais pobres. No entanto, seus atos de crueldade lhe valeram a alcunha de Rei do Cangao. Para matar os inimigos, enfiava longos punhais entre a clavcula e o pescoo. Seu bando seqestrava crianas, botava fogo nas fazendas, exterminava rebanhos de gado, estuprava coletivamente, torturava, marcava o rosto de mulheres com ferro quente. Antes de fuzilar um de seus prprios homens, obrigou-o a comer um quilo de sal. Assassinou um prisioneiro na frente da mulher, que implorava perdo. Lampio arrancou olhos, cortou orelhas e lnguas, sem a menor piedade. Perseguido, viu trs de seus irmos morrerem em combate e foi ferido seis vezes. Em 1929, conheceu Maria Da, a Maria Bonita, a linda mulher de um sapateiro chamado Jos Nenm. Ela tinha 19 anos e se disse apaixonada pelo cangaceiro h muito tempo. Pediu para acompanh-lo. Lampio concordou. Ela enrolou seu colcho e acenou um adeus para o incrdulo marido. Grande estrategista militar, Lampio sempre saa vencedor nas lutas com a polcia, pois atacava sempre de surpresa e fugia para esconderijos no meio da caatinga, onde acampavam por vrios dias at o prximo ataque. Tornou-se amigo de coronis e grandes fazendeiros que lhe forneciam abrigo apoio material. O governo baiano ofereceu 50 contos de ris pela captura de Lampio em 1930. Era dinheiro

suficiente para comprar seis carros de luxo. Lampio morreu no dia 28 de julho de 1938, na Fazenda Angico, em Sergipe. Os trinta homens e cinco mulheres estavam comeando a se levantar, quando foram vtimas de uma emboscada de uma tropa de 48 policiais de Alagoas, comandada pelo tenente Joo Bezerra. O combate durou somente 10 minutos. Os policiais tinham a vantagem de quatro metralhadoras Hotkiss. Lampio, Maria Bonita e nove cangaceiros foram mortos e tiveram suas cabeas cortadas. Maria foi degolada viva. Os outros conseguiram escapar. Mas o cangao terminou em 1940, com a morte de Corisco, o Diabo Loiro, o ltimo sobrevivente do grupo comandando por Lampio. Lampio odiado e idolatrado com igual intensidade, estando sua imagem viva no imaginrio popular mesmo aps 60 anos de sua morte. Sua influncia nas artes - msica, pintura, literatura e cinema - impressionante. Maria Quitria

Filha de um sitiante da regio de Cachoeira, Maria Quitria de Jesus Medeiros ficou rf de me aos 10 anos, passando a cuidar da casa e de seus dois irmos mais novos. Com eles aprendeu a montar e a usar armas. Em 1822, pediu ao seu pai para se alistar no Exrcito brasileiro, mas no obteve. Fugiu, ento, para casa de sua irm Tereza e de seu cunhado, Jos Cordeiro de Medeiros e vestida com roupas de homem e com os cabelos cortados, alistou-se como soldado Medeiros. Passou a integrar o Batalho dos Voluntrios do Prncipe, tambm chamado de Batalho dos Periquitos, por causa da gola e dos punhos verdes do uniforme. Duas semanas depois, Quitria foi descoberta por seu pai, mas impedida de deixar o exrcito pelo major Silva e Castro, que lhe reconheceu grandes qualidades militares. Combateu na foz do Rio Paraguau, onde demonstrou herosmo. Participou tambm dos combates na Pituba e em Itapu, sendo sempre destacada por sua coragem. Com o fim da campanha na Bahia, foi ao Rio de Janeiro, onde recebeu das mos do imperador

D. Pedro 1. a condecorao de "Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro",em reconhecimento por sua bravura. Voltando a Bahia, levou tambm uma carta do Imperador a seu pai, pedindo que a perdoasse por sua desobedincia. Casou-se com o lavrador Gabriel Pereira de Brito, com quem teve uma filha, Lusa Maria da Conceio. Mudou-se depois com a filha para Salvador, onde morreu quase cega, em total anonimato. Maria Quitria foi a primeira mulher, no Brasil, a sentar praa num acampamento militar. Em 1953, cem anos depois de sua morte, o governo brasileiro ordenou que "em todos os estabelecimentos, reparties e unidades do Exrcito fosse inaugurado o retrato da insigne patriota". Padre Antnio Vieira

Antnio Vieira tinha 6 anos quando veio para o Brasil, ingressando pouco depois no Colgio dos Jesutas. Como novio na Companhia de Jesus, em 1624 foi encarregado de escrever a carta nua o relato anual das atividades dos jesutas aos superiores em Lisboa. No ano seguinte, fez seu voto de castidade, pobreza e obedincia, deixando a condio de novio para iniciar os estudos de Teologia. Foi professor de Retrica em Olinda no ano de 1627, pregador na Bahia em 1633, ordenando-se em 1638. Como pregador, defendia os interesses do Brasil contra a ganncia da Metrpole, defendia os escravos, os judeus e insistiu numa ao decisiva contra o invasor holands. Fundou a Companhia Geral do Comrcio do Brasil e foi ministro em Haia, em 1646, quando escreveu o documento Papel Forte, pelo qual foi apelidado em Lisboa de "Judas do Brasil". Em 1662 foi expulso do Brasil para Portugal, onde exerceu a funo de confessor da regente Dona Lusa e pregador da Capela Real. A mando do novo rei, Dom Afonso VI, foi desterrado para a cidade do Porto. Preso pela Inquisio e posto em liberdade por Dom Pedro, obteve sua absolvio quando viajou para Roma, em 1675. Retornou ao Brasil em 1681, instalando-se na Bahia.

Os sermes e cartas que deixou so considerados verdadeiros monumentos da literatura barroca e da cincia poltica. Tambm deixou fragmentos de um livro de profecias, que tinha o nome de Clavis Prophetanum, publicado em 1718 sob o ttulo de Histria do Futuro. Os seus famosos sermes foram proferidos do plpito da Igreja da Ajuda. Ruy Barbosa

Ruy Barbosa foi um importante estadista, poltico, diplomata e jurista brasileiro. Nasceu na cidade de Salvador, em 5 de novembro de 1849. Apoiou o movimento republicano e teve uma grande participao no processo de Proclamao da Repblica, que ocorreu em 15 de novembro de 1889. Tornou-se o primeiro ministro da fazenda da histria do Brasil Repblica. Era dotado de vasta erudio, sendo um excelente orador. Foi embaixador do Brasil na Conferncia de Haia (1907), representando o Brasil com grande mrito e destaque. Em funo desta participao brilhante, ganhou o apelido de guia de Haia. Foi tambm um brilhante escritor. Entre suas obras mais importantes, encontram-se: O Papa e o Conclio, Habeas Corpus, Cartas de Inglaterra, entre outras. Na poltica, exerceu os cargos de deputado federal e senador da Repblica. Candidatou-se a presidncia da Repblica, sem xito, nas eleies de 1910 e 1914. Faleceu na cidade de Petrpolis (Rio de Janeiro) em 1 de maro de 1923.