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1 1 COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA A APURAR A REGULARIDADE DO CONTRATO CELEBRADO ENTRE A CBF E A NIKE. ( CPI CBF/NIKE). DIA 25-01-01 ÀS 09:00 h. O SENHOR PRESIDENTE – Aldo Rebelo. O SENHOR VICE-PRESIDENTE – Pedro Celso. O SENHOR RELATOR – Sílvio Torres. O SENHOR SUB- RELATOR - José Rocha. OS SENHORES MEMBROS – Léo Alcântara e Jurandil Juarez. O SENHOR PRESIDENTE DEPUTADO ALDO REBELO - Para tomar o depoimento de uma lista de depoentes que nós passaremos a colocar em seguida e esta reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar o contrato celebrado entre a Federação Brasileira de Futebol e a empresa fabricante de material esportivo Nike. A audiência pública convocada ainda no ano passado para realizar-se nesta cidade de São Luís do Maranhão aos 25 de janeiro do ano de 2.001. Encontra-se presente o deputado Eduardo Campos, sub-relator da CPI para assuntos de menores: deputado Léo Alcântara, sub-relator para investigação da situação das federações estaduais de futebol na região do nordeste-sudeste e deputado Sílvio Torres, relator da Comissão, deputado Jurandil Juarez, sub-relator para investigação dos casos de passaportes falsos da comissão, deputado Pedro Celso, vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito e deputado José Rocha, sub-relator para assuntos de legislação esportiva do futebol do nosso país. Essa delegação recebeu plenos poderes da CPI para realizar diligências aqui no Estado do Maranhão relacionada com a investigação da exportação de menores brasileiros para o exterior e com a falsificação de documentos para atletas de futebol. Gostaria inicialmente, de prestar em nome da CPI, os agradecimentos à Assembléia do Estado do Maranhão, na pessoa do senhor presidente deputado Manoel Ribeiro que nos ofereceu toda condição de infra-estrutura e todo apoio necessário à realização dos nossos trabalhos nesta generosa Cidade de São Luís. Então, em nome da Câmara dos senhores deputados, em nome da CPI, ao senhor Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão, os nossos agradecimentos pela acolhida e pela generosidade com que tem tratado os membros da Comissão aqui no Estado. Gostaríamos senhores deputados, senhoras e senhores, de registrar inicialmente antes dos depoimentos, algumas palavras para que não pese entre o povo maranhense qualquer tipo de mal entendido sobre a finalidade da nossa missão e do nosso trabalho aqui em São Luís. Nós temos realizado audiências, diligências não apenas no Brasil, mas também no exterior. Já enviamos em missão de investigação a Portugal, uma delegação composta pelos deputados Jurandil Juarez e Pedro Celso. E em Portugal e Itália em contatos com autoridades, com parlamentares, com autoridades judiciárias e policiais levantaram informações sobre o problema da falsificação de passaportes. O deputado Eduardo Campos já esteve em diligência na Bélgica e onde inclusive trouxe um menor de idade, um garoto de 16 anos que foi “exportado” para a Bélgica, e que não era maranhense, era paulista. E está em São Paulo com seus familiares. Nós já fizemos diligências no Estado de São Paulo e levantamos informações sobre as irregularidades que ocorrem no futebol brasileiro. E o povo maranhense, os senhores deputados e as autoridades podem estar

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COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA A APURAR AREGULARIDADE DO CONTRATO CELEBRADO ENTRE A CBF E A NIKE. ( CPICBF/NIKE). DIA 25-01-01 ÀS 09:00 h.

O SENHOR PRESIDENTE – Aldo Rebelo.

O SENHOR VICE-PRESIDENTE – Pedro Celso.

O SENHOR RELATOR – Sílvio Torres.

O SENHOR SUB- RELATOR - José Rocha.

OS SENHORES MEMBROS – Léo Alcântara e Jurandil Juarez.

O SENHOR PRESIDENTE DEPUTADO ALDO REBELO - Para tomar o depoimento deuma lista de depoentes que nós passaremos a colocar em seguida e esta reunião da ComissãoParlamentar de Inquérito criada para investigar o contrato celebrado entre a Federação Brasileirade Futebol e a empresa fabricante de material esportivo Nike. A audiência pública convocadaainda no ano passado para realizar-se nesta cidade de São Luís do Maranhão aos 25 de janeirodo ano de 2.001. Encontra-se presente o deputado Eduardo Campos, sub-relator da CPI paraassuntos de menores: deputado Léo Alcântara, sub-relator para investigação da situação dasfederações estaduais de futebol na região do nordeste-sudeste e deputado Sílvio Torres, relatorda Comissão, deputado Jurandil Juarez, sub-relator para investigação dos casos de passaportesfalsos da comissão, deputado Pedro Celso, vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquéritoe deputado José Rocha, sub-relator para assuntos de legislação esportiva do futebol do nossopaís. Essa delegação recebeu plenos poderes da CPI para realizar diligências aqui no Estado doMaranhão relacionada com a investigação da exportação de menores brasileiros para o exteriore com a falsificação de documentos para atletas de futebol. Gostaria inicialmente, de prestar emnome da CPI, os agradecimentos à Assembléia do Estado do Maranhão, na pessoa do senhorpresidente deputado Manoel Ribeiro que nos ofereceu toda condição de infra-estrutura e todoapoio necessário à realização dos nossos trabalhos nesta generosa Cidade de São Luís. Então,em nome da Câmara dos senhores deputados, em nome da CPI, ao senhor Presidente daAssembléia Legislativa do Estado do Maranhão, os nossos agradecimentos pela acolhida e pelagenerosidade com que tem tratado os membros da Comissão aqui no Estado. Gostaríamossenhores deputados, senhoras e senhores, de registrar inicialmente antes dos depoimentos,algumas palavras para que não pese entre o povo maranhense qualquer tipo de mal entendidosobre a finalidade da nossa missão e do nosso trabalho aqui em São Luís. Nós temos realizadoaudiências, diligências não apenas no Brasil, mas também no exterior. Já enviamos em missãode investigação a Portugal, uma delegação composta pelos deputados Jurandil Juarez e PedroCelso. E em Portugal e Itália em contatos com autoridades, com parlamentares, com autoridadesjudiciárias e policiais levantaram informações sobre o problema da falsificação de passaportes.O deputado Eduardo Campos já esteve em diligência na Bélgica e onde inclusive trouxe ummenor de idade, um garoto de 16 anos que foi “exportado” para a Bélgica, e que não eramaranhense, era paulista. E está em São Paulo com seus familiares. Nós já fizemos diligênciasno Estado de São Paulo e levantamos informações sobre as irregularidades que ocorrem nofutebol brasileiro. E o povo maranhense, os senhores deputados e as autoridades podem estar

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completamente tranqüilos em relação à nossa atividade. Essa CPI a partir do seu presidente,tem pelo Estado do Maranhão e pelo seu povo, pela sua história o maior respeito e o maiorcarinho. Temos consciência do papel do Estado do Maranhão na história do Brasil, inclusive namanutenção da unidade do nosso território: na resistência do povo maranhense, a ocupação dosfranceses, dos holandeses, a luta do povo maranhense pela independência do nosso país duranteda Guerra da Independência nos idos de 1.800, as rebeliões populares do Maranhão quedemonstram a tradição libertária e democrática do seu povo do Beckman, do Baláio e de tantosoutros. Como estudante pude testemunhar aqui quando presidia a União Nacional dosEstudantes no fim dos anos 70, a luta da juventude maranhense em prol da democracia. Aquiestive como presidente da UNE em 1.981 quando da realização dos Jogos UniversitáriosBrasileiros aqui nesta cidade de São Luís. Temos também consciência da grande contribuição dopovo do Maranhão e o que o Maranhão tem prestado não só a história, a luta pela liberdade, masà cultura do nosso país. Eu moro num cruzamento de uma rua na cidade de São Paulo que é a ruaCristiano Viana que cruza com a rua Artur Azevedo e Artur Azevedo foi um grande intelectualrepublicano, um grande dramaturgo que o Maranhão ofereceu ao nosso país e que contribuiupara a cultura do Brasil pela sua elevada qualidade moral e qualidade intelectual. Somosadmiradores como todos os brasileiros da musica inesquecível de João do Vale e dos novosartistas maranhenses, como o que foi revelado recentemente Zeca Baleeiro e tantos outros. Deforma que nós gostaríamos de prestar estes esclarecimentos, porque temos pelo Estado doMaranhão e pelo o seu povo um alto respeito e uma elevada estima. Agora, o Maranhão como oBrasil, infelizmente convive com suas virtudes, e convive com seus problemas, como qualqueroutra Unidade da Federação, e como todo o nosso País. A nossa finalidade em todo o territórionacional, é prestar serviço ao futebol brasileiro, futebol que é capaz de elevar o nosso País aospíncaros do reconhecimento e da glória em todo o mundo. O único país que participou de todasas Copas do Mundo, o único País que foi quatro vezes Campeão Mundial de Futebol, o únicopaís que em todas as praças de esportes do planeta os seus jogadores brilhando nos campos defutebol. Não há um único País onde se pratique futebol, onde não haja um brasileiro jogando esendo admirado pela sua arte, e o Estado do Maranhão demonstra essa capacidade do nosso paíse do nosso povo de gerar atletas de alta qualidade. Como Deputado de São Paulo, já pude vervárias vezes o futebol de jogadores como França, como Jackson, entre outros que o Estado doMaranhão produziu. E é evidente que ao lado de atletas dessa qualidade, infelizmente nóstambém encontramos problemas de que devem ser investigados e que não são daresponsabilidade nem do povo maranhense, nem dos seus atletas; as vezes de alguns que seaproveitam justamente dessa riqueza e dessa possibilidade para tirar proveito pessoal ouindividual. E nós não queremos que essas duas coisas se confundam, que as virtudes e asqualidades dos atletas, dos jogadores do futebol do Maranhão se confundam com a prática deum ou outro que tenta se aproveitar dessa situação, não apenas no Maranhão, no Estado de SãoPaulo também, nós declaramos em São Paulo quando ouvimos os jogadores Marco Antônio,conhecido como Preto e o jogador Marlon, que há uma conexão em São Paulo, em clubes de SãoPaulo na fabricação dos chamados gatos. Agora mesmo, recentemente nos estamos iniciandouma investigação relacionada com a Copa São Paulo de Juniores, que realizou-se recentementeem São Paulo que eu recebi denúncias da existência de vários jogadores com a idade adulteradae informo aos senhores que dessa Copa de Juniores não participou nenhum clube do Maranhão,embora a CPI esteja também investigando. Então, esse é o nosso trabalho, esse é o nosso papel.Nós estamos aqui nessa cidade de São Luís com muita honra, com muito orgulho e conscientesde que estamos plenamente integrados no sentimento do povo do Maranhão que também querver essa situação esclarecida. Esse é o serviço que se presta ao futebol brasileiro, porque mutatismutandis é o retrato do futebol nacional, futebol que produz os melhores atletas do mundo, quetem os melhores jogadores do mundo, que tem a melhor seleção do mundo, não consegueorganizar sequer um campeonato nacional. Improvisa uma copa e termina na Justiça e não

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consegue iniciar outro campeonato também porque a tendência de entendimento entre seusdirigentes e entendimento entre as suas entidades e entre seus organizadores. Então, um futeboltão rico em jogadores e tão pobre em organização e em estrutura. Nós não conseguimossegurar os nossos jogadores; eles vão jogar no exterior, nos clubes da Espanha, Itália ou daFrança levam os nossos jogadores e os nossos estádios ficam vazio e os nossos clubesempobrecidos. E acho que essa situação mais ou menos se repete aqui no Maranhão, que produzjogadores que hoje valem fortunas, como o próprio França, Jackson e outros mais, mas os clubesficam numa situação de dificuldade. E acho que isso exige uma rediscussão, para que os clubes eos estados que criam os talentos, também tenham uma forma de recompensa pela contribuiçãoque dão ao futebol brasileiro. Ou seja, que eles tenham permanentemente a participação natransação dos jogadores, dos grandes clubes do Sul do País, principalmente do Rio e de SãoPaulo, recompensem também os clubes do Nordeste, os clubes de outros estados, pelos talentosque levam para exibir nos seus campos de futebol. Da mesma forma que nós queremos tambémque os clubes estrangeiros recompensem os clubes brasileiros, mesmos os grandes pelostalentos que levam para exibir nos seus estados, lá no exterior. Essa é a nossa compreensão.Dito isso, e mais uma vez agradecendo a acolhida que recebemos aqui na Capital doMaranhão, no Estado do Maranhão, nós vamos iniciar os nossos trabalhos, temos aqui umalonga lista de depoimentos: o primeiro deles inclusive do advogado Petrônio Alves de Macedosão orientados pelos dispositivos da Câmara dos Deputados, nós temos um período inicial deaté vinte minutos e nesse tempo inicial, o depoente presta os seus primeiros esclarecimentos, assuas primeiras informações, em seguida nós passamos a palavra ao Relator , deputado SílvioTorres, ao sub-relator da Comissão de menores e ao sub-relator da Comissão de Passaportes,deputados Eduardo Campos e Jurandir Juarez. Tem o Termo de Compromisso do senhorPetrônio Alves Macedo.

O SENHOR ALDO MACEDO - Então, nós vamos passar a ler o Termo de Compromisso doSenhor Petrônio Alves Macedo, (lê). Assinado Petrônio Alves Macedo. Então, nós vamos passara palavra pelo tempo de trinta minutos para que o senhor possa prestar esclarecimentos sobre arazão da sua convocação aqui para o seu depoimento, e depois prestará os esclarecimentos.Com a palavra Vossa Senhoria.

O SENHOR ALDO MACEDO - Quero antes de mais nada registrar e agradecer a presença doDeputado Federal pelo Estado do Maranhão companheiro José Antônio, que tem nos prestadoalém de uma acolhida generosa ,informações importantes para a nossa Comissão. Convido odeputado José Antônio a tomar assento aqui à Mesa juntamente com os demais integrantes daMesa. E gostaria também já na ausência porque dirigiu-se ao Rio Grande do Sul para participarde um Fórum Mundial que se realiza na capital, em Porto Alegre, de agradecer por nos receberno Aeroporto e nos deu todo o apoio necessário durante a nossa estada aqui em São Luís, nosrecebeu a todos até àqueles que chegaram pela madrugada a fora o deputado Pedro Fernandesque viajou para o Rio Grande do Sul ,mas a quem também devemos o reconhecimento e oagradecimento pela generosidade e pela acolhida que nos ofereceu durante o dia de ontem .Com a palavra então, o senhor Petrônio Alves Macedo. Tem a palavra vossa senhoria.

O SENHOR PETRÔNIO ALVES MACEDO - Senhor Presidente desta egrégia ComissãoParlamentar de Inquérito na pessoa de Vossa Excelência quero saudar os demais deputados daMesa, minha saudação especial ao conterrâneo, deputado federal, advogado, colega José AntônioAlmeida, minhas palavras de respeito e a minha saudação ao Presidente desta Casa; antes de

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ajudar a colaborar com esta Comissão por um dever profissional, devo ler a esta Comissão atépor que eu posso dizer que estou à vontade perante ela e que a nossa lei, que é o Estatuto daAdvocacia Brasileira, a lei 8906 de 04 de julho de 1994,no Capítulo segundo que trata dosdireitos do advogado , diz textualmente no seu artigo 7º: são direitos do advogado (lê).E seriaesta última parte do Inciso que eu queria dizer a Vossa Excelência e a esta Comissão que sobreos fatos pelos quais devo me manifestar aqui ,quero dizer que não há qualquer sigilo profissional,porque são fatos de domínio público inclusive já à nível do Poder Judiciário, portanto processoque é público; mas senhores deputados ,senhor Presidente e demais autoridades; estou aqui nacondição de advogado do meu clube do coração, mas aqui não tenho qualquer paixão pelo MotoClube e creio que as informações que devo prestar aqui devam ser relacionadas já a algunsdepoimentos prestados nessa Comissão; mais sucintamente a vossa Excelência que como meninopobre desta cidade; que muitas pessoas me conheceram há pelo menos 25 anos sou uma pessoaque conheço pelo menos um pouquinho do futebol do Maranhão e um pouquinho da vida do meuClube, Moto Clube de São Luís. O Moto Clube tinha uma sede no bairro do Tirirical ,e por contade dívidas contraídas por dirigentes que já não estão mais à frente do Clube. Ao longo dos anoso Moto Clube teve uma série de dirigentes, alguns muito comprometidos com o Clube e outrosefetivamente com outros interesses pessoais, de ordem política enfim, quando digo isto éporque efetivamente o que mais nós nos ressentimos no Clube é que embora sendo a maiortorcida do Estado do Maranhão, não conseguimos motivar esta torcida por uma questão ao longoda sua história da sua moral, motivarmos no sentido de construirmos um patrimônio; muito pelocontrário ao longo dos anos nós tivemos o nosso Clube empobrecido cada vez mais pelas suasdireções. E não quero particularizar porque não conheço efetivamente qualquer ato, mas o quese vê foi a história de cada direção que não construiu efetivamente nada para o Moto Clube deSão Luís. Há dois anos pelo menos, tivemos um jogo de futebol aqui em São Luís, entre o MotoClube de São Luís e o Fluminense; em que tivemos pelo menos cerca de 80 mil pessoas noEstádio e havia um compromisso de que a renda aqui era do Moto Clube e a do Rio de janeiroseria do Fluminense. Ao final de toda história nos parece que da renda o Moto Clube deve terficado com 8 mil reais. Quando disseram que a renda foi 29.000 reais. Ora, de quase 80 milpessoas no estádio para uma renda de futebol chegar a 29.000 reais conforme foi anunciado àépoca, senhor Presidente não dar para acreditar. Então todas estas coisas nos fez também nosaproximarmos mais do Clube e assumirmos posições públicas, com relação à vida do nossoClube, que é uma das nossas paixões e chegamos ao ponto de conseguirmos articular um grandemovimento que redundou na nova direção do Clube, e diga-se que ao longo de dez anos aoClube foi imposto um jejum de 10 anos sem conquistar um título estadual e no meio da torcidahouve inclusive, comentário de que nós haveríamos apenas de empatar um jogo mas quedirigentes outros com seus interesses outros negociaram com jogadores e terminaram porentregar o título aos nossos adversários da cidade . Então são situações dessa ordem semqualquer motivação pessoal contra qualquer cidadão , mas apenas comprometido e hoje permitoa V.Exa ouvir um dos grandes jornalistas, aliás esta é a terra de grandes jornalistas como éV.Exa o jornalista ; aqui na minha frente está o jornalista Otelino Filho, que é um esteio dojornalismo maranhense , e o grande jornalista Roberto Fernandes dizia: “Quem temcompromisso com o futebol do Maranhão e quem quiser ajudar a passar à limpo o futebol doMaranhão deve colaborar com a Comissão Parlamentar de Inquérito de Futebol “e eis por queeste cidadão maranhense está perante V.Exa para prestar quaisquer esclarecimentos que possa .Muito Obrigado.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Mito obrigado, Dr. Petrônio. Eu gostariatambém só de comunicar que por iniciativa aqui da Assembléia Legislativa do Estado do

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Maranhão nos foi colocado um telefone à disposição dos ouvintes, dos cidadãos , dostelespectadores com a senhora Silvia Amélia o telefone 214-59-00 e para quem queira ligar deoutro Estado o código é 098 para outros Estados 214-5900 para falar com a senhora SilviaAmélia, o telefone que está à disposição para receber informação ou outras questões dirigidasà Comissão Parlamentar de Inquérito. Gostaria também já que em outras oportunidades ostelespectadores tinham reclamado do uso do telefone celular, por parte dos senhores deputadosque fazem parte da Comissão ; eu sei que o telefone celular é um instrumento fundamental paraas nossas atividades, mas já que a Assembléia Legislativa nos colocou um telefone à disposiçãopara recebermos comunicados dirigidos à CPI ,eu pediria encarecidamente que os deputadosintegrantes da Comissão dispensassem o uso dos aparelhos celulares; em caso de necessidadenaturalmente todos podem se deslocar e sair e fazer a sua ligação. Esse é o apelo que nósfazemos. Passamos a palavra ao deputado Sílvio Torres, Relator da Comissão Parlamentar deInquérito, para as suas colocações iniciais e as suas perguntas. Com apalavra Vossa Excelência .

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES - Senhor Presidente, demais colegas da Comissãoqueria também ao iniciar os nossos trabalhos , reforçar todo o nosso sentimento de gratidão ,pela maneira como nós fomos recebidos aqui por parte da população, das autoridades, daimprensa que tem não só nos dado um tratamento muito carinhoso como também temcolaborado muito para que os nossos trabalhos aqui sejam coroados de êxito e possamos atravésda nossa Comissão atingir os objetivos a que vossa Excelência já se referiu ,que é ajudar ofutebol brasileiro, e ajudando o futebol brasileiro estaremos contribuindo para que o nosso paístambém possa ver varrido ... não só do esporte, como da economia ver varrido dessas mazelasque estão comprometendo não apenas a tradição do futebol brasileiro mas comprometendo aseriedade, comprometendo ... os dirigentes ,as pessoas que se agregam a esse trabalho devemdar. E quero então deixar os meus agradecimentos a todos aqueles que têm colaborado; aoGoverno do Estado, ao Presidente da Assembléia e toda a sua equipe que nos recebeu desde oinício; aos nossos colegas deputados aqui do Maranhão, a imprensa enfim a todos que nos deramas condições para que nós pudéssemos realizar nosso trabalho com tranqüilidade e com bastanteobjetividade. Doutor Petrônio, agradecemos a sua colaboração de ter aberto os nossos direitoscomo advogados e através disso nos dar as informações que nós achamos importantes para odesenvolvimento das nossas investigações. Eu queria perguntar para vossa senhoria , fazendo umreforço no seu currículum; o senhor é advogado do Moto Clube, atualmente ou é diretor?

O SENHOR PETRÕNIO ALVES MACEDO- Excelência, eu sou Conselheiro do Moto Clube, esou advogado do Moto Clube.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES – E desde quando o senhor é advogado do MotoClube?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES MACEDO- Logo depois que assumiu o Presidente JandirAmin Castro; anteriormente eu era apenas Conselheiro. Tenho procuração aqui de trabalho, masnão passa de quase dois anos .

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- O senhor assumiu na condição de convidado porum novo Presidente ?

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O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Não, foi um uma mudança de mandato.

O SENHO DEPUTADO SÍLVIO TORRES- E essa mudança de mandato; houve disputa duranteessa mudança de mandato pela Presidência do Moto Clube, que é um Clube como o senhormesmo disse, um Clube de maior torcida do Estado, um Clube que certamente despertaria ointeresse de bastante gente ?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Olhe, não houve disputa de chapa, muito emborao processo fosse muito democrático e as correntes que por ventura existissem poderiamtranqüilamente registrar as suas chapas; mas as correntes que poderiam registrar as suas chapascontra, ou para disputar a eleição conosco, não tiveram coragem por conta de todo um processode desgaste 10 anos de ... isso terminou fazendo com que não disputassem; terminamosdisputando a eleição de forma única.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- Mas o que levou o senhor a aceitar o convite donovo Presidente, foi pelo que o senhor disse anteriormente ,por ver o Clube se desviando dosseus objetivos, e deixando de cumprir o seu papel ou o fez apenas pela questão dos títulos?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Não, Excelência o nosso compromisso,inicialmente nós tivemos a eleição do Dr. Manoel Pedro Castro, que foi eleito Presidente, depoispor razões muito pessoais ele renunciou a Presidência, assumiu então o Vice- Presidente e essetambém como a situação era muito difícil, não conseguiu conduzir o time, digo o Clube e entãoassumiu o nosso Presidente atual Jandir Castro, que com muito boa vontade tocou o time econseguiu ser Campeão do Estado. (Virada de Fita)

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Até de forma surpreendente ,porque ontem porvolta de meia noite eu recebi o recado do agente da Polícia Federal para prestar depoimentonesta respeitável Comissão e logo em seguida falar com o deputado Rebelo, para negociar estemeu horário certo? que foi de colaborar com o meu time futebol do Maranhão para que seresgatasse o respeito e a moralidade, enfim o compromisso com o esporte no seu sentido maisreal e mais apaixonante.

O SENHOR SILVIO TORRES- Bem, o seu Clube Moto Clube, o senhor Jandir já foi deporem nossa Comissão em Brasília, e logo depois ele fez várias acusações ao ex - dirigente doClube. E eu gostaria de saber do senhor se o senhor como advogado recém contratado doClube, quando assumiu , que providências o Senhor tomou com relação às denúncias jáconhecidas anteriormente de realidade do Clube, quais as providências e em que consistemestas denúncias?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO– Isto eu até gostaria que V.Exa. se não fossedemais passasse a mim porque muito embora como advogado do Clube eu não consegui receber

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cópias do depoimento até porque acho que o Presidente deve ter recebido os depoimentos, mascontato nenhum tivemos ,então não sei quais foram as denúncias prestadas ou feitas para estaComissão; então, se vossa excelência puder dizer quais foram e eu puder responder o farei damelhor forma.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES – A primeira , eu poderia começar da seguinteforma: através do senhor o Clube moveu uma Ação Civil contra o Dr. Antônio José Cassas deLima .

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Não senhor, Civil não. Movemos uma Ação PenalPrivada, que está em curso, em tramitação na 6ª Vara Criminal desta capital, e eu aproveitoporque está aqui o Juiz Corregedor Dr. Mário Lima Reis, pra registrar o seguinte fato: euencontrei-me com Sua Excelência o Juiz Humberto Serejo , nos corredores do Fórum do Calhaue Sua Excelência me disse textualmente que haveria de indeferir a nossa Ação Penal Privada,por questões de irregularidade processual ;ora, com todo respeito eu declaro isto porque ele medisse e eu não precisaria inventar esta situação ,como comuniquei este fato muito rapidamente aoPromotor Ricardo Almeida, com quem também encontrei-me ontem e que está ali. Veja ,Excelência que ao deduzir esta pretensão em juízo ; o Moto Clube o fez porque o Código deProcesso Penal, não quero ensinar sobre processo a esta egrégia Comissão, nem a qualquercidadão aqui, mas sou obrigado a faze-lo esses detalhes, essas explicações processuais porque oCódigo autoriza os Clubes, as Associações processualmente deduzirem suas pretensões em juízo,usando o artigo 39 do Código de Processo Penal e nós fizemos dando a titulação de Ação PenalPrivada, porque tivemos um prejuízo econômico; prejuízo este que redunda em cerca de cem mildólares, e quando naquela oportunidade o Juiz me dizia isso eu disse: “Excelência, pelo menosabra vistas ao Ministério Público, para que se o Ministério Público entender que háirregularidade processual de legitimidade haja, ele então, já em face da notícia crime ládeduzida em juízo ofereça a competente denúncia e aceite o que foi deduzido em juízo comorepresentação. Ontem, eu tive notícia através do escrivão, de que o despacho está dando vistas aoMinistério Público e como acredito, Excelência que muito embora a Ação Penal seja titular oMinistério Público, mas nos autorizando a lei processual poder deduzir em juízo com interesseprivado, não podendo o Ministério Público propo-la, para atender a interesse particular, nóstemos , esta legitimidade, é o que nós entendemos. Então, eu quero fazer este esclarecimento,porque na verdade não é uma Ação Civil ,é uma Ação Penal que está na 6ª Vara Criminal, destaCapital.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- E refere-se a que crime?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Refere-se a uma negociação feita pelo cidadãoAntônio José Cassas de Lima e aproveito a oportunidade para passar às mãos desta Comissão ,cópia da Ação, juntamente com o protocolo de distribuição, que refere-se à negociação dojogador Delson, que foi vendido para um Clube tunisiense por nome e Esportive Monostiense ,aliás expressamente no contrato que V.Exa. já deve ter cópia desse contrato cem mil dólares,e o cidadão Antônio José Cassas de Lima, esteve naquele país estrangeiro , assinou recibos emnome do Moto Clube de São Luís. E estes documentos foram passados para Vossa Excelência,não sendo ele Presidente do Clube, e recebeu recursos oriundos dessa transação relativo aojogador Delson. E esses recursos não entraram na contabilidade do Clube. Aqui no Jornal Atos

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e Fatos, dos dias 10 e 11 de dezembro de 2000,(lê). Ele fez publicar um documento em línguafrancesa em que recebeu cinqüenta mil dólares, e eu quero aproveitar para passar também paraVossa Excelência, cópia desse jornal porque não somos nós que estamos a dizer que o cidadãoCassas de Lima recebeu recursos do time por conta da aprovação do jogador Delson, mas elemesmo assume. Portanto, em face disso, dessa transação irregular ,desse recebimento e desseprejuízo econômico resultante para o Clube, nós nos vimos moralmente impedidos a deduzir apretensão em juízo, buscando naquele juízo, salvo melhor interpretação da lei que seja declaradanula aquela negociação e também buscando o atenamento do cidadão Cassas de Lima por umainfligência à nossa lei brasileira, a Lei Penal.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES – Aqui na sua petição, fala em 122 mil dólares, sãomil dólares ou são 122 ?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Excelência, na verdade logo após eu assinei issoaqui exatamente para qualquer dúvida em juízo, o Moto Clube dizer efetivamente o que foi,porque existe um recibo assinado em francês no papel timbrado do Moto Clube, no valor de72.000 dinares; eu não sei quanto significa 72.000 dinares. E mais um recibo assinado de 50.000dólares. Aí eu sei quanto custa 50.000 dólares. Levando em conta essa proporcionalidade quepode ser o dólar equivalente ao dinar nós colocamos exatamente 72 mil dinares com os 50 mildólares.

O SENHOR SILVIO TORRES- O senhor teve o cuidado de verificar quanto valia o dinar naépoca em que foi feito o contrato ?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO - Não senhor, até porque o que pode haver umadiferença de 2 mil dólares. Se 72.000 dinares são 72.000 dólares então há uma diferença de2.000 dólares que poderá ser perfeitamente em juízo ,dizer que houve um equívoco do Clube emdizer que foram 122 mil dólares. O certo é que o Contrato reza a transação de cem mil dólares .

O SENHOR SILVIO TORRES- Esse contrato ,essa negociação foi feita àquela que o senhorveio a assumir o cargo de advogado; correto?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES MACEDO- Excelência, eu não sei se foi feita essa negociaçãopela diretoria anterior ou exclusivamente pelo cidadão Antônio José Cassas de Lima ;o certo éque pelos recibos está lá a chancela deste cidadão percebendo esses valores.

O SENHOR SILVIO TORRES- Mas quem assinou o recibo dos dois ... nós só tivemos acesso auma cópia desse recibo em um depoimento ,em Brasília e segundo essa cópia que nós tivemosacesso um deles estava assinado, a transferência estava assinada pelo senhor Cassas de Lima; atransferência e juntamente teria havido um documento por parte do Presidente da época, dando aele esse direito, o senhor tem conhecimento desse documento?

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O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Não senhor. Tal que a nossa pretensão em juízodissemos claramente que não teria o cidadão Antônio JoséCassas de Lima, poderes, mandato ou legitimidade para receber em nome do Clube qualquervantagem econômica.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- O cargo que ele ocupava era de Presidente doConselho Deliberativo.

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO-- Quando ele foi presidente do clube, salvoengano, ele ocupou a posição de membro do Conselho Deliberativo; não me recordo seefetivamente era presidente, mas nunca foi Presidente com poderes para dar quitação, receber,enfim.

O SENHOR SILVIO TORRES- O Clube não dava a ele e a nenhum outro membro do Conselho,mesmo ao Presidente do Conselho a competência para assinar qualquer recibo em nome doClube?

O SENHOR PETRÔNIO MACEDO- Não tenho nenhuma dúvida disso.

O SENHOR SILVIO TORRES- Também não foi encontrada nenhuma procuração por parte doClube que desse a ele esse direito de assinar ?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES MACEDO—Excelência, inclusive nós tivemos o cuidado desó deduzir esta pretensão depois que nos fosse informado nesses documentos da Tunísia, vossaExcelência já tem essas cópias ,mas estão aqui os dois recibos , um de cinqüenta mil dólares eoutro de setenta e dois mil dinares; e tivemos o cuidado do tradutor oficial efetivamente realizara tradução destes documentos para que não se levantasse qualquer aleivosia , denunciaçãocaluniosas contra o referido cidadão.

O SENHOR SILVIO TORRES- Eu tenho a seguinte pergunta, duas perguntas para fazer aosenhor ; a primeira pergunta: de quem era o passe do jogador Delson? Pertencia ao Moto Clube?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES MACEDO - Pertencia ao Moto Clube.

O SENHOR SILVIO TORERS- Totalmente ao Moto Clube?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES MACEDO - Inclusive na Ação está lá o contrato do jogadorassinado com o Clube, pertencia ao Clube ;ao Moto Clube de São Luís.

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O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- Ele foi vendido então foi feito um contrato paraque ele fosse vendido a esse tal Monanstieu, por cem mil dólares ?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES MACEDO – Inclusive a cópia está em françês. A cópia docontrato com firma reconhecida do cidadão Antônio José Cassas de Lima ,lá na Tunísia.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES – Nessa cópia ele assina dando quitação,transferindo o jogador Delson, para o União Esportiva Monanstieu ?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Dentro dessas condições que o contratoestabeleceu aí.

O SENHOR SILVIO TORRES – Por cem mil dólares, cinqüenta mil na assinatura do contrato emais cinqüenta mil a serem pagos em janeiro de 2000?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO – Sim, senhor.

O SENHOR SILVIO TORRES – Quando ele assinou esse contrato, transferindo o jogadorDelson, assinou lá na Tunísia, ele foi como vossa senhoria acabou de dizer , sem autorização,sem nenhuma procuração da qual por parte do Clube; certo?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Certo, Excelência. E me permita dizer: acho quecom o processo instaurado, ele deve certamente demonstrar em juízo que constituia procuração,tinha poderes; essa é a realidade que se quer esclarecer.

O SENHOR SÍLVIO ALVES MACEDO- O Clube por todo o histórico; eu queria insistir nisso,para deixar bem claro, toda a documentação existente no Clube, depois verificada nunca constounenhuma procuração, nenhuma autorização para tal?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO – Não senhor. Inclusive os dois recibos , feita atradução pelo tradutor oficial aqui do Maranhão, dos dois recibos 72 mil dinares e dos 50 mildólares.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- Sobre esses recibos: o senhor consideraria queesses dois recibos são os mesmos, trata-se dos mesmos recibos?

O SENHOR PRTRONIO ALVES MACEDO- Excelência, a não ser que o tradutor juramentadotenha falhado com o seu compromisso legal, mas tivemos o cuidado de buscar a tradução comose diz no latim ipsis líteris, letra por letra, para que não pesasse sobre nós amanhã a pecha dairresponsabilidade de demandar contra um cidadão que nesta cidade teve sempre o conceito de

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médico respeitado, inclusive por mim mesmo; não há qualquer mágoa apenas busco exercer aminha atividade profissional no meu Clube, sem qualquer paixão , e sem qualquer mágoapessoal.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- Bom , então segundo nós entendemosevidentemente nós já temos conhecimento disso, o senhor Cassas de Lima foi à Tunísia, assinoua transferência do jogador Delson, retornou a São Luís e não entregou nenhum dinheiro ao MotoClube; isso foi na data da assinatura do contrato?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Exatamente. Inclusive com a preocupação denão deixar prescrever a situação, porque nós tivemos conhecimento no mês de julho e quandosoubemos que a transação foi realizada no dia 10 de maio , conforme consta nos documentos;então a partir daí nós corremos atrás do tempo, para que não prescrevesse essa possibilidade deem juízo buscarmos esse reparo patrimonial que o Clube entende que sofreu.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- E posteriormente ,em janeiro de 2000,quandodeveria ser recebida a outra parte não foi ninguém do Clube, vocês não tinham assumido...foinessa fase...a eleição do senhor Manoel Pedro Castro, que por alguma razão não continuou noClube e essa fase digamos assim de transição durou quanto tempo? De janeiro até quando?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Esse foi um... aliás são duas questões muitomisteriosas para o Maranhão em matéria de futebol, sobretudo relacionadas ao Moto Clube. Estaquestão do pagamento do jogador Delson, e a venda do jogador Cleber. Eu pessoalmente estiveem Curitiba, lá com o diretor Alberto Maculan, Diretor do Atlético Paranaense, para delereceber valores assinados em promissórias e aquele dirigente do Clube Atlético Paranaense nosdisse que não geraria qualquer documento, não iria exibir qualquer documento para mim, comoadvogado do Clube, porque não tinha ele autorização para fazer ,porque teria que reunir com oConselho. Soube lá que houve o envolvimento de um terreno para o Clube, onde se haviaconstruído uma sede e isto envolveria lá no contrato a venda do Cleber; foi vendido por 150,depois chegou a 200 efetivamente ronda o mistério até hoje acerca da venda do Cleber e doDelson. Então, eu digo a Vossa Excelência que em janeiro ,estava o Moto Clube entregue a essasituação toda de descaso, de descompromisso com o Clube; enfim a gente chama Clube porqueé do nosso coração, mas não temos nada, não temos um patrimônio construído ; alguns dirigentespassaram por lá fizeram o que fizeram ,mas dar a característica de Clube só mesmo a paixão datorcida que é extremamente fiel.

O SENHOR SILVIO TORRES- Em janeiro ninguém foi, ninguém se dispôs a receber asegunda parte conforme o contrato rezava?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- É o, que eu disse, Excelência, com todo orespeito, repito : os mistérios do Moto Clube só começaram a ser desvendados razoavelmente,mas ainda continua até esta data porque um novo grupo se dispôs a buscar a verdade dos fatosacerca dessas duas negociações; mas não nos foi possível ter acesso direto com a Tunísia émuito mais difícil o contato; mas não nos foi possível saber até se havia o Clube tunisiense, pago

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já o contrato que assinou com o Clube, não tínhamos em mãos cópia de contrato nada ; só nos foipossível Ter essa documentação porque veio da Tunísia.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- O senhor estava lá em janeiro?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- Nem em fevereiro?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES – Nem em março?

O SENHOR PRTRONIO ALVES MACEDO- Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- O senhor assumiu junto com o senhor Jandir, emque mês?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Assumi o Conselho, a vaga no Conselho; queropedir desculpas a Vossa Excelência, mas nesse período aí entre fevereiro e março, que foi aeleição do Dr. Manoel Pedro, como Conselheiro.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- Mas como advogado?

O SENHOR PRTRONIO ALVES MACEDO- Só com a Presidência do ...

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- Em que mês foi?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO – Eu digo a vossa Excelência já; no mês de julho.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES – A minha pergunta eu quero saber exatamente emmaio; por que só em maio, quase cinco meses depois ninguém tinha tomado qualquerprovidência ,que então, o senhor Antônio José Cassas de Lima , voltou à Tunísia para receber asegunda parcela referente à venda do jogador? O senhor acha que houve, digamos assim umacordo , nesse período para que ele fosse lá?

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O SENHORPETRONIO ALVES MACEDO- Excelência, recentemente nós recebemos de volta,porque estava na empresa Long Life uma tarça, de campeão que o Moto Clube ganhou em 1944,aliás diga-se foi o único Clube neste Estado a ganhar sete títulos seguidamente, fomos nós e aúltima tarça estava graças a Deus guardada com a família do saudoso Alberto Aboud, que lá nasolenidade que fizemos de assinatura de convênio com a empresa Long Life, a família nosdevolveu essa tarça; então vejam é o único patrimônio, além de outros troféus, que nós podemosdizer: olha, o Clube existe porque tem aqueles troféus etc, etc, mas não tem registro; hoje já temestamos procurando registrar a história do Clube ;nós não tínhamos acesso absolutamente , nadaem matéria de documentos. Então, tudo isso favoreceu a uma dificuldade enorme de sabermosse havia essa transação, como foi feita a transação do Cleber ,como também do Delson; a partirdo momento que nós assumimos, eu digo nós o grupo começamos a fazer os contatos com aTunísia e de lá nos foi remetido esse documento que nos permitiu a partir de junho saberefetivamente, pelo menos em matéria de números que existia um contrato de jogador e que osnúmeros expressavam através dos recibos os valores que este contrato realmente redundava.

O SENHOR DEPUTADO SÍVIO TORRES- Eu não queria ser tão direto assim ,mas acho quevou precisar ser; o senhor então, nos leva à conclusão que durante o período que houve umadiretoria ou duas diretorias quando o Clube na situação de penúria que certamente deveria estarcomo de resto a maioria fica neste período. Foram deixados de receber cinqüenta mil dólaresque deveriam ser recebidos em janeiro e que posteriormente esse dinheiro foi recebido em maioe esses cinqüenta mil dólares de maio voltaram aos cofres do Clube?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Não entrou nos cofres do Clube; nem os setentae dois mil dinares e nem os cinqüenta mil dólares.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES - Nem do contrato e nem o da Segunda parcela?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Eu estou reafirmando isso a V.Exa. porquehajo de acordo com as informações que me traz O Presidente do Clube, a Diretoria do Clubeporque não posso agir só pelo coração porque sou motense, mas a segurança que tenho dessaafirmação é que nem os setenta e dois mil dinares ,nem os cinqüenta mil dólares não passamse quer por perto dos cofres, se é que um time pode dizer que tem cofre.

O SENHOR DEPUTADO ALDO REBELO – Sim mas para o senhor Ter entrado com a AçãoPenal, certamente o dinheiro não entrou; então o que nós estamos vendo aqui é a reafirmação deuma acusação de que a pessoa ex- dirigente do Clube assinou recibos ,recebeu dinheiro que erado Clube e não repassou esse dinheiro ao Clube. Então, resumindo a nossa ...

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO - Eu não estou reafirmando qualquerafirmação , eu estou como advogado, dizendo que deduzi em juízo fatos que me foram trazidos,e que lá temos no nosso país um instrumento democrático que é o processo ; o envolvido haveráde usar todos os princípios constitucionais para se defender e dizer se tem culpa ou não nessarealidade exposta a esta Comissão.

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O SENHOR SÍLVIO TORRES - E os demais dirigentes do Clube foram de alguma formaenvolvidos no processo dessa segunda parcela?

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO – Eu gostaria que vossa Excelência explicasseenvolvido de que forma.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- Por omissão, digamos assim.

O SENHOR PETRONIO ALVES MACEDO- Não, não chamamos ninguém; a responsabilidadesolidária por omissão, porque entendemos que, ainda que houvesse a omissão e não foi possívelcompreender assim, nós atuais dirigentes é que não poderíamos pecar por omissão, e como haviao norte de quem poderia ter sido beneficiado economicamente em desvantagem do Clube,portanto esse foi o norte nosso, demandar contra quem efetivamente tínhamos convicção de quese beneficiou em desfavor do Clube.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- Bem, senhor Presidente eu vou ficar limitado aesse fato ,que nós já estávamos cuidando dele desde a audiência de Brasília. Temos a agradecerao Dr. Petrônio, e no final se nós acharmos necessário nós voltaremos a inquirir o nossodepoente. Muito obrigado.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Antes de passar a palavra ao próximo deputadoeu queria apenas alertar em forma de questão de ordem , para as condições do nosso trabalho;nós temos aqui 17 depoimentos a serem tomados no dia de hoje ; o dia , ele tem as horascontadas, e nós temos três objetivos já determinados a levantar aqui informações no dia de hoje;o primeiro se relaciona com o problema da transferência principalmente de menores para oexterior; o segundo está relacionado com a questão das Federações, participação das Federaçãonesse problema desses documentos falsos que têm sido emitidos para jogadores que atuam nofutebol brasileiro e no exterior e o terceiro que seria a própria participação da Federação nesseesquema e o meu receio aqui, senhores deputados é que nós num esforço até correto deesclarecermos outras irregularidades que estão sendo apuradas principalmente nessa áreafinanceira que nós não tenhamos o tempo necessário para colher as informações daquilo que éfundamental que é a questão dos menores, a questão da documentação e a questão da Federação;então eu faço um apelo aos senhores, em primeiro lugar para a objetividade das perguntas, emsegundo lugar, que os depoentes sejam também objetivos nas suas respostas e em terceiro lugarpara que tenhamos como foco e como centro das nossas perguntas exatamente o objetivo danossa investigação. Os objetivos que são esses três: os menores, a documentação, e a questão daFederação . Nessa parte da manhã o nosso objetivo é mais ouvir as testemunhas que possam nosesclarecer sobre essa transferência de menores; na parte da tarde mais sobre o aspecto dadocumentação e à noite ver o problema da Federação ,que nos parece ,ou seja alguma explicaçãoa dar sobre a ocorrência desses dois fenômenos. É evidente que as três questões estãointerrelacionadas, mas é preciso procurar então essa parte de estabelecer o vínculo entre elasporque as irregularidades financeiras, se nós pudermos esclarecer vamos esclarecer, mas elasocorrem no Maranhão, ocorrem em São Paulo, talvez provavelmente num volume muito maiordo que ocorre aqui, a CPI deve procurar se apoiar nas investigações das autoridades policiais e

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judiciárias para ajudar a esclarecer isso mas eu tenho receio de que num esforço atécompreensível de procurar esclarecer essas questões nós deixemos passar aquilo que éfundamental; então eu renovo esse apelo aos senhores deputados para que as perguntas.... ACPI deve procurar as autoridades denunciadas que participaram em silêncio é um esforço atécompreensivo para esta questão; para que nós deixemos passar aquilo que é fundamental erogo esse apelo aos nobres deputados para que as perguntas tenham essa objetividade e para quenós tenhamos as condições de ouvirmos e sairmos daqui pelo menos com a parte de nossosobjetivos alcançados. Dito isso, eu passo a palavra ao deputado Eduardo Campos, para queformule as suas questões.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- Dr. Petrônio, chegando na Direção Jurídicado Clube, pelo que eu percebi na leitura dos documentos que tem a CPI e no seu depoimento atéagora, o objetivo do senhor e da nova direção é buscar recursos que o clube havia perdido, sejana negociação do Delson ou seja na negociação do Kleber, mas o nosso interesse é saber, asinformações que nós temos; é que o Dr. Cassas médico muito conhecido aqui em São Luís doMaranhão, especializou-se em medicina esportiva e passou, evoluiu para o papel deempresariamento. É do conhecimento do senhor, o senhor já ouviu dizer, tem comentários nacidade, que o Dr. Cassas enviou esse jogador para a Tunísia, pela presença do Braide Ribeiro lána Tunísia, e que também havia participado do envio de jogadores para a Bélgica?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES MACEDO- Exa., eu não conheço a existência ou seja, hojeou ontem ou quando quer que seja de sociedades entre o cidadão Cassas de Lima e o Sr. Braide.Eu não tenho conhecimento, sei que sempre ouve envolvimento do Braide como treinador defutebol aqui no Maranhão, e por isso havia aí com o Dr. Cassas amizade, todo mundo conhecetanto o Braide como Cassas de Lima. Agora, quanto a existência de ações empresariais de amboscom o objetivo de transferir jogadores, a conclusão que eu posso ter, é por conta dessastransferências que ocorreram aí, sobretudo o Delson e o jogador Kleber, porque fase do passedo Kleber, quando houve uma disputa muito grande, de quem era o dono do passe do atleta, seera o Moto Clube; que era realmente o dono do passe do atleta, mas aí do outro lado o Presidenteanterior Dr. Antônio Henrique, dizia que era realmente o dono do passe do atleta, o Dr. Cassasdizia que era o dono do passe do atleta. Então, essas coisas eu só tenho conhecimento assim. Equero dizer mais, são informações que eu tenho através da nossa imprensa, dos jornalistas quecobrem o setor esportivo. Mas concretamente não sei assim se tiveram vínculos empresarial,jornalístico, de forma lícita ou ilícita. Eu não tenho conhecimento.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- O senhor tem conhecimento dos fatos, porexemplo: há dois dias atrás, estávamos em São Paulo, ouvimos o jogador Marlon que émaranhense, ele falou que a geração dele, jogadores como ele, sempre tiveram com Dr. Cassasuma oportunidade de serem colocados no futebol Belga. O senhor já ouviu dizer sobre issotambém?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES DE MACEDO- Não ouvi dizer, é até a primeira vez que euouço, porque sei da transferência do Delson, e ainda digo, através dessa documentação que mefoi enviada através de pessoas, contatos lá da Tunísia, mas não tenho conhecimento de que essesjogadores foram para a Bélgica, tiveram apoio, a condução do Dr. Cassas de Lima. Sei que é umcidadão preparado na medicina, sempre cuidou humanamente dos jogadores, até sem interesses

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econômicos, isso eu posso afirmar para o senhor. É um homem muito desprendido. E aí é quevem a nossa tristeza, em ver situações como essa, mas o que nós queremos é colaborar com ofutebol do Maranhão, com a licitude das coisas do Maranhão passando pelo futebol.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- O Senhor já ouviu falar em um empresáriodo futebol chamado José Rubilota?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES DE MACEDO- Já, pelo rádio. Nunca vi em fotos de jornal enunca tive contato pessoal, mas pelo rádio sempre ouvir falar do Senhor Rubilota negociandojogadores do futebol do Maranhão.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- O Senhor sabe se o Senhor Rubilota tinhaaqui em São Luís um representante, e como representante o Senhor Cassas de Lima?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES DE MACEDO- Não sei, é o que eu digo; o que eu ouvi dessecidadão Rubilota, é que ele é empresário, agora, eu nunca vi o rosto desse cidadão em jornal, sóouvia falar o seu nome nos meios esportivos através da nossa querida imprensa que cobre osetor futebolístico.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Com a palavra o deputado José Rocha.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Senhor presidente, Senhores deputados, senhordepoente, ilustre deputado José Antônio Almeida representante do Maranhão, um dosrepresentantes do Maranhão na Câmara Federal e que faz com muita competência, Senhoresdeputados estaduais, Senhor Presidente desta Casa. Essa CPI que investiga contrato CBF NIKE,ela tem uma importância, uma responsabilidade muito grande no sentido de promover a melhoriado futebol brasileiro. Não tenha dúvida de que haveremos de ter duas fases no futebol, uma antese outra depois dessa CPI. Certamente que haveremos de ir a fundo em todas as questões que dizrespeito a modernização, a melhoria do futebol brasileiro na sua legislação, no sentido de queessas mazelas do futebol deixem de existir, e que o futebol realmente volte a ser de alegria e dapaixão do torcedor. É nesse sentido que nós estamos aqui no Maranhão e lá defendendo essesinteresses, e vejo aqui nos jornais “O Estado do Maranhão” diversas reportagem demonstrandoque os noves clubes daqui se encontram em dificuldades financeiras, tanto o Moto Clube quantoo Sampaio Corrêa, que a federação só tem dívidas feita pelo próprio presidente, nós entendemosque a situação não pode continuar. Eu como sub-relator e colaborador da Comissão na área deLegislação, haveremos no final dessa CPI elaborar uma legislação que venha a proteger opatrimônio do esporte brasileiro, o patrimônio dos clubes para que cada gestor seja responsávelpela sua gestão e que ele tenha responsabilidade sobre o patrimônio, sobre as finanças do seuclube, como também Federação e CBF. Mas eu perguntaria ao ilustre depoente; se temconhecimento dessa situação aqui no Maranhão, de dificuldades financeiras por que passa osclubes? E a que deve essa situação de dificuldades?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES MACEDO- Exa., tenho conhecimento vivo e vivencio essasdificuldades e o meu clube, o Moto Clube talvez é quem se encontre, isto sem levar em conta osclubes menores, mas dos três grandes talvez é o que se encontre em pior situação, porque não

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dispõe de um espaço físico para alojar seus jogadores; digo espaço físico próprio, para alojarseus jogadores, não tem uma sede, enfim, um espaço em que os atletas possam do laser, enfim,dos seus encontros com os seus amigos etc... O que tem o Sampaio Corrêa, o que tem oMaranhão Atlético Clube. Mas, o futebol do Maranhão como um todo vive imensas dificuldades.Por que? há diversas razões. Mas, eu acho que o que contribuiu muito com essa situação dedificuldade foi a seriedade com que muitos dirigentes dos nossos times não tiveram para com atorcida, ou seja, no sentido de motivá-la a assumir o compromisso de conduzir o seu time. Nóstemos aqui no Pará até a Tuna Luso tem o seu espaço, o seu patrimônio. A seriedade, eu falo noque se refere a motivação, o respeito ao patrimônio, digo nesse aspecto particular do meu clube,deve haver problemas também nos outros clubes, mas que não conheço pessoalmente as suasrealidades, mas, sei que no geral vivemos uma crise como vive o país de uma forma geral, emtodos os seus aspectos, é uma crise moral muito grande e que precisamos resgatar isto. Elamentavelmente isso só abateu há muitos anos no futebol do Maranhão, que começa a sermudado a partir desses anos 2.000, 99 pra cá, com a entrada de novos dirigentes comprometidos,com essa coisa que é a paixão. Muito embora haja os seus interesses que são legítimos, mas oque nós queremos é que haja contraprestação por conta dos seus interesses e que o clube nãoseja sacrificado ao ponto de não ter o seu patrimônio, de não ter a sua personalidade jurídicarespeitada e aí é que se diz que a seriedade ainda falta muito no futebol e que nós queremoscontribuir modestamente com esse resgate que já houve no passado.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- E nós vemos aí o Maranhão sendo um grandeexportador de craques para a Europa, temos aí o seu clube, o Delson, Kleber, e esses recursos seevaporam, não sabem aonde vão parar e o clube fica penalizado. O que o senhor tem a dizer emrelação a essa questão dos recursos do Delson e do Kleber?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES MACEDO- Eu sucintamente me reportaria ao que eu jádeclarei ainda há pouco nos questionamentos feito pelo ilustre deputado, acho que uma coisa temque marcar o homem Exa., é ele desistir de uma coisa chamada ganância, em tudo no Maranhãose deslumbra a possibilidade de se amontoar, de se enriquecer, e aí não se olha o lado lícito e oilícito, as vantagens que forem vindo não interessam, o que interessa é que os grupos, as pessoasse fortaleçam economicamente, para que então estruturem os seus domínios, quer no futebol,quer na política, quer nas associações de moradores, nos sindicatos. Então, este é um aspectosubjetivo, mas que cabe dizer, a ganância, efetivamente é um negócio terrível no Maranhão, enão queremos generalizar, mas conhecemos muito bem as pessoas, e ganância que eu digo, nopior dos sentidos, porque nós podemos ser gananciosos ao ponto de querermos ser Presidente daRepública, mas sem querer sacrificar os nossos semelhantes.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor acha que a legislação ela satisfaz ou devaser modificada?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES DE MACEDO- Eu acho que nós cidadãos temos que debatertudo o que tem de interesse voltado para a população, para o esporte, demonstrar o que que a leié benéfica, demonstrar o que que a lei não beneficia e ir ajustando à realidade e os interessesdaquelas pessoas e das instituições envolvidas.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Os jogadores tem se revelado no exterior sendolevados do Maranhão, eles têm sido pelo conhecimento do senhor através dos clubes, dafederação, ou eles têm ido através de terceiros sem vinculação nenhuma com os clubes?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES DE MACEDO- Talvez até essas transferências feitas tenhamcometido o maior crime, que não foi o crime da vantagem econômica, mas o pior crime, é queconseguiram nessas negociações, quebrar o sentimento de patriotismo dos nossos jogadores queestão no exterior, tal é, que chega-se ao ponto de ouvir do Oliveira que foi daqui do Anil, emdizer que nem português sabia mais falar. E em ver que o nosso querido Kleiton tornar-secidadão tunisiense, para jogar na seleção da Tunísia, que é um direito dele, que é um direito dequalquer cidadão tornar-se cidadão de outro país. Mas quebrar o nosso sentimento patriótico, anossa brasilidade, talvez este seja o maior crime dessas transferências, porque poderiam sertransferidos, mas estes jogadores educados ao ponto de dizerem que lá onde estiverem, comoouvi recentemente no programa Globo Repórter, dizendo lá um cidadão, jogador que está naTunísia, um baiano dizendo, que onde quer que ele esteja, ele será brasileiro. É baiano, mas osnossos maranhenses não quando ainda não se naturalizaram e uns chegam ao ponto de dizer quenem português sabem mais falar, se é que aprendeu algum português na vida algum dia.

O SENHOR JOSÉ ROCHA- Objetivamente, eles são transferidos pelos clubes ou por terceiros?

O SENHOR PETRONIO ALVES- Até aonde eu sei, parece-me que só o jogador Vanberto fezuma transação legal, transferido pelo clube. Me parece, não tenho certeza. Os demais feitasassim, com empresários, negociação, atravessamento de terceiros interessados. Eu não tenhocerteza.

O SENHOR JOSÉ ROCHA - Que empresários o senhor conhece que tenham feito esse tipo detransação?

O SENHOR PETRONIO ALVES- Como eu disse ainda pouco, ouço pela imprensa. Nunca vi,por exemplo: o senhor Rubilota. Nunca vi um cidadão chamado salvo engano, Alberto não seidas quantas, que anda pelo Rio Grande do Sul, Paraná, já esteve aqui parece que foi um cidadãoque se envolveu nessa negociação do Cleber lá do Atlético Paranaense, enfim, aparece umasfiguras que talvez nem existam, mas que são criadas, é por isso que eu falo: um mistério, rondamuito mistério acerca dessas negociações envolvendo atleta do futebol do Maranhão.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Mas qual a base que essas pessoas tem aqui noMaranhão? O senhor conhece?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES MACEDO- Eu seguramente com o compromisso que euprestei a esta Comissão, se conhecesse declarava uma por uma delas aqui, e diria aondeestivesse e a CPI precisasse ouvi-las, mas não conheço, a não ser ter ouvido de nome.

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O SENHOR JOSÉ ROCHA- Mas que nomes?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES- Seu Rubilota, seu Alberto enfim...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Mas os contatos deles aqui no Maranhão, aqui emSão Luís? São feitos através de que pessoas?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES- Eu não posso Exa., dizer porque realmente como eu lhedisse: eu ouço esporte através do rádio e evito até...

O SENHOR JOSÉ ROCHA- O senhor é conselheiro de um clube, advogado de um clube,eleito há muito tempo, o senhor deve conhecer.

O SENHOR PETRÔNIO ALVES- Eu evito até algum envolvimento, por conta de um devercom a minha profissão, embora um advogado novo, mas um dever com a minha profissão derespeitar as leis do meu país, de me conduzir..

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor está nos dando uma grande contribuição aopaís, se o senhor pudesse revelar esses nomes para que a Comissão possa investigar maisprofundamente. Se o senhor quiser, se o senhor não puder dizer publicamente, a Comissão podetomar com a aquiescência do Presidente em uma reunião reservada, ouvir o senhor possa...

O SENHOR PETRÔNIO ALVES- Não será necessário, eu estou muito bem à vontade aquiperante os senhores e lhes digo: que se eu conhecesse, pelo compromisso que nós temos com ofutebol do Maranhão, com a vida do Maranhão no caminho da licitude, da verdade...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor conhece o senhor Antônio José cassas deLima?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Antônio Casas de Lima. Não tenho amizade, nunca tive,mas o conheço como médico, como cidadão, já o cumprimentei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- E como dirigente de futebol o senhor o conhece?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES- Conheço.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Ele tem participado desse tipo de negociação dejogadores para o exterior?

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O SENHOR PETRÔNIO ALVES - Só posso dizer a V.Exa. acerca dos fatos que me foramtrazidos para que eu conduzisse a nível judicial a situação. Quanto a outros fatos, só digo a V.Exa, que devam ser fatos que a imprensa deva conhecer melhor do que nós, mas eu só tenhoconcretamente este fato envolvendo o jogador Delson.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Não tem conhecimento mais de nenhum outro fato enem que ele esteja ligado a nenhum desses intermediários, desses empresários que intermediamos jogadores para o exterior?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES- Não senhor, eu lhe reafirmo, pra mim, fora este fato, ele é umcidadão de bem, é o que eu refuto a este médico, pelo passado dele humanitário com os atletasque quando se machucavam sequer tinham como ser tratados pelo clubes, e ele assumia ocompromisso de tratar desses atletas.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Qual a atividade principal dele?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES- Médico.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor conhece alguma atividade que ele tenha naárea empresarial de esporte?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES- Não senhor. Não conheço.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Senhor Presidente, eu me dou por satisfeito,poderemos retornar mais tarde. Muito obrigado.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Muito obrigado Deputado José Rocha. Com apalavra o deputado Jurandil Juarez.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Senhor Presidente, Senhor Relator,companheiros da Comissão. Vou direto ao assunto, porque acho que a gente deve objetivar,porque concordando com o presidente aí, de que nós devemos ser mais diretos nos assuntos quenos preocupam aqui. Dr. Petrônio, o senhor surpreendentemente pra mim, se derrama em elogiosa Dr. Cassas, mas entrou contra ele com uma ação, não quis entrar com uma ação Civil: que lhepermitiria recuperar o dinheiro, preferiu entrar com uma ação penal. Eu acho estranho oprocedimento; porque se ele é um homem desprendido, humanitário que atende de graça osatletas. Veja bem, eu não estou defendendo, eu só estou estranhando o tratamento pesado que édado contra ele. Mas o que me interessa mesmo, é saber, entrou dólar no Pais, não é isso? Eu nãosei se entrou dez mil, se foi cinqüenta mil, ou cem mil ou se foi cento e vinte e dois. Essas

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quantias ai, elas são citadas, mas o fato é que entrou cinqüenta mil dólares. O senhor pode medizer se isso entrou regularmente no Pais, ou se isso foi feito de forma clandestina?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Antes, eu quero dizer a Vossa Excelência, que não fui euquem entrou com uma ação qualquer contra o cidadão Cassas de Lima, foi o Moto Clube, háuma diferença muito grande nessas coisas em matéria judicial ou jurídica, melhor dizendo. Entãonão há tratamento qualquer desumano da minha parte, para com esse cidadão, a quem reputocomo disse; uma pessoa de um caráter humanitário, porque por conta dessas coisas que disse aVossas Excelências. Portanto que registre isso, porque embora respeite a opinião de V.Excelência, mas não há esse tratamento, há sim, um interesse jurídico de uma personalidadejurídica em reaver algo que lhe foi tirado. Quanto a sua pergunta, eu digo ao senhor que eu nãotenho conhecimento, se entrou licitamente com a internação do Banco Central ou pelas regras...

O SENHOR DEPUTADO JURANDIR JUAREZ - O Moto recebeu em dólar alguma quantia?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES - Não Senhor.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor conhece o Senhor Alcimar Barreto?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES - Não Senhor. Aliás esse Alcimar Barreto é o nome que euqueria me lembrar agora à pouco; parece que esse cidadão ao invés de Alberto, é Barreto. Deveser esse cidadão Barreto que faz negociações com jogadores.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Nelson o senhor não conhece?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Não conheço, mas é um nome lembrado, esse último nomeBarreto.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Ele teve alguma coisa a ver com transação dejogador do Moto?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Eu não tenho certeza com relação até a existência dessecidadão, mas que o nome dele já andou pelo Maranhão, já. Não o conheço, nunca vi como digonormalmente conhece-se as pessoas, ou encontrando no jornal que nos traz a foto, mas não oconheço.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor sabe se o Moto Clube recebeualguma quantia, o senhor é advogado do Moto não é?

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O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Sou.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor sabe se o Moto Clube recebeualguma quantia em dólar ou em real, nessa transação feita pelo Dr. Cassas?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Com relação ao jogador Delson?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Sim.

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Não, o Moto não recebeu. Eu lhe digo a V. Excelência quetodas as informações, daí a pretensão em juízo é de que pelo clube não ter recebido nada, nósqueremos reaver o prejuízo sofrido.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Estatuariamente o Presidente do ConselhoDeliberativo do Moto Clube especificamente pode o que?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Eu lamento não ter trazido o estatuto, aliás quero informar aesta egrégia Comissão, de que quando este grupo assumiu o Moto, uma das providências foifazer uma reformulação estatutária geral, um estatuto adequado a nova realidade futebolísticado país, e que lá, seguramente eu digo a V. Exa não há poderes para Presidente do ConselhoDeliberativo ou qualquer outra pessoa que não seja o Presidente do Conselho Diretor, autorizadopelo Conselho Deliberativo a negociar a quitar, a acordar dívida ou qualquer que seja o negóciojurídico como objetivo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O que o Senhor sabe sobre a negociação dojogador Cleber?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES - O que eu sei é que o Cleber foi transferido para o ClubeAtlético Paranaense. Não se tem notícia de quanto foi concretamente, porque...

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Quanto recebeu o clube?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – O clube recebeu alguma quantia, que eu não sei informar aV. Excelência., mas recebeu uma parte, pode ser pequena ou grande, não conheço qual foi ovalor, mas recebeu.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O clube também tá processando osresponsáveis por essa negociação?

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O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Nós estamos fazendo Excelência uma ajuntada dedocumentos, estamos buscando informações, e nós seguramente haveremos também de chegar acertas pessoas que podem estar envolvidas nessa transação, que também trouxe prejuízo para oclube.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Muito obrigado, estou satisfeito.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Com a palavra o deputado Léo Alcântara, com apalavra V. Excelência.

O SENHOR DEPUTADO LÉO ALCANTARA – Senhor Presidente, Senhores Deputados. Eugostaria apenas de fazer uma pergunta ao senhor Dr. Petrônio. O senhor conhece o senhor RaulMenezes?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Conheço o Raul, e é o diretor de futebol do Moto Clube,agora, não tenho qualquer amizade.

O SENHOR DEPUTADO LÉO ALCÂNTARA- Não, eu pergunto só se o senhor o conhece?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES- Conheço.

O SENHOR DEPUTADO LÉO ALCÂNTARA- Há pouco tempo foi estampado no jornal “OIMPARCIAL”, o senhor Raul Menezes numa foto recebendo cinqüenta mil dólares, cinqüentamil reais referente à venda do jogador do Moto Clube. Eu pergunto à V. Senhoria, se essedinheiro entrou, se V. Senhoria tem o conhecimento que esse dinheiro entrou no caixa do MotoClube?

O SENHOR PETRONIO ALVES – Não tenho conhecimento se esse dinheiro entrou, é porqueera outro grupo que administrava o clube e acho que está havendo no clube ainda umlevantamento dentro dos poucos documentos que nós tivemos condições de levantar a existênciadesse dinheiro. Agora eu não sei, eu quero dizer a V. Excelência se era o Raul na foto, eu só seidizer a V. Excelência que eu conheço o Raul, que é diretor de futebol, gerente de futebol.

O SENHOR DEPUTADO LÉO ALCÃNTARA – Vossa Senhoria tem conhecimento dessareportagem que saiu nos jornais?

O SENHOR PETRONIO ALVES – Tenho conhecimento, mas ainda digo Excelência que atéhoje, pelo que nós estamos investigando e como foi uma coisa que o outro grupo queadministrava o clube, concretamente não se tem nada. Mas se houver o que as informações que

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me foram passadas da Tunísia à cerca do Delson, agora também haverão de ser passadas acercadessas informações aí que a imprensa mostrou.

O SENHOR DEPUTADO LÉO ALCANTARA – Agradeço.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Com a palavra o deputado Pedro Celso, com V.Excelência a palavra.

O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO – Senhor Presidente, Senhor Relator, SenhoresDeputados, nossos Deputados estaduais aqui presentes, Presidente da Casa. Senhor Presidentemuito rapidamente eu gostaria de perguntar à nossa testemunha, a respeito de uma informaçãoque nós temos Dr. Petrônio a informação que nós temos, eu gostaria de perguntar a ele como sedá a cessão graciosa de atletas, Dr. Petrônio, por parte do Moto clube, o Moto Clube porexemplo autorizou empréstimos dos jogadores Delson e Domingos ao Bonastiniense por seismeses, se qualquer vantagem financeira. Eu gostaria que V. Senhoria dissesse, como se dá, comoacontece essa questão aí de empréstimos graciosos, se é verdade ou se não é? Qual o interesse doMoto Clube nisso?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES - Excelência, é a primeira vez que eu ouço essa expressão,cessão graciosa, mas quero dizer, que se houve, foi por parte dos grupos que administraram oMoto antes de nós, porque o nosso Estatuto atual, ele é muito rigoroso quanto a empréstimo,quanto a venda dos atletas.

O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO - Mas na gestão de V. Senhoria não acontece isso?

O SENHOR DEPOENTE PETRÔNIO ALVES- Não.

O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO- Você tem notícia que aconteceu isso no passado?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES - Não tenho notícias não senhor. Eu sei de transferênciasefetivamente que ocorreram aí com a questão do Delson e essa venda do jogador Kleber, mascessão graciosa não.

O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO – Agora por fim Dr. Petrônio, o Dr. Cassas não é oPresidente do Conselho Deliberativo do Moto Clube?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES - Eu não tenho lembranças Exa., se em alguma oportunidadeDr. Cássias foi Presidente do Conselho Deliberativo, ser integrante ele foi, integrante doConselho Deliberativo.

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O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO – Então, eu pergunto a V. Senhoria, então o senhorestá convencido que Dr. Cássias cometeu crime de falsidade ideológica ao assinar esse recibo danegociação desse jogador.

O SENHOR PETRÕNIO ALVES - Não posso dizer isso, mesmo porque a justiça é quem vaimelhor apreciar e vai declarar se houve falsidade ou se houve qualquer tipificação, outraconduta prevista no Código Penal. Eu lhes digo só uma coisa com a segurança, é de que nósbuscamos o reparo sofrido pelo clube.

O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO- Na ação que V.Sª move representando o MotoClube contra o Dr. Cassas, o senhor trata dessa questão de falsidade ideológica na ação que osenhor move?

O SENHOR PETRONIO ALVES – No nosso entendimento modesto há a conduta típica doestelionato, cabe à justiça declarar por sentença se ouve ou não a conduta. Mas nós ao pedirachamos que houve essa ação em face da infligência da lei brasileira.

O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO – Muito obrigado, Senhor Presidente.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Muito obrigado deputado Pedro Celso. Com apalavra o deputado José Antônio, com V. Excelência a palavra.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO - Senhor Presidente, Senhores delegados daComissão; deputados estaduais, Deputado Manoel Ribeiro, presidente da Casa. Dr. Petrônio eutambém não sei bem o objetivo, até porque algumas perguntas que eu queria fazer já foramfeitas. Dr. Petrônio o senhor promoveu uma ação penal privada tipificando a conduta do Dr.Cassas com o estelionato. Se o seu objetivo era a reparação do que foi recebido indevidamentepor ele em nome do Moto e não repassado ao clube, por que não foi uma ação Cível, de cobrançaou de indenização? E eu vou digamos assim complementar mais. O estelionato estariacaracterizado em razão do que dentro dessa conduta?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Professor José Antônio, permita chamá-lo assim embora nãotenha sido o seu aluno, mas é um grande teste. Eu quero responder inicialmente a V. Excelênciaque vai depender o melhor entendimento do juízo em que fora deduzida a pretensão, mas numdos pedidos está aqui que declara: (lê declaração). Aí V. Excelência deve saber que quando nóspedimos isso, nós pretendemos ter um título judicial mais na frente em matéria civil. Agoraquero dizer a V. Excelência que mesmo isso aqui não ocorrendo, é já motivo de elaboração dessereparo da busca desse reparo por parte do escritório que trata dessas causas cíveis do MotoClube. Eu por ser uma pessoa que milito mais na área penal, procurei deduzir nesse sentido;Quanto em que estaria a conduta, penso Excelência com todo respeito, que estaria exatamente naida do cidadão ao país estrangeiro, assinar recibo em nome da pessoa jurídica do Moto Clube não

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tendo ele poderes e retornar ao país com vantagens econômicas em desfavor do clube. E aí ajurisprudência V. Excelência sabe, conduz essa situação, e aí a doutrina.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – A conduta seria, ele ter se apresentado falsamentecomo o presidente do clube, não é? Decidindo junto lá como representante legal do clube sem oser e recebendo vantagem financeira em razão disso. O estelionato seria em razão do prejuízocausado por essa fraude, apresentando-se como sendo o representante legal do clube. V.Excelência então prevê que havendo uma sentença penal condenatória, a nossa sentença penalcondenatória é título executivo judicial, pudesse daí redundar uma possibilidade de cobrança. Éesse o caminho que V. Excelência escolheu? Eu não vou discutir essa questão, porque não mecompete. Eu pergunto mais; Quem é que tá acionando na parte cível em nome do Moto Clube, ese há conhecimento de V. Excelência se essa foto, como eu ouvi dizer, de alguma outratransação, envolvendo jogadores intermediária com o Dr. Cassas?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Quanto a primeira pergunta Excelência, aqui está o Dr.Jorge Luís Castro, que entrou aqui ainda há pouco, que é também membro do Conselho do MotoClube, e o Dr. Manoel Pedro que é ex-presidente do Clube, que realmente estão já nessa parte deestudo; ainda não houve, certamente não tenho conhecimento se já houve a dedução em juízo daquestão cível que V. Excelência pergunta. Quanto a esta pergunta segunda, respondo a V.Excelência de que não tenho conhecimento nenhum quanto a transação.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Nunca ouviu dizer?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – A não ser essas duas, aliás uma só, envolvendo o Delson eesta outra negociação que não se tem conhecimento de quem efetivamente primeiro iniciou atransação quanto ao jogador Kleber.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Nunca ouviu dizer, ter conhecimento de que eletenha participado de nenhuma transferência de jogador daqui do Maranhão, para outras praças,inclusive para o exterior, nunca ouviu dizer?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Eu ouvi dizer, digo a V.Exa. que sim através dosnoticiários da imprensa. Agora não me recordo quais jogadores.

O SENHOR JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA – A imprensa noticiou que ele tem participado ?.

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – De uma forma assim muito insistente sim, pelo rádio, é omelhor veículo que se tem na questão desportiva tem sido o rádio.

O SENHOR JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA – Vossa Senhoria diria que é público aqui noMaranhão, inclusive porque foi publicado na imprensa e talvez não tenha sido desmentido e

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que o Dr. Cassas, isso é o conhecimento público aqui, participa de negociações com jogadoresdo Maranhão para outras praças, inclusive para o exterior correto?

O SENHOR PETRÕNIO ALVES - Eu afirmo a V.Exa. inclusive repassei a esta egrégiaComissão cópia do jornal, em que o próprio Dr. Cassas de Lima assume que transferiu ojogador Delson. Quanto a outras transferências eu digo a V. Excelências que não tenhoconhecimento.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA – O senhor não tem conhecimentopessoal, mas eu digo assim; é público porque foi publicado na imprensa esse fato de que eleparticipa, aqui é do conhecimento público V. Excelência diria isso, é do conhecimento público?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Eu preferia...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA – Eu quero saber se V. Excelênciaconfirma ou não, é do conhecimento público ou não?

O SENHOR PETRÕNIO ALVES – É do conhecimento público a transação do jogador Delsonrealizado...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA – Nenhuma outra?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Não tenho conhecimento, Excelência.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Eu aproveito o aparte do deputado José Antônio, prame dirigir ao depoente: Por que o Moto Clube impetrou essa ação só em relação ao jogadorDelson e não a outras questões que diz respeito a casos semelhantes?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Quais questões, Excelência?

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Que o deputado José Antônio acaba de dizer que énotório na imprensa e por exemplo Kleber?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Eu afirmei a esta respeitável Comissão de que; haverá de seresclarecido essas mumunhas, esses segredos que rondam acerca da negociação do Kleber. Edigo à V. Excelência que logo que tivermos em mãos elementos, ela tem inclusive a minha ida aCuritiba quando lá não tivemos qualquer acolhida por parte dos dirigentes do clube Atléticoparanaense, mas logo que tivermos e se meios pudermos de acionar, haveremos de acionar, vocêpode ter certeza disso. E inclusive quanto a ex- dirigentes, porque nosso compromisso é dizer

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para a torcida porque que ao longo dos anos o Moto Clube não construiu seu patrimônio. Porqueque nós não somos um clube respeitado, pelo menos regionalmente enquanto estrutura já que osnossos adversários tem estruturas desse nível.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Para concluir, Senhores Deputados, por favor.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – A única ação que o Moto Clube move, em relação aressarcimento de danos é contra o senhor Antônio José Cassas de Lima, no momento? .

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – No momento sim, Excelência.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Senhor Presidente, eu vou ficar por aqui, eu achoque isso é do conhecimento publico inclusive o próprio Dr. Cassas de Lima reconheceu queindicava jogadores pra empresários, para serem enviados a outras praças. Eu acho que isso aquina imprensa era divulgado diariamente, mas o depoente não quer afirmar, eu fico satisfeito.

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Vossa Excelência tem autoridade se já diz isso, entãodispense a minha.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO - Eu perguntei a V. Senhoria; não sou testemunhada Comissão, eu perguntei a V. Senhoria se é do conhecimento público de São Luís?

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Questão de domínio público amplo, questão de domíniorestrito aí, eu quero dizer que restritamente o público conhece a questão do Delson, de maneiraampla não sei se o público conhece outras questões do cidadão Cassas de Lima, não tenhoconhecimento.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Estou satisfeito, Senhor Presidente.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Muito obrigado, nós agradecemos a colaboraçãodo nosso companheiro, da nossa testemunha Dr. Petrônio. Dispensamos, agradecemos a suacolaboração.

O SENHOR PETRÔNIO ALVES - Senhor Presidente, eu gostaria de requerer a V. Excelência, àComissão que ontem à noite quando eu ligava para V. Excelência pra ser o primeiro, porquetinha aquele compromisso em Rosário.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Perfeitamente.

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O SENHOR PETRÔNIO ALVES - Houve aqui umas perguntas, alguns ilustres deputados e sehouver necessidade de uma segunda etapa, eu quero dizer à V. Excelência que não posso estarnessa segunda etapa.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Vossa Excelência está dispensado.

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Posso ser dispensado.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Muito obrigado.

O SENHOR PETRÔNIO ALVES – Muito obrigado, muito sucesso a esta Comissão que Deusabençoe a todos.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Muito obrigado. Convidamos agora pra tomarassento à Mesa, peço à Secretaria que conduza até a sala pra tomar assento à Mesa a próximatestemunha o senhor Raul Menezes. Tem compromisso oral o senhor Raul Meneses (lê). SenhorRaul Meneses, muito obrigado pela sua presença. Pelo Regimento da Câmara dos Deputados,para a condução do inquérito, o senhor tem até 20 minutos iniciais, para fazer suas explicações,dar as suas informações e em seguida nós passamos a palavra aos Deputados Membros daComissão. Então para suas colocações iniciais, tem o tempo de até 20 minutos tem VossaSenhoria a palavra.

O SENHOR RAUL MENEZES – Bom dia, eu dispenso os 20 minutos e posso dizer que estouaqui pra contribuir, pra esclarecer tudo o que me for perguntado. Eu vou tentar contribuir sempredizendo a verdade como eu sempre agi.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Muito obrigado. Nós passamos a palavra agoraaos senhores deputados, fazendo um apelo para que tenhamos condições de ouvir hoje pelomenos o maior número possível de depoimentos, para a objetividade, a brevidade nas perguntase nas respostas. Com a palavra o senhor Relator deputado Silvio Torres, com Vossa Excelência apalavra.

O SENHOR RELATOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Obrigado pela presença, senhor RaulMenezes. Queria perguntar; Qual é o seu cargo hoje no Moto Clube, e se o senhor já ocupounaturalmente algum outro cargo no Moto Clube?

O SENHOR RAUL MENEZES – Eu exerço o cargo de direção da parte de futebol, já exercinuma diretoria anterior.

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O SENHOR RELATOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor pode dizer em que época,quem era o presidente, qual o período que o senhor exerceu esse cargo?

O SENHOR RAUL MENEZES – Eu exerci no período de 98, 99, o presidente era AntônioHenrique Morais Rego, e durante a presidência do senhor José Maria Pereira e atualmente dosenhor Jandir Castro.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Na gestão atual, quando é que o senhor foiassumir esse cargo, o senhor assumiu em que período exatamente?

O SENHOR RAUL MENEZES – No início do ano 2.000, assim que o Moto entrou ematividades aí no período janeiro, fevereiro eu não sei precisar bem a data, mas no momento emque o Moto entrou em atividade, eu fui convidado novamente, retornei ao Moto.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Em janeiro de 2.000, o senhor já fazia parte, já seapresentava à diretoria como diretor de futebol?

O SENHOR RAUL MENEZES – É, eu lhe garanto que é mais, eu não posso precisar se foi bemjaneiro, mas eu me lembro que foi a época bem próximo do carnaval.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Janeiro era gestão...

O SENHOR RAUL MENEZES – Uma gestão nova que iniciava, que era do período de 2.000.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – De 2.000 em diante, ou seja o senhor é de 98 a99, durante todo o período de 98 a 99 o senhor era diretor de futebol?

O SENHOR RAUL MENEZES – Não, eu sai no meio do ano de 99, mais ou menos em julho de99 eu pedi pra sair e me afastei. Eu fui convidado já no ano seguinte por uma outra diretoria.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Nesse período em que o senhor esteve no clube;qual foi o seu envolvimento, o senhor poderia dizer aí de que forma o senhor participou datransferência ou da venda de jogadores do Moto Clube para a Tunísia mais especificamente ojogador Juninho, Domingos Marinho e do jogador Delson. Qual foi a sua participação, o que osenhor tem a dizer sobre essa transferência?

O SENHOR RAUL MENEZES – Eu participei da seguinte forma: Eu acompanhei o presidenteaté a Tunísia, onde havia uma proposta de empréstimo feita por um time da Tunísia para MotoClube. E o presidente pediu que eu o acompanhasse já que estava começando a tratar dessa partede futebol, e eu fui conduzindo esses jogadores. Havia uma proposta de empréstimo, um fax

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recebido pelo Moto onde eles ofereciam duzentos mil dólares pelo empréstimo dos doisjogadores. Eu inclusive questionei muito o presidente na época, que eu achava um valor muitoalto para que se emprestasse dois jogadores pra Tunísia; e ele sempre me exibiu esse fax oriundoda Tunísia confirmando. Lá chegando na Tunísia, nas primeiras reuniões logo ficou esclarecidode que realmente o valor não era duzentos mil dólares; de que o fax, o presidente do clube daTunísia que era o Monasti, afirmou que o fax não foi emitido por ele e foi emitido por umbrasileiro que trabalhava lá, que é o senhor Antônio Benedito Braide Ribeiro. Ele que passouesse fax em nome do clube da Tunísia, e lá então houve uma certa divergência sobre esse valor,o presidente do clube da Tunísia não confirmou e não pagaria esse valor. O presidente do MotoClube retornou, eu fiquei mais um período pra tentar resolver, foi resolvido essa parte, essaquestão, e o preço foi baixado pra cem mil dólares. O empréstimo da jogador e da liberação doempréstimo do Delson, e da liberação do jogador Juninho, e eu permaneci na Tunísia duranteaproximadamente uns trinta dias. O presidente retornou junto com o vice presidente, e eu fiqueiaté que fosse resolvido.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Era cem mil dólares pelo empréstimo?

O SENHOR RAUL MENEZES - O acerto bem claro foi que seria cento e cinqüenta mil dólarespelo empréstimo do Delson e a cessão definitiva do Juninho.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O valor englobava os dois?

O SENHOR RAUL MENEZES – Os dois, o empréstimo de um por um ano, e a cessão definitivado Juninho e posteriormente isso acabou não se concretizando, ficou apenas os cem mil dólares,e o empréstimo do Delson. E posteriormente houve outros acertos que eu não participei, essaparte financeira eu tive uma participação muito pequena, apenas trato de futebol, mas houve umacerto que acabou ficando em cem mil dólares, o empréstimo do Delson e a cessão do passe dojogador Juninho para o Monastir.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Cem mil dólares era o valor do passe do Delson?

O SENHOR RAUL MENEZES – Do empréstimo do Delson, cem mil dólares, sendo que dentrodesses cem mil dólares não ficou definido quanto seria o valor do passe do Juninho, oempréstimo junto a liberação do Juninho chegava a cem mil dólares.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Que período? O período do empréstimo?

O SENHOR RAUL MENEZES - O período do empréstimo era quase um ano, não chegava aum ano.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Qual período, 99, o ano de 99?

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O SENHOR RAUL MENEZES - De 98, isso foi aproximadamente em agosto de 98, e se nãome engano, não posso precisar até junho de 99. Não chegava a um ano, mas era um período bempróximo, era um período que coincidia quase como um término do campeonato da Tunísia.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Isso significa então, que o acerto feito pelosenhor e pelo ex presidente do clube, era o empréstimo do jogador Delson incluindo aí a cessãodefinitiva do jogador Juninho tá certo?

O SENHOR RAUL MENEZES - Exatamente, só que o acerto não foi feito comigo, apenasacompanhei o acerto, a decisão os valores todos são feitos pelo presidente. Eu apenas estavaacompanhando pra ajudar na parte que fosse relativa aos jogadores.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E nesse empréstimo previa a venda dojogador Delson, tinha o valor estipulado caso o outro clube da Tunísia se interessasse pelacompra dele?

O SENHOR RAUL MENEZES - Tinha um valor estipulado, eu não posso precisar a partefinanceira, eu não posso dar muitas informações precisas, posso ter algum...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Mesmo que sejam imprecisas.

O SENHOR RAUL MENEZES – Mas acredito que duzentos e cinqüenta mil dólares, se essejogador fosse negociado seriam para o Moto. Ele poderia negociar até um valor acima disso paracom um clube da Europa, e caso isso se concretizasse duzentos e cinqüenta mil dólares seriampara o Moto.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E se ele ficasse no mesmo time, na Tunísia?

O SENHOR RAUL MENEZES – Eu não posso precisar, mas acredito que tenha sido em tornode duzentos e cinquenta mil dólares.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Se ele fosse então comprado, ele seriacomprado por duzentos e cinqüenta mil dólares? Estava estipulado o mesmo contrato queestipulou o empréstimo?

O SENHOR RAUL MENEZES – É, eu não vi o contrato eu participei apenas das reuniões emque eu ouvi alguma parte da conversa, e a conversa não era também uma conversa muito fácil

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de ser entendida, porque lá é o árabe e o francês. E o intérprete não era de confiança, que era opróprio Braide que por sinal interpreta muito mal.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Qual era o presidente que acompanhava osenhor, qual era o presidente?

O SENHOR RAUL MENEZES - O presidente era o Antônio Henrique, e o vice presidente era oMaciel.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Os dois assinaram então o contrato dessesvalores que o senhor descreveu?

O SENHOR RAUL MENEZES – Exatamente, assinaram.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor sabe se esse dinheiro veio para oclube?

O SENHOR RAUL MENEZES - Esse dinheiro veio, esse dinheiro foi trazido por mim, umaparte desse dinheiro, setenta e cinco mil dólares eu trouxe e posteriormente o restante, vinte ecinco mil dólares foi trazido em dezembro por Braide Ribeiro, e por uma pessoa que é tunisianachamada Monda. Eles vieram pra entregar o restante do dinheiro, e receber a liberação do passedo Juninho.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Esse dinheiro veio de que jeito, em moeda?

O SENHOR RAUL MENESES – O dinheiro veio em moeda.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Todo em moeda? Aliás o senhor trouxe odinheiro na bolsa?

O SENHOR RAUL MENESES – Trouxe numa valise.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Na valise, o senhor estava sozinho?

O SENHOR RAUL MENESES – Eu estava sozinho, houve uma interpretação aí um poucodeturpada, eu gostaria de ter um minuto pra falar sobre isso porque algumas pessoas tentaramaté denegrir a minha imagem e divulgaram de que eu teria trazido o dinheiro enrolado no bolso.E divulgaram uma fotografia na imprensa onde eu aparecia com o dinheiro completo. Essa

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fotografia é verdadeira, eu tenho aqui uma comigo igual, praticamente igual, ela não me traznenhum constrangimento, não vejo nenhum crime onde eu apareço contando as cédulas que eurecebi um valor alto, e teria que conferir. Ela foi divulgada na imprensa, para que dessem aimpressão de que eu tivesse lesando o Moto Clube. Posteriormente ficou comprovado, provadono Conselho Deliberativo do Moto, já por uma outra diretoria que inclusive era adversária daque eu participava, de que eu entreguei esse dinheiro integralmente ao Moto, centavo porcentavo, existem os documentos no Conselho Deliberativo do Moto, então depois disso que ficoucomprovado que não lesei o Moto nenhum centavo, eles, algumas pessoas tentaram questionar aforma com que o dinheiro entrou no Brasil. Pra isso espalharam que o dinheiro teria vindo emmeu bolso, seria até uma coisa impossível de ser feita, porque é um valor que não foi pago emdólar integralmente foi pago em franco, marco, alemão, franco suíço, são notas grandes e umvolume muito grande seria impossível uma pessoa colocar no bolso. E eu não teria nenhummotivo pra colocar no bolso, coloquei dentro da valise que eu estava viajando, entregueiintegralmente ao presidente Antônio Henrique e ao conselheiro do Moto, Dr. Sebastião Murad.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Por que optaram por trazer esse dinheiro emmãos, e não trazer uma remessa, uma ordem bancária. Obviamente o clube devia ter uma contabancária, optaram por trazer esse dinheiro em mãos?

O SENHOR RAUL MENEZES – Bem, eu não conheço bem essa parte, mas o que me foiinformado é que esse dinheiro não chegaria ao Brasil antes de quarenta dias, quarenta e cincodias. Porque era o dinheiro pra ser retirado da Tunísia por via bancária, ele teria muitadificuldade pra chegar, e houve também o receio por parte da diretoria, de que eu retornando delá sem nenhum dinheiro, depois não fosse pago, não fosse cumprido o que tinha sido acordado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor deu uma cópia desse contrato assinadapelo presidente? O senhor teve acesso a ela? O senhor trouxe junto com o dinheiro paracomprovar? O senhor podendo correr o risco aí de ser preso, por transportar dinheiro semorigem.

O SENHOR RAUL MENEZES – É, eu trouxe um recibo que eqüivalia se não me engano centoe doze mil dinares, porque esse recibo infelizmente não está aqui, mas eu posso providenciar.Que dizia que aquele dinheiro era referente ao empréstimo do jogador Delson e da cessão doJuninho, eu tenho esse recibo, infelizmente eu não trouxe aqui, eu não sabia bem o motivo daqual eu estava sendo convocado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Assinado pelo ex-presidente?

O SENHOR RAUL MENEZES – Assinado pelo clube da Tunísia.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Não, o recibo?

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O SENHOR RAUL MENEZES – O recibo assinado pelo time da Tunísia, dando um recibo quetinha uma via dizendo...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Você que assinou o recibo?

O SENHOR RAUL MENEZES – Assinei o recibo, trouxe uma segunda via, que era paracomprovar aqui para a diretoria do Moto.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Esse foi o deDoze mil, correspondia a setenta e cinco mil dólares, não é? Correspondiam a cem mil dólares?

O SENHOR RAUL MENEZES – Correspondiam a cem mil dólares.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Cem mil dólares?.

O SENHOR RAUL MENEZES – Agora, só que eu havia assinado antes de eu receber odinheiro, no momento em que eu contei o dinheiro na conversão, só chegava a setenta e cincomil dólares. Mas posteriormente eles vieram aqui como eu falei, o Braide, com o Monda, que éum tunisiano e quitaram o restante que não chegou a vinte e cinco mil dólares, mas quandochegou a vinte e três mil dólares.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Nesse novo pagamento ninguém assinou nenhumrecibo?

O SENHOR RAUL MENEZES – Não, esse novo pagamento eu não participei, apenas eu tiveconhecimento que quando eles chegaram procuraram o presidente Antônio Henrique e fizeram...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Fizeram o acerto?

O SENHOR RAUL MENEZES – É, até porque o presidente só liberaria o passe do Juninhodepois que recebesse o restante.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor quando chegou, só entregou essedinheiro nas mãos do presidente?

O SENHOR RAUL MENEZES – Entreguei todo o dinheiro integral, tá isso comprovado numadeclaração do Moto Clube de São Luís, o conselho, já me coloquei à disposição do conselho, jáque o conselho não podia me convocar, porque eu não fazia mais parte da diretoria. Eu procurei

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o conselho me coloquei à disposição, e isso foi esclarecido, entreguei ao presidente AntônioHenrique e ao conselheiro do Moto, que na época ajudava em alguma coisa o presidente que eraDr. Sebastião Murad. Entreguei no escritório do Dr. Sebastião Murad, participei novamente daconferência do dinheiro para que ficasse claro que eu estava entregando o dinheirointegralmente.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Quando foi isso?

O SENHOR RAUL MENEZES – Olha, eu devo ter chegado aqui, eu tenho uma idéia vaga maso Moto Clube já havia jogado o primeiro jogo do campeonato brasileiro daquele ano. O Motoestreou no dia 17, eu devo ter chegado logo após esse jogo entre 18 a dia 20 de agosto, 21 nomáximo, nesse período de 98. Eu cheguei antes do primeiro jogo do Moto e o segundo, entãodeve ter sido do primeiro foi no dia 17, eu cheguei 17 e o outro jogo da outra semana, noperíodo de 19 a 20 de agosto.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Senhor Presidente, uma última pergunta que euqueria fazer ao depoente e depois passar aos demais deputados. A razão pela qual se afastou doclube em junho de 99?

O SENHOR RAUL MENEZES – É, eu me afastei em 99; até porque o moto passava por umafase financeira muito difícil. Havia salários atrasados de jogadores e funcionários e eu sou umapessoa responsável...Eu preferi me afastar, reuni os jogadores para dizer que eu estava meafastando porque não sou eu quem paga no Moto, mas de qualquer maneira sou eu quem contratao jogador e como o Moto não conseguia cumprir esse compromisso eu preferi me afastar.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Não teve nada a ver com a denuncia publicadano jornal, a foto e toda essa versão?

O SENHOR RAUL MENESSES – Não, a denuncia foi o seguinte: esse Antônio Benedito BraidRibeiro, ele retornou da Tunísia e muito colado com o presidente do Moto Clube na época,Antônio Henrique e como se diz aqui na gíria ficou marmanhando, não sei se os senhoresconhecem isso, marmanhando é quando a pessoa está cercando para querer alguma coisa e eleconseguiu que o presidente o empregasse como técnico do Moto. Ele permaneceu algum períodocomo técnico do Moto e eu o demiti na frente de trinta jogadores e na frente até de algumaspessoas da imprensa nesse dia pela manhã, à noite quando ele telefonou para minha casa umahora da manhã tentando chantagear, quando ele dizia que tinha uma fotografia e era para que euacompanhasse o jornal dos próximos dias que ele iria publicar essa fotografia. Eu falei a ele quede uma pessoa da laia e da qualidade dele eu só poderia esperar isso, mas que ele poderiapublicar a fotografia que não havia nenhum crime naquela fotografia. Ele não publicou essafotografia e eu me afastei do Moto, já bem depois dessa demissão dele, a demissão dele foi nomeio do campeonato, o campeonato só acabou em Julho, quando eu me afastei, ele se juntou auma diretoria que assumiu o moto e ai ele publicou na imprensa a fotografia, quer dizer jámuito tempo depois. Não houve nenhuma relação com o meu afastamento, com a chantagem queele tentou fazer, até porque a fotografia não consegue me abalar em nada, eu trago uma aqui no

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bolso para os senhores se quiserem ver, é uma fotografia onde eu apareço contando dinheiro, oque eu não vejo crime nisso. E o que aconteceu foi que eu me afastei, mas não tinha nada a vercom a fotografia. O senhor pode olhar a fotografia, é mais uma coisa para ilustrar, ele foi de umamaldade muito grande na época quando ele publicou, infelizmente com o apoio de alguma parteda imprensa, que não conhecia o assunto e que agiu de má fé: onde ele dizia que esse dinheiro doMoto eu estava gastando num cabaré. E ai na fotografia aparece a filha dele. Ele teria deexplicar o que a filha dele faria num cabaré, uma menina de menor.

O SENHOR PRESIDENTE - Muito obrigado senhor deputado Silvio Torres, muito obrigadoao senhor Raul. Passamos a palavra agora ao próximo deputado, Deputado Eduardo Campos.Vossa Excelência com a palavra e 0solicitamos mais uma vez, a objetividade nas perguntas enas respostas. Com a palavra V.Exa.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Senhor Raul, o senhor é um homem que vive no futebolno dia-a-dia. Nossa estada aqui tem dois objetivos bastante definidos. Um é entender o esquemade transação de menores para o exterior do país, onde os que dão certo padecem, o que o senhorsabe que padecem lá. E outros que não dão certo, são abandonados, esta CPI já constatou issocom sua presença na Europa. A outra questão, é a questão de documentos falsos. Eu queriasaber do senhor o Braide Ribeiro é um ponta de lança do esquema de tráfico de jogador, devenda de jogador para o futebol do exterior?

O SENHOR RAUL MENESES – Olha, o Braide Ribeiro, ele vive disso, ele é preparador físico,mas o objetivo dele se empregar no exterior, é para que ele tenha uma facilidade maior de levarjogadores de futebol do Maranhão para o exterior. Eu tenho aqui comigo inclusive, caso elequeira negar, uma bilhete dele, assinado, onde ele me manda um jogador para treinar no Moto epara ser observado porque o objetivo era levá-lo para o exterior. Eu tenho esse bilhete comigo,guardei até não sou de guardar isso, mas procurando casualmente há alguns meses atrás euencontrei...

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - O senhor poderia passar a CPI?

O SEM RAUL MENESES - Posso.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Objetivamente quem é esse jogador?

O SENHOR RAUL MENESES - Esse jogador eu não posso precisar a pessoa agora porque eletreinou durante três dias no Moto e depois se afastou. Não sei se foi levado para o exterior ounão, mas era um rapazola de aproximadamente 17 a l8 anos.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Era menor de idade?

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O SENHOR RAUL MENESES - Com certeza era menor, agora não posso precisar quem eraporque ele se afastou.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - O Senhor tem conhecimento de algum menor que oSenhor Braide Ribeiro tenha levado para a Tunísia?

O SENHOR RAUL MENESES - Não. Tenho conhecimento de alguns outros jogadores como éo caso do Alessandro que foi levado por uma diretoria anterior a minha para a Tunísia e quandolá chegando o jogador não se encontrava mais. Posteriormente foi pesquisado e descobrimos queesse jogador estava na Grécia e que foi enviado sem conhecimento da diretoria do Moto comdocumentos fraudados para a Grécia pelo Braide Ribeiro. Esse jogador confirmou isso aqui. Eem outra ocasião também um jogador que a diretoria do Moto encaminhou para a Tunísiaque é o Santos, me parece que inclusive está aqui para ser ouvido, para depor e ele foimandado para a Tunísia do Moto como empréstimo, acabou não se concretizando e o Braidetentou também mandá-lo pelo mesmo caminho para a Grécia, inclusive tendo digamos assim,confiscado, tomado o passaporte dele que nunca mais devolveu. E eu descobrir isso, avisei afamília do Santos, que se ele fosse o Moto não ia permitir que ele jogasse, ele não foi e mecomunicou que o passaporte ficou nas mãos de Braide.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Senhor Raul me diga uma coisa, para um jogador serenviado pra fora do futebol brasileiro, se ele for menor ele não tem ainda inscrição naFederação nem na CBF. Se ele é maior, ele tem inscrição no Clube, ele tem inscrição naFederação e tem inscrição também na CBF. Como é que eles fazem para levar um jogadordesse, que o senhor disse que o Moto não tomava conhecimento. Então há um conluio doBraide com a Federação Maranhense de Futebol, no sentido de resolver os documentos paralegalizar essa estada na Tunísia? Porque lá fora eles exigem essa documentação. Na Bélgica euconheço, os times, a própria Liga, ela exige esse documento de liberação do jogador da suafederação, da sua confederação. Como é que é esse mecanismo?

O SENHOR RAUL MENESES - Veja bem, existe muita documentação falsa. O jogador quesai aqui do Moto, do Sampaio sem que a diretoria tome conhecimento. Geralmente sãojogadores do Moto que não estão profissionalizados, eles mudam até o nome e a data denascimento e forjando esses documentos as vezes profissionalizam ai em algum clube para queesse jogador tenha, digamos assim um jogador federado, ele tem um valor maior que umjogador que não é federado que vai para o exterior e não tem nenhuma referência. Quando ele éfederado, ele tem algum, sobe o valor do jogador. Então tem muitos documentos falsificados,que eu não tenho conhecimento disso, as pouquíssimas vezes que eu me envolvi comdocumentos falsificados, no caminho contrário a esses espertalhões aí, foi justamente paraconsertar documentos, documentos de jogadores que chegaram no Moto e quecomprovadamente estavam com os documentos adulterados e eu resolvi colocar os documentosde maneira legal, na idade certa.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Deixe eu ver se eu entendi corretamente. Ojogador altera seus documentos, procura um pequeno clube, se legaliza nesse clube, esse clube

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federaliza ele, coloca ele na federação e aí a federação libera? É isso?

O SENHOR RAUL MENESES - Exatamente. Ai corre um processo onde participam não só aspessoas que estão fraudando, mas tem as assinaturas, por exemplo o contrato profissional, eletem que ser assinado por um médico, qualquer contrato de jogador, de atleta profissional temque ser assinado por um médico, corre por toda essa tramitação e fica muito difícil para osclubes identificarem, porque quando sabem a gente tem a noticia que o jogador fulano,geralmente a gente conhece por apelido, esse jogador já se encontra na Europa e ai fica difícil.Mas é essa mais ou menos a tramitação.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Esses jogadores têm esses contratosatravés de clubes geralmente menores: tipo assim o “Boa Vontade”, o Expressinho, oAmericano de Bacabal. Quem é que assina esses contratos para federalização? É o Cassas?

O SENHOR RAUL MENESES - Eu não posso afirmar categoricamente que o Cassas deLima faça isso. Agora, eu tenho informações que são do conhecimento público e ele inclusiverecentemente estava respondendo processo na Polícia da falsificação dos documentos de umjogador que é o Gil, onde ele foi chamado, eu soube que ele andou prestando depoimento napolícia sobre isso, por ter assinado esses documentos. E existem outros processos contra eleque eu não conheço pessoalmente os processos, mas o que se fala muito aqui em São Luís, eunão posso provar, é que ele tem um envolvimento muito grande com esse tipo de coisa.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O Cassas é representante do BraideRibeiro aqui?

O SENHOR RAUL MENESES – Olha, o que eu posso dizer é que eles são muito amigos.Embora o Braide seja uma pessoa desclassificada moralmente, que as vezes até o Cassas porfora chama ele de homossexual, chama ele de doutora Cassiana, isso ai também é uma coisaque no meio do futebol todo mundo conhece isso, sabe, mas eu não sei se é: sei que eles sãobastante amigos e inclusive vão a jogos juntos, onde eles observam jogadores. Isso ai é públicoe notório.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS – O Dr. Cassas é um empresário do futebol? Empresariajogadores?

O SENHOR RAUL MENESES – Com certeza. Inclusive ele tem vários jogadores, eu nãotenho essa documentação, existem pessoas ai que eu acredito que tenha, que queiram mostrar, eunão tenho nada pessoal contra essa figura Dr. Cassas, mas aqui é de conhecimento público, queele tem envolvimento com jogadores, com empresários e que remete jogadores para o exterior.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Quem é que manda esses jogadores para a Bélgica?

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O SENHOR RAUL MENESES – Principalmente o Dr. Cassas, mandou muitas vezes, elejuntamente com o Braide com o empresário que é chamado Rubilota, que é um argentino einclusive se não me engano, o próprio Cassas confessou que o hospedava em sua própria casa.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS – Estou satisfeito Senhor Presidente.

O SENHOR PRESIDENTE - Muito obrigado deputado Eduardo Campos, muito obrigadosenhor Raul. Passo a palavra para suas perguntas ao deputado Jurandil Juarez. Tem V.Exa. apalavra.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Senhor Presidente, Senhores Relator, Senhores deputados.Senhor Raul, que função o senhor ocupa hoje no Moto Clube?

O SENHOR RAUL MENESES – Gerente de futebol.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Quer dizer, o senhor voltou às atividades, tinha saído evoltou.

O SENHOR RAUL MENESES – Exatamente.

O SENHOR JUARANDIL JUAREZ - Quais foram os jogadores, eu queria ter umaconvicção. Eu tenho anotações, mas eu queria que o senhor me dissesse. Quais foram osjogadores, dos quais o senhor participou das negociações com o Clube da Tunísia?

O SENHOR RAUL MENESES – Veja bem, eu não participei da negociação. Negociação ela écomandada pelo presidente do clube, pelo diretor.

O SENHOR JARANDIL JUAREZ – Que o senhor acompanhou para ir a Tunísia?

O SENHOR RAUL MENESES - Eu acompanhei na ida do jogador Delson e do Juninho.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – O senhor disse que ficou lá uns trinta dias?

O SENHOR RAUL MENESES - Aproximadamente.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – O senhor disse que acompanhou também o presidente eo vice-presidente do Moto Clube não é isso?

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O SENHOR RAUL MENESES – É verdade.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – O senhor pode dizer os nomes deles?

O SENHOR RAUL MENSES - Antônio Henrique Moraes Rego, era o presidente e HélioMaciel era o vice-presidente.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - O Dr. Cassas não esteve em nenhum momento nessaviagem, o senhor não o viu nessa caravana?

O SENHOR RAUL MENESES – Não senhor deputado, o Cassas, a participação dele, emboraseja do mesmo atleta que é o caso Delson, ele foi já na outra diretoria, eu já não fazia parte etambém o presidente Antônio Henrique não fazia mais parte. O jogador Delson já havia sidoemprestado e dessa vez ele foi negociado definitivo. O valor dessa transação era 100 MilDólares para que fosse vendido o passe para o time da Tunísia. Ai é que o Dr. Cassasparticipou e já não se encontrava mais no Moto, ele foi encarregado lá de ir à Tunísia, eu tenhouma fita gravada do Dr. Cassas quando ele embarcava para a Tunísia aqui e dava umadeclaração no Aeroporto dizendo que estava indo para um Congresso de Medicina em SãoPaulo e ele enganando, na realidade foi a Tunísia negociar esse jogador, ele retornou de lá e oque ele passou aqui para a imprensa e para os jogadores do Moto que estavam esperando essesrecursos para que fossem pagos os seus vencimentos, é de que o time da Tunísia mandaria napróxima semana. E essa próxima semana se arrastou por quase um ano até que eu já haviaretornado ao Moto Clube e nós resolvemos fazer uma investigação na Tunísia e foi mandadode lá os documentos que já havia sido pago para o Dr. Cassas. Esses documentos estão empoder do Moto Clube de São Luís, onde consta até o número do passaporte assinado por ele ecom o reconhecimento da firma dele quando assinou, ele negou até que fosse apresentado essedocumento pra ele. Questionou ainda depois de apresentado quando ele dizia que a assinaturaera falsa. Logo depois foi reconhecido em cartório, ele resolveu admitir e dizer que havia seapropriado do dinheiro porque o Moto devia alguma coisa pra ele.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Para ficar mais claro, o dinheiro que o senhor trouxe, ossetenta mil dólares, mais uns vinte e cinco mil dólares que vieram posteriormente através dosenhor Braide Ribeiro, correspondia uma negociação de empréstimo com o jogador Delson. Éisso?

O SENHOR RAUL MENESES – Exato, e mais a liberação do jogador Juninho.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Quer dizer, a liberação definitiva do Juninho e oempréstimo do Delson?

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O SENHOR RAUL MENESES – É. Ai....

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - A segunda negociação, já feita pelo Dr. Cassas, seria comreferência a liberação definitiva do Delson. Não é isso?

O SENHOR RAUL MENESES – Exatamente.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Esse dinheiro que o senhor trouxe, ele entrou nacontabilidade do clube?

O SENHOR RAUL MENESES – Entrou na contabilidade do clube e foi pra mim, digamosassim, muito bom porque...

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - O senhor sabe se a conversão desse dinheiro foi feito nomercado paralelo ou se foi feito de forma regular através de um estabelecimento regular?

O SENHOR RAUL MENESES - Eu poso lhe garantir que essa conversão foi feita no Banco doBrasil. Pelo menos eu estava no momento que a pessoa saiu para que esse dinheiro fossetrocado, eu estava e a pessoa saiu para trocar no Banco do Brasil. Eu acredito que tenha sido noBanco do Brasil.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Quando o senhor tratou, perguntado pelo deputadoEduardo Campos, que o senhor tratou a questão dos jogadores que chegavam ao Moto comdocumentação falsificada e que o senhor as regularizava, o senhor certamente identificoutambém pessoas que assinavam essa documentação. O senhor tem algum documento desse?

O SENHOR RAUL MENESES – Não. A gente não consegue identificar a pessoa que fez afalsificação. Não tenho nenhuma prova contra essa pessoas. Geralmente o atleta, aqueles doisatletas...

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – O documento falso, o qual o senhor se refere seriaexatamente c o quê? Seria uma ficha do atleta?

O SENHOR RAUL MENESES - Ficha do atleta, registro, identidade e contrato com o nomefalso. As vezes o nome não é falso mas a data de nascimento é falso.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - E o senhor regularizava como? Ia no cartório? Como é queprocedia?

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O SENHOR RAUL MENESES – Não, eu acredito que o jogador geralmente quando elefalsifica documento, geralmente não é o jogador, são os espertos que têm ai que fazem isso, ojogador até eu acho que entra muito na conversa, são pessoas geralmente de pouca instrução,que são iludidas por eles na promessas de que a idade menor valer mais. Então o jogador tem odocumento original. Ele apresenta aqueles documentos que são falsificados, mas ele permanececom os originais guardados.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Quais os nomes que eram mais citados. Porquecertamente o senhor conversava com esses jogadores para reinstruí-los a ter uma documentaçãoregular, o senhor conversava com eles e os convencia de que era melhor regularizar a situaçãodele. Não é isso? E o que o senhor ouvia deles, assim? Quais eram as pessoas que aqui noMaranhão trabalhavam esse lado de falsificação de documentação que o senhor ouvia dosjogadores?

O SENHOR RAUL MENEZES - O atleta ele procura sempre preservar aquela pessoa que estáfalsificando o documento, ele fica com medo geralmente dessa pessoa. Agora o que se ouve,4eu não tenho nenhuma prova, eu estou repetindo aquilo que se diz na cidade no meio dofutebol, quem vive no meio do futebol sabe que existem várias pessoas envolvidas nisso,inclusive parece que o Dr. Cassas respondeu a processo sobre isso.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Quem por exemplo, sem ser o Dr. Cassas? Me parece queo senhor não tem exatamente uma simpatia muito grande pelo Dr. Cassas. Mas quem é umaoutra pessoa?

O SENHOR RAUL MENEZES – Bem, eu não nutro pelo Dr. Cassas, simpatia e nem antipatia,é uma pessoa que é totalmente indiferente prá mim.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Senhores deputados, senhor depoente, nãovamos aqui julgar simpatia ou antipatia. Vamos....

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - O senhor conhece uma pessoa chamada Joãozinho?

O SENHOR RAUL MENEZES- Conheço, é um ex - atlético de futebol. Tenho umrelacionamento, joguei futebol com ele como amador. É uma pessoa que eu não tenho nadacontra essa pessoa. É uma pessoa que eu não conheço a sua vida particular, íntima.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor já ouviu falar, já te falaram porno O senhor já ouviu falar pela imprensa que ele estava envolvido em situação ....

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O SENHOR RAUL MENEZES - Eu ouvi essa semana sobre o jogador Preto do Santos, o queme causou surpresa, porque eu nunca conheci o Joãozinho Neves envolvido com empresário,como empresário de jogadores. Eu sempre conheci o Joãozinho integrado....

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Algum familiar dele, o senhor conhece, um irmão?

O SENHOR RAUL MENESES - Tem um irmão dele que eu não sei nem precisar o nome. Elejá me procurou várias vezes agindo como empresário, tentando negociar jogadores, isso existe.Mas não sei o nome dele, mas é irmão do Joãozinho. E o Joãozinho eu nunca conheci comoempresário e depois que parou de jogar futebol como amador e eu não posso dizer nada quepossa desabonar a conduta de Joãozinho.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - E o Serginho o senhor conhece o Serginho?Conhecido como senhor Sérgio Alves da Silva.

O SENHOR RAUL MENEZES- Conheço um Serginho, mas conheço de vista, nunca falei comele, é uma pessoa que acompanha muito os treinos quando é ali no Estádio Municipal, ele meperece que mora naquela região ali, e eu o conheço só de vista, mas nunca nem noscumprimentamos. Eu sei que ele trabalha com jogadores, leva jogadores principalmente paraSão Paulo.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Desses que são ligados nessa área de intermediadores. Osenhor como diretor do Moto, qual foi um deles, qualquer um deles ai que o senhor tenha tidocontato de ter oferecido um jogador; o senhor citou um caso de um jogador até que o senhormostrou o bilhete aqui que foi mandado para o Moto, para que ele fizesse uma espécie deestágio até que ele fosse negociado para a Europa.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Sem ser esse caso, o que o senhor poderia me dizer sobrejogadores que tinham sido levados ao Moto para que eles estagiassem, se projetassem, sefederalizasse a fim de serem negociados?

O SENHOR RAUL MENEZES - A gente que trabalha no futebol, a gente é assediado aiadiariamente, uns duzentos telefonemas por dia, não só de pessoas do Maranhão, mas do Brasilque querem colocar jogadores principalmente nos clubes como Moto e Sampaio que têm umatorcida bem maior. Mas eu não tenho assim nenhum, vamos dizer assim praticamente com essaspessoas que se dizem empresárias aqui no Maranhão, eu tenho pouquíssimo contato, raramentealgum jogador, algum atleta deles foi empregado no Moto. Geralmente eu coloco no período deteste, se não agradar; mas não lembro, não me recordo que tenha empregado nenhum aquiatravés desses empresários do Maranhão.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – O senhor conhece um senhor chamado Alcimar Barreto?

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O SENHOR RAUL MENEZES - Eu conheço um Barreto que é uma pessoa de Santa Catarinamas não tenho certeza se é o Alcimar, é um empresário de futebol que deve ser a mesmapessoa.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Ele teve alguma negociação? Com o Kleber ele tevealguma negociação?

O SENHOR RAUL MENEZES - Participou de forma bastante ativa, ele foi o intermediário natransação do Kleber com o Atlético Paranaense.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Estou satisfeito Senhor Presidente.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Muito obrigado Senhor Deputado JurandilJuarez. Com a palavra o Deputado José Rocha. Tem Vossa Excelência a palavra.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Senhor Presidente, Senhores Deputados, ilustredepoente. Eu perguntaria a Vossa Senhoria, para entender melhor essa questão da transação,envolvendo os jogadores: Delson e o Júnior. Os recursos que o senhor trouxe, se referia a umempréstimo do jogador Delson. Não é isso?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES – Exatamente. O que eu falei se referia a umempréstimo do jogador Delson, e mais a cessão definitiva, a venda, para ficar mais claro, avenda do jogador Juninho. Só para esclarecer. Teria sido acertado na Tunísia 150 mil dólares.Posteriormente os tunisianos não queriam pagar, e ficou em 100 mil dólares. O empréstimo doDelson, e junto com isso a venda do passe do Juninho.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O que o Senhor Doutor Cassas de Lima, emdepoimento na comissão, ele disse que o presidente Antônio Moraes Rego ficou com odinheiro, não prestou conta do Kleber, não prestou conta do Delson Pereira da Silva e DomingosRegis Junior. E nós reunimos, ele dizendo: eu era presidente do Conselho Deliberativo do Motoaté 31 de janeiro de 2000, reunimos o conselho e ele foi demitido. Quer dizer o senhor AntônioMoraes Rego foi demitido pelos senhores, foi demitido e não prestou conta até hoje. Nessaépoca o diretor de futebol dele, é o atual diretor de futebol do Moto Clube atual. Trouxe maisde 100 mil dólares dentro da roupa, escondido. Isso foi publicado na imprensa do Maranhão,escrita, falada e televisada. E ficou por isso mesmo. Hoje ele é diretor de futebol do atualMoto Clube de São Luís, esse presidente que saiu daqui a pouco, se referindo ao Jandir. Venhosendo diretor de futebol do Moto Clube de São Luís, a maior autoridade do clube, consideradapelo nosso estatuto, fui convidado para atuar no Tunísia. E ai continua o seu depoimento. Oque o senhor tem a dizer a respeito dessas declarações do senhor Antônio José Cassas deLima?

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O SENHOR RAUL MENEZES – Eu quero apenas retificar o que foi dito que ele trouxe odinheiro na roupa. Eles tentaram fazer isso, isso é uma coisa dele como eu falei, com o Braideque se tornou meu inimigo, embora um inimigo desta natureza, não me causa nenhumproblema, o problema é quando você tem inimigos que são homens de bem. Quando você teminimigos dessa laia aí, não me atinge moralmente. Mas eu trouxe o dinheiro, posso dizer queisso é verdade, eu trouxe o dinheiro dentro de uma valisa. Não traria o dinheiro no cofo comoele quis.....

O SENHOR JOSÉ ROCHA - Que moeda você trouxe?

O SENHOR RAUL MENEZES – Porque o dinheiro na Tunísia vem muito do turismo. Entãoeles me pagaram apenas 6.000 Mil Dólares em dólar e o resto veio, marca alemão, franco suíço,franco francês, lira italiano. E isso causa um volume muito grande. as cédulas senhor deputado,que foi visto na fotografia, pode ter visto que as cédulas são muito grandes. Não poderia trazerno corpo. Isso é pra tentar denegrir a minha imagem. Eu trouxe dentro da valisa; isso é verdade eeu não nego.

O SENHOR JOSÉ ROCHA – Mas ele disse que esse dinheiro não entrou no clube, não foiprestado contas.

O SENHOR RAUL MENEZES - Doutor Cassas de Lima está mentindo, por que esse dinheirofoi prestado contas no Moto, não era a minha obrigação prestar contas ao Conselho Deliberativo.Eu entreguei o dinheiro a quem de direito que era o presidente da época, mas quando eu fiqueipreocupado, pelo fato dele não ter entregue o dinheiro, eu mesmo procurei a diretoria seguintedo Moto, e constatei, essa diretoria que está ai, o Conselho Deliberativo está aí, pode afirmar,tem a documentação de que ele entregou o dinheiro no Moto. A forma como ele entregou odinheiro, isso não me diz respeito.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Quem era o Presidente na época?

O SENHOR RAUL MENEZES - Era o Antônio Henrique. Agora, a forma que ele entregou odinheiro, eu não posso afirmar de que forma foi. Agora, que ele prestou conta, tendo comoreceita no Moto o dinheiro que ele trouxe da Tunízia, isso ai eu tenho certeza que foi feito.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – O senhor Cassas de Lima nessa época ocupava quecargo no clube? Ele foi presidente do Conselho Deliberativo do Clube?

O SENHOR RAUL MENEZES – O Moto Clube senhor deputado, é uma coisa muitocomplicada, existem facções que brigam entre si, eu procuro nunca participar disso, e tratoapenas de futebol. Eu tenho uma lida diária com atletas, com jogadores, com comissão técnica emuito mais com o presidente. Eu não participo de reunião do Conselho Deliberativo a não serquando sou convocado. E o Dr. Cassas como presidente do Conselho Deliberativo, eu tinhaconhecimento mas nunca participei, inclusive havia na época se não me engano dois conselhos

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deliberativos que se conflitavam: um dizia que a outra ata era falsa. Mas me parece que ele erapresidente do Conselho Deliberativo, um desses dois conselhos.

O SENHOR JOSÉ ROCHA – O senhor era funcionário ou diretor?

O SENHOR RAUL MENEZES - Eu era diretor de futebol.

O SENHOR JOSÉ ROCHA - Sem remuneração ou era remunerado?

O SENHOR RAUL MENEZES – Na gestão do Dr. Antônio Henrique eu não era remunerado. Enessa gestão eu não sou remunerado, eu recebo ai uma ajuda que alguns conselheiros me dãopara eventuais despesas pessoais, de viagem ou de transporte; apenas isso. Eu não souremunerado pelo Moto Clube de São Luís. O dinheiro que eu recebo como ajuda de custo, vemda boa vontade de alguns conselheiros.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O senhor tem conhecimento se nessas negociaçõesdo senhor Cassas de Lima com jogadores para o exterior, se ele tinha, teve apoio nessasnegociações na federação?

O SENHOR RAUL MENEZES - Não posso afirmar isso. Federação, é lógico que qualquertransferência para o exterior ou para qualquer outro Estado do Brasil, ela obrigatoriamente temque passar pela Federação. Agora, não posso dizer que a Federação age de má fé ou não. Eu seique tem que passar por lá: acredito que algumas passam, não sei bem, mas eu não possoafirmar isso. Eu não tenho como afirmar isso. Todas as transferências de jogadores passamobrigatoriamente na Federação Maranhense. E quando é para o exterior, posteriormente passamna CBF.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Mas ele fazia transações com os jogadores quenão eram, vamos dizer assim, profissionalizados, inscritos na federação? Essas negociaçõesdesses futuros atletas para o exterior?

O SENHOR RAUL MENEZES - O senhor está perguntando na Federação?

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Não. Aqui no Maranhão.

O SENHOR RAUL MENEZES - Aqui no Maranhão, inclusive eu respondi isso, que ele temuma ligação muito forte, que ele age como se fosse uma sociedade com Antônio Benedito, queé o Braide Ribeiro, Antônio Benedito Braide Ribeiro, e com isso o empresário Rubilotaporque isso é do conhecimento público. E os jornais nós sabemos que publicam isso, que eleé uma pessoa que se hospeda na casa dele, se eu não me engano, ele inclusive declarou isso,

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que hospedava essa pessoa na casa dele. Esses dois eu sei que mantém esse tipo de contato comele.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O senhor tem conhecimento que nessa parceriadele com essas duas pessoas, ele recebia dinheiro por essa parceria?

O SENHOR RAUL MENEZES - Senhor deputado, eu não posso afirmar isso porque eu nuncavi ele receber dinheiro. Agora, ele não ia fazer isso de graça. E o Dr. Cassas se participa disso,com certeza, é visando receber alguma remuneração. Ele inclusive nessa venda do Kleber doMoto para o Atlético Paranaense, ele apareceu com um documento onde ele se dizia dono dequarenta por cento do passe do Kleber e cobrou do Moto insistentemente. Esse é um dosmotivos ai da briga dele com o ex-presidente Antônio Henrique. Então, a pessoa que faz isso éde forma profissional, se ele cobra é porque é profissional.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Qual o cargo que o senhor Cassas de Limaocupava na federação nessa época?

O SENHOR RAUL MENEZES - Olha, me parece que ele atualmente é vice-presidente. Eunão posso garantir se na época dessa negociação com a Tunízia ele já era vice-presidente dafederação. Eu não me lembro se em 98, ele era vice-presidente. Mas atualmente ele é o vice-presidente da federação.

O SENHOR JOSÉ ROCHA - O senhor tem conhecimento que nessas transações dessaspessoas não federadas para o exterior, se o senhor Cassas de Lima teve algum envolvimentona aquisição da documentação para que essas pessoas fossem transferidas para o exterior?

O SENHOR RAUL MENEZES - Senhor deputado, nessas transações, quando o atleta não éprofissional, não é federado, é mais difícil da gente ter conhecimento.

O SENHOR JOSÉ ROCHA – Existe alguma notícia, alguma informação, que isso tivesseocorrido?

O SENHOR RAUL MENEZES – De forma concreta não, a gente ouve falar, mas eu não tenhocomo afirmar isso. Se ouve falar ai nesse mundo de futebol muita coisa a esse respeito, mas eunão tenho assim nenhum nome a declinar que tenha sido feito pelo Dr. Cassas.

O SENHOR JOSÉ ROCHA – O Dr. Cassas é bem relacionado aqui no Maranhão. O senhor sabedizer se ele tem alguma relação de amizade com alguém de cartório que pudesse favorecer essetipo de alteração de documento?

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O SENHOR RAUL MENEZES – Senhor deputado, ele tem umas relações que eu não diria, eunão acho ser bem relacionado, mas que ele é mal relacionado. Mas eu não sei se ele tem relaçãocom algum cartório.

O SEMHOR JOSÉ ROCHA – O senhor tem conhecimento se ele tem algum parente que éfuncionário de cartório, ou que é escrivão?

O SENHOR RAUL MANEZES – Não senhor.

O SENHOR JOSÉ ROCHA – O senhor tem informações que ele tem uma irmã que é escrivãde cartório no interior do Estado?

O SENHOR RAUL MENEZES – Não deputado, eu não conheço a família de doutor Cassas.Conheço apenas o Dr. Cassas de maneira superficial, porque está no meio do futebol e conhecio filho dele que infelizmente faleceu que freqüentava o mesmo clube. Mas não conheço afamília dele.

O SENHOR JOSÉ ROCHA - O que o senhor atribui a situação em que se encontra hoje oMoto Clube e diversos clubes aqui do Maranhão, em estado de dificuldades financeiras? Osenhor que conhece bem essa questão de gerenciamento de futebol e que tem essa atividade.

O SENHOR RAUL MENEZES - Eu acho que essa crise financeira que passa o futebol não ésó do Maranhão. Nós vemos ai grandes clubes do Brasil também estarem passando pordificuldades muito sérias. Eu acho que a crise financeira no futebol do Maranhão, ela é muitopequena em relação aos centros maiores. Como eu lhe falei, grandes clubes do Brasil passampor dificuldades.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Mas nós temos aqui clubes que não estãodisputando campeonato, inclusive está no jornal, em função dessa crise, segundo as notícias dosjornais.

O SENHOR RAUL MENEZES - Senhor deputado, os clubes que não estão; nós temos dozeclubes participando de um campeonato maranhense. Quer dizer, eu acho que é uma coisasignificativa, porque um campeonato como do Rio de Janeiro que é um estado muito mais rico,também tem doze clubes disputando. Então, eu acho que não há somente 12 clubes disputando;existem muitos clubes do Maranhão disputando. Ficaram de fora ai talvez dois clubes porquestões financeiras, são clubes que geralmente são bancados por prefeituras do interior e porquestões políticas quando um prefeito assume quando não é do mesmo lado político do clubeanterior, deixam de bancar e esses clubes abandonam. Mas eu acho que o número departicipantes no Maranhão é significativo, principalmente comparando com o Rio de Janeiro.

O SENHOR JOSÉ ROCHA- Senhor Presidente estou satisfeito.

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O SENHOR PRESIDENTE - Eu passo a palavra para as suas perguntas, ao deputado SilvioTorres relator da Comissão. Com a palavra Vossa Excelência.

O SENHOR SILVIO TORRES - O deputado José Rocha fazia as perguntas sobre a federação: aiveio à minha idéia a seguinte pergunta: O senhor disse que corrigia várias documentações deatletas que procuravam pelo seu clube e também disse que o senhor Antônio Cassas de Lima erapublicamente conhecido como alguém envolvida nessa área de falsificação de documentos.Correto?

O SENHOR RAUL MENEZES - Correto. Falei.

O SENHOR SILVIO TORRES - O senhor acha que ele, nessa questão de falsificação dedocumentos, ele tinha alguém que o ajudasse na Federação Maranhense de Futebol?

O SENHOR RAUL MENEZES – Eu não posso afirmar isso. Eu diria o seguinte: o que eu faleia respeito do Dr. Cassas de Lima a respeito de falsificação de documentos, foi que ele respondea processo na polícia e que é voz corrente no futebol que ele participa. Inclusive há uma outrahistória que ele sempre arranja um preposto para assumir nessa condição. Já respondeu hávários processos na Justiça, se eu não me engano, até na Justiça Federal sobre isso. Mas eu nãotenho prova concreta; é o que se fala no futebol do Maranhão.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor, pelo fato dele ser vice- presidente dafederação, o senhor acha que ele se utiliza desse cargo para poder encaminhar documentosfalsificados?

O SENHOR RAUL MENEZES – Olha, como o senhor está me perguntando, eu vou lheresponder: eu acho que ele inclusive não deveria ser vice-presidente da federação. Eu não vejoqualificação moral para ser vice-presidente: é a mesma coisa que você colocar raposa paratomar conta das galinhas. Ele não deveria fazer parte da federação já que ele é um empresário eque está envolvido em várias questões de falsificação de documentos. Agora, se ele tem essecaráter, possivelmente ele se utiliza do cargo na federação para facilitar.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor acredita que o seu Raimundo Nonatoda Silva Pereira, mais conhecido como Mundico, que é diretor da Federação Maranhense deFutebol, ele tem algum envolvimento com essas questão de falsificação de documento?

O SENHOR RAUL MENEZES – Eu não posso fazer nenhuma afirmação. O Mundico ele édiretor de registro, todos os registros da federação, toda parte de transferência; tudo isso é dacompetência dele. Agora, eu vou à federação, porque é um dever de profissão, porque éobrigado a ir à federação nas reuniões, mas não freqüento fora das reuniões, não gosto do

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ambiente da federação, prefiro ambiente do campo. Mas não tenho nenhuma afirmação parafazer contra o Mundico.

O SENHOR SILVIO TORRES - Nas vezes que o senhor consertou a documentação, dosjogadores que chegaram com a documentação falsa, nunca foi citado o nome do senhorMundico?

O SENHOR RAUL MENEZES – Não. Nenhuma das vezes foi citado. O que existe com doisatletas, um estava com a idade de 22 anos como amador, estava com a idade de 20 anos comoamador e quando ele veio para profissionalizar eu já sabia de alguns indícios, conversei comele, ele realmente confessou que tinha 22 anos e ai eu já fiz o contrato dele profissional com22 anos e demos entrada na federação. Ele tinha um contrato na federação como amador com 20anos, quando na realidade ele tinha 22. Ai foi consertado no contrato profissional e foi dadoentrada já regularizado com 22 anos.

O SENHOR SILVIO TORRES - E nessa documentação constava um atestado médicocertamente entre os documentos?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - Bom, todo contrato assinado por um atletaprofissional, tem que ter a aquiescência, o exame médico, o médico tem que assinar, em todoseles vão.

O SENHOR SILVIO TORRES - O senhor se lembra se era o Dr. Cassas que assinava essesdocumentos?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - Não, porque o contrato que ele tinha eraamador. Quando nós fizemos o contrato para profissional não foi o Dr. cassas, foi o médico doMoto que assinou já o contrato normal, regularizado com a idade normal.

O SENHOR SILVIO TORRES - O senhor se lembra o nome dos jogadores que chegaram lácom documentação falsificada?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - São dois atletas, um deles ainda se encontra noMoto Clube, permanece conosco é o Toni.

O SENHOR SILVIO TORRES - E o outro?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - O outro já não se encontra em São Luís, foiretificada a documentação dele, ele é paulista e se encontra em São Paulo.

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O SENHOR SILVIO TORRES - O senhor sabe o nome dele? Poderia dizer o nome ?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - É Carlos Alberto.

O SENHOR SILVIO TORRES - Carlos Alberto está jogando em algum time de São Paulo?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - No momento não, ele está fazendo um períodode testes, mas a última notícia que eu tive é que ele não ficou nesse este da Portuguesa Santista,estava procurando clube em São Paulo.

O SENHOR SILVIO TORRES - O senhor teve contatos com o jogador Delson, posteriormentea sua ida lá para a Tunísia, o senhor teve algum contato com ele posteriormente?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - Tive um contato com o Delson, quando eleretornou aqui de férias, mas um contato bem superficial onde ele se queixava prá mim que nãoteria recebido o dinheiro que era devido por lei, onde ele se queixava, é uma coisa até pessoal,onde ele se queixava de ter levado uma "volta" do Braid, "volta" é quando o sujeito engana. Foisó esse contato, mas foi bastante superficial.

O SENHOR SILVIO TORRES - Quando foi isso? O senhor lembra?

O SENBOR RAUL MENEZES - Foi no período de férias, eu não posso precisar aqui, o períodode férias da Tunísia é diferente do período de férias do futebol brasileiro.

O SENHOR SILVIO TORRES - Foi em 99?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - Em 99 ele esteve aqui

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Foi 99, no final do ano mais ou menos?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - Com certeza.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E nesse contado, o Delson, no final do ano de 99ele já tinha sido vendido?.

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENESES - Em 99, realmente ele foi emprestado em 98 e 99,foi quando o Cassas de Lima foi a Tunísia para receber o dinheiro.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Foi mais especificamente em Outubro de 99, queele assinou o contrato, lá na venda do Delson, quando o Senhor falou para ele já tinha sidovendido?.

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENESES- Já, não posso lhe precisar realmente se ele játinha sido vendido, eu tive esse contato com ele e realmente foi um contato superficial e eu nãome recordo.

SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas ele reclamava o pagamento pela venda dopasse.

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - Ele reclamou.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Ele reclamava do não recebimento da suaquantia que ele tinha direito. O senhor sabe dizer quanto era?.

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - Não, mas o jogador, todo jogador profissionaltem direito por lei a 15% do valor que é vendido.

O SENHOR SILVIO TORRES - 15%? E ele não tinha recebido nada sobre esse valor?

O SENHOR RAUL MENEZES - Falou que não havia recebido nada.

O SENHOR SILVIO TORRES - O senhor poderia dizer também que quando o senhoracompanhou a negociação do empréstimo do Delson e mais a cessão do Junino se tinha sidoestipulado uma comissão para o senhor Braid Ribeiro?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - Havia sido estipulado, como eu lhe falei, o Braidfaz isso de maneira profissional. Agora, houve uma celeuma naquele momento pelo seguinte: opresidente do Moto retornou prá cá e eu fiquei prá receber o dinheiro e quando recebi o dinheiroo presidente do Moto me disse prá não pagar nada ao Braid, porque ele havia passado um faxfalso prá cá dizendo que era duzentos mil dólares o valor, na realidade era só cem mil, então eleachava que não deveria pagar o Braid, por isso eu fiquei até numa situação difícil lá no momentoporque o presidente dizia que não pagava e Braid achava que tinha direito.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Então o senhor Braid não recebeu nada datransação dos cem mil dólares, não recebeu nenhum tostão?

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O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - A não ser que tenha sido pago pelo presidente doMoto, da minha parte ele não recebeu, porque como eu disse, o dinheiro não era meu e eu nãopoderia dispor desse dinheiro, quem tinha a gerencia sobre o dinheiro era o presidente do Moto,ele não autorizou e eu não poderia pagar.

O SENHOR SILVIO TORRES – O Senhor conhece o Senhor Clovis Dias?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - Conheço somente de reuniões na Federaçãoquando ele vinha representar o Americano, nós tivemos um contato também muito leve, sócoisas de Conselho Arbitral, fora da Federação nunca o encontrei.

O SENHOR SILVIO TORRES - O Senhor o conhecia como empresário de futebol, dejogadores?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - É conhecido como empresário, é conhecidocomo uma pessoa que se envolve no futebol para aferir lucros, ele procura revelar jogadorespara vender.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Senhor conhece o senhor Vilmar, que tambémé tido como empresário, agente de jogadores ?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - Não conheço o senhor Wilmar, talvez o Senhoresteja se referindo ao senhor Valmir.

O SENHOR SILVIO TORRES - Valmir, exatamente, Senhor Valmir.

O SENHOR DEPOENTE SILVIO TORRES - Valmir eu conheço, é uma pessoa que vaisempre aos treinamentos, aos jogos e sempre me procura pra tentar colocar algum jogador queele conheça no time do Moto mas em todo esse tempo em que ele me procurou eu coloqueiapenas um jogador por um período curto e é uma pessoa que trabalha no futebol, é empresáriode futebol.

O SENHOR SILVIO TORRES – Ele é um empresário em quem o Senhor confiaria ou não?

O SENHOR DEPOENTE RAUL MENEZES - Senhor Deputado, empresário a gente estásempre com um pé atrás, empresário de futebol, eles procuram empregar um jogador, é claro, élógico que tem empresários honestos, mas existem muitos empresários que visam apenas odinheiro. Eu confio muito pouco em empresário e não tenho nada contra o senhor Valmir, nuncame causou nenhum dano.

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O SENHOR SILVIO TORRES - Muito obrigado, senhor Raul Menezes. Quero agradecer emnome da Comissão as informações e a presença do senhor Raul Menezes e dispensá-lo. Solicitarà Secretaria da Comissão que conduza a sala o senhor Estelmar da Silva Bastos, o senhorCarioca. Senhor Estelmar, logo após a leitura, o seu Termo de Compromisso, eu vou passar apalavra ao senhor para que o senhor preste algum esclarecimento inicial pelo tempo que osenhor julgar necessário, tempo de limite de até vinte minutos o senhor pode ou não fazer uso dapalavra e em seguida nós passamos aos deputados. Agradeço a presença do senhor aqui nareunião desta Comissão. Compromisso oral. Faço sob a palavra de honra a promessa de dizer averdade do que souber e me for perguntado. Senhor Estelmar da Silva Bastos. Tem a palavra V.Sia.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Senhores deputados, para mim foi umasurpresa estar envolvido assim nessa situação há onze anos. Então eu me senti durante essesonze anos eu me senti achincalhado, mal visto pagando uma pena realmente que eu não cometi.Isso que eu estou dizendo pára os senhores deputados eu disse para o delegado da PolíciaFederal, perante os agentes, inclusive alguns agentes da Polícia Federal foram jogadores meusna época e eu estava conversando com eles quando houve esse episódio, inclusive o causadordessa condenação minha, foi eu mesmo, porque eu na realidade não estava sabendo de nada.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Qual episódio que o senhor está se referindo?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Esse episódio do Joaquim com o Fernando,porque eu cheguei no gabinete do Cassas de Lima na época eu não era o presidente do clube euera funcionário do clube.

O SENHOR SILVIO TORRES - Joaquim e Fernando são jogadores do São Paulo?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - São jogadores dessa confusão toda minha,então eles jogavam comigo no Expressinho e na época eu estava no INSS porque houve umproblema lá eu treinando o time, pisei num buraco, eu querendo mostrar como era a jogada etorci o joelho e estava fazendo tratamento pelo INSS e ia no gabinete do Cassas, porque o Dr.Cassas é especialista em joelho e realmente ele nunca me cobrou nada pelo atendimento. Então,quando eu estive lá no gabinete do Dr. Cassas ele me disse que estava interessado pelosjogadores, que teve um empresário aí por nome Rubilota que realmente gostou do Joaquim edo Fernando. Eu disse que aquele problema não era eu, que eu até torcia que jogadores meusfossem pra Bélgica, eu nunca tinha mandado nenhum jogador pra Bélgica, nem para lugarnenhum. E esses jogadores foram eram o Fernando e o Joaquim e o Rubilota nessa épocavinha aqui ao Maranhão foi assistir e gostou dos dois jogadores. Então eu disse pra ele quequem liberava jogador era o presidente do clube. Na época desse episódio todo o presidente eraWilliam Beleza. Então eu falei que quem ia resolver era William Beleza que era o presidente, euapenas era empregado, treinador, torcia como treinador para ver o jogador lá fora, porque lá forajá tinham outros jogadores maranhenses e seria mais um ou mais dois que sairiam daqui. Passouuma semana, duas, quando eu voltei novamente no Cassas, encontrei Fernando e Joaquim parairem para a Polícia Federal para tirar o passaporte. E ele me perguntou: carioca, tu estás indo prá

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onde? Tú estás de Carros. Eu disse: Estou. Eu vou prá Kennedy e de lá vou até a Polícia Federal.Na época um ex-jogador meu tinha dito prá mim que eu ia ser convidado para ser treinador daPolícia Federal, porque o Jorge Luís, o ex-jogador que é até carioca esse rapaz era o treinador daPolícia Federal e parece que por um motivo qualquer tinha uma academia e não podia viajarcom o time pra Paulo e ia sair e o pessoal queria que eu fosse pra lá. Realmente eu ia prá lá. Aíeu disse para o Cassas que eu ia, e o Cassas disse: Carioca, então tu faz o seguinte, dá umacarona pra Joaquim e Fernando até porque são teus jogadores. Eu disse: Não tem problemanenhum, eu levo. Era só pra mim chegar na Polícia Federal e deixar o jogador lá, e ele tirava odocumento dele. Nessa época, nesse caso, estava o Joaquim, o Fernando e a mãe do Fernando.Ai eu levei até à polícia. Cheguei lá, entregue e já ia embora, mas ai o agente que era ex-jogador meu, conversando comigo e outros agentes que são jogadores de bola, amador,estavam conversando comigo, foi quando eu vi, o agente estava numa mesa parecida com essa,naquela máquina que é batido a mão: falou assim, Fernando, eu não estou entendendo o queestá acontecendo aqui: ou esse cidadão que preencheu esse formulário é analfabeto ou ele émédico. Foi isso que ele disse. Eu parei de conversar e fiquei olhando. É porque aqui o teunome é Fernando Gomes Pires. Ai ele falou; o nome da tua mãe é fulana de tal. E esse nomeaqui que eu não estou entendendo? Esse aqui é o nome do teu pai? É fulano de tal e tal, que eunão entendi. Mas na época eu tinha gravado na cabeça o nome do pai do Fernando porque eletinha assinado contrato amador comigo e quem tinha dado autorização para ele jogar foi opróprio pai. Ai eu fui e falei: olha eu vou dá uma chegada lá. Cheguei lá na sala que era bempertinho e disse: Olha, tem alguma coisa errada ai, porque o nome do pai do Fernando não éesse. Ai o agente que estava batendo o documento puxou a cadeira, botou as mãos para trás edisse: rapaz não me diz que é o que eu estou pensando: Eu disse, se você está pensando eu nãosei, mas que o nome do pai do Fernando está errado, está. Agora, houve alguma coisa: outrocaram esse registro, ou qualquer outra coisa. Ou trouxeram o nome de outro parecido, mascom certeza houve alguma coisa. Ele disse, Carioca tu tem certeza do que está falando? Eu dissetenho. Mas eu não sabia que ia causar esse fuzuê todo ai. Ai ele disse: me aguarda ai. Ai elefoi. Quando ele voltou, veio com o Superintendente da Polícia Federal, mais outro delegado, eum monte de agentes. Ai ele chegou, Carioca tú tem certeza do que está falando? Eu disse,tenho. Quem mandou você trazer esses garotos aqui. Quem mandou foi o doutor Cassas deLima que pediu para eu vim trazer eles aqui para tirar o passaporte. Ai ele disse: dá pra ti buscarCassas agora? Eu disse dá, mas é melhor telefonar para o doutor Cassas de Lima. Ai ele disse:não é melhor tu ir lá e manda o Dr. Cassas de Lima vir aqui. Eu disse, não eu vou ligar. Liguei ea atendente dele atendeu que é a Graça. Eu disse: Graça, eu quero falar com o doutor Cassas. Odelegado da Polícia Federal, eu não sei se ele está aqui, e não vai dizer que eu estou mentindo,porque foi verdade. Ele sentou perto de mim e disse: senta ai cara. Eu sentei, ele pegou otelefone, eu vi ele mexendo lá. Pra mim estava sendo gravado. Depois que eu fui entender queestava sendo gravado o que eu estava falando. Ai eu falei: Graça eu quero falar com o Dr.Cassas. Ela disse, ele está atendendo um paciente. Eu disse: eu espero. Não demorou muito veioo Dr. Cassas e disse: fala Carioca. Eu disse, doutor Cassas teve um problema aqui para o senhorresolver. Tem um documento aqui que trocaram o nome do pai de Fernando. Porque Fernandome disse que tiraram a segunda via e aonde tiraram a segunda via, trocaram o nome do pai dele.E eu escutei o policial falando para Fernando que o nome do pai dele era esse. Fernando disse:Não. O próprio Fernando disse que não era. E eu na época eu sabia o nome do pai de Fernando,eu disse: olha isso ai está errado. Porque o nome do pai de Fernando não é esse. Ai o doutorCassas disse: Mas aconteceu isso? Eu disse: aconteceu. E é para o senhor vim aqui. Ele medisse: rapaz eu já estou indo para ai. Daqui a quinze minutos eu estou ai. Ai deu 15 minutos,deu 20, deu 30,deu 50, deu 60, deu 70, 80, 90, 180, 190 e ele não apareceu. O delegado disse:olha Carioca vai embora, vai buscar o Dr. Cassas de Lima, eu falei: ele disse que vem, então euvou esperar. Então quando deu 7 e pouca da noite o delegado disse: Carioca eu sou obrigado a te

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dar voz de prisão. Se o delegado estiver aqui, que diga se eu estou mentindo. Eu não vou emboradelegado, até porque são jogadores meus pela primeira vez estou mandando pra fora, apesar denão ser o presidente do clube, mas sou o treinador dos jogadores. Eu tenho todo interesse agorade resolver esse problema aqui. Ai ele disse, Carioca vai embora, e o outro agente chegou edisse; Carioca vai buscar o doutor Cassas. Eu não vou. Tornei ligar. Graça cadê Cassas? Elafalou pra mim: Carioca ele já saiu daqui pra lá. Quando deu oito horas da noite chegou aimprensa. O delegado chegou com a imprensa e disse: Carioca eu sou obrigado te dar voz deprisão. Eu quero que o delegado diga que eu estou mentindo. Eu disse, o senhor vai me prender.Ele disse: Carioca eu vou te dar voz de prisão. Eu disse então o senhor vai me prender. Eledisse: então considere-se preso. Eu disse, então estou preso, mas não saí, fiquei esperandoCassas chegar. Só que o Dr. Cassas nunca foi lá, ele não apareceu. Ai no meu depoimento láeu disse que é isso que eu estou falando aqui para os senhores deputados, que eu disse que onome do Fernando estava errado. Eu gostaria que os deputados procurassem saber se eu estoumentindo, se não foi isso que eu disse, que o nome do Fernando estava errado. Quem descobriutudo isso ai foi eu. Mesmo sem saber de nada mas eu falei que estava errado. O delegadoperguntou se eu estava falando a verdade, se eu tinha certeza do que estava dizendo. Eu dissetenho certeza. E a mãe do Fernando estava lá, eu digo, olha está errado alguma coisa ai. Ospróprios jogadores disseram que estava errado, a mãe também disse que estava errado. Aiaconteceu que eu fui preso e quero dizer para os senhores deputados, para as pessoas que estãome assistindo ai que nessa confusão toda, o único que pagou caro fui eu. E eu sempre entregavaa Deus, porque eu sabia que um dia ia vim a tona e eu ia provar a minha inocência, porque eutenho o radialista aqui que foi o único que esse ano me deu a oportunidade de começar oprograma dele às três horas da tarde e acabou seis horas da noite. Foi o único que me deu aoportunidade de eu esclarecer, conversar com o público e as pessoas que estavam ouvindotelefonavam e eu sempre dizendo que se aparecesse alguma mãe, algum pai, algum tio, umaavó, um amigo, um parente e que um ex-jogador meu de futebol, até esses que estão lá fora,que dissessem que algum dia eu falei com eles, pelo menos para trocar a idade. E queaparecesse alguém do cartório que dissesse: olha, Carioca veio aqui tirar a identidade, qualquercoisa assim parecida de quem quer que seja. E eu disse também na Globo, se aparecesse, quetelefonasse lá para o programa de Geraldo Castro na Mirante, que desse o número do telefonee também que desse o endereço, porque se fosse comprovado eu iria à Secretária de Segurançaassinava um Termo de Responsabilidade, colocava uma corda na Praça Deodoro e iria medependurar. Se aparecesse, mas não apareceu. Apareceram pessoas me elogiando e com isso euvenho sofrendo senhores deputados, há 11 anos. Alguns amigos nossos, colegas nossos, quecobria lá o Expressinho, as vezes dizia que eu fazia gato. Eu nunca fiz isso e nunca mandeijogador pra fora. Não tem um clube no exterior que diga, eu dei tanto a Carioca. Não tem umempresário que diga, eu dei dólar a Carioca. Então, eu gostaria, eu até disse ao nobre deputadoaqui que ele disse que ele não foi me perguntar isso. Mas os deputados daqui do Maranhão,esses que me conhecem, que já viram eu no meu carro, eu não tenho vergonha de dizer. Eu nãotenho dinheiro nem para comer. Eu estou nesse time aos trancos e barrancos, pessoas meajudando. Até o seguimento do meu carro, eu passo, aqui na cidade eu não posso andar com ele,que é fumaça para tudo o quanto é lado. A conta da minha luz eu tive que ir na Cemar paradividir, que faça esse levantamento e atrasei também. Estou esperando começar o campeonatopara ver se eu ganho algum dinheiro. Então, deputados eu nunca ganhei dinheiro com isso.Agora, paguei caro porque fui condenado, passei um ano e dois meses por uma coisa que eunão fiz. Simplesmente eu fui condenado porque eu disse que o nome do pai de Fernandoestava errado? Eu fui condenado porque eu falei a verdade? Porque eu entreguei tudo, semquerer mas entreguei e não puxei nem uma virgula de lá pra trás, continuo dizendo em meudepoimento, em todas as rádios, e todos que me perguntam, aos amigos que são mais chegados amim e digo que eu nunca fiz isso. E de repente o único, deputado que foi condenado a um ano e

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dois meses e que está pobre sou eu, porque tem muitos empresários que agora através dejornais, eu estou vendo ai, é carro importado, é casa, é tudo, está entendendo, que tem ... ODeputado falou para mim que fez levantamento sobre a minha vida, aqui e no Rio de Janeiro, eeu nunca fui condenado , e eu nunca fui processado no Rio de Janeiro, morei 21 anos no Rio deJaneiro , tenho família no Rio de Janeiro, tenho filho no Rio de Janeiro , meus filhos tudo estãoligando, estão acompanhando na Globo, para mim e eu sempre fico dizendo: eu dou graças aDeus que essa situação agora vem à tona, vou mostrar a minha cara, que eu sou a mesma pessoa,que eles conheceram há 11 anos atrás, desde quando eu a iniciei, há 15 anos que eu estou dentrodo futebol , aqui, então eu não tenho esse envolvimento, estou pobre, agora, os caras nuncaforam presos Deputados, que já trocaram idade de garoto, nunca vi dizer que fulano de tal estána cadeia. Agora eu que simplesmente disse que o nome de Fernando estava errado e fuicondenado um ano e dois meses; simplesmente porque eu sou pobre; porque eu não tenhodinheiro. É o que eu entendo; essa pergunta eu faço pra mim mesmo, será que é só por que eusou pobre ? Eu sou humilde, é porque eu falei a verdade, é isso ? Eu sempre pedi a Deus queisso um dia viesse à tona; um dia eu ia provar a minha inocência para aqueles amigos meus que,que se diziam amigos, mas escreviam nos jornais deles que eu fiz gato, que eu fiz isso, que eufiz aquilo, estão vendo a prova agora. O Senhores Deputados estão vendo a minha vidapregressa aqui, tanto no Rio de Janeiro, quanto aqui no Maranhão apesar de eu não ser carioca,sou maranhense; fui jogador do Moto Clube aqui, Vitória do Mar, Nacional. Eu comecei aminha vida no futebol daqui e fui para o Rio, mas também não fui vendido. Não houve essatransação, o meu nome sempre foi esse que está aí. Então, eu quero dizer para os senhoresamigos da imprensa, que vocês que diziam que eu era isso, era aquilo e agora ? Agora a verdadeestá aqui; o que vão fazer comigo agora, tem que me limpar perante a opinião pública que amaioria dos amigos da imprensa me sujaram. E o jornal " O Imparcial" eu estou esperando umaoportunidade aqui, que me dê o direito de resposta. O jornal " O Imparcial " publicou porqueuma Escolinha que eu tenho, porque eu comecei botar uma Escolinha agora, preparei umfichário para os deputados irem lá ver o nome de pai, de mãe, nome, idade do filho, lá não temfalcatrua em idade de garoto e botaram que minha Escolinha era " Gato " simplesmente eu sofridurante dois meses que alguém ligar pra lá que eu ia fazer uma matrícula porque muitos paisleram o jornal e dizendo que minha Escolinha era " Gato" e nunca mais telefonaram pra lá,agora depois que Edivan Fonseca, também eu quero frisar aqui parabenizar Edivan Fonseca,pela oportunidade que ele me deu de dá uma entrevista no jornal dele , uma folha dizendo queeu, me deu oportunidade de falar , e o que foi feito não foi isso , que não foi eu que fiz, apenasdei uma carona , que eu não sei aonde foi o Cartório, eu não sei o Edivan Fonseca, me deu noJornal do Estado. Foi como melhorou senhor deputado, começaram novamente os pais dosalunos a ligarem pra fazer as matrículas dos garotos. Disseram tudo isso aí e eu sofri eu sendopobre, eu... o senhor não queira nem saber como eu levo esse tipo profissional. Cheguei deviagem ainda agora , fui no ônibus porque eu não posso ir no ônibus do Sampaio Correia, Moto,Maranhão tem mais condições do que eu, fui num ônibus velho mas cumpri meu compromissolá. Cheguei nove horas da manhã quase nove horas da manhã aqui , sabia que fui convocadopara depor aqui nove horas da manhã. Mas o ônibus veio pregando, pregando, pregando,como eu também entendo um pouco de mecânico, eu vinha ajudando o motorista a consertar ocarro. Mas cheguei aqui e telefonei dizendo que eu estava chegando, sem dinheiro, maspeguei um táxi e vim pra cá porque meu horário era nove horas. Portanto, agora eu fui o únicoque paguei , agora quero vê também aqueles que são envolvidos também pagarem da mesmamaneira que eu paguei. Então, é isso que eu quero ver. Eu quero ver também esses que estãocom a cara escondida dentro de um saco aí e agora bote a cara de fora e também sejam presosda maneira que eu fui tá? Só que eu fui preso injustamente, paguei pelo uma coisa que não fiz,e continuo deputado, se eu já não fazia há onze anos atrás , de lá pra cá depois que houve esseproblema todo comigo aí mesmo é que eu não faço. O garoto chegar lá, eu tenho uma idade

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mas eu posso, que idade é aqui? Eu digo : a idade é até dezoito anos. É mas eu posso arrumar.Eu digo olha garoto, aqui não, você bateu em porta fechada, aqui não. Eu não aceito SenhoresDeputados, porque eu já fui envolvido, eu não posso ter reincidência aqui, mesmo sendoinocente mas eu já fui condenado. Eu tenho uns amigos meus advogados que estão esperandoacontecer isso aqui, pra ver se eu vou me limpar na Justiça porque; puxa eu fui condenado poruma coisa que eu não fiz e aqui no Maranhão tantos jogadores que estão lá fora e agora eu nãoestou cagoetando ninguém, não dei nome de ninguém, mas Senhores Deputados tem uma listrade jogadores, tem jogador que até eu não conhecia que é artilheiro na Espanha, na França. Euestava perguntando para um cidadão que estava comigo lá, Raimundinho, que conhece jogador.Tem jogador do Moto Clube, que está lá ? Ele disse: rapaz , não. Me disseram que era um tal deLeuda, não sei quem é, vive lá fora é artilheiro e eu nem sabia. Agora os caras ganharamdinheiro com isso ; e eu que não ganhei nada, peguei foi cadeia Dr. Agora mostram suas caras,se tem pessoas que vão me processar se eu chegasse aqui e falasse, eu estou falando a verdade.Você pode pegar o meu depoimento que é a mesma coisa que eu estou falando. Podem pegar osjornais que é a mesma coisa que estou falando. A Mirante, é claro que ela grava, ela gravoutoda a minha entrevista de 3 horas até às 6: 30. Que é mesma coisa que estou falando. Então, eugostaria que os Senhores Deputados fizessem uma revisão e que me apresentasse outro casomeu que eu estou envolvido com jogadores, que eu mandei jogador, e que eu recebi; queapresente outro fato novo, não tenho deputado; eu não tenho envolvimento com empresárionenhum. Conheço muitos empresários de nome, agora, eu quero ver a metade dessesempresários na cadeia, porque eu paguei por eles, eles agora vão ter que pagar de verdade.Isso é o que eu tenho pra falar.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Obrigado Senhor Estelmar, pelas suascolocações iniciais. Passo a palavra para as suas perguntas ao Deputado Relator. Com apalavra o deputado Sílvio Torres. Tem a palavra V.Exa., Mais uma vez Senhores Deputados,pedindo em função da longa lista de depoentes, objetividade pra perguntar. Com a palavra odeputado Silvio Torres.

O SENHOR SILVIO TORRES - Senhor Estelmar, a primeira pergunta que eu queria fazer aosenhor, o senhor como disse foi o único condenado, não só o senhor naquele processo, houvemais condenações? Quem foram as outras pessoas condenadas no mesmo processo?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Joaquim e Fernando.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Os dois jogadores?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Os dois jogadores

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E na época exatamente vocês tiveram direito aadvogados.

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O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Tivemos.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E quem foi defender o senhor?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - O meu advogado que quebrou o meu galhofoi o mesmo do Fernando, porque eu não tinha dinheiro pra contratar e também não botaramadvogado pra mim, nenhum clube me deu advogado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas o processo aberto na época envolvia osenhor , os dois jogadores e mais o Dr. Cassas de Lima. O senhor tinha advogado?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Não tinha.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Os dois jogadores também não tinham?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Não tinham.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES - O Dr. Cassas de Lima tinha advogado?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Tinha advogado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E o senhor acredita que o senhor foicondenado assim como os outros dois jogadores , porque o senhor não tendo como o senhorfazer a sua defesa , enquanto o senhor Cassas foi absolvido porque teve advogado?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Senhor deputado , quando eu fui chamado naJustiça Federal , eu tinha que levar o testemunho, eu levei a testemunha que hoje é meucompadre , ele hoje é Diretor dos Correios , levei ele, foi a única pessoa que eu levei, que elesabia de tudo inclusive era ex-jogador meu jogava no Clube, de quarto zagueiro, seu nomeSerginho, hoje ele é instrutor dos Correios. Foi o único porque eu não tinha condições , maspelo depoimento meu lá eu disse na frente do Dr. Cassas o que eu estou dizendo para ossenhores aqui , eu disse na frente do senhor juiz lá o que eu estou dizendo pra os senhoresaqui , não sei porque o juiz me condenou ? Porque foi comprovado que eu não fiz nada, e eudizendo como é que foi feito e da maneira que foi feita aqui , da maneira que foi feito pra os

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senhores aqui. E o Fernando foi pra casa, deu depoimentos, as testemunhas assinaram, falaramque me conheciam, nunca viram eu fazer esse tipo de coisa e um belo dia eu estou na minhacasa e recebi, que eu não poderia ir na praia, que eu não poderia ir no bar, até porque eu nãosou de bar, eu não bebo, eu não fumo, não sou desse tipo de coisa, eu nunca fumei na minhavida nem quando eu jogava futebol, e que eu não poderia arrumar confusão, não poderiatambém, eu tinha que está na minha casa até antes das dez horas. Mas porque isso? Eu não fiznada, aí eu quis saber também qual foi a condenação de Fernando, Joaquim e doutor Cassas.Então doutor Cassas também foi condenado, está entendendo? E o Joaquim, que eu pergunteipro Cassas não , eu fui absolvido . Eu digo mas Cassas eu fui condenado? Só porque eudisse que o nome do pai do Fernando estava errado ?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor foi condenado ou o senhor não teveadvogado ?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Não, eu não tive advogado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Nenhum advogado da Justiça gratuita , porquetodo acusado tem direito a um advogado.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Teve um advogado que me apresentaram lá naJustiça, tinha até um defeito físico mas, só vi ele naquele dia lá só; não fui ao escritório dele, nãodisse nada que ia me defender; simplesmente apareceu lá porque a Justiça me deu um advogado.Ele tinha uma deficiência física na perna mas também não me lembro de onde veio esseadvogado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor o viu uma fez só.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Eu vi num dia só.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Só no dia que você prestou o seu depoimento?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Só, nunca mais eu vi ele.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor prestou um único depoimento em todoo processo?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA - Na Justiça Federal me parece que eu dei uma vez só ena Polícia Federal foram vários.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E o advogado não acompanhava o senhor?

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O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não, não. O advogado que foi de Fernando, mas nãoporque era meu advogado. Também queria dizer para o Senhor Deputado, que quando eu fuipreso; quando estava lá na polícia levaram pra eu fazer um exame de grafotécnico; eles pediramletras de quanto era jeito, nomes de quantos; por isso que é minha revolta SenhoresDeputados, porque eu escrevi o meu nome, não sei o quê, Brasil e várias coisas que estavam lápra mim escrever com letra maiúscula, minúscula de tudo quanto é jeito eu fiz minha letra. E derepente no formulário que estava lá, será que também não fizeram os que estavam lá e nãofizeram, fizeram comigo e eu ainda fui condenado; será que foi eu que preenchi àqueleformulário quando fui condenado?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas, quando foi feito a comparação foi dito quenão era confirmado porque não era a sua letra?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não era a minha letra. Eu tive o cuidado de perguntar. Euqueria saber se é eu. Olha, não bate, simplesmente disseram que não batia.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E os outros dois jogadores deram depoimentos afavor do senhor? O Fernando e ... falaram a favor do senhor, dizendo que o senhor não tinhanada com isso?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não, se eles deram eu não sei porque era diferente.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor não tem conhecimento se eles deram ?O senhor nunca teve a curiosidade de perguntar pra eles?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não, depois disso eu fui o treinador deles eu temia queele estava acabado , porque eu perguntei quem falou em favor e tal , nunca perguntei porqueeu não temia, você está entendendo? Sempre eu dizia rapaz só porque eu disse que o nome deFernando estava errado, e Fernando antes de viajar pra Bélgica eu disse rapaz : Fernando, eu fizerrado dizer que o nome do teu pai estava errado, eu fiz coisa errada? Não , o senhor fez certo,porque estava errado mesmo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O dr. Cassas de Lima deu depoimento a favordo senhor?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não sei também, deputado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Não sabe?

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O SENHOR ESTELMAR - Não sei porque quando eu ia dar o depoimento ia pra uma sala eeu ficava esperando. Aí entrava o Joaquim e ficava esperando, depois era assim, eu nunca fuiassim os três assim uma acareação, os três juntos nunca.

O SEDNHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor nunca leu o depoimento do Gilmar .O senhor nunca teve curiosidade, ninguém da sua família, nenhum amigo para saber a razãoporque o senhor foi condenado?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA - Não. Por incrível que pareça, eu nem fui à JustiçaFederal pegar aquela documentação e agora quando fui convocado; e que eu fui atrás de umadvogado meu amigo particular, Dr. Jomar Câmara, como é que eu fazia pra chegar até à JustiçaFederal para mim poder dar o meu depoimento. Eu tive oportunidade de ler um pedaço foi na "Folha de São Paulo" porque um cidadão de lá veio pegou o meu depoimento e levou.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O seu depoimento.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - O meu depoimento.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO SANTOS - O depoimento dos outros o senhor não leu ?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Não senhor, eu desconheço.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor se julga que foi condenadoinjustamente em benefício da absolvição do senhor Cassas de Lima?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Não. Isso aí eu não digo. Eu continuodizendo que fui condenado injustamente. Agora que o Dr. Cassas que fez, eu não foi dizer pravocês que foi o Dr. Cassas que fez; eu não vou dizer isso porque eu não tenho certeza, não vi; enunca vi o Dr. Cassas dizendo que ia mandar trocar idade de garoto. Nunca vi o Dr. Cassasdizendo também que ia adulterar idade, eu nunca vi ele dizendo negocio de documentação.Agora, que eu peguei Fernando lá no consultório dele e que me entregaram um envelope...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Quem entregou envelope ao senhor ?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - A funcionária do Dr. Cassas de Lima, pramim não, pra Fernando um envelope pardo que era pra entregar toda documentação ali. Agora,que foi o Dr. Cassas de Lima, dizer que ele fez eu não posso afirmar e não tenho certeza.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Eu queria perguntar ao senhor o seguinte: osenhor fez referencia as pessoas que estão aí que falsificam documento que estão soltos. Osenhor poderia dizer quem ?

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O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Eu nunca me referi. Estou me referindo aosfalsificadores porque...eu é que tenho que pagar porque até gora ele está com a cara na lata comoeu falei pro senhor, com a cara dentro do saco; tem que aparecer porque que foi falsificado foi,vários jogadores foram pegos aí, estão sendo descobertos. Então, o próprio jogador, doutor é omaior testemunho; ele vai dizer quem foi que falsificou o documento dele. Eu não vou dizer paraos senhores que tirei uma identidade que não tirei essa identidade.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor não conhece alguém que estáenvolvido?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Não.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES - Nem leu sobre isso?

O SENHOR DEPUTADO ESTELMAR DA SILVA BASTOS -Já, já li.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor está prestando testemunho ,evidentemente sabe as conseqüências disso.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Essa era a minha vontade de prestar umtestemunho e estou prestando agora. Eu soube através de jornal que está envolvido uma série deempresários aí. Ouvi no jornal aí: o Braide, o Serginho, eu vi no jornal o Rubilota, Dr. Cassas,tem jornal que está dizendo agora mesmo estava lendo ali.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Walmir?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - O Walmir eu já vi no jornal através de umaconfusão dele, no depoimento numa CPI que teve dentro da Federação; e seu Walmir estava lápra prestar depoimento, é o Walmir do Americano. Através do Araújo, foi o Araújo que deduroutudo isso aí, foi o Araújo que entregou tudo isso pra imprensa. O ex- diretor do Americano. OWalmir eu também vi o nome dele na relação.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor está dizendo que eles precisam pagar,são pessoas envolvidas.

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O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Se eles trocaram a idade, o jogador vai dizerque, eles vão pagar, porque eu também já paguei uma coisa que eu não fiz; eles vão pagar umacoisa que eles cometeram.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor falou também que tem um monte degente que ganhou dinheiro; que está ficando rico?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Que está ficando rico? É um monte deles aí.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TOREES - Um monte deles ?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Que estão vendendo jogadores aí por cem mildólares, duzentos mil, trezentos mil.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO SANTOS - Tinha gente comprando carros. Eu quero saberquem é a pessoa que comprou carro.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Quem eu vi de carro com carro aqui, quemtem carro comprado aqui, o Dr. Cassas, sempre teve carro; os jogadores compraram carro, isso énormal, o Braide tem carro e estava na Tunísia, ele pode compra e muitos que ele dizia ospróprios colegas dele de futebol ele fala assim: esses caras, esses empresários todos ricosporque estão com carro novo, casa nova, tem casa na Espanha, tem casa não sei pra onde mais.Eu realmente não posso dizer pro senhor quem é. Agora, o Braide eu já vi comprar carro, porqueele é empregado lá, ganha dólar, eu não sei. Estou me referindo aos caras que compram carros,compram casas através de venda de jogador de duzentos mil dólares, cem mil dólares. Essesoitocentos mil dólares que foi vendido aquele jogador...tem que trazer esse empresário pra saber,mas eu sei da história porque todo mundo sabe através de uma nota no jornal... Houve uma CPIlá na Federação e estas pessoas todas foram chamadas. E o presidente da CPI inclusive veioaqui na Casa. O Dr. Chicão foi Presidente...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Teve uma sindicância ?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Uma sindicância. E eu vi o Walmir, eu vivários chamados, Araújo, ele sabe melhor do que eu ...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Este depoimento, o senhor está falando aquicerca de meia hora; neste depoimento que o senhor prestou durante três horas e meia, o senhornão falou nome de ninguém, de empresários, de gente que falsifica documento ?

O SENHOR ESTELMAT DA SILVA BASTOS - Não, eu não.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor falou durante três horas e meia, nãocitou nenhum nome ?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Falei três horas tudo o que eles meperguntaram eu respondia .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O seu maior sonho é ser presidente doExpressinho ?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Eu fui funcionário e hoje sou Presidente,ninguém quer.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Expressinho além de disputar o campeonato,ele tem uma Escolinha ?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - A Escolinha foi fundada agora.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E como o senhor faz, o senhor tem recursospróprio para fazer isso ?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Eu comecei com essa Escolinha, comecei alino Jaracati, esse campo é da Prefeitura todo mundo joga, todos os garotos eu levavam para lá, osgarotos... nem gelo, tinha, nem água lá não tinha... e também a Escolinha eu não tinha nem ascamisas para colocar nos garotos se eu fosse colocar as camisas do Expressinho, eu não jogava,então eu comecei a vim de lá o tenente Wellington, que é o Presidente do Expressinho, que foiser diretor que é tenente do 24 BC, foi e disser assim: olha carioca eu vou arrumar, eu vou falarcom o Comandante Geral para você treinar a seleção do 24 BC que vai disputar as olimpíadas láem Fortaleza e em troca disso você aproveita o espaço e treina a sua Escolinha, eu fiquei 3 a 4meses sem alteração que nunca ganhou de ninguém, sempre foi desclassificada logo na primeirae dessa vez a seleção foi, eu não fui comandando e eles foram campeões. O Comandante metrouxe um presente, uma camisa lá do 24 BC e mais uma garrafa, que eu nem bebo me deu depresente.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Como é que a Escolinha é mantida?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - A Escolinha é mantida...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Com que dinheiro?

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O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - A Federação porque houve tambémrelacionado com um banco, o pessoal da imprensa já Federação Maranhense, quem me ajuda,continua me ajudando porque não é só ele que me ajuda, quem me ajuda continua me ajudandoé o Alberto Ferreira Presidente, isso aí é independente de Federação. Uma outra pessoa que meajuda na Casa aqui que me dá a maior força inclusive ela está doente, foi quem mandou fazer oscoletes para mim escolher foi a Deputada Marly Abdalla, ela sempre me ajudou.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Como é que o Presidente da Federação ajuda osenhor? Ele dá recursos, ele dá dinheiro?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não. Ele apenas pagava um aluguel junto comigo, porquequanto eu conseguia angariar dinheiro com as próprias matrículas... a primeira parcela foi ele quedeu, de lá para cá só eu estou pagando, com as mensalidades dos garotos e eu vou acertando lá.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E a Federação não dá?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não tem nenhum documento que diga lá que recebeurecurso da Federação. Agora, a Federação está brincando, a Federação ela tem os jornais, aFederação está patrocinando na verdade foi Alberto Ferreira, como o tenente Wellington meajuda, também como a Deputada Marly Abdalla.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E o Clube Expressinho é da mesma forma?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - E dá mesma forma o Clube Expressinho, ele sobreviveatravés de renda e esses patrocínios que é agora de nota na mão, e da própria Mirante nósvivemos disso. Nós não temos jogadores aqui que a gente traga lá de São Paulo, do Rio deJaneiro; todos os jogadores são fabricados aqui a tão prova é que o maior jogador que eu tenhodentro do Expressinho tem vinte e um ano; é dezesseis anos, é dezessete, quer dizer tudo tiradoda Escolinha. Eu estou pegando de seis a zero e nunca peguei de seis, seis a zero, peguei dequatro a um mas é garoto que tem futuro; não estou pesando em ser campeão nem nada; estouquerendo trabalhar os garotos e isso é mais um incentivo pra mães dos garotos que estão vendoos garotos saírem da Escolinha e botam mais seus filhos lá.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Muito obrigado, senhor Carioca.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Muito obrigado, deputado Silvio Torres. Nósvamos fazer um intervalo às 14 : 00 horas, de meia hora para o almoço e de qualquer modo aMesa da Assembléia colocou à disposição um lanche para os senhores deputados que podemem sistema de revezamento irem lá tomar uma água, fazer um lanche porque às 14:00 nós vamossuspender. E gostaria também de pedir à Assessoria da Comissão para ver se o lanche tambémpode ser extensivo aos depoentes, as testemunhas porque todas estão presentes, chegaramdentro do horário, um ou outro teve um atraso e nós não vamos poder liberá-los, porque se

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necessário a comissão pode promover uma acareação com mais de uma entre as testemunha;então, como elas não podem ser liberadas é preciso que se providencie um lanche para que elespossam permanecer entre nós. Passo a palavra ao Deputado Eduardo Campos, para as suasperguntas. Tem V. Exa. a palavra.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Seu carioca o senhor já pagou uma vez o quenos relata aqui pelo de fato de ter participado do seu depoimento de forma pontual de umatransação patrocinada pelo Cassas de Lima, e colocar os jogadores para Bélgica e portantoobrigava os jogadores a tirar passaporte e os documentos que apresentavam à Polícia Federaleram documentos frios e o senhor foi condenado e agora o senhor está depondo sob testemunhonuma Comissão Parlamentar de Inquérito; eu tive oportunidade de dizer ao senhor lá fora diantede alguns jornalistas quando o senhor se dirigia a este Plenário o único compromisso que osenhor tinha aqui era com a verdade, se o senhor quebrasse o compromisso com a verdade, nóspor um dever de ofício tínhamos que tomar providências que iam constranger o senhor pelasegunda vez a ter que enfrentar... então o senhor fique consciente que o senhor já começou acometer no meu entender, o senhor já começou a ferir a legislação dizendo isso aí. O senhordisse que não havia colocado jogador no futebol brasileiro na entrevista aqui do jornal o senhordisse que levou um jogador para o fluminense, aí o senhor diz que muita gente que ganhou,muita gente comprou carro, muita gente deve paga, devem tirar a cabeça do saco. O senhor achaque a gente saiu dos nossos afazeres para vir aqui no Maranhão, com todo o respeito ao futeboldo Maranhão, à história do Maranhão, com todo o respeito que merece qualquer testemunhasseja ele apenado, preso, qualquer que seja eu tive oportunidade de dizer isso ao senhor Zagallo,Técnico da Seleção Brasileira, então qualquer que seja o cidadão brasileiro que sente na cadeiracomo testemunha, seja como informante, como testemunha, como réu, merece o tratamento, orespeito como alguém que está preso lá na Penitenciária; então, nós queremos manter o respeitoa V. Senhoria durante todo tempo; agora, não tente faltar com o respeito com esta CPI, de estarnos dando meias respostas e não contribuindo com a apuração o senhor por favor sustente o queestá dizendo, o senhor não é nenhum garoto, o senhor vive no futebol de muito tempo, o senhorconhece disso e nós aqui que não viemos de futebol, que não militamos no futebol, nós sabemosque o senhor sabe de futebol, vive dentro de futebol, vive dentro de federação, vive emcampeonatos, vive nessas coisas o senhor vai dizer que não conhece os nomes? O senhor dê osnomes, que eu quero fazer a pergunta concreta ao senhor, o senhor tem a oportunidade e pelovisto o senhor está querendo botar fora essa oportunidade. O senhor dê os nomes de quem éempresário de futebol, porque o senhor Cassas de Lima disse está jogando fora a suaoportunidade. O senhor tem os nomes que é empresário de futebol porque o senhor Cassas deLima disse que o depoimento dele em Brasília está aqui diante da imprensa, diante de todos queo Expressinho era uma Escolinha e um time que o Presidente da Federação tinha escolhido eesses times na lógica que está aí servem para legalizar, não servem para ganhar campeonatos,servem para revelar valores para federalizar esses jogadores, e para exportar esses meninos; osenhor não venha dizer que não é assim, eu estive na Bélgica e vi muita gente jogar no meio darua levada do futebol maranhense inclusive por essa gente. Então, se o senhor quer usar bem aoportunidade, fale a verdade contribua para as investigações sob pena do senhor me constrangera ter que suspender essa reunião, solicitar ao Presidente e ao Relator para suspender para que agente possa peticionar na justiça; o que eu não quero peticionar . Eu quero que o senhor diga onome de quem está ganhado dinheiro mandando estes meninos, o senhor sabe.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Deputado,

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor vive no Expressinho, oExpressinho, como o Boa Vontade, são Clubes para federalizar essas crianças e esses pessoalganhar dinheiro e os grandes Clubes das grandes torcidas ficarem quebrados aí a depender deprojetos do Estado de nota na mão, como a gente sabe. Então, vamos falar a verdade para a gentenão perder tempo.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Deputado, posso responder? O senhor mefrisou aqui que tem uma matéria aqui no jornal que eu mandei jogador para o fluminense, naverdade; eu mandei, veio aqui o fluminense jogar se eu tenho o telefone dele eu fui apresentadoao Marcelo Fischer, através da pessoa que estava aqui. O Davi Figuer me levou, me apresentou aesposa dele; aí sentamos eu, Davi Figuer, o Parreira, o Parreira era o treinador e tinha outroconsiderado dele lá e ele... o Davi Figuer ? Eu falo Fischer, sempre falei Ficher, até no telefoneeu me lembrava sempre do Fischer.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor tem telefone dele?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Tenho telefone, vou lhe dizer como eu levei este garoto láe pode ligar para ele que é o celular dele, que ele vai lhe dizer como eu levei esse garoto. Entãologo de início ficou acertado aqui que ele ia me ajudar nas categorias de bairro, o Davi pai doMarcelo e me deu o telefone da residência dele, do escritório dele, me deu o telefone celulardele, me deu o telefone celular do Marcelo, filho dele que é a pessoa que comanda lá as divisõesde bairros . Ele disse: olha Carioca, eu vou embora e eu vou mandar meu filho vir aqui noMaranhão para olhar teus jogadores, olhar o time Expressinho, então eu pedi a ele que fizesseum convênio com o Expressinho para patrocinar o profissional e todos os jogadores que surgisseaqui, que despontasse seria do fluminense e ele disse assim: o Parreira ainda falou assim: éporque eu já tirei o Walber, porque o Walber é jogador, já foi jogador do Expressinho na época,o Walber foi para o Santa Cruz, Mogi Mirim, Corinthians jogava no juvenil, eu tenho as provas,os jornais que ele era garotinho, magrinho tinha mais ou menos 13 a 14 anos, jogou comigo foipara o Santa Cruz. O Santa Cruz quem levou ele? O próprio empresário de lá veio buscar eleaqui porque na época eu não era o presidente, eu era o treinador, quem levou ele para o SantaCruz chama-se Pereirinha que levou ele, Ramon, não tinha o Edilson tinha um Edilson lá noMaranhão... Pereirinha...com o Walber mas o Expressinho não vendeu, apenas liberou . O paido Walber deve estar escutando agora que é Cabo da Polícia Militar e disse: seu Carioca , nãová atrasar o meu filho; eu disse: não, eu vou pedir lá para o Presidente liberar ele aí que eleseram pobres e tudo então ele liberou para ir para o Santa Cruz, o Santa Cruz, senhor deputado,não tem um recibo do Expressinho que pagou, pelo menos naquela época eu era empregado, masque eu saiba eu não recebeu dinheiro nenhum do Expressinho, levou o Walber e o irmão delepreto são dois, o Walber e o irmão. E voltando a conversa, o assunto do Fluminense, o senhorDavi quando chegou lá no Rio de Janeiro eu liguei pra ele no celular, e ele disse: olha, Cariocame liga daqui a 10 minutos que eu estou no trânsito. Quando eu liguei, ele disse: olha ,Cariocame liga lá para o meu escritório que eu vou ver isso direitinho pra ver como é que eu possoajudar o Expressinho, que eu já estou sabendo que você é um cara pobre lutador, então ele seinteressou; quando eu liguei para o escritório, ele disse: Carioca, eu vou para uma reunião lá emLaranjeiras e eu estou indo para lá, o meu filho toma conta da divisão de bairros mas ele já estáautorizado a receber a tua ligação a cobrar, o senhor pode perguntar que ele vai lhe dizer, pramim ligar daqui do Maranhão a cobrar para o Marcelo eu liguei, e o Marcelo me disse: o pai já

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falou comigo; quantos jogadores tu tens? Eu disse: olha, eu tenho jogador que está aqui comigo éo Walber é o outro Walber não é esse Walber aqui . Ele disse: olha, cara eu não vou poder ir aíno Maranhão porque eu estou aqui montando um campeonato. Eu vou logo te dizer oFluminense não tem condição de fazer parceria com o Expressinho porque nós estamosprecisando de dinheiro, a situação está difícil, o time não está ganhado ninguém precisamosgastar, precisamos estabilizar. A única coisa que posso fazer por ti, veja bem o que eu estoudizendo pode gravar o que eu estou falando que Marcelo falou é você pegar um dos melhoresjogadores que tem aí e mandar para cá, aí eu disse: olha, mandar eu não vou mandar, mas sevocê mandar a passagem, teu pai disse que me dá a passagem do Rio de Janeiro, se ele me der apassagem eu levo o garoto lá. Você está entendendo? Aí ele falou para mim: eu vou te dar apassagem era de avião a princípio, depois ele disse que não tinha condições de dá de avião queera para mim ir de ônibus, aí eles não mandaram, aí ele me passou para falar com este tal de ÊnioFarias, eu tenho aqui até os telefones dele eu tenho aqui eu trouxe até a agenda para comprovar oÊnio simplesmente me disse: Carioca, não podemos te dar a passagem, tu compras a passagemaqui nós podemos te reembolsar Eu disse: rapaz, eu não tenho dinheiro, eu não tenho dinheiropara comprar esta passagem, resumindo viajei para o Rio de Janeiro consegui a passagem, otenente Wellington que hoje é o Presidente do Expressinho me comprou a passagem me deuduas passagens daqui até Goiás de Goiás eu fiquei na casa do pai dele que era de Goiás aí paraviajar no outro dia para o Rio de Janeiro aí o pai dele comprou a passagem no outro dia naRodoviária ainda tenho estas passagens até hoje lá em casa, eu sempre guardo tudo mesmo,cheguei lá entreguei o Walber e Fabinho dois garotos que eu levei, levei dois aí o Marcelo faloupara mim: eu não costumo fazer isso com ninguém cada um que traga e que pague a suadespesa . Não, estou respondendo a pergunta dele.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS – Veja bem essa questão o senhor respondeu.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Ele me perguntou, deputado sobre o Fluminense, eu estoufalando da maneira...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Um minuto, Carioca.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Eu não vendi jogador, o jogador está aqui ... o jogador nãoficou lá no Fluminense.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Tem certeza? O senhor falou durante estedepoimento está gravado, que nunca mexeu com jogador aí eu pego o jornal e faço a pergunta, osenhor assumi que mexeu com jogador levou o jogador até ... a pergunta fundamental que eu lhefiz é que o senhor respondeu ao Relator Geral desta Comissão com meias palavras de formaevasiva perdendo a oportunidade que o senhor disse que esperou durante 11 anos.

O SENHOR STELMAR BASTOS - E continuo esperando.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Eu quero dizer ao senhor que o senhor temagora a oportunidade objetivamente quem são os empresários que estão mandando jogadorespara fora? Daqui do Maranhão que o senhor conhece, muito bem e que estão ganhando dinheiro,e o senhor disse que não ganhou dinheiro; o senhor disse que não ganhou dinheiro.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Que tem um carro velho; e tem gentecomprando carro novo.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Isso os colegas meus falam.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor diga o que sabe, não minta e nemomita a verdade e deixe de arrodear.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Eu não estou arrodeando, deputado, até porque estão medando a oportunidade pra mim esclarecer aqui , eu vou me sujar?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Pois esclareça agora, fale agora os nomesdos camaradas que o senhor sabe que manda gente pra Tunísia; pra Bélgica, pra Espanha...

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Para Tunísia eu sei.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quem é ?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - É o Braide que leva.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMP0S - Mas é só o Braide que leva, sozinho ?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Que eu sei é o Braide Ribeiro que foi; que eu vi aconfusão do Jandir, Presidente do Moto com o Cassas de Lima dizendo que foi o Braide quelevou pro Dr. Cassas.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Não responda como não deve pra nãocomplicar; é mais sabido que esse conjunto de pessoas aqui que já sabe da estória; que já temsigilo bancário quebrado, que já recebeu quantas denúncia pelo telefone; que passou a noitetodinha até a madrugada recebendo gente aqui do Maranhão de forma escondida lá no hotel;

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então o senhor não vai nos enrolar. O senhor só sai daqui inteiro se falar a verdade; se o senhornão falar a verdade, o senhor vai ficar aqui a noite inteira.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não, deputado, se devo ficar, eu fico mas quero dizer prosenhor o seguinte: eu não tenho interesse...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Como é que na Federação se libera ojogador, Braide e o Cassas mandam pra Tunísia, como ele libera na Federação sem o Clubesaber, como tem vários jogadores do Moto Clube estão aqui as Atas como é que faz lá naFederação você que é amigo do Presidente da Federação?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Deputado, eu sou amigo do Presidente da Federação, masnão tenho acesso à Secretaria; nada de lá até eu quando vou apresentar um jogador, agora mesmofalta a liberação de um jogador do Moto Clube; eu tive que correr pra pegar ou então eles nãoiam liberar a ficha lá do jogador do Moto Clube. Tem uma porta que chega na entrada; olhadocumento tal, tal só amanhã está pronto e eu vou lá, pego a ficha pronta e levo; mas dizer queeu tenho acesso lá dentro, eu não tenho acesso deputado.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quem manda pra Bélgica os jogadores ?

O SENHOR DEPUTADO ESTELMAR BASTOS - Quem manda pra Bélgica, é Rubilota quemanda pra Bélgica; é o Dr. Cassas de Lima, que era amigo do Rubilota que fazia negócio comRubilota. Isso aí eu sei e todo mundo sabe o que eu estou dizendo aqui; eu não estou entregandoninguém.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - E o Serginho ?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - O Serginho é que leva o jogador pra Bélgica.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Manda pra onde?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Ele manda aqui para o Brasil todo, inclusive ele pegouum monte de jogadores meus em 96 que eu fui eliminado; fiquei três anos sem participar docampeonato e estou voltando agora.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Por quê ?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não participei porque não tive dinheiro pra manter umcompromisso contra o Caxiense. Eu não fui lá em Caxias e o time foi punido por isso.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMP0S - O Serginho é sócio do Preto, jogador doSantos no Clube Americano aqui de São Luís?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Ah, o Serginho agora no campeonato sub - dezesseteaonde eu participei, comigo... eu não falo com ele porque eu não gosto dele porque ele tiroujogadores meu lá e na época precisou e não tinha liberação porque os jogadores perderam ospasses, o time saiu desclassificado e punido pela Federação; agora ele levou e nunca me deu umcentavo se ele vendeu, se não vendeu agora, lá eu soube na Federação que o Serginho era donodo América de César ; que o Serginho era dono do América e tinha feito negócio com o Preto.Isso aí todo mundo sabe que eles tinham arrendado ...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Os dois ?

SENHOR ESTELMAR BASTOS - Os dois o Serginho e o Preto. Isso aí eu vi e todo mundosabe.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - o Serginho e o Preto são donos do América.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS- Eu perguntei para o dono do América se ele tinha vendido ;que é o César. Ele me disse que não, que deixou ele fazer o campeonato e entregou para elestomarem conta , mas que o América continua sendo dele.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Mas está cedido ao Preto em sociedade como Serginho.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não, está cedido ao Serginho. Agora, eu soube através deoutros colegas meus que : " não, aqui quem manda no time é Preto, que está com Serginho". Masnão que Serginho tenha dito pra mim que tem sociedade com Preto.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- O senhor conhece o Clovis Dias?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Conheço, eu não tenho intimidade apenas conheço oPresidente do Americano. Ele chega num dia e volta no outro.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Ele chega num dia e volta no outro paraonde? Ele chega de onde e vai para onde o senhor sabe?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Que eu saiba, ele parece-me que ele é dono do São João etem um time lá em Fortaleza.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor conhece um jogador AlíssonRobério Silva Oliveira, que jogou no Americano?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Alísson, não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor conhece Delcy, DomingosMarinho Rosa Junior?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Também não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Fábio Junior dos Santos?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não tem apelido ?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Do Americano.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Eu conheço o jogador pelo apelido pelo nome não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - João Soares da Mota Neto, do Americano?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Conheço o jogador que.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - José Kleber Arruda da Costa ,doAmericano?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Também não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Jucilan Rodrigues?

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O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Esse Jucilan é esse que deu a confusão aí, naEspanha esse eu sei porque deu a confusão.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Reginaldo Régis Benedito?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Reginaldo Régis, também não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - São dez jogadores?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não, mas tem a pessoa que conhece e está fazendo adocumentação dele que é o Araújo esta documentação do Americano é toda lá na casa do Araújoera e aí o Presidente Clóvis Dias, botou a ...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Esses jogadores foram transferido para forado Brasil?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Também não, sei dizer que é o Gil.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - A Federação Maranhense sem prestar contade um só centavo ao Banco Central, o Banco Central está aqui neste documento solicitando aCBF providências.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Quem tem os maiores documentos eu afirmo deputado é oAraújo que era a pessoa...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Ele vende jogador também?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Ele era o secretário do Clóvis Dias.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Valmir, vende jogador?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não, o Valmir eu não sei se vende; sei que ele éempresário, manda jogador, mas nunca levou um jogador meu e também nunca trouxe jogadorcomigo nunca se quer falou jogador eu nunca tive esse tipo de conversa com o Valmir até porqueeu o conhecia há pouco tempo.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quais são as outras pessoas que mexem comvenda fora esses que você falou do Serginho, do Valmir, Braide, Cassas, Rubilota vamos láquem mais?

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O SENHOR ESTELMAR BASTOS- Tem um...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- Raul Menezes vende jogador?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS- Raul Menezes, não sei quem é.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Não sabe ?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Raul Menezes. Eu conheço um Raul Presidente do Moto.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Menezes Diretor de Futebol do MotoClube.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Há o Menezes eu o conheço.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Ele vende jogador também ?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não, nunca vi, nunca ouvi falar que ele vende jogador,nem, eu sei que ele é diretor, mas empresário não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O Mundico vende jogador?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - O Mundico é o Secretaria da Federação, eu sei que elelegaliza jogador ele é que é o chefe da secretaria.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- Ele é Diretor de Futebol de Boa Vontade.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não, que ele vende eu não sei, agora que ele legalizajogadores eu sei.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O Emanuel?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - O Emanuel é o Presidente da Boa Vontade.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Também mexe, coopera com venda dejogador?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não, eu sei que ele é o Dono do Boa Vontade, agora queele vende jogador eu não sei. Eu só sei dizer que o Preta era jogador do Boa Vontade.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O Senhor conhece João Neres?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - João Neres.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Neres.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Deputado, eu conheço João Neres que é o JoãozinhoNeres, esse cidadão pode até ser que vá me complicar no que eu vou falar aqui. Mas essecidadão, eu estava dizendo há pouca horas lá dentro onde eu estava que eu nunca nem vi esserapaz levar jogador em time de Bairro ,dizer que ele é empresário de time de bairro , esseJoãozinho. Agora o irmão dele Paulo Henrique, ele mexe com jogador até porque ele que levajogadores, ele que levou esse Walber, esse ano levou Walber através do tenente Wellingtonque apresentou ele, levou ele para o São Paulo e levou com a idade de 81, que levou essegaroto por Fluminense com 81 quando chegou lá em São Paulo, ele ligou para o TenenteWellington que pro garoto ficar tinha que fazer 83 o garoto tá ? Isso aí deu um reboliço se osenhor quiser ligar agora pra casa da mãe dele que ela está super contrariada com esse cidadão.Olha eu estou fora dessa história eu e o tenente nós estamos fora, se a mãe dele quiser fazer issoé problema dela lá, porque nós, o Wellington já tinha 11 anos esse problema não é agora queeu vou fazer esse Paulo Henrique ele tem que ser chamado aqui porque ele tentou fazer com omesmo garoto, esse mesmo garoto que levou para o Fluminense não ficou no Fluminense. Se osenhor quiser eu trago o jogador aqui.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quando?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Esse ano agora, esse ano.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Como é que faz o documento?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Como é que faz o documento?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - É como é que o pessoal fala aí como se fazum documento, eu quero um documento de 83, 84.

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O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Aí, o senhor tem que trazer as pessoas eu não sei como éque faz.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Mas de ouvir falar como é, qual é ocartório, aonde é a gente sabe quem faz ?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Mas eu não sei qual é o cartório eu não seideputado agora, ele pode dizer quem foi.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quem é que pode ajudar?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - O Paulo Henrique.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O Paulo Henrique é quem faz documento?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não, ele troca a idade porque ele queria trocar a idade domeu garoto, ele não pode dizer que é mentira porque eu posso trazer o pai, mãe...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Fora ele, Cassas faz documento também,porque ele fez um documento...

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Documento meu aqui, que eu dei uma entrevista no jornale disse que eu fiquei surpreso, porque antigamente não acreditava mas agora...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Hoje à tarde a gente vai se especializar emdocumentos, então, quem pode nos ajudar em documentos o Paulo Henrique?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - O Paulo Henrique.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O Cassas também?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - O Cassas é porque eu estou envolvido com história dedocumento.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - É... quem mais entende de documentos quepode nos ajudar?

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O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Em documentos?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - É.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não de documentos não sei porque...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O que eu vi foi de empresário, eu querosaber de documentos.

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Não de documentos eu tenho este que estou lheesclarecendo aqui e estou lhe dando o nome...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Paulo Henrique, Cassas e quem mais? Podenos esclarecer os documentos o Mundico também né.?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - O Mundico é porque ele é Secretário, ele vai falar dedocumentos aí... O Senhor está entendendo, Presidente?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Estou satisfeito.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Eu tenho o telefone dele, de todos eles aqui eutrouxe para mostrar para vocês, trouxe do Marcelo, o pai do Marcelo disse que vai dizer que euestou mentindo se minha história é esta aqui.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Eu gostaria de pedir à Secretaria da CPI quepreparasse um Requerimento para a quebra do sigilo telefônico do doutor Cassas como tambémque entrasse em contato com a Secretaria da Assembléia para que nos fosse remetido nesteintervalo de 2 horas o Relatório e as ouvidas da CPI que houve aqui nesta Casa na AssembléiaLegislativa em 94, onde todos estes personagens foram ouvidos aqui na Assembléia Legislativado Maranhão há 6 anos atrás esses mesmos personagens já tinham prestados depoimentos poresse mesmo tipo de crime já se falava há 6 anos atrás aqui no Maranhão, isto não é uma histórianova.

O SENHOR PRESIDENTE - Muito obrigado, Deputado Eduardo Campos. Com a palavra oDeputado Jurandir Juarez tem V. Exa. a palavra.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIR JUAREZ - Meu caro Carioca, estou lhe chamando pelo onome de guerra né Estelmar ?As declarações que você agora ao Deputado Eduardo Campos, elassão da maior importância para trabalho que nós estamos fazendo , e eu gostaria que em breve

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praticamente você fez um depoimento completo ao companheiro Eduardo Campos, e eu gostariaque você usasse comigo também a mesma sinceridade que você usou com ele. O Senhor sereferiu ao Serginho, o senhor sabe o nome dele o seu Sérgio Alves da Silva, é isso?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Eu não tenho certeza, Serginho eu conheço,eu chamo de Serginho Cabeludo, porque ele tem um cabelo todo enroladinho... todos nós sempreconhecemos porque ele sempre se candidata aqui para vereador essas coisas.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIR JUAREZ - O senhor declarou que ele é um dosempresários que envia jogadores para a Bélgica.

OSENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Que é da Bélgica , eu falei aqui para odeputado que eu não sei, mas aqui dentro do Brasil ele coloca jogadores.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIR JUAREZ - Ele levou jogadores?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Se ele levou ou não levou eu não sei mas queeu soube que ele levou os jogadores até porque ele não podia reivindicar porque os jogadoresestavam tudo de passe livre porque o Expressinho foi eliminado da Federação durante 3 anosvoltou o ano passado simplesmente por ter no regulamento dizendo: o time que nãocomparecer no seu compromisso será eliminado e eu fui, como tem nesse mesmo regulamentoagora não tive dinheiro perdi aí eu não pude sanar meus compromissos.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor poderia dizer qual é o nome doClube que o Serginho é dono?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Que eu sei e todos nós sabemos é o América; América dasegunda divisão.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Daqui mesmo de São Luís?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Daqui de São Luís.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Ele é dono sozinho ou ele tem sociedadecom alguém ?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Ao que me consta ele não é o dono; ao que me consta éque ele está no comando. O dono do time chama-se César; e disse que deixou com ele, pra eletrabalhar com as categorias sub dezessete e quando tivesse dinheiro ajudaria com equipagem,estas coisa porque o time também disputa a segunda divisão. Agora, que ele é dono eu não sei.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O time do América tem falsificação dedocumentos ?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Também não porque ele pegou esse time agora este ano.Ele pegou esse time agora mas, ele já remete jogadores há longo tempo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor tem informação sobre falsificaçãode documentos?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Dele ?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Dele.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Não.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Da parte dele.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Informação eu não tenho, agora, eu sempredesconfiei, porque ele pega jogador e leva. E jogadores que estão não sei por onde. De repente ojogador está aqui, de repente não está mais, Serginho que levou aí some o jogador. Garoto quejogou comigo, Senhor Deputado; em 1.996 quando minha última partida foi com o time dodeputado Manoel Ribeiro, no Castelão à noite; foi a minha última participação. E, eu tinhaentrado com um Requerimento aqui porque lá na Federação eu não participava mais porque nãotinha dinheiro; aí, disseram : mas tem que jogar contra o Sampaio; eu peguei alguns garotos elevei 11 jogadores pra jogar contra o time do deputado Manoel Ribeiro; ele está aqui e podedizer se estou mentindo;11 jogadores que eu levei e de lá pra cá o time perdeu vínculo comtodos os jogadores porque ele foi eliminado e perdeu; e tem jogadores que ainda jogam e opessoal diz ah!, fulano de tal está no Juniores de não sei onde, é Junior que veio não sei de onde,foi fazer teste no Juniores, pra Junior quem tinha 18 anos não tem mais idade de juniores, vocêestá entendo? Eu sou desconfiado do que ele faz, agora que ele fez, que eu tenho certeza e vi, eununca vi. Agora o pessoal diz lá na porta da Federação ele faz, o pessoal diz.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Vamos estabelecer agora uma relação maisestreita, sobre o que foi dito; qual a relação do Serginho com o Preto?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS- A relação do Serginho com o Preto a princípio, eu soubeque na época e eu tenho certeza que foi ele que levou o Preto não para o Santos mas para outrotime; quem levou foi o Serginho, que eu saiba foi o Serginho, o que todo mundo sabe é isso.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - E qual a relação do Paulo Henrique, comSerginho ?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Deputado, Paulo Henrique, com Serginho, eu não sei arelação deles; a não ser que o Serginho leva o jogador e Paulo Henrique leva jogador, porque eleesteve lá, lá no 24 BC e o tenente do Exército não pode mentir porque tem o dinheiro dapassagem do Walber; e a diária do Walber lá em São Paulo porque o Paulo Henrique pediu aotenente Wellington e o tenente Wellington disse: ele vai levar a idade de 81 porque o Walber éde 1.981 não tem problema nenhum. Depois, ele disse que estava no Mogi Mirim, não estavamais no São Paulo. E para ficar no Mogi- Mirim pra disputar a Taça São Paulo tinha que fazerum documento com a certeira de identidade de 82, então manda o garoto vir, aí o garoto veioembora mas, quem deu a passagem foi o tenente Wellington, que deu a passagem pra vir embora.E esse Paulo Henrique chegou aqui em São Luís e desde quando ele levou esse garoto nãoapareceu mais, eu chamo ele de moleque, safado, pilantra porque ele queria me envolver, oExpressinho. Não trocamos a idade do garoto. O garoto está jogando no profissional com aidade de 81.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O Walber está aqui em São Luís?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Está, jogou comigo ontem, joga noExpressinho.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Esse Walber foi o jogador que o Paulo Rinksolicitou pra você alterar a idade dele?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Não, pra mim não. Solicitou dos pais dogaroto e para o tenente Wellington, comigo ele não fala.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Como é que o senhor soube disso?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Porque o tenente Wellington é Presidente doExpressinho e me disse: olha Carioca, o Paulo Rink quer fazer a maior sujeira, eu não vou fazerum negocio desse; quer trocar a idade de Walber. Poderia trazer o Walber aqui pra ver se euestou mentindo. Aí o pai dele disse que não ia aceitar, a mãe dele jamais ia aceitar. O Paulo Rinkchegou na casa do Walber, pra levar o Walber e mostrar o documento, esta eu estava presente,deputado. A mãe dele mostrou o registro e eu disse: olha, eu disse lá em São Paulo que tinhaque ser tudo original; eu disse: olha por que não leva logo o batistério dele, a identidade dele,leva logo tudo tem que ser tudo original, porque esse negócio de " Gato " está dando um montede problema; e de repente esse rapaz vai pra São Paulo, de lá ele diz que tem que fazer o "gato"então ele é pilantra pra mim, ele é safado.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Quem foi que fez... como é que rola ainformação; quem foi que fez o serviço pro Preto e pro Gil?

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O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Ah, deputado, o senhor tem que conversar agora com osque vão ser chamados: os dirigentes do Boa Vontade, e do Expressinho porque existe àquelarivalidade, isso aí eu não sei mas, que o Serginho está envolvido na situação do Preto, está.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JAUREZ - E, do Gil?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Do Gil eu não sei, porque o Gil eu vi jogando aqui noMoto Clube, porque na época era Presidente, do Moto o deputado da Casa, o deputado JoséRaimundo. Aí eu soube que o Gil foi para São Paulo fazer um teste, jogar no time que o ex-técnico do Moto mandou solicitar. Eu estou pensando que ele está em São Paulo, de repente essetal de Jucilan que eu não sei quem é, esse Jucilan está fazendo gol na Espanha; o Araújo me diziado Jucilan. E eu perguntava: rapaz quem é esse Jucilan? Tu não conheces ele não, de repente foiquando surgiu que ele era " Gato", dito pelo próprio Araújo ,chamou a imprensa, ligou lá deBacabal, chamou a imprensa dizendo que tinha uma bomba pra estourar no futebol doMaranhão; que Jucilan estava jogando com a identidade de um morto. Eu fui saber como osenhor está sabendo, eu não acompanhei, eu soube através de jornais, o próprio Araújo dando umdepoimento na televisão que o Jucilan havia morrido há muitos anos.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor conhece o Rosenilton TorresAraújo?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS - Rosenilton, eu não sei, se o senhor me perguntar onome de algum jogador meu na hora eu lhe digo, pelo apelido eu lhe digo todo, eu até escaloum time

O SENHOR JUARNDIL JUAREZ - O Preto tudo bem, o Preto está no Brasil. O Joseniltonque é de Rosário, ele...

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS- O Mael, porque tem um jogador que vaidepor e que estava comigo lá o Santos, está lá no quarto aonde eu estava na sala, e ele estavaaté preenchendo e eu preenchi também e ele até esqueceu a carteira de identidade dele, botouo CPF e tudo, esse joga no Moto esse é de Rosário, inclusive ele preencheu dizendo que é deRosário.

O SENHOR DEPUTADO JURADIL JUAREZ- O senhor sabe como é que usa o programaShopping Cidadão para tirar documentos e eventualmente falsificá-los nessa área deesportes?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS- Deputado, eu não sei, no ShoppingCidadão eu fui tirar a minha segunda via lá da minha identidade que foi roubada junto com aminha carteira uma série de coisas, de dentro do porta-luvas do carro, e eu fui lá tirei a minha

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foi rápido. Mas levei o número da outra, levei a certidão de ocorrência e aí tirei a minhacarteira, agora como eles tiram eu não sei .

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - E o Araújo, ele também falsificadocumentos?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS- O Araújo?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- O do Americano.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS- O Araújo fez foi entregar, ele sabia masnão tinha entregue, como Presidente do Americano e isso aí ei digo porque ele me falou etodo mundo sabe. E ele disse foi para mim pessoalmente que o Clóvis já tinha mandado eleembora a toa para colocar o Valmir no lugar dele, então por isso ele ia entregar e disse: tu vaiver na televisão, tu vai ver a bomba que vai estourar. Ele chamou uma repórter não sei dequal jornal, de qual rádio e falou no ar para todo mundo ouvir, depois eu vi ele na televisãodizendo: que o morto tinha jogado, e depois que eu fui saber que era Gil. O Gil eu conheçodo Moto, quantas vezes eu mandei marcar Gil assim, assim e assado, jogou contra mim váriasvezes. Agora como ele fez eu não sei, mas quem entregou foi Araújo, e Araújo, se chamadoaqui ele vai lhe dizer muito mais coisas que eu porque se o Americano está envolvido comesses negócios todos ele tem muitas coisas para explicar para os senhores através dedocumentos que o Clóvis Dias eu acho que não levou, e ele não entregou os documentos paraClóvis Dias.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- Eu estou satisfeito.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Muito obrigado deputado Jurandil Juarez. Nósainda estamos no terceiro depoimento senhores deputados, temos mais quinze pelo menos paraouvirmos na tarde já, noite de hoje, então vamos com objetividade, com a palavra o deputadoJosé Rocha. Tem V.Exa. a palavra.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Senhores deputados eu acho que o seu Estelmar daSilva, acho que tem muito a dizer a essa CPI. Ele tem muito a dizer além do que já tem ditoaqui. Como disse ao deputado Eduardo, ele tagirversou muito e não quis aqui dizer a verdadeque ele sabe dos acontecimentos em relação a falsificação de documento, e as transaçõesilícitas de empresários, intermediários, ele sabe muito. Portanto, eu solicitaria a V.Exa que nãoo liberasse após o depoimento, só após ouvirmos outras pessoas para havendo necessidadenós recorrermos a um novo depoimento. Mas eu perguntaria ao senhor Estelmar. Quando osenhor foi ao consultório do Dr. Cassas de Lima, o senhor foi para encontrar com os doisjogadores e levá-los a Polícia Federal, é isso?

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Eu tenho documento do INSS com todas as minhas ...

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Isso não interessa a essa CPI, interessa o que osenhor foi fazer lá?

O SENHOR ESTELMAR SILVA – eu fui para o tratamento do meu joelho.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O senhor tinha consulta marcada ?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Não, ele nunca me cobrou consulta, como ele não cobrade muita gente e quero deixar aqui bem claro, e em termos de jogadores de futebol, eu nuncaouvir dizer que ele cobrou consultas. Mas se você mandar bilhete e dizer: Dr. Cassas veja esseGaroto que quebrou o pé, qualquer coisa ou até uma senhora ele ver. Agora, eu nunca pagueiconsultas para o Dr. Casas de Lima, como eu e muitos.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- A CPI não quer saber se senhor pagou consulta ounão pagou, o que a CPI quer saber. Se o senhor tinha consulta marcada, se o senhor foi ao seuconsultório a título de que, se o senhor não tinha consulta marcada?

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Eu não tinha consulta marcada.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Foi a título de que?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Eu fui ver o meu joelho. Mas sabia que o Fernando e oJoaquim iria para Bélgica a mando de Rubilota e o Dr. Casas de Lima que estava vendo isso aípara ele.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O Fernando e o Joaquim eram um jogadores doExpressinho e o senhor era o que?

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Era o técnico, não era presidente na época. O presidente eraWillam Veneza na época.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor sabia que eles estavam lá no consultório ?.

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Foi coincidência apenas?.

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SENHOR ESTELMAR SILVA- Foi coincidência, e eu sabia que eles estavam tirando osdocumentos de segunda via porque eu tinha perdido, então eu sabia que eles estavam tirandosegunda via .

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Há informações que o senhor tinha ido lá a chamadodo dr. Cassas de Lima para levá-los à Policia Federal para regularizar documentos, o senhor nãoconfirma não?

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Eu chamar o Dr. Cassas de Lima? Não, isso aí nãoaconteceu. Jamais eu chamaria o Dr. Cassas para ir a Policia Federal se o interesse é dele.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Que o senhor teria ido ao consultório do Dr. Cassasde Lima a convite do Dr. Cassas de Lima para levá-los à Policia Federal?

O SENHOR ESTELAMAR SILVA- Não, ele nunca me convidou. Ele não me convidou.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ SANTOS - O senhor se prestou de fazer um favor de levá-losà Polícia Federal?.

O SENHOR ESTELAMAR DA SILVA BASTOS - Eu levei porque eu ia para lá mesmo, eu iapara a avenida Kennedy, o presidente do Clube tinha uma material de construção na avenidaKennedy bem próximo a Policia Federal, e ia para lá, e a outra coisa também eu me prestei alevar porque era jogador meu, eu tinha interesse, eu pensava que eles iriam despontar até meajudar, porque naquela época eu pensava que o negócio era sério na Bélgica e se esses doisforem é claro e evidente que apareceram mais jogadores vão e eles vão me dar uma ponta equando o presidente vender me dar algum cinco por cento, mil reais e vai me ajudar, porque naépoca eu era assalariado, o senhor está entendendo?, mas não que eu tenha sido chamado e queo Dr. Cassas, me chamou , ele não me chamou não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Mas o senhor não se limitou apenas em deixá-los naPolicia Federal, o senhor foi ao delegado e se apresentou com os jogadores para que fossemretirados os documentos.

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Não, eu fui lá na Policia Federal com o Joaquim e com oFernando, chegando lá eu deixei eles no balcão e o funcionário tirou de dentro do envelope,eles tiraram e entregaram e começou a bater na máquina a documentação deles, no caso era doFernando, só que o que estava escrito lá naquele formulário ele disse que iria refazer tudo denovo porque não estava entendendo o que estava escrito, ou era letra de médico, ou era letra deanalfabeto, porque ele não estava entendendo o que estava escrito.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor não sabe de quem era a letra?

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Não, não sei. Sinceramente eu não sei, e se eu soubesse nahora eu dizia lá. Eu tive que prestar exame para o fiscal saber se era minha a letra, o rapaz atédisse: rapaz, essa não é a tua letra? E eu prestei todos os exames, eu estava conversando com umAgente da Policia sobre futebol quando eu ouvi o agente falar numa mesinha igual essa daqui seo nome do pai de Fernando, era esse e eu ouvi o Fernando sacudindo a cabeça que não, queestava errado, a aí eu disse: o que é Fernando, que está acontecendo? Não, é o nome meu paiaí, tem alguma coisa errada. Assim mesmo que ele falou. E eu disse como é o nome do pai deFernando, senhor? Ele disse: Está errado. Tem alguma coisa errada. E ele estava escrevendo, elepegou a mesa prá lá que tinha umas rodinhas, igual essa daqui, puxou a cadeira para trás e disse:Carioca, vem cá. Aí eu fui. Tu tens certeza do que está falando? Eu disse: Eu tenho certeza. Tutens certeza do que tu estás falando, olha rapaz. Eu disse: Eu tenho certeza. Rapaz, isso é grave.Se é grave eu não sei, mas que o nome do pai dele não é esse não é. Quem mandou você trazeresses garotos aqui? Eu disse: rapaz, eles vinham para cá, eu peguei eles no consultório do doutorCassas de Lima. Quem me entregou esse envelope foi a funcionária dele, que entregou para oFernando e Joaquim que o dr. Cassas mandou.

O SENHOR JOSÉ ROCHA- Entregou ao senhor ou ao Fernando?

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Ao Fernando, eu estava lá na hora também. Aí a gente levou.Mas dizer que eu sabia, que fui convidado, isso aí é mentira, eu fui lá por acaso. Eu ia sempre àtarde, porque só funciona à tarde. De manhã ele está na Santa Casa operando, e de tarde é queele dá as consultas dele porque essas consultas dele são particulares. Esta clinica é particular,dele. Você está entendendo? Agora, quem falou fui eu que o documento estava errado. Por essemotivo que eu estou lhe falando estava escrito a caneta. Era para ser preenchido à máquina eestava a caneta, eu acho que era assim, e realmente ele não estava entendendo. Essesdocumentos Senhores Deputados devem estar não, está na Policia Federal.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Mas o que motivou não foi esse documento escrito àmão ?.

O SENHOR ESTELMAR SILVA – É que o nome do pai de Fernando estava errado.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Certamente foi o documento que ele apresentoucomo documento de identidade como registro, certidão de nascimento.

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA- A certidão de nascimento não tinha identidadenão. Foi a certidão de nascimento dele. De Fernando. O Joaquim não chegou nem que eu saibaele não chegou...

O SENHOR JOSÉ ROCHA - Que documento ele apresentou ao Expressinho quando jogador doExpressinho. Foi esse documento ou um outro documento?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA- O registro, Deputado eu ainda tenho a fichadele de amador ainda, eu continuo com essa ficha.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Esse mesmo registro que estava no momento sendoapresentado na Policia Federal ou um outro.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS – Outro, porque aquele estava erradodeputado, outro documento, porque aquele documento estava errado, o certo é aquele que ele seregistrou no Expressinho e que esse documento que é amador ele não vai para a CBF, ele ficana Federação Maranhense.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- E quem deu esse documento, esse registro denascimento a ele?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Para Fernando? Quem deu eu não sei quemdeu, esse documento foi lá do gabinete do Dr. Cassas para tirar. Agora quem tirou não sei, aíque eu estou lhe dizendo, mas que foi lá do Dr. Cassas de Lima, foi, agora quem tirou, eu nãosei. Então prova é que eu disse que estava errado e continuo dizendo e digo na cara dele queestava errado, e o cidadão, você deve saber quem foi o escrivão, a pessoa que estava fazendo, seele estiver aqui, que depois de tantos anos eu não me lembro a fisionomia dele , mas ele devefazer acareação, eu não sei se vão fazer, ele vai dizer a mesma história que estou lhe dizendoaqui, que ele perguntou se eu estava falando a verdade mais de três vezes Ele disse: Carioca, tutens certeza? Me espera que eu volto já, não sai daí. Eu disse: tudo bem. Ele foi, demorou,demorou e chegou ele, o delegado e um monte de gente lá, aí foi o que eu disse e continueidizendo. O delegado disse: O senhor confirma? Eu disse: Confirmo. O senhor confirmaFernando? Fernando: confirmo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ COSTA - Quantos casos anteriormente a esse V.Sia. temconhecimento de documentos adulterados?

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Antes desse caso não, nenhum deputado, até porque aqui noMaranhão não tinha essa história de "gato" começou essa história de Fernando para cá, se tinhaoutros casos antes desse eu não sei, mas a bomba estourou de Fernando para cá há onze anosatrás. Antes eu não sei, agora de 89, eu não sei se foi em 89 ou 88 essa confusão que eu não melembro, prá cá é que começou esse negócio de "gato", essa gataria todinha aí.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Quais são os clubes que o senhor conheceenvolvidos nessa questão de documento ?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - O Expressinho foi um.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Quais os outros?

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O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - O Expressinho, O Americano que acabou eagora está o Boa Vontade também. Dr. falando a verdade que eu saiba é só esse, é o meu, o BoaVontade e Americano, se tem outros confesso ao senhor que eu não sei. Que eu estou sabendodessa confusão todinha foi do Americano, do Expressinho e do Boa Vontade, esse é que estáem evidência, o Expressinho, o Boa Vontade e o Americano agora. O Americano também foisurpresa prá mim, agora e deputado me dá uma lista de dez jogadores e eu pensava que era só oGil, não o conheço, posso até conhece-lo por apelido.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Qual a atividade profissional do senhor?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Eu só trabalho como técnico de futebol,quando eu não estou no profissional eu estou nos interiores treinando seleções que os prefeitoscontratam e eu como muitos eu tinha comércio, acabei o comércio, eu queria até frisar para ossenhores e todo mundo sabe que em 1995 o cidadão se meteu para me ajudar um empresário aí,se meteu para me ajudar no Expressinho e trouxe dez jogadores de fora e botou no hotel e eutenho essas notas fiscais.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor tinha contrato assinado com o Expressinho?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Contrato assinado? Não. Quando eu eraempregado? Eu tenho agora que sou presidente do time, contrato assinado assim com oExpressinho não, eu nunca fiz contrato com o Expressinho. Eu acho que treinador nenhum faziaassim, agora....

O SEHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor trabalhava de graça?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - Não senhor, eu tinha o meu ordenado, eutinha carteira assinada, tinha não, eu tenho a carteira assinada.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor hoje é funcionário do Expressinho?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS- Hoje eu sou presidente do Conselhodeliberativo, o time parou e ninguém quer pegar, ninguém tem dinheiro para gastar que aquilolá é renda não dá nada e eu peguei o time prá...

SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor tem carteira assinada até hoje ?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS- A carteira eu tenho assinada até hoje que foi assinado peloLuís Pedro que era o Presidente e passou.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor recebeu de quando a quando noExpressinho?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS- Até essa época que eu era empregado.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Até quando?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS- Deputado, foi até 93.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- De noventa e três prá cá o senhor...

O SENHOR ESTELMAR BASTOS – Não, teve outros presidentes, mas eu não recebiadinheiro.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Até noventa e....

O SENHOR ESTELMAR BASTOS – 93, 94 não recebi nada, 95 eu peguei o time.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – De 95 prá cá o senhor não...

O SENHOR ESTELMAR DA SIALVA BASTOS – Não, aí comecei foi gastar o que eu tinha,foi que eu vendi a minha casa no Parque Universitário, vendi um comerciozinho pequeno parapagar justamente essa pressão que me deram dos jogadores que estavam no hotel, prenderam aroupa...... São Paulo, eu vendi comprei as passagens e tirei as xerox das passagens.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Qual a sua atividade profissional de 95 para cá?

O SENHOR ESTELMAR BASTOS- É só no futebol, quando eu não estou no profissional, euestou no amador.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Sua fonte de renda é do futebol?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA BASTOS - É do futebol. E até o ano passado eu vendiapão, eu vendia numa padaria que tinha, ganhava dois centavos..

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor ganha do Expressinho?

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Agora?

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Sim.

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Não, se eu tiver que ganhar agora é com a escolinha.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- A minha pergunta: Qual a sua atividade, o senhor semantém como financeiramente?, o senhor diz que é do futebol, como do futebol se o senhor nãorecebe do Expressinho recebe onde do futebol?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Eu não recebo do Expressinho.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor recebe de quem?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Agora atualmente é da escolinha que eu quero me manter ...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- De 95 para cá, o senhor diz que vive de futebol.

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Em 96 eu sair do futebol, fiquei três anos fora do futebol,todos sabem que eu fiquei fora do futebol, sair do profissional fiquei só no amador. No amadorque eu digo deputado ...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- A minha pergunta não é aonde o senhor ficou, aminha pergunta é a fonte de receita do senhor durante esse tempo?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Trabalhando, dando aula pelo interiores. Digamos; Pinheiro,Peri-Mirim eu tinha o meu ordenado como treinador. Pedreiras, outros interior, eu saia desse e iapara outro; eu ia me mantendo assim e vendendo pão, assando pão, aquele pão que o sujeito assana hora, acordo quatro horas da manhã assando pão para manter a minha família e minhamulher me ajudando, meus filhos me ajudando. Era assim que eu estava me mantendo atéagora.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ SANTOS- Qual a relação de parceria do senhor com o seuSerginho?

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O SENHOR ESTELMAR SILVA - Nenhuma doutor, nenhuma.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- E os jogadores que ele tirou do seu time para outros?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Ele realmente não tirou do meu time, ele pegou porque osjogadores não tinham passe preso, amador passe preso, porque o time foi afastado da Federaçãoe todo mundo perde o vinculo dos jogadores. Ele levou mas nunca disse assim, eu vendi umjogador para me dar um real. Eu não digo um real deputado, dez centavos.O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O time foi afastado da Federação, mas os jogadoresmantendo o vinculo com o senhor?

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Não, perde o vinculo. Para o senhor ver que eu perdi tudo,agora que eu estou começando a escolinha tudo de novo. Agora tenho, agora eles ficam presos,o senhor está entendendo, mas antigamente perdia o vinculo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Com que idade eles perderam o vinculo com oclube?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Era garoto só de dezessete; o mais novo era de dezesseteanos, tudo de dezenove ou dezoito anos. Eu perdi tudo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor não teve nenhuma participação financeira?

O SENHOR ESTELMAR SILVA – Não. Nunca.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Nesse jogadores que o Serginho comercializou?

O SENHOR ESTELMAR SILVA – Não. Nunca. Até hoje ele nem fala comigo. Eu já discutircom ele uma vez no estádio: eu disse: rapaz você não podia fazer um negócio desses aí; eudiscutir mesmo: tu nunca sequer treinou um jogador, tu nunca trabalhou em lugar nenhum. Eudisse para ele: tu nunca foi treinador, tu nunca treinou em lugar nenhum, tu nunca foi jogadorde futebol. Eu sim, fui jogador de futebol, mas você nunca foi; e de repente fica vendendojogadores. Isso eu disse para ele. Ele disse, prova, não sei o quê. Eu disse, eu não sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Qual relação de amizade que o senhor tem com oTenente Welinghton?

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O SENHOR ESTELMAR SILVA - É boa porque ele é meu diretor de futebol, é o presidente doclube e é o meu ex- jogador de futebol. Além de tenente ele é dentista, ele tem uma clínica.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Ele foi o seu diretor de futebol?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Não. Eu fui técnico de futebol dele, porque ele foi jogadordo Expressinho. Isso foi quando ele estava fazendo universidade. Agora ele se formou e fez aprova lá para 24ºBC, acho que mais de dez anos atrás para virar tenente: e agora eu pedir paraele ser presidente do clube, fiz um ata e...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor pediu para ele ser presidente?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Eu pedir para ele poder me ajudar, e ele está me ajudando .

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Ele é o presidente, e o senhor é o presidente doconselho?

O SENHOR ESTELMAR SILVA – É. Ele é o presidente e eu presidente do conselho.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- E ele ajuda com a passagem?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Ele ajuda.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Do bolso dele?

O SENHOR ESTELMAR SILVA – Do bolso dele.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Ele é um grande benemérito do futebol, doExpressinho. Ele ajuda só o Expressinho ou ajuda outros clubes?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Ajuda só o Expressinho. Se ele ajuda outros clubes eu nãosei .O Expressinho ele ajuda, e quando a gente precisa de qualquer coisa vai lá. Quando umgaroto está com problema no dente ele faz, ele ajuda lá, se é para tirar o dente ele tira. Ele nãofaz é dentadura, mas o negócio de obturar, tirar o dente, ele faz.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- E a folha do Expressinho quem que faz?

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O SENHOR ESTELMAR SILVA - O Expressinho ainda não tem folha de pagamentodeputado.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Não tem funcionário o Expressinho?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Funcionário no clube?

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Sim.

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Ainda não tem deputado, porque está começando agora,não tem funcionário no clube. O único funcionário do clube é eu que ajudo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- E os jogadores, não tem jogadores vinculados?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Tem jogadores de participação que são jogadores juvenisque eu falei para o senhor, agora que está saindo o primeiro contrato deles e está sendo feito nabase de um salário. Quando acabar o campeonato, acabou tudo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- A sede da escolinha fica aonde?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Fica no SIOGE, na Trizidela da Maioba.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Quem que custeia as despesas da escolinha?

O SENHOR ESTELMAR SILVA – As despesas da escolinha? Quem está custeando agora é aprópria escolinha que está tendo rendimento, já está começando a ter, e vai fazer dois meses queeu estou com ela. Mas quem pagou a primeira parcela da escolinha foi o Alberto. E quem estácusteando, ajudando é o Tenente Welinghton que ajuda lá, que está fazendo uma parceria agoracom uma firma, para ver se muda o nome da firma para poder ela ajudar nas equipagens, naschuteiras e nas bolas, nas passagens e na alimentação dos garotos.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Quantos jogadores do Expressinho o senhorcomercializou para o exterior?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Nenhum.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O senhor não levou um para São Paulo?

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O SENHOR ESTELMAR SILVA – Não. Eu não, quem levou foi o Paulo Henrique para fazerteste. Eu não, por mim ele não levava. São os mesmos jogadores que eu levei...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- E do Fluminense? Os dois que o senhor levou para oFluminense?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Está comigo todos dois.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Não ficaram no Fluminense?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Se o senhor quiser mandar um pessoa comigo eu trago umdeles para depor.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Não ficaram no Fluminense?

O SENHOR ESTELAMAR SILVA – Não, não ficaram no Fluminense. Ficaram só cinco diaslá. Não ficaram no Fluminense. O moço deu a passagem deles e ainda me deu a minha para euir embora.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- E quem negociou os jogadores do Expressinho? Osenhor Cassas de Lima negociou? Além do Serginho que fez...

O SENHOR ESTELAMAR SILVA - O Serginho que eu estou lhe dizendo ele pegou foi o timeque perdeu o titulo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - E o seu Cassas de Lima fez alguma negociação comos jogadores do Expressinho?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Se ele fez alguma negociação?

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Sim, vendeu algum jogador, impediu a venda dealgum jogador?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Na época foi o Fernando. E esse Fernando ele reside lá naBélgica ficou por lá. E na época foi o Dr. Cassas de Lima, com o Rubilota que vinha muitoaqui, mas como presidente do Expressinho que eu era, agora se vendeu ou deu eu não sei. Masquem assinou a liberação não foi eu .

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Além do Fernando quais outros jogadores?

O SENHOR ESTELAMR SILVA - Mais nenhum.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O Presidente da Federação intermediou em algumaliberação de jogador do Expressinho para outro clube?

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O SENHOR ESTELMAR SILVA - Que eu saiba não. Que ele intermediou para venderjogador?, não. O Presidente ele apenas ele quando se faz o contrato ele despacha, agora dizerque ele intermediou aí eu não sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- A ajuda dele para com o Expressinho? .

O SENHOR ESTELMAR SILVA- A ajuda dele é essa que eu estou lhe falando. Eu aluguei nonome do Expressinho lá, está tudo no nome do Expressinho no contrato, no cartório e tudo, maseu não tinha dinheiro para começar a escolinha e ele me deu a primeira parcela. A deputadaMarly Abdalla mandou fazer noventa coletes é quem me ajuda aqui da Casa os deputadosdaqui, ela está até em São Paulo está doente, porque eu sempre fui amigo dela e pedi essa ajudaa ela, e outra pessoa que me ajuda é o Tenente Wellington, ele é o Presidente do Clube, ele temcondição de ajudar, eu não tenho, mas ele tem, o Presidente particularmente também me ajuda,as vezes sempre que eu pedi ajuda ele me ajuda .

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Está bom, senhor Presidente. Obrigado. Não me dou porsatisfeito mas encerro.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Com a palavra Léo Alcântara .

O SENHOR DEPUTADO LÉO ALCÂNTARA- Serei bastante breve senhor Presidente, queroapenas tirar uma dúvida. Qual foi a reação do senhor na Polícia Federal quando foi verificado onome errado do pai do Fernando, o senhor ligou para o Dr. Cassas como foi, qual foi a reaçãodele?

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Na verdade eu custei falar com ele, eu passei parafuncionária dele que estava tendo problema no documento do Fernando e do Joaquim.

O SENHOR DEPUTADO LÉO ALCANTARA- O senhor disse a secretária?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Com a secretária dele que eu falei e ela disse: já ele falacontigo que ele está atendendo um paciente aí, espera, eu esperei. Aí o delegado disse que euesperasse e eu fiquei esperando. E aí o delegado disse que eu esperasse, que não tinhaproblema, prá mim desligar. Eu fiquei esperando. Ele disse: E aí C dr. Cassas, está tendo umproblema aqui, tocaram o nome do pai de Fernando, a pessoa que tirou a segunda via, que erapara tirar uma segunda via da certidão dele.

O SENHOR DEPUTADO LÉO ALCANTÂRA- E qual a reação dele?

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O SENHOR ESTELAMAR SILVA - Ele disse para mim que daqui a quinze minutos ele estavalá, eu estou chegando para resolver, E quando o senhor chegar para resolver esse abacaxi que euvou embora , quando o senhor chegar eu vou embora.

O SENHOR DEPUTADO LÉO ALCÂNTARA- E lá ele não apareceu e não atendeu nenhumachamada?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Não apareceu, foi anoitecendo, a imprensa chegou lá e elenão apareceu.

O SENHOR DEPUTADO LÉO ALCÂNTARA- O.k. senhor Presidente.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Não havendo mais nada.... o deputado SilvioTorres para as suas últimas questões com V.Exa a palavra.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Eu queria fazer só uma pergunta senhorpresidente ao Carioca. Agora há pouco o senhor estava respondendo ao deputado José Rochaque o Serginho tinha alguma coisa a ver com a questão do Preto qual é ?

O SENHOIR ESTELMAR SILVA - Com o Preto?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- É. Qual o envolvimento do Preto com oSerginho, de documentação?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - O que eu sei, e todo mundo sabe aqui dentro de São Luís e opróprio Presidente do Boa Vontade vai falar, é que o Serginho é que tinha levado o Preto issonuma faixa com mais de seis anos atrás é mais ou menos isso , cinco a seis anos que aconteceuisso que ele tirou ele daqui.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O Serginho quem levou o Preto para São Paulo?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Todo mundo sabe que foi o Serginho quem levou, porqueo cidadão que o Preto era da escolinha dele e ele deveria ser chamado aqui para esclarecer,eu não sei assim dizer o nome dele, eu sei aonde ele mora no Bairro de Fátima, o Preto treina naescolinha dele desde garotinho. Aí ele foi apresentar o time do Boa Vontade e levou os garotosdele e disse que estava precisando e levou o Preto no lugar dele e foi passando, passando e elefoi se destacando, aí quando o Serginho levou o garoto ...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Para aonde ele levou você sabe?

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O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA - Aí eu não sei, se chama ele aqui, ele diz, naépoca ele estava muito revoltado. Rapaz levaram o jogador e até agora não libera nenhumtostão, se vender eu também não vou ganhar nada por que eu não tenho documento assinado daescolinha dele, esse Preto não era nem do Boa Vontade, era da escolinha desse cidadão e quefoi candidato a vereador e que todo mundo do bairro de Fátima conhece, ele puxa da perna, énão sei o que Luís Curador um negócio assim, é o irmão de Luís Guerreiro que era o dono daescolinha.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - É o vitória do mar?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA - Não, no vitória eu não tenho conhecimentodisso não, eu tenho conhecimento do Preto no Boa Vontade.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Boa Vontade, ele foi para São Paulo, foiSerginho quem levou?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA - Que eu saiba foi Serginho quem levou.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Paulo Henrique teve alguma participação?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA - Eles eram muito amigos os dois.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Naquela época já era?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA - É, sempre foram amigos, Paulo ... sempreforam amigos, agora que foi Paulo Henrique não sei, mas que todo mundo fala que foi Serginho.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mais todo mundo quem? O senhor ouviu isso dealguém?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA - Todos dirigentes, treinadores se tiveremcoragem de vim aqui dizer.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Quem é a pessoa?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA – Qualquer treinador que trabalha com futebol...

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Qual é a pessoa que o senhor acha que sabe epode afirmar isso para nós?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA – Que possa afirmar o próprio treinador, opróprio irmão do Luís Guerreiro que é o dono, é que sabe melhor, é irmão do Luís Guerreiro queé candidato a vereador aqui na casa todo mundo devem conhecer ele e alguns deputados devemconhecer ele, o irmão dele tem até um apelido, mais no bairro de Fátima todo mundo sabe, todomundo conhece ele.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Ele era o treinador de quem, do Boa Vontade?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA – Do Preto, escolinha, aí pegaram ele e levarampara o Boa Vontade.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Acho que estamos fazendo uma confusão,vamos esclarecer, eu quero saber exatamente o seguinte: o senhor disse que o Serginho foi quemlevou o Preto para São Paulo?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA – Isso é o que todo mundo sabe.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Todo mundo sabe, o senhor sabe disso?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA – Eu não vi ele levar, mas tenho conhecimentoque ele levou.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Se ele levou, levou direto?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA – Não foi Paulo Henrique, não foi joãozinho...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor fala naquela época? O senhor ouviufalar de alguém chamado Peçânha?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA – Peçânha?, não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Peçânha, desculpe a palavra. A pessoa que osenhor disse que pode confirmar é o Baiar?

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O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA – Baiaco, pode chamar, esse aí sabe, porque ogaroto dele, da escolinha dele.

O SENHOR SILVIO TORRES – Seu Estelmar da Silva Barros, seu Carioca, muito obrigadopela sua presença, pelo seu depoimento.

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA – Deputado eu estou à disposição de vocês, eunão se esqueci de alguma coisa, ou respondi mal, mas o meu objetivo aqui na CPI é esclarecertudo, até porque as pessoas só visam... por isso que eu falei cara dentro do saco, na lata, porquesó quem apareceu a cara foi a minha e na verdade eu nunca fiz nada, nunca vendi jogador nempara time aqui da região, nunca vendi deputado, nunca ganhei um real. Agora, aí um deputadopensou que eu estava escondendo, na verdade isso aqui eu não considerei deputado o doFluminense que eu vendi porque não ficou, foi apenas fazer um teste cinco dias e voltou juntocomigo, e eu nem me lembrava essa estória de Fluminense e também pode aparecer também nojornal três jogadores que ia para o Palmeiras, a escolinha manda três jogadores para o Palmeirasmas eu não mandei ninguém, apenas saiu no jornal que o empresário ia levar.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E quem era o empresário?

O SENHOR ESTELMAR SILVA- Era o Russeau, ele nunca nem veio aqui, eu fui em umacompetição, eu quero deixar bem esclarecido talvez eu não seja mais chamado aqui. Eu fuinuma competição lá em São Paulo, eu fui para Taguaí no ano passado a Quarta Copa SulAmericana e eu participei da copa, chegando lá em São Paulo eu conheci também umempresário que é o Coordenador que inclusive está fazendo lá em Itapeva, ele disse: traga osdocumentos que eu fui convidado novamente para ir para lá, e lá eu me classifiquei onde estavao Vasco da Gama, estava o São Paulo, eu empatei com o São Paulo, eu empatei com oJuventus, ganhei do Grêmio e o time foi criando moral e era o único time que não tinha roupão,todos de roupão, todos bonitinho e o meu cada um com uma camisa diferente e a única coisa quenós tínhamos lá e que era da equipagem foi que nós compramos em 1,99 luva para todos osgarotos porque o frio estava demais, foi no mês de julho e eu andava cheio de pomada de cacau,porque eu morei muito tempo no Rio e a gente passa esse negócio no momento que estárachando, resumindo a estória , eu conheci ele lá o Russeau eu disse que eu tinha uns garotosmuito bons e que ele disse: rapaz traga esses garotos para cá. Mas só que eu não arrumei apassagem para levar os garotos, ele não me deu passagem para levar, eu tinha que levar com omeu dinheiro, as despesas todas com o meu dinheiro, aí eu não tive condições, eu não levei osgarotos, eu lhe apresento estão aqui em São Luís, eu não mandei. E quando começou essenegócio de “gato” eu digo agora está parado isso aqui, deixa esclarecer isso tudo porque eu fuicitado lá em Brasília, que eu fui processado, então eu tenho que esclarecer e tem que vir à tona.Muito Obrigado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Senhor Presidente, a última pergunta, que eucheguei agora no final; é uma dúvida que o pessoal gostaria de esclarecer, é o seguinte; o senhor

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conhece um funcionário da Federação chamado César? Esse é o funcionário que atende osenhor?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA- Não, quem me atende lá é o Mundico, o Césaré no departamento amador, me atende em época de campeonato, divisão de tabela, fazer tabelaele atende todos nós .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Certo. E quando o senhor precisa registrarjogador, é o Mundico que atende o senhor diretamente.

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA- Não. Quando eu preciso registrar jogador é oMundico, agora o César é quem sempre bateu os contratos do Expressinho, eu não sei bater àmáquina, ele sempre fez e quando eu cheguei no Expressinho ele já fazia contrato com os outrospresidentes, ele bate não só para o Expressinho, como para o Bacabal e o próprio SampaioCorreia, ele é funcionário do Sampaio Correia, ele é Secretário do Sampaio Correia, ele é quembate toda documentação do Sampaio Correia .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Ele não tem nenhuma relação com oExpressinho, além dessa questão de bater os contrato, ele não tem mais nada?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA- Não, não isso não tem. Não, ele fazia oscontratos para o Sampaio como ele fazia para mim. Ele é funcionário da Federação, se eletrabalha a tarde ele faz de manhã.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O depoimento está encerrado, o senhor aguardapara necessidade de reconvocação. Convocamos para prestar seu depoimento o senhor HeráclitoSantos. A Presidência em comum acordo com a relatoria, resolve não fazer intervalo para oalmoço, a partir das 14:00 horas cada deputado pode ir almoçar individualmente, em sistema derevezamento para que o trabalho da Comissão não seja interrompido. O senhor Heráclito Santos(lê). O senhor terá inicialmente o tempo de até 20 minutos para prestar informações,esclarecimentos ou expor as suas idéias sobre a razão da sua convocação para essa CPI, e emseguida nós passamos a palavra aos senhores deputados que farão as suas perguntas. Então, comaté 20 minutos passo a palavra ao senhor Heráclito Santos, tem a Vossa Senhoria a palavra.

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS – Nobre deputado, eu estou só pararesponder.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO– Perfeitamente, então nós vamos passar a palavraao Relator, esclarecendo aos senhores deputados que se dirijam a testemunha sempre como oSenhor ou Vossa Senhoria, e que a testemunha se dirija aos deputados também na qualificaçãode senhor, de preferência. Com a palavra o deputado Silvio Torres o Relator. Com a palavraVossa Excelência.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Seu nome é Heráclito Santos, mas conhecidocomo jogador Santos. Bom senhor Santos, o senhor está jogando futebol atualmente?

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O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Estou.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Em que clube o senhor estar?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Moto Clube.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Moto Clube. E que idade o senhor tem?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Vinte e um anos.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Há quanto tempo o senhor pratica futebolprofissional?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Desde os 14 anos, porque tinha uma Lei quenão poderia profissionalizar os jogadores a partir da idade, só quando chegasse a essa idade.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E como é que foi a sua carreira, o senhorcomeçou aqui mesmo em São Luís? Como é que foi? Você pode nos contar rapidinho como quefoi?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Posso. Eu comecei jogando no Seleção deRosário, aí teve um jogo aqui no Estado, me olharam jogando, gostaram do futebol.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O senhor pode falar em que ano, por favor, sópara nós termos uma idéia de tempo. Em que ano o senhor começou?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Olha, futebol desde pequeno. Agora, o anoeu não me recordo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Não, esse que você começou jogando lá emRosário, que você falou, era um time?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Seleção.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Seleção do Rosário. Em que ano foi a Seleção deRosário?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Quando eu tinha 15 anos.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Com 15 anos, então há 6 anos. Então, foi em 95.

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O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Aí teve um jogo aqui gostaram do futebol,me trouxeram para jogar aqui, eu me aprovei na equipe e fiquei, onde estou até hoje.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Em que Clube?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- No Moto Clube.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Desde 95? Foi o primeiro Clube, e até hoje foi oúnico Clube que você jogou?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Não, não eu joguei em outros Clubes, nãodeu certo, aí voltei e de novo estou no Moto ainda.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E onde foi que você foi tentar e não deu certo?Pode nos contar?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Na Tunísia.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Na Tunísia. E como é que foi a sua ida à Tunísia?Como é que isso foi organizado, titulado, como é que foi isso? Como é que foi tramado?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Tramado eu não sei como é que foi, só memandaram a passagem. Eu viajei com a esposa da pessoa que mandou me buscar. Cheguei lá fuipara o Júnior.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Desculpe interromper, eu queria pegar tudodesde o início, o senhor pode ficar tranqüilo que o senhor vai ter todo o tempo para responder.Nós vamos ter a oportunidade de você se explicar. Mas, todo mundo precisa entenderexatamente como foi. O senhor estava jogando no Moto Clube, aí alguém viu você jogar, quemé que te procurou, alguém te ofereceu a oportunidade de ir à Tunísia, foi isso?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- A Diretoria do Clube.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- A Diretoria do Moto Clube? E quem foi daDiretoria que falou com você?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Nesta época o Presidente do Clube, era osenhor Antônio Henrique.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O senhor Antônio Henrique que era o Presidentedo Clube, que chegou e disse que havia um Clube da Tunísia, que havia a possibilidade devocê jogar na Tunísia, se você aceitava?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Qualquer um jogador aceitaria, assim comoeu aceitei.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Sim. Ele perguntou para você, e você nessa épocatinha que idade?

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O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Foi em 98.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Em 98, há 3 anos o senhor tinha 19 anos. E aíentão você, nessa época quando foi você. Quem foi o empresário ou alguém que participoudessa sua ida?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Mandaram a passagem e eu fui com aesposa do senhor Braide.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Do senhor Braide?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- É do senhor Braide Ribeiro, inclusive ele éo preparador físico do time lá onde eu fui. Aí eu cheguei, fui para casa, conversei com meus paisque eu iria viajar; falaram que tudo bem. Aí eu vim para São Luís, viajei com a esposa dele,chegando lá, ele e o Presidente do Clube me receberam bem. Aí fui para a equipe de Juniores,porque eu ainda não tinha me profissionalizado, aí quando eu treinei na equipe de Júnior, treineibem, o clube profissional gostou de mim, aí falou para que eu ficasse na equipe de profissional,treinava de tarde na equipe profissional e a noite eu treinava no Juniores. Assinei o contrato enós ficamos no... espera aí como é que se diz. A transferência não tinha chegado lá, foi durante,passei um mês e quinze dias treinando lá, e eu falei para ele que eu não iria ficar naquele clubesomente treinando sem receber nada, porque eu não recebia nada lá; passei um mês e quinzedias treinando lá .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E o senhor já tinha assinado o contrato?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Eu já tinha assinado o contrato .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Que valor era o contrato?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Era oitocentos dólares que eu ia ganhar, noJuniores.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Ganhava oitocentos dólares, por mês?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Oitocentos dólares por mês .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E o contrato era por quanto tempo?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Um contrato de um ano.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Um ano. E nesse tempo o senhor já tinha o valordo passe estipulado?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Não senhor .

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O SENNOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Era apenas uma experiência. E, aí você entãocontinuava treinando ?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Continuo treinando, passei um mês e quinzedias treinando lá. E eu cheguei e falei para ele; e ele foi e falou para nós que a documentaçãonão tinha chegado ainda. Aí eu passei um mês e quinze dias, ele foi e falou se eu queria voltarpara o Brasil. Eu falei; eu acho que vou voltar, o que eu vou ficar fazendo aqui. E ele falou;olha, se tu quiser ir para Grécia, eu te mando para Grécia Eu falei; e a minha transferência? Issoaí eu resolvo. Aí eu peguei e liguei para Luís Carlos, que é tipo assim um empresário meu, queera o treinador da Seleção. Quando eu falei para ele que eu ia viajar, ele disse; não, o pessoal doMoto sabe de alguma coisa? Eu falei; não, não estão sabendo de nada. Ele disse; então não viaja.E os rapazes que estavam comigo lá diziam; rapaz não vai que talvez lá não vai dar certo, aquinão, se não der certo aqui. São três jogadores que jogavam comigo lá.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Quem era esse jogadores?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Nelson, Juninho e eu. Jogava nós três .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Foram todos na mesma época?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Não. Eles foram primeiro.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Não eles foram primeiro que você. Porque a tuadocumentação estava atrasada?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Eu não sei porque. Não estava atrasada, sónão mandaram a transferência para lá.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Mas, a transferência era questão da papelada dodocumento. Você tinha algum problema na documentação, na sua idade. A sua idade é a suaidade real? Você nunca teve nenhuma problema ? Porque ele te propôs a voltar, você não estavaagradando no time?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Não. Eu falei para ele que ia voltar, ele foie falou: tu volta se tu quiser, eu te mando para Grécia. Eu falei que ia para Grécia, então eu vou,eu já estava a fim de ir e qualquer jogador queria ir pára lá, eu peguei liguei para Luís Carlos: opessoal do Moto está sabendo disso? Ele disse: não, então não vai não. Não viaja, porque podenão da certo lá, e se não der certo, lá tu não tens ninguém conhecido e aqui não, estamos aqui equalquer coisa eu te mando de volta. Eu disse: está bom então. E chegou a época de Natal eupeguei vim embora com ele, eu falei que não iria, ele perguntou: Heráclito tu vai? Eu disse: não.Então tudo bem, e inclusive ele falou que tinha três jogadores que eu mandei para lá, eu sei onome de um, que é Alessandro e os outros dois eu não sei.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E os dois que estavam lá, o Juninho e o Delsonestavam se dando bem?

O SENHOR HERÁCLITO SANTOS- Estavam.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E era o Braide que cuidava dele? E você voltoupara o Moto Clube, e qual era o seu salário?

O SENHOR HERÁCLITO SANTOS- Se eu recebi um mês de salário foi muito.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Nem do Moto Clube?

O SENHOR HERÁCLITO SANTOS- Nem do Moto eu joguei quatro anos no Moto quandoLuís Henrique era presidente, e se eu recebi um mês de salário foi muito.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E depois você ficou no Moto Clube, e depoisvocê teve alguma outra oferta para mudar?

O SENHOR HERÁCLITO SANTOS- Para Tunísia.

O SENHOR DEPUTADO SILVIOTORES- Novamente? E quando foi?

O SENHOR HERÁCLITO SANTOS- Foi ano passado .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- 2000? No início do ano?

O SENHOR HERÁCLITO SANTOS- No final do ano já.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- No final do ano passado? Quem que fez aproposta para você ir lá para a Tunísia?

O SENHOR HERÁCLITO SANTOS- A diretoria Moto Clube que me comunicou que eu iriapara lá, não para ficar no clube, fazer um teste lá no clube, e se eu passasse ele ia assinar o meucontrato e inclusive, eu falei que era para o mesmo clube que eu tinha ido, e que o pessoal lá meconhecia e com certeza eu ia ter uma vaga no clube, e aí eu viajei para lá. Quando eu cheguei lá,eu sei que Braide não estava nesse clube mais, estava em outro clube, o Esperante Monastir.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Ele tinha saído já do Esperante Monastir?

O SENHOR HERÁCLITO SANTOS- E quando eu cheguei lá no clube treinei, ele gostou demim, tanto que o Braide não estava lá era outro, ele teve informações boas de mim, gostou demim e eu entrei no jogo no sábado, aí eu treinei na sexta-feira; a cidade que Braide estava eratipo assim umas duas horas de relógio de carro, e quando ele ficou sabendo que eu estava lá, elefoi lá e tipo assim ele tem muita moral lá.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORES- Ele tem muita força lá?

O SENHOR DEPUTADO HERÁCLITO SANTOS- Ele tem muita força, porque os jogadoresdele são jogadores bons, aí ele falou com o treinador, passou a informação que no dia seguinteeu ia jogar, eu disse que não ia ficar mais no clube de lá, peguei a passagem e retornei de volta evim embora.

O SENHOR DEPUTRADO SILVIO TORRES- E como foi que você tomou conhecimento quefalou mal de você? Quem que te passou essa informação?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Quem me passou essa informação foi... eunão entendo muito francês, mas dá para compreender um pouco, a pessoa falando devagar dápara compreender um pouco, porque da outra vez que fui, eu passei três meses lá, e as meninasfalava muito e dava para compreender, mas foi o diretor de futebol de lá.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E ele disse para você que o Braide tinha falado.O que ele falou mal de você? Sobre o quê?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Eu não sei, ele falou que queria me levarpara Grécia e eu não quis ir, e ele ficou chateado comigo. Eu falei isso não para prejudicar olado dele, mas ele entendeu que queria prejudicar ele, mas ele teve a oportunidade de meprejudicar e acabou me prejudicando .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Ele falou que você tinha algum problema? O queele disse?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Como eu já disse para o senhor, lá ele temmuita moral, se ele vai passando as informações para os jogadores, se quiser ficar basta falarcom ele lá, basta dizer que é um bom jogador, às vezes não sabe nem jogar bola, mas se dizerque é um bom jogador fica tranqüilo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E você não teve mais contato com ele? Vocêvoltou para lá, quando ia estrear, ele falou com o pessoal do Monastir e você foi dispensado.

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Não, mas antes disso ele falou comigo.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Quem? O Braid falou com você? O que ele faloupara você?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Ele falou que tubarão não acompanhasardinha. Sardinha não acompanha tubarão senão o tubarão come a sardinha. O que ele quisdizer? Como ele teve a oportunidade de me prejudicar, acabou me prejudicando.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O senhor tem idéia de quantos jogadores elelevou para Tunísia ou não?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Não, não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Esse prestígio todo dele lá é em função dosjogadores que ele levou, não é?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Além dos dois que você citou, além doAlessandro mais Nelson e o Juninho, você encontrou mais algum jogador aqui do Maranhãopor lá?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Encontrei o Leíldo, inclusive, ele está naFrança hoje.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- foi o Braide que levou?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Ele sempre dizia que foi ele quem levou,mas eu não sei se foi realmente.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E você quando, no seu relacionamento com osjogadores, também com o Braide, você sabia se havia alguma informação de que ele tinhaalguém aqui no Maranhão que fazia o papel de ponte para ele, alguém que o ajudava nestaquestão de jogadores?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Não. Isso aí não sei lhe informar não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Nunca foi mencionado nem o nome de umempresário?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO TORRES- Ele mesmo é empresário.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Sim. Mas, um outro que fique olheiro dele,assim?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Não. Eu conheci ele nesta época.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O Dr. Cassas de Lima, por acaso teve algumcontato com você nesse período com o Braide?

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O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Não, nunca.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O senhor nunca ouviu falar de uma relação deBraide com o Dr. Cassas de Lima?

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- A relação do Dr. Cassas de Lima com o Dr.Braide, já ouvi falar, mas normal como qualquer outra pessoa aqui em São Luís. Ele é umapessoa muito bem vista aqui, conversa com todo mundo. Ele é médico. Ele sempre tocava nonome dele. Fui várias vezes no consultório do Dr. Cassas fazer um tratamento lá. Mas, sobrejogador nunca ouvi falar não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Senhor presidente, estou satisfeito.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Eu quero agradecer em nome da Comissão apresença e o depoimento do senhor Heráclito Santos, e dizer que está encerrado o seudepoimento o senhor fica a disposição da Comissão. Muito obrigado.

O SENHOR DEPOENTE HERÁCLITO SANTOS- Posso me retirar?

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Pode. Solicitamos a Secretaria da Comissão, paraconduzir a sala da Comissão o seu Antônio Henrique de Morais Rego. O senhor AntônioHenrique de Morais Rego, é a quinta testemunha a ser ouvida, restando ainda mais de deztestemunhas para prestar depoimento. Eu solicito a Secretaria da Comissão se está pronto otermo com o compromisso oral do senhor Antônio Henrique. Se tem o termo de compromisso.Posso dar procedimento aos testemunhos, a testemunha tem até vinte minutos para as suascolocações iniciais, e se o senhor julgar que não seja necessário, passamos imediatamente asperguntas do senhores deputados. Eu solicitaria a Secretaria que fizesse tomada do compromissode todas as testemunhas que já estão presentes. Então, passo inicialmente a palavra para Vossasenhoria fazer inicialmente suas colocações iniciais, pelo tempo de até vinte minutos.

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE- Muito obrigado. Senhores deputados,senhores presentes. Eu em primeiro lugar gostaria de agradecer a oportunidade de fazer algunsesclarecimentos e prestar uns esclarecimentos a esta Comissão, até porque, particularmente, eujulgo que este trabalho que a Comissão está fazendo vem beneficiar não simplesmente oesporte, mas o povo brasileiro, não apenas maranhenses, porque esse trabalho favorece o paísinteiro, mas todos os brasileiros porque o esporte é uma crença, né? Uma crença do povobrasileiro. Então, isso com certeza vai beneficiar o povo brasileiro, a população brasileira. Maseu agradeço, porque eu estou tendo a oportunidade de conversar, de falar para vocês da CPI eme perece ser essa a primeira real oportunidade que tenho de falar algumas coisas do futebol doMaranhão, mas precisamente do Moto Clube de São Luís, Clube que eu dirigi. Queria dizer quequando rapaz, quando novo, fui atleta, fui atleta de quadra de todos os esportes de quadra, e fuiatleta de outros esportes como; xadrez, tênis de mesa. Então, a minha vida e as pessoas que meconhecem sabem, foi vivendo no esporte, na faculdade, etc. E sou Conselheiro do Moto Clubede São Luís desde 1975, quer dizer, vão lá 25 anos. Eu era rapaz quando fui Conselheiro doMoto Clube de São Luís. E sempre procurei por amor ao Clube, ajudá-lo da melhor maneirapossível e como eu pudesse ajudá-lo, nunca financeiramente porque não tenho recursosfinanceiros, sempre fui assalariado, mas de outras formas eu ajudei; representando o Moto naFederação, ajudando em uma coisa ou outra, assim como existem vários esportistas motense,bolivianos, e eu fiz isso durante 25 anos. Fui Diretor da Federação Maranhense de Futebol há

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anos atrás, ainda na época do Dr. Domingos Leal, e fui convidado para ser diretor de futeboltambém na Federação Maranhense de Futebol no início da década de 90, final da década de 80e início da década de 90, exatamente porque tinha um trabalho de futebol e a Federação era umcaos, e naquela época fui procurado por dirigentes; fiz uma reunião no Iate Clube de São Luís,Clube que eu era comodoro, e para apaziguar fui convidado e aceitei, e conseguir fazer umcampeonato. Passei uns dois anos como diretor do futebol, me afastei. Passei quase 10 anoslonge do futebol apenas torcendo pelo meu time. Em 1991, início de 1991 houve uma celeumamuita grande no Moto Clube de São Luís, essa celeuma era porque o então Presidente DeputadoJosé Raimundo Rodrigues, ele não queria mais ser presidente do Moto Clube de São Luís,exatamente porque o Moto Clube de São Luís tinha brigado com a Federação e ele não aceitavamais ser presidente do Moto, enquanto o Moto estivesse brigado com a Federação e ele nãoaceitava na época ter o seu Alberto como presidente da Federação, porque havia uma brigamuito grande. E, houve uma Assembléia, Assembléia Geral Ordinária do Moto Clube de SãoLuís. Eu quero dizer aos senhores, que tudo que eu falar está aqui encadernado e eu vou entregarà CPI. Toda a documentação está aqui encadernada e eu vou entregar para a CPI. ...algunsmotense tradicionais, inclusive eu, discordamos dele: até porque, não se pode conceber semdenegrir a imagem dos outros clubes, não se pode conceber no Maranhão, campeonatos outorneios, sem a participação do Moto, Maranhão e Sampaio Corrêa, principalmente; não se podeconceber isso. São os três grandes Clubes do Estado, que a falta de um deles causaria umprejuízo muito grande para o futebol local. Então, por conta dessas coisas todas nósdiscordamos, e ele não aceitou mais. Houve um impasse muito grande na assembléia; umimpasse, e existiam três pessoas que poderiam assumir o Moto Clube de São Luís. Em primeirolugar, seria o meu candidato, o então Deputado Sebastião Murad, meu amigo pessoal, o próprioJosé Raimundo Rodrigues e eu. Não que eu houvesse sido diretor, que eu tivesse feito a nível dediretoria, alguma coisa pelo Moto, mas pelo trabalho de bastidor que sempre tive ao longo de25 anos pelo Moto Clube de São Luís. Inclusive fui até vice-presidente do Moto Clube de SãoLuís na gestão do José Raimundo; sem a minha presença na assembléia me elegeram vice-presidente, eu fiquei honrado com aquilo mas nunca atuei como tal. Muito bem; convidei, sugerio nome do Deputado Sebastião Murad, ele não aceitou, sugeri o nome do Deputado JoséRaimundo, ele não aceitou e eu aceitei ser Presidente. Mas, quando aceitei ser Presidente eu fuimuito claro nessa assembléia em dizer que, o que eles poderiam ter do Presidente, era apenasuma pessoa abnegada que gostava do Moto Clube de São Luís. Eu não tinha nenhuma pessoaque pudesse dispor de qualquer que fosse o recurso financeiro, eu não tinha: o que eu tinha erapara dar à minha família, nada mais do que isto. Então, eu fui muito claro em dizer isso e quepara eu ser Presidente do Moto Clube de São Luís, eu me lembro inclusive deve está constadoem ata que o Deputado José Raimundo disse, não aceita porque precisa de R$ 30.000,00 milreais por mês, e você não tem. Eu disse: vocês me ajudando, eu não quero que o Moto pare. Euassumi o Moto Clube de São Luís, numa situação que eu achei depois, depois achei que foi aminha desgraça como Presidente do Moto Clube, porque o Conselho estava feito e a gente há deconvir, que quando você se candidata a um cargo de Presidente do Conselho, Diretor, você levao seu, porque na verdade é o seu Conselho que lhe elege, porque a assembléia elegeu oConselho, e o Conselho, o seu Diretor, Conselho Deliberativo elege o Conselho Diretor e oConselho estava feito: quer dizer, eu não tinha o meu Conselho, quer dizer: o meu Conselho nãoera um Conselho escolhido por mim, não era meu o Conselho. Essa foi a minha primeiradesgraça. Segunda desgraça: o Presidente do Conselho era Cassas de Lima, esse que vocês jásabem quem é, essa foi a minha segunda desgraça. Muito bem: assumi o Moto Clube de SãoLuís e para resumir, em um ano e meio de trabalho no Moto Clube de São Luís, eu tive dedoação um total de R$ 11.000,00 mil reais; em um ano e meio de trabalho, eu tive de doaçãoR$ 11.000,00 o resto tudo saía do meu bolso e vou explicar a todos os interessados, o bolso deSebastião Murad, que me emprestava o dinheiro e que o Moto tinha que devolver, dos recursos

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do jogo e do "Nota na Mão". Muito bem: Muito bem, houve também empréstimo que eu voucitar. Mas, a primeira desilusão que eu tive como Presidente do Moto Clube de São Luís, foiainda em janeiro: Eu assumir o Moto Clube de São Luís no dia 19 de janeiro de 1998. Foi aindaem janeiro quando eu convidei o Cassas: eu falei :Cassas você sempre foi do Moto, já foiDiretor do Moto, já foi Presidente, é Conselheiro há muitos anos do Moto, eu quero que você meajude num ponto. O que é? Eu disse: eu não quero pagar médico do Moto, você vai ser oresponsável pela área médica do Moto. Ele disse: com o maior prazer. Aquilo já me deu umasatisfação pessoal, que era menos um dinheiro que nós gastaríamos. E eu fui ao consultório deCassas de Lima conversar exatamente sobre isso, sobre o meu plano de trabalho, o que é que eupretendia, inclusive eu pretendia que ele conseguisse uma Clínica para levar os jogadores doMoto, não apenas no consultório dele, quer dizer: tinha mais recurso para tratar dos jogadores.Tudo isso eu conversei com ele. E o primeiro dissabor que eu tive no Moto, foi nessa minharelação por fora, quando ele me disse: Antônio Henrique, eu tenho um negócio para nósganharmos dinheiro. Eu digo: Qual é? Venda de jogador para o exterior. Eu fiquei... e disse:como Cassas? Ele disse: não, a gente filia o Moto, eu arranjo o jogador, a gente filia o Moto e oMoto vende, porque eu não posso ser dono de passe, pessoa física não é dono de passe, pessoajurídica não é dono de passe. Eu digo: eu converso sobre isso contigo depois. Eu não gostei daconversa e no outro dia eu fiz um expediente para a Federação, comunicando à Federação queeu a responsabilizaria, contra a Federação Maranhense de Futebol, como a CBF se qualquer quefosse a transação do Moto Clube de São Luís, não tivesse a minha assinatura e nesse expedienteeu coloquei quatro assinaturas minha, para eles saberem exatamente como era a minhaassinatura. Essa foi a primeira briga que eu tive com o Cassas de Lima, porque eu o desprezeineste momento. Dois dias depois houve um caso que nós tínhamos que jogar em uma seletivacom o Sampaio Correia e o Moto não tinha time e nós tivemos que fazer um time, aquelenegócio de arrumação rápida, porque o Moto não tinha plantel para enfrentar o Sampaio Correiaque é o nosso maior rival. E eu tive que fazer o time às pressas e teve um rapaz, o nome doDiretor do Moto na época era José Caetano Neto, chamado carinhosamente de Duquinha, ele eraDiretor do Moto e ele conseguiu um jogador chamado Zé Filho e esse jogador foi para a Clínicae você sabe que para fazer um contrato tem que haver a deliberação médica, o exame médicocom a liberação médica para o contrato profissional. E o Cassas negou, que era uma prática dele,negar um exame médico exatamente para usar o jogador em outro tipo de negócio. E oDuquinha, que sabia disso, disse: Antônio Henrique, ele levou lá para outro médico assinar oexame, porque ele assinou dizendo que o rapaz era doente e não é doente coisa nenhuma, elequer é o jogador para vender e eu mandei para outro médico, não me lembro quem providenciouisso e registramos o jogador em nome do Moto. Então, como não era doente, ele jogou peloMoto durante um período e jogou pelo Viana, foi um jogador do Viana na época, jogou peloPindaré e por aí vai. Quer dizer, não tinha nada o jogador, nunca ficou doente. Muito bem, essafoi a Segunda briga, nesse aí ele já não foi mais para o Moto, eu já não o quis mais como médicodo Moto Clube de São Luís, passamos a ter essa despesa. Muito bem, vamos esquecer um poucoesse ponto, vamos passar para a minha terceira desgraça, desculpem o termo, mas eu tenho queser bem. No final de março, não quero precisar a data, mas eu tenho aqui no documento, no finalde março eu recebi um telefonema dizendo que o José Caetano Neto, o Duquinha, às 5:30 datarde eu tenho uma impressão, eu vou ser um pouco rápido sobre isso, porque com certeza vocêsvão me argüir e a gente, eu vou passar rápido, depois a gente entra com mais detalhe. Eu recebium telefonema dizendo que o Kleber, que era o melhor jogador do Maranhão, o melhor jogadordo Moto estava sendo embarcado às 02:00 horas da manhã para a França. Eu digo: Duquinha,como é que você sabe disso? Presidente, aquele papo de telefone tal, eu tenho certeza, na mesmahora eu desliguei o telefone e liguei para o agente da Polícia Federal chamado Valber, eu tenhoaqui também o depoimento dele, eu não sei se os senhores têm mas eu tenho, trouxe e está aqui.Liguei para o Agente Valber, eu disse Valber, eu o conheço bastante porque o Valber é

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freqüentador do Iate Clube de São Luís, eu o conheço; eu disse: Valber eu quero que você mefaça um favor, está viajando às 02:00 horas da madrugada o jogador Kleber do Moto Clube deSão Luís, ele não está sendo autorizado por mim, eu não estou vendendo o jogador, portanto euquero que você barre a viagem. Ele disse: Antônio Henrique eu não posso fazer isso. Eu estoulhe pedindo ou então se ele chegar no Aeroporto me telefone que eu vou buscá-lo no Aeroporto,eu vou para lá. O agente entrou em contato com o Superintendente Lemos, na época Lemos,comunicou esse fato e disse: fique tranqüilo que eu vou ficar de prontidão porque o próprioValber era o Agente da Polícia Federal que estava de plantão no Aeroporto. Às 10:00 horas danoite eu passei, quando eu entrei na sala tinha um repórter chamado Deny Cabral, às 8:00 horasda noite no Programa do Deny Cabral ele deu essa notícia de que o Kleber estaria viajando. E eucheguei em casa por volta das 10:00 horas e recebi um telefonema de Raimundinho, que devedepor dizendo: Presidente, eu quero falar com o senhor. Pois não está falando. Presidente, euquero falar com o senhor sobre o Kleber. Eu disse: Você está falando. Ele disse: Presidente, elevai viajar e tal. Eu me fingi de... fiz que não sabia de nada. Não, o senhor não escutou no rádio etal, eu quero bater um papo com o senhor pessoalmente. Eu disse: tudo bem, a gente marca. NãoPresidente, é agora que eu quero conversar com o senhor porque ele vai viajar 02:00 horas. Eudigo: tudo bem, onde é que você quer conversar? Eu morava bem perto do local, aí, sugerir o AliBabá, um trailer de comida árabe, sugeri às 11:00 horas da noite lá. Quer dizer, daqui a umahora a gente se encontra no Ali Babá e na mesma hora eu liguei para o Valber. Valber, marqueicom o Raimundinho e com o Kleber, e eles estão indo para o Ali Babá e eu gostaria que vocêfosse para lá. Quando eu cheguei no Ali Babá para esperar o Raimundinho, ele e o Robson, ooutro agente já estavam lá sentados em uma mesa ao lado. Fica ali que nós estamos aqui do ladoescutando. Conversa com eles que eles não sabem que a gente é agente. Chegaram,Raimundinho, Kleber e as duas irmãs de Kleber, sentaram aí começamos, vem cá Kleber, quenegócio é esse? Você esteve comigo há duas ou três horas atrás; por volta das quatro horas datarde você esteve comigo, você não me falou nada disso. E ele: Dr. Cassas e tudo e tal,Raimundinho. Passaram uma hora me falando era que o Kleber ia para a França. Depois queeles passaram uma hora falando, eu levantei, chamei Valber, pois bem, o problema agora é devocês. Passaram mais uma hora de relógio contando as histórias para o Walber. Me arrependode uma coisa; que por sinal não está no relatório do Walber, mas me arrependo quando fiqueisabendo que era Cassas, porque eu fiquei sabendo que era Cassas que estava mandando lá notrailer, porque o Duquinha não me disse. Fiquei sabendo que era Cassas, por Walber que disse:na hora que eu pegá-lo eu o prendo, porque eu já não estou mais aqui Antônio Henrique, porsolicitação pessoal, por amizade sua, eu já estou aqui como policial e o Cassas está com oPassaporte na mão. Isso declaração de Raimundinho, do Kleber e de suas duas irmãs, estavacom o Cassas, e na hora que eu chegar no Aeroporto eu vou prendê-lo e eu pediencarecidamente que não o prendesse, foi o meu mal , porque eu deveria dizer prende, e eu nãoestava passando por isso hoje e eu pedi que não fizesse isso. Tudo bem, a partir daí criei doisgrandes inimigos, a bem da verdade e vocês já sabem Cassas de Lima e Alberto Ferreira, porqueeu impedi que Cassas de Lima ganhasse parece-me que eram 200 mil dólares, que era o valor,ou era 100 mil dólares, não sei quanto é que ele ganharia pelo valor da saída de Kleber. NoSábado, isso foi em uma Sexta-feira, no Sábado ele liga para o Moto Clube para falar com oDuquinha pedindo pepeú. rapaz, eu estou te telefonando para pedi o pepeú, não deixa AntônioHenrique fazer o que ele está fazendo comigo; porque eu denunciei logo, abri o verbo e euestava escutando no telefone, na extensão. O Duquinha é prova disso. Quando ele terminou defalar para o Duquinha eu disse: você é um moleque safado. Ele bateu o telefone, quando ele viuque era eu ele bateu o telefone porque eu ia dizer umas verdades para ele. Tudo bem, Segunda-feira 07:30 da manhã eu recebo um telefonema do Superintendente da Polícia Federal, SidneyLemos, Antônio Henrique, você está indo para onde? Eu disse: eu estou indo trabalhar. Eledisse: dá para você vir aqui conversar comigo? Eu disse: com o maior prazer, peguei o carro e

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fui para a Polícia Federal. Me mostrou o que está aqui, que eu vou entregar para os senhores orelatório do Walber que eu não sei se os senhores têm conhecimento, me mostrou o relatório doWalber. Ele disse: Antônio Henrique, está peça aqui é suficiente para nós abrirmos um Inquéritoneste caso, mas você está sendo citado porque você foi quem acionou a Polícia Federal. Vocêquer parar por aqui? Eu digo, não. O que é que eu posso fazer para resolver esse problema? Eudisse: denuncie. Ele disse: tá bom. Eu fui embora e fui à Procuradoria Geral da República e fiz adenúncia que também está aqui a denúncia e foi aberto o Inquérito, não pelo relatório, poderiater sido pelo relatório, não como o relatório mas pela minha denúncia. Ma, quero dizer que nesseperíodo, eu vi muita coisa, conversei muita coisa na Polícia Federal sobre processo anterior delede venda etc, etc, etc... Muito bem, isso foi um escândalo nacional, eu tenho aqui os jornais daépoca do Estado do Maranhão, tenho jornais do Brasil, Jornal Folha de São Paulo. Isso aqui foium escândalo na época, por quê? Porque não existe, não sei qual é a exceção, se é que há,nenhum Ex- Presidente do Moto Clube de São Luís, nenhum, se tiver exceção eu peço desculpa,que não tenha brigado com o senhor Cassas de Lima, por esses motivos, o meu defeito foi queeu fui o único que o denunciou na polícia, além de ter brigado denunciei. O seu SebastiãoMurad, por exemplo, não tenho autorização dele para falar, tem por exemplo processos, teve queir à Bélgica pegar quatro jogadores que o senhor Cassas tirou do Moto Clube de São Luísusando o nome do Presidente, assinando como se Presidente fosse, para mandar para a Bélgica.Sebastião Murad teve que ir lá buscar os jogadores de volta. E por aí vai, não conheço nenhum.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - O senhor lembra o nome desses jogadores?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, faz tempo.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Se era de maior ou de menor idade?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, não tenho essa certeza, mas me parece que oKleiton era um deles, mas não sei a idade deles, isso faz mais de dez anos. O Denilson, oDenilson exatamente; foram quatro exatamente quatro. E o Sebastião Murad tinha essesdocumentos, que por sinal solicitei, é meu amigo e vou falar, solicitei esse documento paraanexar aqui, mas ele não encontrou ou se encontrou não quis me dá. Entendeu? Eu pedi paracolocar no estatuto e ele não me deu.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- O senhor pode concluir.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Pois não. Bem, a partir daí houve toda uma celeumaainda não tinha o Conselho e a minha vida foi um inferno no Moto Clube de São Luís, quandoquis vender Kleber o Cassas exigiu 40% e eu disse que não dava 40% porque ele não tinhadireito e eu tenho aqui, que vocês olharão, uma declaração do Kleber, onde o Kleber diz,textualmente assinado por ele que Cassas não era detentor do passe dele em nem 1% e que odetentor era o Moto Clube de São Luís. E por conta dessa declaração eu não dei e me torneiinimigo deles por conta disso. Muito bem, concluindo a partir daí ele como Conselheirocomeçou a me perseguir. Me chamou de ladrão, eu fui taxado por seis meses na imprensa doMaranhão e que todo mundo me conhece, eu fui diretor de imprensa, financeiro de empresa enunca carreguei um clipes para a minha casa. E eu fui taxado por seis meses como ladrão doMoto Clube de São Luís por conta de que eu fiquei com o dinheiro do Kleber que está aquiprovado o que eu fiz com o dinheiro do Kleber. Eu fui seis meses pela imprensa do Maranhãochamado de ladrão. Me tiraram do Moto Clube de São Luís por um complô que eu vou dizer sevocês quiserem como foi, para encurtar como foi que me tiraram do Moto Clube de São Luís,como foi que me suspenderam do Moto Clube de São Luís. Eu tenho um advogado aqui que

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tentou me defender, na época e não conseguiu porque estava armado e eu tenho a prova de queestava armado, a ponto do Juiz, que eu fui para a Justiça Comum, a ponto do Juiz dizer: isto éum absurdo o que fizeram com você e por aí vai. A ponto de um outro Juiz que eu entreitambém com outro processo, dizer o seguinte: vamos dizer que o Antônio Henrique seja ladrão,roubar o que do Moto se o Moto não tem nenhum centavo? Roubar o quê do Moto? Mas euestou à disposição dos senhores para responder o que puder.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Muito obrigado senhor Antônio Henrique.Passamos então às perguntas dos Senhores Deputados. Com a palavra, para as suas colocaçõesiniciais o Deputado Silvio Torres, o relator. Com a palavra V.Exa.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Eu queria começar a nossa pergunta e perguntarao senhor o seguinte: como então, o senhor disse que seria voluntário, está disposto pararesponder. Como é que foi então a negociação do jogador Kleber ?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - O Kleber no mês de , no final do mês de janeiro de1999, no início do mês de fevereiro, houve uma proposta do Atlético Paranaense para que oKleber fosse emprestado ao Atlético Paranaense por três meses para disputar essa Copa que estásendo disputada, a Sul e Minas. Nessa época o Moto Clube de São Luís não participaria da CopaNorte, portanto o Moto Clube ficaria mais ou menos inativo nesse período.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Em 98 ?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Em 99. No início de 99. No final de janeiro começo de99. Nesse período nós reunimos a Diretoria do Clube e com a presença do Kleber, com apresença de sua irmã, com a presença do empresário decidimos emprestar o Kleber e eleconcordou, o empréstimo seria no valor de R$ 60.000,00 pagos à vista pelo Atlético Paranaense,mas assinamos um Contrato com o Atlético em que, caso Kleber aprovasse ele pagaria paro nósR$ 800.000,00 pelo passe definitivo, pela transferência definitiva do Kleber. Então, fizemos esseacordo e o Kleber viajou para o Paraná.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Essa negociação foi direta ou teve algumintermediário?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Foi um intermediário por nome Antônio Barreiro,inclusive tenho contrato com ele sobre isso. E quando o Kleber, mas ele não ganhou nenhumcentavo por esse R$ 60.000,00 ele ganharia no caso de uma negociação definitiva, por esse R$60.000,00 ele não ganhou nenhum centavo que foi um acordo que eu fiz com ele. E o Kleberviajou, dois dias depois voltou; não quis ficar e voltou do Paraná. E chegou, não, porque eutenho que resolver uns problemas aqui da doença da minha mãe etc, mas eu vou. O pessoal doAtlético me telefonou, eu digo: não, ele me garantiu que vai daqui a uma semana, ele voltouporque ficou aí, tem algumas pendências para resolver, mas ele vai voltar. E não voltou,começou um dilema, vai não vai, vai não vai e chegou a viajar de novo, tornou voltar. Nessasalturas...

O SENHOR SILVIO TORRES - Enquanto isso, estava em atividade aqui no Clube?

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O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, ele não estava em atividade, estava iniciando oano, o campeonato começou em março mais ou menos, e isto foi no início de fevereiro. Muitobem; e o Atlético me cobrando o Kleber.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Não estava em atividade?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - No momento não, porque estava iniciando, ocampeonato começou em março mais ou menos, isso foi no início de fevereiro. Muito bem, oAtlético me cobrando o Kleber até porque eu fiz o negócio, eu recebi os R$ 60.000,00 e gasteiporque nesse período o Moto entrou em atividade no dia sete de janeiro e o primeiro recurso queo Moto recebeu foi em abril do Programa Nota na Mão. Então, nós estávamos com o timetreinando sem recurso, então aquele dinheiro do Atlético, para nós veio em boa hora para nósgastarmos e nós havíamos gasto o dinheiro e não tínhamos como devolver o dinheiro para oAtlético porque não tínhamos dinheiro, só poderíamos devolver em abril e o Kleber não queriair. E surgiu uma briga muito grande, nós convocamos o Kleber na Diretoria do Clube paradiscutir o que ele fez, você está afastado do time, você não joga mais no Moto Clube de SãoLuís, você está desrespeitando um acordo que você participou; você não joga mais no Moto. Eafastei ele do time, não como atleta do Moto, mas como jogador afastado. Muito bem, osdiretores me convenceram a fazê-lo jogar e tudo, até passou umas duas partidas sem jogar,depois eu permiti que ele jogasse, os diretores na época me convenceram, o próprio meconvenceu ao contrário. Muito bem, pelo bem do próprio Moto, ele era um grande atleta,quando foi em abril não preciso a data, quando foi em abril eu estava no escritório, quandorecebi um telefonema do Raul Meneses dizendo que a Diretoria do Atlético estava no Vila Ricae eles estavam lá me esperando. Eu estava ao lado do Kleber, não podia falar com ele por contados desaforos e fui ao Vila Rica, cheguei lá tinha dois diretores do Atlético, o Raul, o Kleber,Hélio Maciel, vice-presidente do Moto e Albino Soeiro o repórter, hoje vereador. Olha, nósvimos aqui para comprar o Kleber e tal, e tal, me reuni com o Hélio que era Vice-presidente daque dava apoio ao Moto Clube de São Luís. Eu disse: Hélio e aí? rapaz, eles querem da R$300.000,00. Eu digo: nunca, o máximo que ele chega é R$ 400.000,00. Eu digo nunca. Se bemque ele disse para o Hélio, se eles botarem um... chulo, se eles botarem R$ 400.000,00 em cimada mesa a gente pega, não confere e sai correndo. Porque nunca um jogador do Maranhão foivendido por R$ 200.000,00 que eu saiba, por R$ 200.000,00 nunca, nunca em tempo algum. OJackson que vocês se referiram foi vendido por R$ 60.000,00 e para pagar foi em seis meses,para vocês terem uma idéia, nunca. Muito bem, eu estou conversando com a diretoria doAtlético lá no hotel, fechei os R$ 600.000,00 a bem da verdade não foi os R$ 600.000,00, foi R$607.000,00 por quê? Porque o Moto tinha um débito com o Kleber, débito salarial e eu pedi aoAtlético que inserisse aquele débito que o Moto tinha no contrato e o Atlético concordou. Mas,solicitei ao Atlético que fizesse dois contratos.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Quanto tempo ele ficou no Atlético Clube oKleber?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - No Atlético?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Kleber tinha um débito com quem?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - O Moto tinha um débito com o Kleber de salário e eupedi que inserisse para que o Atlético pagasse aquele débito. Muito bem, eu pedi à Diretoria doAtlético isso não sem antes conversar com a Diretoria, com o Hélio principalmente, que fizesse

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dois contratos; um contrato de R$ 300.000,00 e um contrato de R$ 307.000,00. Vocês vão meperguntar por quê? Muito simples, tem aí um documento em que o seu Cassas entrou na JustiçaEsportiva impedindo a venda do Kleber e no caso de vendê-lo, que desse 40% para ele ou então,que a Federação não transferisse o Kleber. Então, havia um impasse jurídico na transação, eu sópoderia dar a transferência de Kleber se pagasse 40% para Cassas. Então, resguardando o Moto,olha o erro meu, resguardando o Moto Clube de São Luís eu disse: faço um contrato de R$300.000,00 e um aditivo de R4 300.000,00 porque se nós perdermos eu vou pagar para ele só40% dos R$ 300.000,00 e não sobre R$ 600.000,00. Pois aí, eu estava resguardando o Moto.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor tem cópia disso aí?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Tenho.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Dos dois contratos?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Tenho. Acho que tenho. Mas se não tiver, tenho comoentregar antes dos senhores viajarem. Tudo bem. Assim o Atlético concordou e fizemos os doiscontratos. Então eu apresentei o contrato de R$ 300.000,00 a venda dele; o outro, não foi paramim não e nem para meu bolso, eu tenho aqui como mostrar como foi gasto, tanto é, que na horaque eu cheguei com as promissórias do contrato aditivo eu paguei conta do terreno, compromissória de R$ 20.000,00 e o aditivo foi de R$ 40.000,00 que está sendo gasto.

O SENEHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Foi por fora?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, não, não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Como é que o Atlético, como é que foi realizadaessa negociação?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, não, não. O Atlético, desculpem eu não falar paravocês aqui, se quiserem eu posso falar logo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Eu queria só saber como é que foi que o Atléticofez para fazer os pagamentos?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Ele descontou os R$ 60.000,00, parte foi dado para oKleber que também está aqui, que consta no contrato e o resto ele pagou em promissórias.Então, nós recebemos assim.

O SENHOR DEPUTADO SOLVIO TORRES - Essas promissórias contabilizadas tudodireitinho?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Sem problemas. O contrato está lá, está no Moto Clubede São Luís. Muito bem e fizemos isso, esse acordo, e fizemos dois contratos e o Kleber foivendido dessa forma, foi desta forma que o Kleber foi vendido em abril, foi embora para oAtlético e pelo o que me consta está se dando muito bem. Agora, eu sou o ladrão... e que euprovo que não é dele, eu roubei e ele vai ter que provar, porque não adianta sem prova, nãoadiante chegar aqui porque não sei o que, aquilo outro e cadê as provas? Eu tenho aqui ademonstração do que eu fiz com o dinheiro do Kleber. Eu vim aqui para dizer a vocês.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - A acusação meu caro Henrique, é de queefetivamente o Clube só recebeu R$ 140.000,00.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Isso não é verdade. E eu falo agora.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - É essa questão que eu gostaria.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Eu digo agora. Dá licença. Eu sei que o Cassas ficariacom 100 mil dólares, agora o valor eu não sei porque eu não vi o fax, o fax que estava na mãodo Raimundinho que não quis me mostrar, estava na pasta dele neste dia à noite, estava na mãodele, ele estava com o fax na mão, não quis me mostrar, tinha o valor, mas eu não vi.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Raimundinho tinha o documento na mão?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Tinha o documento.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas ele não mostrou ao senhor?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não mostrou, não mostrou para mim, ele estava com odocumento, não mostrou nem para o agente que pediu para ele. Mas esse documento estavaautorização de passagem, estava tudo e dizia o valor do Kleber. Mas eu não tenho. É um Clubeperto de Paris eu não me lembro o nome, perto de Paris, é tipo 20 minutos da cidade de Paris.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Raimundinho...

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Eu não sei nome, é um nome até difícil de pronunciar onome do Clube, não é conhecido, mas eu vou ver aqui. Eu trouxe aqui só um apanhado meu,mas a documentação já se encontra no Moto Clube de São Luís. Esses valores que eu estoudando já consta no Moto Clube de São Luís.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas estão aqui?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Estão. A composição da venda do Kleber, o valor doKleber R$ 607.000,00, Moto Clube de São Luís, primeiro; R$ 60.000,00 referente aoempréstimo que foi feito ainda em janeiro pelo empréstimo, R$ 140.000,00 que nós gastamoscom o adiantamento do senhor Sebastião Murad, que eu paguei a Sebastião Murad em NotaPromissória, R$ 53.000,00 que o Moto recebeu de promissória e gastou no Moto Clube de SãoLuís.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O seu Sebastião Murad foi referente a?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - A empréstimo que ele fez ao Moto Clube de São Luís eeu paguei, R$ 166...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Esse empréstimo era contabilizado?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não pelo seguinte: porque inclusive ele declarou isso naimprensa e que ele estava emprestando ao Moto Clube de São Luís, mas ele estava entregandona mão do Antônio Henrique e que ele confiava em mim para pagar. Então, ele me emprestava o

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dinheiro, isso ele declarou na imprensa, inclusive a imprensa não queria que eu pagasse e euhonrei, ele me emprestava e eu colocava como se meu fosse. Ele me entregava o dinheiro einclusive cheque nominal e eu trocava e botava dentro do Moto Clube de São Luís.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas esse dinheiro entrou no Moto?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Entrou, entrou no Moto Clube de São Luís.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Entrou no Moto Clube?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Entrou como receita no Moto Clube de São Luís e foigasto.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E foi contabilizado como empréstimo?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Foi contabilizado como empréstimo. Meu empréstimo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Empréstimo do senhor?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Meu empréstimo. Ele me emprestava o dinheiro porqueele confiava em mim, assim como tem coisas que eu vou falar para vocês que eu tive porexemplo que perder o carro que eu tinha por quê, porque eu aluguei casa por exemplo, a mesmacoisa, eu aluguei casa para o Moto Clube de São Luís para jogadores casados, aluguei casa doatleta em meu nome porque na época as imobiliárias não aceitavam alugar em nome do MotoClube de São Luís, como não aceitavam normalmente, porque os clubes são mal falados emtermo de pagar, normalmente os Clubes são ma falados. Então o que é que ocorre, eles nãoaceitavam que o contrato de aluguel, de locação fosse feito em nome do Moto Clube, eu fiz nomeu nome e tive que pagar mesmo depois de ter saído do Moto Clube de São Luís, fui acionadojudicialmente para pagar.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas qual teria sido a dificuldade se oempréstimo tivesse entrado como sendo do senhor Sebastião Murad?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Porque ele não queria que fosse ao Moto Clube de SãoLuís.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Se ele declarou à imprensa.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não. ele estava emprestando, mas a responsabilidadepelo empréstimo dele era a Antônio Henrique, tanto é que.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TEORRES - Sim, mas o senhor como Presidente do Clube osenhor honraria da mesma maneira como presidente do time.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Mas ele aceitava que fosse pessoal e não pelo Clube, nãocomo Presidente do Moto Clube de São Luís, não como Presidente, ele aceitava a pessoa doAntônio Henrique, não o Presidente do Moto. Certo? detalhe, eu só o paguei quando eu saí doMoto, por questão de ainda estar no Moto, eu para honrar estão aqui as promissórias, não tenhocomo lhe pagar financeiramente em moeda corrente, mas tenho as promissórias lhe pagando.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas as promissórias estavam no Moto, estavamna contabilidade?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Estavam no Moto Clube de São Luís.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas estavam em seu nome?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, as promissórias do Atlético.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Ah! sim, o senhor pagou?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Do Atlético, eu paguei a ele com as promissórias.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Com as Promissórias?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Paguei a Sebastião Murad porque não tinha dinheiro.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E ele assinou um recibo?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - E ele aceitou. Assinou o recibo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E ele está aqui?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não sei se ele está aqui, mas está na contabilidade, estána contabilidade.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Ele assinando?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Ele assinando como tendo recebido as promissórias.Muito bem, R$ 13.000,00 também foi recebido na época que o Kleber foi, eles deram umcheque de 13.000,00. Já falei de R$ 177.500,00 que foi a compra de um terreno em nome doMoto Clube de São Luís, a primeira vez que se comprou um imóvel em nome do Moto Clube deSão Luís e R$ 60.000,00 foi para o empresário que era 10% do contrato que eu tinha com ele,que dizem que eu não tinha, mas tinha contrato, R$ 60.000,00, cujos R$ 60.000,00 o empresárionão recebeu, só recebeu R$ 10.000,00, porque a diretoria que me sucedeu negociou com ele eele pegou duas promissórias e a diretoria ficou só com R$ 10.000,00. Então, dizer que o Moto sórecebeu R$ 140.000,00 é uma falácia, primeiro: R$ 60.000,00 recebido em janeiro ou fevereirode 1999, R$ 140.000,00 ele recebeu do terreno, já vai R$ 200.000,00, R$ 53.000,00 que o Motorecebeu de promissória, já vai R$ 253.000,00, mais R$ 13.000,00, lá vai R4 266.000,00, maisR$ 140.000,00 que o Moto colocou dentro, com o dinheiro do Sebastião Murad que eu paguei,vão lá, R$ 400.000,00. Então, dizer que recebeu, eventualmente sim, porque quando eu saí doMoto ainda tinha promissória por receber, então, se eles receberam R$ 140.000,00 foi só o queeles receberam, mais o Moto Clube de São Luís recebeu mais. Porque a diretoria que mesucedeu dizer que recebeu R$ 140.000,00 eu fico calado, não sei, mas a dizer que Moto sórecebeu R$ 140.000,00 não é verdade. Porque na minha época recebeu.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - A razão pela qual o senhor foi extinguido docargo pelo Conselho foi a separação...

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, não foi a separação.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Ela sequer foi levantada durante o seu processode afastamento do Clube?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, não. Vocês podem ver na página 2 dessedocumento, essa pasta que vocês têm na mão, na página 2, existe um, é o documento de no. 2,existe uma declaração de Kleber onde ele de uma forma muita taxativa afirma que o Moto Clubede São Luís é o único detentor do seu passe, isso, ele assinou no dia 16 de abril de 1999exatamente porque existe um outro documento, é o da página 20 dessa pasta onde o Cassas entrana Justiça reivindicando os 40% do passe de Kleber ou a não transferência definitiva paraqualquer que fosse o Clube. Está aí na página 20. Muito bem, isso foi na justiça desportiva atéporque não poderia entrar na justiça comum. Muito bem, então o que é que ocorre? Nesseperíodo o Cassas de Lima, como eu não aceitei aquele documento que ele entrou na JustiçaDesportiva e honrei o compromisso, a declaração do Kleber até porque sabia que Cassas não eradetentor coisa nenhuma do passe de Kleber e arranjei a primeira inimizade. Ele começou a pedia minha prestação de contas do Moto Clube de São Luís, no dia 08 de janeiro, tem umdocumento aí, eu encaminhei a minha prestação de contas ao Conselho Deliberativo, a minhaobrigação seria entregar até o dia 31 de março, no dia 08 de janeiro eu entreguei a minhaprestação de contas, ele não aceitou, ele não recebeu a minha prestação de contas. Mandei aprestação de contas para a Federação Maranhense de Futebol para que entregasse ao Conselhoporque nós já éramos inimigos. A partir dessa época ele começou a dizer no rádio e na televisãoque eu não queria entregar a minha prestação de contas do ano de 1998 e que estava prontadesde o dia 08 de janeiro de 1999.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Encaminhou ao Conselho?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Encaminhei ao Conselho e ele não aceitou.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E o senhor tem o documento que o senhorencaminhou ao Conselho?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Tenho. E a Federação não encaminhou ao Conselhoporque como eu não aceitei, encaminhei à Federação. Pior do que isso os senhores têm à mãodocumento na página se eu não me engano, 49, vocês vão ver que eu encaminhava documentovia Cartório para o senhor Cassas de Lima e mesmo via Cartório ele não recebia, o Cartório estáaí, o Cartório declarando que ele não queria receber. E assim fiz a minha prestação de contasdurante muito tempo. No mês de março, houve uma reunião com o Conselho Deliberativo ondeCassas queria que eu mandasse todos os documentos para o consultório dele. Eu disse: nãomando, não é obrigação minha mandar para o consultório, eu lhe mandei as demonstraçõesfinanceiras, não é obrigação minha mandar para o consultório. O Conselho na época se reuniu,não reunião do Conselho disse: não é obrigação dele, o Moto tem endereço, o Conselho pode sedirigir, ir lá e verificar a documentação. Mas isso não foi suficiente, por quê? Porque esta Ata foirasgada, esta Ata do Conselho foi rasgada, aí fizeram uma outra Ata me obrigando a mandar,mandei a documentação para o Cassas de Lima. O que fizeram? Pela primeira vez no Motofizeram uma auditoria e disseram que estava faltando, eu não vou falar em linhas gerais porqueeu não tenho dados, disseram que estava faltando R$ 460.000,00, contabilizados, cuja

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documentação, eu estou colocando números exatos, pode ter uns quebrados, cujo os recibos nãoestavam anexados na prestação de contas, portanto tinha R$ 400.000,00 não contabilizados, cujadocumentação comprobatória não havia sido apresentada e é verdade, não havia sidoapresentada mesmo. Por quê? Porque essa diferença representava exatamente gratificações debichos de jogadores.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Era R$ 400.000,00?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - R$ 400.000,00. E eu vou explicar.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Qual o período?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Um ano. Mas eu vou explicar para os senhores o que setrata.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Todos os R$ 400.000,00 que faltaram daprestação de contas se referiam a gratificação de bichos?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Me parece que sim. O que eu estou dizendo, é que eu fuisolicitado para isso e apresentei essas documentações. Mas, eu quero ir um pouquinho maisalém. Pode ter se espantado tudo isso só de bicho e de gratificação o valor de R$ 400.000,00,mas eu quero aqui declarar uma coisa muito interessante, vocês não conhecem, eu peçodesculpas se conhecerem, nenhum Clube não só do Maranhão não, mas do Brasil, cujo contratoo jogador, aquele contrato padrão que é registrado na CBF etc, corresponda fielmente ao valorque o jogador recebe. Não conheço, peço desculpas a qualquer Presidente de Clube se faz isso.

O SENHRO DEPUTADO SILVIO TORRES - Suponhamos que não existe nenhum, como é queera esse sistema?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Eu vou lhe explicar esse sistema. Não é aqui noMaranhão, é no Brasil.

O SENEHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor poderia ser mais rápido porque nósainda temos vários depoimentos.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Tá. Esse documento, é o seguinte, o jogador assina umcontrato de R$ 200,00, R$ 150,00, R$ 250,00, mas ele pretende receber um total de R$3.000,00, essa diferença se dá como gratificação e como bicho. Por quê? Isso eu já converseicom Leitão, Superintendente do INSS, Oliveira Ramo, sobre essa questão, esse valor é umaprática que eu como Presidente deixei permanecer. A folha de pagamento do Clube é muitopequena.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Superintendente do INSS local aceita essaprática?

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O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, de jeito nenhum não aceita, só que não tem umaação fiscal e tem coisa pior; que eu vou falar. A questão é que os salários, se você pegar a folhade pagamento você por exemplo um plantel de 28 jogadores e o pagamento aí é R$ 5.000,00, é oque eles assinam na folha e só, é uma evasão, por quê? Porque considero hoje uma evasão, porquê? porque os recibos de gratificações e de bichos aos jogadores não são computados comoremuneração como deveria ser.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Isso significa que essa diferença era paga peloClube aos jogadores. E eles assinavam o recibo?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Assinavam o recibo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E esses recibos já foram encontrados?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não foram encontrados não, eu não entreguei, euentreguei depois.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Por quê razão o senhor não entregou?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Porque existe uma outra questão que tem que serlevantada, não se dá cópia desse recibo, Clube nenhum dá para ninguém, por quê? Porquevamos imaginar que José foi um jogador, ele assina um recibo por exemplo de R$ 2.000,00referente a uma gratificação, se eu entregar para ele pode ir para a Justiça. O Conselho pediu eudei.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Na época?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Na época a gente não apresentou essa documentação, naépoca foi diferente, eu apresentei não na contabilidade, eu apresentei por fora e está lançada.Mas apresentei não como um documento contábil, uma documentação extra contábil que euentreguei para ele. Porque eu quero que você perceba que não houve dolo na entrega dodocumento a nível de contabilidade, porque isso é uma coisa que os Clubes fazem, eu nãoconheço por exemplo nenhum Clube no Norte e Nordeste do país que tenha uma relação ou quetenha uma ação, por exemplo: um imposto de renda sob custos, quanto é que o Clube ganha,quanto é que o Clube recebe durante um ano, quanto é que ele paga, se teve lucro ou se não teve,não existe essa relação.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Esses R$ 400.000,00 que faltara na prestação deconstas...

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Estavam representados por este recibo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Estavam representados? E foram apresentadosposteriormente?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Foram apresentados pelo então Presidente emexercício o Dr. Manoel Pedro.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Quer dizer que o senhor foi destituído porquenão tinha essa documentação?

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O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não. eu fui destituído do Moto Clube de São Luís,porque eu fui suspenso da Federação.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor foi destituído e não apresentou essesrecibos?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, eu apresentei após a minha...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor só apresentou quando mudou apresidência?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - É, mas a minha destituição não se deu por conta dissonão. a minha destituição, inclusive está ilegal, isto está na Justiça comum, vocês têm aídocumento onde eu, o Moto solicita para mim o esclarecimento desses valores não pagos, cujosdocumentos não foram apresentados. O Moto solicita para mim e eu disse que eu tinha o maior...o documento está aí, eu tinha o maior prazer, inclusive está protocolado pelo Conselho; que eutinha o maior prazer em prestar esses esclarecimentos ao Conselho e que o Conselho se reunisse,marcasse dia, hora e local, que eu iria entregar... que eu teria o maior prazer em ir na reunião doConselho para entregar esses documentos e esclarecer aquelas questões contábeis. Eu teria omaior prazer e que ele marcasse dia, hora e local da reunião que eu iria lá com o maior prazer.Na hora que eu respondi isso dizendo que eu estava à disposição do Conselho, está aí a acartaprotocolada nesse documento que vocês têm à mão, na hora que eu respondi isso, sabe o queeles fizeram? Me destituíram antes que eu fosse lá dizer quem tenha sido. Quer dizer, eu fuidestituído sem o direito de me defender, sem o direito de esclarecer a questão que não eranecessária esclarecer porque aquilo era hipocrisia porque todos faziam e no Moto Clube de SãoLuís todos fizeram, todos sem exceção. É só vocês pegarem os contratos que estão registradosna Federação e na CBF.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Todos faziam, mas todos eles também nãomantinham na contabilidade?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Esses Recibos entenda, eles não eram documentos queestavam anexados na pasta contábil, era um documento que não estava anexado. Está errado?Está errado. Tinha que haver uma ação fiscal? Tinha que haver uma ação fiscal. Está errado, eunão estou dizendo que não está. Eu concordo com o erro.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - É difícil de acreditar que esse tipo dedocumentação que faz parte do caixa do Clube e que guardado ou escondido em algum lugar.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Mas eu quero só esclarecer ao senhor, que o senhor nãopensa apenas só no Moto Clube de São Luís, pensa em qualquer Clube.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor quer dizer que todos os clubes fazemesse tipo de recibo por fora para fazer a remuneração e ninguém indica a contabilidade?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Se existe eu peço desculpas.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Eu estou dizendo que o senhor está fazendo umadenúncia aí que qualquer autoridade que esteja nos acompanhando possa tomar algumaprovidência de iniciativa própria, independente do que acontece ou não.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Acho que deveria ser uma iniciativa do INSS, uma açãofiscal do INSS para poder ilustrar aquilo que deveria ser.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Eu vou cometer a descrição de pedir odepoimento sobre isto do Presidente do Sampaio Correia, aqui presente, porque eu acho...

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Eu estou falando, que se houver exceção, eu peçodesculpas. E já o Sampaio é exceção, eu já peço minhas desculpas aqui.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Eu queria também esclarecer essa questão que osenhor afirmou no início, com relação aos 100 mil dólares que o senhor Cassas de Limareceberia e o senhor disse, que ao fazer isso, o senhor ganhou a inimizade do senhor Cassas deLima, e junto com ele o senhor ganhou inimizade também do Presidente da Federação. Isso queo senhor está dizendo do Presidente da Federação seria sócio dele nessa negociação?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Eu vou responder a sua pergunta da seguinte forma,existem coisas que se sabe e não se prova não é verdade? Se sabe, se houve, muita gente criticae você não pode provar, mas essa informação eu tenho, a gente houve á boca é pequena, mas mecausa surpresa o fato de que o Presidente da Federação Maranhense de Futebol, que não temnada a ver com o assunto, absolutamente nada, nada é da conta dele, o atleta do Moto Clube deSão Luís, você faço do atleta o que quiser como presidente, eu vendo, eu não vendo, euempresto, eu não empresto, a autoridade é minha de fazer e eu só tenho que cumprir a decisãoque o meu Clube tomou, o que eu como Presidente tomei. E ele pediu essa transferência, eu tiveque ameaçá-lo de processo para ele transferir, porque ele queria impedir antes se eu não tivessedado o dinheiro para Cassas. Por quê?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Qual a transferência que se refere?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - A transferência do Kleber, que inclusive ele quisimpedir.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Já no Atlético?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Já está no Atlético.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Isso foi praticamente um ano depois?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, não, não. foi em abril de 99.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Atlético fez a proposta em janeiro de 99 e aproposta, para a França foi em março de 98?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, não tem nada uma coisa a ver com a outra.Entenda, o senhor me perguntou...?

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Eu estou falando dos 100 mil dólares da propostada França, do Kleber para a França.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, não tem nada a ver com a venda do Kleber.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Sim, eu sei que não tem, eu estou só querendoque o senhor me responda. Quando foi, quando era para o Kleber ir a França, o Kleber ia sertransferido para a França?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor disse que o senhor ganhou inimizadecom o senhor Alberto Ferreira e eu perguntei ao senhor, se o senhor acha que ele é sócio entãodo senhor Cassas de Lima?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Eu não posso afirmar, eu não posso dizer nada sobre seo Alberto Ferreira tinha ou não participação nessa venda do Klebenilson.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Porque em primeiro lugar, eles são amigos?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - O Cassas é Vice-presidente da Federação, não seiporque e não sei como, com tanta acusação contra ele, que ele uma ano após, tentou impedirapesar das informações que se tinha diariamente sobre eventual parceira deles. Um ano depoisse confirmou esses boatos, a partir do momento que ele não quis transferir Kleber, e eu oameacei de processo e ele alegou disse; olha tem um processo de Cassas aqui no tribunal, nãotem nada uma coisa a ver com a outra.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor soube então que ele era seu inimigoquase um ano depois, que tinha se tornado seu inimigo em função daquela questão datransferência do Kleber para a França?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - E pela armação que o Presidente da Federação, o senhorCassas de Lima, como Vice-presidente, o senhor Francisco Ramos, como Vice-presidente e osenhor Gerson, Presidente do Tribunal armaram e eu tenho prova disso, armaram para mesuspender da Federação e assim conseguiram.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E a suspensão da Federação foi que causou a suademissão?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Foi.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E um desses problemas administrativosfinanceiros do Clube interferiram nessa demissão?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, não, não. não foi. O Presidente do ConselhoDeliberativo do Moto meu inimigo, era meu inimigo na Federação porque ele era Vice-presidente da Federação. Então ele juntou o útil ao agradável, me tirou do Moto e comandou aminha saída do Moto.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Muito bem. Eu teria mais alguma pergunta, maseu queria saber se algum dos deputados, porque nós estamos pensando em fazer algum tipo deprocedimento e se algum deputado está...

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Eu quero só fazer um esclarecimento adicional.Algumas pessoas falaram em Cartório de Registro, essas coisas, eu tenho aqui algunsdocumentos que incluem Cartórios que vocês ainda não citaram.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Nós ainda estamos no início do seupronunciamento. Eu por exemplo tenho interesse em saber das outras ações dos jogadores queocorreram durante a sua gestão e tenho interesse em saber também acerca de uma acusação queo senhor faz entre outras vezes, hoje em um jornal local que o Senhor Cassas é o cabeça doesquema de falsificação de documentos dos jogadores do Maranhão. E vou confirmar todas asdenúncias que tem feito as senhor Cassas de Lima, em todos os documentos que indica a CPIpara fazer a acareação ou seja, o senhor tem, está nos entregando ou vai nos entregar essadocumentação que confirme que o senhor Cassas de Lima é o chefe de falsificação dedocumentos dos jogadores do Maranhão?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, eu não afirmei que ele era o cabeça, se o jornal estádizendo isso, há um equívoco do jornal, eu nunca afirmei, eu sempre disse que ele era doesquema e era um dos chefes do esquema, isso eu afirmo, até porque tenho documento paraprovar. Agora que ele é o cabeça, eu nunca afirmei.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Ele é um dos chefes do esquema?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Ele é, eu não sei se isso é uma quadrilha, eu não possoafirmar que isso seja uma quadrilha e que ele seja o chefe da quadrilha. Eu posso até dizer porsuspeita de que existem várias ramificações de exportação, e ele é uma dessas pessoas e muitoatuante.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E o senhor então tem documentos que pode nosentregar?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Alguns documentos que já estão aí.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Além desses documentos que o senhor meentregou tem outros?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, não, não. não tenho. Alguns estão aí, que eu sei,que eu posso provar, a gente sabe de uma porção de coisas, mas eu não posso provar. Os que euposso provar estão aí.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Algum deputado gostaria de fazer algumapergunta? Eu vou passar a palavra ao senhor Presidente.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Obrigado senhor Relator. Eu concedo a palavraao Deputado José Rocha, para que faça as suas indagações.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Senhor Antônio Henrique, na transação entre oKleber e o Atlético Paranaense, o senhor já afirmou que o senhor Sebastião Murad havia lheconfiado a importância de R$ 140.000,00 para que o senhor dela fizesse o uso que quisesse.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, mais do que isso. Quando eu saí do Moto Clube deSão Luís, o débito que nós tínhamos com ele era de R$ 173.000,00, mas eu só pude pagá-lo osR$140.000,00 porque eu só tinha R$ 140.000,00 de promissória; mas era R$173.000,00.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O senhor disse que ele não queria que fosse feito oempréstimo ao Moto Clube e sim a sua pessoa física. Existe um documento de transação doClube Atlético Paranaense ... Sebastião Murad, como transigente, primeiro e segundotransigente, onde ele assina, Sebastião Murad, o Clube Atlético Paranaense e as testemunhas, novalor de R$ 140.000,00, o senhor explica por que este documento assinado entre o senhorSebastião Murad e o Clube Atlético Paranaense. Desde quando a confiança dele era pessoal aosenhor?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Eu acho que o senhor não entendeu a minha explicação.Isso aí prova a correção do que eu disse. Eu entreguei ao Sebastião as promissórias do Atlético eele recebeu. O senhor entendeu agora? Eu paguei a Sebastião Murad com as promissórias doAtlético que ele foi e recebeu.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Então, ele passou a ter confiança no Atlético.Quando ele recebeu as promissórias do Atlético passou a ter a confiança do Atlético.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Mas é muito claro eu lhe explicar como eu disse para eleali. Quando eu saí do Moto Clube de São Luís.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - A confiança que ele não tinha antes passou a terdepois?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não, não. Quando eu saí do Moto Clube de São Luís,quando eu fui suspenso da Federação, eu cheguei para Sebastião Murad e disse: Sebastião, nãotenho como lhe pagar, o Moto não tem, o que eu tenho são essas promissórias. Você aceita? Eledisse: é o jeito, porque se não o Moto não me paga. E eu paguei e ele aceitou as promissórias. Éisso. Se não, ele não receberia.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Porque ele não teria no início para com o Atléticopassou a ter na medida em que recebeu as Notas Promissórias. Está claro, porque senão elereceberia as Notas promissórias dadas por Vossa Senhoria.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Claro.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Como o senhor explica, o senhor Presidente doMoto Clube, ter recebido um cheque nominal do Atlético Paranaense pelo empréstimo doKleber no valor de R$ 60.000,00 e não o cheque nominal ao Moto Clube?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Muito simples, tanto é que eu falei no início que oempréstimo foi de R$ 60.000,00 e o valor foi colocado no Moto. O Moto Clube de São Luís nãotinha conta e nem nós queríamos que tivesse, a questão não é só essa de R$ 60.000,00, eu possofalar de outros valores até maiores do que esse. O Moto Clube de São Luís não tinha conta

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bancária porque existiam dezenas de débitos trabalhistas, então nós, e não foi a minha gestão,foram gestões anteriores, sempre foi assim, como Clubes que têm patrimônios e que não têm onome do Clube, têm nome de entidades, de associações, de grupos de torcedores para que nãohaja uma Ação Judicial, ou de penhora ou coisa que valha. No Moto Clube de São Luís nãoexistia conta, porque se o dinheiro fosse na conta do Moto Clube de São Luís haveria uma AçãoJudicial sobre o Moto por questões trabalhistas, etc, simplesmente isso. Isso aí não é umaenganação. Em termos de explicação, eu estou lhe explicando; não colocávamos dinheiro naconta do Moto, por dois motivos: Primeiro, porque não tinha. Segundo, porque existia váriasações e que poderia bloquear, e o Moto já tinha pouco dinheiro e o que tinha já era umproblema, só isso.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– Explica, mas não justifica.

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE - Tudo bem.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O Senhor tem conhecimento do resultado daação do Ministério Público, em relação a mudança do nome e idade do jogador Kleber, paraKlebernilson?

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE - Sobre o resultado da ação eu não tenhoconhecimento, a informação que tenho, é de que a Policia Federal teria encaminhado há algumtempo atrás para a Justiça Federal. Essa é a informação que eu tenho.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Antes o Ministério Público acionou a PoliciaFederal, para a realização do inquérito.

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE – É, pela minha denúncia. Vocês tem aí naprimeira página, se eu não me engano, desse documento. Primeira página, pagina 01, a minhadenúncia contra Cassas, nessa pasta. E em função dessa denúncia, a Procuradoria Geral daRepública encaminhou a Policia Federal para que se fosse aberto o inquérito. Agora sobre oresultado, recentemente fiquei sabendo que a Policia Federal teria encaminhado já o resultado doinquérito para a Justiça. Isso não há nenhuma certeza, é a informação que eu tenho.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O Senhor não tem a conclusão?.

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE - Não. Não tenho.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Do inquérito?

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE – Não. Não tenho, mas tenho aqui na minhamão, alguns documentos que fazem parte do inquérito.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Senhor não sabe quem patrocinou essaalteração do nome e a idade dele?.

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE - A informação que tenho, foi querelativamente a documentação do Kleber, tanto a nível de carteira de identidade, certidão denascimento, como passaporte foi comandada pelo Cassas e pelo Gambasto, empresário, se eunão me engano, Belga. Mas, não o conheço.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O Senhor é acusado pelo Cassas, de ter recebidodinheiro pelo empréstimo do Junior, do Juninho e do Delson e não foi contabilizado no Clube.Foi a mesma prática do recibo de cheque de sessenta mil reais?

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE - Na minha prestação de contas de 1998está registrado, eu tenho uma cópia aqui, se os senhores quiserem eu passo para os senhores,está lá no Moto Clube de São Luís, registrado o valor do empréstimo de Delson, da venda,está aqui contabilizado. Este é o primeiro ponto que eu gostaria de frisar, está aqui na minhamão uma cópia, e está lá no Moto Clube de São Luís. O segundo ponto; é que ele dizia que eume apropriei do dinheiro, é talvez se esconder do dinheiro que ele se apropriou da venda deDelson. Eu tenho também os documentos, aqui estão, aí nesta pasta que eu entreguei aossenhores, sobre a venda definitiva de Delson, tanto o fax como os valores recebidos, sobre asfalsidades ideológica dele e etc... O Delson e o Juninho, o Delson foi emprestado, entregou-seo passe do Juninho pelo valor total, e está aqui registrado no Moto Clube de São Luís.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Moto Clube emprestou Delson e o Juninho.Não foi isso?

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE – Não. Na época, nós...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Como foi a transação? Nos explique.

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE - A transação foi fácil, o Monastir daTunísia quis um empréstimo do Delson.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Por quanto?

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE- Na época, nós negociamos por oitenta mil,na época nos negociamos por oitenta mil o empréstimo dele. E nessa transação...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Ele e o Juninho?

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE- Nessa transação iria o Juninhodefinitivamente.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O Juninho foi por quanto?

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE- Não existe a bem da verdade, o valor deempréstimo de Delson e o valor de Juninho; a transação entre o empréstimo de Delson e o valordo passe de Juninho, foi oitenta mil dólares.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O Juninho recebeu quanto pela venda do passe?

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE - Não sei, porque quem pagaria era o clube,não era o Moto Clube.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Não. O Moto Clube é quem paga.

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O SENHOR DEPOENTE ANTONIO HENRIQUE – Não, o Moto Clube não pagou nenhumcentavo a Juninho.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Os 10% quem paga é o Moto Clube.

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE - Não pagou nenhum centavo, o Moto Clubenão pagou nenhum centavo. Na minha gestão não. E, nem a Delson pelo empréstimo, nenhumcentavo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Pelo empréstimo certamente pagaria.

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE - Não pagou nada, nenhum nem outro.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Ele abdicou do direito dele ?.

O SENHOR DEPOENTE ANTÔNIO HENRIQUE – A bem da verdade essa questão que osenhor esta dizendo, legal, é relativa, porque na hora da aprovação, na hora da negociação, eudigo não, o senhor assume os 10% e o clube lá que compra assume, ou eu assumo, quer dizer,isso é uma negociação que se faz independente do aspecto legal, e que não é ilegal no momentoque você acorda entre um clube e outro.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - 80 mil dólares?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - 80 mil dólares.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E como o diretor de futebol trouxe 100 mildólares ?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não me consta que ele tenha trazido 100 mil dólares.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Ele declarou aqui que trouxe 75 parece-me, eque os 25 foram depois pagos pelo Monastir.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - É outra coisa, ele trouxe 75 mil dólares e como oempréstimo do Delson, terminava não vou precisar a data, mas dá para entender, terminava nomeio de maio no ano subsequente e o Monasti ainda estava no campeonato, eles pediram aextensão do empréstimo pelo período em que o Monastir ainda estaria no campeonatotunisiano, e nós pedimos mais vinte e cinco mil dólares, ou vinte mil dólares, eu não me lembropor esta extensão e, eles concordaram, é isso.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES -- O total então não foi...

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Não deu 100 mil. O senhor perguntou primeiro oempréstimo dele e eu respondi.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Agora tem mais uma outra coisa, que foi aextensão de Delson.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - É o mesmo empréstimo.

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O SENHOR SILVIO TORRES - Não é o aditivo. O aditivo é outra coisa.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não, é outro empréstimo, é a devolução é outro contratoé outro liberatório...

O SENHOR SILVIO TORRES - Quer dizer que é outro liberatório, dois empréstimos?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Dois empréstimos, Um empréstimo terminou, e nóspedimos a extensão dele, por mais se eu não me engano...

O SENHOR SILVIO TORRES - O valor de quanto?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Tem que ver isso na contabilidade, mas algo em tornode 20 mil dólares.

O SENHOR SILVIO TORRES - Pedimos informações do atual diretor, foi diretor na sua época,Raul Meneses, ele disse que foi em torno de 150 de dólares, recebeu em torno de 123, não foi?.O senhor Raul Meneses, diretor de futebol do Moto Clube, no seu tempo, declarou que eleparticipou, acompanhou, todas as negociações do Delson e do Juninho, ele inclusive foi queficou por mais tempo lá, ficou lá para trazer o dinheiro, certo?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Exatamente.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Ele declarou que foi contratado que o valorinicial quando eles saíram daqui, saíram baseado num fax que tinha sido enviado pelo senhorBraid Ribeiro que dizia que o valor seria de 200 mil dólares pela transação dos dois jogadores,o empréstimo dos dois jogadores. E quando vocês foram para lá souberam que não era essaoferta, a oferta era de 100 mil dólares. O senhor confirma isso?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Confirmo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Não são oitenta, são cem ?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Entenda, quando lá chegamos eles não queriam dar nemos 80, por isso que a negociação empacou, por isso que empacou, e nós tivemos que vir embora.

O SENHOR SILVIO TORRES - E nem os 80?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Só oitenta.

O SENHOR SILVIO TORRES - Não, pelo empréstimo. O Senhor Raul Meneses disse que foi100 mil dólares, e não oitenta.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Não, entenda, não foi 100 mil dólares, foi 80 mildólares, tanto é que ele trouxe 75. Cadê os outros vinte e cinco?

O SENHOR SILVIO TORRES – Ele disse, que os outros 25 vieram depois.

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O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Vieram depois referentes a extensão do empréstimo.

O SENHOR SILVIO TORRES - Mas ele disse em relação ao 1º empréstimo.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - É, mas ele está enganado.

O SENHOR SILVIO TORRES - Ele não se referia a extensão de empréstimo.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Mas ele está enganado, é referente a extensão deempréstimo.

O SENHOR SILVIO TORRES - A bem da verdade ele não participava deste tipo detransação. Mas o que eu estou dizendo é que foi 80 e pelo extensão do empréstimo mais 75,80 e mais depois pela extensão de empréstimo.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não foi 100 mil que ele, que nós negociamos o 1ºempréstimo, não foi isso.

O SENHOR PRESIDENTE - Senhores deputados, vamos procurar afunilando às perguntaspara que nós possamos passar para o próximo depoimento.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Bom, esse dinheiro foi feito o cambio em real?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Bom, quando ele chegou com o dinheiro nósmandamos para o Banco do Brasil e trocamos, fizemos o cambio do dinheiro no Banco doBrasil na época.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - E foi escriturado isso via Banco Central?.

SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não. Não foi.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - No paralelo?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Não, não foi. Nós trocamos o dinheiro não foi noparalelo, foi no Banco do Brasil e escrituramos o valor que trocamos, o valor que deu, que foiapurado em real está escriturado na contabilidade, o valor apurado primeiro que ele trouxe nósescrituramos na contabilidade, não em paralelo, nós não trocamos dinheiro em paralelo, odinheiro foi trocado no Banco do Brasil.

O SENHOR JOSÉ ROCHA - Escriturado?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Escriturado em real e não em dólar. Escriturado nacontabilidade.

O SENHOR JOSÉ ROCHA - Escriturado na contabilidade do Moto Clube de São Luís?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - O Moto já tinha condições de receber dinheiro naconta.

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O SENHOR JOSÉ ROCHA – Não, não. Entenda, uma coisa é a contabilidade, economicamentefalando e outra coisa é o dinheiro, o dinheiro, esse dinheiro quando nós recebemos, nós....

O SENHOR JOSÉ ROCHA - Ele entrou na conta do clube?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não, não, não. Entenda, esse dinheiro quando nósrecebemos nós estávamos fazendo o clube, por isso nós emprestamos o Delson, nós estamosfazendo o time para o campeonato brasileiro da terceira divisão, no ano de 1998, naqueleperíodo nós trouxemos quatorze jogadores do sul do País, e esses quatorzes jogadores quemtrouxe foi o Sebastião Murad, que na época estava na diretoria do Moto, ele foi quem trouxe,pagando passagens, pagando adiantamento, quando nós chegamos nós pagamos ele, quer dizer,esse dinheiro se refere a feitura do time para o campeonato brasileiro da terceira divisão.

SENHOR JOSÉ ROCHA - O Senhor repassou dinheiro direto, não entrou na conta bancária doclube?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não, entenda, existe uma operação econômica, e existeuma operação monetária, financeira. A operação econômica esta registrada, a operaçãofinanceira também, por que?, porque o dinheiro que foi gasto, na contratação dos jogadores foicontabilizada.

O SENHOR JOSÉ ROCHA - A minha pergunta é, se o dinheiro entrou na conta do clube.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - O Moto não tem conta, eu já disse, o Moto não temconta bancaria.

O SENHOR JOSÉ ROCHA - Até hoje não tem conta?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Não tinha.

O SENHOR JOSÉ ROCHA – Na sua época?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Na minha época não tinha conta.

O SENHOR JOSÉ ROCHA - Na sua época, até a sua saída?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Até porque, não tinha dinheiro, o dinheiro que entravano moto era para pagar o que se devia, não tinha dinheiro, não tinha porque guardar dinheiro embanco.

O SENHOR JOSÉ ROCHA - Existia um casamento civil entre o presidente do clube e o clube, ocheque era o mesmo?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Quando nós tínhamos de guardar dinheiro, quando nóstínhamos de depositar dinheiro, eu colocava na minha conta, mas isso não quer dizer, que aconta do Moto Clube de São Luís, isso era raro, não quer dizer que a conta do Moto Clube deSão Lis era a minha conta, não é isso. Por exemplo, quando eu recebia um cheque nominal,colocava na minha conta e sacava, entregava para o Moto. Mas eu quero que o senhor perceba...

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O SENHOR JOSÉ ROCHA - Quando vossa Senhoria recebia um cheque nominal ao MotoClube, como o Senhor fazia ?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Ao Moto Clube?, eu ia com a ata, eu ia com a ata doMoto Clube de São Lis, ata que me elegeu como presidente, me apresentava como presidente esacava o dinheiro. Endossava o cheque e sacava.

O SENHOR JOSÉ ROCHA - E quando o Senhor recebia em dinheiro?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - O Dinheiro a gente pagava, o dinheiro nunca ficou nobanco um minuto, o time do Maranhão não tem condição de guardar dinheiro nenhum segundo,quando você recebe já tem quinhentos credores na porta.

O SENHOR JOSÉ ANTONIO – Deputado José Rocha, um aparte?

O SENHOR JOSÉ ROCHA- Concedo o aparte ao deputado José Antônio.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO - Essa troca, esse cambio que ele fez do dinheiroque veio em outras moedas que o Raul Meneses trouxe foi registrado na hora que fez o cambiono Banco do Brasil, quem era que estava sendo, o adquirente da moeda, estava trocando amoeda estrangeira pelo real, e foi registrado, houve alguma documentação nesse sentido?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não me lembro, não sei responder a pergunta. Mas nãoé difícil, porque isso é um documento que está no Banco do Brasil, mas no momento eu não melembro.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO - Se ficasse registrado, seria no nome de quem, doMoto ou de uma pessoa física, do presidente, de alguém ?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - A pergunta que o senhor me fez primeiro é igualpraticamente, não me lembro, fica difícil.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO - Nunca teve antes e nem depois, nenhumpagamento em moedas estrangeiras que teve que ser trocado e como foi essa transação, ficou nonome de quem, do time, ou no nome da pessoa física?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não tenho lembrança.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO - Não tem lembrança, não sabe, não sabe. Obrigadodeputado.

O SENHOR JOSÉ ROCHA - Senhor Presidente, estou satisfeito. Muito obrigado.

O SENHOR PRESIDENTE – Algum dos senhores deputados tem mais alguma questão a fazerao depoente?. Deputado Pedro Celso, com a palavra Vossa Excelência.

O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO - Senhor Presidente, Senhores Deputados, SenhoresDepoentes, eu perguntei a outra pessoa que esteve aqui hoje já, a respeito da cessão gratuita deatletas, eu tenho notícias que o Moto já autorizou empréstimo dos jogadores Delson e

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Dominguinhos, a esse Monasti, por seis meses, sem qualquer vantagem financeira. O Senhor quefoi presidente do clube tem notícia que estão emprestando atletas graciosamente, se foi na suagestão, o que o senhor sabe sobre isso?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não sei lhe responder nada, na minha gestão quando oDelson foi emprestado, mas foi como eu lhe acabei de responder, com o pagamento doempréstimo, agora gratuitamente, eu não tenho visto, não tenho essa informação.

O SENHOR PEDRO CELSO - Pelo que eu estou percebendo, o que o senhor insinua, deixatransparecer, acusa a diretamente o mesmo, que o senhor Cassas, Antônio José Cassas de Lima,seria uma das pessoas mais envolvida aqui no Estado do Maranhão, com a falsificação dedocumentos. O senhor confirma essa afirmação?. O que o senhor tem a nos dizer se o senhorsabe nomes, pessoas envolvidas com falsificação de documentos aqui no Estado, em quecidade se dá isso, cartórios envolvidos, enfim, precisamos de nomes senhor Antônio, V.Exa.que tem militância desde 75 no futebol maranhense com certeza tem informações.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - É, mas eu não poderia assumir cópias aqui e serleviano. Quando digo leviano é citar ou deixar de citar nomes que não sejam do meuconhecimento, nem da minha eventual prova. Na minha gestão no Moto Clube de São Luís eno Moto Clube de São Luís só houve uma tentativa que foi o caso de Kleber, na minha gestãohouve uma tentativa que nós conseguimos abortar essa tentativa.

O SENHOR PEDRO CELSO – Essa tentativa foi patrocinada pelo senhor Cassas ?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Mas não tenho nenhuma dúvida disso. Eu não tenhonenhuma dúvida em afirmar isso, além de ter provas disso. Se o Senhor pegar os documentosque eu entreguei aí, eu tenho o relatório do senhor Walber, que estava comigo pessoalmenteassim como eu estou com o senhor agora, estava comigo quando houve o depoimento lá no AliBabá o senhor Raimundinho, o senhor Kleber e de suas duas irmãs que disseram: foi Cassas.Pior do que isso. O Sr. Walber na hora pediu ao seu Kleber e ao senhor Raimundinho que oentregasse a Polícia Federal no caso aí de Walber, o passaporte a carteira de identidade e acertidão de nascimento. A resposta de ambos, Kleber e Raimundinho, foi de que eles nãopoderiam fazer naquele momento porque se encontravam na mão do Dr. Cassas de Lima eque estaria no aeroporto uma hora da madrugada para entregar na hora que Kleber fosseembarcar. Estava na mão, o que ele estava fazendo com o documento de Kleber, que beleza éessa?. Que amizade é essa?.

O SENHOR PEDRO CELSO - E sobre o envio de menores?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Me permite, me desculpa, eu lhe peço desculpas. Lhedigo mais ambos disseram, ambos afirmaram ao seu Walber e a mim que quem providenciou adocumentação falsa de seu Kleber foi seu Cassas de Lima e seu Gambasto, pior do que isso, eeu vou falar agora, tem um documento e esse documento é o documento que está na página 07desta pasta que eu entreguei aos senhores, na página 07 onde o delegado da cidade de LuísDomingos faz uma correspondência à Policia Federal onde mostra que foi lá que seu Klebertirou a sua certidão de nascimento com o nome de Klebenildo, na cidade de Luís Domingos eeu tenho esse documento aqui, procurei buscar, por que?, porque eu fui acusado comoPresidente do Moto Clube de São Luís por esse cidadão, eu disse: espera aí, vou buscar. E fuibuscar esta aí o documento, está na mão dos senhores.

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O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO - Senhor. Antônio, veja bem, o senhor já vinha comas relações extremamente ruins com o senhor Cassas, o senhor o desprezou por ter feitopropostas que o senhor considerou indecorosas, o senhor verificou no comportamento dosenhor Cassas, um comportamento de ilegalidade, comportamento que não convinha, umcomportamento que não condizia com a sua conduta moral, ética e tudo mais. O senhor já sabiaque o senhor Cassas era um perigo para a sociedade do Maranhão com o esporte no Estado doMaranhão, do Brasil, enfim, o senhor teve toda a oportunidade de dar um flagrante nele nessaquestão de Kleber tanto lá no restaurante que o senhor citou aí o nome...

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Ali Babá.

O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO – Ali Babá, como no aeroporto, o senhor tinha todasas condições, com os policiais federais que estavam lá perto, tinha todas as condições de fazeresse flagrante, por que o senhor, como disse o senhor que o senhor Cassas era um câncer àsociedade maranhense, porque o senhor não aproveitou para tentar extirpar esse câncer dasociedade maranhense, naquele momento que o senhor tinha tudo nas mãos ?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - É verdade, é, quando acho que erramos, quando eu digoerramos, é porque a minha primeira atitude, quando soube que o Kleber, estaria viajando para aFrança, nesse momento eu não sabia, que era Cassas que estava mandando, eu vim saber daparticipação de Cassas, no Ali Babá, quando Raimundinho e o Kleber me afirmaram isso, esse éum problema.

O SENHOR PEDRO CELSO - Doutor, me perdoe interrompe-lo, mas o senhor sabia de tantosdesencontros com esse senhor, o senhor não é uma pessoa ingênua, dava para pelo menosimaginar de quem era o senhor Cassas, daria para fazer uma ligação telefônica, e descobririarapidamente, me permita dizer que não sabia, mas os indícios todos indicavam isso.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Tudo bem e é verdade, eu não sou ingênuo mesmo não,eu desconfiava que era ele, mas não tinha certeza que era ele, a certeza eu tive as onze horas danoite. Mas quanto, a colocação que o senhor fez com relação a oportunidade de dar o flagrante,eu concordo, nós erramos, porque quando eu telefonei para o Walber, que o Raimundinhomarcou comigo o encontro, na mesma hora eu telefonei para o Walber, o Walber foi quem meorientou, disse: vai. Quando eu cheguei no Ali Babá, ele já estava sentado e disse que: não nosconhece, conversa com ele e diz que estamos aqui do lado olhando. Conversei e entreguei elespara Walber: pronto, o problema agora é seu Walber, aí o Walber assumiu, a cadeira que euestava sentado, conversaram por mais de uma hora. Quer dizer, acho que perdemos aoportunidade de dar o flagrante, é verdade, concordo com o senhor, e me arrependo disso, denão ter tido essa luz, porque eu não estava nem sentado aqui agora.

O SENHOR PEDRO CELSO - Muito obrigado, Senhor Presidente.

O SENHOR PRESIDENTE – Obrigado. Com a palavra o Deputado Eduardo Campos.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Senhor Antônio Henrique, quem éGambasto, que o senhor fala ai, quem é essa pessoa?.

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O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - A única coisa que eu sei de Gambasto, ele é umempresário que atua na região, parece que é belga, se eu não me engano, é a nacionalidadebelga, e atuou há muito tempo aqui no Maranhão, na transação ele e Rubilota, na transação dejogadores. Quero dizer que tem uma reportagem no jornal que está ai no documento que eudei para o senhor, uma reportagem onde o Cassas, diz que ele se hospedou parece que noHotel Vila Rica, se hospedou no Hotel Pantheon sei lá aonde mais, Cassas se esqueceu dedizer que se hospedou na casa dele também, não foi só no hotel não, foi na casa dele também,tanto Gambasto como o Rubilota, ele sói se esqueceu de dizer que também se hospedou nacasa de Cassas. Esse amigo que é só amigo de longe, se hospedou na casa dele também, nãofoi só no hotel. Mas eu não tenho mais informação para lhe dar.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Senhor Antônio Henrique, eu quero que o senhor nosajude, no que diz respeito a questão não especifica das transações desses jogadores que já foiexplorado aqui, mas no que diz respeito a rota, Maranhão - Bélgica e Maranhão - Tunísia,que vem sendo alimentada a partir do Maranhão com a clara participação do Senhor Cassas.Uma transferencia como essa, de um jogador, isso passa pelo clube onde o jogador é filiado emais a federação do dos jogador, isso eleva inclusive o preço do jogador no mercado. Comoé que isso se dá aqui no Maranhão? O Senhor conhece casos que o senhor declara no jornalem uma matéria que eu tenho aqui, que o Cassas enviou dezenas de jogadores, o senhorpoderia citar, dois, três, quatro, cinco, casos, o senhor se recorda?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Eu vou citar por exemplo, dois que estão aí noprocesso, o caso do Fernando e outro, que estão aí também no processo, e mais outro...

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - E Joaquim.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Sim, Joaquim. Estão aí no processo que eu entregueipara o senhor.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Mas outros, que a gente...

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Talvez até ao final eu me lembre, de repente a genteconhece, Kleiton, ele teve participação no caso Oliveira, entendeu?, que foi um grandejogador, teve na seleção da Bélgica, teve participação no caso Oliveira.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS – Rubenilson ?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Rubenilson, inclusive ele não foi só, o exportador dejogador, ele foi, ele cometeu umas séries de outros crimes, ele assinou como se fossepresidente do Moto.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS – Rubenilson?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - É, ele nem...

O SENHOR EDUARDO CAMPOS – Raimundinho?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Eu não tenho conhecimento disso, só sei da relaçãodele, mas não tenho conhecimento, se ele fez isso.

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O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Quando ele foi ser jogador lá ?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não sei se houve a participação no caso, mas queroacreditar que tenha havido, não sei, mas se alguém me contar eu acredito, se alguém mecontar isso eu acredito. O que eu quero dizer para os senhores, é de que, gente pelo amor deDeus, eu disse já em jornal, televisão, entrevistas que eu dei, que nós temos que parar comhipocrisia, quando eu digo parar com a hipocrisia, eu falo isso há um ano, mas todo mundosabe disso, as vezes você não tem prova, quem pratica o crime procura esconder uma provamaterial, é verdade, todo mundo sabe disso, quem pratica procura esconder, todo mundo, aimprensa sabe disso, dirigentes sabem disso, e ficam com esse papo, doutor eu acho que paramim é papo furado, ele é exportador. Outro dia eu vi uma entrevista dele na televisão: por quevocê fez isso? por amizade. Conversa fiada para boi dormir. Me desculpem a expressão, todomundo sabe disso, eu tenho aqui, está aí nas mãos dos Senhores....

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Ele ajeita os documentos também?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Pelo amor de Deus, eu tenho informações, não possoprovar, mas esse Cartório da doutora Margarida, que vem com uma conversa fiada, em dizerque roubaram mil certidões de nascimento do cartório, como é que se rouba mil certidões denascimento, uma coisa que se deixa em cima da carteira certidão de nascimento, ou vocêguarda muito bem guardado no armário, como é que se rouba mil documentos, pois é, é umaconversa que sobre o aspecto jurídico eu não tenho m nem o direito de falar .

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Ela é amiga de Cassas

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - O Cassas tinha na casa dele, e eu vou dar umainformação para o Senhor, não sei se tem, convoque o senhor Walber Cutrim, que é agente daPolicia Federal, estava dentro da Policia Federal, quando eu fiquei sabendo, que ele tinha nacasa dele bloco do cartório da dra. Margarida, vocês devem ter essa informação, ele tinhadentro... então é hipocrisia, eu não sei a verdade, então é aquele negócio eu vou fazer umacorrupção com o senhor, vou lhe dar 10 mil aqui, eu provo que eu lhe dei? Ninguém prova.Então, é isso, quem paga não se prova naturalmente, mas aonde tem fumaça, tem fogo.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - E para federalizar quem é que toma conta disso.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Isso já é uma outra questão, preste bem atenção, emprimeiro lugar houve um equívoco quando o senhor fez uma colocação, que eu queroexplicar. Por exemplo no caso Kleber, o Kleber João Boas Pereira, que ele é um atleta, tem aiinclusive a filiação dele na CBF, um documento que eu estou entregando aos senhores, oregistro dele na CBF, como sendo jogador do Moto Clube de São Luís, se eu não me engano éum documento, é está na pagina 112, esse documento, o registro dele na CBF, o Kleber JoãoBosco Pereira, era um jogador, um atleta do Moto Clube de São Luís, filiado a FederaçãoMaranhense de Futebol e filiado a Confederação Brasileira de Futebol, esse jogador, seupasse pertence ao Moto Clube de São Luís, mas eu que sou moleque, chego para o senhorKleber e digo: vem cá meu filho, teu nome agora é Klebernilson, tu não tem 20 anos, tu tem é18, está aqui a sua certidão de nascimento, a sua carteira de identidade, e esta aqui o seupassaporte. Na hora que eu te mando para a França, não foi Kleber que foi, o Kleber continuaum atleta vinculado ao Moto Clube de São Luís, quem foi, foi Klebernilson, quer dizer, nãofoi o Moto que liberou o Klebernilson, Klebernilson não é atleta do Moto, atleta do Moto éKleber, e quem foi, não foi Kleber, foi Klebernilson, então esse atleta não tem vinculo com o

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clube, percebeu isso? Não tem vínculo com o clube, esse atleta Klebernilson não tem vínculocom o clube, o atleta Kleber, é que ia ficar feito besta procurando, cadê Kleber? ninguémsabe aonde ele está, é Klebernilson que esta na frente, e o esquema, eu ia ficar feito patoprocurando Kleber.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Kleber chegou, o Klebernilson chegou ai,o jogador fabricado pelo Cassas de Lima?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Me consta que foi para a Europa, mas parece que nosidos de 96, se não me falha a memória, eu não estava morando aqui em São Luís, mas meparece que ele foi.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – E ele fez passaporte...

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - O que eu tenho, é que o passaporte de Kleber, teriasido feito em Terezina, é uma informação que eu tenho, não sei se isso é verdade.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Agora, eu quero saber, na Bélgica ésegunda via, exatamente para esquentar. Me diz uma coisa, na Federação, o senhor não merespondeu com clareza, como é que se dá esse papel do Klebernilson por exemplo, tem oKleber, está registrado, como é que passa na Federação?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Nesse caso ele não passa na Federação.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Mas ele tem que passar.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Nesse caso não.SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Ele tem que ser Federado, para ser aceito,para ser aceito na Europa ele tem que ter, se ele for maior, ele tem que ter sido registrado noBrasil.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não, entenda, quando ele foi pela primeira vez, foicomo menor, se eu não me engano, foi como menor. Mas o que eu quero dizer é o seguinte,existe, gente é como eu falo, eu não estou falando para o Senhor, eu estou repetindo o que jádisse, existe uma coisa chamada hipocrisia, eu estou falando essas coisas para você, eupoderia chegar para o Senhor, e diria sim, não, não sei, eu poderia fazer isso, é um direitoque me assistia, não sei, sim, mas não é isso que eu estou querendo, eu não estou querendoajudar ao Maranhão não, eu acho que isso é um problema Nacional, porque as vezes aspessoas estão tachando o Estado do Maranhão, como sendo o Estado do Maranhão, o antrodas desgraças, não é verdade, o Brasil todo faz isso, nós sabemos, eu lido no futebol desde1975, eu sei que eles fazem, o que eu quero dizer, é que nós estamos agora no Maranhão,com certeza os senhores irão para outros locais, agora é preciso que a gente saiba, é que, genteeu fui prejudicado como cidadão, a minha honra foi ferida. Eu sou respeitado, sempre fui portodas as pessoas, eu tive emprego, eu fui Diretor de Empresa Estatal e por ai vai, nunca leveium cliente em minha casa, chego no Moto Clube de São Luís, me chamam de ladrão, vocêesta ai, esta autorizado, eu estou falando esta sendo gravado, está autorizado o negocio ai, desigilo bancário, fiscal etc, vocês não vão nem encontrar nada, porque o meu cartão de creditojá foi encerrado, minha conta já foi encerrada, vocês não vão nem encontrar nada, por contado Moto Clube de São Luís, vocês não vão nem encontrar, mas pode ficar a vontade, vocêsnão vão nem encontrar , o meu talão de cheque esta cancelado, eu não posso tirar talão de

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cheque, não tenho nenhuma conta bancaria, foram todas canceladas, meus cartões de créditos,por conta do Moto, por conta da Federação Maranhense de Futebol que me alijou ...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Qual a participação da Federação nesseesquema de transferencia de jogador para fora?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Olha, tem um timinho na Federação...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quem é o timinho?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - É chamado de Boa Vontade, tem um time naFederação chamado de Boa Vontade, não vou provar nada, porque não tenho prova.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Não.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - É uma ponte.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- É uma ponte de que?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - É uma ponte desse tipo de transferencia que legalizaaqui, manda não sei para onde, quer dizer o jogador passa.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - E o Cassas está nisso, não?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Também, o Alberto Presidente da Federação, pareceque vocês vão conversar com o Mundico que é o Diretor de Registro, e o Manoel que é oPresidente do Boa Vontade, que é o tesoureiro.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - É.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Olha, eu não estou aqui defendendo, porque eu nãosou amigo de ninguém, até porque a gente fala em amizade teoricamente, já falou em termospráticos, eu tinha muitos amigos, entendeu?, eu não sou amigo deles não, como eles não sãomeus, mas eu acho que deve ser colocado, conversa se coloca de lado, isso é café pequeno,eles são mandados.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quem manda neles?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Quem manda é o presidente da Federação, quemmanda na Federação é que é autoridade. Vocês já viram o estatuto da Federação? Vocês jáviram o tamanho do casuísmo da Federação? o Presidente da Assembleia Legislativa doMaranhão, o Doutor Manoel Ribeiro a pessoa que eu tenho a maior consideração de respeito,que é Presidente do Sampaio Corrêa, há dois anos atras, brigou com a Federação, queria atédesfiliar o Sampaio Corrêa, da Federação por causa do casuísmo, hoje não, a gente até porobrigação pública, como dirigente de clube, a gente tem que esta vinculado, e as vezes gentetem que se sujeitar a alguma coisa.

O SENHOR EDUARDO CAMPPOS - O Carlos Alberto é sócio de Cassas de Lima, emoperações ?.

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O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não sei, mas desconfio que sim, não posso provar,mas desconfio que sim.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS- Claramente a Federação compartilha desse processoque garante a transferencia ?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Olhem a força do Alberto Ferreira, do RicardoTeixeira, e por ai vai, olhem o Estatuto, leiam o Estatuto da Federação. Eu não posso nementregar para os Senhores o Estatuto da Federação, porque ele não dá.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Eu tenho aqui.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Tem? leia.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - É um cartório.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Para você ver o tamanho do casuísmo.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - São exatamente essas duas pessoas, seis pessoas quevotam na reeleição dele.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Pelo amor de Deus. Pelo amor de Deus.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - O Alfredo Nunes, O Alfredo Nunes, é o padrinho quese elegeu agora, prefeito aqui de uma cidade do Piauí, que é vice-presidente da CBF, ele éque comanda o voto do Carlos Alberto Ferreira na CBF?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não sei, não posso afirmar isto, mas o Alfredo Nunes,prejudicou o futebol do Maranhão, especificamente o Sampaio Corrêa, não sei como é queestá a relação do Sampaio e a Federação com Alfredo Nunes, mas prejudicou o futebol doMaranhão por duas vezes.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Para concluir. Me diga uma coisa, não é só Cassas quemanda esses meninos para fora, tem outros. O senhor tem algum nome, o Serginho, já ouviufalar no Serginho, empresário que é dono do Americano, do América aqui de São Luís?.Serginho, era um time parecido com o Boa Vontade.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS- O Americano de Bacabal, o senhor já ouviu falar?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Isso aí eu tenho informações, tenho informações,inclusive vai um ex-diretor do Americano, ele vai depor , não sei se ele já depôs.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS – Não, vai depor.

O SENMHOR ANTONIO HENRIQUE - Mas eu solicito aos Senhores que o interroguemsobre o caso que eu vou contar, ele inclusive serviu de intermediário para apaziguar. O ClovisDias, que era do Conselho do União São João, ele era Diretor não sei...

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O SENHOR EDUARDO CAMPOS- União São João?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Com União São João, e era diretor aqui, doAmericano...

O SENHOR EDUARDO CAMPOS – Diretor do Ferroviário também do Ceará.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - É, exatamente. Esse Clovis, na época que eu estavatentando negociar Kleber, eu era doido para negociar Kleber, para poder transformar odinheiro em patrimônio do clube, nessa época eu entrei em briga com Kleber, eu já conteiaqui, esse rapaz foi aonde Kleber e disse: eu te levo para o União São João, e do União SãoJoão eu te levo para o Valência, a gente acerta agora ...

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - O Clóvis?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - O Clóvis aliciou. E eu cheguei para o Araújo, porqueo Clóvis não estava no Maranhão, e disse: não deixa esse rapaz entrar na FederaçãoMaranhense de Futebol, se ele entrar na Federação eu quebro os dentes dele. E ele para entrarele tem que pedir para o Araújo me pedir prá mim não quebrar os dentes dele. Pergunte parao Araújo.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - O Raimundinho, é empresário também nessa transacom o Cassas?.

O SENHOR ANTONIO HERIQUE - Que eu saiba ele é aquele empresário, ele fala francês,ele domina o idioma francês, parece-me que o idioma espanhol se eu não me engano, então osenhor sabe que o exterior tem aquela dificuldade da relação de falar e como ele domina oidioma ele leva os jogadores, ele faz essa ponte desses jogadores.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Junto com o Cassas?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - O Cassas manda, Raimundinho leva.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Quer dizer que afora Clóvis, afora Cassas, afora oRaimundinho o senhor não conhece o Sérgio?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - O Sérgio eu não conheço.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - O Rubilota o senhor já falou, esse Gambasto?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - O Gambasto conheço de nome, mas ele é brasileiro.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - No caso ele leva maior, menor, isso elefaz em casa, se o menino é maior ele faz menor, se é menor ele faz maior.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Isso aí é um outro problema. Por exemplo: agorarecentemente, eu tenho uma filha de 11 anos de idade, eu fui ao Shopping do Cidadão com acertidão de nascimento dela, em dez minutos eu saí com a carteira de identidade, quer dizerisso ai é uma coisa muito fácil esse batimento a nível de informática não existe, então é muitofácil você tirar uma carteira de identidade, é muito fácil.

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O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Só para concluir. Quem fez o negócio do Kleber? Sóuma pergunta em relação a isso. Foi o Mário Petralha lá do Atlético?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - O presidente do Atlético na época.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - O Petralha é o mesmo que esta naquela questão dosJuizes, que sugeriu a negociação dos resultados, é empresários?.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - É esse mesmo.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Foi exatamente com esse senhor, que o senhor que osenhor fez a negociação?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Mas é ele que assina o cheque.

O SENHOR ANTONIO HERIQUE – Não. Eu conversei na época com o Alberto, que é odiretor financeiro e com o Samir que é o vice-presidente de futebol que representavam oPetralha.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Afora o Maranhão o que senhor conhecehá tantos anos o futebol brasileiro, no outro Estado, ontem dito aqui à imprensa, todos temdito, alguns, muito poucos tem tentado desvirtuar a nossa vinda aqui ao Maranhão, oMaranhão está passando por isso é porque o Maranhão tem grandes valores no futebol. Porter grandes valores no futebol é que vira um celeiro desse tipo de prática, agora o que nãopode acontecer é a gente achar é que só existe no Maranhão, não, existe em outros Estados,nós estamos mostrando claramente o comprometimento da Federação Paulista de Futebol queestá assistindo esses clubes fazendo a ponte com os falsos clubes do Maranhão, prá lá.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – O senhor sabe como originou essa questão daBélgica? Eu vou lhe explicar: existe uma publicação, eu até tinha esta revista, uma publicaçãona Bélgica, uma revista ligada ao esporte, umas quatros ou cincos laudas, nessa revista elesfaziam uma análise do biotipo do atleta maranhense, e dizia que: o biotipo do atletamaranhense se encaixava muito bem na Holanda, na Bélgica e na França, isso despertou nosinícios de 1980 o Rubilota e o Gambasto, aí vieram para cá e diziam: esses atletas sãomaranhenses e por conta dessa publicação que era maravilhosa na Bélgica eles tinham umaatração muito grande e os jogadores eram valiosos, por que? porque essa publicação diziaque esse tipo de atleta era uma maravilha para aquela região. Foi assim que iniciou isso.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor tem conhecimento afora oUnião São João, o Clóvis e outro que atua aqui na região que trabalha com esse negócio demenor, de levar jogador para fora para o mercado externo, nomes, eu quero saber quem são. Osenhor já viu falar no Bira que mora por aqui?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Eu conheço o Bira de vista, o Bira. Tem um outrorapaz que no momento eu não me lembro?

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O Bira que foi da loteca, Bira queacertava com o juiz. Ele mora aqui?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Eu conheço esse Bira de vista, eu não me dou comele. Mas tinha um rapaz que no momento lembro o nome mas posso dar depois, até porquevou entregar mais uns documentos para os senhores, tinha um rapaz que rondava logo quecomecei como Presidente do Moto Clube de São Luís, ele rondava o Moto Clube de São Luíscom relação a atletas, porque naquela época nós tivemos que trazer atletas de fora, elerondava ele não é aqui do Maranhão. O Elias Motoca também, mas esse rapaz rondava muitoe a gente teve que ameaça-lo porque ele ficava de madrugada...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Seria o Pessegueiro?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Não, esse Pessegueiro parece que ele é espanhol quetrabalha nessa exportação, agora, não sei se ele trabalha com falsificação, mas ele trabalha...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor viu dizer em alguma época queo ...

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – O Pessegueiro me procurou com relação a atletas.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O Cassas tinha alguma situação com aembaixada Brasileira na Bélgica, alguma facilidade, alguma ponte?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Não. Acho que não era necessário ele falsifica tudo,não é preciso.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Tá bom, ok! Muito obrigado ao senhorAntônio Henrique Farah de Moraes Rego.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Eu continuo realmente a disposição da Comissãoquando e a hora que quiser.

O SENHOR PRESIDENTE – Muito obrigado, por hora o senhor está dispensado se puderaguardar a continuação dos nossos trabalhos nós somos bastante agradecidos. Eu voususpender por cinco minutos os trabalhos para que a Comissão possa acertar o procedimentoda Audiência Pública. Estão suspensos os trabalhos por cinco minutos. Reaberta a reunião daComissão. O Senhor José Raimundo Rodrigues Lopes, senhor Raimundinho, Zacarias, dacomissão, já contamos com a presença do senhor José Raimundo Rodrigues Lopes, a quempedimos que tome assento à Mesa. Boa tarde seu Raimundo. Peço à secretaria que traga oTermo de Compromisso do senhor José Raimundo Rodrigues Lopes, compromisso oral.Passo sob a palavra de honra a promessa de dizer a verdade de que souber e me forperguntado. Assinado José Raimundo Rodrigues Lopes. Passamos a palavra inicialmente paraas suas colocações senhor José Raimundo Rodrigues Lopes. Com a palavra a V. Senhoriasenhor José Raimundo.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Boa tarde.

O SENHOR PRESIDENTE – Boa tarde. Se você tiver uma colocação inicial a fazer, o senhorfaz, ou nós passamos a palavra aos deputados para fazerem as perguntas.

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O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Gostaria que os deputadosiniciassem as perguntas para que eu pudesse responder.

O SENHOR PRESIDENTE – Pois muito obrigado. Então passamos a palavra ao DeputadoRelator, Deputado Silvio Torres com a palavra a V. Exa.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor Raimundo, o senhor hoje exercequal atividade no futebol Maranhão?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Técnico de futebol do BoaVontade.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Do Boa vontade. Desde quando o senhorestá?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – A gente está a 14 dias iniciando ostrabalhos.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Quatorze dias apenas o senhor inicia ostrabalhos?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Isso.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor é um ex-jogador de futeboltambém?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Sim.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Qual foi, se o senhor puder explicar de modorápido, qual foi a sua trajetória dentro do futebol?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Eu joguei no Moto.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Com que idade o senhor começou e em queano?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Bom foi bem cedo nas categoriasde base, depois fui subindo até chegar no profissionalismo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Mas isso foi em que período? Em 1990?Antes de 90?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Não, bem antes, eu era bem garotoquando eu comecei no Moto, eu era juntador de bola e ai nós fomos seguindo uma carreira eprofissionalmente, nós iniciamos no ano de 81, no Moto Clube.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Em 81?.

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O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES - Em 80, nós éramos ainda juvenil,fomos emprestado para um time do interior e depois voltamos e ai começamos a carreiraprofissional no Moto Clube .

O SENHORDEPUTADO SILVIO TORRES – Em 80?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Em 81.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Em 81. E como foi depois?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Depois fomos jogando noscampeonatos brasileiros fomos nos destacando e ....

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Sempre no Moto clube?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Não. Depois fui vendido para oEquador, depois vim para o Moto e depois vim para o Sampaio e aí sucessivamente.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Muito bem, o senhor quando foi vendidopara o Equador, o senhor foi vendido diretamente pelo Moto Clube?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Não, essa parte tinham unsempresários no meio que negociaram com o clube na época, e nós fizemos a nossa parte comoatleta de ter ido.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor não sabe quem ajudou nanegociação, quem foi o empresário que intermediou?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Diretamente não, porque na épocao presidente se eu não me engano, o presidente do moto dr. Ibraim Assub, se eu não meengano era o presidente do clube. Mas a negociação foi feita entre o clube e os empresários enós só tivemos nossa participação como jogador.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E naquela época o senhor conheceu oempresário que se chamava Rubilota ele atuava aqui, já no Maranhão?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Não. Nessa época eu não tinhaconhecimento.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Não estava por aqui.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E o senhor depois então, que deixou o futebol,o senhor foi se dedicar a alguma outra atividade, tipo deixou de jogar futebol?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES - Nós aproveitamos as amizades quefizemos e seríamos tipo um intermediário, aqueles que procuravam se tinham jogadores deboas qualidades no Maranhão nós indicaríamos.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor é uma espécie de olheiro?

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O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Não, tinha um olheiro, souintermediário.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E você passa isso para quem, você estravaaqui, havia lá um bom jogador, quem você procurava?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Bom, quando tinham jogadores daparte técnica que interessava: tem jogador aqui tal, de qualidade assim, dessa natureza e essasinformações eram passadas.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E onde você olhava esses jogadores?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Nos campos de futebol, noscampos profissionais.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Na capital, no interior?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Não, aqui na capital muito poucoas vezes fui ver alguns jogadores no interior, sempre aqui na capital principalmente osjogadores naturais de São Luís do Maranhão.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – São jogadores naturais daqui. Qual o setor nointerior por exemplo?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES –Nenhum.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Nenhum, nunca olhou nenhum do interioraqui?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Não. Fui uma vez olhar um jogadorque já jogava num time profissional, que pelas informações que me deram que era um bomjogador até para dar essas informações, tem um jogador se não me engana esse não émaranhense, e ele estava jogando contra o Moto Clube aí eu fui até Codó olha-lo, masinfelizmente aquilo que ele apresentou dentro do campo não satisfazia as condições, com asexigências do clube e não chegamos a conversar.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Além desses jogadores profissionais vocêtambém não tinha contato com as escolinhas, com o pessoal de várzea, jogadores que estavamse iniciando assim na carreira amador?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Não. Você sabe nas coisas existemmuitas decepções, todo mundo acha que você poder levar ou indicar um jogador, todo mundoapresenta: olha, eu tenho meu filho na escolinha tal, é um jogador bom e nada mais justodentro deste trabalho a gente procurar observar, mas dentro daquilo que nós observamos osrequisitos do atleta não condiziam com aquilo que era exigido.

O SENHOR SILVIO TORRES - Mas nessa longa carreira de jogador e de olheiro eintermediário, você certamente já conviveu com vários jogadores, que sairiam daqui do

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Maranhão, e foram para outros times de outros Estados ou exterior. Quais deles você oudiretamente chegou a conversar e indicar para alguém.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES - Nós indicamos um jogador do Estado, doMaranhão Atlético Clube, o Kleiton nós indicamos quando ele já estava na Bélgica, o clubeperguntou se eu conhecia algum jogador, nós indicamos aquele que todos conheciam econhecíamos ele como jogador, foi indicado como jogador, ai o clube fez a negociação,logicamente como tínhamos o problema do idioma nós pudemos ajudar em termos deintermediações de passar aquilo que eles falavam lá e o clube aqui, mas a negociação foi feitacom o clube.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Mas o Kleiton já estava no Exterior? .

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO ROFRIGUES - Já estava na Bélgica.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas aqui, aqui no Maranhão mesmo, não temnenhum jogador que passou pelas suas mãos?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES - Aqui nós indicamos o Luiz Carlos, atleta doMaranhão Atlético Clube, indicamos há pouco tempo agora um outro atleta do MaranhãoAtlético Clube que é o José Raimundo Félix, as negociações foram feitas todas normais com oclube e as documentações todas normais.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas nesse tempo todo que o senhor foiintermediário durante tanto tempo assim, você só teve essas duas indicações, como é que oSenhor sobreviveu então? .

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES - Não, não é que eu tive só essas duasindicações diretamente minhas, agora opiniões que me perguntavam, e nós indicávamosdentro das opiniões, foram várias, pela qualidade deles, como o Wamberto, me perguntaram,eu dei boas informações como jogador, como foi Isaias, eu dei informação como um bomjogador, agora quem fez a negociação foi o empresário Rubilota.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Qual que era a sua atividade, além deintermediar, continua outra atividade.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES - Eu, por exemplo, nós procuramos sempresegurar, fiquei um tempão desempregado, estou passando uma situação um poucoconstrangedora, mas continuamos o caminho nesse termo de observação, e quando nósindicamos jogador, que as coisa davam certo, normalmente nós recebemos a nossaparticipação, é como olheiro, como eu frisei anteriormente, uma intermediária.

O SENHOR SILVIO TORRES - E nesse tempo todo que o você tem atuado, você temacompanhado essa questão, de jogadores menores, ou que são transferidos, que vão para oexterior, você chegou a conviver com algum, que recebeu convite, ou você teve conhecimentopessoal, ou ouviu falar?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES - A gente ouviu muita gente falar, masinfelizmente não podemos, estamos averiguando porque a gente escuta o que todo mundocomenta, é o que esta sendo apurado.

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O SENHOR SILVIO TORRES - O Senhor não tem nenhum conhecimento, experiênciapessoal com isso? .

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES - Não. Até como intermediário no momentoque nos passam os dados do atleta quando é intermediário nós passamos aquilo querecebemos, é isso que nós fazemos, aí no momento que é negociado, e logicamente que é umtrabalho que estou fazendo como intermediário eu tenho que ganhar a comissão.

O SENHOR SILVIO TORRES - Agora o senhor saberia dizer, o pessoal, o senhor conhecebem o pessoal, sabe quem é o jogador, saiu daqui do Maranhão estão fora, no exterior, osenhor conhece esse pessoal ?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES - Conheço alguns, mais amigos, outros só devista e muito deles nunca nem vi, nunca nem vi, tenho oportunidade de vê-los quando falam,quando chegam e se reúnem, como tem um jogo todo final de ano aqui dos jogadores queestão fora e ali é fácil se conhecer. Agora muitos deles, conheci bem o Isaías, o Wamberto eoutros mais, nós já conhecemos até pela forma que eles adquiriram e até pela amizade pessoalque nós temos em torno de um bom relacionamento.

O SENHOR SILVIO TORRES - Senhor Presidente, eu queria passar a palavra a V.Exa. eaguardar os demais deputados para depois dar continuidade se for necessário.

O SENHOR PRESIDENTE - Com a palavra o Deputado Eduardo Campos.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Raimundinho, quem te levou para ofutebol Belga, foi o Rubilota junto com o Cassas de Lima ?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES - Foi o Rubilota.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O Cassas de Lima não teve participação?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES - Eles tinham uma amizade, conversavam,mas quem me levou foi o Rubilota.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Mas quem te apontou para o Rubilota foio Cassas de Lima?O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES - Eu acredito que foi, porque na época eu erajogador do Moto, estava em grande fase, estava em boa forma, e a primeira vez que eu tivecontato com o Rubilota foi justamente depois do jogo que nós perdemos para o SampaioCorrêa, nós tínhamos saído para jantar, na churrascaria do Cabral, se não me engano no JoãoPaulo, e foi a primeira vez .

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Nesse encontro estava Rubilota e Cassas?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES - Nesse dia não, nesse dia nós estávamoscom os jogadores reunidos, jantando, nós tínhamos perdido o jogo e foi uma maneira de

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ficarmos um pouco mais juntos, e nesse dia só estava o Rubilota que tinha mostrado interesseem me levar.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Mas quando o senhor foi para a Bélgica,Cassas foi junto, ou o senhor foi junto com Rubilota ?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES - Eu fui sozinho, eu fui na frente depois queeu encontrei com ele lá.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - É verdade que o Rubilota exigia que osenhor tivesse uma idade menor do que o senhor tinha na época, para lhe levar para a Bélgica?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES - Não, ele não exigiu, inclusive eu converseiisso com o senhor pessoalmente, ele não exigiu, na época eles queriam um jogador mais novo,e na própria circunstancia que eu me encontrava, de família, eu não pensei em outra coisasenão dar uma condição melhor para os meus filhos, porque estava triste como um pai que seencontrava numa situação daquelas, sabendo que você tem outras responsabilidades, que vocênão faria sem condição de cumprir. Então isso é uma co9isa pessoal minha, foi um erro queme arrependo, logicamente, hoje não trato de fazer isso, porque é uma coisa muito feia, masnaquele momento, naquela condição, não via outra opção a não ser talvez até me prejudicarpessoalmente.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Na transação do Kleber, qual foi o seupapel, você estava ganhando o que para levar o Kleber junto com o Cassas de Lima para aFrança?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Bom, na transação do Kleber, jáera bem claro, era intermediário, então o Dr. Cassas de Lima simplesmente o seguinte: sedaria para mim vender algum jogador do moto. Indicar. Vender não, eu não teria poderes paraisso. E eu indiquei o jogador que no momento se destacava e que preenchia todos aquelesrequisitos que era o Kleber. Então nós conversamos tanto é que eu pedi que conversasse como presidente do conselho diretor, ele era presidente do conselho deliberativo e no momentoque fosse feita a negociação, o clube logicamente soubesse pela participação que estava sendofeita, então em momento algum eu quis roubar o Kleber, tirar o Kleber escondido daqui, atéporque eu tinha mais acesso com o Dr. Cassas de Lima que o presidente atual é o Dr.Antônio Henrique.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Quem é o teu contato na Bélgica?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Eu conheço lá o empresário Rogerque era o diretor do clube, hoje ele é empresário oficial da FIFA.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O Roger?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – O Roger, quando ele necessita deum jogador e se tem algum jogador de qualidade, nós indicamos pela qualidade.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Afora Roger, qual é outro teu contato lá?

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O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Por exemplo na Tunísia nóstínhamos uma participação, e lá os jogadores que você leva é diretamente com o clube.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – E o clube?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Etuálio da Tunísia.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Etuálio. Você conhece um empresárioPeres Júnior?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Não, senhor.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Você tem ido para lá?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Não senhor.O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Você conhece Juan Figer?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Um pouco.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Você conhece Jorge Machado?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Você sabe que o Dr. Cassas ajeitadocumentos de meninos para deixar no ponto de interesse do clube lá fora, trabalha comcertidões que não correspondem exatamente a idade do rapaz?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Nunca viu falar nisso?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Escuto falar.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Mas ouviu falar aonde?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Inclusive nas rádios já tevecomentários.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Não quero saber nas rádios não, eu querosaber no mundo do futebol que você vive nele, você é olheiro, você hoje tem essa missão deolheiro, você está falando aí a verdade, não fale meia verdade porque isso aí não ajuda nem avocê nem a CPI. Pode falar a verdade toda. O pessoal sabe que o Cassas de Lima trabalhacom certidão para ajeitar os famosos gatos, já ouviu falar no mundo do futebol, lá nosbastidores nas beiras dos campos que isso existe, o senhor já ouviu falar?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Eu já ouvi falar como todos jáouviram falar que o dr. Cassas de Lima, eu pessoalmente Não posso lhe dizer pessoalmente comcerteza se existe, eu não posso dizer com certeza se existe porque eu prometi dizer a verdade, éque eu já ouvi falar.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O Boa Vontade, é o time que você está láaté hoje?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO RODRIGUES LOPES – Até hoje o presidente, seu Manoel, foiquem me contratou pra iniciar esse trabalho, e o nosso trabalho lá ficou bem claro, pelo menospra mim pra ele que seria um trabalho para iniciar uma nova carreira, uma carreira digna poderolhar de frente para muitas pessoas e mostrar a minha capacidade dentro desse trabalho, elogicamente isso eu disse a ele, não tenho porque mentir, que se tivesse algum jogador dequalidade que nós poderíamos indicá-lo, nós indicaríamos normalmente.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor conhece o Serginho?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO R. LOPES- Só de vista.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Eu vou dizer uma versão, foi exatamentenesses termos que o senhor foi convidado, o senhor me confirma ou não para presidir o BoaVontade: o Boa Vontade é um time de amigos da Federação e de Diretores da Federação, quetem portanto a boa vontade da Federação de ajustar os documentos dos meninos. Documentosnovos ou documentos antigos. O Senhor é um experiente olheiro com a habilidade de falar não sóo nosso idioma, mas dois idiomas, o senhor tem contatos na Tunísia e na Bélgica, o senhorquando foi convocado pra presidir o Boa Vontade, estava entre as suas prerrogativas e obrigaçõesnão só treinar o time, mas identificar nesse time valores que pudessem ser vendidos. Não foiassim que o senhor foi convocado?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO RODRIGUES LOPES - Não, eles não me convocaram, eu quesugeri para eles no caso no meu trabalho, seria como profissional de treinador que é o início daminha carreira.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Mas também um treinador de mercado, otreinador que treina nas quatro linhas e depois das quatro linhas também consegue...

O SENHOR JOSE RAIMUNDO R. LOPES – Pelas amizades....

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O treinador em si, ele só faz treinar, ele nãoempresaria, o senhor está fazendo um dublê de treinador e também alguém que vai viabilizaralguém...

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO R. LOPES- Se você me permitir?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Eu lhe permito.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO R. LOPES - Como treinador, tanto do Boa Vontade, como deoutro clube do futebol maranhense, do jogador maranhense, seja ele natural do Maranhão, sejaele de fora, mas que esteja se destacando e que nós formos solicitados para dar este tipo deopinião, de avaliação eu darei, se fosse do Boa Vontade, o jogador que não fosse do Boa Vontadee que...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Se acertou participação, se o jogador acerta,quanto é que você ganharia? Se acerta o jogador do próprio Boa Vontade que você é treinador,você coloca ele lá na Bélgica, quanto é que você ganharia?

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O SENHOR JOSÉ RAIMUNO R. LOPES – Nós não acertamos os detalhes em termosfinanceiro até porque...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Normalmente nessa atividade ganha quanto?

O SENHO JOSÉ RAIMUNDO R LOPES – Não, isso depende muito, o que eu ganharia seriacomo se eu tivesse gasto com o meu trabalho. No caso de telefone, essas coisas todas...

O SENHOR EDUARDO CAMPOS – O senhor não ganha gratificação?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO R. LOPES - Não, logicamente a gratificação pelo meu trabalho,mas não...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Existe isso de trabalhar pela amizade,somente para ganhar amigos?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO R. LOPES – Doutor, desde que eu comecei minha carreira defutebol, eu sempre eu joguei por amor, agora logicamente, aliado a situação financeira, porque sóde amor infelizmente nós não podemos viver.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Então não existe esse negócio de fazer,apontar, essa tarefa de apontar, empresariar só pra ganhar amigos, não existe, o senhor me dissehá pouco...

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO R. LOPES – E lhe confirmo aqui presente.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Existe ou não existe?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO R. LOPES – Logicamente, se você indica...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - ...futebol do mundo inteiro onde você passouque faça isso só pra ganhar amigos, o senhor conhece alguém?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO R. LOPES - De fato agora eu não conheço ninguém, eu achoque você faz o seu trabalho, você indica e você ganha a sua comissão dentro do que vocêtrabalhou. Agora só por amor, infelizmente eu nunca vi, eu particularmente não faria.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quem que trata de documentos lá no BoaVontade? A parte documental, chegou o menino pega a certidão dele, faz a inscrição dele, quem éque trabalha com isso, é o senhor?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO R. LOPES – Doutor o senhor me desculpe, mas eu deixei clarocom essa parte administrativa, eu não gostaria de me envolver até porque eu iniciei uma novacarreira...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - E quem é então, não é você?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO R. LOPES – Não, eu não sei até porque o Boa Vontade é umclube pequeno e tem muitos poucos funcionários, o que eu conheço do Boa Vontade é o

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Presidente, é o meu auxiliar técnico, é o auxiliar técnico eu vou até falar com ele que nós temosjogo daqui há pouco, como eu não tinha horário para sair daqui, passei todas as coordenadas dotime que vai jogar hoje a noite, é o Nequinho que é o meu auxiliar técnico...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Na transação do Kleber, Cassas disse que iate dar quanto?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO R. LOPES - Na transação do Kleber o doutor Cassas não mefalou ainda não, o que aconteceu na transação do Kleber eu vou ser bem claro: o Kleber foi umjogador que eu indiquei, como tinha problema do idioma, eu que conversei diretamente com otreinador do clube, com o treinador do clube. O Kleber, nós tínhamos feito uma proposta, querdizer, tínhamos feito uma proposta Pública que seria em torno de cem mil dólares pelo passedefinitivo, certo?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Certo.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO R LOPES- Continuo dizendo, do Kleber eu fui apenas umintermediário, como eu tinha pouco acesso, mas acesso com o Cassas que o Antônio Henrique eo doutor Cassas era o Diretor Conselho Deliberativo, era mais fácil conversar com ele, mas deixeibem claro que neste momento ele conversasse diretamente com o Presidente e o Conselho Diretorpara que não houvesse nenhuma dúvida.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Com a palavra o deputado Jurandil Juarez.Senhores deputados vamos apresentar brevidade porque estamos esperando a diretora do CartórioDona Margarida e ela tem que fazer um casamento pra fazer daqui a pouco e nós não vamosdesfazer o casamento alheio por causa da nossa audiência pública. Então solicitamos brevidadeaos Senhores deputados. Com a palavra o deputado Jurandil Juarez, é com o Senhor a palavra.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Senhor José Raimundo, eu ouvi quando oSenhor fez a sua explanação e Senhor havia dito que se arrependeu, que a sua documentaçãohavia sido adulterada, não é isso?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO R. LOPES - Sim.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O Senhor também adulterou passaporte? O seupassaporte ele era falso também?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Quando se adultera ele já fica nessa...

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Com referência a documentação que deuorigem... Mas eu queria saber se também o documento passaporte ele era falso?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO- Ela era expedido pelo órgão expedidor

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O Senhor tirou na policia Federal? Só asinformações é que eram falsas? Nós estamos numa CPI, eu não poderia de deixar de lheperguntar isso. Quem foi que adulterou seus documentos?

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O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Foi eu mesmo, na época eu já era de maior, inclusive eu citeiantes aqui, a situação naquele momento ....

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Toda esta justificativa que o Senhor deu, sóque como o Senhor não é cartorário já tirou uma outra certidão de nascimento foi isso? Se tirouuma outra certidão de nascimento certamente o Senhor foi em um Cartório. E a gente não chegaem um cartório e pede para tirar uma outra Certidão, inclusive na idade que o Senhor está,precisa de autorização judicial. Isso aconteceu?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Quando eu tirei não foi para ficar de menor, só diminui umpouco a idade mas continuei de maior.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Perfeito. Por isso que o Senhor precisava deautorização judicial. Alguém facilitou para o Senhor?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Não.

O SENHOR DEPUTADO JURANDL JUAREZ – Qual foi o Cartório que o Senhor tirou ?

O SENHOR JOSÈ RAIMUNDO- Em Viana. O nome do Cartório não sei.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Como foi que o Senhor conseguiu estepassaporte? Esse registro novo na verdade. Chegou lá e disse que tinha perdido, não era asegunda via porque era um nove registro e o cartorário lá lhe concedeu um novo registro?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO -_ Sim Senhor.

O SENHOR DEPUTADO JURANDL JUAREZ – Não solicitou, não fez investigaçãonenhuma?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Não.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O Senhor acha se eu quiser hoje trocar aminha identidade eu vou lá em Viana e troco.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Eu não sei.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Mas o senhor conseguiu. Pois não. concedo o aparte aV.Exa.

O SENHORDEPUTADO JOSÉ ROCHA – Quantos anos o senhor tinha quando foi aBélgica?

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O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Na época que fui eu tinha 27 anos eu ia fazer 27 e mudeipara 24 anos.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Era registrado aonde?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Aqui mesmo em São Luís.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Tirou o registro em Viana em que Cartório?

O SENHO JOSÉ RAIMUNDO – O nome do Cartório não sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA – E como chegou lá para tirar o registro? Declarouque não era registrado?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Sim.

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA - E como é que expediu a certidão? chegou lá tevetestemunha, como é que foi feito isso, o Senhor assinou algum papel, o Senhor compareceu nafrente do juiz, como é que aconteceu isso?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO - Cheguei lá e disse que eu queria tirar uma Certidão e tirei.

O SENHOR \DEPUTADO JOSE ROCHA - O Senhor disse que queria tirar a sua Certidãoque o Senhor não era registrado?

O SENHOU JOSÉ RAIMUNDO- Sim Senhor.

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA - O Cartório não pediu nenhum documento, não lhepediu um batistério, não pediu nada?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Não senhor.

O SENHOR JOSE ROCHA - E o Senhor conseguiu tirar portanto uma alteração em sua idadede três anos, sem que ninguém dissesses nada, nem para o escrivão?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Sim,

O SENHOR JOSE ROCHA – O Senhor já era um jogador conhecido aqui no Maranhão, já tinhainclusive ido no Equador?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Sim Senhor.

O SENHOR JOSE ROCHA– Este escrivão não lhe conhecia ninguém não lhe conhecia noCartório?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO - Não sei.

O SENHOR JOSE ROCHA- Muito obrigado, deputado.

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O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Para concluir eu queria perguntar. O Senhor escolheuViana pôr que, tantos municípios aqui escolheu aleatoriamente, tinha parente lá?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Conhecido assim diretamente não, o erro foi meu, eu nãoposso de maneira nenhuma acusar alguém.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – O Senhor tem este documento ainda?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Não, já queimei tudo até porque estava me fazendo muitomal, e eu estou querendo ter oportunidade de pelo menos ter uma vida normal, trabalhar, podercriar meus filhos, que não são poucos. Eu agi errado? eu agi. Mas foi a maneira mais digna depoder estar dizendo isso aqui publicamente que é uma coisa que faz muito mal, até porquecomo eu disse ao senhor, pio5r seria eu tivesse de Ter usado uma arma de fogo para tirar a vidade um outro ser humano para poder criar meus filhos. Então seu eu tivesse que prejudicar eupreferi prejudicar a mim mesmo. Eu acredito que todo homem como pai de família no momentoem que ele vê os seus filhos num momento difícil e eu pelo menos agi dignamente emprejudicar talvez só a mim e não tentar tirar a vida, não digo do comerciante do comerciáriosimplesmente de um ser humano igual a mim que não mereceria ser atacado de uma formabrusca para que eu pudesse sustentar os meus filhos.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Em que ano o Senhor fez essa documentação?

O SENHORJOSÉ RAIMUNDO- Eu peço desculpas, mas no momento eu não tenho namemória.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ- Quem fez, quem bolou isso tudo?, pôr iniciativa própriacomo o Senhor está dizendo, está parecendo esquecido. Faz quantos anos, 20 anos, 15 anos, l0anos, 05 anos?

O SENHOR JOSÈ RAIMUNDO – Eu vou fazer hoje 39 anos, sou de 20 de fevereiro de l962.Está prescrito.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ- Estando prescrito o senhor poderia muito bem poderia nosdizer quem foi a pessoa que colaborou com o Senhor.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Dr. vou dizer, estou ajudando na maneira como posso.Quando apareceu esta oportunidade, O Rubilota disse: olha, nós precisamos um jogador comessa idade, quando eu vi esta situação, as qualidades da parte técnica seria.....

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Isso está acontecendo de novo aqui, o Senhor JoséRubilota está vivo, não está ? ainda atua no mercado maranhense, tu achas que estás induzindooutras pessoas?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – já faz tempo que ele não trabalha por aqui, pelo menos o quese ouve falar é que quando ele vem, quando ele vai a Recife ele vai até o Rio de Janeiro, aquirealmente faz muito tempo que ele não aparece. No momento em que houve esta indução daparte dele, não me obrigou apenas me induziu e na situação em que eu me encontrava, querdizer, não tive nenhuma dúvida, como eu expliquei antes, se tinha que prejudicar alguém a favordos meus filhos e minha mulher eu preferi que fosse eu o prejudicado, porque naquelemomento eu não nada só pensei em tentar em achar uma forma de sair daquela situação difícil.

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O SENHOR JURANDIL JUAREZ- O Senhor conhece Rosenilton Torres Araújo, ele estájogando na Bélgica, agora?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Não senhor

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Um jogador maranhense, talvez sendo chamado pôr outronome canhoto, é o apelido dele , este garoto é de Rosário se não me engano.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Me ofereceram esse jogador, mas não tenho nenhum tipode envolvimento em termos de documentação dele ou da participação da ida dele para Bélgica,não fui eu quem o levei .....

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Mas eu não falei em documentação ainda. Houveenvolvimento houve algum problema de documentação dele?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Eu não sei até porque me indicaram um jogador pelaqualidade dele técnica e esse jogador no momento os requisitos quando eu fui ver não condiziamcom aquilo que queriam. Então eu........

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Pela idade ou pela capacidade técnica?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Pela capacidade técnica.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Ele não era um bom jogador?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Ele era requisitado em termos da posição.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Mas ele está jogando na Bélgica?

O SENHOR JOSÈ RAIMUNDO – Mas foi levado por outra pessoa. Porque isso acontece muitodo jogador vir muitas das vezes acontece isso em toda....

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Quem trabalhou na transferência dele, sabe quemintermediou?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Não Senhor.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Estas transferências assim não são muito comuns, apesarde freqüentes aqui, mas o mercado registra isso, o senhor é do mercado não sabe quemtrabalhou a transferência do Canhoto?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Na transferência do canhoto não. Eu acho que neste caso foisó o atleta poderia dizer o porque. Eu infelizmente não poderei lhe responder porque não foi euquem negociei o Canhoto.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Ok. Eu vou lhe fazer a última pergunta que será em duasfases. Quando o Senhor fez essa operação na idade o Senhor já estava registrado na Federaçãopelo Moto Clube?

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O SWENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Já.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – E quando a Federação fez a transferência, o registro queexistia lá era a sua idade normal ou já foi com a idade reduzida?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Quando foi lá a minha transferência seja que nós fizemos......

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – O Senhor levou uma documentação da Federação, oSenhor já era federado já estava num Clube que era filiado a Federação. Tudo bem, mas quandovocê conseguiu essa transferência naturalmente tinha documentação da Federação.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Bom, tem que ter ...

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Como É que o Senhor conseguiu que esta adulteraçãotambém estivesse na documentação da Federação?

O SENHOR JOSÈ RAIMUNDO – justamente porque eu cometi o delito.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Isso do senhor ter feito a certidão tudo bem, eu queriasaber era a Federação, como foi que a Federação lhe deu uma documentação que permitiu aredução da sua idade. O Senhor estava escrito na Federação, não é verdade?, quem ajudou naFederação?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO - Ninguém Dr.. Não Dr. no momento em que eu tirei outrodocumento, que eu cometi o delito, que eu errei complemente. Eu tirei outro registro eu apenasquis investir no inicio no meu nome, por isso não tinha como eles comprovarem.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Quer dizer o Senhor tirou uma outra ficha individual?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Sim, Senhor.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Mas o Senhor sendo um jogador conhecido como é que oSenhor tirou esta ficha individual?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Não da Federação mas do meus documentos.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Dos seus documentos sim mas o Senhor para fazer a suatransferências, teve que tirar esta documentação da Federação. Por conseqüência também daCBF, como o Senhor adulterou os seus dados da sua ficha individual de atleta que estava naFederação Maranhense de Futebol?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Porque tive que trocar o meu inicio do meu nome, botei pratrás por isso eles não tinham como comprovarem.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Com Quem o Senhor fez isso? Quem fez isso prá você naFederação?

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O SENHHOR JOSÉ RAIMUNDO – Não na federação não. Quando foi para a Federação adocumentação já foi com o nome alterado. Então eles não tinham como.... eu não estou paradefender a Federação, eu estou assumindo a minha culpa.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ- Mas o Senhor ainda não estava escrito na Federação oSenhor era jogador do Moto Clube do Maranhão?.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Certo.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – O Senhor era jogador do Moto Clube estava inscrito naFederação, já tinha ido para o Equador por exemplo, já tinha experiência internacional, o Senhorjá tinha toda uma vida registrada, se o Senhor alterar uma certidão que é uma coisa simples, maso Senhor alterar uma documentação existente na Federação alguém colaborou com o Senhor, anão ser que o Senhor diga que entrou lá na calada da noite e tirou a sua ficha individualsubstituiu, quem fez isso?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO – Não. Como eu lhe disse, quando foi a minha documentaçãopra lá já foi com o nome adulterado.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ- Não, não nos diga isto porque o Senhor tinha o registro, oSenhor era jogador do Moto Clube já estava registrado lá com o seu nome verdadeiro, com a suaidade verdadeira.

O SENHOR PRESIDENTE – Ele talvez não esteja entendendo o seu raciocínio deputado.Vamos fazer a testemunha entender qual a pergunta que V. Exa. está fazendo, a minhaimpressão é que ele não está entendendo a pergunta. Então o Senhor explique pra ele o processode filiação na Federação e como esta alteração que eu estou entendendo o que Senhor estáperguntando, foi realizada. A palavra está com o deputado Jurandil.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Eu concedo o aparte ao deputado Eduardo Campos.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS – Eu queria explicar, eu acho que ele está entendendo sim,eu já perguntei lá fora. Agora ele é funcionário das pessoas hoje ele vive assalariado no clubeque é Boa Vontade que é mantido pelo diretor de registro da Federação. Então ele sabia que apergunta está ou o emprego dele ou a sorte dele aqui na CPI.

O SENHOR PRESIDENTE - Lamento dizer a V. Ex.a que a presidência não pode estar deacordo com este tipo de raciocínio. Não podemos insinuar aqui que a testemunha...

O SENHOR EDUARDO CAMPOS – Eu não estou auxiliando a testemunha. Nunca tive essepapel de em um interrogatório de insinuar a testemunha, só auxiliar a CPI. E quero dizer a eleque ele fazendo este raciocínio que ele fez a pouco comigo lá, ele pode estar incorrendo emcrime. É esse que é o raciocínio que eu quero fazer como fiz com todos os depoentes, emrespeito ao depoente esclarecendo que ele não pode ficar com este raciocínio porque senão elepode está mentindo e mentir perante o juramento é crime. Eu queria fazer isso para que ficasseesclarecido entre todos os Senhores.

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O SENHOR PRESIDENTE - O Presidente tem uma questão de ordem a apresentar: – Emprimeiro lugar o raciocínio da presidência não é o que, interrompendo a palavra da presidênciainsinuou o deputado José Rocha, não que V. Exa. esteja tentando auxiliar a testemunha, o meuraciocínio é exatamente o contrário, é a preocupação de que o interrogatório seja conduzido sempressão sobre a testemunha. Nós precisamos assegurar rigor nas investigações, rigor nasinquisições em todas as perguntas que devam ser feitas tem que serem feitas testemunhas sesintam pressionadas por outras razões que não sejam o próprio raciocínio dos inquiridores.Então o que eu solicitei ao deputado Jurandil Juarez é que possivelmente, o seu José RaimundoRodrigues Lopes não tenha entendido a pergunta do deputado Jurandil Juarez, que a presidênciaestava compreendendo, ou seja, o processo de filiação, e posteriormente o processo deadulteração de documento, que teria que ser feito também dentro da Federação, uma vez que elejá era jogador filiado. Então eu acho que é essa a pergunta que a testemunha tem que responder,e se precisar o deputado Jurandil Juarez refaz pra que o José Raimundo responda com precisão apergunta que tá sendo feita pelo deputado Jurandil Juarez. Muito obrigado. Pela ordem odeputado José Rocha.

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA – Senhor Presidente, houve um mal entendido emrelação a interpretação de V. Excelência, na minha intervenção fora do microfone. Eu não disseque o deputado Eduardo Campos estaria auxiliando testemunha, mas que ele na sua perguntapoderia estar auxiliando a testemunha. Desde quando ele levantou a questão dele ser funcionáriode um clube e diretor ou responsável pelo registro, em que ele ficaria em dúvida o queresponder. A minha pergunta foi nesse sentido, mas não disse que ele estaria propositalmente,longe disso, conheço o caráter do deputado Eduardo Campos, jamais faria isso com o deputado.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Muito obrigado deputado José Rocha.Devolvemos a palavra ao deputado Jurandil Juarez, para que prossiga com a inquirição. Com apalavra V. Excelência.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Obrigado Senhor Presidente. Senhor JoséRaimundo, eu queria lhe perguntar: o senhor entendeu o meu raciocínio, eu vou refaze-lo assimcom calma, se não entendeu eu quero que o senhor me diga. O senhor era um atleta do MotoClube, o Moto Clube é um clube filiado à Federação Maranhense de Futebol, pra jogar no MotoClube o senhor tinha que estar registrado na Federação, não é isso? Posteriormente o senhor fezuma operação na sua identidade, e pra ir para o exterior o senhor teve que ter a sua transferêncialegalizada, o que implicaria você tirar a documentação da Federação, e da ConfederaçãoBrasileira de Futebol, não é isso?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO LOPES – Certo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Então a minha pergunta é a seguinte: Comoo senhor conseguiu alterar a sua identidade, a sua documentação na Federação Maranhense deFutebol? É essa a pergunta.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO LOPES – No momento em que eu fiz a adulteração, eu fizpraticamente completa como se fosse uma outra pessoa. Então no momento em que vai, vai onome trocado, certo? Então pra Federação é como se não tivesse aquele jogador que foisolicitado.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Então o senhor tá me dizendo, a sua respostao senhor tá me dizendo: O senhor é um jogador conhecido aqui no Maranhão, o senhor é um

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atleta famoso, não era isso? O senhor é uma pessoa notória no meio esportivo. O senhor tá medizendo que o senhor trocou o seu nome, foi pra Bélgica, tinha ido antes para o Equador eninguém notou isso na Federação? O senhor foi lá simplesmente, se inscreveu de novo sozinho?Não foi o clube que fez essa alteração para o senhor?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO LOPES - Na transferência, o senhor quer dizer?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Na documentação, a questão é documentaçãoda Federação. O senhor disse que alterou a documentação, a Federação não notou isso. O senhorfoi lá como se fosse uma outra pessoa. O Moto Clube não precisou mandar a sua novadocumentação para a Federação?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Não, quando eu estava no Moto eu fui para o Equador, noEquador foi tudo normal, na época eu era bem jovem, eu tinha vinte anos, ia fazer vinte e um senão me engano. Foi tudo normal, estava em começo de carreira, isso já foi quando eu vim,depois disso eu vim para o Sampaio Correia. Quando eu estava no Sampaio, já estava umjogador mais velho e foi justamente quando apareceu essa oportunidade. Eu acho que eu lheexpliquei, a solução que me cabia naquele momento era essa que foi feito, não foi na época queeu estava no Moto Clube.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Sim, foi no Sampaio Correia? Vinculou maisainda a notoriedade com a sua pessoa, voltou para o Sampaio Correia. Como que o senhorconseguiu fazer a mudança dos seus dados na Federação Maranhense de Futebol?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES - Aí quando eu sai do Sampaio, fui vendido já foi praBélgica lá estava o empresário. Então como ele tinha negociado na época com o clube, lá só vaino período de teste, você aprova. Aí é feita a documentação do clube de lá pedindo pra CBF, oupra Federação Maranhense a liberação. E a Federação liberou aquilo que foi pedido por eles.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - E como houve essa mudança, como osenhor passou a ter menos idade, tem um outro nome, a Federação Maranhense mandou dizerisso? Como isso aconteceu?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES - Não, essa parte da Federação infelizmente eu nãoconheço, eu não entendo nada disso que foi em relação a mim. No momento em que eu fui pra láque eu fiz os testes, que aprovei nos testes como jogador, aí eles fazem a documentação de lásolicitando justamente a liberação. Aí essa liberação ela veio via fax pra CBF, a CBF comunicaa Federação de origem, do nome do atleta que eles estão pedindo, a aí é liberado.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - É verdade, seria liberado o seu nome...

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Assim é o que eu sei.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O seu nome verdadeiro, a sua idadeverdadeira. O senhor insiste em não responder como que aconteceu, como o senhor conseguiumudar a sua identidade, na Federação Maranhense de Futebol?

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O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO LOPES - Mas aí eu já estava lá na Bélgica, só vem o pedidopra cá. Então eu não estava aqui na época que foi mudado, eu já estava na Bélgica, então veio sóo pedido pra cá, eu não estava aqui presente.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - É verdade, o senhor estando lá não estavaaqui presente. Como a Federação Maranhense, saberia disso? Então aconteceu uma mágica, eutenho que dizer isso porque o senhor insiste em não responder. Eu vou parar de perguntar, euvou dizer que estou insatisfeito, porque é impossível aceitar que a sua documentação saiu daquido Maranhão, sem que a Federação tenha sido cúmplice na mudança que aconteceu no seunome, na sua identidade. Se o senhor tivesse dois registros, a Federação saberia, que substituiu oseu registro, porque eu conheço uma ficha individual de atleta. Eu sei que não pode existir duas,você tem todas as suas informações registradas na Federação. E ainda que o senhor tivesse idopara o Japão, pra China, a origem da informação é da Federação, eu queria saber, eu queriainsistir nesta pergunta. Como foi que aconteceram as alterações na sua identidade, na sua fichacomo jogador de futebol na Federação Maranhense de Futebol?

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO LOPES - Não, aí o que eu estou lhe dizendo que eu não sei,porque eu já estava lá quando foi feita a transferência, eu já estava lá, eu não estava aquipresente. Eu estava lá e veio o pedido e foi transferido.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Quem foi o empresário que tratou da suatransferência?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Foi Rubilota.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Senhor Presidente, eu fico insatisfeito com asrespostas que me foram dadas, mas diante da insistência da testemunha, de forma incisiva,recusar-se a dar informação. Mas eu estou insatisfeito, eu vou passar a palavra ao deputado, maseu estou inteiramente insatisfeito com as respostas.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Algum parlamentar deseja usar da palavra?

O SENHOR JOSE ROCHA - Nós temos conduzido aqui os nossos trabalhos, por todo país e nasnossas missões ao exterior, sempre lá não tivemos nenhum problema, graças a Deus nãocometemos e nem haveremos de cometer nenhum tipo de violência, nem de abuso de autoridadeem relação a ninguém. Até julgo que você participando com comportamento razoável emrelação à CPI, mas nós precisamos insistir na informação. Quando você fez uma novadocumentação, essa documentação foi usada pra você se transferir pra Bélgica. Só que aFederação Maranhense, tinha que enviar a sua liberação, não é isso? Se ela enviasse a suadocumentação aqui, do seu registro antigo, chegasse lá na Bélgica, é só dizer olha: Você veiocom o jogador de vinte e quatro, e a Federação nos mandou um de vinte e sete. E você ia tánuma situação difícil, porque o clube ia dizer: afinal de contas você tem vinte e quatro ou vinte esete. Então tinha que chegar no seu clube belga a informação da Federação, de que você era umjogador de vinte e quatro anos para isso acontecer tinha que ser feito alteração na Federação, nãoé verdade?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - É, eu acredito que sim.

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O SENHOR JOSE ROCHA - E quem fez essa alteração?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Talvez tenha interpretando de maneira equivocada. Quandoeu adulterei é um novo registro. Então quando eu estava lá que vem o meu pedido, vem o pedidoextra, agora como é feito dentro da Federação...

O SENHOR JOSE ROCHA - Mas antes, você já estava lá?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES - Estava.

O SENHOR JOSE ROCHA - Mas antes de você viajar, você deixou a Federação aqui com o seuregistro antigo de vinte e quatro anos?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES - Ficou na Federação. Então o empresário quando feza negociação com o clube, ele deve ter levado um documento que tivesse negociado com oclube, ou que ele pudesse negociar o jogador lá. Então no momento em que passa no teste, é quefaz a documentação pra fazer o pedido. É até aí onde vai o meu conhecimento

O SENHOR JOSE ROCHA - Ou seja, então na Federação você não mudou nada. Na Federaçãovocê continua sendo o jogador de vinte e sete anos?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES - Não, quando ele mudou, então mudou tudo.

O SENHOR JOSE ROCHA - Isso, agora pra mudar na Federação alguém tinha que ir lá naFederação e dizer; olha mudou, quem foi que fez isso?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES - Isso eu não sei lhe dizer Doutor, não estou lhenegando nada, estou lhe dizendo a verdade.

O SENHOR JOSE ROCHA - Quem fez? Sinceramente, não pode ter sido Deus, nem São Pedro.Quem levou a nova certidão de nascimento pra Federação? O senhor está assumindo que foi aoCartório, de vinte e sete o senhor arrumou uma certidão de vinte e quatro. Não foi acompanhadode ninguém, aí tudo bem, foi lá em Viana, escolheu Viana, agora vamos lá; só com a certidão osenhor não tinha cumprido as exigências do senhor Rubilota. O senhor tinha que ter a certidão, aficha na Federação e a liberação, tá certo? Pra Rubilota lhe levar tinha que ter tudo isso. Não éassim? O senhor é um empresário de futebol, o senhor sabe que é assim. Então tirou a certidãosozinho, na Federação o senhor foi sozinho também? Ou daí em diante o papel foi sozinhoandando assim sozinho, foi só o papel?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES - Não, de maneira nenhuma.

O SENHOR JOSE ROCHA - Então quem foi quem levou o papel? Quem foi, Cassas? Rubilota?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES - Esses papeis que era pra fazer, eu entreguei para oRubilota, agora quem ele mandou, eu não sei lhe dizer.

O SENHOR JOSE ROCHA - O senhor entregou esses documentos para o Rubilota, o Rubilotafoi lá na Federação...

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES - Infelizmente eu não sei lhe dizer como ele foi.

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O SENHOR JOSE ROCHA - Mas quando chegou lá, tinha um novo documento?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Sim.

O SENHOR JOSE ROCHA - Ok! Senhor Presidente, eu voltando a palavra a V. Excelência,nós acertamos o nome do homem Rubilota,

O SENHOR PRESIDENTE ALDO LEITE - Mas o Rubilota ninguém sabe onde se encontra,nem a nacionalidade dele nós sabemos, na Bélgica ele não aparece mais. Então Rubilota deve terseu esquema aqui na Federação, pra fazer aquilo que Raimundo acha que não tinha quem tivessefeito. Com a palavra o deputado José Rocha, com a palavra V. Excelência.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Senhor José Raimundo, o senhor foi à cidade deViana, tirar uma nova certidão de nascimento, lá o senhor se dirigiu a quem?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Fui direto ao Cartório, eu perguntei onde é que ficava oCartório e fui lá.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Quem foi o escrivão do Cartório, qual é o nome?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Sinceramente, eu não sei, só eu vendo, porque quando euestava fazendo aquelas coisas, eu não verifiquei quem era a pessoa, se não me engano era umamulher, agora não sei o nome dela.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Quem lhe orientou para que fosse alterado a suaidade?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Posso responder?

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Pode.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Quem me convidou, quem me fez o convite pra ir pra fora,foi o Rubilota. Se existiria alguma possibilidade, o jogador dessa idade, um jogador dasqualidades que eu tinha. E aí foi que eu fui.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O senhor alterou a idade e o nome?

O SENHOR JOSSE RAIMUNDO - Sim senhor.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Quem lhe orientou para também alterar o nome?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Não, ninguém me orientou porque justamente, eu fiquei commedo como eu tinha viajado, eu fiquei com medo de criar, de descobrir logo imediatamente, e aíficar numa situação difícil. Porque mesmo não tem porque acusar outra pessoa, até porque se euacusar outra pessoa poderia tá tentando me defender. E eu estou deixando bem claro aqui quetudo que eu fiz, fiz nas razões que eu já citei. Que eu me arrependo?, eu me arrependo, setivesse que fazer de novo, não faria. Mas fiz naquele momento que infelizmente, foi nummomento de fraqueza, num momento de ver os meus filhos numa situação difícil, tentasse de

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qualquer maneira, tentar fazer alguma coisa em relação a eles naquele momento. Então eu fiz, eunão posso acusar ninguém de alguma coisa que eles não fizeram por mim.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Na Federação, quem alterou, o senhor precisa dizera verdade, o senhor jurou, não pode ser falso testemunho sob as penas; poderá sair preso daqui,se V. Senhoria não disser a verdade.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Eu estou lhe dizendo a verdade.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - V. Senhoria não pode mentir.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Eu não estou mentindo de maneira nenhuma, estou dizendo averdade.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Então V. Senhoria, vai dizer quem foi na Federaçãoque providenciou a adulteração do seu documento na Federação?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Mas é isso que eu estou respondendo, pra saber disso, temque saber quem trabalha com esse setor, porque...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Quem trabalha com esse setor?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Quem trabalha com esse setor de registro?

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Sim.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Quem trabalha no setor de registro, é o funcionárioconhecido como Mundico no setor de registro, mas eu não fui, eu não pedi a ele que fizesse isso.Eu não estou dando falso testemunho, estão perguntando quem trabalha no setor de registro,quem eu sei que trabalha no setor de registro é o Mundico.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Quem era o representante do Moto Clube naFederação?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Desculpe deputado, nesse época já não era mais do MotoClube, já pertencia ao Sampaio Correia.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Quem era o representante do Sampaio Correia naFederação?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Quem era o presidente do time?

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Não, representante do time na Federação?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - O presidente eu sei, mas do representante assim querepresenta o clube, sem ser o presidente do clube, infelizmente...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – O presidente designa um representante naFederação.

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O SENHOR JOSE RAIMUNDO - O nome do representante, eu sei do presidente na época era odeputado Pedro Vasconcelos e se não me engano o vereador Deco Soares, que era o vicepresidente. E o representante do clube em termos de documentação de jogador, eu não melembro, eu não tenho assim na cabeça quem era, eu só sei do presidente do clube.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Quem era o presidente da Federação?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Alberto Ferreira.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O senhor entregou o seu documento de identidade, aquem para providenciar essa documentação na Federação?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - O documento normal?.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - A certidão nova?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - A certidão nova, a certidão foi passado os dados para oRubilota, e ele é quem se encarregou de fazer.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Sim, o Rubilota por ele ter conhecimento ele não eraa pessoa pra tratar desse assunto na Federação.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - O Rubilota por exemplo: ele fazia, pediu se eu pudesse fazer,queria mudar nossa idade, nós fizemos. A documentação....

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Era a documentação necessária, essa documentaçãovocê mesmo foi quem providenciou. Qual foi o despachante que providenciou essa suadocumentação na Federação? O senhor entregou a que despachante? Não foi o Rubilota, oRubilota era o empresário. Qual foi o despachante da Federação?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - O que foi entregue o documento? O documento foi entreguepara o despachante da Federação. Agora...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Entregue a quem, ao Mundico? Que despachante,qual o nome dele?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – O documento como eu disse aos Senhores, o documento euentreguei ao Rubilota ele....

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O Rubilota ele é empresário e não despachante, elenão faz este tipo de trabalho.

O SENHOR JOSÉ RAIMUNDO- Eu não entreguei pessoalmente a ele.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- V. Senhoria, jogador experiente, de 27 anos, famosoaqui todo mundo lhe conhece, o senhor conhece todo mundo não vai dizer que não se lembra aquem entregou.

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O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Eu estou dizendo não fui entregar pessoalmente odocumento.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Qual foi o despachante que ficou encarregado parajunto a Federação.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Quem recebeu foi Mundico.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Era essa a resposta que eu queria, que vocêdissesse, foi o Mundico que recebeu.

O SENHOR JOSSE RAIMUNDO – Porque era ele o despachante, ele continua sendo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Até o Mundico, recebeu, ele conhecia, sua fichaestava na Federação, você deu entrada com outro nome, com outra idade e ele o Mundicoconfeccionou a nova ficha, e a outra foi destruída ou ficou na Federação?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Eu não conheço, eu não sei lhe responder.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Hoje, qual a ficha que existe na Federação, é a devinte e sete ou de vinte e quatro anos?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Na idade normal.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Na idade normal, então você já fez nova declaraçãopara a Federação ou se utilizou da antiga que encontrava que se encontrava lá?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – A partir do momento que como eu disse aos senhores quecomeçou me fazer mal, eu procurei jamais usar esse tipo de documentação, usei a normal.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Foi feita nova ficha na Federação, ou foi resgatadaa antiga que encontrava na Federação?

O SENNOR JOSE RAIMUNDO – A antiga, a normal. Esse documento que eu fiz, eu só usavapara viagem, a documentação normal eu uso.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Então, na Federação, você ficou com duas fichas; anova e a antiga.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Não, até porque eu não jogo mais futebol.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – À época, eram as duas fichas ?.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Eu já encerrei a carreira há uns três anos atrás.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – E na CBF, quem foi que providenciou suatransferência junto à CBF?

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O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Isso aí mesmo é que eu não sei, porque lá no Rio. Seu euentendi bem; quem providenciou daqui pra lá, ou da CBF pra fora? Eu não entendi bem a suapergunta.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Quem era o diretor de futebol do Sampaio Correiana época?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Se não me engano era o senhor Walter Frias, se não meengano.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – E o supervisor?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Se não me engano era o senhor Cabreira, o supervisor.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – O Cabreira. Senhor Presidente, o Cabreira devesaber porque ele deve ser a pessoa designada pelo Sampaio Corrêa para junto a CBFprovidenciasse....

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Não, não era de registrar, ele era o supervisor de banco...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – O senhor quer dizer do Clube, na áreaadministrativa, ou gerente administrativo?.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Infelizmente eu não sei dizer quem era da parteadministrativa, o Cabreira era supervisor de campo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Senhor Presidente, precisamos ter conhecimentoquem é essa pessoa, para que nós possamos ter conhecimento de quem providenciou essatransferência junto a CBF certamente com essa documentação adulterada. Para concluir: euprecisaria de mais informação do senhor José Raimundo, sobre um encontro que Vossa Senhoriateve com o senhor Cassas de Lima, com o ex-presidente do Moto Clube e o jogador Kleber nanoite que ele embarcaria para a França.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Eu posso responder?

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Pode.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Como eu frisei antes, era um jogador que tinha essasqualidades...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Seu encontro que teve numa barraca...

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Com o doutor Antônio Henrique isso já foi depois dadenúncia, até porque...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Foi no dia da viagem?.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Foi no dia da viagem, até porque no momento que começouser iniciada a negociação, negociação assim: a oportunidade pelo menos do rapaz ir fazer o teste,

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eu sinceramente tenho a dizer a vocês estou dizendo tudo que posso dizer de negócio, eu nãosabia, então eu indiquei o jogador profissional do futebol, conversei com o doutor Cassas, antes,disse a ele que o jogador interessava, que conversasse com ele Presidente do ConselhoDeliberativo, conversasse com o Presidente do Conselho Diretor, para que não houvessenenhuma dúvida em termo da negociação entre o Clube e o jogador que eu estavaintermediando. Nesse momento ele só me respondeu o seguinte: converse com o dr. AntônioHenrique que é o Presidente do Conselho Diretor. Ele disse: lógico que eu vou conversar comAntônio Henrique, até porque eu sou Presidente do Conselho Deliberativo e tenho ...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Isso você já contou, esta reunião que vocês tiveramno local, na noite que ele deveria embarcar para a França.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO Foi justamente, quando nós saímos do escritório dele.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Escritório de quem?

O SENHOR JOSE RAINUNDO – O escritório de Dr. Cassas. Até disse a ele que conversassepela segunda vez, disse a ele que conversasse com o presidente do Conselho Diretor, que era oDr. Antônio Henrique, se ele estava sabendo. Aí saímos para viajar, certo? Que seria a viagemna madrugada, foi quando já existia a denuncia no momento em que fui a casa do atleta paraavisá-lo, ele disse: eu posso até desde que eu converse com o Dr. Antônio Henrique. Foi aí queeu conversei com o Dr. Antônio Henrique até porque no meu modo de ver se o dr. Cassas játivesse conversado com ele porque eu não estava levando ninguém...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Vocês não se encontraram no restaurante Ali Babá?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Primeiro foi na casa do atleta, de lá foi que eu liguei para oDr. Antônio Henrique perguntando a ele e ele disse: Olha, inclusive já fiz uma denúncia, nãoadianta vocês irem para o aeroporto que eu já fiz uma denúncia. Então foi aí que o atleta foicomigo até lá, perto da Lusitana, aqueles treilerzinhos, chama-se realmente Ali Babá. E o Dr.Antônio Henrique estava lá, nós chegamos conversamos eu o atleta, a família dele...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Quem chegou primeiro, você e o Dr. AntônioHenrique?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – O Dr. Antônio Henrique já se encontrava lá.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Já se encontrava lá?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Nós chegamos conversamos com ele, inclusive eu expliqueia ele disse: Dr. Eu não estou sabendo, inclusive eu pedi que o senhor fosse informado, mas ficouconversando dois diretores, um presidente do Conselho Deliberativo, outro do Conselho Diretor,eu sou só intermediário. Mas quando recebi essa denúncia, não tem problema nenhum, eu nãoestou querendo levar ninguém de maneira nenhuma escondido.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – O que ficou acertado?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – O que ficou acertado seria o que o Dr. Antônio Henriquedisse que o jogador era do Moto Clube, e que se tivesse que sair, sairia pelo Moto Clube com oconsentimento dele.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – E quem providenciou a documentação do Klebernessa adulteração pra Klebenilson, adulterar a idade?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Essa eu realmente não sabia, até porque o nome dele éKleber, pra Klebenilson, quer dizer, no meu modo de ver como atleta não faz a diferença, atéporque a documentação do seu Kleber, foi feita em 1996, e nessa época eu...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – A de Klebenilson?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Foi o documento que ele tinha, foi feito se não me enganoem 1996, um documento dado pelo órgão normal, até porque isso nós nem nos preocupamos emcontestar. Até porque já estava feita a documentação, ele já tinha até viajado se não me enganocom essa documentação. Eu apenas como intermediário, só passei aquilo que estava nodocumento. Eu só passei as informações do clube lá daquele já estava no documento, que podemver se não feito em l986, se não me engano. Agora por quem infelizmente eu não sei lhe dizer,porque nessa época nem aqui eu estava.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - E a viagem foi desfeita nesse momento?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Foi desfeita nesse momento.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – E qual foi a participação da Polícia Federal, queestava lá nesse momento?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Não, nós chegamos nem a ir até o aeroporto, nósconversamos com o Dr. Antônio Henrique justamente lá nesse restaurante Ali Babá e nãohaveria qualquer um tipo de risco, de viajar até porque o próprio atleta, nesse momento já nãoqueria ir. O próprio presidente do Moto, que na época já era o Dr. Antônio Henrique, já tinhadenunciado, então o Moto Clube afirmou que ele como presidente, não deixaria ir e nós nãofizemos nada, cancelamos a viagem.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Ele iria pra que clube na França?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Ele iria para um período de teste, com o Guengon, ele iriapara um período de teste, ele não iria transferido, ele iria para um período de teste. Quer dizer seno momento chegasse lá, ele jogasse e aprovasse, aí sim, ia ser feito os tramites normais datransferência dele.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Senhor Presidente, devolvo a você.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Muito obrigado deputado José Rocha. Só duasperguntas finais a V. Senhoria pra gente encerrar o seu depoimento. Quem lhe pediu para indicaro jogador pra França, foi alguém do exterior, ou alguém daqui mesmo?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Foi o treinador do próprio clube.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Do clube francês?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Foi o clube francês.

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O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Ele entrou em contato direto com o senhor?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Eu na época em que eu estive fora, eu fui passar um períodode teste no clube ele trabalhava. E ele gostou do meu trabalho, mas infelizmente não pude sercontratado, certo? Então ficou essa lembrança. Quando nós estivemos na Tunísia assistindo ojogo, ele estava lá presente junto com os diretores do clube e sua esposa. Então foi quando eufalei pra ele; eu digo: olha, no futebol tem vários bons jogadores. Então, quando você tiver umjogador dentro dessas possibilidades, você pode nos indicar e nós mandaremos buscá-lo. Ejustamente foi quando eu soube que com a documentação que ele tinha essa idade, nósindicamos o jogador. Foi o presidente, foi o treinador do clube, nós tínhamos o contato, otreinador, ele como treinador ele queria um jogador, nós indicamos e aí...

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Pelo menos dessa aí o Rubilota não participou?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Não.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Deputado José Rocha.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – O senhor Mundico é diretor do Boa Vontade?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - Eu não conheço ele como diretor do Boa Vontade, euconheço ele como amigo do presidente que clube pediu pra ajudar, você sabe o Boa Vontade éum clube pequeno. Então todo mundo...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Quem é o presidente do Boa Vontade?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO - O presidente é o senhor Manoel.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Manoel. Ele é o que pra Federação?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Era tesoureiro.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Tesoureiro da Federação?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO – Tesoureiro ou Contador, uma coisa assim.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Obrigado senhor José Raimundo, agradecemospela sua colaboração e Vossa Senhoria está dispensado por enquanto, muito obrigado.Solicitamos à secretaria da Comissão que conduza aqui ao plenário para tomar assento à Mesa asenhora Margarida Jesus Pinheiro, escrivã do Cartório de Registro Civil da 3ª Zona do bairro doJoão Paulo, aqui de São Luís. A tomada de compromisso de dona Margarida Jesus Pinheiro. (lê).Dona Margarida naturalmente sabe do assunto que está sendo investigada aqui pela AudiênciaPública da Comissão, e pela economia de tempo nós passamos imediatamente a palavra asenhora, para que dentro do tempo de 20 minutos faça as suas informações, as suas explicaçõesiniciais para depois passarmos a palavra aos integrantes da Comissão. Então a Presidênciaagradece a senhora pela sua presença, sabendo que a senhora tem casamento a fazer às 19:00horas e que não vai ser totalmente responsabilidade nossa de impedir a realização do casamento,então vamos procurar ser breve para que a senhora seja liberada para o exercício da sua função,então com a palavra Vossa Senhoria.

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A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – Eu estou aqui para esclarecer porque eu deimeu depoimento através da televisão, eu fui procurada no mês de dezembro não sei lhe informarnão lembro o nome da pessoa que me procurou, se eu queria dar uma entrevista, eu disse: nãotem problema. A senhora está sabendo que seu Cartório no Maranhão é quem está mais fazendofalsificação? Eu disse: olha, para mim é surpresa porque aconteceu no mês de janeiro do ano de2.000, houve um arrombamento no meu Cartório, quando eu cheguei comuniquei, telefonei parao juiz Corregedor doutor Jaime Ferreira ele determinou que eu procurasse a Delegacia do 2.ºDistrito e desse meu depoimento do que tinha acontecido, entrei em contato com o Delegado do2º Distrito logo em seguida eu telefonei para o ICRIM que veio ao Cartório e posteriormente feztudo que deveria ser feito, fizeram tudo para ver se conseguiam descobrir quem era a pessoa quetinha feito esse arrombamento no Cartório. Logo de início o que foi verificado levaram váriasfolhas de Registro de Nascimento, Óbito, Casamento, material: canetas, relógio...

O SENHOR PRESIDENTE – Óbito também?

A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – Óbito foi, não sei precisar a quantidade,porque tinha mandado fazer no dia anterior que era um final de semana eu sempre mando fazerde milheiro, e não sei lhe dizer a quantidade porque quando cheguei encontrei as portasarrombadas, os armários abertos e o pacote aberto tirado uma quantidade muito grande que eunão soube precisar, em decorrência disso registrei a queixa e pedi uma certidão, encaminhei aojuiz doutor Jaime Ferreira para providenciar um processo e depois me mandaram para ICRIMpara receber a documentação, até hoje não recebi a documentação do ICRIM, depois disso foique a televisão me procurou para dar essa entrevista. É o que eu tenho a esclarecer.

O SENHOR PRESIDENTE – Muito obrigado dona Margarida. Então nós vamos passarimediatamente a palavra aos senhores deputados. Com a palavra o deputado Silvio Torres,Relator, com a palavra Vossa Excelência.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – A senhora disse que imediatamente comunicou apolícia?.

A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – Comuniquei ao juiz Corregedor quedeterminou que eu fosse ao 2º Distrito que fica próximo lá ao Cartório, comunicasse o que tinhaocorrido.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E a senhora soube quantificar a quantidade?

A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – Não sei porque a quantidade de material eragrande, só fizeram abrir o pacote e tiraram vários blocos, não sei dizer a quantidade.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – A senhora não tem a menor idéia de quanto?.

A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – Não tenho a menor idéia, mas denascimento, levaram bastante folhas de nascimento.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Em torno de mil, a senhora acredita?

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A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – Em torno de mil que eu tinha mandadofazer na sexta-feira, quando em cheguei na segunda-feira para trabalhar encontrei o Cartórioarrombado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E óbito a senhora tem idéia de quanto levaram?

A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – Óbito também eu não tenho idéia, porqueóbito a quantidade era menor, agora casamento também era a mesma quantidade, porqueinclusive eu uso material timbrado, eu não uso material de folhas avulsas para que não ocorraesses casos, eu uso material timbrado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – A senhora depois que deu conhecimento aCorregedoria e queixa a polícia, a senhora depois disso foi chamada a prestar algum depoimentoou teve alguma notícia no decorrer da investigação?

A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – Quanto a isso eu não tive mais nenhumanotícia sobre isso, eu fiquei até preocupada porque era época da campanha para que nãoocorresse falsificações, mas não soube nenhuma notícia quem foi a pessoa que arrombou oCartório.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – A senhora disse que isso ocorreu em janeiro de2.000 e só em dezembro a senhora foi procurada pela televisão. A senhora acompanha noticiárioda televisão e acompanha também noticiário da imprensa local, jornal?.

A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – Acompanho.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – A senhora pelo acompanhamento tomouconhecimento de que estaria acontecendo casos de falsificação de documentos?

A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – Tomei conhecimento através da televisão.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Durante esse período?

A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – Durante esse período, mas não sabia, nãosei dizer de qual o cartório.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Mas a senhora nunca desconfiou que pudesseestá usando material roubado?

A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – Essa desconfiança eu tenho desde quandofoi arrombado o cartório, eu fiquei preocupada quando aconteceu isso.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Mesmo assim a senhora não voltou à políciapara cobrar?

A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – Voltei depois para cobrar por várias vezesno ICRIM e até hoje não recebi o resultado da perícia, inclusive tenho um ofício do juizCorregedor dando prazo para devolver esse documento e até hoje não recebi, tenho todas ascópias aqui anexadas.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Foi a primeira vez que o seu Cartório... ?

A SENHORA MARGARIDA JESUS PINHEIRO – A primeira vez que foi arrombado oCartório.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Com a palavra o Deputado Jurandil Juarez.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- Senhor Presidente, Senhor Relator, SenhoresDeputados, Senhora Margarida. Eu gostaria de ver os documentos falsos, certidões denascimento, eu estou convivendo com uma mixórdia. Eu tenho papel timbrado aqui de todas asmatizes. Eu queria perguntar para a senhora, o material que a senhora usa na certidão denascimento, de casamento, de óbito tem algum padrão de seu cartório?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Tenho. Ele tem o padrão.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- A senhora não trouxe?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Não trouxe.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- Eu queria só para nós nos orientarmos, seriamais ou menos uma certidão assim? Teria essa forma?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA - O meu material ele é timbrado, nessa parte doEstado do Maranhão, ele é completo, Comarca de São Luis ele é completo. E o meu nome ficana parte de baixo, eu só faço colocar. Está todo completo aqui, porque esse aqui é preenchido àmáquina. O meu já vem completo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- É possível a gente comprar na papelaria umformulário de certidão de nascimento. A gente já experimentou fazer isso e é possível. O seumaterial especificamente é possível a gente comprar.

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Não, porque eu tenho uma pessoa que faz essematerial pra mim. Tem um senhor que trabalha para mim.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Considerando que não é possível, ou melhor,que não há necessidade de alguém ter um material desse em casa, só serve para o cartório.

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Certo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- Considerando que na uniformidade, cadacartório tem uma forma. Eu tenho agora aqui nas minhas mãos quatro modelos, o que a senhoraatribuiria o arrombamento de um cartório para comprar um material que está disponível naslivrarias, que não é padronizado. Porque alguém faria isso? Sumiu mais alguma coisa? Carimbo,por exemplo.

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A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Carimbo não sumiu, agora não sei se alguémcarimbou algum formulário que se encontrava em minha gaveta. E a minha gaveta foiarrombada, mas quando eu cheguei encontrei o carimbo na minha gaveta.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- O que foi furtado do seu estabelecimento, asenhora confirmou que foram apenas os formulários?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Inclusive, eu estou com a cópia aqui que euregistrei a queixa e tenho a cópia com todas as documentações aqui.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- E dessas informações que estão surgindo aí,nenhuma ainda não chegou ao seu cartório. A senhora não tem nenhuma informação?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Até então, no meu cartório não.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- Nós temos casos, só para citar aqui oMunicípio de Rosário, nós temos dois casos concretamente; um em que a certidão verdadeira éde Rosário e a falsa é de São Luís. E o outro em que a verdadeira é de São Luís e a falsa é deRosário. Como são situações assim notórias; uma é do jogador Preto, que joga em São Paulo eoutra é do jogador Canhoto que joga na Bélgica. A senhora teria alguma, com a sua experiênciapara nos ajudar aqui, a senhora poderia tirar alguma ilação daí? Porque haveria, porque seescolhe. Há pouco um atleta preferiu Viana. Imagino que ele correu o dedo no mapa e disse; vouescolher Viana. Chegou lá porque ele conhecia a cidade. Mas, como nós temos dois fatosconcretos, agora contemporâneos, envolvendo Rosário e São Luís, a senhora acha que seria maisfácil, menos fácil. Nos fale com a sua experiência.

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Quanto a isso aí, eu não posso informar, porquegeralmente a pessoa tem que se registrar no local aonde ele reside. Porque tem que ser feito umrequerimento para o Juiz, duas testemunhas vão atestar, o Juiz autoriza determinando que oescrivão lavre o registro e espessa uma certidão, quando é expedida a certidão, é colocado umcarimbo do Juiz determinando essa inscrição. Assim que eu faço lá no cartório.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- Eu tenho um registro falso, não é só umacertidão. Eu tenho um registro falso que passou por todos esses tramites, está autorizado,inclusive por um Juiz competente. Esse competente é no sentido que é da Vara de RegistroPúblico. Tudo com requerimento preenchendo todos esses requisitos. A senhora acha que se euchegar aqui no Maranhão, não sou uma pessoa conhecida no Maranhão, se eu chegar aqui e forno seu cartório e dizer que meu registro é tardio, eu faço um requerimento através de um terceiroe eu tiraria o registro com outro nome?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Eu uso da seguinte maneira. Hoje não, porque nãoestamos mais registrando, depois dessa nova Lei existe um posto aqui no Maranhão, um projetocidadania em que todos os registros são feitos lá, desde 98. Mas, quando eu atendia registro faziao seguinte: Chegava uma pessoa para registrar, a primeira coisa que eu pedia é que fosseencaminhado uma certidão negativa do lugar aonde a pessoa residia e mais a certidão debatismo. Pra em seguida preencher o requerimento e encaminhar para o Juiz para que eledeterminasse a lavratura do registro. Inclusive, tenho documentos arquivados lá no cartório.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- Diante desses fatos todos e que envolvem praesta CPI, apenas a questão do esporte. Mas, a senhora há de imaginar que se no esporte está

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acontecendo, o que deve estar acontecendo no outro setor. Também não é uma coisa só doMaranhão. A senhora tem convicção disso. O que a senhora nos orientaria? O que a senhora diriapara a Comissão, para a Corregedoria do Tribunal, pra atividade cartorária. Como é que nóspoderíamos dar um basta numa situação como esta?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Eu acho que para que fosse dado um basta,deveria existir nas livrarias, aliás o Poder Judiciário deveria fazer o seguinte: deveria determinarque para se fazer um carimbo, só quem poderia fazer, através de código, seria o escrivão ou oescrevente. Não pessoas que não tem nada a ver com o cartório. Talvez aí haveria algumamodificação. Porque qualquer pessoa pode chegar para fazer um carimbo sem que ninguémdetermine. Como já aconteceu comigo, que eu tenho aqui a certidão da polícia.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- Essa é sugestão do selo?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Ah! o selo para os cartórios vai ser muito bom.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- A senhora acha que isto seria a solução ou vaimelhorar muito?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Vai melhorar muito, porque na hora em que houverum roubo deste selo, o que este escrivão tem que fazer? Tem que comunicar imediatamente aCorregedoria e a polícia, e a Corregedoria pede de volta e dar outras senhas.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- Como eu não quero atrasar o casamento, euestou satisfeito Senhor Presidente.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Eu passo a palavra ao deputado Relator SilvioTorres.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Dona Margarida, eu queria fazer uma pergunta asenhora: A senhora tem algum funcionário no seu cartório conhecido como Babau?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Não conheço esse moço. Os meus funcionários osnomes deles são: Celso Leite Serra e Reinaldo Costa Moraes. São pessoas de confiança quetrabalham comigo há muito tempo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- A senhora conhece esta pessoa.

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Esta pessoa eu não conheço.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Era só isso.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Mais algum deputado deseja fazer qualquerpergunta? Com a palavra o Deputado Pedro Celso.

O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO- A senhora conhece o senhor Antônio José Cassasde Lima?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Conheço de televisão.

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O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO- Não tem nenhum tipo de contato com ele,relacionamento.

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Não. Conheço de televisão.

O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO- Não tem algum tipo de contato com ele,freqüentava a casa dele.

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Não. E nem ele a minha.

O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO- Muito obrigado.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Com a palavra o Deputado José Rocha.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- A senhora tem conhecimento se foi utilizado algumdesses formulários, que foram roubados em seu cartório?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Não tenho, porque até agora não apareceu nenhumlá no cartório. Porque quando acontece isso sempre alguém me procura. Depois que eu dei essaentrevista apareceu uma pessoa logo no dia seguinte, chorando me apresentando um formulário,inclusive eu tenho ele aqui, com a minha assinatura, tinha sido feita uma certidão em 86. Quandoa pessoa me procurou eu liguei para o Dr. Mário Lima Reis, fui a Corregedoria, fomos nadelegacia, fiz a ocorrência que eu tenho a certidão aqui, está sendo aberto um processo que eunão sei se este processo já foi para o Poder Judiciário. Já foi aberto o inquérito. Eu tenho aqui adocumentação para comprovar.

O SENHOR DEPUTADOJOSÉ ROCHA – Então, chegou às mãos da senhora uma delas.

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA – Mas, esse material que chegou às minhas mãos,ele não é um material em branco. Não é do material que eu uso no cartório. Eu creio que foicomprado em alguma livraria. Inclusive nem o carimbo que eu uso, não é. É um carimbo quemandaram fazer.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Tem a assinatura da senhora?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Tem a assinatura. Inclusive, eu já fui para o ICRIM,para fazer a comprovação e até agora não tem nada a ver com a minha assinatura. Eu tenho doistipos de assinatura. Eu assino um tipo para minha documentação. E assino aí para cartório,inclusive eu até assinei agora quando recebi a documentação passando recibo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- O que a senhora atribui a esse inquérito ainda não tersido concluído?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Aí, eu não sei informar o porquê.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- A senhora tem cobrado?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Eu tenho cobrado, inclusive me mandaram que euaguardasse que ia ser encaminhada para a Central de Inquérito. Não sei se ele chegou, porquehoje eu não liguei para lá.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Está ainda na área policial.

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Estava ainda na delegacia, agora eu não sei porquehoje eu não liguei pra lá para pedir informação.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Agora, pela quantidade quando a senhora mandouconfeccionar, a senhora diz qual foi a quantidade que a senhora mandou confeccionar.

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Certo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- A senhora, entre a quantidade que a senhoracontratou com a gráfica e a que ficou após o roubo, não deu para a senhora identificarexatamente quantas foram roubadas.

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Não deu porque a quantidade era grande. Quandoeu cheguei o pacote estava aberto. Eu para mim, deve ter ido para mais de 300 folhas, porqueficou reduzido o pacote. Eu mandei fazer um milheiro.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- A senhora mandou fazer quantos?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Um milheiro.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- E tinham quantos lá?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Eu não conferi. Só sei que a quantidade foi grande.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- A senhora não conferiu para saber quantas?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Eu não conferi. Eu só registrei a queixa, mas nãoconferi, inclusive, tenho a certidão aqui.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- A polícia conferiu?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Não. Não conferiu.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- E a senhora não conferiu porquê? Não queria saberquantos formulários tinham lá.

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Eu achei até que eu errei, porque eu deveria terconferido pra saber qual foi a quantidade que foi levada. Eu tenho até muito cuidado com isso enão sei porque que eu não conferi.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Foi arrombado à noite?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Olha, meu expediente foi até sexta-feira, quando eucheguei segunda-feira do dia 16 ou 17 de janeiro, encontrei o cartório arrombado. Os armáriosquebrados, a porta, quebraram tudo. Desarrumaram o cartório todo. Janeiro do ano 2000.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- E nem um outro tipo de documento desapareceu?

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A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Não, aí eu fiz tipo um inventário e não senti faltados outros documentos. Os processos não desapareceram nenhum. Livros também nãodesapareceu nenhum.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Quantos Cartórios de Registro Civil tem aqui em SãoLuís?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Aqui no Maranhão existem cinco Cartórios deRegistro Civil; Primeira Zona, Segunda Zona, Terceira Zona Quarta Zona e Quinta Zona.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Quem é a chefe do Cartório de Registro Viana deViana?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- De Viana, eu não sei o nome da escrivã.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Ele não tem no Cartório da senhora firma.

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Não, porque eu não sou tabeliã, eu sou só escrivã.Eu não reconheço a firma.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA- Senhor Presidente, eu me dou por satisfeito.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Concluindo Senhores Deputados, só uma últimapergunta dona Margarida. Eu ouvi agora no intervalo alguém falando, que foi a uma determinadacidade para tirar um documento no cartório e chegou lá viu em cima de um balcão ao lado de umpapel comum normal branco, um papel amarelado. E a pessoa estranhou e perguntou: masporque a cor desse papel é amarelo? E alguém do cartório disse: porque no fundo do cartóriotinha uma caixa e sobre a caixa haveria uma luz, e que esta luz era justamente usada paraamarelar papel para usar na falsificação de documentos. A senhora já ouviu falar desse tipo deluz?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Não, estou ouvindo falar pela primeira vez.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- A senhora imagine a coincidência, eu tambémestou ouvindo falar pela primeira vez. Mas, tudo bem. Com a palavra o deputado EduardoCampos.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Antes da Legislação que exonera opagamento do Registro Civil, quanto que era a arrecadação do seu cartório?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Bem, assim eu não sei informar.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- Em termos gerais.

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Em geral assim; porque eu tenho pagamento defuncionários, tenho INSS, pago casa.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- A arrecadação global era quanto?

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A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Dava três mil reais, quatro mil reais, dependendo.Depois disso é praticamente zerado.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- E se mantém como? Como é que paga osfuncionários?

A SENHORA DEPOENTE MARGARIDA- Nós ficamos devendo e pagamos quando podemos.Pelo menos no meu caso é assim. O INSS nunca mais eu paguei. Estou inadimplente no INSS.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Nós queremos agradecer a colaboração de donaMargarida de Jesus Pinheiro. E a sua presença aqui na nossa Comissão. E descansar a senhora jáque encerramos o seu depoimento e agradecer pela sua presença. A Presidência suspende ostrabalhos da Comissão pelo período de 15 minutos, em seguida retomamos as atividades. Estãosuspenso os trabalhos por quinze minutos. Estão reaberto os trabalhos da Comissão Parlamentarde Inquérito. Senhores Deputados, Senhoras e Senhores, nós promoveremos agora umaacareação e pedimos que a Secretária da Comissão que conduza a sala de reunião o senhorAntônio José Cassas de Lima, solicitamos que a Secretária da Comissão providencie as cadeiraspara o senhor Raul Menezes, o senhor Estelmar da Silva Bastos, o Carioca e o senhor AntônioHenrique de Moraes Rego. Para que a Comissão promova a acareação entre esses depoentes. E osenhor José Raimundo Rodrigues Lopes, o Raimundinho. Então, citando mais uma vez o senhorAntônio José Cassas de Lima, o senhor Estelmar da Silva Bastos, o Carioca, o senhor RaulMenezes o senhor José Raimundo Rodrigues Lopes, o Raimundinho, o senhor Antônio HenriqueFarah de Moraes Rego, para que a Comissão promova a acareação entre os depoentes.Informamos ainda que em seguida, nós ouviremos ainda na noite de hoje os seguintesdepoimentos: O senhor Raimundo Nonato da Silva Pereira, seu Mundico, o senhor Emanuel dosSantos e do senhor Carlos Alberto Ferreira. E os demais depoentes convocados para essa reuniãoserão ouvidos separadamente pelos Senhores Deputados da Comissão fora da sala de reunião.Senhor Antônio José Cassas de Lima (lê o Juramento). Senhor Cassas de Lima, boa noite.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA - Boa noite Excelência.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Procederemos, como o senhor já temconhecimento vamos passar inicialmente a palavra, para que o senhor preste os seusesclarecimentos iniciais e em seguida passamos a palavra aos Senhores Deputados, para quepossam fazer as suas perguntas e promoverem naturalmente a acareação conforme julguemnecessária. Passo inicialmente então a palavra ao senhor Antônio Cassas de Lima, pelo tempo deaté 20 minutos para as suas colocações iniciais. Tenha Vossa Senhoria a palavra e muitoobrigado pela vossa presença aqui na nossa Comissão Parlamentar de Inquérito.

O SENHOR ANTÔNIO CASSAS DE LIMA- Eu quero dar minha boa noite a VossasExcelências aqui presentes e aos deputados também e aos que estão assistindo aqui esta noite. Edevo dizer a todos aqui presente que estou me sentindo constrangido, por estar sendo acusadopor pessoas que não tem serviços prestado ao futebol do Maranhão, como eu tenho prestado hámais de vinte anos, e eu acredito que todo o povo do Estado do Maranhão conhece o meutrabalho, trabalho honesto de dignidade. Tem erros na minha vida como profissional como gentede futebol, mas não para usufruir de dinheiro ou outra coisa. E devo dizer que durante esses vintee tantos anos de trabalho ao esporte do Maranhão foi em beneficio ao povo pobre, porque souum médico de classe média e que sempre tratei e trato, e vou continuar tratando doa em quemdoer, aos pobres do meu Estado, a minha colaboração ao meu Estado. Dói em muita gente aquino Maranhão, eu sei, sente dor de cotovelo, porque eu trato os pobres com dignidade, usando a

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minha profissão, o que eu aprendi na minha escola em São Paulo estou empregando aqui para opovo do Maranhão pobre que precisa. Eu estou sendo acusado pelo senhor Carioca, pelo senhorAntônio Henrique Moraes Rego. O senhor Carioca há dez anos atrás, os jogadores que ele fez, euapenas dei o dinheiro para ele tirar a documentação; esses documentos, tanto prova o queaconteceu que ele foi processado, Excelência. Ele foi processado. Já foi até prescrito esseprocesso. Ele novamente voltou depois de 10 anos dizendo: que ele se omitiu para me proteger,olha a história e que tinha um Juiz Federal que era meu amigo e que me protegia, mas ele nãosabia o nome do Juiz Federal. Isso tudo não passa de conversa fiada, de balela. Por causa dissoExcelência, eu já mandei para a CPI, para dona Teresinha o processo do meu advogadoprocessando o senhor Carioca. Está aqui, eu trouxe nova cópia para entregar a VossasExcelências, está aqui o protocolo do meu advogado com tudo. Vou passar novamente as vossasmãos esse documento, que é de um processo contra o senhor Carioca. Já mandei pra Brasília,mas trouxe nova cópia para Vossa Excelência acompanhar. Bem, essa história que eu fizdocumento, que eu faço documento de jogador falso, que mostrem as provas Excelência. Quemostrem as provas de que eu faço este documento, nunca fiz e nem vou fazer, porque não tenhonecessidade. Eu vivo da minha profissão como médico, todo Estado do Maranhão me conhece eeu nunca fiz uma rasura, porque eu ia fazer em documento. Primeiro; porque o jogador, o senhorCarioca era do Expressinho, eu não tinha nenhum interesse, apenas dei o dinheiro para ele tiraros documentos que ele tirou. Agora vem dizendo depois de 10 anos, pelo amor de Deus, isso éuma incoerência. Quem não tem noção, quem tem responsabilidade não pode acreditar numaconversa dessa. Esse é o meu repúdio ao senhor Carioca. Eu sempre o ajudei financeiramente,me pedindo, eu tenho testemunha, sempre que estava passando necessidade eu sempre o ajudeicomo pessoa humana. Bem, com relação ao senhor Antônio Henrique de Moraes Rego, a sua ira,a sua raiva contra a minha pessoa, é porque ele foi demitido como Presidente do Moto e eu eraPresidente do Conselho Deliberativo. Eu vou explicar: Quando da sua prestação de contas em99, todo o Conselho Deliberativo não aceitou, e eu como Presidente também não poderia aceitar.As suas contas foram enviadas para o Presidente do Conselho de Contabilista do Maranhão,foram rejeitadas as contas, devolvidas ao Conselho Deliberativo do qual eu era Presidente; trintae tantos membros por unanimidade achavam que ele tinha que ser demitido do cargo que foidemitido, daí a sua ira contra a minha pessoa. Eu tenho acompanhado os jornais, e infelizmentemeu advogado não pode comparecer já estou movendo uma ação contra o seu Antônio MoraesRego, por injúria e calúnia também vai ser processado se Deus quiser. Bom ele alega também,veja bem, que eu falsifiquei documentos do senhor Kleber, quando o Kleber foi vendido e iapara o exterior. Não foi verdade. Esteve aqui o empresário fez toda esta documentação, nãotenha nada a ver com isso. Porque eu ia falsificar documento dele, não tinha necessidade. Esteatleta está em Curitiba e pode conversar. E no processo que eu fui chamado como testemunha naPolícia Federal, consta lá que o atleta Kleber dizendo que foi feita pelo empresário. Então, eunão tenho nada com isso. Tanto prova que o processo até hoje não deu andamento. Está naPolícia Federal. Esse empresário que apareceu aqui, Gambaro, eu não sei nem quem, esse nomeé até estrangeiro. Eu nem conheci esse cara direito. Eu só sei que passou aqui uns dias e foi quemfez essa documentação. Eu não sei, não tive nem intimidade com esse moço. Bem com relaçãoao Kleber, foi um jogador que eu sustentei durante quase dois anos, financeiramente comalimentação porque era um jogador pobre, ajudei e preparei ele. Este jogador foi preparado enesta época eu tinha 40% ,quem era Presidente do Moto era o deputado José RaimundoRodrigues, que é deputado, era o Presidente do Moto, fizemos um acordo na Federação; está naFederação e eu deixei com Vossas Excelências lá quando estive em Brasília, que 40% seria meu.Esses 40% Excelência, não era para mim, é pra isto aqui. Porque o Moto até hoje não tem nada,só tem o nome. Esse é um projeto que eu tenho com o deputado Edmar Cutrim, para fazer oCentro Esportivo do Moto Clube. Está aqui eu vou mostrar para Vossas Excelências e eu voufazer isso. Nem que seja a última coisa da minha vida, mas eu vou fazer. Está aqui, para Vossa

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Excelência ver que eu luto até hoje para fazer, porque o Moto não tem nada. Quando eu fuiPresidente do Moto, eu deixei o Moto com o plantel de passe preso, saldo no Banco do Estado,saldo no Banco Banespa e com o plantel de passe preso. E o projeto que há anos eu venholutando pra isso. E, já estou com ajuda de um grande clube que vou trazer, para fazer um grandejogo, para obter fundos para fazer isso. Eu não preciso, sou médico, professor da Universidade,sou Presidente da Sociedade de Neurocirurgia do Norte e Nordeste, tenho um nome a zelar e essepessoal fica me achincalhando, me provocando. Em todo o Estado do Maranhão, VossaExcelência pode mandar fazer uma pesquisa em todo o estado do Maranhão, que eu tenhocerteza que eu vou ganhar na pesquisa. Pelo meu trabalho pela minha honestidade. Eu tenhomeus erros como todo mundo, mas nunca que prove a falsificação de documentos. Eu quero quevá para a justiça, para eu poder me defender. Eu não tenho um documento Excelência. Então,essa ira do senhor Antônio Moraes Rego contra mim, um paciente que eu até operei do joelho;pergunte quanto eu cobrei à ele? Nada. De graça que eu operei ele. Como eu opero todas aspessoas que não podiam pagar. Mas, era amigo nessa época e eu operei de graça o joelho. Então,não tinha nada, foi feito profissionalmente quando eu era Presidente do Conselho Deliberativo.Contra a pessoa dele eu não tenho nada, agora ele tem uma ira quanto a minha pessoa. Mas,quando eu era Presidente do Conselho, eu não mandava eu tinha que obedecer a maioria como eufiz. Bem Excelências, diante disso, o que eu tinha a dizer era isto. Eu estou pronto para qualquerresposta. E também com relação ao senhor Valdir, amigo de Cassas, Presidente do Moto Clubede São Luís, que nunca trabalhou pelo futebol do Maranhão apareceu agora denunciando todo ofutebol do Maranhão que é mentira, é um homem mentiroso, não tem trabalho prestado aofutebol do Maranhão. E eu não vou nem falar sobre o passado desse moço porque não cabe amim mas quando chegar na justiça ele vai se ver comigo. Então V. Exª, o que eu tenho a dizer éisso, eu não tenho mais nada estou a disposição deixei com V. Excelência as minhas contasbancárias desde que abri minhas contas bancarias, nunca tive dinheiro, ganho bem e gasto tudoque eu tenho, eu tenho família, tenho funcionários na minha clínica, minha clínica é uma clínicamodesta, pode mandar fazer... não tem gastos absurdos, nem tenho grandes contas, nunca tiveno banco, tinha vontade de ter dinheiro, pra fazer o que queria fazer, que é o centro esportivo doMoto Clube que é o meu clube do coração. É só o que eu tinha a dizer.

O SENHOR PRESIDENTE - Obrigado só algumas informações complementares: O senhor estáaqui no Maranhão há quantos anos?

O SENHOR ANTONIO CASSAS DE LIMA- Sou maranhense, estudei em São Paulo, mas fiztudo de ortopedia traumatologia pode mandar buscar a minha ficha lá.

O SENHOR PRESIDENTE - Não ..não

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Sou presidente da Sociedade Beneficente de Norte eNordeste, da Sociedade Brasileira de pé. Vou participar de 3 congressos levando um trabalho,representando o estado do Maranhão. Porque em todos os congressos eu levo um trabalho e omeu trabalho é sempre apreciado pelos meus professores. Trabalho de pesquisa de luta de 15, 20,30 anos dos doentes do Maranhão.

O SENHOR PRESIDENTE- Muito obrigado, nós passamos a palavra ao deputado relator daCasa, deputado Silvio Torres, para as suas colocações iniciais.Com a palavra sua Excelênciadeputado Silvio Torres.

O SENHOR SILVIO TORRES- Senhor Antônio Cassas, nós já tornamos público, o senhor jáfoi ouvido pela CPI em Brasília há cerca de 4 meses atrás, e nessa sua outiva lá, foram feitas

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diversas afirmações e o senhor foi acusado pelo senhor Jandir , de algumas irregularidades com odinheiro do clube e nós estamos retomando alguns daqueles pontos, levantados naqueledepoimento e alguns outros novos ,que nós estamos tomando conhecimento hoje aqui na nossaaudiência. Mas eu queria iniciar as minhas perguntas, perguntando quais são as suas atividadesno futebol do Maranhão.

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Hoje em dia eu sou médico da federação e um dos vice-presidente da federação. E trabalho num hospital que é a Santa Casa. Sou diretor da Santa Casade Misericórdia do Maranhão, aonde lá se atende o SUS o doente pobre, aquele que não temrecursos e eu atendo diariamente todos os dias.

O SENHOR SILVIO TORRES- E no futebol no futebol especificamente.

O SENHOR CASSAS DE LIMA-E no futebol atendendo a parte esportiva todos os atletas queme procuram, tanto os clubes adversários como o meu clube que me procuram e eu atendodiariamente.

O SENHOR SILVIO TORRES- Gratuitamente?

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Gratuitamente.

O SENHOR SILVIO TORRES- E o senhor tem cargos, quais são os cargos que o senhor temhoje?

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Sou médico da federação somente isso.

O SENHOR SILVIO TORRES- O senhor desenvolve uma atividade paralela como empresário,também no futebol?

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Acontece o seguinte: Há uns anos atrás, eu conheci o senhorRubilota eu convidei para vir ao Maranhão. Foi meu hospede na minha casa, porque ele metratou muito bem na Europa me deu muita assistência, eu grato trouxe ao Maranhão e disse quetinha um celeiro de craques no Maranhão. O senhor Rubilota esteve aqui, assistiu os jogos noMaranhão, contratava o jogador com o clube diretamente profissional e pagava os atletas. Todosaqueles que ele assistiu, ele pagou e foi embora. Há dez anos atras eu não tenho mais notícia deseu Rubilota.

O SENHOR SILVIO TORRES- O senhor foi hóspede também na Europa do senhor Rubilota naEuropa?

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Não. Eu encontrei com ele lá num hotel aonde eu estava láaonde tinham uns jogadores argentinos, conheci quando eu fazia o Maranhão. E ele nem sabiaque existia o Maranhão. Então eu disse que São Luís era uma cidade descoberta pelos franceses,uma cidade muito culta, onde se fala o melhor português do Brasil, que é o que o maranhensesempre diz e ele ficou interessado. E veio a São Luís do Maranhão ficou no hotel, na Segundavez ficou na minha residência.

O SENHOR SILVIO TORRES- Conheceu na Argentina ou conheceu na Europa....

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O SENHOR CASSAS DE LIMA- Conheci na Argentina e reencontrei na Europa.

O SENHOR SILVIO TORRES - Em que país da Europa?

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Bruxelas.

O SENHOR SILVIO TORRES- Bruxelas, Bélgica. E lá o senhor foi hóspede do senhorRubilota.

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Não, eu estava no hotel eu ia participar de um congresso nestaépoca na Alemanha, um congresso de cirurgia de joelho na cidade de Colônia ,e encontrei comele no dia em que eu tinha falado com ele em Brasília. Lá reencontrei com ele, com os jogadoresem Bruxelas e lá convidei para vir ao Maranhão e ele veio depois de alguns meses.

O SENHOR SILVIO TORRES- E quando o senhor o encontrou lá ficou sabendo que ele era umempresário.

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Os argentinos me disseram que ele era empresário. Então euconversei com ele e ele me disse que empresariava jogadores e eu falei para ele sobre oMaranhão para ele, e ele teve interesse de vir aqui a São Luís. E veio aqui umas duas ou trêsvezes e depois não voltou mais.

O SENHOR SILVIO TORRES- E ele veio interessado nos jogadores do Maranhão e o senhor seacho interessado em dar oportunidade aos jogadores , ou o senhor tinha algum interessecomercial?

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Eu não tinha interesse nenhum, só em ajudar o futebol doMaranhão. Tentava com isso vender algum jogador do Moto, porque o Moto sempre foi a minhapaixão. Fazer o centro esportivo do Moto, porque o Moto só tem o nome e as camisas hoje emdia. Sempre foi assim.

O SENHOR SILVIO TORRES – Não, então o senhor não tem nenhuma atividade deempresário.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Nunca tive e nem tenho.

O SENHOR SILVIO TORRES O senhor no ano de 1998, o senhor participou da negociação dojogador Kleber para um time francês?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não , foi assim: O Raimundinho que está aqui presente eleme disse que tinha um interessado lá, para comprar o jogador . E eu já conhecia ele, indiqueifoi o Kleber foi indicado somente e o Raimundinho se interessou na ...

O SENHOR SÍLVIO TORRES - O senhor que indicou o Kleber?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – E ele já conhecia o Raimundinho foi jogador e conhecia elejogando aqui se destacando e teve interesse nele.

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O SENHOR SÍLVIO TORRES - Vamos recapitular. O Raimundinho procurou o senhor, ou osenhor procurou Raimundinho?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, foi vice versa , nós procuramos uma solução.

O SENHOR SILVIO TORRES - Vice versa?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não, assim porque nós estávamos participando dos jogosaqui no estádio, eu encontrava ele constantemente ele estava assistindo o jogo é um bom jogadore era presidente do Conselho Deliberativo , e eu é quem ajudava o Kleber há mais de dois anosajudando ele financeira, ele tinha uma casa muito pobre , ajudando ele , dando pensão, cestasbásicas, eu tenho testemunha pra comprovar tudo isso e o próprio atleta pode dizer que estálá.

O SENHOR SILVIO TORRES – Não, a minha pergunta é bem objetiva, eu queria saber se osenhor é que procurou Raimundinho pra vê se ele tinha algum jogador pra indicar , não tinhanem um interessado?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não, não Excelência, conheço o Raimundinho que estavano estádio junto comigo... esse jogador nós podemos trazer? Podevocê pode levar ele pra vender o jogador . Nós conversamos naturalmente dentro do estádio pordiversas vezes.

O SENHOR SILVIO TORRES - E como o senhor disse que pode, o senhor tinha algum casoque eu autorizasse a dizer pra alguém que pode levar esse jogador qual que era o cargo que osenhor tinha?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Presidente do Conselho Deliberativo do Moto Excelência,e inclusive o jogador que pertencia e eu era responsável por ele.

O SENHOR SILVIO TORRES – Quem era o responsável por ele?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - O ex – presidente do Moto o deputado José Raimundo fezum acordo na Federação , onde quarenta por cento seria meu, sessenta por cento do Moto. Issoaí já faz muito tempo, esse documento eu deixei com V.Exas. lá em Brasília esses documentos.

O SENHOR SILVIO TORRES – Então, o senhor fez isso como dono do passe de quarenta porcento que o senhor se julgava ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Exatamente os quarenta por cento para fazer isso que euquero fazer no Moto Clube, um centro esportivo.

O SENHOR SILVIO TORRES – Eu queria só continuar isso. Quando o senhor foi procuradopelo Raimundinho a conversa que vocês tiveram. E aí houve interesse de um clube francêspelo Kleber. O senhor como Presidente do Conselho Deliberativo deu conhecimento a maisalguém no clube?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA - Olha Excelência, eu não posso assim determinar sim, maseu discordo, eu autorizei porque o jogador, além de eu ser responsável por ele e eu tinha jáesse contrato do próprio Presidente do Moto que eu tinha condição , o jogador pertenciaquarenta por cento a mim, a minha pessoa.

O SENHOR SILVIO TORRES – Sim, mas os outros sessenta por cento não era do senhor?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, não era meu não senhor.

O SENHOR SILVIO TORRES - O senhor achou que o senhor não precisaria falar com opresidente do clube não é isso?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não, eu acho que Excelência, eu até falei não me recordo,mas eu acho que eu falei com Antônio Henrique nessa época, mas Antônio Henrique é umapessoa muito ambiciosa ele só quer tudo com ele, não aceita dividir nada. É uma pessoa que nãopresta, um cara muito ambicioso, ele sabe disso, todo mundo sabe. Ele é muito ambicioso emão de figa, pão duro como se diz na gíria, essa é a realidade.

O SENHOR SÍLVIO TORRES – E quando o senhor falou pro Raimundinho, o Raimundinhofalou pra o senhor qual seria o preço do passe do Kleber?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Olha Excelência, ele me disse que seria um bom preço ,porque o jogador era bom , e Raimundinho um jogador que conhece a França , podia arranjarum bom preço pra ele, olha Raimundinho, onde for melhor para o clube, o clube precisa, e elesabe disso, está aqui presente.

O SENHOR SILVIO TORRES – Mas não foi falado nenhum valor?

O SENHOR CASSA DE LIMA - O preço eu não falei com ele. Eu só sei que seria um bompreço. Mas não foi assim número exato, número exato eu não sei.

O SENHOR SILVIO BRITO – E o senhor prometeu a ele uma comissão?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, todo empresário tem direito a vinte por cento emqualquer negociação feita no Brasil, o empresário tem direito a vinte por cento, já é uma praxeno futebol brasileiro.

O SENHOR SILVIO TORRES – Então, o Raimundinho receberia vinte por cento?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Vinte por cento sobre o valor do jogador.

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O SENHOR SILVIO TORRES – Sobre o valor que ele for vendido

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Isso.

O SENHOR SILVIO TORRES- O Raimundinho tinha dito agora antes do senhor, que nãoreceberia nem uma percentagem nenhuma fração sobre a venda do jogador Kleber.

O SENHOPR CASSAS DE LIMA- Excelência eu disse para ele que ele receberia os 20%porque é de praxe, eu sou um cara que gosto de agir com as coisas dentro da normalidade.

O SENHOR SILVIO Torres.- O senhor dizendo que não é empresário, esteve envolvido nestatransação, e o senhor também mesmo sem ser empresário, o senhor fez uma proposta aojornalista da Folha, que veio aqui fazer reportagens sobre a questão dos jogadores que estavamtrabalhando com idade falsificada, e segundo o que esse jornalista, relata na sua reportagem estáaqui escrito, o senhor disse o seguinte: Vamos eu e você conversar com os dirigentes .Ai a genteacerta. Faz de conta que você não sabe de nada. Não se preocupe se a gente fechar negócio, eu tedou um presentinho. Um presentinho financeiro. Você entra no páreo comigo. Nem se preocupese você fechar o negócio para mim, 20% são seus. A percentagem a que o senhor se referia, seriarelativa a transferência de um atacante de nome Neto de 19 anos, cujo passe está avaliado deacordo com o senhor por 200 mil dólares. Esse jornalista veio aqui a São Luís e é um jornal derespeito Jornal Folha de São Paulo e o jornalista escreveu isso sobre o senhor. O que o senhortem a falar sobre isso?

O SENHOR CASSAS DE LIMA- O Jornal Folha de São Paulo eu sou até assinante é umgrande jornal mas esse jornalista é um mentiroso. Nas terras de minha mãe, minha mãe é Árabetem um ditado que diz o seguinte: As pessoas mentirosas que mentem tanto, quando morremnem a terra quer. Ele é mentiroso mau caráter, foi na minha clínica por duas vezes levado pelosenhor Carioca e mandado pelo senhor.... segundo ele me disse que o senhor Antônio Henriquee seu Carioca, mandaram ele na minha clinica conversar. Ele com o gravador aqui no cós dagravata. Disse pra mim: Você tem um jogador? Disse tenho, craque Neto e vou vender esse jogador para eu poder fazer o que eu querofazer no Moto Clube de São Luís. Excelência ele me disse: Pra quem que você vai mandar? Eurespondi eu conheço o pessoal do Vasco e o pessoal do Palmeiras. Ele disse: porque você nãomanda para o Corinthians? Eu não conheço ninguém do Corinthians. Pois eu posso indicar. Eudisse eu lhe dou um presente. Ah mas eu não posso. Então não para o Corinthians. Essa é a puraverdade lhe digo como Deus existe que esse sujeito é um mentiroso. Se ele tivesse aqui eu diziapara ele que ele era um mentiroso.

O SENHOR SILVIO TORRES- Ele inventou toda essa história. Valor.

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Valor ele perguntou eu disse é um jogador que não é muitobarato agora o preço eu nem avisei para ele. Ele é um mentiroso.

O SENHOR SILVIO TORRES- E o senhor tratando-se de um fato que é muito grave umadenúncia dessa, o senhor processou o Jornal Folha de São Paulo.

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Excelência eu tenho um primo que é jornalista em São Paulo,depois que terminar essa CPI eu vou em todas as capitais nas principais, dar uma declaração naGlobo em todo o Brasil porque eu sou conhecido pela minha profissão. E eu vou em todo Brasilexplicar isso que houve, para mostrar e vou desmentir esse jornalista em todos os jornais do

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Brasil inclusive na Folha de São Paulo. Olha Excelência eu vou lhe contar.. posso fazer umadendozinho? Eu quando o era residente do Hospital das Clínicas de São Paulo, eu vou contaressa história porque o povo não sabe. Saiu uma notícia. Nesta época o governador do Maranhãoera o doutor José Sarney. Fizeram uma ponte que liga o nada ao nada. Que é essa ponte que vaidaqui da Ilha para o São Francisco da capital. Eu fui no Folha de São Paulo fui recebido pelosenhor Mesquita, e desmenti toda essa notícia. Eu vou é de cara.

O SENHOR SILVIO TORRES O Mesquita é do Estado de São Paulo?

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Estado de São Paulo, eu fui lá e desmenti a notícia do jornal.Do correspondente do Maranhão. Mentindo que a ponte ligava o nada ao nada. Aqui é uma cidade de tradição de respeito, por isso que eu fui lá e desmenti essa notícia.

O SENHOR SILVIO TORRES- O senhor não tem intenção de processar o jornal?

O SENHOR CASSAS DE LI MA- O jornal não, processar o jornalista.

O SENHOR SILVIO TORRES- Não porque se o senhor processa o jornalista, o jornal é queresponde.

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Eu inclusive Excelência, esse jornal foi roubado do meucarro, levaram vários documentos que estavam comigo. Até hoje eu tento arranjar esse jornal,para que eu possa leva-lo a um processo.

O SENHOR SILVIO TORRES - É aqui ele disse também você tem conhecimento do que eleescreveu , você diz eu não sabia...

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Pois não.

O SENHOR SILVIO TORRES – O senhor é um fã confesso do ditador iraquiano SadanHussein. Isso é verdade? Cujo o relator, o senhor não precisava responder essa pergunta.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Mas eu vou responder com prazer.

O SENHOR SILVIO TORRES - O senhor responde se o senhor quiser.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Vou responder Excelência.

O SENHOR DEPUTADO – Essa pergunta tem caráter pessoal e você não tem obrigação deresponder.

O SENHOR SILVIO TORRES – Excelência, eu sou filho de árabe, admiro Sadan, chamohomem do século , e não morro sem dá um abraço nele e no Kadaf, vou dar um abraçopessoalmente em todos dois que é da minha frente e gosto deles . Eu acho o homem quedefende a sua terra , o seu povo, que os americanos está esmagando, pra mim é um grandehomem.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Tem uma outra pergunta também, que o SenhorPresidente vai fazer a pergunta porque é pública e eu tenho todo direito de ....

O SENHOR RELATOR – A questão de ordem da Mesa , é solicitar os Senhores Deputados e oseu relator, que não faça pergunta de caráter pessoal as testemunhas.

O SENHOR SILVIO TORRES- Em prosseguimento está escrito aqui no Jornal Folha de SãoPaulo...

O SENHOR DEPUTADO RELATOR- Pode está escrito aonde tiver, perguntas de caráterpessoal não devem ser feitas as testemunhas

Perfeitamente, pela ordem deputado José Rocha.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Senhor Presidente, desde que nós estamos naSessão de acareação , eu consultaria a V.Exa. que quando um dos acareados for citado pelodepoente se ele não teria o direito de pedir pela ordem , só pra contraditar o depoente. Apergunta é uma questão de dois para a Mesa.Porque há pouco o ex – presidente do Moto Clube de São Luís, citado pelo depoente, ele tentouinterpelar e não lhe foi dada a oportunidade. Portanto, eu queria que a Mesa atendesse essedeputado.

O SENHOR PRESIDENTE- Eu vou responder a Questão de Ordem de V.Exa. , e vou dar umaexplicação também sobre a Questão de Ordem que dirigi ao deputado Silvio Torres, e nãoseja incompreendido não pelo deputado Silvio Torres, nem pelos demais integrantes daComissão e nem pelos presentes a esta reunião. A Comissão Parlamentar de Inquérito, ela temum objeto de investigação, e foi ampliado, para os temas que nós estamos aqui hoje, colhemosinformações , mas nós temos como princípio não fazer questionamentos, que envolvam aspreferências ou políticas ou religiosas ou de natureza pessoal dos depoentes. E segundo aminha compreensão, a pergunta que foi feita pelo deputado Silvio Torres, publicada pela Folhade São Paulo, que tem todo direito de publicá-la ,e o depoente tem todo o direito e qualquerpessoa tem as suas preferências de qualquer natureza, mas não são da investigação dessa CPI,do meu ponto de vista não devem ser feitas. Quanto a Questão de Ordem do deputado JoséRocha, eu penso que qualquer um dos depoentes presentes a esta acareação , que queira semanifestar de pronto, mediante a colocação do Dr. Antônio Cassas de Lima, poderá dirigir-seà Mesa, mas a Presidência vai passar a palavra a todos os presentes para acareação. Ou seja tãologo os Senhores Deputados podem também dirigir a pergunta a qualquer um dos depoentespresentes, convocados para essa acareação. Então, fica a critério do deputado, dirigir a palavra aum dos presentes, ou também se um dos presentes ou um dos depoentes presentes aacareação quiser se manifestar de pronto, pode pedir a palavra à Presidência que será oferecidode imediato. Muito obrigado. Com a palavra o deputado Silvio Torres.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Senhor Presidente, se o senhor tivesse me dadoo tempo necessário pra eu terminar a minha pergunta, o senhor saberia o objetivo da minhapergunta, sobre Sadan Hussein e outra de caráter pessoal, era perguntar ao nosso depoente seisso também era verdade ou seja se o jornalista era mentiroso ou apenas na parte seria a

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percentagem que ele ofereceu no negócio. Esse era o objeto da minha pergunta e V.Exa.infelizmente não me deu tempo de terminá-lo.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Vossa Excelência, eu posso explicar esse aparte?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Pode.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Acontece é o seguinte, que quando ele estava conversandocomigo , eu disse a ele e perguntou-se como é meu nome, meu nome era árabe, minha mãe eraárabe, aí eu disse pra ele inclusive eu tenho uma grande admiração pelo Sadan, eu que dissepra ele.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E o senhor pretende ser candidato a vereador?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Fui candidato , perdi a eleição e não sereimais candidato nunca mais aqui, em mandato político nem um.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Então aqui no mesmo jornal, o jornalista dizque o senhor, diz o seguinte: O senhor diz que pretende ser candidato a vereador, e que o senhorvai adotar como modelo o senhor Paulo Maluf, que seria uma pessoa que o senhor teriaadmiração. É verdade o que o jornalista escreveu ou ele está mentindo?

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- O depoente está dispensado se tiver deresponder essa pergunta.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Você vai responder? Não, o senhor estádispensado de responder a pergunta, o senhor não está dispensado então.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Olha Excelência, eu vou responder. Ele disse:Você morou em São Paulo? Eu respondi; morei, estudei na época de Paulo Maluf. O quê queo senhor achou dele? Achei que foi um grande Governador de São Paulo, tenho admiração porele , não é como modelo não. É porque ele mente muito esse jornalista , ele deturpa as histórias,é isso que acontece.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Então, o senhor está dizendo que o jornalistafez toda a reportagem dele é mentirosa?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Não, todas não, mas muitas coisas que elefalou foi mentira.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E, o senhor também disse que não é candidato avereador, porque aqui consta que o senhor diz o seguinte: O senhor tem até o ‘slogan’ jápronto. Diz o seguinte : Sou forte e sou raça, sou Cassas de coração. É um folheto decampanha.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Eu que dei esse ‘slogan’ pra ele, eu aindaestava pretendendo dei esse slogan pra ele. Excelência, acontece que esse jornalista ele tentouque eu dissesse quem era os ‘gatos’ do clube? Eu não sei, não trabalho, nunca vi. Ele insistiucomigo, sempre me telefonou de São Paulo cinco vezes. Eu disse pra ele; olha rapaz, eu nãovou dizer. Não senhor, não sei o que. Eu digo; olha rapaz, eu não tenho medo de você nem de

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ninguém , eu não devo a ninguém. Eu sei quem você é, você pode ser da imprensa, eu não tenhomedo de você porque é da imprensa, você pode ser da Folha de São Paulo e até de New York.Eu não tenho medo de ninguém , eu não devo a ninguém. Por isso é que acontece.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor é ligado, tem alguma ligação e que tipode ligação que o senhor tem com o senhor Braide?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – O professor Braide foi o meu aluno naFaculdade de Educação Física, meu aluno em Anatomia, uma das matérias que eu ensino naFaculdade de Medicina do Maranhão, e professor de Educação Física. Diversos clubes quandoeu fui Presidente , quando eu trabalhava no Moto, e uma ligação estreita com ele, como ele temcom diversas pessoas aqui no Maranhão; uma pessoa muito querida, muito competente e fizamizade com ele há muitos anos aqui no Maranhão.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor Braide ele é empresário?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Olha ele é...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - É uma pessoa muito querida, o senhor tinhaamizade, o senhor deve saber.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA- Ele empresariou vários jogadores, ele foiprofessor de educação física do time mais rico da Tunísia, muito bem conceituado em todaTunísia, eu estive em várias cidades com ele lá e ele empresariou alguns jogadores, mas ele éprofessor de educação física.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Foi dito aqui no depoimento do senhor RaulMenezes, que o senhor é um associado do senhor Braide, que o senhor participa com ele emnegociações. É verdade?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA- O único jogador que eu fui lá recebido foi oDelson Pereira da Silva, eu estou com os documentos aqui para entregar as vossas excelências, einclusive V.Exa. eu estou convidando para serem meus hóspedes aqui no Maranhão, oPresidente do Monasti e o Secretário Geral que deverão vir até junho, aqui a São Luís doMaranhão para esclarecer qualquer coisa.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Essa sua documentação está toda aqui conosco, nós recebemos do senhor Antônio Henrique .

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Antes de falar, o senhor usa o microfone, porfavor o senhor Cassas.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA - Os recibos do professor Braide, do atleta, daspassagens e de tudo que eu gastei, estão todos aqui.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Nós temos aqui cópia .

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Só tenho dos cinquenta mil dólares .

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Nós temos dos cinquenta mil dólares, nós temosdos setenta e dois mil dinares.

O SENHIOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA - Não, mas o que chegou agora da políciaquando eu vim da CPI, confirmando que eu recebi cinquenta mil dólares.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Não, esse ...

O SENHOR DEPOENTE SILVIO TORRES – Eu mandei por via fax, mas eu tenho aqui aoutra cópia pra lhe entregar agora.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Gostaríamos de ter esse documento.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA - Um minutinho.

O SENHOR SILVIO TORRES – Com a palavra o Deputado José Antônio enquanto osenhor procura o documento.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO - Deputado Silvio Torres, eu queria voltar umpouco aquela história da ida do Kleber para França e fazer uma pergunta relacionada a essefato e ao fato anterior. Era a primeira vez que o Kleber ia para a Europa, se ele fosse paraFrança naquele dia? Eu queria saber se o depoente podia me informar isso.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, o Kleber já tinha ido com um empresário queesteve aqui a primeira vez, foi e voltou, não ficou lá.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Que empresário foi esse?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA - Esse mesmo que esteve depondo aqui,um nome estrangeiro, eu nem sei como é o nome dele direito.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO - Janbasco.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Hein?

O SENHOR JOSÉ ANTÔNIO - Janbasco.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - É mais ou menos assim.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – É mais ou menos esse nome. É belga esseempresário?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Eu tenho a impressão que ele é espanhol.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – É espanhol. E ele foi para aonde na Europaessa primeira vez?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Ele levou ele, parece-me que para Suíça.

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O SENHOR DEPUTADO ANTÔNIO JOSÉ – Para Suíça.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Passou uns dias lá e voltou.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Ele foi com o nome Kleber ou nomeKlebenilson, dessa vez que foi para Suíça?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Eu não sei direito, foi depois que eu vimsaber que ele mudou esse nome dele, depois que eu vim saber, depois que ele chegou dessaviagem, não posso responder, mas foi depois que ele chegou que eu vim saber disso.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Depois que ele chegou da onde, da Suíça?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Da Suíça.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – O senhor soube que ele mudou seu nomepara Klebenilson?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Exatamente.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Então o senhor sabia quando ele ia paraFrança que ele estaria indo com o nome Klebenilson?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Não, porque só foi descoberto quando elefoi detido, foi que eu vim saber, eu não sabia nada disso.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Veja bem, são duas coisas diferentes. Euperguntei se quando ele voltou da Suíça, o senhor soube que ele tinha esse nome trocado.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Não, não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – O senhor acabou de dizer.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Foi equívoco.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Foi equívoco?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Foi. Foi só depois que ele ficou detidoque eu fiquei sabendo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Porque o Raimundinho quando depôsaqui, disse que quando ele ia para França, ele já tinha a documentação anteriormente com onome Klebenilson, tanto que ele já tinha ido a Europa com esse nome Klebenilson.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Podia até ter sido, mas eu não sabiaexcelência, eu não sabia porque não competia a mim essa documentação, minha parte erasó exame físico, preparar o atleta com repasse de documentação, não entendo e não memeto nisso.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Dr. Cassas, com relação ao Kleber V.Senhoria disse que a situação era diferente, era um atleta que V. Senhoria protegia, V.Senhoria dava cesta básica, que V. Senhoria era dono de 40% do passe. Então, quer dizer,havia um interesse relacionado com história do Kleber. Se ele ia colocar, ia viajar com onome falso, com uma identidade falsa, com passaporte falso, inclusive não relacionadocom um atleta que estava aqui vinculado ao Moto, vinculado à Federação. O senhor nãotinha conhecimento disso?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Eu não sabia nem que ele tinha essenome falso, só soube depois que ele foi detido aqui, eu não sabia disso porque eu sócuidava somente da parte da saúde, da alimentação, com relação a parte da documentaçãoeu não me meto nessa história.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – E quem cuidava disso?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Não, eu ganho no passe 40%, mas comrelação a essa parte eu não me meto em documentação de jogador, nunca me meti.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – E quem cuidava disso, quem cuidava,cuidava, podia ser por determinação do jogador, mas geralmente não é, ou do clube ou dodono do passe. O senhor era Presidente do Conselho Deliberativo do Clube e dono dopasse.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – De 40% do passe.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – sim, de quarenta por cento, mas de parte.

O DEPOENTE CASSAS DE LIMA – É o seguinte: eu não sabia, porque foi umempresário que fez tudo isso, eu não sabia de nada dessa documentação e não tinha como,honestamente eu não sabia.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO - Eu devolvo a palavra para o relator.

O SENHOR RELATOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Para complementar o que oDeputado José Antônio falou, o senhor que teve, digamos assim, a iniciativa de se sentir nodireito de negociar o passe ou conversar com o Raimundinho sobre o passe, sem sequerinformar ao Presidente do Clube. O senhor com toda essa autoridade o senhor disse quenão tinha interesse de acompanhar a documentação?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Não, nem com relação ...

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – E não sabia que ele tinha ...

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Não, só soube quando ele foi detido, aífoi que fiquei sabendo.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – O senhor, esse empresário que da primeiravez levou o Kleber para Suíça, foi o mesmo empresário que depois manteve contato paralevá-lo para França?

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O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Não, ele foi diretamente, não eraempresário, era Raimundinho quem levava, não era nem empresário da França, foiRaimundinho que manteve contato com o time de lá e ia levar.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES - Raimundinho era quem estava levando eesse empresário sumiu.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Deputado Silvio só um aparte por favor.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – E quem assinava como médico a ficha dojogador Klebenilson? Quem assina como médico, o jogador profissional, adulto tem queter uma ficha assinada por um médico. Quem assinava essa ficha como médico?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – A ficha era o seguinte: o médico, ojogador quando faz a ficha na Federação ele assina o exame do jogador, sem a partemédica. Isso é o que ele faz.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – E com que nome? O jogador eraidentificado com que nome?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Na Federação do Maranhão não tinha onome do Klebenilson, que eu saiba não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Como é que ele poderia ser liberado comesse nome para o estrangeiro?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA - Ai quem sabia era o empresário, aFederação não ia liberar, a Federação não libera com nome trocado, não ia liberar.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Quer dizer, o senhor também não ia recebera parcela que lhe cabia?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Claro, se não ia ser vendido não podiareceber parcela, não tinha como, não ia receber parcela. Se não ia ser liberado pelaFederação, não seria vendido.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Aqui já houve jogador que foi vendido como nome do irmão.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Não sei Excelência.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO - E V.Exa., disse que foi um caso... No seudepoimento na CPI lá em Brasília, se eu não me engano, eu não estava presente, mas noseu depoimento o senhor disse que teve uma história dessa, que o senhor por equívoco foilevado a assinar a ficha: era o Gil não sei o que e tal.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS DE LIMA – Excelência é o seguinte: eu sou médicoda Federação me chega toda a documentação, eu examino o jogador: compete estar aptoou não. Agora, com relação a documento não compete ao médico, compete o exame físicodo jogador. É esse o ponto, eu não posso fazer outra coisa. Não compete ao médico

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examinar, se o nome é dele ou se não é. Não compete examinar o atleta que está com odocumento nas mãos.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Deputado José Antônio, eu antes depassar a palavra que foi solicitada ao seu Antônio Henrique, eu quero advertir o Dr.Antônio Cassas de Lima, que ele presta testemunho sob juramento. Nós temos pautado onosso comportamento tendo o mais profundo respeito às nossas testemunhas, não sórespeito jurídico, respeito legal, mas principalmente respeito humano. Ninguém aqui serátratado, nem com arrogância, nem com presunção. Agora, o senhor precisa saber que o seudepoimento e os trabalhos dessa Comissão estão amparados em lei. E do ponto de vistadessa Comissão, constitui crime ou impedir ou tentar impedir mediante violência, ameaçaou regular o funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito, ou fazer afirmaçãofalsa, ou negar, ou falar a verdade como testemunha, perito, tradutor, intérprete perante aComissão Parlamentar de Inquérito. E V.Senhoria está aqui como testemunha. Subsidiandoa Lei 1.879, de março de 1972, nós temos o Artigo 342 do Código Penal, que servesubsidiariamente as Comissões Parlamentares de Inquérito. Fazer afirmação falsa, negar oucalar a verdade como testemunha, ou perito, tradutor ou intérprete em processo judicial,policial ou administrativo, ou em juízo arbitral. E que V. Senhora, por essa razão tem quese ater a verdade nas informações de revelar a esta Comissão. Vossa Senhoria está aquinum processo de acareação. Então, por favor, em benefício da Comissão e do senhorpessoalmente, não falte a verdade, para que a Presidência não tenha que adotar asprovidências legais contra V. Senhoria. Passo a palavra ao senhor Antônio Henrique.

O SENHOR JOSÉ ANTÔNIO – Eu agradeço aos senhores deputados: e eu estouanotando até por um dever as colocações do Dr. Cassas de Lima. Mas eu me senti, eu tiveum impulso, a necessidade de pedir pra falar ao senhor em função das indagações dosnobres deputados ao Dr. Cassas de Lima relativamente ao Kleber. E quero fazer trêscomentários sobre isso: o primeiro comentário é de que; está sendo gravado não éverdade? O Dr. Cassas de Lima disse que nunca empresariou ninguém. Não é verdade? Eele estava empresariando com o Raimundinho, querendo dar vinte por cento para oRaimundinho. Na venda de um jogador, que ele não tinha o direito de vendê-lo. Osdocumentos que eu passei às mãos dos senhores nas páginas, já vou citar o nº da página.Mas eu passei às mãos dos senhores um documento que eu passei à Federação, dizendoque eu respeitaria: esse documento foi redigido por aquele senhor bem ali, Dr. Fernandoadvogado. Que eu respeitaria o pagamento de quarenta por cento do passe de Kleber aoDr. Cassas, se o Dr. Cassas apresentasse qualquer que fosse o documento que provasse adespesa que ele tivesse com Kleber; e nunca me foi feito isso.... e eu passei o documento àFederação: primeiro ponto. Segundo: mesmo que eu não tivesse feito isso, ele não teriadireito nenhum de tentar mandar um jogador para Europa. Agora vamos falar de mentira;todos que estão sentados aqui e mais os dois agentes da Polícia Federal, são mentirosos.Os senhores tem que me prender agora, eu tenho que sair daqui preso, porque eu soumentiroso: e eu vou lhes explicar porque que eu sou mentiroso: Porque o Dr. Cassasacabou de dizer que ele não sabia, do nome de Klebenilson, e acabou de dizer que ele sóficou sabendo dessa falsidade, depois do fato ocorrido. Depois que o agente da PolíciaFederal comentou com o senhor Kleber, com o senhor Raimundinho e com as irmãs: issoque ele acabou de dizer, eu não sou doido. Eu sou mentiroso? Raimundinho tá aqui domeu lado, eu não conversei com ele, estou encontrando agora. É mentiroso? Os doisagentes da Polícia Federal são mentirosos? Porque eles disseram, os agentes confirmaramem seus depoimentos no relatório à Polícia Federal, que o passaporte de Kleber e a carteirade identidade de Kleber, estava nas mãos do Dr. Cassas de Lima. Todos são mentirosos:

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todos: só Cassas fala a verdade. Ainda tem mais alguma coisa, mas vou aguardar a minhavez. Eu quero ser preso, porque eu sou mentiroso.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Excelência eu peço a resposta.

O SENHOR PRESIDENTE – V.Exa. tem a resposta.

O SENEHOR CASSAS DE LIMA - Excelência é o seguinte: Esse processo foi para aPolícia Federal, eu fui chamado como testemunha está lá; a polícia, o delegado conversoucom o atleta, ele disse que foi feito pelo empresário. Não tem nada contra mim, até hojenão tem nada, porque está lá no processo, ele disse de livre e espontânea vontade, eu nemsabia. Ainda agora o li o documento o Kleber acusando o empresário dele. Então não tenhonada com isso.

O SENHOR JOSÉ ANTÔNIO – Quem era o empresário do Kleber?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Esse senhor que esteve aqui.

O SENHOR JOSÉ ANTÔNIO – Ele é que teria feito, o senhor reafirma que o senhor nãosabia que o documento dele tinha sido alterado?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Claro, isso prova que o próprio atleta esteve lá naPolícia Federal, está lá na Polícia Federal.

O SENHOR JOSÉ ANTÔNIO – Presidente, eu queria perguntar ao Raimundinho: Se eleconfirma que o senhor Cassas de Lima, ou seja se ele concorda que o senhor Cassas deLima está afirmando que não sabia que os documentos do Kleber tinha sido mudado. Quequando o Kleber ia embarcar pra Europa, já com o Cassas já praticamente negociado, osenhor Cassas de Lima sendo dono de quarenta por cento do passe, não tomouconhecimento de que ele estava indo nessas condições; ou seja, com documento falso?

O SENHORJOSE RAIMUNDO LOPES – Excelência, eu sei que eu não sabia, até nomomento em que nós conversamos sobre o Kleber, inclusive disse no meu depoimento. Eutinha conversado diretamente com o treinador do clube por solicitação do atleta, eu disse aele se o atleta, se caso fosse aprovado, estaria sendo liberado. Logicamente que eu teria aparticipação dentro do meu trabalho. O atleta foi passado a documentação, a documentaçãoque ele já tinha tirado em l996, uma coisa assim. Essa documentação foi passada, eu sei queeu não sabia que existiria essa troca do nome dele. Eu não sabia o nome dele completo, sóconhecia ele como Kleber, que era o jogador. No momento que vai ser feito uma negociação,você tem que dar o nome completo daquele jogador que está indo. Então no momento em queos documentos foi repassado, nós passamos para o nome que ele já tinha e eu não sabia.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Você tomou conhecimento quando, de queesse nome dele tinha sido alterado, além da alteração do nome, havia alteração da idadetambém dele?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES – Eu vim saber justamente quando ele deu para oDr. Antônio Henrique de Morais Rego, até porque o atleta disse que só viajaria nomomento em que conversasse com o presidente Antônio Henrique. Nesse exato momentoeu liguei pra ele, ele estava saindo do Iate Clube, marcou com o Dr. Cassas até o treiler ali

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da Ba. E estava na companhia dele, um agente da Polícia Federal. Ai nesse momento eufalei com o Dr. Antônio Henrique, que ele me passou, desculpe é que não adiantaria nemviajar porque já existiria a denúncia, certo? Então, eu disse: eu estou com o atleta aqui, enós vamos conversar com o senhor até porque eu não estou sabendo dessa história. Fomosaté lá, tanto eu e o atleta e as irmãs do atleta.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O atleta também não sabia que ele tinhaessa documentação?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES – O atleta com certeza, com certeza ele teria,agora eu não sabia que existia.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – E onde o agente da Polícia Federal, entãoaonde que ele viu o documento que o fez levá-lo a denúncia que o senhor AntônioHenrique fez?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES – O atleta...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – A pergunta é exatamente essa. Opassaporte do atleta, estava com quem? Estava com ele no momento o passaporte, odocumento estava com quem?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES – O passaporte foi entregue pelo Dr. Cassas deLima.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Pra quem que eu entreguei? Pra você?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES – Pra minha pessoa.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Ele que te entregou?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu nunca entreguei passaporte pra você, nunca.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES – Me entregou, assinou...

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não. Nunca.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES – Claro que eu não sabia que inclusive eu dissenas minha declarações; eu vou colaborar naquilo que for possível. Porque eu acho que eutenho que ser punido também. Se o Dr. Achar, dentro daquilo que eu coloquei das minhaspróprias necessidades tudo bem. Agora, me foi entregue por ele, até porque adocumentação tinha que ser mandada via fax. Então Dr. Antônio Henrique quando medisseram: não, não adianta vocês irem para o Aeroporto, porque existe uma denúncia, paraproibir a saída de vocês, certo? Então nesse caso eu digo: vou conversar com o Dr.Antônio Henrique pra saber o que foi que aconteceu, que eu não estou sabendo. E ojogador foi que conversou, as irmãs conversaram com a gente diretamente, nós ficamosisolados, eu fiquei conversando com o Dr. Antônio Henrique, quando eles ficaramconversando com a família, certo? E aí foi que... e eu não sabia que existia isso. A minhaintenção ali era como intermediário, além de tá fazendo um trabalho pra ganhar a minhacomissão. Tanto é que nas minhas conversas eu sempre disse: conversem com o presidente

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Dr. Antônio Henrique pra que saia tudo normal. Porque se eu já tenho meus erros eu nãogostaria de acrescentar...

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - – Quer dizer então, que você confirmaque não sabia de que o passaporte lhe foi entregue pelo Dr. Cassas de Lima? O passaportealterado, adulterado, falsificado?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES - Nunca. Olha, o passaporte me foi entregue, e eujustamente quando iria viajar com o atleta para acompanhá-lo até pelo problema do idioma,da língua eu teria que acompanhar o atleta até lá, no momento em que fosse feita anegociação, automaticamente nós mandaríamos dados. Agora, eu não sabia dessaadulteração, até porque quando eu chegasse lá, eu teria que fazer, se desse certo anegociação, eu teria que passar pra eles, os documentos originais pra ser pedido, e aí o queeu ia fazer? Eu teria que dar pra eles aquilo que eles tinham, e até aquilo que já tinha sidofeito. E com certeza que não foi por minha pessoa.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE – Senhor Presidente, eu peço a palavra.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELLO - Vamos permitir ao senhor Antôniofaça a sua intervenção.

O SENHOR ANTÔNIO HNRIQUE – Muito obrigado. Isso está me agoniando, essacolocação. Tanto eu, como os dois agentes da Polícia Federal, a gente não pode dizer quenão é verdade: não tem nada contra ele, nem a favor nem contra. Tanto eu, como os doisagentes da Polícia Federal, solicitamos a Raimundinho, a Kleber e as suas irmãs, opassaporte e os documentos de Kleber, a carteira de identidade, etc. A resposta que todos,Raimundinho, Kleber e suas irmãs deram, estão com o Dr. Cassas de Lima que o levará, opassaporte para o embarque, na hora do embarque. Então, essa colocação é que eu querodizer para os senhores, que ele disse que nunca sabia, que não sabia de nada, soube depois.Gente, tem muita gente mentindo ou falando a verdade, pelo amor de Deus, pelo amor deDeus.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Devolvo a palavra ao relator. Um momentinho, o Raimundinho quer declarar mais alguma coisa?

O SENHOR SILVIO TORRES - Um minutinho só, o Raimundinho quer declarar maisalguma coisa?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES – Não, só acrescentar aqui uma opinião: não éque esteja errado, só uma colocação. Dr. Cassas não iria levar. Mas o passaporte me foientregue, já me foi entregue até aonde eu fui até a casa do atleta pra explicar o problema,que aliás foi uma coisa muito rápida. Inclusive a mãe dele foi quem disse: Não ninguémvai levar meu filho, porque ele já foi, deixaram ele abandonado, não o sei que. Eu digo;Olha o seu filho tá aqui, a passagem ida e volta, se der certo ele fica, se não der ele tá coma passagem de volta certo? E foi aí que ele disse que só iria, o próprio atleta se conversassecom o Dr. Antônio Henrique. Foi aí que eu liguei para o Dr. Antônio Henrique, pergunteise ele vai. Não, eu não estou sabendo inclusive existe uma denúncia contra o Dr. AntônioHenrique, estou mentindo, ou estou falando a verdade? Eu digo, eu não posso meencontrar, eu estou saindo aqui do Iate Clube e nos encontramos lá no Ali Babá, no treiler.E quando eu cheguei lá, Dr. Henrique veio até a nós e nós conversamos inclusive, ele

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citou até o agente federal, aqui conosco. Foi que o agente veio, ficou conversandodiretamente com as irmãs do atleta, e o atleta, e eu fiquei conversando com o Dr. AntônioHenrique. Colocando a ele, aquele caso se o jogador fosse negociado, se desse tudo certo,seria de cem mil dólares, e dos cem mil dólares logicamente, eu teria uma participaçãodentro do meu trabalho, só isso.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Muito obrigado, o senhor quer um partedeputado?

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – Veja bem, quando o senhor Antônio Cassasde Lima entregou na CPI em Brasília, e também o senhor Jandir uma declaração dopresidente do Moto, o senhor José Raimundo. São quatro eventos que vão caracterizar ofato; o senhor José Raimundo disse que o Kleber, na declaração que temos aqui. (LêDeclaração). No dia 02 de agosto de 97, ele tinha o nome de Kleber. Quando o Dr. Cassasde Lima foi à federação de acordo com o que ele colocou aqui, foi lavrada essadeclaração. O próprio atleta Kleber deu a declaração com o nome Kleber. No dia 02 deagosto de 97, na mesma linha, apesar de Ter uma outra declaração dele desmentindo essaaqui. Então, veja lá: em 97 ele era Kleber, quando chega no ano de 99, nós temos aquidocumentos que estão na mão do deputado José Rocha, fichas para tirar passaporte. O queele tem o nome Kleber em 98, tem uma carteira de identidade com uma numeração.Quando chega nas vésperas da viagem e ai é importante que V. Excelência pergunta asdatas, ele vira Klebernilson, com a data três anos a menos de idade, altera o nome dele, jánão existe mais o Kleber com dificuldades de liberar no Moto, que a liberação viraria numaoutra pessoa; ele vira Klebernilson, com uma outra identidade e com um passaporte, paraque ele possa ir para o exterior. Como ele não foi para o exterior, ficou no Moto e foi parao Atlético, ele está aqui, o contrato dele com o nome Kleber também em 99. O contratoque nós tratamos aqui, foi assinado com o Atlético Clube, inclusive trataram com oempresário com o nome Kleber. Eu quero demonstrar mais o quarto fato. É que na lista dassegundas vias de passaporte, emitidas na Bélgica que não estão aqui, mas são doconhecimento da CPI e do Relator de Documentação Jurandir, que eu trouxe lá. Existe umasegunda via de passaporte, lá na Bélgica já pra esquentar esse do Klebernilson. Ou seja, naverdade existe uma clonagem do senhor Kleber em documentos para fazer isso. E naminha cabeça, está ficando claro aqui, como a de todos os senhores, que isso foi feito parafim da exportação, que isso passou aqui por dentro da Federação, que isso teve aparticipação do senhor Cassas de Lima, e que tem ponte lá na Bélgica. É isso que eu queriamostrar claramente, que tem dois documentos e que essa é a prática, clona, tira do clubequando tem problema pra liberação do diretor do clube, porque viram um outro jogador enão aquele, passa pela Federação e faz o jogo. Tanto que os documentos estão em nossasmãos.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Excelência, eu não recordo que eu te entreguei opassaporte, eu não recordo essa história. E outra coisa, a declaração do atleta na PolíciaFederal, eu disse quem foi quem fez a documentação. Outra coisa, eu nunca tive nenhumaligação com jogador pra clonagem. Por que o jogador tem: não tem nenhuma ligação, nãotem quem me dê as provas. Eu não me lembro que eu tinha entregue o passaporte, jurocom honestidade, se tivesse diria. Nunca vi passaport, nunca peguei pra ler passaport dele,e tanto prova que na Polícia Federal, tá lá ele dizendo quem foi quem fez a documentaçãodele; não foi eu. Está lá na Polícia Federal.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Eu queria um aparte?

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – Pois não.

O SENHOR JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Muito obrigado. Eu queria inquirir o Dr.Cassas sobre essa questão: a questão, ele disse que quem fez foi o empresário RobertoBombasto, foi isso?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu não sei direito, eu não tinha intimidade com ele.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – O senhor não conhecia o RobertoBombasto?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Conheci assim, ligeiramente, rapidamente passou doisdias, mas eu não tinha assim ligação, não tinha tempo de ficar conversando com ele, nãotinha essas ligações.

O SENHOR JOSÉ ANTÔNIO – O Roberto Bombasto, se hospedou num hotel aqui emSão Luís dizendo que era por sua conta?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não. Veja bem; ele um dia chega o cara do hotel lá, medizendo que...

O SENHOR JOSÉ ANTÔNIO – Que hotel?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Num hotel próximo da praça Deodoro, por ali assim.Um rapaz foi lá na minha clínica e me disse que ele deixou um débito, que era pra eupagar. Eu disse: como que eu vou pagar, que eu não conheço ele. Não mas, assim eu vouperder o meu emprego. Fizemos um acordo, eu dei uma parte pra ele, mas eu não conheciesse cara, não tinha intimidades com ele. De pagamento de algum hotel, eu nem sabia queele estava lá no hotel por minha conta. Apenas eu dei uma gratificação, paguei porque ocara estava lá e disse que ele ia perder o emprego dele.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Você pagou o que não era devido pelosenhor; o senhor não devia isso, mas pagou?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, porque não tinha nada com o empresário, eu voupagar o preço por ele por quê? Não. Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Bom, o senhor disse que quem fez foi oempresário, não é?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – O atleta que disse na Polícia Federal.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Sim, mas o senhor está reafirmando isso,não é?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Isso foi lido no processo pra mim ouvi lá.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Foi lido que não foi o senhor e foi ele. Querdizer, é o que o senhor atribui?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Claro.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Mas o senhor disse que esse empresário nãotem nada a ver com a segunda possível venda do Kleber à Europa. Esse empresário teriacom a primeira, que esse empresário levou até o Kleber na Suíça, e voltou com ele sem queele tenha sido negociado. Na Segunda, foi perguntado pelo relator, o senhor disse que nãotinha nada a ver com isso, quem tinha era Raimundinho. O empresário era sóRaimundinho?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Nessa segunda vez quem levava não era mais esseprimeiro empresário, quem levava era o Raimundinho.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – E por que precisava desse novodocumento, desse documento alterado?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu disse pra V. Excelência que eu não sabia dessahistória, eu lhe juro que eu não sabia que ele tinha esse documento falsificado, eu nãosabia.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – O senhor tem conhecimento que oempresário Rubilota, que é uma pessoa que o senhor disse que conhece...

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Esse eu conheci pessoalmente....

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Ele se hospedou na sua casa, não é? Ele lheatendeu na Europa, o senhor que pediu pra ele vir para o Maranhão.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Convidei pra vim ao Maranhão.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Exato. O senhor tem conhecimento que elepediu a alguns atletas para ele passar para vinte e quatro anos, que ele já tinha vinte e setenaquela ocasião? O senhor não sabe disso não?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Nunca soube.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Isso foi publicado nos jornais.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Mas eu não sabia porque....

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – O senhor não soube nem nos jornais?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu li depois, li assim, mas não tenho intimidade nesseassunto, porque ele chegava, assistia os jogos; queria aquele jogador, eu ia levava aopresidente, ele acertava com os presidentes dos clubes. É só a minha participação. Comrelação a negócio de idade, eu não sabia, nem participei de nada disso.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – O senhor não sabia?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA – Só depois que saiu nos jornais, só depois.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Completamente inocente sobre esseassunto?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, inocente não, porque todo jornal viu eu não souinocente, eu estava lendo o jornal, não é inocência minha.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Agradeço o aparte.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – Senhor Presidente, eu vou deixar aqui porenquanto as minhas perguntas e retorno mais pra frente.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Com a palavra o deputado Jurandil Juarez,tem V. Excelência a palavra.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Senhor Presidente, Senhor Relator,Senhores Deputados. Dr. Cassas, eu vou sair desse caso específico, e lhe pedi algumasinformações sobre um outro caso que envolve falsificação de certidões, de passaportes etransferências regular de jogadores. Trata-se do caso do atleta Gil, que o nome dele éGiorlan Gomes Bastos. O senhor conhece o Gil?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Conheço, jogou no Moto Clube de São Luís, conheço.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor conhece ele?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Conheço, jogou no Moto Clube.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O Gil na saído do Brasil, ele além defalsificar, de ter falsificado, uma quadrilha que o cercava, vou chamar assim, além defalsificar a documentação dele, toda a documentação, se utilizou de um nome de umapessoa que existia, estava viva e era daqui do Maranhão. Quer dizer, não foi o casoclássico de trocar o nome, como aconteceu com o Raimundinho, ele não trocou só o nomedele. Usou a certidão de nascimento de uma pessoa que estava viva, era maranhense einclusive ele conhecia. Chamou atenção, quando ele foi fazer o registro dele na Federaçãopra poder fazer a transferência, ele fez o exame médico com o médico da Federação. Elefez o exame com o senhor, é isso? O senhor fez o exame do Gil, ou não fez?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Explicar Excelência. Quando chega a documentação, apapeleta toda, me entrega a papeleta e eu olho a ficha médica. A ficha médica examinei edei o atestado, depois eu vim saber que aquele documento já estava com assinatura, eu nãosabia. Por que que eu ia assinar um documento de um jogador que nem pertencia ao Moto,veio de outro clube, não tinha razão pra mim participar de nada disso. Eu assinei comomanda, eu examinei o atleta, mas não sabia que aquela era outra pessoa, eu não sabia.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas, o senhor fez o exame no atleta,não fez isso? Examinou o atleta? O senhor conhece o Gil, o senhor me a firma que conheceo Gil?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu não li Excelência o nome lá em cima, porque naficha médica só que basta assinar o exame. Eu não li a ficha dele, estava escrito era Junior,era, eu só fiz assinar a ficha, eu examinei o atleta que se passou por Gil. Mas eu não sabiaque ele estava usando o nome de Gil, eu não sabia.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas, o senhor fez o exame no atleta,não fez isso? Fez o exame no atleta. O senhor conhece o Gil, o senhor me afirma queconhece o Gil.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu não li Excelência o nome lá em cima, porque naficha médica só o que basta, o médico examinar o que tem escrito isso, isso. Eu não li aficha dele, eu sei que estava escrito. Era Júnior? Era. Eu só fiz assinar a ficha, eu examineio atleta que se passou por Gil. Mas eu não sabia porque ele estava usando o nome de Gil,eu não sabia, senão não assinaria.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas ele não estava usando o nome doGil, veja que quem falsificou foi o Gil, o Gil é que estava com o nome falso.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu quando examinei o Gil Excelência, eu examinei oGil, eu não sabia que estava com o nome falso...

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas examinou o Gil, ou outra pessoa?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Examinei o Gil que estava lá, pra mim examinar.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Eu vou lhe perguntar de novo, pra ficarclaro. O senhor examinou o Gil?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu examinei o atleta que estava lá com uma ficha, queme entregaram mim examinar...

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Era o Gil?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Se era o Gil que estava lá?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Sim.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu não me recordo assim, Excelência.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas o senhor disse que conhece ele?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Disse, espere aí Excelência, eu não posso me lembrarde milhares de coisas, assim eu não recordo. Eu sei que eu examinei o atleta que ele estavaapto, agora eu não me recordo tanto faz isso, são milhares de atletas que eu assino eu nãoposso me lembrar, no momento que eu mais quero numa ficha. Mas examinei o atleta, oatleta eu examinei, estava apto pra jogar futebol.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor lembra de fatos queaconteceram por exemplo, no dia 23 de novembro de 2000? O senhor conhece o Dr.Newton Martins, que é delegado de Polícia?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu fui convocado para falar na delegacia a esserespeito do Gil. Fui convocado pra lá, pra me ouvirem o que estava nessa ficha.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas então eu vou ler o que o senhordeclarou lá. O senhor disse o seguinte: (LÊ). Ele é muito conhecido seu, ou não?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu o conheço como jogador.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor fez essa declaração? Eu estouvendo a sua assinatura aqui.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Deixa eu explicar Excelência, é porque eu não estavaaqui veja bem: Eu examinei, agora eu não sabia que ele estava como empregado.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas era o Gil, ou não?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Que eu examinei, era o Gil.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Era o Gil?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Era o Gil.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Tá. O senhor tá dizendo que era o Gil.Eu tenho a sua declaração aqui...

O SENHOR CASSAS DE LIMA – O que eu examinei era o Gil.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Era o Gil?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Era o Gil.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Olha que o senhor está dizendo aqui que era o Gil.Eu tenho a sua declaração aqui...

O SENHOR CASSAS DE LIMA – O que eu examinei era o Gil, agora ele estava com onome trocado.

O SENHOR JARANDIL JUAREZ - Mas o senhor conhece o Gil?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Conheço o Gil.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O que o senhor examinei, foi essapessoa que o senhor conhece como Gil?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Foi o Gil que eu examinei.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Foi? Então eu vou ler de novo o que osenhor declarou. (Lê Declaração). O senhor disse aqui na Polícia ao Dr. Newton, que se

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encontra presente aqui que o senhor não fez o exame no Gil. O senhor tá dizendo agora aesta CPI, que o senhor fez o exame no Gil.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Excelência, eu não me lembro assim, mas na época queo delegado me acusou, eu sei que eu assinei uma ficha. Agora, eu não sei de quem era,mas eu assinei a ficha examinando o atleta. Agora, eu não sei se era Gil ou se não era Gil.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor acabou de me dizer, eu lhe fiza pergunta.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu posso ter me equivocado, eu não podia me lembraragora, mas quando eu falei com o delegado lá, eu falei a verdade para o delegado, disse oque tinha dito. Eu confirmo o que tá escrito aí com o delegado, eu confirmo o que estáescrito com o delegado, aquela ficha eu confirmo, a ficha que está com o delegado. E oque eu disse, isso é a verdade.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Tá difícil pra gente contabilizar, viuPresidente? Mas de qualquer maneira...

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Excelência, é porque quando chega uma ficha...

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Isso o senhor já disse aqui.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – O que me assiste é só a parte médica, isso é que é oproblema. A partir desse dia eu comecei a pedir carteira de identidade...

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor dizendo à Polícia que nãoexaminou o Gil, que o conhecia; o senhor não examinou. Então teria examinado GilsirlanRodrigues, que era o dono da carteira de identidade, não é isso?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Levaram a ficha com o nome trocado Excelência, aculpa não é minha, eu assinei a parte médica, se tinha o nome trocado, a culpa não é minha,foi de quem fez a ficha. Como é que um médico vai ser culpado de uma ficha que ele nãopreenche? A culpa é de quem fez a ficha, não sou eu. Como?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Eu tenho um depoimento do Giorlanaqui dado também ao doutor Newton Martins, em que ele diz o seguinte: (lê). Agora,doutor Cassas com todo referencial que o senhor deu ai sobre a sua classificação técnica,profissional a sua referência social, eu queria lhe dizer o que me chama atenção muito, ofato de que praticamente em todas as irregularidades, veja que essa aqui do Gil estádistante: o senhor está envolvido nelas.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Involuntariamente.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Mas eu não posso ver coisa involuntária, porquepoderia ter sido feito exame médico em outra clínica, poderia não necessariamente o médicoda federação fazer esse exame. Veja, ele é atleta do Americano Futebol Clube. Como é que osenhor faz um exame num atleta do Americano Futebol Clube como médico da federação,esse atleta tem toda documentação falsa e está sendo vendido para o exterior.

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O SENHOR CASSAS DE LIMA - Excelência, aqui o médico da federação atende todasas equipes, porque os clubes não podem pagar uma consulta, não pode. Então é o médicoda federação que atende todos eles: amador, profissional de todos os clubes do Estado doMaranhão, raramente um clube aqui Moto, Sampaio e vários outros não têm médico, vaitudo para o médico da federação atender, tudo sou eu que atendo. A partir dessa época queeu comecei a fiscalizar, a observar mais para não cometer erros. Se eu cometi foiinvoluntário porque não tinha interesse em nada disso, apenas como médico da federação;se eu cometi esse erro foi involuntário, porque me deram a documentação errada. Mas nãotive nenhuma participação por motivo nenhum. Todos os jogadores que vão para afederação quem examina e dar atestado sou eu. E por isso, agora são muitos jogadorespodem até me enganar, mas eu de propósito faço. Por que eu vou cometer? Por quê? Paradar um atestado médico. Não tem fundamento.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – O Gil jogou no Moto Clube?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Jogou.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – O senhor se confessou que é torcedor do Moto Clube.Então, o senhor conhece, inclusive mostrou elementos que dão conta das suas pretensõesde construir. Então, sendo um homem, um torcedor do Moto Clube não é isso?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Gosto do Moto Clube.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Então certamente o senhor sabia que o Gil umjogador do Moto Clube, estava jogando na Espanha. O senhor é dessa área do esporte?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Ele não era do Moto Clube, quando ele foi para aEuropa ele não era mais do Moto Clube.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Sim, mas veja bem: o que eu quero ligar é o fato deque o Gil era um jogador notório no Maranhão, tendo sido ex-jogador de futebol, elecertamente como ex-jogador do Moto certamente o senhor o conhecia?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Conhecia.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Pois é: o senhor o conhecendo e sabendo que eleestava para a Europa, que estava em inspeção irregular na Europa e a imprensa noticioutanto isso: no final do ano passado nas suas declarações à polícia, o senhor deu a impressãoaqui, que sabia que existia essa falsificação?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, não sabia não.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Mas veja: ao efetuar o exame médico no atletaGilcirlan Rodrigues, esse era o nome falso do Gil. O Gil estava na Europa com esse nomefalso, ai o senhor disse que só veio saber disso pela imprensa e muito tempo depois que osenhor fez esse exame. E como é que o senhor ver essa coincidência? O GilcirlanRodrigues teve o nome dele envolvido nisso, ele não é atleta de futebol, disse que nuncafez exame com o senhor.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Porque mandaram esse atleta.

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O DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Mas eu acho estranho que tenha sido: veja não foio Jucirlan verdadeiro, e nem o Jucirlan falso. O senhor tá dizendo aqui: o senhor nãoatendeu o Jucirlan verdadeiro, porque parece que não estava nessa época, ele não era atleta,ele não fazia exame, nem nada. Então, não foi ele. O senhor não fez exame no falso, queera o Gil; O que que seria então esse atleta, que o senhor diz, que o senhor mesmo diz quefez o exame nesse atletas, que o senhor conhece o atleta. Como é que seria isso? Como éque o senhor explica uma situação como essa?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Excelência primeiro; o jogador Gil depois que ele foivendido, depois que ele foi para o Moto, foi vendido para o Estado de São Paulo. Depoisque ele foi vendido para o Estado de São Paulo, que ele foi para a Europa. O Moto vendeuele para o Estado de São Paulo, depois que ele voltou foi para o Americano, o Americanoque negociou com a Europa, não foi o Moto. O Americano de Bacabal que negociou.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Isso eu estou afirmando também,porque eu estou lendo aqui, não tenho dúvidas quanto a isso. Eu queria saber o senhorcomo médico, o senhor afirmou que fez o exame como médico, e como médico o senhorcertificou, disse que ele estava em boas condições. Eu queria lhe perguntar: O senhor fazexames, assina atestados sem ver a pessoa?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não. Tinha um atleta lá e eu não sei quem era, eu tenhoconhecimento que estava no processo. Ele foi um atleta examinado lá. Agora, eu não sei seo nome era esse ou não. Eu examinei um atleta lá que se passava por esse que está dizendoai: que o delegado botou. Esse eu examinei. Eu examinei três nesse dia, no mesmo horárioforam três atletas. Agora, eu não sabia se o documento estava errado ou não, porque nãocompete a mim ver a documentação.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Olha, o senhor é bom de memória, osenhor lembra que, começou lembrar aqui, que eram três atletas etc. Dar pra genteperguntar de novo para o senhor: O senhor em alguma oportunidade, já assinou umatestado de sanidade física para um atleta, sem tê-lo visto?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não, eu acho que não, eu não me recordo disso não. Eusempre procuro conversar, examinar o atleta pra mim dar o atestado.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor, quero repetir; o senhor negouque fez o exame no Gil, no entanto o Gil saiu com o exame aqui do Brasil com a suaassinatura. O Gilcirlan Rodrigues, disse que nunca fez exame com o senhor, até porque nãotinha nada a ver. Mas foi um atleta que foi vendido para o exterior.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não, veio para mim examinar foi um atleta, agora comos documentos falsos eu não estou sabendo, mas foi um atleta para mim examinar.Excelência, quando a gente chega assim, são vários atletas, vem de um a um. A minhaficha era ficha médica. Agora, eu não posso saber: eu só sei que eu examinei um atleta.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Quem lhe encaminha esses atletas, pelafederação?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA - É o clube que encaminha para a federação e a federaçãoencaminha para ser examinado.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Quem encaminha pela federação? Qualé o funcionário que encaminha? A federação deve ter alguém lá recebendo as fichas eencaminha para o senhor. Qual é o funcionário, o nome dele, o senhor tem?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - O nome de registro muda de vez em quando, eu não merecordo, foi um funcionário que me levou.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Sim, mas o nome dele?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu não me recordo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O que consta é que o funcionário deregistro da federação, estaria mais de dez anos, mais tempo que isso até. Esse tempo todo,o senhor como vice-presidente da federação, com um funcionário de registro que tem maisde dez anos, o senhor não sabe. É exatamente dele que o senhor recebe essas fichasmédicas para o senhor analisar.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu conheço o secretário, conheço o tesoureiro, agoratem vários funcionários lá que eu não sei o nome.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Quem é o secretário?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Mundico é o secretário.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Conhecemos um então. É por ele que osenhor recebe?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não, tem um encarregado das fichas dos jogadores, queleva pra mim lá na minha sala e lá examina o jogador.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Não é o Mundico?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não, não foi o Mundico, o funcionário de lá de registroque levou.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor é o vice-presidente daFederação há quanto tempo?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu sou vice-presidente já pela segunda legislatura. Ovice-presidente Excelência não fica lá, só quando o presidente viaja, mas eu não fico látodos os dias.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Mas o senhor é médico da Federação aquanto tempo?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Há vários anos.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Diga quantos?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Uns cinco anos.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor cinco anos como médico,sendo vice-presidente da Federação, fazendo esse trabalho de forma graciosa, no sentido deque é grátis, beneficente. O senhor não se preocupa em saber quem lhe manda os atletas?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Excelência, o certo é, não ficar todo tempo, mudafuncionários de mês em mês muda, vai embora, vem outro. Não fica só um.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Mas, de mês em mês que muda naFederação?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Muda de ano em ano, três, seis meses. Não dá pra fixarassim o nome de cada um, porque tem muita coisa pra fazer, não pra dar pra fixar só onome da pessoa, não é?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor realmente me decepciona,porque um homem da sua qualificação profissional, ter lapso de memória como esse osenhor pode prejudicar os seus clientes. Eu fico preocupado.

O SENHOR CASAS DE LIMA - É diferente: os meus pacientes tem ficha, tem tudocoordenado por mim, é totalmente diferente disso. Os meus clientes tem ficha própria.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Senhor Presidente, eu estou satisfeito.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Deputado José Rocha. Com a palavra V.Exa.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Senhor Antônio José Cassas de Lima, o senhorconhece os atletas Fernando Gomes Pires e Joaquim Sousa?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Conheço, conheci há uns anos atrás, nunca mais vi, eunão sei há dez anos atrás eu conheci, depois nunca mais os vi.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O senhor teve alguma participação, naintermediação da venda deles para o exterior?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não, porque eram jogadores do Expressinho, eu nãotinha nada com isso, porque eu era do Moto Clube. Não tinha nenhuma participação,portanto nada.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O senhor não teve nenhuma participação, como empresário que queria levá-los para o exterior? O senhor não conhece nenhumempresário, que se interessou para levá-los?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu sei que o seu Carioca tinha acertado com o seuRubilota, para mandá-lo para mandar o atleta pra lá. Isso era o que eu sabia; mas eu nãotive nenhuma participação.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O senhor não teve nenhuma participação?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Nenhuma participação.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O senhor não chegou a examinar esses doisatletas, para que eles pudessem viajar?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu devo ter examinado, faz muito tempo, dez anos,onze anos atrás, devo ter examinado. Mas nenhuma participação, principalmente umatlético, um jogador, como uma pessoa qualquer.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O seu Carioca disse aqui, que foi ao seuconsultório para ser examinado, de um problema no joelho. E que lá, o senhor teria dadoatravés da sua atendente, a secretária, um envelope com os documentos, para que ele seapresentasse à Polícia Federal, para a retirada do passaporte. E ao levá-lo à Polícia Federalchegando lá, no preenchimento da sua documentação, foi identificado que a ficha estavapreenchida com o nome trocado de seu pai. E ai a Polícia Federal teria neste momento, oagente escrivão, mandado o seu Carioca entrar em contato com o senhor para quecomparecesse para explicar aquela troca de nome na ficha médica. O senhor confirma isso?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não é verdade, nunca mantive entendimento comnenhum jogador lá do Expressinho. Tanto prova Excelência que esse jogador, eu entreicom um processo, o seu Carioca foi condenado, e já até, não sei, há tanto tempo já nãoexiste mais. E tanto prova que eu entrei com um processo, contra as acusações que ele fezcontra a minha pessoa. Está aí outro processo para processá-lo por difamação e calúnia,que eu não tenho com essa história dos atletas, porque ele era jogador do Expressinho,tinha presidente, não tinha nada a ver comigo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Mas o senhor manteve nesse dia, nessa tarde,contato com ele, contato telefônico com seu Carioca, lá na Polícia Federal?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Nenhum contato com ele, de absolutamente nada.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O senhor não foi convidado pelo seu Carioca,para ir à Polícia Federal, que estava sendo convocado pelo escrivão, pelo delegado nestedia?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não, pra mim não, nenhum contato.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Seu Carioca quer falar sobre o assunto?

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA CARIOCA - Olha, mais uma vez eu estou surpresocom o Dr. Cassas de Lima, no momento em que está me chamando de mentiroso,chamando o delegado da Polícia Federal de mentiroso, que estava do meu lado. Inclusivequando eu liguei para o Dr. Cassas de Lima, foi do gabinete do delegado. Acredito eu,como eu já relatei aqui pra vocês que estava sendo gravado, o que eu estava falando com oDr. Cassas de Lima, que eu vi o delegado mexendo, não sei se ele se encontra aqui paraesse tipo de acareação. Mas eu vi ele mexendo lá num botão, num negócio e tal num

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aparelhozinho, e eu continuei. Eu só o que eu disse para o Dr. Cassas de Lima: eu faleiprimeiro com a Graça atendente dele. Disse olha: aconteceu um problema aqui porque...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - A Graça existe na relação dos funcionários?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Existe, mas eu não sei, ele falou com a Graça, não foicomigo.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA CARIOCA - Quando houve o problema do nome dopai do Fernando, que eu já frisei aqui, frisei na Polícia Federal no mesmo dia. Eu não sabiaque o nome do pai de Fernando estava sendo trocado, ele estava conversando com a gentena Polícia Federal, a qual o ex jogador de futebol do profissional. Aí outros jogadorestambém, do qual também o diretor do Expressinho, estava lá conversando com ele, emrelação a minha ida pra Polícia Federal, pra ser o técnico de lá, pra substituir Jorge Luíscomo eu falei aqui, também pra vocês: também falei no jornal. E ouvi o agente que estavana mesinha onde o Dr. Cassas de Lima tá, dizendo assim pra ele: Fernando, o nome do seupai, da sua mãe, tá certo. O seu nome é Fernando Gomes Pires, aí tudo bem: O nome deseu pai, ele disse: não, ele ficou assim olhou para o Joaquim, e aí eu fui até lá. Pedi licençapara o pessoal e disse; o que tá pegando aí Fernando? Não rapaz, tá um problema aí com onome de meu pai. Eu digo; como é que tá o nome do pai ai cidadão, do pai do Fernandoque tá escrito aí? Meu amigo ou esse papel aqui, foi o médico que fez, assim que elefalou: que preenchi dez papeis desse que tá na mão de vocês aí. Aquele formulário quefoi pra lá no histórico, ou então esse cidadão é analfabeto, porque eu não estou entendendoaqui. Porque o nome do pai do Fernando tá errado, e no registro também na segunda via,isto é, que foi uma segunda via que foi tirada do registro de Fernando assim que eu sei. Eudisse: olha o nome do pai do Fernando tá errado, porque esse não é o nome do pai doFernando. Então esse registro tá trocado, disse então como é que a gente vai fazer? Rapazeu não sei. Aí ele pegou empurrou a mesinha pra frente com a máquina de escrever, ebotou a mão na cadeira e disse assim: Carioca será que é o que eu estou pensando, eu digo,o que você tá pensando eu não sei, mas que o nome dele tá errado, tá. Ele rodou a cadeiraficou de costa pra mim, numa cadeira igual essa que o Dr. Cassas está. Você confirma?Isso ele me perguntou mais de três vezes. Eu digo, eu confirmo que o nome dele não éesse. Até porque quando ele assinou o documento lá como jogador amador, já era outronome. Aí ele disse assim, Carioca quer dizer que você confirma? Confirmo. Entãoagüenta aí, não sai da sala, nenhum de vocês três vão sair daqui da sala. Eu não sair, fiqueiesperando. Não demora muito, lá vem o delegado, o superintendente, vem os doisdelegados, vem os agentes todos. O delegado disse, Carioca vem cá. Você confirma issoque você acabou de falar, eu digo: eu confirmo. Tem alguma coisa de mais eu dizer que onome do garoto tá errado, do pai do garoto? E ele disse não, não tem. Agora, você pegouesse documento aonde, quem que trouxe? Eu digo olha; esse documento foi entregue, euestava no consultório do Dr. Cassas, que eu ia muito no consultório do Dr. Cassas. Euconfirmei a vocês aqui que eu fazia as consultas, ele nunca me cobrou nada. Vocês meperguntaram se ele me cobrava alguma coisa, se eu tinha consulta marcada. Nunca marcouconsulta, no momento que eu chegava lá, sempre fui bem atendido. Eu disse a vocês queeu peguei esse envelope com o Fernando. Você que levou esse envelope, ou o Fernando.E disse não, quem levou esse envelope foi o Fernando. O Fernando pegou em cima damesinha de Dr. Cassas, eu não peguei esse envelope da mão do Dr. Cassas, foi pego oenvelope lá e fui levar eles, que ia para a Polícia Federal. Aí Dr. Cassas disse assim:Carioca então você leva eles, o Fernando e o Zequinha, tá bom. Foi o que eu fiz, eu iarealmente pra lá e o presidente do clube na época que é William Beleza, que é amigo dele

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também do Raimundinho, amigo dele, que era o presidente do clube, eu tinha que passar naConstral pra saber como é que ia ser o negócio do treiler no dia seguinte. Peguei osjogadores e levei, esse foi o meu erro. Só que eu não sabia que tinha esse problema todo.Ai quando o delegado mandou que eu ligasse para o Dr. Cassas, não eu só estou mentindo.Carioca pega o seu carro, tá de carro aí? Eu digo estou, e o carro estava bem na porta daPolícia Federal aberto.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Pra concluir senhor Carioca.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA CARIOCA - Pra concluir, ele mandou que eu fossepegar o Dr. Cassas lá no consultório. Eu disse não, eu vou ligar pra eles, rapaz é melhorvocê ir lá e vim com o Dr. Cassas aqui. Eu digo, não eu vou ligar pra ele, aí liguei, entãoliga daqui desse telefone vem cá, aí eu fui. Chegou lá eu digo; eu quero falar com o Dr.Cassas, a Graça disse: olha ele tá com um paciente, ele tá atendendo, ele está engessando,qualquer coisa assim que ela me falou na época. Eu digo, e não dar pra falar com ele? Nãosó se você esperar, aí eu esperei; aí o delegado falou; pode esperar não tem problema não.Ai eu fiquei esperando, e ai o Dr. Cassas falou comigo, tá gravado, ele tá dizendo que nãofalou, ele falou, tá gravado na Polícia Federal. Porque eu vi ele apertando lá no botão, noaparelho, aí Dr. dizia; Dr. Cassas eu tenho um problema, com o nome do pai do Fernando,que esse nome tá trocado. Será que quando tirou a segunda via, não houve um problema aí,o cara tirou. Eu não sei, mas eu estou indo aí pra resolver, foi o que o Dr. Cassas disse; eunão sei, mas eu estou meio surpreso. Isso que o senhor me falou, eu estou indo aí agora,daqui a quinze minutos, eu estou saindo agora, estou chegando aí. Esperei quinze minutos,vinte minutos, setenta minutos, oitenta minutos nada, mandaram eu ligar pra lá de novo, euliguei. Eu consegui falar com a Graça novamente; Graça cadê Dr. Cassas? Seu Carioca Dr.Cassas já saiu para aí. Então eu fiquei esperando o Dr. Cassas, o Dr. Cassas não apareceulá. Aí o delegado disse assim pra mim: Carioca, ou você vai trazer o Dr. Cassas de Limaagora aqui, você sabe onde é que ele tá, liga pra ele ou do contrário se você ficar aqui, euvou lhe dar voz de prisão. É melhor você ir e mandar Dr. Cassas vim.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Pra concluir senhor Carioca, o senhor jácontou, seja breve. Peço que o senhor seja mais objetivo.

O SENHOR ESTELMAR DA SILVA (CARIOCA) - Mas o Dr. Cassas não apareceu,quando deu sete, oito horas da noite a imprensa maranhense toda estava lá. Ele disse:Carioca sou obrigado a lhe dar voz de prisão, você não quer ir, sou obrigado a lhe dar vozde prisão. Então o senhor vai me prender, porque eu não vou sair daqui; Então considere-sepreso. Eu disse é, estou preso. Eu fiquei lá, não sair, não devia, não fiz nada, por que queeu vou ser preso? Aí fui preso, fiquei lá aí foi que me fizeram, mandaram que eu fizesse.Depois no dia seguinte, eu fui fazer o exame, escrevi tanta coisa que eles me deram lá.....Você trouxe eles? então tudo bem. Só que depois quando eu recebi o comunicado paramim ir depor na própria Polícia Federal, eu fui, o Fernando, foi, o Joaquim foi, e eu disselá e continuo dizendo que o nome do pai de Fernando está errado. Será que eu vou pagar,porque eu disse que o nome do pai de Fernando está errado? Foi a única participaçãominha foi essa, em dizer que o nome do pai de Fernando está errado. E a Justiça federalfoi a mesma coisa. Agora, eu quero dizer para o Doutor Cassas, que ele disse aí que ele medeu dinheiro. Eu não costumo chamar ninguém de mentiroso, até porque eu acho que éuma falta de consideração, de deselegância da minha parte chamar um cidadão da maneiraque é o doutor Cassas bem conceituado, chamar ele de mentiroso. Mas ele faltou com averdade no momento que ele disse que me deu dinheiro para mim tirar registro, jamais.

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Porque quem estava indo lá era Fernando e Joaquim; o Fernando se encontra na Bélgica,mas na hora que vocês quiserem, vocês poderão trazer Fernando a qualquer hora. E, o queestá escrito lá, o depoimento que está na Polícia Federal justamente é esse que eu estoudando, há mais de onze anos que eu estou dizendo, eu não vou mudar uma vírgula. Foiisso, esse foi o problema. Eu não peguei dinheiro nenhum eu não tirei. O que eu soube lána época, que está escrito; que tinha um cidadão, foi dito por mim, que o Doutor Cassastinha me dito. Que eu disse: Doutor Cassas, quem tirou esse registro? Carioca, eu te digoque eu não fui. Agora, aquele cidadão que estava aqui para fazer exame do joelho, deveestar no depoimento aí, eu me recordo muito bem que eu não sou louco. Aí o DoutorCassas disse que escutou o Fernando dizer que não tinha visto ou a carteira de identidadeuma coisa assim. E o cidadão que estava lá na época se comprometeu com o Doutor Cassasde Lima para tirar esse documento. E o Doutor Cassas deu dinheiro pra ele. Você pode veraí no depoimento que o próprio Doutor Cassas deve estar dizendo também a mesma coisaque eu estou dizendo aqui, deu dinheiro para ele; o Doutor Cassas se equivocou dizendoque deu o dinheiro para mim, o senhor deu o dinheiro para a pessoa que estava lá no seuconsultório, aí ele foi tirar. E, o senhor me disse na época que o senhor não sabia que eletinha trocado o nome do pai de Fernando, o senhor não sabia, como eu também não sabia.Então, eu não estou acusando o doutor Cassas, porque o doutor Cassas que fez; porquevocês me interrogaram aqui, e perguntaram se o doutor Cassas de Lima foi quemfalsificou, eu não confirmei. Eu disse que eu peguei esse envelope lá junto com Fernando eo Joaquim, lá no gabinete do doutor Cassas, mas não disse que o doutor Cassas fez. Agorao doutor Cassas me surpreendeu dizendo que me deu o dinheiro, eu não peguei dinheironenhum; eu peguei foi cana, eu peguei foi xadrez, porque eu disse que o nome do pai deFernando estava errado, e por isso eu estou pagando caro durante onze anos. Um dia eusabia que ia chegar à tona e a verdade ia chegar.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Excelência obrigado pelo aparte. Eu vouretornar a palavra ao deputado José Rocha. Com a palavra o Dr. Cassas de Lima.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Primeiro é o seguinte: como é que uma pessoa vai para oMinistério da Justiça, onde foi ouvido e ele não disse nada disso, ia guardar onze anos essahistória. Com o Carioca, não, ele não falou com o Carioca não, falou com a minha secretáriacomigo não falou. E tanto prova Excelência que ele foi condenado, foi ouvido na Justiça Federale ele estava com isso há onze anos.

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA - Que documentos o senhor entregou ao senhorFernando, para levar para a Polícia Federal?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Olha, eu não sei quem entregou, foi minha secretária queentregou, para eles eu não entreguei nada, eu não entreguei, a minha secretária que entregou praeles.O SENHOR JOSE ROCHA – E a secretária recebeu esse documento de quem?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu também não sei.

O SENHOR JOSE ROCHA – Não sabe?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não sei também. Inclusive na Polícia Federal foi perguntado,surgiu o nome de um cara lá que foi o Fernando ou foi o Joaquim disse o nome do cara, eu nãosabia dessa história.

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O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA – O Senhor Carioca, o senhor Cassas de Lima pediuque o senhor acompanhasse esses jogadores com esses documentos?

O SENHOR DEPOENTE ESTELMAR SILVA - Ele perguntou pra mim se eu levaria, e eu disseque levava, porque eu ia para a avenida Kennedy, está aí no depoimento.

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA - Quem entregou esse envelope ao Fernando?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - Estava em cima da mesa da secretária, bem assim em cima,foi a secretária dele que entregou para Fernando, que o doutor Cassas tinha mandado entregar;que o rapaz tinha tirado os documentos.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Quem pediu para o senhor levar o Fernando?

O SENHOR ESTELMAR SILVA - O doutor Cassas.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Nunca. Excelência negativo. O jogador era do Expressinho,não tinha nada a ver comigo.

O SENHOR ESTELMAR SILVA (CARIOCA) - Doutor Cassas fui eu quem trouxe o Rubilotalá da Bélgica, será que eu tinha dinheiro pra levar Joaquim, Fernando. O que há doutor Cassas.Eu não estou lhe acusando de nada, mas também não posso ser acusado da maneira que o senhorestá... simplesmente o senhor está me processando porque eu não tenho dinheiro; assim comotem o advogado doutor Cassas pra processar, tem o advogado pra defender doutor Cassas. Que éisso? porque o senhor tem dinheiro. Que é isso doutor Cassas?, o senhor me processando, quem éo senhor pra me processar dessa maneira que o senhor está falando. O senhor só fala na frentenovamente.

O SENHOR DEPUTADO PRESIDENTE – Com a palavra o Dr. Cassas.

O SENHOR DEPOENTE CASSAS - Esse processo já foi prescrito há onze anos atrás, eu estoucom um novo processo contra ele. Nós vamos ver na justiça quem é que tem razão. O senhorescutou direito?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Um aparte deputado.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA– Não. O senhor tem que prestar as verdades, osconhecimentos a essa Comissão. O senhor não pode dizer que a Justiça quem vai dizer. AJustiça vai dizer, mas também nós queremos que o senhor diga a esta Comissão.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu sei que Vossa Excelência vai indicar para a Justiça, que aComissão vai indicar para a Justiça, então nós vamos comprovar quem tem razão.

O SENHOR DEPUATDO JURANDIL JUAREZ - Deputado José Rocha, um aparte. Quemconvidou o senhor Rubilota para apresentar esses jogadores?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não. Isso aí não foi comigo. Foi o senhor Carioca que falou.O senhor carioca falou diretamente com ele. Eu nem indiquei esses dois jogadores para ele. Vocêque indicou para ele. Você indicou todos dois para ele. Não fui eu que indicou. Primeiro porqueo Carioca quando vem à São Luís, ele vai assistir aos jogos, quando ele vinha, assistir os jogos.Eu não indiquei nenhum desses dois pra ele, não tenho nenhuma participação.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Não tem participação do documento que saiu do seugabinete, do seu consultório?

O SENHOR CASSAS DE LIMA- Eu nem sabia desse documento, não quero nem saber dessahistória.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Não sabia que a sua secretária teria dado essesdocumentos lá?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Inclusive minha secretária foi depor na Polícia, peladeclaração dela lá; ela recebeu não sei de quem lá, eu não tenho nenhuma participação nisso.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ALMEIDA - Deputado José Rocha, um aparte.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Com o aparte o deputado José Almeida.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ALMEIDA - Vossa senhoria mandou o dinheiro para tiraresses documentos?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu dei o dinheiro para o Carioca tirar os documentos, não foipra ele.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ALMEIDA - Que documentos que foram tirados?

O SENHOR DEPOENTE CASSAS - Ele pediu que queria um dinheiro para tirar um documentode jogador, e eu dei pra ele.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ALMEIDA - Então o senhor não sabia nada de documento edeu o dinheiro pro documento.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu dei o dinheiro para ele tirar os documentos, agora eu nãosei qual são os documentos.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ALMEIDA – Deixa eu colocar bem. O senhor deu o dinheiropara tirar o documento; o documento foi tirado em razão de uma transação que era feita peloempresário Rubilota, pessoa que era ligada ao senhor. Deixa eu terminar, eu não terminei.Terceiro; esses documentos saíram para a Polícia Federal, onde foram constatados como falsos edeu origem ao processo do seu consultório. Não saiu também da sua mão como o senhor estádizendo, mas saiu do seu consultório. O senhor não tinha nenhum conhecimento com relação aoconteúdo desse documento?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA - Excelência uma pessoa deve ter entregue pro jogador,porque eu não tive nenhuma participação nessa documentação, nunca gostei de pegar nem emdocumento de atleta.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ALMEIDA - O que que o atleta estava fazendo no seuconsultório?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Às vezes por uma contusão, um exame, uma coisa. Eusempre costumo atender os atletas que estão precisando.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ALMEIDA - Mas, quando estão para serem vendidos todos osatletas vão para serem examinados pelo senhor? O Gil foi examinado pelo senhor quando foivendido. Esses dois estavam no seu consultório quando iam ser vendidos. O Klebernilson, osenhor teria ou deu o passaporte quando ele ia ser vendido para o empresário. Ele foi só mesmoexaminado pelo médico ou teve alguma coisa quando foi vendido?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não excelência, é o seguinte: o jogador não tem que levaratestado médico, o atestado médico é quando faz o contrato na Federação. Não é assim como osenhor está dizendo, Vossa Excelência está enganado. O jogador só é examinado quando vaifazer contrato profissional, não faz exame nenhum quando vai viajar; quando ele faz o contratoprofissional é que tem que ter o atestado médico só isso.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ALMEIDA - Então, porque eles estavam lá justamente quandoiam viajar, quando iam tirar o passaporte na...

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Ele deve ter ido examinar alguma coisa. Como ele disse parao jogador, nem sabe dessa história do exame, que o rapaz ia trazer documento, eu não estou nemsabendo dessa história de documento.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ALMEIDA - Eles devem ter ido coincidentemente lá,coincidentemente o senhor deu o dinheiro para tirar os documentos, coincidentemente foi suasecretária quem entregou os documentos, que coincidentemente eram falsos, segundo a PolíciaFederal.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu só sei Excelência que isso já foi julgado na Justiça e eunão tive nenhuma prova contra mim. Foi julgado na Justiça esse processo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ALMEIDA - Eu devolvo a palavra, e agradeço o aparte.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Doutor Cassas, o senhor confirma que deu dinheiroao Carioca para tirar os documentos do senhor Fernando e do senhor Joaquim. Confirma?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Confirmo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Tirar que documentos?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não sei. Só sei que era uma série de documentos que osjogadores iam viajar. Só sei que eu dei o dinheiro, agora os documentos eu não sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - O senhor deu o dinheiro ao Carioca, onde?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA - Lá na minha Clínica, onde ele sempre freqüentava minhaClínica.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Neste dia que estava o Fernando e o ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não me recordo. Sempre o Carioca vai na minha Clínica,sempre eu ajudei o Carioca financeiramente, não só para jogador; para ele várias vezes praajudar ele, porque ele está em situação difícil, cansou de me dizer, várias vezes dei dinheiro parao Carioca, constantemente ia pedir dinheiro pra mim ajudar ele. Eu sempre dei dinheiro paraCarioca pra ajudar.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Mas, nesse caso o senhor deu para tirar osdocumentos?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Ele queria tirar os documentos para o jogador, disse que nãotinha dinheiro e eu dei. Agora, não sei para que documentos foram.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Esses jogadores que estavam lá para tirar osdocumentos, coincidentemente esse dinheiro o senhor deu nesse mesmo dia?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu não me recordo se foi nesse mesmo dia, eu não sei qual odia, mas que eu dei eu dei. Agora, se foi nesse mesmo dia eu não me recordo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Senhor Presidente, talvez fosse necessário que nóstivéssemos acesso, ou se alguém da Polícia Federal se encontrasse aqui, que atendeu seu Carioca,Fernando e o Joaquim, para confirmar ou não se o Carioca falou com o doutor Cassas nesse dia.Se falou está realmente comprovado que o senhor Cassas de Lima está faltando com a verdade àesta Comissão.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não disse que tem uma gravação da Polícia? Pois peça agravação da Polícia Federal, se tem a gravação.

O SENHOR PRESIDENTE - O senhor concluiu deputado José Rocha?

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Senhor Presidente, porque nós vamos ter queverificar essa possibilidade de saber se podemos trazer alguém que estava naquela ocasião naPolícia Federal trabalhando. Para vir aqui. Nós vamos ter que checar daqui a pouco.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Excelência o senhor disse que tem a fita gravada na Políciapode pedir a fita.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Eu não afirmo isso. Eu disse que achava que alguémestava apertando o botão. O que ele confirmou; é que ele falou com o senhor pelo telefone, e queo senhor pediu 15 minutos para se apresentar a Polícia Federal.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu não me recordo, nunca disse isso pra ele.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Senhor Presidente, me dou por satisfeito, e mereservo de voltar em outro momento se assim entender for necessário.

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O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - O senhor doutor Antônio Henrique estásolicitando a palavra, nós vamos conceder a palavra. Procure ser objetivo.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Pois não. Eu gostaria de dizer que esse crime de perjúrio,sob meu ponto de vista, que ele está cometendo relativamente ao Carioca, existe um outro. Euanotei aqui algumas colocações dele e referente ao caso da folha de São Paulo, o Fernando, ojornalista no caso da Folha de São Paulo. Esse Fernando veio à São Luís na época parainvestigar casos de “Gato”, e me procurou por várias vezes para dar entrevista para ele até que euconcedi uma entrevista a ele, dei a entrevista, por sinal muito longa; e falei do Cassas e eledisse; eu tenho uma porção de história do Cassas, mas ele disse que é mentira sua, que é mentirade todo mundo. E eu disse; você tem, foi eu quem sugeri e vou provar para vocês. Eu sugeri aele, fui eu nesse caso. Eu sugeri ao Fernando o seguinte: tu fazes o seguinte: para te saber se éverdade ou não; tu telefonas para Cassas e pergunta pra Cassas; Cassas a folha de São Paulo quevocê disse que perdeu, está aqui meu documento eu lhe dou com maior prazer; pergunta praCassas se ele tem jogador e grava. E, ele telefonou para Cassas, e não foi só um, os senhores nãoestão bem informados, foram dois jogadores que ele ofereceu com um detalhe; dava 20% de um,dois minutinhos me permita. E dava 50 mil reais pra ele não citar o nome dele na folha, detalhe;ele gravou a conversa com Cassas, pior do que isso, existe um jornalista que está aqui do lado.Eu vi não sei se ele ainda está. Que eu agora recentemente eu passei um ano sem falar comninguém sobre futebol, sem nada e recentemente eu fui convidado a dar uma entrevista no OImparcial, e esse jornalista Fábio, o outro nome eu não sei. Se ele tiver eu digo que foi ele. Elenão está aí? Fábio me entrevistou juntamente com seu Neres Pinto, e quando terminei aentrevista dentro do jornal O Imparcial, ele disse: agora Antônio Henrique, eu quero te mostraruma coisa, um excelente documento pra vocês, pra provar mais uma vez que nós somosmentirosos. O Fábio disse agora eu quero te mostrar uma coisa Antônio Henrique, e eu dissediga: Ele pegou o gravador e disse: escuta essa gravação foi a minha conversa com o Fernandona Folha de São Paulo onde o Fernando confirmou absolutamente tudo pra ele, e está gravado,inclusive o Fernando brigou com o Fábio e me esculhambou, desculpe o termo... porque? RapazAntônio Henrique eu conversei sobre isso particularmente com o Antônio Henrique que eu tinhagravado a conversa, eu disse pra que ele tinha dito isso pra ti, e ele o Fábio telefonou praFernando pra confirmar o que eu tinha dito para Fábio e está gravado ele disse e isso aqui eunão desagravo nunca estar à disposição da Comissão chamar esse jornalista para mostrar ogravador está gravado eu escutei a fita eu, Neres Pinto e o Fábio que gravou a conversa é maisuma mentira dele mais uma, porque duas já foram comprovadas, quero dizer mais uma coisa. Éos senhores têm um documento que eu entreguei à Comissão ás páginas 55 e 56 , está aqui namão do deputado não é. Não. Ás páginas 55 e 56, quando o Doutor Cassas disse que oConselho Deliberativo do Moto decidiu me demitir me destituir, porque as minhas prestaçõesde contas estavam erradas, se estão erradas, tudo bem, vamos ver o que é que aconteceu paraconsertar, contabilizando se conserta. Mas a questão não é essa que eu quero falar, a questãoisso está em juízo na Justiça comum, a questão é que no documento 55 anterior a essedeputado, eu recebi do Conselho Deliberativo do Moto a informação de que a minha contaque pela primeira vez , olha a raiva que eu tenho dele: pela primeira vez foi aditada no MotoClube de São Luís e a moça encontrou alguns defeitos na coisa que pra mim não interessa, queestiver errado a gente conserta, porque roubo não teve. Mas a questão é que eles disseram pramim que tinha, tá aí o documento protocolado, eles disseram pra mim que tinham algumasirregularidades na minha prestação de contas, e solicitavam de mim os esclarecimentosnecessários. Muito bem, até aí eu acho que é uma pratica natural, imediatamente na página 56senhores eu fiz uma correspondência para o Conselho, está protocolada ali, protocolada peloConselho me colocando à disposição do Conselho dia, hora, e local para prestar os devidos

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esclarecimentos exigindo no entanto que o Conselho fizesse presente que ele ficar falando parameias dúzias. Que o Conselho estivesse presente que eu teria o maior prazer em prestar oesclarecimento, e pedir a documentação que eu já havia entregue para poder analisar paraprestar esclarecimentos na hora que eu fizer essa correspondência aí que os senhores estãovendo eu fui demitido, quer dizer eu não tive a oportunidade nem de fazer esclarecimentosrelativo aos quais a minha prestação de contas estava sendo criticada. Por isso eu fui destituído.Então isso é muito importante que seja dito tá aí o documento. Agora, vamos passar para umaoutra questão referente ao caso da Tunísia ao caso do Senhor Délcio. Os senhores têm aspáginas 116 e a pagina 110, estão aí nesse documento primeiro: eu era Presidente do MotoClube de São Luís, no dia 10 de Agosto mais ou menos pode ser 08 por aí a data está aí . E osdocumentos 110 e 116. Nesse dia, o Presidente da Tunísia do Monasture me telefonou,solicitando que eu vendesse Delcio. Eu disse, à tua disposição. E ele ofereceu 100 mil dólares,eu disse estar vendido por 100 mil dólares, eu conversando com o Presidente do Monasture estávendido por 100 mil dólares. Ele disse o seguinte: Então o senhor pode mandar o jogador, eudisse não, fui eu como Presidente do Moto não mando, o senhor vem aqui no Brasil buscar ojogador trazendo 100 mil dólares. O senhor pode mandar que eu mando o dinheiro, eu disse:não, o senhor vem aqui no Brasil comprar o jogador você já sai daqui de São Luís com ojogador debaixo do braço, me traga 100 mil dólares que você leva o jogador. Você concordacom isso,? E o Presidente lá disse concordo. Eu disse então, manda o Fax dizendo queconcorda. Esse Fax está aí na página se eu não me engano na página 110 , está aí nodocumento. Ele mandou esse Fax foi para mim que depois eu entreguei a Diretoria do Moto,onde ele afirma que ele concordava em comprar Delcio por 100 mil dólares e que viria aoBrasil pagar está aí escrito que ele viria ao Brasil pagar quando a imprensa soube disse. OCassas não tem boa memória ele já provou isso, mas a memória dele é seletiva só pro queinteressa pra ele. Mas quando a imprensa soube disso ele também soube através da imprensa,ele apressou a minha suspensão na Federação com Alberto Ferreira, exatamente pra quêsenhores? Você sabe olha bem, já está aí dizendo que o cara vinha aqui no Brasil pagar ojogador está aí o Fax se eu estou mentindo está aí o Fax, ele disse que vinha aqui. O que foi queo Cassas fez? O Zoroastro que era Vice- Presidente do Moto que era cupincha deles, eramtrês Vice-Presidente, destituiu eu e mais dois. Porque que não destituiu o Zoroastro também?É uma pergunta que ele tem que responder, que não trabalhava no Moto nenhum Vice-Presidente, por que botaram os dois pra fora e não botaram o Zoroastro? que era cupinchadele, era pau mandado deles. O senhor Cassas de Lima como Presidente do Conselho.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Eu queria saber qual o número do documento queo senhor está se referindo?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - É este aí eu acho que o senhor tem na mão.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - É o 110 ?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Parece que é. É um em francês?

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Sim, este aqui é um.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – É esse o documento, onde ele afirma vir ao Brasilpagar os 50 mil dólares, bem aqui olha no Brasil ele afirma vir pagar os 50 mil dólares. Então oCassas, quando eu fui suspenso da Federação na mesma hora, meia-noite. Foi quando eu fuisuspenso num julgamento do Tribunal eu liguei para Zoroastro assume o Moto Clube de SãoLuís que eu fui suspenso. No outro dia, no outro dia, o Senhor Cassas estava com passagem para

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ir com o Senhor Braide Ribeiro levar o jogador, no outro dia e ele vinha aqui e levou o jogador.Sabe o que foi que aconteceu? Tem coisas que talvez os senhores não saibam, eles fizeram atransação porque Delcio me ligou, eles fizeram a transação o senhor Cassas tem mais um crimede falsidade ideológica está na página 116 senhores. Está na página 116 deste documento,vocês devem ter este documento à mão. É este aí onde ele assina como Presidente do Motoque não era recebendo, é esse aí senhor deputado, me permita está aqui o documento.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – No jornal, Senhor Presidente no Jornal está aí odocumento.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Então ele assina como Presidente do Moto recebendo,mais mesmo assim é mentira vocês já falaram de 50 mil,70 mil dólares é mentira, não éverdade. O Monastir quando comprou Delcio deu 50 mil dólares porque no acordo do fax quevocês têm à mão ele pagaria os outros 50 mil dólares no dia 02 de janeiro de 2000, está aí nofax. Ele recebeu realmente 50 mil dólares, mais o Delcio foi negociado com outro time daTunísia cujo passe o valor do passe foi dividido entre o Monastir, esse rapaz bem aí na minhafrente e o Braide Ribeiro depois ele voltou, o Delcio não jogou no Monastir, e esse rapazficou com o dinheiro e depois deu declaração que também está aí no Jornal dizendo que eleficou com o dinheiro porque o Moto devia a ele 40% do passe de Kleber, este é um outroassunto que ele falou e eu estou esclarecendo, vou falar mais, sobre a Tunísia, documento sobreKleber. Nas páginas 02 e página 26 deste documento que estão nas mãos de vocês, porque eusó estou falando o que está escrito, estou provando. Na página 02 e na página 26, existeprimeiro: um documento meu à Federação na página 02, se eu não me engano que é essa que osenhor tem na mão, é uma declaração que Kleber diz que não é de Cassas de Lima, e na página26 existe um documento onde eu digo porque a Federação não queria transferir Kleber quandoeu vendi para o Atlético. Porque o senhor Fernando está aqui presente, estava comigo dentrodo gabinete, o Senhor Alberto Ferreira não queria transferi-lo de jeito nenhum, quer dizerestava passando por cima da minha autoridade, porque podia até dar errado, mais poderia,depois eu poderia ser processado por isso. Eu podia até dar Kleber que ele era do Moto e eutinha autoridade pra tal, mesmo assim o senhor Alberto Ferreira não quis transferir Kleber. OFernando que está bem ali ameaçou o senhor Alberto Ferreira de processo, Alberto Ferreira e aFederação. Só depois que ele ameaçou de processo foi que o senhor Alberto Ferreira mais de trêshoras depois deu a transferência de Kleber. Ele não queria dar e ainda nos obrigou a fazer isso aí,mas ele com muita felicidade, disse: Antônio Henrique, eu vou fazer esse documento que está aína mão de vocês, mas eu vou exigir que Cassas prove que gastou algum dinheiro com Kleber. Eele nunca provou porque nunca fez nada, irmão de Kleber disse, irmã de Kleber disse, nunca feznada, como ele fez isso com o Kleber ele fez com tudo que foi jogador. Por isso é que BraideRibeiro andou dizendo essas coisas e eu provo é verdade o que Raul disse. Ele é muito bonzinhopra criança, pega um dinheirinho meu filho vai tirar teu passaporte, pega uma balinha.Desculpem o termo, aquele cantor o Aguinaldo Timóteo fazia isso com jogador do Botafogo,dava quinhentos reais pra ele. Muito obrigado.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Exa. eu posso me defender agora, posso.? Primeiro que osenhor Antônio Henrique não falou a verdade com relação ao Conselho Deliberativo do Moto.Veja bem:

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Com relação a?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA – Conselho Deliberativo do Moto. Eu vou dizer porque eledisse tudo ao contrário veja bem: Eu quando fui convidado pelo presidente para que eu fosse atéa Tunísia ninguém queria ir, eu estava até ocupado. Mas não, você vai a Tunísia como presidentedo Conselho Deliberativo receber esse dinheiro. Eu quero passar as Vossa mãos os documentosquando eu mandava como presidente do Conselho Deliberativo do Moto nunca como presidente,lá na Bélgica, lá na Tunísia, presidente é presidente, não tem negócio de Conselho Deliberativo.Eu expliquei pra ele, está lá o presidente Ali Besart depois lhe dou o telefone o senhor conversacom ele, V.Exa. pode conversar. Eu sempre mandava como presidente do Conselho Deliberativo.Acontece que quando eu cheguei na Tunísia o senhor Delcio que ele emprestou de graça, comoele liberou o Julinho de graça que ele diz, o presidente da federação vai mostrar depois odocumento o contrato que ele diz aí estava de passe livre porque o jogador foi emprestado praTunísia de graça, ele é muito bonzinho, de graça. Ele voltou da Tunísia o jogador e o Moto nãopediu a prioridade do passe dele, perdeu o vínculo com o atleta, estava livre lá na Tunísia,mesmo assim, eu telefonei como vice-presidente da federação para a CBF, a secretária meatendeu e me disse que só se o atleta concordasse em assinar a transferência. Eu estou com odocumento assinado pelo Délcio que está aqui pra provar. Não, não, eu estou falando agora, osenhor não pode falar, não, não, não. Você tem que ficar calado. V.Exa. eu quero que ele fiquecalado ele tem que ouvir agora. Eu vou apresentar o documento que o Délcio assinandoaceitando as condições recebendo os dez mil dólares que ele tinha direito. Porque ele quandovendeu, quando recebeu o dinheiro do Juninho ele nunca pagou nem empresário e nem o Juninhoque é obrigação e sabia disso tem que pagar. Veja bem: Então apesar disso eu falei com o atleta,falei com a CBF e ele aceitou a proposta do clube em aceitá-lo como se tivesse ainda pertencenteao Moto Clube. Com relação a saída dele do Conselho Federativo, todos os Conselheirosestavam presentes; as contas deles foram todas devolvidas porque todas estavam irregulares, eele passava recibo pra ele mesmo. Essas contas estão em poder do Conselho Deliberativo, houveAta; pode pedir as Atas dos clubes. As Atas estão lá. Essas Atas que comprovaram asirregularidades na conta dele, foi que teve motivo pra que ele fosse demitido do cargo; não foieu, foram todos os Conselheiros estavam presentes. Eu não participava porque era membro e nãopodia participar. Foi uma vez lá com o presidente, estava lotado lá o Plenário onde ele foi tentartodos os Conselheiros presentes. Então, isso que ele está dizendo que eu apreciei, eu fuiconvidado, eu nem queria ir esse problema fui pensando ajudar o clube. Ao chegar lá o atletaestava com passe livre porque não foi pedida aprioridade do contrato, a Federação podecomprovar isso. Aí ele aceitou as condições do clube; eu estou com documento aí que eurecebi somente dez mil dólares pra pagar todas as passagens estão aqui, eu trouxe pra mostrarpra V.Exa. Já mandei pra CPI e estou com novas pra mostrar aqui o que eu recebi.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Senhor Cassas nós não temos conhecimento dessedocumento que o senhor disse que o senhor recebeu só dez mil dólares.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, eu ia assinei um documento de cinqüenta mil dólares,mas lá na hora como o dinheiro não foi depositado em meu nome porque não tinha conta nobanco, estava em Dinar os sessenta e tanto, ou setenta mil Dinares que corresponde a cinqüentamil dólares na época. O empresário, está aqui o recibo do empresário que eu já mandei mas,estou com outra cópia, os trinta mil dólares do presidente que era vinte do Juninho, dez do coisa,e dez do atleta que ele concordou.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Pode repetir o número dessa conta, por favor.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eram cinqüenta mil dólares.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Cinqüenta mil dólares.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Trinta mil dólares era do empresário por que? Dez, vinte mildo Braide Ribeiro

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Braide ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Braide. Ele foi que levou jogador atuou como empresário,ele é professor de educação física, mas atuou como empresário, ele que levou os atletas para aTunísia. Ele recebeu os vinte mil dólares do Juninho.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Trinta mil ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Vinte mil, porque o Juninho não tinha, foi descontadoporque o presidente não pagou, segundo ele me disse lá.... Não lembro se tinha dinheiro prapagar. Eu estou aqui com todas as prestações e com os recibos pra mostrar pra vocês. Já mandeie estou aqui pra mandar ...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Poderia explicar por que que tinha sido contratado,o senhor assinou os cem mil dólares da venda?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Isso.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – E recebeu só cinqüenta?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu assinei cem mil dólares na primeira vez que eu fui lá noano, quando eu fui lá no outro ano, já não ia pagar mais cem mil dólares porque o jogador jáestava de passe livre, e ele não ia mais...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – O senhor assinou cem mil dólares e o senhor foi láem agosto ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA –Fui. Eu assinei um contrato depois o pagamento seria emagosto e dezembro a outra parte.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – E deu quitação ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, não dei quitação não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Transferiu a data?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu assinei um contrato de pagamento. Quem foi que liberouo atleta não fui eu, foi o presidente na época que liberou antes de eu ter acertado lá já tinhaliberado daqui, não fui eu que liberei foi o presidente.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – O senhor não assinou lá?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, o presidente foi quem mandou a transferência daqui,não fui eu.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Tem um documento que o senhor assinou aqui.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não isso é só um contrato .

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA – É um contrato liberando.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, um contrato de venda do jogador. Agora a liberação foido presidente daqui na época Zoroastro Pereira. Ele liberou sem ter me ouvido. Veja bem:quando eu cheguei lá ele só daria os cinqüenta mil dólares. Tanto prova Exa. que está aí com odocumento que veio daqui depois da CPI que eu estive em Brasília, está aí o documentocomprovando que custou cinqüenta mil dólares, está aí o documento, o mais novo documento.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – O documento que o senhor nos entregou diz que omontante da venda que o senhor recebeu foi cinqüenta mil.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Só.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA - Só que o senhor está diante de uma acusação feitapelo senhor Antônio Henrique de que houve um outro pagamento pelo jogador que foitransferido para um outro time.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Exa. é muito fácil isso.

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA – Ele continua lá o jogador?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Continua, continua lá.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Ele não foi vendido pra outro time ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não sei, foi pro Monastir, eu sei que está no Monastir.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – E depois?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não sei. Presidente, V.Exa. pode pedir, ligar falar com opresidente Ali Besart, se foi cinqüenta mil dólares ou não foi? O único dinheiro que eu recebique eles pagaram, taí tá o documento, tem o telefone. V.Exa. pode mandar ligar pra lá, é muitofácil isso. O presidente está a disposição lá, o Ali Besart, o tesoureiro geral, seu Kleber estão adisposição pra dizer quanto foi que eu recebi lá.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – O senhor recebeu tudo na mesma moeda? Ou osenhor recebeu em dinheiro vivo?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Deixa eu explicar. Quando nós chegamos lá no banco foipago em Dinar.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Moeda Dinar ou cheque?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, o cheque foi para lá, mas não em meu nome, no nomedo presidente Braide Ribeiro que eu não tinha conta só ele podia receber. Chegamos lá no

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banco, ele recebeu em Dinar, veja bem, recebeu em Dinar, tirou os trinta mil dólares que eu nãosei quantos em Dinar na época aquele dinheiro que eu recebi...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Por que trinta mil dólares, se o passe do jogador foicinqüenta?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Porque ele tinha 20% do jogo do passe do Juninho que opresidente não pagou e ele tinha direito, e dez pelo cinqüenta mil dólares do Délcio. Eu nãopodia fazer nada Excelência eu estava pra lá onde eu não tinha ..Bom ele disse que era dez, queera trinta que ele tinha retirado. Eu não sei ele disse que era trinta ele tirou, taí eu estou com orecibo dele aqui. Juninho foi dez mil dólares está aqui, eu estou com todo o documento.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Essa parte que o Braide Ribeiro tirou pra ele, osenhor pegou alguma parte pro senhor ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Só peguei dez mil dólares foi o dinheiro que eu trouxe prapagar as passagens.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – O Moto Clube vendeu três jogadores e o apurado épara pagar uma viagem pro senhor de ida e volta para o Rio.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Infelizmente, presidente não foi eu que vendi o jogador;fui pra receber, não fui eu que recebi.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Estou fazendo um balanço do resultado final.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu acho que o Moto saiu perdendo.

O SENNHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – E o resultado geral pode colocar o senhor napolícia.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Escute. Excelência, inclusive Excelência, eu tirei dinheirodo meu bolso pra pagar resto de passagem. Quando nós chegamos lá em Frankfurt.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ROCHA – Então o senhor ficou com o prejuízo.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Prejuízo, quando nós chegamos lá em Frankfurt tive quepagar do meu bolso passagem pra voltar de lá não tinha vôo, tive que comprar passagem. Eu nãopodia ter gastado do meu bolso, eu estou com toda a documentação que eu mostrei. Colaborarcom meu clube que eu tinha esperança de receber o dinheiro. A colaboração de ter viajado pra láperdido meu tempo e não consegui nada, apenas fiz um esforço.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Presidente eu quero usar a palavra.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Com a palavra V.Exa.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Fui pra lá perdi meu tempo, gastei dinheiro, perdi trabalho.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Eu queria retomar a nossa conversa pra nãoperder o fio da meada. O senhor então saiu do Brasil no mês de agosto; e se dirigiu a Tunísia. Osenhor o fez pra tratar da transferência do jogador Délcio para o Monastir?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – O Monastir.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor ocupava qual cargo naquele período ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Vice-presidente do Conselho Deliberativo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Vice-presidente?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Presidente do Conselho Deliberativo.

0 SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Vice-presidente do Conselho.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Presidente do Conselho Deliberativo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Presidente do Conselho Deliberativo.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Exatamente.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Muito bem. O presidente do ConselhoDeliberativo do Moto Clube, ele tem poderes para assinar ou transferir jogadores?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Desde que seja autorizado pelo presidente, que meautorizou na época Jorge ..

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Está escrito no Estatuto ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Estatuto?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O Estatuto dá esses poderes?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu não sei, mas eu fui autorizado pelo Presidente e peloDiretor na época deputado José Raimundo Rodrigues.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor era Presidente do ConselhoDeliberativo, a função do Conselho Deliberativo é entre outras coisas..

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Fiscalizar o clube.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Entre outras coisas, vigiar o estatuto pra ver seele está cumprido. E eu quero saber do senhor o seguinte: O estatuto dava poderes ao senhor oua qualquer outro, de passar ao senhor?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Desde que seja autorizado pelo presidente.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Autoridade pra receber e quitar ?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA - Desde que seja indicado pelo presidente, tem autoridade.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Está escrito isso no estatuto ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – No estatuto antigo eu acho que tá essa indicação .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Se não tiver escrito o senhor estará mentindo?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não senhor porque o presidente me autorizou; se o deputadoJosé Raimundo Rodrigues estiver aqui, pode ver, pode consultar ele, que ele foi na minha casacom o presidente do Moto e me autorizou a viajar, eu não queria ele insistiu.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O presidente deu algum documento pro senhor,autorizando o senhor a receber?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Me autorizou por palavras comigo e com o deputado JoséRaimundo Rodrigues, os dois. Pode viajar que você tem a nossa autorização.

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA – Uma pergunta, me permita Senhor Relator? Osenhor disse que pagou trinta mil dólares, para o senhor Braite, é Braite ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Braid. Tá lá o recibo foi...

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA - Porque segundo o senhor existia uma dívida de umoutro jogador com o senhor Braid, Juninho certo? Agora eu pergunto ao senhor, ele apresentoualgum documento dessa dívida, o senhor tem os documentos que provam que o Moto Clubetinha essa dívida com esse empresário, ou foi a palavra dele também?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Foi feito numa reunião do Conselho, e onde ficoudeterminado...

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA – O senhor tem uma ata do Conselho, que manda osenhor entregar trinta mil dólares ao empresário Braid.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não é entregar, ele recebeu estava no nome dele, eu nãopodia fazer nada, ele tirou e disse: Olha Cassas eu estou tirando aqui o meu dinheiro. Eu podiafazer o que? Se ele estava com o nome dele, estava nome estava, tudo no cheque o nome dele. Oque é que eu podia fazer?

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA – Quer dizer que ele usou de uma certa violênciaentão contra o senhor?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, de violência não, mas ele usou o direito que ele tinhaporque eu sabia que vinte por cento, eu sabia da transação, e todo mundo sabia, o que que eupodia fazer?

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA – Sabia, mas o senhor não tinha documento nenhum?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Os cem mil dólares que ele tirou do ..Segundo ele disse quenão foi, já tinha.

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O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA – O senhor disse que ele tinha direito a vinte porcento, o senhor disse que o débito do jogador foi negociado por cem mil dólares. Vinte por centode cem mil dólares dá vinte mil dólares e não trinta mil dólares. Como é que o senhor deve trintamil dólares?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Ele tirou mais do que disse, porque disse que já tinha odébito do Délcio desses cinqüenta mil dólares já tinha mais outro, que já tinha recebido maisoutro dinheiro lá, segundo ele me disse.

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA – Que outro lá, segundo ele me disse. Olha DoutorCassas, o senhor tá mentindo a essa Comissão, o senhor está mentindo a essa Comissão.Ninguém vai acreditar na sua história que o senhor está dizendo aí.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – E o documento dele que está aqui.

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA – Isso não pode ser verdade.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu estou com o recibo dele.

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA - O senhor tem o recibo dele para o senhor, agora osenhor não tem nenhum documento que prova a dívida do Moto Clube pra com ele. E mesmoassim o senhor permitiu que ele pegasse num dinheiro alto, de um clube pobre, quebrado e queprecisava demais do dinheiro, pra suas obras.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – O cheque foi depositado no nome dele não foi em meunome.

O SENHOR DEPUTADO JOSE ROCHA – Eu peço até desculpas aqui ao nosso deputadoSilvio, porque nós interrompemos o raciocínio dele aqui. Vamos devolver a palavra ao deputadoSilvio.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Deputado eu queria só um aparte breve?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Pois não deputado.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Foi cem mil dólares, ou foi cinqüenta?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Que eu recebi lá, cinqüenta mil dólares.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Cinqüenta. Então trinta seria vinte por cento doscinqüenta?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não. Tinha cem mil dólares, já tinha vinte por cento doJuninho que não tinha sido pago pelo.. segundo ele me disse lá; eu não podia fazer outra coisa.Estou com os recibos dele aqui pra comprovar; eu não podia o cheque está no nome dele, o quêque eu podia fazer lá? Não podia fazer nada. Eu já queria vim era embora .

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O SENHOR SILVIO TORRES - Excepcionalmente vai ser o último aparte que eu vou dar,enquanto eu não terminar a minha pergunta.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE – Em primeiro lugar, é que o Raul que na época foi apessoa que fez . E o senhor Braid Ribeiro, não foi empresário do empréstimo do senhor Délcioou do senhor Juninho. Segundo lugar, se ele preserva tanto o Moto, se ele tinha tanto interesseem preservar o Moto, por que que ele não se dignou a telefonar por exemplo: para um ex –presidente do Moto Clube de São Luís, pra perguntar se eu devia esse valor pra ele. Se essevalor era efetivamente devido? Porque eu ia dizer imediatamente não. Porque o senhor BraidRibeiro não intermediou nada. Ele disse que eu guardei o dinheiro dele está contabilizado,está aí eu entreguei pro senhor, está contabilizado no Moto Clube de São Luís. Eu não paguei osenhor Braid porque o Moto não devia absolutamente nada a ele. Ao contrário, o senhor Braidera doido pra ter lá no Monastir esses jogadores e ainda mentiu pra nós, por quê ? porque eledisse que o empréstimo seria em torno de duzentos mil dólares. Quando nós chegamos lá, esseaqui é testemunha, quando nós chegamos lá o presidente disse não é verdade, eu nunca disseisso; a gente olhou pra Braid. quer dizer, ao contrário se fosse pra dever, é ele que estavadevendo o Moto. Porque ele falou o valor errado. Quer dizer, isso é sociedade e outra coisa.Não é só o senhor Braid, e não é só esse caso que tem transação de Braid com o senhor Cassasde Lima não, tem outras, tem outras.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Diga uma, diga uma.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Eu vou dizer só uma.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Diga.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Só uma .

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Diga.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Quem aqui nessa sala ou no Maranhão sabe onde estáAlessandro?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não foi na minha gestão, não sei de nada.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE – Tu não sabe?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu também não sei não.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE – Quem foi que recebeu dinheiro no Banco do Brasil ?.

O SENHOR SILVIO TORRES – O senhor tem alguma denuncia pra fazer à Comissão sobreisso ?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE – Tenho.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Então, o senhor faça.

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O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - O senhor Braid Ribeiro teve um jogador que foivendido à Tunísia, foi emprestado à Tunísia com passe fixado em quarenta mil dólares. Eu nãoera ainda presidente do Moto Clube de São Luís. Quando assumi, documento falso está aí.Quando eu assumi o Moto Clube de São Luís, lá pelos idos do mês de maio, está aí nodocumento que entreguei ao senhor; tudo que eu estou falando está aí. Quando eu assumi no mêsde maio, o então presidente do Monastir não era esse; o senhor está falando é o anterior; metelefonou solicitando o liberatório do atleta Alessandro, eu digo não, eu tenho aqui em mão. Eutenho aqui em mão o empréstimo do atleta Alessandro, que ele foi emprestado com passe fixadoem quarenta mil dólares, eu libero na hora em que o senhor quando está fixado um compromisso;na hora em que o senhor mandar os quarenta mil dólares eu dou o liberatório. Ele mandou umfax pra mim dizendo que já tinha remetido pelo Banco do Brasil os quarenta mil dólares.Quando existiu um prazo para inscrição do atleta pro campeonato lá, eu liberei com base nofax.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E onde estava esse dinheiro?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – A Comissão tem todo uma autoridade legal inclusive,para saber quem recebeu esse dinheiro, porque até hoje eu não sei. Até hoje eu não sei quemrecebeu. Mas os documentos está aí pra vocês...

AO SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Tem algum documento?

AO SENHOR ANTÕNIO HENRIQUE - Está aí os documentos.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Tem algum documento?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE – Está aí o documento

O SENHOR CASSAS DE LIMA – E quem recebeu o dinheiro?

O SENHOR SILVIO TORRES – Que documento está aqui ?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE – Está o fax da remessa de quarenta mil dólares peloBanco do Brasil .

O SENHOR SILVIO TORRES – A remessa pra que banco ?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE – Pro Moto Clube de São Luís, e eu fui ao Banco doBrasil quinhentas vezes Senhor Deputado, digo o que é isso na imprensa do Maranhão toda. Aatual Diretoria do Moto, eu entreguei o documento pra todo mundo, fui ao Banco do Brasilquinhentas vezes, cadê esse dinheiro? Até hoje não apareceu. Então, é uma excelenteoportunidade pra se investigar muito bem isso junto ao Banco do Brasil , pra saber se essedinheiro veio e quem recebeu?

O SENHOR SILVIO TORRES - O senhor acha que foi o senhor Cassas de Lima?

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O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE – Não, não, não. Não estou afirmando isso. Depois osenhor Alessandro, sumiu da Tunísia, tomou doril total. E ficamos sabendo eu e o Raul que estáaqui do lado, que ele teria sido negociado pra Grécia por intermediação do senhor BraideRibeiro, com o amigo que eu não sei o nome senão eu diria, de o senhor Cassas de Lima quelevou pra Bélgica o rapaz que até hoje ninguém sabe aonde tá, até hoje não sabe aonde esserapaz tá.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES - Senhor Presidente, eu estava com apalavra, o senhor Cassas eu queria continuar com a palavra.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Com a palavra o relator.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES – E nós estávamos no ponto em queo senhor estava se dirigindo para a Tunísia para tratar do negócio da venda do jogador Delson,correto?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Correto.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR - O senhor foi pra lá sem ter direitos estatutários ousem ter sequer qualquer documento que o autorizasse a transferir o jogador. E o senhorchegando lá assinou um contrato de transferencia no qual o Monastir se comprometia a pagarcem mil dólares pelo jogador em duas parcelas. Uma no ato ou seja no momento que osenhor acabava de assinar o documento. E uma segunda parcela o mês de janeiro. Foi assim queaconteceu?. O senhor recebeu os cinqüenta mil dólares no momento em que o senhor assinou ocontrato ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Nesse apenas um contrato, mas ele não pagou ele sópagaria no outro ano porque estava sem dinheiro; segundo ele informou lá.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR - Como é que não?.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Por que ele não poderia pagar porque ele estava semdinheiro, só poderia pagar no outro ano, por isso eu tive que voltar novamente.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES – O senhor assinou o documento ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Assinei

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES – O senhor assinou dando quitaçãodos cinqüenta mil dólares ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Exatamente. Eu assinei e não recebi.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES – Assinou e não recebeu ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não recebi porque lá não podia pagar e ficou por isso.Enganaram-me inclusive; eu tenho uma série de documentos, denunciei até pra FIFA; pra

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Federação Tunísia em Francês, contratei um professor denunciamos ele várias vezes, nasegunda vez eu tive que voltar lá porque era questão de honra. E quando eu voltei lá eles medisseram o seguinte, só eu poderia receber, ninguém poderia receber, tinha meus documentos naPolícia Federal, toda documentação minha está lá. Então, eu tive que voltar pra receber erecebi somente cinqüenta mil dólares, como está comprovado.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES – Está acontecendo que o senhor, osenhor se utilizou de um expediente ilegal ou seja o senhor foi representar o clube sem Ter arepresentação desse clube, o senhor assinou um documento em nome do clube sem ter o direitode fazê-lo e deu um prejuízo ao clube de cinqüenta mil dólares, porque o senhor não recebeuo dinheiro que foi lá receber.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não Excelência, não é isso não, eu não dei prejuízo, atransação já estava feita, eu fui apenas para receber, não fui eu quem fez essa transação; eu fui lápara receber com autorização do clube.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES- Quando o senhor assinou, o senhoracabou de assinar o contrato, o senhor assinou a transferência e tem cláusulas de pagamento.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Mas V.Exa. viu outro contrato só de cinqüenta mil dólares? Tem dois contratos.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES - Sim, o senhor deixa eu terminarcerto? O senhor antes de o senhor assinar, transferindo o jogador, o senhor já sabia que não iareceber 50 mil dólares?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, eu não assinaria, como eu ia assinar, fui enganado.Depois eu assinei , voltei lá, teve outro contrato de cinqüenta mil dólares em outra folha.

O SENHOR DEPUTADO RELATORSILVIO TORRES – Quem enganou o senhor ?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – O presidente lá do Monastir.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES - O senhor Aly?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Aly Benzasth .

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES - O Senhor Braide Ribeiro estavajunto?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA – Estava junto que ele não podia fazer nada, porque o jogadorjá estava de passe livre foi um arranjo que nós fizemos para que ele assinasse. E outra coisaExcelência depois para comprovar está aí um recibo que veio do Monastir que o que eu recebilá foi 50 mil dólares.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES - Esse documento nós estamosdeixando de lado até nós checarmos ele. Aí então o senhor voltou para o Brasil e não trouxenenhum dinheiro para o Clube?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - 10 mil dólares foi para pagar.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES – Chegando no Brasil o senhorcomunicou a quem que o senhor teria sido enganado e que tinha feito isso?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Comuniquei ao ex-presidente contei a história toda,acontece que essa diretoria que está não me chamou para prestar esclarecimento, começaramme atacar no jornal mais ninguém me chamou para prestar esclarecimento por isso, eu tenhocomunicado por escrito que nunca me chamaram.

O SENHOR PRESIDENTE - Senhor Relator o Senhor Raul gostaria de fazer as acareações eeu pediria a aquiescência de V.Exa.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES - Pois não.

O SENHOR PRESIDENTE - Com a palavra o Senhor Raul.

O SENHOR RAUL MENESSES – Obrigado. Eu gostaria aqui de dizer claramente que o Dr.Cassas está mentindo eu tenho uma fita gravada dele quando ele está viajando para a Tunísia eafirma nesta fita que está indo para um Congresso em São Paulo onde ele viajou para receber odinheiro, ele mente quando diz que o jogador estava de passe livre. Foi feita a preferência docontrato do Moto que é feita por mim na Federação a não ser que esse documento tenha sidoextraviado dentro da Federação onde ele é vice-presidente. Todos os jogadores do Moto, oMoto jamais enquanto eu trabalhei no Moto perdeu um passe de um jogador por falta de pedidode preferencia na renovação, então o Dr. Cassas está mentindo. Outro aspecto, quando e viajoucom o Braide Ribeiro para o Tunísia, o Braide Ribeiro era Diretor de Futebol do Moto nãopoderia agir como empresário, os dois viajaram juntos o Braide já não retornou no momento quechegou na Tunísia se tornou empresário, mas foi como Diretor de Futebol e lá recebeu essedinheiro que ele diz que pagou para o Braide. E um outro aspecto eu fui para a Tunísia em umanegociação com todas as passagens pagas pelo time da Tunísia nunca desembolsei nem eu nemo Moto nenhum centavo para pagar hotel e nem passagem de avião, por isso eu acho que o Dr.Cassas está mentindo.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu estou com documentos aqui olha você...

O SENHOR PRESIDENTE - Retorno a palavra ao Relator Silvio Torres.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu posso me defender?. Olha, primeiro que uma pessoa quetraz cento e poucos mil dólares enrolados no corpo não pode falar a verdade. Se ele trouxe centoe poucos mil dólares enrolados no corpo todo vir para cá para o Maranhão a imprensa noticiou emostrou.

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O SENHOR RAUL MENESSES - Isso eu já falei sobre isso aqui, não trouxe no corpo, já faleisobre o assunto, assumo os meus atos e não sou mentiroso.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – O senhor é mentiroso quem está com a palavra sou eu.

O SENHOR RAUL MENESSES - O Senhor mente. Eu assumo e assumi a responsabilidadedo que eu fiz, se estiver algum ato ilícito nisso aí eu assumo as responsabilidades, assuma osseus.

O SENHOR PRESIDENTE – Com a palavra o Relator Silvio Torres.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES - O Senhor quer continuar?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu fui a um Congresso em São Paulo eu viajei não tem nadaa ver uma coisa com a outra, eu fui ao Congresso mas viajei para a Tunísia, agora problema depassagens eu não tenho culpa que eles não querem pagar as passagens, me levaram memandaram eu ir tive que pagar, tenho todos os documentos pago em passagens, eu não tenhonada com isso se você foi, quando eu fui não tive pagamento de passagens, ninguém pagoupassagens. Eu queria até queria o atleta, e o atleta estava de passe livre.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – O Senhor foi sozinho?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, fui eu, o professor Braide e o atleta.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – O Senhor quando conheceu Braide era Diretor?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Ele era Diretor e era empresário ele que levou os doisjogadores para a Tunísia segundo ele era empresário e que levou jogador para a Tunísia não foieu, ele que levou e fez a transação, a primeira transação foi ele que levou para a Tunísia, comojá estava jogando lá, como ele já estava lá já treinando .....

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – Dr. Cassas como diretor ele pode receber comissãopela venda de jogador do seu próprio clube?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Olha , aí eu não sei porque isso aí já estava determinadoaí, eu não sabia dessa história, quando eu cheguei lá ele foi como empresário, eu não possodefinir as coisas, já estava determinado, só sei que o dinheiro que eu recebi ...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor concordou com tudo?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, eu concordei porque eu tinha que concordar. Euestava lá com o dinheiro com o nome dele, só me deu aquilo, eu ia brigar com ele? não podia.

O SENHOR DEPUTADO ALDO REBELO – O senhor confessa que foi assaltado na Tunísiapelo Diretor do Moto Clube o senhor Braide Ribeiro?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não, não, não, assaltado não, apenas tive que concordar,porque estava o dinheiro com o nome dele não podia ter outra decisão, qual a decisão que eupodia tomar?.

O SENHOR DEPUTADO ALDO REBELO – Que nome o senhor dá a isso?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu acho que houve o próprio entendimento entre adiretoria atual e o próprio empresário que foi na época o senhor Braide, por falta deentendimento.

O SENHOR DEPUTADO ALDO REBELO – O senhor Braide Diretor do Moto Clube?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Na época ele não era mais diretor, já estava jogando, jáestava treinando, não era mais diretor. Ele foi diretor, ele já não era mais diretor já eraempresário lá.

O SENHOR DEPUTADO ALDO REBELO - Saiu daqui como diretor, ele lá já não era maisdiretor?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Ele não ia voltar mais nem pra cá, já estava desligado doMoto nessa época. Já estava desligado do Moto, já não era mais diretor do Moto.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Volto a palavra ao relator.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES – Aí o senhor voltou ao Brasil , nãotomou nenhuma providência com relação ao passe do jogador Delson, não denunciou aFederação, nem a FIFA, nem a CBF, absolutamente nada. O senhor foi enganado, o clube foiroubado.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Veja bem, eu não podia mais, veja bem já tinha novadiretoria em vez de me chamar...

SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES – Pra mesma diretoria que o senhordisse que autorizou ir lá; não mudou a diretoria.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Essa diretoria sabe de todo problema, mostrei todos osdocumento que ele não queriam, só iam pagar os cinqüenta dólares tem um novo documento aí,eu não podia fazer nada.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES - Eu estou lhe perguntando quando osenhor voltou ao Brasil esse documento, esse novo documento não existia, esse documento osenhor conseguiu agora?, estamos falando dos documentos que o senhor tinha até quando o

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senhor foi depor na CPI esse documento não existia, então vamos esquecer esses documentosporque nós só vamos nos haver a fatos anteriores. O Senhor voltou ao Brasil e não tomounenhuma providência? É isso que eu quero saber.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu tentei inclusive com documentos mandando falar,comunicando mais não recebi nenhuma resposta.

O SENHOR PRESIDENTE – Me permita Relator. O Senhor Raul, pede mais outra intervenção.Com a palavra o Senhor Raul.

O SENHOR RAUL MENESSES - Obrigado. O Senhor aí defronte aí recebeu o dinheirodepois de ter recebido negou terminantemente durante meses para a atual diretoria do Motoque tinha recebido. E não só confirmou que recebeu o dinheiro depois que a diretoria do Motoconseguiu documentação na Tunísia que confirmava o recebimento dele ainda assim elequestionou a assinatura e disse que era falsa, aí no momento que foi reconhecido em Cartórioele resolveu admitir depois de meses de negar que havia recebido e que era porque o Motodevia ele e ele precisa ser ressarcido com o Moto devendo passe de Kleber, passou mesesenganando a Diretoria do Moto.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- A primeira parcela?

O SENHOR RAUL MENESSES - Como?.

O SENHOR DEPUTAD0 SILVIO TORRES – Na primeira parcela daquela que foi assinadaliberando o jogador?

O SENHOR RAUL MENESSES – É uma pessoa hoje que os jogadores do Moto iam aoconsultório dele e ele todas as semanas dizia: o dinheiro está chegando, todos os jogadores doMoto com salário atrasados, assim como ele participou da diretoria que desapareceu com arenda do jogo do Fluminense e não pagaram os jogadores. O jogador Gil, no consultório dele, eledizia: está chegando esta semana. E mandava uma secretária ir ao banco, fazendo jogadores depalhaços e a diretoria do Moto que assumiu logo depois. Isso aí é público e notório e só admitiuisso depois que foi constatado o recebimento; aí ele disse que o Moto devia a ele; e ele haviaapenas se ressarcido.

O SENHOR DEPUTADO ANTÔNIO ALMEIDA – Eu quero um aparte do relator.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Com a palavra o deputado Antônio Almeida.

O SENHOR DEPUTADO ANTÔNIO ALMEIDA – O dr. Cassas disse que o presidente do lheenganou, mas é esse que V.Sia. disse que convidou pra vim pra sua casa, pra se hospedar nasua casa, entendeu? Agora em julho. É a mesma pessoa que lhe enganou lá fez o senhor assinarcinqüenta mil sem receber.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu lhe convidei pra mostrar aqui o que aconteceu, pramostrar pro público exatamente o que foi que aconteceu, que foram cem mil, passou paracinqüenta mil. E outra coisa, eu não disse quando eu cheguei pela primeira vez eu não tinharecebido nenhum tostão, a primeira vez que eu fui não recebi, começaram a me acusar , só na

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segunda vez no ano de dois mil que eu recebi. O senhor está mentindo senhor Raul , eu nãorecebi em 99 nada. Queriam que eu declarasse que eu tinha recebido, conversa fiada.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor relator a data do recibo?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - A primeira vez eu não tinha recebido nada, eu recebi foi emdois mil. Não, eu não me neguei não, não, ninguém me procurou , foi assinado no dia trinta prater um entendimento comigo. Começaram a me atacar no jornal, eu não dei resposta, podia terme chamado pra conversar pra eu explicar, A diretoria não admitiu, foi logo me atacando nojornal. Por isso que eu não dei resposta.

O SENHOR DEPUTADO RELATOR SILVIO TORRES – Eu quero Senhor Presidente, euquero retornar, deputado, porque nós vamos chegar no final. Eu estou procurando desenvolver aversão do absurdo que nós constatamos de que o clube possa ter sido manipulado da forma quefoi sem nenhuma margem legal. Porque o senhor como eu disse, vou repetir, o senhor foi àTunísia sem nenhum documento que autorizasse a adaptação o senhor alienou o patrimônio doclube, o clube que estava em uma situação financeira terrível, deixando aí como foi dito osjogadores sem receber salários e as famílias passando fome. O senhor foi lá e voltou dizendo quenão recebeu nada. Na continuidade disso o senhor terminou o seu mandato como presidente doconselho em que data?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – 15 de janeiro de 2000.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – 15 de janeiro de 2000. O senhor já não era maispresidente do clube?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não era mais presidente.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – O senhor não tinha mais nenhum cargo no MotoClube?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, não tinha mais nenhum.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – E apesar disso o senhor voltou a Tunísia?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Voltei a Tunísia.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – Em nome do clube. Se o senhor não tinha nenhumcargo nesse clube o senhor voltou a Tunísia sem que ninguém lhe desse autorização pra isso.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Só eu poderia receber o dinheiro.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – Tem algum documento que o senhor comproveque o senhor assinou?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, não, lá tem, lá tem.

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O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – O senhor foi lá e o senhor recebeu a 2ª parcelaprevista no contrato de cinqüenta mil dólares?

O SENHOR CASSAS DE LIMA Só recebi uma parcela, só uma parcela e assim mesmoporque só eu poderia receber dele.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES - O senhor disse aqui anteriormente que o senhornão recebeu a primeira parcela porque eles disseram que não tinham o dinheiro e iam pagar osenhor, ia pagar o clube daí a um ano. Então, o senhor deveria estar recebendo cem mildólares, cem mil dólares, então que aquele cinqüenta que enganaram o senhor e passaram prajaneiro. O senhor recebeu os cem mil dólares?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Só cinqüenta mil dólares.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES - Só cinqüenta mil dólares que o senhor recebeu?E porque o senhor recebeu só cinqüenta mil dólares dessa vez?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Porque eles só pagaram cinqüenta mil dólares.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES –Nós queremos saber o porque. O senhor jáentregou esse recibo?. O senhor disse 19 de outubro de 99. É o novo contrato? Não é novocontrato. Esse é o contrato que o senhor assinou, né?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - (inaudível ).

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES - O senhor foi lá pra receber cem? Isso que euquero saber. Fale no microfone por favor.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Nunca recebi cem, falei...

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES - O senhor voltou lá pra receber cem?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Mas aí ele disse que só pagava os cinqüenta. Tive queassinar esse novo contrato que eles me deram tudo em francês o maior problema, e só recebi donovo contrato com cinqüenta mil dólares.

O SENHOR RELATOR SILVIO TORRES – Quem pediu ao senhor que fosse lá?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu tive a primeira vez que eu fui eu tive um compromissolá e assinei toda documentação. Só eu poderia receber, ninguém mais poderia receber. Segundoas informações deles lá ninguém poderia receber, só eu podia receber. Segundo eles, não iampagar pra ninguém mais.

O SENHOR JOSE ANTONIO ALMEIDA - Um aparte senhor relator.

O SENHOR RELATOR ANTONIO ALMEIDA – Se a testemunha tivesse morrido clube nãorecebia?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Qual testemunha? Se eu tivesse morrido? Aí eu não sei, aíé um problema, é um problema a resolver. Bem, é um problema pra resolver.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Senhor Presidente, eu queria ver seeu terminava essa parte. Nós temos outros assuntos para serem tratados importantestambém do Senhor Cassas de Lima. Quando o senhor voltou lá, o senhor comunicoua sua volta a alguém do clube, que o senhor iria lá receber o dinheiro?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Excelência, quando eu fui a segunda vez, tinhamudado a nova diretoria, essa diretoria nunca me chamou para conversar, nunca, foiuma animosidade, uma briga tremenda não houve acordo nem de conversar, não tinhacomo conversar com a nova diretoria. Nunca me chamaram, deviam ter me convidado,nunca ninguém me fez assim um convite para sentar para conversar com eles. Euesperei até meses, nunca.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor então teve a ousadia de porsua conta própria ir receber um dinheiro que era de um clube? Depois de já ter dadoprejuízo ao clube de cinqüenta mil dólares.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Porque eu pensaria que eu recebia pra dar essedinheiro para ajudar o clube e não conseguir receber. O que eu podia fazer?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas, como o senhor vai ajudar o clubese o senhor disse que tinha um novo contrato de 50 mil dólares e devia 30 para oempresário, dez para os jogadores. Como é que o clube ia ser ajudado?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Excelência, quando eu cheguei lá, eu não sabiaexatamente. Eu disse não, o dinheiro eu tenho que tirar o meu agora. O que eu podiafazer? Não podia fazer nada.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Então pela segunda vez o senhor foienganado?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu acho que fui.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Senhor acha que foi?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA- Eu acho que fui pela segunda vez.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E pela segunda vez o clube que osenhor disse que é o clube do seu coração, que o senhor luta por ele, perdeu odinheiro?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu venho lutando há muitos anos pelo MotoClube.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Pela segunda vez o senhor cometeu umato ilegal, recebendo em nome de um clube que o senhor não podia fazer.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Excelência eu fui enganado, eu fui enganado, eu fuienganado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - É não tem nem palavra, mas é difícilentender uma situação dessa. Eu queria te fazer mais uma pergunta.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - O Senhor pode perguntar?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Eu queria perguntar ao senhor oseguinte: quando o senhor concretizou o negócio do Delson lá na Tunísia, ou juntocom o seu Braide, o Presidente da Federação, o Sr. Alberto Ferreira sabia dessanegociação?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Sabia que o atleta tinha sido vendido, não sabiaquanto é que custava. Ele não sabia dessa história, ele sabia só que tinha sidovendido, agora quanto foi não. Depois que eu cheguei aqui quando começou oensaio, eu comentei com o Presidente, olha aconteceu isso, isso etc.... É, eu tambémacho que você foi enganado, mas não tem nada da participação do Presidente nisso.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Ele não teve nenhuma participação enem recebeu nenhum e nem foi prometido a ele?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Nada, nada. A única coisa que eu disse; comigonão. Nunca.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Muito bem, Senhor Presidente, eudevolvo a palavra a V.Exa.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Com a palavra o sub-relator DeputadoEduardo Campos.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Eu queria passar só para o relator já que éum assunto que eu vou tocar. Eu vou tocar outro. Me foi entregue pelo depoente dois recibosque somados dão 40 mil dólares e não 30 como ele depõe aqui, que não dão os 20% do cursodo contrato. Queria também passar uma informação só que o recurso foi recebido exatamenteno dia 19 de outubro e não em maio conforme o contrato assinado pelo seu Braide.

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O SENHOR CASSAS DE LIMA - O contrato, mas não foi recebido, foi só o contrato.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Não, mas o Sr. Braide ficou comos 80% .

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Foi só o contrato, mas não teve recibo.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Foi o contrato, e o contrato rezaque na data da assinatura 50 mil dólares são pagos.

O SENHOR CASSAS DE LIMA _ Mas não foram pagos, não foram pagos. Eu volteide novo porque não foram pagos.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor assinou sem receber?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – O que, que eu vou fazer, eles mandaram assinar ena hora disseram que não pagava, eu não podia fazer nada. Eu denunciei para afederação da Tunísia, denunciei pra todo mundo, o que que eu podia fazer? Por issoeu vim prestar esclarecimento aqui pro povo saber, pois é o que ele vai dizer aqui:convidam.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - ( inaudível)

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não, mas é porque o povo vai saber o que elefez. Porque eles me enganaram lá, aqui podia ser... Eu queria que ele dissesse aqui oque aconteceu pra todo mundo saber. Convidei.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Seu Cassas, o senhor depôs naCPI em Brasília, eu tive a oportunidade de representando a CPI está na Bélgica,aonde estive com autoridades da Bélgica, com a autoridades brasileiras na Bélgica,com diversos jogadores, com diversos empresários. O senhor já está depondo pelasegunda vez, contrariando o depoimento de vários outros que aqui prestaram sobrejuramento de falar a verdade. Quero dizer ao senhor que o seu sigilo telefônico foiquebrado e é do conhecimento dessa CPI . Eu quero dizer ao senhor que eu relatei todaa minha passagem na Bélgica durante seis dias a CPI. Eu vou lhe fazer perguntas eunão queria passar pelo constrangimento de ser eu que vai requerer medidas maisseveras em relação ao senhor. Nós quando descemos aqui no Maranhão, pororientação do Presidente e do relator fomos claros com a imprensa que nãogostaríamos de constrangir quem quer que seja no Maranhão, mas o senhor estáinsistentemente nos constrangendo com meias verdades, com meias palavras. Aminha tarefa nessa CPI é investigar a transferência de menores do futebol brasileiro,dentro do futebol brasileiro a partir do centro de treinamentos, de estudos de fachada etambém do futebol no exterior . Eu queria saber do senhor, o senhor tem alguma firmano seu nome?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Nenhuma firma, nenhum jogador de menor para oexterior.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor tem a procuração dealgum jogador? O senhor é procurador de algum jogador?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA– Não. Não tenho procuração de nenhum jogador.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor tem conhecimento comalgum empresário brasileiro ou estrangeiro, que atua na Bélgica?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Também não tenho. Já tive com Rubilota moravalá, que veio aqui, depois nunca mais tive nenhum contato.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O Senhor chegou a oferecerjogador a algum empresário de futebol na Bélgica nos últimos dez anos sem ser oRubilota?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Deixa eu ver. Empresário na Bélgica... há uns anosatrás me recordo recebi um telefonema de um empresário Português na Bélgica,aonde ele solicitava se eu tinha algum jogador, aí eu disse pra ele que eu tinha algunsjogadores novos. Convidei até para vim ao Maranhão, mas que se ele viesse aoMaranhão pra ver si tinha algum jogador. Mas ele, ele que me telefonou e nãorecordo, eu sei que era um empresário Português.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor nunca ofereceu nenhumjogador? No depoimento que V.Sia. prestou, está aqui todo lido e cotejado pelaassessoria dessa Comissão. O senhor disse que jamais foi empresário, sempre foi umhomem bondoso, um médico...

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu nunca fui empresário de jogador não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO – Agora o senhor está depondo aqui dizendoque, tinha uns jogadores e que lhe ofereceu.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não como empresário, eu apenas ofereci.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Estou querendo estabelecer osparâmetros, o senhor é médico, dirigente da federação, foi dirigente do Moto etambém é intermediário do futebol, é intermediário como o Raimundinho é, comooutros são, como Braide que é o seu parceiro é.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Ele não é meu parceiro, ele é meu amigo.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Parceiro de negócios, viajaram juntos: umamigo que existe dentro do Moto, mas tudo bem: deixa eu chegar lá. O Senhorrecebeu ou ofertou a algum empresário brasileiro, radicado na Bélgica, algumjogador de futebol?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu não recordo. Isso eu não recordo.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Sim ou não? O senhor disse quenunca tinha feito intermediação, hoje já disse que intermediou esse português. Eu estoulhe perguntando.

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O SENHOR CASSAS DE LIMA - Que idade do jogador? Profissional?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Idade não. Eu quero saber...

O SENHOR CASSAS DE LIMA - É profissional? Jogador profissional?

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - profissional ou menor, não interessa.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, de menor eu nunca ofereci pra nenhum.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - De maior?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - De maior eu fiz contato há muito tempo com esse;deixa eu ver com a Bélgica, Bélgica... eu não me recordo não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Então eu estou convencido senhorpresidente de que o depoente está mentindo agora não é mais em relação a palavrados outros aqui, pois em tomada do depoimento que fiz na Bélgica, na Antuérpia, ojogador brasileiro hoje empresário, membro do escritório da FIFA, jogador Assisdisse a mim diante da imprensa brasileira, e funcionários da embaixada, que o SenhorCassas, usualmente oferecia jogadores ao futebol Belga e que ofereceu a ele também,Assis.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - V.Exa, peça, peça...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Dr. Cassas sou eu que estoufazendo as perguntas.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Excelência peça pra ele fiscalizar essestelefonemas que eu quero ver: eu nunca disse isso para o Assis. Nunca.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor conhece umfuncionário com nome de Otávio na embaixada da Bélgica?

O SENHOR CASSA DE LIMA - Otávio?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Nunca o viu?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não conheço, não conheço.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Nunca ouviu esse nome?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Otávio não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor participou danegociação do Rubenilson junto com Rubilota para o futebol Belga?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não, eu participei não, eu tentei comprar foicomprada aqui no Brasil, Rubilota comprou o jogador, ele comprou o jogadorRubenilson, ele comprou vários jogadores aqui Excelência.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Não quero saber se ele comprou:tudo mundo sabe. Eu quero saber se o senhor participou? Olha a resposta.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu indiquei, ele perguntou, eu indiquei, ele viu ojogador e comprou.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Recebeu quanto por isso?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Nenhum dólar.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Em real, recebeu quanto?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Nem um real.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Marco?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Nada.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O Senhor tem conta lá fora?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Nunca tive. Nunca tive conta lá fora.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Os quatros jogadores que juntocom Rubenilson foram para a Bélgica, foram apontados pelo senhor para o Rubilota?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Ele veio aqui assistiu e comprou os jogadores.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O Rubilota alterou adocumentação desses jogadores. O senhor teve alguma participação nisso?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Nunca tive, inclusive só sei que ele comproujogadores profissionais que ele comprou eu não sei de passe de nenhum jogador.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Foi o senhor que apontouRaimundinho para Rubilota?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Ele veio aqui e assistiu o Raimundinho jogando egostou dele.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Foi o senhor que apontou oRaimundinho? O senhor estava com Rubilota recebendo Rubilota na sua casa quandoRaimundinho foi escolhido. Foi assim?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Assistir um jogo, vários jogos de Raimundinho,gostou de Raimundinho e quis comprar o Raimundinho.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Quem tratou da documentação do Raimundinhopara ele sair daqui?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu não sei.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Foi o senhor ou Rubilota?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Nunca. Eu nunca tratei. Está ai, o Raimundinhoestá presente pode dizer, que eu nunca troquei documento de Raimundinhonenhum. Nunca .

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Quer falar Raimundinho?'

O SENHOR RAIMUNDINHO - É tudo aquilo que eu lhe falei no inicio. Eu volto aafirmar aquilo que eu falei no inicio do meu depoimento.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Eu quero saber do documento nafederação. No cartório o senhor já nos disse: na federação foi o Cassas que levou acertidão de nascimento sua, toda documentação foi o Cassas junto com Rubilota?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES - Isso eu não posso lhe afirmar, porquecomo....

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Mas você entregou o documento aquem? A certidão que o senhor mesmo tirou reduzindo a idade em 3 anos, o senhorentregou: no seu depoimento o senhor disse que entregou ao Rubilota.

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES - Foi.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS O Rubilota estava hospedado aonde?

O SENHOR JOSE RAIMUNDO LOPES - O Rubilota na época estava hospedado nacasa do Dr. Cassas e foi entregue o documento ao Rubilota..

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Eu queria que o senhor meajudasse .

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Ajudo sim.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor está vendo a sua situação;onde o senhor bota a mão tem uma certidão falsa. O senhor botou a mão no Fernando,no Joaquim, o Carioca foi quem fez, segundo o seu depoimento, o documento para osenhor.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Esse Fernando não era jogador do Moto, era doExpressinho.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Mas o senhor está no meio, está noinquérito. O senhor está no meio da confusão.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Mas eu fui absolvido.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Tudo bem, mas estava no meio daconfusão. Ai depois o senhor bota a mão no Kleber, ai o Kleber, Klebenilson tem duasfirmas, tem passaporte, e está essa confusão toda. Ai o senhor vai aponta quatrojogadores para o futebol Belga, junto com o Rubilota. Ai esses jogadores temdocumento falso, idade adulterada, dois deles foram abandonados, um foi adotadocomo jornalista francês, hoje é livro na Bélgica, os quatros jogadores, são um livro queeu trouxe, mostrei na CPI, redigido pelo jornalista Daniel Renart. Então hoje o senhorbota a mão no Gil, ai tem dado, documento de gente morta.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - O Gil não foi vendido.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Calma, mas o senhor está no meio.Teve gente...

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não, eu apenas dei um atestado.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor deu atestado; sim, mas osenhor está no meio. Ora, o senhor está no meio indo buscar o dinheiro, ora o senhorestá no meio apontando, mas no meio; onde o senhor está tem documento falso, temmenor sendo abandonado.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu fui vitima...

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Com a palavra o Senhor DeputadoEduardo Campos. Vossa Senhoria não pode interromper.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS- Então, Doutor Cassas, sei que esse relato, achoque o senhor tem uma grande oportunidade. O senhor como profissional, médico que é,uma pessoa que precisa da reputação, para exercer sua função, uma pessoauniversitária. O senhor na verdade nunca devia ter se metido neste tipo de coisa. Osenhor tem uma grande oportunidade, está ai a imprensa, a opinião pública doMaranhão acompanhando isso; não é com pouco constrangimento que a gente faz essetrabalho, onde eu tenho muito menos idade do que o senhor. Eu queria dá oportunidadee me proponho agora em lhe ouvir, ajude os menores brasileiros que foram jogadosnesse inferno que eu vi, abandonados na Europa, detone o que o senhor sabe, fale averdade, porque a única forma do senhor se recompor na sua consciência, com aopinião pública do Maranhão, que sempre lhe admirou como um grande médico, é osenhor parar de mentir para nós, é o senhor ajudar a reconstruir o futebol maranhense.Talvez tenha sido vítima de tudo isso, o senhor está com a palavra. O senhor pode nosajudar e fazer a sua história ficar registrada, o senhor está agora em uma encruzilhada,se o senhor vai pra cadeia, está certo, pode até sair amanhã, o senhor vai pra cadeia epra execração pública, o que não é bom para o senhor, para os seus filhos, para a suaesposa, para seus amigos, ou o senhor reconstrói essa história agora e diz como é que éessa fábrica de gatos, diz como é que são esses clubes de fachada que vivem mandandojogador, para clubes de São Paulo, que tenho comigo isso. Hoje o Primeiro Ministro daBélgica, está depondo lá no Senado Belga, o senhor pode está detonando o esquema naEuropa, porque se existe aqui no Maranhão, tem lá na Europa também, tem na Bélgica.Isso tudo pode ser detonado pelo senhor, porque o senhor sabe de tudo, o senhor sabe oque acontece nessa Federação Maranhense de Futebol, que é por lá é que tem lama, quenão tem registro que não seja feito sem a participação do senhor Mundico, que nós

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vamos ouvir, do senhor Emanuel e do Presidente Carlos Alberto. O senhor sabe de tudoisso. Eu sei já de tudo isso, que não moro aqui, imagine o senhor. Então fale a verdade,sai dessa situação humilhante que o senhor está e fale a verdade.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Senhor Presidente, eu vou dizer o que eu sei, e voucontinuar dizendo, os jogadores, quando foram com o senhor Rubilota eu não sei denenhuma participação de mudança de idade. Honestamente, nunca soube, soube daconfusão depois. Outra coisa: eu nunca participei de nenhum jogador menor de idade,nem indiquei e nunca mandei nenhum jogador de menor de idade para o exterior e nempara outro estado. Quero as provas para que eu possa mostrar que eu nunca indiqueinenhum jogador de menor com toda honestidade, e eu não sei se a Federação doMaranhão participa de nenhum esquema de jogador para o exterior, nem para outroEstado de menor idade. Honestamente, nunca soube disso, estou surpreso com essahistória. Viu excelência, eu não sei de nenhum caso.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - O senhor não quer usar essa oportunidade, eu voupassar para outro companheiro para que possa interrogar porque eu vou atender umtelefone. O senhor não quer usar essa oportunidade, o senhor está perdendo a chanceque foi dada.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Mas eu não posso mudar...

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Com a palavra o Senhor DeputadoPedro Celso.

O SENHOR DEPUTADO PEDRO CELSO - Olha Senhor Presidente, o que ficouclaro aqui que o depoimento o tempo inteiro, uma série de contradições, para mim,mentiras senhor presidente, foram ditas aqui desrespeitando a legislação e tudo mais, acomeçar pelo caso do jogador Kleber, da conversa que houve lá no Ali - Babá de que osdocumentos estavam de posse, foi dito aqui novamente, estavam de posse do DoutorCassas e com testemunha da Polícia Federal, com testemunho de várias pessoas aqui, aforma como Vossa Senhoria foi tão generoso, tão ingênuo, um homem que primeirochegou aqui, gabando-se muito do seu Curriculum, das muitas experiências, das suasexperiência no Hospital de São Paulo, da sua residência, das várias associações queVossa Senhoria participa, dos congressos, muitos que Vossa Senhoria participa edefende tese, do seu amor pelo Maranhão, do seu amor pelo Moto Clube. Agora, pranós Doutor Cassas, pra mim, não falo por nós, mas falo por mim, as versões que VossaSenhoria apresentou aqui, são versões que não convencem absolutamente uma pessoaque tem a boa vontade de querer entender as coisas, não vai compreender, não vaientender e eu gostaria de perguntar a Vossa Senhoria, a relação que Vossa Senhoriatem com o Presidente da Federação Maranhense de Futebol. Ha quantos anos o senhortrabalha com esse senhor Alberto, Presidente da Federação, com o senhor Manoeltambém Diretor Financeiro da Federação. Queria perguntar ao Senhor, o senhor achanormal, é tranqüilo que o tesoureiro da federação tenha um clube, o Boa Vontade, ele édono do Boa Vontade, que emprega aqui nosso amigo Raimundinho. O senhor achaisso tranqüilo no futebol. O senhor confirma a informação que foi dado aqui, o senhorBraide era o diretor do Moto Clube e agia como empresário do Moto e agiu com osenhor na Tunísia, disse que o senhor que tinha uma dívida com o clube, o senhor é umhomem de uma formação acadêmica, de formação intelectual, uma formação bastanteelevada nos padrões brasileiros, como em qualquer lugar do mundo, de não conhecer os

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limites que Vossa Senhoria tinha, de mesmo tendo sido afastado, já não senho maismembro do Conselho Deliberativo, já não sendo o seu presidente de sair daqui pra irrepresentar o clube lá sem nenhum escrúpulo legal, sem nenhum instrumento que lhedesse essa oportunidade. O senhor cobra da antiga gestão, cobra direito seu, não estouaqui defendendo a antiga gestão, nem conheço, estou conhecendo as pessoas hoje aqui,um rigor com as contas, compra da antiga direção, um rigor com todos os documentosdo Moto, mas Vossa Senhoria age totalmente a margem da lei, totalmente a margem dalei e dos estatutos do Moto Clube. Quando mesmo sem ter qualquer mandato, mesmosem ter qualquer cargo, vai para um país para receber dinheiro. Paga uma pessoa quediz que tem uma dívida; V.Senhoria me perdoe, mas para quem diz que tem o amor quetem pelo futebol, pelo Moto Clube e paga uma dívida de dezenas de milhares dedólares, na situação que se encontra um clube como o Moto Clube, como muitos timesde futebol pelo Brasil afora, por práticas como essa. É que nós estamos vendo noBrasil e é o motivo dessa CPI. Os clubes na bancarrota e os dirigentes vão muito bemobrigado. Agora, os clubes de futebol muito mal. Então eu pergunto, o senhor achanormal isto, o Braide ser diretor do clube e se passar por empresário, recebercomissões por venda de jogadores do clube. Vossa Senhoria ir a esse país e semnenhum tipo de procuração, sem nenhum tipo de direito seria o caso, receber dinheiro,que Vossa Senhoria não tinha autoridade, não tinha competência, não tinha nenhumaprocuração pra receber. Eu queria que Vossa Senhoria, um médico, uma pessoa quemostrou um Curriculum desse ai, de passar dinheiro para alguém que não prova queexiste a dívida, de os números não baterem em lugar nenhum de amar o time, de amaro clube e de concordar com esse tipo de prática; o diretor negocia jogadores, o diretorrecebe dinheiro que ninguém sabe se a dívida existe ou não e o senhor vem aqui nosfalar que pertence a congregação não sei das quantas, a "N" entidades por ai. Eugostaria que o senhor, apelando aqui como apelou o Senhor Eduardo Campos, buscasserecuperar a sua biografia porque hoje o que eu sinto aqui Doutor Cassas ela está indopara lata do lixo, se o senhor me permite a expressão do povo do Maranhão, nem ostorcedores do Moto Clube, nem o futebol maranhense, nem o futebol brasileiro mereceas práticas que nós estamos vendo aqui. E deixar claro que esse tipo de coisa; oDeputado Eduardo Campos foi muito feliz quando disse aqui que não só existe aqui noMaranhão e existe lá na Bélgica também, na Europa, como existem outros estadosbrasileiros, mas hoje essa Comissão Parlamentar de Inquérito está investigandoquestões no Maranhão, como amanhã está em Goiás, está em Minas Gerais, estará noRio Grande do Sul e em tantos outros lugares, mas hoje a questão nós estamosinvestigando aqui; e Vossa Senhoria apareceu como figura central desses desmandostodos, e eu gostaria talvez por último, Senhor Presidente, que Vossa Senhoria nosdissesse sobre essa prática de ser diretor, de receber dinheiro sem procuração, semencargo, absolutamente nada.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Com a palavra o depoente, senhorCassas de Lima.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Excelência quando eu fui pela primeira vez paraBélgica, eu fui com a autorização do Presidente. Na segunda vez eu até admito que foium erro da minha parte porque eu tinha um compromisso lá, e queria que fossecumprido aquela promessa que eu tinha feito de receber o dinheiro, admito até que fuienganado como já disse anteriormente, agora outra coisa eu não posso.. VossaExcelência perguntou se eu achava que era de direito da federação ter um tesoureiro de...não compete a mim Excelência tomar essa decisão, não posso dizer porque eu sou

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Vice - Presidente e já encontrei ele lá, eu só sei que é um funcionário que colaboramuito com o futebol do Maranhão; e outra coisa Excelência eu não sei se a Federação oPresidente Alberto, nunca na minha vida; eu já assumi várias vezes a Federação nunca;tem o sindicato da federação do meu conhecimento interno. Logicamente eu nuncasoube disso, não sei, não posso, se eu tivesse eu diria aqui porque eu iria incobrir, maseu não sei nenhum.

O SENHOR PEDRO CELSO – (inaudível)

O SENHOR CASSAS DE LIMA – A nomeação de Hyrosh não foi daqui de São Luísdo Maranhão. Não foi. E outra coisa: as vezes excelência, sai é o jogador que nãopassa nem pela federação, tem jogador que vai para o exterior, vai para cá, não passanem pela federação não é filiado à federação, chega dois amadores não são filiados àfederação, você não tem obrigação. Quando ele é filiado, tem ficham, tudo bem: mastem jogador que não passa pela federação. O Estado é muito grande, como a federaçãopode saber? É isso que eu tenho a dizer.

O SENHOR PRESIDENTE - Com a palavra o deputado Jurandil.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Senhor Presidente, não pudeacompanhar todo depoimento do doutor Cassas porque estava atendendo a uma outradesignação da Comissão, e por isso mesmo talvez eu venha até ser repetitivo e pra mepoliciar em relação a isso; eu vou falar de um assunto novo. Mas como eu vi asrespostas do doutor Cassas nesse momento, e o senhor disse que não sabe de nenhumgato na federação, eu vi o senhor falar?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Que a Federação que eu participasse não. Nunca.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Então eu quero lhe apresentar osenhor Raimundinho aqui, que confessou; o senhor conhece o Raimundinho? Ele égato.

SENHOR CASSAS DE LIMA - Conheço.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Ele alterou a idade dele, alterou o nome dele, foiregistrado na federação maranhense, ele voltou a ser o Raimundinho de novo.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Excelência isso foi há dez anos atrás, eu falo a partirde agora, os jogadores de menor idade que eu falei que eu expliquei; eu nunca soube,jogadores de menor idade eu nunca soube. O Raimundinho fosse há dez anos atrás, masatualmente depois que... eu nunca vi um caso de gato na federação de jogador de menoridade, eu nunca vi, não sei de nenhum caso.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- O senhor conhece Rosenilton TorresAraújo?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - De nome assim eu não sei.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Canhoto. O jogador Canhoto? Jogana Bélgica.

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O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não conheço, nunca ouvi falar.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Pois o Canhoto é um jogadorconhecido, a crônica o identificou e o Rosenilton tem simplesmente duas certidões denascimento.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não conheço.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – E foi transferido através dafederação.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Excelência, eu sou Vice Presidente nessa parte, emrelação a polícia, eu raramente, eu não sou lá, eu só assumo a presidência quando opresidente viajai, eu e outros presidentes é por meses, mas eu assumo, mas eu não tenhoconhecimento, não sei de nenhum caso.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor assumiu quantas vezes apresidência da federação?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Uma vez. No ano passado eu assumi uma ou duasvezes só. O Presidente viaja dois, três dias eu assumo, tem outros presidentes queassumem, só esses casos assim raros que eu assumo a presidência quando o presidenteviaja.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Doutor Cassas um lugar comum,que praticamente toda a investigação que passa por certidões de nascimento falsificadasou duplicatas, certidões de nascimento, situações de falsificação de outros documentos,adulteração de idade tudo, o ponto comum é o seu nome. A questão de recebimento deconcursos fora do Brasil sem autorização, contrato de participação no passe de jogador.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Nunca tive participação em passe de nenhumjogador, a não ser o Kleber que tinha...

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL – Mas o senhor tem. Eu estou aqui com umcontrato seu de 40% de participação no passe...

O SENHOR CASSAS DE LIMA – De quem?

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – De Kleber.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Tudo bem.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Todas essas acusações que o senhor recebeuinclusive dos nossos depoentes aqui. Eu pensei até que nós sairíamos daqui doMaranhão especialmente daqui de São Luís, com uma impressão deferente daquelacom a qual nós chegamos aqui. Eu infelizmente quero dizer, que na parte dodepoimento, dessa parte que eu ouvi, de pessoas a seu respeito, acabaramconfirmando algumas suspeitas nossas de que nós precisamos fazer transformaçõesmuito grande no futebol brasileiro. Uma das funções dessa CPI, é propor uma

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legislação, é propor uma legislação, para que o futebol brasileiro e sua organizaçãotenha uma outra configuração, uma configuração séria e diferente da que tem hoje. Osenhor nos ajudou muito nisso, já nos ajudou muito a pensar que isso é necessário eque nós temos que fazer. Mas eu queria finalizar, perguntando não só na questão dejogadores como especificamente o caso de Gil, eu tinha lhe feito essa pergunta e mechamou muito atenção esse caso de Gil, o caso do exame médico que o senhor faznos jogadores; o senhor tem o cuidado ou tem a preocupação de quando faz essesexames, o senhor tem consciência de que o senhor está participando de uma fraudeenorme ou o senhor se considera que apenas o senhor é um profissional, e se lhechegarem as mãos documentos falsos, o senhor não tem nada a ver com isso? E osenhor age como médico apenas como médico, ou o senhor acha que um dirigente dofutebol maranhense, o senhor teria responsabilidade. Eu falo no geral, masespecificando esse caso do Gil que foi um jogador que talvez seja o maior escárnioque pode ter havido em termos dessas irregularidades, porque ele usou uma certidãode nascimento de uma pessoa que existe, sendo um jogador de notoriedadeconseguiu sair do futebol maranhense para o exterior, com toda a sua documentaçãoem nome de um terceiro. E o senhor foi uma das pessoas que contribuiu para isso. Osenhor me conferiu aptidão física, com uma documentação completamente forjada.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Excelência, eu estava falando com o delegado,eu admiti que daí por diante , só com a carteira de identidade para que não cometesse.Eu acredito que houve um erro, involuntariamente da minha parte, porque eu nãotinha nenhum interesse apenas mandar uma documentação que não tinha culpa. Euerrei porque não fui olhar a documentação. Agora, todo atleta que passar tem que dartoda documentação, carteira de identidade para evitar essas complicações para quedepois não caia sobre mim; sempre sou o responsável sem nenhuma colaboração,como médico na hora sou responsável. Então a partir daí eu comecei fazer umafiscalização rigorosa.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO –Muito obrigado Deputado JurandilJuarez. Passo a palavra para suas colocações finais ao deputado Silvio Torres relator;tem a palavra V.Exa.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Senhor Presidente, eu infelizmente euperdi uma parte do depoimento do senhor Henrique, eu queria retornar um assuntoque parece que foi levantado e saber se ele repetiria o que ele falou, segundo mecontaram que o depoimento criou, que é o fato de ele ter dito que teria encontradodocumentos em branco na casa do senhor Antônio Cassas ou em algum outro local. Osenhor poderia repetir?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Eu não posso provar, como disse no meudepoimento anterior, mas conversando na época com o Walber Cutrim o então agenteda Policia Federal no gabinete do superintendente Lemos numa segunda-feira após oocorrido do Kleber que foi numa sexta e ele me amostrou naquela ocasião, osuperintendente Lemos me mostrou o relatório do agente Walber Cutrim que está aíno documento que eu apresentei; se não me engano é a terceira ou a quarta folha dodocumento que eu apresentei aos senhores tem aí o relatório. Muito bem, lendo esserelatório eu tive a oportunidade de ficar pelo menos entre meia hora e uma hora derelógio com esse pessoal conversando sobre um antigo processo que já havia contraCassas e que eu não sei dizer, só sei que havia, há 6 ou 7 anos atrás havia um

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processo no qual ele era um dos arrolados, não sei qual foi o resultado do processo,mas ele conversando comigo sobre isso e naquela oportunidade Walber Cutrim meconfidenciou, confidência não, conversando na sala só estávamos nós três, ele medisse que estava acompanhando de muito pertinho os passos de Cassas,acompanhando inclusive; isso eu não falei mas vou falar agora, também porque mepassou, eu não achei relevante que ele estava acompanhando Cassas, inclusive comfotografias de Cassas com um dirigente de um Clube lá do São Cristóvão que eu nãosei quem é, um clube de amador, ele vivia nos finais de semanas na periferia de SãoLuís, conversando com jogadores, vendo pelada de jogadores e tinha fotos tiradaspela Policia Federal não sei por quem e que estava sendo motivo de investigação.Além do que, nessa oportunidade fiquei sabendo que a Policia Federal estavainvestigando o fato de que o senhor Cassas de Lima possuía um bloco de certidão denascimento e cujo o bloco de certidão de nascimento tinha sido oriundo do Cartório dadoutora Margarida, do cartório da Dra. Margarida no João Paulo. Essa informação foique eu dei e confirmo e quem me deu essa informação foi o agente Walber Cutrim.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Tinha mais alguém com o senhor?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Estávamos eu, ele e o superintendente Lemosque hoje se não me engano esta lá em Minas Gerais.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Bem, uma outra questão que eu queriaperguntar ao senhor...

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Excelência, eu posso me defender?

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Pois não, o senhor tem todo o direito.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu queria ver esse processo da Policia Federalpra dizer o que esse moço está dizendo: isso é uma mentira; eu vou lhe processarporque você está mentindo. Como é que eu vou ter certidão de cartório de dona...converse com essa dona de cartório pra saber se isso é verdade; mas não inventa umahistória dessa.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Eu não afirmei, eu disse que estava sendoinvestigado este fato.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Que conversa é essa?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Eu não vi eu não posso provar, provaria. Eunão vi e não posso provar, estou dizendo que estava sendo averiguado o fato dainformação de que você teria um bloco de Certidão de Nascimento do Cartório de D.Margarida: se eu tivesse visto, e se eu tivesse concretamente essas informações eudaria com maior prazer.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Chama a D. Margarida pra saber se é verdade.

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE – Ah! ela não vai dizer.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Muito bem; eu estou satisfeito já comessa resposta. Eu queria fazer uma outra pergunta que é o seguinte; o senhor declarouaqui no seu depoimento que o senhor assumiu a Presidência do Clube e o senhorCassas era o Presidente do Conselho Deliberativo, era um dos membros importante,eu não me lembro: era presidente do conselho quando o senhor assumiu: isso ocorreuem janeiro de 98, se não me engano. E que o senhor recebeu a visita do senhor AntônioCassas de Lima, a primeira visita que o senhor recebeu dele, ele lhe fez uma proposta.Eu gostaria que o senhor repetisse.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Eu não recebi a visita, eu fui ao consultóriodele.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor foi ao consultório?

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Se eu falei que recebi, foi um engano: eu fuiao consultório.

O SENHOR DEPUTADO- Tudo bem; o senhor disse que recebeu dele uma proposta.Eu queria que o senhor reafirmasse.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE – Pois não. Naquela oportunidade ele já disse;eu vou até melhorar a colocação que eu disse, dá mais detalhes. Naquela oportunidadeele chegou pra mim e disse: olha, com aquele jeitão dele. Olha, eu tenho umdocumento na federação, ele foi logo dizendo isso, eu tenho documento na federaçãoque o passe do Kleber é 40% meu. Então, qualquer negociação que Ruba cobre, euquero os meus 40%. Está aí no documento e que inclusive retificação judicial delejunto a justiça desportiva, relativo a isso. Eu disse: olha Cassas isso é uma coisa que setem que conversar; eu estava assumindo. Então, eu não poderia chegar e dizer: estácerto ou não está certo. Apenas disse a ele, é uma coisa que tem de ser conversada,tem de ser averiguada etc, etc, etc. E o Cassas disse pra mim: eu não tenho provassenhores, isso foi uma conversa entre eu e ele no gabinete. Mas eu sou mentiroso: eledisse, nós temos oportunidade de ganhar dinheiro, usando jogadores que a gente trazdo interior, a gente filia ao Moto Clube de São Luís, quer dizer, ele queria fazer doMoto Clube um Boa Vontade: a gente filia ao Moto Clube de São Luís e a genteconsegue vender: quer dizer, o Moto serve de ponte para essas filiações. Detalhe,nunca aconteceu isso na minha gestão. E eu, 24 horas depois dessa conversa queeu tive com ele, eu fui a federação, levando um ofício do Moto Clube de São Luís,solicitando que a federação não aceitasse qualquer que fosse a transação, que nãotivesse a minha participação, a minha assinatura, sob pena de responsabilizar afederação e a CBF, porque eu já sabia através de informações, no futebol uma vez queeu era não era dirigente do clube, eu já sabia dessas transações do Cassas. E digo mais,esses quatro jogadores que os senhores, representam a Bélgica, esses quatro jogadores,eles são um problema muito grande e o senhor deve ter verificado bastante. Isso émotivo de uma viagem do senhor Sebastião Murad, porque na época, talvez o senhornão tenha esse documento, na época o presidente do Moto Clube de São Luís chamava-se Sebastião Murad e esses jogadores eram, não tenho certeza se os quatro, mas eleseram vinculados, filiados ao Moto Clube de São Luís, e foram vendidos para Bélgicapelo Rubilota, sei lá com quem, não me interessa, com a assinatura liberatória dosenhor Cassas de Lima. E o senhor Sebastião Murad foi à Bélgica, o senhor SebastiãoMurad foi à Bélgica buscar esses jogadores de volta, criou um problema muito grande e

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ele voltou com essa documentação. Ele está aqui em São Luís, ele é ex-deputado.Portanto, eu estou mentindo, é só chegar e falar com Sebastião Murad para saber se euestou mentindo.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Excelência, essa história do Kleber, dos quarentapor cento, tem um documento na federação dado pelo presidente na época. E outracoisa, essa história que ele está dizendo aí de Sebastião Murad, ele me autorizou naépoca a arranjar venda para o jogador. Quem recebeu o dinheiro fui eu? Dos própriosjogadores, foi que recebi o dinheiro? Aí então você está mentindo aqui. Excelência,quem recebeu o dinheiro dos passes dos jogadores? Tem que saber né? Isso foi há unsdez anos atrás essa história. Quem recebeu esse dinheiro? Não fui eu. Não recebi umdólar. Prove. ( inaudível)

Quem foi que recebeu o dinheiro dos jogadores do Moto, rapaz? Eu quero saber quemrecebeu o dinheiro dos jogadores do Moto ? Quem recebeu o dinheiro dos jogadoresque foram vendidos para o Moto? Quem recebeu Excelência? Foi vendidos jogadores,quem recebeu o dinheiro dos jogadores do Moto? Quem recebeu? Você diga quem foi.Eu não foi.

O SENHOR SILVIO TORRES - Você está perguntando a mim?

O SENEHOR CASSAS DE LIMA – Não, pra você perguntar a ele.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Eu não falei em dinheiro, eu falei que quemautorizou a transferência do jogador, foi você usando o nome do presidente do Motoque você não era. Você usou o nome do presidente do Moto.

O SENEHOR CASSAS DE LIMA – Mas eu era presidente do ConselhoDeliberativo.

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE – Você usou o nome do Presidente do Moto nãonos fez assinar com a Tunísia e você não era.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Eu era presidente do Conselho Deliberativo etive o patrocínio na época para arranjar negociação. E quem recebeu o dinheiro dosjogadores vendidos?

O SENHOR ANTONIO HENRIQUE - Não pergunte para mim não, rapaz.

O SENHOR SILVIO TORRES - O senhor assinou esse atestado de liberatório dosjogadores?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Assinei e dei autorização para que fosse...

O SENHOR ANTÔNIO HENRIQUE - Pergunte para o presidente se ele tem essaautorização. Pergunte para o Presidente. Ele foi a Bélgica verificar essa falcatrua.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Quem recebeu o dinheiro da transação dosjogadores?

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O SENHOR SILVIO TORRES - Senhor Presidente, eu queria fazer mais umapergunta ao depoente. Eu queria perguntar ao senhor Antônio Cassas, se ele conhece oDrº Eurides Serra Ferreira?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Advogado daqui de São Luís, eu conheço.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor conhece?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu conheço.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Senhor já teve contato profissional com ele?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Sobre qual aspecto Excelência o senhor se refere?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Profissional. O senhor já teve algum,alguma vez o senhor se valeu dos serviços profissionais dele?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Não.

O SENEHOR SILVIO TORRES – Como o senhor o conhece?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Conheço porque ele era membro da Federação,eu o conheci na federação e como advogado que ele é na cidade.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor tem uma informação que euvou transmitir para o senhor afirmar ou não como quiser. O Senhor fez uma propostaao Doutor Eurides Serra para que ele cuidasse da documentação dos jogadores,ajeitasse a documentação dos jogadores e com isso ele teria uma porcentagem,receberia 2 mil dólares por cada um?

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Nunca senhor deputado, eu nunca fiz propostanenhuma, pode chamar ele pra ele dá o testemunho aqui.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor nunca fez essa proposta?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu nunca fiz essa proposta. Nunca.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Senhor Presidente, eu estou satisfeito.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Mais algum deputado quer fazeralguma questão? Para uma última questão, o deputado Eduardo Campos.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Eu queria só, para fim de registro,deixar aqui colocado que nós recebemos da Assembleia Legislativa do Maranhão, asnotas taquigráficas dos depoimentos aqui prestado na CPI da Bola no ano de 1.994,que foi interrompida, o mandado que foi buscado na Justiça, por pessoas que nãoqueriam ver prosseguir aqui em 94, uma CPI para examinar, já em 94, tudo isso quenós estamos hoje, sete anos depois tratando. Acabamos de receber e aqui tive otrabalho de ler e o depoimento do jornalista Herbeth Fontenelle, ele responde àsperguntas de Benedito Coroba, que foi deputado aqui, como também do deputado

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federal, Gastão Vieira, que numa passagem, já com a preocupação também dedocumento falso, de venda de vaga do Sampaio Corrêa no Campeonato Nacional equestões da federação, é tratada questão de remessa de jogadores para o exterior. Enuma resposta o jornalista diz aqui ao vivo nessa Assembléia. Agora, essa históriapode ser contada, quem sabe dessa história todinha é o Dr. Cassas de Lima, e umcidadão chamado Enéas Motoca, foi quem começou a levar jogador daqui para aBélgica, para o exterior, inclusive a Polícia Federal tem alguma coisa nesse sentido,porque já foi gente presa. O senhor Motoca foi detido com dois jogadores e ele ialevando porque falsificou idade. E foi detectado isso na polícia federal e ele passouvários dias preso; ou seja, mais um caso desde 94, de conhecimento, depoimentoprestado que dar conta do Dr. Cassas no centro dessa questão. E para terminar, eugostaria de indagar e fazer esse registro. O senhor assinou...

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Só para colaborar com V.Exa. Euperguntaria ao Dr. Cassas, se ele se recorda da existência dessa CPI da Bola aqui naAssembléia?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu quando fui membro da federação, fuiconvocado para depor e depus na época.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor nessa CPI lá no Congresso,na Câmara, eu fiz a pergunta ao senhor; o senhor disse que não tinha conhecimentodessa CPI aqui na Assembleia. Está registrado nos Anais desta Comissão.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu não me recordo, nessa época, já faz tantotempo porque senão eu teria dito, não tem problema nenhum, é porque eu nãorecordei na época.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Muito obrigado, só para registro.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Eu gostaria de solicitar senhorpresidente, à Assembléia que mandasse o depoimento do Dr. Cassas porque esse nãoveio; de vários outros depoentes estão aqui menos do Dr. Cassas. Só para fechar aqui apergunta: o Jackson, o senhor assinou essa ficha da Confederação Brasileira deFutebol?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Assinei.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E, a idade do Jackson aqui, estáadulterada?

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Mas eu, como disse a V.Exa. eu não vi a idadedele, eu só fiz examinar o jogador. Eu não sabia se esse documento estava certo ounão, porque não cabe ao médico, nessa época viu, depois que aconteceu isso foi que eucomecei a questionar: como eu ia saber se a idade dele era essa. Me deram uma ficha ea ficha, o que é que eu vou fazer? Eu não posso, não compete ao médico saber se aidade dele é essa ou não é.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Qual o procedimento nesses exameem relação ao paciente? Quais são os dados que o senhor toma do paciente?

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O SENHOR CASSAS DE LIMA – Na minha clínica tem uma ficha, a idade, ondemora tem uma ficha. E, a procedência, quer dizer, o nome da pessoa, tem idade temtudo, depois vem pra vez para fazer o exame físico. Agora, nesse caso aí, não temficha pra isso. Você examina o atleta, quando dá para assinar se ele está apto ou não,eu assino porque eu só dou o atestado sim ou não. Não compete ao médico pedir aidade tudo, já vem a ficha pronta.

O SENHOR SILVIO TORRES – O senhor aprendeu na escola quando se dáamnésia; se pergunta a idade do paciente; se pergunta que doenças ele já teve.

O Dr. CASSAS DE LIMA – Eu pergunto isso.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor pergunta idade.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu pergunto idade, pergunto...

O SENHOR SILVIO TORRES - Então, quando o senhor pergunta a idade, o senhorestá com a ficha com e a outra idade, dá pro senhor confrontar se o jogador, ou seja, seo paciente está mentindo ou não.

Dr. CASSAS DE LIMA – Excelência, nessa época depois disso eu modifiquei, eunão tinha essa informação, eu sabia que eu tinha que fazer isso por causa da idade.Depois que eu fui ver...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Isso você aprendeu na escola, isso éobrigatório a qualquer estudante de medicina, porque quando aprende a examinar odoente, se aprende dessa maneira.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Não, mas a ficha do atleta é diferente.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Não importa a ficha, isso é na amnésia,isso é um exame.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu sei, mas aí não pode escrever nada disso. Euconverso com ele.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Mas o senhor passa a ter conhecimentoda idade dita pelo paciente, pelo atleta. E a ficha tem uma outra idade. Então, o senhorpode confrontar e inquirir o paciente, o atleta qual a idade verdadeira, se a que ele estádizendo ao senhor ou a que está no documento.

O SENHOR CASSAS DE LIMA – Eu, depois, porque eu não tinha certeza, euconfiava que a ficha estava toda correta. Eu perguntava a idade ele dizia assim, eunão ia saber se estava certo ou se estava errado. O que eu podia fazer?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Senhor Presidente, eu estou satisfeito: mais umcaso que o Dr. Cassas está com a assinatura envolvida e a data foi adulterada só pra registro econhecimento dessa Comissão e decisão.

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O SENHOR CASSAS DE LIMA – Mas excelência, isso não compete a mim saber se o queestá na ficha é a idade dele ou não é.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O seu depoimento está encerrado Dr.Cassas. Eu quero comunicar que ainda vamos ouvir na noite de hoje os seguintesdepoimentos: O senhor Raimundo Nonato da Silva Pereira, senhor Mundico, senhorEmanuel dos Santos, tesoureiro da federação, o senhor Carlos Alberto Ferreira o Presidenteda Federação. Quanto ao depoimento do senhor Sérgio Alves da Silva, o Serginho, e osenhor Araújo, ainda temos vários depoimentos ainda hoje. Senhor Cassas, quando do seudepoimento em Brasília, o senhor se comprometeu diante da Comissão a enviar, entreoutras coisas, uma lista da qual o senhor foi lembrado mais uma vez, por mimpessoalmente, de empresários que o senhor diz que freqüentam o Estado do Maranhão, emSão Luís cujos os nomes o senhor poderia levantar para oferecer à CPI. No término do seudepoimento eu lhe fiz essa lembrança: senhor Cassas não esqueça dessa lista. Porque nósqueremos investigar em profundidade, quem é que tira proveito do povo, dos jogadores, dostalentos, principalmente esses empresários estrangeiros, muitos dos quais são seus amigos.Pedi à Secretaria da Comissão pra lhe pedir diversas vezes e o senhor insistentementeesquivou-se, despistou-se e até hoje não deu essa informação. Aqui diante da testemunha dosenhor Estelmar da Silva Bastos, o Carioca, do senhor Antônio Henrique Morais Rego, ex-presidente do seu clube do coração; do senhor José Raimundo Rodrigues Lopes, oRaimundinho e do senhor Raul Menezes, o senhor faltou com a verdade. Como se nãobastasse, agora há poucos minutos falei com o jogador Kleber que acaba de atuar numapartida, entre o Atlético Paranaense e o Caxias, no qual o clube do Kleber saiu vencedor, elefez inclusive um ou mais gols. E, ele me confirmou que de fato o senhor era o responsávelpelo documento e o documento estava em sua posse. Então, diante dessa decorrente faltarespeito, das mentiras que o senhor aqui reafirmou com os depoimentos das quatrostestemunhas aqui confrontadas com o senhor; eu não posso fazer outra coisa, senhorAntônio Cassas de Lima, se não lhe dar voz de prisão.

O Dr. CASSAS DE LIMA – Excelência, eu posso lhe dizer uma coisa?

O SENHOR PRESIDENTE – Pois não.

O SENHOR CASSAS DE LIMA - Excelência, primeiro que é palavras deles contra aminha. Quais são as comprovações que eles têm? Segundo senhor Kleber então estámentindo, porque o depoimento da Polícia Federal foi outro depoimento.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor está preso. Solicito à PolíciaFederal que tome as providências para lavrar o auto da sua prisão e solicito aos deputadosJosé Antônio Deputado Federal aqui do Estado do Maranhão e o deputado José Rocha, que,como testemunhas acompanhem a detenção do senhor Antônio José Cassas de Lima. Ostrabalhos da Comissão estão suspenso quanto a acareação aqui. Os depoentes estãoliberados dos depoimentos, mas permaneçam ainda nas dependências da AssembléiaLegislativa. Por favor solicito à Secretaria da Comissão que localize para permanecer nasdependências as quatro testemunhas. Reabertos os trabalhos da Comissão. Convido ossenhores deputados para que tomem assento à Mesa. Solicito à Secretaria da Comissão paraque conduza ao plenário, o senhor Francisco Araújo Alves para tomada de depoimento. Osenhor Francisco Araújo Alves. (lê Termo de Compromisso). Nós vamos passar apalavra inicial para o senhor para que faça a sua exposição inicial, o que o senhor temaqui a declarar para a CPI pelo tempo de até 20 minutos o senhor não precisa usar

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exatamente o tempo inteiro. Se o senhor não julgar necessário, em seguida eu passamosa palavra aos senhores deputados e integrantes da Comissão; tem a palavra vossasenhoria.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Boa tarde senhores deputados da Comissão Parlamentarde Inquérito CBF/NIKE, demais Membros desta Casa, e demais autoridades presentes. Ontemàs 20 horas eu recebi um comunicado para comparecer a esta Comissão às nove hora de hojepara está aqui presente. O que eu tenho a declarar a esta Comissão, eu já declarei ao MinistérioPúblico, à Delegacia de Defraudações, e uma Comissão de Sindicância criada pela FederaçãoMaranhense de Futebol, que irá entregar a V.Exas o documento hoje se assim for necessário, ealguma outra coisa que me perguntarem se eu souber, responderei.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO– Muito obrigado, Senhor Araújo. Passo a palavra,para que possamos iniciar ao Deputado Silvio Torres, Relator da Comissão, tem a palavra aVossa Excelência.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– O Senhor exerce alguma atividade, na área dofutebol?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- Atualmente não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORES- Atualmente não .E o senhor exercia algumaatividade no futebol até quando? Exercia no passado?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Em 1998 precisamente a partir do dia 04 de fevereiro atéo dia 25 de fevereiro do ano 2000. Isso foi em 1998.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Qual era a atividade do senhor .

O SENHOR FRANCISCO TORRES - Eu era vice-presidente do Patrimônio do AmericanoFutebol Clube e representante do mesmo clube na Federação Maranhense de Futebol, comotambém representante junto ao Tribunal de Justiça Esportiva.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor era o vice-presidente, quem era oPresidente do Americano de Bacabal, quem era o Presidente do Clube?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - O senhor Clovis Dias .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Ele ainda era o Presidente do Clube?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- O mandato dele pelo Estatuto era para ter terminado nodias 25 de dezembro do ano 2000 que é um mandato de três anos , e se ele realmente fizeramalguma eleição e reassumiu por mais três anos eu não tomei conhecimento.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O que o senhor fazia antes ser vice presidente defutebol?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- Eu era representante comercial.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor nunca teve envolvimento com ofutebol?

O SENHOR FRANCISCO TORRES - Antes sim, eu fiz futebol amador aqui no Estado doMaranhão em 1982 à 1991, e em 91 eu assumi a vice presidência do Americano Futebol Clubena junta governativa e logo que se liberou, e logo que terminei o meu mandato eu devolvia ...daDiretoria que se exonerou e logo que terminei o mandato, eu devolvi a quem de direito a direçãodo clube. Posteriormente eu fui eleito vice presidente da Associação Esportiva Tupã, em 1992 elogo, após o convite em solicitação do senhor Presidente da Federação Maranhense de Futebol, osenhor Carlos Alberto eu assumi a Presidência do Vitória do Mar Futebol Clube e não eudemorei muito tempo a ter problemas com o presidente do Conselho Deliberativo por eu nãoconcordar com as solicitações que me fez financeiramente que eu tinha recebido lá da SEDEL aimportância de Cr$ 4.000 cruzeiros novos na oportunidade, e ele solicitou que eu emprestasse R$2.000 para ele para ele pagar a prestação de um Fiat tinha comprado na Caixa Econômica e eurespondi que aquele dinheiro não me pertencia e não pertencia a ele como presidente doConselho Deliberativo e sim ao Clube e principalmente para arcar com as despesas que eramnecessárias e eram devidas e em virtude disso, arbitrariamente no meu entendimento sem mecomunicar, ele publicou uma nota não sei se no jornal me destituindo do Cargo, e posteriormentequando eu soube por intermédio de um repórter que ele tinha dado entrada na Federação dessadestituição, eu procurei o senhor Presidente da Federação que é hoje Dr. Carlos Alberto Ferreira,ele até não soube me responder sobre os documentos, mas eu o procurei na Secretaria daFederação e realmente eu vi que tinha sido substituído do Cargo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Do cargo de vice-presidente do Vitória do Mar?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - De Presidente do Vitória do Mar

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - De Presidente do Vitória do Mar, mas quemdemitiu o senhor?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - O Presidente do Conselho Deliberativo, Antônio José nãosei o que...Dourado, parece. Bem, posteriormente eu me afastei do futebol por um tempo e fuiconvidado de novo pelo Manoel Serafim Reis, que era nessa oportunidade Presidente doAmericano Futebol Clube, para representar esse Clube na Federação Maranhense de Futebol, eeu como um pessoa que me dediquei profundamente a organização desse Clube , inclusivedando personalidade jurídica à associação que não existia , disputar o campeonato profissional,mas não tinha personalidade jurídica o Americano, e eu na oportunidade tinha sido presidentenessa época da junta governativa, eu me empenhei com todos os recursos próprio, juntei e fizuma história do Americano em 1978 até aquela data de 91 e esses documentos foram todoselaborados , registrados em cartório e publicados em Diário Oficial, homologado pela FederaçãoMaranhense de Futebol e foi aí que esse time passou a ter personalidade jurídica. Então, emvirtude desse meu serviço prestado ao Americano Futebol Clube em 93 fui novamente

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representa-lo porque eu não queria fazer mais parte dessa diretoria , mas para fazer um favor aessa Associação eu tinha me empenhado tanto por ela eu aceitei representar, e logo em 93 eu meafastei literalmente do futebol só retornamos em 1998.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E esse período que o senhor esteve no futebol osenhor teve a oportunidade de trabalhar também como empresário de futebol, alguém vindicavajogador para outras equipes, as equipes da capital ou equipes fora do Estado?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Não senhor. Eu quero adiantar entes que façam umapergunta futura, eu nunca contratei jogador, nunca emprestei jogador e nunca vendi jogador.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORES- Isso antes de ir para o Americano?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJIO - Antes e depois.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Depois então que o senhor foi convidado a service - presidente do Americano, o Presidente era o senhor Clóvis dias, o senhor era orepresentante e o senhor Clóvis ainda reside no Estado não reside, reside?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - O senhor Clóvis reside em Fortaleza. Mas quando ele meconvidou para ser Vice- Presidente eu não era representante não, eu fui em 93 entreguei, em 93 eme afastei literalmente do Futebol, nem assistia as partidas de futebol. Em 93 não andava emFederação, eu andava em estádio, mesmo por que eu tinha uma profissão de representantecomercial e essa profissão me obriga a eu viajar muito para interior e outros Estados, só que eume afastei por que eu não tinha mais interesse de estar freqüentando com uma obrigação que emocupava o meu tempo integral.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas o senhor era o Vice- Presidente do Clube eo Presidente como não morava no Estado era o senhor então quem ficava à frente da equipe doClube na ausência do Presidente?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- Na ausência do Presidente eu era o responsável pararepresentar essa associação e no Conselho Arbitral, controlar documentos, qualquer problemasque existia no Tribunal de Justiça Desportivos em defesas de alguns jogadores que eramexpulsos e incurso em algum artigo quando eu podia defender eu defenderia, quando eu nãotinha condições de defender eu falava com um profissional na área de direito que fizesse adefesa. Agora, o controle da documentação para dar entrada na Federação isso ficava sobre omeu controle.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor quem controlava?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- É eu controlava toda essa documentação, recebia porexemplo lá em Bacabal nós tínhamos uma pessoa responsável para receber essa documentaçãodos atletas e de lá ele me passavam aqui para São Luís e também vinha a documentação deFortaleza enviado pelo Presidente e quando chegava em meu poder então eu tomava asprovidências juntamente à Federação para registro como era necessário enviar à Federação umoficio pedindo o registro informando que estava seguindo as documentações dos atletas para

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registro então eu fazia porque eu tinha controle do número dos ofícios, por exemplo: se1,2,3,4,5 quem tinha os controles desses ofícios era eu. E por isso que eu recebia adocumentação, fazia os ofícios, dava entrada e protocolava na Secretaria da Entidade.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Muito bem; mas o senhor recebia essadocumentação e olhava a documentação o senhor checava a documentação?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Essa documentações quando eu recebia todas eramxerocadas é o que exige a Federação, o único documento que a Federação exige como original ése for uma declaração escolar, um histórico escolar também exigia só a xerox.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Por exemplo o senhor checava a documentação osenhor ia dá entrada no departamento de registro, dava entrada na documentação que lhe eraenviada, certamente o senhor tinha que conferir essa documentação com a pessoa que estiveencarregado de receber essa documentação.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - A documentação que era necessária, eu não sei se osenhor sabe, deve saber é só para deixar ciente era a carteira de identidade, CPF, retrato, adeclaração ou o histórico escolar, carteira de trabalho, CPF, Certificado Militar e a Certidão deNascimento. Quando eu recebia aquela documentação eu checava uma com a outra carteira deidentidade até o certificado escolar se estava igual simplesmente eu anexava o documentotodinho e enviava à Federação.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O senhor conferia a identidade dos atletas?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - É evidentemente que se viesse a identidade suponhamosque se ele fosse nascido 10/10/80 ou 20, 29 de 70| 11, certo, então tudo teria que bater.

O SENHOR DEPUTADO FRANCISCO ARAÚJO - O senhor está dizendo à Comissão, a CPIque o senhor apenas recebia aqui em São Luís e eram e tinham apenas a tarefa de ir à Federaçãodar entrada nessa documentação, conferir da entrada e arquivar lá essa documentação junto aFederação Maranhense de Futebol.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Perfeitamente.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Quem é que recebia a documentação do Senhor ?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Quem recebia?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Na Federação?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- A Secretária da Federação. Lá eu chegava e dava entradae era protocolado, devia ser qualquer funcionário que tivesse responsável naquele momentopela Secretaria .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E o senhor acompanhava possivelmente se foiaprovada ou não ou se tinha algum problema, quando tinha algum problema quem falava para osenhor? a secretaria?

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O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Bem, se tivesse algum problema a secretariaimediatamente ela comunicava, por exemplo, se eu dava entrada em um documento e eraprotocolado e se eles não verificassem de momento por ter muito serviço acumulado, digamos noinício do campeonato brasileiro aonde as coisas são feitos muitos as pressas e o Secretárioestivesse muito ocupado, ele protocolava e me dava a 2ª via do ofício protocolado, e se tivessealgum problema posteriormente eu quando chegasse na Federação e eu comunicava que estavahavendo alguma falha de documento. Então, se faltasse eu tomaria as providências para que essedocumentos fosse completados.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O senhor constatou algum caso em que adocumentação não batia; digamos assim: vamos dizer assim, uma certidão de nascimentos quenão era condizente com o histórico escolar ou com o documento de identidade ou alguma coisadessa natureza, alguma vez o senhor constatou essa diferença?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Não, toda a documentação que eu recebia eles todosbatiam um com o outro, mas teve em umas oportunidades de jogadores que nunca jogaram noAmericano, e nunca vestiram a camisa, nunca vieram aqui no Maranhão que morava no Ceará eforam para o exterior chegou em uma oportunidade a oportunidade faltando alguns documentoscerto? Por exemplo :como a inscrição desse jogador na Federação, que é um documento que euacho fundamental importância e logo detectei esse problema eu comuniquei ao Presidente, quetomasse providências e o quê que ele me respondeu que eu desse entrada na Federação,protocolasse e deixasse lá que o resto ele resolveria.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES - O seu Clóvis Dias?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- Eu disse para ele que não era legal proceder daquelaforma , e ele pediu para mim que eu fizesse que ele resolveria o resto. Eu cheguei na Federação,dei entrada, o Secretário detectou também que estava faltando aquele documento de inscrição doatleta , ele disse para mim que eu protocolasse que depois ele resolvia esse problema, eu sou umsubordinado não do Clóvis mas da presidência, protocolou , recebi a segunda via e os jogadoressimplesmente viajaram para o exterior e eu não sei por intermédio pelos dois anos que eutrabalhei e nunca passou por mim esse documento.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O senhor se lembra se alguns eram do Ceará oude outros Estados?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Os jogadores pelo o que eu tinha conhecimento eles eramdo Ceará.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor lembra quantos tinham esse tipo deproblemas e passaram por irregularidades?

O SENHOR FRANCISCO TORRES - Posso citar aqui o nome deles, por exemplo, vou pegaraqui para ser mais correto, posso pegar o no me deles ?

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Pois não.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Por exemplo, Alisson Robério Silva Oliveira, essejogador ele não chegou no meu poder e pedi descrição junto à Federação e nem o retrato dele enem o pedido de inscrição Alisson Robério Silva Oliveira, e esse jogador foi emprestado para oReal Clube Desportivo Maiorca da Federação Espanhola.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Veio do Ceará, ele é natural do Ceará?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - No contrato dele diz que ele é natural do Ceará,Reginaldo Reges Benevides Dias, ele foi para o Real Musen Clube de Futebol da Real FederaçãoEspanhola de Futebol, João Soares da Mota Neto.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O João Soares também foi para o exterior?

O SENHOR FRANCISCO TORRES - Para o Real Clube Desportivo Maiorca, da RealFederação Escola de Futebol.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES-- O senhor guardava cópia dos documentos?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Eu sempre guardei todos o documentos que eu davaentrada nas Federações.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Então, eu gostaria de pedir ao senhor que medesse uma cópia de todos esse dos quais o senhor constatou a mesma irregularidade, os mesmosproblemas e a origem e o destino destes jogadores, o senhor tem isso anotado nessasdocumentações ou o senhor pode nos encaminhar depois?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Não esta aqui eu estava esperando a oportunidade possoir tirar a xerox.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Sim então nós gostaríamos de ter.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Só terminar de citar os nomes desse jogadores, eu nãotrouxe por ordem, o outro jogador: José Ribamar da Silva Do Carmo foi para o exterior para àAssociação Desportiva Ceuta. Mairton Paulino da Silva .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Esse também é da Federação Espanhola ?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Também.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– Para aonde Mairton foi?

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O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Para o Celta. O Fábio Júnior, foi também para o Exteriormas esse jogador ele foi registrado legalmente sem falta de documentos. João Soares eu já citei,José Kleber, também foi para o Maiorka e pelo o meu conhecimento ele também não teve faltade documentos. Jocivan Rodrigues, no caso é o jogador que foi com o nome trocado,Reginaldo...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– Esse são aqueles que o senhor constatou a faltadessas documentações das federações de origem, o registro deles nas Federações de origem?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – O pedido de inscrição dele na Federação Maranhense deFutebol.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO – O pedido de inscrição não chegou nem a ser expedido.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- Nesse caso nem chegou a ser inscrito.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Esse aí o seu Clovis Dias disse para o senhorpara que não se preocupasse com isso, que protocolasse que ele cuidaria do restante. Todos elestiveram seqüência e foram vamos dizer assim, aceitos na federação. O senhor sabe se o senhorClovis tinha uma ligação direta com alguém da Federação, o senhor sabe me dizer?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – O senhor Clóvis sempre teve uma amizade dentro daFederação e ele quando chegava aqui conversava muito com o Presidente da Federação no qual90% das conversas podia ser até mais do que isso eu nunca tive acesso, algumas delas eu tiveacesso que foi no Gabinete conversas normais mesmo de Presidente para Presidente, mas outraseu não tive o conhecimento, segundo ele, eu não afirmo com certeza, me afirmava de que iriajantar com o Presidente da Federação, com outros membros que eu não o seguia, uma vez eu fuijantar com eles, uma outra vez eu fui almoçar no aeroporto com eles, presente mas umas outrasvezes eu mesmo lá na Federação, eles saíram para jantarem e eu não sei qual era o teor dosassuntos que eles tratavam.

O SENHOR SILVIO TORRES – E eu queria perguntar para o senhor o seguinte: casos iguais aesse se fosse dar entrada na Federação e não tivesse alguém como o senhor Clóvis Dias nessecaso seriam aceitos pela Secretaria?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Eu não posso lhe garantir.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– O senhor já teve uma experiência anterior comproblemas de documentações?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – E não tive e não tenho conhecimento.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O senhor atribui então à amizade do seu ClovisDias o fato de ter conseguido liberar documentos digamos assim irregulares.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- O senhor Clóvis Dias é um homem metido a prepotente,arrogante também, no decorrer de 02 anos trabalhando com ele, no início eu pensava pelamaneira que ele falava com os moços pelos fins empresariais, divisão de lucros e dividir certo

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com os jogadores, e realmente eu pensei que ele fosse uma pessoa que tivesse responsabilidade,mas com o decorrer do tempo eu vi que o senhor Clóvis é um homem prepotente, arrogante econsidero até um cara invejoso.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Esses jogadores todos eram registrados no nomede quem? Quantos jogadores registrados no Americano tinha no período em que o senhor foiVice- Presidente, e cuidava da documentação?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Quantos jogadores foram registrados ao total?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - É quantos passaram, ou permaneceram, digamos:o senhor ficou lá 02 anos, passaram pelo Americano ou por suas mãos, o senhor quem recebia osregistros, a documentação e encaminhava, o senhor sabe dizer quantos, se o senhor poder serpreciso pode dar o nome das pessoas.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Eu posso aqui de modo grosso, informar que passaramaproximadamente uns 70 jogadores, jogadores a grosso modo, estão todos os contratos aqui,todos os contratos de 1998 até 1999 se encontram nesta pasta ..., Tocantins, veio um jogador deSão Paulo e os outros que eu me lembre, todos eram maranhenses.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Todos do Maranhão, não é isso? Sim, mas osenhor não tem o número? Porque Fortaleza, no Ceará o senhor já tinha dado o nome de cincoaqui irregulares que veio de lá, será em número maior do que os demais entre os 70 teriam 20 defora e 50 do Maranhão.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Não, os jogadores que vieram do Ceará foram esses queeu citei, o Odiclei, veio do Ceará foi registrado normalmente aqui, não teve problema nenhum, oFábio Júnior veio de Sergipe e pelo o que eu tenho conhecimento não teve problema nenhum, oRubens veio de Tocantins, Tocantinipólis veio de um empréstimo e pelo o que eu tenhoconhecimento não teve problema nenhum, o Rubens teve um contrato de empréstimo batido, malpreenchido como nós dizemos e foi para a CBF e voltou e depois que regularizou voltounovamente para a CBF e foi normalmente legalizado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– Todos eles foram mandados, foram mandadospelo Cláudio, foram selecionados pelo Clovis?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Todos os jogadores de fora que não fosse do Maranhãoforam enviados pelo seu Clovis Viana.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– E os jogadores do Maranhão?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- Os jogadores do Maranhão foram jogadores uns játinham jogado no Americano e outros que apareceram para teste, e outros foram indicadospelos treinadores, da categoria de base daqui de São Luís do Maranhão teve de que realmente foiprovidenciado pelo período de trabalho e eles aprovaram como bons atletas e foram registrados.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E como é que o jogador Gil veio surgir nogrupo?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- O jogador Gil ele surgiu de uma forma, que é até um casode esta já mencionado independente quando ir ao Ministério Público conta toda história comosurgiu, só que o Gil teve um agravante depois de tudo que aconteceu e esta narrado aí no meudepoimento no Ministério Público, ele ainda foi naturalizado português e foi um outro fato queme chamou a atenção.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– Eu gostaria que o senhor falasse de modoresumido, apesar do senhor ter narrado para o Ministério Público, e para mais qualquer outroórgão Judiciário, a CPI é um outro tipo de Tribunal, então nós gostaríamos que o senhor pudesseser objetivo descrever como que o Gil chegou ao Americano e o que aconteceu posteriormentecomo o senhor estava tentando já dizer.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Muito bem, eu recebi uma ligação no interior do Estadoinformando que ele se encontrava num campo jogando pelada, eu recebi essa ligação e essapessoa de nome Ronaldo, perguntou para mim se teria condições de colocá-lo no Americano, eurespondi para ele que eu não contratava jogador e quem contratava era o Presidente. Mas eu iriamostrar ao presidente para saber se realmente ele teria ele teria interesse em colocar o jogador,liguei para ele que se encontrava em Fortaleza e ele respondeu para mim que: todo bom jogadorinteressava ao Americano. Num outro dia me apareceu esse cidadão o Ronaldo, que disse: Estáaqui a documentação do Senhor Gil. Posteriormente me procura, eu disse: rapaz, adocumentação do jogador não é só certidão de nascimento, são vários documentos. Ele disse:Não, ele tem isso aí que é o documento dele e ele vem lhe procurar posteriormente. Dois diasdepois o Gil me procurou, só que esse cidadão disse para mim que Gil lá no interior tinhaminformado para ele, que ele não tinha interesse em jogar no Brasil, porque até então ele só tinhasido enganado por empresário, a intenção dele era jogar no exterior.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– Ele já tinha jogado em algum time profissional?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – O Gil, eu não conheci o Gil pessoalmente e nem conhecio Gil jogando bola, e não conheci o Gil por retrato, porque quando ele apareceu no futebol eu jáestava afastado, me parece que pelo que eu tive informações, me apareceu em 96 por aí que eleapareceu.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Muito bem, mas que lugar? onde ele jogava?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO– Ele jogou no Moto Clube de São Luís.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– Jogou no Moto Clube ele foi para o interior?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Eu não sei para onde ele foi, segundo informações queeu recebi ele foi para São Paulo. Pois bem, então ele veio do interior com essa informação, Gilme aparece e eu perguntei para ele...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– Mas antes dele foi entregue uma certidão denascimento para o senhor?

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O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Entregaram a certidão de nascimento dizendo que é acertidão do Gil e fui e disse: Olha, para registro de jogador não é só a certidão de nascimento,tem outros documentos.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E idade ele tinha?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO– Eu quando eu olhei a certidão de nascimento ele constavacom a idade de nascido em 80.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Foi em 98, então ele tinha 18 anos?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Foi em 99, e a certidão de nascimento constava que eletinha nascido em 80. E eu disse a esse cidadão que para ser jogador não é só a certidão denascimento, cidadão de interior não conhece o que é de jogador pensando que era só a certidãode nascimento, com 02 dias depois me apareceu o Gil e aí eu perguntei para ele: tu é que é o Gil?Ele disse: sou. Todo incorpadinho, grossinho, baixo e eu falei para ele: Olha rapaz, aqui a suacertidão de nascimento, porque é o seguinte, o seu Ronaldo, cadê a tua documentação? Aí eledisse: Não, eu estou sem a minha documentação. Então providencie e traga a documentação,porque para registrar um jogador precisa da documentação. E dei a relação a para ele do que eranecessário para ser um jogador. Ele pegou a certidão saiu e foi providenciar a documentaçãodele, quando foi sexta-feira eu tomei conhecimento por intermédio do cidadão que adocumentação dele estava pronta. Eu disse: me traga a documentação dele. Ele disse: Não,segunda–feira eu te levo. Eu disse: tudo bem. Recebi uma ligação à noite sexta-feira do senhorClóvis Dias perguntando se realmente o Gil já estava comigo, aqui em são Luís. Aí eu disse:olha, ele chegou aqui em São Luís e ele esta providenciando a documentação dele. Você sabe onome dele? Eu disse: rapaz, eu vi Jucilan Rodrigues. Ele quer vir mesmo do Ceará fazer umestágio aqui na Universidade Federal do Ceará, preparação física, técnico, nós temos aqui umaequipe para preparar o jogador já que ele quer ir para o exterior ele tem que ir bem preparado. Eele me disse: que vai. Pois bem, o Gil me apareceu jogando num amistoso num campo que temaqui no Tirirical, foi lá jogar e eu tive conhecimento de que a sua documentação já estava namão do senhor Walmir Pinheiro Bastos para que ele me entregasse.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– O senhor Walmir trabalhava no Americano?

O SENHOR FRANCISCO TORRES – O Walmir é um rapaz que trabalha com jogadoresamadores, e ele indica as vezes os jogadores para outros times, o time tem interesses emjogadores ele indica, leva para um e para outro pra ver se aprova todos os jogadores, e segundoele era empresário do Gil. E foi ele inclusive o Almir que tinha convidado o Gil para essetreinamento, esse jogo que nós íamos fazer no dia 13 de junho lá no campo do Xavante noTirirical. Aí eu comuniquei para ele que o senhor Clóvis pediu o nome dele e que iria mandar oTTA para que ele fosse a Fortaleza. Aí ele respondeu para mim: olha, no final de semana eu nãoposso ir, eu só posso ir depois de segunda–feira. Pois bem, como eu estava com o nº do TTA namão eu passei para ele e aí eu não tive mais contato com o Gil, eu não tive mais contato com oGil. O Fato é que o Gil viajou para Fortaleza e quando ele esteve comigo que eu o avisei que elese disposto realmente a viajar, eu disse: olha rapaz, então assina logo o contrato, deixa logoassinado aqui o contrato, quando eu receber a documentação eu guardo tudo e quando eu recebera ordem do presidente é que eu preencho o contrato aqui e dou entrada na Federação. Ele disse:tudo bem. Assinou o contrato, a documentação tudo o que era necessário para assinar, deixou, edisse: olha, tu pede para a minha mãe assinar autorizando. Tudo bem. O Gil de posse do TTA,segunda - feira me procurou no aeroporto e partiu para Fortaleza. Tem uma declaração de

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autorização dos pais que bate para preencher para os pais autorizarem eu bati e entreguei para oWalmir, Walmir Pinheiro Bastos essa autorização e ao seu Walmir também entreguei ocontrato que era para a mãe também assinar ou o pai que o Gil tinha deixado assinado essecontrato, ele levou isso e depois me devolveu tudo assinado juntamente com a xerox dosdocumentos, deixei guardado, o Gil passou aproximadamente um mês em Fortaleza depois eurecebi autorização do senhor Clóvis Dias para registrar o Gil e eu simplesmente de posse dadocumentação na minha gaveta eu preenchi e dei entrada na Federação; aí eu soube que o Gil foitreinar no Ercula e como lá só tem jogador grande ele foi não foi aprovado, porque ele erapequeno. Aí ele foi para o Lorca e para jogar no Lorca ele teria que se naturalizar português etirar o passaporte português e assim foi feito para que ele jogasse lá.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Como o naturalizaram português, sem nenhumdocumento e que documento tiraram?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO– Ele já levou o documento daqui.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Com o nome de Jucilan Rodrigues, tiroupassaporte com esse nome ?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Naturalizou-se, tirou a identidade, tirou toda adocumentação, registro e tudo ele tirou, pegou o avião e foi embora registrou no Lorca com onome Jucilan Rodrigues, naturalizou- se como Jucilan Rodrigues, português, tirou o passaportecomo Jucilan Rodrigues.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O passaporte dele foi tirado? Onde o Passaportedele foi tirado?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – O passaporte? o primeiro passaporte?.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – É, o passaporte português onde é que foi tirado?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO– Eu não sei.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– Ele recebeu o passaporte aqui no Brasil ourecebeu em Portugal?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Recebeu o passaporte aqui no Brasil para poder viajar enaturalizou-se português e consequentemente tirou outro passaporte lá.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– Então ele recebeu um passaporte aqui brasileiro,aí ele viajou, e lá é que ele recebeu o passaporte português.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – No momento em que ele se naturalizou evidentemente éque ele teria que tirar o passaporte português.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– Depois disso o quê que aconteceu, o Gilson foi eficou jogando no time?.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Ficou jogando lá. Agora o que me estranhou muito, éque a informação que eu tive que também foi outro problema que fez com que eu me

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resguardasse com documento e tudo é que eu fui informado pelo seu Clovis Dias que ele estavanegociando o empréstimo do jogador por cem mil dólares, e para ele naturalizar esse jogadorportuguês ele estava pagando vinte e cinco mil dólares, e pediu para eu fazer uma declaração detransação financeira de cinco mil dólares, então tudo isso fez com que eu desconfiasse de algumacoisa irreal, ilegal que estava acontecendo tudo isso, e eu tenho aqui o documento a declaraçãode transação do emprestimo. e dizendo ainda que por cinco mil dólares só iria receber no finaldo emprestimo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Isso é um absurdo. Essa situação foi registrada nafederação?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- Foi sim senhor.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- O senhor tem esse documento?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- Tenho, sim senhor.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Sobre o passaporte português ele pagou vintecinco mil dólares, ele pagou esse senhor lá em Portugal o senhor sabe como é que foi obtido, temalguma informação sobre isso?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- Não senhor. Só tenho a informação que ele falou paramim que estaria pagando vinte cinco mil dólares para naturalizar ou tirar passaporte, só isso.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Como é que se deu toda aquela confusão na qualo senhor pagou o Vítor e acabou levando a prestar depoimento no Ministério Público e aindaestá num processo que ainda não terminou, como é que foi?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- Quando eu detectei o problema foi em numa ligaçãotelefônica que eu recebi sobre o Cláudio Rinck por volta das dez horas da manhã no mês denovembro pedindo para que procurasse o seu Valmir Pinheiro Dasso urgentemente que elequeria falar comigo, eu liguei para o seu Valmir e tive informação que ele não se encontrava emcasa, como eu sabia onde ele trabalhava liguei também para empresa onde ele trabalhava e tive ainformação que ele tinha estado cedo lá na empresa e que ele saiu para trabalhar, e eu pergunteiqual era o roteiro dele, me disseram que era o João Paulo, ou então os armazéns que vendemsecos e molhados lá, eu me dirigir ao bairro do João Paulo e localizei o Valmir e lá eu dei orecado: Valmir, o seu Clovis terminou de ligar para mim, pedindo prá você ligar urgentementeprá ele, que ele tem um assunto muito grave para falar com você. Então o Valmir disse se eu nãopodia adiantar alguma coisa prá ele do assunto. Eu disse: Não, porque ele não falou nada prámim. De lá, eu disse: vamos ver onde tem um telefone público. Nós fomos para a avenidaGetúlio Vargas, parece, fomos passando lá aonde tem o Café Caravelas e lá ele encontrou umtelefone público e ligou para o senhor Cláudio Rinck em Fortaleza e Cláudio perguntou aondeele se encontrava, ele disse que estava num bar no João Paulo e que tinha recebido o recado daminha pessoa e que eu estava perto dele, e ele disse pelo telefone, pelo que eu entendi, que ele

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fosse prá casa, que ele tinha um assunto muito grave para tratar com ele, e o Walmir disse: olharapaz, tu não pode me adiantar nada? Ele disse: Não. Agora, não, sou vou adiantar quando tuestiver em casa. Aí o Walmir disse: rapaz, é o seguinte; eu vou prá casa e depois que eu falarcom o Cláudio eu ligo prá ti. E o Valmir naquela oportunidade se dirigiu ao carro dele e sedirigiu prá mim e disse: Araújo eu tenho um cheque aqui sem fundos que o Gil recebeu no VilaNova e eu já depositei e voltou, tu terias condições de receber esse cheque? Eu digo: rapaz, é oseguinte, eu não conheço ninguém do Vila Nova. Ele disse mas por que?. Porque eu estoutentando falar com o pessoal do Vila Nova e o telefone está todo tempo ocupado. Eu disse: Bem,eu vou na Federação Maranhense de Futebol, vou perguntar o numero da Federação de Goiás eperguntar ao presidente ou a alguma pessoa como posso entrar em contato com o pessoal do VilaNova prá ver se eles pagam esse cheque. Ele me dando esse cheque, eu verifiquei que o nomenão era Jucilan Rodrigues, era outro nome.

O SENHOR SILVIO TORRES – O cheque estava no nome de outra pessoa?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – E a pessoa não era Jucilan Rodrigues. Então como eledisse que o cheque era do Gil eu me arrepiei todinho e pensei, eu tenho trabalhado com tantadedicação, com tanto amor, com tanta recomendação que eu tenho dado aos meus treinadores,preparadores físicos que eu não admitia esse tipo de irregularidade dentro do clube que se um diaeu viesse a saber, eu denunciaria podia ter o pescoço grosso como tivesse, eu iria denunciar, nãoqueria saber quem, mas denunciaria. Então não tem outra não, procurei falar com o presidenteClóvis dias em Fortaleza e não conseguia a ligação, liguei diversas vezes e não consegui,exatamente para falar prá ele aquela coisa que eu tinha terminado de tomar conhecimento, nãoconsegui. Quando foi por volta das oito horas recebi ligação do senhor Valmir dizendo prá mim:Araújo, não tem nada com o Gil, é com o Marlon, o Marlon abriu a boca lá em São Paulo e disseque a idade dele estava adulterada, graças a Deus, isso aí é café pequeno, eu resolvo . Aí eudisse: mas tem sim, o cheque que tu me deu, não é Jucilan Rodrigues, tem outro nome e eu voufalar isso prá Clóvis, eu não vou ficar com esse negócio, vou falar prá Clóvis. Então o queaconteceu? Nunca mais eu consegui falar com o seu Clóvis, um cidadão que no mínimo por dialigava três vezes prá mim, podia estar onde estivesse a partir dessa data eu nunca mais conseguifalar com o seu Clovis.

O SENHOR SILVIO TORRES – Quando foi, em outubro?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Novembro. Quando eu vim falar com o seu Clóvis quequando ele vinha prá São Luís ele ligava prá mim e eu ia apanhá-lo no aeroporto, eu fui porcoincidência encontrá-lo na federação no dia 30 a 31 de dezembro, o senhor veja a distância, umhomem que todo dia ligava prá mim, deixou de ligar automaticamente e nesse mesmo dia trintapara o dia 31eu jantei com ele, jantei com o presidente da Federação, com o vice-presidente dafederação o dr. Francisco Ramos lá no Angelin, ficamos lá até umas horas da manhã e euquerendo ir embora e ele dizendo: eu tenho um negócio prá falar contigo. Também queroadiantar que antes desse encontro que eu tive do dia 30 para o dia 31 esse mesmo Valmir, eudisse: rapaz eu estou achando estranho o Clovis todo dia liga prá mim e até uma hora da manhã,no mínimo três vezes por dia e deixou de ligar prá mim. Ele se virou prá mim e disse: rapaz oClóvis não quer mais falar contigo. Aí eu tomei as providencias e pedi prá fazer esse registropor escrito, passei via fax tudinho, alegando que sempre trabalhei em cruzeiro, nunca tinha usadoo nome do clube para interesses escusos e que em virtude dele não querer mais falar comigo eutinha assuntos relevantes a tratar com ele e eu precisava falar com ele. Ele me responde. Eutenho aqui a resposta dele, dizendo que eu estava envolvido com macumbeiro, eu tenho aquiuma cópia do fax que ele mandou prá mim.

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O SENHOR SILVIO TORRES – De que data?

O SENHOR FRANCISCO ARAUJO – Exatamente no mesmo dia que eu passei, parece que nodia 29 de dezembro.

O SENHOR SILVIO TORRES - E no dia seguinte o senhor o encontrou na federação?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Aí quando foi dia trinta ele disse que estava vindo prá cá,no dia trinta eu encontrei com ele na federação, fiquei lá... não fala comigo e tal. De fato nojantar n´[os ficamos lá no restaurante lá no Angelin..

O SENHOR SILVIO TORRES – E a´[i ele pediu para o senhor aguardar que ele queria falarcom o senhor. Ele falou com o senhor ?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO –Aguardar que ele iria falar comigo. Então o presidenteAlberto Ferreira foi nos deixar no hotel Boulevard que fica ali no Tirirical, deixou, foi embora eeu fiquei com ele e ele me chamou prá conversar.

O SENHOR PRESIDENTE – Senhor Araújo, por favor, nós temos agora ainda cincodepoimentos para tomar, então eu solicito que o senhor seja mais objetivo nas suas respostaspara que nós possamos realizar os demais depoimentos. Peço também ao deputado Silvio Torrese aos demais deputados para terem mais objetividade nas perguntas.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Vou tentar senhor presidente. Nós saímos fomos para umbarzinho que fica lá perto do posto de táxis. Quando eu comecei a relatar os fatos ele olhou assimprá mim. Vocês está querendo desabafar. Então eu sou um homem que eu transmito pela minhaidoneidade, no momento em que ele disse que eu estava querendo desabafar, eu querendo passarprá ele uma coisa gravíssima e ele dizer prá mim que eu estava querendo desabafar, eusimplesmente me retirei e fui para a minha casa.

O SENHOR SILVIO TORRES – Não chegou a conversar?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Não, não me deu oportunidade, porque um homem quetrabalha com outro por dois anos que tem serviço prestado como eu venho prestando, dizer prámim, eu querendo informar de uma coisa gravíssima, já tinha dito no meu documento que eutinha um assunto relevante para declarar prá ele e fui falar pessoalmente e ele vem dizer que euestava querendo desabafar, então eu não tinha nada mais para fazer perto dele. Pois bem, a partirdaí ele foi embora, tive um encontro com ele dia 18 de fevereiro, também não tive maiscomunicação daí prá frente com esse cidadão, tentei de novo fazer com que ele tomasseconhecimento, ele também não quis tomar conhecimento, quando eu tocava no assunto, eletocava telefone celular e não sei o que, inventava uma história, depois ia para o banheiro e etc....O que acontece? Foi embora, também não quis saber.

O SENHOR SILVIO TORRES – O senhor já tinha se desligado do clube?

O SENHOR FREANCISCO OLIVEIRA – Eu tinha pedido para me desligar, simplesmente elenão aceitou o meu desligamento.

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O SENHOR SILVIO TORRES – O senhor continua trabalhando no clube, continua levando osregistros para a federação, continua com todas as suas funções?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Não, eu não tinha mais, nesse período não, não tinhamais registro de jogador.

O SENHOR SILVIO TORRES – Mas o senhor continua trabalhando como vice-presidente doclube?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Eu queria realmente que ele tomasse conhecimento, elecomo presidente eu como subordinado, então tomasse as devidas providências. Se eu saísse antessem comunicar prá ele e ele tomasse conhecimento depois ele poderia dizer que eu eraconivente, que eu tinha participado de qualquer ato doloso.

O SENHOR SILVIO TORRES – O senhor era remunerado, ganhava para trabalhar no clube?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Ele tinha combinado comigo um salário e sempre que eutocava nesse salário ele dizia: aguarde que eu estou recebendo um dinheiro da Espanha..

O SENHOR SILVIO TORRES – Quanto era o salário?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Ele tinha dito que eu iria ganhar um mil e quinhentosreais por mês.

O SENHOR SILVIO TORRES – E ele lhe prometeu comissão sobre a ve3nda de jogadores?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Dez por cento referentes a qu7alquer tipo de negociaçãocom jogador e todo grupo que participasse do Americano teria direito a 10%. Por exemplo, ogrupo, tem o treinador, tem o preparador físico, tem eu, tem mais outro elemento e dentreaqueles distribuiria 10%.

O SENHOR SILVIO TORRES – O senhor ganharia duas vezes?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Não, eu ganharia uma vez só.

O SENHOR SILVIO TORRES - Com o grupo e o salário?

O SENHOR FRANCISCO ARAUJO – O salário.

O SENHOR SILVIO TORRES – E o senhor recebeu alguma vez?

O SENHOR FRANCISCO ARAUJO – Nunca.

O SENHOR SILVIO TORRES – O senhor trabalhou quase dois anos e nunca recebeu?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Dois anos e nunca me pagou um centavo.

O SENHOR SILVIO TORRES – Nem comissão, nada?

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O SENHOR FRANCISCO ARAUJO – Nada.

O SENHOR SILVIO TORRES – Muito bem. Aí o senhor tentou falar com ele para se desligar eobviamente o senhor estava esperando para receber aquilo que o senhor tinha direito?.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Eu cobrei ele, e ele não gosta de ser cobrado, pedia paraque eu mandasse jogadores para Bacabal, eu mandei jogadores da categoria de base para jogar,que foi quem formou o Americano no ano 2000 mais uns jogadores que ele trouxe e quarta–feirapediu para que eu fosse a Bacabal e eu perguntei para ele: vai para Bacabal para acertar comigoque eu não quero mais permanecer no clube. E aí ele disse: não se preocupe, mas não me mandofuncionários seu porque eu não tenho acordo com funcionário seu. Viajamos aí para Bacabal equando chegamos tinha o senhor Emídio Saturnino lá e me chamou para o hotel e eu perguntei:cadê o Clóvis, não veio? Ele disse: não ele tinha uma concorrência na COELCE e ele não pôdevir e mandou eu me acertar contigo a documentação do clube para tú passar para mim, então eupassei contratos para ele, contratos. E eu disse: quem é que vai tomar de conta. Ele disse: sou eu,e seu Elcio. Então eu estava sendo demitido.

O SENHOR PRESIDENTE – Então o senhor recebeu o dinheiro?..

O SENHOR SILVIO TORRES - Senhor Presidente pela ordem por favor. O que eu gostaria, euestou preocupado é que nós temos vários depoimentos ainda, depoimentos muito importantes,nós temos de encontrar uma fórmula senhor Relator de nós abreviarmos porque eu estoupreocupado é já com......

O SENHOR PRESIDENTE – Deputado, eu estou cuidando exatamente disso. Então o senhornão recebeu nada? O senhor se desligou do clube sem receber nada. Foi essa razão que levou osenhor a fazer a denuncia sobre o caso do Gil?.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Totalmente pelo recebimento não, eu fiz para ficarcom a minha consciência limpa, já que ele como presidente não quis, eu pensei tomarvários rumos, denunciar..... chamou o jogador que estava na Espanha, foi uma coisa tãorápida que eu até me admirei; e a Federação Maranhense de Futebol criou uma Comissãode Sindicância coisa rápida, automática, relâmpago e pegou os documentos de todo mundoeu não sei de que forma, que eu nunca vi também.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Quer dizer, de acusador se tornou acusado.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO ALVES - A inversão de valores, queria fazer umainversão de valores. E o que acontece, depois que me chamaram num depoimentos, já com tododepoimento já na pasta dele, e pisaram muito em mim com base naquilo, eu não sei de queforma eles fizeram; só que eu com documento na mão, eu disse o que aconteceu, repito e levareiessa verdade em qualquer ponto que for necessário.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Finalizando Senhor Presidente, eu queria fazer aseguinte pergunta pro Araújo: o senhor acredita que o senhor Clovis Dias com toda amizadedele na federação, ele ajudou a preparar essa armação como o senhor disse contra o senhor nopróprio depoimento na Federação?

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O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Eu digo para o senhor, que quando a gente contraria ointeresse financeiro como foi comprovado, são capazes disso.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES - Interesse financeiro de quem?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Do Clovis Dias.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mas além dele, o senhor acha que alguém dafederação teve interesse financeiro contrariado?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Não. Mas do Clovis Dias sim, porque como eu disse,é arrogante, prepotente e invejoso.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Muito obrigado.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Com a palavra o deputado Jurandil Juarez.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Senhor Presidente, Senhor Relator, vouprocurar ser breve; vou me cingir ao caso Gil. Eu queria observar Senhor Presidente, que um fatoocorrido na acareação passada, merece que a gente faça uma observação com o senhor Araújo.O que o senhor está dizendo, não bate com o inquérito que o senhor respondeu na polícia aquiem São Luís. Eu queria lhe dizer, que não só a Comissão, mas nós tivemos o cuidado de trazer,pedir que estivesse presente aqui o Dr. Newton que é o senhor delegado que tomou o seudepoimento. Então, vamos fazer perguntas objetivas sobre isso. Mas, me interessou o final doque o senhor disse; o senhor disse que fez a denúncia sobre o caso Gil, pra ficar com suaconsciência, não é isso? Afirma?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Perfeitamente.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JAUREZ - E o senhor disse também que pediu pra sairdo cargo que exercia no Clube Americano? Não é isso?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Perfeitamente.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - No seu depoimento o senhor diz noentanto, que o senhor foi demitido.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Perfeitamente.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor disse que foi demitido no dia 25/12/ 2000.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Perfeitamente.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Eu tenho aqui a data do seu primeirodepoimento, que foi na Federação Maranhense de Futebol no dia 02 de março. Quer dizer, umasemana depois. Me parece que entre a sua dor de consciência e a tomada de providências que a

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Federação tomou no primeiro depoimento do dia 01, me parece que ficou pouco tempo. Osenhor primeiro foi demitido do seu cargo aí depois o senhor teve a dor de consciência. Pelomenos está claro se nós formos verificar essas datas, é que o senhor saiu no dia 25/12 e adenúncia já estava sendo apurada no dia 01/03. Quer dizer, houve um intervalo muito pequeno.Ou o senhor denunciou antes de ser demitido?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Não, logo após eu ser demitido, eu denunciei.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - O senhor falou ai que tinha um relacionamento bom, com osenhor Valmir Pinheiro Bastos é isso? O senhor tem um bom relacionamento com ele?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Não.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Teve um bom relacionamento?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Ele, o senhor Valmir Pinheiro Bastos, eu tive um bomrelacionamento no início certo, porque ele...

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Ele lhe acusa de ter falsificado a documentação do Gil. Queo senhor é o autor da falsificação. Ele lhe acusa documentalmente.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Então, a polícia, a federação deve ter essa documentaçãodo seu Gil, porque quando foi lá, eu me lembro que um dos advogados pediu para seu Gil deixara documentação. Então, só verificar a quem de direito, à Polícia Federal, à Polícia Estadualverificar a impressão digital dessa documentação, exame grafotécnico, para saber se isso mepertence; porque quem falsifica é quem está tirando a documentação.

O SNHOR JURANDIL JUAREZ - O senhor foi acusado de morte pelo senhor Valmir?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Fui sim, senhor.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Qual seria o motivo do senhor ter sido ameaçado de mortepelo Valmir?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Pela denúncia que eu fiz. Ele invadiu minha residência eme ameaçou de morte. E depois fiquei recebendo ameaça de morte por telefone, inclusivedeclarei isso na Comissão de Sindicância.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Ele não foi buscar na sua casa, dois atletas um chamadoAilson de Paula; foi buscar o histórico escolar do atleta Ailson de Paula?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Não senhor.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Não seria essa a causa da divergência de vocês?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Não senhor.

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O SENHOR JURANDIL JUAREZ - O senhor sabia que um depoimento prestado à Polícia estáem nosso poder, que o senhor Valmir lhe acusou da falsificação?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Não senhor.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Quando Gil foi contratado, qual a modalidade de contratoque ele assinou? Ele assinou um contrato estipulando as cláusulas salariais, prazo; ele teveassistência, sendo colocado como menor, teve assistência da família. Como foi o contrato dele?O contrato que ele assinou foi em que condições?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - O contrato que ele assinou foi como profissional, certo?E todo contrato que é assinado, principalmente, no Americano é com base no salário mínimo.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Sim ele assinou o contrato com base no salário mínimo?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - E o prazo de assinatura do contrato dele, foideterminado pelo Presidente.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Eu tenho aqui um depoimento seu, estáassinado prestado ao Delegado Newton, que se encontra presente. O senhor diz o seguinte: quenessa oportunidade Gil assinou o contrato em branco com o Americano.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Eu acabei de informar aqui a Comissão.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Eu perguntei ao senhor quais as condições,o senhor me disse que foi o salário.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Eu estou dizendo pra V.Exa. que todo o contrato doAmericano é assinado com um salário mínimo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Sim. Mas esse contrato o senhor disse elefoi assinado em branco. Essa é uma prática normal?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Ele sabia disso, ele sabia disso.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Eu perguntei ao senhor se isso é uma práticanormal? Assinar contrato em branco?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Ele assinou contrato em branco porque ele ia praFortaleza pro período de treinamento, e se ele fosse aprovado seria preenchido o contrato dele.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor confirma então que ele assinou ocontrato em branco?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Assinou o contrato em branco.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor Raimundo Nonato da SilvaPereira, o Mundico, nome de guerra dele é Mundico, disse que foi o senhor que fez a denúncia

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à federação. O senhor confirma então que foi o senhor que fez a denúncia da falsidade docontrato?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Eu não fiz denuncia à federação. Veja o que acontece: euperguntei a seu Mundico como era o nome real do senhor Gil. Eu denunciei foi a imprensa,precisamente o Jornal " O Imparcial".

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Gil disse que foi o senhor que providenciou adocumentação dele. Ele fez um depoimento no dia 01 de novembro de 2000, onde ele dissetextualmente, que o senhor chegou com ele e disse o seguinte: eu tenho um negócio muitoimportante pra você sair dessa situação, estava em situação difícil. Eu vou falar com Clovis Dias,pra ti mandar pra fora do Brasil utilizando esses documentos que tenho em minhas maõs. Osdocumentos que o senhor tinha nas mãos, era certidão de nascimento... Era falsa. Jucirlan, é onome do Gil, Jucirlan Rodrigues. Como o senhor tinha esses documentos em mãos, que segundoteria dito pra ele que era pra ele providenciar as fotografias três por quatro pra regularizar essadocumentação. Eu lhe pergunto: Quem tirou a documentação do Gil? Foi ele mesmo, oJucirlan?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Evidentemente, porque se tá o retrato dele.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Pela fotografia teria que ser ele não era?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Eu nunca tirei documento de jogador nenhum. Nunca.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Ele disse que o senhor no outro dia mandou uma pessoalá com ele, pra levá-lo pra assinar e receber os documentos pessoais no Shopping do Cidadão ena Justiça Militar.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO- É menos verdade. Isso aí é história de quem quer sedefender de um ato doloso cometido. Eu nunca tirei documento de jogador nenhum, nuncaacompanhei jogador para tirar documento em qualquer desses lugares. Eu sempre recebi adocumentação das mãos do jogador ou de pessoas responsáveis para tirar documentos. Surgiu,isso é uma prática, ele foi orientado como disse na própria acareação e ele mesmo confessa naprópria acareação que ele foi tirar a documentação.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ- Na acareação, ele deixou claro que foi

o senhor.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Eu tenho aqui também a cópia: ele deixou claro que elefoi quem providenciou a documentação.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ- Ele diz com clareza no depoimento queprestou ao Delegado de Polícia Dr. Newton, que se encontra presente; ele diz que: Eu vou repetio que ele disse: (Lê Depoimento).

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Senhor Deputado, eu quero dizer para o senhor que eunão sei nem onde mora o seu Gil. O senhor está entendendo? E eu gostaria até que ele dissessemo nome dessa pessoa, que fosse dito o nome dessa criatura, para que nós chamássemos essa

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pessoa aqui. Ele não conta; isso aí é frase de pessoa que quer se defender. Chega, faz odepoimento, diz o que quer para se defender e me acusar. Como realmente eu digo que elesimplesmente, tanto no setor, na Delegacia de Defraudações, quanto na Comissão deSindicância, esse cidadão foi preparado simplesmente para me acusar. Agora, eles não provamnada. E eu provo com documentos, já provei, já entreguei e já está esclarecido. Agora, dizer issoaí eles estão provando o quê contra a minha pessoa?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor deu 15, 00 reais para tirar asegunda via da certidão de nascimento do Simão, quando ficou claro que ele tinha usado adocumentação de uma outra pessoa?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Quinze Reais (R$15,00), doutor eu não tinha nem pramim, imagina para dá para seu Gilcirlan Rodrigues. Quem deve ter dado esses 15,00 reaisexatamente são os protetores deles.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O Senhor conhece o Ronaldo de JesusSilva?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - O Ronaldo, eu conheço sim. O senhor Ronaldo euconheço.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - "Saco Júnior", não é?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - É. Conhecido como "Saco Júnior". Que nem eu mesmotinha essa informação que ele tinha esse apelido.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Conhece ele? Tem contato com ele? Faloucom ele alguma vez?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Foi exatamente o seu Ronaldo que ligou para miminformando a situação do Gil.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Qual situação?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Que ele estava em Matinha jogando pelada e não tinhamais interesse de jogar em time no Brasil e sim somente no exterior.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Ai, ele levou o jogador lá...

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Foi o mesmo senhor Ronaldo que me levou o documentodo Gil.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Foi ele mesmo que levou o documento doGil?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Foi o senhor Ronaldo que me levou o documento do Gil.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - E o senhor sabia que o documento era falso?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Não senhor, porque eu não conhecia Gil, nempessoalmente, nem de nome, nem jogando bola.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Mas o senhor teve contatos depois comRonaldo ou foi só essa vez?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Não, o Ronaldo esteve pra mim entregar documento e foiembora para o interior dizendo que o senhor Gil me procuraria posteriormente: evidentementeque o Ronaldo é uma pessoa que anda muito em São Luís, e como a minha categoria de basetinha os jogadores que moravam em Matinha, quando ele vinha aqui as vezes ele chegava emminha casa para ver como estavam os jogadores. É comum se eu tenho um jogador para visitar,eu vou visitar o jogador; eu não vejo nenhum problema nesse sentido, senhor deputado.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Pois quem disse que o senhor deu 15 reais pratirar a segunda via da certidão de nascimento de Jucirlan, em Matinha foi justamente o Ronaldo;ele disse que recebeu do senhor dinheiro para tirar a segunda via que era a maneira dele repor odocumento que agora estava sendo utilizado pelo o senhor e por ele, para fazer o novo nome, anova identidade do Gil.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - A segunda via do documento ?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor deu 15 reais para ele? O senhornunca deu isso?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - O seu Ronaldo está simplesmente mentindo, Ronaldo,Gilson, quem quer que seja, são um bocado de mentirosos. Eu nunca dei dinheiro para ninguémtirar documento de ninguém, mesmo porque nunca tive dinheiro para dar para quem quer queseja.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Ele mesmo disse, ao interroga-lo sobre acertidão de nascimento, que ele havia lhe passado, o senhor disse que tinha usado a certidão denascimento do Gilcirlan para tirar a documentação do Gil, para que esse fosse jogar no futebolespanhol utilizando o novo nome. O senhor teve esse contato com o Ronaldo quando ele foibuscar a documentação lá? Foi ele quem lhe entregou a certidão de nascimento?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Eu já disse anteriormente: quem me levou a certidão denascimento foi o seu Ronaldo. Agora, nunca mantive esse diálogo com o seu Ronaldo dizendoque fiz isso ou deixei de fazer isso, com o documento de quem quer que seja. Estou certo?Repito mais uma vez, isso não passar de uma mentira.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor era procurador do Gil? Chegou aser procurador dele?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor propôs a ele, ficar comoprocurador?

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O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - O Gil estava de férias em Matinha, e eu jáprofundamente desconfiado com toda a situação, não fui convidado para passar a festa de finalde ano: e forcei a barra e fui, porque sabia que ele se encontrava em Matinha, lá fui na casa delee na hora do jantar eu pedi para o Gil para me passar a procuração dele. O que o senhor Gil dissepara mim? Disse: não tem problema; depois disse: eu não posso dar porque meu nome não éesse. Para confirmar mais uma vez a suspeita que eu tinha. Eu me cerquei, senhores deputadosde tudo que foi possível para quando eu fizesse a denúncia, fizesse com certeza do que eu estavafalando. Denunciar alguma coisa sem ter certeza, denúncia evasiva, isso é crime em alto grau. Eume cerquei de toda natureza.

O SENHOR DEPUTADO JUARANDIL JUAREZ - Desculpe. Um homem que estavapreocupado com a seriedade da transação, com a legitimidade da documentação, porque estavade acordo com a própria consciência. O senhor é um homem meio estranho. O senhor declarouaqui que o Gil naturalizou-se português, tirou um passaporte português e que esse passaporteteria custado 25 mil dólares. O senhor sabia que a certidão de nascimento dele era falsa. Eportanto, com a certidão de nascimento falsa ele só poderia ter um outro nome, um novopassaporte, era uma outra pessoa.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Como é que o senhor afirma que eu sabia que odocumento dele era falso?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor mesmo disse. O senhor falou quetinha conhecimento que iria se certificar. Quando o senhor foi à festa dele no final do ano; quefoi patrocinada, na verdade, pelo Walmir, o senhor quando foi lá, esse assunto já era conhecido.Ele já tinha ido pra Espanha, ele já tinha tirado passaporte português. O senhor sabe até o valordo passaporte, que foi em torno de cinco mil dólares.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Evidentemente que eu fui informado bem antes, fuiinformado antes. Logo que ele foi pra Espanha, esteve lá, que eu fui informado pelo presidentedo clube. Agora, se era falso ou deixava de ser falso eu não tinha conhecimento. Só fui tomarconhecimento no mês de novembro.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor não sabia, o senhor não sabia que oGil era brasileiro?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - O Gil era brasileiro.

O SENHOR DEPUTADO JAURANDIL JUAREZ - De repente ele aparece com passaporteportuguês. O senhor não está sabendo?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Bem, eu tomei conhecimento que ele tinha um passaporteportuguês, porque o presidente me falou que estava se naturalizando português.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - É verdade. Mas ai o senhor demorou aindatanto tempo pra fazer a denúncia de que havia irregularidade? Porque essa é uma irregularidadegritante.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Dr. eu já afirmei aqui hoje, que quando eu tomeiconhecimento que havia irregularidade, eu passei a ligar para o presidente, para comunica-lo dasirregularidades que tinha conhecimento. Lamentavelmente ele simplesmente não recebeu as

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minhas ligações, não tive mais contato com esse cidadão. E no momento que eu tivepessoalmente a oportunidade de comunica-lo, simplesmente que eu estava falando para ele, eledisse que eu estava querendo desabafar.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor fez essa denúncia no mês defevereiro de 2000. Você pode fazer as contas de datas aqui, só pode ter sido em fevereiro. Nofinal do ano, o senhor fala que participou de uma festa em homenagem ao jogador Gil, queaconteceu em Matinha, foi patrocinado pelo o Valmir Pinheiro. O senhor acabou de dizer quenessa oportunidade pediu uma procuração e que quando ele negou a procuração você ficouconvencido que ele estava com a documentação falsa. Isso, em fevereiro, no final de fevereiro éque o senhor fez a denúncia.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Senhor Deputado, eu era subordinado; e antes eu queriaque o presidente do clube tomasse conhecimento para que ele tomasse consciência dairregularidade e tomasse as devidas providências. Como ele fez descaso das minhasinformações; não quis tomar conhecimento, certo; eu fiz outras tentativas para que ele comopresidente do clube, o comandante maior tomasse as providências e que ele me demitiu; eunão tive outra alternativa. Aí que eu fui denunciar. E só não denunciei nos outros órgãos porqueeu não tive oportunidade. Foi criado essa Comissão de Sindicância, certo, e que essa Comissãode Sindicância no meu entendimento ira levar ao conhecimento do Ministério Público e daDelegacia de Defraudações. Mas, eles foram muito espertos.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor ganharia, o senhor ganhariaalguma comissão na transferência de jogadores como Gil e outros; o senhor tinha algumcontrato e não lhe davam uma vantagem dessa?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Eu nunca recebi um centavo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor não tinha esse acerto? Não recebianenhum tostão do Americano?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - O que eu já afirmei aqui é que, o grupo que trabalhasseou descobrisse atleta ou formasse atleta, se esse atleta fosse negociado, esse grupo teria dez porcento( 10%).

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor recebeu 10%?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Nunca recebi um centavo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Qual é a razão que o senhor atribui pra não

ter sido recebido?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Sempre o Presidente dizia que não tinha recebido nada.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Quando que o senhor recebeu a certidão do

Gil? O Gil já era um jogador conhecido, tinha feito contrato com o Santo André; se não falha a

memória, o senhor sendo um homem do futebol do Maranhão, o senhor sabia que ele já tinha

ido pro Santo André; já era profissional; não lhe chamou atenção o fato de que, ele já sendo um

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profissional, portanto já tendo registro, não poderia ter uma idade tão baixa? E não ter

documentos? Porque veja, o senhor pediu pra que ele fosse tirar documentos: Carteira de

Identidade, CPF, essa coisa, que normalmente o jogador profissional ele é obrigado a ter, porque

são documentos: aliás o senhor estava pedindo essa documentação exatamente porque era

exigida; o senhor disse no seu depoimento; o senhor disse que essa documentação é exigida pela

federação. Sendo ele um profissional com um contrato com o Santo André, estava, inclusive o

senhor falou aí na questão que o senhor recebeu dinheiro que estava no cheque sem fundo. O

senhor não achou estranho que ele não tivesse nenhuma documentação?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - O senhor está dizendo que eu conhecia o jogador

senhor deputado; veja bem o que o senhor está falando. Eu não conhecia o senhor Gil, repito,

mais uma vez, nem por nome, nem por retrato, nem jogando bola. Nesse período que Gil

apareceu, eu estava afastado do futebol. Eu sou um pai de família que preciso trabalhar pra

manter minha família e não sou obrigado dentro da minha profissão permanecer no Estado do

Maranhão. Sou representante comercial que trabalho no Ceará, no Piauí, no Tocantins e no

interior do Estado do Maranhão. E, me afastei literalmente do futebol e eu não conheço esse

moço, nunca tive contato.

O SEMHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor também não conhece Bibico,

Valmir e Maguinho? Nunca ouviu falar desses nomes?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Bibico?

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Bibico, Valmir e Maguinho?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Valmir?

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Sim. Eles nunca estiveram na sua casa?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Na minha categoria de base, senhor deputado, o

Americano começou em 1999.

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O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Você seja objetivo na resposta por favor, o

senhor responde as perguntas do deputado para que a gente possa concluir o seu depoimento.

Não venha falar da sua profissão de representante e dos estados que freqüenta, por favor.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O Bibico, o Valmir e o Maguinho, foram

jogadores que ficaram na sua casa, no período imediatamente anterior à vinda do Gil. O senhor

pediu a alguém de mais expressão, de mais peso? Agora, o senhor está dizendo que estava

afastado das atividades. O senhor conhece ou não conhece esses jogadores: Bibico, Valmir e

Maguinho?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Em 99 eu não estava afastado, senhor deputado.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor vai responder agora se conhece ou

não conhece.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - O Bibico, o Valmir entendeu, eles participavam da

Categoria de Base do Americano. E não era hospedado na minha casa, era hospedado numa casa

que era alugada próximo a minha residência.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Quem lhe trouxe esses três jogadores?

O SENHOR FRANCISCO ARAUJO - Senhor Ronaldo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O Ronaldo já tinha trazido então outros

jogadores para o senhor. Não era assim desconhecido portanto?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Eu não falei que o Ronaldo era meu desconhecido; eu

disse que conhecia o Ronaldo.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Mas conhece o Bibico, Maguinho e o Valmir, mas o Gil foi

uma coisa que apareceu e o senhor não se apercebeu, tendo pedido ao Ronaldo um jogador de

peso, aí ele veio se apresentou como jogador de peso, a expressão que o senhor usou no seu

depoimento.

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Quando ele me apresentou, quando falou para mim que

esse jogador estava lá, o Gil era um jogador conhecido, de nome não é.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Há pouco o senhor disse que não sabia, não conhecia.

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O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Eu não conhecia ele pessoalmente, o nome completo do

senhor Gil, Giorlan não sei o que ai.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Mas conhecia de nome?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Gil, apelido? É conhecido, está em jornal. Quer dizer, é

divulgado no jornal.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Me permite um aparte deputado Jurandil?.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Pois não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Eu queria perguntar a Vossa Senhoria, se havia

um compromisso, uma promessa no caso das negociações de jogadores pra outros clubes que

saíssem das suas mãos, das mãos desse grupo. Havia promessa de pagamento desses dez por

cento? Tinha essa promessa?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Para quem?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Para quem conseguisse viabilizar a negociação

do jogador, no caso do senhor, do seu Ronaldo; e esse senhor a terceira pessoa que eu não

lembro agora. Eu estou perguntando ao senhor: existia para o senhor uma promessa de

viabilização da venda dos jogadores, o senhor receberia 10% do valor da venda?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - O grupo que eu trabalhasse.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Existia isso para o senhor também, essa

promessa dos 10%. Feita por quem essa promessa ao senhor?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - O valor a ser pago seria pelo presidente.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Presidente, então, prometeu ao senhor, caso

viabilizasse a negociação. O senhor receberia 10% ( dez por cento)?

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O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Dez por cento, não só eu como o grupo que

trabalhasse.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Muito obrigado.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Eu vou concluir e lhe perguntando: tinha um

compromisso do Gil trabalhar com o senhor. Gil foi apresentado ao senhor, o senhor trata desse

assunto e portanto ele ficaria sendo um atleta seu. O senhor seria o dono do passe dele. O que é

que aconteceu que o senhor perdeu o controle sobre a situação? Apesar de ter patrocinado para

que ele tirasse a documentação?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Senhor Deputado, eu nunca patrocinei ninguém pra tirar

documentação e não tinha compromisso com Gil, e nem com outro jogador.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Então, me responda. Ele assinou o contrato

em branco com o senhor ou não?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Ele assinou com o Americano.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Com o Americano?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Com o Americano.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - E pra fazer o registro desse documento;

ele não precisava ter certidão de nascimento, carteira de identidade, CPF, essas coisas?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Precisava, mas ele providenciou lá e tirou. Se o nome

dele era aquele e ele como estava lá no exterior, se fosse necessário de assinar qualquer

documento aqui no Brasil; não precisaria ele vir pra cá para assinar documento. Essa

procuração lhe daria o direito de resolver o problema dele aqui.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Mas, uma certidão de nascimento é tão

simples, a gente ir no cartório verificar a autenticidade dela, porque todas as referências

necessária; a gente faz isso até pelo telefone.

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O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Eu nunca fiz isso. Se o senhor conhece alguém que fez

e...

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - É comum isso, qualquer lugar se faz.

O SENHOR ARAÚJO - Mas eu nunca fiz isso.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - O senhor então preferiu que fosse feito o registro dele, e aí

quando ele foi para Europa, quando ele retornou de férias o senhor foi pedir uma procuração dele

só para saber se a certidão de nascimento dele era verdadeira?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO - Para tomar minhas precauções.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Para quem é tão precavido assim, o senhor demorou

bastante.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - O seu depoimento está encerrado e o senhor foi

beneficiado pelo adiantado da hora está certo? Mas as contradições das informações que o

senhor prestou aqui, serão encaminhadas naturalmente ao Ministério Público, para que as

providências sejam tomadas diante das contradições, entre o depoimento prestado aqui no

Maranhão, e o depoimento que o senhor presta aqui a CPI. O senhor está dispensado. Muito

obrigado pela sua colaboração.

O SENHOR FRANCISCO ARÚJO - Obrigado, deputado.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Solicito à Secretaria que conduza à sala de

reuniões, o senhor Sérgio Alves da Silva, o Serginho, para tomada de depoimento. A Presidência

gostaria de registrar e agradecer a presença do doutor Nilton Martins Corrêa Filho, Delegado de

Polícia Civil, da Delegacia de Defraudações, do doutor Ronald Pereira dos Santos, Promotor de

Justiça do Estado do Maranhão, do doutor Ricardo Henrique de Almeida, Promotor de Justiça do

Estado do Maranhão e Coordenador da Promotoria de Investigação Criminal. Os senhores

Promotores acompanham desde o início esta Sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito, e

terão em primeira mão as Atas e os documentos ou as respectivas cópias de todos os

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depoimentos tomados aqui durante a manhã, tarde, noite e madrugada desta sexta-feira. Da

mesma forma também o senhor Delegado de Polícia Civil que promove também investigações

sobre fatos relacionados com as investigações dessa CPI. Solicito à taquigrafia para que

transcreva na íntegra a Indicação 177/2000, aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado do

Maranhão, de autoria do deputado José Raimundo, encaminhando ao Ministério Público do

Estado do Maranhão solicitação no sentido da apuração de denúncias sobre adulteração de datas

de nascimento de jogadores de futebol no âmbito do Estado do Maranhão, exportação de

jogadores para o exterior e evasão de divisas relacionada com essas transações irregulares. A

Indicação naturalmente testemunha que no ano passado esta Assembléia Legislativa manifestou

preocupação com os fatos investigados por esta CPI. Passamos ao depoimento do senhor Sérgio

Alves da Silva, esclarecendo aos senhores deputados, que a investigação sobre a transferência de

jogadores resultou no depoimento do senhor Marco Antônio conhecido como "Preto", zagueiro

do Santos Futebol Clube do Estado de São Paulo, que sustentou perante uma diligência da CPI

em São Paulo, que teria sido transferido para o Estado de São Paulo, simplesmente pela

interferência de um empresário ligado ao Primavera de Indaiatuba. E quando nós fomos nos

informar sobre esse empresário ele já havia falecido, e aqui nós tomamos conhecimento de que

não teria sido esse empresário, mas o envio do jogador " Preto " a São Paulo teria sido obra do

nosso depoente Serginho. É apenas esse fato senhores deputados, e espero que em cinco minutos

esse esclarecimento seja prestado para efeito de registro nos Anais da CPI, para que possamos

partir para o próximo depoimento. Com a palavra o deputado Silvio Torres.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Serginho, no depoimento que o deputado Aldo

Rebelo, se referiu, o Preto disse ao contrário que tinha dito aqui, que aqui no depoimento que ele

deu, ele tinha dito que tinha sido o senhor Joãozinho Neres que tinha providenciado os

documentos dele; lá em São Paulo, ele disse que tinha sido o seu Peçanha que era o Presidente

do Primavera de Indaiatuba, que quando se soube posteriormente era uma pessoa já falecida.

Mas a pergunta é a seguinte: Você foi o responsável pela ida do jogador Preto para o Primavera

de Indaiatuba?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Senhor Deputado, eu solicitei...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Por favor, fale mais perto do microfone.

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - O Peçanha ligou para mim pedindo jogador, e eu

remeti Preto pra ele.

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SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Sim, como é que foi essa negociação? Você

combinou com o Peçanha, algum valor? Como é que foi?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Não, senhor. Eu só encaminhei. Ele chegou lá e lá

o pessoal tomou conta dele.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E você já conhecia o Preto antes?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Já tinha visto ele jogando e achei que ele seria um

jogador de alta...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E quando você conheceu o Preto e indicou, qual

era a idade que o Preto tinha?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Ele era de 78.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E você o indicou ao Primavera como um jogador

com 22 a 23 anos?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Ele é de 78.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Foi pedido algum documento para o senhor?

O SENHOR SÉRGIO ARAÚJO- Para mim não, de nem um jogador.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Então, a tua participação no caso foi apenas a

indicação e o encaminhamento dele

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Sim.

O SENHOR SILVIO TORRES - Você não teve nenhuma participação na questão de

documentos?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Você sabe dizer quem é que providenciou os

documentos para o grupo?

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O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Não sabe, nem ouviu falar?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Você é sócio do Preto em algum...

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Não têm nenhum tipo de sociedade?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Não senhor.

O SENHOR SILVIO TORRES - E pela indicação você recebeu algum dinheiro?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Não.

O SENHOR SILVIO TORRES - Nada?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Nada.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Nem do Primavera, nem do Santos?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Senhor Presidente, atendendo seu pedido...

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Muito obrigado, senhor deputado Silvio Torres.

Deputado Eduardo Campos gostaria de fazer alguma pergunta? Mas seja breve por favor.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor acertou com Peçanha o passe de

Preto. O senhor era procurador de Preto?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Eu tinha a procuração dele aqui em São Luís e

remeti ele.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Serginho fale no microfone, por favor, que

está gravando.

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Eu tinha uma procuração dele aqui e remeti ele.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor tinha acertado o passe de 20 mil

reais?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Isso.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - É esses 20 mil reais iriam ser divididos

como?

O SENHOR SERGIO ALVES- Eu iria pagar a parte que o Boa Vontade queria.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O Boa Vontade é quem?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - O Boa Vontade.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Os nomes das pessoas que queriam a parte

do Boa Vontade?

O SENHOR SERGIO ALVES - O proprietário do Boa Vontade.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quem é o proprietário do Boa Vontade?

O SENHOR SERGIO ALVES - O Manoel.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - E quem mais?

O SENHO SERGIO ALVES DA SILVA - Só o Manoel. O proprietário é Manoel.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Ele pediu quanto ao senhor?

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O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - Cinco mil reais.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - E o restante?

O SENHOR SERGIO ALVES DA SILVA - De 5 ficou 15 e ainda dividiu entre mãe do rapaz.

O SENHOR DEPUTADO- entre a mãe do rapaz e quem mais?

O SENHOR SERGIO ALVES- Só entre eu e a mãe dele.

O SENHOR DEPUTADO- O senhor e a mãe dele.

O SENHOR SERGIO ALVES- Aí, no final não teve os vinte mil, ou teve os vinte mil?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- E quem ficou com os vinte mil?

O SENHOR SERGIO ALVES - ... comprou diretamente do Boa Vontade.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O Boa Vontade foi quem vendeu a ele? Ele

era um jogador e já registrado na Federação? Com a documentação de 78 ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Sim senhor.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- E quem tratou da nova documentação que

apareceu; quem foi a pessoa que providenciou a nova contratação, Preto era registrado na

Federação Maranhense de Futebol com a certidão verdadeira dele de 1978. Preto, começou a ser

vendido pelo senhor e depois o Boa Vontade atravessou-se, era detentor do passe do

jogador; estragou o negócio. Não deixou que o senhor e a mãe dele ganhassem alguma coisa; e

foi fazer o negócio sozinho.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E aí, quem é que providenciou a

documentação ?

O SENHOR SERGIO ALVES- Não sei, deputado .

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Normalmente quem seria, quando o senhor

estava vendendo ele entendido com a direção do Boa Vontade; quem estava responsável nessa

época pela documentação ?

O SENHOR SERGIO ALVES - A documentação era 78.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Quando estava vendendo o Preto para o futebol

de São Paulo, o senhor como o intermediário, o senhor tinha acertado com a família quinze mil

e cinco mil com a direção do Boa Vontade. Nessa venda que não aconteceu; quem era o

responsável pela documentação ou eram as pessoas do Boa Vontade?

O SENHOR SERGIO ALVES - Tudo do Boa Vontade era documento do Boa Vontade.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Tudo era do Boa Vontade.

O SENHOR ARAÚJO - Tudo era do Boa Vontade, o documento que tinha lá.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor imagina que quem tenha trabalhado na

questão da nova documentação, deve ter sido o pessoal do Boa Vontade.

O SENHOR SERGIO ALVES - Eu não sei, doutor.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Com a palavra o deputado Jurandil Juarez .

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Mas, eu tenho que registrar uma contradição

inicial do Serginho. O Serginho respondeu uma pergunta do deputado Silvio Torres, foi claro e

objetivo quando disse que era ele que tinha feito a venda do jogador Preto para o São Paulo.

O SENHOR SERGINHO - Quem fez a venda, foi o Boa Vontade que vendeu para o Juventus.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Eu não sei qual a diferença de fazer

encaminhamento e o outro que vende. Mas, ficou claro pra mim que o senhor disse que tinha

encaminhado; e na verdade quem fez a venda, recebeu o dinheiro foi esse conhecido Boa

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Vontade; que é segundo se sabe aqui, Boa Vontade dos funcionários da Federação. Mas, uma

coisa não ficou claro, Serginho, primeiro ele era um jogador federado. O Boa Vontade dono do

passe registrou na Federação, não é isso?

O SENHOR SERGIO ALVES - Perfeito.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Ele nasceu em 78, portanto estava com a

documentação dele normal. Para ele ser transferido e aparecer como " Gato" em São Paulo,

houve uma transição nisso aí. Ele não foi feito " Gato " lá em São Paulo, a gente tem convicção

disso quando ver que a certidão, é uma certidão que foi tirada aqui no Município de Rosário,

aqui no Maranhão. Só a gente pensar que o Preto vai daqui, que é Maranhense vai para São

Paulo e lá em São Paulo ele falsifica, porque ele não falsifica logo lá em São Paulo porque até

mais difícil de ser encontrado?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Foi feita essa falsificação aqui, quer dizer: o "

Gato" foi criado aqui. O senhor disse que não sabe quem foi que providenciou a documentação,

no entanto, numa informação que nos foi prestada pelo Juiz de Rosário, e pelo escrivão do único

cartório que existe lá, você foi lá no final do ano, no final do ano passado, no início deste ano, lá

o senhor se identificou como irmão do Preto, por que o senhor fez isso ?

O SENHOR SERGIO ALVES – Já tinha estourado a bomba, aí o Preto disse: Serginho ver se

esse documento meu é verídico.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Mas como o Preto poderia ter lhe pedido isso se ele tinha

falsificado, se ele estava com a certidão falsa?

O SENHOR SERGIO ALVES – Eu não sei doutor.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Ele assinou a carteira de identidade, como é que ele

poderia lhe perguntar se estava certo se ele sabia que não tinha nascido em Rosário, se tinha

nascido em São Luís existia a certidão de nascimento dele.

O SENHOR SERGIO ALVES – Eu não sei.

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O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Serginho você foi a Rosário se apresentar como

irmão do Preto?

O SENHOR SERGIO ALVES – Fui eu e o irmão do Preto, falei com o pessoal do cartório, eu

falei que era irmão do Preto.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Mas você não é irmão do Preto? Falou agora

mas não é?

O SENHOR SERGIO ALVES – Eu falei que era irmão do Preto, eu menti que eu era irmão do

Preto.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – E porque você usou, foi citado o nome do Joãozinho Neres,

como sendo a pessoa que teria feito essa transação toda, e inclusive confirmado num

depoimentos num longo depoimento prestado pelo Preto à Polícia?

O SENHOR SERGIO ALVES – Eu não confirmei nada com Joãozinho Neres, eu não confirmei

nada não.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – O escrivão confirmou e informou ao Juiz e confirmou aos

membros dessa Comissão, que o senhor foi lá e teria exclamado lá, o Joãozinho Neres acabou

com a vida do meu irmão.

O SENHOR SERGIO ALVES- Eu não falei isso para ele não.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Serginho o senhor é sócio do Preto em algum negócio

aqui?

O SENHOR SERGIO ALVES – Não senhor.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Você é dono do América?

O SENHOR SERGIO ALVES – Sou sim senhor.

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O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Como é que você se mantém lá no América? O senhor

comprou como o América?

O SENHOR SERGIO ALVES – Eu comprei agora o América, eu comprei está com...agosto,

comprei em agosto.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Comprou em agosto, comprou pagou com que?

O SENHOR SERGIO ALVES – Eu paguei mil reais, ainda estou devendo o resto para o dono do

time.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – O Preto não entrou com nada nessa?

O SENHOR SERGIO ALVES – Não senhor.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Serginho, por que você se recusou a prestar declaração a

Polícia? Você foi intimado regularmente, se apresentou, se apresentou já coberto por advogado

e na presença do advogado você disse que nada tinha a declarar, que só se manifestaria em

juízo. Qual foi a razão de você ter dito isso? Eu queria lembrar que a CPI seria exatamente este

povo que você gostaria de ter lá na delegacia. Você se manifestando aqui como se você estivesse

se manifestando em juízo. Por que você não fez declaração à Polícia?

O SENHOR SERGIO ALVES – Eu falei para o delegado que eu não tinha nada a declarar. Falei

prá ele isso.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ- Muito bem, senhor Presidente, não posso dizer que me dou

por satisfeito, mas ...

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Devido ao adiantado da hora Deputado Silvio

Torres, com a palavra V. Exa..

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- O Time América que você é o atual dono, está

em atividade?

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O SENHOR SERGIO ALVES - Teve o campeonato juvenil no ano passado.

SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES - E depois disso parou?

O SENHOR SERGIO ALVES - Parou.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- Só tem juvenil ou tem...

O SENHOR SERGINHO - Só juvenil.

O SENHOR PDEPUTADO SÍLVIO TORRES- Só juvenil. Idade máxima de...?

O SENHOR SERGIO ALVES - 14 à 17 anos.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- 14 a 17 anos. E você mantém esse time com que

objetivo? Fazer desse pessoal profissionais no futuro ou você quer formar um time ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Eu sempre trabalhei com menores, né? E o meio mais fácil de

tirar o menor da rua, é o futebol. Pelo menos para os meninos de rua aqui de São Luís é o

futebol; e apareceu essa oportunidade de eu tomar de conta do Américo, né? Então eu aproveitei

e fiz o América.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- E você já vendeu algum jogador?

O SENHOR SERGIO ALVES - Já vendi dois jogadores.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- Menores?

O SENHOR SERGIO ALVES - Menores.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Para que, para que lugar?

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O SENHO SERGIO ALVES - Para o Juventus e o Primavera.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E o valor?

O SENHOR SERGIO ALVES - Um eu vendi por 7 mil reais, eu dei 2 para a família e fiquei

com 5 dei mais um para a pessoa me locomovia com o carro né, para ... o Primavera saia de São

Paulo para Primavera né. E o Adilson lá no Juventus, o Jorge Franklin.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Jorge Franklin?

O SENHOR SERGIO ALVES - É.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E qual foi o outro?

O SENHOR SERGINHO - Só os dois Adilson e Jorge Franklin.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Adilson e Jorge Franklin, os dois são menores?

O SENHOR SERGIO ALVES - É. Um é de 80, tem 19 anos não é? Joga no Primavera.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E isso foi de novembro prá cá?

O SENHOR SERGIO ALVES - De julho até agosto.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- De julho pra cá. Com quem que é o seu contato

no Primavera hoje? Já que o Peçanha faleceu?

O SENHOR SERGIO ALVES - Meu contato hoje chama-se Toninho Franchinere .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E no Juventus ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Senhor Alex Duarte.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor tem contatos com outras equipes em

São Paulo, outros clubes menores, São João de Araras ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Não, senhor.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Nacional de Manaus ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Não, senhor.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Santo André ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Não, senhor.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Algum outro time de São Paulo ?

O SENHOR SERGIO ALVES - São Paulo, levei dois jogadores para o São Paulo, mas não

ficaram.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Em São Paulo ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Não teve intermediário.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Para o exterior, você encaminhou algum?

O SENHOR SERGIO ALVES - Não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Não teve contato pra isso, ninguém te procurou

pra isso ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Rubilota, não conhece ?

O SENHOR SERGIO ALVES- Não conheço.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Raimundinho, o senhor conhece ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Conheço .

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor teve algum contato com Raimundinho,

sobre a possibilidade de levar algum jogador pra fora ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Não, senhor .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Escute, é verdade que o senhor ia viajar esta

semana pra São Paulo e depois para o Rio esta semana ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Ia a São Paulo e iria ao Rio .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Ia levando jogadores?

O SENHOR SERGIO ALVES - Ia sim, senhor .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Quantos jogadores o senhor ia levando ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Três jogadores.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Três ou cinco ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Ia levando três jogadores .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E depois ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Ia levar mais três.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor ia levando esses três jogadores pra São

Paulo ou pro Rio ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Para São Paulo e para o Rio.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Isso o senhor faz com autorização da família?

O SENHOR SERGIO ALVES - Dos pais, eles fazem a procuração.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E, quando eles vão, já vão com os valores

fixado que o senhor vai dá pra famílias?

O SENHOR SERGIO ALVES - Já, já.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Já tudo acertado ?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor tem dinheiro pra isso pra adiantar pra

família ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Não, não .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor faz todo esse trabalho sozinho ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Graças a Deus.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES - E, esses meninos que o senhor ia levar, ia levar

pra onde em São Paulo ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Primeiramente ia levar pra São Paulo mas, o meu destino era

Rio de Janeiro.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Pra que Clube ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Eu ia levar para o América do Rio de Janeiro e levar para o

Madureira.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor tem algum contato ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Inclusive com o treinador.

DEPUTADO SILVIO TORRES - E , o senhor estava pronto pra levar esses jogadores, com a

procuração da família; autorização da família, porque o senhor não levou ?

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O SENHOR SERGIO ALVES - Porque eu receba uma intimação na quinta-feira. E na sexta eu

ia viajar.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor não foi por causa da intimação pra

prestar depoimento aqui na CPI ?

O SENHOR SERGIO ALVES - E, há pouco...

O SENHOR DEPUADO SILVIO TORRES - A Polícia te intimou pra depor sobre o caso do

Preto?

O SENHOR SERGIO ALVES - Sim.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E ,por esta razão, o senhor adiou a viagem ?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO ALVES - O senhor ainda vai levar esses jogadores ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Vou, sim.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Quem cuida da documentação desses jogadores.

O SENHOR SERGIO ALVES - Sim.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor vai viajar com os garotos; o senhor tem

que levar algum documento.

O SENHOR SERGIO ALVES - Procuração, a mãe me repassa pra mim.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O que mais eles levam, certidão de nascimento,

carteira de identidade?

O SENHOR SERGIO ALVES - Todos os documentos. Não, eles não são federados.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - São federados. Todos são menores.

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O SENHOR SERGIO ALVES - Todos são menores.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E, o senhor fica responsável por eles. Chega lá

entrega pro Clube ?

O SENHOR SERGINHO - Em 15 dias deixo no Clube paga a lei do passe.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Se não der certo?

O SENHOR SERGIO ALVES - Eu levo pra três Clubes

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor fica lá quanto tempo, dois, três, cinco ?

O SENHOR SERGIO ALVES- Geralmente eu passo um ano fora.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mais alguém faz esse tipo de trabalho que o

você faz ?

O SENHOR SERGIO ALVES - Senhor eu não sei,

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor deve saber a concorrência agora, é

evidente que você disputa o mercado com ele.

O SENHOR SERGIO ALVES- - Aqui no Maranhão é cheio de talentos, todo mundo quer levar

um garoto para brilhar lá fora.

O SENHOR SILVIO TORRES - Mas quem se dedica a esse tipo de trabalho, como esse que

você faz?

O SENHOR SERGIO ALVES- Doutor, para levar diretamente como eu levo, eu não conheço

ninguém, eu sou o único que levo, eu mesmo levo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Agora, para intermediação...

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O SENHOR SERGIO ALVES- Que leva para alguém...

O SENHOR SILVIO TORRES - Isso aí você conhece vários?

O SENHOR SERGIO ALVES - Vários rapazes fazem isso, a maioria faz.

O SENHOR SILVIO TORRES - O Valmir faz isso? O Valmir Bastos?

O SENHOR SERGIO ALVES - O Valmir Bastos, faz.

O SENHOR SILVIO TORRES - O Raimundinho, faz isso?

O SENHOR SERGIO ALVES - O Raimundinho eu não sei doutor, eu tenho ligação mais é com

Valmir.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Para concluir senhor deputado.

O SENHOR SILVIO TORRES - Senhor Presidente, eu já considero concluído, a não ser que o

deputado Eduardo, queira fazer mais alguma pergunta.

O SENHOR PRESIDNTE ALDO REBELO - Deputado para concluir por favor.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - A fora Valmir quem mais faz esse tipo de

atividade?

O SENHOR SERGIO ALVES - Que leva o jogador ou que manda alguém?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Que manda, que intermedia , como Cassas,

como...

O SENHOR SERGIO ALVES - Cassas eu sempre vejo falar em doutor Cassas.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quem mais?

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O SENHOR SERGIO ALVES - Doutor Cassas, o Valmir.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quem mais, o Mundico?

O SENHOR SERGIO ALVES- Não senhor não sei.

O SENHO SERGIO ALVES - Não sei não senhor, a única pessoa com quem eu lido mais aqui

em São Luís, é com o Valmir, a única pessoa que eu lido é com Valmir.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Está concluído deputado Eduardo Campos.

Então eu gostaria de registrar ao final do depoimento do senhor Sérgio, que o jogador Marco

Antônio, o Preto, ele mentiu à CPI em São Paulo, ao sustentar que o senhor Peçanha, veio buscá-

lo aqui no Maranhão sem a interferência nem a intermediação de ninguém, então eu acho que

pelo menos esse registro o depoimento do senhor Sérgio ele confere a CPI, eu quero agradecer a

presença do senhor, além naturalmente de fatos novos revelados pelo depoimento; em função da

hora nós não podemos estender o depoimento do senhor Sérgio agradeço por ter permanecido até

o presente momento e solicito que o senhor aguarde até o término da reunião da CPI na

madrugada de hoje. Solicito a Secretaria que conduza a sala de reuniões o senhor Valmir

Pinheiro Bastos, para tomada de depoimento e solicito aos senhores deputados que nesse caso

também só as perguntas fundamentais, diretas e objetivas sejam feitas para que em 10 minutos

nós realizemos o depoimento do senhor Valmir Pinheiro Bastos, para que possamos tomar o

depoimento em seguida dos senhores Raimundo Nonato da Silva ( Mundico ), senhor Emanuel

dos Santos e o senhor Carlos Alberto Ferreira. Faço a leitura do Termo de Compromisso Oral. (

Lê). O senhor tem alguma declaração inicial a fazer?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS- Estou pronto para responder.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Então, muito obrigado pela sua presença, passo a

palavra ao deputado Silvio Torres Relator da Comissão para suas perguntas iniciais tem a

palavra Vossa Excelência

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Senhor Walmir, o senhor atua na área do futebol,

em que tipo de negócio?

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O SENHOR WALMIR PINHEIRO BASTOS- Eu indico alguns jogadores.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor indica alguns jogadores. E isso o senhor

faz há quanto tempo.

O SENHOR WALMIR PINHEIRO BASTOS - Desde de 96 pra cá.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - De 96 pra cá. Nesse tempo o senhor indicou

bastante jogadores ?

O SENHOR WALMIR PINHEIRO BASTOS - Só dois.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Só dois, ou só dois daqueles que o senhor

indicou, vamos dizer assim, foram bem sucedidos?

O SENHOR WALMIR PINHEIRO BASTOS - Só indiquei dois.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Quais foram os dois ?

O SENHOR WALMIR PINHEIRO BASTOS - o jogador Gil, e Orlando em 94 para o Moto

Clube; e o jogador Marlon, indiquei para o Juventus de São Paulo; inclusive... o jogador foi

dispensado lá e consequentemente eu entrei em contato lá com... Ele chegou com um cheque

sem fundo, e pediu que eu recebesse o cheque pra ele porque o Vila Nova ia jogar contra o

Sampaio, inclusive ia pro interior, cidade dele natal, eu guardei esse cheque comigo; cheque de

mil e duzentos reais, porque o Vila Nova ia jogar contra o Sampaio e eu passei no aeroporto pra

sacar esse dinheiro.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Era um cheque do Vila Nova?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Foi que deu pra ele sem fundo.

SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Sem fundo para você receber? Mas, nesse tempoque aconteceu isso aonde ele estava jogando?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Ele estava abandonado em Matinha.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Em Matinha?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - É, cidade dele natal.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Não estava jogando no Americano?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Nunca jogou no Americano.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Ele nunca jogou pelo Americano?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Nunca.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E nem foi registrado pelo Americano?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Eu não sei informar.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Não sabe? O senhor sabe por coincidência que osdois únicos jogadores que o senhor indicou, são os que estão envolvidos num processo defalsificação de documentos?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - É coincidência doutor.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Sim, o senhor sabia disso?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Agora que estou sabendo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor não tem participação em nenhumdeles?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Não. Primeiro, o jogador Gil eu indiquei em 96para o Moto mas com o nome dele normal, você pode ver a idade. O senhor pode consultar ojogador também.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Agora sobre a questão do jogador Gil eu voudeixar ao Deputado Jurandil. Agora, eu queria falar sobre o Marlon que eu ouvir lá em São Pauloo depoimento que foi realizado na última terça-feira e o Marlon que se viu envolvido comproblema de falsificação de documentação, ele apontou você como uma pessoa responsávelpelos documentos que alteram a idade dele.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Isso é mentira. Se ele falou isso, eu nem assisti aentrevista dele, mas se ele falou isso ele está mentindo e eu estou a disposição para umaacareação com ele em qualquer lugar.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E você recebeu algum dinheiro?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Nenhum tostão.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Não recebeu nada?

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O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Nada. Eu mandei o jogador do Juventus, doSampaio paguei a passagem, esse jogador jogava aqui comigo, sofrido jogava como amador,pobre, a mãe dele tem osteoporose, é doente e eu tentei ajudar. E agora eu fiquei até surpreso,sabendo...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Ele disse que você é o que providenciou adocumentação, e teria conseguido essa documentação com uma pessoa chamada Babal quetrabalha no cartório. Você conhece essa pessoa?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Eu não conheço ninguém de cartório.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E quanto foi fixado, quando você indicou quantoera o passe do Marlon?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Eu não fixei porque eu não sou presidente declube e nem negociei passe de jogador.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor era procurador dele?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Quando ele viajou para São Paulo, a mãe deleme chamou e disse Valmir, quando for para resolver o problema de Marlon lá em São Paulo,quem vai que eu não posso ir que eu sou doente? Eu vou passar uma procuração pra ti. Eudisse: tudo bem dona Maria, dei o meu documento e ela fez a procuração. Inclusive essaprocuração até no ano passado eu tinha ainda a xerox dessa procuração, mas não tenho mais.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E essa procuração só te nomeava.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Só nomeava quando fosse para resolverqualquer problema do jogador, me chamasse e eu nunca fui chamado para resolver problemanenhum dele lá.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E você tem idéia de como ele conseguiu essadocumentação nova aqui em São Luís?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Não tenho idéia.

O SENHOR SILVIO TORRES - Ele não falou com você?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Primeiro, eu conheci o Marlon em 98, ficavajogando bola por ai e tal, ganhando 10 reais. Eu disse: rapaz vou tentar te ajudar, vou pagar atua passagem: ele disse: rapaz faz isso pra mim. Paguei a passagem dele e ele foi para SãoPaulo e está até hoje. Inclusive, a mãe do jogador poderia até ser chamada, ela pode atéesclarecer mais isso, apesar de ser doente ela pode até esclarecer; ela vai confirmar tudo aquiloque estou falando. O que eu fiz por ele foi isso. Paguei a passagem dele pra São Paulo, inclusivequando ele foi dispensado lá do Juventus, que ele não passou no teste, ele disse: Valmir eu estouindo embora para o Maranhão. Eu disse você não vai embora, eu vou entrar em contato com umamigo meu pra ver se te coloca no União. Inclusive paguei a passagem dele do Juventus paraAraras, mandei na conta de um menino que jogava no Juventus que saiu daqui do Maranhão,que é o Preto, foi que repassou a passagem pra ele, trinta e cinco reais foi que ele chegou atéAraras.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Com quem é o seu contato no Juventus?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Eu não tenho contato com ninguém no Juventus.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Não?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Não. Eu coloquei o jogador Marlon lá atravésdo Preto, que já estava lá e conhecia o Marlon aqui. E o senhor sabe, o jogador sempre indica umcompanheiro. Eu disse, Preto indica o Marlon lá pra ver se dá para ele fazer pelo menos umteste. Ele passou 15 dias lá fazendo teste e não passou.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Quem é o seu contato no União São João?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Não é bem no União São João. Eu tenho contatocom uma pessoa que é muito influente no União, que Clóvis Dias, ele pode confiar isso.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Clóvis Dias que é o contato com o União SãoJoão?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO DIAS - É o Presidente do Americano Futebol Clube.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Foi ele então que colocou o Marlon lá?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - O Marlon lá.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E quando ele colocou ele não tratou de quanto oMarlon custaria pro......

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Não. Primeiro que negociação não é comigo.Nesse momento eu estava ajudando um jogador que não pertencia a mim.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E você trabalha como, digamos; indicajogador. Essa é tua profissão?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - É alguns me chamam de empresário, mas eu nãome considero um empresário.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E você até hoje, na sua profissão, só indicou dois.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Só dois.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Os dois envolvidos no problema de falsificação evocê não recebeu nada de nenhum dos dois, não é isso?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Inclusive eu estou sabendo que o senhor Marlonfoi negociado agora, eu até espero que ele tenha consciência e me ajude também, né. Eu espero.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Bem, o deputado Jurandil continuará ointerrogatório que eu já não quero mais inquiri-lo.

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O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Com a palavra o deputado Jurandil Juarez.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Senhor Presidente, vamos direto ao assunto. Valmir, osenhor conhece seu Francisco Alves Araújo?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTO - Conheço.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - E o que é que o senhor acha? O senhor se diria amigo dele,inimigo?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Nem amigo, nem inimigo.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Nem amigo, nem inimigo.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Sempre foi assim?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Não. calma. Eu conheci o Araújo, ele era diretordo Americano e eu indiquei uns dois jogadores para o Americano, você está entendendo? OJúnior do Americano. E com isso eu fiquei conhecendo ele. As vezes passava na casa dele,porque o treino do Americano era num interiorzinho ali do Maiobão e eu ia duas, três vezes nasemana acompanhar o treino, acompanhar os jogadores que eu indiquei. Saber como era queestavam treinando e tal.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Chegou a morar com ele?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Com Araújo?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Sim. Nunca morou com ele?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Primeiro que eu tenho minha residência, comoé que eu vou morar com ele?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Mas, freqüentava a residência dele?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Freqüentava.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor conheceu o Gil quando?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTO - Eu conheço o Gil desde criança. Desde da minhacidade, da minha cidade de Matinha; se vocês quiserem dar uma olhada aí, ele vem ser quasemeu parente.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Então, senhor conhece ele muito.

O SENHOR VALMIR BASTOS - Muito bem.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor me diria que o Araújo tambémconhecia o Gil?

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O SENHOR VALMIR BASTOS - Senhor, eu não posso afirmar.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor não pode afirmar?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Não.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Mas, o senhor disse num depoimento feito na Delegaciade Defraudação, que o senhor encontrou o Gil certa vez na casa do Araújo, e perguntou: o quevocê está fazendo ai? Isso aconteceu?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Aconteceu.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor acha que uma pessoa desconhecido ficana casa do outro? Ele respondeu também que estava lá a pedido do Araújo, que dissera quearranjaria um clube pra ele ganhar dinheiro. O senhor confirma que disse isso?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Confirmo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Então, o senhor confirma também que oAraújo conhecia o Gil?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Pode ter conhecido nesse dia, eu olhei ele nacasa dele não é doutor?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - É possível, é possível que os rumosestranhos dessas coincidências que têm, o Gil como jogador de futebol estava na casa de umempresário de futebol que já ia arrumar dinheiro pra ele; arrumar um clube bom pra ele ganhardinheiro. O senhor já ameaçou de morte o senhor Araújo?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Nunca na vida. Quer me explicar o que aconteceuai antes do senhor fazer a pergunta?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Eu perguntei se você já ameaçou de morte?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Nunca, nunca.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Nunca ameaçou?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Nunca.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - E por que existe essa informação de que o senhor teriaameaçado o Araújo de morte?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Mas ele que está dizendo não é doutor?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor está respondendo uma pergunta àautoridade policial que nunca ameaçou.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Eu nunca ameacei.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor já falsificou algum documento?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Nunca falsifiquei.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Nem um, nada, nada?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Deus me livre.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Nunca foi visto, nenhum documento. Então osenhor conhece um atleta chamado Ailson de Paula Berto?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Conheço.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Conhece.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Conheci.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - O Araújo lhe pediu encomenda de algum documento?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Que eu conseguisse um documento do colégio.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Ele estudava nesse colégio?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Ele não estudava.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Então o senhor falsificou o documento?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Não, eu não falsifiquei.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Bom, então vamos voltar do início. O senhorfoi providenciar o histórico escolar para o jogador Ailson de Paula Berto, a pedido do Araújo. Osenhor sabia que ele não estudava nessa escola do Bairro de Fátima. Então o senhor falsificouesse documento.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Eu lamento muito, mas sabia que ele nãoestudava.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor sabia, então foi falsificado odocumento.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Me arrependo muito, mas não fui eu que fiz odocumento.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Não, mas o senhor pagou quanto por essedocumento?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Paguei cinqüenta reais.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Pagou cinqüenta reais. Então o senhorprovidenciou um documento falso. O senhor providenciou ou não providenciou um documentofalso para o senhor Araújo?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Providenciei um documento, inclusive eu disseisso no depoimento.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor confirma que providenciou?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Confirmo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor me disse que nunca tinha feito umdocumento falso.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Sim doutor, mas não fui eu que fiz o documento.Eu entendi a sua pergunta é isso. O que eu entendi da sua pergunta foi isso. Inclusive se eu fiz,eu nunca fiz com as minhas mãos, o senhor está entendendo?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Bom, mas eu imagino que uma certidãofalsa, o senhor não vai imprimir o formulário e vai depois preenche-lo. Quando alguémperguntar se o senhor falsificou uma carteira de identidade, claro que não está se pensandonaquele formulário. Então providenciar um documento falso, é você ir com alguém e comprar odocumento. E o senhor claramente fez isso, comprou um documento que era falso a pedido dosenhor Araújo. O senhor Araújo é o senhor Francisco Alves Araújo. Ele costumava lhe pedir,fazendo esse tipo de encomenda?O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Foi a primeira e a última.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas o senhor sabe que conhecendo o Gildesde criança, o senhor sabe que o Gil teve a documentação dele falsificado não é isso?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Eu vim saber depois que ele veio da Espanha queexplodiu isso.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Mas explodiu na Espanha, ou explodiu aquino Brasil?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Aqui.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Porque ele veio aqui no Brasil, o senhor fezuma festa pra ele, não foi isso?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Ele veio...

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Ele voltou, patrocinou uma festa pra ele nofinal do ano?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Não fui eu que patrocinei. Ele me ajudou apatrocinar o senhor está entendendo.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas o senhor sabia que o Gil estava com adocumentação falsa? Sabia que ele já tinha passaporte português?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Eu não sabia. Primeiro eu estava participando da festa,estava de férias. Como é que eu ia saber.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Quem foi que levou o Gil para a Espanha?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Ele foi levado pelo senhor Clóvis Dias.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Foi levado pelo senhor Clóvis Dias. Quemque providenciou a substituição do nome dele?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Não é do meu conhecimento deputado.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor sabia que ele estava indo praEspanha, sabia disso. Ele não lhe falou nada? Ele foi pra Fortaleza, o senhor sabe que ele foi praFortaleza; que lá em Fortaleza ele tirou passaporte?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Ouvi falar. Ele me falou que estava indo pra Fortaleza, pramanter a forma que o Clóvis Dias ia arrumar um clube pra ele. Quando ele já me ligou, já daEspanha, não sei bem a data. Ele levou meu telefone e até com brincadeira lá no nossointerior tem um lugar chamado Espanha está entendendo? Ele disse sabe aonde estou Valmir?Eu disse não. Ele disse estou na Espanha: e eu disse, só se for na Espanha de Matinha que tu tá.Ele disse, não rapaz eu estou aqui na Espanha.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Ele foi pra Espanha e retornou no final doano. Houve uma festa pra ele lá em Matinha: quando foi em fevereiro houve a denúncia doAraújo. Você sabe porque o Araújo fez essa denúncia? Porque eu imagino que antes dele ir pralá ele estava na casa do Araújo. O Araújo providenciou a documentação dele; foi pra Fortaleza eaí tirou passaporte, foi pra Espanha e já estava lá com passaporte português. Ele retornou no finaldo ano, atleta vitorioso e o senhor na certa fez uma festa pra ele. E em nenhum momento elefalou sendo seu parente, seu amigo, estando lá na festa; ele não falou nada sobre o novo nomeque ele tinha?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Ele falou, quando ele me ligou da Espanha; ele disse pramim: Valmir, eu já estou aqui na Espanha, eu disse só se for na Espanha de Matinha. Ele disse:olha rapaz eu não ti falei ai em São Luís porque eu estou aqui todo errado. Eu disse: olha tu vaide te rebentar com isso. Ele disse, é rapaz eu não quis te falar ai porque tu não ia aceitar eu vimpra cá. Primeiro, porque eu sabia que tinha sido um jogador vendido do Moto pra São Paulo.O passe dele era de São Paulo como é que ele ia para Espanha?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Ele estava jogando na Espanha e o senhorsoube através de quem? Através dele mesmo? Ele vinha pra cá para o Brasil, o senhor não sepreocupou em perguntar pra ele o que tinha acontecido?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO – Ele já tinha me falado.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Já tinha lhe falado. Então o senhor já sabiaque ele era gato?

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O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Eu já sabia, mas não mandei ele ir para Espanhanão é.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Certo. Então o que o senhor atribui o fato doAraújo ter denunciado em fevereiro, no final de fevereiro ter denunciado que ele estava emsituação irregular?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Eu não tenho nada a lhe informar porque ele eragaroto do Clóvis.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor conhece o Reinaldo de JesusSilva?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Conheço. Ele é lá de Matinha.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Lá de Matinha? Ele tem algum apelido? Osenhor conhece por apelido ele?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO – Saco Júnior.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Saco Júnior? O Saco Júnior também fazindicação de jogadores?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Que eu lembro ele trouxe pro Júnior doAmericano também, não sei se foram dois ou três jogadores. Eu lembro que um deles é chamadomeu nome Valmir e outro Bibi; inclusive esses jogadores, quando aconteceu isso, eu trouxe lána minha terra, quando houve esse problema com Gil, os jogadores que estavam na c asa doAraújo, os pais deles ligaram de Matinha registrado lá e eu fui na casa de Araújo pegar osjogadores pra mandar embora, aí que ele está dizendo que eu ameacei ele de morte. Mas eu fuibuscar os jogadores que estavam lá de bolsas armadas pra irem embora.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O Araújo tinha uma atividade permanenteassim de intermediar jogadores, ou ele parava passava um bom tempo sem ter?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Eu conheci ele como diretor de futebol doAmericano.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas, ele tinha essa atividade; no caso doBibico, do Valmir?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Ele era diretor, ele podia hospedar jogador nacasa que ele tinha alugado; e o jogador fazia alimentação na casa dele.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor quando foi buscar esses jogadoreseles estavam na casa dele? Na casa que era alugada?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Na casa do Araújo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Morava na casa do Araújo.

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O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Não. Moravam na sede mas, estavam lá nessahora.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Bom, estavam na casa dele pra seremtransferidos.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Os jogador pra saírem de lá foi pulando murocom as bolsas na mão.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Estavam retidos na Casa do Araújo?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Estavam. A porta estava fechada, não podiamsair: eu disse, rapaz pra vocês se mandarem, pra vocês irem embora. Aí fui, peguei osjogadores e deixei na rodoviária pra eles viajar para o interior.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Quando o senhor sabe que o Gil estava como nome falso, estava com o nome de Gilcirlan; O senhor falou isso pro Araújo? O senhorconversou com ele sobre isso?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Pro Araújo, nunca falei.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Nunca tocou nesse assunto. De alguma forma. Bem. O senhor conhecia o Gil?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO –Ele vai lhe falar aqui que quem indicou o jogador foi ele.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – O senhor conhecia o Gil.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – O Gil Giorlan Gomes Bastos. Foi o que euindiquei pro Moto, e ele vai confirmar que foi o jogador que eu indiquei pro Moto em 96.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Mas, aí o Gil seu amigo, seu parente lhe disse lá daEspanha, quinze dias depois que ele saiu daqui do Brasil; não foi no ano de 99?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Primeiro, ele foi pra Fortaleza e de Fortaleza elefoi pra lá.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Certo. Mas ele lhe disse que estava comdocumento falso, senhor disse que ele ia se arrebentar, não foi isso?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Ele disse, estou na Espanha, eu disse: queEspanha rapaz, em ponto de brincadeira com ele. Eu disse: rapaz, tu é doido; eu disse: rapaz tu émaluco. Olha eu quis falar nada porque eu estou todo errado. Eu disse, tu pode ti rebentar.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O Gil não lhe falou quem preparou adocumentação dele?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Nunca falou.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mesmo estando aqui?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Pra mim nunca falou.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Esse Saco Júnior, ele teria condições detamanho entendimento de produzir uma documentação falsa. Ele teria cabeça pra pegar acertidão de nascimento de uma outra pessoa, lá de Matinha mesmo e produzir?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Senhor Deputado, eu não sei lhe informar. Euacho que não.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor acha que não. O senhor queconhece, ele teria expediente pra isso tudo. Ou ele precisaria de uma cabeça, de um mentor prafazer isso?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Senhor Deputado, eu vou repetir. Pelo que euconheço ele, não dar pra dizer se ele tem condição de fazer um documento desse.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor nunca conversou com ele, comSaco Júnior sobre isso?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Primeiro, os garotos que foram indicados porele, pro Americano, esse Bibi e o Valmir que foram embora. Eu não estou nem sabendo que foiele que indicou Gil.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Com tanta irregularidade, com tantadocumentação fraudulenta o senhor nunca se preocupou em saber uma situação dessa, o senhornunca perguntou?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Como é que eu vou procurar, se eu não tenhonenhuma participação?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Senhor Valmir, o senhor conhece oRosenilton, jogador de futebol?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Deputado, eu conheço futebol de 96 pra cá, o únicojogador que eu tenho envolvimento, indicação......

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Rosenilton é um jogador que joga na Bélgica,jogador maranhense que saiu daqui, ele teria dado....

SENHOR VALMIR BASTOS – Nunca nem vi falar no nome.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Nunca viu falar no nome?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Não.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Senhor Presidente, estou satisfeito.

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O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Senhores Deputados, vamos com objetividadepara a conclusão do depoimento. O senhor é uma pessoa de confiança do Clóvis Dias?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Eu sei que sou de confiança no meu trabalho. Isso sim.

O SENHOR PRESIDENTE – Mas, fora essa atividade, o senhor desenvolve que atividadeprofissional?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Eu sou representante revendedor do Café Mamoré há dozeanos em São Luís do Maranhão.

O SENHOR PRESIDENTE – O senhor tem algum salário do Clóvis Dias?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Nenhum salário.

O SENHOR PRESIDENTE – O senhor conhece a amizade do Clóvis Dias com o Presidente daFederação Maranhense o Carlos Alberto?

O SENHOR VALMIR BASTOS - Não conheço. Primeiro, o Clóvis veio representar oAmericano, passando uns dias eu notei a amizade deles.

O SENHOR DEPUTADO – O senhor sabe que o Clóvis Dias que vendeu agora o Gil para oNáutico Clube de Recife?

O SENHOR VALMIR BASTOS Ele vendeu o Gil pro?

O SENHOR PRESIDENTE – Sabe quem foi que vendeu o Gil agora, recentemente há 15, há30 dias atrás ao Náutico?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Eu só sei que o Gil está em Recife porque a mãe dele meligou dizendo que ele está em Recife. Eu não sei quem levou, quem vendeu. Primeiro, sobreesse jogador Gil, vem ser meu parente. Eu botei uma coisa na cabeça. Só quero saber notícia equero desejar o sucesso dele. Não dou informação e nem me interessa.

O SENHOR PRESIDENTE – Por quê?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Exatamente por causa dessas coisas.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Que coisa?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Eu fui envolvido num episódio que não tinhanada a ver comigo, só porque em 96 trouxe esse jogador pro Moto.

O SENHORM PRESIDENTE ALDO REBELO – O Clóvis foi quem mandou ele pra Espanha.

SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Foi o seu Clóvis.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – E foi ele que mandou com nome adulterado ?

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O SENHOR VALMIR BASTOS – Eu não tenho certeza que ele sabia que ele estava com onome adulterado. Eu não tenho certeza.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Eu estou solicitando à secretária da Comissãoque conduzisse à sala de reuniões o senhor Francisco Araújo Alves para que em acareação como senhor Valmir, os dois possam esclarecer contradições nos depoimentos prestados por ambosa esta comissão. Com a palavra o deputado Silvio Torres.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Senhor Valmir, o senhor me disse em seudepoimento que o senhor trabalha de indicador; o senhor indicou apenas dois.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Dois jogadores.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Apenas dois jogadores aqui para o Maranhão,para fora do Maranhão, para o exterior?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Pra fora foi só um, foi pra São Paulo, foi só o Marlon e pracá para o Maranhão foi só o Gil.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Só dois?

O SENHOR VALMIR BASTOS - Se o senhor quiser saber; como eu vou ser empresário, vouindicar jogador; eu nunca sai de São Luís. Eu não conheço cidade nenhuma a não ser oMaranhão.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor confirma que esse tempo todo o senhorsó indicou dois ?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO – Só dois jogadores.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor prestou depoimento na FederaçãoMaranhense de Futebol no dia 03 de março de 2000. O senhor disse o seguinte: que o senhor foiconvidado pelo presidente do Americano o senhor Clóvis Dias para observar e indicar atletas,amadores para o referido clube, sendo inclusive após as denúncias do senhor Francisco Alvespara representar junto a Federação Maranhense de Futebol, departamento técnico, patrocínio detelevisão etc.. E que isso foi feito de forma verbal. E que no seu trabalho de indicação de atleta osenhor podia informar que aquele ano que era no ano de 2000, o senhor já tinha indicado quatro.E que nunca foram contratados pra nenhum time. Além disso tinha indicado mais o senhor JoséRibamar 1, 2, 3, 4, 5, 6. Cerca de onze e mais o Valmir, o Bibi e o Reinaldo que vieram atravésdo Ronaldo. Como é que o senhor explica, o senhor fala uma coisa e falar outra?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Ai, no meu entender foi o seguinte: Esse jogador que euindiquei pro time do Americano eu não boto como indicação está entendendo? Eu entendiacomo jogador profissional; um jogador profissional que foi o Gil e o Marlon.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Pra time profissional, nenhum desses aqui forampara ...

O SENHOR VALMIR BASTOS - Não, esses jogadores aqui ...

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E isso faz parte do seu trabalho, essa indicaçãode jogador amador?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Faz parte do meu trabalho.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Combinou isso com o senhor Clóvis Dias?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Com o Clóvis Dias.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Então o senhor Clóvis Dias o contratou no lugardo senhor Francisco?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Nunca me contratou, eu não tenho vínculo nenhum com oAmericano Futebol Clube.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Então o senhor foi convidado?

O SENHOR VALMIR BASTOS - Fui convidado para indicar jogadores amigos, de repentealgum dos jogadores fizer sucesso, você tem o seu percentual, mas não diz nem o percentual.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Senhor Presidente, a pergunta agora se refere aosenhor Araújo, então eu vou aguardar.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Com a palavra o senhor deputado JurandilJuarez.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Senhor Valmir, por favor o senhor poderiadeclinar o nome da escola a quem o senhor comprou o histórico escolar?

O SENHOR VALMIR BASTOS – E não sei o que Costa Rodrigues.

O SENHOR DEPUTADO JURANDI JUAREZ – Não sei o que Costa Rodrigues. O senhorcomprou o histórico escolar sabe o nome da pessoa, sabe que é no Bairro de Fátima.

O SENHOR VALMIR BASTOS – Foi na mão do senhor Murilo, inclusive ele faleceu.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O dono da escola faleceu. Mas não lembra onome dele. Mais ou menos como é que seria assim?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Tem Costa Rodrigues no meio.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O diretor era Murilo?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Murilo.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Muito obrigado, Senhor Presidente.

O SENHOR PRESIDENTE – Muito obrigado, Deputado Jurandil Juarez. Presente o senhorFrancisco Araújo Alves. Passo a palavra ao relator para que promova a acareação sobre as

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contradições dos depoimentos do senhor Valmir e do senhor Araújo. Com a palavra V.Exa. combrevidade e objetividade, para o prosseguimento dos próximos depoimentos.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Senhor Presidente, eu queria primeiro perguntarao senhor Valmir, qual foi a razão que ele acha, razão pela qual, o senhor Clóvis Dias dispensouos trabalhos do senhor Araújo?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Senhor Deputado, não é do meu conhecimento, quem poderiaresponder, não estou respondendo uma pergunta, quem poderia responder melhor seria o senhorClóvis Dias que era diretor do clube.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor não tem noção; o senhor nunca ouviufalar? O Clóvis Dias nunca comentou com você?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – O que ele comentava era que o Araújo bebiamuito e quando vinha o repasse para pagar ajuda de custos dos jogadores; ele andou desfalcandoesse dinheiro; com certeza ele vai lhe confirmar.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Conforme consta no seu depoimento naFederação que nos últimos dois meses do ano dado o seu hábito de ingerir bebida alcóolica enão fazer a sua parte chegando ao ponto de receber uma certa quantia prometido pelo senhorClóvis para pagamento correspondente a ajuda de custo aos atletas amadores.

O SENHOR VALMIR BASTOS - Se tiver mentindo...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Que gastou em bares, fato este do conhecimentodo presidente do clube, ficando daí em diante conforme o depoente com a responsabilidade dereceber em sua conta o pagamento correspondente de ajuda de custo dos atletas.

O SENHOR VALMIR BATOS – Com certeza.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Foi isso que aconteceu?

O SENHOR VALMIR BASTOS – Se o Clóvis negar isso.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Foi o Clóvis que disse isso ao senhor ou osenhor sabia disso?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – O quê?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor que disse pro Clóvis ou Clóvis dissepro senhor que o senhor Araújo é alcólatra?

O SENHOR VALMIR BASTOS – É do conhecimento do Clóvis. Ele vai confirmar pra você.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor Araújo confirma essa versão dodepoimento dado pelo senhor Valmir na Federação Maranhense de Futebol?

O SENHOR ARAÚJO – Senhor Deputado, tudo que eu recebi do Americano Futebol Clubeenviado pelo senhor Clóvis; eu tenho recibo que provam esses pagamentos, as originais eu

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enviava pra ele via relatório e eu ficava com uma xerox, como eu tenho minha pasta com todasas xerox dos recibos.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor nunca utilizou o dinheiro que enviava osenhor Clóvis para outra finalidade, como por exemplo, aqui compatível que o senhor gastava odinheiro com bebidas alcoólicas. Isso é mentira do senhor Clóvis?

O SENHOR ARAÚJO – Pra mim é mentira, eu confirmo que é mentira porque todo o dinheiroque ele mandou pra mim eu prestava conta com recibo, assinado pelos favorecidos e fazia umrelatório de todas as despesas que eu pagava. Isso que eu tenho em meu poder.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Senhor Presidente, eu queria passar ao deputadoJurandil pra fazer sua acareação a respeito das contradições com relação ao jogador Gil.

O SENHOR PRESIDENTE – Com a palavra o deputado Jurandil Juarez, a quem eu solicitobrevidade no seu interrogatório.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Senhor Araújo, eu quando estava fazendointerrogação ao senhor, o senhor chegou a dizer que o senhor tinha sido acusado de terfalsificado documentos; o senhor disse que nunca tinha feito isso. Eu queria lhe perguntar: osenhor pediu em alguma situação, em alguma circunstância, que fosse providenciado umhistórico escolar, para o atleta Ailson de Paula Berto. Esse contrato, um histórico escolar numaescola no bairro de Fátima. Você pediu isso? Você providenciou documento falso assim?

O SENHOR ARAÚJO - Eu nunca pedi documento pra ser providenciado do senhor Ailson.Ailson é um rapaz carioca que chegou recentemente aqui no Maranhão e passou a treinarconosco, certo? E quem levou esse jogador para o departamento, centro de treinamento doAmericano, foi o senhor Valmir Pinheiro Bastos. Está citado aí não é Dr.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Valmir, então eu lhe pergunto. Quem foi quelhe pediu para o senhor providenciar o histórico escolar em nome de Ailson de Paula Berto e quecustou cinqüenta reais?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Foi esse cidadão ai. Inclusive o jogador andaaqui por São Luís. Foi o cidadão aia que eu citei ai. O Araújo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Ele lhe deu cinqüenta reais para você....

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Cinqüenta reais pra providenciar osdocumentos lá no...

O SENHOR DEPUTADO JURANDI JUAREZ – Documento escolar do senhor Ailson de PaulaBerto.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Eu já repeti isso aí três vezes; no depoimentopara o do Dr. Newton, lá na federação quando chamaram os primeiros depoimentos da gente.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor confirma?

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O SENHOR ARAÚJO – Deputado, da mesma forma que disseram que eu tinha dado 15 reaispara o jogador providenciar o negócio do documento. E eu disse que não tinha nem pra mim,imagina cinqüenta reais pra tirar certidão escolar de quem quer que seja.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas o senhor conhece esse jogador, Ailsonde Paula Berto?

O SENHOR ARAÚJO – Eu conheci esse jogador porque esteve lá no nosso setor, setor detreinamento, e depois esse jogador foi para Fortaleza não foi aprovado e chegou aqui foirescindido o contato dele.

O SENHOR PRESIDENTE – Mais alguma questão senhores deputados? Deputado EduardoCampos. Com a palavra V.Exa.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Senhor Valmir foi o senhor que trouxe o Gilpara jogar aqui no Moto Clube?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Foi.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Em que colégio o Gil concluiu o 2º Grau,foi lá em Matinha?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Eu não me lembro. Eu me lembro que elechegou a estudar no ... me parece que ele chegou a estudar não sei se muitos dias, aqui ainda emSão Luís, no Colégio Sadoque.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor tem conhecimento de que o clubeAmericano chegou a ter cerca de cem, já quase cem jogadores segundo informações, já estavaa TV Globo que o senhor Araújo, inscritos, jogadores que sequer atuavam aqui no futebol doMaranhão?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Eu não tomei conhecimento, primeiro porque eununca tive jogador no Americano, eu não trabalhava com documentação desses jogadores estáentendendo?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor tem conhecimento disso,conforme foi declarado na Rede Globo inclusive agora no Jornal Nacional, pelo senhor ClóvisDias, que foi ouvido lá no Ceará que o Americano tinha registrado quase cem jogadores emuitos deles que sequer apareciam, ou estavam aqui no Maranhão. Só pra federalizar que aquiera mais fácil porque o senhor Clóvis Dias tinha uma grande amizade dentro da FederaçãoMaranhense de Futebol.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Eu declarei?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor declarou que cerca de cemjogadores chegaram a ser inscritos no Americano, federados aqui na Federação Maranhense deFutebol. Não foi isso? O senhor passou ontem duas horas conversando com o repórter edeclarou, hoje foi publicado, saiu na TV, agora às 8: 00hs da noite no Jornal Nacional.

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O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Mas que esses jogadores não passaram noAmericano que deram essa notícia, não jogaram no Americano?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Eram registrados no Americano, temjogador registrado no Americano que não atuavam no Americano, que não estava aqui, que erasó registrado pelo Clóvis Dias.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - A poucos minutos eu confirmei para a ComissãoParlamentar de Inquérito que os nomes dos jogadores que não jogavam no Americano; euconheço a cor da camisa do Americano, nunca andaram aqui em São Luís do Maranhão. Agora,em números de cem não. Foi somente a quantidade dos jogadores que eu já informei para aComissão Parlamentar de Inquérito.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Certo. O senhor tem conhecimento disso?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Senhor Presidente eu teria mais umapergunta para fazer. O senhor declarou que o Gil, lhe informou por telefone que estava tudoerrado a documentação dele?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Ele disse: Valmir eu estou todo errado.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quando ele já estava na Espanha?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Na Espanha.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Isso significa que o senhor só tomouconhecimento através de telefone depois que o fato tinha ocorrido?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Pois é. Se vocês pegarem o depoimento dojogador, com certeza ele vai confirmar isso.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – E o senhor declarou também que o senhorClóvis Dias não sabia disso? O senhor confirma?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Eu declarei que eu acho que ele não sabia.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Que o senhor disse para o atleta que nestecontato o atleta Gil disse que o senhor Clóvis Dias não sabia do ocorrido, o atleta Gil?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Ele disse...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Ele disse para o senhor. Está aqui o seudepoimento na Federação Maranhense de Futebol.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO DIAS – Sim.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Disse que o Gil lhe contou que estava comproblema com a documentação e que o senhor Clóvis Dias não sabia do ocorrido. O senhorfalou isso?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO DIAS – Falei.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Então o senhor Clóvis Dias não sabia doocorrido?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - É como eu estou dizendo; eu acho que ele nãosabia.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor acha que não?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Não. Primeiro porque eu acho que se elesoubesse que estava com a documentação errada, ele não levaria ele para lá, porque ele é umempresário dentro do serviço, ele é muito...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Mas nesse caso se o seu Clóvis Dias nãosabia. Se o senhor não sabia, quem é que sabia?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Ah! Não sei lhe informar. Primeiro que na idade Gil para a Espanha eu não sei nada., só vim saber depois que ele estava lá.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor Araújo sabia?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Ele era diretor, ele que indicou o jogador. Eleque indicou o jogador para o Clóvis, ele deveria saber. Se o Clóvis não lhe falar que foi eleque indicou; eu estou mentindo.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor sabe mas não sabe através doClóvis? Ou do Gil?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Não, do Clóvis.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Do Clóvis. Senhor Araújo, o senhor achaque o Clóvis não sabia que o jogador Gil tinha essa documentação, que o Clóvis não sabia que ojogador Gil tinha passaporte português e que portanto, tinha se naturalizado e tudo isso com odocumento falso?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – O próprio Clóvis disse, foi que me informou estavanaturalizando um jogador. O próprio Clóvis Dias foi quem me informou. Ele falou aqui que oClóvis tinha falado pra ele que comprou um passaporte por vinte e cinco mil dólares.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Sim, ele alegou que não sabia que adocumentação, que o Clóvis Dias não saberia que a documentação estaria errada. É essa a minhapergunta.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Deputado no momento que eu passei acomunicar com o seu Clóvis Dias procurar para comunicar a ele da irregularidade eu nunca

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mais mantive contato com ele, não consegui e ele que ligava três vezes pra mim por dia nomínimo, deixou de ligar pra mim automaticamente. Então, o que é que eu deduzir e depois nãoqueria falar comigo, só que tomasse a providência de me demitir.

O SENHOR DEPUTADO PRESIDENTE ALDO REBELO - Por favor, o senhor não vai maisretomar aquelas brigas porque briga aqui não. Os senhores deputados façam as perguntasobjetivamente, o senhor vai responder em cima do que for perguntado porque nós não temosmais tempo para o senhor fazer aqui uma conversa comprida. Por favor!

O SENHOR SILVIO TORRES – A pergunta Senhor Presidente será bem objetiva. A primeirapergunta é o seguinte: O senhor tem certeza que o senhor Clóvis sabia da documentação do seuGil, ou não tem certeza? Da documentação falsa dele?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Eu posso dizer para os senhores o seguinte, que no inícioprovavelmente não, mas no momento que ele deixou de conversar comigo eu acredito que eletomou conhecimento.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E o senhor acha que foi o senhor Valmir quemdeu essa documentação falsa ao jogador Gil?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Que o Valmir tenha dado a documentação falsa, eu nãolhe garanto isso. Eu não posso afirmar isso para o senhor.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Não garante isso?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Que tenha sido o Valmir que tenha dado a documentaçãofalsa pra ele.

O SENHOR PRESIDENTE – Deputado Eduardo Campos, faça as suas perguntasobjetivamente.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor mandou, deu 50,00 reais para queele comprasse para que o senhor Valmir comprasse a certidão de Curriculum escolar quepropiciou a nova documentação do jogador Gil foi o senhor que mandou, conforme ele disse?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Eu acabei de afirmar aqui que eu não tinha dinheiro nempara mim, imagine para dá para os outros.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Deputado eu falei o quê? Que ele me deudinheiro para documentação do Gil?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O currículum escolar ...

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Curriculum escolar do jogador Ailson.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor confirma que pediu a ele paracomprar um documento?

O SENHOR FRANCISCO ARAÚJO – Não confirmo.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Bom, alguém está mentindo aqui. Tudobem, nós podemos prender os dois, mas com o risco de cometer uma injustiça, porque épossível que os dois estejam mentindo; os dois estão mentindo.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – O que eu tenho contra o Araújo, só o que eutenho contra esse cidadão é dele ter pedido para tirar essa documentação e me deu o dinheiro emais nada, mais nada. Pode ver nos meus depoimentos que eu nunca acusei o Araújo.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Mas também não precisa haver umaacusação maior que essa né. Uma pessoa pedir para tirar uma documentação falsa, sinceramente,mais nada não precisa também. Mas de qualquer forma o Ministério Público tem elementos aquino Estado do Maranhão para tomar qualquer tipo de iniciativa em relação ao que aqui foi ditona contradição dos dois depoimentos.

O SENHOR PRESIDENTE - O deputado Jurandil Juarez ainda tem uma última pergunta. Com apalavra V. Ex.a.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Senhor Presidente, no último depoimentoque foi feito pelo o seu Araújo ele falou sobre o cheque sem fundo que o jogador Gil teria de umpagamento recebido do Clube de São Paulo, ou de São Paulo ou de Vila Nova no Goiás. Euqueria perguntar ao senhor Valmir, o senhor tinha conhecimento que o Gil estava emdificuldades financeiras e que ele dispunha de dois cheques sem fundo que ele havia recebido deum clube pelo qual ele teria jogado?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Eu tenho conhecimento de um cheque de mil eduzentos que ele deixou na minha mão pra mim receber do Vila Nova. De dois eu não tenhoconhecimento.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas tem conhecimento de um cheque?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – De um cheque de mil e duzentos reais, ficou naminha mão mais de quinze dias.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas, depois recebeu esse cheque ou não?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Eu não sei se ele recebeu.

O SENHOR DEPUTADO JURANDI JUAREZ – Mas o senhor não recebeu?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Não.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Estava na sua mão?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Estava.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Estava no nome de quem esse cheque, praquem era o cheque?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Giorlan Gomes Bastos.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor Araújo tomou conhecimento dessecheque?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Me parece que eu cheguei a mostrar para oAraújo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mostrou?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Mostrei.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Estava no nome de Giorlan Gomes Bastos?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Giorlan Gomes Bastos, o nome verdadeiro dele.Sempre conheci ele com esse nome.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O nome verdadeiro dele. Nessa altura ele jáestava em negociação com o senhor Araújo? O Gil? Porque nós estamos falando dele.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Não sei lhe informar.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor mostrou o cheque pra ele do Gil,teve essa intimidade...

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Eu não me lembro se na época ele já estava emnegociação com ele.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor Ronaldo de Jesus Silva, nodepoimento que ele prestou à polícia, ele disse que sim, que ele já estava em negociação,quando ele tinha esse cheque, porque estava passando dificuldades.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Deputado eu não lembro disso.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Eu queria lhe perguntar o seguinte: estandono nome verdadeiro do Gil, o senhor Araújo tomando conhecimento. Eu lhe perguntei ainda hápouco se ele poderia ter tido conhecimento que existia uma irregularidade. Isso seria elo quepoderia demonstrar, que o senhor Araújo sabia do verdadeiro nome do Gil?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Eu não sei.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas o senhor disse que era do Gil?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Eu disse que era para o Gil, estava no nome doGil, que o cheque era dele, esse cheque está em poder dele ainda, ele nunca recebeu.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor viu esse cheque, senhor Araújo?

O SENHOR ARAÚJO – Se eu vi o cheque? Eu vi sim.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Estava no nome de quem?

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O SENHOR ARAÚJO – De Giorlan.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – E o senhor Valmir disse ao senhor que esseera o cheque do Gil?

O SENHOR ARAÚJO – Sim senhor.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor sabia que o nome do Gil eraGiorlan?

O SENHOR ARAÚJO – Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor falou em seu depoimento antes, queo senhor passou a desconfiar quando viu o nome no cheque, o nome trocado.

O SENHOR ARAÚJO – Perfeitamente. Mas eu não sabia o nome dele, o nome dele pra mimera...

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Olha aqui há uma confissão de um crime porparte do senhor Valmir, que foi comprar documento falso e um crime que não foi aindaconfessado. E o senhor Araújo teria dado dinheiro, teria encomendado o crime, já que pediupra ele e deu dinheiro pra ele. O senhor não assumiu a sua parte?

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Eu não posso assumi deputado, se eu nãopratiquei.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Está bem, muito bem.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Eu assumo a minha porque eu vim pra cá nãofoi pra mentir e eu sou homem, eu assumo o que eu faço. Se fosse pra mentir, eu não tinha vindopra cá.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Então os depoimentos colhidos aqui naComissão Parlamentar de inquérito serão encaminhados ao Ministério Público, às autoridadespoliciais do Estado do Maranhão.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS - Deputado?

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Pode falar senhor Valmir.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – Deputado, inclusive eu gostaria que o senhorvirasse minha vida profissional, no meu emprego, enfim na minha pessoa.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Não, aqui não pesa nenhuma acusação contra o senhor,além da compra de um documento falso.

O SENHOR VALMIR PINHEIRO BASTOS – E se algum jogador chegar a me acusar o senhorpode trazer pra acareação comigo, algum jogador, ou os dois jogadores que estão hoje jogandoo Giorlan e o Marlon. Se chegar a me acusar pode trazer pra fazer acareação.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - A Comissão pede a permanência nos seuslugares dos dois depoentes e solicitamos a presença da nossa Consultora Jurídica, Dra. Fátima.Eu recebi do representante do Ministério Público, o requerimento que representa o MinistérioPúblico endereçado à Presidência da Comissão e que nós vamos analisar o conteúdo, aprocedência do requerimento e vamos responder ao final da nossa reunião. Então, os senhoresterão a respostas no final da nossa reunião. Solicitamos que os senhores depoentes aguardemapós o encerramento da reunião, permaneçam aqui na Assembléia. Estão dispensados dodepoimento, aguardando lá fora. Chamo a Secretaria da Comissão que convide até a sala dereunião o senhor Emanuel dos Santos Sousa, para prestar depoimento a esta Comissão. SenhorEmanuel, muito obrigado pela presença e desculpe pelo tempo de espera, para prestar estedepoimento. Vou passar à leitura do compromisso oral. (lê). O senhor tem tempo inicial atévinte minutos que pode usar ou não para prestar o seu esclarecimento, as suas informaçõesinicias; o senhor pode dispensá-los para que os deputados passem imediatamente às suasinquirições. Tem V.Senhoria a palavra.

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS SOUSA - Passo para os deputados.

O SENHOR PRESIDENTE - Muito obrigado. Passo a palavra para suas perguntas inicias aodeputado Silvio Torres, relator da Comissão. Tem a palavra V.Exa.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Senhor Presidente, Senhor Emanuel dispensousuas palavras inicias; mas vou pedi a ele que diga à comissão qual é o cargo que o senhorocupa na Federação Maranhense de Futebol e ha quanto tempo o senhor se encontra nesse cargo?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Eu trabalho na Secretaria da Fazenda. Sou formadoem Técnico em Contabilidade. Tenho diversas firmas na cidade, uma delas é a FederaçãoMaranhense que eu presto serviço, como contador e também auxilio na parte da tesouraria. Eunão sou o tesoureiro completo porque os cheques da federação, porque quem assina é opresidente e o tesoureiro. Eu não assino. Só quem assina é o presidente porque ele sabe que eutrabalho na Secretaria da Fazenda.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor não assina documentação?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Cheque não, só o balanço mesmo, porque soucontador.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor não é então tesoureiro? O senhor é ocontador?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Oficialmente, sou o contador, por isso que o chequeé assinado pelo presidente da federação.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E o tesoureiro quem é?

O SENHOR EMANEOL DOS SANTOS - Até agora ele não nomeou.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor não faz o papel de tesoureiro também?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Faço. Faço o papel.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Então, na prática o senhor também é tesoureiro.E na sua vida profissional, o senhor tem escritório de contabilidade ou faz serviços pra outrasempresas?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Faço serviços pra outras empresas.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E além disso o senhor tem alguma outraatividade profissional na área do futebol?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Sou presidente do Futebol Clube Boa Vontade.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Presidente e proprietário ou apenas presidente?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Apenas presidente porque lá tem mandato de quatroem quatro anos.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E o clube é de propriedade de alguém?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Nós temos uma sede própria localizada na RuaDeputado José Rios 193, Bairro de Fátima.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor poderia repetir?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Nós temos uma sede própria localizada à RuaDeputado José Rios 193, Bairro de Fátima.

O SENHOR SILVIO TORRES - E quantos associados tem o Clube do Boa Vontade?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Temos diversos associados, mais de cinqüentaassociados.

O SENHOR SILVIO TORRES - Mais de cinqüenta? Além do senhor que é o presidente etrabalha na federação, tem mais algum membro da Federação que ocupa algum cargo no Clube?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Não, não.

O SENHOR SILVIO TORRES - E mais alguém que é sócio do clube da federação que ocupaalgum cargo no time?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Não, não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Tem mais alguém que é sócio do clube dafederação?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Da federação não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O presidente da federação não é sócio?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Não.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Nem o diretor?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Também não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Como é que o clube do senhor com tão poucosócios consegue sobreviver ?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - A gente consegue sobreviver de rendas, inclusive, oBoa Vontade estava parado, voltou no campeonato 1998 por causa do Programa "Nota naMão". E, além disso a gente vende jogador como foi caso do Preto que, nós vendemos proJuventus por cinco mil reais; no caso do Marlon que, nós vendemos também pro União São Joãoque foi pago pelo presidente do Americano, Clóvis Dias, por quinze mil, em três prestação decinco mil reais.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Mesmo o time não estando em atividade, osenhor estava recebendo?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - O time sempre esteve em atividade. Campeonatoprincipal, campeonato profissional e campeonato de júnior, a gente mantém com festas, fazpromoções.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Desde de 90 que o senhor disse que ocampeonato não acontecia.

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - O clube ficou parado porque quem patrocinava pragente já morreu. Depois voltou o campeonato de 98, por causa do programa " Nota na Mão".

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Ah! De 98 pra cá é que o clube está...

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Ele voltou ao campeonato em 98 por causa doprograma " Nota na Mão ", então entramos em 98....

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - De 98 pra cá é que o clube voltou a funcionar.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E, há quanto tempo ficou parado?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Ficou uns três anos parado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - 97, 96 e 95. Nesses três anos o clube nãodisputava campeonato e também não tinha nenhuma atividade futebolística?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Tinha. Sempre ficou como amador. A gente jogavasó com a seleção de júnior.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Tinha time de júnior?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - É.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E, esse time era formado com jogadores atédezessete anos?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Era.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E, jogadores que estavam vinculados ao BoaVontade?

O SENHOR EMANEOL DOS SANTOS - É.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E, nesse tempo que o clube ficou parado, essesjogadores juniores, eles continuaram com a carreira deles; continuaram a carreira deles emoutros depois que ultrapassavam a idade, ou eles eram transferidos, vendidos?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Uma parte saia, muitos saiam, ficavam jogandomesmo nos bairros.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Vocês nunca negociaram?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - Sempre negociamos jogador; foi no caso do Preto, ocaso do Marlon e último agora, tivemos uma revelação no campeonato que foi o André que nósemprestamos ao Maranhão Atlético Clube.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O Maranhão Atlético Clube?

O SENHOR EMANOEL DOS SANTOS - É. Todo ano a gente revela jogador..

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O profissional é o senhor que toma providênciacom o registro da Federação. Então o senhor é o único responsável por essa parte. E o senhorteve nesse período algum problema com jogadores que tiveram idades alteradas?

O SENHOR EMANOEL SOUSA– É, já tive noticia pelo rádio. Primeiro eu quero passar às suasmãos a carteira de Identidade, e o documento do Preto na época que ele jogava como amador.Ele foi registrado em 1978, hoje ele tem vinte e poucos anos, aí então fizeram outro registro praele que eu também não sei quem foi que fez. Aí foi que teve esse problema mas no Boa Vontade,aí está a carteira de identidade dele e o registro dele.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Isso aí é o que estava na posse do senhor ou queestava na Federação?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Na posse minha.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor tinha isso aqui, no arquivo do BoaVontade.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Aqui o do Marlon, o documento dele registrado na CBF,com a carteira dele que ele foi embora mas deixou também, ele é de 1977, aqui está a carteiradele a original, a carteira e os documentos dele registrado no... A carteira dele e o registro dele,que está aqui comigo. Hoje tem vinte e três anos, e o outro tem vinte e quatro anos.

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O SENHOR SILVIO TORRES - Os dois jogadores vieram vinculados ao Boa Vontade ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – É, exatamente.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E eles saíram daqui há dois anos atráspraticamente.

O SENHOR EMANOEL SOUSA– Um ano, dois anos, três anos.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– E só agora recentemente é que o Boa Vontade osliberou, eles foram negociados, e vocês receberam o dinheiro ou não?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, já foi pago há uns três anos já, dois anos mais oumenos, foi pago.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O Preto quando saiu daqui, quando foi?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não me lembro bem, mais foi em 95.

O SENHOR SILVIO TORRES – Desde 95?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Em 95, 96, que ele saiu.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Mais em 95 ele era Júnior?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Ele saiu como Júnior, depois ele fez contrato paraprofissional.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES– E como Júnior, ele foi vendido?O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, ele foi pra São Paulo e o Juventus foi que comprou, orapaz me falou que ele ia dar uma gratificação pro rapaz de cinco mil reais que foi depositado emminha conta. Cinco mil reais

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Quando foi isso?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Foi nesse período de 95 a 96. Eu não tenho bem certeza.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Neste mesmo ano então, o atleta foi cedido,perdeu o vínculo. Esse cinco mil o senhor falou que foi depositado na sua conta particular?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Foi.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Por que o Boa Vontade não tem conta?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não tem.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Como é que faz para movimentar o dinheiro?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Aí eu tiro, pago as pessoas, não tem problema nenhum.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Está tudo bem, está tudo contabilizado?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Está tudo anotado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O Boa Vontade recebe recursos da Federação?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, jamais, quem mantinha o Boa Vontade era o finadoDomingo Leal, a Federação não tem condições de implantar.

O SENHOR DEPUTADOSILVIO TORRES – O presidente da Federação ajuda?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Não ajuda, nem como simpatizante do clube?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, ele faz como ele faz com outros clubes, deixar odocumento pra pagar depois, registrar o documento tem que pagar no outro dia.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Tiveram dificuldades de achar agora, mas eupediu uma declaração dele que ele ajudava o Boa Vontade apenas porque gostava do clube, queera uma questão pessoal dele.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Se ele disse isso aí.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O Marlon foi vendido por quanto?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Quinze mil.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Quando?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Em 99, em 98 ele saiu do Boa Vontade como profissional.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Ele foi vendido para o União São João.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu vendi ele para o presidente Clovis Dias que me pagouem três parcelas de cinco mil e Clovis Dias levou ele para o União São João.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O Clovis Dias pagou e revendeu para o UniãoSão João, porque a documentação foi direta para o União São João não passou pela Americana, eo senhor sabe por quanto ele revendeu ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, não sei.

O SENHOR DEPUTAD SILVIO TORRES – O senhor não sabe? E quando ele foi liberado parao senhor ele tinha essa documentação aqui.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Era, mais está tudo na CBF, a carteira dele.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E o senhor só tomou conhecimento dosproblemas depois?

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O SENHOR EMANOEL SOUSA – Depois, inclusive dei a declaração dos dois, cheguei a verpela televisão e pelo rádio.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES –Bom, Senhor Presidente, obrigado. Passo apalavra outro Deputado.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Pois não senhor relator. Com a palavra o senhorDeputado Jurandil Juarez.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Senhor Presidente, vou solicitar do senhorEmanoel, mais esclarecimentos sobre a negociação do Preto especificamente. Os jogadores doBoa Vontade são todos jogadores inscritos na Federação?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – São.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O Preto era um jogador inscrito na Federaçãodo Boa Vontade?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Um amador, inclusive a documentação está aí.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Perfeito, o valor da venda dele foi vinte mil ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Cinco mil reais.

O SENHOR JURANDIR – cinco mil reais?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – O dinheiro que ele depositou em minha conta foi cinco milreais.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Nós tivemos uma informação aqui dada peloSerginho seria o procurador dele que o acerto era de vinte mil reais, sendo cinco mil reais para oBoa Vontade, quinze mil pra ele e pra... ...

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Essa parte dos quinze mil eu não sei, mas eu falei a verdadeos cinco mil são para o Boa Vontade, agora os quinze mil eu não tenho conhecimento.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Sendo Preto um jogador federado,naturalmente ele estava registrado ou tinha documento, tinha ficha individual. E o registro delefeito através do Boa Vontade, era um registro com a documentação que ele tinha em 78 ou em80?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Foi em 78.

O SENHOR JUARANDIL JUAREZ – Quando ele foi transferido a ficha individual dele, foitransferida também nessa data não foi?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Acredito que sim.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O senhor acredita que sim por que?

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O SENHOR EMANOEL SOUSA – Porque a transferencia dele foi feita pela Federação.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Mas o senhor também é membro daFederação, o senhor trabalha na federação?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não trabalho no setor de registro .

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Tudo bem, que não seja no setor deregistro. Mas então é possível que a federação permita ou seja feita uma adulteração documental,numa transferência como essa ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Essa parte aí eu não tenho conhecimento.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Senhor Emanoel, nós temos um fatoconcreto, o Preto tem uma documentação falsa e uma certidão oriunda de nascimento falsatirada do município aqui de Rosário, de um município aqui do interior do Estado do Maranhão.Então, eu posso especular, eu posso pensar que essa adulteração ocorreu aqui no Maranhão, seriarazoável pensar nisso.

O SENHOR EMANOEL SOUSA - Mas eu quero dizer que não foi o esporte do Boa Vontade, odocumento assinado por ele e por mim que estão na mãos de vocês aí.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Então, ele saiu daqui e levou a documentaçãodele para a federação. Essa transferencia ela é oficial, ou seja, você recebe a cópia dadocumentação todinha pro clube aonde ele se destina. O senhor sabe me dizer se a documentaçãoque saiu da federação, você que é um homem de esporte, que é da federação, o senhor sabe medizer se a documentação que saiu da federação, essa documentação saiu original ou jáadulterada?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não sei lhe dizer, eu só sei lhe dizer que o registro deledo Boa Vontade foi...

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Quem o senhor acha que na Federaçãopoderia informar isso, com precisão para a CPI?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu acho que o secretário. A pessoa que faz o registro.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O secretário de registro? Como é o nomedele?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – O Raimundo Nonato.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ – Senhor Presidente, eu estou satisfeito .

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Com a palavra o Deputado José Antônio.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Senhor Emanoel desde quando o senhor é otesoureiro da Federação ?

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O SENHOR EMANOEL SOUSA – Faz uns quatro anos, quatro não, fazem oito anos.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Oito anos, o senhor entrou junto com o AlbertoFerreira, quando ele entrou pra ser Presidente.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, não, eu entrei lá no Augusto Maia que a gente chamade tampinha.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Era o presidente?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu entrei como contador, o tesoureiro na época era oRaimundo Loreto.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O Alberto Ferreira nessa época, era o vice-presidente?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Era.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Aí ele se tornou presidente?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Depois do tampinha veio o deputado Mário Carneiro, aílogo depois veio o Alberto.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Me diga uma coisa, o jogador mesmo amador eleé registrado na federação?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – É.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Se profissionaliza, aquele registro passa continuao mesmo na federação não altera, não tem outra ficha?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não tem.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – É a mesma ficha individual dele fica comoamador passa como profissional é isso? Está correto? Então veja bem, se o Preto jogador do BoaVontade, registrado na ficha individual dele como nascido em 1978, foi transferido para ofutebol paulista, o senhor confirmou que ele foi transferido pro Juventus e o senhor assinouatestado liberatório dele para o Juventus ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Foi.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO - Bom, e ele hoje está registrado como nascido em1980, não é isso Deputado Jurandil? Em 1980 a ficha dele está constando 80, essa ficha só podeter sido operada na federação, porque a ficha de origem dele é da federação. Por que o senhordisse que não sabia disso?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não eu estou falando pra você, que o documento dele em 78e que a transferencia se foi adulterada mesmo não sei porque o documento é de 78, e quem sabedisso é o pessoal do registro. Até porque o liberatório não sai a data de nascimento, só sailiberando o atleta.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Está certo, mas não é correta afirmar? Nãoimporta pra ele aquela mesma questão que você perguntou ainda agora para o Raimundinho.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Pois não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Não importa pra ele apenas alterar o registro denascimento, alterar o registro de nascimento é uma etapa, ele altera o registro de nascimento,consegue uma identidade nova, mas pra ele que já é um atleta federalizado, federado comochamam, ele precisa alterar a ficha na federação. Então a conclusão que senhor pode chegar éque não pode haver essa alteração sem participação da federação.

O SENHOR EMANOEL SOUSA - Não a ficha só é alterada quando ele passa de reversão decategoria de amador pra profissional, mas o problema da idade não é alterada isso aí quem sabemais é o departamento de registro.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Mais ela não é a mesma ficha?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – A mesma ficha .

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Escute bem, eu estou lhe perguntando passo apasso, eu não fiz essa pergunta logo de uma vez, presta atenção no que eu estou lhe perguntandoque o senhor está sobre compromisso. Eu estou lhe perguntando, primeiro o jogador, amador ouprofissional ele é federado, o senhor disse é. Tem a ficha o senhor disse tem a ficha. Eu pergunteise faz outra ficha o senhor disse não, não faço, a mesma ficha. Depois eu lhe perguntei, elejogador do Boa Vontade nascido em 78, tinha uma ficha na federação, tinha, ele foi vendido doBoa Vontade pro Juventus, o senhor assinou o atestado liberatório, aí de repente ele apareceucom a data de 80, como nascido em 80, então não bastava alterar o Registro de Nascimentoprecisava alterar a ficha. Então para que seja eficaz, para que produza efeito uma alteração dessano Registro de Nascimento, tem que alterar a ficha na federação. Então só pode fazer com aparticipação da federação, correto ou não é?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu quero dizer pra você que a ficha do Preto, ela tem a fichadele e lá tem escrito nascido em 98, ele está como amador, aqui embaixo fica como amador, e seele for profissional só muda a categoria dele, só isso. Enquanto a duração...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Mas. eu quero lhe perguntar o seguinte: Aminha colocação aqui, os passos que eu estou colocando, não estão certos? Não são essesmesmos?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não posso responder porque não sei se adulteraramdocumento dele, eu não sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Não eu não estou dizendo isso, eu só estou lhedizendo que só é possível valer...

O SENHOR EMANOEL SOUSA – O departamento de registro sabe eu não sei essa parte que osenhor está falando. A minha parte que me toca essa parte da documentação do registro do BoaVontade, agora depois que ele saiu do Boa Vontade, eu não tenho mais compromisso nenhumcom ele.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO - Me diga uma coisa eu já entendi que o senhor nãoquer se comprometer. Quem é o representante do Boa Vontade na Federação?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Sou eu, que sou o presidente.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O senhor que é o representante do Boa Vontadena federação.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Sou.

O SENHOR JOSÉ ANTONIO – Então o senhor também que cuida junto a federação do registrodos jogadores do Boa Vontade. O senhor que vai levar para a federação...

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu faço um ofício e encaminho.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO - Encaminha os dados dos jogadores. Então sehouve uma alteração na ficha dele do Boa Vontade na federação, no tocante a idade tem lá osdados que o senhor mandou ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Claro.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O senhor faz um ofício fica arquivado lá, ficasempre arquivado no ofício?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Fica.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO - Então se pegar o ofício vai lá que o senhor sómandou em 78. Não tem jeito nenhum o senhor mandando em 80 ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Acho que não, 78.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Eu quero saber se acha ou não, eu quero saber seo senhor tem certeza?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Certeza 78, aí está a documentação dele toda de 78, e aCarteira de Identidade dele de 78.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Me diga uma coisa senhor Emanoel, o senhor jáestava na federação quando teve um problema com um negócio chamado Bingo da FMF, nãoteve uma história aí, envolvido essa questão desse Bingo da Federação Maranhense do Futebol,teve uma fraude, foi dito na Imprensa, o que houve? Me conte aí, o que aconteceu?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não sei nada disso aí, isso aí só quem sabe é o presidenteMário Carneiro, na época ele era o presidente da federação.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Mas o senhor não sabe?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Mas o senhor não ouviu falar nada. O que aimprensa publicou naquela época em relação a esse respeito.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não me lembro de nada sobre o respeito disso aí.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O senhor não se lembra, mas o senhor já estava lácomo contador só convocando o presidente Mário Carneiro, o senhor estava lá como contador?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Estava como contador.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Então o senhor fazia a contabilidade da federaçãoe qual era a participação da federação no Bingo, tinha o percentual ou não tinha, não era pra ter.Como é essa história?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não sei essa parte.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O senhor não fazia a contabilidade da federação?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu fazia até porque eu não sei mais esse tipo que você estálevantando. Porque a parte financeira da federação é outra coisa. Eu não estou aqui pra falar daparte financeira da federação, até porque eu não tenho autoridade pra isso. E eu queria que VossaExcelência...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Não, você está aqui pra responder as nossasperguntas.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Mas o que eu sei, o que você está falando aí eu não sei denada a respeito disso, eu não sei, não posso falar uma coisa que eu não sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Veja bem, vamos colocar as coisas como devemser. O senhor disse que não sabe mais, o senhor soube, não sabe mais. Mais o senhor é ocontador da federação, já era na época do Bingo.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Certo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O senhor disse quando era o Tampinha o AugustoTampinha, depois do Tampinha foi Mário Carneiro, depois foi que chegou Nalberto que está atéhoje. É isso?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Certo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O senhor já estava lá desde quando era oTampinha. O bingo foi depois que o Tampinha saiu é que foi o bicho, eu não sabia quem dissefoi o senhor. Então o senhor já fazia contabilidade da federação nessa época, já fazia. O senhornão se recorda qual era a participação, havia um registro contábil da participação do percentualque a federação tinha com relação ao bingo. O senhor não se recorda disso?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não até porque isso dá problema, inclusive foi até aberto uminquérito da polícia, acho que você sabe disso, até hoje eu não sei o que foi que aconteceu.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Bem mais isso aí é do conhecimento público, saiunos jornais, tem uma série de coisas entendeu. Isso aí que foi aberto o inquérito você não precisame dizer que foi comunicado na imprensa. Eu quero saber o seguinte: havia registro, ou nãohavia registro dessa questão relativa a federação ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não .

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Não havia registro não é registrado nada.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Essa parte aí eu não me lembro não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO - O senhor não se lembra mais.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, eu não sei dessa parte aí, até porque tive problema coma justiça e até hoje ..

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O caso de ter problema com a justiça, com apolicia, ter problema com a polícia, não significa que o senhor não saiba, isso é outra coisa.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Você quer saber, você quer que eu minta uma coisa que eunão sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Não eu não estou dizendo pro senhor mentir, euquero é que o senhor não minta, eu quero é que o senhor não omita.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – É por isso é que eu estou dizendo pra você, que eu não sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Então não sabe, então não sabe, o senhor estádizendo o que, não sei mais, não lembro mais. Não sabe ou não lembra?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Não sabe, nunca soube. Outra colocação que euia fazer. A federação recebe ajuda da CBF?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Essa parte financeira quem vai responder é o presidente dafederação.O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO - Não, eu estou perguntando para o senhor, nãoestou perguntando pro Alberto Ferreira. Eu vou perguntar pra ele, mas agora estou perguntandopara o senhor.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não sei dessa parte da federação, até porque tem umproblema do presidente da federação, eu acho que ele vai vir aqui a pergunta vai ser feita pra ele.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – Presidente uma Questão de Ordem.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Para uma Questão de Ordem Deputado JurandilJuarez.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ – O depoente é contador da federação,tesoureiro na prática e diz que não sabe se recebe dinheiro da CBF ou não. Eu queria fazer outraQuestão de Ordem, que o depoente se dirigisse aos Deputados da mesma forma que está sendodirigido a palavra a ele. Não precisa tratar de Vossa Excelência, mais pelo menos o tratamentosenhor. Você está se dirigindo ao Deputado como você, é um tratamento inadequado.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Eu queria continuar, Senhor Presidente.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Com a palavra o senhor Deputado José Antônio.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Eu queria dizer ao senhor Emanoel, que eu estouperguntando não é pra Alberto Ferreira, eu vou perguntar pra ele, agora eu estou perguntando prosenhor e o senhor está depondo sobre compromisso de dizer a verdade do que souber e que lhefor perguntado. O senhor estar depondo diante de uma situação que fazer afirmações falsas, calarou omitir fatos para uma CPI, constitui crime previsto no Art. 4º, item 2, da Lei 1579, e eu estouvindo da Polícia Federal porque eu fui conduzir eu e o Deputado José Rocha fomos conduziruma pessoa que saiu daqui presa. E é o vice-presidente da federação. Então eu quero dizer para osenhor, que eu estou perguntando é para o senhor se. Eu vou repetir a pergunta. Eu estouperguntando é para V. Senhoria. Se a CBF dá alguma ajuda financeira à Federação Maranhensede Futebol. Essa que é a pergunta e eu quero que o senhor responda. O senhor está depondoaqui é como testemunha.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Recebe um repasse da CBF.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Recebe, quanto, o senhor sabe me dizer?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Varia, tem mês que vem de cinco mil, seis mil, dez mil,varia.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Não tem uma cota certa?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não,

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Recebe em conta da federação, ou recebe...

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Conta da federação.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Conta da federação. Mas não há pagamentosfeitos diretamente nos cofres da CBF, com cheque da CBF, não há isso?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – É depositado em conta.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Não, veja bem, eu perguntei se é depositado pelafederação, o senhor disse que é. Então cinco mil, seis mil, dez mil, varia,

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Transferido direto para a conta.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO - Transferido direto para a conta.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Conta corrente.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Conta Corrente, porque é transferido em On Line,não é isso, transferência de conta pra conta.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – É, de conta para conta.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO - Agora não existe também pagamentos feitos, quetenham sido feitos nos cofres da CBF?

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Essa transferência desse recurso mensal, é atítulo de que?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu acho que é ajuda.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Ajuda, isso ocorre perante os doze meses doano?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Durante os doze meses do ano.

O SENHOR PRESIDENTE – Os doze meses do ano, e varia mês a mês, não tem umaregularidade no valor. O senhor tem conhecimento dessa transferencia de recursos desde quandoo senhor é tesoureiro ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Sim.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Toda a sua gestão tem acontecido esse registro?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Tem.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Muito obrigado.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Prosseguindo senhor presidente. SenhorEmanoel, além dessas transferencias feitas conta a conta, ou seja transfere da conta da CBFdireto pra conta da federação. Além dessas, não existe alguns pagamentos feitos no cofre daCBF, ou em cheque nominal, ou em cheque que são recebidos lá no Rio de Janeiro, nuncaaconteceu isso?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não sei porque, eu nunca recebi e não quis participardesse problema, só o presidente da federação.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O senhor nunca recebeu. Agora veja bem quandoele recebe, vamos supor que ele tenha recebido, a gente tem alguma informação, ou que saibabem o valor a gente ouviu dizer que ele tenha recebido uma importância lá em cheque na CBF láno Rio de Janeiro direto descontado lá ele não contabiliza isso?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não sei porque eu não assino cheque pra ele .

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Não, não é isso, o senhor só assina cheque estábem, eu assino um cheque quando eu estou dando um cheque, eu estou emitindo um cheque, aíeu assino, quando eu estou recebendo um cheque eu não assino quem assina é quem está

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emitindo pra mim. Então, não tem nada a ver o fato de o senhor não assinar cheque por ele,recebe e que o senhor tenha conhecimento que ele recebeu o cheque. Então veja bem, não existeesse fato, não existe essa possibilidade dele ter recebido alguma importância lá da CBF?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O senhor não sabe. Mas ele nunca trouxe prosenhor pra contabilizar na federação o recebimento de algum cheque direto lá da CBF.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Nunca foi contabilizado?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O senhor como contador da federação o senhornunca contabilizou um cheque que tenha sido recebido diretamente lá na CBF pelo presidente,para a federação, nunca houve isso?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – O cheque quando chega é depositado na conta da federação.O cheque lá às vezes quando paga, deposita na conta da federação.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Veja bem senhor Emanoel eu estou perguntandocaso a caso o senhor está...

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Mas o senhor está me fazendo uma pergunta que eu não sei,eu estou falando pra você que eu não sei.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Eu peço aos Senhores Deputados queinfelizmente não tenha adotado esse procedimento regimental que trate a testemunha de senhor,esse é o tratamento regimental.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Eu estou fazendo isso Senhor Presidente.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Eu sei, mas nem todos estão fazendo, e nem atodo momento. Daqui a pouco é você pra lá, você pra cá. E isso não é o procedimento daComissão. Os Deputados tratam a testemunha de senhor ou V.S.a. e a testemunha tratam damesma forma, pelo tratamento regimental, por favor, recomendações vale para a testemunha epara os Deputados.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – Veja bem, eu estou lhe perguntando passo apasso. O senhor, V. Senhoria disse que o depósito é feito conta a conta. Então não há cheque, odepósito feito conta a conta o que há é uma transferência que hoje se faz na maioria das vezes OnLine, quer dizer eletrônica, o bando transfere de uma conta para outra conta sem ter cheque. É oque o senhor disse, essas medidas mensais vem em transferência conta a conta não é isso? Eulhe perguntei, e não existe a possibilidade do presidente ter recebido o cheque lá na CBF e nãoter sido uma transferência conta a conta. O senhor disse não, eu nunca contabilizei isso.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu estou dizendo que eu não sei.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O senhor não sabe?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTONIO – O senhor não sabe que recebeu foi o que o senhordisse. Aí eu lhe perguntei, tudo bem, o senhor disse que não sabe, eu disse assim: ele nunca lhetrouxe pra contabilizar, o senhor disse não, nunca contabilizei.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O teu cargo na Secretaria de Fazenda?

O SENHOR EMANOEL SOUSA - Técnico em Contabilidade.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO– E o senhor afirma também que acumula essecargo público com o cargo de contador de diversas empresas, isso é permitido?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Para a vaga é.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO– O senhor trabalha para a Federação Maranhensede Futebol desde quando?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Desde o clube de Campinho. Acho que de 94 pra cá.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Em 94, só?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, de 84 pra cá, fazem 18 anos mais ou menos.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Não, 84 pra cá faz 17 anos, deve ser antes,porque foi em 94, o senhor já presidia a Assembléia Extraordinária, já era o senhor que erapresidente da assembléia.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não era como contador, era como Técnico do Boa vontade..O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Desde dessa época que o senhor é presidente doBoa Vontade, as famosas assembléias maranhenses de futebol feita por oito clubes, o senhor eraquem presidia, o senhor é uma pessoa importante na federação.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu nunca presidir.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Não diga que o senhor nunca presidiu, porquesenão o senhor vai estar prestando falso testemunho. Na Ata aqui assinada por Carlos AlbertoFerreira datada de sete de dezembro de 94 quando se alterou o estatuto.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Essa alteração aí...

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Presidente da Assembléia, o senhor conhece oregimento, conhece a federação muito bem, porque o estatuto que o senhor presidia aAssembléia que alterava os estatutos dando direito inclusive a reeleição a sua presidência. Osenhor acumula essa função na federação com a presidência do Boa Vontade desde quando?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – 18 anos .

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O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – 18 anos. Com que objetivo o senhor foi para oBoa Vontade?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Porque o Boa Vontade ele pertence lá na minha cidade da...o objetivo da gente é jogar futebol mesmo, e gostar de futebol no interior que eu passo edeixar a gente feliz. Lá a gente dá festa, dá tudo.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO– O senhor tem alguma remuneração, algumganho. Eu vou dividir as perguntas, 1º Boa Vontade. O senhor tem algum ganho pelo exercícioda presidência no Boa Vontade.O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor faz isso só por gostar de futebol?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Sim.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Não foi isso que o senhor me disse há poucoquando eu passava ali na sala, o senhor disse que vinha aqui dizer que gostava de ganhardinheiro com futebol.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não é isso, eu falei para o senhor que gostava de ganhardinheiro porque eu vendia os jogadores pra ajudar o Boa Vontade, porque o passe do Preto foicinco mil, o passe do Mário foi 20. Eu faço as festas no meu clube, festa de Reggae dá um lucrode oitocentos, novecentos, é pra manter o no nosso time, foi isso que eu lhe falei.O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO– Pra manter o time e pra o senhor se manter.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não até porque eu ganho relativamente bem, e a minhaprofissão toda na federação e as firmas que eu trabalho.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor não tem um tostão nisso?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Houve um depoimento hoje aqui de alguém queintermediou a venda do jogador e que disse que o senhor era um jogador e que o senhor seatravessou como presidente do clube que tinha o passe desse jogador determinou que havia umacerto desse empresário com o senhor, o passe desse jogador era vinte mil reais, quinze mil iaficar para o empresário e para a mãe do empresário, cinco mil reais ia ficar para o senhor .

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não foi para o Boa Vontade, foi o problema do Preto.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor recebeu de quem cinco mil?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Foi depositado em minha conta direto do Americana, doAmericana não, direto do Juventus..O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Direto do Juventus, e quem ficou com os quinzemil?

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O SENHOR EMANOEL SOUSA - Não sei.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Foi o Serginho?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não sei, essa parte eu não sei, nem sabia que ele tinha faladoisso, até porque se tivesse ficado aqui pra falar isso pra mim, na época eu recebi só cinco mil.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Mas recebeu, quem tocou a venda do Preto atéo fim, foi o Serginho ou foi o senhor?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, foi ele que levou, Serginho que levou ele.

O SENHOR PRESIDENTE EDUARDO REBELO – E quem fez a venda foi ele ou foi o senhor?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Foi ele que fez a venda.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Foi ele que fez a venda, não foi o senhor?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, aí colocaram cinco mil na minha conta a venda dopasse aqui.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Mas os documentos do Preto quem tratou todahora foi o senhor ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Foi eu.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Inclusive os novos documentos?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, não documento não tenho nenhum conhecimento.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Porque os novos documentos o senhor viu e dizque não.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Mas Dr. Isso aí foi um fato que está aí e eu não fiz, aparticipação que eu tenho está aqui na sua mão o documento que eu ..

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor vai falar porque nós estamos até essahora da noite. Nós não estamos aqui pra ser enrolados e nem pra enrolar ninguém e nem pratratar ninguém mal, nem pra ser tratado mal, mas pra se tratar mal uma pessoa e tentar fazer dapessoa besta. Então nós sabemos muito bem, e já temos depoimentos claros que caracterizamisso, que há na prática já confessada, alguns já passaram aqui já confessaram isso, de se fazerdocumento, de se planar documento que isso passa por dentro da federação. O senhor é o homemde confiança do presidente da federação. O senhor é de um clube para venda de jogador foraconhecido, tem dois jogadores de futebol que é um escândalo nacional com documentos falsos.Então o senhor vai ter até porque os documentos todos indicam isso de nos explicar presidentedo Boa Vontade, o Preto era vinculado ao seu clube e o senhor é funcionário uma peçaimportante da federação e o Preto tem o documento clonados, o empresário do Preto, oprocurador do Preto, o Serginho disse que estava tratando da venda e que o senhor se atravessoue quem fez a foi o senhor. O senhor admite que recebeu cinco mil pra o Preto sair daqui, e ir

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para o futebol lá do Sul ele tinha que levar os documentos dele e os documentos da federação.Quem fez isso uma alma, tem alma na federação?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não fui eu que fiz.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Então quem fez?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não sei.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor tem que saber, o senhor é presidentedo clube vende jogador, e o senhor não sabe quem tratou dos documentos.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Documento aqui com esse registro e o documentoliberatório dele, não é esse documento que tem lá, o que tem lá esse documento foi eu que fiz odocumento que tem lá.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Quem é que pode nos ajudar a descobrir quem éessa alma .

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Dr., Eu acho que só quem pode descobrir é o própriojogador que sabe, é ele que tem que dizer quem foi que fez, apontar quem foi que fez, aí tem quemandar prender a pessoa que fez.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - O Preto mentiu, claramente mentiu, quando disseuma coisa na polícia, quando disse outra coisa aos Deputados. Pra mim claramente senhorpresidente, com intenção de defender o senhor Emanoel e o senhor Mundico e o senhor CarlosAlberto, claramente com esse objetivo.

O SENHOR EMANOEL – Eu gostaria.

O SENHOR PREIDENTE ALDO REBELO – O senhor vai ter oportunidade. Senhor Emanoel,senhor Emanoel. O senhor não tratou do documento então?

O SENHOR EMANOEL – Desse documento não.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Desse não, nem tratou de documento deMarlon?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Hora nenhuma, o senhor nunca ouviu falar queaqui no Maranhão se fazia documento?

O SENHOR EMANOEL – Já ouvi falar, mas não participei em nada desse documento.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor só participou em receber cinco mil, foina sua conta.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Se ele chegar na minha frente, eu acho que ele...

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O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Mas o documento não foi na conta do clube não,foi na sua conta pessoal.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu falei para o senhor que o clube não tem conta .

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – E é de sua conta pessoal que o senhor tira odinheiro do clube e é na sua conta pessoal que entra o dinheiro do clube. E o senhor sabe muitobem quanto fica e quanto sai. Não tem contabilidade o clube.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Temos um caixa que faz .

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Mas não tem uma conta bancária?

O SENHOR EMANOEL – Não, não temos.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÕNIO – Só um aparte Deputado. O Boa Vontade temalguma pendência trabalhista ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, só com o INPS, paga um parcelamento do INPS.

O SENHOR DEPUTADO – Mas está regularizado o INSS?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não está porque agora inclusive teve um atraso.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Sim, mas está parcelado?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Está parcelado.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – E porque que o senhor não abre uma conta doBoa Vontade, porque a desculpa que sempre dão é porque se tiver lá uma conta vai ser restadocom a dívida trabalhista.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu vou tentar abrir uma conta.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – É difícil demais. Falando em conta senhorEmanoel, o senhor sabe quem faz os bordereaux de renda da federação maranhense de futebol ?

O SENHOR EMANOEL – Sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – O senhor que faz? Quer dizer que o senhor que éa pessoa que diz quanto é que teve de renda em cada jogo, quanto foi de ingresso, quantaspessoas pagaram, quantas deixaram de pagar. O senhor que faz isso. É, me diga uma coisa saiumuito essa história, um jogo aqui ficou famoso. O jogo do moto com o fluminense, que tinhasegundo todo mundo que foi no Castelão e quem viu o jogo pela televisão disse que o Castelãoestava lotado, estava tipo aquele jogo da seleção que foi a inauguração do Castelão. E diz queessa renda deu 29 mil ou coisa assim, pelo menos foi divulgado na imprensa. O que o senhorexplica, como é que o senhor explica isso?

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O SENHOR EMANOEL SOUSA - Eu quero comunicar para o senhor que essa renda afederação não tomou conta, quem tomou conta foi a diretoria do moto, na época o presidente erao Zoroastro. Ele foi ele que tomou conta, ele que fez os ingressos, ele que botou porteiro, ele quebotou porteiro até hoje é uma confusão que nunca fizeram esse bordereaux por causa desseproblema que teve.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Esse bordereaux o senhor não fez?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, foi por conta do moto.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Os seus bordereaux estão de acordo, podem baterque, não no seu caso não acontece essa história de renda, quando o senhor faz o bordereaux, nãotem essa história de renda desaparecer.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Quem tomou conta da renda desse jogo, foi a própriadiretoria do Moto, quem era o Presidente era o Zoroastro.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Eu agradeço Deputado, o aparte.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Solicito aos Deputados, objetividade nas suasperguntas e se possível a concentração em torno do foco das duas questões fundamentais danossa investigação. Questão dos menores, transferência de jogadores e a questão da falsificaçãode documentos. Por favor senhores Deputados. Quanto a transferência de jogadores, nós jávimos como é que se dá, inclusive com cheque sendo depositado na conta pessoal de umdirigente e contador do Estado, contador da federação, dirigente da federação de assembléia,presidente de um clube, quando transfere um jogador com documentação falsa, também depositaum cheque de um jogador na sua conta pessoal, um contador, não é um leigo. Quanto a questãoda documentação fica claro que ele está evitando responder o que efetivamente ele sabe. Euqueria perguntar aqui em relação a CBF e a relação dele como contador. O senhor conhece osistema de empréstimo que a CBF faz, a CBF manda cheque de cinco, dez, doze. Mas também aCBF empresta dinheiro a federação. O senhor conhece esse sistema, o senhor contabiliza isso.Em 1996, teve empréstimo, em 97 teve empréstimo, 98 teve empréstimo e em 1999 teve osistema de empréstimo. O senhor conhece isso?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Conheço, claro que conheço.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Como é que se dá esse empréstimo, como éque é isso?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não sei como é, porque quem faz esse problema todo naCBF é o presidente da federação.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – E tem que pagar o empréstimo ou não temque pagar o empréstimo?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu também não sei, isso é só com o presidente da federação.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor não sabe, como é que alguém temque fazer a contabilidade do ano de 97 e alguém tomou alguma coisa emprestado em 96. Emalgum momento foi pago em 97 o que foi tomado emprestado em 96. Em 98 foi pago o que foi

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tomado emprestado em 97. O senhor não sabe disso contador, o senhor assina o balanço lá, ounão tem balanço?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Essa parte eu não sei não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS– Do que é feito do empréstimo. Pois eu nãosou contador e vou lhe dizer o que é feito. Vai ficar bonito para o senhor, o senhor contador,dirigente, chefe de assembléia não sabe e eu vou dizer ao senhor como é feito. O senhor RicardoTeixeira perdoa, ele faz os empréstimos e perdoa os empréstimos sempre que precisa nasassembléias da CBF do voto do senhor Carlos Alberto que é inclusive amigo fraternal do vice-presidente da CBF de domínio público aqui no Maranhão, e o senhor disse a mim que não sabe.E eu vou ter que acreditar que o senhor não sabe. O senhor está mentindo pra mim o senhorassina, assina balanço, o senhor é contador formado, das duas uma, ou o senhor deve pedirdemissão do Estado como contador e da CBF como contador da federação ou o senhor estámentindo. Eu acho que o senhor está mentindo pra mim. Se o senhor já sabe que já saiu ummentiroso aqui hoje, por mais que a gente apelasse pra ele não mentir. Não minta.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não estou mentindo para o senhor.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor está mentindo, o senhor assina balançoe eu lhe pergunto por empréstimo e o senhor diz que não sabe, o senhor assinou um balanço queestá lá registrado que foi perdoado pela CBF. Então o senhor não lê o que assina.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Todo ano ela faz isso?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Todos os anos ela perdoa , não sabe que aCBF perdoou as dívidas da federação acho que cerca de treze milhões foi isso em 1995/99,período em que a entidade acumulou cerca de 40 a cinqüenta milhões de dívidas, vivendo hojede adiantamento que recebeu de um empréstimo externo para fechar suas contas, segue a relaçãodas dívidas enviado pela CBF. A CBF perdoou 12. Um milhão em 95, 248 mil em 96 e por aívai. Então está nas contas que nós organizamos, nas contas que o senhor assina como tesoureiro.O senhor não se lembra, não sabe, quer dizer o senhor está mentindo. Nós já temos e foi comesse balanço que o senhor assina. Eu estou lhe perguntando e o senhor está me dizendo que nãosabe.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – As verbas vem e a gente não sabe, a gente coloca lá e ...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor tem conhecimento que o senhormandou o senhor presidente Carlos Alberto retirou na boca do caixa recursos recebido emcheque nominal, dirigido a federação cheques lá no Rio de janeiro recebido. O senhor temconhecimento disso ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Essas informações que nós temos aqui, sãoinformações que nos foram passadas pela própria CBF, quer dizer a própria CBF é que nos passaessa documentação. O senhor conhece a atividade do senhor Cassas de Lima como intermediáriode futebol aqui no Maranhão?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, só conheço ele como médico mesmo.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - – Nunca ouviu falar, que ele intermedioujogador?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Já ouvi falar.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Ele assina inclusive laudos de jogadores deseu time .

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Assina.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – De jogadores que tem idades adulteradas,ele assina?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Assina.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – E o senhor nunca ouviu falar que ele mexeucom isso aqui, quem é que faz esses documentos, ele tem a ver com essa formação dedocumentos?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu acho que não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O Mundico tem a ver ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Não, o Mundico é o chefe do registro, aquise vê, ele é de um time cheio de gente com documento falso. E o senhor acha que ele não temnada a ver ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Até porque eu acho que não, porque quando chega umdocumento ele não pode negar que aquele documento é falso. Se você chegar com uma carteirade identidade pra fazer um registro de um jogador, ele não pode dizer que aquele documento éfalso.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Não pode ligar para o cartório, como outrasfederações fazem já hoje de praxe, como outros clubes fazem ligar para o cartório. Nuncafizeram?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Claro, porque não havia interesse do senhorfazer.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Senhor respeitando lá o órgão...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – A raposa está tomando conta do galinheiro.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Procurando concluir Deputado EduardoCampos.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Não, eu concluo agora, na minha conclusãosenhor presidente, ele está mentindo a CPI, está omitindo o que foi perguntado .

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não estou mentindo Dr.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Está mentindo a CPI ele é contador dafederação, mentiu todo momento na pergunta dos outros Deputados. Quanto ao que eu pergunteiele mentiu e eu não vou ficar perguntando alguém que está mentindo.

O SENHOR PRESIDENTE – Muito obrigado Deputado Eduardo Campos. Alguma palavramais, Senhor relator, Deputado Silvio Torres. Com a palavra Vossa Excelência.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor é Técnico da fazenda funcionário doEstado, e ao mesmo tempo como já foi lembrado aqui por dois Deputados, o senhor administra oBoa Vontade com o caixa II.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor não é o caixa II. Como é possível nãoser o caixa II, se o senhor não tem uma conta no banco e entra no seu dinheiro, e entra na suaconta pessoal?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não é caixa II.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor acha que não é caixa II, o que é caixaII, então no seu entendimento de contador?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não sei.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Eu estou falando que se o senhor não sabe, entãoo senhor vai aceitar que quem sabe diz que o senhor administra o seu clube com o seu caixa II,ou seja, o senhor faz uma contabilidade extra-oficial que não é apresentada a Receita Federal eaos jogos, porque o senhor não pode apresentar uma movimentação de cheque que o senhorrecebe na sua conta, ou o senhor apresenta isso?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Eu não recebo cheque na minha conta, o único dinheiro queeu recebo na minha conta eu já falei pra você que foi o cinco mil do...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Não é possível você, eu estou tratando porsenhor e o senhor me trate da mesma maneira.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Sim senhor. O único dinheiro que foi depositado na minhaconta foi o cinco mil.

ONSENHOR DEPUTADO – O único dinheiro não, se o clube não tem conta em banco como éque o dinheiro que o clube arrecada e onde que ele coloca o dinheiro que arrecada?O SENHOR EMANOEL SOUSA – A gente arrecada o dinheiro e faz os pagamentos dos atletase a gente tem o livro Caixa.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O livro-caixa não é documento oficial e o senhorsabe muito bem disso. Ou o livro-caixa do senhor é documento oficial?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não a única coisa que nós temos é o livro caixa.

O SENHOR DEPUTADO – Não qualquer empresa pequena, micro empresa, pequena empresa,clube, escolas, qualquer uma delas é obrigada a manter uma contabilidade, o senhor sabe muitobem disso.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Sei.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor não desconhece a lei, devia sabermelhor ainda porque o senhor é um funcionário do governo. E o senhor sabe que comofuncionário do governo, o senhor está violando as leis do próprio governo. E os seus superiorestem conhecimento disso?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Da Secretaria da Fazenda?

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Sim, os seus superiores da Secretaria daFazenda.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – O serviço que eu faço fora não requer nada com a Secretariada Fazenda.

O SENHOR DEPUTADO – O senhor faz um serviço particular que é contabilizado no Caixa II,e o senhor ao mesmo tempo é o Técnico do governo. Além disso o senhor faz outrascontabilidades, nas outras o senhor também usa a mesma prática do Caixa II ?

0 SENHOR EMANOEL SOUSA – Meu trabalho, eu trabalho com essa empresa não é caixa II,eu recebo o salário. Faço contabilidade de uma empresa, aí eu recebo oitenta por mês, a outracem por mês, assim que é.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Sim. Eu quero dizer o seguinte senhorpresidente, primeiro ponto que eu queria falar pra V. Ex.a. é que essa CPI incluísse agora nassuas correspondências, uma correspondência para a Secretaria de Fazenda do Maranhão,informando que um funcionário da Secretaria, um funcionário do governo declarou perante aCPI que como presidente de um clube ele utiliza o sistema de Caixa II e portanto sonegandoimpostos, primeiro ponto. Segundo ponto. Eu queria saber do senhor quantos registrados emnome do Boa Vontade, atletas registrados do Boa Vontade tem?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Vinte atletas.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Vinte atletas, exatamente vinte ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Vinte profissionais, uma faixa de 25 de juniores.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Quarenta e cinco atletas. Esses quarenta e cincoatletas todos eles são mantidos pelo Boa Vontade.

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O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, só quem são mantidos são os profissionais que ganhamsalário mínimo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Ganham salário mínimo, são vinte?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – São vinte.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Vinte ganham o salário mínimo de R$ 151,00 ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Só os mesmos que jogam. .O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Nenhum deles é registrado?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Todos registrados com salário mínimo.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Todos eles registrados com salário mínimo. Issodá uma despesa de três mil reais por mês. Tem outros funcionários o Boa Vontade?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Tem treinador o preparador físico também, chega na faixade cinco mil reais com a casa alugada pra fazer concentração chega em torno de cinco mil a seismil.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E o senhor declarou aqui que a única coisa que osenhor recebeu ultimamente foi cinco mil da venda do jogador Preto.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – O Projeto Nota na Mão.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Projeto Nota na Mão, quanto que ele ...

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Nós arrecadamos no ano de dois mil, trinta e oito mil reais.Não, não, nós recebemos dos cofres da federação e paga os funcionários.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor sabe melhor do que eu que esse projetodo governo do Estado que incentiva os clubes, ele é exatamente incentivar a combater asonegação. O senhor como presidente do clube se utiliza desse benefício do governo, mantendoum caixa II e sonegando. O senhor acha que isso é possível compatibilizar?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – O Boa Vontade joga, aí vamos dizer...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor está sonegando do governo, o senhornão...

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, eu não estou sonegando, eu vou explicar para o senhorcomo é.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Isso não é sonegação?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não. O Boa Vontade joga recebe cinco mil da participaçãoe esse dinheiro para pagar os atletas, pra manter o clube, pra manter o transporte, diária, viagem.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Não estamos discutindo isso, estamos discutindocomo o dinheiro entra e como ele sai, e como o senhor presta conta.

O SENHOR EMANOEL SOUSA - E quando o dinheiro vem pra cá, já é descontado o INSS epago.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – E paga quanto? Paga 5% da renda?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – É 5% do INSS.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E quem desconta ?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – A federação desconta quando paga ...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – É a federação que toma conta da renda?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Não, ela. O projeto é o seguinte:

O SENHOR DEPUTADO – Tudo que entra pelo projeto do governo é descontado 5% é isso queo senhor quer dizer?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – A gente joga, vamos dizer que dá quatro mil para o clube,quando vai pagar ele já desconta o 5% e paga só o líquido.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Eu vou repetir uma pergunta que eu fiz para osenhor. O presidente Carlos Alberto Ferreira, ele não dá nenhuma ajuda ao clube, ao BoaVontade?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Ele ajuda.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Já fiz essa pergunta pro senhor no início, e osenhor disse que não.

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Ele ajuda com material, sempre arruma material esportivopra gente e dá bola.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Pra concluir senhor Deputado. Ele declarou quecostuma ajudar com dinheiro do próprio bolso do Boa Vontade, com dinheiro, está escrito aquinuma entrevista que ele deu a um jornal de São Paulo .

O SENHOR EMANOEL SOUSA – As vezes ele faz isso, até porque ele tem empresa aqui .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – O senhor está falando mal, diferente do que osenhor falou no começo. Agora o senhor se lembrou que ele ajuda?

O SENHOR EMANOEL SOUSA – Lembrei.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES – Presidente eu agradeço a Vossa Excelência, asua paciência.

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O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Muito obrigado. Vamos então encerrar odepoimento da testemunha, nós agradecemos a sua colaboração e a sua presença senhorEmanoel, e solicitamos encarecidamente que o senhor permaneça aqui nas dependências daCasa, até que termine os nossos trabalhos. Muito obrigado.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Solicitamos a presença do senhorRaimundo Nonato da Silva Pereira, senhor Mundico, para prestar depoimento nessaComissão....com objetividade e brevidade nas inquirições, porque ainda temos um outrodepoente que é o senhor Carlos Alberto Ferreira, além do que é possível também se necessário, arealização de alguma acareação, além do encerramento e das decisões finais da comissão.Senhor Raimundo Nonato Silva Pereira, muito obrigado pela sua presença e nos desculpe portermos feito esperar das nove horas da manhã que o senhor está aqui, até agora. Desculpeporque foi involuntário da nossa parte. Passo a ler o Termo De Compromisso que o senhorassinou, com o seguinte teor: (Lê Termo De Compromisso). O senhor dispõe de um tempoinicial de até vinte minutos, pra fazer as suas colocações, se assim julgar necessário e se quiserdar as suas explicações iniciais. O senhor tem aí o microfone ao seu alcance. Você pode usar onosso tempo, se quiser podemos passar as perguntas dos Deputados imediatamente. Você prefereque faça as perguntas, perfeitamente. Com brevidade e objetividade passo a palavra ao DeputadoJosé Antônio, para sua inquirição, tem a palavra Vossa Excelência.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÕNIO – Senhor Raimundo Nonato, o senhor éencarregado do Registro da Federação? Fale no microfone.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Sou, sim senhor.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Há quanto tempo?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Quase dez anos.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Quase dez anos. Antes o senhor já trabalhava naFederação? Em que função?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Já sim senhor. Eu trabalhava no Departamento Amador,negócio de reunião do departamento. Eu trabalhava com registro de acesso.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Quer dizer que há uns dez anos, portanto, nósestamos em dois mil, noventa por aí o senhor já estava lá.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Mais ou menos isso.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Antes quem trabalhava com isso?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Era o finado Nandí.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – E antes do finado Nandí, o senhor sabe quem era?

O SENHOPR RAIMUNDO NONATO – Não, não sei não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Quando que o senhor entrou como funcionário daFederação? Em que ano?

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O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Em 83.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – 83. È.... me diga uma coisa, um jogador ele éfederado desde amador? È isso?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Sim senhor.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Ele como amador tem a sua ficha individual.Depois ele se profissionaliza, continua a mesma ficha?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Continua a mesma ficha.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – A mesma ficha, apenas carimba que éprofissional.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Só faz remover para o profissional.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Só faz remover para o setor de profissional.Remove para o arquivo de profissional. Então essa ficha é a mesma, quer ele jogue num clube ououtro clube é a mesma ficha.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – A mesma ficha.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Apenas você anota que ele passou de um praoutro. Não há nenhuma alteração.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – De um pra outro. Só anota a transferência.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – O senhor ouviu falar dessa história de jogadoresque tiveram idades diminuídas? O senhor sabe, de licença própria, já pegou algum caso desse?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não, só esses que estão surgindo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO - Sim, mais o senhor já ouviu falar disso.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Já, a Imprensa toda.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – O que acontece geralmente nesses casos? Ojogador altera como? Você sabe disso?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Não sabe. Quer dizer que ele consegue umdocumento dizendo que ele tem uma idade menor, é isso?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Ah! eu não sei. È... quando o documento chega nafederação, já é preenchido, a gente pesquisa no arquivo, se não consta o nome do atleta afederação providencia o registro.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Agora eu digo assim, um jogador diminuir a suaidade, ele tem que diminuir no documento, não é? Não basta ele chegar e dizer assim, não eu nãotenho vinte anos tenho dezoito, ele tem que ter um documento, não é isso?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Tem que ter um documento.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Bom, mais esse documento de jogador que já éfederado, tá, já tem registro na federação não basta ele conseguir por exemplo uma certidão denascimento diminuindo a idade. Ele tem que conseguir que também no registro e na ficha deleseja alterado. Não é?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – As fichas da federação não são alteradas.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Não são alteradas. E como é que o senhorexplica, por exemplo que aqui nós estamos com vários casos aqui. O Deputado Jurandil Juareztem aqui o caso do Preto, por exemplo. O Preto, jogador do Boa Vontade saiu daqui para oJuventus, ele aqui era registrado na federação como, nascido em 78. Lá ele está registrado comonascido em 80. A ficha dele é da Federação do Maranhão.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Nós temos de 78 a ficha dele na Federação. De 78.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – E a de 80?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – De 80, eu não sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Mais é da Federação do Maranhão que ele tem.Pelo menos ele não pode ter de outra. Ele saiu do Maranhão, passou para a CBF. A ficha da CBFé com base na Federação do Maranhão.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Mais não tem de oitenta, na Federação não tem. Isso eulhe prometo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Não há nenhuma possibilidade de ter havidoalguém...... Quem trabalha com o senhor lá? È só o senhor? Ou tem...

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Eu tenho duas colegas que trabalham comigo, mas comcerteza...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Pessoas de absoluta confiança.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Confiança, tranqüilamente.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÕNIO – Me diga uma coisa, tinha um jogador aqui,jogador que hoje está no Recife mas já andou pela Europa, Gil o senhor conheceu ele?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Conheci.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – O senhor costuma ir a futebol, ao campo, assistijogo, conhece os atletas?

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O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Conheço, sim.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Diz que o Gil teve uma ficha com o nome deoutra pessoa, na federação.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – É, realmente teve.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Como é que você explica? Um jogadorconhecido, que se conhecia ele, chegou lá com a foto dele, em nome de outra pessoa. Como éque acontece isso?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Ele não chegou com a foto. Ele chegou com um contratoprofissional, com o nome de Jucilan Rodrigues.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Não tinha foto. A ficha não tem foto?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Ter, tem. Mais a ficha dele não veio foto.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – E é muito comum isso? Você fazer um registrosem a foto, sem a foto obrigatória?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO - Não, quando o contrato é profissional, as vezes eles nãotrazem a foto, o atleta pode jogar com a identidade.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Então, é muito comum não ter a foto?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – È, mais aí joga com a identidade.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Aí não é mais obrigatório. Porque obrigatório éuma coisa que é pra ser feito sempre. Se não traz mais, então não é mais obrigatório, pelo menosvocê acaba dispensando.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – È, dispensa.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Dispensa. Bom...È... outra coisa, esse é um casoque você diz que é conhecido. Aqui tem um caso de uma pessoa ainda mais conhecida, não sei sefoi do seu tempo. Não tinha jogador mais conhecido aqui no Maranhão, na época dele do queRaimundinho. Não é verdade? Raimundinho era um jogador aqui de crack, tido como crack aquido Maranhão, jogador mais conhecido do Maranhão. Era ou não era?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Era sim senhor.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Qualquer pessoa que ia ao futebol sabia quem eraRaimundinho. Pois Raimundinho registrado pela Federação, ele disse isso aqui, depôs hojeainda, ele disse que ele alterou a idade dele, diminuindo três anos, alterou o nome dele que eraJosé Raimundo, para Raimundo José e registrou na Federação. Na Federação, onde o senhortrabalha, no setor de registro.

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O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Eu não tenho conhecimento disso, Deputado. Se foi domeu tempo eu não tenho lembrança disso não, com certeza. Se foi eu não tenho lembrança dissonão.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Foi no seu tempo que Raimundinho foi para aBélgica?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Eu não tenho lembrança assim, da transferência delepara a Bélgica. Eu sei que foi para a Bélgica, agora se chegou a ser transferido pela Federação,eu não sei.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Me diga uma coisa o senhor já trabalhava lá,quando ele chegou do Equador? Porque Raimundinho jogou aqui muito tempo pelo Moto, foicriado no Moto, não é essa a verdade?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – È verdade.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Aí depois ele foi para o Equador, voltou depoisde um tempo, acho que um ano dois anos. Jogou depois no Sampaio, dois anos também. Aí elefoi pra Bélgica. Quando ele se registrou no Sampaio? O senhor se lembra disso? Quando ele veiode fora, quando o jogador vem do exterior, voltou daqui do exterior, há um registro na ficha dele,a transferência dele é anotada?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Lhe digo que eu não achei transferência nenhumaanotada na ficha dele no exterior.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Não. A ficha dele está limpinha, sem nada naficha dele.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Se é transferência para o exterior está.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Quer dizer que é como se ele nunca houvessejogado no exterior?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – È como se ele nunca tivesse jogado no exterior. Pra mimna Federação, eu nunca vi. Ele foi mais... se foi transferido...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – E esses outros jogadores que estão lá? Wamberto,Júnior César, estou falando só os conhecidos, porque tem uns que não são bem conhecidos.Kleiton, nenhum deles tem registro quando enviados para o exterior?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não, o Wamberto tem.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – O Wamberto tem. È o único que o senhor sabeque tem.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – O Wamberto tem, o Kleiton tem, agora o Júnior Césarnão tem.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Oliveira, tem?

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O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Oliveira ,tem.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Quer dizer que só o Raimundinho, que não tinha?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Raimundinho tem, José Raimundo Lopes, agora comesse outro nome que o senhor falou, não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Eu não estou dizendo nem que ele tem duasfichas. Você que está colocando.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Eu não falei que ele tem duas fichas. O senhor falou emdois nomes.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ RAIMUNDO – Não, eu estou lhe dizendo o seguinte: eu nãoposso acreditar que um jogador conhecido, tenha condição de passar, só com uma alteraçãozinhadessa. Se fosse um jogador que ninguém conhece, mais chegar lá com a foto dele, apenas comuma alteração pequena do nome dele.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não tenho lembrança disso, dessa transferência delepara o exterior, não tenho lembrança.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Não tem lembrança, não está registrado.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não tenho lembrança, não está registrado.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Não está registrado.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não está registrado a transferência dele para o exterior.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Como é que ele pode ter jogado no exterior.Porque o Deputado Eduardo teve por exemplo lá na Bélgica, ele só aceita se vier com atransferência da Federação.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Mais eu não transferir o Raimundinho, tenho certezadisso. Se foi transferido eu não tenho lembrança disso.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Eu, por enquanto estou satisfeito SenhorPresidente.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Com a palavra o Senhor Deputado EduardoCampos.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- Senhor Raimundo, nós estamos aqui, depoisde um longo trabalho de tentar entender o submundo do futebol no Brasil. Temos a tarefa deinvestigar tudo isso, porque o futebol brasileiro pra nós é uma arte, algo que merece o nossorespeito, algo que engrandece o nome do nosso país, além das fronteiras. Como o senhor sabetem muita gente sujando o nome desse futebol, usando esse futebol e com certeza ganhandomuito mais do que aqueles que atuam de forma errada no futebol maranhense. Não é aqui noMaranhão que tem os grandes golpes do futebol. Mais aqui com certeza existe os grandes

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esquemas, né, de transferência de jogador e os pequenos golpes que são mantidos de forma que aConfederação não tome maiores atitudes, porque o jogo de conivência mantém a existência dospequenos golpes e dos grandes golpes. E foi na busca de compreender, um grande golpe nonosso entender é o contrato CBF-NIKE, que nós entendemos que só se mantém essa estrutura daConfederação, porque nos estados existe uma estrutura ganhando também, usufruindo também.Então veja lá, o senhor está depondo sobre testemunha, já são três horas da manhã e nós vamosamanhecer o dia. O senhor já viu gente aqui sair complicada, tem outras tantas que depuseram eestão aguardando, se estão aguardando, não estão aguardando coisa boa, porque se tivesse tudocerto, já estariam essa hora em casa. O senhor claro que é, me permita uma peça pequena nessaengrenagem. Eu não queria que o senhor perdesse a oportunidade de usar esse momento deforma diferente que o Cassas de Lima usou. A Imprensa do Maranhão, nossos pares aqui, oMinistério Público, a Assembléia Legislativa é testemunha do apelo que eu fiz aqui veemente aoDr. Cassas, eu já sabia da movimentação que ia levá-lo a sair daqui nas condições humilhantesque ele saiu, eu queria lhe fazer um acordo, veja bem: Essa altura nós já tivemos na Bélgica, nósjá quebramos sigilo bancário, nós já pedimos ajuda da Policia Federal, nós já pedimos uma sériede informações, documentos reservados, ontem mesmo aqui, da Imprensa, de muita genteanônima, nós já temos um quebra cabeça armado sobre o que há aqui. O futebol de Maranhão,com certeza não vai ser o mesmo depois desse dia de trabalho aqui, com o apoio de todos vocês.Essa Federação não vai se sustentar da forma que está aí. Os fabricantes de gado não vão maisfazer do jeito que estão aí. Os cartórios vão sofrer correção e o senhor vai nos ajudar. Eu achoque é melhor pro senhor, é melhor para o futebol é melhor para todos nós que o senhor nosajude. O senhor é homem central dessa história. Ninguém vai ser Diretor de Registro de umaFederação, que manda tanta gente pro futebol lá fora, que manda tanta gente pro futebol noexterior, se não seja um homem de confiança do Senhor Presidente, Dr. Carlos Alberto. Osenhor se considera um homem de confiança dele?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Considero sim.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor considera ele um homem sério?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Considero, sim.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor considera ele um homemverdadeiro?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Considero, sim.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor acredita no que ele diz?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Acredito, sim.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor já viu ele com mentira?

OO SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não, senhor. Pra nós lá na Federação, eu nunca vi.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Nunca, né? Então o senhor Presidente foiquem abriu o inquérito, nesse setor de registro, no dia 1º de março. Ele designou uma comissãopara apurar, porque exatamente o jornal O Imparcial, estava dando notícias. Ele tambémdeclarou nos jornais e na Folha de São Paulo e em outros jornais daqui, e nós temos a cópia e osjornais tem os seus artigos original o seguinte: Homem sério que só diz a verdade, que o senhor

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acabou de afirmar, que é o Presidente Carlos Alberto disse assim: (Lê artigo) De lá pra cá ele nãodemitiu o senhor, ele o acusou publicamente, em ser conivente com as fraudes, de ser partícipedas fraudes por que aqui o senhor, por exemplo: diretor do setor de registro e diretor do BoaVontade. O Preto tem dois documentos, passando dentro da federação. O senhor é quem assina,o senhor vai me dizer aqui sob testemunha que o senhor dá, que não tinha conhecimento dessaadulteração? O senhor assina duas coisas diferentes de um atleta que é do seu clube, você vaidizer que não viu, que não sabe, é isso que o senhor vai me dizer ou o senhor vai me dizer averdade pra gente construir um caminho diferente. O senhor sair daqui, ir pra casa?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO- Doutor eu não tenho confiança que o Preto tem doisdocumentos, na federação.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Não, nós temos os documentos dele aqui,estão nos autos, vou pedir ajuda aos companheiros, porque tem dois documentos, ele já prestoudepoimento na policia aqui, dizendo que tem dois documentos. Nós temos duas carteiras deidentidade dele, uma que tem nos autos, que foi pedido à assessoria da governadora, e outra queo seu companheiro de diretoria trouxe. Ele tem duas carteiras de identidade, duas certidões denascimento e duas fichas na federação.

0 SENHOR RAIMUNDO NONATO – O Marco Antônio?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O Marco Antônio, claro.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Eu não tenho lembrança disso não. Eu só vejo uma fichadele lá.

O SENHOR DEPURTADO EDUARDO CAMPOS – Só tem uma agora, porque a outradesapareceu.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Eu não tenho conhecimento disso não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor não tem conhecimento de nadadisso.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – De duas fichas, não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor conhece esse esquema. O senhornão sabe que Kleber virou Klebenilson, e o senhor assinou com Cassas de Lima e oRaimundinho. Kleber virou Klebenilson, pra ser mandado pra França e o senhor vai dizer a mimque não sabe que a federação registrou Klebenilson no lugar de Kleber. O senhor que eraPresidente, o senhor que providenciou, o Cassas de Lima que assina, o senhor vai dizer aqui emjuízo, depondo em juízo.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – O Klebenilson, não tem ficha na federação, não senhor.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Não tem nenhuma ficha? E como era que elejogava aqui?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO - Kleber.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Kleber, Klebenilson nunca se filiou.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não senhor. O nome Klebenilson, ele nunca jogou.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Marlon, não tem duas fichas?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Marcos Antônio, também não tem duas fichas.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Marco Antônio, não, eu estou falandoMarlon.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – AH! Marlon é outra coisa. Eu pensei que era MarcoAntônio. O Marlon tem duas fichas. Não resta dúvida.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – E como é que faz?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Chegou uma ficha, Marlon da Silva Santos, pai e mãe.Um tempo depois chegou outra ficha, Marlon da Silva, mãe, Maria, totalmente diferente. Foi porisso que eu lhe digo que passou no registro porque não foi....

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Mais quem enviou esses dois documentosdiferentes foi o senhor, porque ele é do seu time.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não, mais não foi eu quem encaminhei doutor.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Não foi não? E quem foi?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Alguém do Boa Vontade deve ter encaminhado, maisnão foi eu.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Alguém do Boa Vontade.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – É mais não foi eu.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Então eu queria sugerir fazer acareação como Presidente do Boa Vontade, senhor Emanuel. Ele confessa que pelo menos o Marlon, tem duasfichas, e que não foi ele. Então vai ter que aparecer quem foi.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Ele tem duas fichas: uma Marlon Silva, e outra comoMarlon ....

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor não é diretor do Boa Vontade?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Eu já fiz parte da diretoria do Boa Vontade.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Mais na época era. Na época que aconteceuisso, ele era.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Só um minuto doutor Eduardo, por favorDeputado Eduardo Campos. Quem o senhor acha que fez essa outra ficha do Marlon.

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O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Ah! doutor eu não sei, só sei que eu recebi na federaçãoa ficha.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO - Peço um aparte Deputado. Quem é orepresentante do Boa Vontade na federação?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – È o próprio Presidente .

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – S. Emanuel.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – É.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Quem trata dos negócios de registro, não é orepresentante? Normalmente?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – A entrada na federação.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Quem dá entrada, não é o representante?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – É o representante da federação.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO – Não é ele quem assina os ofícios pedindo...

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Corretamente.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Pediria a Secretária da Comissão, pra trazer devolta aqui o senhor Emanuel Santos, pra esclarecer quem faz as fichas, afinal de contas.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Doutor, o que eu quero lhe dizer é o seguinte: eu nãoestou negando que o Marlon não tenha duas fichas. Ele tem duas fichas. Eu fui saber quem era oMarlon quando surgiu o problema dele lá em São Paulo, aí é que eu fui saber.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Mais as duas fichas foi com nomes diferentes,não foi com Marlon , não?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Foi com Marlon Silva, e o outro Marlon da Silva Santos.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- É, você achava que era duas pessoas diferentes.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – É, pensei que fosse duas pessoas.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Era também datas de nascimento diferentes?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO - Datas de nascimento diferente, mãe diferente.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO - È tudo bem. Senhor Presidente, se o senhorme permite...

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O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - A foto eu não prestei atenção, porque eu mandover no arquivo, é um detalhe que é secundário. E o Marlon é o que disse pra nós em São Paulo,antes de ontem, que foi para o Boa Vontade através do Manuel e também com o Mundico,Mundico era quem estava lá no Boa Vontade, junto com eles e tal, é o Marlon, foi ele que disseisso.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Mais eu não levei o Marlon pra lá.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – E é o Marlon quem anda com o Valmir, quedisse aqui que comprou documento. È o Marlon que anda com o Valmir que a comissão desindicância que a federação abriu, disse que é um fraudador de documento que está aí adisposição ainda, o senhor Emanuel. Nós estamos aqui querendo saber sobre a documentação dojogador Marlon. Ele tem duas fichas na federação, segundo o senhor Raimundo que está nosdizendo. E o senhor Raimundo diz que essa ficha, e que a segunda ficha foi encaminhada peloBoa Vontade e que o representante do boa Vontade na federação é o senhor mesmo.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – É.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – E, então foi o senhor quem encaminhou essaficha?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Do Marlon da Silva? Marlon da Silva Santos.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Isso, da Segunda?

O SENHOR EMANOEL– Sim, ele teve o registro. Aí eu botei ele pra fora. Depois ele mechegou com um outro documento, dizendo que aquele documento, era, era... trocou a carteiradele. Não teve problema eu mandei ele encaminhar para a federação.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO RIBEIRO – Ah! Então foi o senhor quem encaminhou. Osenhor encaminhou a primeira, e ele encaminhou a segunda. Mais o senhor não sabia que umadas duas era falsa?

O SENHOR EMANOEL – Mais ele disse pra mim que não era falsa, por isso que euencaminhei.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Então a culpa é dele.

O SENHOR EMANOEL – É a culpa é dele. Porque doutor eu não tinha como saber.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Certo, está certo. Agora é o seguinte: e os dadosfalsos? E o nome da mãe diferente?

O SENHOR EMANOEL – Era tudo... eu não sabia de nada não.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO– Que o cara mude o nome, tudo bem, ninguémconsegue mudar de mãe.

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O SENHOR EMANOEL – Olha esse aqui é que é o meu documento certo. Eu disse, tá bom,porque ele estava com a Carteira de Identidade, expedida pela Secretaria de Segurança, tambémnão tem problema, vou dar entrada, dei entrada.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Mais ele rejuvenesceu então no segundodocumento? Ficou mais novo e o senhor não reparou que ele ficou mais novo?

O SENHOR EMANOEL – Até porque ele disse que aquele documento é que era o certo, o outroé que era errado.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Ah! o outro... Ele disse para o senhor que ele eramais novo do que aquilo que...e o senhor assim com essa inocência que o senhor está seapresentando aqui, o senhor achou com essa cara de santo que o senhor está querendo passar.

O SENHOR EMANOEL – Doutor, é porque ele disse pra mim. Eu registrei ele a primeira vezna CBF, com o documento que ele me deu.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Então, bem... Os senhores representantes doMinistério Público estão testemunhando aqui o que está acontecendo. Quando foi que ele seafastou do Boa Vontade?

O SENHOR EMANOEL - Olha, eu não me lembro não.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Ele não se afastou, não. Ele se afastou do BoaVontade?

O SENHOR EMANOEL – Não, ele nunca saiu do Boa Vontade, não.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Nunca.

O SENHOR EMANOEL – Não, ele já participou do Boa Vontade.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Ele nunca, ou participou ou já deixou o BoaVontade? Já participou?

O SENHOR EMANOEL – Já participou.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Até quando?

O SENHOR EMANOEL– Eu não me lembro, não.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Só mais uma coisa, quando o Marlonencaminhou a segunda documentação pro senhor, pro senhor levar para a federação, ele já estavaem São Paulo ou ainda estava aqui?

O SENHOR EMANOEL - Eu acho que ele estava aqui. Até porque eu não podia deixar de fazerporque ele disse que esse documento dele era certo, ele tinha tirado esse outro documento e eunão podia dizer que era falso. Agora não fui eu que tirei a carteira dele.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor não sabe quem faz isso aqui?

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O SENHOR EMANOEL – Também não. Agora eu acho que ele que tem de dizer quem tirou acarteira dele, eu não tirei a carteira pra ele.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO RIBEIRO - Dizem que quem faz essa documentação é opovo do Boa Vontade. No depoimento que ele deixou claro em São Paulo. Nós vamosencaminhar o depoimento dele ao Ministério Publico do Maranhão, e a Policia do Maranhão.Depoimento do Marlon, e o depoimento do Marco Antônio, depoimento do Preto. Quem é oSecretário que assina as carteiras?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Tem funcionários que assinam também. Eu assino, asvezes outro assina.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Essa assinatura é de quem?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Essa é minha, chefe.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Essa é a assinatura da carteira de Marlon, dafalsa ou da verdadeira? Todas as carteiras que tem lá, é ele quem assina. Irmãos uma ficha daConfederação Brasileira de Futebol. Esse é um documento, o senhor conhece esse documento. S.Raimundo, o senhor conhece esse documento aqui?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Conheço sim senhor.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO RIBEIRO – Eu estou olhando aqui no campo dasidentificações do atleta, e chego aqui na quarta linha onde tem CPF, está em branco, carteira deidentidade, em branco, data de nascimento em branco. Estou vendo aqui um documento comCPF em branco. O senhor acha natural que um documento como esse da mais extremarelevância, como uma ficha de um atleta inscrito na CBF, não tem os dados tão importantes?Reconhece o documento? O senhor sabe quem é o médico da CBF, que atesta a sanidade físicade um atleta, pra que ele seja assim considerado?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Sim. A CBF, não senhor.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Não sabe quem é?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – A CBF, não senhor.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Nunca ouviu falar no nome de nenhum medicomaranhense, que seja medico da CBF?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não senhor.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor não acha estranho que um documentoda CBF, tenha assinatura do senhor Antônio José Cassas de Lima?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Ah! mais ele não é diretor da CBF, ele é vice-presidenteda federação.

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O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – É, pois olha eu tenho aqui neste documento aassinatura do senhor Antônio José Cassas de Lima, nesse documento da CBF aqui.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Como médico, eu não tenho conhecimento.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO RIBEIRO – O senhor recebe esse documento, e não sabequem assina?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não, a assinatura do medico, eu estou dizendo que tem.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Pois é, mais ele é medico da CBF? Como é queum documento da CBF, que deve ser preenchido lá na CBF, tem assinatura de uma pessoa quemora no Maranhão, o senhor pode me explicar isso?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Os contratos são preenchidos mesmo aqui em São Luís eencaminhados a CBF.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Aqui em São Luís. Eles são preenchidos aqui...

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Aqui em São Luís.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Eles são preenchidos aqui. Aí o médico é o Dr.Cassas?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO - Ele sempre assina contrato dos clubes aqui em São Luís.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Esses documentos são preenchidos pelo Dr.Cassas?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não senhor, ele só faz assinar. Ele atesta o atleta. Mais aficha aí, o contrato é preenchido apenas cru.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Quer dizer, o senhor está me dizendo então queesse documento, a negligência com referência ao seu preenchimento é um problema daqui dafederação.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – É daqui da federação. É foi negligência mesmo dafederação, de não ter ido a numeração do documento, CPF, identidade, data de nascimento, foinegligência nossa mesmo. Isso aí não resta dúvida, isso aí eu não tinha nem prestado atençãonisso aí.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Como nós só temos um documento aqui, eusuponho que não deve ser só esse que está com esse problema?

O SENHOR RIMUNDO NONATO – Eu não sei doutor, eu acho que deve ter sido só essemesmo. Eu não sei.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Estranho, porque veja esse documento é doMarlon da Silva Santos, justamente uma pessoa que tem duas fichas de inscrição, duas fichasindividuais, justamente na federação. Quando interrogando o senhor Emanoel, foi perguntado,

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como era possível haver um registro duplo, ou uma adulteração de registro na federação,perguntei quem seria a pessoa capaz, eu perguntei isso ao senhor, por quem passaria um atodessa natureza, o senhor me respondeu que pelo secretário de registro da federação maranhense.Ele é quem poderia responder sobre o documento de transferência do Preto, por exemplo. Osenhor é secretário de registro da federação. Como é que pode haver uma situação como estas?Do caso do Marlon ou do Marlon, que tem duas fichas e se nós formos verificar o Preto terá osdois registros aí? Porque pra ele ter sido transferido para um outro clube, ele foi transferido,recebeu a transferência da federação. O Raimundinho que o senhor não lembra, dele ter mudadode nome e de idade, com certeza o senhor vai encontrar lá. Como é que isso pode acontecer? Osenhor tem cinco, seis anos de registro na federação.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não, eu tenho quase dez anos.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Dez anos. O senhor tem uma prática enorme.Passa pelo senhor isso?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – A primeira via desse contrato, ela fica na CBF, agora eunão sei como essa via aí, ela veio sem essa data da numeração aí, desse documento.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO- Se nós fizéssemos uma investigação lá, amanhãpor exemplo. O que o senhor me diria se eu encontrasse lá, tantas outras fichas sem essasinformações.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Eu acho difícil doutor.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor conhece...

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Eu não sei como foi que conseguiu passar na CBFtambém, sem esses dados aí.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor pode é não saber, mais eu sei com todaa certeza. É assim que se fabrica gato, se fabrica duas fichas, se tem quantas fichas se quiser.Desse jeito aqui, basta você colocar o nome do Marlon é Marlon, assim como Raimundinhocolocou em vez de José Raimundo, Raimundo José, assim vai embora, porque não teminformação nenhuma aqui e aí se faz quantas fichas individuais que se quiser fazer. Isso querdizer o seguinte S. Raimundo, é que o senhor não tem nenhum controle lá. O senhor que ésecretário de registro, o senhor não tem controle sobre registro, faz-se o que se bem entender lácom os seus registros. Eu queria lhe perguntar no entanto, se o senhor conhece um jogadorchamado Rosenilton, é o canhoto.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não, senhor.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Rosenilton está todo esse tempo na ...

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não, mais Rosenilton...

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Um jogador, canhoto, que joga na Bélgica hoje.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não, não tenho conhecimento desse não.

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O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Ele era federado.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Pode ser federado, mais deve ser... saiu da federação,deve ter alguma anotação na ficha dele.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor já afirmou, que não recebeu, que nãosabe da existência do documento do Raimundinho. Raimundinho afirmou aqui, que ele feznormalmente, ele fez um registro na federação. Que o clube dele fez um registro na federação.Coincidentemente hoje, o Raimundinho parece que trabalha lá, com...

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Trabalha no Boa Vontade.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Trabalha no Boa Vontade. Tá como técnico lá.Isso é coincidência também, está trabalhando lá e veja que ele confessou aqui, o crime dele estáprescrito. Mais ele é um especialista, porque ele mudou de nome, mudou de idade, se registroude novo e foi embora. Ele está no Boa Vontade. O senhor acha que uma pessoa que tem esseperfil, que vai tratar com pessoas de idade, razoavelmente nova, porque no Boa Vontade nãotem profissionais ainda, né? Porque tem um limite de idade, não é isso? Ou seja você estátrabalhando com jovens lá e eu ouvi o Serginho dizendo aqui, que com o esporte é a melhormaneira de você tirar uma criança da rua, ou seja dar um bom exemplo pelo lado do esporte. Aívocês tem, você é dirigente, e nós vimos aqui, que ouvi ainda há pouco até da contabilidade doclube que o dinheiro cai na sua conta, o senhor que também trabalhou lá não sabe que essesdocumentos são registrados e Raimundinho disse hoje que trocou o nome, trocou idade, seregistrou e me parece que também serviu de exemplo dignificante. A minha pergunta é aseguinte: o Boa Vontade é isso que nós estamos vendo aqui ?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Eu acho que não, Deputado.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O Boa Vontade, o senhor sendo o presidente,representa o clube lá na Federação ?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Por incrível que pareça, durante esses anos foi oprimeiro fato que aconteceu, foi esse fato agora. Pra mim é lamentável. Foi o primeiro quetomamos conhecimento.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Como o senhor explica, o Dr. Cassas assinaresse documento pra Confederação Brasileira de Futebol; tudo bem que ele preenchido aqui mas,ele é diretor da federação, não é isso? Como é que se explica isso, inclusive com umairregularidade, não é preenchido o CRM nem o CPF; só foi possível a gente saber que era ele,casualmente a gente tem documento assinado por ele e a assinatura dele é bem característica;porque senão não saberíamos qual era o médico que tinha assinado aqui. Como é possível issoum diretor da Federação ?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Bom. Esse contrato quando é dado entrada nafederação vem assinado pelo médico. E, esses documentos, esses contratos a gente encaminhapra CBF.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Sim. Mas, ele não é vice – presidente daFederação ?

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O SENHOR RAIMUNDO NONATO- É sim, senhor.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor não acha que é meio espúrio umrelacionamento desse, um diretor da Federação atestar para a Federação ?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Mas, ele não atesta só pro Boa Vontade; ele atesta paravários outros times.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Não, ele atesta pra Federação e praConfederação.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Esse contrato dos atletas ele atesta, ele dá a assinaturadele.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Esse procedimento do Dr. Cassas, ou o atestadomedico que é dado aqui, isso é pago ou ele é gratuito?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não, o que eu tenho conhecimento, é gratuito.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor tem conhecimento que é gratuito, ou osenhor não sabe se é cobrado?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO - Eu acho que é gratuito, porque eu nunca vi ninguémfalar que pagou pra ele algum atestado, alguma assinatura de atestado medico.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor que voltou, eu queria lhe perguntar, osenhor já ouviu falar em Rosenilton?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não, senhor.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – O senhor nunca

ouviu falar no Canhoto, jogador de futebol daqui do Maranhão, que foi pra Bélgica ?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não, senhor. Nunca ouvi falar no nome dele.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Nunca ouviu falar no nome dele ?Muitoobrigado, Deputado Jurandil Juarez, para as suas perguntas finais, com brevidade. DeputadoEduardo Campos.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Senhor Raimundo, nós hoje temos adocumentação do Kleber e Klebenilson. E acareamos o senhor Cassas com quatro depoentes etivemos a oportunidade ele presidente falar com o jogador Kleber depois do jogo. E ele nos disseque quem providenciou a documentação dele foi o Dr. Cassas. O Dr. Cassas foi a Federaçãofazer a documentação do Klebenilson com o senhor.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não senhor. Não sei, o contrato do Cleber foi dadoentrada pelo Moto Clube de São Luís. Eu nunca dei entrada no contrato do Kleber, doKlebenilson com certeza não tem registro de Klebenilson na Federação. Klebenilson surgiu me

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perece lá no aeroporto, quando Kleber ia viajar. Aí foi que surgiu o negócio de Klebenilson, maisa federação.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Ele chegou a tirar um passaporte fora dopaís e como não passou na Federação?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO –Não sei, não sei. O senhor pode perguntar pro Kleber queele nunca foi registrado na Federação, com esse nome de Kleber, não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O Dr. Cassas já foi alguma vez no setorresolver problema de documentação ?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – De atleta, não senhor.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O Senhor Rubilota já foi alguma vez lá?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não conheço.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Ele já foi lá, não sei se o senhor conhece éoutra história.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Não sei.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Agora o Dr. Clovis do Americano não foilá trocar de documento?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Tratar de documento não mas, ele já foi na Federação.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Quem ia trocar documentos ?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Documentos na época era o senhor Araújo que ia tratarde documentos.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O Valmir também?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Valmir não senhor. Foi na Federação mastrocar documentos do Americano, não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Vocês tem o controle de quantos jogadoresregistrado por time ?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – A gente tem a pasta deles que tem os contratos.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Vocês tem registrado quase cem pessoasdo Americano; o Americano é o time que mais tem jogadores no futebol maranhense.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Realmente o Americano é o time que mais tem atletaregistrado.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – E o Americano é dirigido pelo Clovis que émuito amigo do Carlos Alberto, não é isso ?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – É.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - É, isso foi dito hoje.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – É, ele quando chega sempre ele procura o presidente.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- E o presidente manda os senhoresregistrarem os jogadores lá do Americano.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO- Quando a documentação entra na federação, a gente pegana Secretária e se tiver com condições de registrar a gente encaminha para CBF.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- Cite um jogador que vocês não registraramdo Americano, disseram esse aqui não. Há algum caso de algum jogador que vocês es negaram aregistrar na federação, do Americano? O que chegava lá do Americano era vendido.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO- É, se tivesse preenchido o ..

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- Nenhum voltou do Americano? Não hánotícia , todos foram registrados .

O SENHOR RAIMUNDO NONATO- Todos foram registrados.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- E de outros times aconteceu de voltar .

O SENHOR RAIMUNDO NONATO- Não, acontece que quando vem assinatura do médico asvezes a gente devolve .

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O time que tem mais jogador registrado, é oúnico time que teve todos os jogadores registrados, que solicitou. Só quero registrar isso que osenhor acabou de dizer. E é um time de um amigo , empresário amigo que hoje fez questão dedizer na televisão que fazia isso, que registrava jogadores que nunca foi do Maranhão, num timedo Maranhão, com a participação sua e do Presidente da federação que estava registrandojogadores que nunca atuaram aqui, ele disse hoje na televisão para todo mundo ouvir no Brasilinteiro que fazia isso e ia continuar fazendo que não era ético mas que não era ilegal para osenhor saber .

O SENHOR RAIMUNDO NONATO- Ele registrava e dava entrada na federação, a federaçãoacatava né? Mas se atleta não tinha vinculo em outra federação se tivesse a CBF devolveria os

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contratos quando o atleta é registrado em outra federação, e que não tem liberação, a CBFdevolve solicitando que seja solicitada a transferência.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- O que a federação deve fazer com o clubequando o dirigente age dessa forma, registra na federação os jogadores que não estão no estadomuito menos no clube deles.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO- Como assim?

SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- O senhor como Diretor da federação acho quefoi feito o que?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO- Ele dando entrada no contrato?

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- Ele dando entrada junto da federação de umjogador que nem está no Maranhão e muito menos no clube dele, o Americano lá de Bacabal, ojogador está no Ceará, está no Sergipe está em... E a federação vai fazer o que, nesse caso?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO- Se o contrato vem assinado a federação registra, ela nãosabe se o atleta está aqui em São Luís .

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- E quando sabe? O que deve fazer quandosabe?

O SENHOR RAIMUNDO NONATO – Eu não sei

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- Eu também não sei.

O SENHOR RAIMUNDO NONATO- Então estamos empatado, zero a zero. Se ele tiver fora,mas ele assinou o contrato.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- Isso é uma questão da legislação a fraude emevidencia agradecemos a presença e a colaboração do senhor Raimundo Nonato Silva Pereira, emais uma vez agradecemos também a presença e a colaboração do senhor Emanoel dos Santos eestão dispensadas as testemunhas, muito obrigado. Bom dia, para os senhores. Estão dispensadosdo depoimento, mas vão permanecer na Casa. Muito obrigado.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Solicitamos a Secretaria que conduza a sala dereuniões o senhor Carlos Alberto Ferreira, enquanto o senhor Carlos Alberto Ferreira Chega asala de reuniões em cinco minutos nós suspendemos a reunião para necessidades imediatas.(Está suspensa a reunião). Passo a ler o Termo de Compromisso assinado pelo senhor CarlosAlberto Ferreira, passo sobre a palavra de honra promessas de dizer a verdade do que souber e

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me for perguntado. Agradecemos a presença do Senhor Carlos Alberto Ferreira, pedimosdesculpas pelo tempo de espera que foi estabelecido durante o dia de hoje. Passamos a palavrainicialmente a testemunha para que possa prestar os seus esclarecimentos iniciais, dentro dotempo de até vinte minutos ou se preferir passamos imediatamente a inquirição. Com a palavraVossa Senhoria.

O SENHOR CARLOS ALBERTO - Boa noite. Eu quero dizer com o meu contentamento empoder ajudar, prestar essa colaboração no início quando se falou em CPI, até cheguei a dardeterminadas declarações achando que não chegaria a um ponto mais tenho visto a intenção deVossas Excelências no sentido de esclarecer essa situação, principalmente essa situação degastos. Eu estive na CBF e todos os jornais que eu li do Brasil inteiro naquela região pelomenos, botaram o nosso Estado em uma situação bastante delicada os comentários, além doscomentários dos colegas Presidentes de Federações. Eu quero agradecer que eu tenho certeza quepoderá ser feita alguma coisa e quero lhe dizer que estou aqui a vontade pra dizer tudo que eupuder dizer no sentido de nós esclarecermos as coisas. Quero dizer, que tenho algunsdocumentos aqui e oferecer também que eu estou aqui com o relatório anual da CBF que eurecebi lá na reunião onde tem aqui números e transferencias de registros de contrato, e que eu sótenho essa via, mais se Vossas Excelências se desejarem e se comprometerem de depois medevolver mesmo lá de Brasília, ele está aqui as vossas disposições. Eu não vou fazer comentáriosjá desço logo para que Vossas Excelências façam as perguntas devidas. Não vou falar nada, sódepois das perguntas.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO – Com a palavra para as suas perguntas iniciais oDeputado relator, com a palavra o Deputado Silvio Torres, com a palavra Vossa Excelência.

O SENHOR SILVIO TORRES – Senhor Presidente, eu queria primeiro agradecer ao depoente aoferta do material, mais eu acho que nós podemos providenciar em Brasília o mesmo materialsem desfalcá-lo aqui. E o senhor iniciou as suas palavras dizendo aqui a sua intenção decolaborar aos nossos trabalhos e agradecemos e eu gostaria de iniciar perguntando já que osenhor tem essa intenção, porque então pediu a liminar que impediu a quebra do sigilo daFederação.

O SENHOR CARLOS ALBERTO – Eu sempre disse que a Federação não faria nada, mais nãodeixaria de está do lado dos meus companheiros colegas de Federação, e algumas Federações mepediram essa procuração eu mandei, mais mesmo assim a Federação está aberta a VossasExcelências.

O SENHOR SILVIO TORRES – A única forma dela está aberta é o senhor retirar o seu pedidoou entregar espontaneamente a sua quebra de sigilo. Eu acho que seria uma coisa muito maisadequada ao discurso que o senhor tem feito eu tenho lido algumas declarações, o senhorreafirma agora e no momento eu acho que entre a solidariedade e a transparência, eu acho que opovo do Maranhão vai ficar muito mais feliz com a transparência do senhor para toda essapopulação.

O SENHOR CARLOS ALBERTO - Eu não faço de imediato, porque eu teria que conversar comos outros que me pediram, porque se eu fizesse sem me comunicar, eu talvez teria consideradocomo um traidor, mas garanto a que vou conversar inclusive Cauby que foi ele quem deuentrada.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor recebeu algum pedido por parte de CBFpara entrar com essa liminar.

O SENHOR CARLOS ALBERTO - Não, a CBF nunca me falou sobre essa possibilidade.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Nunca fez nenhum comentário e o senhor esteverecentemente em uma reunião como o senho mesmo disse no Rio de Janeiro em uma reuniãocom o seu Ricardo Teixeira e nessa reunião foi comentada sobre essas liminares.

O SENHOR CARLOS ALBERTO - Não, as liminares não, mas foi comentado a existência, ainstalação de uma CPI isso foi. Agora quanto o liminar o Presidente da CBF não teceucomentários, conversamos mas extra reunião, extra assembléia.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- A federação de futebol recebe recursos da CBF?

O SENHOR CARLOS ALBERTO - Recebe.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E quanto recebe em média por ano?

O SENHOR CARLOS ALBERTO - É fácil da uma média de cento e quarenta e quatro mil.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Uma média de cento e quarenta e quatro mil, e atítulo de que?

O SENHOR CARLOS ALBERTO - Doação, ajuda.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Ajuda? ajuda para despesas .

O SENHOR CARLOS ALBERTO- Despesas tanto administrativas quanto de assistência aclubes ao amadorismo, ligas que nós temos mais de cem ligas .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E esse dinheiro que vem através de depósitobancário .

O SENHOR CARLOS ALBERTO- Eu não sei como é que eles fazem, mas chega na conta dafederação.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Chega na conta da federação, não é necessárioprestar conta desse recurso, é de livre uso do senhor?

O SENHOR CARLOS ALBERTO - Não. Eu presto conta anualmente aqui com o ConselhoFiscal e a Assembléia Geral que é convocada no primeiro semestre de cada ano .

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E esse recurso de 2000 foi sempre de 144.

O SENHOR CARLOS ALBERTO - É.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORES- E em 99 o senhor se lembra?

O SENHOR CARLOS ALBERTO - Não, eu não me lembro.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Foi mais ou menos esse percentual.

O SENHOR CARLOS ALBERTO - Eu acredito que já estava.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- E em 98?

O SENHOR CARLOS ALBERTO - Deve ter sido bem menos. Eu não me lembro.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Bem menos o de 98?Por que?

O SENHOR CARLOS ALBERTO- Porque, conforme as condições da CBF e as nossasnecessidades, acredito que, eu não sou muito de gravar mas acredito que em 98 o custo de vidatalvez estivesse um pouco abaixo, mas eu acho que de 98 e quanto mais foi falar mais será odeclínio dela.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- A CBF o senhor tem uma relação muito próximacom o presidente Ricardo Teixeira, segundo informações que nós obtivemos .

O SENHOR CARLOS ALBERTO - Temos, temos sim. Temos uma ótima relação porque ele éo presidente da CBF, e eu gostaria de esclarecer as V.Exas que eu já votei três vezes para opresidente Ricardo Teixeira, votei porque se ele foi candidato único, mas nunca se apresentounenhum candidato durante esse período como eu já falei que eu entrei em 28 de março de 91 eeu já votei três vezes para ele , nunca votei para ninguém não sei se votaria para outra pessoanaturalmente eu iria primeiro estudar o plano de metas desse outro candidato e quem sabe talvezpudesse aderir a outra candidatura, mas nunca foi lançada nenhuma candidatura. O presidenteRicardo Teixeira tem sido candidato único.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - No ano de 98 era ano eleitoral e a CBF ajudou nacampanha de diversos Deputado federais pelo país fez isso diretamente ou através dasfederações. O senhor ajudou, através da federação algum candidato a Deputado Federal ouestadual aqui no Maranhão?

O SENHOR CARLOS ALBERTO - Não, nem a CBF me ajudou. Eu, teve um ano aí e eu nãome lembro bem na penúltima eleição para vereador, eu fui candidato não ganhei mesmo porqueeu não tive nenhuma apoio e a CBF também nesse ano não me deu nada para ajudar na minhacandidatura.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Em 98 o senhor teve conhecimento que a CBFajudou algum candidato aqui do Maranhão à Câmara Federal?

O SENHOR CARLOS ALBERTO- Aqui no Maranhão eu acredito que não, porque não chegouao meu conhecimento.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES- Além do recurso da CBF, que outro tipo de ajudaa federação recebe do governo do estado por exemplo?

O SENHOR CARLOS ALBERTO- Não, o governo do Estado alguns anos de 98 até 99 vemcomprando uns ingressos de um programa que é denominado Nota na Mão ele compra oingresso mais barato do que aquele que é vendido nas bilheterias e desse valor ele compra porexemplo 420 mil ingressos se eu não me engano ano passado, que foi o total de 900 a 2000, eesse valor daí é tirado para despesas com bolas, arbitragem, transporte de árbitro, diárias, e osclubes também com uma pequena participação também o percentual para a federação, porqueela administra pelos estatutos. E a norma geral em todo Brasil cada federação desconta de cadarenda até dez por cento, e aqui o estatuto nosso também permite isso, mas a federação só cobra20%. Não chegou o dinheiro, nós imediatamente...

O SENHOR SILVIO TORRES - Mas o dinheiro era antecipado pelo governo do Estado?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não é todo, vem em parcelas de três, quatro,cinco parcelas. Então, quando chega o dinheiro imediatamente nós convocamos, aliás nem épreciso convocar, quando se fala em dinheiro todo mundo quer ir logo dividir; e se faz areunião do Conselho Arbitral onde eles decidem o percentual de cada um, a participação de cadaum.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E quanto significa quatrocentos e vinte e doisreais em dinheiro?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Foi uma média de novecentos mil reais.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Novecentos mil reais pro ano todo?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Do campeonato todo.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Do campeonato todo. Isso foi no ano de doismil?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - No ano dois mil. E estava na Ata presente aproposta dos clubes que a Federação encaminhou era pra um milhão e quatrocentos mil. Essedinheiro teria que se tirar uma parcela para o clube que fosse participar das outras competiçõesnacionais, como o Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Copa Norte. Mas em virtude de nãoter sido aceita essa proposta que o dinheiro veio a menos; isso ficou sem ser feito. Então, foisó para o campeonato.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Então, essa é a maior renda da Federação vemda CBF.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Da CBF.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Porque a percentagem que recebe do outroprograma é pequena.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - E aqui também...

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - A venda do direitos de televisão também épouco significativo?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Muito insignificante. Aliás eu até mudei eencaminhei isso; não sei se chegou nas suas mãos esse contrato com o pedido que nós fizemosa partir do ano passado.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Certo. Então, a Federação sobrevive apenascom esses recursos que nós estamos falando aqui, basicamente deles.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Taxas, movimentos de registros de contrato,transferências locais, geralmente as taxas locais eu não tenho cobrado, porque entendo tambéma situação dos clubes, o registro do contrato aqui geralmente nós não temos cobrado, astransferencias dentro do Estado também nós não temos cobrado. Apenas os clubes tem pago oregistro na CBF e as taxas de transferencias, as transferencias nacionais. Uma vez que quando ojogador vai daqui para o exterior a FIFA não permite que seja cobrado nenhum clube doBrasil, a Federação não pode cobrar taxa sobre transferência internacional.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E a situação financeira da Federação é boa?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - É equilibrada?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - É deficitária?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - É deficitária.

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O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - E tem sido deficitária desde quando?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Desde quando eu encontrei a Federação.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Que ano foi que o senhor...

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Em 91. Eu quando peguei a federação, elaestava zerada. E quero dizer mais a V.Exa., com muitos protestos e eu limitei. O nome dafederação não tinha nem conta em banco, não podia nem abrir conta em banco, porque ela tinhasua situação periclitante. Mas no primeiro ano nós, há pouco tempo eu conseguir militando,lutando e hoje a Federação tem conta bancária.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - O senhor tem dez anos de mandato?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Eu tenho dez anos de mandato.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Quanto tempo?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Eu vou fazer dez anos no dia 28 de marçodeste ano.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - Quando vence seu mandato?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - O meu mandato vai até o último trimestre doano de 2003.

O SENHOR DEPUTADO SILVIO TORRES - De 2003. Queria passar a palavra a algumdeputado que estivesse interessado continuar com o tempo ou mais tarde eu volto com apalavra.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Eu concedo a palavra ao deputado José Antôniopara fazer as suas considerações.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO - Senhor Alberto Ferreira, o que o senhor tem adizer com relação a essas notícias que estão surgindo cada vez mais freqüentemente e queinclusive está sendo uma das preocupações dessa CPI, com relação à transferências dejogadores com documentos adulterados no tocante a idade, as vezes no tocante até a nomesoutras vezes até a uma falsidade com relação; a pessoa se apresenta com um nome e odocumento de outra, isso tudo tem acontecido no futebol do Maranhão recentemente. O que osenhor tem a dizer a respeito disso?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Primeiro, Excelência, eu fico muito triste comessa situação. O primeiro caso aliás o único caso que chegou concreto, com provas que osenhor Araújo denunciou em rádio, e eu ao tomar conhecimento eu abrir uma sindicância, eessa sindicância comprovou realmente essa fraude, que o jogador se registrou aqui naFederação e na CBF com o nome de outro, dizem até que era um morto. Eu não sei se era, massurgiu essa notícia. De forma que...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Você se refere ao caso do Gil?

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O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - É exatamente, quando eu tive conhecimentoatravés da imprensa, eu imediatamente baixei uma portaria constituindo uma Comissão deSindicância, essa Comissão de Sindicância foi a fundo, comprovou que houve realmente a fraudee me sugeriu para que eu mandasse para os órgãos competentes para tomarem as providências,e eu mandei, estou aqui. Se V. Ex.as. assim quiser, estou aqui com os recibos protocolizadosdessas repartições...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Que órgão que você mandou?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Mandei para o Ministério Público Estadual,mandei para o Ministério Público Federal, mandei para a Secretaria de Segurança Pública doEstado do Maranhão e mandei para a Polícia Federal. Todos aqueles que V. Ex.as. desejaremeu estou aqui com o protocolo.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Pois não. Agora me diga uma coisa.O senhor conhece como é que funciona a questão do registro do atleta?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Conheço, eu entendo tudo de futebol.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - O senhor já trabalhou com isso nafederação?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Já exatamente.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Parece que em setenta por aí que osenhor entrou o senhor tratava de registro?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Não, em setenta Excelência eu não tratava de registro.Eu entrei na Federação, não era funcionário, era conselheiro do Departamento de DesportoTerrestre. E assim que eu entrei na Federação, depois eu fui, entrei eu vou lhe dizer eu eraarrimo de família e servir o Exército seis anos, e saí aqui cheguei num outro mundo, entreicom dezenove anos ou dezoito, uma coisa assim e servir lá o Exército seis anos, como cabocom muita honra, uma das coisas que mais me orgulha é ter servido o Exército Brasileiro. E sairsem emprego e um sargento que tinha sido meu colega de lá do Exército ele era o DiretorAdministrativo da Federação. E eu o procurei, disse rapaz eu tenho que trabalhar. E ele ficouassim, assim, e disse, rapaz aqui não tem emprego pra você, pra ti não tem, o único empregoque tem aqui não serve pra você. Eu estava fazendo nessa época o primeiro ano científico earrimo de família sem emprego. E ele disse que não servia pra mim porque o único lugar quetinha lá era de contínuo. Eu disse rapaz é esse que eu estou procurando, eu tenho é quetrabalhar. E assumir, com três meses abriu uma vaga pra serviço de escritório mais ou menosescriturário, eu mudei de função e daí eu fui ser secretário e não me lembro quando, mas fui atésecretário, fui subindo, subindo e até chegar à Presidência.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Mas você foi diretor de registrotambém?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não, eu não fui diretor de registro.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Mas trabalhou nisso?

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O SENHOR DEPUTADO PRESIDENTE - Com a permissão do deputado, eu solicitoobjetividade nas perguntas e nas respostas. Objetividade significa, ou seja, a pergunta maiscurta e a resposta mais direta. Por favor.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Fui secretário. O superintendente teve tempo quemudou, aquilo que hoje eu digo: Mundico não é Diretor de Registro é Secretário da Federação,cujo problema é afeto nessa secretaria.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Está esclarecido. Agora, o atleta,mesmo amador, ele tem registro na federação?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Exatamente.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Passa pra profissional tem aquelemesmo registro?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Aí ele vai pra a CBF.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Sim, mas ele é?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Secretário dele.

O SENHOR JOSÉ ANTONIO ALMEIDA - Sim, mas é a mesma ficha de registro? Nãomuda a ficha? Não altera a ficha?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não, quando ele faz amador, ele vai comuma ficha de registro ou inscrição, quando ele vai pra profissional é outra ficha.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Outra ficha?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - É.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Porque todo mundo está dizendoaqui que é a mesma.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Apenas há uma reversão.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não, no caso aí é remoção.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Remoção.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Certo. Então, a ficha de registro, ele se registra comoamador, tem escrito, categoria, amador. Depois quando ele faz profissional, categoria é outraficha do mesmo tipo idêntica, só que diz assim profissional: categoria profissional.

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O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Correto. Mas não muda nada emnenhum dado da ficha?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não, é tudo porque ele não pode...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Me diga uma coisa: como é quepode um atleta por exemplo ser transferido daqui do Maranhão pra outro Estado, ele ter umadata de nascimento quando era federado aqui, quando começou e depois ele aparece na fichade transferência com outra data de nascimento. Porque ele tirar uma nova certidão denascimento, qualquer lugar que ele tire não é suficiente. Ele tem a certidão de nascimento lá,tirou mas se ele não levar na federação, se a federação não alterar, ele pode ter dez certidões denascimento diferentes, mas a ficha dele profissional, do futebol é aquela que está na federação.Se não houver uma alteração da ficha na federação, ele não consegue aquilo o objetivo deleque é conseguir ser mais novo como atleta de futebol. Ele não tira a nova certidão pra ser maisnovo pra dizer pra as meninas assim, olha eu só tenho dezoito anos, só tenho vinte anos, naquestão das namoradas. Porque ele precisa jogar nos juniores, ele precisa disputar a Copa SãoPaulo, ele precisa ir pro exterior com uma idade menor, e aí ele só consegue isso com a ficha dafederação, não é verdade?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Sim Excelência, mas eu quero dizer a V.Exa. que essaficha daqui ela não vai pra essa federação de origem que ele se registrou lá.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Não, mas nos casos que estãoaparecendo a federação de origem é do Maranhão. Muitos casos que estão aparecendo ...

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Desculpe, a federação de destino. A federaçãode origem é a nossa, é a de destino.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Não vai pra lá?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Porque essa daqui...

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Lá é feito uma outra?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Não, não é assim. Ele preenche os documentos , umaficha de transferência interestadual, dá entrada, o clube, não é ele, dá entrada na federação.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - É uma ficha da CBF.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Vamos falar na Federação Paulista?

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - É uma ficha como essa aqui?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Não, não, essa ai é o contrário, é o contrato propriamentedito.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Como essa?

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O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - É essa aí é a nossa ficha daqui, lá pode ser umpouco diferente, mais ou menos os dados daqui deve ser igual ao de lá. Daí ele preenche é umpedido de transferencia, é um requerimento de transferência. Lá deu entrada vai pra a CBF, aCBF consulta a Federação Maranhense, se existe objeção no atleta fulano de tal, do clube tal ,por exemplo; José Joaquim Lopes do Sampaio Corrêa Futebol Clube. Aqui nós informamos se oSampaio liberar o jogador ou se ele já estiver livre, nós informamos pra CBF, nada opomos natransferência do atleta fulano de tal para clube tal filiado à federação tal, paulista.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Mas não verifica essa questão se oatleta mudou a idade , se mudou o nome?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Quem deveria nesse caso seria a CBF. Porqueela também tem o documento do jogador profissional ele tem a ficha dele lá na CBF.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Então veja bem. O que o senhorestá querendo me dizer é o seguinte: É que se há alguma conivência ou omissão, ou negligêncianessa questão dos gatos que tem aparecido aqui no Maranhão e em outros estados, e que ojogador altera a data do nascimento, diminui a idade, altera o nome, essa conivência não é daFederação Maranhense, é da CBF? Isso é que o senhor está dizendo?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Como eu lhe expliquei é.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - É da CBF?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Acho que seja da CBF.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - É da CBF. Mesmo assim o senhorapoia a administração da CBF.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Acha que está correto?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Acho que isso é uma falha, é uma falhainterna. Agora, quero dizer a V.Exa., que se isso for aqui no Maranhão, se esse novodocumento for dado entrada aqui no Maranhão, com certeza é uma falha clamorosa daFederação, se for dado entrada aqui.

O SENHOR DEPUTADO JOSÉ ANTÔNIO ALMEIDA - Eu pra não passar muito, eu voupassar a outros deputados.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Muito obrigado deputado José Antônio. Passoa palavra para a sua inquirição ao deputado Jurandil Juarez, tem V.Exa. a palavra.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIR JUAREZ - Senhor Presidente, senhor relator, senhorCarlos Alberto Ferreira. Numa entrevista que o senhor deu ao Jornal Estado do Maranhão nodia 13 de novembro, o senhor fez algumas considerações pouco ortodoxas a respeito dotrabalho do deputado, o senhor disse que os deputados tratariam bem melhor ao Brasil,cuidando de outros assuntos para os quais eles foram eleitos pela educação e saúde e alémesses outros problemas que estão tirando o sono do presidente. E respondendo uma das

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perguntas, disse que não devemos aceitar a intromissão dos deputados no futebol. E na últimapergunta apesar dessas considerações disse que a respeito da CPI, que ela seria muito bemvinda. A federação estará pronta para prestar esclarecimentos que forem necessários. Mas comojá disse eu acho que aqui em nossa região não existe muito que a CPI investigar. Não sei se osenhor mudou de opinião com referência ao que os deputados especialmente na CPI podemfazer. Mas eu posso lhe assegurar se o senhor não mudou de opinião com referência aotrabalho do deputado. O senhor pode mudar a sua opinião com referência a sua última respostaquando o senhor disse que não existe muito o que a CPI investigar. Infelizmente eu quero lhedizer que nós vamos sair daqui com a sensação de que foi um dia longo, mas que precisava sermuito maior. Mas infelizmente vamos ter que recorrer infelizmente no sentido de que poderiaser um trabalho nosso, vamos ter que recorrer às instituições parceiras do que o senhor falaem investigação como o Ministério Público, o próprio aparelho policial do Estado pra dar contade situações como essa, que nós levantamos em apenas um dia. Também com referência auma resposta específica , que o senhor deu uma pergunta específica, se existia sonegação nofutebol do Maranhão? O senhor disse que não acreditava que isso existisse e que isso iria sertrabalho da Fazenda Nacional. Quero lhe dizer que surpreendentemente pra nós também ofutebol que não é o mais expressivo do país junto com as grandes federações, mas a evidênciade sonegação fiscal nos depoimentos colocados aqui que mereceria uma reconsideraçãotambém sobre isso. Eu acho que a Receita Federal vai tomar conhecimento e certamente vai seinteressar pelas transações, pelas numerosas transações internacionais. Nós temos atéfotografias em que uma pessoa trouxe um valor expressivo inclusive em moedas estrangeirasque era do conhecimento de todo mundo aqui que caracteriza o crime contra o sistemafinanceiro nacional. Senhor Presidente, eu faria as indagações mais direto possível que se dealguma forma parecer indelicadeza considere que isso fique por conta, me desculpe considereisso fique por conta da objetividade que tanto zela por ela o nosso ilustre presidente. Eu querialhe perguntar: a ocorrência de um número tão grande, mas muito grande mesmo dedocumentos falso, de operações pouco explicadas seus próprios assessores ou diretoresexplicam de forma atabalhoada, não explicam operações para as quais eles estariamqualificados para fazer sobre a nossa atenção. Isso talvez indique que a Federação Maranhensede Futebol seja muito desorganizada. O senhor no seu entendimento, o senhor acha que a suaFederação ela é organizada ou desorganizada, muito desorganizada ou muito organizada. Umjuízo seu sobre isso. O que o senhor poderia me dizer?.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Eu só pediria permissão para dizer a V.Exa.que realmente essa entrevista que eu dei, as notícias aqui no rádio, televisão vinham tambémdistorcidas. Não dizia a objetividade da CPI. Então, talvez nas minhas respostas foram emconseqüência das notícias bastante diferente dos objetivos da CPI. Mas na forma, a partir dequando eu fui sentindo que a CPI vinha realmente e aí foram surgindo esse problema dosgatos, já existiam mas muito pouco, depois da instalação da CPI, isso correu, minou de gato.Então, aí sim, eu vi que o objetivo era diferente e eu passei a me preparar diferente, eu acheique era benéfica a vinda da CPI , porque como está sendo. Então, eu gostaria de pedirdesculpas a todos os membros da CPI, porque a minha resposta foi em decorrência das notíciasque não foram veiculadas como são os objetivos dessa Augusta CPI. E quanto a organização,eu gostaria de dizer a V.Exa, que realmente, agora eu estou sentindo que é preciso se tomar umrumo. Porque com essa notícia não tinha, como eu disse ...

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Mudar o rumo da federação?

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O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Exatamente.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - O senhor sente que só agora deve mudar o rumo?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Porque nunca tinham falado nesses problemas.Eu deixo meus assessores sempre a vontade. E pra mim nunca tinha tido nem uma ocorrênciaassim desse tipo grave, porque isso é gravíssimo; e eu nunca tinha sentido. Agora com asnotícias da CPI, eu acho que carece mais um cuidado, um cuidado muito mais para que se possapoliciar mais. Eu já vinha fazendo excelência, antes, porque quando começou a surgir nocomeço do ano ou no meado quando eu dei uma entrevista pra um jornalista da " Folha de SãoPaulo", eu procurei corrigir, determinei que os registros dos atletas, principalmente amadoresde menor idade, de dezessete , de dezoito, de dezesseis anos, e que viesse acompanhado deuma declaração escolar. E isso eu tenho exigido talvez tenha dificultado. Agora, acabar comisso, eu acho que só depois que alguém for punido, essas pessoas que praticam esses atos,tiverem, talvez sirva de exemplo pra outros que praticam. Eu acredito que um sendo agarrado,eu tenho pra mim que os outros vão ficar mais temerosos.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - V.Exa. me permite um aparte?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Pois não.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - O senhor na entrevista que o senhor deu ao"Jornal Folha de São Paulo", o senhor textualmente, segundo o jornalista disse que no caso doatleta Marlon quando foi comprovado que a ficha de transferência dele estava assinado pelosenhor Mundico que é o secretário de registro da federação, o senhor disse: entre aspas, " Nãohá menor possibilidade de Mundico não saber dos dados de um atleta do Boa Vontade". Edisse também, que tomaria uma providência com relação a isso e inclusive eu cheguei a leruma declaração que o senhor teria dito que iria, se comprovado, o senhor iria dispensar oMundico. O senhor tomou alguma providência? Abriu uma sindicância? O que o senhor fez arespeito?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Eu mesmo fui, peguei os documentos do atleta e lá naFederação tem a idade dele correta. Eu tenho aqui se eu não me engano eu trouxe essaCarteira de Identidade, a cópia. Então, ele lá na Federação se registrou devidamente com aCarteira de Identidade dentro dessa idade que estava na inscrição.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Mas aqui consta que a cópia da transferênciadele assinado pelo Mundico, na transferência do Marlon , ela já aparece com o nome falsificado,certamente com o nome e com a idade falsificada. O senhor deve ter encontrado então comoutro registro. O senhor confirma a possibilidade de haver dois registros do Marlon lá nafederação?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Eu pedi os documentos dele e a Carteira deIdentidade é da data exata do nascimento dele. Se eu não me engano 87.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Mas aqui foi dito, reconhecido pelo senhorManoel e pelo diretor de registro que existem duas fichas, fichas reconhecidas do Marlon. Elereconheceu. Porque a adulteração foi na idade e no nome. Um, é Marlon da Silva Santos o

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outro é Marlon da Silva. São a mesma pessoa com idades diferentes e tiraram apenas osobrenome final. O senhor não tem conhecimento disso?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Eu não tenho conhecimento de duas fichas,eu tenho conhecimento daquela que eu falei a V.Exa., com a idade da Carteira de Identidade,não me apresentaram duas fichas.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Eu queria então, dar essa informação prosenhor, pra quando o senhor for pessoalmente verificar, o senhor não foi pessoalmenteinformado dos fatos como eles estão hoje na Federação. E isso foi dito aqui perante a CPIpelo senhor Mundico, reconhecendo que havia duas fichas, se bem que ele não teria como seenganar porque seriam duas fichas com a mesma foto. Mas o senhor pode levar essainformação que está aqui registrada na CPI , e nós esperamos então, que o senhor tome aprovidência que o senhor dizia que ia tomar caso fosse constatado.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Prometo tomar as providências, mesmoporque, quando eu fui procurar, só me apresentaram uma documentação, e isso ocorreu, não écorreto, são as pessoas de confiança, e quando a gente dá confiança a uma pessoa, nósqueremos que essa confiança seja correspondida.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Continua com a palavra o deputado Jurandil.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Senhor Presidente, eu acho que estão lheenganando, porque numa acareação feita agora, um pouquinho antes do senhor entrar aqui osenhor Emanoel confessou que fez duas fichas; o senhor Raimundo reconheceu que recebeuduas fichas, do mesmo atleta. E não foi dizendo que foram enganados. O senhor Emanuel disseque recebeu do Marlon, a documentação dizendo que a outra estava errada. E ele singelamentefez outra ficha e a Federação fez o registro. Isso aqui o senhor tem lá na sua federação essesdois registros. Mas Senhor Presidente, me chamou atenção o tratamento que o senhor deu paraum caso específico o caso do Gil, muito conhecido. O senhor diligenciou rapidamente criou umaComissão de Sindicância, as denúncias foram veiculadas no dia 27, no dia 29 de 02; o senhorimediatamente logo em seguida logo no dia primeiro de março criou uma Comissão deSindicância e apurou os resultados e encaminhou esses resultados para a Justiça, para aPolícia e para o Ministério Público. Bom, esse é um fato notório é louvável a atitude que osenhor tomou.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Foi o único caso que chegou com prova. Opróprio diretor do clube denunciou e saiu no jornal. Outros dizem: Olha, tem isso, tem aquilo,mas nunca ninguém provou.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Mas o Marlon o senhor tem lá dentro da suafederação.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Mas eu não sabia dessa existência de doisnomes, de duas fichas. Se V.Exa. chamar as duas pessoas que falaram isso na minhapresença, acho que não vão ter como dizer que eu teria conhecimento.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Desculpe Senhor Presidente, isso já é umdepoimento oficial. Foi feito o depoimento de cada um deles, depois uma acareação da últimaCPI. Isso eu posso lhe assegurar, talvez até fosse conveniente fazer uma acareação? Aliás,não sei se isso seria conveniente. Eu não sei se é oportuno. Mas lhe asseguro que esta perguntafoi prestada aqui, ela consta dos Anais, constará do relatório e será também encaminhado aoMinistério Público. Me chamou atenção também senhor já agora no seu discurso disse que estápedindo uma declaração escolar. É isso?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - É, uma declaração com a idade do jogadorpara que se possa fazer o registro dele.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Por coincidência também hoje um dosdepoentes aqui declarou que ele foi incumbido por um outro depoente, depois houve acareaçãocom eles, que um dos documentos que ele falsificou foi exatamente uma declaração deescolaridade.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Pra V.Exa. vê.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Você está pedindo um documento que estaCPI já apurou, também a polícia já apurou que é falsificado da mesma maneira, como sefalsifica certidão, registro de nascimento e tudo. Você acha que com a declaração escolarapenas o senhor cobriria essa lacuna?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - No começo Excelência, quando eu falei nisso eu disseque isso era uma tentativa de coibir, de tentar evitar. Mas disse também que as vezes não seconsegue evitar. Mas se essa aí não estiver dando certo, eu tenho que tentar bolar algumacoisa que vá dificultar. Eu achava que colégio também não ia entrar, de dá umadocumentação sem que não fosse verdadeira.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor não se escusou a dá uma respostaquando eu lhe perguntei sobre o que o senhor entendia que a sua federação era mais ou menosorganizada. Eu vou já refazer a pergunta, mas agora em cima de fatos. Veja que isso aqui não éobjeto de investigação, mas casualmente recebemos, foi deixado aqui, isso não é uma mostra,ninguém foi procurar apenas de forma talvez até casual tenhas chegado aqui as nossas mãosesses documentos da Federação e da Confederação Brasileira de Futebol. Trata de contratos deatletas. Chama atenção esse contrato de trabalho de um atleta profissional da ConfederaçãoBrasileira de Futebol, que é preenchido segundo informação dada pelo senhor Raimundo aquimesmo na Federação, que alguns pontos como do CPF, da Carteira de Identidade e a data donascimento fica em branco. Parece que estimulando a fraude, porque a principal fraude que setem aqui é com referência a data de nascimento. E também o fato de que quem assina o atestadomédico, o atestado de condições físicas adequadas para o atleta, é o senhor Cassas, quetambém quando num depoimento aqui na CPI, se houve muito mal. E o documento fica embranco também em relação a um preenchimento obrigatório aí pela parte do profissional, que éo número do CRN dele do CPF. O senhor acha que é normal existir um documento como esseque eu tenho aqui em mãos?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Não deveria acontecer essa situação, não deveria.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Pois eu quero lhe dizer também, que essecontrato aqui tem uma data, tem inclusive valores que se refere a salários; e eu vendo aCarteira Profissional vejo que a Carteira Profissional está em branco. Legalmente a CarteiraProfissional tem que está assinada primeiro pra depois esse contrato aqui ser encaminhado. Emas que isso Senhor Presidente, essa Carteira Profissional foi tirada no dia 15 /06 /95, e essecontrato já foi registrado. Foi registrado. Mas foi só o preenchimento aqui no dia 11 de maio.Portanto, antes de sair a Carteira Profissional, veja que não estou só dizendo que ela está embranco, é que antes dela existir, já existia o contrato. E pasme os senhores, esse contrato quepreexistia tem o número da Carteira Profissional. Isso é apenas um caso específico que nostraiu casualmente aqui nas mãos. Nós não fomos lá na Confederação pra dizer isso. Como que osenhor explica uma situação como essas?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Excelência eu não posso e nem quero meeximir de culpa, porque eu sou Presidente da Federação. Alguém que faça alguma coisa errada,eu sou o responsável. Mas eu tenho que tomar providências, eu não sabia que estavamregistrando contratos de atletas, com esses espaços em branco e com essa situação da carteira.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Isso não é só uma irregularidadeadministrativa, isso é uma ilegalidade, isso a Federação tá passível de punição administrativa epenal também. Isso aqui se comete uma falsidade ideológica, quando se transfere dadosinexistentes. Isso aqui é falso.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Desculpe aí, no contrato consta o número da carteira?

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Consta o número carteira, 65. 477, tem onúmero da carteira de trabalho. A carteira de trabalho foi emitida depois do contrato.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Da celebração do contrato.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - E veja, tem o registro da carteira da CBF, elaé assinado o registro assinado pelo senhor Luís Gustavo Vieira de Castro, que é diretor doDepartamento de Registro de Transferências. Ele assinou uma carteira em branco, tá dizendo queesse contrato aqui tá registrado na Confederação, e ele não tem contrato, tá em branco a carteira.Então é um somatório tão grande de irregularidades em cima de uma única situação, que se nósmultiplicarmos isso pelo número de atletas. Se nós considerarmos que isso é possível queaconteça na generalidade dos casos, então nós estamos diante de uma demonstração, de que essemonte de certidões falsas, de registros duplos. Enfim, essa coisa que a imprensa chama bastanteatenção e tem sido objeto apurado da nossa atenção, repito pra usar uma linguagem comum,comparado com o que existe de irregularidade dentro da entidade mentora, e que deveria serexpectativa nossa de que levantadas as questões, seria ela que iria resolver os problemas. Nóstemos assim muitos casos que poderíamos citar de que estão ocorrendo e chegaram ao nossoconhecimento. Por exemplo o Raimundinho que é um atleta muito conhecido aqui, ele no mesmolugar onde o senhor se encontra, ele disse que ele fez dois registros. Ele mesmo disse que fezdois registros, como atleta, ele se transferiu, ele mudou simplesmente a data do nascimento delee o nome, foi lá e os clubes fizeram isso, foi transferido normalmente. Eu imagino que o caso doPreto, deve ter uma ficha lá dessas irregularidades todas que são citadas aí, que talvez atécomplique a vida pessoal dele, e bem assim o Gil, o Marlon. E aí vamos desfiando um rosáriode irregularidade. O que que o senhor acha de uma situação como essa?

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O SENHOR ALBERTO FERREIRA - O Preto eu também procurei, ele tem a idade lá de 1.978.O Raimundinho, se ele cometeu essa situação, eu gostaria de dizer a V. Excelência, que nãopassou por minha mão, ele deve ter feito isso antes de eu assumir a presidência.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Isso foi em 94.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não, com certeza Excelência, ele não foi em94, deve ter sido na década de 80. Justamente eu tive Excelência, fora da Federação no períodonessa década de 80. Então eu não posso...

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O Raimundinho seria o caso remoto, masesses tantos outros casos indicam de que não é de hoje que se pratica fraude com beneplácitos,pra ser generoso na expressão, com beneplácito com a Federação.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Eu estou dizendo a V. Excelência, que o Preto, eletambém tem a ficha lá com a idade correta, segundo também eu ouvi falar, não ouvir asdeclarações dele, mas ele falou, teria falado que ele se tornou Gato lá na cidade de São Paulo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Com a certidão de nascimento de Rosário,aqui do Estado do Maranhão?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Eu ouvi falar isso.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Senhor Presidente, o ...

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Mas hoje só para informar, nós teremos odepoimento aqui do Serginho, ele está aqui presente, ele foi à cidade de Rosário, inclusive ele sepassou por irmão do Preto, pra pedir lá uma nova documentação.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Eu não sabia, não tenho conhecimento.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Pois é, está sabendo agora.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O sistema de eleição, pra a Federação, osenhor disse que tem , já está...

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Três mandatos.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Três mandatos, são dez anos?

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Me perdoe deputado. O senhor não sabia? Mastem inquérito policial, isso aqui foi noticiado.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIA - No caso do Preto eu não tinha conhecimento.Nunca chegou ao meu conhecimento. Gostaria de solicitar a V.Exa. que eu por questões íntimasnão escuto nenhum programa de rádio, esportivo.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Eu tenho a impressão que o senhor vai terque rever esse seu conceito. Porque senão o senhor vai ser a pessoa mais desinformada, evamos ter a reedição da anedota popular, que diz que tem que vender o sofá.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Mas eu não escuto programa esportivo.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Mas então, o senhor vai ter que ler jornais,pelo menos as páginas policiais, onde essas informações estão saindo, vou lhe dizer: estão saindocom uma facilidade tão grande que chama atenção, o fato de que a Federação não tomaprovidências.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - As vezes eu leio os jornais.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Mas Senhor Presidente, no sistema deeleições aqui, há voto por procuração?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - É existe, embora na eleição que eu fuiconcorrida, inclusive uma disputa do ex-presidente do Moto, Antônio Henrique, nós tivemosapenas uma procuração. A outra não foi preciso porque todo pessoal compareceu, nem todostambém foram ao plenário.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor julga que a sua base política, abase que lhe dá sustentação pra tanta longividade do mandato. É composta basicamente pelosgrandes clubes, ou pelas pequenas agremiações, pelas ligas do interior?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Eu só não tenho aqui, dos clubes, eu só não tenho oMoto Clube, que sempre fez oposição à Federação, há muitos anos, há mais de vinte anos eleé oposição na Federação. As outras associações profissionais todas têm me dado apoio, todastêm votado em mim.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Senhor Presidente, a CBF já declinouatravés do senhor presidente, que o cargo é remunerado. O senhor Ricardo Teixeira receberemuneração pelo exercício do cargo de presidente. A Federação Paulista de Futebol, tambémjá informou que existe remuneração. O senhor é remunerado?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - A baiana também.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor é remunerado?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Não senhor.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor se mantém na presidência, nãorecebe nem um tipo de ajuda de custo?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Não, lá não tem, pra diretoria não tem.

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O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor viaja por sua conta, compra aspassagens?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Quando eu viajo a Federação paga as passagensquando é uma viagem a serviço do futebol.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - O senhor não recebe nenhum tipo deremuneração?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Não deputado.

O SENHOR DEPUTADO JURANDIL JUAREZ - Pelo exercício da Presidência da Federação.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não.

O SENHOR JURANDIL JUAREZ - Estou satisfeito.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Muito obrigado deputado Jurandil Juarez..Passamos a palavra para suas perguntas, breves, diretas e rápidas, ao deputado EduardoCampos. Tem V.Exa. a palavra.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Senhor Presidente da Federação, nósestamos aqui depois de longa data de trabalho, e o nosso foco de investigação, é a questão dotráfico de menores, na venda de menores, para o futebol fora do estado e fora do país, e tambémdocumentos falsos. E nessa investigação nós temos que entender o papel da Federação e dosseus dirigentes. E compreendemos que aqui no futebol, no rico futebol maranhense de tantostalentos, existem dublês, pessoas que cumprem diversas funções. São dirigentes da Federação,são dirigentes de futebol, de clubes e são agentes, empresários de futebol. O senhor convive comessa realidade pelo visto desde de muitos anos, desde quando funcionário da federação. E osenhor vai puder nos ajudar, nós queremos entender a engrenagem também, a relação dessemundo com a CBF. Eu vou colocar aqui pra o senhor dez pontos que eu vou fazer em rápidaspalavras, em rápidas perguntas eu vou querer aprofundar. Um é o tráfico de menor, o outro éa questão do documento, a outra questão é a evolução do seu patrimônio. A sua relação comRicardo Teixeira, a mudança nos Estatutos da Federação e sua base de apoio, a sua vontadesempre de barrar processo de investigação. Os clubes de fachada que o senhor autorizou estána primeira divisão que são parte da sua base, de sustentação na frente da CBF conforme Atasque nós temos aqui. Os liberatórios de jogadores pro exterior que sempre passaram porconversas com o senhor, como aqui foi dito inclusive em depoimento como o senhor AntônioHenrique e outros, a questão da resposta à CBF de documentos que foram pedidosrecentemente pelo Banco Central à CBF, foram mandados ao senhor que envolve um clube deum amigo seu. É isso?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Dois clubes

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Dois clubes, mas principalmente um clube que é ocampeão de filiação junto a Federação, e que é de um reconhecido publicamente amigo dosenhor. Então, vamos começar o nosso trabalho porque eu acho que está chegando a hora da

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conversa aprumar mais no sentido da objetividade. O senhor tem conhecimento que muitosjogadores maranhenses foram levados para o exterior. O senhor podia falar no microfone?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Tenho.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- O senhor tem conhecimento que muitosdesses jogadores foram remetidos com a idade alterada?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Não tenho conhecimento.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor declarou no jornal que tinhaconhecimento e inclusive achava que isso envolvia o senhor Mundico, e que o senhor iademitir o senhor Mundico. E depois na condição de seu auxiliar sem ter sido demitido apesar dosenhor ter prometido providências.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Isso foi uma entrevista para o Estado de São Paulo, disseque se fosse provado eu faria. Mas até então, até ontem nada tinha provado. Hoje V. Ex.as.estão me apresentando, me falando de documentos que comprometem realmente essa pessoa.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor está nesse ato, demitindo oMundico das...

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Não. Mesmo porque Excelência, aqui eu não poderiatomar essa atitude, atitude qualquer que eu tenha que tomar, será lá na Federação.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor está achando que...

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Mas, acho que conforme esses documentos queV.Ex.as. apresentaram, eu acho que é bem forte, os motivos são bem fortes.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O senhor acha que vai fazer com a gente, oque fez com o jornalista do Estado de São Paulo, prometeu a demissão do Mundico, e deixarMundico fazendo documento dentro da sua Federação?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Eu disse pra ele que se fosse comprovado e até então,não tinha comprovação.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Porque o senhor não quis, porque o senhorfez uma sindicância, uma Comissão de Sindicância colocando Mundico como investigadorquando ele era investigado, ele é membro da Comissão de Sindicância.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Ele era secretário.

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O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Ele era membro da Comissão de Sindicância nomeadopelo senhor.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Secretário.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - As denúncias envolvia ele. O senhor nomeia umdenunciado pra ser investigador. É a primeira vez que eu vejo alguém nomear um denunciadoque o senhor diz que vai demitir na condição de investigador. O senhor fez isso; eu estou com osdocumentos assinados aqui pelo senhor.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - As investigações eram contra o atleta, o suposto atletaGil, ele era.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Do time do Mundico.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - O Gil não era do Mundico, era do Americano.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Foi do Boa Vontade, do Americano?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Não me consta que tenha sido do Boa Vontade, não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Só pra corrigir senhor, não foi nem doAmericano. O Gil foi direto pra Espanha, o senhor Clóvis Dias é que, ele nem passou peloAmericano formalmente. Tráfico de menor o senhor ouviu falar. O senhor sabe que pra liberarjogador tem que ter o aprouve do senhor?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - A autorização paterna.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Só, e não passa documento nenhum? Nãoprecisa de nenhum documento da Federação?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Não, ele vai pra lá e na hora ele preenche aquelerequerimento que eu expliquei ao....

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Esse requerimento preenche aonde nocemitério de São Luís ou na Federação? É no Cartório, onde é que preenche?

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O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Ele vai, ele primeiro preenche, ele se registra aqui naFederação. Ele registrado na Federação, depois ele vai lá pro lugar ele deve ir, de lá ele pede atransferência.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - Portanto, passa na Federação, o liberatório.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - O clube de origem libera...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O jogador é registrado no clube, naFederação também.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Também.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Se ele vai jogar fora do país, precisa dedocumento da Federação, a liberação. Quem dá essa liberação?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - O clube.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - E a Federação dá o que?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Daí o clube dá entrada na Federação....

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - E ela faz o que?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - A Federação comunica à CBF , que não tem nada aopor na transferência daquele atleta.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - A Federação através de seu presidente éisso?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Olha, as transferências deputado, estão afetas mais aodepartamento de registro, no setor de registro.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quem conversa com a CBF, não é odepartamento de registro, é o presidente da Federação.

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O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Excelência, só vou tomar conhecimento ou aliás, apresidência junto à CBF, eu pessoalmente ou de outras federações, quando o jogador estávindo pra cá, está custando a transferência e o clube está querendo lançar o jogador e aí eu coma amizade com os demais presidente de federação, eu peço sempre pra abreviar.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Não fiz essa pergunta pra o senhor. Eu fiza pergunta de um jogador, de tráfico de jogadores daqui pelo Braide, pelo Cassas, peloRubilota, pelo Assis, por tantas pessoas que o senhor conhece muito mais do que eu.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Conheço todos eles.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Todos eles.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Mas Assis eu não conheço.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - E tantos outros que eu posso passar a noiteaqui lhe citando até de madrugada. Para esses jogadores que são vendidos por essas figuras,saírem, jogaram no futebol europeu, eles precisam da sua assinatura.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Da liberação.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Da liberação do clube.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Encaminhado pela Federação para afederação de destino.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - A Federação tem uma diretoria você é opresidente há dez anos. Então, precisa do senhor, você vai mentir?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Não, de jeito nem um.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Os documentos têm a assinatura dosenhor, o senhor vai dizer que não assina?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - É muito difícil eu assinar. Mas já assinei e assino, masnão são todos.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Não são todos. Mas eu tenho aqui inclusivepelo seu relatório que você me entregou os nomes dos que são transferidos e vários foram

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assinados pelo senhor. Então, vamos responder com objetividade, o presidente pediuobjetividade, não vamos tentar fugir não.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Não, de jeito nem um.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - A gente vai até meio dia aqui mas osenhor vai contar a história

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Eu estou aqui pra falar é a verdade.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Eu não vou virar o dia enquanto o senhornão contar a história a mim direito. Eu já tenho a história na minha cabeça. Muito bem, já seisua história. Então, o senhor vai me contando aqui as coisas pra a gente puder tirar a limpo.Esse tráfico de menores foi registrado aqui e foi registrado no exterior. Eu vi muitos dessesjogadores abandonados na rua, na Bélgica por esses empresários que o senhor conhece e quealguns são até seus amigos, são seus dirigentes, são seus colegas de diretoria, como Cassas deLima empresário de futebol, já remeteu muitos jogadores para o exterior e que é seu vice -presidente, um homem forte do seu esquema de poder na Federação, homem que assina oliberatório, que o senhor assina também, na condição de médico da Federação colocado pelosenhor. Esse tráfico de menores tentou-se essa Casa aqui, essa Assembléia Legislativa tentouaveriguar isso em 1.994. E foi o senhor como presidente da Federação, que devia zelar pelobom futebol maranhense, que foi à Justiça barrar as investigações. Com que intuito? Deproteger os seus aliados na Federação ou tá debaixo do tapete a sujeira daqueles que explorammenores, exploram famílias pobres. Porque o que a gente hoje quer dá um jeito aqui, há seteanos atrás essa Casa tentou investigar e foi com muito esforço, com empenho do Presidentedesta Casa, que nós conseguimos as notas taquigráficas da famosa "CPI da Bola" que não foi afrente por conta do senhor. Com que intuito o senhor barrou a CPI da Bola?

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Porque o Presidente do Moto como eu já falei que oMoto sempre foi oposição, ele tentava jogar uma imagem ao público através da imprensa deuma administração ruim lá da Federação, eles era uma jogada política porque tinha um líderaqui no futebol que foi presidente da Federação, que foi vice - presidente da CBF, que eraDiretor Técnico na época , essa pessoa faleceu e esse presidente pensava que eu seria umapessoa fácil dele envolver e ele passou a tentar me tirar da Federação. O título até da formacomo foi o requerimento de má gestão ao futebol. E ele não explicava a má gestão do futebol .Porque se fosse só a Federação seria o futebol, não é da Federação. Futebol que fazpropriamente dito são os clubes; a Federação só faz apenas dirigir os regulamentos, é fazercumprir os regulamentos. E essa pessoa era um problema pessoal comigo porque eu era naépoca da federação e ele do poder da Federação e por isso eu recorri à Justiça realmenteporque não havia sentido, eles não alegaram nada. E digo ainda mais a V. Ex.as. só recorri nosentido de mostrar pra ele, pra a opinião pública que ele não tinha razão, porque dez pessoasvieram depor aqui dez pessoas. Só recorri depois que dez pessoas vieram aqui e que nãoprovaram e que não trouxeram nada de prova contra mim.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Quem era essa pessoa?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Na época era o Presidente do Moto, ele eraPresidente do Moto e deputado estadual é o presidente Sebastião Murad.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Mas não foi o senhor Sebastião Muradque pediu a CPI, foi o senhor Bráulio, o deputado Bráulio Sousa, hoje membro do MinistérioPúblico. Benedito Coroba.

O SENHOR ALBERTO FERREIRA - Ele que trouxe, se V.Exa. pegasse outras notas iria verque ele foi quem levantou por várias vezes a situação de querer fazer a CPI. Logo depois odeputado Coroba pegou o bonde e pediu a CPI.

O SENHOR EDUARDO CAMPOS - O que vale é o fato, é o documento. Quem assina odocumento é a Casa. Não há CPI por conta de um deputado, a CPI tem um plenário que vota. Eela foi barrada depois do depoimento do seguinte teor. Respondendo a pergunta do deputadoGastão Vieira, que foi claramente respondida pelo jornalista Herbeth Fontenelle.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA – Não. Não telefonei, porque como eu disse aVossas Excelências eu não escuto. Só ouço falar, me dizem; Olha, falou isso assim de ti. Eudisse; Olha, no dia em que vocês quiserem para eu tomar providências, tragam-me gravado.Quem quiser me dar essas notícias, que me traga gravado, porque aí eu sei tomar providência.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- Tem as notas taquigráficas, se eu pedirpara barrar um depoimento, um processo de CPI, depois de dez depoimentos. Vou dizer sóum pequeno trecho que ele fala, já que o senhor não escuta rádio, eu vou poder ler aqui para osenhor. Em todos os setores transferências fraudulentas e registros fraudulentos, muda deidade e além do agravante e da falta de iniciativa de nome para o funcionamento daFederação. É só uma curta passagem, que ele deixa claro que há uma conivência das ligas,ele deixa claro que há denúncia de acertos de resultados e em outra passagem dessesdepoimentos que o senhor barrou com ação da Justiça, que o Presidente da Federação quenunca trabalhou na vida e que de repente já está dizendo que tem empresas em São Paulo enão aqui, em São Paulo. Que milagre é esse? Que paixão danada é essa que você... esse não éo Fontinelle, esse é o jornalista Roberto Fernandes da Silva, que declara isso, eu queriasimplesmente demonstrar que não foi só a CPI da Bola que o senhor tentou atrapalhar, essaCPI também, o senhor tentou obstacular na medida que entrou no Supremo Tribunal Federa,para proibir a quebra do sigilo. Será porque que a CPI foi impedida por algum inimigo seu dofutebol, essa CPI foi pedida pelo Deputado Aldo Rebelo, alguma vez ele disputou espaço napolítica do jogo de poder da Federação junto com o senhor?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não.

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- E porque o senhor tentou barrar tambémo sigilo bancário que nós temos aqui e que vamos usar agora. Eu vou usar o sigilo, porque elechegou as nossas mãos antes da decisão do Supremo Tribunal e por orientação do SenhorPresidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Carlos Veloso, nós podemos fazer apergunta do seguinte termo: Onde foi parar um cheque de dezoito mil reais que foi passadodo Banco Bamerindus, o cheque de nº 136036 nominal a Federação Maranhense de Futebol,sacado na agência Conde de Bonfim no Rio de Janeiro no caixa, em espécie pelo o senhor, nodia dezessete de janeiro de 1996?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA- Ele veio para a Federação da despesa queeu paguei determinadas despesas, eu recebi lá e como para botar o cheque para ele não voltarpara cá, eu ia ter que esperar quatro ou cinco dias úteis, e eu saquei.

O SENHOR DEPUTADO EDURDO CAMPOS- E nunca registrou esse dinheiro nacontabilidade da Federação?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- O senhor costuma sacar na boca do caixaassim cheque nominal da CBF para a Federação; o senhor assina, saca e bota no bolso comoo seu auxiliar na Federação faz no clube que ele dirige no Boa Vontade, que o senhorprotege e que ele pega o dinheiro que é para o clube e administra na conta pessoal dele. Foi osenhor que ensinou a ele esse tipo de coisa, de administrar sacando na boca do caixa?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Como eu disse a V. Exa. a Federação vivianuma situação, quando eu peguei bastante deficitária e com protestos e outras coisas mais, elanão podia obter talão de cheque.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- E em 96, o senhor pode estar ocorrendoem mentiras, porque tem cheques da Federação que são depois de 96.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA- Depois de 96... teve um período, eu não melembro.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Não. Senhor Presidente, em 96 aFederação já tinha conta bancária, na quebra do sigilo bancário da Federação, em 95 já tinha.A conta na Caixa Econômica é desde de 1990, o senhor mentiu?

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O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não ... é mais ...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - O movimento está aqui, o senhor estámentindo.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA- Eu não me lembro a data.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Eu disse ao senhor; em janeiro de 96 osenhor sacou na boca do caixa. O senhor disse que tirou porque não tinha conta, e tinha contadesde de 90 e nós temos aqui os extratos, o senhor acabou de mentir.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA- Não, a intenção não foi mentir.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Mas, mentiu.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA- Eu estou falando a V. Exa. a Federação teveum período nessa situação e nós fazíamos esse tipo de operação, porque era difícil, aFederação devia muito. Agora, não sei se foi exatamente em 96 que ela estava nessa situação.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- Qual a sua relação com Clóvis Dias?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Muito boa. É um amigo, Presidente doClube do Americano e todos vêm aqui, sempre nós estamos juntos, porque assim como osoutros Presidentes que moram no interior do Estado, todos eles quando vêm aqui têm essaassistência minha, porque na Federação eu exerço um cargo político, eles são filiados e eusempre estou juntos com eles, inclusive, com os líderes mais humildes que seja, nós sempreestamos lá, dando assistência a eles. E aquele caso do Gil, era do time dele, do Americano eeu tomei as providências que foi, mas todos são meus amigos, sempre estou aqui mais aolado dele porque ele nem reside aqui, ele reside na cidade de Fortaleza.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS - Não só ele, mas também dezenas dejogadores que o senhor registrou no clube do seu amigo Clóvis Dias, que não moram noMaranhão, mas são registrados na sua Federação, com o seu apoio e com o apoio da suadiretoria, porque esse Clube, o Americano de Bacabal, segundo o seu diretor que acabou dedepor aqui na CPI, é o clube que mais tem jogadores registrados na Federação e este Clube, éo Clube que o Banco Central pede explicações de dez e desses dez atletas; oito foram desseClube e foi esse Clube que em dois anos o senhor fez registrar quase que cem atletas, atletasque aqui não moram, atletas que têm a documentação adulterada, atletas que fizeram fichasem duplicidade na sua Federação, atletas que o senhor não respondeu ainda à CBF porqueele não prestou conta. Esse seu Clóvis Dias, o seu amigo particular, aquele que o senhorfavoreceu na condição de amigo, declarou agora às 8:00 horas da noite na Globo,

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nacionalmente, que fez isso e que faz isso, que pode não ser ético, mas faz para ganhardinheiro e o senhor ganha dinheiro junto com o seu Clóvis Dias?

O SENHOR DEPOENTE CARLOS ALBERTO - Não senhor, eu não ganho dinheiro, eununca ganhei dinheiro sobre registros e transferências de atletas. Quero lhe dizer, que eu nãotenho conhecimento de que esses atletas que ele registra na Federação, que esses atletas nãovivam aqui em São Luís, ou na sede do Americano lá em Bacabal.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- O senhor disse que não ganha dinheiro naliberação, assinando o liberatório, ao que cabe o liberatório do Clube, mas o seu AntônioHenrique, insinuou aqui diante de um advogado do Moto Clube, que quando barrou aintenção do Cassas e clonou o Klebenilson, passando por dentro da Federação ele conseguiua venda do Klebenilson para o futebol do Paraná e que teve que ameaçar uma ação judicial,para poder o senhor assinar, dando a entender ou insinuando ou querendo conduzir a CPI aesse pensamento, que o senhor queria e tinha algum conluio com o Cassas e que teria umaparticipação e que alguém até anônimo do povo, pelas informações telefônicas do telefoneque nós pusemos a disposição da população, insinuou que a participação do senhor seria devinte mil reais.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA- Exa. eu não dificultei a transferência dojogador Kleber, não tenho e nunca participei de liberação de jogador nenhum, nunca ganheinada com liberação de jogador, se V. Exa. permitir eu gostaria de dizer; que esse jogadorKleber dizem que ele era de doutor Cassas, ele mantinha esse atleta que estavadesempregado tal, e por isso esse atleta tinha deixado um contrato assinado com o doutorCassas, e o doutor Cassas ficou com esse contrato, garantia para o doutor Cassas. Aintenção do doutor Cassas era vender. O Presidente do Moto na época, o Deputado JoséRaimundo estava com o time do Moto desfalcado e estava tentando a liberação do Kleberpra jogar no Moto e conversando comigo, ele disse: rapaz conversa com o doutor Cassas,ele é motense, ele vai te liberar. Eu disse: Não, eu não quero porque sempre que umdirigente do Moto sai, fica uma rixa com que ficou e assim vice e versa, e eu telefonei napresença do doutor Cassas de Lima, para que libere esse jogador que ele está precisando. ODr. Cassas disse: Olha, é o jogador que eu já tive despesa, se ele disser que me indeniza, seele vender o jogador, ele me dar 40%. E vou dizer mais a V. Ex.a. eu fui quem redigi odocumento, o José Raimundo assinou o documento na época e eu dei para o Dr. Cassas. Sóque, ficou estabelecido que esse jogador pra sair do Moto teria que ter o acordo de Dr.Cassas, porque ele era supostamente, o dono do passe do atleta, embora não tivesse nadaregistrado em nome do Dr. Cassas, mesmo porque não podia registrar em nome do Dr.Cassas e eu disse para o Antônio Henrique: Antônio Henrique, vamos conversar com o Dr.Cassas, porque eu quero cumprir aquela palavra que eu assumi com ele, quando consegui oempréstimo dele com o Presidente José Raimundo. E ele, Antônio Henrique, falei aindaagora com ele aí na cruzada, ele falando comigo, disse assim: rapaz, tu te lembras que tuassinastes também um documento te comprometendo de pagar os 40% de Dr. Cassas? Porisso foi que eu tentei falar com o Dr. Cassas primeiro antes de liberar os jogadores. E ele,rapaz tem que ser hoje, porque tem que jogar e eu consegui com o Dr. Cassas, o Dr. Cassasdisse: Olha Alberto, então ele dá um documento aí se comprometendo e assim que elereceber ele me paga com esse dinheiro. E assim foi feito novamente outro documento,porque tinha com o outro Presidente, passou a ser assinado com o Antônio Henrique e foi

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liberado os jogadores. Mas, eu não coloquei dificuldade no sentido de tirar proveito, apenasna minha palavra, porque eu tinha dado a minha palavra que eu também, na época daliberação, teria que ouvir o Dr. Cassas.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS- Eu queria só ...

O SENHOR DEPOENTE CARLOS ALBERTO - Eu ainda não respondi esse caso aí do BancoCentral. O caso do Banco Central, chegou há poucos dias, eu estou aqui com a cópia dele emandei para o Clube, não é a Federação que vai responder. E V. Exa. é para olhar aí, quem temque responder são os outros. E eu mandei para o Americano, deputado, a cópia dessedocumento, e despachei está aqui, mandei para eles responderem. A respeito disso, acusam aFederação, mas o Moto referente a esses dois atletas, se V. Exa. quiser tenho documento doMoto aqui, que disse para a Federação e para a CBF que a liberação desses jogadores aqui, nãotinham transações financeiras, mas como V. Exa. está vendo custou do Clube da Tunísia, cadaum cinquenta mil dólares. Mas, eu tenho aqui se V.Exas. quiserem eu estou com os documentosaqui que diz; que na época para mim também é assim que acontece as coisas, para mim e paraFederação o jogador tinha sido liberado de graça, mas não foi, porque o Banco Central estácobrando aí, porque foi buscar a CBF junto com o convênio com o Banco Central, foram buscarlá na Tunísia, e a Tunísia informou que custou cinquenta mil dólares cada um, mas na liberaçãoque eu tenho aqui, disse que não tem transação financeira.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS– Veja lá, o Americano tinha um dirigente oSr. Araújo, ele denunciou todo o esquema que havia no Americano, o seu amigo Clóvis Dias,que está hoje tendo que responder por transações em dólar, que ele não declarava à Federação.Sabe o que o Sr. Fez? Uma sindicância que não tocou no nome de Clóvis Dias, em que terminoupor condenar o Sr. Araújo. O que o senhor fala disso? O Sr. acha isso bonito?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA– Eu não, a Sindicância não fui eu quem fiz.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor nomeou uma Comissão, com oRaimundinho, o Mundico no meio; o Mundico apurando irregularidade, o rei da irregularidadeno meio. Aí, o camarada que denuncia o negócio, que hoje o Banco Central está denunciando,foi punido pela sua ilustre Comissão de Sindicância. O senhor quando não deixa, ora não deixaos outros apurar como a Assembléia, quando nomeia uma comissão é para apurar quemdenuncia e não quem fez a maracutáia, então o senhor ainda dizer que...

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA – Eu não vi o depoimento do senhor Araújo,mas...

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O depoimento lá na sua sindicância, osenhor nomeou uma Comissão de Sindicância, não é possível que o senhor...

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA – Eu acho que a Sindicância...

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O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Eu posso pedir ao Presidente que mandeentrar o senhor Araújo, que está aí, para ele dizer aqui na frente de todo mundo e na sua frenteque lhe comunicou, o que é que o senhor Clóvis Dias estava fazendo no Americano?

O SENHOR CARLOS ARBERTO FERREIRA – Para mim, ele não me comunicou isso.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – A sindicância ?

O SENHOR CARLOS ABLERTO FERREIRA – Uma sindicância eu mandei para a Justiça,para os órgãos que tinham que punir, que apurar.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor não apurou, não leu?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA – Eu li, mas eu mandei para lá o que asindicância apurou eu também não podia adulterar uma sindicância, o que a sindicância eumandei um bojo deputado todo para esses órgãos, Ministério, pata a Polícia Civil e para a PolíciaFederal mandei todo não tirei nenhuma página.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor foi envolvido também numadenúncia de um bingo quando era vice-presidente da federação não é isso?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA-– Eu era vice-presidente da Federação, mas euera vice-presidente.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – Isso quer dizer que o exercício dapresidência?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA – Algumas vezes eu ... quando o Presidenteviajava ele era também deputado, as vezes ele viajava para o interior.

O SENHOR DEPUTADO EDUARDO CAMPOS – O senhor acha que hoje diante dos fatos queo senhor registra times e são times de e faixada para fazer negócios como jogadores do BoaVontade, Expressinho, Americano de Bacabal, sendo que o Boa Vontade, com a sua boa vontadecomposto direcionado, motorizado e mandado por dois homens de confiança seu tesoureiro, seucontador e seu secretário de registro. Se alguém fosse negociar uma composição numaFederação os cargos mais importantes é o que o senhor ocupa, o cargo de diretor de registro, otesoureiro e o médico que libera, o médico saiu daqui preso o tesoureiro disse que bota odinheiro do clube na conta pessoal; o diretor de registro está a frente dos grandes escândalos declonagens de documentos e o senhor metido com bingo e apoiador como Presidente daFederação em Exercício barrador em investigação da CPI na Assembléia e tentativa de barrar naCâmara o senhor tem amizade com gerentes de Clube que são negociadores de menores o senhornessa situação na minha opinião, o senhor não tem mais nenhuma condição de presidir umaentidade que vai controlar o futebol; se a CBF lhe mantiver na condição de presidente nãoproceder uma intervenção é porque o senhor Ricardo Teixeira tem um jogo da conivência com osenhor, ele faz o acordo com NIKE e o senhor faz o acordo com o Boa Vontade, ele faz as coisasdele lá, e o senhor continua fazer aqui matando o grande futebol maranhense. Senhor Presidente,eu me dou por satisfeito estou diante de alguém que a sociedade maranhense já sabia que ele era

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isso, o Ministério Público está tomando conhecimento de que ele é conivente com a prática declonagem de documentos, que ele é conivente com a fabricação de gatos, que ele está afundandoo futebol deste Estado, que ele quer ser dono dessa Federação com golpes, quando essespresidentes destes times de faixada é quem comparecem as assembléias para mante-loeternamente no poder, alguém Senhor Presidente, que depois dessa CPI que quis um emprego decontínuo, um emprego que honra qualquer pessoa, qualquer cidadão mas que depois de sercontínuo e dez anos de presidente ele mantém o com o dinheiro do bolso dele as contas do BoaVontade segundo depoimento aqui que colhermos as contas de aluguel do Expressinho e outrascontas. Eu estou diante alguém que não tem nenhuma condição moral, nem ética de conduzir ofutebol rico de grandes talentos e tanta histórias do Maranhão, estou por satisfeito, Presidente .

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO– Com a palavra o Deputado Silvio Torres.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES – Senhor Presidente, praticamente assumiu ocompromisso de solucionar a questão do funcionário que responde pelo registro de documentosna Federação, podemos considera-lo como tal, mas o senhor disse também numa entrevista aoJornal Folha de São Paulo, que foi Manoel de Jesus dos Santos, que é outro membro daFederação não deveria ser Presidente do Boa Vontade, porque ele tem um cargo administrativona Federação Maranhense de Futebol que não é permitido pelo Estatuto. Além disso, o senhorestá obtendo hoje informações sobre a participação de Manuel em episódios que comprometema seriedade. E eu gostaria De saber do senhor, se o senhor também vai tomar uma providênciacom relação ao senhor Manuel.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Pelo que eu vi eu encontrei mais o problema dosregistros, quanto ao problema do Manuel, eu como eu disse a V. Ex. os dois jogadores que foramcitados aqui, eu não percebi, mas vou tentar averiguar de perto e se for o caso a providência quenós temos que tomar, se tivermos que tomar nós tomaremos em prol dessa limpeza, dessasituação se tornar viável e normal.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES – Antes disso já tem uma afirmação sua que elenão poderia pelo o Estatuto acumular o cargo de gente da Federação e Presidente do BoaVontade o que parece que o Estatuto pelo menos é um Estatuto consciente, o senhor tempermitido ao longo destes anos que essa dupla militância ilegal pelo Estatuto ...

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA – Tenho sempre falado para ele conseguir umapessoa para tomar conta desse time porque eu acho que é anti - ético até essa permanência deleno Boa Vontade, mas Ex.a. para pegar um time como o Boa Vontade não é fácil assim paraencontrar uma pessoa para tomar conta.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES – Mas o contador da Federação o senhor deveencontrar com mais facilidade . Queria pelo menos checar com o senhor números que nóslevantamos na contabilidade da CBF que dizem das transferências da CBF à FederaçãoMaranhense de Futebol e esses números são o seguinte: Em 1995, ele passou 15 mil reais, em1996 34 mil reais, em 1997, 30 mil reais, em 1998 54 mil e 490 reais e em 1999 ,72 mil reais

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estou fazendo total de passes de 126 mil e 659 reais; quando nós iniciamos o seu depoimento eeu perguntei se a Federação recebia recursos da CBF o senhor disse que ela recebia anualmenteem torno de 144 mil reais, isso não bate com o que está aqui levantado na contabilidade da CBF.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA – Talvez alguns anos lá ... ainda bem que eudeclarei uma quantia maior que eu tivesse declarado menor podia dizer de que é de má fé, masouve um problema na contabilidade da CBF.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES – Além disso ou talvez seja essa seja a explicaçãopara a discrepância de números a CBF lançou para a Federação Maranhense de Futebol na suacontabilidade a títulos de empréstimos do ano de 95 zero, no ano de 96, 90 mil e 298 reais, noano de 1997, 204 mil e 98 reais, em 98, 54 mil e 308 reais, em 99, 113 mil e 800 reaistotalizando nesses cinco anos 470 mil reais, 504 a títulos de empréstimos à FederaçãoMaranhense de Futebol o senhor reconhece esses números?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA – Ex.a. como empréstimo não, eu não tireiempréstimo na CBF, se eu não me engano em 98 eu pedi emprestado 30 mil em 98, se eu não meengano 30 mil reais foi o que eu comprei um terreno onde eu pretendo construir um campo parajovens de futebol amador, está o terreno comprado, mas ainda não ouve condições meter serviço,agora esses empréstimos aí eu digo a V. Exa. que eu não tenho conhecimento.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES - O dinheiro que o senhor recebe ... a CBF ganhatítulos de ajuda, nunca a título de empréstimo.

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Aquele dinheiro que V. Exa. falou aí antes issoeu tenho conhecimento, agora esses outros não.

O SENHOR SÍLVIO TORRES - Agora o senhor nunca foi cobrado por nenhum empréstimo?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - O único empréstimo ...

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES - Esses 30 mil que o senhor pediu, o senhorpagou?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA- Não paguei até então .

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES- Foi perdoado?

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA - Não, também eu tenho tido pedido para oPresidente que esperasse melhorar a situação.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES - A minha pergunta é a seguinte então o final. Osenhor acha que a CBF tendo a sua contabilidade lançado valores que não correspondem ao que

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o senhor recebe, o senhor está confirmando que a CBF jamais remeteu à título de empréstimoessa quantia ao senhor, tem absoluta convicção .

O SENHOR CARLOS ALBERTO FERREIRA- E empréstimo nenhum eu não recebi.

O SENHOR DEPUTADO SÍLVIO TORRES - Senhor Presidente, eu estou satisfeito devolvo apalavra a V. Exa. agradecendo a colaboração do depoente.

O SENHOR PRESIDENTE ALDO REBELO - Senhor Carlos Alberto Ferreira, o depoimento deV.Sa. ficou para a última etapa da reunião não por acaso; ficou exatamente porquecompreendemos que é o senhor a autoridade maior do futebol maranhense, o principalresponsável pelas virtudes e pelos os defeitos que tem ostentado a estrutura do futebol desseEstado; o senhor é dirigente da Federação Estadual, como Dirigente da Federação é oresponsável pela organização e pelo o zelo administrativo, ético e disciplinar desse esporte noseu Estado. O senhor goza da amizade e até de favores do Presidente da Confederação Brasileirade Futebol o Senhor Ricardo Teixeira. E nós chegamos a conclusão dos nossos trabalhos ... querinsinuar que esta CPI veio para o Maranhão com atitudes pré conseguidas ou com atitudes préconceituosas em relação ao Estado, ele não tem nenhuma responsabilidade como o que acontece,ou pelo que aconteceu no Futebol do Maranhão; nós temos pelo o País em primeiro lugar peloPaís, em segundo lugar por todos os entes da Federação, todo respeito, todo carinho que cadaum merece; mas o que nós constatamos aqui é que V. Senhoria dirige uma administraçãovolumosa nessa Federação, se V. senhoria dirigisse o seu próprio lar ,os seus negócios ou outrainstituição qualquer e dentro dela ocorressem fatos de natureza tão grave como os que ocorremnas esferas do Futebol Maranhense da Federação Maranhense eu tenho certeza que V. senhorianão resistiria muito tempo na direção ou nos negócios particulares, ou dos negócios privados, poronde tivesse oportunidade de passar. O Futebol Maranhense é um futebol de muita tradição, temdois clubes conhecidos em qualquer lugar desse país, qualquer pessoa que acompanha o futeboltodo sabe que há dois Clubes como o Moto Clube e o Sampaio Correia que integram a história eo patrimônio do futebol brasileiro não apenas do futebol do seu Estado do futebol brasileiro, noentanto esses Clubes como outros vivem uma situação de penúria, o Estado do Maranhão éduplamente explorado, explorado pelos os Clubes do sul do país, pelos os Clubes de São Paulo,Rio de Janeiro que daqui levam talentos a preços vis de cinco mil reais, de sete mil reais e oitomil reais o que é uma ignomínia inaceitável e o futebol do seu Estado é explorado também defora para dentro, quando os Clubes do exterior levam também desse Estado talentos queproduzem prodígios a preços vis na minha compreensão a Federação tem a capacidade e umobjetivo justamente de preservar e defender a base do futebol do Estado e fazer com que essesgarotos permanecessem aqui se valorizassem e quando daqui saíssem deixassem para o futebolmaranhense para a economia maranhense, para os clubes maranhenses, para os pais dessesjogadores maranhenses pelo menos um pouco mais do talento que lá fora depois é valorizado. Épreciso declarar que a responsabilidade não é somente e nem talvez principalmente do senhor, aresponsabilidade cabe também a omissão do poder público em todas as esferas, e cabe também aConfederação Brasileira de Futebol, muito preocupado em ganhar dinheiro e elaborar contratosde 400 milhões de dólares e ganha o apoio da Federação não só do Maranhão, de Alagoas, doPiauí, do Tocantins e de outros Estados distribuindo migalhas, perto das fortunas que a CBF quea arrecada às custas da Seleção Brasileira e mantém o seu poder justamente dessa omissão,porque CBF poderia obrigar que os grandes clubes de São Paulo e do Rio de Janeiro que pagam

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o salário de 400 mil reais por mês para um jogador; que auxiliasse a sua Federação, e os Clubesdo seu Estado a manter as categorias de base a ter uma estrutura para alimentar, proteger egarantir o desenvolvimento dos seus atletas. Agora as Federações felizmente estão a altura daCBF ou seja; a CBF procura fazer os grandes negócios e as Federações sem exceção, procuramfazer os pequenos negócios, talvez com exceção da Federação de São Paulo por exemplo, que émais rica; Não estou dizendo que o senhor foi pior ou melhor que qualquer Presidente deFederação do país em relação a alguns prorrogamentos o senhor ou é melhor ou tem até maissorte do que o Presidente da Federação do Paraná, por exemplo além de cassado como deputadojá foi preso várias vezes como estelionátario; então o problema não é do nordeste e nem doMaranhão, e nós não aceitamos que uma ou outra emissora de rádio tente jogar o povo doMaranhão contra a CPI ou muito pior proteger aqueles que dentro do Maranhão trabalhamcontra o Maranhão, contra o futebol maranhense e contra o futebol brasileiro, nós queremosdefender o futebol brasileiro e queremos defender o futebol do Maranhão também e achamos queos Presidentes da Federação do Estado que eu represento que é de São Paulo, ao Estado doMaranhão não estão à altura das tradições do futebol do nosso país, não representam a tradiçãodo futebol e de municípios de país lá fora dentro do campo, mas infelizmente fora do campo nãoestá à altura do que nós apresentamos. Então nós colhemos essas informações, todosdepoimentos e somados aos depoimentos e as informações estamos tomados outros Estados eestamos colhendo fora do país, nós temos certeza que essa CPI com o apoio que recebeu aqui noEstado do Maranhão com a compreensão as instituições, dos órgãos responsáveis do MinistérioPúblico, Polícia Federal da imensa e maioria da maior parte da imprensa esportiva e daimprensa geral do país, da Assembléia Legislativa , da população ,da Polícia do Estado, nóstemos certeza que nós vamos levar daqui a melhor imagem e a melhor segura e o depoimentoque nós temos que dar lá em Brasília é que o Estado do Maranhão maioritariamente está dispostoajudar o Maranhão e o Brasil a melhorar a estrutura do futebol brasileiro; e com isso agradeçomais uma vez, agradeço a contribuição que o senhor nos deu aqui com a sua presença, agradeçoa colaboração de todos aqueles que aqui estiveram conosco até esses horas da manhã recebo,aqui também um Requerimento de um representante do Ministério Público pedindo: (Lê). APresidência atende a essa solicitação, minhas senhoras e meus senhores muito obrigado eesperamos ter cumprido aqui a nossa missão. Muito obrigado está encerrada a reunião.