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COMISSÃO JUSTIÇA E PAZ ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA Esplanada dos Ministérios Lote 12 Ed. João Paulo II Telefax (061) 3223-3512 ou 3213 33 35 www.arquidiocesedebrasilia.org.br 70050-000 Brasília-DF E-mail:[email protected] Apresentação De acordo com orientações do senhor Arcebispo Metropolitano de Brasília, Dom João Braz de Aviz, a Comissão Justiça e Paz CJP apresenta à Coordenação Geral de Pastoral, proposta de criação junto às Comunidades Paroquiais, de Comissões Paroquiais de Animação de Campanhas CPAC. O objetivo é oferecer aos senhores Párocos e às Comunidades Paroquiais em geral, um instrumento organizacional capaz de contribuir efetivamente com a ação pastoral em cada realidade, de modo a garantir que as diversas campanhas que são promovidas, possam alcançar os resultados esperados e servir de instrumento catequético a todas as pessoas envolvidas. Esta proposta está baseada na experiência de vários anos de atuação da CJP no processo de animação das Campanhas da Fraternidade, nas realizações de campanhas de educação para o trânsito, das semanas sociais brasileiras e de outras iniciativas de natureza semelhante. A CJP também utilizou como referência o Manual de Animação de Campanhas produzido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil CNBB. Este documento contempla os diversos aspectos que envolvem uma campanha, desde sua fase preparatória até a avaliação e divulgação de resultados. Descreve as várias etapas e recursos necessários, incluindo sua posição na estrutura administrativa da Paróquia, como forma de assegurar a permanência da CPAC, como sinaliza o Manual referenciado. Espera-se que a CPAC possa ser implantada gradativamente nas Comunidades Paroquiais, haja vista que em anos recentes, a Arquidiocese de Brasília contava com mais de trinta comissões paroquiais para animação das Campanhas da Fraternidade. Esta experiência deve ser recuperada e fortalecida. Sabemos que Deus não escolhe apenas os preparados, mas prepara os escolhidos. Que aqueles que acreditarem e implantarem esta proposta tenha bastante força para proporcionar a todas as pessoas que participarem, uma oportunidade a mais para testemunharem o Evangelho, numa sólida demonstração de Fé em Jesus Cristo. Brasília, advento de 2008.

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Apresentação De acordo com orientações do senhor Arcebispo Metropolitano de Brasília, Dom João Braz de Aviz, a Comissão Justiça e Paz – CJP apresenta à Coordenação Geral de Pastoral, proposta de criação junto às Comunidades Paroquiais, de Comissões Paroquiais de Animação de Campanhas – CPAC. O objetivo é oferecer aos senhores Párocos e às Comunidades Paroquiais em geral, um instrumento organizacional capaz de contribuir efetivamente com a ação pastoral em cada realidade, de modo a garantir que as diversas campanhas que são promovidas, possam alcançar os resultados esperados e servir de instrumento catequético a todas as pessoas envolvidas. Esta proposta está baseada na experiência de vários anos de atuação da CJP no processo de animação das Campanhas da Fraternidade, nas realizações de campanhas de educação para o trânsito, das semanas sociais brasileiras e de outras iniciativas de natureza semelhante. A CJP também utilizou como referência o Manual de Animação de Campanhas produzido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. Este documento contempla os diversos aspectos que envolvem uma campanha, desde sua fase preparatória até a avaliação e divulgação de resultados. Descreve as várias etapas e recursos necessários, incluindo sua posição na estrutura administrativa da Paróquia, como forma de assegurar a permanência da CPAC, como sinaliza o Manual referenciado. Espera-se que a CPAC possa ser implantada gradativamente nas Comunidades Paroquiais, haja vista que em anos recentes, a Arquidiocese de Brasília contava com mais de trinta comissões paroquiais para animação das Campanhas da Fraternidade. Esta experiência deve ser recuperada e fortalecida. Sabemos que Deus não escolhe apenas os preparados, mas prepara os escolhidos. Que aqueles que acreditarem e implantarem esta proposta tenha bastante força para proporcionar a todas as pessoas que participarem, uma oportunidade a mais para testemunharem o Evangelho, numa sólida demonstração de Fé em Jesus Cristo.

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1. Introdução A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB oferece a toda Igreja, há vários anos, propostas para realização de campanhas com o objetivo de evangelizar e mobilizar a solidariedade social, no âmbito da sociedade em geral. Assim, a Campanha da Fraternidade, com 50 anos de existência, promovida no período quaresmal; a Campanha Missionária, criada em 1926, realizada durante o mês das missões e a Campanha para a Evangelização, que acontece durante o Advento. Outras campanhas que acontecem de forma esporádica, em situações emergenciais no Brasil ou em atenção a outras partes do mundo. Além destas campanhas diversas atividades são necessárias no âmbito da Arquidiocese ou a nível paroquial, que requerem mobilização de pessoas, entidades e organizações para que os resultados possam ser alcançados. São os casos de campanhas para a realização das festas dos padroeiros, para construção e ampliação de edificações, e outras que necessitam o envolvimento maior da comunidade paroquial. Para todas estas iniciativas, se não contar que equipes preparadas adequadamente, a sobrecarga para os Párocos e Vigários é expressiva e a conquista do êxito será mais trabalhosa. Por outro lado, quando se planeja, a chance de resultados mais positivos aumenta. Anualmente, a Comissão Justiça e Paz – CJP tem recebido a atribuição de contribuir com o processo de animação da Campanha da Fraternidade no âmbito da Arquidiocese de Brasília. Devido à dimensão desta tarefa, a CJP procura contar com a colaboração de Pastorais, Movimentos e Serviços de Leigos como forma de ampliar a reflexão e o debate sobre os temas propostos, distribuir tarefas e compromissos. Tem se verificado grandes dificuldades apresentadas pelas Comunidades Paroquiais em poder contar com pessoas a serem mobilizadas para as diversas campanhas. Cada iniciativa possui características que exigem tempo e preparação, sob pena de se comprometer o resultado e, conseqüentemente, a credibilidade. Algumas vezes pensam em fazer muito e pouco faz, ou pensam em fazer pouco e nada fazem. Demonstram não possuírem a percepção da amplitude e desafio da tarefa que irão empreender. Por estas razões a experiência de anos na atividade de animar campanhas da fraternidade no âmbito da Arquidiocese de Brasília, aponta pela necessidade de criar Comissões Paroquiais de Animação de Campanhas, assim chamadas de CPAC. Em decorrência deste contexto, o Arcebispo Metropolitano de Brasília, Dom João Braz de Aviz solicitou à Comissão Justiça e Paz que apresentasse proposta para estruturação dessas CPAC na Arquidiocese, de modo a conferir às Paróquias os mecanismos necessários para auxiliar a respectiva ação pastoral em cada realidade, que deverá contar com a participação dos leigos nestas novas estruturas. Na elaboração desta proposta de criação das CPACs, a Comissão Justiça e Paz, além de sua experiência de mais de dez anos no processo de animação de Campanhas da Fraternidade, de educação para o trânsito, da realização de semanas sociais, entre outras iniciativas do gênero, contou, principalmente, com a valiosa contribuição da CNBB, por meio do Manual de Animação de Campanhas, iniciativa aprovada pela Assembléia Geral dos Bispos, em uma de suas Assembléias Gerais que são realizadas em Itaici, no Estado de São Paulo.

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2. Panorama Sócio-Econômico, Político e Religioso do Distrito Federal A formação da população do Distrito Federal (DF) apresentou em suas primeiras décadas elevadas taxas de crescimento, se estabilizando em anos recentes. Ao Distrito Federal convergiram significativos fluxos migratórios, proporcionando características cosmopolitas, onde a diversidade de culturas foi marcante. Mesmo próximo de alcançar seus 50 anos, é possível registrar características do jeito de ser, pensar, agir de quase todos os estados da federal. As estimativas governamentais registram que a população do DF em 2007 alcançou 2.455.9031 habitantes. Este patamar decorre de um crescimento médio anual da ordem de 2,71% observado no período de 1991 a 2007. Em termos espaciais, mantendo a distribuição observada em 20042 a maior concentração está localizada em Ceilândia3 que conta com 15,9%, seguida de Taguatinga com 10,7% e de Brasília com 9,5%, juntas com 886.581habitantes (36,1%). O DF possui densidade demográfica de 424,2 hab/km², reduzida taxa de analfabetismo, 2,7% e elevado número de estabelecimentos de ensino superior. Porém, nas cidades satélites verifica-se expressivo contraste em relação às áreas centrais, com locais de baixa estrutura urbana, onde são encontradas realidades extremamente carentes, com ocupação irregular quanto ao uso do solo, com graves problemas de infra-estrutura urbana. Em 2005, constatou-se a existência de 17,8% a taxa de desemprego no DF. Entretanto, nos municípios do entorno do DF residem mais de um milhão de pessoas, que em fase dos maiores custos de moradia no DF, nesta região se fixaram. Por ser região de elevada carência de emprego, atendimento à saúde, educação, etc., esta população exerce enorme pressão sobre o DF, demandando todos os serviços básicos. Em decorrência, várias cidades do Entorno do DF se caracterizam como cidades dormitórios, com significativa parte de sua população convivendo diariamente com os habitantes do DF. Em termos de desenvolvimento da economia do DF podem-se caracterizar três períodos distintos. O primeiro período iniciou com a inauguração de Brasília, correspondentes às décadas dos anos 60 e 70. Nesta época a construção civil foi o principal setor de absorção de mão-de-obra local. Com a consolidação de Brasília como sede de Governo Federal, o setor público adquiriu maior participação – década de 80. O último período ainda com base na construção civil, no comércio, no setor público e principalmente nos serviços em geral, marcaram os anos de 1990 em diante. Ressalte-se que o comércio e o setor público são os grandes empregadores no DF. De acordo com José Flávio Testa4 “O jogo político no Distrito Federal sempre foi disputado por representantes de três grandes correntes políticas. A primeira, vinculada aos interesses das oligarquias goianas, detentoras de grande patrimônio fundiário e praticantes de uma política coronelista e retrógrada, baseadas no clientelismo e na corrupção. O segundo grupo concentra representantes dos sindicatos, dos servidores públicos, dos movimentos sociais e outros, enquanto, o terceiro, representa basicamente os interesses do poder econômico local. A história

1 IBGE, Contagem da População 2007 e Estimativas da População 2007. Diário Oficial da União de 05/10/2007.

2 SEPLAN/CODEPLAN – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD 2004 3 Ceilândia e Taguatinga, cidades satélites que correspondem a Regiões Administrativas, na organização administrativa do DF. 4 Pesquisador de Gestão de Políticas Públicas do Departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB).

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política brasiliense mostrou que a articulação entre estas três grandes forças ocorreu visando à captura do poder executivo: o governo do Distrito Federal.” Em função destas características várias são as agremiações político-partidárias que disputam o eleitorado do DF, sem partidos fortes e com conteúdo programático que possam favorecer a formação política do eleitorado. Adiciona-se a este contexto o fato de que o DF também é sede dos poderes executivo, legislativo e judiciário federais; diversas representações diplomáticas estão radicadas nesta unidade da federação; além de organismos nacionais e internacionais que também possuem representação no DF. Pode-se atribuir a estas instituições e entidades, que empregam expressivo número de pessoas, a elevação da renda per capta, caracterizada pelos níveis salariais oferecidos. Talvez em face das diversas origens da população, com diversidades de culturas, constata-se também expressivo pluralismo religioso, principalmente com atuações em áreas periféricas. Outras características da realidade do DF mostram elevado índice de violência urbana, principalmente entre jovens; problemas de convivência entre condutores de veículos e pedestres no trânsito, com expressivo número de vítimas fatais e seqüelas permanentes, demonstrando falta de percepção da necessidade de defesa da vida e do exercício de cidadania. 3 - Posicionamento da Igreja no Contexto do DF A Igreja é chamada a assumir alguns posicionamentos fundamentais, já assinalados pelo Concílio Vaticano II, para fazer face a nova situação de uma sociedade pluralista, em processo de transformações rápidas e profundas.

Em primeiro lugar, a Igreja busca aprofundar ainda mais sua fé no mistério da Encarnação e na força do Evangelho, que a levam a encarnar-se na realidade humana dos nossos dias, mas à maneira de Cristo, isto é, pelo dom do amor, que convoca todos os homens a acolher, viver e manifestar o Amor de Deus, vivendo e testemunhando o amor a todos os seus irmãos.

Em segundo lugar, a Igreja respeita a autonomia da sociedade civil, a quem compete formular modelos de sociedade, programas de governo, e projetos de desenvolvimento, pelos quais seus dirigentes, legitimamente constituídos, são os primeiros responsáveis. A Igreja não se identifica com nenhum desses modelos, programas e projetos, apenas estimula seus fiéis, a que deles participem com toda sua competência, buscando ao mesmo tempo nortearem-se pela inspiração evangélica.

A Igreja também reafirma com clareza sua missão profética, que a leva a dialogar com toda a sociedade civil sobre questões que afetam princípios evangélicos e a atuar no sentido de que eles sejam respeitados na formulação de seus modelos, programas e projetos.

O quarto posicionamento da Igreja refere-se a seu relacionamento com as diferentes tendências, com os partidos e grupos, que se organizam dentro da sociedade. A Igreja não se perfila automaticamente com nenhum desses grupos. Trata a todos dentro do espírito evangélico e junto a eles exerce sua missão profética.

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Ao mesmo tempo, presta assistência pastoral específica junto àqueles que desejam deixar-se guiar cada vez mais pelas exigências evangélicas, dentro de suas tarefas profissionais e ou mandatos políticos.

Assim, a Igreja mantém contatos com todas as esferas de governo (executivo, legislativo e judiciário), com todas as agremiações políticas e com os mais diversos tipos de associações surgidas no seio da sociedade civil e voltadas para o bem comum da sociedade. Com elas procura dialogar e interagir sem discriminação e sem preconceito.

Sintetizando esses diversos posicionamentos, a Igreja conscientiza-se cada vez mais de que é chamada a desempenhar um papel catalisador junto a esses segmentos. Este papel se desenvolve em duas vertentes. A primeira, consiste em estimular os diversos grupos sociais a diagnosticarem adequadamente certos desafios a enfrentar, e a segunda, em levar esses grupos a se encontrarem e dialogarem, buscando formular em conjunto, e em mútua cooperação, programas e projetos que venham responder adequadamente a esses desafios.

Como catalisadora, a Igreja na sua atuação junto às agremiações e às esferas do governo, procurando manter a sua identidade, buscando iniciativas que serão executadas pelas instâncias competentes da sociedade civil. Em razão do Panorama Sócio-Econômico, Político e Religioso do Distrito Federal e das características do posicionamento da Igreja em relação a esta realidade, a utilização de campanhas contribui sobremaneira para auxiliar a ação evangelizadora da Arquidiocese. Nos itens a seguir são propostas a realização de campanhas de âmbito arquidiocesano, sem, contudo, excluir aquelas outras iniciativas de cunho paroquial que, certamente, proporcionam grandes benefícios ao testemunho do evangelho em cada localidade. 4. As Campanhas – (Fraternidade; Missionária; Evangelização e Especiais) No Brasil e especificamente na Arquidiocese de Brasília, são realizadas, anualmente, as três campanhas, com o desafio de organizar melhor a solidariedade, uma das características marcantes do povo brasileiro. Cada uma delas apresenta um tema para ser debatido entre os cristãos e, como gesto concreto, uma coleta que objetiva a conscientização e participação em projetos comunitários. Este tipo de iniciativa também é promovido pelas Comunidades Paroquiais, onde os esforços são significativos na busca dos resultados desejados, que muitas vezes não logram os êxitos plenamente, pelo fato de não contarem com equipes preparadas e treinadas para tal. Não raro encontram-se realidades que tem dificuldades de mobilizar pessoas. Na maioria estão muito ocupadas, participam de outros movimentos e pastorais. Ao final, chega-se às mesmas pessoas, pois são aquelas que percebem, com maior clareza e sensibilidade social, a necessidade da realização das campanhas e se esforçam muito para contribuírem. É certo que Deus não escolhe os preparados, mas prepara os escolhidos. Entretanto, não é demais dar uma força para que um determinado grupo de pessoas, de acordo com o carisma, capacidade e liderança, possa se encarregar desta atividade de realizar campanhas, e, assim, favorecer a ação pastoral em cada realidade com mais chance de obtenção dos resultados esperados. As campanhas não se destinam, em sua grande maioria, apenas às pessoas que freqüentemente participam das celebrações.

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E mesmo que assim o fosse, será necessária organização mínima para se alcançar os objetivos, devido à multiplicidade de ações e características de atuação. A seguir procura-se descrever, de forma sumária, os objetivos básicos das Campanhas Nacionais anuais e emergenciais propostas pela CNBB, que alcança todos os níveis de atuação, além de servir de referência para as campanhas locais. Estes objetivos devem ser alcançados sempre em sintonia com as orientações da Ação Pastoral de cada Comunidade Paroquial, de modo a guardar estreita relação com os Senhores Párocos, Bispos e Arcebispos locais. 4.1. Campanha da Fraternidade

a) Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus; b) Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor; c) Renovar a consciência da responsabilidade de todos na Evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.

4.2. Campanha Missionária

a) Cultivar nos fiéis a consciência missionária da Igreja; b) Levar os cristãos a uma participação mais concreta na ação missionária da Igreja, mediante a sua oferta pessoal pelas Missões de todo o mundo; c) Formação e vivência da espiritualidade missionária, com a cooperação também espiritual, meio de orações pelas Missões e pelos missionários.

4.3. Campanha para a Evangelização

a) Ajudar a superar a mentalidade individualista e a visão subjetiva da religião por uma atitude solidária, voltada para o bem comum; b) Propor a vivência de uma fé, testemunhada em atitudes coerentes de conversão pessoal e de transformação social segundo as exigências evangélicas; c) Garantir que a Igreja tenha recursos para o trabalho da Evangelização, seja nas regiões pobres, como a Amazônia e a periferia das grandes cidades, ou nas ações das pastorais e articulação das Comunidades Eclesiais de Base e ajudar na manutenção da própria CNBB.

4.4. Campanhas Emergenciais

a) Satisfazer as necessidades básicas das pessoas que são vítimas dessas situações; b) Formar a consciência dos fiéis em vista da solidariedade.

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5. As Comissões de Animação de Campanhas - CPAC 5.1. Justificativa A Igreja Católica realiza ao longo de cada ano várias campanhas. Estas iniciativas além de ter objetivo específico, procuram também numa linha pedagógica oferecer aos fiéis leigos a oportunidade de se educarem na fé, a partir da realização de gestos concretos. São várias as campanhas do dízimo que são realizadas nas Paróquias, por exemplo. Para atingir tais objetivos, no nível paroquial e arquidiocesano, é fundamental a criação de Comissões Permanentes que possam se responsabilizar pelas animações destas campanhas. Estas comissões articulam as demais pastorais, movimentos e serviços de leigos, organizações sociais e outros setores da sociedade para envolvimento de todas nas campanhas. As equipes podem contribuir para que a comunidade perceba as campanhas enquanto processo de conscientização, sensibilização e apelo à conversão e ao compromisso social, incluindo os gestos concretos específicos a cada campanha e a contribuição nas coletas a elas vinculadas, assumindo sua responsabilidade no processo de transformação social. 5.2. Objetivos 5.2.1. Como objetivo geral se propõe que as Comissões Paroquiais de Animação de Campanhas – CPAC, a partir do Conselho Paroquial de Pastoral – CPP, promovam a articulação de todas as Pastorais e Movimentos com atuação na Paróquia, os serviços da Igreja, as organizações de diversos setores da sociedade para o envolvimento maior em todas as campanhas. 5.2.2. Especificamente as CPACs deverão realizar o planejamento, a formação dos agentes da campanha, a organização das atividades e instrumentos locais da campanha, inclusive os momentos de coletas e de prestação de contas (retorno à sociedade). 5.3. Constituição das CPACs 5.3.1. A composição de cada CPAC dependerá da realidade de cada paróquia. É de fundamental importância que o Pároco e o Conselho Paroquial reconheçam e valorizem este serviço a fim de que esse trabalho aconteça e produza frutos. 5.3.2. Pode ser formada por representantes de pastorais e serviços existentes na paróquia. Dependendo do objeto motivador da campanha, a CAPC poderá contar com outras pessoas, lideranças na comunidade local, que poderão auxiliar na motivação e esclarecimentos sobre os propósitos da campanha e na motivação dos participantes. 5.3.3. Pode envolver colaboradores de diferentes áreas, que poderão ser fixos ou eventuais, dependendo da peculiaridade de cada campanha. 5.3.4. A CPAC deverá ser incorporada ao planejamento pastoral anual e no organograma das pastorais e serviços da Paróquia.

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Esta exigência é necessária para garantir sua permanência. Por possuir estrutura leve, será de fácil implantação. 5.3.5 Sua estrutura organizacional deve ser composta de pequeno número de pessoas, no máximo cinco, podendo chegar a sete. Deve ter um coordenador e outro integrante para secretariar, fazendo os registros necessários. A CPAC deve contar com apoio administrativo da Secretaria da Paróquia, ou diretamente do CPP, quando for o caso. 5.3.6. A renovação de seus integrantes será sempre bem vinda, porém, deve-se ter o cuidado de não perder a continuidade, nem da permanência por longo prazo de todos os seus componentes. A troca favorece para outras pessoas também tenham oportunidade de atuarem em iniciativas pastorais desta natureza. 5.4. Atuação das CPACs 5.4.1. A partir do amplo conhecimento dos motivos e objetivos a alcançar com a campanha, a CPAC deve realizar o Planejamento, a Animação e Coordenação do processo e desenvolvimento das campanhas em suas várias etapas ou momentos – antes, durante e depois. 5.4.2. Identificar pessoas com disponibilidade e habilidade para promover campanhas e promover formação e acompanhamento permanente, para que as pessoas cresçam em todas as dimensões da vida humana e cristã. 5.4.3 Reunir os diversos organismos da Igreja local cujos carismas se vinculam a este tipo de prática evangelizadora, de modo a firmar parcerias na distribuição de tarefas e compromissos. 5.5. Sentido e significado das atividades desenvolvidas 5.5.1. As atividades da CPAC devem priorizar a educação para a prática da solidariedade. Não se trata de motivar para ações individuais e, sim, para uma ação em conjunto, o que requer momentos específicos de reflexão das comunidades sobre os significados, conteúdos e implicações da caridade cristã. 5.5.2. As coletas constituem ações de vivências de solidariedade transformadora, visando à mudança de gestos, atitudes, comportamentos. A adesão e participação em processos de transformação de uma realidade que nega o desejo de Deus para com a humanidade deve caracterizar o firme testemunho da fé. Assim, deve resultar em gestos concretos onde os fiéis precisam ter clareza em relação aos objetivos e à gestão das ações de cada campanha, em função dos objetivos a que se propuseram. 5.6. Atividades práticas É imprescindível a participação de todos os integrantes da CPAC nos eventos que antecedem o lançamento e/ou abertura da campanha. A CPAC deve se reunir para planejar de maneira prática os momentos fortes da campanha que são: 5.6.1 Realização da Campanha

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O êxito de uma campanha está diretamente associado à forma de como foi preparada. Improvisos quase sempre levam ao fracasso e frustrações, comprometendo a credibilidade e confiança para outras iniciativas. Assim, o recomendável será se preocupar com o planejamento, a organização, os recursos necessários, parcerias a serem conquistadas e mobilizadas, o monitoramento e depois a avaliação. Nesta proposta tomam-se como referência as orientações sugeridas pela Campanha da Fraternidade, sem prejuízo de outras que a CPAC possa adotar. Esta campanha, talvez a mais popular, tem demonstrado resultados positivos, embora se reconheça ser um processo, onde os benefícios/resultados decorrem de mudanças de gestos, atitudes e compromissos com a mudança das realidades sobre as quais os temas da fraternidade pretendem favorecer. Neste sentido, enfatiza três momentos essenciais para realização de uma campanha: o antes, o durante e o depois. Para cada um é necessário atenção específica face acontecer em ocasiões que podem garantir o êxito ou concorrer para o fracasso. São destacados os seguintes procedimentos: a - Antes da Campanha:

1) a CPAC deve realizar encontro para o estudo da realidade sobre a qual irá atuar. Elaborar pequeno texto que possa descrever as características desta realidade, identificando quais os fatores que irão favorecer a realização da campanha e quais merecerão mais atenção em função das ameaças que possam apresentar;

2) descobrir a melhor forma de utilização das peças e subsídios de divulgação; 3) definir atividades a serem assumidas conjuntamente pelas Pastorais e Movimentos Leigos

das Paróquias e comunidades em geral; 4) verificar a possibilidade da produção de subsídios adaptados à realidade local; 5) possibilitar a troca de informações e o repasse de subsídios relacionados ao objetivo da

campanha, produzidos em âmbito local ou provenientes de outras fontes e regiões; 6) verificar se em outras Paróquias já realizaram campanhas iguais ou semelhantes com

objetivo de trocar experiências; 7) constituir equipes e/ou indicar pessoas que possam prestar serviço de assessoria; 8) quando se tratar de campanhas nacionais ou arquidiocesanas, atentar para as orientações

de modo a atuar de maneira coesa, respeitando, é claro, as peculiaridades locais, sem contudo, deixar de obedecer a estas orientações.

b - Durante a Campanha:

1) descobrir formas de estar em permanente contato com as equipes que estarão atuando na Paróquia, para animação e intercâmbio das experiências mais significativas;

2) possibilitar o acompanhamento das atividades comuns programadas; 3) realizar o monitoramento de modo a promover, se necessário, ações tempestivas para

correção de rumo ou para atender necessidades especiais.

c - Depois da Campanha:

1) promover um novo encontro paroquial de avaliação; 2) providenciar a redação e o envio da síntese da avaliação ao Pároco e ao CPP dentro do

cronograma previsto, para divulgação e comunicação de resultados a toda Comunidade Paroquial;

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3) definir a participação no encontro regional de avaliação e planejamento da campanha, quando se tratar de iniciativa arquidiocesana;

4) repassar às Pastorais e Movimentos participantes a avaliação da campanha e outras informações.

d – Lançamento da Campanha Destaque especial é conferido ao Lançamento da Campanha. Entende-se por esta fase o momento em que a campanha é apresentada à Comunidade Paroquial. É necessário planejar bem esse momento, mobilizar a comunidade e usar da criatividade para sensibilizar as pessoas a participarem ativamente da campanha. Sem o comprometimento do Pároco, é melhor nem começar. O Pároco exerce vários tipos de lideranças: ele é um líder formal, administra a Paróquia; é um líder religioso, possui formação desta natureza; em muitos casos, ele é também um líder carismático, possui liderança natural. Diversos materiais têm sido produzidos para o momento do lançamento da campanha: são cartilhas, cartazes, músicas, folhetos, prospectos, avisos, etc. É preciso que as equipes planejem bem esse momento, potencializando o uso dos materiais de divulgação. Uma boa forma de divulgar é junto aos Catequistas, aos Ministros Extraordinários da Sagrada Eucaristia, aos Integrantes dos diversos movimentos que atuam na Pastoral Familiar; à Pastoral da Saúde, da Criança, etc. EXEMPLO: solicitar, com antecedência, material relativo à campanha e sua divulgação (jornal,

boletim, programa de rádio, folhetos, etc.); providenciar camisetas, quando for o caso, como forma de identificar melhor os realizadores da campanha; incentivar as equipes de cantos para que todos possam cantar os hinos que forem necessários à campanha; falar da campanha na introdução e durante a Missa. Pode-se convidar alguém para dar um testemunho ou falar da campanha. Não se esqueçam que a escolha da data e local é muito importante. Se possível, prepare o ambiente de acordo com os motivos que justificaram a campanha e os objetivos a serem alcançados.

5.6.2 Coleta da Solidariedade Quando houver coleta de recursos financeiros, como é o caso das campanhas da fraternidade, é preciso um bom planejamento e dinamização das atividades, mostrando à comunidade a importância das contribuições que ajudam a mudar, para melhor, a vida de milhares de pessoas. 5.6.3 Continuidade das Campanhas A Comunidade deve ser orientada e incentivada a dar continuidade à Campanha durante o tempo que for necessário. Aproveitar as datas comemorativas da sua Paróquia para falar sobre a Campanha. O fato de a CPAC integrar a estrutura formal do organograma da Paróquia contribuirá significativamente para a manutenção das campanhas ao longo do período que for programada.

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Fontes Básicas:

Evangelizando e Mobilizando a Solidariedade/Manual de Animação de Campanhas. Brasília: Edições CNBB, 2007.

Caderno de Multiplicadores da Campanha da Fraternidade – CNBB.