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1 Como a compatibilização de projetos pode diminuir custos, gastos e retrabalhos na Construção Civil Dezembro/2014 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 Dezembro/2014 Como a compatibilização de projetos pode diminuir custos, gastos e retrabalhos na Construção Civil Guilherme Souza Santos [email protected] MBA em Gerenciamento de Obras Instituto de Pós-Graduação - IPOG Florianópolis, Santa Catarina, 27/04/2014 Resumo Com a ampla evolução da Indústria da Construção Civil, vemos ainda alguns ranços na Construção, como obras em projetos, projetos defeituosos, e mão de obra de má qualidade, e que essa nossa indústria apresentam características próprias, entre as quais destacamos a necessidade de diferentes tipos de profissionais, alguns mais amadores, outros mais industrializados. Dentre todas as etapas que envolvem o processo construtivo, destaca-se a concepção como uma fase crítica. A etapa de concepção é responsável por uma pequena parcela do custo do produto final (cerca de 3 a 5%), porém é apontada como uma das principais causas de falhas nas edificações em uso. É nesta etapa que são definidos cerca de 70 a 80% do custo total da edificação. Temos por objetivo neste trabalho, sistematizar as referências de melhorias na gestão da etapa de projeto obtidas na literatura, e avaliar a presença destes aspectos par aos dias de hoje. As análises de compatibilidade buscam apresentar através dos quadros comparativos os elementos conflitantes nos projetos abortados. Desta forma, busca-se proporcionar subsídios aos profissionais da área para a racionalização dos processos projetuais, e a consequente redução de improvisações na obra, retrabalhos e desperdícios de insumos na construção. A análise propõe, assim, uma otimização dos recursos que deverão ser aplicados na elaboração da fase inicial deste processo, onde as soluções podem ser mais eficazes e definidoras nas etapas subsequentes, conforme amplamente observado nos favoráveis resultados obtidos nas análises avaliadas. Palavras-chave: Projeto. Qualidade. Edificações. Compatibilização. Construção civil. 1. INTRODUÇÃO Tendo em vista que muitos dos problemas relacionados à falta de qualidade em edificações têm como causa principal a falta de qualidade no processo de projeto normalmente desenvolvido de forma não planejada, segmentada e sequencial, sem uma visão abrangente e integrada do binômio projeto/execução, e com evidente ausência de interação e comunicação entre os diversos agentes envolvidos , construtoras e incorporadoras brasileiras, seguindo a tendência global, começam a buscar, ainda que de forma incipiente, metodologias de gestão da qualidade do

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Com a ampla evolução da Indústria da Construção Civil, vemos ainda alguns ranços naConstrução, como obras em projetos, projetos defeituosos, e mão de obra de má qualidade, eque essa nossa indústria apresentam características próprias, entre as quais destacamos anecessidade de diferentes tipos de profissionais, alguns mais amadores, outros maisindustrializados. Dentre todas as etapas que envolvem o processo construtivo, destaca-se aconcepção como uma fase crítica. A etapa de concepção é responsável por uma pequena parcelado custo do produto final (cerca de 3 a 5%), porém é apontada como uma das principais causasde falhas nas edificações em uso. É nesta etapa que são definidos cerca de 70 a 80% do custototal da edificação. Temos por objetivo neste trabalho, sistematizar as referências de melhoriasna gestão da etapa de projeto obtidas na literatura, e avaliar a presença destes aspectos par aosdias de hoje. As análises de compatibilidade buscam apresentar através dos quadroscomparativos os elementos conflitantes nos projetos abortados. Desta forma, busca-seproporcionar subsídios aos profissionais da área para a racionalização dos processosprojetuais, e a consequente redução de improvisações na obra, retrabalhos e desperdícios deinsumos na construção. A análise propõe, assim, uma otimização dos recursos que deverão seraplicados na elaboração da fase inicial deste processo, onde as soluções podem ser maiseficazes e definidoras nas etapas subsequen

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Como a compatibilização de projetos pode diminuir custos, gastos e retrabalhos na Construção Civil

Dezembro/2014

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 Dezembro/2014

Como a compatibilização de projetos pode diminuir custos, gastos e

retrabalhos na Construção Civil

Guilherme Souza Santos – [email protected]

MBA em Gerenciamento de Obras

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Florianópolis, Santa Catarina, 27/04/2014

Resumo

Com a ampla evolução da Indústria da Construção Civil, vemos ainda alguns ranços na

Construção, como obras em projetos, projetos defeituosos, e mão de obra de má qualidade, e

que essa nossa indústria apresentam características próprias, entre as quais destacamos a

necessidade de diferentes tipos de profissionais, alguns mais amadores, outros mais

industrializados. Dentre todas as etapas que envolvem o processo construtivo, destaca-se a

concepção como uma fase crítica. A etapa de concepção é responsável por uma pequena parcela

do custo do produto final (cerca de 3 a 5%), porém é apontada como uma das principais causas

de falhas nas edificações em uso. É nesta etapa que são definidos cerca de 70 a 80% do custo

total da edificação. Temos por objetivo neste trabalho, sistematizar as referências de melhorias

na gestão da etapa de projeto obtidas na literatura, e avaliar a presença destes aspectos par aos

dias de hoje. As análises de compatibilidade buscam apresentar através dos quadros

comparativos os elementos conflitantes nos projetos abortados. Desta forma, busca-se

proporcionar subsídios aos profissionais da área para a racionalização dos processos

projetuais, e a consequente redução de improvisações na obra, retrabalhos e desperdícios de

insumos na construção. A análise propõe, assim, uma otimização dos recursos que deverão ser

aplicados na elaboração da fase inicial deste processo, onde as soluções podem ser mais

eficazes e definidoras nas etapas subsequentes, conforme amplamente observado nos favoráveis

resultados obtidos nas análises avaliadas.

Palavras-chave: Projeto. Qualidade. Edificações. Compatibilização. Construção civil.

1. INTRODUÇÃO

Tendo em vista que muitos dos problemas relacionados à falta de qualidade em edificações têm

como causa principal a falta de qualidade no processo de projeto – normalmente desenvolvido de

forma não planejada, segmentada e sequencial, sem uma visão abrangente e integrada do

binômio projeto/execução, e com evidente ausência de interação e comunicação entre os diversos

agentes envolvidos –, construtoras e incorporadoras brasileiras, seguindo a tendência global,

começam a buscar, ainda que de forma incipiente, metodologias de gestão da qualidade do

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projeto, no sentido de modificar o modelo tradicional e garantir a qualidade de seus produtos e

processos, e consequentemente a satisfação de seus clientes.

Nesse contexto, a incorporação da filosofia de trabalho da Engenharia Simultânea – tratamento

simultâneo de restrições de projeto e da manufatura; paralelismo das atividades de projeto; foco

na qualidade, custo e cronograma de desenvolvimento; ênfase na satisfação do consumidor;

configuração de equipe multidisciplinar; consideração do ciclo de vida do produto.

Alguns autores (Fabrício et alii, 1998a e 1998b; Andery, 2000) que defendem a mudança das

atuais formas de condução de projetos de edificações, acenam para: (i) a realização em paralelo

de várias etapas do processo, em especial, o desenvolvimento integrado de projetos do produto e

para produção; (ii) o estabelecimento de equipes multidisciplinares, formadas por projetistas,

usuários e construtores, em especial os engenheiros de obras; (iii) uma forte orientação para a

satisfação dos clientes e usuários; (iv) a padronização das formas de apresentação e

documentação do projeto; (v) a adoção de procedimentos para coleta de dados durante a

execução e após a entrega das obras, que torne possível a retroalimentação dos projetos. Ou seja,

apontam para um novo paradigma na construção civil: o desenvolvimento integrado de

edificações.

Contudo, para que essas mudanças possam ser implementadas com sucesso, a empresa – além de

um ambiente propício e de ferramentas, técnicas e metodologias de trabalho que suportem a

execução do processo – precisa antes de tudo, conhecer e ter explícito a forma com que o

processo é executado, ou seja, ter o seu desenvolvimento de produto modelado, permitindo, uma

visão global do mesmo: o que deve ser feito (projetos, etapas, atividades, tarefas), por quem (os

envolvidos, suas funções e responsabilidades, interações), quando (a que tempo e a que a hora,

relações de precedência), como (informações ou documentos de entrada; procedimentos,

ferramentas e/ou tecnologias utilizadas no processamento das informações; informações ou

documentos de saída; forma de controle), e onde (em que local, em que tipo de situação, por

quais meios).

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Projetos

Projeto possui uma diversidade de definições, variando de acordo com o contexto em que esteja

se referindo e quanto ao emprego desta palavra. Segundo a NBR 13.531 (ABNT, 1995), por

elaboração de projeto de edificação se entende como a “determinação e representação prévias

dos atributos funcionais, formais e técnicos de elementos de edificação a construir, a pré-

fabricar, a montar, a ampliar, etc., abrangendo os ambientes exteriores e interiores e os projetos

de elementos da edificação e das instalações prediais” (NASCIMENTO & SANTOS, 2002, p.1).

Conforme a NBR 5670 (ABNT, 1977) o conceito de projeto é sendo como “a definição

qualitativa e quantitativa dos atributos técnicos, econômicos e financeiros de um serviço ou obra

de engenharia e arquitetura, com base em dados, elementos, informações, estudos,

discriminações técnicas, cálculos, desenhos, normas e disposições especiais”.

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Falha de comunicação entre projetos inerentes pode causar, entre outros fatores, um aumento de

custo no produto final, e consequentemente um descontentamento do cliente, frustrando sua

expectativa. Através de muitas pesquisas (NOVAES, 1997; ARAÚJO, 2000; MARIA et al.,

2001) demonstraram que os erros ocasionados por falhas de projeto fazem parte da rotina da

maioria das construtoras e normalmente são descobertas apenas na hora da execução da obra.

Isto ocorre quando a elaboração de projetos e a execução têm tratamento dissociado e distinto

embora o mais importante seja que os dois caminhem lado a lado, pois são duas importantes

etapas da obra.

O projeto permite planejar não apenas a forma final do produto edifício, definindo uma série de

aspectos da edificação que influenciam na qualidade e produtividade do processo construtivo. A

partir de definições como formas geométricas da edificação, a sua localização no terreno, as

soluções estruturais, os materiais e o padrão de acabamento e detalhamento que são estabelecidas

as principais condições de execução (SCARDOELLI, 1995).

Souza; Abiko (1997) identificam que é na etapa de projeto que o produto é concebido e

desenvolvido e que deve ser baseado na identificação das necessidades dos clientes em termos de

desempenho e custos e nas condições de exposição a que está submetido o edifício na sua fase de

uso.

Melhado (1994) oferece várias de inúmeros autores para a palavra projeto e utiliza a seguinte

definição: “uma atividade ou serviço integrante do processo de construção, responsável pelo

desenvolvimento, organização, registro e transmissão das características físicas e tecnológicas

especificadas para uma obra, a serem consideradas na fase de execução”. Em outro capítulo, o

autor faz comparações das características de um projeto de edifício com as características

atribuídas a um serviço, encontrando muita coisa incomum, como: variabilidade de resultados; a

falta de especificação pelo cliente; produção e consumo desencadeados e não simultâneos; e

contato pessoal e direto com o cliente. Contanto, o autor enfatiza a necessidade de se estabelecer

padrões do projeto também como produto, definindo seu conteúdo mínimo e a forma de

apresentação das informações.

Para Andery (2003), “os dois aspectos da atividade de projeto são complementares e um enfoque

(projeto como processo) dá origem ao outro (projeto como resultado ou produto)”.

Considerando todos os conceitos citados ao projeto, pode-se afirmar que um projeto de

engenharia possui particularidades e características únicas que o singularizam quando

comparados aos projetos de indústrias e que influenciam na definição, obtenção e avaliação da

sua qualidade (AMORIM, 1998; BOBROFF, 1993; IBP, 1994 citado por Verdi,2000):

A elaboração do projeto é uma atividade ainda essencialmente artesanal, onde cada produto é

produzido individualmente por uma ou mais pessoas. Mesmo a utilização de recursos

computacionais não altera o fato de que cada documento é uma entidade distinta e ainda que

se tenha um elevado grau de informatização na elaboração de um projeto, este não pode ser

comparado com uma linha de produção ou uma produção seriada típica de uma fábrica;

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O resultado do processo de projeto não é um produto único como em uma produção seriada.

O produto resultante de um projeto é constituído por um conjunto de produtos:

especificações, desenhos, requisições e memoriais. Por esta razão, não basta que alguns

destes produtos tenham qualidade. A qualidade deve recair sobre todas as partes

constituintes;

O projeto apresenta um caráter não homogêneo e não seriado do seu produto, estando na

dependência de encomendas que implicam na elaboração de um bem singular, não

reproduzível. Para garantir a qualidade deste produto é preciso conhecer e definir as reais

necessidades do cliente/contratante para poder atender aos seus requisitos;

A qualidade final do objeto projetado revela-se na hora da sua execução. O projeto é posto à

prova pelos fornecedores, construtoras e demais participantes quando da implantação do

empreendimento. Ao receber um projeto, o cliente não consegue detectar todas as eventuais

falhas e, muitas vezes, as inadequações de projeto são identificadas em fases bastante

avançadas da obra, sendo normalmente solucionadas de forma insatisfatória ou com alto

custo;

A dualidade de enfoques sobre o projeto, visto como uma prestação de serviço com o

fornecimento de produtos, apresenta dificuldades adicionais no que se refere à avaliação da

qualidade, que deve se aplicar tanto ao processo de prestação de serviço como aos produtos

resultantes;

A atuação de grande complexidade inter-relacional, decorrente da diversidade e do número

de intervenientes no processo de projeto (usuários, clientes, projetistas, financiadores,

construtoras) com interesses nem sempre convergentes e relações contratuais informais e

pouco definidas, faz com que o julgamento sobre a qualidade do projeto fique na

dependência da avaliação de diversos usuários – ao contrário do que acontece com bens de

consumo, em que o comprador e o usuário final são geralmente a mesma pessoa;

Pouco tempo é investido em planejamento e projeto para executar obras que tomam longo

tempo e pesados orçamentos. Como conseqüência, as atividades têm de ser revistas e refeitas

no canteiro, fazendo do improviso uma constante.

2.2 Importância do projeto na construção

O setor da construção é um dos setores mais sensíveis da economia, sendo considerado por

alguns autores como o pulmão da economia. Segundo Picchi (1993) apud Franco (1995), sua

participação decresce nos períodos recessivos, enquanto que seu crescimento é maior que a

média do país, em épocas de expansão.

Portanto é fundamental que o profissional da construção civil valorize a etapa de projeto, pois o

ela pode assumir o encargo fundamental de agregar eficiência e qualidade ao produto se for

incorporado adequadamente ao processo construtivo e explorado o seu caráter estratégico de

indutor da racionalização do processo construtivo e redutor dos custos dos empreendimentos

(MOURA, 1998).

Segundo Picchi (1993) apud Tavares Junior (2001, p. 53), “o projeto exerce uma considerável

influência sobre os custos da edificação, devido à grande possibilidade de alternativas existentes

nesta fase, na qual poucas despesas foram realizadas. Verifica-se que com a evolução do

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empreendimento, as possibilidades de influência no custo final do empreendimento diminuem

consideravelmente”, conforme mostrado pela Figura 1.

Figura 1 - Nível de influência sobre os custos do empreendimento. Fonte: BARRIE &

PAULSON (1978), apud TAVARES JUNIOR (2001, p.9).

As decisões tomadas nas fases iniciais do empreendimento são importantes, conforme mostrado

pela Figura 2, podendo-se atribuir a elas a principal participação na redução dos custos de falhas

do edifício.

Figura 2 - Capacidade de influenciar o custo final de um empreendimento de edifício ao

longo de suas fases.

Fonte: CII (1987), apud RUFINO (1999).

Ainda podemos destacar a importância dos projetos por constituírem, entre outros fatores, em

instrumento de garantia e controle de qualidade da edificação. Com isso, segurando que o projeto

tem qualidade, conseguiremos minimizar os problemas a serem definidos na obra, aumentando a

qualidade e reduzindo os custos dela. Para tanto, é importantíssimo conhecer e controlar cada

etapa do processo do projeto.

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2.3 Etapas do Processo de Projetos

Para termos a qualidade desejada do processo de projetos é de suma importância que

identifiquemos e analisemos todas as etapas dos processos. Apesar dessa importância de

identificação e análise dos conhecimentos das etapas ainda falta muita padronização nessas

definições.

Segundo TZORTZOPOULOS (1993, p.23) “tende a ser incrementada pelo fato dos

intervenientes do processo ser especializados no desenvolvimento de projetos específicos, e

terem uma compreensão diferenciada do conteúdo técnico de cada uma das etapas”.

Não há uniformidade entre os diferentes autores sobre quais são as etapas de projeto, mas é

quase que unânime entre eles, que a modelagem do processo é uma das primeiras ações a serem

realizadas para organizar, desenvolver e controlar o processo, permitindo a todos os agentes

envolvidos no mesmo tenham uma visão sistemática e detalhada de cada etapa.

Vários autores, baseados em pesquisas e trabalhos, sugerem a sua melhor maneira de divisão das

etapas de projeto, que iremos apresentar a seguir.

Para MELHADO (1994), o processo de projeto passa por etapas conceitualmente progressivas,

no qual a liberdade de divisão na escolha ou alternativas, vai sendo gradativamente substituída

pelo detalhamento das soluções adotadas. Essas etapas são: programa de necessidade, estudo

preliminar, anteprojeto, projeto executivo, projeto para produção, planejamento e execução,

assistência técnica.

Segundo a Norma NBR 13.531 (ABNT,1995) considera-se a seguinte divisão de processo de

desenvolvimento das atividades técnicas do projeto de edificações: levantamento, programa de

necessidades, estudo de viabilidade, estudo preliminar, anteprojeto, projeto legal, projeto básico

e projeto para execução.

SOUZA (1994) descreveu que as etapas do projeto de uma edificação são as partes sucessivas

nas quais poderá ser dividido o processo de desenvolvimento das atividades técnicas de projeto.

A subdivisão das etapas é feita da seguinte maneira: levantamento de dados, programa de

necessidade, estudo de viabilidade, estudo preliminar, anteprojeto, projeto legal, projeto pré-

executivo, projeto básico, projeto executivo, detalhes de execução, caderno de especificações,

gerenciamento de projetos, assistência à execução e Projeto As Built1.

PICCHI (1993) definiu que a nomenclatura das etapas de projeto não é consensual, sendo

geralmente no mínimo de três etapas: estudos preliminares, anteprojeto, projeto definitivo

(projeto executivo/detalhado). Outra etapa desenvolvida em paralelo ao anteprojeto, é a de

1 O projeto as built (como construído) é elaborado partir de informações de alterações do projeto executivo

coletadas durante ou após a execução da obra, tais como adequações de instalações elétricas e hidrosanitarias,

alterações de especificações de materiais, dimensões dos ambientes como revestimentos entre outro.

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“projeto legal”, elaborado para obter as aprovações necessárias em órgãos públicos e

concessionárias.

Com isso, podemos constatar que existem duas linhas de raciocínio para dividirmos as etapas de

processo de projeto: uma que é ligada ao conceito de que projetos são uma concepção e

especificação técnica o produto (projeto=produto), e outra linha ligada ao conceito de que

projeto é como um serviço. Neste caso, projeto não é apenas uma entrega de plantas, memoriais,

especificações, etc., mas sim o acompanhamento de todo processo de produção ate a entrega ao

usuário final.

Por todas essas divergências entre autores, quanto às etapas de processo de projeto, seguiremos

as seis etapas proposta por Melhado et. Al (2005, p.32) adaptado ao trabalho de MELHADO

(1994), que consiste em: idealização do produto, desenvolvimento do produto, formalização do

produto, detalhamento do produto, planejamento para execução e entrega final.

Na etapa de idealização do produto são escolhidas as definições preliminares e os programas de

necessidades do empreendimento, destinada à concepção, definições, analise e avaliações do

conjunto de informações técnicas e econômicas iniciais e estratégicas do empreendimento.

Visando constatar a viabilidade de um produto definido, seguindo as necessidades do mercado.

Segundo MELHADO (2005) podemos resultar no programa de necessidades se não houver

programa preestabelecido, onde as equipes de projeto e o cliente definem os rumos que o

empreendimento irá tomar.

A próxima etapa que é a de Desenvolvimento de produto, onde acontecem os levantamentos de

dados e o primeiro estudo preliminar. É feita a primeira avaliação nos aspectos mercadológicos,

econômicos e técnicos, junto com os custos, restrições legais, tecnologia e adequação ao usuário,

Melhado et. al. (2005). No final dessa etapa podemos chegar ao estudo preliminar.

Na etapa de formalização do produto chega-se no anteprojeto, projeto legal e projeto básico. O

anteprojeto é nosso produto final que desenvolvemos junto com as soluções dadas pelos

projetistas. Vai desde interfaces ocorridas nos projetos de instalações prediais, ate os mais

específicos projetos, tais como fundações, estrutura, esquadrias e ainda a parte de paisagismo e

interiores. Com todo o anteprojeto finalizado, passamos para o projeto legal e o básico. Esse

primeiro nada mais é que o projeto a ser aprovado pelos órgãos de administração publica, alem

de alvarás de construções e outras pendências. O projeto básico nos mostra as soluções

intermediárias das especialidades do projeto.

A etapa de detalhamento do produto é representada com todos os seus detalhes, informações,

especificações, memoriais tudo isso graficamente, deixando da maneira mais clara a edificação a

ser executada. Nesta etapa é que ocorrem as especificações dos componentes da edificação, sob

forma de desenhos, nos auxiliando na execução de cada serviço.

Etapa de planejamento para execução é uma etapa de transição entre as etapas de elaboração de

projeto e a entrega final. Nela esta a articulação entre os projetos, o planejamento e a execução

da obra. Segundo Melhado (2005) o planejamento para execução possibilita a simulação das

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alternativas técnicas e econômicas propostas pelo construtor ou pelo representante do cliente,

incrementando a racionalização da produção e adequando o projeto à cultura construtiva da

construtora, favorecendo a gestão de custos e prazos de projetos.

Entrega final é a finalização e revisões do projeto executivo, atualizando todas as informações

necessárias do projeto que tinha sido modificada durante a execução da obra. Essa etapa ocorre

com o desenvolvimento iterativo e a entrega de trabalhos finais, revisados pelas equipes de

projetos e de obra. O produto final desta etapa é o Projeto As Built, que contém informações do

projeto executivo, mostrando todas as suas modificações ao longo do período de execução de

obra.

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2.4 Diferentes tipos de Projetos numa Edificação

Baseado em MARQUES (1979) e MESEGUER (1991), traçou-se uma configuração para a

composição de um projeto, que está ilustrada na figura 3.

Figura 3 – Configuração para a composição de um projeto.

Fonte: Tavares Júnior (2001, p. 30).

Esta configuração para o projeto propõe uma divisão em duas partes. Na parte gráfica

colocaram-se as disciplinas básicas (Arquitetura, Estrutura e de Instalações) e as disciplinas

complementares (Sistemas mecânicos e de Produção). Na parte escrita, consideraram-se os

elementos que irão também complementar as disciplinas gráficas, tais como:

Memorial Descritivo – é a descrição das soluções adotadas pelo projetista no seu trabalho;

Memorial de Cálculo – é a justificativa matemática das soluções adotadas em projeto, sendo

necessária em algumas disciplinas gráficas (Estrutura, Instalações Elétrica, Hidráulica,

Sanitária e Sistemas Mecânicos);

Caderno de Encargos – estabelece as condições indispensáveis para o processo construtivo

especialmente quanto à qualidade dos materiais e à tecnologia construtiva empregada;

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Orçamento – é o elemento que relaciona o processo construtivo com a parte financeira,

tornando-se assim um item muito importante para o projeto.

Existem vários tipos de projetos na construção civil para uma edificação. Levantamento

Topográfico, estudo de solo, projetos estruturais, projeto de instalações (elétrico, telefônico,

hidrosanitário) projeto arquitetônico, projeto preventivo contra incêndio, entre outros. Aqui no

caso deste trabalho iremos estudar apenas alguns deles, os que achamos mais necessários para

desenvolvermos os estudos de compatibilização de projetos.

2.4.1 Projeto Arquitetônico

O projeto arquitetônico é o processo pelo qual uma obra de arquitetura é concebida e também a

sua representação final. É considerada a parte escrita de um projeto. O objetivo principal de

projeto de arquitetura de uma edificação é a execução da obra idealizada pelo arquiteto. Essa

obra deve se adequar aos contextos natural e cultural em que se insere e responder as

necessidades do cliente e futuros usuários do edifício. O projeto arquitetônico pode contar com

uma gama de projetos, plantas baixas, como fachadas, cortes, detalhes de acabamentos e

esquadrias, entre outros, só que no nosso caso iremos apenas analisar a planta baixa da

edificação do pavimento pilotis, pavimento tipo e da cobertura.

2.4.2 Projeto Estrutural

Elaborado por calculistas (Engenheiro de Estruturas), visa adaptar o projeto arquitetônico ao

sistema estrutural mais adequado. Através de criteriosos cálculos, o dimensionamento da

estrutura proporciona ao cliente ganhos como: rapidez na execução da obra, economia de

investimentos em materiais excedentes, facilidade de obtenção de orçamentos como ferragens e

concreto usinado através da quantificação dos mesmos. Além de proporcionar segurança para

operários e futuros moradores. Os projetos estruturais também possuem vários tipos como

projeto de fundações, formas, dimensionamento de pilares, de vigas, entre outros. Para facilitar o

estudo iremos utilizar apenas as plantas de formas dos pavimentos da edificação, onde

encontramos as vigas e seus pilares.

2.4.3 Projeto de Instalações Elétricas e Telefônicas

Como o próprio nome já diz, é o projeto elétrico de uma edificação. Nesse projeto que mostra

onde que vai cada tomada na edificação, quanto vai consumir de energia, a potência de cada ela,

onde que está ligada, a que circuito pertence, quadro de medidores, quadro de disjuntores, enfim

toda a parte elétrica da residência. Já o projeto telefônico, nos mostra onde que fica os pontos do

telefone, do interfone, da antena da televisão. No nosso trabalho consta um projeto elétrico e

telefônico da edificação.

2.4.4 Projeto de Instalações Hidrosanitário

O projeto de instalação hidrosanitário tem a nos informar toda a parte de água e esgoto da

edificação, entre plantas baixas, detalhes, descida de prumada de água, barriletes, entre outros.

Aqui neste trabalho iremos apenas usar as plantas baixas da edificação.

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2.5 Falhas mais freqüentes de Projetos

Foram demonstradas em pesquisas que os erros são ocasionados por falhas de projeto fazem, e

vêem fazendo partes da rotina da maioria das construtoras e, normalmente, e só são descobertos

na hora da execução da obra. Alguns dados são apresentados por Oliveira et al. (2001) nos

mostra que no Brasil 52% das falhas na construção civil se relacionam os erros de execução, e os

48% restantes se dividem em problemas com projeto e na qualidade do material, bem como na

má utilização dos equipamentos e dos edifícios. Estes dados deixam evidentes as falhas

existentes no processo produtivo da construção e apontam para a importância e a necessidade do

setor em tentar melhorar a qualidade das edificações brasileiras.

Atrasos na entrega dos projetos, inadequações de memoriais descritivos, soluções técnicas

inadequadas, falta de interesse de projetistas em conhecer elementos da obra e revisões feitas por

técnicos não habilitados, são alguns dos problemas recorrentes nas obras. Isso gera na obra re-

trabalhos, aumento de custos, interferências dos projetos, etc.

Conforme ABRANTES (1995), a qualidade de uma construção tem que ser entendida como

sendo a capacidade de satisfazer as exigências dos respectivos utilizadores, em condições de uso

para que fosse prevista, e resulta da soma de três qualidades: a do planejamento, a do projeto e a

da execução da obra. O autor também afirma que a não qualidade é muitas vezes mais

importante em fases anteriores do processo de construção, ainda que as conseqüências não sejam

imediatamente visíveis, sendo as formas mais correntes de não-qualidade os sinistros que

ocorrem durante a fase de uso da obra. As origens destes sinistros são indicadas na tabela 1.

Tabela 1 – Origens dos problemas patológicos na construção civil

ORIGENS DOS PROBLEMAS (%)

Projeto 60,0

Construção 26,4

Equipamentos 2,1

Outros 11,5

TOTAL 100,0

Fonte: Abrantes (1995).

Segundo NOVAES (1998), devido à subestimação da importância das etapas do processo de

projeto, é possível observar-se um conjunto de procedimentos que tem contribuído para a

elaboração de projetos e especificações inadequadas e imprecisas:

Insuficiência de detalhes;

Incompatibilização entre a concepção e o detalhamento;

Falta de integração entre projetos distintos;

Ausência de conformidade entre o projeto e a produção.

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Também, com base em entrevistas, NASCIMENTO & FORMOSO (1998) destacaram os

seguintes problemas de projeto como os de maior freqüência em obra:

Peso excessivo dos componentes pré-fabricados;

Detalhes de acabamento que ficam a critério do cliente;

Nível de detalhamento do projeto insuficiente;

Cruzamento de tubulações elétricas e hidráulicas;

Posicionamento incorreto dos pontos elétricos;

Falta de especificação para execução dos serviços;

Falta de projeto executivo;

Falta de medidas;

Ferragens ou armaduras muito extensas que geram problemas de transporte;

Utilização de materiais frágeis;

Falta de informação quanto à utilização de novos materiais;

Mudanças imprevistas de projeto.

Neste mesmo trabalho, os autores fizeram um levantamento dos retrabalhos acontecidos durante

a coleta e chegaram à conclusão de que a origem desses problemas era devido a:

Erros de medida no projeto;

Incompatibilidades entre elementos construtivos;

Solicitações de modificações realizadas pelo cliente;

Incompatibilidades entre projetos;

Projeto não foi seguido ou ocorreu algum erro de leitura do projeto por parte da produção.

Melhado (1994) lembra ainda que, embora indesejáveis, podem ocorrer alterações nas

discriminações de materiais, cronogramas, métodos construtivos e até mesmo no projeto ao

longo da execução do empreendimento.

Formoso (1993) constatou, em sua pesquisa realizada sobre as dificuldades dos gestores

técnicos, que quase na totalidade das vezes, as reuniões realizadas entre projetistas e construtores

são feitas de maneira informal, através de visitas ou ligações telefônicas. Segundo o próprio,

apenas 11% das empresas adotavam comunicações por escrito. Mais de 90% das empresas

alteravam projetos durante a execução da obra, sendo que 22% delas revelaram que as obras

tinham início antes da conclusão dos projetos executivos.

Ainda podemos identificar alguns problemas comuns relacionados aos projetos, sendo que as

respostas mais freqüentes são complementares, como pode ser observado na Tabela 2, a seguir:

Tabela 2 – Falhas típicas de projetos apontados por construtoras

TIPO DE PROBLEMA (%)

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Incompatibilidade entre diferentes projetos 53,0

Erros ou diferenças de cotas, níveis, alturas 53,0

Falta de detalhamento dos projetos 48,0

Falta de discriminação de materiais e componentes 47,0

Detalhamento inadequado dos projetos 47,0

Discriminação falha de materiais e componentes 26,0

Fonte: FORMOSO (1993).

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2.6 Coordenação de Projetos

A coordenação de projeto é uma atividade de suporte ao desenvolvimento voltado à integração

dos requisitos e das decisões de projetos, ela tem que ser exercida durante todo o processo e o

seu objetivo é fomentar a interatividade, melhorando a qualidade dos projetos. Segundo o

professor da POLI-USP, Silvio Burratino Melhado em entrevista para Revista Téchne,

Abri/2006:

“As decisões tomadas nas fases iniciais do empreendimento têm grande participação na redução

dos custos e falhas do edifício e representam importante informação de apoio à produção”.

Portanto, Coordenação de Projetos, pode ser definida como uma função que faz parte da gestão

do processo de projeto que tem por objetivo garantir: o atendimento dos requisitos exigidos pelo

cliente, o fluxo de informações entre os participantes, o controle das mesmas e a compatibilidade

entre as soluções dos sistemas projetados.

De acordo com SOUZA et al (1994, p.142), “a coordenação é uma função gerencial a ser

desempenhada no processo de elaboração do projeto, com a finalidade de assegurar a qualidade

do projeto como um todo durante o processo. Trata-se de garantir que as soluções adotadas

tenham sido suficientemente abrangentes, integradas e detalhadas e que, após terminado o

projeto, a execução ocorra de forma contínua, sem interrupções e improvisos”.

Segundo ARANCIBIA, 2005, alguns autores identificam a coordenação de projetos num sentido

amplo como sendo a própria gestão do processo. Nesta dimensão, a mesma pode ser definida

como:

Definição, organização e planejamento das etapas do desenvolvimento de projetos, definindo

prazos, responsabilidades e o alcance dos mesmos;

Análise e controle das soluções técnicas propostas pelos projetistas, visando o melhor

desempenho da edificação, a racionalização de recursos e a adequação entre o projeto e a

prática construtiva do executor do empreendimento;

Controle global do processo em nível de recursos, comunicações, qualidade, custos e riscos

entre outros;

Integração geral e compatibilização entre os projetos de arquitetura e complementares.

As vantagens da coordenação de projetos é a redução de custos e a racionalização da obra. A

coordenação reduz ainda tempo de obra e melhora o desempenho do edifício. A qualidade dos

projetos tem impacto direto no orçamento, no planejamento e na execução da obra. Quanto

menos erros nos projetos, conceituais ou operacionais, menor a probabilidade de falhas na obra e

menores perdas financeiras. Uma coordenação bem executada melhora a qualidade dos projetos,

reduz custos, proporcionando um retorno do investimento realizado.

2.7 Compatibilização de projetos

Na construção de edificações, os projetos são geralmente desenvolvidos paralelamente pelos

diversos projetistas (arquitetura, estruturas e instalações), sendo reunidos somente na hora da

execução dos serviços (na obra). Este procedimento gera uma série de incompatibilidades que

comprometem a qualidade do produto final e causam perdas de materiais e produtividade. É

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fundamental que exista uma coordenação de projetos, que os compatibilize desde os estudos

preliminares (GOZZI & OLIVEIRA, 2001).

Marques (1979) apud Novaes (1997) entende caber distinção entre dois conceitos para projeto.

Um estático referente a projeto como produto, constituído por elementos gráficos e descritivos,

ordenados e elaborados de acordo com linguagem apropriada, destinado a atender às

necessidades da etapa de produção; e outros, dinâmicos, que confere ao projeto um sentido de

processo, através do quais as soluções são elaboradas e compatibilizadas.

Compatibilização de Projetos é a atividade de gerenciar e integrar projetos correlacionados,

tendo em vista o perfeito ajuste entre eles, conduzindo para a obtenção dos padrões de controle

de qualidade total de determinada obra. Também pode ser definida como: a análise, verificação e

correção das interferências físicas entre as diferentes soluções de projeto de uma edificação.

NOVAES (1998) afirmou que a compatibilização das disciplinas do projeto é uma ação

empreendida no âmbito da coordenação das soluções adotadas nos projetos do produto e nos

projetos para produção, assim como, nas especificações técnicas para a execução de cada

subsistema.

De acordo com Vanni et al. (1999), como princípio norteador do desenvolvimento do método de

compatibilidade de projetos, partiu-se da idéia básica de que as incompatibilidades entre os

diversos projetos – arquitetônico, estrutural, hidráulico, elétrico, etc., são decorrentes dos fluxos

ineficientes de informação nas diversas etapas de desenvolvimento do projeto. Mais ainda,

muitas das atividades desenvolvidas não agregam valor ao produto final, representando,

portanto, um desperdício.

Segundo Youssef (1994) apud Vanni et al. (1999), a compatibilidade de projetos é uma tarefa

voltada à execução de edificações, e tem de ser considerada como intrinsecamente interligada a

ela. Portanto, os projetos devem ser realistas, buscando adoção de medidas de racionalização

tanto no projeto como na execução, tendo em vista alcançar a construtibilidade do produto.

Segundo RODRÍGUEZ e HEINECK (2001), a compatibilização deve acontecer em cada uma

das seguintes etapas do projeto: estudos preliminares, anteprojeto, projetos legais e projeto

executivo, indo de uma integração geral das soluções até as verificações de interferências

geométricas das mesmas. Os mesmos autores indicam que a compatibilização fica facilitada na

medida em que ela é iniciada a partir dos estudos preliminares.

Para exemplificar, a compatibilização deve resolver as seguintes interferências entre um sistema

estrutural e outros sistemas: interferência como o layout de arquitetura (circulações espaços,

possíveis modificações), interferência da malha estrutural com espaços para garagens e

circulações de veículos ou interferência com caminhos horizontais e verticais das instalações, ou

encontro dos projetos elétricos e hidrosanitário, tal como quadro de disjuntores com tubulações

de passagens na laje.

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Silva (2004, p.59) diz que após a avaliação das soluções nos diversos projetos analisados, a

compatibilização se processa por meios manuais ou digitais. Esta autora diz que a

compatibilização de projetos é realizada através da superposição e análise de desenhos:

Manualmente, analisando cada um dos projetos em desenhos impressos, em material

translúcido ou em plantas plotadas. As incompatibilidades podem ser destacadas com

“nuvens” de revisão e classificadas por cor e disciplina, colocando-se, ao lado do desenho,

uma lista por disciplina de projeto;

Digitalmente, através de recursos de superposição de pranchas bidimensionais ou em 3D de

arquivos eletrônicos.

Aqui iremos analisar duas técnicas de compatibilidade, para que no final escolhermos não a

melhor, mas a que satisfaça o nosso trabalho.

2.8 Diferentes Técnicas de Compatibilidade

A primeira técnica de compatibilidade a ser estudada neste trabalho será a de Engenharia

Seqüencial, posteriormente falaremos da segunda técnica que é a Engenharia Simultânea.

2.8.1 Engenharia Seqüencial

Engenharia Seqüencial é baseada no modelo de conversão que é conceitualizado por KOSKELA

(1998) como uma conversão de entradas em saídas, sendo que seus princípios e suas deficiências

estão sendo explicados na tabela 3.

Tabela 3 - Princípios relacionados ao modelo de conversão e suas deficiências

PRINCÍPIOS DEFICIÊNCIAS

a

- O processo de conversão pode ser dividido em Oculta atividades de não-conversão (por vezes

subrocessos, que também são processos de chamadas perdas), conduz para pensamento que

conversão. todas atividades são similares.

b

- O custo de processo total pode ser minimizado Oculta a interdependência entre atividades;

pela minimização do custo de cada subprocesso. direciona a atenção para longe de possibilidades

para redução de custos completos, coordenados

e otimizados de atividades sucessivas.

c

- O método é vantajoso para separar o processo Sugere aumentar atividades de não-conversão

de produção do ambiente externo completo por causa de coordenação.

físico ou suporte organizacional

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d

- O valor da saída de um processo é associado Oculta a oportunidade de agregar valor para

com custos (ou valor) de entradas para atender às necessidades do cliente.

qualquer processo.

Fonte: (KOSKELA, 1998).

Assim como KOSKELA, TZORTZOPOULOS (1999) concorda com essa abordagem e aponta

que o projeto, bem como os outros processos de produção, são analisados e gerenciados como

um conjunto de conversões, no qual a atividade de projetar é encarada como uma transformação

de requisitos e necessidades dos clientes (internos e externos) em projetos satisfazendo essas

requisições.

Quanto à melhoria do processo, TZORTZOPOULOS (1999) comenta que o ganho em eficiência

e eficácia das atividades tem como embasamento o uso de ferramentas de projeto como o CAD2.

Em contramão à melhoria do processo, HUOVILA et al (1997), citados por TZORTZOPOULOS

(1999), apontam duas deficiências importantes no modelo de conversão:

Neste modelo, na análise do processo de projeto não fica bem explicitada a existência de

atividades que não agregam valor ao produto;

O modelo não identifica claramente os clientes específicos de cada etapa do processo, que

possuem requisitos diferenciados.

Devido à contribuição destas deficiências, os mesmos autores apontam alguns problemas que

se mantém no processo:

A existência de muitos requisitos que não são definidos no início do processo;

Erros de projetos são detectados em fases avançadas, causando retrabalhos;

A existência de poucas interações entre os projetistas;

Esperas para aprovações, instruções ou informações tomam a maior parte do tempo dos

projetistas;

As atividades do processo são desenvolvidas de forma seqüencial, e muitas vezes ocorrem

longos períodos de espera entre o desenvolvimento de ações subseqüentes;

Longa duração, alto custo e baixa qualidade dos projetos em geral.

A deficiência do modelo de Engenharia Seqüencial também é enfatizada por LESSA et al (1999,

p.3), que afirmam: “no modelo seqüencial de projeto, as atividades de planejamento do processo

e de avaliação e testes são realizadas numa etapa avançada do desenvolvimento do produto.

Assim, qualquer modificação no projeto causa: aumento dos custos devido ao retrabalho, atrasos

no lançamento previsto dos produtos, alto custo de fabricação para os novos produtos devido ao

baixo volume de fabricação, etc.”.

Portanto, por várias deficiências que este modelo de Engenharia Seqüencial apresenta, gerando

em conseqüência vários problemas, e da evolução dos fatores de competitividade produzidos

2 CAD - computer aided design

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pela globalização dos mercados, este modelo de Engenharia Tradicional perdeu espaço para uma

nova forma de organização, que é a Engenharia Simultânea.

2.8.2 Engenharia Simultânea

Podemos chamar Engenharia Simultânea também de Engenharia Paralela que tem origem do

inglês concurrent engineering, também chamada de simultaneous engineering ou parallel

engineering.

Conforme Broughton (1990) apud Evbuomwan & Anumba (1998) define Engenharia Simultânea

como uma tentativa para otimizar o projeto de produtos e processos de manufatura, para reduzir

tempos e melhorar a qualidade e o custo, por meio da integração das atividades de projeto e de

manufatura e da maximização do paralelismo nas práticas de trabalho.

Para Lugli & Naveiro (1996) a Engenharia Simultânea é definida como a maneira de conduzir a

atividade de projeto de forma que as várias atividades relacionadas à progressão do projeto são

integradas e realizadas, sempre que possível, em paralelo ao invés de seqüencialmente. Mais

especificamente, “Engenharia Simultânea é a consideração, durante a fase de projeto, dos fatores

associados ao ciclo de vida do produto. Eles incluem fabricação, montagem, teste, manutenção,

custo e qualidade” (O’GRADY & YOUNG, 1991 apud LUGLI & NAVEIRO, 1996, p.3).

De acordo com Rufino (1999), para a elaboração de um projeto com base na Engenharia

Simultânea, denominado de Projeto Simultâneo, é necessário haver um desenvolvimento em

conjunto e integrado de todas as fases do produto (projeto), como mostrado na Figura 4. Pode-se

concluir, a partir desta Figura, que as bases do Projeto Simultâneo são (FABRICIO 1998 apud

RUFINO, 1999):

Fomento à interatividade entre os participantes da equipe multidisciplinar, com ênfase para o

papel do coordenador de projetos como fomentador do processo;

Integração no projeto de visões de diferentes agentes do processo de produção, através da

formação de equipes multidisciplinares;

Forte orientação para a satisfação dos clientes e usuários (transformação das aspirações dos

clientes em especificações de projeto).

Realização em paralelo de várias etapas do processo de desenvolvimento de produto, em

especial, desenvolvimento conjunto de projetos do produto para a produção;

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Figura 4 - Interação de etapas no desenvolvimento de um novo empreendimento com

Projeto Simultâneo.

Fonte: FABRICIO (1998), apud RUFINO (1999).

Fazendo uma rápida comparação entre a Engenharia Seqüencial e a Engenharia Simultânea, o

primeiro aspecto a ser analisado será o processo de desenvolvimento do produto. Enquanto a

característica mais predominante do desenvolvimento de projeto pela engenharia tradicional é

justamente a sequenciamento das etapas constituintes de projeto, ocasionando algumas

deficiências, como: falta de integração entre as diversas etapas. Deficiência na troca sistemática

de informações e acréscimo de retrabalhos, TZORTZOPOULOS (1999), apud MELHADO

(1994), tem ainda outras deficiências relevantes, que são: o levantamento das necessidades dos

clientes para concepção do produto que é feita d maneira precária, BAIA & MELHADO, (1998),

ausência da coordenação de projetos, FABRICIO & MELHADO, (1998).

Já a Engenharia Simultânea aplica à execução de projetos, como seu próprio nome diz, executa

as etapas de projetos simultaneamente. Verifica-se também que o desenvolvimento do projeto do

processo de produção (definição do processo tecnológico, planejamento da produção, projeto

para produção) é feito em paralelo com o projeto do produto (briefing, estudo preliminar,

anteprojeto, projeto legal e projeto executivo).

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Com esse novo arranjo, propiciam-se melhores condições para uma maior integração entre as

etapas de projeto, melhorias na sistemática de informações e conseqüente diminuição de

retrabalhos, que são justamente os fatores em que o modelo tradicional apresenta deficiência.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de desenvolvimento de produtos na construção de edifícios apresenta uma série

de deficiências que vão repercutir negativamente na qualidade dos produtos gerados e na

eficiência da construção. O pobre desempenho dos projetos, frente a seus clientes internos e

externos, está intimamente associado a pouca interatividade entre os agentes envolvidos no

processo de projetos do setor. Como alternativa a este quadro, a utilização do conceito de

Projeto Simultâneo se mostra potencialmente promissor na busca por processos de projetos

orientados ao desenvolvimento integrado das várias especialidades de projeto, com

significativas repercussões na qualidade do projeto. Para operacionalização dos Projetos

Simultâneos foram propostas alterações no encadeamento das etapas de projeto de forma a

privilegiar o paralelismo entre etapas de projeto e a interatividade entre os executores destas

etapas, de forma a buscar um processo de projetos orientado à análise precoce das

repercussões das especificações adotadas e de alternativas que propiciem uma ampliação do

desempenho dos projetos segundo uma visão global do empreendimento.

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Como a compatibilização de projetos pode diminuir custos, gastos e retrabalhos na Construção Civil

Dezembro/2014

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 Dezembro/2014

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