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Como Exportar França Ministério das Relações Exteriores Departamento de Promoção Comercial e Investimentos Divisão de Inteligência Comercial

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Como Exportar

França

Ministério das Relações ExterioresDepartamento de Promoção Comercial e Investimentos

Divisão de Inteligência Comercial

COMO EXPORTAR

França

COLEÇÃO ESTUDOS E DOCUMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR

Coleção: Estudos e Documentos de Comércio Exterior

Série: Como ExportarCEX: 237

Elaboração:Ministério das Relações Exteriores - MREDepartamento de Promoção Comercial e Investimentos - DPRDivisão de Inteligência Comercial - DICEmbaixada do Brasil em ParisSetor de Promoção Comercial - SECOM

Coordenação: Divisão de Inteligência Comercial

Distribuição: Divisão de Inteligência Comercial

Os termos e a apresentação de matérias contidas na presente publicação não traduzem expressão de opinião por parte do MRE sobre o status jurídico de quaisquer países, territórios, cidades ou áreas geográficas e de suas fronteiras ou limites. Os termos “desenvolvidos” e “em desenvolvi-mento” empregados em relação a países ou a áreas geográficas não implicam posição oficial por parte do MRE.

Direitos reservados.

O DPR, que é titular exclusivo dos direitos de autor, permite sua reprodução parcial, desde que a fonte seja devidamente citada.

(*) Este guia foi registrado no Escritório de Direitos Autorais da Fundação Biblioteca Nacional (ISBN 85-98712-47-7).

O texto do presente estudo foi concluído em dezembro de 2014.

B823c Brasil. Ministério das Relações Exteriores. Divisão de Inteligência Comercial. Como Exportar: França / Ministério das Relações Exteriores._Brasília: MRE, 2014.

120 p.; il._ (Coleção estudos e documentos de comércio exterior).

1. Brasil – Comércio exterior. 2. França – Comércio Exterior. I. Título. II. Série.

CDU: 339.5 (82:44)

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INTRODUÇÃO ....................................................................................................5

MAPA DA FRANÇA .............................................................................................9

DADOS BÁSICOS .............................................................................................11

I – ASPECTOS GERAIS .....................................................................................13 1.Geografia ..............................................................................................13 2. População, centros urbanos e nível de vida ...........................................15 3. Transportes ..........................................................................................18 4. Comunicações .....................................................................................20 5. Organização política e administrativa ....................................................21 6. Organizações e acordos internacionais .................................................27

II – ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS ...............................................................29 1. Conjuntura econômica ........................................................................ 29 2. Principais setores de atividade............................................................. 39 3. Moedaefinanças ................................................................................ 51 III – COMÉRCIO EXTERIOR .............................................................................. 55 1. Evoluções recentes ............................................................................. 55 2. Direção e origem ................................................................................. 56 3. Composição do comércio exterior ....................................................... 59

IV. RELAÇÕES ECONÔMICAS BRASIL – FRANÇA .......................................... 63 1. Intercâmbio comercial ......................................................................... 63 2. Investimentos bilaterais ....................................................................... 68 3. Principais acordos bilaterais ................................................................ 70

V – ACESSO AO MERCADO ............................................................................ 73 1. Sistema tarifário .................................................................................. 73 2. Regulamentação de importação .......................................................... 76 3. Documentos e formalidades ................................................................ 83 4. Regimes especiais .............................................................................. 84

SUMÁRIO

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VI – ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO .......................................................87 1. Canais de distribuição ......................................................................... 87 2. Promoção de vendas .......................................................................... 91 3. Publicidade ......................................................................................... 92 4. Práticas comerciais ............................................................................. 92

VII – RECOMENDAÇÕES ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS ................................... 95 1. Por que estar presente no mercado francês? ....................................... 96 2. Asdificuldadesdeacessoaomercadofrancêspodemsersuperadas 100 3. Conclusão ........................................................................................ 103

ANEXOS ........................................................................................................105 I. Endereços ..........................................................................................105 II. Informações práticas..........................................................................114

BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................119

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INTRODUÇÃO

Com localização privilegiada na Europa, a França possui ligações com o mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. É o país mais extenso da Europa ocidental com 550 mil km2.Possui vários territórios espalhados pelo mundo, denominados de Departamentos e Territórios de Ultramar (DOM-TOM, na sigla em francês), que a tornam a segunda maior zona econômica exclusiva (ZEE) do mundo, com uma área total de 10 milhões de km², pouco menor que a ZEE dos Estados Unidos, com 11 milhões de km².

Está localizada na região central do continente e possui excelente infraestrutura de transportes, o que representa uma porta de entrada para outros mercados da comunidade europeia, facilitando a movimentação da mercadoria.

A França é o quinto maior importador de bens do mundo e responsável por aproximadamente 3,1% do comércio mundial (2012). No entanto, a crise econômica internacional provocou, em 2009, uma redução de 17% do valor de trocas do comércio exterior do país devido essencialmente à

diminuição da demanda na Europa e nos Estados Unidos, bem como de seu mercado interno. Nos anos seguintes, o comércio exterior francês voltou a crescer (14% em 2010, 8,4% em 2011 e 3,1% em 2012), mas registrou uma redução da ordem de 1,3% em 2013. No tocante às importações francesas, registrou-se um crescimento de 12,3% em 2011, de 1,2% em 2012 e uma queda de 2,3 em 2013. A pauta das importações é composta, em sua maioria, por produtos industrializados, com destaque para os setores de energia (combustíveis, eletricidade), de transporte (equipamentos para indústria automobilística e aeronáutica), de equipamentos (mecânicos, elétricos, eletrônicos e de informática) e farmacêutico.

O país é membro da União Europeia que representa hoje o maior mercado do mundo, totalizando 500 milhões de consumidores.

Em 2013, o produto Interno Bruto europeu foi superior a 13 trilhões de Euros (US$ 17,5 trilhões), enquanto que o americano é de,

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aproximadamente 12 trilhões de Euros (US$ 16,2 trilhões). A França é a segunda maior economia da Europa, com um PIB Bruto a preços correntes de 2,06 trilhões de Euros (aproximadamente US$ 2,8 trilhões), que representam 15,7% do PIB europeu, além de ser o quinto maior mercado do mundo, após Estados Unidos, China, Japão e Alemanha. É o terceiro país que mais atrai investimentos estrangeiros na Europa, logo após o Reino Unido e a Alemanha, direcionados principalmente aos setores de máquinas e de equipamentos; agroalimentar; aeronáutico; energia; automobilístico; de equipamentos elétricos e de informática; químico; e de equipamentos médicos.

A União Europeia é a origem tradicional das compras francesas. Nas últimas décadas, por volta de 60% das compras francesas provinham de países europeus. Essa participação caiu para 58% em 2011, o que demonstra um discretofenômenodediversificaçãode origem dos produtos importados pela França, o que pode ser uma oportunidade para o Brasil aumentar asvendasediversificarsuapautade

exportações.

O Brasil possui pequena participação no mercado importador francês diante das potencialidades de negócios entre os dois países. Sua fatia de mercado vem mantendo-se constante nos últimos anos, passando de 0,6% em 2004 a 0,7% do total das compras francesas em 2013. Os dados dos três primeiros trimestres de 2014 indicam que a fatia brasileira representou 0,46% das compras francesas no período.

A pauta das exportações brasileiras para França é composta essencialmente por produtos básicos dentre os quais se destaca o item “bagaços e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja”, que representou, em 2014, US$ 859 milhões, ou seja, 29% do total das vendas brasileiras. O item “minérios de ferro” que, em 2013, liderou a pauta de exportações brasileiras, com US$ 1 bilhão, respondeu, em 2014, por cerca de US$ 624 milhões de dólares, representando 21% das vendas totais brasileiras para o país. Em seguida, destacam-se pasta química de madeira; café não torrado; soja, mesmo triturada;

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partes para aviões ou helicópteros; e calçados. Quanto às exportações por valor agregado, em 2014, 63% são constituídos de produtos básicos, 1% de operações especiais, 8% de bens semimanufaturados, 36% de produtos manufaturados. Dentre estes últimos, destacam-se partes para aviões ou helicópteros, calçados e peças para motores de explosão.

A boa estrutura econômica francesa, a atração de investimentos e o crescimento da demanda importadora anunciam boas perspectivas para os exportadores brasileiros.

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Torre Eiffel, Paris

Foto: shutterstock.com

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MAPA

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Arco do Triunfo, Paris

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Superfície: 552 mil Km² (França metropolitana)

População: 63,9 milhões de habitantes (janeiro de 2015)

Densidade Demográfica: 115,7 hab./km² (França metropolitana)

População economicamente ativa: 28,3 milhões (2012) Taxa de desemprego: 10,3% (dezembro de 2014)

Principais Cidades: Paris, Lyon, Marseille, Lille, Toulouse, Nice, Bordeaux, Nantes, Strasbourg, Toulon.

Moeda: Euro

Paridade em relação ao dólar: € 1 Euro = US$ 1,13 (cotação em 11/02/2015)

PIB a preços correntes (2014): França: US$ 2,902 trilhõesEUA: US$ 17,416 trilhõesBrasil: US$ 2,244 trilhões

PIB per capita preços correntes (2014): França: US$ 45.383 EUA: US$ 54.678 Brasil: US$ 11.067

Crescimento real do PIB: 2008: +0,2% 2009: -2,9%

DADOS BÁSICOS

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2010: +2,0% 2011: +2,1% 2012: +0,3% 2013: +0,3%2014: +0,4% (p)

Composição do PIB (2013): Agropecuária: 1,9%Indústria: 18,7%Serviços: 79,4%

Produção (principais produtos):Agropecuária: cereais, oleaginosos, bovino, suíno, aves, caprino.Agroindústria: cereais, vinho, indústria alimentícia, produtos destinados à alimentação animal. Indústria: energia, transportes (aeronáutica, automobilística), farmacêutica, equipamentos, construção, artigos de luxo.

Comércio Exterior da França:Importações: € 504 bilhões (2013)Exportações: € 427 bilhões (2013)

3º Trimestre de 2014:Importações: US$ 513 bilhõesExportações: US$ 438 bilhões

Comércio Bilateral Brasil-França:Exportações brasileiras: US$ 3,4 bilhões (2014)Importações brasileiras: US$ 6,5 bilhões (2014)

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1. Geografia

A França está localizada na Europa ocidental e limita-se ao norte com o mar da Mancha; a nordeste com a Bélgica, Luxemburgo e Alemanha; a leste com a Suíça; a sudeste com a Itália; ao sul com o mar Mediterrâneo e Espanha; e a oeste com o oceano Atlântico.

É o país mais extenso da Europa ocidental com 552 mil km2. Possui vários territórios espalhados pelo mundo, denominados Departamentos e Territórios de Ultramar. Na América: Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Saint-Barthélemy e Saint-Pierre-et-Miquelon; na África: Reunião e Mayotte; na Oceania: Nova Caledônia; Polinésia Francesa e Wallis-e-Fortuna; e nos Mares do Sul: Terras Austrais e Antárticas Francesas.

Paris é a capital e cidade mais importante. Seguem as distâncias entre Paris e as principais cidades francesas e europeias:

Distâncias de Paris

Cidade Distância (km) Cidade Distância (km)

Le Havre 211 Bruxelas 294 Lille 219 Rotterdam 440 Rennes 346 Bonn 500 Nantes 385 Amsterdam 514 Lyon 464 Genebra 546 Bordeaux 566 Madri 1.268 Marselha 798 Roma 1.531 Nice 941 Lisboa 1.786

Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Etudes.Economiques.

I - ASPECTOS GERAIS

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Regiões geográficas e clima

Quanto ao relevo, as planícies são predominantes, cobrindo cerca de 2/3 do território. No centro, a sudoeste e a leste, situam-se as principais cadeias de montanhas: a do Maciço Central, dos Pireneus e dos Alpes – o Monte Branco é o mais alto pico da Europa ocidental, com 4.807 metros.

A costa marítima, de cerca de 5.500 km, acompanha o Mar do Norte, o Canal da Mancha, o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo.

Aredehidrográficafrancesacorrespondea0,26%daáguafluvialdo mundo. Quatro rios de grande importância para o desenvolvimento industrial e urbano irrigam o território francês. O Rio Loire, com 1.012 km de extensão e o Garona, com 575 km, são pouco utilizados na navegação. O Rio Sena, com 776 km de extensão, navegável de Rouen até Le Havre na faixada Atlântica, e o Ródano, com 522 km, de Lyon até a região marítima do Mediterrâneo. Por último, o Rio Reno, um dos principais trechos de navegação do mundo, situado na fronteira com a Alemanha, que possui 1.233 km de

extensão, dos quais 188 encontram-se em território francês.A França situa-se em zona climática temperada,influenciadaporventosdo oeste portadores de massas de ar marítimo que suavizam o clima das regiões litorâneas e interiores. No inverno, os ciclones continentais ocasionam ventos frios e baixas temperaturas. A combinação da influênciamarítimacomalatitudee altitude contribuem para a diversidade do clima no país. A temperatura média na França é de 5°C no inverno e de 25°C no verão.

Na zona oeste do país, o clima predominante é o oceânico, caracterizado por precipitações regulares e abundantes, com invernos rígidos, verões frescos e céu nublado com chuvas. O clima mediterrâneo, no sudeste do país, é caracterizado por verões quentes e secos e invernos amenos. Nas regiões mais elevadas, as temperaturas são mais frescas e as precipitações mais abundantes. Nos picos, predomina a neve por mais de 150 dias ao ano.

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2. População, centros urbanos e nível de vida

População

A população francesa é composta de vários grupos étnicos, principalmente os gauleses e os celtas, que deram à região o nome de Gália, hoje França. São também importantes as populações de origem romana, grega e germânica. Destacam-se, ainda, os árabes e judeus instalados no sul do país, na fronteira com a Espanha. O maior número de imigrantes nas últimas décadas são originários do norte da África (2,7%) – Marrocos, Tunísia e Argélia – seguido dos europeus (2,6%) e asiáticos (0,8%), originários, principalmente, da China e Turquia.

A França possui a segunda maior população da União Europeia, após a Alemanha, representando 13% do mercado consumidor europeu (28 países desde o 1° de julho de 2013, com a entrada da Croácia). No ranking mundial, ocupava a 20ª posição entre os países mais populosos em 2014.

Conforme estatísticas do INSEE, Institut National de la Statistique

et des Etudes Économiques, a população francesa (incluindo departamentos ultramarinos) apresentou crescimento médio da ordem de 0,4% ao ano (contra 0,25% para a União Europeia), passando de 61,38 milhões de habitantes em 2002 para 66,3 milhões em 2014, dos quais, 51,6% são mulheres e 48,4% são homens.

Evolução da população, 2002-2014(Em mil de habitantes)

Ano População

2002200320042005200620072008200920102011201220132014

61.38561.82462.25162.73163.18663.60163.96264.30564.61364.94965.28165.82166.317

Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques.

No que se refere à composição da população por faixa etária, observa-se que 24,7% são jovens com

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menos de 20 anos. A população com idade entre 20 e 64 anos foi estimada em 56,9% e com 65 anos ou mais, em 18,4%.

Composição da população, 2015 (1º de janeiro) Faixa etária Mulheres Homens Total

Menos de 20 anos20 a 64 anos65 anos ou mais

23,4% 56,1% 20,5%

26,1% 57,8% 16,1%

24,7% 56,9% 18,4%

Não inclui MayotteFonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques.

Quanto à imigração, vale notar que a França atrai muitos imigrantes. No período entre as guerras, com suabaixadensidadedemográfica,o país necessitava de trabalhadores imigrantes para suprir o mercado de mão-de-obra. Esses imigrantes, muitas vezes refugiados, eram gregos, armênios, russos e espanhóis. Após a Segunda Guerra, a entrada de imigrantes continuou estimuladaenofimdadécadade1960 ocorreu o “baby boom”, ou seja, um número representativo de nascimentos no país. Os imigrantes procedentes inicialmente da Espanha e da Itália, depois, do Magreb e Portugal, África negra, Oriente e Ásia, continuaram entrando no território francêsatéosfilhosdo“babyboom”atingirem idade para trabalhar.

Entretanto, a partir da década de 1980, o país passou a controlar fortemente a imigração. Em épocas de crise, a imigração é alvo de debates.

Estatísticas do INSEE referentes ao ano de 2010 indicam que aproximadamente 90% dos franceses residentes são de origem francesa. Dentre os imigrantes, 39 % são de origem europeia, 40% africana (27 % do norte da África), 14 % asiática e 6% do continente americano e Oceania.

Centros urbanos

A França possui 45 áreas urbanas com mais de 150 mil habitantes. A região de Île de France, que

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engloba a grande Paris, é a mais desenvolvida da França, com cerca de 12 milhões de habitantes e densidadedemográficasuperiora990 habitantes por km2. Essa região engloba aproximadamente 19% da população francesa metropolitana, seguida de Rhônes-Alpes (10%), Provence-Alpes-Côte d’Azur (7,9%), Nord-Pas-de-Calais (6,4%), Pays de Loire (5,7%), Aquitaine (5,2%) e Bretagne (5%).

Nível de vida

A França possui uma das mais altas expectativas de vida do mundo. Conforme dados do INSEE, esse valor passou de 76,7 anos para os homens e 83,8 anos para as mulheres, em 2004, para 79,2 para os homens e 85,4 para as mulheres, em 2014. O aumento médio nas últimas décadas foi de cerca de 0,25% por ano. Em 2011, a população metropolitana francesa feminina posicionou-se em 2° lugar entre as maiores expectativas de vida do mundo, segundo o INED (Institut National d’Études Demographiques), e a masculina, em 11°.

A população economicamente ativa eleva-se a 28,6 milhões de pessoas

(2013), com aproximadamente 25,8 milhões empregadas e 2,8 milhões à procura de emprego. A taxa de desemprego é de cerca 10,3% da população ativa, contra 9,9% em 2013, de acordo com os critérios do BIT (Bureau International du Travail). No tocante à renda, o salário médio anual líquido é em torno de 25.560 Euros e a poupança familiar representa cerca de 16% da renda disponível.

Idioma e religião

Oidiomaoficialéofrancês.Outraslínguas são também utilizadas, em razão do fortalecimento das relações com os países vizinhos, tais como o inglês, o alemão e o espanhol. A liberdade de culto é respeitada na França. Contrariamente a outros países da Europa, a França não utiliza a religião como critério de recenseamento. De acordo com estudos e sondagens, atualmente cerca de 60% da população declara-se católica e o restante divide-se entre ateus, muçulmanos, protestantes, judeus e outras religiões. A segunda religião praticada na França é a muçulmana com cerca de quatro milhões

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de adeptos, segundo dados do Ministério do Interior de 2010.

3. Transportes

O setor de logística de transportes na França é desenvolvido e ágil. As rodovias são as mais utilizadas para o comércio doméstico e transporte em pequenas distâncias. Na exportação o meio marítimo é o mais utilizado. Essa distribuição apresentou pouca alteração nos últimos anos. No entanto, o volume de mercadorias transportadas por via terrestre registrou uma diminuição da ordem de 5% em 2008 e de 13,6% em 2009. O volume voltou a crescer ligeiramente nos anos seguintes, atingindo um crescimento de 3,3% em 2010 e de 2,4% em 2011. Em 2012, registrou-se uma queda de 5,4% do volume de toneladas transportadas por km em relação ao ano anterior.

O governo francês anunciou, em julho de 2013, um novo programa de modernização e desenvolvimento das infraestruturas e serviços relacionados aos transportes, que prevê € 5 bilhões (US$ 6,8 bilhões) de investimentos por ano até 2016.

Além disso, o projeto denominado Grand Paris prevê a construção de uma rede de transportes públicos na periferia de Paris, tendo por objetivo o desenvolvimento econômico sustentável da região, bem como a promoção de pesquisa, inovação tecnológica e industrial. Serão investidos € 20 bilhões na construção de 155 km de metrô automático de alta velocidade e de 57 estações, e € 12,5 bilhões na modernização da rede existente até 2025.

Rodovias

A rede rodoviária francesa é a mais extensa da União Europeia, com cerca de 1.065.000 km incluindo vias municipais (2012). As redes internacionais e domésticas estão centradas em Paris, reforçando o peso da capital na organização do território.

A política de transporte combina otransporterodoviárioeofluvial.Entre as diversas as vantagens, sobressaem-se o custo mais baixo, a conservação do meio ambiente e a segurança. Em razão das curtas distâncias, o transporte rodoviário é o mais utilizado e responde

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por aproximadamente 83,6% do transporte de mercadorias.

Ferrovias

Em 2012, foram contabilizados 29.756 km de vias férreas, dos quais 2.202 km com linhas de grande velocidade (LGV). A França é o segundo país europeu, após a Espanha, com maior rede de trens de alta velocidade.

As vias férreas são responsáveis por aproximadamente 10,6 % do transporte total de passageiros e por 9,6% do transporte total de mercadorias (2012). As principais mercadorias transportadas por via ferroviária são produtos agrícolas e agroalimentares (17,9%), metais e produtos metálicos (13,1%), materiais de construção tais como vidro, cimento, betume, pedra (8%).

Hidrovias

OtransportefluvialdemercadoriasdaFrançaéeconômicoeconfiável.Entretanto, representa apenas 2,3% do transporte total, que é predominantemente rodoviário (83,6%). Esse percentual é baixo em relação a outros países

desenvolvidos europeus, tais como os Países Baixos, Bélgica e Alemanha.Aredefluvialfrancesaédivididaemvárias bacias de navegação, sem existir, entretanto, ligação entre elas. Apesar de oferecerem possibilidades limitadas de transporte, as hidrovias conduzem a importantes portos de embarque, tais como Le Havre, Marseille, Rouen e outros.

Transportes aéreos

O transporte aéreo doméstico abriu-se à concorrência europeia em 1997, o que conduziu a duas vertentes: de um lado fortaleceu o grupo Air France; e de outro, a emergência de companhias que operam com preços baixos. A Air France ocupa posição de destaque entre as empresas europeias de transporte internacional de passageiros. Em 2003, o grupo fundiu-se com a KLM e passou a denominar-se Air France-KLM e, em 2008, tornou-se acionário minoritário da Alitalia.

A França dispõe de uma vasta rede aeroportuária composta por 78 aeroportos, dos quais 6 são internacionais. O aeroporto Charles de Gaulle, sétimo maior aeroporto

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do mundo, é o segundo maior da Europa em número de passageiros (após o Heathrow de Londres) e o segundo em transporte de mercadorias.

Transportes marítimos

O transporte marítimo é de grande importância para o comércio exterior francês, movimentando anualmente mais de 331 milhões de toneladas de mercadorias. Os principais portos são: Marseille (quinto maior aeroporto da Europa), Le Havre (oitavo aeroporto europeu), Dunquerque, Rouen, Nantes, Bordeaux, e Calais.Otráfegoportuárioéclassificadoemtrês grandes categorias segundo seu acondicionamento:- cargas líquidas (produtos petrolíferos, químicos e alimentares);- cargas sólidas (carvão, minerais, cereais, adubos);- mercadorias diversas, inclusive contêineres.

4. Comunicações

As empresas produtoras de bens e de serviços do setor são responsáveis, segundo a ARCEP

(Autorité de Régulation des Communications Électroniques et des Postes), por aproximadamente 5% do PIB francês e geraram um faturamento de € 100 bilhões (US$ 132 bilhões) em 2011.

No que diz respeito à telefonia, a Orange (antiga France Telecom) é a principal operadora. Após a abertura do setor, outras companhias passaram a operar no mercado francês, mas a Orange continua assegurando a manutenção e o controle da maioria das instalações. Graças aos investimentos no setor, existem hoje mais de 35 milhões delinhasdetelefonefixoemfuncionamento. As tarifas praticadas pela Orange e pelas operadoras privadas são cada vez mais baixas, e o número de aparelhos de telefonia móvel tem crescido consideravelmente, totalizando 69,5 milhões de usuários.

Quanto ao comércio eletrônico, existem hoje mais de 100 mil sites de venda online ativos na França. De acordo com a Fédération du e-commerce et de la vente à distance (FEVAD), 30 milhões de franceses adquiriram bens ou serviços pela Internet em 2011, representando um

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aumento de 11% em um ano e um total de € 37,7 bilhões.Os serviços de correios da França são caracterizados por sua confiabilidadeeporsuarapidez.Com uma rede de 17 000 agências e pontos de contato, o grupo La Poste cumpre uma obrigação de serviço publico, propondo também serviçosfinanceiros(LaBanquePostale) e garantindo a distribuição acelerada de correspondência e de encomendas.

5. Organização política e administrativa

5.1. Europa

A União Europeia (UE) pode ser definidacomoumauniãoeconômicae política que reúne 28 Estados-Membros em 2013 (após a adesão da Croácia em julho de 2013). Sua origem remonta a 1958, com a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) e da Comunidade Econômica Europeia (CEE), ambas formadas por seis países. Em 1992, o Tratado de Maastricht instituiu a União Europeia sob esta denominação e teve sua última revisão em 2009, com o

Tratado de Lisboa. Toda e qualquer modificaçãoaesseTratadosomenteserá possível após acordo unânime dos países membros.

A UE possui personalidade jurídica própria e, diferentemente de outros organismos regionais (MERCOSUL, ANSEA, etc.), atua por meio de um sistema de decisões intergovernamentais (Estados conservam prerrogativas sobre alguns temas) e de instituições supranacionais com poder vinculativo em relação aos países membros (sistema federal). Assim, a delegação da soberania dos Estados para a UE é parcial, já que algumas questões, tais como defesa e segurança, são de soberania nacional. A conciliação entre os diferentes organismos europeus e a atribuição de competência são, por vezes, problemáticaseconflitantes.Discute-se hoje o futuro das instituições europeias em razão do caráter híbrido dos órgãos de direção previstos pelo Tratado de Lisboa: o Conselho Europeu representa os Estados para temas que não exigem unanimidade, já o Parlamento representa os cidadãos.

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O Tratado de Lisboa introduziu uma cláusula de saída que prevê a possibilidade de um país membro sair voluntariamente da União. 5.1.1. Regime de competências

O Tratado da União Europeia (Tratado de Maastricht, 1992) instituiu uma estrutura baseada em três pilares:- supranacional, relativo às políticas integradas (Política agrícola comum, união alfandegária, mercado interno, euro, etc.), nas quais os Estados-Membros transferiam uma parte relativamente importante das suas competências e soberania para UE;- intergovernamental, em matéria de Política Externa e de Segurança Comum (PESC);- de cooperação política e judiciária em matéria penal.

Quando a Comissão Europeia começa a preparar um novo projeto de revisão da legislação em vigor, lança uma consulta pública sobre a matéria. Pessoas físicas, empresas e organizações que tenham interesse no tema ou disponham de conhecimentos especializados sobre o mesmo podem ajudar a elaborar

a proposta, que será apresentada pela Comissão ao Conselho e ao Parlamento Europeu para posterior discussão e adoção. As consultas públicas permitem às empresas acompanhar a evolução das leis e antecipar o possível impacto da nova legislação no mercado e em suas atividades decorrentes.

5.1.2. Instituições da União Europeia

Poder Executivo

- Comissão Europeia: importante instituição, vela pela defesa dos interesses da UE no seu todo. Ela elabora projetos legislativos, assegura a execução das políticas e dos fundos europeus e representa a União Europeia na negociação de acordos internacionais. A Comissão vela pela correta transposição das decisões, bem como pela execução do corpo legislativo adotado;- Conselho Europeu, formado por Chefes de Estado ou de Governo de países-membros e pelo Presidente daComissãoEuropeia,defineaslinhas gerais da política da União europeia. Reúne-se quatro vezes por ano e é dirigido por um presidente, cujo mandato é de dois anos e meio.

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Poder Legislativo

- Parlamento Europeu: eleito diretamente pelos cidadãos europeus tem por função debater e aprovar a legislação da União Europeia, fiscalizareassegurarobomfuncionamento das instituições e aprovar o orçamento europeu;- Conselho da União Europeia: representa os governos de cada país-membro e tem sua presidência assegurada rotativamente pelos Estados-Membros. Este órgão aprova a legislação da União Europeia, coordena as políticas econômicas gerais dos países membros, assina acordos com países terceiros, aprova o orçamento anual,definepolíticasexternasededefesa e coordena a cooperação entre os tribunais e as forças policiais dos países membros.

Poder judiciário

O Tribunal de Justiça da União Europeiafiscalizaalegalidadedosatos das instituições da União Europeia, assegura o respeito, pelos Estados-Membros, das obrigações decorrentes dos Tratados e interpreta o direito da União a pedido dos juízes nacionais. Com sede em

Luxemburgo, o Tribunal de Justiça da União Europeia é composto por três jurisdições: Tribunal de Justiça, o Tribunal Geral e o Tribunal da Função Pública.

Tribunal de Contas

O Tribunal de Contas tem por função ocontroledagestãofinanceirada União Europeia por meio de auditorias junto a qualquer pessoa ou organização responsável pela utilização de fundos europeus. Criado em 1975, com sede em Luxemburgo, o Tribunal submete à aprovação do Parlamento Europeu e do Conselho um relatório anual sobreoexercíciofinanceiroprecedente. O Parlamento analisa pormenorizadamente o relatório do Tribunal antes de decidir se aprova a forma como a Comissão executou o orçamento.

Instituições econômicas

A União Europeia possui, ainda, os organismos interinstitucionais, tais como o Banco Central Europeu (política monetária), o Banco Europeu de Investimento (financiamentodeprojetosdeinvestimento da UE) e o Provedor

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de Justiça (queixas relativas à má administração de instituições e organismos europeus, entre outros).

5.1.3. Política Econômica

A estratégia de crescimento da União Europeia para os próximos dez anos, denominada Europa 2020, tem como prioridade a construção de uma economia inteligente, sustentável e inclusiva. O programa tem por meta a diminuição do desemprego, a melhoria da produtividade, a utilização sustentável dos recursos naturais e o estímulo à competitividade, por meio de projetos nas áreas de inovação, de educação, de inclusão social e de energia. Cada Estado-Membro adotou objetivos nacionais e recebe o apoio da UE para a concretização dos mesmos.

Política Agrícola Comum (PAC)

A agricultura representa, aproximadamente, 40% do orçamento anual da União Europeia e está no centro das políticas europeias, desde a criação da PAC, em 1962. Originalmente, tinha por objetivo:- aumento da produtividade do setor

por meio da melhoria das técnicas de produção e da otimização da mão-de-obra;- garantia do nível de vida da população rural;- controle de preços visando maior estabilidade e acesso ao mercado;-autossuficiênciaalimentar. Foram criadas medidas de controle de preços e subvenções agrícolas, que atingiram 60 bilhões de Euros (aproximadamente US$ 80 bilhões), em 2013.

Com o ingresso de treze novos países na UE nos últimos dez anos, a política agrícola vem sendo modificadapararesponderàsnovasnecessidades. Em junho de 2013, o Parlamento Europeu, a Comissão e os governos assinaram novo acordo, o PAC 2014-2020, concedendo subvenções aos jovens agricultores e às organizações de agricultores. O acordo prevê ainda medidas de proteção do meio-ambiente e confere maior autonomia aos Estados-Membros quanto à atribuição de subvenções agrícolas.

Política Comum das Pescas (PCP)

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Com 70.000 km de costa, a UE concentra o maior território marítimo da do mundo. O setor da pesca e aquicultura da União responde por 4,4% da produção mundial, mas representa menos de 1% do PIB europeu. Possui uma frota de 90.000 navios e emprega 400.000 pessoas, produzindo 6,9 milhões de toneladas de peixes por ano. A política europeia relativa ao setor pesqueiro integrou a Política Agrícola Comum até 1983. Em razão das especificidadessetor,foicriadaaPolítica Comum das Pescas (PCP), que tem por objetivo a proteção marinha contra pesca excessiva, a garantia de rendimento para os pescadores, o abastecimento regular dos centros consumidores e da indústria de transformação a preços razoáveis, bem como a exploração sustentável dos recursos naturais.

5.2. França

Organização política

A França é uma república democrática semipresidencialista. O presidente é eleito por sufrágio direto e universal por cinco anos. Existem duas assembleias eleitas,

o Senado – eleito indiretamente - e a Assembleia Nacional – por voto popular direto.

Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estão estruturados da seguinte forma:

Executivo

O poder Executivo é exercido pelo Presidente da República e pela cúpula do Governo – Primeiro-Ministro e Conselho de Ministros. O Presidente da República nomeia o Primeiro-Ministro, preside o Conselho de Ministros, promulga as leis. Ainda, nomeia e demite, por proposta do Primeiro-Ministro, os Ministros do Conselho de Ministros, nomeia os titulares das grandes funções de Estado (prefeitos, embaixadores, reitores de academia, conselheiros do Estado).O Governo é dirigido pelo Primeiro-Ministro, a quem cabe assegurar a execução das leis. Os ministros dirigem as administrações centrais e os serviços descentralizados do Estado, que em cada departamento, ficamsobaautoridadedoprefeito.Cabe também aos ministros propor projetos de lei que serão debatidos e votados pelos parlamentares.

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Legislativo

O poder Legislativo é exercido pelo Parlamento, composto pela Assembleia Nacional e Senado. É responsável pela elaboração e pela votação das leis.

A Assembleia Nacional é o principal corpo legislativo francês, composto por 577 membros eleitos por sufrágio universal direto por cinco anos. Em caso de desacordo entre as duas Casas, ela tem o poder da decisão. A Assembleia Nacional pode ser dissolvida pelo Presidente da República, que deverá convocar novas eleições legislativas.

O Senado é composto por 348 senadores eleitos por sufrágio universal indireto por um colégio eleitoral, por seis anos, renovável em 50% a cada três anos. O Senado não pode ser dissolvido. Em caso de impedimento do Presidente da República, o presidente do Senado assume interinamente. Judiciário O poder Judiciário é exercido por magistrados independentes. Está dividido em três vertentes: justiças civil, penal e administrativa.

Todas as decisões de primeira instância são passíveis de recurso diante da Cour d’appel, exceto os vereditos da Cour d’assises, que, em caso de recurso, serão examinados por nova Cour d’assises.

A Corte de Cassação, mais alta instância judiciária, tem por função examinar a aplicação das leis pelos tribunais e pela Cour d’appel. Já o Conselho de Estado julga em última instância a legalidade dos atos administrativos.

O Conselho Constitucional possui competência para examinar a constitucionalidadedasleis,verificara regularidade das eleições do Presidente da República e dos parlamentares, bem como dos referenda.

Organização administrativa

A França está dividida administrativamente em 26 regiões, sendo 21 metropolitanas, a Córsega, e 4 departamentos de Ultramar (DOM) ou territórios de Ultramar (TOM) – Guadalupe, Martinica, Guiana Francesa e Reunião. O país possui, ainda, duas autarquias locais com estatuto particular – Mayotte e Saint-Pierre-et-Miquelon.

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Criadas em 1955, as regiões podem serdefinidascomoautarquiasquetêm por competência a promoção do desenvolvimento econômico e territorial, bem como da formação profissional.Cadaregiãoécomposta por uma assembleia eleita, formada por um Conseil régional e seu presidente. É também uma circunscrição administrativa submetida à autoridade do Préfet de région, que depende do Ministério do Interior (Ministère de l’Intérieur).

6. Organizações e acordos internacionais

A França é membro das principais organizações econômicas e financeirasinternacionais,dentreasquais: ONU (Organização das Nações Unidas); União Europeia; OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico); OMC (Organização Mundial do Comércio); G-8; G-20; FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura); BIRD (Banco Mundial); FMI (Fundo Monetário Internacional).

Ópera Garnier, Paris

Foto: photo.ua/shutterstock.com

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Porto Velho de Marselha, ao fundo a Basílica de Notre Dame de la Garde

Foto: Gurgen Bakhshetsyan/shutterstock.com

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II - ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS

1. Conjuntura Econômica

1.1. Estrutura da economia francesa Com um Produto Interno Bruto (PIB) de € 2,1 bilhões (US$ 2.895,80 bilhões) em 2013, a França ocupou a quinta posição entre as maiores economias do mundo e é a segunda maior economia da Europa, depois da Alemanha.A economia francesa é baseada, principalmente, no setor terciário: o setor de serviços foi responsável por 78,5% do PIB por valor agregado em 2013, seguido da indústria (13,8%), da construção (6%) e da agropecuária (1,7%), segundo o INSEE. Essa estrutura resulta da terceirização, de algumas atividades e da subcontratação pela indústria de serviços cada vez mais especializados e produtivos.

Valor agregado por setor econômico, 2010-3013(€ bilhões)

2010 2011 2012 2013Agricultura, silvicultura e pesca 32,1 34,0 34,8 32,1Indústria manufatureira, extrativa e outras

243,8 254,1 260,0 262,1

Indústrias extrativas, energia, água, gestão de resíduos e despoluição

41,2 43,7 45,4 47,0

Fabricação de gêneros alimentícios, bebidas e tabaco

39,1 41,3 43,3 44,3

Produtospetrolíferoserefinagem 1,6 1,9 3,4 2,5Fabricação de equipamentos elétricos, eletrônicos, de informática e máquinas

29,0 29,5 29,8 30,6

Fabricação de materiais para transporte

21,7 20,6 22,4 23,1

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Outros produtos industrializados 111,3 117,1 115,8 114,6Construção 109,2 112,7 114,8 113,9Serviços comerciais 1.010,2 1.031,8 1.041,9 1.052,6Comércio (atacado e varejo), transportes, hospedagem e alimentação

322,4 328,8 333,5 337,2

Informação e comunicação 93,0 94,2 93,1 88,7Atividadesfinanceirasedeseguro 81,8 79,0 79,2 84,3Atividades imobiliárias 230,5 135,8 239,2 242,5Atividadescientíficasetécnicas,serviços administrativos e de apoio

227,7 239,1 240,2 242,3

Outros serviços 54,8 55,0 56,7 57,6Serviços não comerciais 405,7 416,9 426,9 436,1Total 1.801,0 1.849,5 1.878,4 1.896,9

Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques

A intervenção do Estado na economia francesa é tradicionalmente importante e os níveis de despesas públicas e de impostos estão entre os mais altos do mundo. O Estado francês vem privatizando, desde 1986, um grande número deempresaspúblicas,noentanto,suainfluêncianaeconomiacontinuarelevante: em 2013, o setor público representou 57,1% do PIB1. A balança comercialtornou-senegativaem2004eodéficitinternovemcrescendodesde então.

Contudo,aaberturadaeconomiafrancesaésignificativaecrescente,bemcomo sua participação no mercado internacional.

Em 2012, a França foi o sexto maior exportador mundial de bens e o quinto maior exportador de serviços. No primeiro trimestre de 2014, as exportações representaram 29,8% do PIB bruto francês e as importações, 28,4% (INSEE).

1 Fonte:Projetdeloidefinancespour2014

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OINSEErecenseou,em2011,18.000filiaisdegruposestrangeirosnaFrança, responsáveis por um faturamento de € 680 bilhões de Euros (aproximadamente US$ 920 bilhões). De acordo com dados do organismo francês Paris Développement, a capital francesa é a terceira cidade do mundo a reunir maior número de sedes de grupos multinacionais: 34 das 500 maiores empresas do mundo são sediadas em Paris, atrás apenas de Tóquio e de Pequim.

A economia francesa é madura, caracterizando-se por altos níveis de renda percapita,masbaixosíndicesdeinflaçãoedecrescimentodoPIB.

Taxa de inflação anual%

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

1,9 2,1 2,1 1,8 1,6 1,5 2,8 0,1 1,5 2,1 2,0 0,9Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques

Ainflaçãoanual,medidapeloaumentodepreçosaoconsumidoresteveabaixo de 3% desde o início dos anos 90, subiu para 2,1% em 2011, contra 3,1% na União Europeia.

Taxa de crescimento anual do PIB em volume e em valor 2002-2013

%

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Em volune

1,1 0,8 2,8 1,6 2,4 2,4 0,2 -2,9 2,0 2,1 0,3 0,3

Em valor

3,2 2,7 4,5 3,6 4,6 5,0 2,6 -2,8 3,1 3,0 1,5 1,1

Análise feita a partir do valor do PIB em EurosFonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques

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Quanto à educação, vale lembrar que o sistema de ensino francês é internacionalmente reconhecido e o níveldequalificaçãodapopulaçãoé alto. A França vem fazendo um esforçosignificativoparaaumentarograu de instrução de sua população. Em 2012, 2,4 milhões de estudantes inscreveram-se em um organismo de ensino superior, o que representou um aumento de 1,5% em relação ao ano anterior. Segundo dados do INSEE, 30% da população francesa de 25 a 64 anos possui diploma de nível superior, percentual que sobe para 43% da população de 24 a 34 anos.

Para estimular o crescimento nos próximos anos, o governo francês criou, em 2013, o Programa de Investimentos do Futuro (PIA, na sigla em francês), que prevê um investimento de € 47 bilhões (US$ 64 bilhões) em projetos de inovação, aumento da produtividade e da competitividade das indústrias francesas. O programa privilegiou cinco áreas de investimento: ensino superior e capacitação; desenvolvimento sustentável; pesquisa; indústria; e economia digital.

1.2. A economia francesa na economia europeia

Localizada na região central do continente, a França é uma importante porta de entrada para o mercado europeu, graças à excelente infraestrutura de transportes e à facilidade de circulação de mercadorias na região.

O país foi membro da CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) criada em 1951 e signatário do Tratado de Roma de 1957 que instituiu a Comunidade Econômica Europeia (CEE). A França é membro da União Europeia desde a sua criação em 1992 (Tratado de Maastricht), quando esta contava com apenas 15 membros - Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido. Em 2004, outros países aderiram ao bloco - República Tcheca, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta e Polônia – e, em 2007, Bulgária e Romênia. Com a adesão da Croácia em 2013, o bloco conta hoje com 28 Estados-Membros.

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A economia da União Europeia constitui um mercado único, com livre circulação de pessoas, bens e moeda. Aproximadamente, 60% das trocas comerciais entre os países são realizadas dentro do bloco e a moeda única, adotada pela maioria dos Estados-Membros, tem por objetivo facilitar as relações comerciais e os investimentos entre seus membros.

A UE reúne somente 7% da população mundial, mas os números do comércio exterior indicam que a União Europeia é responsável por um quinto do comércio mundial de bens. Apesar de a economia europeia ter sido afetada pela recessão mundial de 2008-2009, aUEbeneficioudeumaumentodas exportações da ordem de 23% em 2010, permanecendo o maior ator do comércio internacional. Segundo dados da OMC, o bloco foi responsável por 15,4% das importações mundiais de mercadorias em 2012, logo após os Estados Unidos (15,6%). Quanto aos serviços, a UE foi responsável por 20,1% das importações mundiais, à frente dos Estados Unidos (12,7%) e da China (8,7%).

O bloco é atualmente o maior exportador de mercadorias do mundo, registrando um valor equivalente a 14,7% das exportações mundiais; é também o primeiro exportador de serviços, atendendo a 24,8% do mercado internacional.De acordo com Eurostat, os principais mercados dos produtos europeus em 2013 foram os Estados Unidos (14,2%) e a China (12,5%). Este último é o principal fornecedor das importações europeias (16,6%).Os principais produtos importados pela UE são os aparelhos elétricos e eletrônicos (26%), tecidos, vestuário e sapatos (12,2%), mobiliário e equipamentos domésticos (4,2%) e brinquedos (3,8%). As máquinas e equipamentos industriais são responsáveis por 21,8% das importações europeias.

O PIB da União Europeia a preços correntes atingiu € 13.104,9 bilhões (aproximadamente US$ 17.560 bilhões) em 2013, valor superior ao PIB dos Estados Unidos, estimado em € 12.649,3 (aproximadamente US$ 16.950 bilhões), segundo dados da Comissão Europeia (AMECO). A França é responsável por 15,7% do PIB europeu.

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A política econômica da UE tem por objetivo aumentar o investimento nos setores de educação, transportes, energia e pesquisa, reduzindo o impacto ambiental do desenvolvimento. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D)têm,porfinalidade,reforçarsua competitividade e atingir os níveis de investimento de países como os Estados Unidos e o Japão. Para atingir os objetivos da estratégia «Europa 2020», o governo europeu implementou ferramentas para estimular o crescimento e o emprego. Com intuito de reforçar o mercado único e estimular as relações comerciais entre Estados-Membros, tem-se buscado reduzir a complexidade jurídica através da harmonização dos sistemas jurídicos nacionais. Além disso, foram criados instrumentosdefinanciamentoparaincentivar os investimentos e as parcerias público-privadas (PPP).

1.3. Cenário econômico

A França, tal como os outros países da União Europeia, sofreu os impactos da crise econômica e financeiramundialiniciadaem2007-2008, mas a economia francesa foi menos afetada que seus homólogos

europeus. O crescimento do PIB da zona do Euro foi negativo de 4,5% em 2009, enquanto que, na França, foi de -2,9% no mesmo ano. Essa resistência deve-se ao sistema de proteção social que garantiu renda mínima à população, tornando-se um importante estabilizador econômico.

Em 2010, a economia europeia apresentou sinais de recuperação, apesardasdificuldadescriadaspelobaixo crescimento e pelo aumento do desemprego. O endividamento de países como Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha e Itália gerou, em 2011, a denominada “crise da dívida” conduzindo à criação de um plano para a redução progressiva dos déficitspúblicosnazonadoEuro.

A taxa de desemprego, de 9,7% no primeiro trimestre de 2014, permanece ainda maior do que a média dos outros países desenvolvidos (7,9% para a OCDE), mas é inferior à média europeia (10,7% na UE). A taxa de emprego no mesmo período foi de 64,3%, próximo à média europeia (64,9 %). A taxa de desemprego dos jovens, de28,6%,ésignificativamentemaiordo que a média dos países da OCDE (16,1%).

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Tendo em vista a conjuntura francesa, o país tem hoje como prioridade a consolidação orçamentária, o aumento das taxas de emprego e melhoria da produtividade. PIB

Em 2013, a França registrou o segundo maior PIB dentre os países da União Europeia: € 2.059,9 bilhões em 2013 (aproximadamente US$ 2.760 bilhões), logo após a Alemanha. A tabela abaixo indica seu crescimento em volume nos últimos anos:

Taxa de crescimento anual do PIB francês (em %)2

2002-2013

País/Zone 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

França 1,1 0,8 2,8 1,6 2,4 2,4 0,2 -2,9 2,0 2,1 0,3 0,3

Zona Euro

1,3 1,5 2,6 2,2 3,4 3,2 0,4 -4,5 2,0 1,6 -0,4 0,1

Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques e EurostatAnálise feita a partir do valor do PIB en Euros constantes

Vale notar que o PIB da Zona Euro sofreu forte redução em 2009 em razão da recessão econômica global que afetou a produção, reduzindo o rendimento real e o consumo privado. Em 2010 e 2011, o PIB voltou a crescer 2,0% e 1,6% respectivamente, mas apresentou resultado negativo (-0,4%) em 2012.

Em 2013, o produto interno bruto francês cresceu 0,3% em euros constantes, taxa igualmente registrada em 2012. A produção industrial em volume recuou em 0,5%, em 2013, contra um crescimento negativo de 1,5% no ano anterior. Com exceção da indústria agroalimentar, os demais setores da indústria manufatureira apresentaram melhores resultados em

2 INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiquese Eurostat

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2013, contrariamente ao comércio e serviços que registrou um ligeiro aumento de 0,7% em 2013 contra 0,9% em 2012. No tocante à produção para a construção, um crescimento negativo foi observado nos dois anos consecutivos: -3,8% em 2012 e -1,4% em 2013.

Constatou-se uma redução do PIB per capita em 2009 em razão da crise financeirainternacional,masoindicadorvoltouasubirem2010,atingindoUS$ 35.961 em 2013:

Evolução do PIB per capita PPC (paridade do poder de compra) Quadro comparativo

(US$)

2008 2009 2010 2011 2012 2013França 34.082 33.121 33.960 35.068 35.960 35.961Brasil 10.419 10.383 11.216 11.769 12.038 12.584EUA 46.901 45.461 46.811 48.328 49.802 51.056

Fonte: FMI, Report for Selected Countries and Subjects

Quanto à composição do PIB, de acordo com informações do INSEE, os serviços contabilizaram, na França, 78,5% do PIB por valor agregado, em 2013. Em seguida, posicionou-se o setor da indústria (13,8%), construção (6%) e agropecuária (1,7%)3.

A população ocupada atingiu 25,6 milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2014, contra 19,4 milhões em 1949. O crescimento médio foi da ordem de0,5%aoano,poucoinferioraoaumentoverificadonapopulaçãototal.Registrou-se, no primeiro trimestre de 2014 uma taxa de desemprego, de 9,7% na França metropolitana (2,78 milhões de pessoas), segundo o método aplicado pelo BIT (Bureau Internacional do Trabalho).

3

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Taxa de desemprego, 2007-2013 (média anual)

Desemprego 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013(%) 8,0 7,4 9,1 9,4 9,2 9,8 10,5

Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques

Notocanteàinflação,constatou-se,noanode2013,umaumentodepreçosna ordem de 0,9% devido, principalmente ao reajuste dos preços do tabaco (6,9%), aos serviços relacionados à moradia, à saúde, ao transporte e à comunicação (1,8%) e à energia (1,1%).

Índice de preços ao consumidor, 2009-2013

Índice de preços ao consumidor

2009 2010 2011 2012 2013

% +0,9 +1,6 +2,5 +2,3 +0,9Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques

1.4. Investimentos estrangeiros diretos (IED)

No que diz respeito ao estoque total de investimentos estrangeiros diretos (IED) – a França posiciona-se em quarto lugar, com US$1.095 bilhões (2012), após os Estados Unidos, a China e o Reino Unido, segundo dados da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento).EmtermosdefluxodeIED,opaíssitua-seemdécimasexta posição, recebendo US$ 25 bilhões em 2012. No ano seguinte, esse fluxofoireduzidoem60%,caindopara,aproximadamente,US$9,3bilhões.Essaquedaresultadadiminuiçãodeoperaçõesfinanceirasinternasdegrupos multinacionais, não estando diretamente relacionada à atratividade daFrança.OsetordeserviçosfoioquemaissebeneficioudosIED,comdestaqueparaosetorfinanceiro,osetordeseguros(30%)eparaosetorimobiliário (22%). A indústria recebeu 22% dos investimentos estrangeiros na França.

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A AFII (Agence Française pour les Investissements Internationaux), organismo responsável pelo recenseamento de implantações estrangeirasnopaís,identificou685 implantações em 2013, contra 693 em 2012. Segundo o estudo realizado por Ernst & Young sobre a atratividade internacional, a França é o terceiro país europeu a receber maior número de implantações estrangeiras, logo após o Reino Unido e a Alemanha. Estes dados não incluem implantações por aquisição de empresas locais.

Os IED na União Europeia atingiram € 225 bilhões em 2011 (aproximadamente US$ 297 bilhões) e € 159 bilhões (aproximadamente US$ 227 bilhões) em 2012. Mais de 60% desses investimentos provêm dos Estados Unidos, Canadá, Japão, Rússia e Hong Kong, segundo dados do INSEE.

Principais destinatários dos IED, 2012

Bilhões de US$

1º Estados Unidos 168,02 º China 121,03 º Hong Kong 75,04 º Brasil 65,05 º Ilhas Virgens 65,06 º Reino Unido 62,07 º Austrália 57,08 º Singapura 57,09 º Rússia 51,010 º Canadá 45,0(...)16 º França 25,0

Fonte: UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento)

Quanto aos investimentos da França no exterior, o país é o décimo primeiro investidor mundial e o terceiro maior investidor da UE, responsável por US$ 37 bilhões dos IED, segundo a UNCTAD. Os setoresquemaisbeneficiaramdosinvestimentos franceses no exterior foramosetorfinanceiroedeseguros(28%), industrial (28%) e energético (9%), graças à produção e à distribuição de eletricidade e gás.

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2. Principais setores de atividade

2.1. Agricultura, pecuária, silvicultura e pesca

A produção agrícola francesa é a maior da Europa e corresponde a 19% da produção da União Europeia. O país é o primeiro exportador europeu. O país comporta 411 regiões, com diferentes tipos de culturas agrícolas e pecuárias que recobrem, aproximadamente, 53% do território metropolitano (290 mil km²).

O setor representou 1,6% do PIB em 2010, segundo o Ministère de l’agriculture, de l’agroalimentaire et de la forêt e 3,1% se combinado com a indústria agroalimentar Cabe ressaltar que 70% da produção agropecuária destina-se à indústria agroalimentar, setor que mais emprega mão de obra na França e que possui maior faturamento e maior valor agregado.

No entanto, a importância do setor agrícola na formação do Produto Interno Bruto tem diminuído desde 1945. Constatou-se que o número de propriedades, bem como o número de pessoas trabalhando na agricultura, diminuíram 50% nos

últimos 20 anos e o país perdeu 1,7 milhões de hectares cultivados entre 2002 e 2012.

A França é o maior produtor de cereais (principalmente trigo e milho) da Europa; sua produção ocupa 40% da superfície cultivada. É o quinto maior criador europeu de bovinos (25% da produção total) e aves. É também o maior produtor e exportador mundial de vinhos de alta qualidade. Bordeaux e Bourgogne são as regiões produtoras mais importantes que fabricam vinho tinto e branco. Outras regiões de destaque: Champagne (espumantes); Alsace (vinhos brancos), Val de Loire (rosés e brancos), e Côtes du Rhône (tintos). Entretanto, o consumo anual per capita tem diminuído ao longo dos anos, registrando, em 2010, um consumo de 46,6 litros por pessoa, quase 55% inferior àquele apresentado em 1975, segundo dados de France Agrimer.

No tocante às propriedades rurais, a França conta hoje com 515 mil. Nos últimos 20 anos, o número de propriedades diminuiu em 50%, em razão da absorção de pequenas unidades por grandes estruturas rurais.

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A agricultura orgânica vem adquirindo importância crescente na França. O faturamento desse mercado atingiu € 4 bilhões em 2011, registrando um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Aproximadamente, 3,7% da superfície e 4,5% das propriedades agrícolas destinam-se à agricultura orgânica.

Quantoàáreaflorestalfrancesa,valenotarqueasflorestasocupam28,3% do território francês e 13% da áreaflorestaleuropeia.Asempresase artesãos do setor madeireiro empregam 450 mil pessoas na França e seguem um modelo de desenvolvimento sustentável.

A França e seus departamentos e territórios de Ultramar constituem a segunda maior zona econômica exclusiva (ZEE) do mundo, totalizando uma área de 10 milhões de km², pouco menor que a ZEE dos Estados Unidos, que atinge 11 milhões de km².

O setor pesqueiro francês é responsável por 10% das capturas europeias ocupando o quarto lugar entre os países da Comunidade, após a Dinamarca, Espanha e o

Reino Unido. Aproximadamente 80% das pescas francesas são realizadas no Atlântico Norte, 14,5% no Oceano Índico e 3,5% no Mar Mediterrâneo e geram 93.000 empregos diretos e indiretos. O setor gerou um faturamento de € 1 bilhão em 2012, o que representou um aumento de quase 10% em relação a 2009.

A União Europeia possui a terceira maior produção pesqueira e aquicultura do mundo, após a China e o Peru. No entanto, a Europa faz parte dos três maiores importadores mundiais de produtos oriundos da pesca e da aquicultura, junto com Japão e Estados Unidos.

O país é também um dos maiores importadores mundiais de pescados e crustáceos. Principais espécies importadas em 2013: salmão, camarão, atum, bacalhau fresco, vieiras, escamudo (família do bacalhau) e caranguejo.

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2.2. Indústria

O setor industrial é responsável por 13,8% do PIB francês e possui grande importância na pauta de exportação francesa, respondendo por cerca de 80% do total das exportações. O setor responde, ainda, por 40% dos investimentos e absorve, aproximadamente, 28% da mão de obra.

Entretanto, foi registrado um decréscimo de dois milhões de empregos nos últimos 30 anos, dos quais 0,7 milhões nos últimos 10 anos. Este decréscimo resultou da modernização do setor, que ocorreu em duas etapas principais:

- no período de 1975 a 2000, os principais fatores de decréscimo foram o outsourcing (35% do decréscimo), bem como o aumento da produtividade das empresas industriais graças à modernização dos meios de produção (20%).

- no período de 2000 a 2010, o outsourcing para empresas especializadas explica somente 10% do decréscimo. O principal fator foi o aumento da produtividade graças à expansão da Internet e da evolução da informática, que explicam 45% do decréscimo dos empregos.

Acrescente-se ainda que, durante todo o período de 1975 a 2010, 45% do decréscimo pode ser explicado pela perda das atividades industriais para competidores estrangeiros, notadamente para países como o Brasil e a China.

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Decréscimo do número de empregos industriais (1975-2010)

Fonte: Les Cahiers de la Direction Générale du Trésor”, Juin 2010; analyse NeoFocus Observa-se que, enquanto os empregos industriais sofriam forte redução na França, registrava-se no mesmo período um aumento dos empregos nos países de forte crescimento, como o Brasil e a China.

Evolução dos empregos industriais de 2000 a 2010

Fonte: Les Cahiers de la Direction Générale du Trésor”, Juin 2010; analyse NeoFocus

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O setor industrial francês abriga 240 mil empresas, empregando 3,5 milhões de assalariados. Observa-se que, aproximadamente, 30% do faturamento do setor provem das exportações. Vale ressaltar que 1% das empresas realiza 72% do faturamento total do setor industrial francês, 5% realizam 88%.

A indústria manufatureira é responsável por 85% do faturamento total, seguida pelo setor de produção e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar condicionado (11%), produção, distribuição e tratamento d’água e de dejetos (4%), indústrias extrativistas (1%).

Indústria aeronáutica

A França é um país pioneiro no campo da aeronáutica, havendo o setor passado por diversas mudanças nos últimos anos. O setor é composto por 332 empresas que se regrupam num organismo federativo denominado GIFAS (Groupement des Industris Françaises Aéronautiques et Spatiales). As empresas francesas mais importantes compõem um grande grupo europeu denominado Airbus Group (antigamente EADS,

European Aeronautic, Defense and Space Company), fruto da fusão das empresas Aérospatiale Matra (francesa), DaimlerChrysler Aerospace (alemã) e Casa (espanhola). O grupo EADS, que passou a chamar-se Airbus a partir de janeiro de 2014, ocupa o terceiro lugar na escala mundial, atrás dos grupos norte-americanos Boeing e Lockheed Martin. Filial do grupo EADS, a Airbus Helicopter é o primeiro fabricante mundial de helicópteroscivis.Helibrásésuafilialno Brasil. As companhias Cassidian (aviões e sistemas militares) e Astrium (aeroespacial), também pertencem ao grupo EADS.

O setor conta com uma diversidade de fabricantes de equipamentos e peçasdereposiçãoquefiguramentre os líderes mundiais. Está concentrado nas regiões Aquitaine e Midi-Pyrénées, na região sudoeste da França, onde se localiza o polo de competitividade denominado Aerospace Valley. O polo reúne 1.600 membros, 8.500 pesquisadores, duas das três grandes Universidades do setor aeroespacial e geram 120 mil empregos.

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A aeronáutica francesa conquistou espaço internacional graças aos diversos programas europeus de cooperação. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento e a qualidade da mão de obra são fatores determinantes da atual situação do setor. Vale notar que essas empresas investem 16% do seu faturamento em P&D e o seu quadro de pessoal é formado basicamente por engenheiros e executivos, que representam aproximadamente 60% dos empregados.

As empresas estrangeiras de aeronáutica estão presentes no mercado francês por meio de consórcios.

Acadadoisanos,osprofissionaisdo setor organizam o Salão Internacional da Aeronáutica e do Espaço do Bourget, que constitui o maior salão mundial do setor.

Indústria automobilística

A França possui a quarta maior densidade automobilística do mundo, após os Estados Unidos, a Itália e o Canadá. Conforme estatísticas de 2012 do CCFA

(Comitê des Constructeurs Français d’Automobile) existem na França, 603 carros para cada mil habitantes. O setor automotivo gira em torno dos principais fabricantes Renault e PSA (Peugeot e Citroën) responsáveis por 2/3 do mercado nacional, e dos mais de 200 fabricantes de autopeças.

O setor automobilístico posiciona a França no segundo maior produtor na Europa e o quarto maior do mundo. Peugeot-Citroën e Renault-Dacia-Samsung foram responsáveis por 8% da produção mundial de automóveis, em 2011. Como a oferta de veículos é bastante superior à demanda, cerca de 75% da produção é exportada.

Além disso, o setor é grande consumidor de insumos das indústrias de bens intermediários, principalmente aço, alumínio, vidro, borracha e componentes elétricos e eletrônicos. Representa cerca de 7% do Produto Interno Bruto e é responsável por aproximadamente 360 mil empregos, ou seja, 1,2% do total da mão de obra empregada.

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Indústria alimentícia A França é conhecida internacionalmente pela sua gastronomia, que combina know how tradicional com inovadoras tecnologias e conquista cada vez mais novos mercados, exportando para todos os continentes.

O setor reúne empresas comercializadoras e distribuidoras, bem como os fabricantes de equipamentos e materiais utilizados no processo produtivo. Ele se caracteriza pela presença de grandes empresas, já que um terço delas (2.950) é responsável por 93% do faturamento total do setor e por 91% da massa salarial. A França é o quarto exportador mundial de produtos industriais agroalimentares, depois dos Estados Unidos, da Holanda e da Alemanha. Destacam-se as indústrias de laticínios, de transformação de frutas e legumes, bem como de produção de óleos e gorduras.

A qualidade dos produtos alimentícios é controlada em todos os níveis da cadeia produtiva. Trata-se de um setor muito regulamentado, em particular pelo Ministério

da Saúde e pelo Ministério da Agricultura. Além de cumprir todas as regras de habilitação e de higiene francesas e europeias, as empresas devem obedecer às normas de proteção ambiental. Vale ressaltar que a Comissão europeia impõe, aos países membros, diretivas na área de segurança alimentar e de saúde pública que devem ser transpostas à legislação interna cada país.

Os principais produtos da indústria alimentícia são: produtos lácteos, leite, máquinas para cozimento, embalagem e acondicionamento, cubas de processamento para produção de laticínios e máquinas e equipamentosparaapanificação.

Indústria da moda e de artigos de luxo

Reúne, principalmente, os ramos de atividades ligados à alta costura, joalheria, bijuteria, fabricação de bolsas, calçados e malas de luxo, perfumaria e cosméticos. Entre as marcas mais expressivas estão Yves-Saint-Laurent, Louis Vuitton, Chanel, Baccarat, Hermès, Jean-Paul Gaultier, Dior e Cartier. São artigos de alta qualidade e com um mercado bastanteespecíficoedepouca

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difusão como a alta costura. Alguns novos mercados estão se abrindo na China, Índia, Rússia e Brasil e estima-se que o setor representa hoje entre € 90 e € 140 bilhões de faturamento.

O setor é formado essencialmente por indústrias de pequeno e médio porte que empregam mais de 200 mil pessoas. Paris é o centro da criação e das decisões, mas os fabricantes estão presentes em todo o território francês. A indústria de tecidos de lã está localizada ao norte; a leste, os tecidos de algodão e na região de Lyon, seda e outros tecidos nobres.

Indústria química e farmacêutica

O setor químico francês é o 6º maior do mundo e o 2º da Europa após a Alemanha e é constituído por 3.350 empresas que geram um faturamento de € 88,9 bilhões. Ele responde principalmente às demandas do setor automobilístico, eletrônico, de embalagens e construção. As exportações para os Estados Unidos e para a Ásia ajudaram a indústria química francesa a resistir aos impactos da crise econômica de 2009, que

atingiu gravemente o mercado europeu.

A França possui 224 centros industriais farmacêuticos, distribuídos em diferentes regiões do território francês. O país é o terceiro maior fabricante da Europa de produtos farmacêuticos, após a Alemanha e a Itália e emprega cerca de 82 mil trabalhadores. Aproximadamente, 53% da produção destinam-se ao mercado internacional.

Em 2012, o setor de biotecnologia empregou um total de 101.900 pessoas, incluindo 21.000 em P&D, em 257 empresas farmacêuticas e 250 empresas de biotecnologia, das quais 36 estavam listadas no mercado de ações. O setor está investindo massivamente em inovação, com estimativas de 10,2% das vendas dedicadas à P&D. Também se apoia em fundos de‘privateequity’parafinanciarnovos projetos, com estimativas de US$ 475 milhões (€ 364 milhões) em fundos captados em 2012, um crescimento de 27% comparado ao ano anterior.

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2.3. Energia

A produção energética da França supre 53% de sua necessidade, graças à energia nuclear. Em 1973, durante a crise do petróleo, essa dependência foi de 76%. Para reverter esse quadro e garantir a segurança no abastecimento, o Governo priorizou o desenvolvimento de energias alternativas. Como o país não dispõe de recursos energéticos, ao contrário de outros países europeus (carvão na Alemanha e Espanha; petróleo, gás e carvão no Reino Unido e gás na Holanda) a alternativa foi investir em termoelétricas. Expandiu rapidamente o número de projetos. A meta política de segurança energética possibilitou a diminuição da dependência francesa. A energia nuclear responde por aproximadamente 79% da produção total de energia elétrica e, no âmbito mundial é o segundo maior produtor de energia nuclear após os Estados Unidos. É também um dos países com mais baixos teores de emissão de CO2, uma vez que mais de 90% da energia é produzida em termoelétricas e hidrelétricas. A energia exportada tem como destino os países vizinhos da Europa.

O novo Programme d’investissements d’avenir (PIA2), lançado pelo governo francês em julho de 2013 prevê um investimento de € 6 milhões (US$ 7,8 milhões) destinado ao desenvolvimento de fontes de energia renováveis no país.

2.4. Serviços A maior parte do PIB francês, ou 78,5% é composta pelo setor de serviços, o que caracteriza a França como um típico país industrializado. O setor de serviços inclui comércio varejista e atacadista, transportes, correio,telecomunicações,finanças,seguros, ramo imobiliário, turismo, saúde, educação, assistência social e administração pública, atividades que são concentradas nas áreas urbanas, das quais a maior região é Paris.

2.4.1. Setor do comércio

As lojas de departamento francesas são famosas desde o século 19, a primeira grande loja de produtos alimentícios foi inaugurada em 1957 e o primeiro supermercado em 1963. Desde então as cadeias de supermercados e hipermercados se multiplicam em todo o país, com

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vários grupos importantes: Carrefour, Casino (acionista controlador do grupo Pão de Açúcar), Leclerc, Intermarché.

O setor varejista francês caracteriza-se por uma forte concorrência que vem acirrando-se nos últimos anos. O Carrefour, maior cadeia varejista da França e segunda cadeia mundial em faturamento, reduziu significativamenteseunúmerodelojas em 2009. A rede varejista com o maior número de lojas, o grupo Casino-Guichard-Perrachon, também diminuiu o número de pontos de venda em 2011 e 2012, sinalizando asdificuldadesprovocadaspeloaumento da concorrência.

Contudo, as vendas à distância registraram um aumento considerável em 2012 e 2013, impulsionado principalmente pelas vendas por Internet, graças à diversidade da oferta e à conveniência. Segundo o Observatoire du numérique, 59% dos franceses adquiriram bens ou serviços pela Internet em 2013, contra 47% nos outros países da União Europeia e 30% dos franceses se conectam via rede de telefonia móvel, contra 23% na UE.

2.4.2. Setor bancário

Os grandes bancos comerciais francesesfiguramentreosmaioresdo mundo – BNP Paribas, Groupe Crédit Agricole, Société Générale, Groupe BPCE (Banque Populaire e Caisse d’Epargne), Crédit Mutuel-CIC, Banque Postale et Crédit Mutuel_Arkéa, que oferecem todos os tradicionaisinstrumentosfinanceiros.A França abriga também mais de 200 bancos estrangeiros, inclusive o Banco do Brasil e o Banco Itaú BBA International.

No tocante ao mercado de capitais, as bolsas de Paris, Amsterdam e Bruxelas fusionaram em 2000, criando a Euronext, primeira plataformafinanceiraeuropeia.A Euronext expandiu-se e, em 2007, fundiu-se à New York Stock Exchange, dando origem à NYCE Euronext,principalgrupofinanceirodo mundo.

Segundo a Féderation Bancaire Française, 99% dos franceses possuem uma conta bancária (2011). Em 2013, as 38.359 agências bancárias francesas registraram 71 milhões de contas. O mercado francês contabiliza

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82,3 milhões de cartões bancários, que são utilizados em 49% dos pagamentos efetuados no país.

2.4.3. Seguros

As empresas de seguros na França estão sujeitas a 3 conjuntos de regulamentação distintos, que obedecem à normas europeias: o Código de Seguros, o Código de Co-seguros e o Código de Seguridade Social. Os três códigos são similares com respeito às regulamentações básicas, enquanto que um órgão único de supervisão, a ACP (Autorité de Controle Prudentiel et de Résolution), é responsável pela aplicação das regras.

A crise econômica de 2008-2009 atingiu o mercado de seguros de vida, mas o setor voltou a registrar novo crescimento em 2010 (+4%): o total consolidado dos ativos de todas as empresas de seguros e resseguros, sob a supervisão da ACP foi de € 2 trilhões em valor contábil. Este valor continuou a crescer em 2011, registrando um aumento de 7,2%.

No mercado de seguros de danos, estudos da FFSA

(Féderation Française des Sociétés d’Assurances) demonstraram que a receita anual com prêmios de seguros de pessoas caiu 7,2%, em 2012. Já os prêmios de seguros patrimoniais e de responsabilidade civil cresceram 3%, bem como os de seguros de automóveis, que registraram aumento de 2,8% durante o ano. O seguro multirrisco habitação, obrigatório na França, apresentou um aumento de 6,2% do seu faturamento em 2012.

A concentração no mercado de seguros, que começou em meados de 1990, continuou em 2010. O número total de empresas autorizadas caiu de 1.268 em 2009 para 1129 em 2010. Essa redução preocupou o setor de co-seguros regulamentado pelo Código de Co-Seguros.

2.4.4. Turismo

A França é o país mais visitado do mundo, tendo recebido mais de 83 milhões de visitantes anuais em 2012, à frente da Espanha e dos EUA. O país possui 37 locais catalogados na lista de Patrimônio da Humanidade da UNESCO, além de cidades de alto interesse cultural

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(Paris, Toulouse, Strasbourg, Bordeaux, Lyon e outras), praias e ressortes costeiros, ressortes de esqui e regiões rurais (ecoturismo). A França também atrai muitos peregrinos para Lourdes, uma cidade na região dos Altos Pirineus, que hospeda aproximadamente 6 milhões de visitantes por ano.

Os estabelecimentos culturais mais frequentados em 2012 são: Disneiylândia Paris (16 milhões de visitantes), Museu do Louvre (9,4milhões), Torre Eiffel (6,3 milhões), Castelo de Versailles (7,3 milhões), Museu de Arte Moderna do Centro Pompidou (3,8 milhões) e Museu d’Orsay (3,6 milhões).

Em 2012, o setor de viagens e turismo contribuiu diretamente com € 77,7 bilhões para o PIB francês, um aumento de 1,8% em relação a 2011, 30% dos quais representam gastos de visitantes internacionais e 70%, gastos domésticos com turismo. A contribuição total de «viagens e turismo» atinge 9,7% do PIB e gera 2,9 milhões de empregos (10,9% do total) no país.

Mais de 3.400 eventos são organizados na França a cada ano,

abrangendo a quase totalidade dos setores, tais como Batimat (construção), Pollutec (tecnologias ambientais), Maison & Objet (design e decoração), Who’s Next (moda), entre outros.

3. Moeda e finanças

3.1. Moeda

Em 1º de janeiro de 2002, o Euro tornou-se a moeda única adotada, na época, por 12 países da União Europeia (zona do Euro). Em 17 de fevereiro de 2002, o franco saiu de circulação. De uma paridade de US$ 1 = € 1,20 na sua criação, o Euro não cessou de se valorizar em relação ao dólar, atingindo US$ 1,57 por € em abril de 2008. Em 2014, a paridade é de aproximadamente US$ 1 = € 0,77.

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Conforme dados do INSEE, a cotação do Euro frente ao Dólar:

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3.2. Finanças

Apósumapequenamelhoranoiníciodacriseem2009e2010,odéficitemconta corrente voltou a crescer em 2011 e 2013 (93,5% do PIB). A conta corrente da França, que engloba o valor das importações e exportações debenseserviços,bemcomodosfluxosderecursosentreresidentesenãoresidentesacumuloudéficitde€31,8bilhõesem2012,ou1,5%doPIB.Em2013,registrou-seumdéficitde€30,3bilhões,oequivalentea1,4 do PIB. Contudo, as exportações de bens aumentaram 3,4% em 2012 e 0,3% em 2013, e as exportações de serviços cresceram 8,3% e 4,3%, respectivamente.

Balanço de Pagamentos 2012-2013(€ bilhões)

Descrição 2012 20131. Transações correntes -31,8 -30,3 (% do PIB) -1,5 -1,4Bens -54,6 -42,5Serviços 24,7 18,3Rendas primárias (investimento e remuneração) 40,7 39,3Rendas secundárias (transferências correntes) -42,6 -45,32. Conta de capital 535,0 1.813,03.Contafinanceira -20.997 -14.1854. Erros ou omissões 10.269 14.278

Fonte: Banque de France

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Asreservasinternacionaisfrancesascresceramsignificativamentenosúltimos 10 anos. Entre 2004 e 2008 aumentaram, em média, 7,4% ao ano, passando de US$ 77,4 bilhões, para US$ 102,9 bilhões.

Reservas internacionais, 2008-2013(US$ bilhões)

2010 2011 2012 2013128,6 146,6 149,6 164,5

Fonte: Banque de France

Plateau of Valensole, Provence

Foto: Oleg Znamenskiy/shutterstock.com

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Pirâmide do Louvre, Paris

Foto: Kiev.Victor/shutterstock.com

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 55

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1. Evolução recente

Comércio exterior total, 2010 – 2013(€ bilhões)

Comércio Exterior 2010 2011 2012 20132014

(jan-set)Exportações (fob) 395 420 434 427 323

variação +14% +8,4% +3,1% -1,5%Importações (fob) 447 512 517 504 378

variação +14,2% +12,3% +1,0% -2,7%Saldo comercial -52 -91,7 -83,8 -76,7 -55Intercâmbio comercial

842 933 951 931 701

Fonte: Direction nationale des Statistiques du commerce extérieur (DNSCE) / Trademap

III - COMÉRCIO EXTERIOR

Em 2013, conforme dados da OMC, a França ocupou o 6º lugar entre os principais exportadores de mercadorias, detendo cerca de 3,1% da oferta mundial. Pelo lado das importações, obteve a 5ª posição com aproximadamente 3,6% da demanda mundial.

Ageografiadocomérciointernacional da França é extremamente concentrada na União Europeia. O bloco é responsável por 60% da corrente de comércio do país. Entre os dez

principais parceiros comerciais daFrança,figuramseismembrosda UE (Alemanha, Bélgica, Itália, Espanha, Reino Unido e Países Baixos) e outros dois parceiros europeus: Suíça e Rússia. Entre os não europeus, apenas os EUA e a Chinafiguramentreosdezmaioresparceiros da França. O comércio com a China tem-se ampliado de modosignificativo,tendoestasetornado a segunda mais importante fonte de importações, superando os EUA, o Reino Unido e países vizinhos, no último decênio. A

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 201256

Como Exportar FRANÇA

Alemanha é, de longe, o maior parceiro comercial da França, que, por sua vez, também é o maior parceiro comercial da Alemanha, desde 1961.

A economia francesa conta com ampla pauta exportadora de bens manufaturados e agroindustriais, nos setores de automóveis e aeronaves, farmacêutico, siderúrgico, petroquímico(refinados),químicosorgânicos, componentes eletrônicos, cosméticos, vinhos e espumantes. Já na pauta importadora, sobressaem os setores de informática e computação (equipamentos e bens conexos) de petróleo(produtosrefinados),óleoe gás natural. Setores muito ativos em termos de exportações, como os siderúrgicos, químico, automotivo e aeronáutico estão fortemente presentes nas importações, o queconfirmaoelevadocomérciointraindústria da França. Nos setores de automóveis e de aeronaves, em particular, esse comércio é dinâmiconãosóemprodutosfinais,mas também, em componentes e equipamentos.

2. Direção e origem do comércio exterior

Exportações

A União Europeia é o destino de 60% das vendas francesas. Em 2013, a Alemanha absorveu 16,5% das vendas francesas, seguida da Bélgica (7,7%); Itália (7,1%); Reino Unido (6,9%); Espanha (6,8%); Estados Unidos (6,3%); Países Baixos (4,1%); China (3,5%) e Suíça (3,1%). O Brasil se posicionou no 17º lugar, absorvendo 1,1% da oferta exportadora francesa.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 57

Como Exportar FRANÇA

França: exportações por principais países, 2011 – 2013(US$ bilhões)

Países 2011 2012 2013Valor Part % Valor Part % Valor Part %

Alemanha 70,28 16,71% 71,64 16,52% 70,25 16,45%Bélgica 30,30 7,21% 31,79 7,33% 32,76 7,67%Itália 34,13 8,12% 31,98 7,37% 30,31 7,10%Reino Unido 27,83 6,62% 29,24 6,74% 29,46 6,90%Espanha 30,51 7,26% 29,30 6,76% 28,86 6,76%Estados Unidos 23,39 5,56% 26,53 6,12% 26,92 6,30%Países Baixos 18,00 4,28% 18,35 4,23% 17,54 4,11%China 13,47 3,20% 15,07 3,48% 14,74 3,45%Suíça 13,19 3,14% 13,69 3,16% 13,06 3,06%Rússia 7,46 1,77% 9,12 2,10% 7,68 1,80%Japão 6,53 1,55% 7,39 1,70% 6,80 1,59%Polônia 6,66 1,58% 6,62 1,53% 6,73 1,58%Turquia 6,71 1,60% 6,90 1,59% 6,27 1,47%Argélia 5,77 1,37% 6,35 1,46% 5,91 1,38%Singapura 5,15 1,23% 5,86 1,35% 5,42 1,27%Hong Kong 4,40 1,05% 5,97 1,38% 4,81 1,13%Brasil 4,00 0,95% 4,63 1,07% 4,74 1,11%Suécia 5,62 1,34% 5,07 1,17% 4,65 1,09%Coreia do Sul 4,19 1,00% 3,68 0,85% 4,24 0,99%Emirados Arabes Unidos

3,66 0,87% 3,52 0,81% 4,02 0,94%

Total 420,43 100% 433,65 100% 426,96 100%Fonte: Direction nationale des Statistiques du commerce extérieur DNSCE

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 201258

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Importações

Os países vizinhos da União Europeia também são os principais fornecedores do mercado francês, responsáveis por 59% das compras do país. Em 2013, a Alemanha foi o principal fornecedor da França, com fatia de mercado de 17,2%. Em seguida destacaram-se China (8,1%); Bélgica (7,8%); Itália (7,2%); Estados Unidos (6,5%); Espanha (6,1%); Países Baixos (4,3%); Reino Unido (4,2%); Suíça (2,5%); Rússia (2,1%); e Japão (1,6%). A participação do Brasil (29º fornecedor) foi pouco expressiva diante das potencialidades de exportação, tendo alcançado fatia de 0,7% do mercado importador francês.

França: importações por principais países, 2011 – 2013(US$ bilhões)

Países 2011 2012 2013Valor Part % Valor Part % Valor Part %

Alemanha 87,17 17,02% 89,60 17,32% 86,40 17,15%China 41,23 8,05% 41,51 8,02% 40,74 8,09%Bélgica 39,29 7,67% 39,09 7,55% 39,51 7,84%Itália 37,54 7,33% 37,39 7,23% 36,08 7,16%Estados Unidos 29,23 5,71% 32,94 6,37% 32,57 6,47%Espanha 30,55 5,96% 31,11 6,01% 30,75 6,11%Países Baixos 22,04 4,30% 22,78 4,40% 21,86 4,34%Reino-Unido 22,20 4,34% 22,78 4,40% 20,80 4,13%Suíça 11,62 2,27% 11,95 2,31% 12,59 2,50%Rússia 13,93 2,72% 11,95 2,31% 10,58 2,10%Japão 9,54 1,86% 9,22 1,78% 8,11 1,61%Polônia 7,77 1,52% 7,93 1,53% 8,04 1,60%Irlanda 6,46 1,26% 6,97 1,35% 6,60 1,31%Arábia Saudita 4,51 0,88% 5,51 1,07% 6,07 1,21%Turquia 5,92 1,16% 5,69 1,10% 6,00 1,19%

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 59

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Suécia 5,98 1,17% 5,83 1,13% 5,83 1,16%Rep. Tcheca 5,90 1,15% 5,57 1,08% 5,58 1,11%Áustria 4,70 0,92% 5,19 1,00% 5,37 1,07%Noruega 6,82 1,33% 5,63 1,09% 5,33 1,06%Cazaquistão 5,16 1,01% 5,25 1,01% 5,33 1,06%Total 512,14 100% 517,42 100% 503,66 100%

Fonte: Direction nationale des Statistiques du commerce extérieur DNSCE

3. Composição do comércio exterior

Exportações

Os produtos industrializados representam mais de 90% das exportações francesas. Em 2013, destacaram-se as vendas de material de transporte (21,2% do total), produtos químicos, perfumes e cosméticos (12,1%), produtos da indústria agroalimentar (10,2%), máquinas industriais e agrícolas (8,1%) e produtos metalúrgicos (6,9%).

Plantação de lavandas na Provença

Foto

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Exportações francesas por principais grupos de produtos, 2011 - 2013(US$ bilhões)

Produto e descrição / Nomenclatura

2011 2012 2013

Valor Part % Valor Part % Valor Part %Material de transporte

86,73 20,63% 93,13 21,47% 92,43 21,65%

Produtos químicos, perfumes e cosméticos

51,68 12,29% 52,55 12,12% 51,45 12,05%

Produtos da indústria agroalimentar

40,97 9,74% 43,11 9,94% 43,62 10,22%

Máquinas industriais e agrícolas

34,84 8,29% 35,89 8,28% 34,44 8,07%

Produtos metalúrgicos

33,22 7,90% 31,95 7,37% 29,62 6,94%

Produtos farmacêuticos

25,44 6,05% 28,74 6,63% 29,38 6,88%

Produtos da informática, elétricos e óticos

27,95 6,65% 28,31 6,53% 27,67 6,48%

Têxtil, roupas, couro e calçados

18,29 4,35% 19,11 4,41% 19,42 4,55%

Equipamentos elétricos

18,42 4,38% 18,54 4,27% 18,17 4,26%

Material e produtos plásticos

17,55 4,17% 17,52 4,04% 17,33 4,06%

Total 420,43 100% 433,65 100% 426,96 100%Fonte: Direction nationale des Statistiques du commerce extérieur DNSCEGrupos de produtos listados em ordem decrescente de valor.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 61

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Importações

A pauta de importações da França é composta também, em sua maioria, por produtos industrializados, que representam mais de 80% do total. Em 2013, os setores de destaque foram os de material de transporte (14,9% das importações), combustíveis minerais (11%), químicos, perfumes e cosméticos (8,3%), produtos da informática, elétricos e óticos (8,3%) e máquinas industriais e agrícolas (7,4%).

Tradicionais casas francesas ao lado do rio Launch, Colmar

Foto: Oleg Znamenskiy/shutterstock.com

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Importações francesas por principais grupos de produtos, 2011 - 2013(US$ bilhões)

Produto e descrição / Nomenclatura

2011 2012 2013

Valor Part % Valor Part % Valor Part %Material de transporte

76,38 14,91% 76,40 14,77% 74,78 14,85%

Combustíveis 58,13 11,35% 58,93 11,39% 55,54 11,03%Produtos químicos, perfumes e cosméticos

44,39 8,67% 44,90 8,68% 41,99 8,34%

Produtos da informática, elétricos e óticos

44,38 8,67% 42,69 8,25% 41,73 8,29%

Máquinas industriais e agrícolas

38,61 7,54% 37,81 7,31% 37,11 7,37%

Produtos da indústria agroalimentar

34,12 6,66% 35,35 6,83% 36,55 7,26%

Produtos metalúrgicos

39,80 7,77% 37,09 7,17% 35,73 7,09%

Têxtil, roupas, couro e calçados

30,71 6,00% 30,49 5,89% 30,91 6,14%

Petróleorefinado 26,39 5,15% 32,10 6,20% 29,30 5,82%Produtos farmacêuticos

23,65 4,62% 25,88 5,00% 24,89 4,94%

TOTAL 512,14 100% 517,42 100% 503,66 100%Fonte: Direction nationale des Statistiques du commerce extérieur DNSCEGrupos de produtos listados em ordem decrescente de valor.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 63

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1. Intercâmbio comercial bilateral

1.1. Evolução recente

Intercâmbio comercial Brasil-França, 2009-2014(US$ milhões)

Comércio Exterior 2010 2011 2012 2013 2014Exportações brasileiras

3.576 4.319 4.107 3.394 2.918

Importações brasileiras

4.801 5.465 5.910 6.497 5.698

Saldo comercial -1.225 -1.146 -1.802 -3.104 -2.780Intercâmbio comercial 8.377 9.784 10.017 9.892 8.616

Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

A França é importante e tradicional parceira comercial do Brasil. Em 2014, a corrente de comércio bilateral de bens alcançou US$ 8,6 bilhões, o que representa fatia de mercado de 1,9%. O País foi o 20º maior cliente do Brasil e 11º fornecedor. No âmbito da União Europeia, foi o quarto principal parceiro, após a Alemanha, Países Baixos e Itália.

IV - RELAÇÕES ECONÔMICO-COMERCIAIS BRASIL-FRANÇA

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 201264

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Comércio Bilateral de Bens do Brasil com a França (US$ bilhões)

1,7 2,22,5 2,7

3,54,1

2,93,6

4,3 4,13,4

1,82,3 2,7 2,8

3,5

4,73,6

4,85,5 5,9

6,5

0,0 -0,1 -0,2 -0,2 -0,1-0,6 -0,7

-1,2 -1,2-1,8

-3,1-4

-2

0

2

4

6

8

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

bilh

ões U

S$

Exportação Importação Déficit comercial

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

Nos últimos anos, o intercâmbio comercial foi afetado pela crise econômica mundial. Em 2009, a corrente de comércio bilateral reduziu-se de 26% comparada à do ano anterior. Até 2013, houve recuperação, mas, em 2014, registrou-se nova queda da corrente de comércio, apesar da redução dodéficitcomercialbrasileiro.NossasexportaçõesparaaFrançaforamprejudicadas pelo desaquecimento da economia francesa, pela estagnação da demanda europeia em geral e pela valorização do real. Nesse quadro, odéficitcomercialdoBrasilcomaFrancadeteriorou-sedesdeoiníciodacrisefinanceiramundialpassandodeUS$0,6bilhãoem2008paraUS$3,1 bilhões em 2013, com leve recuperação em 2014, atingindo US$ 2,8 bilhões.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 65

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Exportações brasileiras para a França, por fator agregado- 2014 -

Descrição Part.%Básicos 62,9%Industrializados 36,2%Semimanufaturados 8,1%Manufaturados 28,1%Operações especiais 0,9%Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

A pauta brasileira de exportações para a França é, historicamente, concentrada em produtos de base. Dois desses produtos – minério de ferro e o complexo soja – correspondem a mais de 50% do total das vendas. A crise tem agravado esse padrão de especialização em detrimento das exportações brasileiras de bens manufaturados: em 2008, 44% da pauta exportadora brasileira para a França era composta de produtos industrializados; em 2014 esta proporção diminuiu para 36%.

Asimportaçõesbrasileiras,poroutrolado,sãoextremamentediversificadas.Em 2014, os cinco principais produtos comprados da França representaram apenas 18% do total das importações. Nossa pauta importadora reúne forte conteúdo tecnológico, tais como componentes aeronáuticos, autopeças e fármacos. A presença crescente de empresas francesas no Brasil é um dos fatores primordiais que sustentam as importações de insumos, máquinas, bens intermediários e equipamentos da França.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 201266

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1.2. Composição do intercâmbio comercial bilateral

Os três principais produtos exportados para a França, responsáveis por quase 50% da pauta exportadora em 2014, foram: bagaços de soja (28,1%), minérios de ferro não aglomerados (15,8%) e pasta química de madeira (5,9%).

Exportações brasileiras para a França por principais produtos, 2014(US$ milhões)

PRODUTOS 2014 Part %Bagaços e outros resíduos sólidos de soja 821,86 28,1%Minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados

460,29 15,8%

Pasta química madeira 173,67 5,9%Café não torrado, não descafeinado, em grão 125,34 4,3%Soja, mesmo triturada, exceto para semeadura 99,21 3,4%Minérios de ferro aglomerados e seus concentrados

95,02 3,3%

Outras partes p/aviões ou helicópteros 82,91 2,8%Outras madeiras perf. etc., não coníferas 47,19 1,6%Farinhas e pellets de soja 36,69 1,3%Outros calçados 30,81 1,1%Outros produtos 945,1 32,4%TOTAL 2.918,09 100%

Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC. Trademap

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Como mencionado anteriormente, as importações provenientes da França sãobastantediversificadas.Em2014,osprincipaisprodutoscompradosforam: fungicidas (6,7%), inseticidas (4,5%), partes de automóveis (2,5%), partes de aviões (2,3%) e caixas de marchas (2%). Estes produtos representaram apenas 18% da pauta de importação.

Importações brasileiras originárias da França por principais grupos produtos, 2014

(US$ milhões)

PRODUTOS 2014 Part %Outros fungicidas 384,13 6,8%Outros inseticidas 258,32 4,5%Outras partes e acessórios de carrocerias p/veículos automóveis

143,56 2,5%

Outras partes p/aviões ou helicópteros 130,62 2,3%Outras caixas de marchas 115,87 2,0%Outros compostos heterocíclicos 103,77 1,8%Outros aviões/veículos aéreos, peso>15000 kg, vazios

81,80 1,5%

Outrosmedicamentosp/finsterapêuticos 80,59 1,4%Vacina contra a gripe, em doses 78,09 1,4%Outros motores de explosão 70,07 1,2%Outros produtos 4.251,34 74,6%TOTAL 5.698,16 100%

Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Trademap

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2. Investimentos bilaterais

2.1. Investimentos franceses no Brasil

Segundo dados do Banco Central, a França foi o 8º maior investidor estrangeironoBrasilem2013,comcercadeUS$1,5bilhãoemfluxoepouco mais de US$ 20 bilhões em estoque. São quase 500 empresas francesasinstaladasnoBrasil,dentreasquaisseencontramfiliaisde36empresas que compõem o CAC40, principal índice da bolsa francesa.

Investimento Direto Francês no Brasil

6,4%

2,4%

6,8%

3,4% 3,6%

6,5%

7,0%6,6%

4,4%

3,6%3,0%

825

486

1 458

745 1 214

2 856

2 136

3 479

3 086

2 155

1 489

0,0%

2,0%

4,0%

6,0%

8,0%

10,0%

0

800

1 600

2 400

3 200

4 000

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Milh

ões U

SD

Participação (%) Milhões USD

Fonte: Banco Central do Brasil

De acordo com os dados do RENAI (Rede Nacional de Informações sobre Investimentos, do MDIC), o crescimento dos investimentos franceses no Brasil, nos últimos anos, ocorreu nos setores de comércio varejista, eletricidade, telecomunicações, automóveis, alimentos, metalurgia e tecnologia da informação.

Grandepartedovolumedeinvestimentosdosúltimosanosrefleteoaumentoda capacidade instalada das grandes empresas francesas já presentes

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 69

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no Brasil. Estas têm procurado ampliarediversificarsuaslinhasde atuação em diferentes regiões e setores. Os grupos franceses possuem interesses em diversos setores estratégicos para o Brasil, como energia nuclear, petróleo, hidroeletricidade, trem de alta velocidade e VLT, supercomputação, defesa, aeroportos, etc.

2.2. Investimentos brasileiros na França

Porsuaparte,oBrasilseclassificaapenas como o 34º investidor estrangeiro na França, com pouco mais de US$ 1,6 bilhão investido no período 2002-2013 principalmente nos setores de aviação e de serviços em geral. Atualmente, apenas 30 empresas brasileiras têm presença variada em território francês, incluindo desde unidades industriais a escritórios comerciais.

O empresário brasileiro considera o mercado francês de difícil acesso, altamente competitivo, com consumidores exigentes a procura de bens e serviços de alta qualidade. No entanto, o momento de crise por que passa a França e a Europa em geral, pode apresentar oportunidades

para aquisição de ativos a bons preços, o que permitiria estabelecer, assim, base sólida de investimentos numa economia desenvolvida, que continuará a desempenhar papel relevante no cenário internacional. O empresário brasileiro poderá beneficiar-sedepresençaemmercado consumidor de cerca de 500 milhões de pessoas e adquirir tecnologia de forma mais acessível.Com uma participação de 23,7% (US$ 18 trilhões) no PIB mundial e apenas 7% da população (507 milhões de pessoas), a União Europeia é o bloco econômico mais rico do mundo. Membro fundador da União Europeia, a França representa 12,7% da população da UE e 16,1% de seu PIB, estando estrategicamente localizada dentro do bloco, com fronteiras com todas as maiores potências econômicas da UE. O PIB da França (US$ 2,9 trilhões) é marginalmente maior que o do Brasil (US$ 2,2 trilhões), mas seus 66 milhões de habitantes representam menos de um terço da população do Brasil, de 202 milhões de habitantes.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 201270

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2.2.1. Incentivos aos investimentos externos

A França tem adotado diversas medidas visando atrair investimentos estrangeiros para o país. Além disso, modernizou os atrativos tradicionais de captação - alta qualidade da mão de obra, mercado dinâmico e localização privilegiada na Europa com excelente infraestrutura de transportes. O regulamento francês concede incentivos ao investimento estrangeiro na maioria das indústrias, especialmente quando gera emprego e contribui para o aumento das exportações e inovações tecnológicas. Os incentivos vão desde a redução de impostos até investimentos em infraestrutura, tais como:- empréstimos sem juros ou com taxas de juros especiais;- subsídios a investimentos em produtividade e em pesquisa e desenvolvimento;

2.2.2. Incentivos aos investimentos em P&D

Os incentivos mais importantes são, sobretudo, dirigidos aos projetos do início da cadeia de produção.

Os incentivos europeus impõem frequentemente a colaboração entre empresas e parceiros (laboratórios) de vários países da Europa ou de países associados. Os incentivos são acessíveis às empresas de todos os portes, mas as empresas pequenas e intermediárias são os focos principais de suporte público à inovação.

Adicionalmente, os projetos de polos de competitividade visam o desenvolvimento de competências regionais os setoriais. São projetos colaborativos envolvendo empresas, laboratórios, e centros tecnológicos.

3. Principais acordos bilaterais

Os acordos de caráter comercial com a França são realizados no âmbito da União Europeia. Contudo, o Brasil mantém acordos econômico-comerciais, merecendo destaque os seguintes:a) Acordo de Cooperação Técnica eCientífica,emvigordesde03/08/1968;b) Convenção para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscalemmatériadeimpostossobre rendimentos, em vigor desde 10/09/1971;

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 71

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c) Acordo sobre Transporte Marítimo, em vigor desde 01/11/1979;d) Acordo no Campo da Propriedade Industrial, em vigor desde 25/01/1983;e) Ajuste Complementar ao Acordo deCooperaçãoTécnicaeCientíficanos setores Aeronáutico e Espacial, em vigor desde 15/02/1989; e) Memorando de Entendimento sobreCooperaçãoCientificaeTecnológica em Áreas Prioritárias, em vigor desde 05/04/2001.f) Acordo entre a República Federativa do Brasil e a República Francesa em matéria de Previdência Social, assinado em 15/12/2011.g) Parceria Estratégica entre a República Federativa do Brasil e a República Francesa, assinado em 23/12/2012.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 201272

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Catedral de Notre-Dame, Paris

Foto: Kiev.Victor/shutterstock.com

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 73

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1. Sistema tarifário

Características do país

O território alfandegário francês, que faz parte do território alfandegário da União Europeia, compreende a metrópole e os seguintes departamentos de ultramar: Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Ilha da Reunião e Ilha Mayotte. São excluídos os territórios de ultramar, que compreendem Polinésia Francesa, Terras Austrais e Antártica francesa, e Wallis-e-Futuna.Vale lembrar ao empresário brasileiro que uma vez que a mercadoria é colocada em livre circulação na França, poderá ser comercializada livremente em qualquer dos 28 países-membros da UE.

Classificação das mercadorias

A França, como membro da União Europeia, utiliza a Nomenclatura Combinada (NC), baseada no Sistema Harmonizado de Designação eCodificaçãodeMercadorias,que regulamenta as importações originárias de terceiros países.

Estrutura da tarifa

A Tarifa Externa Comum (TEC), (Tarif Douanier Commun em francês) é a tarifa comum aos países-membros da União Europeia. Estabelece a nomenclatura e o conjunto de direitos de importação aplicados por todos os países-membros às importações originárias de terceiros países. A TEC compreende 21 seções e 98 capítulos abrangendo em torno de 15.000 itens numéricos, formados por 10 dígitos (6 dígitos do Sistema Harmonizado e por outros 4definidospelaUniãoEuropeia,em função das suas necessidades estatísticas e tarifárias). A TEC é dividida em duas grandes categorias: produtos agrícolas (capítulos 01 a 24) e produtos industrializados (capítulos 25 a 98).

Na tarifa, estão indicados os direitos autônomos estabelecidos, unilateralmente, pela UE, e os convencionais, oriundos de negociações no âmbito do antigo GATT e na Organização Mundial do Comércio (OMC). Esses direitos são aplicados a todos os membros da OMC e aos países com os quais

V - ACESSO AO MERCADO

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a União Europeia tenha celebrado acordos que contenham a cláusula de nação mais favorecida. O Brasil, comomembrodaOMCbeneficia-seda pauta convencional.

Devido à sua complexidade e à baixa frequência de atualização, o acesso on line à TEC é restrito aosprofissionais.Empresáriosbrasileiros interessados poderão obter informações mais detalhadas na TARIC (Tarif Intégré de la Communauté). Trata-se da tarifa integrada da comunidade e é um instrumento criado concomitantemente à Nomenclatura Combinada (NC), pelo Regulamento 2658/87 (art. 2). A TARIC contém a legislação comunitária tal qual publicadanoJornalOficial(JO)e constitui um instrumento de informação de uso corrente, mas não tem estatuto jurídico próprio. A TARIC tem por objetivo indicar as disposições regulamentares aplicáveis a determinado produto, quando importado pelo território aduaneiro da UE. Inclui as disposições do Sistema Harmonizado (SH) e as contidas na regulamentação comunitária específica,taiscomo,suspensões,contingentes, cotas e preferências.

A TARIC é publicada anualmente e atualizada frequentemente. Pode ser consultada no banco de dados da UE, com acesso em inglês, no site: http://ec.europa.eu/taxation_customs/customs/customs_duties/tariff_aspects/customs_tariff/index_en.htm, e com acesso em português, no site: http://ec.europa.eu/taxation_customs/dds/tarhome_pt.htm

Bases de incidência

Os direitos aduaneiros previstos na TEC são, na grande maioria dos casos, estabelecidos com base “ad valorem” sobre o valor CIF4 da mercadoria. Os direitos específicos,expressosemvalorespredeterminados por unidades de volume, aplicam-se sobre alguns produtos, dentre eles os agrícolas e bebidas. Em alguns casos pode haver, além dos direitos “ad valorem” eosdireitosespecíficos,direitosadicionais aplicáveis, por exemplo, a produtos cujos preços de entrada no mercado comunitário sejam inferioresaosfixadospelaUE.ATECprevê também direitos adicionais

4 CIF: Cost, Insurance and Freight – Custo, Seguro e Frete

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para produtos que contenham açúcar e farinha, e direitos sazonais para proteger produtos europeus, tais como frutas e vegetais durante a estação dos mesmos na UE.

Impostos e taxas

Os impostos e taxas a serem recolhidos são os seguintes:• direitos aduaneiros ou imposto

de importação: varia em função do produto, entre 0% e 17%;

• direitos específicos: são impostos que incidem sobre produtos que a UE quer proteger, conforme Regulamento de Salvaguardas nº 3285/94 de 01/01/95;

• direitos compensatórios: são impostos que recaem sobre mercadorias que recebem subsídios no país de origem (Regulamento nº 3284/94 de 30/06/94, emendado pelo Regulamento 2026/97 de 21/10/97);

• direitos antidumping: trata-se de uma tarifa alfandegária aplicada a mercadorias importadas a preços inferiores aos praticados no país exportador. Essa medida é regida pelo Regulamento EC 384/96, emendado pelo

Regulamento 1225/2009 de 30/11/2009. Os setores mais afetados são ferro, aço, eletrônicos e químicos. Detalhes sobre investigações em curso são disponíveis on-line no site: http://trade.ec.europa.eu/tdi/;

• direitos adicionais: são impostos que incidem sobre mercadorias que requerem o pagamento de tarifa adicional do serviço aduaneiro, como por exemplo, para cobrir os custos do controle veterinário para o caso de carnes;

• TVA (IVA) (Taxe sur la Valeur Ajoutée): na França existem quatro níveis:

1. TVA Normal de 20,0%: aplicada em todas as transações que envolvem bens e serviços para as quais não existe regulamentação especial. Essa taxa aumentou de 19,6% para 20% a partir do 1° de janeiro de 2014;

2. TVA Intermediaria de 10%: aplicada principalmente sobre combustíveis convencionais e sobre bens e serviços de construção. Essa taxa aumentou de 7,0% para 10% em 1° de janeiro de 2014;

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3. TVA Reduzida de 5,5%: aplicada a determinados bens e serviços designados por lei (tipicamente produtos alimentares, energia de fonte renovável, e livros). Essa taxanãofoimodificadaoI°dejaneiro de 2014;

4. TVAEspecíficade2,1%:também aplicada a determinados bens e serviços designados por lei (tipicamente produtos farmacêuticos e jornais). Essa taxatambémnãofoimodificadaem 1° de janeiro de 2014;

Sistema Geral de Preferências

Em 1971 foi instituído pela Comunidade Europeia o primeiro SGP,quevemsendomodificadoperiodicamente e tem como objetivo eliminar ou reduzir substancialmente impostos de importação, que oneram produtos primários e industrializados originários de países em desenvolvimento. As concessões de margens tarifárias preferenciais no SGP são unilaterais e não recíprocas.

A versão mais recente do regulamento relativo à aplicação do sistema plurianual de preferências pautais generalizadas é a diretiva CE 978/2012 de 25 de outubro de 2012,

que entrou em vigor em 1° de janeiro de 2014 e deverá ser aplicada até 31 de dezembro de 2023.

O novo SGP prevê a exclusão de países de renda média, reduzindo de 177 para 83 o número de países beneficiários.Rússia,Brasil,Malásiae África do Sul foram excluídos; China e Tailândia o serão em 2015 em razão dos elevados índices de crescimento do PIB.

2. Regulamentação de importação

Com exceção ao princípio de livre circulação, as importações de algumas mercadorias são, em razão de seu caráter sensível, submetidas às restrições de importação ou estritamente proibidas. A alfândega, em colaboração com outros órgãos administrativos, está encarregada da aplicação dos regulamentos nacionais e internacionais restritivos. Essas medidas de restrições ou proibições visam proteger a saúde pública, a defesa da ordem, garantir a segurança e a moralidade pública, resguardar o patrimônio cultural e o meio ambiental francês. Existem, também,controlesespecíficos,sendo necessária a licença de importação.

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O exportador brasileiro poderá encontrar no site de serviços Export Helpdesk da União Europeia, todas as informações atualizadas sobre o tratamento administrativo e tarifário aplicáveis ao seu produto (http://exporthelp.europa.eu).

Mercadorias submetidas a regulamentos de qualidade e de segurança obrigatórios

As normas de qualidade e de segurança são elaboradas por organismos europeus de normalização sob o controle da Comissão Europeia para que sejam respeitadas as exigências comunitárias. São publicadas no JOCE(JornalOficialdaComunidadeEuropeia) e transcritas em normas nacionais.

Na França, as normas europeias (ou European Norms) são codificadasporNF-ENpelaAFNOR - Association Française de Normalisation - entidade de utilidade pública sob a tutela do Ministério da Indústria. AFNOR é o membro francês do CEN (European Committee for Standardization) e do ISO (International Organization for Standardization) e é responsável, na

França,pelaqualidadeecertificaçãode produtos. Os textos detalhados da maioria das normas AFNOR podem ser comprados on-line: http://www.boutique.afnor.org/normes-produits-edition (em francês) ou http://www.boutique.afnor.org/standards-books-information-products (em inglês).

Regulamentos técnicos nacionais ou comunitários tornam obrigatórias as regras de qualidade e de segurança para determinados produtos ou grupo de produtos. Nos intercâmbios com terceiros países, a aplicação dos regulamentos é controlada pela alfândega no momento da importação.

Vale salientar que os produtos não regulamentados, dentro das condições normais de utilização, deverão responder às exigências relativas à segurança e à saúde dos consumidores. Em caso de ameaça, o Code de la Consommation prevê medidas a serem aplicadas de imediato e a importação do produto poderá ser suspensa.

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Marcação “NF”

A marca “NF” - Norme Française (Norma Francesa) - é uma marca de certificaçãofrancesaquetemporobjetivo a diferenciação, garantindo a qualidade e a segurança dos produtoseserviçoscertificados.Asautoridades públicas podem torná-la obrigatória para determinadas atividades, como por exemplo, àquela relacionadas à construção civil. As normas são elaboradas pela AFNOR (Agence Française pour la Normalisation).

Marcação “CE” (Conformité Europeenne)

A marca “CE” foi criada pela União Europeia e atesta a conformidade do produto com as exigências de segurança estabelecidas pelas diretivas europeias e pode ser obrigatória para determinados produtos. Sua obtenção é condicionada a testes e controles a serem realizados por pessoa jurídica com endereço na UE. Os fabricantes brasileiros poderão nomear empresa local para efetuar o processo de certificaçãoeestaseráresponsávelpela marca “CE” em seu produto.Para saber se um produto está

submetido a tal obrigação, é necessário consultar as diretivas ou as normas existentes. Atualmente existem aproximadamente 22 diretivas e podem ser consultadas no site: http://www.dgcis.gouv.fr/ e que se aplicam aos seguintes produtos:• jogos;• aparelhos elétricos utilizados em

determinados limites de tensão;• compatibilidade eletromagnética;• aparelhos a gás;• equipamentos de proteção

individual para uso esportivo ou lazer;

• equipamentos individuais para prevenção de acidentes de trabalho;

• máquinas e outros equipamentos de trabalho;

• produtos para construção;• dispositivos médicos;• dispositivos médicos para

implantes;• barcos de lazer, suas peças e

equipamentos;• componentes de segurança de

elevadores;• equipamentos de pressão;• instrumentos de medição.

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Produtos submetidos à política comercial comum

Quotas ou contingentes

Determinados produtos somente poderão ingressar no mercado da União Europeia dentro de limites quantitativos previstos nos regulamentos comunitários, publicadosnoJornalOficialdaComunidade (JOCE). Quantidades superioresàsquotasfixadaspoderãoser importadas, mas os impostos a serem recolhidos podem tornar a importação inviável.

Vigilância

Algunsprodutosimportadosficamsob vigilância e o comprador deverá possuir o Documento Comunitário de Vigilância. Essas medidas são reguladas por diretrizes publicadas no JOCE, como no caso de alguns produtos siderúrgicos.

Mercadorias submetidas a restrições, autorização ou formalidades particulares:

• material de defesa, armas e munições;

• vegetais e suas preparações: a

diretiva europeia 2000/29 é o principal quadro regulamentar para a importação de sementes e plantas vivas para a UE. Isso serefletenalegislaçãofrancesaatravés do Decreto do Ministério da Agricultura e da Pesca de 24 demaiode2006,modificadoem 23 de outubro de 2007. Os produtos são submetidos a controle sanitário e se estiverem de acordo com as exigências fitossanitárias,ocertificadoéemitido pelo Serviço de Proteção dos Vegetais. Este último deverá ser apresentado na alfândega para o desembaraço da mercadoria e deverá acompanha-la até o término da operação. Mais detalhes sobre o assunto podem ser encontrados no site do Ministério da Agricultura, dos Setores Agroalimentar e Florestal: http://agriculture.gouv.fr.

• animais vivos e produtos animais: animais vivos, produtos de origem animal e alimentícios de origem animal, originários de terceiros países, deverão ser submetidos a controle veterinário nos postos de inspeção nas fronteiras ou no primeiro ponto de entrada na União Europeia. Certificadosanitário(certificado

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de passagem fronteiriço para os animais vivos, “Anexo B” para os produtos animais) será emitido e deverá ser apresentado na alfândega junto com outros documentos exigidos.

• mercadorias submetidas à autorização ou a restrições específicas,taiscomobebidas(alcoólicas ou não), tabaco, obras de metais preciosos, medicamentos, cereais, entre outros.

Importações proibidas:

• artigosfalsificados;• objetos de qualquer natureza contendoimagenspornográficasenvolvendo menores;

• amianto ou produtos contendo amianto;

• produtos contendo substâncias perigosas como sais de chumbo e níquel;

• vegetais e suas preparações (cascas de árvores, sementes, terras), cuja importação seja proibida na UE;

• produtos de origem animal, objeto de proibições regulamentares nacionais ou comunitárias, em vigor.

Importação via postal

Amostras grátis ou de pequeno valor comercial (inferiores a € 150, aproximadamente US$ 200) poderão ser importadas com isenção das tarifas aduaneiras (mas o IVA continua a ser devido, independentemente do valor). As de valor inferior a € 2.700 (aproximadamente US$ 3.700) beneficiamdeprocedimentodedesembaraçosimplificado,easde valor superior a € 2.700 são submetidas ao procedimento normal através do preenchimento do formulário DAU (Documento Administrativo Único).

Bens destinados a feiras e exposições

Materiais destinados a feiras e exposições poderão entrar na França em caráter temporário. Para tanto, é necessário solicitar autorização prévia junto à alfândega e depositar uma caução correspondente ao valor dos direitos de importação que incidem sobre a mercadoria em questão. No momento da saída da mercadoria dentro do prazo estipulado, a caução será devolvida.

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Normas sanitárias

As medidas sanitárias e fitossanitáriasrepresentamumgrande obstáculo ao acesso de produtos agrícolas no mercado daUE.Nocampoespecíficodeprodutos de origem animal, a UE exige que os estabelecimentos exportadores de terceiros países sejam habilitados pela Comissão Europeia. O processo de habilitação requer que o país terceiro informe, para cada categoria de produto, uma lista de estabelecimentos exportadores e forneça garantias de que os mesmos estão de acordo com os padrões comunitários de saúde pública e animal. No casodoBrasil,alistaéfixadapelo Ministério da Agricultura e submetida à Comissão Europeia para aprovação. O processo de habilitação é geralmente lento. Em razão das grandes crises sanitárias nos últimos anos como a doença da “vaca louca” e a “gripe aviária”, as medidas sanitárias exigidas pela União Europeia estão cada vez mais rígidas. Maiores informações sobre as medidas sanitárias em vigor na UE poderão ser consultadas no site: http://ec.europa.eu

No que se refere aos produtos químicos, ou produtos que contenham alguma substância química nos seus componentes ou no seu processo de fabricação, o regulamento que se aplica, denominado REACH - Registration, Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemicals, entrou em vigor em 1° de junho de 2007 substituindo inúmeros textos legislativos existentes.

Os principais objetivos do REACH são os de maior proteção à saúde humana e ao meio-ambiente contra os riscos no uso de produtos químicos, bem como a disseminação de métodos alternativos, promoção da livre circulação de substâncias no mercado interno comunitário e o reforço da competitividade e inovação. O regulamento impõe à indústria a responsabilidade de estimar e administrar riscos, assim como fornecer informações de segurança adequada aos usuários.O REACH é aplicado no controle de todas as substâncias químicas, não somente aquelas utilizadas em processos industriais, mas também aquelas encontradas no cotidiano das pessoas, por exemplo, nos produtos de limpeza, nas

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pinturas e até mesmos nos artigos de vestuário, móveis e aparelhos elétricos.

Os fabricantes e importadores de substâncias químicas ou produtos que as contenham estão obrigados aidentificareadministrarosriscos associados ao produto. No caso de substâncias produzidas ou importadas em quantidades anuais superiores a 1 tonelada, os fabricantes ou os importadores deverão provar que os dispositivos previstos pelo REACH são respeitados através de um registro junto a ECHA- European Chemicals Agency. Informações adicionais poderão ser obtidas no site: http://guidance.echa.europa.eu

Embalagens e rótulos

A União Europeia adotou regulamentação sobre rotulagem e apresentação de produtos alimentícios destinada a orientar o consumidor sobre o conteúdo do produto. Nas etiquetas deve constar, também, o idioma do país onde o produto é vendido. Poderão ser colocadosdesenhosougráficosao lado das indicações em língua estrangeira, com a condição de

que não haja dúvidas quanto à interpretação dos mesmos. Informações detalhadas estão disponíveis, em português, no site: http://europa.eu/.

O exportador deverá imprimir, na embalagem, uma marcação com o código que lhe foi atribuído pelo IBAMA, em que constarão as seguintes informações:logotipo do órgão internacional;código do país, da região e do fabricante / exportador;tipo de tratamento da embalagem.

A partir de 1° de março de 2005, todas as embalagens de procedência de terceiros países (exceto da Suíça) e com destino a um dos 27 países da comunidade, foram obrigadas a cumprir a regulamentação europeia.Quanto às embalagens em madeira bruta, vale ressaltar que existe legislaçãoespecífica.Osprodutosatingidos por essa norma são todas as embalagens de madeira bruta de espessura igual ou superior a 6 mm tais como “palets”, caixas, engradados, pranchas de cargas e descargas (as pranchas em aglomerados fabricadas através de colagem a quente não são atingidas por essa norma). Trata-se da Norma

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NIMP15 (em inglês, ISPM 15) – em francês, Norme Internationale de Mesures Phytosanitaires n° 15). Suaaplicaçãodefinitivaocorreua partir de 23 de agosto de 2003 e teve como objetivo uniformizar as medidas a serem aplicadas, visando evitar a contaminação das florestasdopaísimportadorporpragas presentes nas embalagens de madeira.AISPM15foimodificadaem 2009, tornando obrigatória a utilização de madeira descascada, afimdeevitarautilizaçãodefumigação com brometo de metila. O único tratamento possível agora é o tratamento a quente atingindo o centro da madeira (56°C durante 30 minutos no mínimo). A Norma pode ser consultada no site: www.ippc.int.

Marcas e patentes

Através de único depósito junto ao OEB–OfficeEuropéendesBrevets(Instituto Europeu de Patentes) é possível patentear produto ou marca em diversos países (mais de 30).Umavezobtidoocertificadoda patente, basta ao interessado apresentar cópia traduzida no idioma oficialdosdiferentespaísesjuntoao órgão competente respectivo. O órgão competente na França para

marcas e patentes é o INPI (Institut National de la Proprieté Industrielle, ou Instituto Nacional de Propriedade Industrial). Os endereços do OEB e INPI encontram-se no anexo “item 11 outros endereços úteis” deste guia.

3. Documentos e formalidades

Os documentos necessários para o desembaraço de mercadorias na França são:• fatura comercial;• romaneio de embarque (packing

list): não é obrigatório, mas facilita o desembaraço;

• conhecimento de embarque (Bill of Lading, B/L, ou BOL, ou AWB Air Way Bill);

• certificadosanitáriooufitossanitário(quandoaplicável);e

• outroscertificadosoulicenças(quando aplicável).

A fatura comercial, o conhecimento de embarque, e os demais certificadosdeverãoserprovidenciados pelo exportador brasileiro e os originais deverão ser remetidos ao importador francês. As

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licenças deverão ser providenciadas pelo importador francês. É importante seguir as instruções do importador francês quanto à documentaçãoaserfornecida,afimdeevitarqualquerdificuldadeparaodesembaraço alfandegário.

Formalidades para o desembaraço alfandegário

Para as mercadorias importadas e provenientes de países não membros da UE, a declaração de importação é feita no formulário denominado DAU (Documento Administrativo Único) pelo importador ou por seu representante.

Todas as importações estão sujeitas a inspeções pelas autoridades aduaneiras no porto, aeroporto ou em outro ponto de entrada no país. Após a inspeção, controle dos documentos e o pagamento dos tributos, a liberação da mercadoria é imediata e passa a ser considerada como “em livre circulação”.As formalidades para o desembaraço são geralmente feitas por empresas de despacho aduaneiro.

Regime cambial

Não há restrições nem controle cambial nas importações. Poderão ser aceitos créditos dos fornecedores e os pagamentos poderão ser feitos em qualquer moeda conversível.

4. Regimes especiais

Existem vários regimes especiais de liberação alfandegária denominados “regimes econômicos”.

Regime “Armazém alfandegário”

Esse regime permite ao importador estocar a mercadoria em um depósito alfandegário sem recolher os impostos. A vantagem desse regime é a constituição de um estoque, por tempo indeterminado, sem o recolhimento dos impostos. O depósito pode encontrar-se em um país-membro e as formalidades a serem cumpridas em outro país-membro. Os produtos não poderão sofrer nenhuma transformação dentro do depósito, exceto manipulações simples visando a

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resguardar seu bom estado.Se a mercadoria for exportada, não existirá imposto a ser recolhido, enquanto que, se for destinada ao mercado interno, os impostos serão recolhidos no momento da sua retirada do depósito alfandegário.

Regime “Aperfeiçoamento ativo” (drawback)

Trata-se de importação de peças ou de matérias-primas que serão transformadas ou incorporadas a outrosprodutoscomafinalidadedeexportação.Esse regime poderá ser feito em duas modalidades:sistema de suspensão: se houver certeza da reexportação da mercadoria para fora do território da UE, esse é o sistema mais adequado. Não há nenhum recolhimento de impostos ou taxas;sistema de reembolso: é aconselhado para os casos em que a reexportação for parcial. Nesse caso, os direitos e taxas são recolhidos e reembolsados no momento da reexportação. Vale lembrar que os itens importados deverão ser “identificáveis”comocomponentesdos produtos acabados, objetos da reexportação.

Paris

Foto: Victor Maschek/shutterstock.com

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Porto de Nice

Foto: Artens/shutterstock.com

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1. Canais de distribuição

Panorama geral da estrutura de distribuição na França em 2010

AtividadeNúmero

de empresas

Vendas totais (M€)

Margem de lucro

(%)Alimentação não especializada, lojas de departamento e bazar

21 941 190 533 19,1

Alimentação especializada e artesanato comercial

102 631 31 637 35,3Tecnologia de Informação e de Comunicação

6 910 8 546 25,2

Bricolagem e equipamentos domésticos

35 509 47 129 34,8

Bens culturais e recreativos 21 811 18 757 30,4Outros varejistas especializados 141 918 99 983 36,8Bancas e feiras 84 390 5 818 43,3Venda à distância, em casa e PLC 27 466 17 910 44,3

Fonte: Insee, Le commerce en France, édition 2010

Os quatro grandes circuitos de distribuição no mercado francês são:• circuito tradicional: formado por atacadistas especializados, atacadistas

multiprodutos, varejistas independentes, lojas de departamento, lojas populares, feiras livres e vendas porta-a-porta;

• supermercados e hipermercados;• circuito CHR (“collectivités, hôtels et restaurants”): cantinas, hotéis e

restaurantes; • circuito VPC (vente par correspondance): vendas por correspondência,

que inclui vendas on line.

VI - ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO

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Circuito tradicional

No canal tradicional, destacam-se as redes de lojas (cadeias de varejistas), as cooperativas e as lojas especializadas. As redes ocupam um espaço importante. O comércio varejista organizou-se emredesafimdecentralizarascompras, fazer publicidade em nível nacional, colocando em comum asdespesasfixasefazendopartede uma “logomarca” reconhecida pelo consumidor. Geralmente, a logomarca é utilizada por todos os membros, a estratégia comercial é única. Essas redes, no circuito tradicional, realizam a grande maioria das vendas a varejo deixando pouco espaço para o varejista independente.

A melhor forma de abordar esse canal é através de um importador-distribuidor trabalhando com diversos produtos e com força de venda cobrindo todo o território. Em geral, o pedido desses varejistas, por item, é pequeno o que implica na necessidade de um distribuidor multiprodutos para viabilizar as visitas dos vendedores.

No geral, um produto não alimentício nesse circuito de atacadista, chega aoconsumidorfinalcomvaloresdequatro, cinco e de até seis vezes do valor FOB.

Lojas de departamento

As principais lojas de departamento na França são:• Le Bon Marché (www.

lebonmarche.fr); • Galeries Lafayette (www.

galerieslafayette.com); • Le Printemps (www.printemps.

com) e• BHV (www.bhv.fr).

O número total de pontos de venda na França é de 184. O volume de vendas, em 2010, realizado pelas lojas de departamento, foi de aproximadamente US$ 4.4 bilhões, representando cerca de 1,1% do total do comércio varejista.

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Principais produtos % das vendasVestuário e acessórios de moda 43,1%Perfumaria, produtos de beleza e de higiene 8,1%Artefatos de couro e artigos de viagem 6,3%Roupas de cama e mesa 6,2%Total 63,7%

Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Etudes, Fiche Sectorielle d’Enquête annuelle d’entreprises dans le commerce – Exercice 2010.

Supermercados e hipermercados

Esse circuito apresentou grande expansão nos últimos anos. Em menos de trinta anos o número de supermercados passou de 200 para 8.960 e de apenas um hipermercado para 1.310. Para limitar o número de pontos de venda, a abertura de novas lojas está sujeita a autorização governamental.

As chamadas grandes surfaces realizam suas compras através de centrais de compras, sendo que cinco delas detêm aproximadamente 90% do mercado de produtos alimentícios. Os hipermercados possuem áreas superiores a 2.500m2; os supermercados, áreas de 400 a 2.500m2. Os endereços das principais centrais de compras encontram-se listados nos anexos.

As centrais de compras são empresas prestadoras de serviços, principalmente para as cadeias de supermercados. A central faz a seleção do produto (alimentício e não alimentício), negocia o preço com o fornecedor, estoca a mercadoria e faz as entregas nos pontos de venda da empresa filiada.

A negociação com essas centrais de compras é bastante difícil e para um fornecedorestrangeiroasituaçãoficaaindamaiscomplicada,poisnamaioria dos casos o fornecedor assume toda a logística interna (ocupa-se da etiquetagem, colocação do produto nas gôndolas, entre outras).

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Estratégia da MDD (Marque Du Distributeur ou Marca do Distribuidor)

O número de produtos com a marca da cadeia de supermercado denominada MDD (“Marca Do Distribuidor”) vem ganhando cada vez mais espaço em todos os supermercados. Mais de 85% dos produtos MDD são fabricados por pequenas e médias empresas. Entre os produtos de suas próprias marcas e os produtos MDD essas empresas pesam em 55% do total de produtos comercializados no circuito das grandes superfícies.

O supermercado solicita ao fabricante o fornecimento de determinado produto com sua marca de distribuidor (MDD) e embalagem, mesmo se, muitas vezes, o produto já é comercializado sob a marca do fabricante. O preço finaldoprodutoMDDéinferioraodo fabricante, uma vez que não há investimentos em publicidade, o que favorece a marca do distribuidor em detrimento da marca do fabricante. Issotemcausadodificuldadesàsempresas, que além de sofrerem com queda no volume das vendas, veem suas margens reduzidas. O

desenvolvimento da MDD torna mais frágil a posição do fabricante, uma vez que o distribuidor pode mudar de fornecedor a qualquer momento, sem acarretar perda no fornecimento do produto em questão.

Para o exportador brasileiro, a abordagem desse canal de distribuição pode ser mais fácil através de um importador-distribuidor já familiarizado com as práticas comerciais desse segmento.

Supermercados hard discount e lojas populares

Desde os anos 1990 surgiram cadeias de supermercados ou lojas especializadas chamadas de hard discount. Esse segmento representa atualmente cerca de 13% das vendas de produtos de grande consumo5 . Nestes supermercados, os produtos são dispostos de maneira sumária, o número de itens é reduzido e as aquisições são feitas através de centrais de compras. Além disso, a grande maioria das mercadorias é de marca própria (MDD).

5 Fonte: Kantar Worldpanel, Outobro de 2012.

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No entanto, após uma década inicial de crescimento rápido, o modelo de hard discount foi perdendo terreno na França, a favor dos supermercados e hipermercados. O líder de mercado, Lidl,anunciou,nofinalde2012,que iria abandonar gradualmente o modelo de hard discount para suas operações francesas. Esta mudança de equilíbrio tem sido atribuída, em parte, aos esforços feitos pelos supermercados em reduzir seus preços, e, de outra parte, às preocupações crescentes com a qualidade dos alimentos por parte dos consumidores franceses.

Circuito CHR (Collectivités, Hôtels et Restaurants) – cantinas, hotéis e restaurantes

Trata-se de um circuito muito segmentado, mas representa grande potencial, principalmente para o setor agroalimentício. Em 1960, somente 5% das refeições eram realizadas fora de casa. Esse percentual passou para 13% em 2000, dos quais 47% são referentes a restaurantes e 53% a cantinas de empresas, escolas, hospitais, entre outros. A proporção das refeições consumidas fora de casa continua subindo e deve chegar a 20% até 2020.

A abordagem desse segmento poderá ser mais fácil através de atacadistas.

2. Promoção de vendas

Algumas das práticas mais utilizadas na promoção de vendas no mercado francês são:

Concursos e loterias

São bastante utilizados para atrair a atenção do consumidor, oferecendo-lhes a possibilidade de ganhar prêmios em dinheiro ou em mercadorias. Esse tipo de promoção é fortemente regulamentado; a legislação estabelece o percentual máximo do prêmio em relação ao preço do produto.

Bônus de redução

Podem ser distribuídos aos consumidores por mala direta, na embalagem do produto e/ou em encartes publicitários em revistas ou jornais.

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Distribuição de amostras e/ou degustação

É bastante utilizada nos supermercados. Entretanto, dado o número de pontos de venda de cada cadeia de supermercado, essa técnica representa custo elevado.

Feiras e salões

As feiras são um bom meio de promover os produtos juntos aos intermediáriosouconsumidorfinal.Além do cuidado na escolha da feira apropriada ao produto, é necessário dispor de catálogos e prospectos na língua francesa.

Material para os pontos de venda

É comum os varejistas solicitarem uma participação do fornecedor para uma melhor apresentação do produto no ponto de venda, como por exemplo, “displays”, “folders” e outros.

3. Publicidade

A TV é a forma mais demandada de publicidade no mercado francês, com participação de quase 36,5%.

As fatias de mercado das outras mídias de publicidade seguem no quadro abaixo:

Descrição Part. % no totalTV 36,5%Imprensa escrita 25,3%Rádio 14,5%Internet 11,6%Cartazes 9,8%Cinema 2,3%

Fonte: Kantar Media Baromètre – ADEX Report 2012

4. Práticas comerciais

Formas e prazos de pagamento

Em geral o mercado efetua seus pagamentos por meio de duplicatas em prazo de 60 dias, sem incluir o mês da compra. Os supermercados e lojas de departamento trabalham com prazos maiores. As cartas de crédito não são uma prática bem aceita devido ao custo elevado e rigidez, exceto junto aos grandes atacadistas/importadores e centrais de compras. Os pagamentos contra documentos ou por cobrança bancária são os mais correntes no mercado tradicional.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 93

Como Exportar FRANÇA

Vale lembrar que um pedido assinado pelo cliente representa um documento legal para o caso de necessidade de acioná-lo juridicamente.

Modalidades de venda

Ainda que a venda seja realizada na modalidade FOB (free on board), quando da visita ou contato com o comprador é indispensável dispor das informações na modalidade CIF (Cost Insurance Freight), com os custos de frete e seguro. Essas informações são importantes para que o cliente possa fazer comparação imediata com a sua fonte de fornecimento atual ou analisar a viabilidade da importação.

Cumprimento dos prazos

É aconselhável muito rigor no cumprimento de prazos acordados. O mercado destaca esse aspecto como de fundamental importância.

Preços

Habituados com uma economia com inflaçãomuitobaixa,omercadonãoentende as mudanças de preços no decorrer do ano. Em geral, trabalham com as mesmas tarifas no ano, de janeiro a dezembro.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 201294

Como Exportar FRANÇA

Basílica do Sagrado Coração (em francês, basilique du Sacré-Cœur), Paris

Foto: Massimiliano Pieraccini/shutterstock.com

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 95

Como Exportar FRANÇA

Em se tratando de um destino de exportação, a França é um grande mercado por si só, além de um ponto de entrada para a União Europeia (UE), o bloco econômico mais rico do mundo, com 500 milhões de consumidores e um PIB de US$ 17 trilhões em 2013.

A entrada no mercado francês pode resultar em mais que apenas vendas extras: seus recursos humanos, técnicos,tecnológicos,efinanceirosabundantes podem ajudar empresas brasileiras a ganhar competitividade tanto em suas operações globais como brasileiras.

Certasespecificidadesdosmercados francês e europeu, tais como diferenças marcantes do Brasil em termos de cultura, regulamentações, ou contexto socioeconômico podem parecer barreiras substantivas para uma entrada bem-sucedida de empresas brasileiras na Europa. Para lograr tais objetivos, é recomendado:• realizar uma análise abrangente eprofissionaldascondiçõesdomercado local na França e na UE, e de suas diferenças em relação

ao mercado brasileiro;• considerar todos os benefícios

potenciais de cada elo da cadeia de valor da empresa brasileira e não somente suas vendas;

• não se concentrar somente na exportação direta de produtos, mas considerar as diferentes alternativas para penetrar no mercado europeu, tais como parcerias locais ou implantação direta no país por via de aquisição de empresa local.

O Setor de Promoção Comercial da Embaixada do Brasil na França tem entre seus objetivos a promoção de investimentos brasileiros na França e franceses no Brasil, bem como identificarmercadosondeempresasbrasileiras são competitivas e estão aptas a desenvolver-se internacionalmente.

Dentre as atividades do SECOM cita-se a pesquisa de importadores e/ou possíveis parceiros comerciais, participação em salões internacionais e organização de encontros BtoB (Business to Business) na França, criando possibilidades para as empresas de

VII - RECOMENDAÇÕES ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 201296

Como Exportar FRANÇA

realizar um trabalho de prospecção, testar novos produtos e encontrar diferentes agentes do comércio internacional. ([email protected]).

1. Por que estar presente no mercado francês?

1.1. A França é um grande mercado localizado no centro do bloco econômico mais rico do mundo

O PIB da França é apenas ligeiramente maior que o do Brasil em 2012 (US$ 2,5 trilhões), mas sua

população de 66 milhões é menos de um terço da população brasileira de 201 milhões de habitantes.

A União Europeia, com participação de 23% (US$ 16,7 trilhões) no PIB mundial e somente 7,2% da população (505 milhões de pessoas), é o bloco econômico mais rico do mundo.

A França é País membro-fundador da União Europeia, representando 13% de sua população e 15,6% de seu PIB, respectivamente.

Ilustração: Participação da França no PIB da UE28 e da UE28 no PIB mundial

Fonte: NeoFocus Strategy & Finance, « How to design winning market entry strategies », 2013 edition

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 97

Como Exportar FRANÇA

A União Europeia é um mercado economicamente integrado, que permite a livre movimentação de pessoas, bens e recursos financeiros.Efetivamente,asbarreiras ao comércio dentro da UE são extremamente baixas:• não há impostos de importação

sobre bens comercializados dentro do bloco, com raras exceções, tais como álcool e tabaco;

• padrões de qualidade e de segurança e regulamentações estão, em grande parte, harmonizadas dentro da UE, uma vez que estão cobertas pela estrutura legislativa da UE;

• empresas europeias já estão acostumadas ao comércio com países da UE (85% do comércio externo dos países da UE se dão com os outros países da própria UE).

1.2. A França está estrategica-mente localizada na UE

A França está estrategicamente localizada no bloco econômico, fazendo fronteira com todas as maiores potências da UE.

1.3. Empresas brasileiras com operações na Europa podem ganhar competitividade

Os mercados europeus em geral, e francês em particular, podem dar a impressão, de serem pouco atrativos, pois são mercados maduros, competitivos, com crescimento relativamente baixo e margens de lucro inferiores às margens no mercado brasileiro.No entanto, a UE é o maior bloco econômico do mundo, onde inúmeras empresas e grupos internacionais conseguiram desenvolver as capacidades necessárias para instalar-se e atuar com sucesso. Para isso, é recomendável uma estratégia que combine exportação e uma implantação local.

Apesar dos custos de mão de obra elevados, as empresas europeias são altamente competitivas em razão desuaaltaprodutividadeeeficiência,pois contam com:• automação intensiva e infraestruturaeficiente;

• alto grau de inovação e produtos e serviços mundialmente competitivos;

• grande contingente de pessoas

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 201298

Como Exportar FRANÇA

altamentequalificadasedisponíveis;

• inflaçãobaixa,queresultaemtaxas de juros baixas;

• níveis de consumo relativamente estáveis, que permitem melhor planejamento das capacidades de produção por parte das empresas;

• margens observadas no mercado europeu são aparentemente menores do que as de mercados de maior crescimento, porém são mais estáveis a longo prazo emenosafetadospelainflaçãoou por variações cambiais.

1.4. Os recursos franceses de alta-tecnologia podem ser alavancados na melhoria da competitividade em outros mercados

AFrançadispõedeprofissionaisaltamente especializados, diversos projetos de pesquisa teórica e aplicada junto a instituições públicas ou laboratórios privados, bem como um amplo leque de incentivos para atividades de Pesquisa e Desenvolvimento.

O país integra a elite de países com indústrias de alta tecnologia, tais como eletrônica, aeroespacial,

defesa, automotiva, ferroviária, energia, farmacêutica, biotecnologia e genética. No ranking mundial de brevets por países, a França posiciona-se em quarto lugar e, na Europa, é o segundo país com maior número de registros de brevets.

A entrada gradual no mercado francês permitirá a empresa adquirir tecnologia e competitividade, que poderá ser transposta às suas atividades no Brasil, acarretando ganhos de produtividade.

Nos casos de eventual reexportação para o Brasil, a empresa poderá beneficiardeincentivosfrancesesà exportação (crédito com taxas de juros privilegiadas, seguro de crédito,financiamentos,franquiade impostos, investimentos entre outros.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 99

Como Exportar FRANÇA

1.5. O uso de financiamento local pode baixar o custo geral de entrada significativamente

As taxas de juros normais são substancialmente mais baixas na França (TME - Taxa de juros dos empréstimos do Estado):

Taxa Selic Anual TME2007 11,8% 4,4%2008 12,4% 3,5%2009 9,9% 3,7%2010 9,7% 3,2%2011 11,6% 3,4%2012 8,4% 2,6%2013 8,2% 2,3%

Fonte: Banco Central do Brasil; Banque de France

Adicionalmente,váriosorganismospúblicosdãosuportefinanceiroespecíficoparaempresasestrangeirasimplantarem-senaFrança.Esseauxíliopodeseratravésdeisençõesfiscais,empréstimosataxasdejuros subsidiadas ou garantias. Dentre os organismos destinados a atrair investimentos diretos estrangeiros cita-se a agência nacional AFII (Agence Française pour les Investissments Internationaux, ou Invest in France), Paris Développement, ADERLY (Agence pour le Développement Économique de la Région Lyonnaise) e diversas outras agências regionais, fundos europeus parare-industrializaçãodeáreasespecíficas,ouatémesmoasprópriasautoridades locais que competem por geração de empregos.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012100

Como Exportar FRANÇA

Ferramenta: estruturação financeira de projetos

Fonte: NeoFocus Strategy & Finance, « How to design winning market entry strategies », 2013 edition

2. As dificuldades de acesso ao mercado francês podem ser superadas

2.1. Resistência a novos entrantes é mais alta em mercados maduros que em mercados emergentes...

Em mercados de alto crescimento, novos atores podem mais facilmente posicionar-se no novo mercado resultante do crescimento econômico.

Para ganhar participação em mercados maduros, um novo ator deve conquistar fatias de um mercado existente, deslocando outros competidores já instalados. Assim, o mercado francês pode apresentar mais resistência em relação a novos atores, em comparação a mercados de alto crescimento.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 101

Como Exportar FRANÇA

2.2. … mas a diferenciação é uma ferramenta eficaz para superar os obstáculos da competição

Empresas recém-instaladas na França devem ter uma oferta mais atraente que as dos competidores existentes no mercado: ter uma relação preço/qualidade melhor, ou atender melhor às necessidades do cliente (ou alguns segmentosespecíficosdeclientes).

Ilustração: etapas-chave para definir uma estratégia de entrada vencedora

Fonte: NeoFocus Strategy & Finance, « How to design winning market entry strategies », 2013 edition

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012102

Como Exportar FRANÇA

2.3. A Europa é um mercado altamente regulamentado...

Países europeus têm uma longa história de regulamentações (normas de qualidade, padrões, etc.), tanto em nível nacional como europeu, muitas das quais são compatíveis de alguma forma com outras regiões, tais como os EUA (p.e. farmacêuticas, alimentos, automotiva, etc...). Alguns mercados são fortemente protegidos, como nos setores agrícola e pesqueiro por exemplo.

2.4. … mas o atendimento às regulamentações europeias facilita o atendimento de regulamentações de outros mercados

Aderir às regulamentações na França pode-se estender a exportação a todos aos demais países da UE, ampliando o mercado potencial para 500 milhões de consumidores com poder de compra elevado;Em terceiros países, as regulamentações são inspiradas pelas europeias. Neste sentido, o cumprimento às regulamentações europeias pode dar acesso àqueles mercados.

2.5. A UE é um conjunto composto por 28 países europeus, cada um com seu próprio idioma, cultura, gostos e hábitos...

Embora a França possa ser uma porta de entrada para outros países europeus, as empresas não europeias não devem subestimar as diferenças culturais entre os países. Consequentemente, desenvolver presença na UE a partir de uma base francesa requer um nível de adaptaçãosignificativodomarketingmix, dependendo do produto e mercado alvo.

2.6. ... um parceiro local pode dispor do conhecimento necessário para adaptar-se à diversidade

No processo de implantação na UE, é necessário o entendimento profundo das particularidades nacionais, que pode ser obtido com o apoio de parceiros locais, que já possuam intimidade com esse mercado. A escolha de um parceiro local na França, e / ou em outros mercados europeus é, portanto, extremamente importante para o sucesso da implementação da estratégia de entrada, pois determinará a velocidade, custos

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 103

Como Exportar FRANÇA

e riscos associados à entrada. Parceiros potenciais devem, portanto, ser selecionados e avaliados cuidadosamente antes do início da implantação.

2.7. Diferenças culturais entre o Brasil e a França podem levar a mal-entendidos e divergências...

Formas de pensar, gerir, comunicar ou negociar podem variar substancialmente entre Brasil e França. Por exemplo: • cidadãos e empresas franceses

tendem a ser mais avessos a riscos que os brasileiros correspondentes;

• a cultura empresarial francesa atribui grande importância aos conceitos e às demonstrações intelectuais, enquanto a cultura brasileira usualmente privilegia soluções pragmáticas e adaptativas ao longo do tempo.

2.8. … mas o entendimento dessas diferenças e o ajuste correspondente nas práticas de gestão, comunicação e negociação têm se tornado mais produtivo

Com o crescimento do comércio através das fronteiras e também

com a globalização geral a partir da década de 1980, experiência considerável se tornou disponível em termos de melhores práticas em relações comerciais entre muitos países, incluindo França e Brasil.

Ao longo dos últimos 20 anos, muitas pesquisas foram realizadas para medir, mitigar e estreitar de forma estruturada as diferenças entre culturas empresariais. Consultores especializados podem providenciar o suporte necessário para superar as barreiras culturais.

3. Conclusão

Empresários brasileiros que visam os mercados francês e europeu devem, portanto:• realizar pesquisas aprofundadas

sobre o mercado, bem como sobre os potenciais concorrentes franceses e europeus. Antes de comprometer recursos humanosefinanceirossignificativos,aconselha-seao exportador brasileiro o contato com consultores locais especializados, bem como com o SECOM-Paris, Tel.: +331 4561-6380 e [email protected]

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012104

Como Exportar FRANÇA

• suas ofertas sejam claramente diferenciadas, de forma a evitar ou provocar resistências frontais de concorrentes existentes no mercado alvo;

• fazer um “stress test” abrangente de seus produtos contra os de concorrentes existentes na Europa;

• considerar a Europa como um mercado único dos pontos de vista de alfândega e logística e, portanto, considerar opções futuras de entrada em outros países europeus quando entrar em qualquer país europeu;

• levar em consideração a heterogeneidade do mercado europeu nos aspectos culturais e hábitos de consumo, que impactam o marketing e a estratégia implantação (p.e. idiomas, legislações nacionais, etc.)

• ter presente a França e a Europa como fontes de competitividade quepodebeneficiarsuaempresa, inclusive no mercado brasileiro.

O Setor de Promoção Comercial da Embaixada Brasileira em Paris coloca-se à disposição das empresas brasileiras para

auxiliá-las em seu processo de internacionalizaçãoeidentificaçãodemarcados.

Dentre as atividades do SECOM cita-se a pesquisa de importadores e/ou possíveis parceiros comerciais, participação em salões internacionais e organização de encontros BtoB na França, criando possibilidades para as empresas de realizar um trabalho de prospecção, testar novos produtos e encontrar diferentes agentes do comércio internacional. Análises mais detalhadas demandarão o apoio de prestadores de serviços locais.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 105

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I – ENDEREÇOS

1. Órgãos oficiais brasileiros na França

Embaixada do Brasil em Paris34, Cour Albert 1º75008 – ParisTel.: (331) 4561-6380 (Secom)E-mail: [email protected]

Delegação do Brasil junto à Unesco1, Rue Miollis75732 – Paris – CEDEX 15Tel.: (331) 4568-2901E-mail: [email protected]

2. Órgãos oficiais franceses

2.1 No Brasil

Embaixada da FrançaSES – Avenida das Nações, Quadra 801, Lote 470404-900 – Brasília – DFTel.: (61) 3222-3999E-mail: [email protected]

Câmara de Comércio França-Brasil - CCBFTel.: (11) 3060-2290E-mail: [email protected]

2.2 Na França

Câmaras de Comércio e Indústria

CCIP – Chambre de Commerce et d’Industrie de ParisTel.: +33 (0)1 55 65 36 73E-mail: [email protected]

Chambre de Commerce International - CCI Paris Ile-de-FranceTel.: +33 (0)820 012 112

Principais entidades de classe

AACC -Association des Agences Conseils en CommunicationE-mail: [email protected]

ANIA- Association Nationale des Industries AlimentairesE-mail: [email protected]

ANEXOS

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012106

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Armateurs de FranceE-mail: [email protected]

UFBJOP - Fédération française de la Bijouterie, Joaillerie, Orfèvrerie, du Cadeau, des Diamants, Pierres et Perles et Activités qui s’y rattachentE-mail: [email protected]

CAPEB - Confédération de l’Artisanat et des Petites Entreprises du BâtimentE-mail: [email protected]

CCFA - Comité des Constructeurs Français d’Automobileswww.ccfa.fr

CDCF - Conseil du Commerce de FranceE-mail: [email protected]

CFQ – Confédération Française de la Quincaillerie, Fournitures industrielles - Bâtiment – HabitatE-mail: [email protected]

CGI - Confédération française du Commerce InterentreprisesE-mail: [email protected]

CICF - Confédération des Industries Céramiques de FranceE-mail: [email protected]

CNPA - Conseil National des Professions de l’AutomobileE-mail: [email protected]

COPACEL - Confédération Française de l’Industrie des Papiers, Cartons et CellulosesE-mail: [email protected]

FBF - Fédération Bancaire Françaisewww.fbf.fr

FCD - Fédération des Entreprises du Commerce et de la Distributionwww.fcd.asso.fr

FFF- Fédération Française de la FranchiseE-mail: [email protected]

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 107

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Fédération des AscenseursE-mail: [email protected]

Fédération des Chambres Syndicales de l’Industrie du VerreE-mail: [email protected]

FCJTF – Fédération Française des Entreprises de Gros, Importation, Exportation en Chaussures, Jouets, TextilesE-mail: [email protected]

FEDA – Fédération des Syndicats de la Distribution AutomobileE-mail: [email protected]

Fédération de la PlasturgieE-mail: [email protected]

FEP - Fédération des Entreprises de Propreté et Services AssociésE-mail: [email protected]

FFB - Fédération Française du Bâtimentwww.ffbatiment.fr

FFSA - Fédération Française des Sociétés d’Assuranceswww.ffsa.fr

FFTB - Fédération Française des Tuiles et BriquesE-mail: [email protected]

FEDENE- Fédération Française des Entreprises Gestionnaires de Services aux Equipements, à l’Energie et à l’Environnementwww.fg3e.fr

FIB - Fédération de l’Industrie du BétonE-mail:[email protected]

FICG - Fédération de l’Imprimerie et de la Communication GraphiqueE-mail:[email protected]

FIEEC - Fédération des Industries Electriques, Electroniques et de Communication E-mail:[email protected]

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012108

Como Exportar FRANÇA

FIEV - Fédération des Industries des Equipements pour VéhiculesE-mail:[email protected]

FIM - Fédération des Industries Mécaniqueswww.fim.net

FEBEA - Fédération des Entreprises de la BeautéE-mail: [email protected]

FIPEC - Fédération des Industries des Peintures, Encres, Couleurs, Colles et AdhésifsE-mail:[email protected]

FJP - Fédération Française des Industries Jouet-Puériculturewww.fjp.fr

FNADE - Fédération Nationale des Activités de la Dépollution et de l’Environnement E-mail: [email protected]

FNB - Fédération Nationale des BoissonsE-mail: [email protected]

FNB - Fédération Nationale du BoisE-mail: [email protected]

FEDIM - Fédération Française de la Distribution Industrielle E-mail: [email protected]

FENNTISS - Fédération Nationale du Tissu E-mail: [email protected]

FENSCOPA - Fédération Nationale des Syndicats de Commerce de Gros en Produits Avicoles E-mail: [email protected]

FFNMC - Fédération Française des Négociants en Matériaux de Construction E-mail: [email protected]

FGME - Fédération Nationale des Syndicats de Grossistes en Matériel Electrique et Electronique E-mail: [email protected]

FNAS - Fédération Française des Négociants en Appareils Sanitaires, chauffage, climatisation et canalisations E-mail: [email protected]

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 109

Como Exportar FRANÇA

FND - Fédération Nationale de la Décoration E-mail: [email protected]/

FNICGV - Fédération Nationale des Industries du Commerce de Gros des Viandes E-mail: [email protected]

FPC - Fédération Nationales des Promoteurs-ConstructeursE-mail: [email protected]

FNTP - Fédération Nationale des Travaux PublicsE-mail: [email protected]

GIFAS - Groupement des Industries Françaises Aéronautiques et SpatialesE-mail: [email protected]

GITL - Groupement Interprofessionnel du Transport et de la Logistiquewww.gitl.fr

LEEM - Les Entreprises du Médicamentwww.leem.org

Les Fondeurs de France E-mail: [email protected] www.fondeursdefrance.org

UCV - Union du Grand Commerce de Centre VilleE-mail: [email protected] www.ucv.com

UFIH - Union Française des Industries de l’HabillementE-mail:[email protected]

UFIP - Union Française des Industries Pétrolièreswww.petrole.fr

UFISS - Union Fédérale des Industries et Services de la SécuritéE-mail:[email protected]

UIC - Union des Industries ChimiquesE-mail: [email protected]

UIMM - Union des Industries et Métiers de la MétallurgieE-mail: [email protected] www.uimm.fr

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012110

Como Exportar FRANÇA

UIT - Union des Industries TextilesE-mail: [email protected]

UMIH - Union des Métiers et des Industries de l’HôtellerieE-mail: [email protected]

UNIFA - Union Nationale des Industries Françaises de l’AmeublementE-mail: [email protected]

3. Principais bancos

BNP Paribaswww.bnpparibas.net

LCL www.lcl.com

Credit Agricolewww.credit-agricole.fr

CIC-Credit Industriel Et Commercialwww.cic.fr

Societe Generalewww.socgen.com

Banque Populaire Caisse d’Épargnewww.bpce.fr

4. Principais agências governa-mentais envolvidas com licitações

Le Portail des Marchés PublicsA lista das licitações e/ou atribuições épublicadanoJornalOficialepoderá ser consultada no site:www.journalofficiel.gouv.fr

5. Principais feiras e exposições

A seguir, uma seleção das feiras mais importantes. O calendário completo poderá ser consultado no sítio: www.ccip.fr/foireuro/pays16.htm ou na revista LE MOCI - Moniteur du Commerce International (le Kiosque): www.lemoci.com ou no sítio do Ministério das Relações Exteriores: www.brasilglobalnet.gov.br

Meuble ParisSalão de móveis.Salãodestinadoaprofissionais.E-mail: [email protected]

Trade Expo Paris Salon du Commerce en Volume et de la DistributionE-mail: [email protected] www.tradexpo-paris.com

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 111

Como Exportar FRANÇA

Salon International de la Lingeriewww.eurovet.fr

Who’s Next Laboratoire des Nouvelles TendancesE-mail: [email protected]

Interfilierewww.interfiliere.com

Maison&ObjetE-mail: [email protected]

Eclat de Mode/BijorhcaE-mail: [email protected]

Le Salon de la Maroquinerie E-mail: [email protected]

Salon International de L’Agriculture E-mail: [email protected] www.comexposium.com

SIMA - Simagena - Simavip - Le Mondial des Fournisseurs de L’Agriculture et de L’ElevageE-mail: [email protected] www.comexposium.com

Premiere Classe - Salon International de L’Accessoire de ModeE-mail: [email protected] www.premiere-classe.com

MOD’AMONT - Salon International des Fournitures et Accessoires de la ModeE-mail: [email protected]

ExpofilE-mail: [email protected]

Premiere Vision - Premier Salon Mondial des Tissus D’HabillementE-mail: [email protected] www.premierevision.fr

Salon International de L’Aeronautique et de L’Espace - Paris Le BourgetE-mail: [email protected]

Europain - Salon Mondial de la Boulangerie, de la Patisserie et des Traiteurs & IntersucE-mail: [email protected]

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012112

Como Exportar FRANÇA

Equip Auto - Salon International des Technologies, Equipements et Services Automobile et Equipements de Garage ComexposiumE-mail: [email protected]

Batimat - Salon International de la ConstructionE-mail: [email protected] www.batimat.com

6. Estudos de mercado

A seguir, algumas empresas passíveis de fornecimento e/ou elaboração de estudos de mercado:

EurostafE-mail: [email protected]

NeoFocus FranceE-mail: [email protected]

NeoFocus do Brasil / Valuepoint Consultoria de GestãoE-mail: [email protected] / [email protected] / www.valuepoint.com.br

SergecoE-mail: [email protected] Sofreswww.tns-sofres.com

XerfiE-mail:[email protected]

7. Aquisição de documentação

Imprimerie NationaleE-mail: [email protected] du Commerce InternationalE-mail: [email protected] É possível consultar as principais leis, decretos e portarias publicadas noJournalOfficielapartirde1990,no sitio: www.legifrance.gouv.fr

Documentação publicada pela União Europeia:E-mail: [email protected]://publications.europa.eu/

8. Principais centrais de compras Provera Alimentaire (Cora, Match e outros)E-mail: [email protected]

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 113

Como Exportar FRANÇA

Cora Non AlimentaireE-mail: [email protected]

Auchan Import-Exportwww.auchanimportexport.com

EMC Distribution (Casino, Franprix, Monoprix-Prisunic e Leader Price)E-mail: [email protected]

Francap Distributionwww.francap.com

Carrefour Hypermarches Francewww.carrefour.fr

Groupement Achat Centre Leclerc SC Galecwww.e-leclerc.com

9. Principais empresas de transporte

Schenker S.A.www.schenker.fr

DanzasE-mail: [email protected]

Calberson Europewww.calberson.comDHL : 0825 10 00 80FEDEX : 0820123800

10. Inspeção de embarques

STR Francewww.strfrance.fr

Socotecwww.socotec.fr

11. Outros endereços úteis

Direction Générale des Douanes et Droits Indirectswww.douane.gouv.fr

Le Centre de Renseignements des Douanes de ParisTel.: (Paris): +33 (0) 53 24 68 24

INSEE- Institut National des Statistiques et Services Economiqueswww.insee.fr

COFACE – Compagnie Française d’Assurance pour le Commerce ExtérieurE-mail: [email protected]

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012114

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II – INFORMAÇÕES PRÁTICAS

1. Comunicações telefônicas

Para efetuar uma ligação para um número francês do Brasil:PrefixoFrança:(+33)+prefixoregião (um dígito) + número do correspondente

Para efetuar ligações telefônicas dentro da França, substitui-se o prefixofrancês(+33)porzero.Por exemplo, em Paris os números começam com 01.

Para ligações telefônicas a cobrar no Brasil, basta ligar para o número 0800 990 055 e seguir as instruções da Embratel.

Para ligações a serem pagas na França, há diversos operadores que propõem tarifas competitivas: - Telerabais http://www.telerabais.comParaumnúmerofixonoBrasil:0811658181 Para um celular no Brasil: 0891656565

- Simplicitel http://www.simplicitel.com/ Telefone : 3299- Teleplanete http://www.teleplanete.com/telephoner-vers-Bresil-moins- cher.html Para um celular no Brasil: 0821 615 600 Para um celular no Brasil: 0891 655 600

Para o uso das cabines telefônicas é necessário cartão com circuito integrado.

Correio

Envio de cartas ao Brasil:

PesoValor em

Euros

Valor aproximado em US$ (12/2014)

Até 20g 0,98 1,20De 50g 1,78 2,20De 100g 2,40 2,96De 250g 5,65 6,97De 500g 7,40 9,13De 1000g 10,85 13,4De 2000g 17,00 21,00

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 115

Como Exportar FRANÇA

Envio de pacotes ao Brasil:

PesoValor em

EurosValor aproximado em

US$ (12/2014)

Até 100g 3,30 4,72Até 250gAté 500g Até 1000gAté 2000g

6,258,05g11,8517,60

7,719,9314,6221,71

Remessas expressas de cartas (até 1kg):

Descrição Vr. Aproximado US$

Prazo Telefone

Chonopost 111,00 2 a 6 dias (1) DHL 135,70 2 dias 0825 100 080 Fedex 197,00 2 dias 0820 123 800

(1) Depósito em qualquer agência dos correios. Mais informações no sitio: www.chronopost.com

2. Pesos e medidas

A França utiliza o “Sistema Internacional de Medidas”. Trata-se do sistema métrico decimal, com seis unidades básicas: metro, quilograma, segundo, ampére, graus Celsius e Watt.

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3. Feriados

São 10, os dias feriados na França: 1° de janeiro Ano Novo1° de maio Dia do Trabalho

8 de maioTérmino da Primeira Guerra

Segunda-feira de Páscoa

Religioso

Quinta feira da Ascensão

Religioso

14 de julho Festa Nacional (Queda da Bastilha)

15 de agostoReligioso (Assunção)

1° de novembro

Todos os Santos

11 de novembro

Armistício

25 de dezembro

Natal

4. Fuso horário

Não existe diferença de fuso horário na França metropolitana. A diferença com o Brasil (horário de Brasília) é a seguinte:• Do último domingo de março até

o último domingo de setembro a diferença é de 5 horas;

• Do último domingo de setembro até a data da entrada do horário de verão, no Brasil, a diferença é de 4 horas;

• A partir da data de início do horário de verão no Brasil até a data do término, a diferença é de 3 horas;

• A partir da data de término do horário de verão no Brasil até o último domingo de março a diferença é de 4 horas;

5. Horário comercial

• Bancos: em geral, das 9h às 16h. Várias agências abrem aos sábados;

• Escritórios: das 9h às 12h e das 14h às 18h (a carga horária semanal é de 35 horas e as empresas modulam as horas de acordo com suas conveniências, existem empresas que abrem somente quatro dias na semana);

• Lojas de departamento: de segunda a sábado das 9h às 20h, um dia na semana tem horário noturno até às 21h;

• Pequeno comércio: Em geral o horário é de 10h às 19h. A maioria abre aos sábados, mas fecha às segundas-feiras.

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6. Corrente elétrica

A voltagem é de 220 Volts. Os tipos de tomadas utilizadas são “C” e “E”, necessitando de um adaptador para ligar os aparelhos elétricos brasileiros.

7. Períodos recomendados para viagens

Os melhores períodos para viagens de negócios na França são:• de setembro até a primeira

quinzena de dezembro; e• dejaneiroatéfinaldeabril.

O mês de maio funciona em ritmo lento, uma vez que tem três feriados e as pessoas costumam emendá-los com outros dias. Nos meses de junho e julho é raro começar algum projeto novo, por causa das férias que se aproximam. Durante o mês de agosto a maioria das empresas fecha para férias coletivas, ou funciona com número reduzido de funcionários.

8. Visto de entrada

Atualmente não é necessário visto de entrada para brasileiros que entram no país como turista por um período de até 3 meses.

9. Vacinas

Não há exigências de vacinas para a entrada de brasileiros na França.

10. Hotéis

A seguir, a título indicativo, lista de hotéis

Bristolwww.hotel-bristol.com

Crillonwww.crillon.com

George Vwww.fourseasons.com

Inter-Continental www.intercontinental.com

Le Meuricewww.meuricehotel.com

Peninsulahttp://paris.peninsula.com

Plaza-Athenéewww.plaza-athenee-paris.com

Royal Monceauwww.leroyalmonceau.com

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Burgundyhttp://www.leburgundy.fr

Concorde-Lafayettewww.concorde-lafayette.com

Elysée Régenciawww.regencia.com

Franklin Rooseveltwww.hroosevelt.com

Littréwww.hotellittreparis.com

Majesticwww.majestic-hotel.com

Méridienwww.lemeridien.com

Montaignewww.hotel-montaigne.com

Novotel Paris Tour Eiffelhttp://www.novotel.com/fr/hotel-3546-novotel-paris-centre-tour-eiffel/index.shtml

Reginawww.regina-hotel.comRoyal Saint-Honoréwww.hotel-royal-st-honore.com

Atlanticwww.atlanticparis.fr

Bedfordwww.hotelbedford.com

Champs de Marswww.hotelduchampdemars.com

Fortunywww.paris-tourisme.com/hotel-fortuny/index.html

Grand Hôtel Saint Michelwww.hotel-saintmichel-paris.com

Jardin de l’Odéonwww.hoteljardinodeonparis.com

Molièrewww.hotel-moliere.fr

Queen Maryhttp://www.hotelqueenmary.com

Pavillon Montaignewww.hotel-paris-pavillonmontaigne.com

Hotel du Louvrewww.paris-hotel-place-du-louvre.com

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• FMI. Direction of Trade Statistics, January 2009• FMI. International Financial Statistics, February 2009• FMI. World Economic Outlook Database October 2013• FMI. Report for Selected Countries and Subjects• UNCTAD/ITC/Trademap• UNCTAD, World Investment Report, 2014• EIU.TheEconomistIntelligenceUnit,CountryProfileFrance• EUROPA.PortalOficialdaUniãoEuropeia• EUROSTAT• EUROSTAF• - AGRESTE, Statistique Agricole, Ministère de l’Agriculture, de

l’Agriculture et de la Forêt• Banque de France• DEGITM/DST. Direction Générale des Infrastructures, des Transports et

de la Mer/ Direction de la Surveillance du Territoire• Direction Générale des Douanes et Droits Indirects• Direction Générale du Trèsor. Les Cahiers de la Direction Générale du

Trèsor• FFSA – Fédération Française des Sociétés d’Assurance • France Agrimer• Guide de la Grande et Moyenne Distribution en France – DCASPL

(Direction du Commerce de l’Artisanat, des Services et des Professions Libérales), 2005-2006.

• INED – Institut National d’Études Démographiques• INSEE Instut National de la Statistique et des Etudes Economiques• Le Commerce en France – INSEE – Références, 2008• Ministère de l’Économie, de l’Industrie et du Numérique• Ministère de l’Equipement, des Transports de l’Aménagement du

Territoire, du Tourisme et de la Mer• Ministère des Affaires Étrangères et du Développement International • Ministère des Finances et des Comptes Publiques• SOeS – Service de l’Observation et des Statisques

BIBLIOGRAFIA

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012120

Como Exportar FRANÇA

• Tableaux de l’Economie Française - INSEE – Références, 2008• Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior / Secretaria

de Comércio Exterior / AliceWeb• Banco Central do Brasil • Ministério das Relações Exteriores / Divisão de Atos Internacionais.