Como Exportar para a Dinamarca · 2014-09-30 · que produzem os chamados produtos de nicho com um...

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Como Exportar para a Dinamarca _________________________________________________ Um guia para exportadores de países em desenvolvimento

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Como Exportar para a Dinamarca _________________________________________________ Um guia para exportadores de países em desenvolvimento

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Índice 1. A Economia Dinamarquesa.....................................................................................3 1.1. Indústria especializada com a predominância de Pequenas e Médias Empresas (PMEs) ........................................................................3 1.2. Comércio Exterior ...................................................................................................3 2. Pré-Requisitos Legais ...............................................................................................4 2.1. Exigências referentes ao produto .........................................................................5 2.2 Diretrizes do Enfoque Novo / Diretrizes da Comunidade Européia ..................................................................................................6 2.3. Documentação de conformidade .........................................................................7 2.4. Empacotamento e etiquetagem ............................................................................8 2.5. Gêneros alimentícios ..............................................................................................9 2.6. Gêneros alimentícios orgânicos ............................................................................9 2.7. Brinquedos ............................................................................................................10 3. Exigências de Mercado ..........................................................................................10 3.1. Certificação ............................................................................................................11 3.2. Certificação de qualidade do produto ...............................................................11 3.3. Sistemas de gerenciamento .................................................................................12 3.4. Códigos de conduta ..............................................................................................13 3.5. Condições de entrega e embalagem ...................................................................13 3.6. Transporte de mercadoria....................................................................................14 3.7. Estabelecimento de preços ..................................................................................15 3.8 Termos de pagamento ..........................................................................................16 4. Como entrar no mercado dinamarquês ..............................................................18 4.1. Iniciar contato com potenciais compradores ...................................................18 4.2. Pesquisar na Internet ............................................................................................18 4.3. Feiras de comércio ................................................................................................18 4.4. Viagens de Negócios ............................................................................................19 4.5. Cultura Empresarial .............................................................................................20 4.6. Adaptação ao setor dos negócios .......................................................................22 4.6.1. O setor de gêneros alimentícios .......................................................................22 4.6.2. Roupas e tecidos de uso no lar ........................................................................25 4.6.3. Artesanato ...........................................................................................................27 5. Assistência aos exportadores ................................................................................29

ANEXO .........................................................................................................................30

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Como Exportar para a Dinamarca

1. A Economia Dinamarquesa 1.1. Indústria especializada com a predominância de Pequenas e Médias Empresas (PMEs) Ao contrário da maioria das outras nações industrializadas, o desenvolvimento industrial na Dinamarca não se baseia em matérias-primas nacionais. A indústria dinamarquesa se baseia em ampla escala na manufatura leve e reprocessamento e a produção é freqüentemente caracterizada por um grau elevado de especialização em áreas bem definidas. Deste modo, a indústria dinamarquesa é predominantemente baseada em empresas de pequeno e médio porte (PMEs). Mais de 80% de todas as empresas manufatureiras empregam menos de 20 pessoas. Somente 1.000 companhias mantêm mais de 100 empregados, no entanto mais do que a metade da força de trabalho industrial é empregada nestas companhias. A indústria de manufaturados é dominada por produções pequenas ou médias que produzem os chamados produtos de nicho com um elevado padrão tecnológico e destinados principalmente a usuários profissionais. Devido a essa estrutura complexa e versátil, a indústria dinamarquesa de manufaturados como um todo não é tão sensível a mudanças no mercado mundial, como acontece em outros países onde a indústria se concentra em poucos setores. Há um total de 333.766 empresas (dados de 2005) registradas sob a legislação que regula o Imposto de Valor Agregado (IVA) A maioria destas opera no setor de serviços, menos de 10% são manufatureiras, e 20% são empresas exclusivamente comerciais. 1.2. Comércio Exterior Em 2004 as exportações dinamarquesas (somente mercadorias) atingiram a marca dos € 61.3 bilhões. Os maiores mercados de exportação são a Alemanha, a Suécia e o Reino Unido. A maioria das exportações (76%) consiste em produtos industrializados (excluídos a carne enlatada, o leite enlatado, e as embarcações). Aproximadamente 12% são produtos agrícolas de origem

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animal. Os grupos primários da exportação são maquinaria e instrumentos elétricos, produtos farmacêuticos, produtos químicos, carne e laticínios, peixes, móveis, motores e itens de vestuário. Em 2004 as importações dinamarquesas (apenas mercadorias) atingiram a marca de € 53.7 bilhões, 72% dos quais foram provenientes dos outros países da União Européia. A maior parte das importações é composta de bens para o uso direto no comércio e na indústria, sendo estes bens manufaturados que são re-exportados após sofrerem reprocessamento adicional. O segundo maior grupo das importações é composto de bens de consumo, que representam 30% das importações. As importações de combustível correspondem a aproximadamente 3% das importações. Hoje, a Dinamarca é essencialmente auto-suficiente em energia.

2. Pré-Requisitos Legais A importação de bens na Escandinávia é regulamentada por um conjunto complexo de diretrizes da União Européia e por leis, procedimentos e regras de padronização nacionais. O objetivo é assegurar a segurança do consumidor, proteger o meio-ambiente e limitar outros fatores de risco. Diferentes grupos de produtos são governados por modalidades diferentes de legislação. O importador é responsável pelo cumprimento da legislação, e as autoridades locais do país importador deverão se certificar de que a lei está sendo cumprida. Conseqüentemente, o importador exigirá dos fornecedores que os produtos estejam de acordo com as exigências. A Europa segue os tratados internacionais da Organização Mundial do Comércio. Medidas de controle de produtos encontram-se principalmente no Acordo de Barreiras Técnicas ao Comércio (sigla em inglês TBT), e no Acordo de Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitosanitárias (sigla em inglês SPS). O acordo TBT trata principalmente de bens industrializados, ao passo que o acordo SPS trata da segurança alimentar e da sanidade animal e vegetal. As medidas de controle compreendem duas categorias: (1) Exigências técnicas e outras exigências que se apliquem aos produtos (2) Exigências quanto à avaliação de conformidade

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A avaliação de conformidade inclui testes, certificação e outras medidas com o objetivo de demonstrar que o produto satisfaz às exigências. As exigências são válidas não apenas nos 25 países membros da UE, mas também nos três países que junto com a União Européia (UE) compõem a Área Econômica Européia (AEE): Noruega, Islândia e Liechtenstein. Todos os 28 países são obrigados a implementar a legislação da UE na legislação nacional, entretanto, há diferenças nas legislações nacionais visto que a legislação européia pode ser implementada de formas diferentes. 2.1. Exigências referentes ao produto Na UE, a legislação é passada em forma de Diretrizes. Cada país implementa as diretrizes em sua legislação nacional no corpo de leis ou em regulamentos. Para muitos produtos, as exigências específicas são incluídas em padrões europeus. Para verificar as exigências a seu produto na Dinamarca, talvez o exportador deverá consultar o Ponto de Pesquisa da Organização Mundial do Comércio ou a autoridade nacional relevante. Na Suécia foi criada a página de Internet http://www.opentradegate.se/templates/Standard____1137.aspx para auxiliar as exportações de países em desenvolvimento para a Suécia e a UE. As páginas de Internet dos Pontos de Pesquisa sobre o TBT e o SPS, bem como das autoridades mais relevantes são listadas no anexo. As exigências específicas para cada um dos países escandinavos e para vários grupos de produtos encontram-se também disponíveis na base de dados holandesa CBI com informações de mercado: http://www.cbi.nl/marketinfo/cbi/. A Diretriz para Segurança de Produtos é uma diretriz orientadora relevante para quase todos os produtos. A exigência básica é a de que os produtos oferecidos no mercado europeu sejam seguros. Além disso, os importadores devem fornecer a informação necessária aos consumidores através do rótulo, ou fornecendo instruções para o uso do produto. Finalmente, os importadores devem monitorar a segurança de seus produtos, e tomar medidas preventivas para evitar que os mesmos causem danos. Se um consumidor puder provar que um produto lhe causou danos, ele poderá requerer compensação financeira do distribuidor, de acordo com a Diretriz de Responsabilidade pelo Produto. Ao distribuidor é facultado o direito de passar

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a reivindicação ao importador, exportador, fabricante, ou quem quer que o anteceda na corrente de distribuição do produto. Gêneros alimentícios e produtos químicos são considerados especialmente sensíveis e, portanto, são cobertos por legislação aparte. Os padrões são uma outra fonte importante de informação a respeito das exigências aos produtos. Os padrões técnicos foram desenvolvidos por equipes européias de estandardização, e implementados como padrões nacionais em todos os 28 países da Área Econômica Européia (AEE). Na Escandinávia, as equipes nacionais de estandardização são a Padrões Dinamarqueses, Padrões Noruegueses, e o Instituto Sueco de Padronização. Publicações com os padrões podem ser compradas através das equipes nacionais de padronização ou suas respectivas organizações de vendas. Entretanto, uma vez que todos os padrões nacionais têm a mesma a origem e geralmente contêm o texto original, é suficiente obter uma cópia correspondente ao seu grupo de produtos, cópia esta que poderá ser utilizada em todos os 28 países. 2.2 Diretrizes do Enfoque Novo / Diretrizes da Comunidade Européia Algumas das diretrizes mais importantes da UE são as chamadas Diretrizes do Enfoque Novo, também conhecidas como Diretrizes da Comunidade Européia (CE). Estas cobrem mais de 20 grupos de produtos, que representam um risco potencial para o consumidor. Todas as diretrizes podem ser encontradas na página de Internet: http://www.newapproach.org. As Diretrizes do Enfoque Novo / Diretrizes da CE contem somente as exigências essenciais aplicadas aos produtos. As exigências detalhadas estão nos padrões, e normalmente é suficiente consultar o padrão para seu grupo de produto. Em casos especiais você pode provar a conformidade direta às exigências essenciais. Para demonstrar que um produto está em conformidade com todas as diretrizes do Enfoque Novo /CE, o produto deve ser etiquetado com a marca CE. A atividade de marcar é responsabilidade do importador. Não é permitido afixar a marca CE em produtos que não estejam sob uma diretriz do Enfoque Novo. O procedimento adotado para a marcação CE varia de um grupo de produto a outro. O procedimento, passo a passo, pode ser encontrado na página de Internet: http://www.cbi.nl/marketinfo/cbi/

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Diretrizes do Enfoque Novo: áreas de produtos que requerem a marca CE O produtor obrigatoriamente deve colocar a marca da CE nas seguintes áreas de produtos para confirmar que estes cumprem todas as exigências relevantes das Diretrizes do Enfoque Novo:

• Equipamento de baixa voltagem • Recipientes sob pressão simples • Segurança de brinquedos • Produtos para construções • Compatibilidade eletromagnética • Equipamento de proteção pessoal • Instrumentos de pesagem não automáticos • Dispositivos médicos implantáveis ativos • Aparelhos a gás • Caldeiras novas de água quente que utilizam combustíveis líquidos ou

gasosos • Explosivos para uso civil • Dispositivos médicos • Equipamento e sistemas de proteção para uso em ambientes

potencialmente explosivos • Embarcações para fins recreativos • Elevadores • Equipamentos de pressão • Segurança de máquinas • Dispositivos médicos de diagnóstico in vitro • Equipamento de rádio e equipamento terminal de telecomunicações • Instalações de cabos destinadas a transportar pessoas • Instrumentos de medição

2.3. Documentação de conformidade Aos importadores cabe documentar a conformidade com as exigências legais. Para produtos considerados de baixo risco, talvez não haja exigências específicas, ou uma declaração do fabricante seja suficiente. Para produtos de maior risco, as propriedades do produto devem ser documentadas através de relatórios de testes de laboratório ou relatórios de inspeção. Em outros casos, pode ser necessária uma certificação independente atestando que o produto satisfaz às exigências. As exigências para a demonstração de conformidade estão nas diretrizes e demais leis e os procedimentos práticos podem variar de país para país.

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No caso de relatórios e de certificados de teste sempre há a questão do reconhecimento. Nem todos os laboratórios e equipes de certificação são reconhecidos na Europa. O credenciamento expedido por uma equipe de credenciamento reconhecida internacionalmente, aumenta a credibilidade do relatório de teste ou certificado. O credenciamento consiste em verificação sistemática e independente visando confirmar a competência da organização em foco. Nos casos em que as autoridades européias não reconhecem a documentação, um teste ou inspeção adicional pode ser requerido quando o produto chega na Europa, aumentando os custos e implicando em atraso. Em determinados casos, a UE poderá enviar inspetores ao país de origem. 2.4. Empacotamento e etiquetagem O objetivo primordial do empacotamento é assegurar a chegada segura e intacta das mercadorias, mas há também exigências legais para o empacotamento e etiquetagem. As exigências dependem da natureza dos bens, e se o produto é destinado ao uso industrial ou se é para uso direto do consumidor. Algumas exigências da UE foram criadas para proteger a saúde e segurança do consumidor, e visam fornecer aos consumidores informação relevante sobre os produtos. Uma diretriz da UE especifica os materiais (os tipos de plástico e de papelão) permitidos de serem usados no embalamento em contato direto com gêneros alimentícios. Vários tipos de materiais, principalmente plásticos, não são permitidos no contato direto com produtos. Um outro exemplo é a diretriz 96/74 da CE que se aplica a nomes de têxteis. Esta diretriz estabelece as normas para a etiquetagem/classificação dos têxteis. Tal classificação é compulsória no comércio varejista. Regras gerais para a etiquetagem:

• Bens de consumo devem ser receber etiquetas/rótulos no idioma nacional do país de destino

• Etiquetas e rótulos devem descrever com exatidão o conteúdo da embalagem

• Caso seja aplicável, pesos e medidas devem ser fornecidos no sistema métrico

• Para alguns gêneros alimentícios, é necessário informar o país de origem • Para muitos produtos, a marca da CE é obrigatória

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2.5. Gêneros alimentícios A segurança do alimento é uma questão importante na Europa, e os gêneros alimentícios são governados por uma gama extensiva de normas e regulamentos. Diversos incidentes ocorridos nos últimos anos, onde a segurança do alimento estava ameaçando a saúde pública, indicaram que a legislação não satisfazia os objetivos. Novos princípios foram incluídos no Regulamento da Lei dos Alimentos No. 178/2002, baseados no princípio da cadeia de alimentos, “da exploração agrícola à mesa”. Todos os estados-membros da UE (e demais países da AEE) implementaram uma legislação nova seguindo o referido princípio. Variações nacionais ainda existem, todavia a UE tem como objetivo a harmonização total da legislação. A legislação está sendo constantemente aprimorada. As exigências aplicáveis aos produtos cobrem áreas tais como contaminantes, níveis máximos de resíduos, higiene, radiação, etiquetagem e classificação, e outras, dependendo do produto. A situação atual deve ser investigada de acordo com o produto em questão. Os produtos provenientes da carne, frutos-do-mar, etc., podem apresentar risco considerável à saúde. Conseqüentemente, produtos de origem animal devem ser oriundos de estabelecimento aprovado pela UE. O sistema de controle de segurança do alimento e saúde animal nos países exportadores também precisa da referida aprovação. Vários produtos, tais como carne fresca e pescados são inspecionados e testados no momento da chegada na UE. Antes de serem liberados os produtos têm que ser aprovados. Maiores informações podem ser encontradas na página de Internet: http://ec.europa.eu/food/index_pt.htm 2.6. Gêneros alimentícios orgânicos Os gêneros alimentícios que são vendidos como “orgânicos“ devem estar de acordo com os regulamentos da UE e dispor de certificado e etiquetagem corretas. A certificação dos produtos deve ser conduzida por uma equipe independente e pode ser bem cara.

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As exigências gerais encontram-se no Regulamento do Conselho (CEE) 2092/91 e as exigências especiais às exportações de países em desenvolvimento encontram-se no Regulamento do Conselho (EC)1788/2001. Cada consignação deve ser acompanhada por um certificado e as formalidades prévias têm de ser observadas. As referidas formalidades são estritas e aumentam o custo dos produtos orgânicos. 2.7. Brinquedos As crianças são consideradas consumidores especialmente vulneráveis e portanto os brinquedos são um grupo de produtos coberto por uma legislação extensiva. Uma Diretriz para Segurança de Brinquedos instituída sob o Enfoque Novo/CE estabelece as exigências básicas mas o fabricante deve consultar os padrões EN 71 para identificar as exigências específicas aplicáveis ao seu produto. A conformidade com os padrões é considerada prova de que o brinquedo está de acordo com as exigências da Diretriz. Entretanto, há muitos regulamentos adicionais tais como a Diretriz para a Compatibilidade Eletromagnética (ruído de rádio, etc.), a qual se aplicará se o brinquedo incluir algum dispositivo eletrônico. Quando as exigências relevantes estabelecidas pelas diretrizes do Novo Enfoque forem atendidas, o produtor poderá colocar a marca da CE no brinquedo. Deve-se tomar em consideração também que há muitas substâncias que não são permitidas nos brinquedos, tais como a benzina, metais-pesados presentes em dispositivos eletrônicos, corantes do tipo azo em produtos têxteis ou ftalatos em PVC. Finalmente brinquedos, assim como quaisquer outros produtos, têm de satisfazer à Diretriz de Segurança de Produto.

3. Exigências de Mercado Além das exigências legais, o mercado desenvolveu padrões e exigências próprios. O exportador que visa o mercado escandinavo deve obedecer a um conjunto de expectativas dos compradores para ingressar no mercado com sucesso. É muito provável que a competição seja voraz, não importa qual mercado você vise na Escandinávia. Um novo negócio com um importador escandinavo freqüentemente significa que o importador trocará o fornecedor existente pelo

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novo fornecedor. Se o importador considerar que o exportador representa um fornecedor mais distante e, potencialmente, de maior risco, uma aproximação profissional e bem elaborada contribuirá muito para aumentar a confiança do comprador. 3.1. Certificação Deve-se levar em consideração, por exemplo, a marca CE que é obrigatória para muitos produtos. O mercado desenvolveu um vasto número de certificações que em principio são voluntárias, mas que podem, na realidade, ser obrigatórias. As certificações podem se referir a diferentes aspectos de um produto ou aos procedimentos e padrões da empresa. Normalmente, o importador será claro quanto às suas exigências em termos de certificações. Uma visão geral dos diferentes tipos de certificações está disponível na página de Internet http://www.cbi.nl/marketinfo/cbi, que contém informações especificas sobre muitos grupos de produtos. 3.2. Certificação de qualidade do produto A certificação do produto confirma que um produto está de acordo com as exigências específicas, ou que as exigências quanto à produção foram atendidas. Uma marca de certificação ou um rótulo são geralmente colocados no produto. Rótulos (ou marcas) podem contribuir para uma distinção positiva do seu produto, comparados aos produtos não rotulados, e podem ser instrumentos efetivos de marketing. Na Europa, há um vasto número de certificações e sistemas de rotulagem. Os países escandinavos possuem longa experiência com rótulos ecológicos. O rótulo de “Swan” é amplamente conhecido em toda a Escandinávia e cobre cerca de 60 grupos de produtos. Os grupos de produtos abrangem desde material de escritório a detergentes, mobílias e hotéis. As exigências para o uso do rótulo referem-se à fabricação, uso e descarte do produto. Países em desenvolvimento também estabeleceram rótulos (ou marcas) para realçar a confiabilidade dos seus produtos e processos de produção. Um exemplo é a importante indústria de exportação de flores no Quênia. O Conselho de Flores no Quênia estabeleceu o Código Prata de Prática “Silver Code of Practice”, que foi indicado como referência para a EUREPGAP, uma

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organização privada que estabelece padrões voluntários para a certificação de produtos agrícolas. 3.3. Sistemas de gerenciamento Esses sistemas são exigências referentes à forma como a empresa trabalha e não ao produto final. A abordagem sistemática visa tanto à melhoria do processo como ao resultado do produto. A forma mais comum é o sistema de gerenciamento da qualidade. Sistemas que estão de acordo com o padrão internacional ISO 9000 apresentam implementação certificada em mais de 500.000 organizações ao redor do mundo. O padrão refere-se às indústrias de fabricação e de serviços. Existem exigências referentes à administração e organização, gestão de recursos, controle de processos e aperfeiçoamento. Os objetivos são de melhorar a qualidade do produto e do processo, a eficiência e a confiabilidade. A certificação ISO também é uma valiosa ferramenta para o marketing internacional de uma companhia, para atrair compradores Escandinavos à procura de parceiros de negócios efetivos e confiáveis. Outra forma muito difundida é o sistema de manejo ambiental. Pelo mundo todo, mais de 66.000 certificados são emitidos de acordo com o ISO 14000. Este padrão internacional exige que a organização identifique e monitore aspectos ambientais relevantes e aperfeiçoe sua performance. Com tudo, o padrão não estabelece objetivos específicos, como por exemplo, quanto a níveis de poluição. O ESP (sigla em inglês para ‘Sistema de Produção Não Agressivo ao Meio Ambiente’) pode ser considerado parte de um sistema de manejo ambiental ou um sistema à parte. No setor de alimentos, a segurança do produto é objeto de muita atenção ao longo de toda a cadeia, desde o cultivo, o processamento, até as prateleiras dos supermercados escandinavos. Em determinados casos, o sistema HACCP (no Brasil ‘APPCC – Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle’) é uma exigência legal, mas o mercado vem exigindo sua aplicação mais ampla. Para informação adicional referente a sistemas de certificação, você deve se dirigir à sua organização nacional de padronização. No Brasil a organização nacional de padronização é a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas: http://www.abnt.org.br. Endereços de outras organizações nacionais de padronização são encontrados na página de Internet http://www.iso.org.

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3.4. Códigos de conduta Um código de conduta é uma política voluntária escrita, comprometendo o fornecedor a operações de negócios que obedecem padrões sociais e éticos previamente estabelecidos. Companhias geralmente baseiam seus códigos de conduta nas convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Uma ampla variedade de códigos sociais de conduta tem sido desenvolvida ao longo dos anos. Muitas companhias usam seus próprios códigos como forma de promoção e marketing. Na industria têxtil e de vestuário, a maioria dos códigos são desenvolvidos por companhias e são destinados especificamente aos fornecedores e outros contratantes ao longo da cadeia de fornecimento. Mesmo assim, exigências podem ser similares. Por exemplo, as duas maiores marcas e redes de lojas de moda da Escandinávia, H&M e Dressmann, ambas exigem de seus fornecedores segurança e saúde ocupacional baseadas nas convenções da Organização Internacional do Trabalho, referentes ao trabalho infantil, trabalho forçado, salário mínimo, jornada de trabalho, monitoramento e inspeção dos fornecedores. As mesmas exigências se aplicam aos sub-contratantes. Sistemas de Saúde e Segurança Ocupacional (sigla em inglês HSE) são implementados para prevenir lesões e doenças causadas pelas condições de trabalho. A maioria dos países possui exigências legais, mas elas são altamente variáveis. Na Escandinávia, o padrão HSE é muito elevado e os consumidores escandinavos são muito sensíveis a sub-condições de trabalho das empresas que exportam para a Escandinávia. Nos últimos anos, padrões internacionais, incluindo padrões básicos de trabalho baseados nas convenções da Organização Internacional do Trabalho, têm sido desenvolvidos numa tentativa de nivelar as exigências. 3.5. Condições de entrega e embalagem A entrega rápida e confiável tem se tornado um importante parâmetro competitivo nos últimos anos. Para muitos negócios, a garantia de uma entrega segura e confiável é considerada tão importante quanto o preço do produto. Geralmente não há tolerância para atrasos e estes poderão ocasionar o cancelamento do pedido e provavelmente um cancelamento precoce do negócio.

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Assim sendo, é extremamente importante que o exportador, desde o início de um novo negócio, determine um prazo realista de entrega. Importadores geralmente planejam a longo prazo e um período longo de entrega não será necessariamente um problema, desde que claramente estabelecido desde o início. A embalagem atende a vários propósitos. Primeiramente, a embalagem deve proteger o produto durante o transporte, e dependendo do tipo do produto, o importador poderá fazer uma solicitação especial quanto a embalagem e etiquetagem. A importância de embalagens apropriadas não deveria ser subestimada em relação à qualidade do produto. Muito comumente, produtos destinados ao varejo são re-embalados para atender às exigências especificas dos consumidores ou para promover o produto. Esse tipo de adaptação de embalagem é geralmente aceito em cooperação com o importador, o qual tem acesso à informações de mercado e demais exigências. 3.6. Transporte de mercadoria O transporte de mercadorias de países em desenvolvimento para a Escandinávia representa um custo considerável. O custo e a importância de um transporte seguro e confiável fazem com que pesquisas sejam necessárias para conseguir os melhores meios de transporte. Para especificar qual das partes envolvidas será responsável pelo pagamento dos transportes, e quando a responsabilidade é transferida de uma das partes para a outra, os importadores escandinavos geralmente recorrem aos Incoterms. Os Incoterms 2000 são uma ferramenta internacionalmente reconhecida, desenvolvida pela Câmara de Comércio Internacional, esclarecendo a responsabilidade referente às contratações e pagamentos do transporte e do seguro. Uma boa descrição das varias formas e definições dos Incoterms pode ser encontrada no http://www.iccwbo.org/index_incoterms.asp. A escolha do tipo de Incoterm refletirá no preço da exportação. Geralmente o importador será responsável pelo pagamento do transporte, e caso sendo novo no mercado, provavelmente irá solicitar ao fornecedor informações e conselhos sobre opções relevantes.

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Na maioria dos casos, exceto para os exportadores mais experientes, é recomendável trabalhar através de um agente de cargas ou de uma agência marítima quando iniciada uma exportação para a Escandinávia. A maioria dos agentes de carga internacionais possui escritórios de representações nas capitais escandinavas e são capazes de providenciar uma variedade de diferentes serviços. O uso de serviços postais locais para transporte internacional de mercadorias tende a ser lento e pouco confiável, sendo assim, deveria ser evitado, a menos que tenha sido especificamente acordado com o importador. 3.7. Estabelecimento de preços No cálculo do preço de exportação, um número de fatores à parte dos custos e lucros, deve ser considerado. Alguns dos mais importantes são: O Tipo de Produto e Mercado O preço irá depender da oferta e da carência do produto. Indiferente da situação da oferta, produtos em diferentes categorias tendem a ter diferentes estruturas de preço. Para produtos de consumo, como artigos de vestuário ou acessórios, o varejista pode acrescer até 300%, dependendo do tipo do artigo. Produtos de consumo básico apresentam um aumento de preço substancialmente inferior. A situação competitiva no mercado

O cálculo do preço não deve ser somente baseado no nível de preços e nos incrementos. No final, o preço deve ser competitivo, comparado aos demais produtos disponíveis no mercado. Pesquisas de mercado devem incluir o nível de preços de produtos competitivos no seu mercado alvo. O número de intermediários

Todos os intermediários na cadeia de distribuição entram no negócio para prover um serviço e receber um lucro. Recentemente a tendência tem sido reduzir o número de intermediários para manter o baixo nível dos preços. Muitos grandes varejistas desconsideram os atacadistas e compram diretamente dos importadores, ou eles realizam a importação por si próprios, para manter o preço baixo.

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Transporte, seguro e custos aduaneiros

Custos de transporte e seguro sempre devem ser considerados quando o preço de exportação for estabelecido. Os Incoterms 2000 esclarecem as responsabilidades pelos planejamentos e pagamentos de transporte e seguro. Se você oferecer um serviço Livre a Bordo (sigla em inglês FOB), o importador arcará com o custo do transporte principal e terá expectativas de um preço mais baixo do que se você oferecesse Custo, Seguro e Frete (sigla em inglês CIF), onde o vendedor deve arcar com os custos do transporte principal. Imposto sobre valor agregado (IVA) e sobretaxas

Imposto sobre valor agregado é cobrado em praticamente todos os produtos na Escandinávia, tanto importados, como nacionais. A taxa geral é de 25% (2005), mas Noruega e Suécia têm reduzido essa taxa para determinados produtos, tais como produtos alimentícios e transporte. Além disso, existem outros impostos aduaneiros cobrados em bases nacionais, para determinados produtos como veículos automotores, álcool e tabaco. Esses impostos podem ser substancialmente mais pesados do que o IVA. Exportadores geralmente cotam preços CIF Copenhague/ Estocolmo/ Oslo para importadores escandinavos. O preço CIF, dessa forma, inclui todos os custos do frete doméstico, frete e seguro do transporte aéreo ou marítimo, mas não as taxas de importação ou IVA. O valor do imposto geralmente varia de 5-14% nos produtos industriais (exceto importadores de países LDC, que geralmente são isentos de impostos aduaneiros). Baseado nos custos terrestres, o importador irá calcular seu acréscimo, dependendo do tipo do produto, etc. Para ser competitivo no preço, é bastante comum que o importador venda diretamente para o varejista e desconsidere o contato com o atacadista – o importador e o atacadista se fundem em uma única conexão. 3.8 Termos de pagamento Termos de pagamento geralmente são parte da negociação entre o importador e o exportador. O importador estará interessado em conseguir as melhores condições possíveis em termos de crédito, enquanto o exportador estará interessado em conseguir um pagamento rápido e seguro. Os termos de pagamento mais comumente usados são: Pagamento Antecipado, Carta de Crédito, Pagamento na entrega e Remessa sem saque.

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Pagamento Antecipado

Pagamento antecipado fornece 100% de confiança para o pagamento e o fluxo de caixa é positivo. Esse termo é, entretanto, raramente usado quando um novo negócio é iniciado, considerando-se que requer total confiança do importador, independentemente da experiência prévia do exportador. O pagamento antecipado às vezes é usado quando o exportador fornece produtos exclusivos baseados nas especificações do importador. Entretanto, se os negócios continuarem, o importador irá normalmente requerer um período de crédito. Carta de Crédito

A carta de crédito é um termo de pagamento freqüentemente usado. O importador instrui seu banco para emitir uma carta de crédito em favor do exportador. A carta de crédito é notificada através do banco do exportador. O pagamento é feito ao exportador mediante a apresentação dos documentos, em total concordância com a Carta de Crédito. A Carta de Crédito favorece ambas as partes no sentido de que o exportador receberá seguramente seu pagamento, após cumprir com suas obrigações, enquanto o importador evita o risco do pagamento antecipado. A Carta de Crédito é, entretanto, relativamente custosa, em termos de altas taxas bancárias para o importador. Normalmente o importador aceitará um pedido para Carta de Crédito para as primeiras remessas, mas irá, posteriormente, tentar negociar termos de pagamentos mais favoráveis, mais baratos e menos burocráticos. Pagamento na Entrega

Quando utilizado o termo Pagamento na Entrega, o exportador, após o embarque da mercadoria, apresenta os documentos (fatura, conhecimento de embarque, etc.) para seu banco. O banco irá encaminhar os documentos para o banco no país do importador. Os documentos serão liberados ao importador mediante sua aceitação do Saque Cambial, ou seu pagamento (documentos pelo pagamento / pagamento à vista pelos documentos). O uso do termo Pagamento na Entrega pode representar um risco ao exportador, caso o importador, por uma razão ou outra, decida não receber os documentos ou a própria mercadoria. Nesse caso o importador terá as mercadorias encalhadas no país do importador.

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Remessa sem Saque

O termo menos burocrático, mas também o mais arriscado, do ponto de vista do exportador, é a Remessa sem Saque. Após o embarque das mercadorias, o exportador envia os documentos (fatura, conhecimento de embarque, etc.), diretamente ao importador, que realizará o pagamento conforme a data especificada na fatura.

4. Como entrar no mercado dinamarquês 4.1. Iniciar contato com potenciais compradores Começar a operar num mercado novo requer planejamento a longo prazo e grandes esforços. Isto inclui o aprendizado da ‘cultura comercial’ e das práticas comerciais mercantis. Antes de identificar os clientes potenciais é crucial analisar as características do mercado, as principais partes interessadas, e as oportunidades mais promissoras. A competição no mercado dinamarquês é voraz e os recém-chegados têm que fazer grandes esforços para acompanhar as demandas do mercado. Entretanto, uma vez estabelecida uma relação funcional com o cliente, as possibilidades de comprometimento profissional de longo prazo do lado escandinavo são boas. 4.2. Pesquisar na Internet Hoje em dia, a Internet é a mais completa fonte de informação sobre novos mercados. Muitas empresas publicam informações sobre suas linhas de produtos e redes de distribuição, mas são menos abertas quanto às suas práticas de compras e aquisições. Detalhes sobre como estabelecer contato são freqüentemente disponíveis em bases de dados ‘online’, como por exemplo http://www.kompass.com e http://www.europages.pt 4.3. Feiras de comércio Participar e visitar feiras de comércio é uma forma eficiente de se familiarizar com um mercado novo. Os principais compradores e vendedores em um setor comparecem às feiras mais proeminentes. É aconselhável participar da feira

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como visitante antes de participar com exposições dos seus próprios produtos. Uma visita bem preparada, planejada e executada a uma feira de comércio pode funcionar como uma pesquisa de mercado realizada a custos bem razoáveis. Em feiras comerciais dinamarquesas, muitos expositores são atacadistas ou importadores, cujo grupo-alvo são os varejistas. Fornecer informações aos expositores sobre produtos novos é uma maneira eficiente de iniciar contato com os compradores. Visitar uma feira de comércio também trará ao exportador informações sobre os últimos desenvolvimentos, tendências e modas do setor. Isto permite aos exportadores adaptarem suas ofertas e torná-las interessantes para os importadores escandinavos. Para obter maiores informações sobre feiras dinamarquesas, visite o Fairlink, Conselho Escandinavo de Feiras de Comércio, na página de Internet: http://www.fairlink.se/Templates/Article3.aspx?PageID=3c30cf78-6b30-46ef-a6d1-d0a17627a974 Todas as feiras nos países escandinavos encontram-se listadas nessa página. 4.4. Viagens de Negócios Uma vez examinadas as oportunidades de mercado, o exportador precisa se aproximar dos compradores, de preferência através de um encontro pessoal. O importador espera que o exportador esteja preparado para a reunião de forma que tenha plenas condições de responder a todas as questões relativas a preço, qualidade, prazo de entrega, etc. O exportador não deve nutrir expectativas muito ambiciosas na sua primeira visita à Dinamarca e talvez deverá encontrar o comprador potencial várias vezes antes que um acordo seja concluído. Antes de realizar a visita o exportador deve estudar a legislação relevante e os pré-requisitos de mercado que se aplicam aos seus produtos. Exportadores vindos da maioria dos países em desenvolvimento deverão obter visto no passaporte antes de sua entrada na Dinamarca. Vistos podem ser obtidos na Embaixada dinamarquesa vários meses antes da partida. Antes de expedir um visto, muitas embaixadas exigem vários documentos, e por vezes até mesmo um convite do parceiro comercial. O procedimento precisa ser iniciado com boa antecedência. Organizar viagens de delegações comerciais para a Dinamarca entre os meses de julho e agosto não é aconselhável, uma vez que correspondem à temporada de férias.

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Há uma tendência crescente no sentido de importadores dinamarqueses visitarem produtores em países em desenvolvimento, antes de iniciar uma nova parceria comercial. Muitos escritórios de promoção comercial organizam viagens em grupo para empresários. Os serviços de promoção comercial na Dinamarca, oferecem serviços úteis. 4.5. Cultura Empresarial Cada um dos países escandinavos possui a sua própria cultura nacional, contudo, as similaridades são tantas que faz sentido nos referirmos à uma cultura escandinava, à qual corresponde uma cultura empresarial escandinava. A seguir encontram-se vários pontos-chaves que valem a pena serem estudados quando se pretende iniciar uma colaboração comercial com um parceiro dinamarquês: Regras de conduta antes do contato

No mundo dos negócios, os escandinavos priorizam regras antes de relações, e normalmente há uma clara distinção entre relações pessoais e profissionais. O escandinavo pode parecer não muito interessado em conhecer socialmente seus parceiros comerciais, o que não significa que não está interessado em fazer negócio com eles. Pontualidade

Ser pontual é considerado não somente um sinal de respeito, mas também de eficiência. Chegar atrasado para uma reunião é considerado falta de respeito para com a pessoa com a qual você deve se reunir. O mundo de negócios na Dinamarca não demonstra tolerância a esse tipo de ‘diferença cultural’ relativa a cumprir horários. A pontualidade nas reuniões será interpretada como um indicador da pontualidade na entrega das mercadorias. Se ocorrer um atraso, é importante avisar assim que possível. Se um exportador se atrasar para uma reunião e não avisar que chegará atrasado, o parceiro dinamarquês provavelmente considerará a conduta não-profissional. A importância do fator ‘tempo’ também pode ser observada em contatos de negócios cotidianos. É prática costumeira combinar um prazo final (deadline) para algo que tem de ser feito ou alguma decisão a ser tomada, e os prazos finais combinados deverão ser cumpridos.

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Distância do poder

Os dinamarqueses valorizam a idéia de igualdade. Comparada com muitos outros países, a hierarquia no mundo dos negócios na Dinamarca é um tanto “horizontal”, e as diferenças de poder são relativamente pequenas entre pessoas em diferentes níveis na empresa. É importante ser polido e respeitar os membros da equipe de funcionários em todos os níveis da hierarquia. Negociando os termos do negócio

O parceiro comercial dinamarquês provavelmente será bem franco a respeito do que espera de você, assim como quanto ao que você poderá esperar dele. É importante ser preciso ao negociar os termos da transação comercial. Os exportadores não devem aceitar termos que não serão incapazes de cumprir. ‘Não’, é uma palavra perfeitamente aceitável na Dinamarca, e ninguém se sentirá ofendido por uma explicação sobre porque uma entrega não pode ser realizada de acordo com uma determinada especificação, se a especificação ainda não tiver sido acordada pelas partes.Em muitos casos é possível obter concessões do lado dinamarquês de forma que o acordo possa ser concluído. Entretanto, é extremamente importante não fazer promessas que não possam ser cumpridas na íntegra. O prazo de entrega é crucial em muitos setores. Se o importador está ciente de que o prazo de entrega é de 3 meses, ele pode, freqüentemente, trabalhar levando esse dado em consideração, no entanto, se a promessa for de 3 semanas e a entrega chegar após 2 meses, a cooperação correrá o risco de ser imediatamente cancelada. Nenhum pedido adicional será feito, uma vez que o importador achará que o exportador em questão não é confiável. O Contrato

Os dinamarqueses gostam de contratos escritos. Em algumas culturas um contrato é uma carta de intenções, e o parceiro comercial ficará satisfeito se o exportador fizer o melhor possível para cumprir os termos do contrato. Este não é o caso na Dinamarca, onde o contrato é considerado irrevogável e a expectativa do sócio é de que o contrato seja cumprido à risca. Se o parceiro comercial não cumprir o contrato à risca, será considerado um amador ou até mesmo desonesto. Não assine um contrato a menos que você esteja 100% seguro de que poderá cumpri-lo à risca pelo tempo que o mesmo perdurar.

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Vestuário e estilo de comunicação

Os dinamarqueses são mais informais no vestir em comparação com povos de outras culturas. Isto não deve ser interpretado como um sinal de desrespeito. Lembre-se de que uma pessoa informalmente vestida pode perfeitamente ser o Diretor Executivo da empresa. Os dinamarqueses são muito diretos e informais, e preferem ir direto ao assunto. Em uma reunião de negócios não há bate-papo e as conversas são todas estritamente profissionais. Críticas e observações construtivas são feitas abertamente nas negociações e discussões sobre negócios. Essa atitude deve ser considerada como um sinal de interesse sincero, e nunca de desrespeito. Mulheres no mundo dos negócios

A Escandinávia tem a taxa mais elevada do mundo de mulheres atuando na força de trabalho. Os exportadores provavelmente se encontrarão com mulheres em vários níveis hierárquicos das empresas e devem estar preparados para trabalhar com mulheres em todos os níveis. Presentes

Não é comum a troca de presentes entre parceiros comerciais, e a legislação contra o suborno é bem rígida. Para evitar o constrangimento do seu parceiro comercial dinamarquês, a melhor opção é dar presentes de baixo valor. 4.6. Adaptação ao setor dos negócios Conhecimento detalhado do setor é necessário para começar a operar em um mercado novo. Três setores são tradicionalmente relevantes para exportadores de países em desenvolvimento. 4.6.1. O setor de gêneros alimentícios Embora a Dinamarca seja um grande exportador de gêneros alimentícios, a geografia da Escandinávia limita a produção agrícola, fazendo da importação de alimentos uma atividade fundamental. Assim, grande parte das importações consiste em produtos que não podem ser economicamente cultivados na Dinamarca, ou em produtos que simplesmente não são produzidos, tais como o

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vinho, certos tipos de vegetais e frutas, milho, arroz, óleos, café, chá e cacau, assim como frutos-do-mar. O mercado industrial

A maioria dos gêneros alimentícios importados de países em desenvolvimento para a Dinamarca são matéria-prima e ingredientes alimentícios destinados à indústria de processamento de alimentos, onde os produtos são processados antes de serem exportados ou comercializados localmente. Em geral, o setor de gêneros alimentícios na Escandinávia está atravessando um processo de internacionalização, onde a tendência é de se encontrar parceiros comerciais em menor número ainda que maiores em volume de negócios, tendência esta considerada bastante significativa no mercado industrial. A importação de gêneros alimentícios destinados à indústria de processamento é freqüentemente feita por empresas especializadas na compra, e em menor escala realizada pelas próprias indústrias. A compra acontece em um ambiente altamente profissional onde os compradores são especializados e conseqüentemente têm conhecimento profundo dos produtos. O mercado revendedor A internacionalização afeta tanto a estrutura quanto a linha dos produtos em oferta no setor de gêneros alimentícios. Há uma tendência forte no sentido de se manter menos parceiros comerciais mas com grande volume de negócios, supondo uma integração crescente entre atacadistas e varejistas. Canais de Distribuição

Como conseqüência da centralização, o sistema de distribuição dinamarquês é dominado hoje em dia por cinco grandes grupos comerciais que são responsáveis por mais de 80% tanto do mercado atacadista quanto do varejista.

• Coop Norden (propriedade da cooperativa das organizações varejistas na Dinamarca, Noruega, e Suécia) é a maior rede varejista de bens de consumo da Escandinávia, responsável por uma parcela de 30% do mercado. A Coop Norden é membro da NAF Internacional, que importa gêneros alimentícios do mundo todo, através dos seus escritórios em Copenhague, para a Dinamarca e a Noruega. A Saba Trading é responsável pela importação de frutas e verduras para a Coop Sueca.

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• O Grupo ICA atua como atacadista e varejista na Suécia e na Noruega e

abarca aproximadamente 25% do mercado. As importações são realizadas em colaboração com a Kesko, que é a líder finlandesa nas vendas de verduras no varejo, e conjuntamente com o grupo de compras europeu MAS.

• A United Nordic é uma organização de compras de propriedade da

Dagrofa/Supergros na Dinamarca, NorgesGruppen na Noruega, e Axfood na Suécia e Finlândia. Os parceiros comerciais em torno da United Nordic abarcam aproximadamente 25% do mercado.

• DSG (Dansk Supermarked Group), é o segundo maior varejista de

gêneros alimentícios, que atualmente está expandindo as atividades para a Suécia e outros países europeus.

• O Reitan Group, sediado na Noruega, dedica-se à atividades varejistas

na Noruega, Dinamarca, e Suécia. Um grande número de varejistas estrangeiros têm, nos últimos anos, iniciado operações no mercado escandinavo, tanto através de acordos de parceria como pelo acesso a segmentos específicos do mercado como, por exemplo, os mercados de preços baixos e promoções. Isso implica em competição mais acirrada, com impacto acentuado no segmento de preços baixos. Atacadistas especializados

A distribuição de gêneros alimentícios para certos segmentos é feita por intermédio de atacadistas especializados, dentre os quais alguns são integrados com os grandes grupos varejistas, bem como com alguns grupos varejistas independentes. Como regra, estes atacadistas também agem como importadores. Várias redes de varejistas também agem como seus próprios importadores. As importações de frutas e verduras frescas vindas de países fora da Europa são dominadas por três grandes importadores: Lembcke na Dinamarca, Bama na Noruega, e o Grupo Saba na Suécia. Outros grandes importadores são DSG e NAF Internacional na Dinamarca, e o Grupo ICA na Suécia e Noruega. Ultimamente, o setor de gêneros alimentícios destinados a hotéis, restaurantes e instituições tem crescido consideravelmente na Escandinávia. A tendência pode

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ser atribuída à mudanças no estilo de vida e reflete uma mentalidade da população cada vez mais voltada para a praticidade e a economia de tempo. Estima-se que hoje em dia mais de 20% das refeições são feitas fora de casa. Some-se a isto o fato de que as vendas no setor devem aumentar em 10% nos próximos cinco anos. A demanda de hortifrutigranjeiros no setor é suprida por poucos atacadistas especializados em cada país: Dagrofa e Metro na Dinamarca, NorgesGroup e o Grupo Reitan na Noruega, e Axfood/Servera e o Grupo ICA na Suécia. Há também um grupo crescente de atacadistas de porte-médio que importam e comercializam gêneros alimentícios e bebidas. Alguns desses atacadistas independentes concentram suas atividades em produtos exóticos (étnicos) e alimentos orgânicos certificados. Tendências do consumo e prospectos de negócios

Os dinamarqueses gostam de provar tipos diferentes de comida, o que contribuiu para aumentar a demanda por gêneros alimentícios utilizados na chamada culinária étnica (oriunda de várias partes do mundo), assim como a demanda por verduras e frutas exóticas, principalmente aquelas que podem ser obtidas o ano todo. Os dinamarqueses também se preocupam com a saúde, o que combinado a uma forte preocupação com a preservação do meio ambiente, produz uma demanda crescente por gêneros alimentícios orgânicos e saudáveis. Valores éticos também passaram a ter uma importância considerável para os hábitos alimentares e a imprensa dinamarquesa, levando à uma maior conscientização do consumidor e à uma maior pressão sobre o comércio para implementar programas de conduta comercial justa (Code of Conduct) e introduzir produtos com a marca de Comércio Justo (Fair Trade). As iniciativas mais promissoras para os exportadores encontram-se nas áreas em que a produção doméstica é insuficiente, ou não existente. Some-se a isso o aumento da demanda por gêneros alimentícios étnicos que são especificamente associados a diferentes partes do mundo. 4.6.2. Roupas e tecidos de uso no lar O comércio de roupas e tecidos de uso no lar é semelhante em toda a Escandinávia. O mercado escandinavo é marcado por mudanças climáticas

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sazonais e também por mudanças rápidas por ser sensível às tendências. Informações sobre tendências da moda escandinava podem ser encontradas na página de Internet http://wwww.moderadet.se/index.php?id=39. O montante de investimentos em confecções atinge o patamar de € 3.5 bilhões tanto na Dinamarca quanto na Noruega, e de € 6.0 bilhões na Suécia. Tecidos de uso no lar atingem o patamar de investimentos em torno de € 400 – 600 milhões em cada um dos três países. Canais de distribuição

Confecções e produtos têxteis para uso no lar são importados para os mercados escandinavos principalmente por atacadistas e varejistas (tradicionais e fornecedores de marcas exclusivas). Na maioria dos casos os contatos iniciais nessa área têm sido feitos por importadores. O Acordo Múltiplo sobre Têxteis e Vestuário (acordo do GATT) expirou em 31 de dezembro de 2004, fazendo com que todo o comércio de confecções e vestuário se tornasse um mercado livre, isento de cotas. Entretanto, até o final de 2007, há cotas em tipos específicos de peças de vestuário vindas da China (como por exemplo: camisetas, camisas, calças, suéteres e sutiãs). Conseqüentemente, uma licença de exportação ainda é necessária para estes produtos, antes de serem despachados da China. Ainda assim, sempre confira a página de Internet: http://europa.eu.int/comm/trade/index_en.htm para obter informações precisas sobre possíveis mudanças. Os atacadistas dinamarqueses são fornecedores importantes para os varejistas suecos e noruegueses. A Dinamarca, conseqüentemente, tornou-se o segundo maior país fornecedor de peças de vestuário para a Suécia, ficando atrás apenas da China. Redes de varejistas suecos operam além das fronteiras nacionais em maior escala do que seus competidores na Dinamarca e Noruega, mas varejistas dinamarqueses e noruegueses também podem ser encontrados em toda a Escandinávia. Feiras de moda

A mais importante feira de modas no mercado escandinavo é a Feira Internacional de Moda de Copenhague (CIFF), que tem duas edições por ano. Visite a página de Internet http://www.ciff.dk para obter maiores informações.

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A CPD, em Düsseldorf, na Alemanha, é outra feira importante, visitada por compradores escandinavos. Para tecidos de uso no lar, as feiras mais importantes são as realizadas em Frankfurt, na Alemanha. Dentre essas feiras, as mais proeminentes são a ‘Heimtextil’, ‘Tendence Lifestyle’ e ‘Ambiente’. Feiras de moda locais podem ser encontradas em quase todas as cidades escandinavas. 4.6.3. Artesanato Os dinamarqueses valorizam mais o artesanato oriundo do seu próprio país, do que o artesanato importado de países em desenvolvimento. O artesanato dinamarquês é considerado de alta qualidade, contudo, devido ao alto custo da mão-de-obra, é muito caro e por isso, o consumo no ramo é limitado. Conseqüentemente, a maioria das peças de artesanato são importadas de países onde os custos da mão-de-obra são mais baixos; e freqüentemente são adaptadas e desenvolvidas de maneira a satisfazer as exigências e preferências do consumidor dinamarquês. Há quatro segmentos para produtos artesanais na Dinamarca: Produtos sazonais

Constituem o maior segmento em termos de valor de importação. O artesanato sazonal cobre peças de decoração utilizadas em festas especiais. Os feriados mais importantes na Dinamarca são o Natal e a Páscoa, quando as casas são decoradas com peças ornamentais sazonais; em contraste com o estilo decorativo simples e prático normalmente adotado. Os tipos de produto usados nas festas especiais somente são vendidos quando se aproximam o Natal e a Páscoa, fazendo com que os produtos artesanais fiquem sujeitos a grande sazonalidade. O segmento utilitário

É o segundo maior em termos de valor de importação, e de longe o mais importante. Os consumidores dinamarqueses dão preferência a artigos de decoração que também possam ter uma utilidade prática. As pessoas compram produtos destinados ao uso pessoal, que sejam úteis sob o ponto de vista prático no lar. Os artigos são comprados quando surge a necessidade de uso.

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Exemplos seriam cestas onde se pode armazenar outros produtos, vasos de plantas, castiçais etc. A aquisição dos produtos que se inserem nessa categoria pode ser feita em uma gama variada de lojas, de supermercados a lojas de departamentos, passando por lojas especializadas em presentes e brindes. A melhor relação preço/qualidade é o fator crucial na mentalidade de consumidores de produtos utilitários. Objetos de arte

O segmento de objetos de arte abrange produtos dotados única e tão somente de valor artístico, sem valor funcional, tais como esculturas em madeira, máscaras ou estatuetas. Dependendo da qualidade artística, esses objetos podem ser adquiridos em lojas especializadas, galerias de arte, lojas varejistas ou de presentes e brindes. Visto que os dinamarqueses valorizam o aspecto funcional dos objetos, esse segmento é de tamanho limitado. O segmento de souvenires (lembranças)

Os dinamarqueses podem estar dispostos a pagar um preço elevado pelo artesanato produzido com mão-de-obra doméstica, ao passo que o artesanato tradicional vindo de países distantes tende a ser encarado como “étnico” e com um preço freqüentemente baixo. Turistas de férias compram produtos que jamais comprariam nas suas cidades de origem, como uma ‘lembrança’ ou souvenir do tempo, lugar e pessoas dos quais eles eventualmente gostarão de se lembrar. Os exportadores devem então evitar a conclusão de que os artigos mais vendidos aos turistas no seu mercado local podem ser exportados. Os níveis de preços de exportação são também muito mais baixos do que os preços pagos pelos turistas que estão visitando o mercado ‘local’. Conseqüentemente, o mercado de produtos de souvenir vindos de países em desenvolvimento é um tanto limitado na Dinamarca, a menos que, excepcionalmente, os produtos estejam em moda ou façam parte de uma tendência sazonal passageira por natureza.

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5. Assistência aos exportadores DIPP Programa Dinamarquês de Promoção às Importações (DIPP) O objetivo primordial do DIPP é assistir exportadores de países em desenvolvimento nos seus esforços de começar a operar no mercado dinamarquês. O DIPP assiste organizações de promoção comercias e embaixadas. O DIPP opera de acordo com um contrato entre a Assistência Dinamarquesa ao Desenvolvimento Internacional (DANIDA) e a Câmara de Comércio Dinamarquesa (HTS). O escritório é integrado à Câmara de Comércio, mas é financiado pela DANIDA. O DIPP oferece apoio a empresas exportadoras nos países em desenvolvimento ajudando-as a estabelecer contatos entre importadores dinamarqueses e disponibilizando informações sobre o mercado dinamarquês. O DIPP recebe e assiste delegações comerciais e organiza agendas de encontros para delegações comerciais e empresários. Prioridade é dada aos exportadores dos países-foco da DANIDA, os chamados países-programa, que são: Benin, Burkina Fasso, Egito, Gana, Quênia, Moçambique, Tanzânia, Uganda, Zâmbia, África do Sul, Bangladesh, Butão, Nepal, Vietnam, Bolívia e Nicarágua.

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ANEXO

http://www.cbi.nl Centro de Promoção de Importações de Países em Desenvolvimento http://www.cbi.nl/marketinfo/cbi Informação de mercados nos países europeus http://ww.dipp.dk Programa Dinamarquês de Promoção às Importações http://www.intracen.org Centro de Comércio Internacional http://www.opentradegate.se/templates/Standard____1137.aspx Página de auxilio as exportações de países em desenvolvimento para a Suécia e a UE http://exporthelp.europa.eu/index_pt.html Página da Comissão Européia com informações sobre tarifas alfandegárias http://ec.europa.eu/taxation_customs/customs/customs_duties/rules_origin/index_en.htm Direção-Geral Fiscal e de União Aduaneira http://www.iccwbo.org/incoterms/id3045/index.html Página Incoterms com os termos mais comuns em acordos mercantis internacionais. No link ‘Incoterms wallchart’ há uma descrição ilustrativa de responsabilidades, custos e riscos. http://ec.europa.eu/food/index_pt.htm Página “da exploração agrícola até à mesa” com informações sobre a segurança dos alimentos http://europa.eu.int/comm/trade/index_en.htm Informações gerais sobre acordos de comércio internacional http://www.wto.org Página da Organização Mundial co Comércio com informações sobre os acordos TBT e SPS.

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Padronização: http://wwww.iso.org Organização Internacional de Padronização http://www.abnt.org.br Associação Brasileira de Normas Técnicas http://ww.newapproach.org Diretrizes e informações sobre a padronização CE Dados para contatos: http://ww.kompass.dk Registro internacional de companhias http://www.europages.pt Anuário Europeu de Negócios Feiras e eventos: http://www.expodatabase.com Página sobre feiras e exposições internacionais http://www.fairlink.se/Templates/Article3.aspx?PageID=3c30cf78-6b30-46ef-a6d1-d0a17627a974 Fairlink – página sobre feiras escandinavas http://www.ciff.dk Feira Internacional de Moda de Copenhague – CIFF http://www.bellacenter.dk/english/bella+center Bella Center, o maior centro de exposições da Dinamarca http://www.moderadet.se/index.php?id=39 Página com informações sobre tendências da moda escandinava