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“Como Inserir a Memória Dentro do Ensino de História?”Pálite Terezinha Buratto Remes.
Resumo
Relata a experiência de “como inserir a memória dentro do ensino de história”, com resultados obtidos através do processo articulado na construção da investigação na perspectiva da Educação Histórica e no âmbito do ensino de História, atendendo ao Programa de Desenvolvimento Educacional promovido pela Secretaria do Estado de Educação do Paraná (SEED), tendo como referência as atividades desenvolvidas em dois momentos de investigação. O primeiro momento contou com a sistematização relativa às experiências com o uso da memória, coletadas em 2007, com os professores inscritos no Grupo de Trabalho em Rede (GTR) que contribuíram fornecendo subsídios no processo de criação do material didático, com os elementos constituintes da Unidade Temática Investigativa. O segundo momento pode ser contextualizado através da participação ativa dos alunos do Ensino Médio de um colégio público, no desenvolvimento prático da Unidade Temática Investigativa, processo ocorrido, em 2008, dentro da significância de investigação de pesquisa no âmbito de sala de aula. Palavras-chaves: Memória; História; Consciência Histórica; Pesquisa na perspectiva da Educação Histórica; Ensino de História.
As reflexões apuradas na conclusão deste trabalho vieram somar
experiências embasadas nas pesquisas desenvolvidas tanto na
Europa como na América sobre a memória e sua relação com a
História.
Em vários países, as preocupações neste campo de pesquisa vêm
sendo demonstradas nos numerosos trabalhos editados, os quais
buscam definições para explicar e justificar a importância da memória
histórica e a sua relação com a consciência histórica. Tais estudos
contribuem na formação de um marco de referência bibliográfica para
a memória, a consciência histórica e a História recente, pois, esse
assunto tem sido e segue sendo uma fonte de importante debate
(PAGÈS. 2008), assim como as finalidades do ensino de história tem
sido objeto de preocupação de vários historiadores brasileiros e de
outros países (SCHMIDT e CAINELLE. 2004, p. 17).
1
Algumas características do ensino da história, ensino da
memória histórica e seu papel no presente e no futuro, são vistas
com relevância, pois vivemos em tempos em que a memória histórica
está presente nos meios de comunicação, nos debates políticos, nos
assuntos religiosos, nos debates educativos em âmbito internacional
como a IV Jornadas de Investigación en Didáctica de las Ciências
Sociales dedicadas ao ensino da memória histórica, que contou com a
participação de significados didatas da História da Itália, Suíça,
França, Argentina e Chile. (PAGÈS. 2008, p. 44).
Alguns trabalhos, como os publicados em Albano et al. (1985),
representativo do Movimento de Cooperação Educativa (MEC)
italiano, destacaram a relação da memória com as fontes orais. Para
o
MEC se tratava de precisar o conceito de memória oral,
individual e coletiva, buscando a formação do conceito de
memória no tempo, sua redefinição no contexto daqueles
anos (...) e sua relação com a formação histórica de base
que deveria ser ensino obrigatório nas escolas. (PAGÈS.
2008, p. 51).
Muitos questionamentos são feitos a respeito da relação
memória e história. Para saber qual é a relação existente entre a
memória histórica e a consciência histórica, PAGÈS (2008) comenta e
expõe o pensamento de vários pesquisadores começando por Rüsen
(2007). Na fala de Rüsen, a memória preserva o passado e o converte
em parte essencial da orientação cultural da vida. A História, confirma
este autor, é uma forma elaborada de memória. Já a diferença ele
sintetiza da seguinte forma:
a memória apresenta o passado como uma força ao
pensamento humano guiado por princípios de uso prático,
enquanto que a consciência histórica representa o passado
inter-relacionando de maneira explícita com o presente,
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guiada por conceitos de troca temporal e por evidências
“veraceas”: acentua a temporalidade inequívoca do passado
como uma condição para sua relevância no presente
(RÜSEN. 2007);
ainda coloca que a memória tem uma relação imediata e sua ligação
está relacionada ao reino da imaginação voltada ao passado. Já a
consciência histórica na relação passado e presente é mediata, está
mais ligada à cognição e abre ralação para o futuro. No seguimento
desta fala LETOURNEAU (1986) complementa:
(...) Um conjunto vago e instável mas relativamente
organizado de esquemas teleológicos, de clichês, de
imagens, de configurações de ideias, de estereótipos, de
objetos simbólicos, de representações parciais, de pré-
construções culturais, de fragmentos de enunciados, de
personagens “reificados” e de situações contextuais
idealizadas, através dos quais o presente, o passado e o
futuro não são somente decifrados, mas igualmente
assimilados e antecipados.
Para contrastar, a definição de LETOURNEAU foi comparado às de
VILA (2008, p. 45-46). (...) a memória no sentido mais simples do
termo, é a presença consciente do passado. Já na troca, cita o
pensamento de Vila:
O passado é sempre recordado de forma seletiva e (...) não é
nunca o de um indivíduo, mas que é de um indivíduo situado
em num contexto familiar, social, histórico. (...) As
recordações situadas em um contexto familiar, social,
histórico determinados são os que conhecemos como a
“memória social” .
E para justificar a memória social, uma memória que por definição é
coletiva, fez a comparação com a definição de PUJOL:
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Surge porque qualquer sociedade para legitimar-se
necessitava de uma explicação histórica (elaborada por
estudiosos, mas compartilhada por uma maioria social) que
lhe recordasse o que havia feito, quem era e o que era
aquele que não podia voltar a repetir se queria elaborar um
projeto de futuro comum e viável (2006, p.6).
Para PRATS (2008), há controvérsia quanto à distinção que deve
haver entre memória e história. A “memória histórica” no que tem de
memória é um processo estritamente individual e biográfico, portanto
deixa de ser visto como conhecimento histórico, mas sim como
“metonímia”. Ele ainda afirma que a posição mais defendida entre
os historiadores é que não devia confundir-se a “história científica”
com a “memória histórica”. E explica que as razões esgrimidas
apontam que a história científica é uma trituradora de memórias para
poder digerir e produzir conhecimento. A trituração das memórias não
se produz pela distância no tempo, se não pela aplicação de método
e teoria sobre o dado e a recordação, a memória, o vestígio e a fonte.
Nunca as coisas foram realmente como as recordamos.
Há uma grande preocupação com a imparcialidade de alguns
pesquisadores com o relato dos fatos apurados nas pesquisas, como
foi evidenciado no relato de PRATS. O historiador deve manter-se no
anonimato e ser objetivo durante a explicação, sem formar conceito
de juízo sobre o passado, evitando envolver-se emocionalmente ou
tecer interpretações pessoais.
As confrontações com o passado estão criando controvérsias e
gerando discussões no campo da historiografia com posições
diferenciadas.
A visão de alguns historiadores sobre a importância e a
continuidade dos trabalhos com a memória foi colocada por
CARRETERO ao citar MAIER (1993) e ROBIN (2003), (...) que para
alguns autores, esta obsessão pela memória é sobre abundante e tem se
mostrado com níveis de saturação. (2008).
4
Sem dúvida, as questões referentes à memória têm gerado
polêmicas quanto à conveniência e a oportunidade em fazê-las. Na
Espanha estão tentando regulamentar leis que façam da “memória
histórica” um tema com presença social e institucional. Estão
esperando que a democracia e os partidos de esquerda resolvam o
problema como imperativo democrático e como uma exigência de
recuperação da dignidade, sobretudo de suas famílias, dos partidos e
grupos sociais que foram derrotados na contenda. (PRATS, 2008.
p.5).
Por muito tempo a história foi voltada para o interesse de uma
classe política dominante tanto na Europa quanto na América. Esta
história passou a ser veiculada como a “história oficial”, relegando ao
esquecimento a história de grupos, famílias e pessoas que não
interessavam às sociedades dominantes a sua divulgação. Hoje, em
vários países, luta-se para mudar o rumo daquela história, busca-se a
sua legitimidade, a consciência histórica sobre os esquecidos da
“História Oficial”, nos meios de comunicação, nos eventos nacionais e
internacionais promovidos pelos pesquisadores e nos meios políticos
e religiosos de alguns países. A Espanha busca tornar públicas as
lembranças e as circunstâncias daqueles que perderam a contenda
civil (...) e dos que sofreram a repressão nos anos posteriores ao fim
da guerra. (CARRETERO. 2008, p. 21); No Brasil criaram-se leis
tornando obrigatório, nas escolas de Ensino Fundamental e Médio,
trabalhar conteúdos sobre as culturas e as histórias afro-brasileira e
indígena, como também a aprovação de leis para indenizar as
vítimas ou, familiares daqueles que foram mortos por determinação
dos governantes do regime militar, como foi o caso ocorrido no dia 15
de novembro de 2008, com a família do então presidente da
república João Goulart, deposto pelo golpe militar, que teve seus
direitos reconhecidos com a indenização por terem sofrido as
consequências da ditadura. No México houve a busca de voltar a
História para seus povos e não para uma história europeizada de
dominação espanhola. A Ucrânia tenta o reconhecimento
5
internacional do HOLODOMOR - a grande fome artificial na Ucrânia
provocada no governo do regime soviético. No Vaticano, houve o
reconhecimento oficial do chefe da igreja católica ao pedir perdão
publicamente às vítimas do nazismo reconhecendo a omissão da
igreja na época, houve também a beatificação de vários clérigos que
foram vítimas da guerra civil da Espanha.
Nos últimos anos têm havido verdadeiras guerras culturais em
diversos países, em vários âmbitos, como o da sociedade civil,
política, educativa e acadêmica em relação à gestão da história e da
memória coletiva.
Na contra mão dessas memórias, já alguns países objetivam
mudar a “história oficial”, estão reescrevendo parte de sua história.
Segundo CARRETERO (2008), o presidente da Rússia, Vladimir Putin,
(...) criou uma polêmica ao tentar reescrever a história soviética em
uma série de novos livros de texto de caráter obrigatório, com o
objetivo de mudar a visão negativa da história recente da Rússia,
exaltando o patriotismo. Também podem ser citados os problemas
existentes no contexto histórico nacional, como as constantes e
permanentes tensões entre vasco e catalão com a identidade
espanhola (...) que se expande pelo campo institucional, político e
escolar; nos debates públicos sobre o ensino da história e livros de
texto em diversos países como México e Espanha em 1997,
atualmente a partir de reformas curriculares que afetaram os
conteúdos “tradicionais” da história escolar. (CARRETERO. 2008, p.
21-22) onde os países Bálticos buscam uma identidade nacional e
recusam monumentos da antiga URSS após terem sofrido décadas
de dominação.
Na Europa criou-se o comité de Ministros del Consejo de Europa
del 31 de octubre de 2001, em que criaram um documento contendo
uma parte dedicada a “Memória y ensiñanza” cujo objetivo é tomar
todas as medidas educativas para prevenir a repetição ou a negação
de acontecimentos que marcaram o século XX como o holocausto,
genocídios e outros crimes contra a humanidade, depurações
6
étnicas, violações dos direitos humanos PAGÈ (2008,p.49). A
integração desses fatores do programa faz parte dos conteúdos
utilizados pelas escolas.
Em vários casos encontramos aspectos comuns e contraditórios
entre si que podem resumir-se em certas tendências na Europa:
- a busca do passado representado nos conteúdos
significativos para a identidade própria (seja nacional, local
ou cultural). A demanda de histórias mais objetivas e menos
míticas;
- a elaboração de conflitos passados com vistas a
empreender projetos futuros (como é o caso da reelaboração
dos conflitos nacionais europeus vinculados ao futuro da
União Europeia);
- a incipiente prática que compara versões históricas
alternativas de um mesmo passado;
- a centralidade do ensino de história como espaço de luta
para as memórias em disputa, entre outros. (CARRETERO,
2008.p.21).
Foi na França que a disciplina de História tornou-se oficial nos
estabelecimentos de ensino público, atendendo à reivindicação e
interesse da burguesia em tornar a educação pública, gratuita e
obrigatória no século XVIII.
No Brasil, desde sua criação como disciplina, no século XIX, a
disciplina de História passou por várias alterações. No período
imperial era voltada quase que totalmente para o ensino da História
da Europa ocidental, colocada como a verdadeira história da
Humanidade, cedendo somente uma pequena carga horária para a
introdução da História do Brasil voltada para a história de alguns
vultos históricos, de data e de batalhas, somente nos anos finais do
ginásio, com pouquíssima carga horária de aula. Já mais para o final
do século XIX, as escolas primárias e secundárias incluíram em seus
programas a história nacional, voltada para a exaltação de heróis,
7
datas comemorativas e símbolos nacionais, aplicada de forma
reprodutivista.
No Século XX, na década de 1970, foi criado e oficializado o
ensino de Estudos Sociais para o primeiro grau, ficando a disciplina
exclusiva de história somente para o antigo segundo grau.
Com o passar do tempo essa prática da disciplina de Estudos
Sociais passou a ser criticada pelos pesquisadores.
Na década de 1980 as universidades, associações e entidades
profissionais, para combater as propostas de Estudos Sociais
colocadas no ensino fundamental, formaram um conjunto de forças,
unindo-se com o intuito de acabar com os interesses ideológicos dos
representantes da ditadura militar no ensino.
Muitos debates e inúmeros estudos sobre a história ensinada nas
universidades brasileiras e escolas serviram de subsídios para
publicações de livros, teses, dissertações e artigos especializados.
Ocorreram apresentações em simpósios, congressos, seminários e
encontros, com o foco centrado para o ensino de História.
(...) As reflexões apresentadas nesse período apontam a
existência de diversas abordagens e temáticas para o ensino
de história, além de questionamento acerca dos conteúdos
curriculares, das metodologias de ensino, do livro didático e
das finalidades do ensino. As questões epistemológicas do
conhecimento histórico e a problemática da reprodução do
conhecimento no ensino da História para a escola
fundamental e média também tornaram-se objeto de
discussão (SCHMIDT, CAINELLI, 2004. p.11).
Lutas acirradas nos debates e reivindicações feitas por alguns
historiadores permitiram que especialistas diagnosticassem as
condições do ensino de história em escolas brasileiras, como também
possibilitou traçar um perfil do professor de história, cuja formação
era dividida, nesse período, entre os cursos de graduação, de
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licenciatura em História curta ou plena, além do curso de Estudos
sociais.
Criou-se um dilema sobre a maneira reprodutivista de se
trabalhar a história, criticou-se a atuação do professor de mero
transmissor e o aluno como receptor passivo do conhecimento
histórico, bem como o conteúdo programado do livro didático, o qual
é material de estudos e críticas até hoje. Travou-se um embate contra
o ensino do conhecimento histórico, anacrônico, positivista e
temporalmente estanque. (SCHMIDT, e CAINELLI, 2004, p.12).
A década de 1980, ficou marcada pelo propósito de debater e
reivindicar a retomada da disciplina de história, voltada para
temáticas sobre o cotidiano do aluno, seu trabalho e sua
historicidade, objetivando fazer do aluno sujeito produtor da História.
A eminência de novas perspectivas para o ensino de história foi
surgindo com as mudanças e transformações ocorridas ao longo do
processo, podendo ser constatadas ao apresentar as três fases
características desse ensino: a fase que se pode denominar ensino
tradicional, a fase em que predominou o ensino de estudos sociais e a
fase atual, de ensino da história (tendências atuais).
O ensino de história brasileiro abriu precedência para um novo
enfoque almejado com a contribuição da memória, quando colocou
nas tendências atuais como função do ensino, a apreensão da
pluralidade de memórias e não somente da memória nacional; a visão
da ciência fez a análise do fato histórico ser substituída por outras
possibilidades, como análise do processo histórico e da experiência
dos sujeitos da história, incorporou novos temas e objetos como o da
história das mulheres, a das crianças e a dos movimentos sociais.
Nessa temática o professor deixa de ser o transmissor da história
verdadeira e acabada para ser o mediador entre aluno e
conhecimento histórico, passa a ser o responsável na orientação do
percurso, pela produção do conhecimento histórico e fica
comprometido com o aluno. Já o aluno de mero ouvinte expectador
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assume a função de sujeito da história, do próprio conhecimento e do
conhecimento histórico.
Nos estudos feitos na América e na Europa sobre a memória e o
ensino de história, concluiu-se que interessantes inovações didáticas
centradas no ensino da memória histórica ocorreram nas aulas de
história, porém não são muitos os professores que têm seus
interesses voltados para o trabalho com a memória e o ensino de
história.
Recorrer à memória individual, à recordação de fatos,
acontecimentos, problemas do passado tem sido uma das
características principais daqueles professores que têm
tentado inovar suas práticas docentes ao menos desde a
década dos anos setenta do século XX passado. Mas, no
entanto, não é uma prática comum nem generalizada na
Espanha nem em muitíssimos países de nossa volta.
(PAGÈS. 2008, p. 47).
Ficou evidente no final do trabalho “Como inserir a memória
dentro do ensino de história” desenvolvido em cumprimento ao
planejamento do Programa de Desenvolvimento Educacional do
Estado do Paraná (BR), com o Grupo de Trabalho em Rede – GTR
(2007), que a maioria das narrativas feitas pelos professores não
abordavam o trabalho com o uso da memória.
Alguns grupos se destacam com experiências no Brasil,
desenvolvidas desde 1995 pela UFPR, com proposta de trabalho na
formação continuada com professores de séries iniciais, de escola
pública, com o Projeto – Recriando a História – a partir do estudo de
documentos guardados em estado de arquivo familiar,
envolvendo a produção e uso de manuais produzidos
coletivamente por professores de ensino básico e superior,
alunos de escolas, alunos dos cursos de História, Pedagogia
e Design da UFPR, elaborados a partir de documentos em
10
estado de arquivo familiar (...) (SCHMIDT e GARCIA,
2006.p.27).
Nesse âmbito de criação apontam-se como produtos: a produção
dos livros Recriando a História de Pinhais (1997); Recriando a História
de Campina Grande do Sul (2003); Recriando a História de Rio
Branco do Sul; a publicação de artigos sobre projetos, apresentados
em encontros nacionais e internacionais de Educação Histórica
dentro e fora do Brasil.
Um dos grupos de investigação sobre o ensino de história, que
começou no final da década de 1990 e permanece até hoje, é o grupo
de Araucária, o qual contribui com um cabedal de pesquisas sob a
orientação da Universidade Federal do Paraná, na linha da Educação
Histórica.
No Brasil, o acervo de pesquisas desenvolvido na perspectiva
da Educação Histórica tem tido destaque em âmbito internacional.
Dois grupos de pesquisadores têm realizado trabalhos também na
linha de pesquisa com a memória, os quais têm elencado
contribuições significativas. Um grupo é formado por pesquisadores
didaticistas e didaticistas de História da Universidade Federal do
Paraná (UFPR) e o outro, por professores licenciados, jovens e
crianças de escola de ensino fundamental e médio. (SCHMIDT e
CAINELLI. 2004).
Brasil e Portugal têm mantido intercâmbio de orientações e
experiências entre pesquisadores na linha da Educação Histórica,
através dos eventos internacionais e de visitações aos grupos de
pesquisas.
No Brasil, há algum tempo governantes têm assumido uma
postura diferenciada de muitos países. Livros didáticos são
comprados pelo Ministério da Educação contendo em seu conteúdo
experiências comunistas atuais como as de Cuba e da China
(CARRETERO. 2008). Fatos estes jamais acontecidos no período da
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Ditadura Militar onde a “História” era manipulada e voltada para
ideologias políticas.
A preocupação como inserir a memória no ensino de História
também se faz presente no meio político brasileiro, com o decreto do
Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva ao tornar obrigatória
a presença da história indígena bem como a da cultura afro-brasileira
nos conteúdos de história, reconhecido por pesquisadores
internacionais como o citou Carreteiro em um de seus trabalhos
divulgados.
Algumas pesquisas apontaram que o jovem estava alienado
como especifica HOBSBAWM ao afirmar que quase todos os jovens,
do final do segundo milênio, crescem numa espécie de presente
contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da
época em que vivem. (apud, SCHMIDT e CAINELLI. 2004, p.18). Em
pesquisa desenvolvida pelo grupo de professores de Araucária (BR),
em 2008, sobre a utilização de filmes em aulas de história, uma das
perguntas que continha respostas de múltipla escolha era: se o aluno
tinha contato com outros materiais de história além dos exigidos no
colégio. A preferência da maioria dos alunos que participou da
pesquisa (alunos do ensino Fundamental da rede municipal de
ensino), indicou em primeiro lugar o gosto de ouvir pessoas mais
velhas contarem histórias sobre o passado. Ao ser apresentado o
resultado da pesquisa em reunião de assessoramento orientada pela
professora Doutora Maria Auxiliadora Schmidt, foi constatado que a
preferência também se estendia aos alunos do ensino Médio da rede
Estadual de Ensino em Curitiba. E as histórias preferidas foram as
narrativas orais sobre as memórias familiares, as memórias dos
moradores do bairro ou da cidade em que a família viveu ou vive, as
memórias relacionadas ao trabalho, às participações políticas,
lembranças do período de conflitos ou de guerras e as memórias
religiosas (festas, comemorações natalinas, páscoa, casamento e
outras), acompanhadas por recordações obtidas através de
fotografias, vídeos, documentos escritos e objetos.
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Nesse sentido, o registro da pluralidade das memórias
sociais, culturais e populares possibilita a rejeição da
chancela de memória nacional como memória coletiva única.
(SCHMIDT, 2004.p.126).
Este processo gera uma longa cadeia de lembranças que serve
para a construção da memória social e da memória coletiva, as quais
possibilitam a criação de uma identidade social.
Um ponto importante no ensino da história concerne à
articulação da história individual do aluno com a história
coletiva de grupos, classes e sociedades (...) um dos
objetivos do ensino da História consiste em fazer o aluno
ver-se como partícipe do processo histórico. (SCHMIDT e
CAINELLI. 2004. p.125).
Neste quadro de envolvimento Memória e História, foi
desenvolvido um trabalho de pesquisa para atender aos requisitos
propostos pelo Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE –
solicitado pela Secretaria de Estado de Educação do Paraná. Este
programa teve previsão de durabilidade para dois anos. Foi dividido
em três momentos:
- O primeiro momento foi o teste de seleção onde somente poderia
participar professores em final de carreira que já haviam chegado ao
último nível da carreira profissional, sendo aprovados e cumprindo
com todas as exigências previstas passariam para o nível três, recém
criado;
- o segundo momento foi fazer contato com os professores da
Universidade Federal do Paraná, ou da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, ou as Universidades Estaduais do interior do
estado (de acordo com sua habilitação profissional e núcleo regional
de atuação), para a escolha do orientador. Ainda no seguimento,
fazer a escolha do tema do projeto a ser desenvolvido, receber
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orientações e tomar conhecimento através de palestras, seminários,
leituras, discussões sobre referencial teórico que serviria de base
durante todo o processo, promovido tanto pela SEED quanto pela
UFPR.
- o terceiro momento foi o desenvolvimento do projeto o qual
determinava em suas especificações: a) a criação de um Material
Didático; b) o trabalho com professores do grupo de trabalho em rede
– GTR – via on-line, sistema Moodle; c) o desenvolvimento prático do
Material Didático com os alunos. Para fechamento e conclusão do
programa, a produção de um artigo.
Todo o processo desenvolveu-se por etapas. O tema escolhido
para o projeto, no início, foi: “Como Inserir a Memória dentro da
História?” ficou muito abrangente. Durante o percurso dos trabalhos
de pesquisas concluiu-se por bem, limitar a amplitude do conteúdo
fazendo um recorte, desta forma foi denominado seu título “Como
inserir a memória dentro do ensino de história?”
Para empreender este trabalho, buscando desenvolver a
utilização da memória no ensino de história, foram necessários alguns
questionamentos para saber como estava sendo pensado
metodologicamente, a relação história oral e o ensino de história e
como alguns autores estavam propondo esta relação.
Com as investigações buscou-se relacionar Memória e História,
Memória e Consciência Histórica e a Memória e o Ensino de História.
Na perspectiva da Educação Histórica o objeto de estudos
determinado foi a relação do sujeito com o conhecimento histórico
utilizando a ideia de segunda ordem “memória” no conceito
substantivo “imigração”.
As atividades iniciais do projeto geraram um farto material para
a produção do Material Didático com os elementos constituídos
Unidade Temática Investigativa (FERNANDES e SCHMIDT. 2007). A
contribuição se fez com a participação de 11 professores
participantes do GTR, moradores de vários municípios do Paraná, ao
contribuírem usando conhecimentos previamente adquiridos através
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de uma chuva de ideias e com algumas perguntas feitas sobre
migração. A linha de investigação teve seus objetivos pautados em
saber que elementos sobre imigração o professor guardava sob a
forma de memória e as respostas foram analisadas e categorizadas
com base teórica em LEE (2001) e BARCA (2005), como demonstra o
exemplo:
1- Algumas ideias que foram categorizadas como Conceito
Substantivo (Análise das respostas da atividade proposta pela chuva
de ideias preenchida pelos professores).
Respostas: Deslocamento; Costumes; Trabalho; Paz; Tradições; Crenças;
Cultura; Tranquilidade; Passaporte; Fronteiras; Países; Povos; Identidade;
Legislação; Entrada; Mudanças; Lavoura; Indústria; Comércio; Línguas;
Terra. (GTR. 2007)
2- Ideias que foram categorizadas como Conceito de Segunda Ordem
(narrativa, relato, explicação) obtidas nas respostas dadas pelos
professores do GTR.
Respostas: Mão-de-obra remunerada; Sonhos e esperanças de melhores
dias; Mudança, riqueza, terras, liberdade; Choque cultural, novos costumes,
línguas; Visão política, novos conceitos políticos; Contribuição na formação
da nossa sociedade; Novo mundo, paz, prosperidade; Entrada em um país
estrangeiro.
Este processo gerou uma mobilidade favorável ao trabalho do
professor, possibilitando a criação de categorias variadas de acordo
com as respostas dadas. Essa possibilidade de variação permitiu o
enriquecimento do trabalho, o qual aconteceu a partir do
levantamento dos conhecimentos prévios (BARCA, 2004). Foi nesse
momento que se deu início à fase da organização de todo o processo
de exploração entre conhecimento prévio e a relação do sujeito com
o conhecimento histórico, como ficou exemplificado na segunda
análise e categorização sobre as respostas dadas pelos professores
do GTR, (Análise das respostas da atividade proposta pela chuva de
ideias preenchida pelos professores, agora categorizada por um
modelo recém-criado, de autoria da professora, ressaltando que os
termos, usados pelos professores, estão se referindo à IMIGRAÇÃO):
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1- Termos utilizados para indicar o movimento de ir e vir de um
indivíduo: Deslocamento; Passaporte; Fronteiras; Entrada; Países; Povos;
Entrada em um país estrangeiro.
2- Termos utilizados para indicar questões econômicas: Trabalho; Mão
de obra remunerada; Riqueza; Terra; Lavoura; Indústria; Comércio;
Economia; Território; Projetos.
3- Termos utilizados que se referem às questões sociais: Choque
cultural; Novos conceitos políticos; Contribuição na formação da nossa
sociedade.
4- Termos usados para expressar desejo ou necessidade: Necessidade;
Sobrevivência; Adaptação; Paz; Solidariedade; Cooperação; Tranquilidade;
Aventura; Mudanças; Sonhos e esperanças de melhores dias; Novo mundo,
paz, prosperidade; Mudança, liberdade; Oportunidade; Sonhos; Mudanças.
No ensino de história efetuado no âmbito de sala de aula, pode-
se observar através da prática do professor como ele fez a
transposição didática do conceito de imigração para seu aluno e
como explorou os elementos guardados sob forma de memória que o
aluno expôs ao desenvolver as atividades propostas por ele, como
especifica o exemplo colhido das narrativa dos professores GTR
(2007):
1- Resposta que apresentou a exploração do arquivo memorial do
aluno pelo professor no desenvolvimento da aula.
(...) partindo do desenho e solicitando aos alunos o seu
preenchimento, poderia iniciar com um debate que explorasse
as várias motivações que impelem grupos humanos/indivíduos
à imigração, analisando uma a uma aquelas que foram
apontadas no esquema proposto.
2- Narrativa em que professor e aluno se valem da memória para
efetuar a Cognição Histórica.
Primeiramente questioná-los-ia sobre o significado do termo,
apontando alguma situação retratada na mídia, como a
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entrada de imigrantes ilegais nos Estados Unidos, que foi
tema recente de novela. Em seguida pediria que os alunos
fossem expondo o que entendem sobre o termo e colocaria
no quadro as contribuições que seriam dadas. Discutiria com
a turma a validade de cada uma delas e sugeriria a consulta
a dicionários e leria em conjunto os significados trazidos no
dicionário comparando-os às contribuições dos alunos.
Nas narrativas dos professores todo o processo se embasou na
oralidade do aluno, mas o grau de desafio e interesse seria maior se o
aluno tivesse a oportunidade e escrevesse uma narrativa sobre os
seus conhecimentos prévios guardados em forma de memórias, para
depois compará-los às novas informações colhidas durante o
desenvolvimento das aulas, associando esses elementos com a
intervenção do professor. E para finalizar o assunto, efetuar o
instrumento de metacognição, em que o aluno disponibiliza na sua
nova narrativa o que sabia antes e o que assimilou durante o
percurso. Faz um comparativo do passado com o presente, das
mudanças e permanências. Esta prática não é comum como se pode
verificar nas narrativas dadas pelos professores, a maioria delas não
abordou o uso da memória no ensino de história, não houve a
exploração e aproveitamento do arquivo memorial do aluno nem a
relação entre sujeito e conhecimento histórico, pois o papel
desempenhado pelo aluno na narrativa é de ouvinte da história.
Dessa forma as evidências apontam para um alto grau de
distanciamento da prática do professor com a investigação na
perspectiva da Educação Histórica.
De posse das orientações obtidas por meio dos conhecimentos
prévios, todas as atividades colocadas no Material Didático estavam
voltadas para a linha da Educação Histórica, possibilitando aos
professores tomar conhecimento dos pressupostos teóricos e da
prática sobre esta oportunidade diferenciada de trabalho.
Transformar o Material Didático de teoria para prática foi
desafiador, porém prazeroso, mesmo para quem já desenvolveu
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trabalho nessa área. Sempre surgem novidades que enriquecem e
estimulam o aprendizado tanto do professor quanto do aluno.
A Unidade Temática Investigativa foi desenvolvida na prática de
sala de aula com 11 alunos do 2º Ano do Ensino Médio, período
noturno, de colégio da rede pública estadual em Curitiba, no primeiro
semestre de 2008. A contribuição dos alunos se fez na elaboração de
todo o processo de produção da Unidade Temática Investigativa,
seguindo a mesma linha de trabalho feito no início das pesquisas com
os professores, sofrendo pequenos ajustes nas perguntas devido ao
desnível no grau de formação intelectual existente entre aluno e
professor.
A chuva de ideias relacionadas ao conceito substantivo
imigração, colocados no desenho (formato de uma estrela) pelos
alunos teve uma rica contribuição, pois poucos elementos coincidiram
com os termos colocados pelos professores em 2007 (quando
desenvolveram atividade igual).
Exemplo:
1- Termos utilizados que indicaram o movimento de ir e vir de um
indivíduo:
Viajar; Japão/Brasil; Pessoas imigrantes.
Termos que coincidiram com os escritos pelos professores: Povos e
Países.
2- Termos utilizados que indicaram questões econômicas:
Colonizadores; Escravos Africanos; Exploradores; Esportes; Prostituição;
Terra; Seca; Escravos (exploração de serviço)
2.1-Termos que coincidiram com os escritos pelos professores:
Trabalho; Comércio;
3- Termos utilizados que se referiram às questões sociais:
Sofrimento; Pobreza; Fome; Mistura de Costumes; Doenças.
4- Termo usado para expressar desejo ou necessidade:
Comida.
As investigações podem ser aprofundadas através de
categorizações das ideias dos alunos, sistematizando e angariando
18
novos elementos que venham contribuir como o ensino de história na
formação da aprendizagem cognitiva.
As ideias apropriadas pelos alunos demonstraram evidências da
relação passado e presente. Citaram fatores que são recentes sobre
imigração como: prostituição, imigração irregular, seca e esporte.
Também referenciaram fatores do passado como: guerra, escravos
africanos.
Essas proto narrativas, que são construções do pensamento
prévio dos alunos como especificou Rüsen (2001), foram
transformadas em conhecimento de base e, a partir dos elementos
elencados, a professora se orientou e deu continuidade,
correlacionando os elementos da memória do aluno com os
conteúdos básicos ministrados através de livros ou manuais didáticos
em aulas de história.
As relações memória e história apontaram para a necessidade
de intervenção do professor, no sentido de levar o aluno a construir
outros referenciais temporais, tendo em vista a importância de
superar a forma de cognição histórica predominante, representada
pela ideia de progresso e moderno como melhores. Coube à
professora contextualizar a problemática, ou seja, relacioná-la com o
contexto vivido pelo aluno e com o conhecimento já produzido,
estabelecendo possibilidades de interpretação do passado. Assim, na
sequencia, houve a necessidade de intervenções com documentos
expondo novas informações através de recursos audiovisuais
(música e DVD), fotografias e imagens, ampliando assim, o rol de
conhecimento da cognição histórica. Essa articulação deu uma nova
perspectiva a respeito da produção do conhecimento histórico. Com
essa metodologia foi possível correlacionar os conhecimentos prévios,
os conteúdos básicos com as intervenções feitas pela professora, o
que possibilitou a finalização das atividades da Unidade Temática
Investigativa com o processamento da metacognição BARCA (2004) ,
em que o aluno pode recriar a história a partir de suas próprias
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experiências (SCHMIDT e GARCIA. 2006, p. 25), como ficou
demonstrado nas narrativas sobre a imigração no Brasil a seguir:
A imigração no Brasil começou com a vinda dos portugueses
que iniciaram a povoação e colonização do Brasil. Hoje em
dia o Brasil é uma mistura de etnias diferentes, mantendo
cada uma a sua tradição como folclore, falas e costumes.
(ALUNO, 2008);
Na narrativa o aluno fez a relação do passado com o presente,
colocando as mudanças e as permanências.
A imigração no Brasil fez com que ele se tornasse mais
cultural, porque cada imigrante que vinha para o nosso país
trazia um pouquinho de sua cultura. Assim, todas elas se
misturaram aqui e se conheceram melhor. (ALUNO. 2008);
Nessa narrativa o aluno se coloca como parte integrante da história
quando diz que: (...) porque cada imigrante que vinha para o nosso
país (...) Assim todas eles se misturaram aqui (...). Fica claro que com
essa metodologia o aluno vive a história, se vê como parte dela;
Os imigrantes começaram a trazer o que sabiam dos
trabalhos e montaram as primeiras indústrias e as máquinas
a vapor. De 1911 a 1920, 821.522 imigrantes entraram no
Brasil. Hoje se somam mais de três milhões de
trabalhadores estrangeiros que já vivem no país (ALUNO.
2008);
Essa narrativa mostra a visão do aluno quanto às transformações
ocorridas e a importância da permanência dos imigrantes, no país.
Esses pensamentos se caracterizam, principalmente, por serem
construções pessoais e possuírem uma lógica e uma coerência do
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ponto de vista do aluno. Essa participação na construção do
conhecimento dá a ele a oportunidade de desenvolver suas ideias e
seu raciocínio, deixando de ser mero ouvinte passivo da história para
ser um agente produtivo do conhecimento, se torna capaz de, através
da organização dos elementos armazenados na memória, identificar,
ordenar, criar cientificamente os elementos da realidade social, que
pode auxiliá-lo na organização, no reconhecimento e na interpretação
do mundo em que vive, como também possibilita a troca de ideias
com outros alunos da sala de aula, enriquecendo a dinâmica do
ensino-aprendizagem, tornando-o mais prazeroso e atrativo.
Para conclusão e finalização, esse método encaminha ao preparo
da criação de uma história crítica, do rompimento com a linearidade,
possibilita a compreensão de que o sentido do passado não se
encontra na perspectiva somente da permanência e continuidade,
mas fundamentalmente da mudança. (SCHMIDT e GARCIA, 2006).
Transforma o pensamento para a formação de uma consciência
histórica.
A experiência com o trabalho na perspectiva da Educação
Histórica mostra que a partir do seu presente e de suas memórias,
alunos e professores apropriam-se de determinadas ideias históricas
e as utilizam como ferramentas (SCHMIDT e GARCIA. 2006 p. 25),
para desenvolver novas relações com o saber histórico, na construção
da cognição histórica, na formação da consciência Histórica e na
preparação para a formação da cidadania. Para que isso ocorra se faz
necessário a desconstrução do conceito formado de que o passado é
a história única e verdadeira, o rompimento com práticas viciosas e a
destruição da linearidade histórica, fazendo com que ela perca o seu
poder como fonte de orientação para o presente (SCHMIDT e GARCIA,
2006), pois estes fatores criam o distanciamento do aluno da história.
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