COMPANHIA DE SEDA SEOPÉDICA TEVE DOM PEDRO II COMO ACIONISTA

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Produção de seda

No mesmo ano, o mais importante empreendimento surgido no município de Seropédica, em seus quase 300 anos de história, partiu da iniciativa do advogado José Pereira Tavares: a produção de seda, importante tecido que vestia a nobreza da época. José Pereira Tavares adquiriu partes das terras do antigo engenho do Tagoaí, de propriedade de Antonio Gomes Barroso e começou a implantar o Estabelecimento Seropédico de Itaguaí. O nome foi um neologismo (para a época) criado pelo próprio Tavares, para designar a lida com a seda, sendo uma alternativa à palavra sericultura.

Em 1846, o Estabelecimento, já implantado, começa a sentir a falta de recursos e, então, seu proprietário resolve recorrer à ajuda do Governo da Província do Rio de Janeiro, que libera um empréstimo de 99$000.000 ( noventa e nove contos de réis). Os recursos, apesar de darem novo ânimo ao Estabelecimento, não foram suficientes.

Nessa ocasião, o Curato possuía uma população de 1.718 habitantes (censo de 1850). Niterói, por exemplo, segundo o mesmo censo, tinha 15.879 habitantes. Contava também, com 69 fazendas de café e 5 outras de cana-de-açúcar, entre outras. Essa condição foi importante para sua elevação à categoria de Freguesia (equivalendo atualmente a um distrito). Através da lei provincial n.˚ 549, de 30 de agosto de 1850, o Curato é, finalmente, elevado à categoria de Freguesia, mantendo o mesmo nome.

Em 1854, Tavares recorreu então ao próprio imperador D. Pedro II que, após mandar fazer uma avaliação do Estabelecimento, fez pessoalmente uma visita ao local, criando a Imperial Companhia Seropédica Fluminense, sendo ele o principal acionista, mantendo o fundador como diretor e o Visconde de Sepetiba como presidente.

Em 1856, D. Pedro II realiza outra visita à Seropédica e verifica que os recursos por ele autorizados não estavam sendo gastos na Companhia, porém, nenhuma providência foi tomada, apesar da indignação de Sua Majestade Imperial.

Em 1860, Tavares publica o livro Memórias da Sericicultura no Brasil, talvez o proimeiro tratado zootécnico escrito no Brasil, contando a sua experiência com a produção de seda. Porém, apesar de todo o esforço de Tavares, a sociedade é liquidada e a Companhia, posta à venda. O capitão Luiz Ribeiro de Souza Resende, engenheiro mecânico formado em Leipzig, na Alemanha, adquire, em 1866, o Estabelecimento Seropédico, rebatizando-o de Estabelecimento

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Seropédico de Santa Thereza. Resende faz grande investimento, adquirindo máquinas e implementando a produção.

Em 1871, o governo da Província do Rio de Janeiro liberou recursos para a reforma da Matriz do Bananal. A antiga capela deu lugar a uma igreja, construída toda em pedra e cal, com paredes de 60 cm de largura e torre sineira com 15 metros de altura. Infelizmente, quando já centenária, a igreja foi demolida dando lugar à pequena capela do Jardim Maracanã. Ainda hoje se pode ver as pedras de suas fundações, dando uma ideia de sua grandiosidade.

No último terço do século XIX, Freguesia de Nossa Senhora do Bananal começa a ingressar em profundo declínio. As lavouras de café sofreram com o ataque de nematoides (pequenos vermes que danificam as raízes das plantas, reduzindo sua produção) e com a concorrência do café do Vale do Paraíba, extinguindo o seu cultivo na Baixada Fluminense.

Na segunda metade do século XIX, o Governo Imperial iniciou a construção de estradas de ferro ligando a Corte (cidade do Rio de Janeiro) aos municípios da Província de Rio de Janeiro e até outras Províncias. Curiosamente, a Freguesia de Nossa Senhora do Bananal ficou alijada desse importante meio de transporte da época, que dava grande impulso ao desenvolvimento dos lugares à sua margem. A surpresa é ainda maior se pensarmos que, na região, a Freguesia de Nossa Senhora do Bananal contava com investimentos imperiais, na própria pessoa de Sua Majestade Imperial, D. Pedro II, o maior acionista da então Imperial Companhia Seropédica Fluminense.

Contudo, a produção de Seda ainda era promissora. Em 1875, o Capitão Resende e sua esposa representam o Brasil na Exposição Industrial de Filadélfia, nos EUA, ganhando várias condecorações. No final do século XIX, Rezende muda o nome para do Estabelecimento para Companhia de Seda e Ramie, passando a produzir também essa outra fibra têxtil.

Após a Proclamação da República, através do Decreto n.°1 de 8 de maio e n.°01A de 3 de junho de 1892, a freguesia torna-se distrito e passa a ser denominada simplesmente de Bananal.

Coordenação: Profª Ana Paula Paixão

Colaboradores:

Adilson

Antonio Geraldo (Fase VIII)

Cristiane (Fase VII)

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Daniel (Fase VI)

Douglas (Fase VII)

Elisabete Belo (Fase VII)

Elizabeth Mendes (Fase VII)

Felipi (Fase

Greice da Silva Rodrigues (Fase VII)

Jonathan (Fase VI)

Josemar (Fase I)

Lucio Mauro (Fase III)

Luiz Gonzaga (Fase VI)

Marlene (Fase II)

Matheus (Fase

Michael (Fase IV)

Paulo (Fase III)

Regina (Fase VI)

Reinaldo (Fase VII)

Patrícia (Fase

Jaqueline (Fase

Thayane (Fase VII)