Comparação Pré Fabricados X in Loco

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  • ANA PAULA MARANGONI

    COMPARAO DO SISTEMA PR-FABRICADO COM O SISTEMA MOLDADO IN LOCO EM UM EDIFCIO RESIDENCIAL DE QUATRO

    PAVIMENTOS

    JOINVILLE - SC

    2006

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    UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UDESC CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS CCT

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DEC

    ANA PAULA MARANGONI

    COMPARAO DO SISTEMA PR-FABRICADO COM O SISTEMA MOLDADO IN LOCO EM UM EDIFCIO RESIDENCIAL DE QUATRO

    PAVIMENTOS

    Trabalho de concluso de curso apresentado Universidade do Estado de Santa Catarina para obteno do ttulo de bacharel em Engenharia Civil.

    Orientador: Prof. Jorge Herbert Mayerle

    JOINVILLE SC

    2006

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    ANA PAULA MARANGONI

    COMPARAO DO SISTEMA PR-FABRICADO COM O SISTEMA MOLDADO IN LOCO EM UM EDIFCIO RESIDENCIAL DE QUATRO

    PAVIMENTOS

    Trabalho de Concluso de Curso aprovada como requisito parcial para obteno do grau de bacharel, no curso de graduao em Engenharia Civil da Universidade do Estado de Santa Catarina.

    Banca Examinadora:

    Orientador: _________________________________________________________ Jorge Herbert Mayerle Especialista

    Membro: _________________________________________________________ Sandra D. Kruger Alves Mestre

    Membro: _________________________________________________________ Nelson Alvares Trigo Mestre

    JOINVILLE, 01/12/2006

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus.

    Aos meus pais que de modo muito especial, contriburam e me incentivaram a

    conquistar meu objetivo.

    Para que este trabalho se tornasse possvel, foi necessrio empenho e dedicao,

    porm algumas pessoas foram essenciais.

    Ao Professor Jorge Herbert Mayerle pela ajuda e interesse, com que orientou este

    trabalho.

    Cassol Estruturas Pr-fabricadas, que forneceu os projetos e oramentos dos pr-

    fabricados. Especialmente Eng Silvana Fagundes Marangoni, ao Desenhista Edinaldo

    Stadler e ao Diretor Comercial Aguinaldo Mafra Junior.

    Engest, que contribuiu com os projetos do sistema convencional, oportunizando o

    estudo do sistema.

    Aos familiares e amigos, que ajudaram de diversas maneiras, contribuindo para que a

    pesquisa fosse possvel.

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    RESUMO

    O setor da construo civil tem se consolidado cada vez mais, pela racionalizao da construo, visando a reduo da ocorrncia de erros, minimizao das perdas e diminuio do tempo ocioso, aumentando, desta forma a produtividade. Este trabalho apresenta uma anlise entre o sistema construtivo pr-fabricado e o moldado in loco, para que se possa comparar ambos os sistemas no que se refere a tempo de execuo, quantidade de materiais e custo final da superestrutura. Para isso foi utilizado o Edifcio Tahiti, como um estudo de caso, buscando as informaes necessrias para se fazer a mesma edificao com o sistema de pr-fabricao e com o sistema moldado in loco podendo-se assim, analisar os dois sistemas. Os resultados apresentados mostram que o custo do sistema moldado in loco, neste caso, consideravelmente menor.

    Palavras-chave: pr-fabricao, industrializao, racionalizao.

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    ABSTRACT

    The civil construction has been consolidated by the optimization of this system aiming the reduction of errors, minimization of losses and decreasing the idle time, increasing productivity. This project presents an analysis between the pre-manufactured constructive system and the conventional one in terms of time of execution, quality of materials and the final cost of the superstructure. In order to do this, the Tahiti Building was used as a study case; a research was made and all the necessary information to build the same building with the pre-manufactured and the conventional system was obtained. The results presented show that the cost of the conventional system, in this case, is considerably lower.

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    SUMRIO

    SUMRIO............................................................................................................................ 6 1 INTRODUO................................................................................................................. 8

    1.1 INTRODUO ............................................................................................................... 8 1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 9 1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................. 10 1.3.1 Objetivo Geral............................................................................................................. 10 1.3.2 Objetivos Especficos .................................................................................................. 10 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................... 11

    2 REVISO BIBLIOGRFICA ....................................................................................... 12 2.1 CONSIDERAES INICIAIS - DEFINIES............................................................. 12 2.1.1 Racionalizao ............................................................................................................ 13 2.1.2 Industrializao ........................................................................................................... 13 2.2 HISTRICO.................................................................................................................. 14 2.3 TIPOS DE CONCRETO ................................................................................................ 17 2.3.1 Pr-moldado de fbrica ............................................................................................... 18 2.3.2 Pr-moldados no canteiro de obras .............................................................................. 18 2.3.3 Pr-moldado de seo completa................................................................................... 18 2.3.4 Pr-moldado de seo parcial ...................................................................................... 19 2.3.5 Pr-moldado pesado .................................................................................................... 19 2.3.6 Pr-moldado leve ........................................................................................................ 19 2.3.7 Pr-moldado normal.................................................................................................... 19 2.3.8 Pr-moldado arquitetnico .......................................................................................... 20 2.4 APLICAO DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS PR-MOLDADOS .......................... 20 2.4.1 Residncias e edifcios de apartamentos ...................................................................... 20 2.4.2 Escritrios, hospitais e escolas..................................................................................... 21 2.4.3 Edifcios industriais (galpes) e comerciais ................................................................. 21 2.4.4 Estacionamentos.......................................................................................................... 22 2.5 PROJETOS.................................................................................................................... 22 2.6 VANTAGENS ............................................................................................................... 23 2.6.1 Tcnicas ...................................................................................................................... 24

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    2.6.2 Sociais ........................................................................................................................ 24 2.6.3 Econmicas................................................................................................................. 25 2.7 DESVANTAGENS........................................................................................................ 25 2.7.1 Tcnicas ...................................................................................................................... 25 2.7.2 Sociais ........................................................................................................................ 26 2.7.3 Econmicas................................................................................................................. 26 3 ESTUDO DE CASO: EDIFICIO TAHITI..................................................................... 27

    3.1 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................................ 27 3.2 MTODO DE ABORDAGEM ...................................................................................... 27 3.3 EDIFCIO TAHITI ........................................................................................................ 29 3.4. DESCRIO DO SISTEMA PR-FABRICADO ........................................................ 30 3.4.1 Superestrutura ............................................................................................................. 30 3.4.2 Concreto ..................................................................................................................... 31 3.4.3 Armadura .................................................................................................................... 32 3.4.4 Capa de concreto......................................................................................................... 33 3.4.5 Execuo..................................................................................................................... 33 3.4.6 Custos ......................................................................................................................... 34 3.5 DESCRIO DO SISTEMA MOLDADO IN LOCO.................................................... 35 3.5.1 Superestrutura ............................................................................................................. 35 3.5.2 Concreto ..................................................................................................................... 35 3.5.3 Armadura .................................................................................................................... 36 3.5.4 Formas ........................................................................................................................ 36 3.5.5 Execuo..................................................................................................................... 37 3.5.6 Custos ......................................................................................................................... 37 3.6 ANLISE DOS RESULTADOS ................................................................................... 39 4 CONCLUSO................................................................................................................. 41

    REFERNCIA BIBLIOGRAFICA .................................................................................. 42

    ANEXOS A PROJETOS ARQUITETONICOS............................................................ 44

    ANEXOS B PROJETOS PR-FABRICADO ............................................................... 48 ANEXOS C ORAMENTO DO PR-FABRICADO................................................... 50 ANEXOS D PROJETOS ESTRUTURAIS DO MOLDADO IN LOCO ...................... 54

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    1 INTRODUO

    1.1 INTRODUO

    Para atender as novas exigncias do mercado, as empresas de construo civil buscam

    melhoria da produtividade, qualidade e custo de seus processos e produtos. Este investimento

    se justifica, principalmente, pela alta demanda habitacional no Brasil.

    Frente a isso, a construo civil brasileira vem passando por um processo de mudanas

    e melhorias considerveis. Em um ambiente de inflao controlada e competitividade em alta,

    os ganhos de gesto e produtividade so cada dia mais importantes e imprescindveis, fazendo

    com que a industrializao do processo construtivo fique em evidncia.

    A utilizao do sistema construtivo pr-fabricado em concreto proporcionou um

    grande avano neste sentido, facilitando o gerenciamento, revelando ganhos e garantindo o

    controle da obra nas diversas etapas do empreendimento. Em vez da intensiva fiscalizao o

    engenheiro de obra passa ento a cumprir as especificaes do projeto, a traar metas,

    buscando tcnicas construtivas adequadas e acompanhar os resultados, direcionando dessa

    forma, a responsabilidade pela produo das partes da obra para os fabricantes.

    Dentre as principais vantagens do emprego de pr-fabricados como soluo

    construtiva est a rapidez de execuo e entrega da obra, reduo e controle rigoroso dos

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    custos e retorno mais rpido do investimento. Alm disto, este sistema se aplica diferentes

    tipos de obras, tais como, residenciais, industriais, comerciais, hotis, escolas, entre outras.

    Os edifcios residenciais de quatro pavimentos, que por suas caractersticas intrnsecas

    so tipicamente reconhecidos como construes de baixo custo, constituem-se em razovel

    opo de moradia para habitao de baixa renda. A soluo de projeto de quatro apartamentos

    por andar proporciona a reduo de espaos comuns de acesso s escadas dos apartamentos,

    possibilitando a implantao de escadas e hall numa mesma rea que ter as dimenses

    estritamente necessrias para essa finalidade. Em geral, no necessitam de elevadores, item

    importante tambm na reduo de seu custo final. A predominncia no pas de conjuntos

    habitacionais de edifcios onde o nmero de pavimentos igual a quatro sinaliza a tendncia

    de que seja esse o tipo de edificao mais econmica. (BRAZ, 2000, p. 2).

    1.2 JUSTIFICATIVA

    O sistema construtivo pr-fabricado, aplicado com muito sucesso em todo o mundo,

    vem se tornando cada dia mais comum no Brasil, pois a economia, facilidade de execuo,

    alta produtividade e qualidade so os principais fatores que devem influenciar no momento da

    deciso do tipo de estrutura a ser adotada.

    Assim, surgiu o interesse em pesquisar o sistema construtivo em pr-fabricado,

    analisando o seu surgimento, aplicaes, vantagens e deficincias e comparando-o, atravs de

    um estudo de caso, ao sistema convencionalmente adotado e obtendo os custos reais de ambos

    os sistemas.

  • 10

    1.3 OBJETIVOS

    1.3.1 Objetivo Geral

    O objetivo dessa pesquisa o estudo da viabilidade dos sistemas pr-fabricados. Para

    isso ser elaborada uma comparao tcnica-econmica entre o sistema construtivo pr-

    fabricado e o sistema construtivo moldado in loco para um edifcio residencial de quatro

    pavimentos com quatro apartamentos por pavimento, ficando essa anlise restrita

    superestrutura do Edifcio Tahiti.

    1.3.2 Objetivos Especficos

    Como objetivos especficos tm-se:

    - Medir o consumo de materiais;

    - Avaliar os custos da superestrutura pr-fabricada;

    - Avaliar os custos da superestrutura moldado in loco;

    - Obter o valor real de economia que um processo construtivo de um bloco de 4

    pavimentos possui em relao aos outros estudados;

    - Avaliar os processos construtivos estudados;

    - Conhecer as vantagens e desvantagens dos sistemas pr-fabricados.

  • 11

    1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

    O trabalho foi organizado em 4 captulos, de forma a atender aos objetivos e

    proporcionar ao leitor uma agradvel leitura, com entendimento claro das etapas da pesquisa:

    Captulo 1 Introduo: enfatizada a importncia da pesquisa, sendo apresentadas

    justificativas, objetivos gerais e especficos do trabalho.

    Captulo 2 Reviso bibliogrfica: apresentam-se atravs de referncias bibliogrficas

    as definies de pr-fabricao e pr-moldagem, um histrico da pr-fabricao, alm da

    utilizao dos pr-fabricados e suas vantagens e desvantagens.

    Captulo 3 Estudo de caso: Apresenta o edifcio a ser estudado e feita a descrio

    do mesmo quando feito pelo sistema pr-fabricado e pelo sistema moldado in loco. Tem-se

    ainda, a anlise dos resultados, concluindo qual a melhor opo para o edifcio em questo

    Captulo 4 Concluso: Anlise conclusiva do trabalho.

  • 12

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 CONSIDERAES INICIAIS - DEFINIES

    ... concreto pr-moldado corresponde ao emprego de elementos pr-moldados de

    concreto, ou seja, ao emprego de elementos de concreto moldados fora de sua posio

    definitiva de utilizao na construo. (DEBS, 2000. v, grifo nosso).

    Construo pr-fabricada toda aquela em que suas partes constituintes so, em sua

    maioria, executadas previamente em canteiro ou em fbrica, com a preciso dos mtodos

    industriais. (SOUZA et al, 1998, p. 363, grifo nosso).

    ... industrializao da construo o emprego, de forma racional e mecanizada, de

    materiais, meios de transporte e tcnicas construtivas, para se conseguir uma maior

    produtividade. (ORDNEZ apud DEBS, 2000, p. 5, grifo nosso).

    A NBR 9062/85, Projetos e execuo de estruturas de concreto pr-moldado, difere

    tambm os pr-fabricados dos pr-moldados segundo controle de qualidade. Os pr-

    fabricados executados sob condies rigorosas de controle de qualidade que conforme o item

    12.2 so produzidos com recursos adequados e dispem de pessoal, organizao de

    laboratrios e demais instalaes para o controle de qualidade. Por outro lado, os pr-

    moldados, pelo item 12.3 da norma (p.35), so produzidos em condies menos rigorosas de

    controle de qualidade. Devem ser inspecionados individualmente ou por lotes, atravs de

  • 13

    inspetores do prprio construtor, da fiscalizao do proprietrio ou de organizaes

    especializadas, dispensando-se a existncia de laboratrios.

    Apesar de possuir conceitos distintos, pr-moldagem, pr-fabricao e industrializao

    da construo esto relacionadas entre si como afirmou Debs (2000, p. 11): A grosso modo,

    pode-se dizer que a pr-moldagem aplicada produo em grande escala resulta na pr-

    fabricao, que, por sua vez, uma forma de buscar a industrializao da construo.

    Essas definies mostram que a pr-moldagem pode apresentar duas diretrizes, uma

    delas utilizada como uma forma de buscar a industrializao da construo, por meio da pr-

    fabricao e na outra como forma de racionalizar a construo das estruturas de concreto.

    2.1.1 Racionalizao

    A racionalizao est fundamentada na otimizao dos recursos materiais, humanos,

    organizacionais, energticos, tecnolgicos, temporais e financeiros, eliminando os

    desperdcios gerados em obra para obter um produto que satisfaa as necessidades dos

    usurios da melhor maneira possvel.

    Um dos principais objetivos da racionalizao de produtos e processos , sem dvida,

    a reduo do preo final do produto, que um fator decisivo para a sobrevivncia das

    empresas. (SILVA, 2002).

    2.1.2 Industrializao

    Sabbatini (aput Silva, 2002, p. 13) define industrializao como:

    um processo evolutivo que, por meio de aes organizacionais e da implementao de inovaes tecnolgicas, mtodos de trabalho e tcnicas de

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    planejamento e controle, objetiva incrementar a produtividade e o nvel de produo e aprimorar o desempenho da atividade construtiva.

    A industrializao est diretamente ligada padronizao, que beneficia o produto

    final na forma de reduo de custos devido utilizao racional de materiais, equipamentos e

    mo-de-obra, sem desperdcio nem retrabalho. O controle e o aperfeioamento da qualidade

    tornam-se possveis, uma vez que a qualidade dos processos passa a ser mensurvel e

    qualquer problema facilmente detectvel. (SOUZA et al, 1997).

    Dessa forma, Bruna (1976 apud Silva, 2002) define:

    INDUSTRIALIZAO = RACIONALIZAO + MECANIZAO

    A industrializao do sistema pr-fabricado quando se realiza com base em elementos

    disponveis no mercado chama-se industrializao de ciclo aberto. E quando no permite

    intercambialidade dos elementos, ou seja, no possvel utilizar outros elementos alm

    daqueles do sistema, industrializao de ciclo fechado. (DEBS, 2000).

    2.2 HISTRICO

    O homem, ao longo de sua existncia, experimentou inmeras maneiras de se abrigar.

    Em cada poca, conforme as necessidades e as disponibilidades, tratou de projetar e construir

    seu espao da melhor forma possvel. Surgiram diversas tcnicas a partir da descoberta de que

    a habitao poderia ser construda de forma semelhante s cavernas. Se a natureza remontou

    rocha sobre rocha e preservou os espaos internos para que o ser vivo os utilizasse como

    espao de moradia, o homem tambm poderia montar uma habitao colocando rocha sobre

    rocha. (BRAZ, 2001, p.6). Essa tcnica construtiva, seria a base para os sistemas que ainda

    hoje utilizamos. (BRAZ. 2001).

  • 15

    A construo pr-fabricada de concreto, por sua vez, acabou consolidando-se como a

    forma mais vivel e mais difundida para se promover a industrializao da construo,

    tomando um impulso sem precedentes no perodo do segundo ps-guerra, pela necessidade de

    se reconstruir inmeras cidades arrasadas.

    As primeiras peas de concreto armado, o barco de Lambot, em 1848 e os vasos de

    Monier, em 1849, foram elementos pr-moldados, o que confirma a pr-moldagem no

    desenvolvimento do concreto armado.

    A primeira construo com o emprego de elementos pr-moldados foi,

    provavelmente, o cassino de Biarritz, na Frana, em 1891, na qual as vigas foram pr-

    moldadas. (DEBS, p. 29).

    A seguir, alguns marcos importantes relatados por Debs, (2000, p. 29):

    1895 a construo de Weavnes Mill considerada a primeira construo de estrutura aporticada com concreto pr-moldado na Inglaterra;

    1900 surgem os primeiros elementos de grandes dimenses para cobertura nos Estados Unidos (estes elementos tinham 1,20 metros de altura, 5,10 metros de largura e 0,05 metros de espessura e foram colocados sobre estrutura metlica);

    1905 so executados elementos de piso para um edifcio de quatro andares nos Estados Unidos;

    1906 comeam a ser executados na Europa os que devem ser considerados os primeiros elementos pr-fabricados as vigas trelia Visintini e estacas de concreto armado;

    1907 todas as peas para as construes de um edifcio industrial foram pr-moldadas no canteiro, nos Estados Unidos, pela Edson Portland Co., pertencente ao clebre inventor Thomas Alva Edson;

    1907 surgem as pioneiras aplicaes do processo Tilp-up nos Estados Unidos, no qual as paredes so moldadas sobre o solo e depois levantadas para a posio vertincal.

    Em 1904, na Inglaterra, o arquiteto John Brodie projetou e construiu um edifcio de

    trs andares com estrutura de parede portante em concreto pr-moldado, que tornou-se

    polmica e trouxe aspectos negativos no desenvolvimento dos pr-fabricados.

  • 16

    ...O governo, que havia patrocinado o sistema de Brodie, querendo encontrar uma soluo para o problema do dficit habitacional, obrigou-o a superdimensionar os painis para obedecer aos cdigos oficiais sobre as espessuras das paredes, resultando assim no triplo do custo previsto por Brodie, o que motivou a interrupo prematura do sistema proposto. (FERNNDEZ Ordez apud MOUNIR, 2000, p. 29).

    A pr-fabricao desenvolveu-se primeiramente em locais onde a mo-de-obra era

    mais onerosa, ou em que os programas sociais de governo exigiam fornecimento de habitao

    em larga escala, ou seja pases mais desenvolvidos como EUA, Frana, Alemanha e vrios

    pases do Leste Europeu. No Brasil e em outros pases com mo-de-obra relativamente barata

    a pr-fabricao no obteve a mesma aceitao, tendo uma utilizao considervel somente a

    partir da dcada de 70 e possuindo hoje grandes indstrias de pr-fabricados, alm de

    inmeras de mdio e pequeno porte (SOUZA et al, 1998).

    Debs em 2002, defende que a aplicao da pr-moldagem, ainda limitada no Brasil.

    Apesar de ser aplicada em todos os campos da construo civil, ela tem sido mais intensa na

    construo de galpes e em certos componentes como elementos de lajes, estacas, pontes e

    tubos circulares de concreto para drenagem e esgotos.

    A possibilidade de produo seriada de edifcios industrializados, quer em suas partes

    fundamentais, quer em sua totalidade, uma realidade e a indstria da construo civil est

    apta a dar um grande salto, superando num curto espao de tempo a defasagem tecnolgica do

    setor e alcanando um nvel de industrializao equivalente quele que j visvel nos pases

    desenvolvidos (CAMPOS, 2006).

    Segundo Campos (2006) vrios obstculos precisam ser rompidos, pois no so

    somente os fatores tecnolgicos os maiores obstculos difuso de pr-fabricao no Brasil,

    so eles:

    - Demonstrao da validade do sistema para a superao das demandas

    existentes, tomando como exemplo as experincias dos pases desenvolvidos;

  • 17

    - Rompimento do paradigma que a construo pr-fabricada, traz uniformidade e

    rigidez na arquitetura;

    - Demonstrao de que as novas obras pr-fabricadas possuem qualidades

    intrnsecas relativas ao nvel de acabamento e ao atendimento das exigncias

    de conforto do usurio final;

    - Considerao de que existem novas tecnologias base de cimento, tais como

    CAD (concreto de alto desempenho) e os compsitos;

    - Apresentao de obras nacionais e internacionais que tenham um carter

    inovador e que tragam uma contribuio objetiva no sentido de aplicao de

    novos conceitos inerentes construo pr-fabricadas em concreto

    (industrializao de ciclo aberto).

    2.3 TIPOS DE CONCRETO

    Segundo Debs, em 2000, os elementos pr-moldados podem ser classificados de

    diversas formas, conforme mostra a tabela 1:

    Tabela 1: Classificao dos concretos pr-moldados

    Classificao Tipos de concreto pr-moldados Local de produo dos

    elementos Pr-moldado de fbrica Pr-moldado de canteiro

    Incorporao de material para ampliar a seo resistente no local de utilizao definitivo

    Pr-moldado de seo composta Pr-moldado de seo parcial

    Categoria do peso dos elementos Pr-moldado pesado Pr-moldado leve

    Papel desempenhado pela aparncia Pr-moldado normal Pr-moldado arquitetnico

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    2.3.1 Pr-moldado de fbrica

    Executado em instalaes permanentes distantes da obra. Por isso deve-se considerar a

    questo do transporte da fbrica at a obra, tanto no que se refere ao custo dessa atividade

    como no que diz respeito obedincia aos gabaritos de transporte e s dificuldades de

    transporte. A capacidade de produo da fbrica e a produtividade do processo, que dependem

    principalmente dos investimentos em frmas e equipamentos, podem ser pequenas ou

    grandes, com tendncia maior ao ltimo caso.

    2.3.2 Pr-moldados no canteiro de obras

    Executada em instalaes temporrias nas proximidades da obra. Possui a vantagem

    de necessitar de um investimento inicial menor, pois suas instalaes podem ser mais ou

    menos sofisticadas, dependendo da produo e da produtividade que se deseja. Para esse tipo

    de elemento no se tem o transporte a longa distncia e, portanto, as facilidades de transportes

    e a obedincia a gabaritos de transporte no so condicionantes para seu emprego. Alm

    disso, esse tipo de elemento no est sujeito a imposto referentes produo industrial e

    circulao de mercadorias.

    2.3.3 Pr-moldado de seo completa

    Sua seo resistente formada fora do local de utilizao definitivo. Eventualmente,

    na aplicao deste tipo de pr-moldado pode ocorrer o emprego de concreto moldado no local,

    em ligaes ou como regularizao, mas no visando ampliar a seo resistente.

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    2.3.4 Pr-moldado de seo parcial

    Inicialmente moldado apenas com parte da seo resistente final, que posteriormente

    completada na posio de utilizao definitiva com concreto moldado no local. Com o

    emprego de elementos pr-moldados de seo parcial h maior facilidade na realizao das

    ligaes, alm da concretagem no local propiciar um certo monolitismo estrutura.

    2.3.5 Pr-moldado pesado

    Considera-se pr-moldado pesado aquele que necessita de equipamentos especiais

    para o transporte e a montagem, adotando-se como valor de referncia acima de 500 kgf.

    2.3.6 Pr-moldado leve

    O pr-moldado leve ser aquele que no necessita de equipamentos especiais para o

    transporte e montagem, podendo-se improvisar os equipamentos ou at mesmo atingir a

    situao em que a montagem possa ser manual. Adotam-se valores abaixo de 30 kgf. Um

    exemplo, muito utilizado desse tipo de pr-moldado so as vigotas pr-moldadas utilizadas

    para execuo de lajes.

    2.3.7 Pr-moldado normal

    O pr-moldado normal aquele em que no h preocupao alguma em relao

    aparncia do elemento.

  • 20

    2.3.8 Pr-moldado arquitetnico

    Qualquer elemento de forma especial ou padronizada que mediante acabamento,

    forma, cor ou textura contribui na forma arquitetnica ou em efeito de acabamento da

    construo. Esses elementos podem ou no ter finalidade estrutural e so normalmente

    utilizados nas fachadas, na forma de painis ou como frma permanente, na restaurao de

    edifcios antigos e esculturas.

    2.4 APLICAO DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS PR-MOLDADOS

    A aplicao dos sistemas construtivos pr-moldados est intimamente ligada

    tipologia da edificao, a qual depende muito da sua funo: residencial, comercial, indstrial,

    etc. A seguir so apresentadas as principais utilizaes dos pr-moldados.

    2.4.1 Residncias e edifcios de apartamentos

    Apesar de ser muito utilizada nos pases do Norte Europeu, o sistema pr-moldado

    ainda apresenta pouca aceitao em obras residenciais no Brasil. Conforme descrito pela

    Associao Brasileira de Construo Industrializada de Concreto, ABCIC, a inconvenincia

    do sistema est relacionada com uma menor flexibilidade no projeto, onde quase impossvel

    fazer adaptaes futuras. Porm apresentam vantagens como a rapidez de instalao, o bom

    isolamento acstico e a resistncia ao fogo.

    Os vos e as cargas de utilizao neste caso so relativamente pequenos. Em relao a

    altura, podem ser classificados em edifcios de pequena altura e de grande altura, sendo que

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    nos de pequena altura o efeito das aes laterais devido ao vento pequeno, possibilitando o

    emprego de sistemas estruturais mais simples entre os elementos (DEBS, 2000).

    As residncias e os edifcios de apartamentos so geralmente projetados com sistemas

    estruturais com painis, onde uma parte dos painis estrutural e a outra possui apenas funo

    de fechamento.

    Segundo a ABCIC, uma soluo so os painis pr-fabricados utilizados comumente

    para os fechamentos externos entre os apartamentos ou nas fachadas, cobrindo toda a largura

    dos apartamentos ou da residncia com lajes de vos maiores. Neste caso, as divises internas

    podem ser feitas com materiais tradicionais, tais como blocos de gesso, blocos de alvenaria ou

    divisrias de gesso acartonado.

    2.4.2 Escritrios, hospitais e escolas

    Neste caso so importantes a flexibilidade do layout e a esttica. Assim os sistemas

    estruturais mais adequados so os esqueletos e os mistos, com paredes portantes nas fachadas,

    sendo que os elementos de piso podem ser apoiados diretamente nos elementos de fachada.

    Segundo a ABCIC a tendncia atual para edifcios de escritrio criar grandes espaos

    internos com os vos dos pisos de at 18 a 20 metros (DEBS, ABCIC).

    2.4.3 Edifcios industriais (galpes) e comerciais

    Os galpes se caracterizam por estruturas em que predominam os grandes vos livres

    para ocupao interna, normalmente sem pavimentos intermedirios e protegidos por

    cobertura em telhas com suporte metlico ou de concreto (MELO, 2004).

    Nestes edifcios a flexibilidade de layout e a possibilidade de ampliaes so

    importantes. Utilizam-se, normalmente, sistemas com traves aporticadas, onde a estabilidade

    conseguida pela engastamento dos pilares nas fundaes (DEBS, 2000).

  • 22

    2.4.4 Estacionamentos

    Segundo a ABCIC, em estacionamentos os requisitos principais de projeto so grandes

    vos abertos com poucos pilares internos. Esse tipo de construo emprega geralmente

    sistemas de estruturas com esqueletos, podendo existir solues alternativas, como no caso de

    estacionamentos divididos em nveis, com rampas retas entre pisos intermedirios, que

    constituem a rea de estacionamento.

    2.5 PROJETOS

    Todos os sistemas construtivos exigem sintonia na execuo dos projetos. Os

    projetistas devem conhecer as potencialidades e limitaes dos processos e atuarem em

    conjunto para aproveitar suas vantagens.

    O processo de projeto marcado, via de regra, por uma srie de definies, quer das

    caractersticas do produto, quer das atividades produtivas, repercutindo em uma elevada

    improvisao em obra, para a qual so delegadas importantes decises que poderiam ser

    estudadas e elaboradas durante a fase de projeto do empreendimento.

    Segundo ABCIC muito importante compreender que possvel se obter um melhor

    projeto para a estrutura pr-moldada, se a estrutura for concebida com a pr-moldagem desde

    o projeto preliminar e no meramente adaptada de um mtodo tradicional de concreto

    moldado no local.

    A Associao afirma que na concepo dos projetos devem ser observados os

    seguintes pontos:

    - respeito filosofia especfica do projeto;

  • 23

    - utilizao de solues padronizadas sempre que possvel;

    - evitar detalhes muito complicados e vulnerveis;

    - considerar as tolerncias dimensionais;

    - vantagens do processo de industrializao.

    O projeto das estruturas pr-moldadas e das moldadas no local diferenciam-se pela

    necessidade de considerar situaes transitrias, como desmoldagem, transporte,

    armazenamento e montagem, alm da situao final da estrutura e as particularidades das

    ligaes entre os elementos pr-moldados que formam a estrutura. (DEBS, 2000)

    Conforme afirmou Larcio Gil, da ABCP revista Tchne (2001), a compatibilizao

    de projetos essencial num sistema industrializado. A impossibilidade de alterar as

    caractersticas das peas durante a execuo torna a interface entre projetos potencialmente

    mais problemtica do que no mtodo convencional.

    As instalaes podem ser parcialmente integradas nas unidades pr-moldadas. Dutos e

    caixas para adaptaes eltricas podem ser moldadas nos elementos de painis, tubulaes de

    gua pluvial no interior de colunas e elementos de fachadas e os alvolos das lajes podem

    incorporar dutos e tubulaes.

    2.6 VANTAGENS

    Comparado aos mtodos de construo tradicionais, os sistemas pr-fabricados tm

    muitas caractersticas positivas, tanto de ordem tcnica e econmica, quanto social, assim

    descritas:

  • 24

    2.6.1 Tcnicas

    - Facilidade na elaborao de projeto, em especial na resoluo de detalhes;

    - Melhoria da qualidade dos trabalhos realizados mecanicamente, em

    comparao com os manuais, atravs do desenvolvimento e inovaes

    tecnolgicas de processos construtivos;

    - Melhor aproveitamento das sees resistentes;

    - Facilidade para realizar o controle de qualidade, pois emprega equipamentos

    controlados para o preparo do concreto, utiliza aditivos para conseguir os

    desempenhos mecnicos especficos para cada classe de concreto e o

    adensamento e a cura so executados em condies controladas;

    - Necessidade de menos juntas de dilatao que na construo tradicional;

    - Possibilidade de evitar as interrupes da concretagem;

    - Possibilidade de recuperao de elementos ou partes da construo em certas

    desmontagens;

    - Desaparecimento quase total das frmas;

    - Facilidade na utilizao da proteno, aumentando a capacidade ltima de

    flexo, o momento de fissurao e a carga de servio;

    - A instalao pode continuar mesmo no inverno rigoroso.

    2.6.2 Sociais

    - Diminuem o nmero de acidentes de trabalho;

    - Proporcionam segurana de emprego;

    - Trabalho protegido das intempries climticas durante a execuo;

    - Eleva a remunerao dos trabalhadores;

  • 25

    - o meio mais real e efetivo que se tem ao alcance para tentar reduzir o dficit

    mundial de construo;

    2.6.3 Econmicas

    - Produz economia reduzindo consideravelmente os custos por causa da

    potencializao e otimizao de materiais;

    - Ocasiona economia de tempo de construo, obtendo-se um rpido retorno do

    investimento;

    - Evita a improvisao;

    - mais apta para o cumprimento dos controles e recepo;

    2.7 DESVANTAGENS

    Da mesma forma, os sistemas pr-fabricados podem apresentar muitas desvantagens

    em relao aos sistemas tradicionais:

    2.7.1 Tcnicas

    - Falta de monolitismo da construo, especialmente nas regies ssmicas;

    - Problemas na resoluo das juntas;

    - Necessidade de superdimensionar certos elementos, considerando situaes

    desfavorveis durante o transporte ou na montagem;

    - Incgnitas quanto confiabilidade de certos materiais ou sistemas;

    - Devem ser respeitados os gabaritos de transporte;

  • 26

    - Grandes dificuldades para modificaes nas distribuies dos espaos

    primitivos;

    - Inadequao topografia e aos tipos de terrenos.

    2.7.2 Sociais

    - Produz desemprego;

    - Aparecem para os trabalhos os inconvenientes prprios das linhas de produo;

    - Especializa em excesso, incapacitando os trabalhadores para outros tipos de

    trabalho.

    - No aproveitamento da mo-de-obra no qualificada.

    2.7.3 Econmicas

    - , em geral, mais cara que a tradicional;

    - Necessita de investimentos, em geral, considerveis, para iniciar a pr-

    fabricao;

    - Necessita de uma demanda de volume adequada;

    - O transporte dos produtos mais caro que o das matrias-primas dos

    componentes.

  • 27

    3 ESTUDO DE CASO: EDIFICIO TAHITI

    3.1 OBJETIVOS DA PESQUISA

    A proposta deste trabalho a comparao de custos entre dois edifcios de quatro

    pavimentos com sistemas estruturais diferentes, porm derivados da mesma planta

    arquitetnica. Sero estudados o sistema de execuo pr-fabricado e o sistema moldado in

    loco.

    A comparao se restringe superestrutura do edifcio, no sendo analisada a

    fundao e nem os servios complementares, por exemplo, instalaes hidro-sanitrias e

    eltricas. Isso se deve ao fato de que ambos os sistemas vo necessitar desses mesmos

    servios.

    3.2 MTODO DE ABORDAGEM

    O ambiente que se encontra a obra um fator de grande importncia para obteno dos resultados deste trabalho. A pesquisa um estudo de caso mltiplo, sendo que os resultados apresentados, portanto, representam a

  • 28

    realidade vivenciada em um tipo de obra, com um tipo de gerencia e uma determinada poca do estudo. (SILVA, 2002. p.47).

    Segundo Silva (2002, p.20), A comparao de custos na construo civil

    dificultada porque o setor no produz um produto nico e padronizado. Para cada obra h

    um projeto especfico composto de materiais adequados realidade deste projeto.

    Ser utilizado o projeto arquitetnico do Edifcio Tahiti, construdo pela empresa

    Engest, na cidade de Joinville, Santa Catarina. (ver Figura 1).

    Figura 1 - Edifcio Tahiti

    O levantamento de custos da superestrutura do edifcio ser realizado atravs de

    solicitaes de oramentos junto s empresas de construo civil. O projeto e o oramento

  • 29

    do sistema pr-fabricado sero realizados pela empresa Cassol Pr-fabricados. J os custos

    do sistema moldado in loco sero obtidos a partir dos projetos estruturais desenvolvidos

    pela Engest.

    3.3 EDIFCIO TAHITI

    O edifcio em estudo possui 4 (quatro) pavimentos sem pilotis, 4 (quatro)

    apartamentos de um dormitrio por andar e com reas variando entre 20 e 26 m2,

    totalizando, aproximadamente, 526 m2.

    O projeto arquitetnico completo o mesmo para ambos os sistemas e pode ser

    visto no anexo A. Sendo o pavimento tipo conforme figura 2.

    Figura 2 - Pavimento tipo

  • 30

    3.4. DESCRIO DO SISTEMA PR-FABRICADO

    3.4.1 Superestrutura

    No projeto estrutural apresentado pela Cassol (anexo B) a superestrutura composta

    pelos elementos descritos na tabela 2.

    Tabela 2 Superestrutura do sistema pr-fabricado

    Quantidade Unidade Descrio 4 p Pilares 20x40x1550

    12 p Pilares 20x40x1400 8 p Lance de escada

    181 ml Viga apoio 20/10x50/30 20 ml Viga apoio 30x30

    112 ml Viga de fechamento 15x50 338 m2 Laje alveolar LP15 (sc:175+200) V.mx.=4,90m 118 m2 Laje alveolar LP15 (sc:175+50) V.mx=4,90m

    A superestrutura apresenta 4 pilares 20x40x1550 situados nos cantos da escada que

    serviro para apoio do reservatrio superior (caixa dgua e barrilete) e outros 12 pilares

    20x40x1400 de extremidade.

    As vigas apresentam-se em 3 diferentes sees, sendo 181 metros lineares de vigas

    20/10x50/30 para apoio das lajes, 20 metros lineares de seo 20x30 na caixa da escada e

    outros 112 metros lineares de seo 15x50 para vigas de fechamento.

    As lajes so do tipo alveolar, sendo 338 m2 com sobrecarga 375 kgf/m sendo 200

    kgf/m para carga acidental e 175 kgf/m2 de carga permanente (revestimento+capeamento)

    nos pavimentos tipo e 118 m2 para a laje da cobertura com sobrecarga de 225 kgf/m, sendo

    50 kgf/m de carga acidental e 175Kgf/m carga permanente (revestimento+capeamento).

  • 31

    (ver figura 3). A empresa apresentou o sistema de lajes alveolares, por ser o nico tipo de

    laje que comercializa, porm essas lajes so mais recomendadas para grandes vos e

    sobrecargas altas, que no o caso do edifcio em estudo. Desta forma, o estudo vai se

    expandir para a anlise de uma laje treliada, acreditando-se que esta pode ser mais vivel

    economicamente.

    figura 3 Exemplo de lajes alveolares

    3.4.2 Concreto

    Segundo o oramento da Cassol (anexo C, item 1 do tpico II), as peas atendem

    classe de agressividade ambiental denominada como classe II do item 6.4.2 da NBR 6118-

  • 32

    2003, classe esta com agressividade ambiental moderada para regies urbanas com

    pequeno risco de deteriorao da estrutura, para a qual enquadra-se a estrutura em estudo.

    O volume de concreto utilizado segue a tabela 3 a seguir.

    Tabela 3 Volume de concreto da superestrutura pr-fabricada

    Descrio m3 Pilares 20x40x1550 4,96 Pilares 20x40x1400 13,44 Vigas 20/10x50/30 14,48 Vigas 30x30 1,8 Vigas 15x50 8,4 Escada 4,57 Laje 1, 2 e 3 pavto 36,25 Laje cobertura e barrilete 13,75

    TOTAL 97,65

    3.4.3 Armadura

    A armadura no ser detalhada para o presente estudo, porm o oramento da

    Cassol (anexo C, item I) sero utilizados os valores da tabela 4.

    Tabela 4 Peso da armadura da superestrutura pr-fabricada

    Ao Peso CA50 7000 kg

    Cordoalha CP190 1130 kg TOTAL 8130 kg

  • 33

    3.4.4 Capa de concreto

    No item III do oramento (anexo C), a Cassol recomenda que sobre a laje dever

    ser executado capeamento em concreto fck mnimo de 30 Mpa, espessura mnima requerida

    de 5 cm mais a contra-flecha admissvel por norma, com tela soldada, aos cuidados do

    contratante. (estimativa de material para capeamento concreto=27m3, tela (Q138)

    1.100kgf).

    Figura 4 Exemplo de local que ser preenchimento com concreto

    3.4.5 Execuo

    O prazo para execuo da obra em estrutura pr-fabricada seria de

    aproximadamente 41 dias que seriam divididos nas seguintes etapas, conforme apresenta a

    tabela 5.

  • 34

    Tabela 5 Cronograma de execuo da estrutura pr-fabricada

    EDIFICIO TAHITI 41 dias Recebimento Especificaes 0 dias Projeto 5 dias Produo 30 dias Mobilizao/Montagem 3 dias Acabamento 3 dias Entrega da Obra 0 dias

    3.4.6 Custos

    Construindo-se a superestrutura do edifcio Tahiti, conforme descrito nos itens

    anteriores desde captulo, tem-se um valor final de R$ 140.896,00 utilizando-se lajes

    alveolares e R$ 118.620,00 caso fossem utilizadas lajes treliadas, sendo divididos da

    conforme apresentados na tabela 6.

    Tabela 6 Custos da estrutura pr-fabricada

    DESCRIO VALOR Estrutura principal (pilares e lajes) R$ 89.500,00 Lajes alveolares R$ 30.000,00 Lajes treliadas em enchimento de EPS R$ 29.120,00 Capa de concreto R$ 21.396,00 27m3 de concreto 30MPa bombeado R$ 6.426,00 535 m2 de tela soldada Q138 R$ 4.970,00 Mo-de-obra R$ 10.000,00 Total da estrutura com lajes alveolares R$ 140.896,00 Total da estrutura com lajes treliadas R$ 118.620,00

  • 35

    3.5 DESCRIO DO SISTEMA MOLDADO IN LOCO

    3.5.1 Superestrutura

    No sistema moldado in loco a superestrutura apresenta-se de forma diferente do

    sistema pr-fabricado sendo projetada pela Engest (anexo D) com 24 pilares de seo 20 x

    30 e 2 pilares com 20 x 40, sendo que os mesmos foram distribudos uniformemente

    propiciando o uso da laje plana com altura de 14 cm. Nas laterais da laje utilizaram-se

    ento vigas de seo (20 x 14) e na caixa da escada vigas com seo (10 x 50).

    3.5.2 Concreto

    Para o estudo da estrutura moldada in loco ser utilizado concreto industrializado,

    que apesar de apresentar valores maiores do que o moldado in loco, quando acrescido da

    mo-de-obra, torna-se mais vantajoso, alm de garantir maior qualidade s peas devido ao

    controle de qualidade realizado pelas concreteiras.

    Nos clculos da Engest o concreto possui um fck 18 MPa e o volume de concreto

    dado pela tabela 7.

    Tabela 7 Volume de concreto da estrutura moldada in loco

    Discriminao 1 pavto cobertura

    Vigas 2 m3 Lajes 58 m3

    Pilares 20 m3 Escadas 5 m3 Total 85 m3

  • 36

    Sabe-se que existe uma diferena entre o volume de concreto calculado pelo projeto

    e o volume realmente utilizado, pois existem perdas na obra, principalmente do concreto na

    bomba. Segundo o estudo de caso realizado por Silva (2002) essas perdas so de

    aproximadamente 9%. Ento pode-se considerar para efeitos de clculos que o volume final

    de concreto ser de 93 m3.

    3.5.3 Armadura

    A tabela 9 indica o peso da armadura utilizada segundo os projetos da Engest

    (anexo D).

    Tabela 9 Peso do ao utilizado na estrutura moldada in loco

    Ao Escada Vigas Laje Pilares Dimetro peso (kg) peso (kg) peso (kg) peso (kg)

    3,4 65 CA-60 5,0 36 504 429 6,3 123 3 1052 8,0 70 264 10,0 987 1447

    CA-50

    12,5 96 110 Total 159 1660 1316 2051

    Total = 5186

    3.5.4 Formas

    A rea total de formas calculada nos projetos da Engest de 848 m2, e para tanto

    sero necessrios os seguintes materiais:

    - 170 chapas de compensado resinado fenlico;

    - 130 metros lineares de caibro de Cambar;

    - 459 metros lineares de caibro de Pinus;

  • 37

    - 250 escoras de Eucalipto.

    3.5.5 Execuo

    Segundo a Engest o prazo de execuo da superestrutura do Edifcio Tahiti de

    aproximadamente 60 dias.

    3.5.6 Custos

    Os custos foram obtidos atravs de oramentos na cidade de Joinville, portanto

    aplicam-se ao comrcio local.

    Construindo-se a superestrutura do edifcio Tahiti, conforme descrito nos itens

    anteriores desde captulo, tem-se um valor final de R$ 66.825,00 divididos da seguinte

    forma:

    Armadura: R$ 14.648,94 (ver tabela 10)

    Tabela 10 Custos da armadura da estrutura moldada in loco

    Ao Preo Escada Vigas Laje Pilares Total Total Dimetro R$ peso (kg) peso (kg) peso (kg) peso (kg) peso (kg) R$

    3,4 3,15 65 65 204,75 CA-60 5,0 3,15 36 504 429 969 3052,35 6,3 3,10 123 3 1052 1178 3651,8 8,0 2,86 70 264 334 955,24 10,0 2,57 987 1447 2434 6255,38

    CA-50

    12,5 2,57 96 110 206 529,42 Total = 14648,94

  • 38

    Concreto: R$ 173.00/m3 x 93 m3 = R$ 17.949,00

    Formas:

    - 170 chapas de compensado resinado fenlico x R$ 33,50 = R$ 5695,00;

    - 130 metros lineares de caibro de Cambar x R$ 3,85 = R$ 500,50

    - 459 metros lineares de caibro de Pinus x R$ 6,55 = R$ 3.006,45

    - 250 escoras de Eucalipto x $ 2.00 = R$ 500,00

    - Desmoldante = R$ 855,00

    Total: R$ 10.556,95

    Mo de obra:

    Para o presente estudo ser utilizado a mo-de-obra terceirizada que para a regio

    de Joinville tem valores mdios de R$ 35,00 por metro quadrado

    R$ 35,00/m2 x 526 m2 = R$ 18.410,00

    Projeto estrutural: R$ 10,00/m2 x 526 m2 = R$ 5.260,00 (ENGEST)

    Tabela 11 Custos da estrutura moldada in loco

    DESCRIO VALOR Armadura R$ 14.648,94 Concreto R$ 17.949,00 Formas R$ 10.556,95 Mo-de-Obra R$ 18.410,00 Projetos R$ 5.260,00

    Total da estrutura R$ 66.825,00

  • 39

    3.6 ANLISE DOS RESULTADOS

    O ambiente em que se encontra a obra, como dito anteriormente, de suma

    importncia na anlise dos resultados, pois a escolha de um sistema construtivo leva em

    conta muitos fatores, que podem baratear ou encarecer o mesmo.

    A indisponibilidade de material na regio pode ser um fator crtico em ambos os

    sistemas, pois se no houver fbricas por perto o transporte dos elementos pr-fabricados

    pode encarecer muito o produto final, e o mesmo vale para os sistemas moldados in loco,

    pois caso no existam distribuidores na regio da obra o preo se eleva. Com a mo-de-obra

    no diferente, porm no sistema pr-fabricado o problema diminui, j que o nmero de

    trabalhadores em obra bem menor, minimizando ainda os riscos de acidente de trabalho.

    Fatores climticos tambm podem favorecer algum sistema. Regies com invernos

    muito rigorosos no permitem o sistema moldado in loco durante esse perodo, tornando o

    prazo de execuo dos pr-fabricados um fator positivo.

    A partir dos dados apresentados na seo anterior pode-se comparar o material

    utilizado em ambos os sistemas. O volume de concreto na estrutura moldado in loco foi

    25% menor que o da pr-fabricada e a armadura 43,8% menor. Tais diferenas devem-se ao

    fator da anlise estrutural dos dois sistemas, pois na estrutura pr fabricada existe a

    necessidade de se considerar situaes transitrias correspondentes s fases de

    desmoldagem, transporte, armazenamento e montagem. Outras razes so as

    particularidades das ligaes entre os elementos pr-moldados que formam a estrutura.

    Em relao ao prazo de execuo, a diferena foi de apenas 19 dias, sendo estimado

    41 dias para o pr-fabricado e 60 dias para o moldado in loco. O pr-fabricado caracteriza-

  • 40

    se por apresentar prazos de execuo muito menores, j que no dependem de fatores

    climticos e os produtos so padronizados, aumentando significativamente a produtividade.

    Assim, essa diferena tende a aumentar muito em funo do tamanho e da complexidade da

    obra, tornando-se vivel o uso de elementos pr-fabricados para obras grandes e que

    exigem investimentos altos e com rpido retorno. A exemplo temos os shoppings centers e

    os supermercados, que apresentam prazos de execuo muito longos quando se trata de

    sistema moldado in loco, no se tornando vivel. Assim, em relao ao prazo de execuo o

    sistema pr-fabricado no apresenta vantagens sobre o moldado in loco para o Edifcio

    Tahiti, visto que o retorno financeiro de 13 dias no compensaria o alto investimento.

    Aps serem levantados todos os custos pertinentes execuo da superestrutura do

    Edifcio Tahiti, obteve-se uma diferena de 53% para a estrutura moldada in loco, ou seja,

    caso fosse feito pela forma moldada in loco o custo final seria 53% menor do que o do

    sistema pr-fabricado. Se fosse optado pelo sistema de lajes treliadas essa diferena

    aumentaria para mais 10%, ficando a estrutura moldada in loco 43 % mais barata que a pr-

    fabricada.

    Com esse estudo de caso, observou-se que o sistema moldado in loco seria o mais

    vantajoso para o Edifcio Tahiti, porm deve-se lembrar que a regio favorvel a ambos

    os sistemas e que a diferena no prazo de execuo no alteraria o retorno financeiro, por se

    tratar de um edifcio residencial.

  • 41

    4 CONCLUSO

    Por si s, os elementos de concreto pr-fabricados tm um custo maior do que peas

    similares moldadas in loco. No entanto, vrios benefcios indiretos podem fazer o sistema

    moldado in loco perder para a opo industrializada. Em virtude das necessidades do

    cliente, pode ser financeiramente interessante investir em construes pr-fabricadas, mais

    rpidas e precisas.

    Aps esse estudo, observou-se que para um edifcio de quatro pavimentos e quatro

    apartamentos por pavimento na cidade de Joinville no vivel a utilizao do sistema pr-

    fabricado, sendo ainda mais vantajoso a utilizao do sistema moldado in loco.

  • 42

    REFERNCIA BIBLIOGRAFICA

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE CONSTRUO INDUSTRIALIZADA EM CONCRETO, 2005. Disponvel em: Acessado em : 04 out. 2006.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR9062: Projeto e execuo de estruturas de concreto pr-moldado, Rio de Janeiro, 1985.

    BRAZ, Joo C. Rocha. Anlise comparativa de custos edifcios residenciais de quatro pavimentos utilizando alvenaria estrutural e estrutura mista de concreto e ao. 2001. 160 p. Dissertao (Mestrado em Engenharia Civil em rea de concentrao de Edificaes) Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001.

    CAMPOS, Paulo Eduardo F. de. Sem restries tecnolgicas, os pr-fabricados precisam romper obstculos culturais, 2006. Disponvel em: Acessado em: 07 out. 2006.

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    LOTURCO, Bruno. Estgio avanado. TCHNE. So Paulo: PINI, n. 99, junho, 2005.

    MELO, Carlos E. Emrich. Manual Munte de projetos em pr-fabricados de concreto, 2004. 1 ed. So Paulo, PINI, 2004.

  • 43

    SILVA, Alisson Hoffmann. Comparao de custos entre os processos construtivos em concreto armado e em alvenaria estrutural em blocos cermicos e de concreto. 2002. 171p. Dissertao (Mestrado em Engenharia Civil) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, 2002.

    SOUZA, Vicente C. Moreira de; CUNHA, Albino J. Pimenta da. Lajes em Concreto Armado e Protendido, 1998. 2 ed. Rio de Janeiro, EDUFF, 1998.

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    ANEXOS A PROJETOS ARQUITETONICOS

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    ANEXOS B PROJETOS PR-FABRICADO

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    ANEXOS C ORAMENTO DO PR-FABRICADO

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    ANEXOS D PROJETOS ESTRUTURAIS DO MOLDADO IN LOCO