Complexo Principal de Histocompatibilidade e Processamento e Apresentação de Antígeno

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Imunologia - MHC

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  • - Complexo principal de histocompatibilidade (MHC)

    - Processamento e apresentao de antgeno

    Prof. Dra. Josiane Somariva Prophiro

  • MHC e suas principais funes

    Corpo desenvolveu que so efetivas para

    evitar (bactrias e vrus), penetrem no

    corpo e induzam a doena.

    Mas caso um organismo estranho penetrar no corpo,

    os sistemas protetores do sistema imune inato (clulas

    fagocticas) podem destruir o antgeno antes de ser

    encontrado pelas clulas B ou T e induzir a resposta

    imune adaptativa.

  • MHC e suas principais funes

    Os receptores de antgeno de clula B podem interagir

    diretamente com um invasor, mas os receptores de

    clulas T (TCR) s reconhecem peptdeos antignicos

    processados.

    Alm disso, os receptores de clulas T (TCR) s

    reconhece o antgeno estranho quando est inserido

    na superfcie de outras clulas (APCs) e associados a

    molculas de MHC.

  • MHC e suas principais funes

    O complexo de histocompatibilidade (MHC) uma

    regio do DNA que codifica um grupo de molculas

    que reconhece antgeno, chamadas de molculas de

    MHC.

  • MHC e suas principais funes

    O Complexo Principal de Histocompatibilidade

    Humano, MHC (Major Histocompatibility Complex),

    tem grande parte de sua codificao gentica

    localizada no cromossomo 6.

  • MHC e suas principais funes

    O cromossomo 6 e a regio HLA

  • MHC e suas principais funes

    O cromossomo 6 e a regio HLA

  • MHC e suas principais funes

    Contendo mais de 200 genes, possui fundamental

    importncia no sistema imunolgico.

    Historicamente, o interesse no MHC surgiu a partir de

    experimentos sobre rejeio de tecidos transplantados

    entre camundongos.

  • MHC e suas principais funes

    Os genes do MHC esto presentes em todos os

    vertebrados, sendo que no homem recebem a

    designao de HLA (Human Leukocyte Antigens), por

    terem sido inicialmente detectados nos leuccitos.

    Os genes HLA so os mais polimrficos do genoma

    humano, possuindo centenas de alelos j descritos.

  • MHC e suas principais funes

    Estas molculas so a chave crtica para numerosas funes

    imunolgicas, incluindo a seleo das clulas T, induo de

    tolerncia, produo de anticorpos, imunidade mediada pelas

    clulas T, respostas inflamatrias e diversos outros fatores ligados

    ao sistema imune e seu funcionamento.

    Consequentemente, o papel do MHC de grande interesse

    mdico pois est diretamente relacionado com a rejeio de

    rgos e tecidos, com a suscetibilidade a patgenos, assim como

    na variabilidade individual na suscetibilidade a desordens de

    etiologia auto-imune.

  • MHC: Codificao gentica

    Os genes do sistema MHC tm estrutura semelhante e a maioria

    das sequencias reguladoras esto localizadas no brao curto do

    cromossomo 6.

  • MHC: Codificao gentica

    J foram identificadas aproximadamente 224 locos genticos com

    3.5 megabases de DNA nas regies do MHC. Destes, 180 genes

    possivelmente so expressos e cerca de 40% deles tem alguma

    funo no sistema imune. Esta regio foi uma das primeiras

    multimegabase do genoma humano a ser completamente

    sequenciada.

  • MHC: Codificao gentica

    Alm disso, ela codifica a mais polimrfica das protenas

    humanas, a classe I e II do MHC, tendo algumas mais de 200

    variaes allicas.

  • MHC: Codificao gentica

    Classes de HLA: A regio do MHC humano pode ser dividida em 4

    partes, organizando-se como se segue:

    1. Genes da classe II do HLA (HLA-DP, HLA-DQ, HLA-DR).

    2. Genes da classe I do HLA (HLA-B, HLA-C e HLA-A).

    3. Genes das protenas do choque trmico e de algumas

    citocinas (TNF, LT e LT-B).

    4. Genes do complemento (C4 e C2).

  • MHC: Codificao gentica

    A regio da classe I contm trs lcus: HLA-A, HLAB, HLA-C,

    codificando as cadeias pesadas dos antgenos MHC classe I,

    estendendo-se a mais de 1,5 milho de pares de bases de DNA.

    Esta regio possui inmeros outros genes que esto envolvidos na

    codificao de protenas tambm relacionadas ao sistema imune.

  • MHC: Codificao gentica

    Os genes da classe II esto situados na regio HLAD, que codifica

    pelo menos 6 genes de cadeia a e 10 genes de cadeia b. Os trs

    locos, DR, DQ e DP, codificam os principais produtos da classe II.

    Outros genes extras j foram identificados, possuindo, alguns

    deles, funo na imunidade.

  • MHC: Polimorfismo

    O polimorfismo do MHC existe como consequncia da resposta

    evolucionria dos vertebrados invaso de microorganismos,

    assegurando assim a continuidade da espcie mesmo na

    presena de pandemias.

    Somente alguns indivduos de uma espcie sobrevivem a uma

    pandemia pelo efeito protetor do polimorfismo gentico do MHC,

    entretanto isto garante a perpetuao da espcie mesmo que a

    maioria dos indivduos sucumba doena.

  • MHC: Polimorfismo

    Os diversos genes do MHC humano possuem a peculiar

    caracterstica de serem extremamente polimrficos (grande

    variabilidade estrutural), como por exemplo o caso do gene HLA-B

    que possui mais de 150 alelos descritos at os dias atuais.

  • MHC: Polimorfismo

    Tanto nas molculas da classe I quanto da classe II, o

    polimorfismo concentra- se na parte superior da molcula, nos

    resduos de aminocido do assoalho ou nas proximidades das a-

    hlices no sulco de ligao ao antgeno.

  • MHC: Polimorfismo

    Dessa forma, o polimorfismo possui dois objetivos distintos:

    Os polimorfismos na fenda de ligao determinam a especificidade

    de ligao do peptdeo. Isto faz com que uma molcula de MHC se

    ligue somente com alguns poucos peptdeos dentre os muitos

    disponveis no microambiente celular.

    Os polimorfismos nas a-hlices tambm servem como marcadores

    de self para o qual os receptores das clulas de defesa so

    selecionados.

  • MHC: Molculas Classe I

    As molculas de MHC da classe I contm duas cadeias

    polipeptdicas separadas: uma cadeia a (pesada), codificada pelo

    MHC com aproximadamente 44kD e uma cadeia b sem

    codificao pelo MHC, com 12 kD. A cadeia a formada por um

    polipeptdeo central contendo um ou dois oligossacardeos.

  • MHC: Molculas Classe I

    A cadeia a dividida em a1, a2 e a3. O stio de ligao est entre a1

    e a2. O segmento a3 da cadeia pesada e a cadeia b formam um

    domnio semelhante ao de imunoglobulina na molcula de classe I.

  • MHC: Molculas Classe II

    As molculas de MHC classe II so formadas por duas cadeias

    polipeptdicas ligadas no covalentemente. As duas cadeias da

    classe II so semelhantes entre si, sendo a cadeia a (32 a 34 kD) um

    pouco maior do que a cadeia b (29 a 32 kD).

  • MHC: Molculas Classe II

    As partes extracelulares das cadeias a e b so subdivididas em dois

    segmentos chamados a1 e a2 ou b1 e b2. A regio de ligao dos

    peptdeos na molcula de MHC classe II formada pela interao

    das duas cadeias, mais especificamente entre os segmentos a1 e

    b1.

  • MHC e suas principais funes

    A funo das molculas de MHC ligar fragmentos

    peptdicos derivados de patgenos, exibindo tais

    fragmentos na superfcie celular, para reconhecimento

    pelas clulas T adequadas.

    As consequncias desta apresentao so quase

    sempre deletrias ao patgeno.

    MHC gera grande presso seletiva de patgeno.

  • MHC e suas principais funes

  • MHC e suas principais funes

    Tanto na classe I quanto na classe II, o processamento dos

    antgenos consiste na introduo de antgenos proticos nas

    clulas apresentadoras de antgenos (APCs), na degradao

    proteoltica dessas protenas em peptdeos, na ligao dos

    peptdeos s molculas recm-montadas do MHC, e na exposio

    dos complexos peptdeo-MHC superfcie das APCs para o

    reconhecimento potencial pelas clulas T.

  • MHC e suas principais funes

    As vias de processamento do antgeno nas APCs utilizam os

    mecanismos proteolticos celulares bsicos, que tambm operam

    independentemente do sistema imune.

    Tanto as protenas exgenas como as endgenas so selecionadas

    por essas vias de processamento do antgeno, e os peptdeos

    derivados tanto das protenas prprias como das estranhas so

    exibidos s molculas do MHC para a vigilncia pelos linfcitos T.

    Basicamente existem 2 vias pelas quais o antgeno pode se ligar

    molcula do MHC: Pelo MHC de classe I para antgenos endgenos

    e pelo MHC de classe II para protenas exgenas.

  • MHC: Funcionamento classe I

    Antgenos endgenos (protenas virais ou tumorais) iro se ligar ao

    MHC classe I da seguinte maneira:

    O proteossomo um complexo multiprotico citoplasmtico

    que degrada proteoliticamente algumas protenas

    citoplasmticas. Quando uma protena antignica detectada

    no interior da clula, os proteossomos iro lisar esta protena

    gerando peptdeos antignicos que sero liberados no

    citoplasma e posteriormente transportados para o retculo

    endoplasmtico (RE).

  • MHC: Funcionamento classe I

  • MHC: Funcionamento classe I

    No RE estes peptdeos antignicos iro se associar e se ligar aos

    dmeros recm-formados da classe I do MHC. A ligao aos

    peptdeos estabiliza as molculas da classe I do MHC, permitindo

    que se forme uma vescula que deixar o RE e migrar pelo

    complexo de Golgi at a membrana celular. Parte do complexo

    peptdeo-MHC ento exteriorizado permitindo o seu

    reconhecimento pelas clulas T CD8+ citotxicas.

    A associao de um antgeno com uma protena MHC I indica que a

    clula sucumbiu a um patgeno e ser destruda.

  • MHC: Funcionamento classe I

  • MHC: Funcionamento classe I

  • MHC: Funcionamento classe II

    As APCs especializadas, incluindo macrfagos, linfcitos B e clulas

    dendrticas, interiorizam as protenas extracelulares nos

    endossomas para processamento pela via da classe II do MHC.

    Antgenos derivados de patgenos extracelulares, protenas

    internalizadas por fagocitose e protenas aderidas superfcie

    imunoglobulnica nas clulas B internalizadas por endocitose so

    armazenados em um endossomo citoplasmtico. Este endossomo

    torna-se cido e comea a clivar proteoliticamente as protenas

    exgenas.

  • MHC: Funcionamento classe II

  • MHC: Funcionamento classe II

    Neste momento, no retculo endoplasmtico, os heterodmeros

    recm-sintetizados da classe II do MHC associam-se cadeia

    invariante, sendo liberados no interior de um endossomo

    especializado que transportado pelo complexo de Golgi at a

    vescula contendo as partculas antignicas.

    Ocorre ento a fuso dos dois endossomos, a cadeia invariante

    clivada proteoliticamente e um pequeno remanescente peptdico

    da cadeia invariante removido da fenda de ligao peptdica das

    molculas do MHC II.

  • MHC: Funcionamento classe II

  • MHC: Funcionamento classe II

    Os peptdeos antignicos se associam molcula do MHC

    formando o complexo peptdeo-MHC, que migra at a superfcie

    celular, permitindo seu reconhecimento pelas clulas T CD4+

    helper.

    A associao de um peptdio exgeno com uma protena MHC

    classe II indica que uma clula encontrou um patgeno e serve

    como pedido de auxlio para as clulas T helper.

  • MHC: Funcionamento classe II

  • MHC: Funcionamento classe II

  • MHC: transplantes e respostas imunes

    As tentativas de transplantes remontam antiguidade, porm um

    grande impulso foi dado a partir da Segunda Guerra Mundial,

    quando foram realizados vrios transplantes, porm sem sucesso.

    Isto levou muitos pesquisadores ao estudo do transplante em

    modelos animais.

    Pesquisas sobre rejeio de tecidos transplantados entre

    camundongos de uma mesma linhagem gentica (isognicos) e

    entre camundongos geneticamente diferentes (alognicos)

    permitiram aos cientistas a identificao do sistema MHC, e

    conseqente expanso das tcnicas de preveno a rejeio de

    tecidos e rgos, revolucionando esta rea da medicina.

  • MHC: transplantes e respostas imunes

    Os aloantgenos so molculas reconhecidas como estranhas ao

    organismo derivadas de um rgo ou tecido proveniente de um

    indivduo geneticamente diferente.

    A resposta imune para aloantgenos pode ser humoral ou celular,

    sendo a ltima mais importante para rejeio de rgos

    transplantados, apesar da contribuio de anticorpos.

    Sabe-se que o sistema MHC o responsvel por quase todas as

    rpidas reaes de rejeio ao enxerto.

  • MHC: transplantes e respostas imunes

    At 2% dos linfcitos T de um hospedeiro so capazes do

    reconhecimento e resposta a uma nica molcula de MHC

    estranha.

    Esse reconhecimento de molculas de MHC estranho uma reao

    cruzada de um receptor de linfcito T (TCR) normal que foi

    selecionado com vistas ao reconhecimento do MHC prprio

    acrescido de um peptdeo estranho.

  • MHC: transplantes e respostas imunes

    Se o receptor possui um sistema imune completamente funcional,

    quase que invariavelmente a transplantao resultar em alguma

    forma de rejeio.

    Para se evitar ou retard-la podemos tornar o enxerto menos

    imunognico, diminuindo as diferenas aloantignicas entre o

    doador e receptor por seleo. Outra forma suprimir o sistema

    imune atravs de exposio de aloantgenos por transfuso

    sangnea.

  • MHC e suas principais funes

    Duas propriedades distintas do MHC dificultam a

    evaso do sistema imune pelos patgenos:

    MHC polignico: existem vrios genes diferentes de MHC de

    classe I e II, de modo que cada indivduo possui um grupo de

    molculas do MHC com diferentes variaes de

    especificidades.

    MHC polimrfico: h muitas variantes allicas de cada gene

    na populao como um todo. Os genes MHC so os mais

    polimrficos entre os genes conhecidos.

  • MHC e suas principais funes

  • MHC e suas principais funes