COMPOSIÇÃO B QfKlESSAO - mun-montijo.pt · cair do céu as cordas de água, digo comigo : —...

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prtÇQ Í 500 Quinta faira, 27 ds Março da 1958 Àno IV - N.° 153 Proprietário, Administrador e fditor v. S. M O T T A P I N T O O humor em Portugal Os portugueses são, como é demais sabido, um povo com acentuada tendência para a tristeza. Dir-se-ia que, em todos os momentos, ainda aqueles queJ ilão propendam para o trágico, paira no es- pírito lusíada o vislumbre dos sentimentos ensombra- dos que contrafaz, deminue e por vezes extingue todo o carácter anedótico que a vida possa ter. Pouco rimos; e se o fazemos, por falta de há- bito e de disposição, rimos desbragadamente num pouco o que poderíamos rir na se- mana inteira. Assim o riso deixa de ser a exteriorização normal da nossa sensibili- dade, perante a faceta riso- nha da vida, para se tornar careta de bobo aguçado por uma dose razoável de histe- rismo agudo. O comportamento habitual de que nos servimos é a si- sudez, a tinta carregada, o ar de mau génio, o franzind na testa. Os raros que pro- cedem diferentemente são abencerragens do acaso, me- drados como flores exóticas no jardim da tristeza. Na nossa literatura podem contar-se os escritores com reais aptidões para fazer rir o leitor. Os poucos existen- fOlHAAOVENTO... O problema da mendici- dade tem preocupado muito a atenção dos governos dos países civilizados, dada a dificuldade de o resolver fàcilmente. Há por esse Mundo fora uma enormíssima quantidade de gente que, para se sus- tentar e aos seus, tem de estender a mão à caridade alheia; mas, por outro lado, vemos também abundar os ^e esmolam por lhes não agradar o trabalho e também aqueles que o fazem por 'ofício»... .Quem exerce a beneficên- cia não tem apenas que se Preocupar em dar aquilo que Pode dispensar, uma vez que a esmola por si só nâo pode resolver o problema negro daquele que pede; mas, antes deverá convencer-se de que ''ai complicar ainda mais a ^tuação do necessitado. Bom ® não esquecer que a esmola e Processo envolvente e não curativo. Uma migalha dada sem Sacrifício e automàticamente {Coníinua ua página í) tes com vocação humorís- tica, por pouco desenvolvida, usam os processos velhos e relhos do truque que dispõe incompletamente à boa dis- posição, abusam do trocadi- lho, forçam a nota alegre, insistem nas situações cari- catas e quase nunca verda- -------- Per ---------- R O S A I>O deiras do que é a vida normal da nossa sociedade. Forçam o riso e conseguem bocejos; têm em vista a gargalhada e os muito tolerantes ou imbecilizados é que lhes acham graça. Não são pro- priamente escritores humo- rísticos, mas que exploram o género de tal literatura. Mentem a si mesmos e ao público que lhes compra as obras. No nosso tempo o único escritor que na verdade era humorista por temperamento, e depois por profissão, foi André Brun. Ao sçu natural feitio alegre apunha uma boa dose de sentido de observa- ção e espontaneidade de fantasia, coordenando com subtileza e verdade os casos passados na vida observada com os que a sua imagina- ção se entretinha a coligir. Além disso sabia contar. Nada mais fácil e mais difícil, mais engenhoso e mais lím- pido, mais complicado e mais simples. Mas o que sobre- tudo melhor possuía André Brun, como escritor querido da multidão, era o seu espí- rito filosófico, que encerrava mundos de sensatez. Conta o autor de «Sem pés nem cabeça», no prólogo dum dos seus livros: «Alguém, vendo-me um dia sorrindo e bem disposto, tendo notado que essa era a minha habi- tual maneira de ser, disse-me com certa melancolia na voz : — O senhor deve ser muito feliz na vida !... E eu respondi-lhe: — Não. Não sou mnito feliz. Não sou, sequer, feliz. Há lá, porventura, alguém que o seja? Simplesmente sou muito menos infeliz que alguma gente: a que nasce triste e mal humorada. A vida não me poupa, e o meu qui- nhão de aborrecimentos não é menor que o dos outros. Porém, em vez de o contar ou comentar de lágrimas na voz e rancor na boca, rela- to-o ou analiso-o com o sor - riso nos lábios e a sereni- dade no coração. «Há pessoas que saem sem guarda chuva e, se adrega de chover, teimam em caminhar e elas aí vão curiosas sob o vendaval, até que este as tenha alagado até à medula dos ossos. Eu trato dc me recolher no pri- meiro abrigo que topo ou de improvisar algum e, vendo cair do céu as cordas de água, digo comigo : — «Hás- -de passar, temporal!». Re - signo-me e espero. Sei que de nada serve queixar-me e indignar-me, que nada posso contra os ventos desenca- deados do Destino e que, se persistir em sujeitar-me a- eles, hão-de acabar por me encharcar até ao último fio de roupa. Cuido, portanto, de mirar o céu antes de pôr o pé na rua e, se ele se en- trovisca enquanto ando por fora, de procurar onde aguar- de que azule de novo». Mais serena filosofia nâo é fácil de encontrar. Dentro desta característica pura- mente pessoal, André Brun compôs os seus livros, e em cada uma das suas páginas se colhe um motivo de ale- gria e se encontra uma cena passada connosco, em qualquer parte e com qual- quer pessoa. Fora da literatura, aqui e além, perdidos no revolutear das multidões, por certo que se encontram espíritos niti- damente alegres, com um dito esfuseante pronto a sal- tar da boca, sempre com uma anedota para contar, com aquela graça absolutamente natural que é um dom que foge a toda e qualquer apren- dizagem. E, pouco mais ou menos, este fenómeno, pe- rante a maré cheia de cas- murros, não a conhece — mas segue na prática filosofia igual ou parecida com a do grande folhetinista dos «Meus domingos». Possivelmente o maior dos nossos defeitos, ou das nos- sas qualidades, como alguém possa querer, é o de remar- mos contra a maré, é o de persistirmos em alcançar o resultado sabido inalcançá- vel. Assim perdemos uma boa parte da nossa vida e dos nossos esforços, em se- guirmos o caminho que de antemão sabemos não ser o do êxito. E (atribuímos nós a essa teimosia nefasta) com isso alentamos o nosso feitio hereditàriamente triste, pro- penso à derrota, que nos tira a confiança em nós pró- prios e nos distrai do verda- deiro trilho do triunfo. Pouco mais ou menos não fazemos uso do sorriso. Ou gargalhamos alarvem ente, mostrando todos os dentes até o esófago, ou conserva- mo-nos carrancudos como um edital camarário. Somos o «oito ou oitenta» do dito popular. Não há meio termo, não mitances» no que pensamos ou fazemos. Odia- mos ou amamos — mas nunca encolhemos os ombros; nesta questão de «humor» não sa- bemos copiar com a per- cepção, educando o espírito, o sorriso britânico, todo meias tintas, todo subtileza. E afinal, para reforço da teoria, não é nunca no ex- cesso, nos limites, que se enconta o equilíbrio — antes o meio termo é, e sempre foi e será, a melhor gradua- ção para a felicidade humana. Liga Psrfugueso de Profilaxia Social Um a exigência Iv. O nível de cultura atingido por um povo nota-se logo aos primeiros contactos. Se há ordem nas ruas e disci- plina nas atitudes e se o transeunte incauto nâo é pisado ou empurrado gros- seiramente, pode imediata- mente supor-se que se está em presença dum povo já iniciado nas regras da cor- tezia e do mútuo respeito, — exigências da civilização contemporânea. Por outro lado, se os cida- dãos se apresentarem decen- temente vestidos e caminham erectos, de cara lavada e mãos limpas, a impressão que deles irradia é imediata- mente favoráv»!. E o mesmo sucede se não se ouvirem palavrões, se não nos acotovelamos e da- mos gentilmente o passo às senhoras idosas, aos que parecem doentes, e, sobre- tudo, às crianças. E não se suponha que es- tas elementares regras de convivência social exijam muita sabedoria ou dinheiro, porque um pouco de sentido da dignidade pessoal basta, e não é preciso ser-se rico para se lavar a cara, pentear os cabelos, ajeitar os cola- rinhos da camisa, escovar o fato e engraxar os sapa- tos, embora sejam feitos de pano modesto ou de couro vulgar. Também não é preciso ser-se formado'em qualquer matéria douta para se com- preender que não devemos andar na rua aos encontrões e que, quando, por ventura, inadvertidamente, dermos origem aos incidentes dessa (Continua na página 5) PORTUGAL PITORESCO Vila Real de S.‘° António Na extrema do Algarve, dessa florida província portuguesa, fica a linda vila de que hoje publicamos um aspecto bem significativo. O seu «porto comercial* ein plena actividade, mostrando ao longe o panorama da sua beleza marítima. Tela grandiosa em que o Trabalho do Homem e a ma- gnificência da Natureza se con- jugam em fraternal harmonia! REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026 467 --------------------------- M O N T I J O ------ COMPOSIÇÃO B QfKlESSAO — TIPOGRAÍTA «GRAFEX» — TELEF. 026 236 — M O N T IJO uiraldes ds Silve m o

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prtÇQ Í 500 Quinta faira, 27 ds Março da 1958 Àno IV - N.° 153

Proprietário, Administrador e fditor

v . S. M O T T A P I N T O

O humor em PortugalOs portugueses são, como

é demais sabido, um povo com a c e n tu a d a tendência para a tristeza. Dir-se-ia que, em todos os momentos, ainda aqueles queJ ilão propendam para o trágico, paira no es ­pírito lusíada o v islum bre dos sentimentos ensom bra­dos que contrafaz, deminue e por vezes extingue todo o carácter anedótico que a v ida possa ter. Pouco rim os; e se o fazemos, por falta de há­bito e de disposição, rimos desbragadamente num pouco o que poderíamos rir na se ­mana inteira. Assim o riso deixa de ser a exteriorização normal da nossa sensib ili­dade, perante a faceta r iso ­nha da v ida, para se tornar careta de bobo aguçado por uma dose razoável de h iste­rismo agudo.

O comportamento habitual de que nos servim os é a si- sudez, a tinta carregada, o ar de mau génio, o franzind na testa. O s raros que pro­cedem d if e r e n te m e n te são abencerragens do acaso, m e­drados como flores exóticas no jardim da tristeza.

Na nossa literatura podem contar-se os escritores com reais aptidões para fazer rir o leitor. O s poucos existen-

fOlHAAO VENTO...O problema da m endici­

dade tem preocupado muito a atenção dos governos dos países civilizados, dada a dificuldade de o reso lver fàcilmente.

Há por esse M undo fora uma enorm íssima quantidade de gente que, para se sus­tentar e aos seus, tem de estender a mão à caridade alheia; mas, por outro lado, vemos também abundar os ^ e esmolam por lhes não agradar o trabalho e também aqueles que o fazem por 'ofício». . ..Quem exerce a beneficên­

cia não tem apenas que se Preocupar em dar aquilo que Pode dispensar, uma vez que a esmola por si só nâo pode resolver o problem a negro daquele que pede; mas, antes deverá convencer-se de que ''ai com plicar ainda mais a ^tuação do necessitado. Bom ® não esquecer que a esmola e Processo envolvente e nãocurativo.

Uma migalha dada sem Sacrifício e autom àticam ente

{Coníinua ua p á g i n a í)

tes com vocação hum orís­tica, por pouco desenvolvida, usam os processos velhos e relhos do truque que dispõe incompletamente à boa d is­posição, abusam do trocad i­lho, forçam a nota alegre, insistem nas situações ca ri­catas e quase nunca verda-

-------- P e r ----------

R O S A I > O

deiras do que é a vida normal da nossa sociedade. Forçam o riso e conseguem bocejos; têm em v is ta a gargalhada e só os muito tolerantes ou im becilizados é que lhes acham graça. Não são pro­priamente escritores hum o­rísticos, mas que exploram o g é n e r o de tal literatura. Mentem a si mesmos e ao público que lhes compra as obras.

No nosso tempo o único escritor que na verdade era humorista por temperamento, e depois por profissão, foi André Brun. A o sçu natural feitio alegre apunha uma boa dose de sentido de ob serva ­ção e espontaneidade de fantasia, coordenando com subtileza e verdade os casos passados na vida observada com os que a sua im agina­ção se entretinha a colig ir. A lém disso sabia contar. Nada mais fácil e mais d ifícil, mais engenhoso e mais lím ­pido, mais com plicado e mais simples. M as o que sobre­tudo m elhor possuía André Brun, como escritor querido da multidão, era o seu esp í­rito filosófico , que encerrava mundos de sensatez.

Conta o autor de «Sem pés nem cabeça», no prólogo dum dos seus liv ro s : «Alguém , vendo-me um dia sorrindo e bem disposto, tendo notado que essa era a minha habi­tual m aneira de ser, disse-me com certa m elancolia na voz :

— O senhor deve ser muito feliz na vida ! . . .

E eu respondi- lhe:— Não. Não sou mnito

feliz. Não sou, sequer, feliz. H á lá, porventura, alguém que o s e ja ? Sim plesm ente sou muito menos infeliz que alguma g en te : a que nasce triste e mal humorada. A vida não me poupa, e o meu qui­nhão de aborrecim entos não é menor que o dos outros. Porém , em vez de o contar ou com entar de lágrimas na voz e rancor na boca, rela- to-o ou analiso-o com o sor­

riso nos lábios e a seren i­dade no coração.

«H á pessoas que saem sem guarda chuva e, se adrega de chover, teimam em cam inhar e elas aí vão curiosas sob o vendaval, até que este as tenha alagado até à medula dos ossos. Eu trato dc me recolher no pri­meiro abrigo que topo ou de im provisar algum e, vendo ca ir do céu as cordas de água, digo comigo : — «Hás- -de passar, tem poral!» . R e ­signo-me e espero. Se i que de nada serve queixar-me e indignar-me, que nada posso contra os ventos desenca­deados do Destino e que, se persistir em sujeitar-me a- e les, hão-de acabar por me encharcar até ao último fio de roupa. Cuido, portanto, de m irar o céu antes de pôr o pé na rua e, se ele se en- tro visca enquanto ando por fora, de procurar onde aguar­de que azule de novo».

M a is serena filosofia nâo é fácil de encontrar. Dentro desta c a r a c t e r í s t i c a pura­mente pessoal, André Brun compôs os seus livros, e em cada uma das suas páginas se colhe um m otivo de a le ­gria e se encontra uma cena já passada connosco, em qualquer parte e com qual­quer pessoa.

Fora da literatura, aqui e além , perdidos no revolutear das multidões, por certo que se encontram espíritos n iti­damente alegres, com um dito esfuseante pronto a sa l­tar da boca, sempre com uma anedota para contar, com aquela graça absolutamente natural que é um dom que foge a toda e qualquer apren­dizagem. E , pouco mais ou

menos, este fenómeno, pe­rante a maré cheia de cas­murros, não a conhece — mas segue na prática filosofia igual ou parecida com a do g ra n d e f o lh e t in is t a dos «M eus domingos».

Possive lm ente o maior dos nossos defeitos, ou das nos­sas qualidades, como alguém possa querer, é o de rem ar­mos contra a maré, é o de persistirm os em alcançar o resultado sabido inalcançá- vel. Assim perdemos uma boa parte da nossa vida e dos nossos esforços, em se­guirmos o cam inho que de antemão sabemos não ser o do êxito. E (atribuím os nós a essa teim osia nefasta) com isso alentam os o nosso feitio hereditàriam ente triste, pro­penso à derrota, que nos tira a confiança em nós p ró ­prios e nos distrai do verda­deiro trilho do triunfo.

Pouco mais ou menos não fazemos uso do sorriso. O u gargalham os a la r v e m e n te , mostrando todos os dentes até o esófago, ou conserva ­mo-nos carrancudos como um edital cam arário. Som os o «oito ou oitenta» do dito popular. Não há meio termo, não há mitances» no que pensamos ou fazemos. O d ia ­mos ou amamos — mas nunca encolhem os os ombros; nesta questão de «humor» não sa­bemos copiar com a per­cepção, educando o espírito, o sorriso b r i t â n ic o , todo meias tintas, todo subtileza.

E afinal, para reforço da teoria, não é nunca no ex­cesso, nos lim ites, que se enconta o equilíbrio — antes o meio termo é, e sempre foi e será, a melhor gradua­ção para a felicidade humana.

Liga Psrfugueso

de Profilaxia Social

U m a e x i g ê n c i a I v .

O n ível de cultura atingido por um povo nota-se logo aos prim eiros contactos. S e há ordem nas ruas e d isc i­plina nas atitudes e se o transeunte incauto nâo é pisado ou empurrado g ros­seiram ente, pode im ediata­mente supor-se que se está em presença dum povo já in iciado nas regras da cor- tezia e do mútuo respeito, — exigências da c iv ilização contemporânea.

Por outro lado, se os c ida­dãos se apresentarem decen­temente vestidos e caminham erectos, de cara lavada e mãos lim pas, a im pressão que deles irradia é im ediata­mente favo ráv» !.

E o mesmo sucede se não se ouvirem palavrões, se não nos acotovelam os e da­mos gentilm ente o passo às senhoras idosas, aos que parecem doentes, e, sobre­tudo, às crianças.

E não se suponha que es ­tas elem entares regras de c o n v i v ê n c ia social exijam muita sabedoria ou dinheiro, porque um pouco de sentido da dignidade pessoal basta, e não é preciso ser-se rico para se lava r a cara, pentear os cabelos, ajeitar os co la ­rinhos da cam isa, escovar o fato e engraxar os sapa­tos, embora sejam feitos de pano modesto ou de couro vulgar.

Tam bém não é preciso ser-se fo rm ado 'em qualquer m atéria douta para se com ­preender que não devem os andar na rua aos encontrões e que, quando, por ventura, inadvertidam ente, d e rm o s origem aos incidentes dessa

(C o n tin u a n a p á g in a 5)

P O R T U G A L P IT O R E S C O Vila Real deS.‘° António

Na extrema do Algarve, dessa florida província portuguesa, fica a linda vila de que hoje publicamos um aspecto bem significativo.

O seu «porto comercial* ein plena actividade, mostrando ao longe o panorama da sua beleza marítima.

Tela grandiosa em que o Trabalho do Homem e a m a ­gnificência da Natureza se con­jugam em fraternal harmonia!

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Dom ingo de Ramos(A Procissão dos Passos)

Estávam os em Abril. C a íra nesse mês o Dom ingo de Ram os. O dia am anhecera límpido e cheio de sol. A s ruas, onde devia passar a procissão, eram .atapetadas de areia encarnada, e em determ inados locais o José Sacristão (na véspera ) tinha andado a erguer altares im ­provisados, com quadros re ­presentando os passos do Senhor. A lguns desses qua­dros, de pintura a óleo, es ­tavam já muito deteriorados pela acção das várias déca­das de anos que por eles passaram . O chão junto dos altares ficava cheio de ros­maninho.

Durante o dia ia chegando à v ila imensa gente dos arre ­dores. G en te do campo — «os caram elos», como eram apelidados, de varapau na mão, envergando os seus fatos dom ingueiros. Vinham aprovisionar-se e assistir à festa. Das v ilas próximas, e nos mais variados meios de transporte daquela época, v inha farta quantidade de v i ­sitantes ; as ruas animavam- -se duma forma fora do vu l­gar. A s c a s a s de v e n d a ficavam à cunha. A animação ia crescendo de hora a hora, e com eçava-se então a ouvir os sinos do Convento a ba­dalar. E ra de lá que saía a procissão.

O ito dias antes o Senhor dos Passos era levado de noite, num andor fechado com cortinados, da Igreja M atriz para a Igreja do C o n ­vento, onde se realizavam as novenas. A Senhora da C o n ­ceição era conduzida para a Igreja da M isericó rd ia . Neste dia, a rua dos Pescadores ia de lés-a-lés.

O sino continuava a tra­balhar, no seu badalar cons­tante, e lá dentro da igreja era a azáfam a para pôr em andamento a procissão. O s juizes, com as suas varas, iam dando ordens. A cabava também de ser arrem atada a condução do pendão, visto haver sempre muitos preten­dentes, entre os valentes da­quele tempo, que sempre o queriam levar. D e todos os com ponentes da procissão

era aquele que o em punhava que mais se destacava, e tantas vezes dava que falar de si pela força e valentia com que o fazia. Abria-se cam inho entre a multidão, que a custo dava passagem ao cortejo, o qual já se en ­contrava em andamento. À frente o guião, seguido do

P o r

Luis M a r ia N o g u e i r a

pendão apoiado num cinto de coiro, que o homem que o levava cingia à cintura, e quatro guias que o ajudavam a equilibrar.

A trás toda a Irm andade de opas roxas, e os anjnhos dos mais v a r ia d o s tam anhos, ajoujados com as suas asas brancas e, com as grandes quantidades de oiro que le­vavam no p e s c o ç o . Um a menina trazia o Santo-Sudá- rio, representando assim a figura da Verón ica. O pálio e o andor eram conduzidos pelas p e s s o a s gradas da terra, e o Sn r. D . Carlos Pereira Coutinho (Admistra- dor do C o n c e lh o nessa época), ostentava com grande solenidade a sua faixa azul e branca, símbolo da autori­dade máxima da terra. E , fechando o cortejo, M estre Baltazar Valente com o seu habitual ar marcial, chefiava a 1*. de Dezem bro, que ia, tocando música apropriada ao acto.

O andor do Senhor ia a abarrotar de flores, rodeado de mulheres que cumpriam prom essas, e das janelas, que tinham sido ornamentadas com as mais variadas colga- duras, lançavam -lhe flores.

A aragem da tarde soprava com bastante vigor, e na volta da Praça o pendão fora agitado com m aior vio lência . Os quatro guias firm avam então com maior esforço o seu equilíbrio . O homem que conduzia a sua enorm e vara, retirava-a de dentro do apoio de coiro, e sustentava-a só com a força hercúlea dos seus braços. Todos os olhares se concentravam nele. O vento am aina um pouco mais, e

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agora já o podia segurar com uma só mão ! E ra um v a le n te ! H a v ia quem o acom panhasse sempre para v e r quando ele descansava.

D e vez em quando o cor­tejo parava, e o andor do S e ­nhor era levado junto dos altares dos Passos. A li se procedia a uma rápida ce ri­m ónia, a c o m p a n h a d a pelo saxofone da banda. N o Largo da M isericó rd ia estava a r ­mado o púlpito onde o padre Napoleão, prègador muito em voga nessa época, pre­garia o sermão do encontro.

O pequeno Largo regor- g itava de gente. O cortejo aproximava-se, vindo da Rua N ova , e o andor do Senhor entrava no Largo e ali pa-

(C a n tin u a n a p á g in a 4)

«A PROVINCIA» N.» 158 - 27-3-58

REBELO & REBELO,L I M I T A D A

Por escritura de 14 de Janeiro de 1957 lavrada a fls. 31 do livro n.° 4 B. deste cartório notarial, a cargo do Notário Luciano Pereira, entre JOÃO R E B E L O JÚ NIO R e FRANCISCO AFONSO R E B E L O , foi c o n s t i t u í d a uma sociedade comercial por cotas de responsa­bilidade limitada, que será regida pelas cláusulas e condições cons­tantes dos artigos seguintes :

1.*A sociedade adopta a firma

« R E B E L O & R E B E L O , L IM I­TADA», fica com a sua sede nesta vila.

A sua duração é por tempo in­determinado, contando-se o seu início, a partir do dia 1 do corrente mês.

3.°

O seu objecto é o do comércio de cortiça, lenha e seus derivados, e o de aíuguer de camionetas, po­dendo, no entanto, vir a explorar qualquer outro ramo, permitido, por lei.

4.°

O capital social é de 348.000$00, já integralmente realizado em di­nheiro, e corresponde à soma de duas cotas de 174.000^00, cada, subscrita, cada uma delas, por cada um dos sócios.

5.°

Os sócios poderão fazer à socie­dade suprimentos de que esta ca­recer, devendo, em tal caso, ser fixadas em actas as importâncias e condições de reembolso.

A cessão de cotas, no todo ou era parte, fica dependente do co n ­sentimento do restante sócio, q.ue, no caso de preferir, pagará a cota alienanda, segundo o balanço a que se proceder para tal fim.

O sòcio que quiser alienar a sua cota, assim o comunicará ao res­tante, por carta registada, com aviso de recepção, indicando o nome do adquirente, e, se dentro do prazo de 30 dias, não receber qualquer resposta, poderá realizar, livremente, a indicada alienação.

8.»A sociedade será representada,

E ís ai a Primavera Chegadinha há poucos dias, Tangem a lira os poetas, A s roseiras abrem piores. Sobem no ar saudações !E, afinal, é «prima bera» Oue até lembra as invernias Com variadas caretas, Espirros e maus humores, Tosses e constipações /

Se virmos as coisas bem Talvez tudo estefa certo, Pois não há ninguém Neste céu aberto Oue se possa gabar De em seu juizo estar.Anda assim tudo maluco, - O Tempo, o Homem, o

[ Mundo ! - O limão já não tem suco,O peixe fug iu pró fundo,A carne é mesmo cimento; O vinho é Iriposuljito Com mais metabisulfito E qualquer tartrato ;E a couve e mais o pimento, A cebola e mais o alho,E a batata e mais o trigo E o resto do m iuçalho, Tudo leva um certo artigo Oue se chama «nitrato»,

Ê tudo falsijicado E fora do seu lugar.Anda o povo envenenado E o mais «de pernas ao an,

E não admira, portanto, Que a Primavera também Tenha perdido o juizo.Mas o pior, entretanto,E que já não há ninguém Exacto e preciso!

Eu, por mim, estou na mesma E aquele e aquela «seresma» Novamente calço a luva E vou tocando a guitarra,

Cada ves com mais fervor:— Quem me empresta uma

[ samarra1— Quem me dá um cobertorí— Quem me dá um guarda

[ chuva.Ham em ao mar

em juizo e fora dele, activa e pas sivamente, por ambos os sócios, os quais ficam nomeados gerentes, com dispensa de caução, e com ou sem remuneração, conforme for resolvido em Assembleia tíeral, c constar da respectiva acta.

§1.°Para que a sociedade se consi-

dere obrigada, basta a assinatur.1 de qualquer dos gerentes.

§ 2.»Em caso algum a sociedade po­

derá ser obrigada em letras d; favor, fianças, avales, abonações outros actos ou documentos eslra' nhos aos negócios sociais.

9.°Os balanços dar-se-ão com re‘

ferência a 31 de Dezembro de cad.r ano, e os lucros líquidos apurados, depois de deduzidos cinco p°: cento, para fundo de reserva legal, serão divididos pelos sócios, W proporção das suas cotas. Na mes­ma proporção serão suportadas as perdas.

10.°No caso de morte ou interdiçá*

de qualquer dos sócios, os seu- herdeiros ou representantes con­tinuarão na Sociedade, conservan­do-se a respectiva cofa indivisa,; devendo nomear dentre eles, u®1 que a todos represente na Socie | dade, sem o que não terão ne*1 qualquer ingerência.

11.°Em todo o omisso regularão a‘

disposições legais aplicáveis. Montijo, 15 de Março deO Ajudante do cartório.

(M a n u el C ip ria n o K . Fnt&)

S7-3-958 A PROVINCIA 3

I | m oELEGAME

c ifAniversários

MARÇO

_ So dia 24, a 3r.a D. Cesaltina Nogueira Rebelo, esposa do nosso prezado assinante, sr. José Jo a­q u im Rebelo.

_ No dia 24, a sr.a D. Maria Júlia Je C arvalho Diniz, cunhada do nosso estimado assinante, sr. An­tónio Cacheldora Rosa.

— No dia 25, prefez 2 i anos de idade, a sr.a D. Maria Gisela Traquina Resina; e no dia 2 6 ,2 3 anos, sua irmã. a sr.* D. Maria Luísa Traquina Resir.a, filhas do nosso dedicado assinante, sr. José Anlónio Resina.

_ N o dia27, a menina Ana Maria Cândido da Costa Gomes, filhinha do nosso prezado assinante, sr. Francisco António da Costa Gomes.

_ No dia 28, o sr. Antó.lio da Silva Diniz Jún ior , nosso prezado assinante.

— No dia 28, a menina Maria Fernanda da Veiga Carvalho S i ­mões, e no mesmo dia também, a menina Maria Munuela da Veiga Carvalho Simões, filhas dedicadas do nosso estimadíssimo assinante, sr. Fernando Carvalho Simões, re­sidentes em Coimbra.

— No dia 28, a menina Maria de La Salette, gentil nètinha da nossa dedicada assinante, sr." D. Aida da Veiga Marques Rodrigues.

— No dia 29, a menina Ester Maria da Silva Canastreiro, filha do nosso estimado assinante, sr. Manuel Soares Canastreiro.

— No dia 29, a menina Maria João Baptista, residente em Faro, sobrinha do nosso dedicado assi­nante, sr. José Victor.

— No dia 29, o sr. V ictor Manuel Vieira Lopes, filho do nosso pre­zado assinante, sr. Lúcio Lopes Júnior.

— No dia 29, completa o seu 34.° aniversário a s r .a D. Celeste Cas- lanheira. esposa do nosso estimado amigo e assinante, sr. Luís Jesus Rufino.

— No dia 29, a menina Maria Margarida Nogueira Rebelo, filha do nosso dedicado assinante, sr. •losé Joaquim Rebelo.

— No dia 30, o nosso dedicado assinante sr. Luciano Gouveia.

A BR IL

— No dia 1, a menina Fernanda lielógio Santos, nètinha da nossa prezada assinante, sr.a D. Lídia Cardeira Relógio.

— No dia 1, a menina Maria Al­bertina Pinto da Silva, filha dc. "ossa estimada assinante, sr.a D. Albertina das Doies Pinto.

No dia 1, completa o seu 10.° aniversário, a menina Maria Fer- nanda Calisto Farrim , irmã da nossa estimada assinante, s r .“ D. Maria Manuela dos Santos Farrim.

— No dia 1, a sr.a D. Maria das Dores Machado Ferreira, prima da nossa dedicada assinante, sr.a D. ■' r̂garida Ferreira.

— No dia 2, a menina Maria de •ourdes Cândido da Cosia Gomes, Minha do nosso prezado assi- j'ante, sr. Francisco António da Cosia Gomes.

~ No dia 2, a menina Maria de atima Marinho de Oliveira, filha

nosso prezado assinante, sr. varo Maria de Oliveira.

V is ita

' isitou a nossa Redacção, e teve Scntilcza dc deixar o cartão da

n a Municipal de Estremoz, o °ss° velho amigo, solícito corres- ondcntc de «A Província» na-

t' a cidade, c presidente da Di- cçao des,;, Uan(]a 5r, Francisco doar - -■quim Baptista.

cu padecemos a deferência e liam,)ri,nenlamos na sua pessoa a

a a cuja Direcção preside.

T e le fo n e 026 579

ixflui

M o n tije n se

A SEMANA SANTAEM MONTUO

JCN e Mor;a 0 6 deJibril Je l 958

P R O G R A M A

D om ingo de R a m o s — 30 DE MARÇO — Sacrifíc io da missa, às 8, 10, 12, e 16,30 horas.

B ênção dos R a m o s na Igreja da Misericórdia às 9,30 horas, se­guida de procissão até à paroquial, onde se celebrará missa com lei­tura viva da Paixão.

A’s 17,30 horas — Procissão do Senhor dos Passos, com sermão.

S eg un da , T erça , e Quarta- - fe ir a sa n ta s, dias 31 de Março,1 c 2 de Abril, às 21 horas — Na Igreja Paroquial, explicação da liturgia do tríduo Sagrado e ensaio de cânticos.

Q u in ta -fe ira S an ta , dia 3 de A B R IL — D ia d a S ag rd d a E u ­ca ristia .

Durante o dia, confissões. - A’s18 horas, Sacrif íc io da Missa com Comunhão Geral. Comemoração de lava-pés (mandátum).

Durante a noite adoração ao Santíssimo, solenemente exposto.

A’s 21,30 - 22 e 23 horas, adora­ção solene com prègação.

S e x ta -fe ir a San ta , dia 4 de A B R IL : C om em oração da P a i­x ã o e m orte dc C r isto :

A’s 15 horas, V ia S acra - A’s lfi horas, canto solene da paixão- adoração da cruz - missa dos Pressantificados.

A’s 21,30 horas - Procissão com » Imagem do S enhor morto, e Sermão da Soledade.

S á b a d o San to, dia 5 de ABRIL {luto da Igreja) Durante o dia, confissões.

A’s 22 horas-Com eço da S o le n e V ig ilia P asca l: Profecias, B ê n ­ção do lume novo e do Círio pas­cal, bênção da água baptismal, canto solene do «exultet».

A’s 24 horas - Missa solene da Ressurreição.

D om in g o d e P áscoa, dia 6 de A B R IL (R e ssu rre içã o triu n fa l d e Cristo).

Sacrifício da missa, às 8,30 na cadeia - A’s 10 na paroquial, com Comunhão p a s c a l e primeiras Comunhões das crianças.

A ’s 11,30 horas - Solene, da Res­surreição.

As Procissões serão acompanha­das pela Banda da Sociedade F i ­larmónica 1.° de Dezembro.

G ru p o D e s p o r t iv o d a s f a i e sNo Domingo, 23, pelas 15 horas,

realizou-se no Campo de Jogos daquele grupo um festival despor­tivo que despertou o maior inte­resse e decorreu com grande bri­lhantismo.

Fez-se a apresentação das cores dos baluartes nacionais do Des­porto Rei, — Sporting e Benfica—, entre as categorias de honra do Grupo Desportivo das Faias e o Grupo Desportivo D. Nuno Alva­res P ereira .

Brevemente se comemorará o 1.° aniversário do Grupo, com um Festival extraordinário, de que publicaremos oportunamente o respectivo programa.

MONTIJ O

A n tó n io Luís R o d rig u es(Folicido no Ccngo Btljo , em 25-2-1958)

Sua viuva, Belmira Ramos Ro­drigues, e seus filhos, Maria deI.ourdes, Maria Alice, Ercilia, e Manuel Ramos Rodrigues, (ausen­tes); seu irmão, Rodrigo dos Sai - tos Rodrigues e sua família, man­dam efectuar uma missa no pró­ximo domingo, 30 do eorrente, pelas 10 horas, na Igre ja Paroquial desta vila, pelo eterno descanso da alma do seu saudoso marido, pai, irmão, e parente, e agradecem reconhecidamente a presença a esse piedoso acto das pessoas de sua amizade e relações do extinto.

i n f o r m a ç ã o d o

Secretariado Paroquiald e M o n t i j o

S O B R E C I N E M A

5.a leira, 2 7 ; «A MULHER DE QUEM S E FALA». País de origem- ITA LIA . Género - Drama. Prin­cipais in térp re tes : Virna Sisi,António Ciffariello e Franco Fa- brizzi.

E n r ed o : — Uma rapariga, de­sejosa de alcançar publicidade, faz-se passar por vítima dum aten­tado contra a sua honra. Culpa três inocentes. A opinião pública é-lhe favorável, do que resulta receber ofertas e ser contratada para o cinema. Porém, a sua cons­ciência acusa-a e leva-a a desmas­carar-se, num acto de arrependi­mento.

A p reciação estética : — R eali ­zação e interpretação em bom ní­vel.

A p recia çã o m o r a l O remate do drama é o arrependimentopúblico. Reserva se, porém, PARA ADI L T O S , devido à sugestão de determinadas cenas.

Estreado no cinema Eden em 17-1-1958.

Sábado, 2 9 ; «A U LTIM A ILU ­SÃO». País de origem - FRANÇA. Género - Comédia. Principais in ­térpretes : Michèle Mercier, Ivan Desny e Danik Patisson.

E n red o : — Uma rapariga ingé­nua sonha com o cinema. Ganha um concurso de beleza, por foto­grafia, abandona a família e o noivo e segue para Paris, onde as desilusões se sucedem. Pensa pôr termo à vida. Salva dessa ideia, regressa ao convívio dos seus c abandona a fantasia do cinema.

A p recia çã o estética : — Rea­lização e desempenho bons.

A p recia ção m o r a l• — Cenas que denunciam corrupção levam a classificar-se o f ilm e PARA A D U L T O S.

Estreado no cinema Condes em 29-11-1957.

D o m i n g o , 30; «O ÚLTIM O C O U P L E T ». País de origem -- I Í S P A N I I A . Género - Drama. Principais in térp retes : Sara Mon­tiel, Armando Calvo e Enrique Vera.

E n r e d o : — Narra o drama da vida de Sara Montiel, desde o tempo de corista até à fama. Os momentos dc glória e de dor abalaram-lhe o coração. Veio a falecer de síncope, num espectá­culo de despedida.

A p recia ção estética : — Bom desempenho. Vistosa montagem. Canções seleccionadas. A preciação m o r a l: — Certas l i ­berdades amorosas, bem como o ambiente algo baixo de alguns episódios, fazem que se reserve o film e PARA A D U L T O S .

Estreado no cinema Condes em 11-10-1957.

2.“ feira, 3 1 ; « B O N Z O NO C O L É G I O ” . País de origem -E. U. A.. Comédia. Principais in ­térpretes : Maureen O’ Sullivan, Edmund Gwenn e Charles Drake.

E nredo : — Num parque de di­versões, um indivíduo procura ganhar dinheiro com as habilida­des dum chimpazé que lhe foge, indo ter a casa duma menina que se lhe afeiçoa. O avô da rapariga, treinador de uma turma despor­tiva, leva o bicho para o colégio, onde, devido à sua intervenção, se alcança retumbante vitória.

A p recia çã o estética: — Reali­zação e desempenho regulares.

A p recia çã o m o r a l : — Sem in ­convenientes. PARA TODOS, IN­CLUINDO CRIANÇAS.

Estreado no cinema Monumen­tal cm 1(5-2-1958.

3.* feira, I ; «A MÁSCARA DE FR A N K EN SI EIN». País de o ri­gem - E. U. A., Género - Ficção Cientifica. Principais intérpretes : Peter Cuahing e llazcl Court.

E n r e d o : — Um médico suiço descobre o processo cientifico de criar vida. Elo próprio constroi um homem, a quem «dá» vida. A sua descoberta traz-lhe, porém, graves consequências. E preso,

Nova Esfação de Serviço e Garagem

No próximo dia 27, pelas I I ho­ras, é inaugurada na rua José Joaquim Marques, 150, em Mon­tijo, a Estação de Serviço e Gara­gem da «■Marpal, L.da». Cumpri­mentando a gerência e agradecendo a gentileza do convite para assis­tirmos a essa cerimónia, fazemos votos para que o novo melhora­mento moii.i jense tenha as maio­res prosperidades e venturas.

io ES

í

recebemos a seguinte comunicação

S en h o r D irectordo J o r n a l «,1 P R O V ÍN C IA »M O N TIJO

Temos a honra de comunicar a V. que, tendo reunido, no passado mès, na sede deste Grémio, a A ssem b lea Geral para eleição de novos corpos gerentes, para o triénio 1958/60, foi reconduzida a actual Gerência, que tem a se­guinte constituição :

A sse m b le ia G e r a l — Presi­dente, Abel Justiniano Ventura; í.° Secretário, Sequeira & Santos, Lda. , representada p e l o sócio Jorge Máximo de Sousa Sequeira;2.° . S e c r e t á r i o , Diogo Martins lanhes.

D i r e c ç ã o — Presidente, F er­nando Ferre ira ; Secretário, Viuva & Filhos de Román Sanchez, re­presentada pelo sócio David S an ­chez Alvarez; Tesoureiro, Emídio Ribeiro Henriques.

Por despacho de S. Ex.* o Mi­nistro das Corporações e Previ­dência Social, de 27 do mès findo, foi sancionada a referida eleição, pelo que os reeleitos foram nova­mente empossados, em 19 do cor­rente.

Montijo, 21 de Março dc 1958.

A bem da Nação Pela Direcção O Secretário .

D a v id S a n ch e z A lva rez

«A Província» cumprimenta e deseja as maiores prosperidades.

Doentes— Tem estado doente o sr. Dr.

Miguel Rodrigues Bastos, ilustre Governador Civil do nosso Dis­trito.

Fazemos votos pelo seu pronto restabelecimento.

— Tem experimentado algumas melhoras o sr. José da Silva Leite, digno presidente do nosso muni­cípio. Continuamos fazendo fervo­rosos votos para que essas melho­ras progridam de tal forma que em breve o vejamos novamente à frente dos destinos da nossa terra.

AchadoEncontra-se depositado no Posto

da Polícia de Segurança Pública de Montijo, que será entregue a quem provar p erten cer- lh e :

— U m b r i n e o d e o u r o .

Barbearia— ALU GA -SE ou trespassa-sc. Informa na Rua do Gaio, 11 —

Samouco.

considerado como louco e conde­nado à morte.

A p recia ção e s té t ic a : — Bom colorido e excelente realização.

A p recia çã o m o r a l : — Cenas violentas e impressionáveis levam a c l a s s i f i c a r o f i lm e PARA AD ULTO S.

Estreado no cinema Olimpia em 11-11-1957.

| AGESDA |

\ U T IU T Á R lÁ \h P

Farm á cias de Serviço

5.»- f e i r a , 27 - M o d e r n a

6.* - f e i r a , 28 — H i g i e n e

S á b a d o , 29 — D i o g o

Domingo, 3 0 — G i r a l d e s2.* - f e i r a , 31 — M o n t e p i o

3.5 - f e i r a , 1 — M o d e r n a

4.* - f e i r a , 2 — II i g i e n e

Boletim Religioso

C u l t o C a t ó l i c o

MISSAS5.*-feira, às 8,30 e 9 h.6.*-feira, às 8,30 e 9 h., e Via-

-Sacra, às 20,45 h.Sábado, às 8,30 e 9 h.Domingo, às 8 e 9,30 h. (benção

dos Ramos), na Igre ja da Miseri­córdia ; às 10, 12 e 16,30 h. na Igreja Paroquial; e às 17,30 h., Procissão do Senhor dos Passos, com S e rm ã o ; às 12 h. na Atalaia c 18,30 h. no Afonsoeiro.

C u l t o E v a n g é l i c o

Horário dos serviços religiosos na Igreja Evangélica Presbiteriana do Salvador — Rua Santos Oliveira, 4 - Montijo.

D o m in g o s — Escola dominical, às 10 horas, para crianças, jovens e adultos. Culto divino, às I I e21 horas.

Q u a rta s-fe ira s — Culto abre­viado, com ensaio de cânticos re li­giosos, às 21 horas.

S e x t a s - fe ir a s — Reunião de Oraçáo, às 21 horas.

No segunde domingo de cada mês, celebração da Ceia do Senhor, inais vulgarmente conhecida por Eucarística Sagrada Comunhão.

Ig reja P entecosta l, R u a A le­x a n d r e H erculano, b-A - M on­tijo.

D om in g os : — Escola Domini­cal, às 11,30 h.; Prègação do E v a n ­gelho, às 21 h.

Q uintas fe ir a s : — Prègação do Evangelho, às 21 h.

Espectáculos

CINEMA T E A T R O

JOAQUIM DE ALMEIDA

5." feira, 27; (Para adultos) O drama italiano, «A Mulher de quem se Fala»; com Virna Sisi, António Ciffariello, e Franco Fa- brizzi.

Sábado, 29; (Para adultos) Mi­chèle Mercier, Ivan Desny, c Da­nik Patisson, na com édia : «A Última Ilusão':.

Domingo, 3 0 ; (Para adultos) M atm éeks 15,30, soirée às 21,15 h. O grandioso f ilm e espanhol com Sara Montiel, Armando Calvo, e Henrique V era : «O Ultimo Cou- plet».

2 .a feira, 31 ; ( P a r a 6 a n o s ) M atinée In fa n til, às 18 h. A extraordinária comédia, «Bonzo no Colégio»; com Maureen 0 ’Sul- livan, Edmund Gwenn, e Charles Drake.

3.a feira, I ; (Para adultos) O formidável film e de s u sp en se, «A Máscara de Frankenstein*: coín Peter Cushing e Hazel Court.

V e n d e -seT E R R E N O PARA CO N STRU ­

ÇÕES, no sitio da Lançada. Trata R. Sacadura Cabral n.° l —■ MON­T IJO .

C o n tin a d o M e r c a d oP REC ISA duma cozinheira e

duma empregada para a Caixa. Informa-se na Pastelaria Mimosa.

4 A PROVINCIA 27-3-958

D O M I N G O D E R A M O SC o n t i n u a ç ã o d a p á g i n a 2 )

ravu. Pe la boca do prègador com eçavam a ser descritos todos os tormentos passados por Je su s nas mãos dos J u ­deus, seus a lg o z e s . Nos olhos das mulheres que 0 escutavam , apareciam as p ri­m eiras lágrim as, que elas f u r t iv a m e n t e lim pavam às costas da mão. Então 0 an­dor da V irgem -M ãe saía da Igreja da M isericó rd ia e v i ­nha ao encontro do filho amado, trazendo nas mãos uma p e q u e n a toalha que sim boliza 0 enxugar das suas lágrim as.

O prègador exaltava 0 amor daquela M àe que a custo reconhece ser Seu F i­lho Aque le que, ajoujado com tam anha e pesada cruz, ali está presente. Então 0 andor da V irgem recuava, tornava a avançar, e vo ltava a recuar. — «S im , meus ir-

Folha aov e n t o .(C ontin uação da l .n p ágin a)

recebida, pode m inorar ta l­vez a aflição momentânea ou intensificar a desm orali­zarão do pedinte. O que com ela se nâo consegue nunca é suprim ir a Vergonha do país onde a mendicidade se ostenta a todo 0 momento, pelas ruas e caminhos.

Entendo que a pobreza pode ser diminuída gradual­mente desde que se ampliem as fontes laboriosas, se saiba levantar a moral dos neces­sitados, os ajudem em tudo e por tudo, fazendo nascer neles 0 indispensável amor pelo trabalho honesto e 0 mais com pleto desprezo pela ociosidade.

Desde que isso seja pos­sível, creiam , ficaria reso l­vido inteiram ente 0 problema da mendicidade. A té lá, po­rém, tenha-se em atenção que 0 pedinte de necessidade tem m iséria superior íiquela que nos a p re se n ta ... D ifícil se torna, porém, saber-se qual deles tem menos posses do que n ó s . . . uma vez que sabem os haver pedintes que sâo ca p ita lis ta s .. .

S a p h e m C o s i a

mãos, Aquela Santa M ãe recua nterrorisada ao reco­nhecer seu filho querido e amado, debaixo de tanta a m a r g u ra e so frim ento '. Todo 0 auditório, e princi­palmente as mulheres do campo, ficava galvanizado, pelas palavras do orador. Term inado 0 serm ão, o co r­tejo punha-se em marcha com grande dificuldade, tal a quantidade de gente que ali se aglom erava. En trava na Rua do Poço, Rua D i­reita e, finalm ente, na Igreja M atriz.

E ra já quase noite. Depois seguia-se a debandada que punha uma nota estridente por toda a v ila . Compravam- -se am êndoas, que as m er­cearias exibiam ern grandes tabuleiros. As tabernas re- g o r g i t a v a m de clientela, onde tanta vez se discutia a

B propósito disto 011 daquilo, e onde não se deixava de fa­lar também 11a valentia do homem do pendão. — E ra mais um dia de f e s ta . . .

Luís M a r i s H o g e i r a

«A Província»A S S IN A T U R A S

P agam e nío adiantado

10 n ú m ero s — 9 $90 20 n ú m eros — 20$00 5 2 nú m eros — 5 OSOO (um ano) Províncias Ultramarinas e Estran- geiro acresce o porte de correio.

Seâ-JL dt SttákaL M Á T Á Ç A O(Por Rui Oliveira)

A D elegação do G rupo «O s J o s é s » , de Setúba l, com em orou no passado dia19 o dia de S. Jo sé com Vá­rias cerim ónias. D e manhã, houve alvorada com fogue­tes e morteiros e enbandei- ramento da fachada da sede, Pe las 11 horas, na Igreja deS. Ju lião foi ce lebrada missa pelo rev.0 padre Jo sé da S ilv a Estrangeiro , em louvor de S . Jo sé e sufragando a alma de todos os Jo sés fale­cidos, com a presença dos membros da D elegação do G rupo, muitos Josés e fam í­lias, e bem assim muitos fiéis. No altar de S Jo sé via-se o estandarte do Grupo. Pe las 12 horas, no Hospital da M isericó rd ia (M a te rn i­dade) procedeu-se à entrega dum enxoval destinado a um Jo sé recém-nascido. Fo i ele Jo sé Pedro M artins, filho de M anuel M artins e de M aria Em ília dos Santos, residen­tes na Quinta da Com enda. Estiveram presentes a esta cerim ónia o provedor da M isericó rd ia sr. eng.° Jo ão Borba, rev.'1 padre E s tran ­geiro, dr. jo sé Lopes da S ilva , presidente da Jun ta Consu ltiva deste G rupo, e os srs. Jo sé Fe rre ira Pena, Jo sé Augusto de Cam pos e Jo sé Eduardo M artins, res­pectivam ente presidente, se­cretário e t e s o u r e i r o do G rupo. Fez a entrega do enxoval o sr. dr Jo sé Lopes

Sociedade Columbófila de MontijoDesta colectividade montijense, recebemos o seu ca len ­

dário desportivo, com referência à Cam panha de 1958 . Extraíam os o seguinte :

Calendário das provas

Viana do Castelo(C on tin u a çã o d a p á g in a 5)

V ia n a pode d izer que é um ja rd im à b e ira m ar, p lan ­tado.

— Santa Luzia — O s ser­v iços floresta is, graças ao ex.m* s e n h o r En g en h e iro F ig ue ired o , não se têm pou­pado a a ío rm osear este loca l donde 3e d is fru ta o pano­ram a m ais surpreendente que tenho v is to , p lan tando g rin a ld as de ve rd u ra e l in ­d íssim as flores.

A estrada de acesso a S a n ta Lu z ia tam bém está c u id a d o s a m e n t e tratada, com os seus ta ludes cheios de flores. — (C .)

Saltai I

Ucal i í islloiOiilàncisi em Kmt.Dia Mè»

16 Fevereiro A’guas de Moura23 » Montemor Novo

2 Marco T o rres Vedras 489 Caldas da Rainha 7!)

16 Pombal 131)23 » Coimbra 18130 > tíaia 270

6 Abril Valença do Minho 30813 » La Corunha 53020 » Beja 12827 » Faro 211

4 Maio Tavira 2254 » Madrid 497

11 » Castelo Branco 18618 » Covilhã24 » Burgos 603

1 Junho Mungualde 23 \8 > Vilar Formoso 300

14 » Victória22 » lu a 30029 » Monção

5 Julho Valência del Cid 756

Atenção — As provas de Corunha, Burgos, e Victória, são Campeo­natos da C. C. do Distrito de Setúbal ; e Valência del Cid, é uma prova promovida pela Federação.*

H ave rá 62 prém ios, distribuídos pelas vá rias provas e constituídos por taças, emblemas, medalhas, e d iversos objectos, e para o Cam peão Absoluto «Uma medalha de p rata». '

O calendário term ina com as disposições dos cam peo­natos a realizar e com a tábua das classificações.

Agradecem os a deferência do exem plar enviado e desejamos o m aior êxito nesta campanha.

da S ilva , tendo o sr. En g .0 Bo rba agradecido em breves mas significativas palavras esta oferta e elogiado a obra de bem fazer deste G rupo. Pe las 15 horas, os membros directivos visitaram a C asa do G aia to , onde procederam à entrega de lem branças aos internados. Ao fim da tarde assistiram no Ba irro Presidente C a r ­mona à inauguração dum Centro Catequístico dedi­cado a S . Jo sé , cerim ónia esta a que estiveram pre­sentes, além dos dirigentes da Delegação deste G rupo, os rev.0 padre Jo sé M aria Nunes da S ilVa e sr. O lím ­pio M ore ira dos Santos. P e ­ias 20 horas realizou-se no Restaurante «O Pescador» um jantar de confraferniza- ção, que reuniu elevado nú­mero de Josés. Na altura dos brindes usaram da palavra os srs. Jo sé Pena, peia D e ­legação de Setúbal, Jo sé Cam ilo , secretário-geral da D irecção C entra l de Lisboa, Jo sé Ferro , Jo sé Seq ue ira e Jo s é P ires , pela D irecção de Lisboa, e os consócios se­tubalenses Jo sé Aníbal e Jo sé M acedo, tendo todos posto em foco a acção de­senvolvida por este G rupo Onom ástico. Seguidam ente o rev.0 padre Estrangeiro agradeceu a presença dos dirigentes lisboetas e re fe ­riu-se às com em orações do dia de S . Jo sé 'nos Centros Extra-Esco lares da M ocidade Portuguesa, que têm este santo como patrono. A en ­cerrar, o sr. dr. Lopes da S ilVa afirmou a sua satisfa­ção por estar presente nesta reunião fam iliar e formulou Votos para que no próximo ano o dia 19 de M arço — D ia de S . Jo sé — e D ia do 1 Pa i, seja considerado feriado nacional.

* **

No G rande Sa lão Recre io do Povo realiza-se no dia 8 de Abril, pelas 21,50 horas, um espectáculo com a co la ­boração do O rfeão A c a d é ­mico de Coim bra, cuja re ­ceita se destina ao Fundo D istrital da Lu ta contra a Tuberculose.

Iniciou-se no dia 24 o tor­neio de ténis de mesa orga­nizado pelo G rupo D espor­tivo «Os Ibéricos» de Setúba l, para d is p u ta d as Taças «M anuel Fa ria» e «Setúbal».

Obres de Alvaro Valente— «Eu», livro de sonetos,

esgotado; « D a q u i . . .fa la R i ­batejo», contos monográficos, 30 escudos; «Pedaços deste Ribatejo», folclore e costumes, 30 escudos; «A minha visita ao museu de S. Miguel de Ceide», folheto, 5 escudos; «Hino a Almada», em verso, 10 escudos; «Grades Eternas», esludos sociais, 15 escudos; «Vidas Trágicas», romance, 15 escudos; «Viagem de Maravi­lhas», reportagem, 20 escudos.

Pedidos à Redacção de «A Província».

Carta aberta aos desportistas de

Montijo

M ontijenses A m ig o s :Pa ra com eçar, envio-vos

as m inhas m ais co rd ia is Saudações D espo rtivas .

Es ta , por assim dizer, tem o fim de vos dar a conhecer o que v a i ser esta nova secção do nosso jo rn a l. Vou, ac im a de tudo, p rocu ra r di- v u lg a r en tre nós esta bela e sa lu ta r m odalidode. T e n ­tare i fazê-lo, dum modo que nâo se torne m açador.

A ss im , p rocu ra re i levar ao vossoconhecim entnquais são os tre inadores dos p rin ­c ipa is clubes da m odalidade, e quais os nadadores mais rep resen tativos da nossa na­tação e aqueles que no mo­mento já se podem consi­dera r r e a l id a d e s , embora a inda não consagrados.

P ro cu ra re i, tam bém , no de­co rrer da época, apresentar com entários sobre as prin­c ipa is c o m p e t iç õ e s , que acom panhare i de perto, visto ser c ro n o m etiis ta de nata­ção. Igua lm en te espero man­ter um no tic iá r io nacional e in te rnac iona l, o m ais com­pleto possível.

Com o atrás fica d ito, apa­recerão nesta secção artigos de d ivu lg ação da modali­dade, que é o que a mim mais me in te ressa le v a r até vós. Nesta ordem de idéias, em breve su rg irá nestas co lunas um artigo subor­d inado ao t ítu lo : «Como se aprende a nadar no Sport A lgés e D afundo». — Con­versando com a prof.a Re­g ina M endes — . N esta con­versa, será dada a to ta l res­posta ao títu lo do artigo.

T e rm in o , esperando que esta secção do nosso jornal vos agrade, pois fare i todo o possíve l para que isso su­ceda.

S a u d a çõ es D esp ortivas de

M A N U E L U M A

V e n d e -seMOTO marca Ariel, em estado

novo.Informa-se nesta redacção.

P e r d e u - s eUM R E L Ó G I O DE PULSO,

marca Atlétic-Sport, no dia 25/3/58 às 12 horas, no trajecto da Ponte do Caminho de Ferro, na rua d» Rarrosa, ao mercado na rua Jose Joaquim Marques, desta vila. 0 dono que t r a b a l h a na fábrica M. F. Afonso, Lda., agradece e gratifica quem o entregar naquele local ou nesta Redacção.

T e rre n oV E N D E -SE na Baixa da Ba­

nheira um talhão com cerca de n.etros quadrados, bom local, e01"12 a 14 metros de frente.

Informa Café Estrela do Cabeça Hua l t — Baixa da Banheira- Telefone 024133.

T r @ s p a s s a - g @M ERCEARIA, com habitação- Bom locíd. Telefone 026385'

M O NTIJO .

Pastelaria PérolaAdmite empregada dos 12

17 anos. Trata se 110 estabelecl mento referido.

27-3-950 A PROVINCIA 5

Pela im p r e n s a_Com seu N.° 4121, completou

„0 Despertar», Colega de Coim­bra, 'le que é Director o venerando jornalista Ernesto Donato, 42 anos de existência.

Cumprimentamos e felicitamos afectuosamente.

_ O «Correio da Feira», de 8 de Março, publicou o artigo do nosso Director, intitulado «O calão actual».

Faltou apenas dizer que fora transcrito dc «A P ro v ín c ia » . . .

No entanto, muito gratos pela deferência.

— Com seu N.° 1844, completou 17 anos dc existência o nosso pre­zado Colega «Eco do Funchal», que nessa cidade se publica e que tem por Director .losé da Siva, e por Chele de Redacção a nossa querida amiga Maria Mendonça.

Cumprimentamos e felicitamos efusivamente.

— Recebemos o número especial de «Festa», bem como os números da revista «Mundo». Quer aquele jornal, quer esta revista, são obra do dinâmico jornalista e nosso prezado Colega Gentil Marques, a quem muito agradecemos a defe­rência.

0 número especial de «Festa» constitui um êxito; a citada revista «Mundo» «presenta-se de forma elevada, marcando desde já um lugar proeminente no nosso meio literário.

As nossas sinceras e calorosas felicitações.

— O nosso muito prezado Colega «0 Eco de Estremoz» quis ter a gentileza de transcrever, no seu n.° de 16 de Março, o artigo do nosso Director, intitulado «Pobre Imprensa Regionalista».

Muito penhorados com a ama­bilidade, agradecemos a honrosa transcrição.

limo exigência sã(Continuação da í . a p á g in a )

natureza, temos o dever de nos v o l t a r m o s respeitosa­mente para a pessoa m altra­tada tirar o nosso chapéu ou inclinar a cabeça e pedir-lhe o favor ou a bondade de desculpar a nossa falta. É uma exigência s ã !

Este n ú m e r o d e «A P r o ­

v ín c ia » fo i v i s a d o p e l a

C E N S U R A

Iã o M i n h o a o G u a d i a n a ~ ^ y

Estação de Pegões— Realizou-se no passado

d ia io do corren te o M e r­cado M ensal, o q u a l se vem r e a l i z a n d o há bastantes anos nesta loca lidade. P o ­dem os a firm a r que foi o m a io r a que assistim os nes­tes ú ltim os anos. F o i grande na apresentação de gados, p rin c ip a lm en te de raça bo­v ina .

E s ta região, que conta m u itos criadores, v iu assim com pensado o seu constante esforço para um m aior d e ­sen vo lv im en to deste ramo. E com o quase todos os fa­zendeiros criam duas ou mais cabeças deste gado, se ria in t e r e s s a n t e e ú t i l que, de futuro, com pareces­sem no M ercado referido, para que fosse a inda m aior a con co rrênc ia e aum entas ­sem as transacções.

Esp eram o s que, no pró ­p rio in teresse, assim façam nos m ercados a rea lizar, a fim de os negociantes tam ­bém aparecerem em m a io r núm ero, v is to h a ve r m aior p rob ab ilid ad e de negócios.

— V im o s neste d ia a lg u ­mas pessoas am igas e conhe­cidas, da freguesia de C a ­n h a ; uns tra tando dos seus negócios, outros a p ro ve i­tando o D om ingo para dar um passeio a este pequeno lugar, o qual, no d ia do M ercado, parece um a terra com von tade de progredir...

— V is itám o s há pouco o lo ca l onde, s e g u n d o nos consta, v a i ser constru ído o novo cem itério . Consta-nos tam bém que os traba lhos vão c o m e ç a r em breve. O x a lá assim seja, pois o ac tu a l, em Canha, a 12 e 15 q u ilóm etros, fica m uito d is ­tan te e p re ju d ica a p opu la ­

ção de Pegões pelo tran s ­torno da deslocação.

— Lem b ram o s ao sr. P r e ­s idente da C âm ara de M on ­tijo a e le ctr ificação desta lo ca lid ad e , em que já não o u v i m o s fa la r há m uito tempo.

S e r ia um m elhoram ento do m aio r a lcance e que toda a p o p u la ç ã o agradeceria, com toda a ju stiça . — (C .)

Yiana do Casfelo— Palácio de Justiça —

Vão ad ian tados os traba lhos deste sum ptuoso ed ifíc io , que m u ito em belezará as A v e n id a s dos Com batentes da G ra n d e G u e rra e Conde de C arn id e .

A construção deste e d if í­cio foi en tregue ao háb il co n stru to r A l b e r t o M e s ­qu ita, e por ta l m o tivo os seus acabam entos devem ser perfeitos.

— Banco de Portugal — J á foram re tirados os tap u ­mes que ved avam este g ra n ­dioso ed ifíc io , s e n d o de la s t im a r que o m esm o não t ivesse sido im p lan tad o p er­p end icu la rm en te ao eixo da P ra ça da R ep ú b lica , para assim se poderem ad m ira r as figu ras que guarnecem o seu gaveto e que foram traba lh ad as por hábeis can ­teiros.

— Praia do Cabedelo — E s ta p ra ia tem, nos ú ltim os tem pos, receb ido grandes m elhoram entos, dev ido á ded icação do Pres id en te da Com issão de T u rism o .

— Praia Nate — G raças aos E s ta le iro s N a va is , foi con stru ído nesta p ra ia um aredão em can ta ria , para e v ita r que as águas do m ar arrastem as terras, 0 que

m elhorou c o n s i d e r a v e l ­m ente o acesso a esta pra ia.

U rg e p av im en ta r a a rté ria que liga a E . N . com a pra ia, para a to rn a r acess íve l a todos os ve ícu lo s .

—• Bugio — Torna-se ne­cessário con segu ir que a en tidade com petente, m ande re gu la r iza r o p a v im e n t o desde o la rgo que os E s t a ­le iro s N a v a i s m andaram repara r até ao Bu g io , e bem assim rep a ra r a parte que se acha deterio rada .

— Congresso de Bombei­ros— E s tá assente que este congresso se rea lize nos d ias 31 de Ju lh o e 1, 2, e 3 de Agosto .

V ian a , a p rin cesa do L im a , saberá receber os soldados do bem, íida lgam ente.

A s s u a s paisagens de em oldurado encanto, com a

verdu ra das suas terras, deverão conco rrer para e n ­ra izar no coração de todos os v is itan tes um a saudade im orredo ira , pois que a luz, a cor, a a leg ria , e beleza do seu cenário são sugestivas,

A Com issão já in ic io u os seus traba lhos, devendo e s t e congresso conco rrer para ilu m in a r o cam inho árduo dos bom beiros por­que a lg u é m , d e n t r o da Com issão, entende que é necessário que o congresso de V ia n a seja um congresso de rea lidade.

— Jardins — N estes ú l t i ­mos tempos, os ja rd in s de V ia n a têm sofrido um a r e ­m odelação rad ica l.

O s a rran jo s dos can te iros e a com binação de cores das flores, dão-lhe um as ­pecto m agnífico, pelo que,

(C ontin ua na p á g in a 4)

P o e s ia !Poesia,O meu ratai encanto !Mais que mnlher, a eterna apetecida.

Eu, que a quero e amo,Eu, que a adoro tanto E tenho, para lhe dat, a minha vida,,

Eu, que desde sempre a chamo,Na ánsia de, beijar-lhe a boca E de senti-la a apertar-me A si.

Não sei porque anda,Louca,A procurar-me,Quando eu estou aqui!

Mesão Frio P . da C.

N . ° 9 7 F o l h e t i m d e « A P r o v í n c i a » 2 7 - 3 - 1 9 5 8

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íMdeia do ffívessoc?ci cÂtvarc Q9atente

As coisas tomam então aspectos ignotos, a que os olhos não estão habituados. Dir-se-ia que os colossos de pedra se transformam em catedrais rooventes, anim adas, enquanto aos lados os satélites acompanham a sara ­banda no mesmo ritmo.

Deste fenómeno resulta que toda a serra abarcada, na noite augusta e •uarenta, se desloca e ginga, — ilusão que as silhuetas e recortes com ple­tam.

Os chalés e casalitos, que salpicam aquelas im ensidades e se fixam, aumentam de volum e e de claridade. A lve jam máis ao luar que à luz do

Todos os vultos são manchas indecisas que 0 luar morde e n im b a ! ‘ °i" cima de tudo, um silêncio que enerva e que extasia, que confrange e Jjue impetica, como se a serra em peso dorm isse 0 prim eiro sono profundo d°s mortais. Sòm ente, lá de tempos a tempos, se ouve 0 pio agoirento dal- gutna ave nocturna, com ecos fortes e prolongados nos contrafortes.

Dormem os Hom ens, dormem as C o isas , dorme 0 C éu e a T e r ra ! E [àquele sono que esm aga e domina, não há sonhos maus, não há pesade­los não há sobressaltos. H á, apenas, sossego com pleto, paz nas consciên-Clas e nos corpos, ausência absoluta de preocupações malditas !

As insónias são cá em baixo, nas balbúrdias da v ida, nos temporais estalam e bravejam , nas ra lações de todas as horas. A li, acorda-se

c°m sete horas de tranquilidade, seguidas, dormidas do mesmo lado, sem a"itaçôes nem mexonadas.

•— Abençoados sejam os altos poderes da Natureza M ãe !Rom pe 0 sol, rompe a m archa.Agora, é outra vez para descer. O sol vai subindo e a caravana va i

d e sce n d o .. .Volta-se abaixo do «M ondeguinho» para tomar à esquerda, em direcção

à prim eira v ila da partida.O s panoramas desenrolam-se à direita, em horizontes indescritíve is ; à

esquerda, as encostas em declive sobre 0 cam inho.A certa altura da descida, apresenta-se à caravana um dos panoramas

mais extraordinários da serra :— Um a nuvem escura e carregada tolda os ares. Em baixo, na rampa

que va i descambando, os penedos ennegrecem com a projecção daquela. No meio, formando uma grande pandeireta, desenha-se 0 óculo por onde se espreitam as am plidões longínquas.

O sol, por trás da pandeireta, ilumina 0 estendal de prodígios e dá-lhe tonalidades excêntricas.

N ão se descreve a magia do painel em oldurado!Sã o léguas e léguas do cosm oram a inédito ; e tudo quanto 0 ser humano

possui de sensibilidade e de-sensação, tudo v ib ra e se curva perante a m a­jestade fantástica do esp ec tá cu lo !

D escer, d e s c e r . . .O panorama extraordinário desapareceu, a v isão esfumou-se e diluiu-se.Despontam novos horizontes.D escer, d e s c e r . . .Não obstante a descida anunciar aproxim ação do lar, a verdade é que

paira certa tristeza sobre os v ia jan tes. A aproxim ação do lar significa 0 fim da excursão, 0 retorno à tortura da vida diária, às amarguras e angústias que sincronizam a labuta humana.

— S E N H O R A D O E S P IN H E IR O —

A meio da descida surde uma capela, à esquerda de quem va i. S ituada no alto, ali fica solitária, na sua sim plicidade arquitectónica, encarando os horizontes descritos.

( C O N T I N U A )

A PROVINCIA 27-3-958

Uma visita as novas instalações da

.sps& sís' s?s&ixO~ sss05ír y p ^ sy - spe^sár s?g& £ír J?g0a&- jrs& ais

D ia 19 de Jan e iro de 1958 . Num « V o lk s w a g e n » , dois membros do Corpo D irectivo da C asa de Repouso dos M otoristas Portugueses — os S rs . Henrique M artins das N e ve s e António Ferre ira da S ilv a , conduzem-me gentil­mente às novas instalações daquela instituição que, iné­dita na sua concepção, tem 0 fim altruísta de proporcio­nar um «lar» para todos os motoristas que a invalidez e a ve lh ice atirou para a im ­possibilidade de angariarem 0 seu pão de cada dia, na árdua m issão de guiarem um volante.

N a tarde deste lindo dia em que 0 sol dardeja no fir­mamento, chegám os cerca das 15 horas àquele estabe­lecim ento de beneficência, situado em Cam arate , a dois quilómetros de L isboa, na sede e freguesia do C once ­lho de Loures, local de ar m a r a v i lh o s o , e ligado a grandes vultos da H istó ria Pá tria , pois foi dali que par­tiu para 0 Convento do Carm o 0 Coridestável D . Nuno Á l­vares Pere ira .

Situada numa rua estreita, que 0 vulgo denomina de R i­beirinha, na Q u inta de Nossa Sen ho ra da V itó ria , foi com ­prada por esta instituição aos herdeiros do falecido C orone l Carlos Augusto de S á Carneiro , pela im portân­cia de 440 .000$ 0 0 , quando há poucos m eses a dita ins­titu ição recebeu mandado de despejo da Q u inta de S . F rancisco , no Lum iar.

A li se encontram instala­dos todos os seus Se rv iço s So c ia is e Internatos. Têm sido seus principais propul­sores : os S rs Bernardino Santana, João S ilv a , Adelino Augusto Ferre ira, António t e r r e i r a da S ilv a , ínãcio jo rg e V a lverde M artins, R o ­gério Pere ira de C arva lho , Fernando Francisco C apela e H enrique M artins das N e ­ves .

É na com panhia dos Srs . Antón io Ferre ira da S ilv a e H enrique M artins das N eves que percorro as m agníficas e novas instalações da C asa de Repouso dos M otoristas Portugueses. Dotada de tudo o que é necessário para fa ­zerem dela um autêntico lar do motorista, esta instituição constitui uma verdadeira pe­quena «cidade» onde nada falta, desde os quartos con­fortáve is até a sala dos jo ­gos, capela, casa mortuária, etc.

Percorrem os, primeiro os quartos, de m obiliário 1110- derníssim o, com asseio im­pecável, e, até, digamos, bom gosto estético, assim como . posição escolhida que faz com que 0 sol ali entre a jorros, — factores que nào foram esquecidos pelos d iri­gentes desta m odelar obra de assistência, 0 que nos deixa sobremodo encanta­do?.

C ad a quarto ou camarata, consoante é para casal ou

para muitos internados do sexo m asculino, ostenta na entrada da porta 0 nome de cada um dos -diversos bene­méritos, posto que, além das cotisações da sua m assa associativa , também a C asa dc Repouso dos M otoristas v iv e de contribuições de d i­versas grandes com panhias petroleiras e doutras. São eles : Q uartos — Sonap , Sa- cor, Autom óvel C lube de Portugal, Jo s é T e les , A n tó ­nio C . Je rón im o (0 António

Reportagem de

Aníbal Anjosda Esco la ), Isidoro S . O l i ­ve ira , de M ontijo , J . Lopes da Neta, e tc ..

Com o dependências de utilidade dos internados há, além das acim a mencionadas: uma confortável sala de jan ­tar, uma enorme e bem ape­trechada cozinha com um enorme fogão, uma garagem, uma barbearia, um d ispensá­rio, uma e n fe r m a r ia para homens, outra para senhoras, um jardim , uma lavandaria, um dispensário , um gabinete médico, e uma capela onde se vêem as imagens de Nossa Senhora da V itória , Senhora de Fátim a e S a ­grado Coração .

C o n t u d o , naquela casa respeitam-se todos os c re ­dos e 0 internado, ao entrar, faz uma carta que entregará lacrada, 11a qual declara a maneira e o ritual re lig ioso ou não, como quer que seja feito 0 seu funeral, a qual só será aberta após 0 seu falecim ento, e a sua vontade será cumprida de acordo com 0 que ali es tiver expresso.- À minha p e r g u n t a de quantos internados tem a C asa de Repouso dos M o to ­ristas actualm ente, 0 Sr. Ferre ira da S ilv a elucida-me que tem 2 8 , dentro os quais cinco casais. Um deles, é 0 casal alentejano, Branco, com 0 qual tenho a oportunidade de trocar algumas im pres­sões sobre a sua perm anên­cia naquele estabelecim ento. O S r. Joaqu im Lopes Branco, natural de Monte de T rigo , e sua mulher, a S r .a D. Am élia Je su s Le ira Branco ,

de V ila de Frades, formam um casal sim pático. A o d i­zer-lhes que sou também do jornal «A Prov ín c ia» , transparece no rosto de am ­bos uma alegria espontânea. Sinto-me com ovido porque no meu íntimo também vibra 0 alentejo e 0 am or pela província transtagana que é, certamente, 0 deles. Interro­gados sobre as suas im pres­sões da estadia naquele es ­t a b e le c im e n to , ambos me confessam que se sentem ali 0 m elhor possíve l, rem a­tando 0 S r . Lopes «que melhor não podia ser». Q ue se sentem como em sua casa. Contudo, em bora nada me tenham dito a esse re s ­peito,' sinto que 0 A lentejo vib ra no seu espírito , e é com preensível. Com o pode­rão eles esquecer 0 seu querido A lentejo, por melhor que ali se sintam .

M as , voltando ao motivo da m inha v is ita à C asa de R e p o u s o dos M otoristas, diz-me 0 S r . Fe rre ira da S ilv a que, embora haja, se ­gundo as estatísticas, 30.000 motoristas em Portugal só 5 .000 são associados da obra benem érita e que mesmo assim , desses 5 .0 0 0 , 1.200 não pagam as suas cotas pontualmente. Pena é que este m ovim ento altruísta não seja com preendido de todos os da classe, pois encontra­riam ali um am paro na v e ­lh ice, no desem prego, ou nn in c a p a c id a d e profissional, qualquer que seja.

O s S rs . Ferre ira da S ilva e N eves explicam-me, de­pois, os projectos grandiosos ile grande alargam ento da instituição a que meteram om bros, tais como a cons­trução dum grande edíficio com 11 andares, um m ira­douro no alto do monte existente dentro da proprie­dade, espécie de «parque de m erendas», para, no verão, os internados e suas v is itas ali passarem um dia agradá­ve l, merendando. A lém disto, prevê-se também a institui­ção dum orfanato para aque­les motoristas que, tendo sido atingidos pela incapa­cidade, mas tendo filhos, os possam trazer para ali.

Com uma tenacidade enor­me, as obras continuam afa­nosam ente para a inaugura-

O M ONUM ENTOEm Abril de içja , no sitio do Praga l, no cimo

duma colina sobranceira ao Tejo e dominando a vila de Almada, em frente a Lisboa, iniciou-se a construção dum majestoso monumento a Cristo-Rei — obra que se deve à iniciativa e à benemerência de toda a grande fam ilia católica portuguesa e que até agora importou em ij.ooo contos.

Como a parte final da obra está prestes a terminar, admite-se que 0 monumento possa ser inaugurado em Outubro, mês em que é celebrada a festa de Cristo-Rei,

Espera-se que a imagem do Sagrado Coração,coroamento do mag­nífico trabalho, cons­truída em betão ar­mado, este ja conciuida em Junho.

Outras das obras de maior importância será a do elevador

que conduzirá ao terraço existente na base que rodeia a imagem. Neste momento, pessoal especializado trabalha activamente na instalação do respectivo ascensor, 0 qual terá capacidade de transporte para dezasseis pessoas, à velocidade de dois metros por segundo, 0 que pode con- siderar-se um excelente resultado prático da técnica da especialidade.

Com a largura de dezasseis metros e meio, 0 citado terraço ficará revestido duma platibanda com um para­peito de metro e meio, devidamente resguardado.

Antes do jim do ano, no que respeita ao conjunto monumental, f icarão acabados os trabalhos de pormenor da capela e das salas anexas, entre as quais se conta a das exposições no topo do plinto que fica no plano infe­rior ao do terraço.

O mesmo acontecerá em relação à parte urbanística do local, que se deve à cooperação do Estado, através dos Serviços respectivos, e à da Câmara Municipal de Almada, que chamou a si a construção da nova e ampla avenida de acesso ao Pragal e de vários arranjos neces­sários nas imediações.

A monumentalidade desta extraordinária obra de escultura religiosa pode avaliar-se através dos seguintes números:

Altura total, 110,6 metros; pedestal, 82 metros; e estátua, 28 metros. O pórtico gigantesco tem 79,7 metros de altura e ê formado por quatro pilares de enormes dimensões e pela plataforma superior, sobre que assen­tará a estátua. Os terraços destinados ao público ficam às alturas de 17 e 78 metros, acessíveis por meio de ele­vadores e de escadarias. Do superior, domina-se um horizonte, em dias claros, à distância mínima de vinte quilómetros. Para aviso da aviação, 0 monumento, du­rante a noite, ficará devidamente sinalizado.

A imagem do Sagrado Coração de Jesus olhando a cidade, onde o Seu culto se confunde com o alvorecer da Nacionalidade, será, amanhã, a expressão simbólica do ardente espiritualismo que anima a comunidade na­cional e que, em todas as horas do seu Destino, nunca atraiçoou as palavras de f é — fonte da sua Acção e du sua Presença na defesa e expansão da sua Civilização, latina e cristã.

ção do dia 28 de Fevere iro , e até mesmo, no domingo, uma equipa de operários trabalhava afanosam ente 11a continuação das obras deste internato particular.

Em b r e v e serão ainda construídos g r a n d e s g a li­nheiros, para a criação ali existente, e cerca de cinco cães, pertença dalguns dos

internados, servem de guar- das à Quinta de N ossa Se­nhora da V ictória, onde 0 espaço não falta p a ra 0 alargamento da C asa de Re-1 pouso dos M otoristas ror- tugueses, nem a boa von­tade dos seus abnegados I dirigentes, aos quais nos| resta apenas d ize r: BEM| H A JA M !

ALMADA, vista do sul